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BOLETIM OFICIAL SUMÁRIO Segunda-feira, 8 de Março de 2010 I Série Número 9 ASSEMBLEIA NACIONAL: Ordem do Dia: Da Sessão Plenária do dia 24 de Fevereiro e seguintes. Lei nº 52/VII/2010: Autoriza o Governo a legislar em matéria de padrão de pesos e medidas. Lei nº 53/VII/2010: Autoriza o Governo a legislar sobre o regime sancionatório aplicável ao acesso e exercício da actividade seguradora e resseguradora. Lei nº 54/VII/2010: Autoriza o Governo a rever a Lei de Bases do Sistema Educativo. Lei nº 55/VII/2010: Autoriza o Governo a proceder à revisão do Código do Processo Civil de 1961. Resolução n° 95/VII/2010: Deferindo o pedido de suspensão temporária de mandato do Depu- tado Mário Anselmo Couto de Matos. Despacho Substituição n° 97/VII/2010: Substituindo o Deputado Mário Anselmo Couto de Matos, por Ale- xandre Ramos Lopes. CONSELHO DE MINISTROS: Decreto-Lei nº 3/2010: Estabelece o regime de férias e licenças dos funcionáris de Admi- nistração Pública. Decreto-Lei nº 4/2010: Aprova o regulamento que estabelece o processo de criação, funcio- namento e a composição das unidades da gestão de Aquisições (UGA) Instituto da Unidade da Gestão das Aquisições Centra- lizadas (UGAG). Decreto-Lei nº 5/2010: Regula as releções jurídico-tributárias geradoras de obrigação de pagamento de taxas e demais encargos devidos ao Estado, através da Direcção-Geral do Ensino Superior e Ciência, pelas deversas opreações inerentes aos serviços prestados por esta Direcção-Geral. Y6Z8J2W4-60130M80-1J2W1B0W-3D0A4L5M-6M9J4V5K-19IYVJTS-5R2C5D4C-29K3JXBR

Estabelece o Regime de Férias e Licenças Dos Funcionáris de Administração

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  • BOLETIM OFICIAL

    S U M R I O

    Segunda-feira, 8 de Maro de 2010 I SrieNmero 9

    ASSEMBLEIA NACIONAL:

    Ordem do Dia:

    Da Sesso Plenria do dia 24 de Fevereiro e seguintes.

    Lei n 52/VII/2010:

    Autoriza o Governo a legislar em matria de padro de pesos e medidas.

    Lei n 53/VII/2010:

    Autoriza o Governo a legislar sobre o regime sancionatrio aplicvel ao acesso e exerccio da actividade seguradora e resseguradora.

    Lei n 54/VII/2010:

    Autoriza o Governo a rever a Lei de Bases do Sistema Educativo.

    Lei n 55/VII/2010:

    Autoriza o Governo a proceder reviso do Cdigo do Processo Civil de 1961.

    Resoluo n 95/VII/2010:

    Deferindo o pedido de suspenso temporria de mandato do Depu-tado Mrio Anselmo Couto de Matos.

    Despacho Substituio n 97/VII/2010:

    Substituindo o Deputado Mrio Anselmo Couto de Matos, por Ale-xandre Ramos Lopes.

    CONSELHO DE MINISTROS:

    Decreto-Lei n 3/2010:

    Estabelece o regime de frias e licenas dos funcionris de Admi-nistrao Pblica.

    Decreto-Lei n 4/2010:

    Aprova o regulamento que estabelece o processo de criao, funcio-namento e a composio das unidades da gesto de Aquisies (UGA) Instituto da Unidade da Gesto das Aquisies Centra-lizadas (UGAG).

    Decreto-Lei n 5/2010:

    Regula as relees jurdico-tributrias geradoras de obrigao de pagamento de taxas e demais encargos devidos ao Estado, atravs da Direco-Geral do Ensino Superior e Cincia, pelas deversas opreaes inerentes aos servios prestados por esta Direco-Geral.

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  • 152 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    ASSEMBLEIA NACIONAL

    Ordem do dia

    A Assembleia Nacional aprovou a Ordem do Dia abaixo indicado para a Sesso Plenria do dia 24 de Fevereiro de 2010:

    I Perguntas dos Deputados ao Governo.

    II Aprovao de Proposta de Lei:

    Proposta de Lei que altera a Lei n 77/VI/2005, de 16 de Agosto, que regula o Regime Jurdico da Explorao de Jogos de Fortuna ou Azar.

    III Aprovao de Proposta de Resoluo:

    1. Proposta de Resoluo que aprova, para adeso, a carta Africana da Juventude;

    2. Proposta de resoluo que altera a constituio das Comisses Especializadas;

    3. Proposta de Resoluo que confi rma o Estatuto das Assembleia Parlamentar da CPLP.

    IV Aprovao das Actas das Sesses de Junho, Julho, Novembro e Dezembro de 2008.

    Assembleia Nacional, na Praia, aos 24 de Fevereiro de 2010. O Presidente, Aristides Raimundo Lima.

    Lei n 52/VII/2010

    de 8 de Maro

    Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alnea c) do artigo 174 da Constituio o seguinte:

    Artigo 1

    Objecto

    concedida ao Governo a autorizao para legislar em matria de padro de pesos e medidas a que se refere a alnea g) do nmero 1 do artigo 176 da Constituio da Repblica.

    Artigo 2

    Sentido e extenso

    O sentido e a extenso da legislao a elaborar ao abrigo da presente Lei so os seguintes:

    a) Actualizao do sistema de medidas legal em Cabo Verde, de acordo com as sucessivas decises da Conferncia Geral de Pesos e Medidas, adoptando-se, consequentemente, o sistema de unidades de medida, de acordo com o estabelecido no Sistema Internacional de Unidades (SI), bem como os nomes, smbolos e defi nies das unidades de base, suplementares e derivadas, os prefi xos e smbolos de mltiplos e submltiplos das referidas unidades, e, ainda, as recomendaes quanto escrita;

    b) Determinao das unidades legais de medida, sua materializao e a obrigatoriedade da sua utilizao de acordo com o estabelecido no SI;

    c) Salvaguarda de utilizao, no domnio da navegao martima e rea, de unidades diversas das que so tornadas obrigatrias pela legislao a elaborar mas que so previstas por convenes ou acordos internacionais que vinculam o pas;

    d) Instituio de regimes de transio adequados e consignao de excepes que se revelem aconselhveis;

    e) Utilizao das indicaes suplementares em unidades no legais durante um certo perodo;

    f) Controlo metrolgico do Estado a que fi caro sujeitos todos os instrumentos de medio;

    g) Regime sancionatrio para a utilizao de unidades de medida no autorizadas legalmente, com a previso de coimas entre 100.000$00 (cem mil escudos) e 10.000.000$00 (dez milhes de escudos), se o infractor for uma pessoa colectiva, ou entre 10.000$00 (dez mil escudos) e 2.000.000$00 (dois milhes de escudos), se for uma pessoa singular.

    Artigo 3

    Durao

    A presente autorizao legislativa tem a durao de 45 (quarenta e cinco) dias.

    Aprovada em 28 de Janeiro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima

    Promulgada em 2 de Maro de 2010.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, PEDRO VERONA RO-DRIGUES PIRES

    Assinada em 3 de Maro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima.

    Lei n 53/VII/2010

    de 8 de Maro

    Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alnea c) do artigo 174 da Constituio o seguinte:

    Artigo 1

    Objecto

    Fica o Governo autorizado a legislar sobre o regime sancionatrio aplicvel ao acesso e exerccio da actividade seguradora e resseguradora.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 153

    Artigo 2

    Sentido e Extenso

    A autorizao conferida pelo artigo anterior tem o sentido e a extenso seguintes:

    a) Tipifi car como crime, punvel com priso at 3 (trs) anos, a prtica de actos ou operaes de seguros ou de resseguros por entidades no autorizadas nos termos da legislao em vigor;

    b) Tipifi car como ilcitos de mera ordenao social as infraces legislao reguladora das actividades seguradora, designadamente as infraces s normas que regem as respectivas condies de acesso e de exerccio, podendo, para o efeito, adaptar o regime jurdico das contra-ordenaes, o seu processo e as sanes aplicveis, fi xadas no Decreto-Legislativo n 9/95, de 27 de Outubro, s circunstncias particulares das infraces atrs referidas;

    c) Permitir instituir um regime sancionatrio que reforce a proteco dos interesses pblicos, j que muitas vezes esto em causa nestas actividades interesses fundamentais de proteco da poupana das famlias e a proteco dos interesses dos segurados e de terceiros;

    d) Permitir a elevao em um tero dos limites mnimo e mximo da coima aplicvel ao agente que praticar um dos ilcitos de mera ordenao social, aps condenao por deciso defi nitiva ou transitada em julgado pela prtica de ilcito punido ao abrigo do regime a aprovar de acordo com a presente autorizao, desde que no se tenham completado 2 (dois) anos desde a sua prtica;

    e) Estabelecer como limite mnimo das coimas aplicadas a pessoas singulares o valor de 50.000$00 (cinquenta mil escudos) e como limite mnimo das coimas aplicadas a pessoas colectivas o valor de 100.000$00 (cem mil escudos), salvo nos casos de ilcitos graves e muito graves, em que tais mnimos se elevam para 100.000$00 (cem mil escudos) e 400.000$00 (quatrocentos mil escudos), no caso de pessoas singulares, e para 200.000$00 (duzentos mil escudos) e 1.000.000$00 (um milho de escudos), no caso de pessoas colectivas;

    f) Permitir que o limite mximo da coima possa ser elevado a 250.000$00 (duzentos e cinquenta mil escudos), quando a coima for aplicada a pessoas singulares, salvo nos casos de ilcitos graves ou muito graves, em que se elevam para 500.000$00 (quinhentos mil escudos) e 2.000.000$00 (dois milhes de escudos), respectivamente;

    g) Permitir que o limite mximo da coima possa ser elevado a 500.000$00 (quinhentos mil escudos), quando a coima for aplicada a pessoas colectivas, salvo no caso de ilcitos

    graves ou muito graves, em que se elevam para 1.000.000$00 (um milho de escudos) e 5.000.000$ (cinco milhes de escudos), respectivamente;

    h) Permitir que, conjuntamente com a coima, possam ser aplicadas ao responsvel pela infraco as seguintes sanes acessrias:

    i) Apreenso e perda do objecto da infraco e do benefcio econmico obtido pelo infractor;

    ii) Inibio do exerccio de cargos sociais nas entidades sujeitas superviso do Banco de Cabo Verde, por um perodo at 6 (seis) meses nos casos de contra-ordenaes simples, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano nas situaes de contra-ordenaes graves ou de 1 a 3 (um a trs) anos nos casos de contra-ordenaes muito graves, quando o agente seja pessoa singular;

    iii) Interdio total ou parcial de celebrao de contratos com novos tomadores de seguros ou segurados, do ramo, modalidade, produto ou operao a que a contra-ordenao respeita, por um perodo at 3 (trs) anos;

    iv) Interdio total ou parcial de celebrao de novos contratos do ramo, modalidade, produto ou operao a que o ilcito de mera ordenao social respeita, por um perodo de 6 (seis) meses a 3 (trs) anos;

    v) Interdio de admisso de novos aderentes, quando a contra-ordenao respeite a um fundo de penses aberto, por um perodo at 2 (dois) anos;

    vi) Suspenso da concesso de autorizaes para a gesto de novos fundos de penses, por um perodo de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos;

    vii) Suspenso do exerccio do direito de voto, atribudo aos scios das entidades sujeitas superviso do Banco de Cabo Verde, por um perodo de 6 (seis) meses a 3 (trs) anos; e

    viii) Publicao pelo Banco de Cabo Verde da punio defi nitiva, a expensas dos sancionados.

    i) Atribuir ao Ministro das Finanas a competncia para aplicar as sanes acessrias referidas nas subalneas i) a viii) da alnea anterior, sob a proposta do Banco de Cabo Verde;

    j) Permitir o estabelecimento de um regime especfi co de responsabilidade quanto actuao em nome ou por conta de outrem, nomeadamente no sentido de:

    i) A responsabilidade das pessoas colectivas ou equiparadas no excluir a dos respectivos agentes ou comparticipantes individuais;

    ii) Aquelas pessoas colectivas ou equiparadas responderem solidariamente pelo pagamento das coimas e das custas aplicadas aos agentes ou comparticipantes individuais;

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  • 154 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    iii) Os titulares do rgo de administrao das pessoas colectivas ou equiparadas responderem subsidiariamente pelo pagamento das coimas e das custas em que as mesmas pessoas sejam condenadas, ainda que data da condenao hajam sido dissolvidas ou entrado em liquidao, salvo se provarem que no foi por culpa sua que o patrimnio da pessoa colectiva ou equiparada se tornou insufi ciente para a satisfao de tais crditos.

    k) Permitir que, se o mesmo facto preencher simultaneamente os tipos de crime e de ilcito de mera ordenao social, ou quando, pelo mesmo facto, uma pessoa deva responder a ttulo de crime e outra a ttulo de ilcito de mera ordenao social, sejam sempre punidas ambas as infraces, instaurando-se, para o efeito, processos distintos, a decidir pelas respectivas entidades competentes, sem prejuzo de, no processo contra-ordenacional, se o agente for o mesmo, apenas fi car sujeito s sanes acessrias porventura aplicveis;

    l) Permitir a aplicao de uma nica coima, que ter como limite superior o dobro do valor mximo aplicvel, sem prejuzo do disposto na alnea d), nos casos em que algum tiver praticado vrios ilcitos de mera ordenao social antes da aplicao da sano por qualquer deles;

    m) Permitir a punibilidade da tentativa nos casos de ilcitos de mera ordenao social muito graves, com sano aplicvel ao ilcito consumado, especialmente atenuada;

    n) Permitir a punibilidade da negligncia nos casos de ilcitos de mera ordenao social graves e muito graves, em que os limites mximo e mnimo da coima so reduzidos a metade.

    Artigo 3

    Durao

    A autorizao concedida pela presente Lei tem a du-rao de 90 (noventa) dias.

    Artigo 4

    Entrada em vigor

    A presente Lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao

    Aprovada em 27 de Janeiro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima

    Promulgada em 2 de Maro de 2010.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, PEDRO VERONA RO-DRIGUES PIRES

    Assinada em 3 de Maro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima.

    Lei n 54/VII/2010

    de 8 de Maro

    Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alnea c) do artigo 174 da Constituio o seguinte:

    Artigo 1

    Objecto

    concedida ao Governo autorizao legislativa para rever a Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada pela Lei n 103/III/90, de 29 de Dezembro, na redaco dada pela Lei n 113/V/99, de 18 de Outubro.

    Artigo 2

    Extenso

    1. No captulo das disposies fundamentais e no mbito geral, a presente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Clarifi car os objectivos da poltica educativa, realando a funo do sistema educativo na formao da conscincia tica e cvica do indivduo;

    b) Prever e relevar a introduo no sistema educativo do ensino e aprendizagem da escrita da lngua nacional cabo-verdiana, bem como o aprofundamento do seu conhecimento e afi rmao, enquanto patrimnio cultural dos cabo-verdianos;

    c) Enquadrar o desenvolvimento das parcerias para a gesto e sustentabilidade do sistema educativo;

    d) Desenvolver a integrao das tecnologias de informao e comunicao no sistema de ensino e aprendizagem, visando proporcionar o acesso universal ao conhecimento, bem como criar o hbito da pesquisa e da investigao;

    e) Assegurar a conectividade gratuita s novas tecnologias de informao e comunicao a todos os estabelecimentos pblicos de ensino bsico e secundrio;

    f) Relevar o incremento da adequao qualitativa do pessoal docente no sistema de ensino, instituindo uma nova padronizao e racionalizao da respectiva formao e qualifi cao em todos os subsistemas e nos diversos nveis de ensino;

    g) Instituir um rgo nacional de consulta, numa abordagem participativa e duma maior democratizao da educao, em busca do comprometimento e de consensos entre os diversos actores do processo educativo, sem prejuzo para as competncias e atribuies dos rgos de soberania;

    h) Fixar matrias objecto de desenvolvimento por legislao complementar.

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    2. No domnio da estrutura e defi nio curricular, a pre-sente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Prever o alargamento da durao do ensino bsico gratuito e obrigatrio de seis para oito anos;

    b) Instituir a educao obrigatria e universal at ao 10 ano de escolaridade;

    c) Prever, em termos programticos, a possibilidade de alargamento gradual da durao da escolaridade obrigatria at ao 12 ano, devendo o Estado criar as condies favorveis sua implementao;

    d) Defi nir novos planos curriculares, decorrentes do alargamento do ensino bsico e dos novos ciclos do ensino obrigatrio.

    3. No mbito da educao pr-escolar, a presente au-torizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Reformular o enquadramento e o acompa-nhamento da educao pr-escolar pelas estruturas centrais da educao;

    b) Prever o ensino e aprendizagem inicial das lnguas ofi ciais e de, pelo menos, uma lngua estrangeira, conforme as possibilidades de cada estabelecimento de ensino;

    c) Clarifi car o papel do Governo na defi nio das normas gerais da educao pr-escolar, no apoio e fi scalizao do cumprimento das funcionalidades tcnicas e pedaggicas.

    4. No mbito do ensino bsico, a presente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Alargar a durao da escolaridade obrigatria do ensino bsico e o respectivo plano curricular;

    b) Redefi nir as idades do ingresso e do trmino de frequncia dos alunos no ensino bsico;

    c) Adequar os objectivos deste subsistema de ensino, enfatizando o reforo da aprendizagem e domnio da expresso oral e escrita das lnguas ofi ciais;

    d) Fortalecer o ensino de valores para a cidadania, solidariedade e tolerncia;

    e) Instituir a obrigatoriedade de ensino de duas lnguas estrangeiras;

    f) Reorganizar o subsistema de ensino bsico e a sua articulao com outros nveis de ensino, em funo do alargamento de sua durao.

    5. No que tange ao ensino secundrio, a presente au-torizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Instituir a obrigatoriedade de ensino de duas lnguas estrangeiras;

    b) Redefi nir os ciclos do ensino secundrio, a sua durao e as respectivas valncias curriculares;

    c) Reformular a generalizao da componente da formao profi ssional neste subsistema de ensino, com vista preparao dos educandos tanto para o prosseguimento dos estudos superiores no fi nal dos ciclos como para a sua insero na vida activa;

    d) Instituir o ano complementar profi ssionalizante aps a concluso do 12 ano de escolaridade (via geral e via tcnica), como opo para a obteno de uma especializao em determinada rea de actividade profi ssional.

    6. No domnio do ensino superior, a presente autoriza-o legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Clarifi car os objectivos do ensino superior e o sistema de acesso, determinando o papel do Estado na garantia das condies logsticas e institucionais para a inovao e a investigao cientfi ca;

    b) Redefi nir o mbito do ensino universitrio e do ensino politcnico, bem como o papel e as estruturas dos correspondentes estabelecimentos;

    c) Reformular a organizao da formao ministrada nos estabelecimentos do ensino superior, instituindo o sistema de crditos para efeitos de reconhecimento da qualifi cao acadmica do estudante e assegurar a mobilidade entre os estabelecimentos de ensino nacionais ou entre os nacionais e estrangeiros;

    d) Reformular os graus acadmicos e diplomas conferidos pelos estabelecimentos de ensino superior, prevendo a respectiva regulamentao;

    e) Redefi nir o sistema de fi nanciamento do ensino superior e da garantia de qualidade;

    f) Instituir mecanismos institucionais de regulao, acreditao e fi scalizao deste subsistema de ensino.

    7. No captulo referente s modalidades especiais de ensino, a presente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Reenquadrar as normas gerais da educao inclusiva, nomeadamente nos aspectos tcnicos e pedaggicos;

    b) Reafi rmar e adequar o tratamento especfi co a dar educao especial dos alunos com necessidades educativas especiais, designadamente os portadores de defi cincia, bem como os sobredotados, isto , os que apresentam um ritmo superior de aprendizagem.

    8. No que concerne educao extra-escolar, a presente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    a) Realar a priorizao da componente profi ssional neste subsistema de ensino, numa perspectiva

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  • 156 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    de capacitao dos jovens e adultos para o exerccio de uma profi sso, com vista a promover a incluso social dos que nunca frequentaram o ensino formal e dos que o abandonaram precocemente;

    b) Redefi nir e adequar o plano curricular da educao extra-escolar, em virtude do princpio da sua equivalncia em relao ao ensino bsico, em decorrncia do alargamento do perodo da escolaridade bsica;

    c) Prever o desenvolvimento, atravs do recurso multimdia e s novas tecnologias de informao e comunicao, das aces de ensino recorrente e distncia.

    Artigo 3

    Durao

    A presente autorizao legislativa tem a durao de sessenta dias.

    Artigo 4

    Entrada em vigor

    A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Aprovada em 27 de Janeiro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima

    Promulgada em 2 de Maro de 2010.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, PEDRO VERONA RO-DRIGUES PIRES

    Assinada em 3 de Maro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima.

    Lei n 55/VII/2010

    de 8 de Maro

    Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alnea c) do artigo 174 da Constituio o seguinte:

    Artigo 1

    Objecto

    concedida autorizao legislativa ao Governo para proceder reviso do Cdigo do Processo Civil de 1961, em vigor atravs da Portaria n 19.035 de 30 de Julho de 1962 e suas sucessivas alteraes presente data, com o seguinte objecto:

    1. Tornar o processo civil moderno e simplifi cado, ver-dadeiramente instrumental perseguio da verdade

    material, apostado numa leal e s cooperao de todos os operadores judicirios, uma ferramenta posta dis-posio dos cidados e das empresas para alcanarem a rpida, mas segura, concretizao dos seus direitos, de cariz privado, junto dos tribunais.

    2. Operar uma ruptura com a actual legislao, atravs do estabelecimento de uma tramitao mais malevel, de uma linguagem mais clara e acessvel e da tendencial eliminao de querelas doutrinrias em torno de questes jurdicas no decisivas para a clarifi cao da adequada tra-mitao processual civil, susceptvel de pr fi m lide.

    3. Estabelecer um modelo processual civil apto a fun-cionar como um meio efi caz para ser alcanada a verdade material pela aplicao do direito substantivo, e no como um instrumento que por razes de mera forma, a cada passo impede que seja prosseguida a justia no caso concreto.

    4. Consagrar inequvocos e claros preceitos normativos que assegurem que, a aplicao dos princpios gerais estruturantes do processo civil, em qualquer das fases da aco, so tributrios e concretizam o princpio cons-titucional do acesso justia.

    5. Proporcionar aos litigantes a obteno em prazo razo-vel da deciso judicial que aprecie com fora de caso julgado a pretenso regularmente deduzida em juzo, a faculdade de requerer, sem entraves desrazoveis ou injustifi cados a providncia cautelar que se mostre mais adequada a as-segurar o efeito til da aco e a possibilidade de, sempre que necessrio, fazer executar, por via judicial, a deciso proferida e no espontaneamente acatada.

    Artigo 2

    Extenso

    A presente autorizao legislativa tem a seguinte extenso:

    1. Dar prevalncia ao mximo aproveitamento do pro-cessado na procura da justia pela consagrao da regra segundo a qual incumbe ao juiz providenciar ofi ciosamente pelo suprimento das excepes dilatrias susceptveis de sanao, praticando os actos necessrios regularizao da instncia ou, quando estiver em causa a defi nio das partes, convidando-as a suscitar os incidentes de interveno de terceiros adequados. Preceituando-se, a respeito, desig-nadamente, a sanao da falta de personalidade judiciria das sucursais, agncias ou fi liais; o suprimento da coligao ilegal e a sanao, em certas circunstncias, da prpria ilegitimidade singular passiva.

    2. Adoptar o princpio da adequao, conferindo por essa via a possibilidade de o juiz adaptar o processado especifi cidade da causa, atravs da prtica dos actos que melhor se adeqem ao apuramento da verdade e acerto da deciso.

    3. Preceituar a proibio da prolao de decises sur-presa, no devendo ser decididas quaisquer questes, mesmo que de conhecimento ofi cioso, sem que previa-mente haja sido facultada s partes a possibilidade de sobre elas se pronunciarem.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 157

    4. Reafi rmar a regra segundo a qual o tribunal no pode resolver o confl ito de interesses que a aco pres-supe sem que a resoluo lhe seja pedida por uma das partes.

    5. Reafi rmar o primado da igualdade das partes, desig-nadamente atravs da atribuio ao Ministrio Pblico do estatuto de parte normal (no privilegiada), nas aces em que representa o Estado.

    6. Reconhecer o princpio da cooperao, como uma das pedras angulares do processo civil, atravs de regras que propiciem que juzes e mandatrios cooperem entre si, de modo a alcanar-se, de uma feio expedita e efi caz, a justia do caso concreto, e que estabeleam inequi-vocamente o dever de boa-f processual e a cominao como litigante de m-f parte que, no apenas com dolo, mas com negligncia grave, deduza pretenso ou oposio manifestamente infundadas, altere, por aco ou omisso, a verdade dos factos relevantes, pratique omisso indesculpvel do dever de cooperao ou faa uso reprovvel dos instrumentos adjectivos.

    7. Reponderao do princpio do dispositivo, pela adopo da possibilidade do juiz fundar a deciso no apenas nos factos alegados pelas partes mas tambm nos factos instrumentais que, mesmo por indagao ofi ciosa, lhes sirvam de base; pelo reforo dos poderes de direco do processo pelo juiz, conferindo-se-lhe o poder-dever de adoptar uma posio mais interventora no processo e fun-cionalmente dirigida plena realizao do fi m deste.

    8. Eliminao das restries, no que se refere limita-o do uso de meios probatrios, quer pelas partes quer pelo juiz, cabendo a este realizar ou ordenar, mesmo ofi ciosamente e sem restries, todas as diligncias ne-cessrias ao apuramento da verdade e justa composio do litgio, quanto aos factos de que lhe lcito conhecer.

    9. Introduzir modifi caes na tipifi cao e regulamen-tao dos pressupostos processuais mantendo-se embora a estrutura conceitual e arrumao sistemtica do Cdigo de Processo Civil vigente, designadamente, no mbito da personalidade judiciria, da capacidade judiciria e da representao judiciria dos incapazes, do Estado e dos chamados interesses difusos ou meta individuais, da legitimidade, da coligao e do litisconsrcio, em ordem a acudir a novos parmetros do ordenamento jurdico nacional.

    10. Reafi rmao da desnecessidade, que vem desde 1993, da autenticao notarial para a passagem de procurao a um advogado e reformulao do regime da renncia do mandato judicial, procurando alcanar so-luo entre a eventual inexigibilidade ao mandatrio de prosseguir com o patrocnio do seu cliente e o interesse do autor em no ver o possvel confl ito entre o ru e o seu advogado repercutir-se negativamente na celeridade do andamento da causa.

    11. Alargamento da competncia internacional dos tribunais cabo-verdianos atribuindo-se-lhes a exclusivi-dade, em casos de maior incidncia da conexo real ou mesmo pessoal, da alterao, pela inversa, da regra da proibio de celebrao de pactos atributivos e privativos

    de jurisdio, alterao de certas regras de competncia territorial, dentre outras a concernente aco de cum-primento ou incumprimento do contrato, defi nio de certos casos de incompetncia territorial que devam ser do conhecimento ofi cioso do tribunal.

    12. Reafi rmao do que vem j contando de dispersa legislao avulsa, no concernente adequao do quoti-diano da actividade processual, designadamente no rela-cionamento entre os tribunais e as partes, s modernas tecnologias que a sociedade da informao faculta e na utilizao dos meios electrnicos no tratamento e execu-o de quaisquer actos ou peas processuais, incluindo a sua tramitao, ressalvadas as regras referentes proteco de dados pessoais.

    13. Reafi rmao da Nao cabo-verdiana, pondo em p de igualdade em todos os actos processuais orais, a faculdade da utilizao indiferenciada de qualquer das duas lnguas ofi ciais do Pas, a saber a lngua materna cabo-verdiana e a lngua portuguesa.

    14. Eliminao de formalismos desproporcionados, de molde a se operar uma maior celeridade no andamento das causas, designadamente, atravs da reafi rmao da regra da continuidade fazendo-os correr mesmo nas frias processuais.

    15. Manuteno, entretanto, dos prazos ora existentes para os actos dos juzes e dos Magistrados do Ministrio Publico, expediente das secretarias e para as dilign-cias externas a cargo dos ofi ciais de justia, mas a sua expressa limitao no que se refere s providncias cautelares.

    16. Determinao, em termos genricos, de quais as funes processuais das secretarias judiciais, estabe-lecendo-se expressamente que a respectiva actuao processual se encontra na dependncia funcional do magistrado competente, incumbindo secretaria a exe-cuo dos despachos proferidos, cumprindo-lhe realizar ofi ciosamente as diligncias necessrias a que o fi m daqueles possa ser pronta e exaustivamente alcanado e alargamento do mbito territorial da competncia dos ofi ciais de justia, naturalmente, para alm da sua comarca, de forma a abranger a rea de outras circuns-cries judiciais.

    17. Consagrao do princpio da publicidade do proces-so civil e inerente direito ao seu acesso - inclusive pelos meios electrnicos que vierem a ser estabelecidos em regulamento - mas que ceder, nos casos em que cabe garantir o direito dignidade das pessoas, intimidade da vida privada e familiar, moral pblica ou quando a efi ccia da deciso a proferir seja afectada pelo acesso de terceiros aos autos.

    18. Flexibilizao de datas para o cumprimento de diligncias por outras entidades que no o tribunal da causa, pelo critrio da indispensabilidade processual da sua satisfao e consequente consagrao da possibi-lidade do juiz determinar a comparncia na audincia fi nal de quem atravs dela devia depor, quando o repute essencial descoberta da verdade e tal no represente sacrifcio incomportvel para o depoente.

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  • 158 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    19. Manuteno do regime actual da citao e da no-tifi cao pessoal por intermdio dos ofi ciais de justia, fl exibilizando-se a ofi cializao da tradicional comuni-cao, mediante contra-f para comparncia da pessoa visada na secretaria do tribunal para receber a citao ou a notifi cao em hora marcada, com a possibilidade de a citao ser promovida por mandatrio judicial, por si prprio, por outro mandatrio ou por empregado seu habilitado para prestao de servio forense e reservando a citao e notifi cao por via postal apenas s pessoas colectivas e sociedades.

    20. Estabelecimento da possibilidade de dilao do prazo destinado a reagir citao, atendendo a disperso do territrio.

    21. Consagrao da possibilidade de se efectuar a distribuio automtica dos processos entrados nos tribunais por meios informticos desde que garantida a aleatoriedade e a transparncia do acto.

    22. Eliminao dos preceitos que, no regime vigente, condicionam o normal prosseguimento da instncia e a obteno de uma deciso de mrito, ou o uso em juzo de determinada prova documental, demonstrao do cumprimento de determinadas obrigaes tributrias. Igualmente devem ser banidos do Cdigo em reviso preceitos que estabelecem obstculos gravosos e despro-porcionados ao andamento da causa pelo incumprimento de obrigaes pecunirias emergentes da legislao sobre custas, relegando o estabelecimento das devidas comina-es para esta outra sede.

    23. Compatibilizao do CPC com o estabelecido no C-digo das Empresas Comerciais em caso de extino de so-ciedades em sede do incidente de suspenso da instncia e clarifi cao da cominao de actos processuais praticados aps a data em que ocorreu o falecimento ou extino da parte, em relao aos quais fosse admissvel o exerccio do contraditrio, inviabilizado pela circunstncia de ter deixado de existir uma das partes na causa.

    24. Consagrao de regra que permita o suprimento ofi cioso da excepo dilatria quando o pressuposto pro-cessual em falta se destinar tutela do interesse de uma das partes e nenhuma outra circunstncia obstar a que se conhea do mrito da causa e a deciso a proferir for favorvel parte em cujo interesse o pressuposto fora estabelecido.

    25. Reviso do regime de determinao do valor a atribuir s causas.

    26. Reestruturao do instituto processual da inter-veno de terceiros, quer a nvel sistemtico, quer em termos substanciais, de modo a evitar a sobreposio dos campos de aplicao dos diferentes tipos de interveno previstos na lei.

    Em particular com a preocupao da articulao de tais incidentes em funo do interesse em intervir que os legitima, dos poderes e do estatuto processual confe-ridos ao interveniente e da qualidade (terceiro ou parte primitiva) de quem suscita a interveno (espontnea ou provocada) na lide.

    27. Reviso da regulao da justia cautelar com a expressa consagrao da garantia penal do cumprimento das providncias cautelares decretadas sem prejuzo das medidas adequadas de execuo coerciva cvel.

    28. Clarifi cao da existncia de uma aco cautelar geral para a tutela provisria de quaisquer situaes que demandem o decretamento das providncias conservat-rias ou antecipatrias adequadas a remover o periculum in mora concretamente verifi cado e a assegurar a efectivi-dade do direito ameaado, que tanto pode ser um direito j efectivamente existente, como uma situao jurdica emergente de sentena constitutiva, porventura ainda no proferida.

    29. Compatibilizao da exigncia na adopo da pro-vidncia cautelar com a do correspondente procedimento perante a justia, designadamente pelo estabelecimento de prazos mximos para a sua deciso, tanto na primeira instncia, como no Tribunal de recurso.

    30. Reviso global da regulamentao das actuais providncias no especifi cadas, designadamente com a eliminao da proibio do arresto contra comerciantes, derrogao de limitaes ao uso de meios probatrios ou imposio de efeitos cominatrios plenos desproporciona-dos, maxime no mbito dos alimentos provisrios, limita-o da injustifi cada prerrogativa do Estado e autarquias locais no que se refere ao embargo de obras ilegalmente efectuadas por estas entidades, apenas s que recaiam sobre terrenos do domnio pblico.

    31. Instituio da providncia de arbitramento de repa-rao provisria para abranger os casos em que se trata de reparar provisoriamente o dano decorrente de morte ou leso corporal e tambm aqueles em que a pretenso indemnizatria se funde em dano susceptvel de pr se-riamente em causa o sustento ou habitao do lesado.

    32. Simplifi cao da tramitao do incidente de falsi-dade, dispensando a citao do funcionrio pblico e do incidente de habilitao para os casos de sucesso mortis causa, no sentido de minorar os atrasos das aces prin-cipais conexas com eles.

    33. Estabelecimento de uma forma nica do processo comum de declarao, mantendo-se a sua tradicional denominao de processo ordinrio.

    Idntica soluo, da unicidade da forma, no concernen-te aco executiva comum, independentemente do ttulo que o sustente, sem prejuzo das variaes em funo do correspondente pedido e da adopo, como modelo padro de tramitao, a aco de execuo para pagamento de quantia certa.

    Reduo das espcies de processos especiais ao estri-tamente compatvel com a efectiva resoluo judicial da controvrsia.

    34. Abreviao da tramitao do processo declarativo ordinrio quando se trate de pedido de aces condenatrias de valor no superior alada do tribunal comarca.

    35. Expressa manuteno do regime que ora se en-contra em vigor, de se considerar instalada a instncia com a propositura da aco pelo autor, seguida da sua obrigatria apreciao liminar pelo juiz.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 159

    36. Consagrao da possibilidade da tentativa de con-ciliao por parte do juiz em qualquer fase do processo, sempre que o entenda pertinente e expressa referncia validade em termos de direito processual do regime legal da mediao.

    37. Atribuio de feio absolutamente espordica aos ar-ticulados que tradicionalmente se sucedem contestao.

    38. Alargamento da possibilidade de proferio do des-pacho preliminar de aperfeioamento contestao.

    39. Mitigao das consequncias pela no impugnao, ponto por ponto, de cada um dos factos na contestao, considerando-se apenas admitidos por acordo (confes-sados) aqueles que, omitidos, estiverem em manifesta contradio com a defesa, no seu conjunto.

    40. Reafi rmao da regra segundo a qual a revelia absoluta do ru, por falta de contestao, conduz, em si-multneo a duas consequncias: serem considerados con-fessados os factos articulados pelo autor e encurtamento da tramitao do processado que passa imediatamente para a fase da sentena.

    41. Reduo dos casos que constituem excepo regra da revelia absoluta, passando-se a considerar operante a falta de contestao por parte das pessoas colectivas e das sociedades, incluindo o Estado, esteja ou no na causa, representado pelo Ministrio Pblico. Ao inverso expresso alargamento da inoperncia da revelia no respeitante s situaes de citao edital.

    42. Expressa reconfi rmao da existncia de uma fase do saneador, nos moldes tradicionais, depois de fi ndos os articulados com o seguinte objecto:

    a) Conhecer das excepes que podem conduzir absolvio da instncia, assim como das nulidades;

    b) Decidir se procede alguma excepo peremptria.

    43. Determinao da regra facultativa, para os efeitos do nmero anterior, da realizao de uma audincia preparatria, com o preciso objecto de se evitar, nesses casos, decises surpresa.

    44. Possibilidade entretanto, para alm do caso da abreviao dos trmites do processo em funo do valor do pedido de condenao, passagem imediata da fase dos articulados, para a do julgamento, se o estado da causa assim o permitir, em funo das provas j produzidas.

    45. Instalao de uma audincia especifi camente des-tinada a um debate instrutrio, a seguir ao saneador, mas dele autonomizado, naturalmente se o processo tiver que continuar, para se proceder, em contraditrio, seleco pelo juiz, na prpria audincia, dos factos que devem ser considerados provados e os que devem ser considerados controvertidos e consequentemente a merecer a realizao de um julgamento que se destine produo da prova.

    46. Manuteno em termos meramente formais, da fase da instruo, apenas com o objectivo da indicao

    do regime destinado recolha das provas em termos de sistematizao normativa, autonomizado do que se regula com relao fase da audincia destinada sua produo e julgamento.

    47. Consagrao de um regime de dispensa de confi -dencialidade, quando, ofi ciosamente ou a requerimento da parte interessada, o tribunal o considere essencial para o andamento do processo ou para a justa composi-o do litgio na concreta aco em juzo, com relao aos dados que se encontrem na disponibilidade dos servios administrativos, em suporte manual ou informtico, res-peitantes identifi cao, residncia, profi sso, entidade empregadora e bem assim dos que permitam o apuramen-to da situao patrimonial de alguma das partes.

    48. Proibio absoluta da utilizao dos dados para fi ns diferentes da aco em causa ou da sua divulgao por qualquer interveniente no respectivo processo.

    49. Consequente cominao penal da violao desta regra proibitiva com a sua tipifi cao e punio por crime de violao de segredo de justia.

    50. Extenso do dever de cooperao processual a todos, sejam ou no partes, na descoberta da verdade, colaborando cada um no modo, que lhe for solicitado, com a ressalva do direito de recusa se a obedincia importar violao da intimidade da vida familiar, da dignidade humana, sigilo profi ssional, segredo de Estado, ofensa honra e dignidade da pessoa ou seus familiares, grave prejuzo profi ssional ou patrimonial a alguma dessas pessoas.

    51. Cominao da recusa ilegtima de colaborao com pena de multa, e bem assim, da aplicao dos meios com-pulsrios previstos no Cdigo do Processo Penal por falta injustifi cada comparncia em actos processuais.

    52. Consagrao no sentido de todos os depoimentos, quer os prestados antecipadamente ou por carta, quer em audincia, de preferncia passarem a ser registados por gravao udio ou vdeo, cabendo ao juiz o dever de ditar em acta uma smula do contedo da diligencia.

    Salvaguarda, todavia, de se revelar impossvel a gra-vao, por no dispor o tribunal dos meios necessrios, nem nenhuma das partes os fornecer, caso em que os depoimentos so reduzidos a escrito, com a redaco, tambm ditada pelo juiz.

    53. Estabelecimento da possibilidade da tomada de quaisquer depoimentos em tempo real, com a utilizao dos meios telemticos de que o tribunal possa dispor, nos termos j consagrados na Lei n 54/VI/2005, de 10 de Janeiro.

    54. Atribuio ao tribunal de um poder-dever de de-terminar, ofi ciosamente, ou por sugesto das partes, a obteno de documentos necessrios descoberta da verdade que se encontre em poder de terceiros.

    55. Reformulao dos preceitos respeitantes prova pericial, pela adopo do regime regra de nomeao de um nico perito, salvo alguma complexidade da diligncia,

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  • 160 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    cabendo neste caso escolha de um por cada parte e de um terceiro pelo tribunal, prevendo-se ainda a simplifi cao dos regimes de impedimentos, escusa e recusa;

    56. Aperfeioamento do regime de recolha da prova testemunhal no que toca capacidade, impedimentos e admissibilidade de recusa legtima a depor, designada-mente com a eliminao da total inabilidade para depor por motivos de ordem moral.

    57. Opo pelo sistema de julgamento em primeira instncia com juiz singular, sem prejuzo de clusula reserva de julgamentos em tribunais colectivos, quando lei prpria assim o estabelecer.

    58. Consagrao expressa de o momento destinado resposta do juiz quanto ao resultado da prova dos factos colhida em julgamento continuar relegada para a senten-a e manuteno da demais tramitao da audincia de discusso e julgamento na linha daquilo que vem sendo praticada no pas, luz da Portaria n 23090, de 23 de Dezembro de 1967.

    59. Sem prejuzo do preconizado no nmero anterior cabe estabelecer a possibilidade de se proceder amplia-o da matria de facto, com a preocupao de adequao da verdade processual verdade material e em face do princpio da actualidade da deciso.

    60. Eliminao da concluso do processo ao Ministrio Pblico para o seu visto sobre a m f e comportamento dos funcionrios da justia no decorrer da aco.

    61. Manuteno dos limites da condenao aos termos do pedido, como decorre do regime ora vigente, com as ex-cepes relativas ao conhecimento da situao realmente verifi cada nos pedidos de restituio ou de manuteno da posse, devido consagrao da eliminao de uma aco especial com esse propsito e nas aces de divr-cio no concernente utilizao da residncia que data constitui casa de morada de famlia, havendo menores ou incapazes dependentes do casal e regulao do exerccio do poder paternal dos fi lhos menores.

    62. Atribuio instncia recorrida da faculdade de proceder reparao, semelhana do que acontece em caso de agravo, relativamente a nulidades arguidas, por via de recurso, contra a sentena.

    63. Consagrao de um regime fl exvel relativamente aos graus de jurisdio em sede do poder de reviso das decises judiciais que preveja a eventualidade da criao, por lei prpria, de uma instncia intermdia a anteceder a subida do recurso para o Supremo Tribunal de Justia.

    64. No obstante, tendo em presena a actual orga-nizao judiciria e consequente estrutura do Supremo Tribunal do pas, deve-se propender por um regime de tramitao dos recursos, que por ora afaste a via clssica do recurso de revista (cassao) em ltima instncia, exclusivamente dedicado reapreciao da matria de direito apreciada em segunda instncia.

    65. E, na sequncia, a manuteno apenas das duas modalidades, de impugnao das decises da primeira instncia - a apelao e o agravo - no que concerne aos tipos de recursos ordinrios das decises proferidas em primeira instncia.

    66. Reformulao das espcies de recurso extraordin-rio, com a manuteno apenas do recurso de Reviso que passa a integrar na sua tramitao o actual recurso de oposio de terceiros que deve ser expurgado dos proce-dimentos recursais como espcie autnoma.

    67. Manuteno do denominado Recurso para o Tribunal Pleno, mas com uma matriz diferente que unicamente possibilite, sem carcter obrigatrio fora do processo onde ela vem pronunciada, a fi xao da orien-tao jurisprudencial a ser seguida, quando em presena de posies divergentes dos tribunais de instncia, ou do prprio STJ, sobre a mesma questo de direito, no domnio da mesma legislao.

    68. Estabelecimento, no que se refere tramitao dos recursos ordinrios, da regra segundo a qual e o recebi-mento do recurso e a produo de alegaes tm sempre lugar no tribunal recorrido, sendo o recurso remetido j devidamente instrudo ao tribunal ad quem.

    69. Criao de um especial nus a cargo do recorrente de, nas suas concluses, tomar posio clara sobre as questes jurdicas que so objecto do recurso, sob pena da sua desero.

    70. Reviso dos demais tramites da apelao, possibi-litando-se, designadamente que:

    a) A apelao interposta do saneador que decide parcialmente do mrito da causa deixe de suspender o andamento desta;

    b) O prazo para contra-alegar comea expressamente com a notifi cao de que foi apresentada a alegao do apelante;

    c) Abreviar a resoluo de questes que podem ser decididas sumariamente, acautelado pelo exerccio pleno do contraditrio;

    d) Eliminao do visto do Ministrio Pblico nos recursos;

    e) Eliminao do sistema de vistos sucessivos aos juzes adjuntos da Conferncia, atravs da entrega simultnea de cpia das peas relevantes do processado para a apreciao do recurso, acompanhada de um memorando do relator contendo o enunciado das questes a decidir e a soluo para o caso, com indicao sumria dos respectivos fundamentos.

    71. Reviso dos trmites do recurso de agravo, possi-bilitando-se, designadamente:

    a) Restrio dos casos que devam ter subida imediata, em ordem a libertar a primeira instncia de ter que se debruar em constante sobre questes acessrias em detrimento do estudo do objecto principal da causa;

    b) Dispensar o juiz recorrido do dever de reparar o agravo, quando o respectivo recurso apenas tenha que subir a fi nal e da obrigatoriedade de sustentao da sua deciso, quando entenda que o agravo no deve ser reparado.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 161

    72. Manuteno, nas suas linhas gerais, da estrutura e tramitao da aco executiva singular como vem con-cebida na legislao vigente.

    73. Consequente opo por um regime de aco execu-tiva, comum, movida por um determinado credor contra o seu devedor e limitao dos casos em que ser admissvel a interveno incidental de outros credores visando, na mesma aco, uma tendencial excusso de todo o patri-mnio do devedor.

    74. Na medida do disposto no nmero anterior, atenuao da tutela dos interesses dos credores titulares de privilgios quer mobilirios, quer imobilirios de carcter geral, apenas permitindo, em regra, a reclamao de crditos por parte daqueles que gozem de uma garantia real.

    75. Desjudicializao, l onde o consente a estrutura e a orgnica dos tribunais, atribuindo-se s secretarias a competncia para a realizao de funes at agora desempenhadas pelo juiz, estabelecendo que incumbe Secretaria praticar todos os actos e diligncias de execu-o que no sejam expressamente estabelecidos na lei, como acto jurisdicional.

    76. Ressalva expressa que da competncia do juiz proferir o despacho liminar da aco executiva, rejeitan-do, mandando aperfeioar, citar e notifi car o executado e mandar proceder penhora dos bens deste, julgar a opo-sio execuo e penhora, decidir quaisquer questes que lhe sejam directamente solicitadas pelo exequente, executado, e quaisquer outros intervenientes, bem como as que lhe sejam apresentadas pela Secretaria.

    77. Ampliao do elenco dos ttulos executivos, designa-damente, conferindo-se fora executiva aos documentos particulares, assinados pelo devedor, que importem cons-tituio ou reconhecimento de obrigaes pecunirias, cujo montante seja determinvel em face do ttulo, da obrigao de entrega de quaisquer coisas mveis ou de prestao de facto determinado e no estabelecimento de novas circunstncias em que os documentos autnticos ou autenticados possam servir de ttulos executivos, quando neles se convencionam obrigaes futuras.

    78. Atribuio de efi ccia suspensiva aco executiva, pelo recebimento dos embargos de executado quando, fundando-se a execuo em escrito particular com as-sinatura no reconhecida, o embargante alegar a no autenticidade da assinatura.

    79. Consagrao, para alm do regime vigente, da pos-sibilidade de cumulao de execues ou de coligao de partes, quando forem os mesmos o grupo credor ou o grupo devedor, com a determinao que s deve constituir impedi-mento cumulao a preterio das regras de competncia absoluta, no obstando cumulao objectiva ou subjectiva a derrogao das regras de competncia relativa.

    80. Reviso do regime da legitimidade passiva, em particular, quando o objecto da aco executiva seja uma dvida provida de garantia real.

    81. Abreviao e simplifi cao da fase inicial da exe-cuo, designadamente atravs do seguinte:

    a) Desnecessidade de citao inicial do executado, com imediata realizao da penhora e

    concentrao, em momento ulterior a esta, da reaco admissibilidade, quer da prpria execuo quer da penhora efectuada, quando em presena de aco executiva fundada em sentena, salvo se a deciso judicial condenatria carecer de ser liquidada;

    b) Dispensa, igualmente, da citao prvia do executado, quando na execuo fundada em ttulo no judicial, o exequente requeira e comprove o receio de extravio de bens ou o desconhecimento do paradeiro dele;

    c) Indeferimento liminar - total ou parcial - do requerimento executivo, quando seja manifesta a falta ou insufi cincia do ttulo, ocorram excepes dilatrias insuprveis que ao juiz cumpra ofi ciosamente conhecer ou, fundando-se a execuo em ttulo negocial, seja manifesta a sua improcedncia, em consequncia de, face aos elementos dos autos, ser evidente a existncia de factos impeditivos ou extintivos da obrigao exequenda que ao juiz cumpra conhecer ofi ciosamente;

    d) Admissibilidade do despacho de aperfeioamento do requerimento executivo, antes de ordenada a citao do executado.

    82. Consagrao da possibilidade de se rejeitar, ofi -ciosamente a execuo instaurada, at ao momento da realizao da venda ou das outras diligncias destinadas ao pagamento, sempre que o juiz se aperceba da exis-tncia de questes que deveriam ter conduzido ao seu indeferimento liminar.

    83. Reviso e simplifi cao, da fase da defesa do exe-cutado, designadamente atravs do seguinte:

    a) Eliminao da defesa por via do recurso de agravo ao despacho de citao;

    b) Eliminao do elenco taxativo das excepes dilatrias como meio de defesa, no caso de se tratar de execuo de sentena;

    c) Atribuio dos mesmos efeitos cominatrios da aco declarativa em caso de revelia ao embargo do executado, mas com a especifi cidade de, na falta de impugnao pelo exequente, se no considerarem confessados os factos que estejam em oposio com o expressamente alegado no requerimento executivo.

    84. Reformulao da tramitao e regime da penhora, designadamente com a adopo, designadamente das seguintes medidas:

    a) Prestao pelo tribunal do auxlio possvel ao exequente quando este alegue e demonstre existir difi culdades srias na identifi cao ou localizao de bens penhorveis do executado;

    b) Penhorabilidade de bens de terceiros unicamente nos casos em que a execuo tenha sido movida contra eles;

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  • 162 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    c) Limitao da apreenso de bens, no decurso da penhora, exclusivamente ao necessrio para a satisfao da quantia exequenda e das despesas previsveis da execuo;

    d) Limitao da impenhorabilidade absoluta dos bens do Estado e das demais pessoas colectivas pblicas aos bens pertencentes ao domnio pblico e impenhorabilidade relativa com relao aos bens pertencentes s referidas entidades, desde que legal e especifi camente afectados realizao de fi ns de utilidade pblica;

    e) Alargamento da impenhorabilidade absoluta, designadamente, aos gneros necessrios ao sustento do executado e sua famlia e aos instrumentos indispensveis aos defi cientes ou os objectos destinados a tratamento dos doentes;

    f) Alargamento da impenhorabilidade relativa, designadamente, aos objectos estritamente indispensveis ao exerccio da funo, profi sso ou formao profi ssional do executado e de uma parcela das prestaes peridicas pagas a ttulo de aposentao, reforma, auxlio, doena, invalidez, seguro, indemnizao por acidente ou renda vitalcia, e de outras penses de natureza similar;

    g) Eliminao do privilgio da moratria forada na execuo que incida sobre bens comuns dos cnjuges e consequente revogao do regime que ainda vigora por fora do disposto no artigo 1652 do Cdigo Civil, na redaco que lhe foi dada pelo Decreto-Legislativo n 12-C/97, de 30 de Junho;

    h) Clarifi cao, na penhora dos bens do executado que estejam em poder de terceiro, da no precluso dos direitos que a este seja lcito opor ao exequente do direito substantivo;

    i) Facilitao das diligncias a cargo do exequente na tramitao do registo da penhora, estabelecendo-se que a secretaria lhe dever remeter certido do termo e que o registo meramente provisrio no obste ao prosseguimento da execuo;

    j) Estabelecimento de depsitos pblicos e privados para onde devem ser remetidos sob confi ana os bens mveis penhorados, atribuio dessa funo ao escrivo dos autos na falta de tais depsitos, e incumbncia ao executado do prvio encargo da antecipao do pagamento de todas as despesas da diligncia e sua conservao durante um ano. Ressalva dos casos de judicial iseno do pagamento de preparos ou de custas, cabendo nesse caso ao Cofre dos Tribunais a sua antecipao e consequente sub-rogao do respectivo crdito na excusso do patrimnio do exequente, na mesma aco;

    k) Expressa consagrao da possibilidade de penhora de depsitos bancrios, regulando, designadamente, a matria da determinao e disponibilidade do saldo penhorado;

    l) Estabelecimento do incidente de oposio penhora por parte do executado, com fundamento na sua ilegalidade.

    85. Limitao do concurso de credores aos crditos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados.

    86. Reformulao da fase da venda a incidir, designa-damente nos seguintes aspectos:

    a) Ampliao e fl exibilizao das situaes em que possvel proceder s diversas modalidades de venda extrajudicial;

    b) Consagrao, como forma de venda judicial a venda mediante propostas em carta fechada;

    c) Eliminao da fi gura da venda por hasta pblica;

    d) Estabelecimento da possibilidade de o tribunal determinar, quer a modalidade de venda quer a avaliao do valor venal do bem objecto da venda;

    e) Consagrao da fi gura de um mediador ofi cial, em especial, para a modalidade da venda por negociao particular.

    87. Eliminao das formas de processos especiais actu-almente existentes cujas controvrsias sejam susceptveis de soluo pela via da aco declarativa comum, ou sua integrao numa das suas fases, designadamente as possessrias, de arbitramento e da venda do penhor.

    88. Manuteno, entretanto, dos processos especiais cujo regime consta de legislao avulsa, como sucede, designadamente, com as aces de despejo de prdios urbanos e com as respeitantes a litgios decorrentes do arrendamento rural, aprovados, respectivamente pelo Decreto n. 43.525, de 15 Abril de 1961 e pelo Decreto-Lei n 38/83, de 4 de Junho, com as modifi caes neste, operadas pelo Decreto-Lei n 98/91, de 24 de Agosto.

    89. Alterao do processo especial de interdio e inabi-litao, atribuindo-se-lhe um mbito mais alargado para todas as situaes de diminuio da capacidade jurdica das pessoas singulares, com a designao de aco sobre o estado psquico, somtico e comportamental dos indi-vduos, e consequente reformulao substancial da sua tramitao. Consagrao do regime de sigilo processual para esta forma do processo e imputao de responsabili-dade civil, disciplinar e penal em caso da sua violao.

    90. Reformulao dos trmites do processo de prestao de contas como processo especial, designadamente atra-vs da consagrao expressa dos poderes de indagao ofi ciosa do tribunal e reforo dos poderes de direco por parte do juiz.

    91. Actualizao do processo especial de Reforma dos ttulos com a consagrao de uma subespcie destinada apreciao na mesma sede necessria dos actos registais e notariais que a lei autorize que sejam processados por meio informtico.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 163

    92. Reformulao no sentido da clarifi cao do regime do processo especial de reviso de sentenas estran-geiras, designadamente, atribuindo-se relevo especial ao requisito da competncia internacional do tribunal sentenciador, necessidade de observncia dos prin-cpios do contraditrio e da igualdade das partes e ao aperfeioamento da regra do afastamento da deciso de carcter ofensivo para com a ordem pblica internacional do Estado Cabo-verdiano.

    93. Manuteno do processo especial de liquidao de patrimnio em benefcio dos credores, enquanto se no opera por via legislativa prpria substancial reformula-o e autonomizao do Processo Civil relativo ao regime de recuperao das empresas comerciais.

    94. No obstante, compatibilizao, com estrita pre-ocupao de legstica formal, do referenciado processo especial de liquidao de crditos, com o regime estabe-lecido no Cdigo das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Legislativo n 3/99, de 29 de Maro.

    95. Igual necessidade de compaginao desse processo especial, relativamente s recentes reformas penal e pro-cessual penal, aprovadas, respectivamente atravs dos Decretos-Legislativos nmeros 4/2003, de 18 de Novembro e 2/2005, de 7 de Fevereiro, designadamente na actualizao das situaes de inadimplncia por parte das sociedades a serem sancionadas como sendo ilcito penal.

    96. Eliminao da obrigatoriedade de instaurao de inventrio orfanolgico pelo Ministrio Pblico em represen-tao dos menores e aligeiramento dos demais trmites.

    97. Incorporao no Cdigo do Processo Civil do leque de aces relacionadas com as reformas processuais j operadas entre ns no mbito das relaes da famlia, mais concretamente nas relaes conjugais, decorrentes da suspenso da relao matrimonial, pela separao dos cnjuges, ou da dissoluo do casamento, pelo divrcio e nas vicissitudes decorrentes das relaes de convivncia em unio de facto, em particular pelo seu rompimento.

    98. Consagrao da faculdade de realizao de divrcio amigvel perante notrio, circunscrito embora s situa-es em que no haja fi lhos menores ou equiparados na dependncia do casal.

    99. Consagrao, nas disposies gerais respeitantes aos processos de jurisdio voluntria, que tais processos no exigem, na 1 instncia, patrocnio obrigatrio e que das decises proferidas segundo critrios de convenincia ou oportunidade no cabe recurso.

    100. Consagrao, no mbito dos processos relativos aos fi lhos e aos cnjuges, o procedimento de atribuio, mesmo provisria, da casa de morada de famlia destinada efec-tividade na tutela judicial dos interesses do menor.

    101. Reconhecimento da autonomia normativa da composio dos interesses, seja por via de arbitragem em resultado recente aprovao Lei n 76/VI/2005, de 16 de Agosto que d devida densifi cao permisso constitucional de criao de tribunais arbitrais, seja pela entrada em vigor, do Decreto-Lei n 31/2005, de 9 de Maio, que estabelece entre os meios alternativos para a resoluo dos confl itos a via da mediao de confl itos entre as partes.

    Artigo 3

    Durao

    A presente autorizao legislativa tem a durao de cento e vinte dias.

    Artigo 4

    Entrada em vigor

    A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Aprovada em 28 de Janeiro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima

    Promulgada em 2 de Maro de 2010.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, PEDRO VERONA RO-DRIGUES PIRES

    Assinada em 3 de Maro de 2010.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima.

    Comisso Permanente

    Resoluo n. 95/VII/2010

    de 8 de Maro

    Ao abrigo da alnea a) do artigo 55 do regimento da Assembleia Nacional, a Comisso Permanente delibera o seguinte:

    Artigo nico

    Deferir o pedido de suspenso temporria de mandato do Deputado Mrio Anselmo Couto de Matos, eleito na lista do PAICV pelo Crculo Eleitoral de So Vicente, por um perodo compreendido entre 17 e 27 de Fevereiro de 2010.

    Aprovada em 23 de Fevereiro de 2010.

    Publique-se.

    O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Rai-mundo Lima

    Gabinete do Presidente

    Despacho de Substituio n 96/VII/2010

    Ao abrigo do disposto na alnea b) do artigo 24 do Regimento da Assembleia Nacional, conjugado com o disposto nos artigos 4, 5 e n 2 do artigo 6 do Estatuto dos Deputados, defi ro, a requerimento do Grupo Parla-mentar do PAICV, o pedido de substituio temporria de mandato do Deputado Mrio Anselmo Couto de Matos, eleito na lista do PAICV pelo Crculo Eleitoral de So Vicente, pelo candidato no eleito da mesma lista, Senhor Alexandre Ramos Lopes.

    Publique-se.

    Assembleia Nacional, na Praia, aos 24 de Fevereiro de 2010. O Presidente, Aristides Raimundo Lima.

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  • 164 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    CONSELHO DE MINISTROS

    Decreto-Lei n 3/2010

    de 8 de Maro

    O presente diploma legal sobre frias, faltas e licenas decorre, em primeira linha, da Lei n. 42/VII/2009, de 27 de Junho que defi ne as bases em que assenta o regime da Funo Pblica, que introduziu novas opes de polticas pblicas para a Administrao Pblica que necessitam, naturalmente, de serem desenvolvidas e concretizadas atravs de novos instrumentos legislativos, mas tambm de outras alteraes legislativas com impacto directo no sistema de gesto dos recursos humanos do Estado, designadamente a Lei n. 131/V/2001, de 22 de Janeiro, o Decreto-Lei n. 21/2006, de 27 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n. 40/2006, de 17 de Julho, o Decreto-Lei n. 5/2004, de 16 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n. 51/2005, de 25 de Julho, diplomas que regulam o novo modelo de proteco social dos trabalhadores por conta de outrem, sejam eles do Estado ou do sector privado, com solues inovadoras nos pressupostos das prestaes sociais, na gesto dos recursos e nos circuitos e procedimentos.

    Este diploma enquadra-se neste ambiente geral, no ignorando a possibilidade da existncia de um nmero excessivo de funcionrios, condicionar em grande me-dida as aces de gesto racional, por falta de espaos condignos, de equipamentos, de materiais e de recursos fi nanceiros. Ciente desse facto, o Governo tem adoptado uma poltica de congelamento para a generalidade das ca-tegorias da funo pblica. Ora, torna-se ainda necessrio evitar o empolamento dos efectivos por vias indirectas, atravs de processos rgidos que impossibilitam ou agra-vam sobremaneira as opes de funcionrios e agentes em experimentarem outras solues profi ssionais, ainda que no defi nitivas, naturalmente que mediante regras e critrios que salvaguardem os interesses gerais do Estado.

    A rigidifi cao de solues, tanto em matria de mobi-lidade em sentido estrito, como em matria de licenas, muitas vezes acarreta prejuzos para o prprio Estado, impondo aos funcionrios e agentes um leque demasiado restrito de opes profi ssionais.

    No quadro da necessidade da criao de um ambiente de maior motivao e incentivo para os funcionrios, procedeu-se a signifi cativas alteraes no regime de faltas, adequando as solues s novas leis sobre essa matria, especialmente a legislao sobre a segurana social, mas tambm prpria realidade da Funo P-blica e do pas.

    Assim, nos termos dos artigos 71 a 73 da Lei n 42/VII/2009, de 27 de Julho que defi ne as bases em que assenta o regime da Funo pblica;

    No uso da faculdade conferida pela alnea c) do n 2 do artigo 203 da Constituio, o Governo decreta o seguinte:

    CAPTULO I

    Objecto e mbito

    Artigo 1

    Objecto e mbito de aplicao

    1. O presente diploma estabelece o regime de frias, faltas e licena dos funcionrios da Administrao Pblica.

    2. O presente diploma aplica-se aos funcionrios dos servios civis da administrao central, da administrao local autrquica e ainda aos funcionrios dos institutos pblicos e de outras pessoas colectivas cujo estatuto de pessoal esteja expressamente sujeito ao regime de direito pblico.

    CAPTULO II

    Frias

    Artigo 2

    Direito a frias

    1. O Direito a frias adquire-se com a constituio da relao jurdica de emprego pblico.

    2. O direito a frias deve efectivar-se de modo a possi-bilitar a recuperao fsica e psquica dos funcionrios e assegurar-lhes as condies mnimas de disponibilidade pessoal, de integrao na vida familiar e de participao social e cultural.

    3. O pessoal abrangido pelo presente diploma tem di-reito em cada ano civil a um perodo de 22 (vinte e dois) dias teis de frias.

    4. O direito a frias vence no dia 1 de Janeiro de cada ano e reporta-se, em regra, ao servio prestado no ano civil anterior.

    5. O direito a frias irrenuncivel e imprescritvel e o seu gozo efectivo no pode ser substitudo por qualquer compensao econmica, ainda que com o acordo do in-teressado, salvo nos casos expressamente previstos nos n 7 e 8 do artigo 8 e n. 3 do artigo 49.

    6. As frias podem ser gozadas em meios-dias, no mxi-mo de 5 (cinco) meios-dias, seguidos ou interpolados, por exclusiva iniciativa do funcionrio ou por convenincia da Administrao Pblica.

    7. Durante as frias no pode ser exercida qualquer actividade remunerada, na Administrao Pblica, salvo se a mesma j vinha sendo legalmente exercida.

    Artigo 3

    Antecipao do gozo de frias referentes ao primeiro ano de servio

    No ano civil de ingresso, a partir dos 90 (noventa) dias de prestao efectiva de servio, o funcionrio pode gozar antecipadamente 6 (seis) ou 5 (cinco) dias teis de frias, por cada 3 (trs) meses completos de servio at 31 de Dezembro desse ano.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 165

    Artigo 4

    Vencimento durante as frias

    Durante o perodo de frias, o funcionrio tem direito aos seus vencimentos certos, como se encontrasse em servio efectivo, mas no as gratifi caes, abonos por inerncia ou por acumulao.

    Artigo 5

    Marcao das frias

    1. As frias podem ser gozadas seguidas ou interpola-damente, no podendo ser gozadas, seguidamente, mais dias teis do que o previsto no n. 3 do artigo 2, sem prejuzo dos direitos j adquiridos, pelo pessoal abrangido pelo presente diploma, nem, no caso de gozo interpolado, um dos perodos ser inferior a 11 (onze) dias, salvo o disposto no artigo 3.

    2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior e salvo os casos de convenincia de servio devidamente fun-damentada, no pode ser imposto ao funcionrio o gozo interpolado das frias a que tem direito.

    3. As frias devem ser marcadas de acordo com os interesses das partes, sem prejuzo de se assegurar, em todos os casos, o regular funcionamento dos servios.

    4. At 31 de Janeiro de cada ano, devem os funcionrios ou agentes indicar o perodo do ano em que preferem gozar as frias.

    5. Na falta de acordo, as frias so fi xadas pelo diri-gente competente para o perodo entre 1 de Maio e 31 de Outubro.

    6. Sem prejuzo do disposto no n. 3, aos cnjuges e unidos de facto que trabalhem no mesmo servio ou or-ganismo, dada preferncia na marcao de frias em perodo coincidente.

    Artigo 6

    Mapa de frias

    1. At 31 de Maro de cada ano, os servios devem elaborar o mapa de frias e dele dar conhecimento aos respectivos funcionrios.

    2. Salvos os casos resultantes de convenincia de servio, devidamente fundamentada, o mapa de frias s pode ser alterado posteriormente a 31 de Maro por acordo entre os servios e os interessados.

    Artigo 7

    Gozo de frias

    1. As frias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, salvo se, por motivo de servio, no puderem ser gozadas nesse ano, caso em que pode haver acumulao de frias para o ano seguinte.

    2. Por ocasio do gozo de frias, o funcionrio deve in-dicar, sempre que possvel, ao respectivo servio a forma como pode eventualmente ser contactado.

    Artigo 8

    Suspenso e alterao de frias

    1. As frias so suspensas por motivo de maternidade, paternidade ou adopo, podendo o seu gozo ter lugar em momento a acordar com o servio.

    2. As frias so igualmente, suspensas por doena, e para a assistncia inadivel e imprescindvel a familiares doentes, situaes em que se aplica, com as necessrias adaptaes, o regime das faltas por doena.

    3. Ultrapassado o prazo de 5 (cinco) dias teis previsto no n 2 do artigo 22, as frias so suspensas a partir da data da entrada no servio do documento comprovativo da doena.

    4. Os restantes dias de frias so gozados em momento a acordar com o dirigente do servio, at ao termo do ano civil imediato ao do regresso ao servio.

    5. Por razes imperiosas e imprevistas decorrentes do funcionamento do servio, pode ainda ser determinada a suspenso das frias por despacho fundamentado do dirigente que autorizou o seu gozo, podendo o perodo correspondente suspenso ser gozado, nos termos do nmero anterior.

    6. A suspenso das frias dos dirigentes mximos dos servios, nas condies previstas no nmero anterior determinada por despacho fundamentado do respectivo membro do Governo.

    7. Nos casos previstos nos ns 5 e 6, o funcionrio tem direito a ser compensado proporcionalmente pelos dias de frias no gozados, sem prejuzo de outra compensao mais elevada que, em face das circunstncias, se impuser, desde que tal fi que demonstrado de forma inequvoca.

    8. O disposto nos ns 5 e 6 aplicvel s situaes de adiamento de frias, por convenincia de servio, para alm de um ano.

    Artigo 9

    Impossibilidade do gozo de frias

    1. O disposto no n. 4 do artigo anterior aplicvel aos casos em que o funcionrio no possa gozar, no respec-tivo ano civil, a totalidade ou parte de frias j vencidas nomeadamente por motivo de maternidade, paternidade, adopo ou doena.

    2. O perodo de suspenso de frias, por motivo de maternidade, paternidade, adopo ou doena, d direito aos subsdios previstos na lei e ao vencimento parcial que corresponde diferena entre o vencimento lquido a que teria direito e o subsdio pago pela previdncia social.

    3. Cabe ao servio de administrao dos recursos hu-manos da entidade onde est afecto o funcionrio reme-ter ofi ciosamente as provas referentes interrupo de frias ao Instituto Nacional da Previdncia Social para efeitos de subsdio.

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  • 166 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    Artigo 10

    Frias em caso de cumprimento de servio militar

    Se o funcionrio estiver a cumprir servio militar obrigatrio sem que tenha gozado as frias vencidas, tem direito a gozar as respectivas frias no prprio ano de regresso ao servio, aps a prestao do servio militar.

    Artigo 11

    Frias em caso de cedncia especial para o sector privado

    1. Se a cedncia especial do funcionrio, nos termos da mobilidade, ocorrer antes do gozo de frias j vencidas, o gozo das mesmas resultam de acordo celebrado.

    2. Na ausncia de acordo, o funcionrio tem direito a re-ceber a remunerao correspondente ao perodo de frias, bem como ao correspondente subsdio, caso houver.

    Artigo 12

    Frias em caso de cessao defi nitiva de funes

    1. Se a cessao defi nitiva de funes ocorrer antes do gozo de frias j vencidas, o funcionrio tem direito a re-ceber a remunerao correspondente ao perodo de frias, bem como ao correspondente subsdio, caso houver.

    2. Se a cessao ocorrer antes de gozado, total ou par-cialmente, o perodo de frias vencido em 1 de Janeiro desse ano, o funcionrio tem ainda direito remunerao correspondente ao perodo de frias relativo ao tempo de servio prestado no ano em que se verifi car a cessao de funes.

    3. O perodo de frias a que se referem os nmeros anteriores, ainda que no gozado, conta para efeitos de antiguidade, salvo disposio legal em contrrio.

    CAPTULO III

    Faltas

    Seco I

    Disposies gerais

    Artigo 13

    Conceito de falta

    1. Considera-se falta a ausncia do funcionrio durante a totalidade ou parte do perodo dirio de presena obrigatria no servio, bem como a no comparncia no local a que o mesmo deva apresentar-se por motivo de servio.

    2. No caso de horrios fl exveis, considera-se ainda como falta o perodo de tempo em dbito apurado no fi nal de cada perodo de aferio.

    3. As faltas contam-se por dias inteiros, salvo quando a lei estabelecer regime diferente.

    4. A ausncia por perodos inferiores ao perodo normal de trabalho adicionada para determinao dos perodos nor-mais de trabalho dirio em falta, nas seguintes condies:

    a) So equiparados a meio perodo dirio os tempos de ausncia a ele inferiores;

    b) So equiparados a um perodo dirio os tempos de ausncia superiores a meio perodo dirio.

    Artigo 14

    Tipos de faltas

    As faltas podem ser justifi cadas ou injustifi cadas.

    Seco II

    Faltas justifi cadas

    Artigo 15

    Faltas justifi cadas

    1. Consideram-se justifi cadas as seguintes faltas:

    a) At 6 (seis), por ocasio do casamento devendo o facto ser comunicado ao superior hierrquico imediato do funcionrio com uma antecedncia mnima de 15 (quinze) dias;

    b) At 8 (oito), por motivo de falecimento do cnjuge, unidos de facto ou de parente ou afi m no 1 grau da linha recta;

    c) At 3 (trs), por falecimento de parente ou afi m em qualquer outro grau da linha recta e no 2 e 3 graus da linha colateral;

    d) At 3 (trs) consecutivas, por motivo de doena comprovada por declarao mdica, ou de tcnicos das instituies destinadas a reabilitar a toxicodependncia ou alcoolismo, certifi cada pelo servio respectivo;

    e) Mais de 3 (trs) e at 30 (trinta) consecutivas, por motivo de doena comprovada por atestado mdico;

    f) Duas por cada prova ou exame que o funcionrio tenha que prestar, sendo uma no dia da realizao da prova e outra no dia imediatamente anterior, bem assim as dadas na estrita medida das necessidades impostas pelas deslocaes para prestar provas de exame ou de avaliao de conhecimento;

    g) As dadas para prestao de provas de concurso pblico no mbito dos servios abrangidos pelo artigo 1 do presente diploma;

    h) Duas por ocasio do nascimento de um fi lho, devendo o facto ser comunicado ao servio no prprio dia em que ocorrer o nascimento ou, excepcionalmente, no dia seguinte, e justifi cada por escrito logo que o funcionrio se apresente ao servio;

    i) As ocorridas durante o perodo de incapacidade de trabalho de funcionrios ou agentes vtimas de acidentes considerados de servio;

    j) At 15 (quinze) por ano, para prestar assistncia inadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, a membro do agregado familiar do funcionrio;

    k) As motivadas pelo tempo necessrio para a doao de sangue;

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    Oilides VitteHighlight

  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 167

    l) As dadas pelos funcionrios que pertenam a associaes humanitrias, durante os perodos necessrios para ocorrer a incndios ou a quaisquer outros acidentes em que a sua presena seja exigida pelos regulamentos aplicveis, devendo a justifi cao ser feita mediante apresentao da declarao da respectiva associao no prazo de 48 (quarenta e oito) horas em que o funcionrio esteve ocupado e bem assim a indicao dos factos;

    m) As motivadas pelo cumprimento de obrigaes legais ou por imposio de autoridade judicial, policial ou militar;

    n) As dadas por motivo de priso preventiva;

    o) Um por ms por conta do perodo de frias, do prprio ano ou do seguinte, se tiver j gozado as frias no ano em que ocorrerem as faltas;

    p) As dadas no exerccio do direito greve;

    q) As que forem prvia ou posteriormente autorizadas pelo dirigente, no podendo em caso algum ultrapassar 6 (seis) dias em cada ano civil e um dia por ms;

    r) As que resultam do crdito de horas concedido aos representantes sindicais dos funcionrios nos mesmos termos da legislao laboral;

    s) As no imputveis ao funcionrio, determinadas por facto qualifi cado como calamidade pblica pelo Conselho de Ministros, ou por motivos no previstos no presente diploma que impossibilitem o cumprimento do dever de assiduidade ou o difi cultem em termos que afastem a sua exigibilidade;

    t) As dadas por maternidade ou paternidade e adopo;

    u) As dadas para consultas pr-natais, podendo ser exigida a apresentao de documento comprovativo da realizao de consulta;

    v) As dadas pelo praticante desportivo em regime de alta competio ao abrigo do Decreto-Lei n. 86/97, de 31 de Dezembro;

    w) As dadas para participao em seminrios, estudos e pesquisas.

    2. No caso a que se referem as alneas f) e g), pode o dirigente do servio de que o funcionrio dependa, exigir a todo o tempo, prova da necessidade das referidas deslo-caes e do horrio das provas de exame ou de avaliao de conhecimentos.

    3. Nos casos a que se refere a alnea e), quando a ausn-cia exceder o perodo de 30 (trinta) dias, superiormente determinada a apresentao a Comisso de Verifi cao de Incapacidades.

    4. O funcionrio que ao abrigo da alnea o) pretenda faltar ao servio deve participar essa inteno ao res-

    pectivo dirigente, por escrito, na vspera ou, se no for possvel, no prprio dia, oralmente, podendo este recusar a autorizao por convenincia de servio.

    5. A participao oral a que se refere na alnea anterior deve ser reduzida a escrito no dia em que o funcionrio regressar ao servio.

    Artigo 16

    Efeitos das faltas justifi cadas

    1. As faltas justifi cadas no interrompem a efectividade do servio, nem determinam a perda de remuneraes ou de quaisquer direitos ou regalias salvo o disposto nos nmeros seguintes.

    2. As faltas previstas nas alneas d), e), i), j), e t) do n. 1 do artigo anterior implicam sempre a perda parcial das remuneraes correspondentes aos dias de ausncia, com direito a subsdios previstos no sistema de previdncia social.

    3. A remunerao parcial prevista no nmero anterior igual diferena entre a remunerao lquida a que o funcionrio teria direito e o subsdio pago pela previ-dncia social.

    4. As faltas dadas no exerccio de direito da greve im-plicam sempre a perda de remuneraes correspondentes aos dias de ausncia, mas no descontam para efeitos de antiguidade.

    5. As faltas por motivo de priso preventiva implicam a perda do vencimento de exerccio.

    6. A perda do vencimento de exerccio decorrente priso preventiva reparada em caso de revogao, de absolvio ou de condenao em pena diversa da pena de priso efectiva.

    7. O cumprimento da pena de priso por funcionrio implica a perda total do vencimento e da contagem do tempo de servio para qualquer efeito.

    Artigo 17

    Maternidade

    1. A funcionria tem direito a uma dispensa por ma-ternidade de 60 (sessenta) dias a serem gozadas conse-cutivamente a seguir ao parto, salvo o disposto no n. 3.

    2. No caso de nascimentos mltiplos, o perodo de li-cena previsto no nmero anterior acrescido de 10 (dez) dias por cada gemelar alm do primeiro.

    3. Em caso de situao de risco clnico que importa o internamento hospitalar, dispensa por maternidade acresce um perodo anterior ao parto, pelo perodo indi-cado no documento mdico adequado.

    4. Em caso de internamento hospitalar da me ou da criana durante o perodo da dispensa aps o parto, este perodo interrompido, a pedido daquela pelo tempo de durao do internamento.

    5. Em caso de interrupo da gravidez, a mulher tem direito dispensa com a durao prescrita pelos servios mdicos.

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  • 168 I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010

    Artigo 18

    Paternidade

    O funcionrio tem direito dispensa por paternidade, de durao igual ao estabelecido no n. 1 do artigo 17, em caso de morte ou incapacidade fsica ou psquica da me da criana, e enquanto a incapacidade se mantiver.

    Artigo 19

    Adopo

    1. Em caso de adopo de menor de 10 (dez) anos, o candidato adoptante tem direito a licena para acom-panhamento do menor, com incio a partir da confi ana judicial.

    2. Quando a confi ana consistir na confi rmao da per-manncia do menor a cargo do adoptante, este tem direito a licena, desde que data em que o menor fi cou de facto a seu cargo tenha ocorrido h menos de 30 (trinta) dias, e at data em que se completem 60 (sessenta) dias.

    3. Se ambos os cnjuges forem trabalhadores, o direito referido nos nmeros anteriores s pode ser exercido por um dos membros do casal candidato a adoptante.

    4. O disposto nos ns 1 e 2 no se aplica se o menor for fi lho do cnjuge do candidato a adoptante ou se j encon-trar a seu cargo h mais de 60 (sessenta) dias.

    5. A licena de adopo igual da maternidade.

    Artigo 20

    Dispensa para amamentao

    1. Para efeitos de amamentao, a funcionria tem direito, durante os primeiros 6 (seis) meses seguir ao parto, a 45 (quarenta e cinco) minutos de dispensa em cada perodo de trabalho.

    2. Tem ainda direito a um subsdio de aleitamento nos termos estabelecidos pelo sistema de proteco dos trabalhadores por conta de outrem.

    Artigo 21

    Dispensa para participao em seminrios, estudose pesquisas

    1. O funcionrio tem direito dispensa para partici-par em palestras e seminrios relacionados com a sua formao ou de interesse para o servio.

    2. A dispensa referida no nmero anterior no pode ser superior a 5 (cinco) dias consecutivos.

    Artigo 22

    Justifi cao da doena

    1. A doena deve ser comprovada, nos termos da alnea d) e e) do artigo 15, mediante apresentao de atestado m-dico ou declarao mdica passada por estabelecimento hospitalar ou centro de sade ou ainda por tcnico das instituies destinadas a reabilitar a toxicodependncia ou alcoolismo.

    2. O funcionrio impedido de comparecer por motivo de doena deve, por si ou por interposta pessoa, comunicar

    o facto ao servio, indicando o local onde se encontra e apresentar o documento comprovativo no prazo de 5 (cinco) dias teis.

    3. A no comunicao do facto nos termos da primeira parte do nmero anterior implica, se no for devidamente fundamentada, a injustifi cao das faltas dadas at data da entrada do documento comprovativo nos servios.

    4. Os documentos comprovativos da doena podem ser entregues directamente nos servios ou enviados aos mesmos atravs do correio, devidamente registados, rele-vando, neste ltimo caso, a data da respectiva expedio, caso a sua entrada nos servios for posterior ao limite dos referidos prazos.

    Artigo 23

    Meios de prova

    1. O atestado mdico deve ser passado sob compromis-so de honra, indicando o local de trabalho do mdico, o nmero da sua inscrio na Ordem dos Mdicos de Cabo Verde, o nmero do bilhete de identidade ou passaporte do funcionrio ou agente e a meno expressa da impos-sibilidade de comparncia deste ao servio e da durao previsvel da doena.

    2. A declarao de doena deve ser devidamente au-tenticada e assinada pelo mdico, devendo dela constar, alm dos elementos referidos no nmero anterior, o facto de ter ou no havido lugar a internamento.

    3. Quando tiver havido lugar a internamento e este cessar, o funcionrio deve apresentar-se ao servio, com o respectivo documento de alta ou, no caso de ainda no estar apto a regressar, proceder comunicao e apre-sentar documento comprovativo da doena nos termos do disposto no artigo anterior, contando-se os prazos respectivos a partir do dia em que tiver alta.

    4. Cada atestado mdico ou declarao de doena vlido pelo perodo que o mdico indicar como durao previsvel da doena, o qual no pode exceder 30 (trinta) dias.

    Artigo 24

    Doena ocorrida no estrangeiro

    1. O funcionrio que adoea no estrangeiro deve, por si ou por interposta pessoa, comunicar o facto ao servio no prazo de 7 (sete) dias teis.

    2. Salvo a ocorrncia de motivos que o impossibilitem ou difi culte em termos que afastem a sua exigibilidade, os documentos comprovativos de doena ocorrida no estrangeiro devem ser visados pela autoridade compe-tente da misso diplomtica ou consular do pas onde o interessado se encontra doente e entregues ou enviados ao respectivo servio no prazo de 20 (vinte) dias teis.

    3. Se a comunicao e o documento comprovativo de doena forem enviados atravs do correio sob registo, tomar-se- em conta a data da respectiva expedio, para efeitos de cumprimento dos prazos referidos nos nmeros anteriores, caso a data da sua entrada nos servios for posterior ao limite daqueles prazos.

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  • I SRIE NO 9 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 8 DE MARO DE 2010 169

    Artigo 25

    Verifi cao domiciliria da doena

    1. Salvo nos casos de internamento e de doena ocorrida no estrangeiro, pode o dirigente competente proceder a diligncias de verifi cao no domiclio ou no local em que o funcionrio se encontre doente.

    2. Se o funcionrio no for encontrado no seu domi-clio ou no local onde tiver indicado estar doente, ou se a verifi cao domiciliria no tiver tido lugar por obs-truo de cnjuge ou familiares que vivam em regime de economia domstica com o funcionrio ou agente, as faltas dadas so consideradas injustifi cadas, salvo se o interessado demonstrar por meios de provas adequados, no prazo de 2 (dois) dias, que a sua ausncia se deve a motivo atendvel ou que a obstruo se processou sua completa revelia.

    Artigo 26

    Interveno da Comisso de Verifi cao de Incapacidades

    1. Salvo nos casos de internamento e a doena ocorrida no estrangeiro, atingido o limite de 30 (trinta) dias con-secutivos de ausncia ao servio por motivo de doena justifi cada nos termos dos artigos anteriores, se o funcio-nrio no estiver em condies de regressar ao servio submetido Comisso de Verifi cao de Incapacidades adiante designada CVI.

    2. O disposto no n. 1 aplicvel independentemente do nmero de faltas dadas nas situaes em que a actuao do funcionrio indicie comportamento fraudulento.

    3. Para efeitos do disposto neste artigo consideram-se apenas as faltas motivadas por doena do prprio funcionrio.

    4. Para efeitos do disposto neste artigo, o servio de que dependa o funcionrio deve, nos 5 (cinco) dias ime-diatamente posteriores data em que se completarem os 30 (trinta) dias consecutivos de doena, mand-lo apresentar-se CVI.

    5. Se a CVI considerar o interessado apto para regres-sar ao servio, as faltas dadas no perodo, de tempo que mediar entre o termo do perodo de 30 (trinta) dias e o pa-recer da CVI so consideradas justifi cadas por doena.

    6. Para efeitos do disposto neste artigo, o perodo de 30 (trinta) dias consecutivos de faltas conta-se seguida-mente, mesmo nos casos em que haja transio de um ano civil para o outro.

    Artigo 27

    Limite de faltas justifi cadas pela CVI

    1. A CVI pode justifi car as faltas por doena dos funcio-nrios por sucessivos perodos de 30 (trinta) dias at ao limite mximo de 1095 (mil e noventa e cinco) dias.

    2. Excepcionalmente e para determinadas doenas, a defi nir por despacho do Ministro da Sade, o limite mximo pode ser prorrogado por perodo superior ao previsto no nmero anterior.

    Artigo 28

    Submisso CVI independentemente da ocorrnciade faltas por doena

    1. Quando o comportamento do funcionrio indiciar perturbao psquica que comprometa o normal desem-penho das suas funes, o dirigente mximo do servio pode mandar submeter o funcionrio CVI.

    2. A submisso CVI considera-se, neste caso, de manifesta urgncia.

    Artigo 29

    Obrigatoriedade de submisso CVI

    1. O funcionrio que, nos termos dos artigos anterio