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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CURSO DE INFRA-ESTRUTURA DE VIAS DE TRASPORTES INTEGRADO
AO ENSINO MÉDIO
ALBERTA WAGNER KUNKEL
AMANDA SCHIMID
MICHELLI SARDI ASTORI
WENDEL FONTES CHERRA
ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA E INJEÇÕES
VITÓRIA
2011
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ALBERTA WAGNER KUNKEL
AMANDA SCHIMID
MICHELLI SARDI ASTORI
WENDEL FONTES CHERRA
ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA E INJEÇÕES
VITÓRIA
2011
Seminário feito no intuito de
obtenção de nota parcial, na
matéria de Mecânica dos Solos,
com o professor Carlos Augusto.
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1 SUMÁRIO
2 INTRODUÇÃO..................................................................................................1
3 ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA E INJEÇÕES.......................................................2
4 CONCLUSÃO...................................................................................................9
5 REFERÊNCIAS..............................................................................................10
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2 INTRODUÇÃO
A adição de agentes cimentantes é uma técnica de tratamento de solos que
visa melhorar suas propriedades geotécnicas. Esta técnica esta sendo muito
utilizada para pavimentação, controle de erosão, estabilização de encostas e
reforço de camadas superficiais de solo.
As estabilizações químicas são geralmente obtidas através de misturas de solo
com alguns componentes químicos, entre eles está a cal e cimento.
Milton Vargas (Niterói, 17 de fevereiro de 1914) é um engenheiro
eletricista e civil brasileiro, especializado em mecânica de solos. No ano de
1977 ele conceituou solo-cimento como o produto de uma mistura compacta de
solo com cimento e água, produzindo assim um novo material, com uma alta
resistência, baixa deformabilidade, durabilidade e fatores agressores como a
água, aos efeitos térmicos, e as baixas temperaturas sendo, assim, muito
aplicada em obras de engenharia civil.
Vargas afirmou que a aplicação de solo-cal ou solo-cimento possui uma série
de vantagens quando usado como base de construção de pavimentos semi-
rígidos: possui uma boa resistência com um baixo custo, diminuindo as
pressões no subleito, tendendo a deforma-se pouco quando submetido a
esforços de carregamento, e não perdendo sua resistência na presença de
água. Entretanto, é necessário que se leve em consideração o aspecto da
reflexão de trincas no revestimento betuminoso, pois estes fatores têm
desmotivado o uso destes materiais na construção de pavimentos.
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3 ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA E INJEÇÕES
Há tipos de estabilização de solos em que se emprega uma substância
química cujas propriedades de agregar, ou pelo contrário, dispersar as
partículas de solo é notório. O cloreto de cálcio pode ser usado como um
fixador de umidade nas estabilizações mecânicas, e a cal pode ser usada como
um aditivo para melhorar o comportamento e economizar cimento nas
estabilizações com cimento portland. Entretanto essas são utilizações de
produtos químicos como aditivos secundários.
Mas, a própria cal poderia ser utilizada como um agente estabilizador
primário e único. Sua ação principal está na concentração de cátions trocáveis
na água intersticial do solo – a qual produz uma retração da camada ionizada
em torno das partículas. Mas com o tempo aparece também uma expansão
dessa camada, devido ao alto pH da cal. É uma ação cimentadora, semelhante
ao que acontece com as pozolanas e as “cinzas-volantes”. Disso resulta um
aumento da resistência a compressão simples de corpos de prova moldados e
curados durante vários dias.
O proporcionamento da porcentagem de cal para a estabilização poderá
ser feito por uma série de ensaios californianos, moldados e curados e depois
saturados. A porcentagem de cal para atribuir ao solo um CBR desejado (por
exemplo, 50) seria a adotar. Para solos granulares essa porcentagem em geral
está entre 2 a 5%; para solos práticos, entre 5 a 10%.
Além do cimento e da cal, ainda existem 5 substâncias utilizadas para
estabilização dos solos. O Betume é uma delas. O mecanismo de estabilização
dos solos com betume pode ser sumarizado, considerando-se os solos de
natureza arenosa e os de granulometria fina. Nos primeiros, o betume tem por
função promover a ação ligante de partículas e, no segundo, considerando-se
que estes já apresentam parcela coesiva, o aditivo tem por função promover a
impermeabilização do solo, de forma a serem conservadas as suas
características inerentes às condições de compactação.
Há ainda uma série de produtos industrializados cuja composição é,
muitas vezes, guardada como segredo industrial. Uma forma de verificar em
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laboratório a eficiência de tais produtos é conduzir uma série de ensaios
californianos na linha que foi acima sugerida.
Na estabilização solo-cimento, um fator de grande importância, é a
presença de sulfatos no solo, pois de acordo com PETRUCCI (1978), os
sulfatos podem reagir com o hidróxido de cálcio e alumina livre do cimento,
formando o sulfo-aluminato, de natureza expansiva, podendo até inviabilizar o
uso do cimento como estabilizante químico em estradas.
O efeito do cimento, nos solos granulares, destina-se, principalmente, a
criar ligações nos contatos intergranulares, de modo a garantir um aumento da
parcela resistente relativa à coesão. Nos solos finos, os grãos de cimento
comportam-se como núcleos, aos quais aderem as partículas que o rodeiam
formando regiões de material floculado que apresentam ligações oriundas dos
fenômenos de cimentação.
Para a estabilização de camadas do terreno natural, visando reforços de
fundação, estabilidade de taludes e facilidade de escavação, usam-se as
injeções. Essas injeções consistem na introdução por meio de sondagens, de
tubos perfurados, cujos furos são protegidos por uma camisa de borracha
(”tubos a manchete”) no solo. Através desses tubos são injetadas, sob pressão
controlada, por meio de bombas, uma ou várias substâncias químicas no solo
com a finalidade de estabilizá-lo.
É uma técnica só aparentemente semelhante a da injeção de caldas de
cimento em rochas fissuradas, mas, na realidade, o processo baseia-se em
fenômeno totalmente diferente.
A calda a ser injetada é constituída por uma substância química
dissolvida ou em suspensão da água. É necessário, portanto, que se houver
partículas em suspensão essas sejam de diâmetro menor que o dos poros do
solo. A relação entre diâmetro das partículas em suspensão e diâmetro dos
poros é chamada de “injetabilidade” de calda no solo em questão. Nos solos
define-se essa relação como a relação entre diâmetro de 85% das partículas
da calda. Sugere-se que essa relação seja:
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D15 solo ≥ 25
D85 calda
É necessário, além disso, considerar a estabilidade da calda que está
sendo injetada. Uma calda estável é aquela que se mantém fluida durante todo
o tempo necessário para a operação de injeção. Se, por exemplo, se deseja
injetar bentonita numa areia para estabilizá-la, é necessário verificar o tempo
em que a bentonita tende a flocular-se e depositar-se e, se ele não for
suficiente, usar um agente dispersador que impeça a floculação da suspensão.
Se, por outro lado, se injetam dois produtos químicos que, reagindo entre si,
precipitem uma substância estabilizante, será necessário saber o tempo de
ração, para que se programe a injeção com tempo certo ou se injete os dois
produtos separadamente.
Sobre os tipos de injeções corretamente empregados, daremos uma
breve notícia:
Injeção de cimento – Esse tipo de injeção, dos mais difundidos, consiste em
injetar uma calda de cimento no terreno, através de tubos galvanizados de 2” a
3” de diâmetro, com a ponta aberta ou paredes perfuradas, os quais são
cravados até a cota em que se deseja a consolidação.
Quanto a relação água/cimento, aconselha-se iniciar a injeção com
caldas bem ralas (200 litros e água por saco de cimento) e terminar com caldas
grossas (40 litros por saco).
As injeções de cimento são aplicadas com sucesso aos solos granulares
(desde o pedregulho até a areia fina), limitando-se o seu emprego aos solos
cujo diâmetro efetivo é superior a 1 mm (D10% > 1 mm).
Nos solos arenosos de granulometria fina, é de boa técnica, antes de
iniciar a injeção da calda, forçar uma injeção de água em tubos alternados,
criando assim canais no solo entre vários tubos.
Tendo em vista que o material sobre o qual assenta as fundações de
uma barragem deve ser resistente e impermeável, é usual o emprego de
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injeções de cimento para consolidar e impermeabilizar estratos rochosos
fissurados que sirvam de apoio a tais obras.
Injeção de argila – O processo baseia-se na propriedade tixotrópica de certas
argilas, ou seja, de formarem suspensões que mantêm líquidas quando
agitadas, recuperando sua resistência coesiva quando em repouso. É
particularmente o caso das bentonitas.
Injeção à base de produtos betuminosos – Consiste em injetar no solo uma
emulsão betuminosa, fluida e estável, constituída por uma dispersão de asfalto
na água, juntamente com um agente regulador do tempo de “ruptura” da
emulsão. Rompida a emulsão, as partículas de asfalto se aglomeram e
impermeabilizam o maciço.
Silicatização - O método mais conhecido de injeção química é o de Joosten,
pelo qual se injeta uma solução de silicato de sódio em água, com hidróxido de
sódio e ácido silícico coloidal. Injeta-se, também, junto ou separadamente,
(com um retardador da reação nesse ultimo caso) ácido hidroclórico ou cloreto
de cálcio, de magnésio ou férrico. Da reação resulta um gel insolúvel de sílica
que estabiliza o solo. Outro tipo de injeção consiste em injetar compostos
orgânicos, com um catalisador ou um retardador da reação de polimerização,
isto é, formando macromoléculas orgânicas que tomam radicalmente os vazios
do solo estabilizando-os.
Os progressos nessas técnicas de estabilização de solos com injeções
químicas devem-se principalmente aos engenheiros franceses da “Soletanche”
– uma conhecida firma especializada em injeções. Porém a Associação
Americana de Engenheiros Civis promoveu uma reunião sobre o assunto, onde
os engenheiros americanos, liberados por W. Lambe, mostraram que os
progressos desses métodos nos E.U.A. são notáveis.
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4 CONCLUSÃO
Qualquer solo, com exceção daqueles altamente orgânicos pode ter
suas propriedades melhoradas pela adição de cimento. A camada reciclada
com cimento resiste muito bem aos esforços gerados pelo tráfego. Uma das
suas principais características é alta resistência, baixa deformabilidade,
durabilidade na presença de água e aos efeitos térmicos. Essa conjunção de
fatores resulta numa camada econômica e com resistência suficiente para
minimizar as tensões no subleito, caso esteja sujeito a sofrer deformações
significativas. Na reciclagem com cimento, a base reciclada se comporta como
uma camada rígida.
Nem sempre é recomendável aumentar o teor de cimento para se obter
ganho de resistência, pois a camada reciclada poderá adquirir uma rigidez
exacerbada e comprometer a vida útil do pavimento. O enrijecimento da
camada pelo excesso de cimento tende a reduzir a flexibilidade do material
tornando-o mais quebradiço sob a ação do tráfego. A conseqüência desse
fenômeno é o aparecimento de trincas por reflexão na superfície do pavimento.
Solos muito argilosos necessitam de elevados teores de cimento graças
à dificuldade de homogeneização da mistura (pré-mistura com cal).
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5 REFERÊNCIAS
Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes, Arielton Fonteles
Araújo; 2009. 4.3 Dosagem das misturas de solo-cal, página 83;
Introdução à mecânica dos solos, Milton Vargas, 1981. Capítulo IV –
Estabilização dos solos. 4) Estabilização química e injeções, página 100;
Mecânica dos solos e suas aplicações, Homero Pinto Caputo, 1987.
Volume 2. Capítulo 18, Estabilização de maciços. 18-1 Injeções.
Controles construtivos utilizados em obras de reciclagem profunda,
Engenheiro Paulo Cesar Arrieiro, 2007. 5. Estabilização química, página
4;
Estabilização química de solos para fins rodoviários: estudo de caso
como produto “RBI Grade 81”, Fabrício Carlos França, 2003. 2. Revisão
de literatura, página 4.