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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Campus Experimental de Ourinhos MACROFAUNA DO SOLO COMO INDICADORA DE QUALIDADE DO SOLO EM SÃO PEDRO DO TURVO/SP Jakson José Ferreira Orientadora: Profª. Drª Maria Cristina Perusi Trabalho de conclusão apresentado junto a banca examinadora para obtenção de título de especialista em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas. Ourinhos/SP Dezembro de 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”

Campus Experimental de Ourinhos

MACROFAUNA DO SOLO COMO INDICADORA DE

QUALIDADE DO SOLO EM SÃO PEDRO DO TURVO/SP

Jakson José Ferreira

Orientadora: Profª. Drª Maria Cristina Perusi

Trabalho de conclusão apresentado junto

a banca examinadora para obtenção de

título de especialista em Gerenciamento

de Recursos Hídricos e Planejamento

Ambiental em Bacias Hidrográficas.

Ourinhos/SP

Dezembro de 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”

Campus Experimental de Ourinhos

MACROFAUNA DO SOLO COMO INDICADORA DE

QUALIDADE DO SOLO EM SÃO PEDRO DO TURVO/SP

Jakson José Ferreira

Trabalho de conclusão apresentado junto

a banca examinadora para obtenção de

título de especialista em Gerenciamento

de Recursos Hídricos e Planejamento

Ambiental em Bacias Hidrográficas.

Ourinhos/SP

Dezembro de 2012

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Banca examinadora

Profª. Drª Maria Cristina Perusi (orientadora)

Ourinhos, Dezembro 2012

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A minha esposa e minha filha.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO.................................................................................................................................. 9

ASBSTRACT ......................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA..................................................................... 11

2 OBJETIVO .......................................................................................................... 13

2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 13

2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 13

3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 14

3.1 Solo. ............................................................................................................ 14

3.2 Fauna do solo ............................................................................................... 16

3.3 Propriedades física dos solos analisados .................................................... 25

3.3.1 Textura ............................................................................................... 25

3.3.2 Densidade da partícula ...................................................................... 27

3.4 Propriedades químicas dos solos analisados .............................................. 27

3.5 Erosão do solo e alteração de propriedades físico-químicas........................ 31

4. MATERIAL E PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ........................................ 33

4.1 Material ........................................................................................................ 33

4.1.1 Descrição geral da área de estudo .......................................................... 33

4.2 Procedimento metodológico ....................................................................... 43

4.2.1 Procedimento de campo .......................................................................... 43

4.2.2 Separação e identificação da macrofauna ............................................... 45

4.2.3 Procedimento laboratoriais para analise física e química ........................ 47

4.2.3.1 Analise física ............................................................................... 47

4.2.3.2 Analise química ........................................................................... 47

4.3 Elaboração do mapa de área ...................................................................... 48

4.4 Entrevista com a Coordenadoria Assistência Técnica Integral (CATI) ....... 50

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 50

5.1 Resultados da análise quantitativa e qualitativa da macrofauna ............... 50

5.2 Resultados das analises químicas ............................................................ 56

5.3 Resultados das análises físicas ................................................................ 57

5.4 Entrevista realizada com Engenheiro Agrônomo da CATI ........................ 58

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6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 60

7. REFERÊNCIAS .................................................................................................

61

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LISTA DE FIGURAS

Figuras

Página

1. Erosão hídrica São Pedro do Turvo/SP, áreas de cerrado e pastagem ... 12

2. Proporção relativa dos principais componentes do solo ........................ 16

3. Relação do solo com fatores abióticos e bióticos .................................. 18

4. Triângulo utilizado para identificação da classe textural ........................ 26

5. Relatório de situação de recursos hídricos (2011) UGRHI 17 ............... 34

6. Recorte de carta topográfica de São Pedro do Turvo/SP ..................... 34

7. Cerrado campo restrito .......................................................................... 36

8. Pastagem degradada ............................................................................. 37

9. Eucalipto para contenção da erosão do solo ....................................... 38

10. Aspecto geral da paisagem degradada em São Pedro do

Turvo/SP................................................................................................. 39

11. Pastagem com ausência de curva em nível .......................................... 40

12. Cabeceira da erosão .............................................................................. 40

13. Imagens dos talvegues da erosão com afloramento do aquífero livre .. 41

14. Cerrado .................................................................................................. 42

15. Erosão em área de proteção permanente – São Pedro do Turvo/SP ... 42

16. Demarcação com gabarito da área de coleta ........................................ 43

17. Coleta do solo com a macrofauna ........................................................ 44

18. Coleta do solo na área de erosão .......................................................... 45

19. Separação da macrofauna ..................................................................... 45

20. Conservação da macrofauna em álcool 70% ........................................ 46

21. Estereoscópio acoplado com câmera de microfotografia nos pontos

amostrados na mata .............................................................................. 46

22. Uma das etapas da análise textural ....................................................... 47

23. Mapa da área de coleta com perímetro da erosão ................................ 49

24. Quantidade do número de indivíduos M² da Macrofauna na mata ........ 52

25. Quantidade do número de indivíduos M² da Macrofauna na pastagem 55

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Lista de tabelas

Tabelas Página

1. Atividades da Microfauna, Mesofauna e Macrofauna na ciclagem de

nutrientes e estruturação do solo ................................................................... 20

2. Macrofauna como indicador de qualidade do solo ...................................... 23

3. Nível trófico da macrofauna do solo .............................................................. 24

4. Tamanho das partículas do solo .................................................................. 26

5. Relação de pH e Saturação de Bases .......................................................... 29

6. Limites para interpretação de análise de Ca e Mg ........................................ 31

7. Analise da macrofauna do solo em mata de cerrado .................................... 50

8. Analise da macrofauna do solo em área de pastagem ................................. 53

9. Análise da macrofauna do solo em área de erosão hídrica ......................... 55

10. Resultado de analises químicas do solo ....................................................... 56

11. Resultado da determinação das classes texturais do solo e da densidade

da partícula do solo ....................................................................................... 57

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RESUMO Este trabalho teve como estudo de caso uma pastagem degradada por erosão hídrica no município de São Pedro do Turvo/SP, bairro Água do Souza. Na área em questão, há aproximadamente 80 anos, implantou-se uma voçoroca que atualmente atinge 800 metros de extensão, e nos pontos mais críticos, mais de 40 metros de profundidade e 300 metros de largura. A jusante, no sopé de uma vertente vegetada por cerrado natural, encontra-se a nascente do córrego do Souza. Desta forma, objetivou-se quantificar e qualificar a Macrofauna do solo, entendida aqui como indicador de qualidade desse recurso natural, nas seguintes condições: área de pastagem; mata e erosão. No total foram 21 pontos de amostragem, obtidas nas profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm, 20-30 cm, totalizando 61 amostras, em casos de presença de serapilheira era realizado a coleta. Para a determinação da Macrofauna, adotou-se a metodologia modificada pela Embrapa Agroecologia (2001). As análises de física do solo foram feitas de acordo com a EMBRAPA (2007) e para análise química de solo utilizou-se o método preconizado pelo Instituto Agronômico de Campinas (1997). Para avaliação do uso e manejo solo realizou-se entrevistas com os agrônomos da CATI de Ourinhos - SP e São Pedro do Turvo- SP que atuaram nesta microbacia por um período de 10 anos. Os resultados foram uma fonte para identificar a ação antrópica do homem, como que sua degradação com os recursos naturais, os solos com vegetação nativa apresentaram níveis consideráveis de biomassa por metro quadrado, somando em todas as amostragens 321 indivíduos, já a pastagem apresentou uma considerável queda somando no total 27 indivíduos, porem a erosão hídrica não apresentou nenhum individuo por metro quadrado em toda a coleta, mostrando que a degradação solo não ocorre somente na forma física. Palavra chave: erosão hídrica, Macrofauna, indicador de qualidade.

ABSTRACT This work was a grassland case study degraded by water erosion in São Pedro do Turvo / SP, the water district Souza. In the area in question, about 80 years ago, they implemented an erosion that currently reaches 800 meters in length, and most critical, more than 40 meters deep and 300 meters wide. The low, there is a lowered vegetated by natural bushland, where the outcrop of the stream Souza. Thus, the objective was to quantify and qualify the soil macrofauna, understood here as an indicator of quality of this natural resource, the following conditions: pasture area; kills and erosion. A total of 21 sampling points, obtained at 0-10 cm, 10-20 cm, 20-30 cm, totaling 61 samples in case of presence of litter collection was performed. To determine the macrofauna, we adopted a modified methodology by Embrapa Agroecology (2001). Analyses of soil physics were made according to EMBRAPA (2007) and for chemical analysis of soil used the method advocated by the Agronomic Institute of Campinas (1997). To evaluate the use and soil management held interviews with agronomists from CATI Regional Ourinhos - SP who acted in this watershed for a period of 10 years. The results were a source to identify the human action of man, showing degradation with the resources naturais.O soils with native vegetation showed significant levels of biomass per square meter, totaling 321 samples in all animals, since the pasture was a considerable drop totaling 27 animals

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in total, put water erosion did not show any animals per square meter throughout the collection, showing that soil degradation occurs not only in physical form.

Keyword: water erosion, macrofauna, quality indicator.

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1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O processo de expansão das fronteiras agrícolas sem o planejamento

adequado vem causando sérios danos aos recursos naturais, alguns deles

irreversíveis, em especial aos solos. A utilização de encostas íngremes e áreas de

mananciais para produção agropecuária, seja para produtos in natura ou

processados na indústria, vêm sendo há décadas um dos fatores de degradação

desses recursos. A falta de práticas conservacionista e uma política ambiental justa,

onde o Estado deveria cumprir o papel de orientar e fiscalizar o produtor rural seria

uma das soluções que amenizariam esse processo de degradação.

Atualmente o solo é altamente afetado pela ação humana, que

consequentemente repassa essa reação aos seres que o habitam, sejam eles

macroscópicos ou microscópicos. Esses animais apresentam necessidades

especiais para sua sobrevivência. A agricultura convencional vem dizimando o

habitat destes pequenos seres que exercem função fundamental no meio ambiente.

Sendo assim, a escolha da Macrofauna do solo para indicar a qualidade em que se

encontra uma área, serve para demostrar que o mau uso da terra, resulta em perdas

significativas dessa população, e que o número de indivíduos do solo é um dos

fatores fundamentais para se diagnosticar o grau de degradação.

Dentro deste contexto, Decaëns et al. (2004) citado por Dias et al. (2006)

afirma que a Macrofauna do solo é muito sensível a alterações no uso da terra, e por

sua vez, tais mudanças nas comunidades podem ter implicações no próprio

funcionamento do solo”. Isto se fundamenta na premissa de que os

macroinvertebrados participam de importantes processos do ecossistema e

determinam alguns parâmetros chave da fertilidade e qualidade do solo (LAVELLE,

1997; PANKHURST, 1997 apud DIAS et al., 2006).

A área de pesquisa deste trabalho está localizada no município de São Pedro

do Turvo/SP, contando com uma população estimada no senso 2010 de 7.208

habitantes (IBGE, 2010). Possui uma área de 778,15 km² (IBGE, 2010), estando

limítrofe aos municípios de Salto Grande, Ubirajara, Alvinlândia, Lupércio, Ocauçu,

Santa cruz do Rio Pardo, Campos Novos Paulista (COMITÊ DE BACIAS

HIDROGRÁFICAS MÉDIO PARANAPANEMA, 2007). O município caracteriza-se

pela forte produção agropecuária a qual é base de renda do município (IBGE 2010).

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Inserido neste contexto, trabalhou-se em área de pastagem, cerrado e erosão

hídrica de grandes proporções (Figura 1) que se encontram no bairro rural Água do

Sousa, município de São Pedro do Turvo/SP. O objetivo desta pesquisa foi

demostrar que através da macrofauna do solo é possível diagnosticar um ambiente

degradado, comparando-o com o sistema natural do local, nesse caso, o cerrado.

Figura 1: Erosão hídrica São Pedro do Turvo/SP, áreas de cerrado e pastagem Fonte: Google Earth (2012)

O local sofre com significativa perda de solo por uma erosão hídrica, uma das

maiores do estado de São Paulo, fato que dá ao meio ambiente e aos agricultores

prejuízos incalculável e que necessitam de intervenções urgentes. Embasado nestes

apontamentos, entende-se como pertinente o estudo proposto.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desse trabalho foi quantificar e qualificar a macrofauna do

solo, entendida aqui como indicador de qualidade desse recurso natural, nas

seguintes condições: área de pastagem; mata e erosão.

2.2 Objetivos específicos

- Determinar e analisar algumas propriedades físicas e químicas do solo do

cerrado, pastagem e erosão hídrica;

- Levantar dados históricos da erosão através de entrevista com a CATI local;

- A partir dos dados levantados, averiguar se é possível adotar a macrofauna

do solo como indicador de qualidade do mesmo.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Solo

Os seres humanos começaram a lavrar a terra de forma primitiva para

produção de alimentos dois ou três mil anos depois do último degelo, no

Pleistoceno, há aproximadamente 9.000 anos antes de Cristo (WHITE, 2009). Com

o passar dos anos, as técnicas de lavrar a terra foram aperfeiçoadas. O século XX

ofereceu ao solo mudanças radicais através das práticas de cultivos convencionais,

proporcionado pelos avanços técnicos e científicos. As intensas intervenções

aumentaram a produção, porém, em contrapartida, também surgiram os problemas

ambientais (RECHARDT; TIMM, 2004).

Os referidos autores definem o solo como a camada externa agricultável da

superfície terrestre, porém sua origem inicia-se através de processos intempéricos

que ocorrem na rocha matriz ao longo das Eras Geológicas, formando um material

poroso com características próprias. Atualmente são reconhecidos cinco fatores que

contribuíram para formação do solo: material de origem (Rocha), tempo (Idade),

clima, Topografia (Relevo), organismos.

Dentro deste pensamento White (2009), propõe que o solo é a estrutura que

se localiza na relação entre atmosfera e litosfera, com relações com a hidrosfera,

subsidiando a biosfera com as grandes diversidades de organismos. Freire (2006,

p.17), já o descreve como um recurso natural importante, necessário a manutenção

da vida e da sociedade e o conceitua como:

[...] um corpo natural, constituído por matéria mineral e por matéria orgânica que apresenta horizontes definidos desenvolvidos em consequência duma interação particular dos fatores formadores do solo, que cobre de maneira mais ou menos continua, a maior parte da superfície continental da terra, que constitui o substrato natural de vida da maioria dos vegetais superiores, especialmente das plantas cultivadas.

De acordo com a Embrapa (1999, p. 05) o conceito de solo é:

Uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por minerais e orgânicos, que ocupa a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza, onde ocorrem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por atividades humanas.

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White (2009) afirma que as pesquisas na área da Geologia contribuíram para

conhecermos melhor o solo. Essa ciência o define como a parte superior a 50 ou a

150 cm, pelo motivo de possuir nesta camada a matéria orgânica de forma rica. Já o

que vinha posteriormente era considerado como regolito, ou seja, o material solto e

intemperizado do manto. Dentro deste pensamento, pesquisadores antigos da

química investigavam pouco o solo, vendo-o como um fator de trocas químicas e

bioquímicas, considerando-o pouco como parte do dinamismo da paisagem e

moldado pelas forças naturais que atuam na superfície da terra.

O solo é um corpo tridimensional, podendo variar em profundidade,

arranjamento dos horizontes e área. Em barrancos ou trincheiras é possível verificar

a variação que ocorre no solo em faixas mais ou menos paralelas ao nível do

terreno. Quando bem alteradas pelos processos pedogenéticos, são denominadas

como horizontes, quando não possuem alguma diferenciação esta é representada

como sendo somente camadas (REZENDE et al., 2007). Este recurso natural pode

ser definido como um dos ecossistemas mais complexos e dinâmicos do planeta, do

qual na escala de nanômetros ou quilômetros as alteração podem ser evidentes em

todas. Possui um ampla biodiversidade que dá a biosfera o suporte para suas

interações biológicas e reações químicas, desempenha o papel fundamental para o

suporte a vida (MOREIRA; BRUSSAARD, 2008).

Neste contexto, pode representar-se como um sistema integral composto por

diversas estruturas, das quais nestas composições estão os seres vivos que habitam

o solo. A matéria orgânica que é degradada serve como alimento e abrigo para parte

destes seres vivos. Outra parte importante do solo é a estrutura mineral, que

correlacionando com estas duas outras estruturas resultam nas propriedades físicas,

químicas e biológicas. Portando, a fauna do solo não somente o habita, mas faz

parte da estrutura do solo (GIRACCA, 2000).

Pensando nisto, Swift (1979) apud Correia e Oliveira (2000), afirmam que o

recurso natural solo serve como habitat natural para diversas espécies, podendo

estas serem microscópicas e macroscópicas, vertebradas e invertebradas. Essas

espécies que utilizam o solo como meio de sobrevivência e que consequentemente

acabam alterando-o de alguma forma, é denominada de Biota do solo.

Brady (1989) afirma que nos solos são encontrados 4 componentes principais

de sua composição (Figura 2), a matéria orgânica é uma delas. O ideal para solos

agrícolas é que essa propriedade esteja presente ocupando aproximadamente 5%.

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A maior parte é ocupada por material inorgânico de consistência, em torno de 45%.

Os macro e micro poros destinam-se a circulação do ar e da água, respectivamente.

Figura 2: Proporção relativa dos principais componentes do solo

Fonte: White (2009, p. 26)

3.2 Fauna do solo

A ação dos microrganismos no solo é de fundamental importância, pois agem

como modeladores da paisagem, principalmente em seus primeiros estágios de

formação. Através dos mecanismos de intemperismo químico e físico, junto com a

água, dão condições para o desenvolvimento da microflora e Microfauna do solo que

são estes os responsáveis pela formação da matéria viva desse recurso (VIEIRA,

1988).

Os seres humanos deixaram de ser nômades no período Paleolítico Superior,

quando conseguiram por meio do desenvolvimento da agricultura garantir que não

seria mais preciso sair em busca de alimento, podendo assim fixar-se e dar origem

aos primeiros grupos sociais, que viviam da exploração do meio ambiente. Após a

Primeira Revolução Industrial, o processo de produção de bens a reprodução do

capital se tornou mais agressivo. É do solo que os seres humanos retiram a maioria

das matérias primas para a produção de bens de consumo, ocasionando

modificações céleres. Na medida em que a população aumenta e as sociedades

desenvolvem novas técnicas de exploração dos recursos naturais, da qual em

muitas das vezes exauri sua capacidade de produção natural, sendo necessário o

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uso de agroquímicos, no qual o uso indiscriminado pode causar a contaminação do

solo, sendo em alguns casos irreversíveis.

As plantas, como os homens, também dependem diretamente do solo para

retirar os nutrientes necessários à sua sobrevivência, assim como o solo também

depende das plantas e dos seres vivos para manter sua integridade, aeração e

fertilidade. Portanto, o solo também é um fator intrínseco das cadeias alimentares e

sua degradação pode ocasionar graves desequilíbrios ambientais.

White (2009, p.27) propôs a seguinte afirmação:

O solo é um componente frágil do meio ambiente. É usado para produção de fibras e alimentos, e como deposito de dejetos; deve ser manejado de maneira a minimizar a exteriorização dos efeitos dessas atividades e preservá-lo para futuras gerações. Essa é à base do manejo sustentável do solo.

A constante discussão sobre o meio ambiente vem promovendo temas como

o de cultivo agroecológico, conceito que atualmente vem cobrando da agricultura

convencional novas técnicas que alcancem uma produtividade boa, rentável, com

pouco impacto negativo, ou seja, sustentável. Está nova demanda de agricultura

caminha para um uso responsável e socialmente justo dos recursos naturais: solo,

rochas, água, fauna, flora, energia e minerais (CORREIA, 2002).

Para que haja o cultivo ecológico se faz necessário o aproveitamento de tudo

dentro do sistema. Reichardt e Timm (2004) propuseram que o que denominamos

de biosfera parte de principio que foi essencial à vida, ou seja, as interações entre

solo, planta, atmosfera, animais e microrganismos tornou possível a existência de

um sistema fechado, balanceado onde nada se perde, tudo se transforma,

possibilitando um equilíbrio dinâmico.

Reichardt e Timm (2004, p. 4) definem o equilíbrio dinâmico com a seguinte

proposta:

Para manter o equilíbrio dinâmico (Steady State) todos ecossistemas requerem quatro elementos básicos: 1) substâncias inorgânicas (gases minerais, íons); 2) produtores (plantas) que convertam substâncias inorgânicas em alimento; 3) consumidores (animais) que se utilizem dos alimentos; e 4) decompositores microrganismos que transformem o protoplasma e substâncias que possam ser reutilizadas pelo produtores, consumidores ou mesmo decompositores, fechando assim este ciclo. Apenas os produtores possuem a capacidade de transformar energia solar em tecido vivo [...] O uso eficiente dos produtos de decomposição pela natureza é também fator fundamental na formação de um solo, processo é tão delicado e complexo que estima-se que a formação de alguns

centímetros de solo fértil leva séculos.

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Rezende et al. (2007) representa na forma de um tetraedro (Figura 3) as

relações de interdependência que há para cada vértices simbolizados em fatores,

sendo os da base de cunho natural, ou seja, fatores como o clima, o solo e os

organismos. Já no ápice do tetraedro estão os fatores socioeconômicos que

relacionam com os três fatores ecológicos pelos vértices do tetraedro. As arestas do

tetraedro representam as inter-relações que há entre os pontos; as faces do

tetraedro representam uma interatividade maior, ou seja, a correlação de 3 pontos.

O sólido tetraedro representa as relações globais. Com as relações do tetraedro

podemos adicionar mais outro ponto, um extra tetraedro que representaria o fator

tempo. O tempo pode alterar as relações solo-organismo-aspectos socioeconômicos

no território brasileiro.

Figura 3: Relação do solo com fatores bióticos e abióticos Fonte: Rezende et al. (2007, p. 26)

Moreira e Siqueira (2006) abordam sobre a diversidade do solo e propõem

que o solo é um habitat extremamente particular se comparado com outros habitats

terrestres. A sua natureza é complexa, heterogenia e dinâmica, fato que torna

possíveis organismos completamente diferentes convivem junto, correlacionando-se

com o solo e proporcionando uma biodiversidade extremamente alta. Porém, mesmo

o solo sendo um dos locais onde ocorrem os maiores índices de diversidades de

organismos, quando mal manejado, contribui para o declínio constante de sua

fertilidade natural. O modelo de cultivo impróprio tem cooperado negativamente para

o processo de degradação da matéria orgânica, causando perdas significativas em

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, aumentando processos de

erosão e diminuindo com percentual produtivo das culturas (CALEGARI, 2000 apud

CORDEIRO, 2004).

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Os indicadores ambientais é uma forma muito comum para se diagnosticar

um meio ambiente e verificar qual sua condição. Muitas técnicas se baseiam em

presença ou ausência de determinada espécie, planta ou animal, em uma

determinada área, comparando-se com as características ambientais. Em alguns

casos, uma técnica utilizada é a seleção de uma espécie representativa onde

alterações com está espécie indicam alterações positivas ou negativas de outras

espécies dentro de um ecossistema. Um dos bioindicadores que estão sendo

comumente usados em solos do qual indicam boas condições, são organismos

invertebrados como minhocas, cupins e protozoários. Estes apresentam maior ou

menor sensibilidade dependendo do que está sendo analisado. Sendo assim,

demostrando o estado que o solo se identifica ante a ação do homem com o meio

ambiente (TURCO; BLUME, 1999 apud CORDEIRO, 2004).

Conforme a grande diversidade de espécies que o solo comporta em seu

meio, há a necessidade de classificá-las para posteriormente identificá-las. O

tamanho do corpo é o critério básico, pois apresenta relação direta com o tubo

digestivo e aparelho bucal. Outros critérios também são levados em conta como a

motilidade, hábito alimentar, função que desempenha no solo, dentre outras. As

classificações mais utilizadas são o diâmetro do corpo ou o comprimento. O

diâmetro neste caso possui importância impar na classificação. Tomando como base

a Microfauna do solo que compreende organismos < 0,2 mm, seus representantes

abundantes no solo são os nematóides e os protozoários. Para a Mesofauna utiliza-

se o diâmetro de 0,2 a 2,0 mm, inclui alguns organismos como Acari, Collembola,

Palpigradi, Protura, Pauropoda, Diplura Enchytraeidae e Symphyla. A macrofauna

do solo aborda organismos visíveis a olho nu (>2,0 mm). É representada por mais de

20 grupos taxonômicos, dos quais muitos deles são cupins, formigas, minhocas,

besouros, tatuzinhos, aranhas, centopeias, piolhos-de-cobra, baratas, tesourinhas,

grilos, caracóis, escorpiões, percevejos, cigarras, larvas de mosca e de mariposas

Mello (2009).

Correia e Oliveira (2000) apresentam na Tabela 1 as atividades da fauna do

solo no processo de decomposição e na estrutura do solo.

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Tabela 1 Atividades da Microfauna; Mesofauna; Macrofauna, na ciclagem de

nutrientes e estruturação do solo.

Categoria Ciclagem de nutrientes

Estrutura do Solo

Microfauna (4mm – 100mm)

·Regulam as populações de bactérias e fungos ·Alteram a ciclagem de nutrientes

·Podem afetar a estrutura do solo através de interações com a microflora.

Mesofauna (100mm - 2mm)

·Regulam as populações de fungos e da Microfauna ·Alteram a ciclagem de nutrientes.

·Produzem pelotas fecais ·Criam bioporos ·Promovem a humificação

Macrofauna (2mm – 20mm)

·Fragmentam detritos vegetais ·Regulam as populações de fungos e da Microfauna Estimulam a atividade microbiana ·Misturam partículas orgânicas e minerais ·Redistribuem a matéria orgânica e microrganismos.

·Promovem a humificação ·Produzem pelotas fecais

Fonte: Correia e Oliveira (2000) A biota do solo exerce função essencial, muitos deles como as formigas,

cupins e besouros são celulósico, ou seja, exercem a função da decomposição da

celulose presente nas plantas, acelerando a reciclagem dos nutrientes e minerais

retidos na matéria vegetal morta. Com suas atividades de sobrevivência, constroem

uma ampla rede de ninhos e túneis no solo, favorecendo a movimentação de

partículas, vertical e horizontalmente, formando agregados e aumentando a

porosidade, aeração, infiltração e drenagem do solo. Alguns organismos, além de

promovem a ações descritas acima, mantem a relação simbiótica com outros

organismos, por exemplo, os cupins que realizam simbiose com bactérias fixadoras

de nitrogênio, da qual o resultado favorece na relação carbono/ nitrogênio exigido

pelo seu metabolismo (MELO, 2009). De acordo com Lavelle et al. (1997) apud

Aquino (2001) estes organismos possuem uma capacidade de alterarem solo, isso

fez com que recebessem o nome de engenheiros do ecossistema. Da mesma forma,

Höfer et al. (2001) apud Lima et al. (2010) afirmam que a fauna edáfica simula uma

força motriz na degeneração e ciclagem dos nutrientes. Esta ocupa diversos níveis

tróficos dentro da cadeia alimentar no solo e afeta a produção primária de maneira

direta e indireta (AQUINO et al., 2008 apud LIMA et al., 2010).

A biodiversidade florestal possui características fundamentais para

conservação do ecossistema local, dando o suporte necessário as espécies

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alocadas neste ambiente (WINK et al., 2005 apud OLIVEIRA, 2006). Para

comunidade edáfica a densidade vegetal é de extrema importância, sendo a

serapilheira o habitat principal que da as condições necessárias para muitas dessas

espécies (BARROS et al., 2002 apud OLIVEIRA, 2006).

Atualmente a mídia vem abordando diversos temas de biodiversidade

ambiental. São mostrados animais de grande porte em seus nichos ecológicos,

florestas sendo derrubadas ou criminalmente queimadas. Por outro lado, pouco é

apresentado dos seres que habitam o solo, entrem eles a macro, meso e

Microfauna, seres que desempenham papel fundamental ao equilíbrio do meio

ambiente, pois como afirma o Paster (s.d.) “o papel dos infinitamente pequenos é

infinitamente grande”.

Dados levantados por Kricher (1997) apud Damasceno (2005) demonstram

que a diversidade biológica do solo é 100 vezes maior que a diversidade botânica

em florestas tropicais, fato estimado através de pesquisas levantadas nestes

diversos biomas. Boa parte destes organismos encontrados no solo é representada

em sua maioria por organismos invertebrados, de diversas classes, como que é

possível encontrar alguns vertebrados que utilizam o solo como habitat.

Muitos desses invertebrados ou vertebrados utilizam-se do solo como fonte

de alimento, através do metabolismo destes organismos é possível à ocorrência de

um processo chamado de mineralização, ou seja, a mudança através da digestão

destes microrganismos, as partículas orgânicas transformam-se em elementos

inorgânicos, tornando-se disponível a outros organismos que associado com a

energia desprendida, tornando-se imóveis na biomassa do solo (MERLIN, 2005).

Sendo assim, a imobilização sempre é uma sequência da mineralização. Estes

acontecimentos apresentam-se como o exemplo do carbono como CO2, que quando

se perde dentro do sistema acaba se tornando disponível para o crescimento vegetal

(SWIFT et al., 1979 apud MERLIN, 2005). Estando os organismos do solo em

atividades constantes, eles interagem com o ambiente físico ou com outros

organismos a sua volta tornando-o um ambiente dinâmico (BEGON et al., 1996,

apud TANIGUSCHI, 2007).

Atualmente, grandes estimativas são levadas em conta no que diz respeito a

Macrofauna edáfica, porém de tudo que se tem, pouco ainda se sabe destes

organismos em condições naturais de florestas intactas, ou mesmo em áreas

antropizadas como reflorestamento; agricultura; pastagem; áreas degradadas entre

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outras (DAMASCENO, 2005). O solo e os microrganismos estão diretamente ligados

ao uso e cobertura vegetal, tendo um papel fundamental na decomposição deste

material biológico e dando a possibilidade de realizar a ciclagem dos nutrientes, a

mineralização da matéria orgânica, tornando estes resultados disponíveis a flora e

ao solo (DAMASCENO, 2005).

Em condições naturais a estabilização da matéria orgânica sé dá em prazo

indeterminado. Muitas vezes o material orgânico torna-se disponível no solo em

estágios diversos, podendo ocorrer em curtos ou longos períodos para completar o

ciclo. A compostagem e a vermicompostagem, são procedimentos ideais para obter

em passo acelerado e em condições ideias a estabilização da matéria orgânica

(KIEHL, 1979).

De acordo com as pesquisas sobre a fauna edáfica, dois Phylum são mais

representativos no solo (Annelida e Arthropoda), e estes estreitão as relações solo

planta e fauna (DASMASCENO, 2005). As minhocas estão classificadas na classe

Oligochaeta e fazem parte da Macrofauna do solo, sendo que duas espécies de

minhocas já estão classificadas na lista de espécies em extinção no Brasil. Sabe-se

que muito pouco foi estudado sobre elas e é possível haver mais espécies em

extinção, ou outras a serem conhecidas ou já terem sido extinta (AQUINO, 2005).

A matéria orgânica é um composto muito importante no solo, suas origens

provem de restos de vegetais, animais ou mesmo o resultado da excreção do

metabolismo dos animais. Acaba sendo misturada com minerais e passa por

processos de decomposição, a qual é colonizada por diversos microrganismos do

solo, que contribuem através de processos físicos ou químicos na decomposição

oxidativa de moléculas orgânicas complexas (WHITE, 2009). O uso do

bioindicadores é de fundamentam importância, porque estes organismos possuem a

capacidade conforme sua densidade de predizer futuras ocorrências com o meio

ambiente (OWLER, 1998 apud MERLIM, 2005).

Os organismos são importantes indicadores de qualidade do solo, pois os

contaminantes entram em contato direto ou indireto com estes organismos. As vias

de contaminação ocorrem de três formas, seja pelo alimento, água, inalação ou

mesmo pelo contato direto do exoesqueleto ou pele com o contaminante (LIMA,

2010). Barreta (2007) propõe a o uso da Macrofauna como indicador de qualidade

do solo (Tabela 2).

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Tabela 2. Macrofauna como indicador de qualidade do solo.

Fonte: Barreta (2007, p. 23).

Dentro da ecologia Brady (1989), comenta que a macrofauna esta no papel

de consumidor secundário e terciário conforme Tabela 3.

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Tabela 3. Nível trófico da Macrofauna do solo

Cevadores

microfíticos

Carnívoros

Consumidores

secundários

Consumidores

Terciários

Organismos Microflora

Consumida

Predador

Presa

Predador

Presa

Cachorrinhos Algas Cachorrinhos Aranhas

Bactérias Acarideos Nematoídes Formigas Centopeias

Fungos Acarídeos

Escorpiões

Fungos

Acarinos Algas

Liquens

Protozoários

Bactéria ou

microflora

Centopeias

Cachorrinhos

Nematoídes

Lesmas

Caracóis

Afídeos

Moscas

Centopeias

Aranhas

Acarideos

Centopeias

Outros

Minhocas Aranhas

Toupeiras Insetos Besouros Acarídeos

Besouro

Outros

Bactérias

Nematoides Fungos

Cupins Fungos

Fonte: Brady (1989, p.257)

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3.3 Propriedades físicas dos solos analisados

3.3.1 Textura

White (2009, p.35) propõe que textura do solo é:

[...] uma das propriedades mais estáveis do solo e é um índice útil de várias outras propriedades que determinam um potencial agrícola do solo. Solos de textura fina e média, tal como a argila franco Siltosa, são geralmente mais desejáveis do que solos com textura grossa por causa da retenção de nutrientes e água.

Os solos argilosos são vulgarmente descritos como pesados, isto se dá não

pela sua densidade e sim pela resistência que os implementos agrícolas sofrem para

desagregar sua superfície, caso oposto ocorre já com a areia (WHITE, 2009).

O solo é formado por algumas estruturas minerais básicas em sua composição,

estas são diferenciadas pelo seu tamanho e dividas em três grupos de acordo com

seus tamanhos: argila, silte e areia. Estas compõem a estrutura que denomina-se de

terra fina, estas partículas são separadas por processos químicos e mecânicos em

laboratório, análise textural ou mecânica. Por este processo é determinada a classe

do solo (RICHARDT; TIMM, 2004).

Oliveira et al. (1992) apresenta a textura dos solos como uma das

propriedades menos vulneráveis á alterações. Representa geralmente as

características de seus materiais de origem, porém pode receber materiais

adicionais de outros locais pelos processos erosivos deposicionais. A textura exerce

função direta com alguns processos físicos e químicos como: consistência,

permeabilidade, capacidade de troca de cátions, retenção de água, fixação de

fosfatos. Para Prado (2003, p. 14) “a textura, que constituiu a fase mineral sólida do

solo, mede em porcentagem as proporções de argila, silte e areia e tem sido

utilizada como sinônimo de granulométrica do solo”.

Para classificação de solos é utilizado o seguinte diagrama de identificação

das classes texturais (Figura 4).

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Figura 4: Triângulo utilizado para identificação da classe textural. Fonte:Embrapa (2006)

O manual técnico de pedologia (2007) (Tabela 4) propõe quatro tipos de

tamanhos das partículas do solo para classificar sua textura:

Tabela 4. Tamanho das partículas do solo

Partícula Diâmetro

Argila <0,002 mm

Silte 0,002 - 0,05 mm

Areia fina 0,05 - 0,2 mm

Areia grossa 0,2 - 2 mm

Fonte: Manual técnico de pedologia (2007) adaptado de Lemos e Santos (1996)

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3.3.2 Densidade da partícula

Segundo Reinert e Reichert (2006) a densidade da partícula expressa a

relação entre a quantidade de massa de solo seco por unidade de volume de sólido

do solo. Portanto, não inclui a porosidade do solo e não varia com o manejo do

mesmo. Depende primariamente da composição química e mineralógica do solo. De

acordo com Azevedo e Dalmolin (2006, p. 32), “as partículas minerais dos solos leva

muito tempo para se modificarem (milhares de anos) exceto em alguns casos

especiais (minerais muito solúveis como carbonatos e sulfatos). Já as partículas

orgânicas podem se alterar mais rapidamente, em décadas ou séculos”.

Kielh (1979, p.93) comenta que os solos do estado de São Paulo classificados

como Latossolo Vermelho amarelo fase arenosa, possui uma amplitude de variação

de 2,64 a 2,71 g/cm³ no horizonte A, porém a matéria orgânica pode ser um fator de

variação desses valores, pois a presença de 5% de M.O pode baixar a densidade

real das partículas minerais do solo em 23%, ou seja a densidade real de 2,7 iria

para 2,1 g/cm³ com estas concentrações de matéria orgânica.

3.4 Propriedades químicas dos solos analisados

O solo é o resultado de constantes ações químicas e físicas a qual dão o seu

formato e suas características. Pensando nisso Kiehl (1979, p. 15) afirma que “o solo

é constituído de um sistema composto de três fases: sólida, líquida e gasosa”. Essas

três fases podem ser descritas da seguinte forma: a fase sólida é composta por

partículas orgânicas e inorgânicas, sendo que há uma grande variação destas

partículas sejas elas orgânicas ou inorgânicas (minerais), o resultado da degradação

química e física que ocorre no solo, podendo esta partículas atingir tamanhos

coloidais como a argila ou as vezes menores no caso de partículas orgânicas. A fase

líquida está relacionada aos macros e micros poros da qual os preenchem

parcialmente, mantem ligada a estrutura do solo em algumas vezes fortemente. A

fase gasosa está relacionada a uma gama de gazes, porém com maiores

concentrações de gás carbônico, resultado do metabolismo dos seres que habitam o

solo e está diretamente ligado aos macro poros (FREIRE, 2006).

As intervenções causadas pela própria natureza ou mesmo as antrópicas

podem alterar as propriedades físicas e químicas dos solos. As principais

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propriedades físicas são: cor, textura, estrutura, consistência, densidade do solo,

densidade da partícula, porosidade e cerosidade. Quanto às características

químicas que compõem, essas também são variáveis e estão sujeitas a alteração

conforme há adição de materiais. Dentre os componentes químicos dos solos

destacam-se: Capacidade de troca catiônica (CTC); a saturação por bases; além da

presença de elementos como Ca, Mg, K, P.

Os impactos ambientais, sejam eles positivos ou negativos, alteram as

principais características físicas e químicas dos solos, sendo definido no artigo 1º da

resolução N.°°001/86 do CONAMA (1986):

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do

meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia

resultante das atividades humanas que afetam direta ou

indiretamente: a saúde, a segurança, e o bem estar da população; as

atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e

sanitárias ambientais; a qualidade dos recursos ambientais.

As análises da química do solo é um importante fator que deve ser utilizado

para classificação, interpretação e sua formação, sendo possível também através da

analise química determinar suas potencialidades agrícolas, evitando o gasto

desnecessário de fertilizantes.

Reicardt e Timm (2004, p.341) afirmam que na fração sólida do solo (mineral

e orgânica) encontra-se a reserva química de nutrientes para as plantas, e para que

haja o crescimento satisfatório das plantas é necessário que estes nutrientes

estejam diluídos em uma solução adequada, ou seja, a solução esteja com os

nutrientes solubilizados, tornando-se disponível para absorção das raízes das

plantas, sendo que a fase sólida dos nutrientes pode estar ou não liberada na

solução química. Novais et al. (2007) afirmam que o solo sofre grande dinamismo

em seus constituintes e que estes estão diretamente relacionados com a atmosfera,

biosfera, hidrosfera e litosfera, sendo a fase sólida é formada por frações orgânicas

e minerais, sendo a fração orgânica denominada de matéria orgânica do solo (MOS)

da qual em sua formação é constituída de carbono, nitrogênio, oxigênio, fosforo e

enxofre, sendo entre eles o principais constituinte da matéria orgânica é o carbono

com 58% do total o restante compreende-se por 6% de hidrogênio, 33% de oxigênio,

enquanto os valores de nitrogênio, fosforo e enxofre representam somente 3%.

Os referidos autores atestam que junto ao solo há a presença de organismos

vivos e define estes organismos como matéria orgânica viva e que raramente

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ultrapassa a porcentagem de 4% no solo, sendo que esta pode ser divida em grupos

sendo as raízes representam (5% a 10%); já os Macrorganismos e a Macrofauna do

solo é encontrada na faixa de (15 a 30%) e o microrganismos apesar de seu

tamanho são os mais representantes, pois de todo o total da matéria orgânica viva

eles representam de (60 a 80%).

De acordo com Freire (2006, p. 85):

A composição química do solo depende duma interação entre a composição da rocha que lhe deu origem com os demais fatores pedogênicos. Os fatores climáticos, bióticos, topográficos e o tempo influenciam grandemente a composição química do solo, controlando a intemperização das rochas e dos minerais. Dessa forma, alguns elementos são translocados e depositados em horizontes superficiais através de ciclos bióticos; enquanto que outras vezes, são removidos do solo por lavagem.

O pH do solo é um importante fator limitante para o crescimento e

desenvolvimento de organismos no solo, como que o favorecimento para reações

químicas no solo. Kiehl (1979, p.247) afirma que a acidez do solo desenvolve-se

devido a extração que as plantas fazem das bases, a lixiviação também é outro fator

que causa a acidificação do solo. Segundo Brady (1989) conforme o solo vai

perdendo suas bases, o hidrogênio vai tomando o espaço que era ocupado por

hidroxilas (OH-). Para o IAC (1997) os parâmetros de pH em Cacl² com a saturação

de bases, representam correlação direta entre si. A Tabela 5 apresenta os limites de

interpretação de análises relacionadas com o horizonte agricultável.

Tabela 5. Relação pH com Saturação de bases

Fonte: IAC (1997)

Novais (2007) afirma que as propriedades químicas do solo (absorção

iônica) são quase que totalmente influenciadas pelo minerais da argila e das

partículas orgânicas da matéria orgânica, sendo que estes podem possuir variadas

dimensões especificas, influenciados através de suas cargas elétricas negativas ou

Acidez pH em cacl² Saturação de bases V

%

Muito alta Até 4,3 Muito alta 0 a 25

Alta 4,4 a 5,0 Baixa 26 a 50

Média 5,1 a 5,5 Média 51 a 70

Baixa 5,6 a 6,0 Alta 71 a 90

Muito baixa > 6,0 Muito alta > 90

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positivas, de forma que podem reter nutriente através da diferença de carga aniônica

ou catiônica.

Essas cargas negativas ou positivas são neutralizadas por íons de carga contrária, que podem ser trocados por outros íons da solução do solo. Essa reação se dá pela troca de íons da mesma carga. O fenômeno é conhecido como troca iônica e, depois da fotossíntese, é

o processo mais importante para a vida na terra (RUSSEL; RUSSEL, 1973 apud NOVAIS, 2007 p. 145).

De acordo com Viera (1988, p. 247):

[...] com a formação do solo a composição química das rochas vão sendo transformadas paulatinamente e há acumulação de matéria orgânica com enriquecimento de C e N. Produz e dissolve sais com perda de lixiviação dos elementos que constituem e há formação de minerais estáveis, especialmente argilas que fazem o balanço na composição granulométrica que compõem o solo variáveis no seu conteúdo de Sio², Al²o³ e Fe²O³

Quanto ao elemento fósforo (P), Brady (1989, p. 477) afirma que:

Com a possível exceção do nitrogênio, nenhum outro elemento faz tamanha falta ao crescimento vegetal no terreno quanto ao fósforo. A ausência deste elemento é duplamente perigosa porque poderá impedir a assimilação de outros nutrientes pelos vegetais (...). O fósforo contribui, mediante sua influência favorável, da maneira a seguir: divisão das células e formação da gordura e da albumina; floração e frutificação, inclusive formação das sementes, qualidade das safras, especialmente de forragens e de legumes; resistência a certas doenças.

Novais (2007) comenta que o fósforo no solo apresenta-se com ciclos muito

parecidos com os dois outros elementos. O P pode ser encontrado facilmente nos

organismos vivos ou em decomposição do solo, sendo que os fungos e bactérias

são os organismo que mais possuem o P em sua biomassa. Estes podem

disponibilizar o P ao solo ou torná-los imóveis. O fósforo aplicável na forma de

fertilizante pode em 28 dias estar ligado em partículas orgânicas tornando-se (Po).

BRADY (1989, p.493) afirma que:

A presença no solo de potássio assimilável, em quantidades adequadas, tem ligação estreita com a matriz e o vigor dos vegetais em crescimento. Além disso, mediante aumento na resistência das culturas e certas doenças e estímulo ao sistema radicular, o potássio neutraliza a influência perniciosa no nitrogênio em quantidades demasiadas. Ao atrasar o sazonamento, o potássio atua contra a excessiva influência na maturação causada pelo fósforo. Duma

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maneira geral, exerce influência equilibradora sobre o nitrogênio e sobre o fósforo e assume, portanto, importância especial como adubo misto.

De acordo com o IAC (1997) nos casos de cálcio e magnésio há uma

correlação com outros elementos, por exemplo, o magnésio em concentrações

suficientes no solo não traz deficiências “na prática” para planta. Porém, se houver

feito uma adubação com potássio e os teores de magnésio forem baixos no solo, a

deficiência se torna evidente na planta. Outro caso aparece com o Ca, pois

deficiências por falta de cálcio são raras em plantas nas condições de campo, porém

a dificuldade da fertilidade do cálcio é sua relação com o hidrogênio (acidez

excessiva), pois geralmente solos ácidos são solos com deficiência de cálcio, o que

na calagem já é corrigido. A relação Ca/Mg também é causadora de polêmica pois a

grande quantidade de literatura científica declara que a produção agrícola não é

afetada por esta relação, desde que os valores estejam entre 0,5 a 3,0 e que não

haja deficiência nos elementos. Na Tabela 6 estão expostos os limites de

interpretação de Ca2+, Mg2+ nos solos.

Tabela 6. Limites para interpretação de análise de Ca e Mg

Teor Ca2+ Mg2+

mmolc/dm3

Baixo 0 a 3 0 a 4

Médio 4 a 7 5 a 8

Alto > 7 > 8

Fonte: IAC (1997)

3.5 Erosão do solo e alteração de propriedades físicas e químicas

O uso e ocupação do solo desordenado ao longo dos anos fazem com que o

solo sofra frequentes degradações como as erosões hídricas, este tipo de erosão

resulta através de alguns fatores considerados como ativos e passivos. Os fatores

ativos são: o escoamento superficial da chuva influenciado pela declividade e a

capacidade do solo absorver água, já os fatores passivos são: densidade vegetal e

resistência do solo a ação erosiva da água (BERTONI;LOMBARDI NETO, 2005).

Para Guerra (1997) a gota slapsh ou erosão por salpicamento, acaba

sendo o estagio inicial da erosão, pois a mesma prepara o solo para transporte

laminar hídrico, este tipo de erosão rompe os agregados do solo em partículas

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menores, fazendo com que os poros do solo sejam preenchidos por esse solo

pulverizado, ocorrendo a um espécie de impermeabilização solo dificultando a

infiltração da água no solo favorecendo a erosão laminar.

Segundo Horton (1945) apud Guerra et al. (2005) conforme a precipitação

incide no solo e começa saturá-lo, poças apresentam–se na superfície dando o

início ao escoamento superficial.

[...] as ravinas evoluem como as bacias de drenagem no desenvolvimento sequencial de sistema de ravinas por recuo das cabeceiras e micropirataria (micro-piracy), sua visão baseou-se no conceito de infiltração e geração de runoff, que foram criadas em grandes partes de seus experimentos em solos agrícolas.

Entende-se então que a erosão constitui-se em um dos mais graves problemas

ambientais e econômicos de nossa época, pois remove as camadas férteis dos

solos, tornando-os improdutivos. Para recuperar a capacidade produtiva são

necessários investimentos que encarecem a produção. Adotar técnicas adequadas

de manejo é a maneira mais adequada de manter a fertilidade do solo. Segundo

Freitas et al. (2001) apud Perusi (2008) a falta de planejamento e manejo

inadequado do solo, somado ao desmatamento descomedido em áreas críticas,

resultam na perda funcional do mesmo, consequentemente, facilitam a ação dos

agentes erosivos que implicam no assoreamento dos reservatórios hídricos e na

redução da sua fertilidade.

Considerar maneiras menos agressivas para a exploração dos solos é uma

ação urgente diante do atual quadro de degradação dos recursos naturais, mais

especificamente o solo. A vegetação natural é um importante instrumento de defesa

do solo contra a erosão. As raízes das plantas e das árvores favorecem a infiltração

da água e impedem o transporte das partículas para outros lugares. Os restos dos

vegetais dificultam o escoamento superficial. Em contrapartida, com o

desmatamento, o solo fica vulnerável, aumentando o risco de erosão.

Para o equilíbrio do meio ambiente é necessário um conjunto de fatores

ambientais que devem estar em ordem e que, quando se mantêm em equilíbrio,

contribuem para a qualidade do solo e da água. Um exemplo a citar são as áreas de

proteção permanentes que, quando preservadas, dão ao curso d’água uma

estabilidade significativa em seus indicadores de qualidade. Porém, este equilíbrio

dinâmico vem consecutivamente sofrendo as mudanças que o homem impõe a ele.

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Um exemplo é o crescimento das cidades ao redor dos corpos hídricos e a

impermeabilização dos solos adjacentes a eles, o lançamento de resíduos sólidos e

líquidos e o desmatamento das áreas de proteção permanente entre outros.

Os efeitos da antropização desordenada do meio ambiente vêm impondo aos

solos perdas contínuas ao longo dos anos. A aceleração do processo natural da

erosão, causada pelo manejo inadequado dos solos, impacta diretamente os cursos

hídricos desprotegidos por suas matas, causando mudanças rápidas nos parâmetros

físicos, químicos e biológicos, resultando em assoreamento, eutrofização e

mortandade dos organismos não resistentes e dependentes do curso hídrico.

4. MATERIAL E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Material

Nesta pesquisa trabalhou-se com várias amostras de solo e serapilheira em

áreas de cerrado. As amostras de 1 a 7 compreendem um fragmento de cerrado; a

pastagem degradada compreende as amostragens de 8 a 14; já as amostras de 15

a 21 representam as amostragens na erosão hídrica, todas no município de São

Pedro do Turvo/SP, localizadas em um raio de 700 metros nas coordenadas UTM 22

K 6396,17 m E 7487819,37 m.

4.1.1 Descrição geral da área de estudo

São Pedro do Turvo localiza-se no centro-oeste do estado de São Paulo.

Pertence a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI 17), médio

Paranapanema, cujo diretório encontra-se na cidade de Marília. O Rio Turvo, o qual

deu o nome ao município, é um dos principais afluentes do rio Pardo (Figura 5), que

juntamente com rio Novo e outros tributários, contribuem para formação do rio

Paranapanema e para o potencial hidrelétrico da represa de Salto Grande, a qual

situa-se a jusante dos cursos d’água acima citados (COMITÊ MÉDIO

PARANAPANEMA, 2007).

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Figura 5: UGRHI 17 Fonte: Relatório de Situação de Recursos Hídricos (2011).

A área de estudo está totalmente em meio rural e faz parte da microbacia

Água do Souza (Figura 6), afluente do rio Turvo.

Figura 6: Recorte de carta topográfica de São Pedro do Turvo/SP

Escala 1: 50 000

Fonte: IBGE (1973)

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35

Os solos de São Pedro do Turvo estão classificados como Latossolos

Vermelhos, oriundos do intemperismo do basalto, Grupo São Bento, Formação

Serra Geral, segundo a EMBRAPA (1999). Porém, na área de estudo encontra-se

um mancha de arenito do Grupo Bauru, Formação Adamantina fato que demonstra a

grande quantidade de areia e a friabilidade de suas rochas (IPT, 1981).

A classificação climática para São Pedro do Turvo, segundo Strahler, se

enquadrado no grupo dos climas controlados pelas massas de ar tropical e polar em

constante alteração e no sub-grupo do clima subtropical úmido das costas ocidentais

e subtropicais reprimidas em grande quantidade pela massa tropical marítima (Tm)

(CHB- MP, 1999, p.47).

Originalmente a região pertence ao bioma cerrado, este nome origina-se da

língua espanhola e significa fechado, vedado ou denso este nome provavelmente foi

empregado pela difícil travessia em sua vegetação característica (SILVESTRE,

2000). O Cerrado pode sofrer algumas variações conforme seu dinamismo, portando

o Manual Técnico da Vegetação Brasileira, nomeou as variações como: savana

florestada para o cerradão, savana arborizada para o cerrado senso restrito e

savana gramíneo-lenhosa para o campo cerrado (CAVASSAN, s.d.). Para o local a

característica geral apresentada é cerrado campo restrito, pois apresenta quantidade

de árvores consideráveis com porte acima de três metros de altura, caracterizadas

pela retorção do caule, com cascas corticeiras, folhas grossas (coriáceas), e pilosas

dentre as espécies encontradas foi possível identificar pau jacaré (Callistene spp),

pimenta-de-macaco Xylopia aromatica, café-de-bugre (Cordia ecalyculata),

goiaba (Psidium guajava), aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius), capitão-do-

campo (Terminalia spp.), embaúba (Cecropia spp), gravatá (Bromelia pinguin). Na

Figura 7 é possível verificar a vegetação local.

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Figura: 7 Cerrado campo restrito Foto: Perusi (2012)

A área de pastagem é cultivada com a Brachiaria decumbens esta planta não

é nativa do Brasil, foi introduzida na década de 60, sendo originária do continente

Africano da região dos Grandes Lagos em Uganda, esta espécie de gramínea

adaptou muito bem ao Brasil principalmente em áreas de cerrado, é uma espécie

perene que adapta-se muito bem em solos arenosos, suportando longa estiagem,

porém não é muito resistente a geadas (VILELA, 2009). A pastagem do local é

destinada a alimentação de gado de corte e apresenta-se degradada conforme a

Figura 8.

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37

Figura 8: Pastagem degradada Foto: Perusi (2012)

Para contenção da erosão hídrica, foi plantado na borda da erosão algumas

plantas de Eucalyptus ou Corymbia citriodora, estas plantas possuem a

característica de possuírem raízes com tamanhos aproximados a 2,5 metros de

comprimento, portanto conseguem manter agregada as suas raízes uma vasta

quantidade de solo, servindo neste caso como a Figura 9 apresenta, como uma

forma de evitar que a erosão se alastre a montante a área circundada a ele. Esta

espécie, além deste benefício para o solo, pode ser fonte de renda para a agricultura

local, pois além da produção de madeira pode ser retirado o Eucalytptol, um óleo

essencial utilizado para fins farmacêuticos (OLIVEIRA, 2011).

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Figura 9: Eucalipto para contenção da erosão do solo Foto: Perusi (2012)

Porém, é a plasticultura (cultivo protegido) a principal fonte de renda para

agricultura familiar local, pois o uso intensivo do solo acabou por causar elevados

níveis de degradação, sendo necessário grandes investimentos para uma produção

razoável. Segundo Souza (2011), agricultor local, “a terra é fraca e mole”, ou seja,

arenosa, e a “fertilidade do solo foi bastante prejudicada, o que obriga os produtores

locais a cultivarem seus produtos em estufa, com substrato trazido de outros locais”.

A Figura 10 mostra as condições do solo, em seu horizonte mais superficial.

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Figura 10. Aspecto geral da pastagem degradada em São Pedro do Turvo/SP Foto: Ferreira (2011)

A falta de planejamento agrícola da região resultou no desenvolvimento

de uma das maiores erosões do estado de São Paulo, possuindo 5 km de perímetro

e 850 metros de comprimento em sua ramificação mais predominante, possui em

seus pontos mais críticos profundidades de 28 metros, fato que há décadas vem

transportando solo fértil e depositando no córrego do Souza, que por sua vez é

afluente do rio Turvo. O local possui um mau dimensionamento das estradas rurais,

o que contribuiu fortemente para evolução da erosão. A Figura 11 demostra o

pastoreio intensivo do gado no local e a ausência de curvas de nível nas

proximidades da erosão.

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Figura 11. Pastagem com ausência de curvas em nível Foto: Ferreira (2012)

O que mais chama à atenção é a presença de uma voçoroca (Figura

12) que, segundo moradores, tem um histórico de aproximadamente 80 anos.

Figura 12: Cabeceira da erosão

Foto: Ferreira (2012)

A cabeceira da erosão alcança aproximadamente 250 metros de um

lado ao outro da erosão. No interior da erosão foram verificadas várias nascentes

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(Figura 13), demonstrando que o avanço em profundidade já atingiu o aquífero livre,

o que torna ainda mais rápido o transporte dos sedimentos que consequentemente

será transportado para o rio Turvo, do qual o Ribeirão do Souza faz parte como

afluente.

Figura 13. Imagem do talvegue da erosão com afloramento do aquífero livre

Foto: Ferreira (2012)

O controle do avanço da erosão tem sido feito através de plantio de árvores

nas bordas e, segundo o agricultor Souza (2011) tem surtido efeito.

À jusante da voçoroca encontra-se uma mancha de mata com características

de Cerrado (Figura 14) que, segundo moradores locais, alcançou as bordas da

erosão, tornando mais lento seu avanço. A Figura 15 mostra a erosão na área de

mata.

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Figura 14. Cerrado Foto: Ferreira (2011)

Figura 15. Erosão na Área de Proteção Permanente – São Pedro do Turvo Foto: Ferreira (2012)

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4.2 Procedimentos metodológicos

4.2.1 Procedimentos de campo

Para a determinação da densidade da Macrofauna edáfica, utilizou-se a

metodologia preconizada pela Tropical Soil Biology and Fertility, modificada pela

Embrapa Agroecologia (2001). Esse procedimento consiste na retirada do solo em

bloco; extração da macrofauna; conservação dos animais em fixadores químicos;

contagem e identificação das espécies presente no solo.

Marcou-se com uma trena 1 ha em área de pastagem e cerrado. Na erosão a

medida foi linear. Foram feitas quatro coletas nas extremidades da área demarcada,

e outras três no interior, distanciadas de dez em dez metros. Desta forma, cada área

foi amostrada sete vezes. Em cada ponto escolhido marcou-se com uma caixa de

zinco uma área de 25 x 25 cm (Figura 16).

Figura16: Demarcação com gabarito da área de coleta Foto: Perusi (2012)

Retirou-se a serapilheira de dento do campo da caixa e colocou-se em saco

plástico identificado de acordo com o ponto, sendo que em alguns pontos não havia

serapilheira, com uma cavadeira articulada retirou-se o solo adjacente à caixa, ou

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seja, o solo que está a frente da caixa, na profundidade de 30 cm e 20 cm de

comprimento.

Feito a cova delimitou-se o solo com a caixa de metal. Cortou-se o solo dentro

da área delimitada e com o auxilio de facão e marreta. Com um enxada sem cabo

retirou-se o bloco de solo nas profundidades de 0 a 10 centímetros; 10 a 20 cm e 20

a 30 cm. As amostras foram transferidas para sacos plásticos identificados para

posterior análise.

Figura 17: Coleta do solo com a macrofauna Foto: Ferreira (2012)

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45

Figura 18: Coleta de solo na área de erosão Foto: Ferreira (2012)

4.2.2 Separação e identificação da macrofauna

A separação da macrofauna do solo (Figura 19) foi realizada no laboratório de

Geologia, Geomorfologia e Pedologia da UNESP/Campus Experimental de

Ourinhos, com utilização de bandejas de alumínio, lupa e pinça metálica. Os

saquinhos foram abertos e o material despejado e quebrados torrões

cuidadosamente, retirando todo o material biológico e armazenando-o em frascos

identificados e conservados em álcool 70 % (Figura 20).

Figura 19: Separação da macrofauna Foto: Perusi (2012).

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Figura 20: Conservação da macrofauna do solo em álcool 70%. Foto: Perusi (2012)

Para classificação da macrofauna utilizou-se um estereoscópio acoplado com

câmera fotográfica (Figura 21), onde foram feitas as microfotografias, que

colaboraram para a classificação até a ordem destes habitantes do solo. Feita a

separação, ordenou-se em grupos conforme sua ordem taxonômica e contou sua

riqueza na em ordem dos habitantes do solo. Os resultados foram expressos em

densidade da macrofauna por metro quadrado

Figura 21: Estereoscópio acoplado com câmera de microfotografia e Laptop. Foto: Ferreira (2012)

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4.2.3 Procedimentos laboratoriais para análises física e química

As análises químicas: Na, P, Ca, Mg, CTC, pH, Al+H, SB e saturação de

bases foram feitas no Laboratório de Solos e Plantas das Faculdades Integradas de

Ourinhos-SP (FIO), acompanhadas pelo autor. As análises física e biológica do solo

foram executadas pelo autor nas instalações do laboratório de Geologia e Pedologia

da UNESP/Campus de Ourinhos, de acordo com os protocolos da Embrapa (1997).

4.2.3.1 Análises físicas

As amostras foram submetidas as seguintes análises:

- Analise textural da TFSA: método da pipeta (EMBRAPA, 1997), com valores

expressos em g.Kg-1 e identificação da classe textural (Figura 22);

- Densidade da partícula, expresso em kg.dm3;

Figura 22: Uma das etapas da análise textural

Foto: Ferreira (2012)

4.2.3.2 Análise química

Foram analisadas as seguintes propriedades:

-Carbono orgânico g/ dm3

- Matéria orgânica g/dm3

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-pH em Cloreto de cálcio;

-Fósforo (P) em resina mg/ dm3;

-Potássio (K) mmolc/ dm3;

-Cálcio (Ca) mmolc/ dm3;

-Magnésio (Mg) mmolc/ dm3;

-Hidrogênio + Alumínio (H+Al) mmolc/ dm3;

-Soma de bases (Ca+ Mg+ K) mmolc/ dm3;

-Capacidade de troca catiônica ( CTC). Expresso em mmolc/ dm3;

-Saturação da base (Ca). Expresso em porcentagem (%);

-Saturação da base (Mg). Expresso em porcentagem (%);

-Saturação da base (K). Expresso em porcentagem (%);

- Saturação das bases (V). Expresso em porcentagem (%).

4.3 Elaboração do mapa da área

Para a pesquisa elaborou-se um mapa representativo das coletas de solo

como a macrofauna do solo (Figura 23), para elaboração do mapa utilizou- se o

Software GPS TrackMaker em conjunto com os pontos do GPS Garmim DAKOTA

20, coletados a cada amostra no campo.

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Figura 23: Mapa da área de coleta com perímetros da erosão Organizado por: Ferreira (2012)

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4.4 Entrevista com a coordenadoria de assistência técnica integral (CATI)

Com o objetivo de conhecer dados históricos da erosão de um ponto de vista

técnico, foi realizada uma entrevista com o Engenheiro Agrônomo Silva (2012),

representante do corpo técnico da regional da CATI de Ourinhos- SP, que descreveu

ações que foram tomadas enquanto trabalhava naquela microbacia.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Resultados da análise quantitativa e qualitativa da macrofauna

As análises realizadas na área de mata foram as mais significativas. Como

pode ser observado na Tabela 7, o número total de biomassa por metro quadrado foi

de 321 indivíduos. Observa-se que na coleta com profundidades de 20-30 cm o

número de indivíduos diminui principalmente pela falta da disponibilidade de

alimentos que é mais abundante na superfície do terreno. Porém, em contrapartida,

há um aumento no número de formigas pois estes organismos da ordem

(Hymenoptera) utilizam o solo como moradia.

Tabela 7: Análise da macrofauna do solo em mata de cerrado

Macrofauna Nome comum.

Macrofauna

Ordem

Riqueza Serrapilheira

Riqueza 0-10 Cm

Riqueza 10- 20

Cm

Riqueza 20-30 Cm

Cupins Isoptera 0 51 54 9

Tesourinha Dermapdera 2 3 5 0

Formiga Hymenoptera 13 20 33 23

Aranha Aranea 0 5 0 0

Minhoca Haplotaxida 2 16 10 3

Centopeia Scolopendra 1 5 1 3

Mosca Diptera 2 5 3 5

Besouro Coleoptera 9 20 4 12

Tatu bola Isopoda 0 1 0 0

Molusco Pulmonata 0 0 1 0

Total ------------------ 29 126 111 55

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O número de minhoca (Oligoquetas) nesta área também é grande, 31

indivíduos por metro quadrado, isto se dá devido a abundância de alimento e

disponibilidade de água, já que a mata consegue conservar o solo mais úmido se

comparado com áreas agricultáveis, além de manter uma considerável boa

quantidade de serapilheira em seu interior, ou seja uma fonte de alimento para estes

habitantes do solo. As minhocas possuem uma curiosidade que as fazem ótimas

indicadoras de qualidade do solo, possuem quimio-receptores, ou seja, em sua

epiderme há sensores químicos que indicam a qualidade do solo.

O fato de aparecer um Hymenoptera (Pernilongo) nas profundidades de 10-20

e 20-30 cm se dá pelo fato de algumas espécies de formiga possuir o habito de

alimentarem-se de pequenos insetos e conduzirem seus alimentos até seus ninhos

subterrâneos (DAVIDSON et al., 1980 apud SILVESTRE, 2010, s.p.).

É possível observar que nas profundidades de 0-10 cm e 10–20 cm o

número de (Isoptera) e (Hymenoptera) aumentarem constantemente ou seja nas

profundidades de 0 a 10 e 10 a 20 o número de cupins saltou em um percentual de

0 para 92,10% isto por que nesta profundidades encontra-se matéria orgânica

(Celulose) em grandes concentrações seja pela serapilheira decomposta em

partículas pequenas, ou o próprio sistema radicular das arvores que estão

adjacentes aos ninhos que também servem como alimento para este inseto, já as

formigas apresentaram um percentual de Este fato ocorre por que estes seres

utilizam o solo nestas profundidades como abrigo, túneis e ninho. Já nas

profundidades 20-30 cm o número de indivíduos foi menor.

Na Tabela 6 também é possível verificar que os insetos predadores de

outros insetos somente apareceram nas camadas superiores do solo, de 0-10 cm,

como no caso da aranha (Aranea), centopeia (Scolopendra) e tesourinhas

(Dermapdera). Estes insetos são também reconhecidos como fauna epígea pois

caminham muito sobre a camada superficial do solo atrás de alimento (AQUINO,

2001).

Outro dado interessante é que os anelídeos, minhocas, foram encontradas

facilmente em todos os pontos de coleta na área de mata. Esse fato demonstra que

o ambiente sofre pouco com a ação de agroquímicos. Esse grupo identifica os

agroquímicos e procuram se afastar deles, por causa de seus quimiorreceptores

(LIMA, 2010).

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A ordem Coliopdera na mata foi encontrada na fase larval nas profundidades

de 20-30 cm. Isso se dá que por que a larva de besouro nesta fase alimenta-se da

matéria orgânica em decomposição, e se matem nas profundidades do solo até

atingir a maturidade sexual. Numa etapa seguinte sofre metamorfose e formam-se

suas quatro asas, sendo as duas primeiras ricas em quitina, o material que dá ao

besouro a resistência a impactos e pressões. Além desses detalhes, pode-se

observar que esses insetos nesta fase são susceptíveis a inseticidas, o que

demostra que no solo de mata não há indícios da presença desse defensivo.

Observando a Figura 24 é possível constatar a importância da mata de

cerrado naquele ambiente, pois esta serve não somente como reserva para flora,

mas também para fauna como demostra o numero total de 321 indivíduos.

Figura 24: Quantidade de número de indivíduos por m² macrofauna nos pontos amostrados na mata

Observando a Figura 24 é possível verificar a inexpressiva quantidade de

indivíduos nos pontos 4, 5 e 7. Este fato se deu por este solo estar mais seco e

com clareiras abertas em suas proximidades. Sendo assim, a incidência solar

quase que constante nesta área desfavorece a formação de serapilheira, uma vez

que as gotas da chuva incidem no solo diretamente, ou seja, sem a interferência

das copas das árvores, arrastando a cobertura morta e deixando o solo exposto a

radiação solar.

0

50

100

150

200

250

300

350

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Totalmata

85 55

84

19 14 47

17

321

Macrofauna mata

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Observando a amostragem na área de pastagem (Tabela 8) é possível

observar a queda no número de indivíduos por m², sendo os cupins o maior

número de indivíduos coletados nesta área. Isso se dá por estes insetos se

alimentam de celulose, o que é possível encontrar até nas pastagens degradadas.

O número de formigas também é baixo, apresentando somente um individuo por

metro quadrado, isto pode ocorrer porque formigas cortadeiras (Saúva), costumam

cortar mais folhas de planta arbóreas, na área não foi encontrado nenhum

formigueiro e sim trilhas das formigas cortadeiras, que adentravam em direção a

mata (Tabela 8). Este tipo de formiga possui o hábito epígideo, ou seja, caminham

na superfície do solo por longas distancias atrás do alimento. É possível inferir que

o número que foi coletado é baixo pelo fato desta formiga possuir o hábito noturno

de trabalho.

Tabela 8: Análise da Macrofauna do solo em área de pastagem

Macrofauna Nome comum.

Macrofauna

Ordem

Serrapilheira

Riqueza 0-10 Cm

Riqueza 10- 20 Cm

Riqueza 20-30 Cm

Cupins Isoptera 0 0 0 0

Tesourinha Dermapdera 0 0 0 0

Formiga Hymenoptera 0 1 0 0

Aranha Aranea 1 0 0 0

Minhoca Haplotaxida 0 6 0 0

Centopeia Scolopendra 0 0 0 0

Mosca Diptera 0 1 2 4

Besouro Coleoptera 3 3 3 3

Tatu bola Isopoda 0 0 0 0

Molusco Pulmonata 0 0 0 0

Total ------------------ 4 11 5 7

As minhocas fazem parte dos decompositores dentro da cadeia alimentar,

porém, pelo baixo nível de matéria orgânica (7 %) presente no solo, este animal

sofreu a queda de 31 indivíduos para 6 indivíduos por metro quadrado, sendo

somente encontrado neste ponto de coleta na camada de 0-10 por apresentar boa

umidade devido a grande quantidade de raízes e gramíneas, que ao se decompor

servem como alimento.

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O número de aranha também sofreu uma considerável queda de 5

indivíduos para 1 na pastagem , tendo em vista que este tipo de inseto é predador

ou seja se alimenta de outros insetos e com a considerável queda no número da

Macrofauna.

O número de besouros e moscas também encontrou-se em queda sendo

que para as moscas o número caiu de 15 para 7 indivíduos, já besouros

pertencentes a ordem Coleoptera caíram de 45 para 12 indivíduos. Albim (2006)

comenta que em culturas de pastagem com criação de gado os besouros tem

papel importantíssimo uma vez quando se alimentam ou botam seus ovos no bolo

fecal que o gado depositou na superfície do solo, dando início a um controle

biológico para o gado pois as larvas que eclodem no bolo fecal alimentam-se de

ovos de parasitas intestinais do gado como que também das larvas das moscas

dos chifres, sucedendo assim um importante controle biológico e rentável ao

pecuarista.

Um fato que geralmente apresenta declínio de insetos em pastagem é a

vermifugação do gado, ou seja, o ato do agricultor dar vermicidas ou aplicar

inseticidas no gado que de contra parte repassa este residual na forma de fezes ou

urina para o solo, onde os habitantes do solo que se alimentam dos restos

metabólicos do gado, ou vivem dentro de uma teia alimentar relacionada com este

solo se intoxicam e vem a óbito, ou seja, declinando a biodiversidade deste local,

este fato pode ser a resposta para o declínio constante do número de indivíduos da

Macrofauna na pastagem.

Comparando a Figura 24 com a 25, identifica-se que a queda de biomassa

por metro quadrado é considerável, de 321 para 27 indivíduos na soma dos sete

pontos amostrados na área de pastagem. Desta forma, é possível observar a

degradação biológica da pastagem.

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Figura 25: Macrofauna área de pastagem

Como era esperada, a área mais crítica foi na erosão hídrica, como se pode

observar na Tabela 9. Nenhum individuo foi encontrado nos sete pontos amostrados.

Esse fato se dá pela pouca quantidade de alimento que há no local. Com a

instabilização dos taludes e dos horizontes superficiais, há pouca gramínea. Sendo

os vegetais dentro da ecologia os produtores primários, nessas condições, não há

possibilidade de suporte de vida para os consumidores, extinguindo-se a cadeia

alimentar.

Tabela 9: Análise da macrofauna do solo em área de erosão hídrica

Macrofauna

Nome comum.

Macrofauna Profundidade Ordem

Serapilheira

Riqueza 0-10 Cm

Riqueza 10- 20

Cm

Riqueza 20-30 Cm

Cupins Isoptera 0 0 0

Tesourinha Dermapdera 0 0 0

Formiga Hymenoptera 0 0 0

Aranha Aranea 0 0 0

Minhoca Haplotaxida 0 0 0

Centopeia Scolopendra 0 0 0

Mosca Diptera 0 0 0

Besouro Coleoptera 0 0 0

Total 0 0 0

0

5

10

15

20

25

30

9

4 1 2

6 3 2

27

Macrofauna pastagem

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5.2 Resultados das análises químicas

Nas amostras analisadas nas áreas de mata, pastagem e voçoroca (Tabela

10), pode-se observar o alto índice de hidrogênio e alumínio no solo e a acidez

classificada como muito alta conforme a EMBRAPA (2006). Este fato se dá pela

região possuir o bioma de cerrado das quais as plantas já são adaptadas

naturalmente a este solo com estas características naturais. Freire (2006) explica

que na solução química do solo o hidrogênio e o alumínio são os elementos que dão

a característica ácida. Porém, os elementos Mg, K, Ca, Na são reconhecidos como

as bases, e dão ao solo, conforme suas concentrações, a característica ácida ou

alcalina.

Tabela 10: Resultados das análises químicas do solo

Amostra C MO pH

CaCl2

P

resina

K Ca Mg

mmolc/

H+Al

dm3

SB CTC pH 7

V% Sat.

Ca

Sat.

Mg

Sat.

K

MATA

CERRADO 7 12 4,0 3 0,8 11 4 38 16 54 30 21 8 1

PASTAGEM 4 7 4,3 2 0,8 11 2 24 14 38 37 30 5 2

VOÇOROCA 2 3 4,2 0 0,8 11 2 21 14 35 40 32 5 2

É possível observar nos três pontos de amostragem que o solo encontra-se

quimicamente degradado. Na área de pastagem o nível de fósforo (2 mg dm³) que

naturalmente não é recebe tratos culturais, sendo o potássio (0,8 mmolc/dm³) se

matem o mesmo nível em todas as amostras. Na área de mata, o fósforo foi o que

se manteve mais alto, este fato se dá pela característica que o fósforo tem em estar

constituído no conjunto da formação celular, seja ela animal ou vegetal, fato que é

provado pelos níveis de matéria orgânica inicial ou mesmo na forma de carbono

orgânico ser altos se comparados com os outros pontos.

Teores altos de matéria orgânica promovem uma qualidade que é

fundamental para macrofauna do solo, pois estes organismos possuírem a

capacidade de degradarem a matéria orgânica, sendo em muitas das vezes a

degradação é para a alimentação ou para o cultivo de fungos e bactérias que

futuramente servirão de alimento para o ninho. Portanto, a matéria orgânica acaba

sendo um fator fundamental quando nos referimos a macro fauna do solo.

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5.3 Resultados das análises físicas

Os pontos amostrados apresentam classe textural predominantemente

arenosa, sendo apenas a voçoroca apresentou textural média conforme Tabela 11.

Desta forma, são mais permeáveis os solos arenosos, pois retém menos água. Essa

é uma característica indesejável em solos cultiváveis, tendo em vista a intensa

lixiviação das bases.

Na Tabela 11 estão dispostos os resultados das análises físicas realizadas no

laboratório de Geologia, Geomorfologia e Pedologia da UNESP/Campus

Experimental de Ourinhos. Foram analisados os seguintes parâmetros: Densidade

da partícula e textura para obtenção da classe textural do solo.

Tabela 11: Resultado da determinação da classe textural do solo e densidade da

partícula

Amostra Classe Textural

Argila g kg

-1 Areia g kg

-1 Silte g kg

-1 Densidade da

partícula g cm

Mata Cerrado Arenosa 138 808 54 2,63

Pastagem Arenosa 126 833 41 2,74

Voçoroca Média 200 781 19 2,86

Tendo como referência os resultados expressos na Tabela 11, a voçoroca

apresentou textura média, este fato se dá pela característica da argila e silte serem

partículas coloidais e se depositarem em subsuperfície do solo. Essa característica é

reconhecida em erosão como horizonte decapitico, pois as primeiras camadas já

foram erodidas e depositadas, via de regra, no talvegue da erosão.

Conforme Tabela 11, é possível verificar que na área de mata, o nível de

argila presente no solo é maior que o da amostra de pastagem, e menor que a

amostra de voçoroca. Isso se faz porque na voçoroca as coletas realizadas foram

em pontos que resistiram a erosão, onde a argila contribuiu como agente cimentante

para estruturação do solo, porém com a passagem do gado constante tem se criado

algumas ravinas

Outra característica que se apresenta na Tabela 11 é o nível de areia superior

na pastagem se comparado com os outros dois pontos, isto ocorre pela pastagem

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estar degradada possuindo poucos bulbos de gramíneas. Sendo assim, sofrendo o

impacto direto da gota Splash, o que faz com que pulverize os agregados do solo

(GUERRA, 2005 p.18), transportando a argila e o silte, ficando o material mais

pesado, como a areia. No que diz respeito a densidade da partícula, todas amostra

apresentam características de solos minerais com as características próximas a

densidade da sílica 2,65 (KIELH, 1979).

5.4 Entrevista realizada com o Engenheiro Agrônomo da CATI.

Há algum programa de melhoria promovido pela CATI para o Bairro Água do

Souza atualmente?

Atualmente não há programas para aquele bairro, o que se tem feito são

algumas orientações sobre plantio e tratos culturais com os agricultores que

procuram a casa da agricultura.

Foi feito alguma orientação com os agricultores no entorno da erosão sobre

preparo conservacionista?

Sim, tem sido tentado promover a amenização das erosões através de

orientações como construções de curvas de nível.

Há algum programa que envolva a erosão no município?

A prefeitura, através do Departamento de Meio Ambiente tem feito com os

alunos do ensino básico o plantio de algumas mudas em locais próximos a erosão.

Na gestão do ex. prefeito José Carlos Damasceno, gestão (1992-1996), foram feitos

alguns projetos para melhorias daquele local junto a FEHIDRO e CODASP, porém

as verbas não foram aprovadas na câmara municipal. O escritório de

desenvolvimento rural de Ourinhos do qual é ligado a secretária da agricultura do

estado de São Paulo, promoveu através da CATI de São Pedro do Turvo o projeto

de microbacia na bacia do ribeirão Palmitalzinho, o qual contribuiu aos agricultores

do bairro do Souza através das estradas que foram melhoradas. Na mesma época

houve um trabalho de educação ambiental com a secretária de educação e cultura

do município que promoveu o projeto denominado “Aprendendo com a natureza”

que levava os alunos em matas, sistemas de plantio direto, estufas e por último na

erosão, onde assustados plantavam algumas mudas para amenizar a situação.

Há alguma pretensão da CATI em elaborar projetos para amenizar aquela

situação?

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Atualmente não há nenhum projeto destinado para aquela microbacia.

O Ribeirão do Souza é afluente do Rio Turvo, a erosão e o assoreamento tem

promovido algum dano aos agricultores a jusante?

Os agricultores têm reclamado sim do assoreamento, porém nada oficial,

somente verbalmente.

Houve alguma época em que a erosão evoluiu mais rápido?

Sim, quando houve o plantio de mandioca e com sua retirada deixou o solo

muito susceptível a erosão que com as chuvas o processo foi acelerado.

A erosão poderia ter causado alguma diminuição da fauna daquele local?

Segundo os agricultores não, atualmente tem sido visto alguns animais que

estavam desaparecidos.

Você já ouviu falar em Macrofauna do solo? Acredita que a erosão pode

atrapalhar o desenvolvimento dela?

Sim, creio que não.

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6. CONCLUSÃO

A partir das análises químico/física e biológica, é possível perceber o grau de

degradação das áreas de pastagem e erosão, e como a macrofauna do solo torna-

se um importante fator de identificação de degradação principalmente por erosão

hídrica, tanto em sua riqueza, como que em sua diversidade de espécies, sendo

possível observar o declínio considerável que aparece quando comparamos com as

amostras de pastagem e voçoroca. Sendo assim, é possível elencar as seguintes

conclusões:

A falta de um manejo adequado com práticas conservacionista levou a

implantação de um quadro de voçorocamento;

A orientação técnica da CATI para culturas que contribuíssem com a

estabilização do solo seria fundamental para a área de pesquisa;

A pastagem vem sendo degradada com o pisoteio e excessivo bovino, do qual a

cultura vem tolerando a falta de nutrientes, acidez e toxidez por alumínio,

dificultando a formação de folhas que contribuam para amenização do impacto

por salpicamento e consequentemente a erosão hídrica;

A necessidade de uma intervenção pública no intuito de implantar no local um

plano de manejo de microbacia com estradas que colaborem com o pequeno

agricultor e amenize a erosão hídrica é urgente;

O reflorestamento das áreas de preservação permanente, como das reservas

legais, favoreceria não só a proteção dos rios e mananciais, elas promoveriam a

estruturação do solo como um todo, ou seja, desde os minerais (solo) estariam

estáveis aos microrganismos que estão na topo da cadeia alimentar,

contribuiriam com o fluxo de energia deste sistema;

A macrofauna do solo demonstrou ser um excelente indicador para avaliar

qualidade do solo.

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