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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS SUBSÍDIOS PARA PLANO DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUES LINEARES NA UGRHI 14 ESTADO DE SÃO PAULO Pedro Augusto Assaf Navarro Ayub Orientador: Prof. Dr. Antonio Cezar Leal Ourinhos 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS

SUBSÍDIOS PARA PLANO DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUES

LINEARES NA UGRHI 14 – ESTADO DE SÃO PAULO

Pedro Augusto Assaf Navarro Ayub

Orientador: Prof. Dr. Antonio Cezar Leal

Ourinhos

2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS

SUBSÍDIOS PARA PLANO DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUES

LINEARES NA UGRHI 14 – ESTADO DE SÃO PAULO

Pedro Augusto Assaf Navarro Ayub

Orientador: Professor Dr. Antonio Cezar Leal

Monografia de pós-graduação apresentada a Comissão do Curso de Especialização em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita filho” – Campus experimental de Ourinhos.

Ourinhos

2012

“A cidade de quem passa sem entrar é uma; é outra

pra quem é aprisionado e não sai mais dali; uma é a

cidade à qual se chega pela primeira vez, outra é a

que se abandona para nunca mais retornar;...”

CALVINO, 1993

AGRADECIMENTOS

Aos meus Pais David e Marialda e aos meus irmãos e também pós-graduandos

deste curso João e Felipe.

Ao meu Orientador Professor Dr. Antonio Cezar Leal, pela dedicada e

generosa orientação e pelo o apoio prestado nos momentos difíceis.

Aos profissionais do DAEE de Piraju, pela ajuda imprescindível no

desenvolvimento deste trabalho.

A todo pessoal do curso de pós-graduação, que se tornaram amigos e

companheiros de confraternizações e risadas e contatos profissionais.

A todos que direta ou indiretamente participaram deste trabalho.

v

SUMÁRIO

Página

Agradecimentos ..................................................................................................... iv

Sumário ................................................................................................................... v

Lista de figuras ...................................................................................................... vi

Lista de quadros ................................................................................................... vii

Lista de siglas e abreviaturas .............................................................................. vii

Resumo ................................................................................................................ viii

Abstract .................................................................................................................. ix

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01

CAPÍTULO 1 - COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA E PARQUES

LINEARES: a atuação do CBH-ALPA .................................................................. 04

1.1. Realizações aprovadas pelos Comitês e Financiadas pelo FEHIDRO .. 05

1.2. FEHIDRO e a UGRHI 14 ...................................................................... 04

1.2.1. Canalizações de córregos ...................................................... 09

1.2.1. Parques Lineares ................................................................... 11

CAPÍTULO 2 – PARQUES LINEARES: fundamentos e experiências ................. 15

2.1. Escolhas das Áreas .................................................................................. 18

2.1.1. Elaboração do Projeto ............................................................ 19

2.2. Estudo de casos ....................................................................................... 20

2.2.1. Parque Costa Azul – Salvador, Bahia ..................................... 21

2.2.2. Parque Municipal do Bariqui – Curitiba, Paraná ..................... 22

2.2.3. Parque Central – Santo Andre, São Paulo ............................. 23

2.2.4. Parque da Biquinha – Sorocaba, São Paulo ........................... 24

2.2.5. Parque Carlos Alberto de Souza – Sorocaba, São Paulo ....... 25

2.2.6. Parque Linear Várzeas do Tietê – São Paulo ......................... 26

2.2.7. Porto Maravilha – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro .................. 28

CAPÍTULO 3 – PROPOSTA ................................................................................... 30

3.1. Projetos realizados ................................................................................... 30

3.1.1. Piraju ...................................................................................... 32

3.1.1. Paranapanema ....................................................................... 34

3.1.1. Coronel Macedo ..................................................................... 36

3.1.1. Santa Cruz do Rio Pardo ........................................................ 37

CONCLUSÃO......................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 40

vi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Mapa das UGRHI do Estado de São Paulo ................................. 03

FIGURA 02: UGRHI 14, área de atuação do CBH-ALPA ................................ 06

FIGURA 03: Canalização do Córrego do Lajeado ........................................... 10

FIGURA 04: Foto da execução do Parque Linear de Riversul ........................ 12

FIGURA 05: Foto do Parque Lourenço Custódio ............................................. 13

FIGURA 06: Imagem aérea do Parque do Dourado, as margens do Rio

Paranapanema ................................................................................................. 14

FIGURA 07: Imagem dos quiosques do Parque .............................................. 14

FIGURA 08: Foto aérea - Córrego Tijuco Preto ............................................... 16

FIGURA 09: Estâncias turísticas dentro da UGRHI 14 .................................... 17

FIGURA 10: Implantação do Parque Costa Azul ............................................. 21

FIGURA 11: Foto aérea do Parque Costa Azul ............................................... 21

FIGURA 12: Implantação do Parque Municipal de Birigui ............................... 22

FIGURA 13: Foto aérea do Parque Municipal de Birigui .................................. 22

FIGURA 14: Implantação do Parque Central ................................................... 23

FIGURA 15: Foto do Passeio do Parque Central ............................................. 23

FIGURA 16: Foto do playground do Parque da Biquinha ................................ 24

FIGURA 17: Foto do Passeio do Parque da Biquinha ..................................... 24

FIGURA 18: Imagem aérea do Parque Carlos Alberto de Souza. ................... 25

FIGURA 19: Foto do passeio do Parque Carlos Alberto de Souza .................. 25

FIGURA 20: Foto do lago do Parque Carlos Alberto de Souza. ...................... 25

FIGURA 21: Implantação do Parque Linear Várzeas do Tietê......................... 26

FIGURA 22: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê ........................ 27

FIGURA 23: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê ........................ 27

FIGURA 24: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê ........................ 27

FIGURA 25: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê ........................ 27

FIGURA 26: Perspectivas do Parque Linear Porto Maravilha .......................... 29

FIGURA 27: Perspectivas do Museu do Parque Linear Porto Maravilha ......... 29

FIGURA 28: Área do Parque Linear de Piraju ................................................. 32

FIGURA 29: Planta da escola de educação ambiental .................................... 33

FIGURA 30: Perspectiva da escola de educação ambiental ........................... 33

FIGURA 31: Planta da escola de canoagem ................................................... 33

vii

FIGURA 32: Perspectiva da escola de canoagem ........................................... 33

FIGURA 33: Planta do Eco Parque de Paranapanema ................................... 34

FIGURA 34: Planta e perspectivas do prédio da Secretaria do Meio Ambiente

do Eco Parque de Paranapanema ................................................................... 35

FIGURA 35: Planta do Parque Linear de Paranapanema ............................... 35

FIGURA 36: Planta do Parque Linear de Coronel Macedo. ............................. 36

FIGURA 37: Anteprojeto do Parque Linear do São Domingos ........................ 37

FIGURA 38: Perspectivas do anteprojeto do Parque Linear do

São Domingos .................................................................................................. 37

FIGURA 39: Planta do Parque Linear do São Domingos, em execução ......... 38

FIGURA 40: Cortes do projeto do Parque Linear do São Domingos, em

execução .......................................................................................................... 38

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Dados gerais da UGRHI 14 ....................................................... 07

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CRH - Conselho de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.

CBH - Comitê de Bacia Hidrográfica.

CBH-ALPA - Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema.

UGRHI - Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

APP - Área de Preservação Permanente.

DAEE - Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo.

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

FEHIDRO - Fundo Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo.

MPO - Manual de Procedimentos Operacionais para Investimentos.

DADE - Departamento de Apoio as Estâncias do Estado de São Paulo.

viii

RESUMO

Esta monografia de Pós-graduação, do Curso de Especialização em

Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias

Hidrográficas, vêm apresentar propostas de formas de uso e ocupação das

margens dos recursos hídricos em áreas urbanas através da implantação de

Parques Lineares, determinando diretrizes e os procedimentos que devem ser

tomados para a viabilização dos empreendimentos em questão.

Os Parques Lineares visam contemplar equipamentos de esporte,

cultura e lazer para a população, além de preservar a APP (Área de

Preservação Permanente), mantendo assim a integridade da paisagem, que

tende a gerar qualidade de vida e a conservação do meio ambiente das

cidades.

Palavras-Chave: lugar, espaço, revitalização, urbanização, parque linear,

turismo.

ix

ABSTRACT

This monograph Graduate, Specialization Course in Water Resources

Management and Environmental Planning in Watersheds come forward

proposals for ways to use and occupy the margins of water resources in urban

areas through the deployment of Linear Parks, and determining guidelines

procedures that should be taken to the viability of the enterprises in question.

The Linear Parks aim to include sports equipment, leisure and culture for

the population, besides preserving APP (Permanent Preservation Area), thus

maintaining the integrity of the landscape, which tends to generate quality of life

and environmental conservation cities.

Key-words: place, space, revitalization, urbanization, linear park, tourism.

1

INTRODUÇÃO

O dia a dia profissional em contato com a Arquitetura e Urbanismo e o

conhecimento da região ao longo dos anos possibilitaram-me, observar que a

demanda e busca pelo lazer junto aos recursos hídricos tem uma crescente

demanda, porém tratada sem critérios e entendimento técnico, que envolve

uma gama de detalhes, conhecimentos de leis e prática de projeto.

A área de estudo em questão é a Unidade de Gerenciamento de

Recursos Hídricos 14 (UGRHI 14), área de atuação do Comitê de Bacia

Hidrográfica do Alto Paranapanema (CBH-ALPA), uma região rica em recursos

hídricos e pouco desenvolvida economicamente, onde a maioria dos seus 36

municípios possuem população menor que 30 mil habitantes.

Nesta monografia iremos discorrer sobre a importância da preservação

das margens dos córregos e rios urbanos, fomentando a criação de Parques

Lineares, infraestrutura, a qual se torna um elo entre homem e natureza,

aumentando assim a qualidade de vida da população local, além de se criar

uma barreira que pode impedir que as áreas preservação permanente,

especialmente de mananciais, tornem-se alvo de invasões/ocupações

irregulares, de despejo de entulho, etc.

Para tanto, foram realizadas atividades de gabinete e de campo,

incluindo revisão bibliográfica sobre os temas e áreas em estudo, análise de

documentos do CBH-ALPA e de projetos de parques lineares, bem como foram

analisados projetos realizados no âmbito de minhas atividades profissionais.

No Capítulo 1 abordamos algumas Canalizações de Córregos e Parques

Lineares urbanos já implantados e/ou em implantação dentro da UGRHI 14, em

sua maioria, financiados pelo FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos

Hídricos), mostrando a sua importância e como se tornam essenciais para a

preservação dos recursos hídricos. Para termos um parâmetro melhor de

Parques Urbanos relacionados a recursos hídricos, no Capítulo 2, citamos

2

alguns parques Brasileiros que já são consagrados e se tornaram ponto

turístico.

No Capítulo 3 apresentamos propostas de Parques Lineares em alguns

municípios da UGRHI 14, com a intenção de promover a preservação de áreas

com potencial para a melhoria da qualidade de vida e qualidade ambiental nas

cidades.

3

CAPÍTULO 1 – COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA E PARQUES

LINEARES: a atuação do CBH-ALPA

Comitê, do latim committere, significa “confiar,

entregar, comunicar”. É o termo empregado para dar

significado à comissão, à junta, à delegação, à

reunião de pessoas para debate e execução de ação

de interesse comum. (HOUAISS, 2001)

O Comitê de Bacia Hidrográfica é responsável pela gestão das águas

em sua unidade de gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI), que são

divididas conforme as bacias de contribuição e outros critérios econômicos,

sociais e naturais.

Figura 01: Mapa das UGRHI do Estado de São Paulo.

Fonte: http://www.sigrh.sp.gov.br.

Os Comitês existem no Brasil desde 1988 e suas principais

competências são: aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; arbitrar

4

conflitos pelo uso da água, em primeira instância administrativa; estabelecer

mecanismos e sugerir os valores da cobrança pelo uso da água; entre outros.

No estado de São Paulo, em 1991, foi promulgada a Lei nº 7.663, que

deu a origem aos órgãos Colegiados, Consultivos e Deliberativos: o Conselho

de Recursos Hídricos (CRH), para o debate das questões com relevância

estadual; e os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH), com atuação em unidades

hidrográficas em território paulista.

Atualmente existem 21 (vinte e um) Comitês de Bacias Hidrográficas no

estado de São Paulo, um dos quais atuando em duas UGRHI (CBH Aguapeí-

Peixe), e cada um é representado por um colegiado tripartite, ou seja,

representantes de Órgãos do Estado com atuação na Bacia Hidrográfica (como

DAEE, CETESB, entre outros); entidades da Sociedade Civil (incluindo os

usuários de recursos hídricos e ONG) e os Municípios com terras na área da

Unidade de Gerenciamento. Assim que definidos os membros representantes

do CBH são eleitos o Presidente, o Secretário executivo e seus respectivos

suplentes, que irão ser os representantes legais do Comitê.

Na Lei nº 7.663 de 1991, também foram criados o FEHIDRO (Fundo

estadual de Recursos Hídricos), regulamentado posteriormente pelos decretos

37.300/93 e 43.204/98, que tem como objetivo dar suporte financeiro ao

sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e

viabilizar Programas de proteção, recuperação, controle e conservação de

recursos hídricos, que deverão ser utilizados para trazerem benefícios em sua

unidade de gerenciamento correspondentes.

1.1. Realizações aprovadas pelos Comitês e financiadas pelo FEHIDRO

Os projetos e obras aprovados pelos Comitês e financiados pelo

FEHIDRO podem ter como tomadores dos recursos: Prefeituras; Instituições

Públicas; Associações; Consórcios Intermunicipais; Pessoas jurídicas de direito

público; Concessionárias de serviços públicos; Pessoas jurídicas de direito

privado, mas devem ter como objetivo a preservação do meio ambiente e da

recuperação dos Recursos Hídricos, seguindo o cumprimento desses requisitos

pela análise dos respectivos Estatutos e da Secretaria Executiva do

COFEHIDRO.

5

Os recursos do FEHIDRO basicamente tem origem na arrecadação dos

Royalties e na compensação financeira decorrente dos aproveitamentos

hidroenergéticos no território do Estado de São Paulo; pela Usina Hidrelétrica

de Itaipu por sua utilização do potencial hidráulico do Rio Paraná; pela

cobrança da utilização dos recursos hídricos; pela renda de aplicações

financeiras e devolução de parcelas e rendas de aplicação repassadas pelo

tomador. Esta arrecadação é repassada para os 21 CBH do Estado e tornam-

se responsáveis pela aprovação de projetos dos interessados a serem

financiados com a verba disponível.

Os interessados em captar verbas para o financiamento de

empreendimentos do FEHIDRO deverão apresentar suas propostas a Câmara

Técnica do CBH, seguindo o Manual de Procedimentos Operacionais para

Investimento (MPO) do FEHIDRO para serem julgados e selecionados. A

seleção vai desde a apresentação de toda a documentação solicitada à

prioridade da implantação dos serviços, seja ela emergencial ou não, podendo

ser avaliadas a viabilidade do investimento, entre outros aspectos.

Entre os principais projetos/realizações aprovados pelos Comitês de

bacias Hidrográficas e financiados pelo FEHIDRO no Estado de São Paulo

estão as canalização de córrego e as proteções de margens dos municípios

Bragança Paulista, Piracaia, Taquarituba, Itanhanhem, Praia Grande,

Caraguatatuba, Poá, Terra Roxa, Viradouro e Santo Antônio de Posse.

1.2. FEHIDRO e a UGRHI 14

Dentre as 21 (vinte e uma) Unidades de Gerenciamento de Recursos

Hídricos (UGRHI) do Estado de São Paulo destacam-se alguns grandes rios

como o Tietê, o Piracicaba e o Rio Paranapanema.

A bacia do Rio Paranapanema, na vertente paulista, está dividida em

três unidades hidrográficas:

• A UGRHI 14 – Alto do Paranapanema

• A UGRHI 22 – Pontal do Paranapanema

• A UGRHI 17 – Médio Paranapanema

6

A UGRHI 14, área em foco neste estudo, possui 22.689 km² e tem como

principal curso de água o Rio Paranapanema, com aproximadamente 530 km

de extensão percorridos dentro dos limites da bacia. Esse trecho corresponde

uma extensão desde a sua principal nascente, no município de Capão Bonito,

até a Usina Hidrelétrica de Chavantes, localizada a cerca de 3 km à jusante da

confluência com o rio Itararé, divisa com o Estado do Paraná.

A UGRHI 14 em sua composição territorial é formada por 36 (trinta e

seis) municípios, dos quais 34 (trinta e quatro) possuem 100% de seu território

dentro da UGRHI. Apesar de ser uma das maiores Unidades de

Gerenciamento em porção territorial, é também uma das menos populosas

possuindo 721,587 mil habitantes em seu território (SEADE, 2010).

Figura 02: UGRHI 14, área de atuação do CBH-ALPA.

Fonte: http://comitealpa.com.

Na página a seguir podemos ver as principais características da UGRHI

Alto Paranapanema, presentes no Quadro 1.

7

Quadro 01: Dados gerais da UGRHI 14.

Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas de SP – UGRHI 14.

Os municípios que compõem a UGRHI 14 tem em sua maioria uma

população abaixo de 30 mil habitantes, sendo os municípios de Itapetininga,

Itapeva, Capão Bonito e Itararé os municípios com maior contingente

populacional com cerca de 45% da população total. Itapetininga é o município

com maior número de habitantes, atualmente conta com 144.416 mil, segundo

o censo IBGE 2010. Possuindo uma taxa de crescimento populacional de

1,67% ao ano (SEADE, 2008), é também o município do Comitê de Bacia

Hidrográfica do Alto Paranapanema com a maior concentração de indústrias e

8

comércios, segundo o relatório de situação dos Recursos Hídricos das Bacias

Hidrográficas do estado de São Paulo, da Bacia Hidrográfica do Alto

Paranapanema – UGRHI 14.

Por apresentar uma pequena densidade populacional a UGRHI 14,

ainda é uma região do estado de São Paulo que possui em sua característica

geral poucas invasões/ocupações nas margens dos rios e córregos em áreas

urbanas, assim consequentemente há pouca degradação ambiental feita pelo o

homem, como desmatamento de APP urbanas (áreas de preservação

permanente) e contaminação de água, tornando-se uma região propícia para a

implantação de técnicas como a educação ambiental e de infraestruturas

urbanas, que são deficientes em alguns municípios UGRHI 14, mas que

quando implantados são capazes de melhorar a qualidade de vida da

população, como emissários de esgoto sanitários e ETE (Estações de

Tratamento de Esgoto) evitando assim que o esgoto seja lançado nos córregos

e rios sem o tratamento adequado, bem como implantação de redes de

abastecimento de água, salas verdes para educação ambiental e Parques

Lineares em áreas urbanas.

O quanto antes forem desenvolvidos e implantados projetos

relacionados a práticas ambientais, tanto de conservação, quanto a de

instrução da população em forma de educação ambiental para os habitantes da

UGRHI 14, pode-se gerar uma relação mais harmoniosa entre o homem e a

natureza, contribuindo para a conscientização de conservação e preservação e

até mesmo de melhoramento do meio existente.

Por possuir uma arrecadação baixa pelo FEHIDRO, atualmente cerca de

R$ 2 (dois) milhões por ano, o que seria em média de R$ 55 mil para cada um

dos 36 municípios da UGRHI 14. Fato que impede de viabilizar grandes

empreendimentos na região, mas com a cobrança pelo uso dos Recursos

Hídricos, a ser implantada até 2017, esta arrecadação pode aumentar três ou

quatro vezes mais, sendo possível implantar um plano em escala regional de

recuperação das margens dos córregos e rios urbanos da UGRHI 14.

A seguir são apresentados alguns investimentos na parte da criação de

espaços de cultura, lazer e esportes às margens de cursos d água em trechos

urbanos realizados durante a atuação do CBH-ALPA, financiados ou inspirados

pela ação do FEHIDRO na UGRHI 14:

9

1.2.1. Canalização de córregos

Soluções de como canalização de córregos são alternativas aos danos típicos

de rios urbanos. Intervenções em córregos e rios urbanos se mostram

necessárias quando se tornam frequentes eventos como enchentes e

solapamento das margens e erosão, com assoreamento do curso d'água.

10

1.2.1.1. Córrego do Lajeado em Taquarituba:

Na cidade de Taquarituba já vem sendo feito um trabalho de canalização

desde 2003, no Córrego do Lajeado, onde a cada ano o Município busca o

recurso do FEHIDRO para se executar etapas da obra. A área que antes era

incidente de muitas enchentes que traziam grandes transtornos a população

ribeirinha, agora os incidentes acontecem com frequências e intensidades bem

menores, além de dar uma aparência melhor ao local.

Figura 03: Canalização do Córrego do Lajeado.

Fonte: Arquivo digital DAEE.

11

1.2.2. Parques Lineares

Os Parques Lineares servem como meio de preservação das margens

dos córregos e rios urbanos, alem de servir como áreas de lazer e recreação

para os moradores da região. Podem ser atrativos de turismo regional,

podendo conter estruturas para receber um pequeno centro de educação

ambiental ou promover atividades culturais voltadas ao meio ambiente.

São infraestruturas importantes para o desenvolvimento urbano e social

do município, que podem evitar a degradação e proteger áreas com potencial

para melhoria da qualidade de vida e qualidade ambiental nas cidades. No

próximo capítulo abordaremos este tema com mais detalhes.

12

1.2.2.1 Parque linear de Riversul

No município de Riversul está em execução um trecho do Parque Linear

financiado pelo FEHIDRO, onde contempla a canalização do córrego e um

passeio para caminhada.

Figura 04: Foto da execução do Parque Linear de Riversul

Fonte: Arquivo digital DAEE.

13

1.2.2.2 Parque Municipal de Taquarituba – Lourenço Custódio

O parque municipal Lourenço Custódio se localiza próximo à região

central da cidade de Taquarituba e é contemplado com um grande lago,

passeios, quiosques, etc. É bastante frequentado pela população da cidade

para o desenvolvimento de atividades como caminhadas, descanso, lazer e

contemplação da paisagem.

Não foi um empreendimento financiado pelo FEHIDRO, mas teve grande

influencia do Comitê de bacias Hidrográficas para sua idealização.

Figura 05: Foto do Parque Lourenço Custódio.

Fonte: Arquivo digital da Prefeitura Municipal de Taquarituba.

14

1.2.2.3 Parque Municipal do Dourado - Piraju

Aproximadamente a 3 (três) quilômetros da cidade de Piraju e com fácil

acesso, o Parque Municipal do Dourado, fica a margem do Rio Paranapanema

e possui trilhas, quiosques com churrasqueira, áreas para lazer e

contemplação.

O parque recebe visitas diárias, mas é mais frequentado aos finais de

semana, por ser um pouco afastado da cidade. É bastante utilizado para a

prática de pesca, passeios de barco, caminhadas, descanso e lazer.

Parte da infraestrutura existente no Parque do Dourado foi financiada

pelo FEHIDRO.

Figura 06: Imagem aérea do Parque do Dourado, as margens do Rio Paranapanema.

Fonte: Arquivo digital da Prefeitura Municipal de Piraju.

Figura 07: Imagem dos quiosques do Parque.

Fonte: Arquivo digital da Prefeitura Municipal de Piraju.

15

CAPÍTULO 2 – PARQUES LINEARES: fundamentos e experiências

par.que

sm (fr parc) 1 Terreno mais ou menos extenso, com

muitas árvores de grande porte, destinado a passeios,

exposições, ou ambos ao mesmo tempo. 2 Jardim

extenso, particular ou público.

P. infantil: estabelecimento público para recreio de

crianças, provido das respectivas instalações, como

balanços, gangorras etc. P. nacional: região natural que

o governo de um país coloca sob a proteção do Estado,

a fim de conservar flora e fauna, preservando-as contra

as devastações feitas pelo homem. (dicionário Michaelis

online)

li.ne.ar

adj (lat lineare) 1 Que diz respeito a linhas. 2 Muito

estreito e comprido. (dicionário Michaelis online)

A expressão Parque Linear é somente uma nomenclatura que foi dada

aos parques ou praças as margens de um curso d’água remetendo-se a forma

que é obtida durante a execução do projeto, por ser algo continuo e linear.

Porém, um parque às margens de rio agrega mais valores, como por

exemplo, a de preservação das margens, evitando assim a ocupação de

moradias irregulares e não permite que a área vire depósito de lixo ou materiais

de construção, muito comum de se ver em área abandonadas.

Na imagem da página a seguir podemos ver um exemplo claro disso,

que ocorre no Córrego Tijuco Preto no Itaim Paulista na cidade de São

Paulo/SP. Se analisarmos bem se pode observar um “corte” no traçado da

quadra, evidenciando o córrego invadido por casas.

16

Figura 08: Foto aérea - Córrego Tijuco Preto.

Fonte:http://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/08/23/tres-mil-familias-vivem-nas-magens-de-corrego-no-itaim paulista/

Atualmente existem 3 (três) mil famílias vivendo na proximidade das

margens do córrego em moradias precárias e com alto nível de insalubridade.

As casas impedem o acesso ao córrego impossibilitando a sua limpeza,

que deve ser feita periodicamente, para que se evite que a área se torne um

foco de insetos e micro-organismos causadores de doenças. Assim torna-se

visível a Importância da preservação das margens dos cursos d’água, pois

seria um meio de prevenção para que não se repita esse fato, que é muito

comum em várias regiões do Brasil e até mesmo do mundo.

Também não podemos ter uma consciência tão desesperadora, pois

claro que em certos tipos de invasões em áreas de APP urbanas não há ações

tão impactantes quanto a do Córrego Tijuco Preto, porem nos grandes centros

como o caso da cidade de São Paulo, existe uma série de fatores que vão além

da discussão desta monografia e teria que ser feito um estudo mais

aprofundado e especifico para a região, mas com a implantação de um Parque

Linear em uma área sem invasões ou não tão degradada, permite-se que seja

realizado um trabalho mais simples e com custo bem menor para a sua

execução. O que trará muitos benefícios para a população e até mesmo para o

comércio e o turismo da região de UGRHI 14.

17

Como exemplo da importância da recuperação das áreas próximas às

águas, menciona-se o caso do projeto do Porto Maravilha (vide pg. 28), em

execução na antiga área portuária da cidade do Rio de Janeiro, que pretende

ser o cartão postal dos Jogos Olímpicos de 2016, que acontecerá na cidade.

Esta correlação com o turismo é importante, pois a proteção das

margens fluviais e da água nos córregos pode se tornar benéfico para todas as

cidades da UGRHI 14, fazendo com que abra a possibilidade de ter um

percurso regional de turismo, já que atualmente existem 3 (três) cidades dentro

do CBH-ALPA que são Estâncias Turísticas, as cidades de Avaré,

Paranapanema e Piraju.

Figura 09: Estâncias turísticas dentro da UGRHI 14.

Fonte: Autor.

A indústria do turismo é incontestavelmente uma das mais importantes

atividades econômicas mundiais. Os dados brasileiros são igualmente

positivos: o turismo cresceu 6% em 2011, o dobro da média mundial. O setor já

é responsável por 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e segundo o IBGE, gera

aproximadamente 2,8 milhões de empregos no país.

Turismo é o movimento de pessoas, é um fenômeno social, econômico e

cultural. A importância do turismo reside menos nas estatísticas que mostram

parcialmente seu significado e mais na sua incontestável capacidade de

organizar sociedades inteiras e de condicionar o (re)ordenamento de territórios

para sua realização (Cruz, 2000). Porém o reconhecimento deste fato, de

18

transformação da cidade, não implica necessariamente em acertos nas ações

implementadas.

O turismo não é mais considerado uma atividade de trabalho ideal e não

poluente. É um fenômeno mundial que afeta tanto os ambientes, quanto as

sociedades humanas (MacGregor, 1994), por isso é cada vez mais importante

desempenhar o papel do desenvolvimento econômico, da justiça social, da

conservação do meio ambiente e dos patrimônios históricos. É preciso ampliar

a consciência sobre a natureza complexa do turismo, perceber o seu papel

ambivalente em direção ao desenvolvimento sustentável, criando além de

infraestruturas turísticas e de lazer, meios para o desenvolvimento de serviços

para o uso dos cidadãos, favorecendo o grau de instrução, a fim de

proporcionar educação ambiental e profissional para a população local.

2.1. Escolha das Áreas

Entende-se como espaço livre, conceito que abrange outros conceitos,

como o espaço que se contrapõe a espaços construídos em áreas urbanas.

Entende-se como área verde o espaço livre de domínio público em que há o

predomínio de vegetação arbórea ou de atributos ambientais relevantes, que

possibilitem o desenvolvimento de atividades recreacionais e de lazer ao ar

livre, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos

(MORERO, 1996; GUZZO, 1999).

Entende-se parque urbano como sendo uma área verde com dimensões

bem maiores que as praças e jardins públicos e que possui funções ecológica,

estética e de lazer (GUZZO, 1999). Como citado por MELLO (1995), os

espaços públicos, incluindo-se aí as áreas verdes, são valores culturais que

influem consciente ou inconscientemente na interação da população com o

entorno, influenciando as ações e reações desta população bem como sua

qualidade de vida.

Nesse contexto as definições de onde se implantar um Parque Linear

não são simples. Deve ser feito um estudo aprofundado da cidade, como o

desenvolvimento de um Plano Diretor, indicado diretrizes capazes de direcionar

o crescimento mais sustentável da cidade, no qual a Prefeitura deve ter

19

participação direta com a população, que é o maior privilegiado de um

empreendimento desta magnitude.

2.1.1 Elaboração do Projeto

Assim que definida a área de implantação, pode ser preparada a

elaboração e desenvolvimento do Projeto Arquitetônico e Urbanístico do

Parque Linear, no qual segundo LabHab (2006), podem ser considerados

alguns aspectos gerais e seguir algumas diretrizes como:

1. Aspectos dos meios físicos da microbacia;

2. Aspectos socioeconômicos da região/município;

3. A importância do Parque enquanto espaço de lazer;

4. A ocupação urbana do território;

5. Ligação do parque com sistema viário e de transportes;

6. Legislações Ambientais;

7. Definição de áreas prioritárias e etapas de implantação;

8. Viabilidade econômica de implantação;

Um dos principais objetivos que um Parque Linear deve ter é a de

conciliar a recuperação ambiental das margens dos córregos e/ou rios urbanos,

com a provisão de espaços livres e áreas verdes para população, articulados

ou não a áreas habitacionais, lembrando que a implantação de um parque

linear, muitas vezes é pontual, onde não se contempla toda a extensão do

curso d’água, mas deve se tornar parte de um processo de intervenções mais

amplo e continuado, sendo efetuadas em etapas futuras.

A implantação de um Parque Linear aliado a implementação de

infraestrutura básica, principalmente a coleta e o tratamento de efluentes de

esgoto, é capaz de solucionar parte do déficit de saneamento ambiental da

região, melhorando assim a qualidade de água e a qualidade de vida.

Outra função importante é de melhorar a permeabilidade do solo,

minimizando as enchentes e impedindo a construção de habitações irregulares

nas áreas de várzea, redefinindo o espaço, criando assim um traçado mais

20

agradável e harmonioso para a cidade, alem de proporcionar um crescimento

sustentável da malha urbana.

Por se tratar de uma área grande de atuação (UGRHI 14) para a

realização dos estudos não podemos generalizar a forma de implantação e

elaboração do Parque Linear, pois cada Município possui uma necessidade

especifica, tendo até casos de microrregiões dentro das cidades (bairros) terem

a sua peculiaridade, exigindo atender a necessidade local. Lembrando que

para isso ocorra deve ser ouvida a população local e ter um reconhecimento

geral da área.

2.2. Estudo de casos

A seguir iremos expor e discorrer sobre alguns Parques Urbanos

localizados no Brasil que tem relação com Recursos Hídricos, alguns já

conhecidos e outros ainda em processo de implantação, sendo executados em

etapas, por serem um empreendimento de magnitude regional, englobando

várias cidades no entorno da cidade de São Paulo, como é caso do Parque

Linear Várzeas do Tietê.

Todos os parques a seguir mostram a importância da relação entre

preservação dos Recursos Hídricos e a criação de áreas de lazer para a

população.

21

2.2.1. Parque Costa Azul – Salvador, Bahia.

Situado na orla marítima de Salvador, na região da foz do Rio

Camaragipe. O parque ocupa uma área de um antigo clube, o Costa Azul.

Segundo Kliass (1993) o rio se encontrava em uma situação de

deterioração e através do projeto de saneamento Projeto Bahia Azul, a área

pode ser revitalizada e assim o parque foi implantado criando áreas de

interesses públicos.

Os equipamentos implantados são voltados para o lazer ativo e

contemplativo em razão da grande densidade de pessoas próximo a área do

parque.

Como elementos de ligação existe uma passarela que une a orla ao

parque e as suas atividades, e uma ponte que cruza o rio Camaragipe que

permite as pessoas residentes do bairro Pituba a terem acesso ao parque.

O parque possui a presença do rio como um elemento de paisagem, que

estava em condições degradadas e foi revitalizado para implantação de áreas

de convívio.

Imagem 10 e 11: Implantação e Foto aérea do Parque Costa Azul, respectivamente.

Fonte: Kliass, 1993

22

2.2.2. Parque Municipal do Barigui – Curitiba, Paraná.

Conforme citado por Kliaas (1993) o parque tinha a preocupação em se

prevenir enchentes, de ampliar o saneamento básico e preservar as áreas

verdes foi o ponto de partida para se projetar esse parque, que teve seu

nascimento em 1972. Hoje o Parque Municipal do Barigui é ponto de encontro

de pessoas e atrativo turístico de Curitiba.

O nome tem origem indígena: Rio do Fruto Espinhoso. O parque é

responsável pela formação do lago represado para minimizar os impactos

causados pelas enchentes e possibilitar a existência de aves aquáticas, além

de conter atividades esportivas e espaços de contemplação dentro do parque.

Imagem 12 e 13: Implantação e foto aérea do Parque Municipal do Birigui, respectivamente.

Fonte: Kliass, 1993

23

2.2.3. Parque Central – Santo André, São Paulo.

Segundo Kliass (1993) se tratava de uma área abandonada e

deteriorada em uma região muito densa, que através da implantação do parque

recuperou-se a qualidade ambiental. O terreno pertencia a São Paulo Railway,

hoje Rede Ferroviária Federal, que utilizava as águas das nascentes nos

antigos trens a vapor.

Essa área foi muito ocupada no decorrer do tempo, nos anos 1950

existiam agricultores japoneses, e em 1978 iniciou-se a construção de um

Hospital Regional das Clinicas ainda inacabado. Existia também uma favela

que se estendia sob a rede de alta tensão da Eletropaulo que corta a área.

Na década de 1980, a administração municipal executou parte de um

projeto de parque, no setor Oeste, deixando a outra parte por fazer. A

continuação do parque se deu em 1992 com o resgate de uma grande área

urbana voltada para o lazer. O córrego que nasce no próprio parque e deságua

no rio Tamanduateí, era canalizado e recebia esgotos residenciais,

transformou-se em três grandes represas de água limpa, com peixes e

pássaros. O parque mostra como é possível recuperar a vegetação nativa de

um lugar, mesmo ele estando em precárias condições.

Imagem 14 e15: Implantação e foto do passeio do Parque Central, respectivamente.

Fonte: Kliass, 1993

24

2.2.4. Parque da Biquinha – Sorocaba,São Paulo.

Conforme informações cedidas pela Prefeitura Municipal de Sorocaba o

parque foi criado em 1976 e está situado numa área verde com cerca de um

alqueire de terra. O local é uma região de topografia bem acidentada,

privilegiada por fazer parte de uma bacia hidrográfica com muitas quedas

d'água e lagos.

O espaço é preparado para fins educativos e de pesquisas.

Imagem 16: Foto do playground do Parque da Biquinha.

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 17: Foto do Passeio do Parque da Biquinha.

Fonte: Arquivo pessoal

25

2.2.5. Parque Carlos Alberto de Souza (Campolim) – Sorocaba,São Paulo.

Localizado na Av. Antônio Carlos Cômitre, o Parque Carlos Alberto de

Souza (Campolim) virou símbolo da prática de caminhada na cidade de

Sorocaba. Além de uma extensa pista de caminhada e um grande lago, o

parque é anexo a uma Praça de Eventos.

Nas vias que contornam este parque existem vários bares noturnos e

restaurantes, que dão vida ao parque até mesmo a noite.

Imagem 18 e 19: Imagem aérea e foto do passeio do Parque Carlos Alberto de Souza, respectivamente.

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 20: Foto do lago do Parque Carlos Alberto de Souza.

Fonte: Arquivo pessoal

26

2.2.6. Parque Linear Várzeas do Tietê - SP

Com 75 km de extensão e 107 km² de área, o Parque Várzeas do Tietê

ganhará o título de ser o maior Parque Linear do mundo. Ainda em implantação

percorrerá um traçado ao longo do Rio Tietê, unindo o Parque Ecológico do

Tietê (localizado na Penha) e o Parque Nascentes do Tietê (localizado em

Salesópolis), passando pelos municípios de São Paulo, Guarulhos,

Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis.

O Projeto foi apresentado pelo DAEE em 20 de julho de 2010 e teve

início em 2011. O investimento previsto é de R$ 1,7 bilhão para um prazo até

2020. O principal objetivo do programa é recuperar e proteger a função das

várzeas do Rio Tietê, além de funcionar como um regulador de enchentes. Ao

mesmo tempo, o Projeto Parque Várzeas do Tietê contempla uma gigantesca

área de lazer para a população:

Para a sustentabilidade ambiental e econômica do parque, serão criadas

unidades de conservação e desenvolvidas ações educativas.

Imagem 21: Implantação do Parque Linear Várzeas do Tietê.

Fonte: http://www.daee.sp.gov.br.

O empreendimento terá estrutura de lazer, ao mesmo tempo em que vai

recuperar e preservar a várzea natural do rio, além de reduzir os riscos de

enchente na região metropolitana de São Paulo.

Ao todo, se somarão 33 núcleos de lazer, cultura e esporte, 230

quilômetros de ciclovia e Via Parque, os 77 campos de futebol e 129 quadras

poliesportivas.

A ocupação das margens será reordenada com a transferência de

famílias de áreas de risco para moradias populares.

27

As várzeas do Alto do Tietê serão preservadas formando grandes

piscinas naturais, que amortecerão as cheias e serão fundamentais para

complementar o efeito das obras de aprofundamento da calha do Tietê (41

quilômetros). (informações do texto tiradas do site http://www.daee.sp.gov.br)

Imagem 22 e 23: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê.

Fonte: http://www.daee.sp.gov.br.

Imagem 24 e 25: Perspectivas do Parque Linear Várzeas do Tietê.

Fonte: http://www.daee.sp.gov.br.

28

2.2.7. Porto Maravilha – Rio de janeiro, Rio de Janeiro.

O projeto porque linear do Porto Maravilha, ainda está em processo de

implantação e será um dos atrativos turísticos para as Olimpíadas de 2016, que

acontecerão na cidade do Rio de Janeiro.

A Operação Urbana Porto Maravilha está preparando a Região

Portuária, há muitos anos relegada a segundo plano, para integrar este

processo de desenvolvimento. Sua finalidade é promover a reestruturação

local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos

da região, visando à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros

moradores e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área.

O projeto abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, além de

criar novas condições de trabalho, moradia, transporte, cultura e lazer para a

população local, fomenta expressivamente o desenvolvimento econômico da

região.

As obras que incluem a construção de novas redes de água, esgoto e

drenagem, além da restauração dos Jardins Suspensos do Valongo, já estão

em andamento.

Principais obras:

Construção de 4 km de túneis;

Reurbanização de calçadas;

Reconstrução de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto,

drenagem);

Implantação de ciclovias;

Plantio de árvores;

Construção de três novas estações de tratamento de esgoto.

Principais Impactos:

Aumento da população de 22 mil para 100 mil habitantes em 10 anos;

Aumento da área verde de 2,46 % para 10,96%;

Aumento de 50% na capacidade de fluxo de tráfego na região;

29

Redução da poluição do ar e sonora, com a retirada da Perimetral e a

redução do transporte pesado na região;

Aumento da permeabilidade do solo;

Aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos;

Transformação da região em referência para a cidade.

(informações do texto tiradas do site http://portomaravilha.com.br)

Imagem 26: Perspectivas do Parque Linear Porto Maravilha.

Fonte: http://portomaravilha.com.br

Imagem 27: Perspectivas do Museu do Parque Linear Porto Maravilha.

Fonte: http://portomaravilha.com.br

30

CAPÍTULO 3 – PROPOSTAS

Este capítulo de modo geral, tem como objetivo apresentar algumas das

minhas atividades realizadas na UGRHI 14, em maioria projetos de Parques

Lineares. Sempre tentando afinar os temas Turismo – Meio Ambiente – Cultura

– Esporte e Lazer, que a meu ver, são dispositivos que devem caminhar juntos

e que se não houver uma trama que interligue estas atividades prejudicam o

desenvolvimento sustentável, perdendo a harmonia.

O turismo agrega valores a este desenvolvimento, não sendo uma

atividade essencial e as vezes até mesmo utópica. Portanto deve-se trabalhar

em uma escala menor e até mesmo mais focada em um tema, como a

educação ambiental e preservação do meio ambiente. Podem existir alguns

pequenos centros de pesquisa que podem receber e educar alunos de ensino

médio e fundamental. Mas que para isso se concretize tem que haver o apoio e

a vontade do setor público.

Com um plano de desenvolvimento Urbano e Turístico, pode-se interligar

a cidade a um das suas principais riquezas, o Recurso Hídrico, visando o

planejamento de toda a esfera municipal e regional, criando atrativos tanto

turísticos, quanto econômicos, tornando-se uma região apta a receber

empreendimentos e investimentos externos.

Tendo a intenção de propiciar melhor qualidade de vida à população,

criando meios de instrução capazes de aumentar o nível cultural e social dos

cidadãos, deve-se tornar constante a ampliação de infraestruturas capazes de

tal fato, seguindo metas determinadas por um Plano de Desenvolvimento

Continuado, tornando assim as ações de desenvolvimento mais organizadas e

menos fragmentadas e interruptas, resgatando a história e a preservação da

integridade das paisagens.

3.1. Projetos realizados

Foram executados alguns projetos durante a minha carreira profissional

seguindo o conceito desde minha formação como arquiteto na Universidade

Católica de Santos, no ano de 2009. Nas páginas a seguir vou expor alguns

31

projetos executados, alguns já estão em execução, outros aguardando

liberação ou em busca de recursos para a execução.

32

3.2.1 Piraju

Com o trabalho de monografia entregue na Universidade Católica de

Santos, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, defendida no ano de 2009,

apresentei o trabalho intitulado “Projeto de Integração Rio-Cidade. Plano de

Desenvolvimento Urbano e Turístico de Piraju”. Durante o desenvolvimento da

monografia foi desenvolvido um projeto de um Parque Linear as margens do

Rio Paranapanema. A cidade de Piraju, privilegiada por ter o rio como elemento

integrante da paisagem e o projeto contempla alem das áreas de lazer e

esportes para a população, uma escola de educação ambiental e um centro de

treinamento de canoagem.

Imagem 28: Área do Parque Linear de Piraju

Fonte: Arquivo pessoal

Cortado pelo Rio Paranapanema, a cidade de Piraju possui uma vasta

opção de aproveitamento deste Recurso Hídrico para várias atividades

aquáticas, porem o seu acesso é dificultado pelo fato de grande parte da área

33

em torno do rio ser particular, não deixando muito opção para a população

usufruir deste bem natural.

A área de implantação escolhida para contemplar o projeto do Parque

Linear foi feita por ser um grande vazio que está encravado entre a malha

urbana e que limita ao acesso ao rio.

Imagem 29 e 30: Detalhe e perspectiva da escola de educação ambiental, respectivamente.

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 31 e 32: Detalhe e perspectiva da escola de canoagem, respectivamente.

Fonte: Arquivo pessoal

34

3.2.2 Paranapanema

Na cidade de Paranapanema foram desenvolvidos dois projetos:

- Um denominado Eco Parque de Paranapanema, o qual contempla um

recinto de exposições, com áreas para shows, leilões, rodeios, pista de laço,

baias para cavalos, prédio para secretaria do meio ambiente, entre outras

atividades. O córrego que faz parte da área foi represado criando três lagos,

com áreas de caminhada, lazer e contemplação do entorno.

Imagem 33: Planta do Eco Parque de Paranapanema.

Fonte: Arquivo pessoal

35

Imagem 34: Planta e perspectivas do prédio da Secretaria do Meio Ambiente do Eco Parque de Paranapanema.

Fonte: Arquivo pessoal

- O segundo projeto, foi de um Parque Linear que contempla o córrego

da entrada principal da cidade, o qual fica próximo a uma vila de moradores de

baixa renda e o intuito do projeto era de revitalizar a área criando alternativas

de lazer e entretenimento para os moradores da região.

Imagem 35: Planta do Parque Linear.

Fonte: Arquivo pessoal

36

3.2.3 Coronel Macedo

Na cidade de Coronel Macedo existia uma situação peculiar, onde os

lotes com testada de frente para o córrego do Lajeado, não possuíam uma rua

para a servidão dos lotes, além da área ser alvo direto de inundações.

Então com o projeto do Parque Linear, os lotes foram contemplados com

uma rua de servidão e espaços de lazer para os moradores das casas

ribeirinhas e para a solução das enchentes foi criado uma barreira com

taludamentos em grama.

Lembrando que o projeto exigia uma solução simples e barata, pela falta

de recursos financeiros da Prefeitura. Alem de ser da intenção do Prefeito da

época uma opção de continuação do projeto, estendendo para todo o percurso

do córrego na parte urbana.

Imagem 36: Planta do Parque Linear de Coronel Macedo.

Fonte: Arquivo pessoal

37

3.2.4 Santa Cruz do Rio Pardo

Em Santa Cruz do Rio Pardo a intenção era de se fazer um projeto que

contemplaria todo o percurso do córrego São Domingos em área urbana,

desde o lago existente, o Pantanal, até o seu deságue no Rio Pardo. A

intenção do projeto previa a revitalização da área e a desapropriação das

casas ribeirinhas em áreas de APP e a criação de áreas de lazer para a

população da cidade.

A viabilização de um projeto desta magnitude exigem anos de

dedicação, por ser um processo burocrático e ter o apoio da população, além

de ter um alto custo de implantação. Durante o processo de execução, foi feito

somente um anteprojeto do parque, sem muito detalhamento.

Por fim foi viabilizado somente um pequeno trecho deste projeto, em

uma área verde da Prefeitura Municipal, onde não se existia nenhuma

infraestrutura.

Imagem 37: Anteprojeto do Parque Linear do São Domingos.

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 38: Perspectivas do anteprojeto do Parque Linear do São Domingos.

Fonte: Arquivo pessoal

38

A parte do projeto executada esta com as obras iniciadas e tem previsão de

termino no primeiro bimestre de 2013, abaixo está a planta do projeto que

contempla passeios para caminhada, equipamentos para academia de terceira

idade, estacionamento, prevê a construção de um pequeno centro de apoio ao

Idoso, estacionamento, iluminação a LED, entre outros.

Imagem 39: Planta do Parque Linear do São Domingos, em execução.

Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 40: Cortes do projeto do Parque Linear do São Domingos, em execução.

Fonte: Arquivo pessoal

39

CONCLUSÃO

Durante a execução dos projetos temos que ter a consciência de que

toda a estrutura criada para os parques estão sujeitas a serem executadas com

verbas públicas, que são em muitos casos limitadas e difíceis de conseguir.

Além de terem um processo burocrático as verbas públicas demoram de

um a dois anos para serem liberadas até a viabilização do empreendimento.

Na maioria dos casos o custo de implantação de um Parque Linear é

alto, para um município de até 30 mil habitantes, que é o caso da maioria dos

municípios da UGRHI 14. Assim devem ser executados em etapas, tornando o

processo mais demorado. Para que isso aconteça as Prefeituras devem se

comprometer para que este processo não seja interrompido durante a transição

entre Prefeitos.

Contudo os Parques Lineares trazem benefícios para a cidade

aproveitando espaços considerados muitas vezes como vazios urbanos,

tornando-se um meio de prevenção para que os recursos hídricos não sejam

degradados pela ação humana ou até mesmo pelas forças da natureza, como

no caso de erosões e assoreamento.

Nos projetos dos Parques Lineares apresentados no Capítulo 3, tivemos

durante o seu desenvolvimento a preocupação de atender as solicitações que

foram exigidas pelas Prefeituras e equacionar os problemas existentes nas

áreas, para suprir as necessidades específicas de cada unidade.

Para serem concretizados os projetos, as Prefeituras citadas, buscaram

recursos financeiros diversos, como o caso de Paranapanema que firmou

convênio com o DADE (Departamento de Apoio as Estâncias), departamento

responsável pelas estâncias turísticas do Estado de São Paulo. Somente o

município de Coronel Macedo buscou recursos financeiros junto ao FEHIDRO

e o projeto do Parque Linear do Córrego do Lajeado deve ser executado

durante o ano de 2013.

40

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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