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ESTADO DO MARANHÃO ANO XCII N.º 244 SÃO LUÍS, TERÇA- FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 1998 LEI COMPLEMENTAR N.º 039 DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998 Dispõe sobre o Código de Saúde no Estado e dá outras providências. A Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão decreta: TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º - Este Código estabelece normas para a promoção, proteção, preservação e recuperação da saúde em todo o território do Estado, nos termos da Constituição da República, da Lei Orgânica da Saúde no. 8.080, de 19/09/90, da Lei no. 8.142, de 28/12/90, e da Constituição do Estado, e dispõe sobre a organização, a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde na esfera estadual. § 1 o - As ações e os serviços de saúde compreendem, isoladamente e no seu conjunto, as iniciativas do Poder Público que tenham por objetivo a promoção proteção e recuperação da saúde individual e coletiva. § 2 o - As ações e serviços de saúde serão desenvolvidos pelo Poder Público com apoio e vigilância da sociedade, a quem cabe também propor qualquer medida sanitária de interesse coletivo. Art. 2 o - O Estado promoverá a cooperação com a União e os municípios, para a consecução dos objetivos desta lei. TÍTULO II DA POLÍTICA DE SAÚDE DO ESTADO Art.3 o -A política de saúde do Estado tem os seguintes pressupostos: I - O direito à saúde é inerente à pessoa humana, constituindo-se em direito público subjetivo. II - O direito à saúde implica:

ESTADO DO MARANHÃO ANO XCII N.º 244 SÃO LUÍS, TERÇA … · IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de assistência integral à saúde, de vigilância

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  • ESTADO DO MARANHO ANO XCII N. 244 SO LUS, TERA- FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 1998

    LEI COMPLEMENTAR N. 039 DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998

    Dispe sobre o Cdigo de Sade no Estado e d outras providncias.

    A Assemblia Legislativa do Estado do Maranho decreta:

    TTULO I

    DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 - Este Cdigo estabelece normas para a promoo, proteo, preservao e recuperao da sade em todo o territrio do Estado, nos termos da Constituio da Repblica, da Lei Orgnica da Sade no. 8.080, de 19/09/90, da Lei no. 8.142, de 28/12/90, e da Constituio do Estado, e dispe sobre a organizao, a regulamentao, a fiscalizao e o controle das aes e dos servios de sade na esfera estadual.

    1o - As aes e os servios de sade compreendem, isoladamente e no seu

    conjunto, as iniciativas do Poder Pblico que tenham por objetivo a promoo proteo e recuperao da sade individual e coletiva.

    2o - As aes e servios de sade sero desenvolvidos pelo Poder Pblico com

    apoio e vigilncia da sociedade, a quem cabe tambm propor qualquer medida sanitria de interesse coletivo.

    Art. 2o - O Estado promover a cooperao com a Unio e os municpios, para a consecuo dos objetivos desta lei.

    TTULO II

    DA POLTICA DE SADE DO ESTADO

    Art.3o-A poltica de sade do Estado tem os seguintes pressupostos: I - O direito sade inerente pessoa humana, constituindo-se em direito

    pblico subjetivo. II - O direito sade implica:

  • a) Condies dignas de alimentao, de moradia, de saneamento, de lazer, de transporte, de trabalho e de renda, assim como o acesso aos bens e servios essenciais;

    b) A possibilidade de a pessoa exigir, por si ou por meio de entidade que a representa, servios de qualidade prestados oportunamente e de modo eficaz;

    c) A possibilidade de decidir livremente, sobre a aceitao da prestao da assistncia sade oferecida pelo Poder Pblico e pela sociedade, salvo nos casos de iminente perigo de vida para si ou outrm;

    d) Tratamento com a presteza necessria e resguardados a privacidade e o respeito;

    e) Informao sobre o estado pessoal de sade, as alternativas possveis de tratamento e a evoluo provvel do quadro nosolgico, e, quando for o caso, sobre situaes atinentes sade coletiva e formas de preveno de doenas e agravos sade;

    f) Garantia de sigilo sobre os dados pessoais constantes no histrico do paciente e sobre os resultados de exames fsicos, laboratoriais e radiolgicos ou outros, desde que no haja riscos graves a terceiros ou sade pblica.

    Art. 4o - A poltica da sade do Estado est fundamentada nos seguintes princpios: I - Universalidade de acesso do indivduo s aes e aos servios do SUS em todos

    os nveis de ateno sade;

    II - Igualdade de atendimento, sem preconceito de origem, sexo, cor, idade, status scio - econmico ou quaisquer outras formas de discriminao;

    III - Integralidade da assistncia sade; IV - Gratuidade das aes e dos servios assistenciais prestados, vedada a

    cobrana de despesas complementar ou adicional, sob qualquer titulo; V - Direito informao assegurado mediante divulgao ampla dos assuntos

    pertinentes s aes e aos servios de sade e da motivao dos atos de vigilncia em sade.

    VI - Reconhecimento e salvaguarda dos direitos do indivduo. Art. 5o - A poltica de sade rege-se seguintes diretrizes: I - Correlao entre as necessidades coletivas de sade e as prioridades que o

    Poder Pblico estabelecem nas suas polticas, planos e programas; II - Assistncia sade prestada pelo Poder Pblico como instrumento que

    possibilite pessoa o uso e gozo de seu potencial fsico e mental;

  • III - Eqidade no atendimento de necessidades diferentes; IV - A prioridade das aes preventivas em relao s aes e aos servios

    curativos; V - Resolutividade das aes e servios em todos os nveis; VI - Racionalidade de organizao dos servios, vedada a duplicao de meios para

    fins idnticos ou equivalentes; VII - Utilizao de dados epidemiolgicos como critrio para o estabelecimento de

    prioridades, alocao de recursos e orientao programtica; VIII - Participao da comunidade na formulao, fiscalizao e acompanhamento

    das aes e dos servios de sade; IX - Manuteno de padres de qualidade tcnica, cientfica e administrativa

    universalmente reconhecidos, na prestao dos servios de sade; X - Observncia dos princpios ticos dos cdigos profissionais.

    Art. 6o- A Poltica de Sade do Estado ser expressa em Planos de Sade que tem

    como bases: I - A atuao articulada do Estado e dos Municpios;

    II - A aferio das necessidades de sade da populao, identificadas por estudos

    epidemiolgicos;

    III - O respeito s demandas da populao por servios, formuladas por entidades representativas;

    IV - A formulao de indicadores de avaliao das aes e dos servios de sade.

    Art. 7o- Os Planos de Sade sero o instrumento norteador das aes e servios de sade, no mbito estadual e municipal, compatibilizando os objetivos da poltica da sade com a disponibilidade de recursos.

    Pargrafo nico - Os Planos de Sade sero o instrumento de acompanhamento e

    avaliao das aes e dos servios de sade, com vistas correo e redirecionamento das aes, caso necessrio.

    TTULO III

    DA ORGANIZAO DO SISTEMA NICO DE SADE NO ESTADO

    CAPTULO I

  • DISPOSIES GERAIS

    Art. 8o- As aes e os servios pblicos de sade so executados e desenvolvidos pela administrao direta e indireta e fundacional do Estado e dos Municpios e pela iniciativa privada, observadas as normas contidas neste cdigo e na legislao pertinente, e constituem o Sistema nico de Sade - SUS - no Estado.

    1o - Competem ao SUS as atribuies fixadas neste cdigo, na Constituio da

    Repblica, na Constituio do Estado, nas Leis Orgnicas dos Municpios, na Lei Orgnica da Sade no. 8.080, de 19/09/90, e na legislao sanitria nacional, estadual e municipal.

    2o - A execuo das aes e dos servios pblicos e privados de sade implica

    ao coordenada do Estado, dos Municpios, das pessoas e da sociedade em geral. 3o - As aes e servios de sade do SUS sero hierarquizados e regionalizados

    em deciso conjunta do Estado e dos Municpios, resguardado o direito de os Municpios constiturem consrcios.

    4o - As aes e os servios de sade abrangem o controle e a inspeo dos locais

    pblicos e de trabalho, dos produtos, dos procedimentos, dos processos, dos mtodos e das tcnicas relacionadas sade, bem como a monitorizao das condies ambientais que possam causar risco ou agravo sade.

    5o - A gesto do SUS nica e ser exercida, no Estado, pela Secretaria de

    Estado da Sade e, no Municpio, pela Secretaria Municipal de Sade ou rgo equivalente, ressalvadas as competncias constitucionais e legais conferidas ao Governador do Estado e aos Prefeitos Municipais.

    6o - A direo nica no exclui a possibilidade de gerenciamento de aes e de

    servios de sade numa esfera de governo por rgos ou entidades pblicas de outra esfera ou por organizaes sociais, na forma da lei.

    7o - Os hospitais universitrios preservaro a sua autonomia nos limites

    conferidos pelas instituies a que estejam vinculados, respeitadas as diretrizes do SUS.

    CAPTULO II

    DA COMPETNCIA DO ESTADO E DO MUNICPIO

    SEO I

    DA COMPETNCIA DO ESTADO

    Art. 9O - Compete direo estadual do SUS, sem prejuzo do disposto na Lei

    Orgnica da Sade:

  • I - promover a descentralizao, para os municpios, dos servios e das aes de sade; II - transferir para o municpio os servios prprios do Estado que atuem,

    preponderante ou exclusivamente, na rea municipal, ou cujo grau de complexidade garanta maior resolutividade dos servios prestados populao do municpio;

    III - coordenar o planejamento, o controle e a avaliao das aes de promoo,

    proteo e recuperao da sade da populao, no mbito do Estado, articulando e integrando os sistemas municipais;

    IV - coordenar e, em carter complementar, executar aes e servios de assistncia integral sade, de vigilncia epidemiolgica e sanitria, de controle de endemias, de alimentao e nutrio e de sade do trabalhador;

    V - executar, supletivamente, aes e servios de sade nos Municpios, de comum

    acordo com estes; VI - elaborar e atualizar, periodicamente, em articulao com os municpios, o Plano

    Estadual de Sade e as programaes anuais, definindo estratgias, prioridades e metas de aes e servios;

    VII - identificar os estabelecimentos hospitalares de referncia e gerir sistemas

    pblicos de alta complexidade, de referncia estadual e regional; VIII - aprovar, de acordo com o plano estadual de sade, a localizao de

    estabelecimentos hospitalares e congneres; IX - coordenar, regular e controlar a rede estadual de laboratrios de sade pblica,

    de sangue e hemoderivados e gerir as unidades que permaneam na sua organizao administrativa;

    X - estabelecer, em carter suplementar Unio, normas sobre promoo, proteo

    e recuperao da sade individual e coletiva; XI - promover a capacitao, formao e valorizao dos profissionais de sade,

    consideradas as necessidades especficas de cada regio e de segmentos da populao que requeiram ateno especial;

    XII - incrementar, o desenvolvimento cientfico e tecnolgico e avaliar a segurana,

    a eficcia e a utilidade das tecnologias para a sade e a assistncia sanitria; XIII - prestar apoio logstico e estratgico s atividades de ateno sade das

    populaes indgenas; XIV - celebrar contratos e convnios para a prestao de servios de sade,

    observada a legislao federal;

  • XV - estabelecer normas para o controle e a avaliao das aes e dos servios de sade, incluindo normas tcnicas especiais de vigilncia sanitria e epidemiolgica, e da sade do trabalhador;

    XVI - participar do controle e da fiscalizao da produo, armazenamento,

    distribuio, transporte, guarda, manuseio e utilizao de substncias e produtos psicoativos, txicos e teratognicos;

    XVII - colaborar com a Unio na execuo da vigilncia de portos, aeroportos e

    fronteiras; XVIII - organizar, fiscalizar, controlar e participar da produo e da distribuio de

    medicamentos, de componentes farmacuticos bsicos, produtos qumicos, biotecnolgicos, imunobiolgicos, hemoderivados e outros de interesse para a sade;

    XIX - fiscalizar e controlar, suplementarmente, os estabelecimentos pblicos e

    privados de assistncia sade e de interesse para a sade, no mbito do Estado; XX - participar com os rgos afins da proteo do meio ambiente, incluindo-se o

    do trabalho, e do controle dos agravos que tenham repercusso na sade humana; XXI - participar da formulao das polticas e da execuo de aes de saneamento

    bsico e da sade ambiental e, ainda, de outras atividades de interesse sade; XXII - realizar, em articulao com os Municpios e outros setores da administrao

    pblica estadual, programas de educao para sade. XXIII expedir, em carter suplementar, licena sanitria para os estabelecimentos

    industriais, comerciais e prestadores de servios. Pargrafo nico A competncia para expedir licena sanitria para os hospitais,

    banco de sangue, servio de terapia renal substitutiva, estabelecimentos industriais e servios de radiologia, radioterapia e quimioterapia do Estado, podendo ser delegada aos Municpios atravs de ato do Secretrio Estadual da Sade.

    SEO II

    DA COMPETNCIA DO MUNICPIO

    Art. 10 - Na articulao entre Estado e os Municpios, estes exercero as

    competncias previstas na Lei Orgnica da Sade e em outras normas que regem o SUS

    CAPTULO III DA PARTICIPAO COMPLEMENTAR DE PRESTADORES PRIVADOS DE SERVIOS DE

    SADE

  • Art. 11 - O SUS poder recorrer participao de prestadores privados de servios de sade para garantir a assistncia sade da populao, formalizada mediante convnio ou contrato administrativo de direito pblico.

    1o- O convnio ou o contrato ter por objeto a prestao de servios de sade

    constantes de projeto especfico, estadual e municipal, cuja aprovao ficar condicionada sua adequao aos planos estadual e municipais de sade.

    2o- Para a celebrao de convnio ou contrato administrativo, o SUS dar

    preferncia s entidades filantrpicas e s entidades sem fins lucrativos.

    Art. 12 - Os critrios e valores para a remunerao de prestadores privados de servios de sade sero estabelecidos com base na legislao vigente.

    Art. 13 - Os prestadores privados de sade que participarem do SUS ficaro sujeitos s normas tcnicas - administrativas dos sistemas estadual e municipais, aos princpios gerais e s diretrizes enunciadas nos arts. 4o e 5o.

    CAPTULO IV

    DA PARTICIPAO DA COMUNIDADE NA GESTO E CONTROLE DO SUS

    Art. 14 - A sociedade participar da gesto do SUS e controlar seu desenvolvimento e funcionamento, sobretudo, atravs dos Conselhos e Conferncias Estadual e Municipais de Sade, na forma da lei, e ainda, atravs dos mecanismos de participao e representao poltica estabelecidos pela Constituio Federal e pela Constituio Estadual.

    Art. 15 - A representao dos usurios nas Conferncias Estadual e Municipais de Sade e nos Conselhos Estadual e Municipais de Sade ser paritria em relao ao conjunto dos representantes do Governo, dos prestadores de servios e dos profissionais de sade. Pargrafo nico - Para garantir a legitimidade da representao paritria dos usurios, vedada a escolha de representante que tenha vnculo, dependncia econmica ou comunho de interesse com os demais segmentos integrantes do Conselho.

    CAPTULO V DO FINANCIAMENTO DO SUS E DO FUNDO DE SADE

    Art.16 - As aes e os servios do SUS sero financiados com os seguintes

    recursos: I - dotaes ou crditos consignados nos oramentos fiscais e de investimento do

    Estado e dos Municpios; II - transferncias da Unio para o Estado e os Municpios e transferncias do

    Estado para os Municpios;

  • III - recursos de outras fontes.

    Art. 17 - As aes de saneamento que venham a ser executada supletivamente pelo SUS tero dotaes oramentrias prprias e sero financiadas por recursos especficos da Unio, do Estado, dos Municpios ou de agncias financeiras.

    Art. 18 - Os recursos financeiros, relativos ao SUS, provenientes de receita, repasse ou transferncia da Unio para o Estado e os Municpios ou do Estado para os Municpios sero depositados em conta do fundo de sade de cada esfera de governo e movimentados pela direo do SUS, sob fiscalizao dos respectivos Conselhos de Sade, sem prejuzo da atuao dos rgos de controle interno e externo.

    Pargrafo nico - A contabilidade dos fundos de sade, estadual e municipais, dever discriminar os recursos financeiros do SUS em despesas de custeio e de investimento das respectivas secretarias de sade e dos seus rgos e entidades da administrao direta e indireta.

    Art. 19 - A especificao no oramento do Estado dos recursos prprios, a includos os transferidos pela Unio, que o Estado destinar aos Municpios para atender a despesas de custeio e investimento obedecer s diretrizes e s metas formuladas pelo Plano Estadual de Sade.

    Pargrafo nico - vedada a transferncia de recursos do Estado para o financiamento de aes ou servios no previstos nos planos e programaes de sade municipais, exceto em situaes emergenciais ou de calamidade pblica na rea da sade.

    Art. 20 - Na transferncia para os Municpios de recursos estaduais ou provenientes da esfera federal, a fixao de valores ficar subordinada, alm dos critrios estabelecidos pela legislao nacional, ao imperativo de uma redistribuio eqitativa.

    Art. 21 - A concesso de recursos pblicos de auxlio ou subveno a entidades filantrpicas ou sem fins lucrativos ficar subordinada ao preenchimento, pela entidade interessada, de requisitos de idoneidade tcnica, cientfica, sanitria e administrativa, fixados por rgo e entidade especfica do SUS, e avaliao do retorno social dos servios e atividades que realizam, resguardados os interesses do SUS e a convenincia da medida.

    Art. 22 - Sem prejuzo do controle externo, destinado verificao da probidade dos agentes da administrao e da legalidade da aplicao dos recursos pblicos, as esferas estadual e municipal do SUS estabelecero instrumentos e procedimentos de controle interno da execuo oramentria.

    CAPTULO VI

    DOS RECURSOS HUMANOS

    Art. 23 - A poltica de recursos humanos dos rgos e entidades da rea da sade

    tem como princpios o respeito ao trabalhador, a prestao de assistncia de boa qualidade populao e a valorizao da jornada integral de trabalho nos servios de sade.

  • Art. 24 - O Estado, em articulao com a Unio e os Municpios, ordenar a

    formao de recursos humanos para o SUS, visando principalmente: I - organizao do sistema de formao mediante integrao operacional e

    curricular com as instituies de ensino nos diferentes graus de escolaridade, em especial com as instituies de ensino superior e com os hospitais universitrios e de ensino;

    II - institucionalizao de programas de capacitao permanente do pessoal da

    equipe de sade; III - adequao dos recursos humanos s necessidades de cada regio e de

    segmentos da populao que requeiram ateno especial; IV - utilizao da rede de servios pblicos como campo de aplicao para o

    ensino e a pesquisa em cincias da sade, bem como para o treinamento em servio.

    Pargrafo nico - Os hospitais universitrios e de ensino pblicos e privados integrar-se-o ao SUS, com vistas conjugao de esforos para a formao de recursos humanos para o setor da sade e ao aprimoramento da assistncia sade da populao.

    Art. 25 - Na formulao da poltica salarial e dos planos de carreira, de cargos e de salrios dos servidores da rea da sade sero considerados, entre outros critrios:

    I - a formao profissional;

    II - a especificidade da funo; III - o local e as condies de trabalho;

    IV - os riscos inerentes atividade;

    V - o incentivo qualidade dos servios prestados, ao aperfeioamento profissional

    contnuo e o estmulo permanncia do servidor no SUS.

    Pargrafo nico - Os cargos e funes de direo e chefia, no mbito pblico do SUS, sero exercidos em tempo integral e, preferencialmente, por servidores integrantes das classes constantes do plano de carreiras, de cargos e de salrios.

    Art. 26 - vedada a nomeao ou designao para cargo ou funo de chefia, direo, assessoramento ou fiscalizao na rea pblica da sade, em qualquer nvel, de proprietrio, funcionrio, scio ou pessoa que exera a funo de direo, gerncia ou administrao de entidade privada que mantenha contrato ou convnio com o SUS.

    CAPTULO VII

    DO SISTEMA ESTADUAL DE AUDITORIA E AVALIAO

  • Art. 27 - A fiscalizao tcnico-cientfica, contbil, financeira e patrimonial, bem como a avaliao do desempenho, da qualidade e da resolutividade das aes e dos servios de sade esto a cargo do Sistema Estadual de Auditoria e Avaliao das Aes e Servios de Sade, sem prejuzo da fiscalizao a cargo do Tribunal de Contas.

    Pargrafo nico - O Sistema Estadual de Auditoria e Avaliao das Aes e Servios

    de Sade compreende o conjunto de rgos do SUS incumbidos da fiscalizao tcnico-cientfica, contbil, financeira e patrimonial, e da avaliao do desempenho , da qualidade e da resolutividade das aes e dos servios de sade.

    CAPTULO VIII

    DO SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAES EM SADE

    Art. 28 - O Estado organizar, em articulao com a Unio e os Municpios, o Sistema Estadual de Informaes em Sade, abrangendo questes epidemiolgicas e de prestao de servios de sade, com o objetivo de subsidiar a gesto, o planejamento e a pesquisa.

    Art. 29 - Os rgos e entidades de ateno sade ou de interesse para a sade, pblicos ou privados, participantes ou no do SUS, esto obrigados a fornecer informaes direo do SUS na forma solicitada, para fins de planejamento, gesto e elaborao de estatsticas da sade. Pargrafo nico - A recusa em fornecer as informaes solicitadas pela direo do SUS acarretar a cassao do alvar de autorizao sanitria da entidade e outras sanes cabveis.

    TTULO IV

    DO FUNCIONAMENTO E DO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NICO DE SADE

    CAPTULO I DISPOSIES GERAIS

    Art. 30 - Os cuidados de assistncia individual e as aes voltadas para a sade

    coletiva sero organizados, sem prejuzo da descentralizao e da concepo de ateno integral sade, com a observncia da especificidade dos objetos e processos de trabalho e dos meios tecnolgicos e a disponibilidade de recursos humanos.

    Art. 31 - A assistncia sade das populaes de baixa renda, albergada e escolar e das pessoas portadoras de deficincia fsica se dar de forma integrada com os servios de educao, promoo social e do trabalho e outros.

    Art. 32 - As unidades bsicas de sade e os prontos-socorros pblicos mantero servio de farmcia para o fornecimento gratuito de medicamentos aos pacientes neles atendidos.

    Art. 33 - O Estado incentivar a adoo de agentes comunitrios e mdicos de famlia pelos servios municipais de sade, com vistas a estender a cobertura dos servios

  • de sade e reorientao da assistncia ambulatorial e domiciliar para um modelo de assistncia integral sade.

    CAPTULO II

    AES PROGRAMTICAS DE SADE

    SEO I

    DISPOSIES GERAIS

    Art. 34 - As aes programticas de sade se destinam a identificar e controlar os fatores determinantes e condicionantes da sade individual e coletiva, integrando aes de promoo, proteo e recuperao da sade, e incluem programas definidos por categorias populacionais segundo sexo e faixa etria, alm de programas voltados para atividades especficas, para doenas de especial importncia sanitria e para atividades eventuais. Pargrafo nico - As aes programticas de sade incorporaro aes educativas de forma a ampliar o conhecimento da populao sobre os fatores determinantes e condicionantes da sade individual e coletiva.

    SEO II

    DA SADE DA CRIANA E DO ADOLESCENTE

    Art. 35 - Compete ao Estado apoiar os Municpios no desenvolvimento de aes programticas voltadas para a criana e o adolescente, com o objetivo de reduzir as taxas de morbidade e mortalidade infantil, de contribuir para o crescimento e desenvolvimento fsico e mental da criana e de reduzir os problemas de sade do adolescente.

    Art. 36 - A assistncia sade da criana e do adolescente incluir, entre outras: I - aes de estmulo ao aleitamento materno, monitorizao do crescimento e

    desenvolvimento, imunizaes e controle das doenas diarreicas e respiratrias agudas; II - ateno integral sade orientada pelas diferentes necessidades dos grupos

    etrios; III - aes de sade mental; IV - aes de sade bucal; V - programas de suplementao alimentar; VI - programas educativos orientados para o desenvolvimento de um estilo

    saudvel de vida.

  • Pargrafo nico - A criana e o adolescente internado em estabelecimento do SUS tm direito ao acompanhamento, em tempo integral, de um dos pais ou do responsvel, assegurados a estes condies de conforto e higiene.

    SEO III

    DA SADE DA MULHER

    Art. 37 - Compete ao Estado apoiar os Municpios no desenvolvimento de aes programticas de ateno sade da mulher, consideradas as diversas faixas etrias e as dimenses psquica e social, alm da biolgica e reprodutiva.

    Art. 38 - As aes programticas de ateno sade da mulher incluiro entre outras:

    I - o estmulo ao autoconhecimento e autocuidado; II - o acompanhamento ginecolgico em todas as etapas da vida conforme as

    necessidades da mulher; III - a assistncia pr-natal, a includos a preveno e o tratamento de

    intercorrncias clnicas, a identificao precoce da gestao de alto risco, o controle do crescimento do concepto, a vigilncia do estado nutricional, o estmulo ao parto natural e ao aleitamento materno;

    IV - a orientao, a partir da idade reprodutiva e aps a menopausa, sobre a preveno do cncer crvico - uterino e do cncer mamrio;

    V - o atendimento s mulheres vtimas de violncia sexual; VI - o atendimento especializado para a prtica de aborto nos casos previstos no

    cdigo penal; VII - a assistncia ao planejamento familiar, garantindo o direito auto - regulao

    da fertilidade.

    1o- Para assegurar assistncia de boa qualidade ao parto e puerprio e tratamento da gestao de alto risco em todas as regies, o Estado dever manter uma rede de maternidades pblicas de referncia regional e uma maternidade de referncia estadual na capital.

    2o- Nas maternidades pblicas ou privadas contratadas pelo SUS sero

    proporcionadas condies para o alojamento conjunto da me e do recm-nascido.

    SEO IV

    DA SADE MENTAL

  • Art. 39 - O SUS desenvolver programa de desinstitucionalizao da assistncia sade mental, observados os seguintes princpios:

    I - a pessoa acometida de transtorno mental tem o direito de viver e trabalhar,

    tanto quanto possvel, na comunidade; II - a pessoa acometida de transtorno mental tem direito de ser informada sobre o

    diagnstico e os procedimentos teraputicos, e expressar seu consentimento, exceto nos casos em que seu estado clnico a torne incapacitada para faz-lo, ou quando for necessrio mant-la como paciente involuntrio, para sua prpria segurana ou de outrm;

    III - a ateno pessoa acometida de transtorno mental realizar-se-,

    basicamente, no mbito comunitrio, mediante assistncia ambulatorial, assistncia domiciliar e internao em tempo parcial, de modo a se evitar ou reduzir ao mximo possvel a internao hospitalar de tempo integral ou duradoura;

    IV - a internao psiquitrica ser utilizada como ltimo recurso teraputico e

    objetivar a reinsero do paciente na comunidade no menor espao de tempo possvel; V - a vigilncia dos direitos indisponveis das pessoas assistidas ser realizada de

    forma articulada pela autoridade local e pelo Ministrio Pblico, especialmente na ocorrncia de internao psiquitrica involuntria.

    Pargrafo nico - O SUS desenvolver, em articulao com os rgos e entidades pblicas e privadas da rea de assistncia e promoo social, aes e servios que objetivem reinserir a pessoa acometida de transtorno mental na famlia e na comunidade.

    SEO V

    DA SADE DO TRABALHADOR

    Art. 40 - O Estado coordenar e, em carter complementar, executar as aes e

    servios de sade do trabalhador.

    Art. 41 - As aes de sade do trabalhador incluiro: I - o acesso a todos os nveis de ateno; II - o diagnstico e o tratamento nos casos suspeitos de doena profissional ou de

    trabalho; III - a assistncia integral vtima de acidente de trabalho; IV - a realizao de aes educativas com vista preveno das doenas

    profissionais e do trabalho e dos acidentes de trabalho;

  • V - a criao de instncia de referncia especializada na ateno sade do trabalhador;

    VI - participao nas aes de vigilncia da sade do trabalhador. Art. 42 - O Estado prestar cooperao tcnica aos Municpios para o

    desenvolvimento das aes de sade do trabalhador e realizar as aes de assistncia e vigilncia em sade do trabalhador nos municpios que no tenham condies tcnicas e materiais de assumi-las.

    Art. 43 - Em articulao com os Municpios, o Estado manter um sistema de referncia para o atendimento ao acidentado do trabalho e ao portador de doena profissional ou de trabalho, confirmada ou no.

    Art. 44 - Os planos estaduais e municipais de sade incluiro as aes de sade do trabalhador, definindo prioridades, metas e estratgias.

    SEO VI

    DA SADE DO IDOSO

    Art. 45 - O Estado dar apoio aos municpios no desenvolvimento de programas de

    ateno sade do idoso.

    Art. 46- Os programas de ateno sade do idoso incluiro, entre outras: I - a assistncia integral, por equipe multiprofissional, populao idosa,

    abrangendo avaliaes peridicas; II - a promoo da autonomia do idoso; III - a readequao dos servios de sade para adapt-los s necessidades e

    limitaes da pessoa idosa.

    SEO VII

    DA SADE DA PESSOA PORTADORA DE DEFICINCIA

    Art. 47 - O Estado e os Municpios adotaro as medidas necessrias para a prestao de cuidados diferenciados s pessoas portadoras de deficincia, garantindo-lhes o acesso aos equipamentos, produtos e servios de sade e eliminando as barreiras arquitetnicas.

    Art. 48 - Os programas de ateno sade da pessoa portadora de deficincia tero como objetivo prioritrio promover a sua participao social e interao pessoal, favorecendo o desenvolvimento de suas potencialidades e diminuindo suas limitaes.

    SEO VIII

  • DA SADE BUCAL

    Art. 49 - O Estado apoiar os municpios no desenvolvimento de programas de

    sade bucal que incluiro, entre outras: I - aes coletivas de preveno em sade bucal atravs da fluoretao das guas

    de abastecimento e das aes educativas voltadas para preveno da crie e de doenas gengivais;

    II - assistncia ao indivduo; III - aes de sade para o diagnstico e tratamento precoce da m- ocluso, do

    cncer bucal e das fendas e fissuras labiopalatais.

    SEO IX

    DAS DOENAS SEXUALMENTE TRANSMISSVEIS E AIDS

    Art. 50 - O Estado desenvolver aes de preveno e controle das doenas sexualmente transmissveis em unidades de referncia, e em articulao com os municpios.

    Art. 51 - Ser assegurada orientao e tratamento aos portadores do vrus HIV e aos doentes de AIDS e de outras doenas sexualmente transmissveis.

    Pargrafo nico - As aes de preveno e de controle das doenas sexualmente transmissveis sero coordenadas e executadas por equipes multiprofissionais.

    SEO X

    DAS OUTRAS MEDIDAS ASSISTENCIAIS ESPECFICAS

    Art. 52 - O SUS manter: I - unidades teraputicas para recuperao de usurios de substncias que geram

    dependncia fsica ou psquica; II - servios de orientao e informao sobre a sexualidade humana, incluindo

    informao e orientao acerca dos mecanismos de regulao da fertilidade.

    Art. 53 - O SUS promover o esclarecimento pblico e a divulgao das normas sobre as condies e os requisitos que facilitem a remoo de rgo, tecido ou substncia humana para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como sobre a coleta, o processamento e a transfuso de sangue.

    CAPTULO III

  • DA VIGILNCIA EM SADE

    SEO I

    DISPOSIES GERAIS

    Art. 54 - A Vigilncia em Sade de que trata este captulo consiste no desenvolvimento de aes integradas de Vigilncia Sanitria, Vigilncia Epidemiolgica e Sade do Trabalhador e tem como objetivos:

    I - eliminar, diminuir ou prevenir riscos e agravos sade do indivduo e da

    coletividade;

    II - intervir nos problemas sanitrios decorrentes da produo, distribuio, comercializao e uso de bens de capital e de consumo, bem como da prestao de servios de interesse para a sade;

    III - atuar sobre os fatores que interferem na qualidade do meio ambiente, a

    includas as condies, processos e ambientes de trabalho.

    Art. 55 - Os rgos responsveis pela implementao dos servios e execuo das aes de Vigilncia em Sade, no mbito do Estado e dos municpios, devero atuar articuladamente com outros rgos e entidades, pblicos e privados, em especial com os que desenvolvam atividades relacionadas a planejamento urbano, obras pblicas, saneamento bsico, abastecimento e meio ambiente.

    Art. 56 - As aes e servios de Vigilncia em Sade so da responsabilidade do Poder Pblico, e sero desenvolvidas com a colaborao das pessoas, das famlias, das empresas e de outras instituies sociais.

    SEO II

    DA VIGILNCIA SANITRIA

    Art. 57 Para fins desta Lei, entende-se por vigilncia sanitria o conjunto de

    aes capazes de eliminar, diminuir ou prevenir agravos sade decorrentes do contato com o meio ambiente, da prestao de servios de interesse da sade e da produo e circulao de bens de consumo que possam afetar a sade humana.

    Art. 58 - As aes especficas de Vigilncia Sanitria sero exercidas por autoridade

    sanitria estadual ou municipal, que ter livre acesso, mediante as formalidades legais, aos estabelecimentos e ambientes sujeitos ao controle sanitrio.

    1o - Nos casos de oposio ou dificuldade diligncia, a autoridade sanitria

    poder intimar o proprietrio, locatrio, responsvel, administrador ou seus procuradores, a facilitar a sua realizao imediata ou no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conforme a urgncia.

  • 2o - As autoridades policiais, civis e militares daro apoio s autoridades sanitrias

    na execuo das aes de vigilncia sanitria. 3o - No exerccio de suas funes a autoridade sanitria recorrer, quando

    necessrio, ao Ministrio Pblico.

    Art. 59 - So autoridades sanitrias: I - o Secretrio de Estado da Sade; II - os secretrios municipais de sade; III - os dirigentes das aes de Vigilncia Sanitria, Vigilncia Epidemiolgica e

    Sade do Trabalhador; IV - os tcnicos de Vigilncia Sanitria, Vigilncia Epidemiolgica e Sade do

    Trabalhador; V - os fiscais sanitrios ou ocupantes de cargos equivalentes.

    Art. 60 - Para os efeitos desta Lei, consideram-se como controle sanitrio s aes

    desenvolvidas por autoridade sanitria com vistas aferio da qualidade dos produtos e verificao das condies para o licenciamento e funcionamento dos estabelecimentos, abrangendo:

    I a vistoria; II a fiscalizao; III a lavratura de autos; IV a aplicao de sanes. Pargrafo nico - O controle se estender publicidade e propaganda de produtos

    e servios de interesse para a sade.

    SUBSEO I

    DOS PRODUTOS SUJEITOS AO CONTROLE SANITRIO

    Art. 61 - So sujeitos ao controle e fiscalizao por parte da autoridade sanitria os produtos de interesse para a sade.

    Pargrafo nico - Considera-se produto de interesse para a sade aquele que direta

    ou indiretamente possa provocar dano ou agravo sade individual ou coletiva.

    Art. 62 - So produtos de interesse para a sade:

  • I - drogas, medicamentos, imunobiolgicos, insumos farmacuticos e correlatos; II - sangue e hemoderivados; III - produtos de higiene, saneantes domissanitrios e correlatos; IV - alimentos, guas e bebidas, matrias-primas alimentares, artigos e

    equipamentos destinados ao contato com alimentos;

    V - produtos txicos e radioativos; VI - perfumes, cosmticos e correlatos; VII - aparelhos e equipamentos mdicos e correlatos; VIII - outros produtos, substncias, aparelhos e equipamentos cujo uso, consumo

    ou aplicao possam provocar dano sade.

    Art. 63 - O controle sanitrio a que esto sujeitos os produtos de interesse para a sade compreende todas as etapas e processos, da produo utilizao.

    Art. 64 - No controle e fiscalizao dos produtos de interesse para a sade sero observados os padres de identidade, qualidade e segurana definidos pelos rgos competentes.

    1o- A autoridade sanitria far, sempre que considerar necessrio, coleta de

    amostras do produto, para efeito de anlise. 2o- Os procedimentos para coleta de amostras sero definidos em normas

    tcnicas especiais.

    Art. 65 Os produtos alimentcios, guas e bebidas produzidos no Estado do Maranho e comercializados no mbito municipal ou regional estaro sujeitos ao registro estadual, a ser regulamentado por lei especfica.

    SUBSEO II

    DOS ESTABELECIMENTOS SUJEITOS AO CONTROLE SANITRIO

    Art. 66 - So sujeitos ao controle sanitrio os estabelecimentos de assistncia sade e os estabelecimentos de interesse para a sade, de natureza pblica e privada.

    1o- Considera-se estabelecimento de assistncia sade aquele destinado a

    promover ou proteger a sade individual ou coletiva, a diagnosticar e tratar o indivduo das doenas que o acometam, a limitar danos por elas causados e a reabilit-lo quando sua capacidade fsica, psquica ou social for afetada.

  • 2o- Considera-se estabelecimento de interesse para a sade aquele que exera atividade que, direta ou indiretamente, possa provocar danos ou agravos sade individual ou coletiva.

    Art. 67 - Para os efeitos desta Lei, consideram-se estabelecimentos de assistncia sade aqueles que prestam:

    I - servios mdicos; II - servios odontolgicos; III - servios de apoio diagnstico e teraputico; IV - outros servios de sade definidos pelos rgos competentes.

    Art. 68 - Para os efeitos desta Lei, consideram-se estabelecimentos de interesse

    para a sade: I - os que produzem, beneficiam, manipulam, fracionam, embalam, reembalam,

    acondicionam, conservam, armazenam, transportam, distribuem, importam, exportam, vendem ou dispensam os produtos referidos no art. 62;

    II - os laboratrios de pesquisa, de anlise de produtos alimentares, gua, medicamentos e correlatos e de controle de qualidade de produtos, equipamentos e utenslios;

    III - os que prestam servios de desratizao, desinsetizao e imunizao de

    ambientes domiciliares, pblicos e coletivos; IV - os hotis, penses, dormitrios, motis e demais estabelecimentos destinados

    hospedagem de qualquer natureza; V - os de ensino fundamental, mdio e superior, as pr-escolas e creches e os que

    oferecem cursos no regulares; VI - os de lazer e diverso, ginstica e prticas desportivas; VII - os de esteticismo e cosmtica, as saunas, casas de banho e congneres; VIII - os que prestam servios de lavanderia, conservadoria e congneres; IX - os que prestam servios de transporte de cadver, os velrios, funerrias,

    necrotrios, cemitrios, crematrios e congneres; X - os que prestam servios de transporte de passageiros, as garagens de nibus,

    os terminais rodovirios e ferrovirios, os portos e aeroportos; XI - os criatrios de animais e biotrios;

  • XII - os que degradam o meio ambiente por meio de resduos contaminantes ou de poluio sonora e os que contribuem para criar ambiente insalubre para o homem ou propcio ao desenvolvimento de animais sinantrpicos;

    XIII - outros estabelecimentos cuja atividade possa, direta ou indiretamente,

    provocar danos ou agravos sade individual ou coletiva.

    Art. 69 - Os estabelecimentos de assistncia sade a que se refere o art. 67 e os estabelecimentos de interesse para a sade a que se referem os incisos I a IX do art. 68 tero alvar de autorizao sanitria expedido pela autoridade sanitria competente, municipal ou estadual, com validade de 01 (um) ano, renovvel por perodos iguais e sucessivos.

    1- A concesso ou renovao do alvar de autorizao sanitria ser

    condicionada ao cumprimento de requisitos tcnicos referentes aos produtos, instalaes, mquinas, equipamentos, normas e rotinas do estabelecimento, comprovado pela autoridade sanitria competente atravs de vistoria.

    2- O alvar de autorizao sanitria poder, a qualquer tempo, ser cancelado,

    no interesse da sade pblica, sendo assegurado ao proprietrio do estabelecimento o direito de defesa em processo administrativo instaurado pela autoridade sanitria.

    Art. 70 - Os estabelecimentos de assistncia sade a que se refere o art. 67 e os estabelecimentos de interesse para a sade a que se referem os incisos I a III do art. 68 tero responsvel tcnico legalmente habilitado.

    1o- Os responsveis tcnicos e administrativos pelos estabelecimentos

    respondero solidariamente pelas infraes sanitrias. 2o- Nos estabelecimentos de assistncia sade que mantiverem em suas

    dependncias servios de profissionais autnomos ou empresas prestadoras de servios de sade, a responsabilidade pelas infraes sanitrias ser solidariamente compartilhada entre os responsveis pelo estabelecimento e o responsvel tcnico pelo servio que tenha cometido a infrao.

    3o- Respondem solidariamente pela instalao e funcionamento adequado dos

    equipamentos destinados aos procedimentos diagnsticos e teraputicos e pela guarda dos equipamentos de radiao ionizante e no ionizante o responsvel tcnico, o proprietrio, o fabricante e a rede de assistncia tcnica.

    Art. 71 - Os estabelecimentos de interesse para a sade so responsveis: I - pela manuteno dos padres de identidade, qualidade e segurana definidos

    em normas tcnicas aprovadas pelo rgo competente;

    II - pelo cumprimento das Normas de Boas Prticas de Fabricao e Prestao de Servios.

  • 1o- Os estabelecimentos de que trata este artigo se obrigam a apresentar, sempre que solicitado pela autoridade sanitria, o fluxograma de produo e as Normas de Boas Prticas de Fabricao e Prestao de Servios referentes s atividades desenvolvidas.

    2o- Ser assegurado ao trabalhador o acesso s Normas de Boas Prticas de

    Fabricao e Prestao de Servios.

    Art. 72- Os estabelecimentos de assistncia sade devero manter suas instalaes e dependncias em perfeitas condies de higiene, de acordo com a legislao sanitria e normas tcnicas especiais aplicveis a cada caso.

    1o- Os estabelecimentos de que trata o caput deste artigo adotaro

    procedimentos adequados na gerao, acondicionamento, segregao, fluxo, transporte, armazenamento e destino final dos resduos.

    2o- Os utenslios, instrumentos e roupas sujeitos ao contato com fluido orgnico

    de usurio sero descartveis ou, havendo impossibilidade tcnica ou de outra natureza, submetidos a desinfeo e esterilizao adequadas,

    3o- Os estabelecimentos de assistncia sade devero dispor de utenslios,

    instrumentos e roupas no descartveis em quantidade condizente com o nmero de usurios, sem prejuzo da esterilizao.

    4o- Sero submetidos a desinfeo adequada os equipamentos e instalaes

    fsicas sujeitos ao contato com fluido orgnico de usurio.

    Art. 73 - Os estabelecimentos de assistncia sade que executarem procedimentos em regime de internao ou procedimentos invasivos em regime ambulatorial mantero comisso e servio de controle de infeco, cuja implantao, composio e eventuais alteraes sero comunicadas autoridade sanitria competente, estadual ou municipal.

    1o- Entende-se por controle de infeco o programa e as aes desenvolvidos,

    deliberada e sistematicamente, com o objetivo de reduzir a incidncia e a gravidade dessas infeces.

    2o- A ocorrncia de caso ou surto de infeco hospitalar ser notificada pelo

    responsvel tcnico do estabelecimento autoridade sanitria competente. 3o- Os estabelecimentos de que trata este artigo apresentaro autoridade

    sanitria competente, sempre que solicitados dados e informaes referentes ao programa de controle de infeco.

    Art. 74 - O Poder Executivo regulamentar a coleta, o processamento, o fracionamento, armazenamento, distribuio e aplicao de sangue e seus derivados e manter rede estadual de hematologia e hemoterapia para o desenvolvimento das aes e servios nessa rea.

  • 1- vedada a remunerao direta ou indireta do doador de sangue. 2- O estabelecimento de assistncia sade privada poder, mediante convnio

    homologado pela autoridade sanitria competente, possuir em suas dependncias servio hemoterpico vinculado a rgo pblico ou a instituio de sade privada sem fins lucrativos.

    SUBSEO III

    DO MEIO AMBIENTE E CONTROLE DE ZOONOSES

    Art. 75 - As aes de vigilncia sobre o meio ambiente tem como finalidade o monitoramento e a soluo dos problemas ambientais e ecolgicos com vistas a minimizar o seu potencial de risco vida e sade da populao.

    Art. 76 - So considerados fatores ambientais de risco sade aqueles decorrentes de atividades ou situaes relacionadas ao saneamento ambiental, organizao territorial, proliferao de artrpodes nocivos, vetores e hospedeiros intermedirios, s atividades produtivas e de consumo, s fontes de poluio, s substncias perigosas, txicas, explosivas, inflamveis, corrosivas e radioativas e a quaisquer outros fatores que ocasionem ou possam vir a ocasionar dano sade ou vida.

    Art. 77 - O SUS definir os instrumentos de planejamento e avaliao de impacto sade, para a organizao territorial de assentamentos humanos, observando os aspectos de salubridade, drenagem, infra-estrutura sanitria, manuteno de reas livres e institucionais, sistemas de lazer, ndices de ocupao e de densidade demogrfica.

    Art. 78 - O SUS participar da avaliao de projetos de obras ou instalao de atividades que possam representar dano sade de grupos populacionais, exigindo a realizao prvia de estudos e a proposio de medidas mitigadoras e/ou compensatrias dos possveis impactos sobre a sade humana.

    Art. 79 - O sistema de abastecimento de gua, pblico ou privado, individual ou coletivo, est sujeito fiscalizao da autoridade sanitria competente.

    1- O rgo responsvel pelo sistema de abastecimento pblico de gua enviar

    Secretaria Estadual e/ou Municipal de Sade relatrios mensais relativos ao controle da qualidade da gua.

    2- Quando o servio sanitrio estadual e/ou local detectar a existncia de

    anormalidades ou falhas no sistema pblico de abastecimento de gua que representem risco para a sade da populao, comunicar o fato ao rgo responsvel, para imediata providncia corretiva.

    3- A gua distribuda pelos sistemas de abastecimento de gua, pblicos ou

    privados, deve estar de acordo com as normas e os padres de potabilidade estabelecidos pela autoridade sanitria competente.

  • Art. 80 - O sistema de esgotamento sanitrio, pblico ou privado, individual ou coletivo, est sujeito fiscalizao da autoridade sanitria competente.

    Art. 81 - O sistema pblico ou privado, individual ou coletivo de gerao, armazenamento, coleta, transporte, tratamento, reciclagem e destinao final de resduos slidos de qualquer natureza, gerados ou introduzidos no Estado, est sujeito fiscalizao da autoridade sanitria competente.

    1- proibida a reciclagem de resduo slido infectante gerado por

    estabelecimento prestador de servios de sade. 2- As condies sanitrias do acondicionamento, transporte, localizao e a

    forma de disposio final dos resduos perigosos, txicos, explosivos, inflamveis, corrosivos, radioativos e imunobiolgicos devem estar de acordo com as normas tcnicas e esto sujeitas fiscalizao da autoridade sanitria.

    Art. 82 - A qualidade do ar ser preservada, ficando o agente poluidor obrigado a implantar medidas que eliminem os fatores de degradao.

    Art. 83 - O SUS coordenar as aes de preveno e controle de zoonoses, em

    articulao com os rgos federais e municipais competentes. 1o- Para os efeitos desta Lei, entendem-se por zoonoses as infeces ou doenas

    transmissveis por animais ao homem e as que so comuns ao homem e aos animais. 2o- Entende-se por controle de zoonoses o conjunto de aes que visam a

    eliminar, diminuir e prevenir os riscos e agravos sade provocados por vetor, animal reservatrio ou animal sinantrpico.

    Art. 84 - Os responsveis por imveis, domiclios e estabelecimentos comerciais e industriais devero impedir o acmulo de lixo, entulho, restos de alimentos, gua empoada ou qualquer outra condio que propicie alimentao, criatrio ou abrigo de animais sinantrpicos.

    Art.85 vedada, no permetro urbano, a criao ou conservao de animais vivos, que pela sua natureza ou quantidade, sejam considerados, a critrio da autoridade sanitria competente, causa de insalubridade e/ou incomodidade.

    Art. 86 - So obrigados a notificar zoonoses: I - o veterinrio que tomar conhecimento do caso; II - o laboratrio que fizer o diagnstico; III - a pessoa agredida por animal doente ou suspeito ou acometida de doena

    transmitida por animal.

  • SEO III

    DA SADE DO TRABALHADOR

    Art. 87 - Para os efeitos desta Lei, entende-se por sade do trabalhador o conjunto de atividades que se destinam promoo e proteo da sade dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condies de trabalho urbano e rural.

    Art. 88 - A sade do trabalhador dever ser resguardada no processo de produo com vistas a garantir sua integridade e higidez fsica e mental.

    Pargrafo nico - Entende-se por processo de produo a relao que se estabelece entre o capital e o trabalho englobando os aspectos econmicos, organizacionais e ambientais na produo de bens e servios.

    Art. 89- O SUS, atravs de seus servios competentes, participar da normatizao, fiscalizao e controle relativos aos ambientes e processos de trabalho.

    Art. 90- Alm do que estabelece a legislao em vigor, so obrigaes do empregador:

    I - oferecer condies de segurana e de organizao do trabalho de forma a

    preservar a sade do trabalhador; II - manter programas regulares de controle da sade do trabalhador;

    III - manter o trabalhador e sua entidade sindical informados sobre:

    a) Os riscos de acidentes de trabalho e de doenas profissionais; b) Os resultados de fiscalizaes e avaliaes ambientais; c) Os resultados de exames admissionais, peridicos e demissionais, respeitados

    os preceitos da tica profissional.

    IV - paralisar as atividades em situao de risco grave e iminente no local de trabalho; V - facilitar o acesso da autoridade sanitria aos locais de trabalho, fornecendo as informaes e os dados solicitados;

    VI - garantir livre acesso dos tcnicos da sade do trabalhador aos ambientes de trabalho, fornecendo as informaes e os dados solicitados;

    VII - permitir o acesso, nos ambientes e locais de trabalho, de representantes dos

    trabalhadores junto com a autoridade sanitria competente.

  • Art. 91 - A implantao de medidas que visem eliminao ou reduo dos riscos no ambiente de trabalho, pelo empregador, obedecer seguinte ordem de prioridade:

    I - medidas de proteo coletiva:

    a) A eliminao do risco na fonte; b) O controle do risco na fonte;

    c) O controle do risco no ambiente de trabalho.

    II - medidas de proteo individual por meio da utilizao de equipamentos de proteo individual (EPI).

    SEO IV

    DA VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA

    Art. 92 - Cabe direo estadual do Sistema nico de Sade a coordenao e a execuo, esta em carter complementar, das aes de vigilncia epidemiolgica, bem como a definio da organizao e das atribuies do Sistema Estadual de Vigilncia Epidemiolgica, sua implantao e superviso, em consonncia com a legislao sanitria vigente.

    Art. 93 - Entende-se como vigilncia epidemiolgica o conjunto de aes que proporcionam o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores determinantes e condicionantes da sade individual ou coletiva, com a finalidade de se recomendarem e adotarem medidas de preveno e controle das doenas ou agravos sade.

    Art. 94 - As doenas e agravos sade de notificao compulsria no Estado sero relacionadas em norma tcnica elaborada pelos rgos competentes, levando em considerao critrios epidemiolgicos regionais e obedecendo legislao federal e ao Regulamento Sanitrio Internacional em vigor.

    Art. 95 - dever de todo cidado comunicar autoridade sanitria competente a ocorrncia, comprovada ou presumida, de agravos sade e doenas de notificao compulsria.

    Pargrafo nico - A notificao das doenas e agravos dever ser feita, mesmo em caso de simples suspeita, o mais precocemente possvel autoridade sanitria, pessoalmente, por telefone ou qualquer outro meio rpido disponvel.

    Art. 96 - A autoridade sanitria dever, obrigatoriamente, manter sigilo acerca dos casos de doenas e agravos notificados, podendo, excepcionalmente, identificar o paciente nos casos em que houver risco iminente comunidade, desde que com prvio conhecimento do paciente ou de seu representante legal.

  • Art. 97 - Aps o recebimento da notificao, a autoridade sanitria dever proceder investigao epidemiolgica pertinente e, mediante justificao por escrito, poder buscar e exigir informaes junto a indivduos e a grupos populacionais determinados visando proteo da sade da coletividade.

    Art. 98 - A autoridade sanitria tomar as medidas que julgar pertinentes para resguardar a sade da populao, podendo interditar total ou parcialmente locais abertos ao pblico, durante o tempo que julgar necessrio, obedecida a legislao vigente.

    Art. 99 - O atestado de bito documento indispensvel para o enterramento e deve ser fornecido pelo mdico assistente em impresso especialmente destinado a esse fim.

    1o - Em caso de bito por causa mal definida ou sem assistncia mdica,

    competir autoridade sanitria fornecer o atestado de bito ou determinar quem o fornea, caso no exista na localidade servio de verificao de bito e no haja suspeita de que o bito tenha ocorrido por causas no naturais.

    2o No caso de bito fetal, obrigatria a emisso de atestado de bito e o

    registro civil para posterior sepultamento, para fetos com idade gestacional superior a 21 semanas e/ou peso superior a 500 gramas e/ou pelo menos 35 centmetros de comprimento.

    3o Para fetos e embries com idade gestacional inferior a 22 semanas no existe obrigatoriedade de emisso de atestado de bito, devendo porm ser feito o registro hospitalar contendo o nome da me, o sexo, o peso do feto e a data em que ocorreu o evento.

    4o Os restos placentrios e demais produtos da concepo humana de que trata

    o pargrafo 3o deste artigo devero, a critrio da autoridade sanitria competente, ser encaminhados para a coleta municipal, quando esta permitir o controle eficiente de restos hospitalares; para incinerao no prprio servio de sade ou ainda para sepultamento em cemitrio municipal.

    TTULO V

    DAS INFRAES SANITRIAS E DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

    CAPTULO I

    DAS DISPOSIES GERAIS

    Art. 100- Considera-se infrao sanitria, para os fins desta Lei, a desobedincia ou inobservncia do disposto em normas legais, regulamentares e outras que, por qualquer forma, se destinem a preservar a sade.

    Art. 101 - Os fabricantes e fornecedores de equipamentos, produtos e servios de interesse para a sade respondem solidariamente pelos vcios de qualidade ou de quantidade que os tornem imprprios ou inadequados para o consumo.

  • Art. 102 - Responde pela infrao sanitria aquele que, por ao ou omisso, lhe

    deu causa, concorreu para sua prtica ou dela se beneficiou.

    Pargrafo nico Exclui-se da penalidade a infrao decorrente ou causada por motivo de fora maior ou proveniente de evento natural ou circunstncia imprevisvel, que vierem a determinar avaria, deteriorao ou alterao de local, produto ou bem de interesse para a sade pblica.

    Art. 103 - As infraes sanitrias classificam-se em: I - leves, aquelas praticadas com o concurso de circunstncia atenuante; II - graves, aquelas praticadas com o concurso de uma circunstncia agravante; III - gravssimas, aquelas praticadas com o concurso de duas ou mais situaes

    agravantes.

    Art. 104 - So circunstncias atenuantes: I - ser primrio o infrator; II - no ter sido a ao do infrator fundamental para a ocorrncia do evento; III - procurar o infrator, espontaneamente, reparar ou minorar as conseqncias do

    ato lesivo sade pblica por ele cometido.

    Art. 105 So circunstncias agravantes: I - ser reincidente o infrator; II - ter o infrator cometido a infrao para obter vantagem pecuniria decorrente

    do consumo, pelo pblico, de produto elaborado em desacordo com o disposto na legislao sanitria;

    III - ter o infrator coagido outrm para a execuo da infrao; IV - ter a infrao conseqncias danosas sade pblica; V - deixar o infrator, tendo conhecimento de ato lesivo sade pblica, de tomar

    as providncias de sua alada tendentes a evit-lo ou a minorar o dano; VI - ter o infrator agido com dolo. 1- A reincidncia sujeita o infrator ao enquadramento na penalidade mxima e a

    infrao, caracterizao como gravssima, podendo, nos casos especificados nesta Lei, determinar o cancelamento de atividade.

  • 2- Havendo concurso de circunstncias atenuantes ou agravantes, a aplicao da pena ser considerada em razo das que sejam preponderantes.

    Art. 106 - As infraes sanitrias que configurem ilcitos penais sero comunicadas autoridade policial ou ao Ministrio Pblico.

    Art. 107 - As infraes que envolvam responsabilidade tcnica sero comunicadas pela autoridade sanitria ao rgo de classe de que faa parte o infrator.

    Art. 108 - dever do servidor pblico e direito de qualquer cidado comunicar aos rgos competentes a ocorrncia de infrao.

    CAPTULO II

    DAS SANES ADMINISTRATIVAS

    Art. 109 - Sem prejuzo da responsabilidade civil e penal e das penalidades contratualmente previstas, as infraes a este Cdigo sero punidas, alternativa ou cumulativamente, com as seguintes penas:

    I - advertncia; II - prestao de servios comunidade; III - resciso de contrato; IV - apreenso de produto, equipamento, embalagem, utenslio ou recipiente; V - inutilizao de produto, equipamento, embalagem, utenslio ou recipiente; VI - suspenso de venda, fabricao ou distribuio do produto; VII - suspenso de atividade; VIII - interdio, cautelar ou definitiva, total ou parcial, do estabelecimento, obra,

    produto e/ou equipamento utilizado no processo produtivo; IX - cancelamento do registro do produto; X - cancelamento do alvar de autorizao sanitria; XI - cancelamento de autorizao para funcionamento da empresa; XII - suspenso temporria ou definitiva de assuno de responsabilidade tcnica; XIII - imposio de contrapropaganda; XIV - proibio de propaganda; XV - interveno;

  • XVI - multa. 1o- As sanes previstas neste artigo sero aplicadas pela autoridade sanitria

    competente. 2o- A aplicao das penalidades de cancelamento do registro do produto e da

    autorizao de funcionamento ser solicitada ao rgo federal competente.

    Art. 110 - A pena de advertncia ser aplicada por escrito, e dela ser mantido registro pelo rgo que a tiver aplicado.

    Art. 111 - A pena de prestao de servios comunidade consiste: I - na prestao de servios de interesse para a comunidade; II - na veiculao, pelo infrator, de mensagens educativas dirigidas comunidade,

    aprovadas pela autoridade sanitria; III - na divulgao, a expensas do infrator, das medidas adotadas para sanar os

    prejuzos provocados pela infrao, com vistas a esclarecer o consumidor do produto ou o usurio do servio.

    Art. 112 - A pena de resciso de contrato ser aplicada aos estabelecimentos de

    assistncia sade contratados pelo SUS. Art. 113 - As penas de apreenso, inutilizao, suspenso de venda ou fabricao e cancelamento do registro do produto ou equipamento sero aplicadas sempre que se mostrem necessrias para evitar risco ou dano sade.

    Art. 114 - A pena de interdio cautelar, total ou parcial, do estabelecimento, produto ou equipamento ser aplicada quando for constatado indcio de infrao sanitria em que haja risco ou dano sade e perdurar at que sejam sanadas as irregularidades.

    1- A pena de interdio cautelar, total ou parcial, poder, justificadamente,

    tornar-se definitiva. 2- A extenso da interdio ser decidida por ato fundamentado da autoridade

    sanitria.

    Art. 115 - A pena de contrapropaganda ser imposta quando da ocorrncia de publicidade enganosa ou abusiva, cujo resultado possa constituir risco ou ofensa sade.

    Art. 116 - A penalidade de interveno ser aplicada ao estabelecimento prestador de servios de sade, pblico ou privado, quando for constatada negligncia, impercia ou imprudncia por parte de seus dirigentes, titulares ou responsveis tcnicos, de modo a produzir risco iminente sade.

  • 1o- Os recursos pblicos que venham a ser aplicados no servio privado sob interveno sero ressarcidos ao SUS pelos proprietrios, em dinheiro ou em prestao de servios ao SUS.

    2o- A durao da interveno ser aquela julgada necessria pela autoridade

    sanitria para que cesse o risco aludido no caput deste artigo, no podendo exceder o perodo de 180 (cento e oitenta) dias.

    3o- Findo o prazo mximo de interveno e persistindo a situao de risco, o

    estabelecimento ser interditado, em definitivo, ou, em caso de estabelecimento privado, desapropriado.

    4o- A interveno e a nomeao do interventor do estabelecimento apenado

    competem autoridade executiva mxima estadual, vedada a nomeao do dirigente, scio ou responsvel tcnico, seus cnjuges e parentes at o segundo grau.

    Art. 117 - A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infrao e a condio econmica do infrator, ser aplicada mediante processo administrativo.

    Pargrafo nico - A pena de multa consiste no pagamento de valores correspondentes a Unidades Fiscais de Referncia (UFIRs), ou a outro indexador que venha a substitu-las, sendo:

    I - nas infraes leves, de no mnimo 50 UFIRs; II - nas infraes graves, de no mnimo 5.000 UFIRs; III - nas infraes gravssimas, de no mnimo 25.000 UFIRs.

    Art. 118 - A receita proveniente de multas decorrentes de infraes sanitrias, de

    taxas e de pagamento de preos pblicos relativos aos servios de vigilncia sanitria estadual ser depositada diretamente na conta especfica do Fundo Estadual de Sade.

    CAPTULO III

    DAS INFRAES SANITRIAS

    Art. 119 - Constituem infraes sanitrias as condutas tipificadas abaixo: I - construir, instalar ou fazer funcionar hospital, posto ou casa de sade, clnica,

    casa de repouso, servio ou unidade de sade, estabelecimento ou organizao afim que se dedique promoo, proteo e recuperao da sade, sem licena do rgo sanitrio competente, ou em desacordo com as normas legais e regulamentares pertinentes.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, e/ou multa.

  • II - construir, instalar, empreender ou fazer funcionar atividade ou estabelecimento fabricante de produto sujeito ao controle sanitrio, sem registro, licena ou autorizao do rgo sanitrio competente ou em desacordo com as normas pertinentes. Pena advertncia, suspenso, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do alvar de autorizao sanitria e/ou multa.

    III - fazer funcionar, sem assistncia de responsvel tcnico legalmente habilitado, os estabelecimentos onde so produzidos, transformados, comercializados, armazenados, manipulados, analisados, preparados, extrados, purificados, fracionados, embalados, reembalados, importados, exportados ou expedidos produtos de interesse para a sade. Pena advertncia, suspenso da venda ou fabricao do produto, apreenso e/ ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    IV - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar, fracionar, embalar ou reembalar, importar, armazenar, expedir, transportar, comprar, vender, ceder ou utilizar produtos de consumo humano e produtos de interesse para a sade, sem registro, licena ou autorizao do rgo sanitrio ou em desacordo com o disposto em legislao sanitria. Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, suspenso da venda ou fabricao do produto, cancelamento do registro do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    V - cobrar ou autorizar que terceiros cobrem dos beneficirios do SUS pelos recursos e servios utilizados em seu atendimento. Pena advertncia, resciso de contrato e/ou multa.

    VI - recusar a internao do beneficirio do SUS em situao de urgncia/emergncia, ainda que, no momento, no haja disponibilidade de leito vago em enfermaria. Pena advertncia, resciso de contrato e/ou multa.

    VII - fraudar, falsificar ou adulterar produto sujeito ao controle sanitrio. Pena advertncia, suspenso da venda ou fabricao do produto, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do registro do produto, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    VIII - instalar ou fazer funcionar, sem alvar de autorizao sanitria emitido pelo rgo sanitrio competente, estabelecimento industrial, comercial ou de prestao de servios.

    Pena advertncia, interdio, resciso de contrato e/ou multa.

  • IX - rotular produto sujeito ao controle sanitrio em desacordo com as normas

    legais.

    Pena advertncia, interdio do produto, interdio do estabelecimento, apreenso e/ou inutilizao do produto, cancelamento do registro e/ou multa.

    X - deixar de observar as normas de biossegurana e controle de infeces hospitalares e ambulatoriais estipuladas na legislao sanitria vigente.

    Pena advertncia, interdio, resciso de contrato, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XI - expor venda ou entregar ao consumo produto sujeito ao controle sanitrio que esteja deteriorado, alterado, adulterado, fraudado avariado ou falsificado, com o prazo de validade vencido, ou apor-lhe nova data de validade.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XII - comercializar ou armazenar com finalidade de venda produto sujeito ao controle sanitrio destinado exclusivamente distribuio gratuita.

    Pena - advertncia, apreenso do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XIII - expor venda, manter em depsito ou transportar produto sujeito ao controle sanitrio que exija cuidados especiais de conservao sem a observncia das cautelas e das condies necessrias a sua preservao.

    Pena - advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do registro, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XIV - fazer propaganda de servio ou produto sujeito ao controle sanitrio em desacordo com a legislao sanitria.

    Pena advertncia, proibio de propaganda, contrapropaganda, suspenso de venda ou fabricao do produto, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio do estabelecimento e/ou multa.

    XV - aviar receita mdica, odontolgica ou veterinria em desacordo com prescrio ou determinao expressa em lei ou normas regulamentares. Pena advertncia, prestao de servios comunidade, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

  • XVI - deixar de fornecer autoridade sanitria dados sobre servios, matrias primas, substncias utilizadas, processos produtivos e produtos e subprodutos utilizados de interesse para a sade.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, suspenso de venda ou fabricao do produto, interdio, cancelamento do registro do produto, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, proibio de propaganda e/ou multa.

    XVII - contrariar normas legais relativas ao controle da poluio e contaminao do ar, do solo e da gua, bem como da poluio sonora com evidncias de prejuzo sade pblica.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, interdio e/ou multa.

    XVIII - reaproveitar vasilhame de produto nocivo sade para embalagem e venda de alimento, bebida, medicamento, droga, substncia, produto de higiene, produto diettico, cosmtico ou perfume.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do registro, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XIX - manter em estabelecimento sujeito a controle e fiscalizao sanitria animal domstico que coloque em risco a sanidade de alimentos e outros produtos de interesse para a sade, ou que comprometa a higiene do local.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do registro, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XX - coletar, processar, utilizar e/ou comercializar sangue e hemoderivados em desacordo com as normas legais. Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, resciso do contrato, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, interveno e/ou multa.

    XXI - comercializar ou utilizar placenta, rgo, glndula ou hormnio humanos em desacordo com as normas legais.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, interveno e/ou multa.

    XXII - utilizar, na preparao de hormnio, rgo de animal doente ou que apresente sinais de decomposio.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, suspenso de venda ou fabricao do produto, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXIII - deixar de notificar doena ou agravo sade quando tiver o dever legal de faz-lo.

  • Pena advertncia, prestao de servios comunidade e/ou multa;

    XXIV - deixar de notificar epidemia de qualquer doena ou outro agravo sade, mesmo que no sejam de notificao obrigatria.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade e/ou multa.

    XXV - deixar de preencher, clara e corretamente, a declarao de bito segundo as normas da Classificao Internacional de Doenas e/ou recusar-se a esclarecer ou completar a declarao de bito quando solicitado pela autoridade sanitria.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade e/ou multa.

    XXVI - deixar de preencher, clara e corretamente, e/ou reter a declarao de nascido vivo, no a enviando ao servio de sade competente.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade e/ou multa.

    XXVII - reter atestado de vacinao obrigatria e/ou dificultar, deixar de executar ou opor-se execuo de medidas sanitrias destinadas preveno de doenas transmissveis.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, interdio e/ou multa.

    XXVIII - opor-se exigncia de provas diagnsticas ou a sua execuo pela autoridade sanitria.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXIX - aplicar raticida, agrotxico, preservante de madeira, produto de uso veterinrio, solvente, produto qumico ou outra substncia sem observar os procedimentos necessrios proteo da sade das pessoas e dos animais.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXX - reciclar resduo infectante gerado por estabelecimento prestador de servios de sade.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, resciso do contrato, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXI - proceder cremao de cadver ou utiliz-lo em desacordo com as normas sanitrias pertinentes.

  • Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXII - impedir o sacrifcio de animal considerado perigoso para a sade pblica.

    Pena advertncia e/ou multa.

    XXXIII - manter condio de trabalho que cause dano sade do trabalhador.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXIV - realizar obras sem a observncia dos padres de segurana e higiene indispensveis sade do trabalhador.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXV - adotar, na rea de saneamento bsico ou ambiental, procedimento que cause dano sade pblica.

    Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXVI - distribuir gua que no atenda aos padres de potabilidade vigentes, ou sem controle de qualidade ou sem divulgao adequada de informaes acerca deste.

    Pena advertncia, suspenso da distribuio, interdio, contrapropaganda e/ou multa.

    XXXVII - obstar ou dificultar a ao fiscalizadora da autoridade sanitria competente, no exerccio de suas funes.

    Pena advertncia e/ou multa.

    XXXVIII - fornecer ou comercializar medicamento, droga ou correlato sujeito a

    prescrio mdica, sem observncia desta exigncia ou em desacordo com as normas vigentes. Pena advertncia, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XXXIX - executar etapa do processo produtivo, inclusive transporte e utilizao de produto ou resduo perigoso, txico ou explosivo, inflamvel, corrosivo, emissor de radiao ionizante, entre outros, em desacordo com a legislao sanitria vigente.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, suspenso de venda, cassao da licena sanitria e/ou multa.

  • XL - deixar de observar, na manipulao de produtos de interesse para a sade, as condies higinico-sanitrias quanto ao estabelecimento, aos equipamentos, utenslios e funcionrios.

    Pena advertncia, apreenso e/ou inutilizao do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XLI - fabricar ou fazer operar mquina, equipamento ou dispositivo que oferea risco sade do trabalhador. Pena advertncia, prestao de servios comunidade, apreenso e/ou inutilizao do equipamento, suspenso da venda ou fabricao do produto, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, proibio de propaganda e/ou multa.

    XLII - descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas, formalidades e outras exigncias sanitrias pelas empresas de transportes, seus agentes e consignatrios, comandantes ou responsveis diretos por embarcaes, aeronaves, equipamentos ferrovirios e veculos terrestres.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, apreenso, suspenso de atividades, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XLIII - inobservncia, por parte do proprietrio ou de quem detenha sua posse, de exigncia sanitria relativa a imvel ou equipamento.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, apreenso e/ou inutilizao do equipamento, interdio, cancelamento do alvar da autorizao sanitria e/ou multa.

    XLIV - transgredir norma legal ou regulamentar destinada promoo, proteo e recuperao da sade.

    Pena advertncia, prestao de servios comunidade, interdio, suspenso da venda ou fabricao do produto, cancelamento do registro do produto, proibio de propaganda, cancelamento do alvar da autorizao sanitria, imposio de contrapropaganda e/ou multa.

    XLV - dispensar medicamentos, por via postal, sem autorizao da autoridade sanitria competente.

    Pena advertncia, apreenso do produto, suspenso da dispensao e cancelamento do alvar da autorizao sanitria, interdio e/ou multa.

    XLVI - exercer e/ou permitir o exerccio de encargos relacionados com a promoo e recuperao da sade por pessoa que no possua a habilitao legal.

    Pena advertncia, interdio, resciso de contrato e/ou multa.

  • Pargrafo nico - A interdio prevista no inciso XXXV poder abranger todo o sistema de coleta ou distribuio.

    Art. 120 - A infrao a disposio legal e regulamentar prescreve em cinco anos. 1- A prescrio interrompe-se pela notificao ou outro ato da autoridade

    competente que objetive a sua apurao e conseqente imposio de pena. 2- No corre prazo prescricional enquanto houver processo administrativo

    pendente de deciso. CAPTULO IV

    DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

    Art. 121 - As infraes sanitrias sero apuradas em processo administrativo

    prprio, iniciado com a lavratura de auto de infrao, observado o rito e os prazos estabelecidos nesta lei.

    Art. 122 - Constatada a infrao sanitria, a autoridade sanitria, no exerccio da ao fiscalizadora, lavrar, no local em que esta for verificada ou na sede da repartio competente, o auto de infrao sanitria, devendo conter:

    I nome do infrator, seu domiclio e residncia, bem como outros elementos necessrios a sua qualificao e identidade civil;

    II local, data e hora da lavratura onde a infrao foi verificada; III descrio da infrao e meno do dispositivo legal ou regulamentar

    transgredido; IV penalidade a que est sujeito o infrator e o respectivo preceito legal que

    autoriza sua imposio; V cincia pelo autuado de que responder a processo administrativo; VI assinatura do autuado ou, na sua ausncia ou recusa, de duas testemunhas e

    do autuante, com meno da ausncia ou recusa; VII prazo para interposio de recurso, quando cabvel. 1. Se a irregularidade ou a infrao no constituir perigo iminente para a sade,

    a critrio da autoridade, o infrator ser intimado, na sede da repartio competente ou no local da ocorrncia, para, um prazo de at 90 (noventa) dias, fixado pela autoridade, proceder a regularizao.

    2. O termo de intimao conter dados suficientes para identificar o infrator e a infrao, alm de esclarecer a situao legal deste.

    3. Vencido o prazo concedido e permanecendo a irregularidade lavrar-se- auto

    de infrao, dando prosseguimento ao processo administrativo sanitrio.

    Art. 123 O autuante responsvel pelas declaraes e informaes lanadas no auto de infrao e no termo de intimao, sujeitando-se a sanes disciplinares, civis e criminais em caso de falsidade ou omisso dolosa.

  • Art. 124 A autoridade sanitria poder, desde que necessrio para apurao da irregularidade ou da infrao, proceder apreenso de amostra de produto para realizao de anlise fiscal e elaborao de laudo, lavrando-se auto de apreenso e coleta de amostra.

    Pargrafo nico - Os procedimentos para efetuao de coleta e anlise sero

    executados conforme determinao legal.

    Art. 125 - Quando a anlise detectar que o produto imprprio para o consumo, sua interdio e inutilizao sero obrigatrias e, como medida cautelar, poder ser interditado parcial ou totalmente o estabelecimento, lavrando-se os documentos fiscais respectivos.

    Pargrafo nico - A interdio parcial ou total do estabelecimento ser levantada, a

    requerimento do interessado, aps vistoria que comprove estar sanada a irregularidade que ensejou a medida.

    Art. 126 O infrator ser notificado para a cincia do auto de infrao e defesa: I pessoalmente; II pelo correio; III por edital, se no for localizado. 1. Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar cincia, dever

    essa circunstncia ser mencionada expressamente pela autoridade que efetuou a notificao.

    2. O edital referido no inciso III deste artigo, ser publicado na imprensa oficial,

    considerando-se efetivada a notificao 05 (cinco) dias aps a publicao. Art.127 Aps a notificao, o infrator ter prazo de 15 (quinze) dias para apresentar defesa.

    Art. 128 Decorrido o prazo de defesa, e aps ouvir o autuante e examinar as

    provas colhidas, a autoridade competente decidir fundamentadamente. Art. 129 Decidida a aplicao da penalidade, caber recurso em 1 instncia, a

    autoridade superior, dentro da esfera governamental sob cuja jurisdio se haja instaurado o processo.

    Art. 130 Da deciso da autoridade superior, mantendo ou no a aplicao da

    penalidade, caber recurso em 2 e ltima instncia ao Secretrio de Estado da Sade, conforme a jurisdio em que se haja instaurado o processo.

    Art. 131 Os prazos para interposio de quaisquer recursos, no procedimento

    administrativo sanitrio, so de 15 (quinze) dias a contar da notificao da deciso.

  • Art. 132 Os recursos no tero efeito suspensivo, exceto quando da imposio de penalidade pecuniria.

    Pargrafo nico Poder a autoridade a quem dirigido o recurso, em cognio sumria e revogvel a qualquer tempo determinar a suspenso da aplicao da penalidade conferida.

    Art. 133 As penalidades previstas nesta Lei sero aplicadas pelas autoridades

    competentes da Secretaria Estadual da Sade, conforme atribuies que lhe sejam conferidas.

    TTULO VI

    DISPOSIES FINAIS

    Art. 134 - Para executar as aes de controle sanitrio previstos no art. 58, o

    Executivo encaminhar Assemblia Legislativa, no prazo de 03 (trs) meses a contar da promulgao desta lei complementar, projeto de lei criando a carreira de fiscal sanitrio.

    1o - competncia exclusiva dos fiscais sanitrios em efetivo exerccio de seus cargos ou empregos, ou no exerccio de cargos em comisso, estritamente na rea fiscal, expedir termos de intimao, lavrar autos de infrao, de apreenso e depsito, de inutilizao de produtos, embalagens, utenslios, bem como termos de interdio.

    2o - At que ocorra a criao da carreira de fiscal sanitrio e o provimento dos cargos, as aes de controle sanitrio sero executadas pelos integrantes das equipes tcnicas da Vigilncia Sanitria da Secretaria de Estado da Sade.

    Art. 135 - Fica criado o Sistema Estadual de Auditoria e Avaliao das aes e dos

    servios de sade, que compreende o conjunto de rgos do SUS que exercem a fiscalizao tcnica - cientfica, contbil, financeira e patrimonial das aes e dos servios de sade e a avaliao do seu desempenho, qualidade e resolutividade.

    Pargrafo nico - A estrutura e funcionamento do Sistema Estadual de Auditoria e Avaliao ser regulamentada por ato do Secretrio de Estado da Sade.

    Art. 136 - A Secretaria de Estado da Sade, por seus rgos e autoridades competentes, regulamentaro, complementaro e explicitaro o disposto neste cdigo mediante portarias, resolues, normas tcnicas e outros atos administrativos cabveis, sobretudo normas complementares de vigilncia sanitria.

    Art. 137 - Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao. Art. 138 - Revogam-se as disposies em contrrio.