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República Federativa do Brasil Estado do Piauí Ministério Público do Estado do Piauí Diário Oficial Eletrônico ANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020 PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA Procuradora-Geral de Justiça MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES Subprocuradora de Justiça Institucional LEONARDO FONSECA RODRIGUES Subprocurador de Justiça Administrativo CLEANDRO ALVES DE MOURA Subprocurador de Justiça Jurídico CLÉIA CRISTINA PEREIRA JANUÁRIO FERNANDES Chefe de Gabinete RAQUEL DO SOCORRO MACEDO GALVÃO Secretária-Geral / Secretária do CSMP Assessor Especial de Planejamento e Gestão _____________________________ CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO LUÍS FRANCISCO RIBEIRO Corregedor-Geral LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO Corregedora-Geral Substituta JOÃO PAULO SANTIAGO SALES Promotor-Corregedor Auxiliar RODRIGO ROPPI DE OLIVEIRA Promotor-Corregedor Auxiliar ANA ISABEL DE ALENCAR MOTA DIAS Promotor-Corregedor Auxiliar COLÉGIO DE PROCURADORES ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRA LINHARES ANTÔNIO GONÇALVES VIEIRA TERESINHA DE JESUS MARQUES ALÍPIO DE SANTANA RIBEIRO IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES ANTÔNIO IVAN E SILVA MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES ROSANGELA DE FATIMA LOUREIRO MENDES CATARINA GADELHA MALTA MOURA RUFINO LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO HOSAIAS MATOS DE OLIVEIRA FERNANDO MELO FERRO GOMES JOSÉ RIBAMAR DA COSTA ASSUNÇÃO TERESINHA DE JESUS MOURA BORGES CAMPOS RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO ARISTIDES SILVA PINHEIRO LUÍS FRANCISCO RIBEIRO ZÉLIA SARAIVA LIMA CLOTILDES COSTA CARVALHO HUGO DE SOUSA CARDOSO _____________________________ CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA Presidente LUÍS FRANCISCO RIBEIRO Corregedor-Geral IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES Conselheira MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES Conselheira FERNANDO MELO FERRO GOMES Conselheiro RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO Conselheira

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República Federativa do BrasilEstado do Piauí

Ministério Público do Estado do Piauí

Diário Oficial EletrônicoANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020

Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA

CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de Justiça

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNESSubprocuradora de Justiça Institucional

LEONARDO FONSECA RODRIGUESSubprocurador de Justiça Administrativo

CLEANDRO ALVES DE MOURASubprocurador de Justiça Jurídico

CLÉIA CRISTINA PEREIRA JANUÁRIO FERNANDESChefe de Gabinete

RAQUEL DO SOCORRO MACEDO GALVÃOSecretária-Geral / Secretária do CSMP

Assessor Especial de Planejamento e Gestão

_____________________________

CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

LUÍS FRANCISCO RIBEIROCorregedor-Geral

LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃOCorregedora-Geral Substituta

JOÃO PAULO SANTIAGO SALESPromotor-Corregedor Auxiliar

RODRIGO ROPPI DE OLIVEIRAPromotor-Corregedor Auxiliar

ANA ISABEL DE ALENCAR MOTA DIASPromotor-Corregedor Auxiliar

COLÉGIO DE PROCURADORES

ANTÔNIO DE PÁDUA FERREIRA LINHARES

ANTÔNIO GONÇALVES VIEIRA

TERESINHA DE JESUS MARQUES

ALÍPIO DE SANTANA RIBEIRO

IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUES

ANTÔNIO IVAN E SILVA

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNES

ROSANGELA DE FATIMA LOUREIRO MENDES

CATARINA GADELHA MALTA MOURA RUFINO

LENIR GOMES DOS SANTOS GALVÃO

HOSAIAS MATOS DE OLIVEIRA

FERNANDO MELO FERRO GOMES

JOSÉ RIBAMAR DA COSTA ASSUNÇÃO

TERESINHA DE JESUS MOURA BORGES CAMPOS

RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDO

ARISTIDES SILVA PINHEIRO

LUÍS FRANCISCO RIBEIRO

ZÉLIA SARAIVA LIMA

CLOTILDES COSTA CARVALHO

HUGO DE SOUSA CARDOSO

_____________________________

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAPresidente

LUÍS FRANCISCO RIBEIROCorregedor-Geral

IVANEIDE ASSUNÇÃO TAVARES RODRIGUESConselheira

MARTHA CELINA DE OLIVEIRA NUNESConselheira

FERNANDO MELO FERRO GOMESConselheiro

RAQUEL DE NAZARÉ PINTO COSTA NORMANDOConselheira

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1. COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA []

1.1. ESCALA DE PLANTÃO 11329 ESCALA DE PLANTAO DO 2º. GRAU - REPUBLICAÇÃO POR INCORREÇÃO2020

DATA PROCURADOR (a) DE JUSTIÇA PROCURADORIAS DE JUSTILA

06 a 12 ABR Antonio de Padua Ferreira Linhares 11ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

13 a 19 ABR Antonio Gonçalves Vieira 1ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

20 A 26 ABR Teresinha de Jesus Marque 12ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

27/ABR a 03/MAI Alipio de Santana Ribeiro 2ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

04 a 10/MAI Ivaneide Assunção Tavares Rodrigues 3ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

11 a 17/MAI Antonio Ivan e Silva 4ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

18 a 24/MAI Martha Celina de Oliveira Nunes 13ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

25 a 31/MAI Rosangela de Fatima Loureiro Mendes 14ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

01 a 07/JUN Catarina Gadelha Malta de Moura Rufino 15ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

08 a 14/JUN Lenir Gomes dos Santos Galvão 5ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

15 a 21/JUN Hosaias Matos de Oliveira 20ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

22 a 28/JUN Fernando Melo Ferro Gomes 16ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

29/JUN a 05/JUL José Ribamar da Costa Assunção 17ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

06 a 12/JUL Teresinha de Jesus Moura Borges Campos 7ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

13 a 19/JUL Raquel de Nazaré Pinto Costa Normando 18ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

20 a 26/JUL Aristides Silva Pinheiro 8ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

27/JUL a 02/AGO Luis Francisco Ribeiro 9ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

03 a 09/AGO Zelia Saraiva Lima 19ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

10 a 16/AGO Clotildes Costa Carvalho 10ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

17 a 23/AGO Hugo de Sousa Cardoso 6ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

24 a 30/AGO Antonio de Padua Ferreira Linhares 11ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

31/AGO a 06/SET Antonio Gonçalves Vieira 1ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

07 a 13/SET Teresinha de Jesus Marque 12ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

14 a 20/SET Alipio de Santana Ribeiro 2ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

21 a 27/SET Ivaneide Assunção Tavares Rodrigues 3ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

28/SET a 04/OUT Antonio Ivan e Silva 4ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

05 a 11/OUT Martha Celina de Oliveira Nunes 13ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

12 a 18/OUT Rosangela de Fatima Loureiro Mendes 14ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

19 a 25/OUT Catarina Gadelha Malta de Moura Rufino 15ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

26/OUT a 01/NOV Lenir Gomes dos Santos Galvão 5ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

02 a 08/NOV Hosaias Matos de Oliveira 20ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

09 a 15/NOV Fernando Melo Ferro Gomes 16ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

16 a 22/NOV José Ribamar da Costa Assunção 17ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

23 a 29/NOV Teresinha de Jesus Moura Borges Campos 7ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

30/NOV a 06/DEZ Raquel de Nazaré Pinto Costa Normando 18ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

07 a 13/DEZ Aristides Silva Pinheiro 8ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

14 a 19/DEZ Luis Francisco Ribeiro 9ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

RECESSO20/DEZ/2019 a 06/JAN/2021

SORTEIO:

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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2. SECRETARIA GERAL []

2.1. PORTARIAS PGJ11331

SORTEIO:

2021

07 a 10/JAN Zelia Saraiva Lima 19ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

11 a 17/JAN Clotildes Costa Carvalho 10ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

18 a 24/JAN Hugo de Sousa Cardoso 6ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

25 a 31/JAN Antonio de Padua Ferreira Linhares 11ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

01 a 07/FEV Antonio Gonçalves Vieira 1ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

08 a 14/FEV Teresinha de Jesus Marque 12ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

15 a 21/FEV Alipio de Santana Ribeiro 2ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

22 a 28/FEV Ivaneide Assunção Tavares Rodrigues 3ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

01 a 07/MAR Antonio Ivan e Silva 4ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

08 a 14/MAR Martha Celina de Oliveira Nunes 13ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

15 a 21/MAR Rosangela de Fatima Loureiro Mendes 14ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

22 a 28/MAR Catarina Gadelha Malta de Moura Rufino 15ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

29/MAR a 04/ABR Lenir Gomes dos Santos Galvao 5ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

05 a 11/ABR Hosaias Matos de Oliveira 20ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

12 a 18/ABR Fernando Melo Ferro Gomes 16ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

19 a 25/ABR José Ribamar da Costa Assunção 17ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

26/ABR a 02/MAI Teresinha de Jesus Moura Borges Campos 7ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

03 a 09/MAI Raquel de Nazaré Pinto Costa Normando 18ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

10 a 16/MAI Aristides Silva Pinheiro 8ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

17 a 23/MAI Luis Francisco Ribeiro 9ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

24 a 30/MAI Zelia Saraiva Lima 19ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

31/MAI a 06/JUN Clotildes Costa Carvalho 10ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

07 a 13/JUN Hugo de Sousa Cardoso 6ª. PROCURADORIA DE JUSTIÇA

PORTARIA PGJ/PI Nº 932/2020A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA,CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições legais,R E S O L V ESUSPENDER ad referendum do Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí o saldo de 11 (onze) dias de férias da Promotora deJustiça LUANA AZEREDO ALVES, titular da Promotoria de Justiça de Piracuruca, referentes ao 1º período do exercício de 2019, anteriormenteprevistas para o período de 22 de abril a 02 de maio de 2020, conforme a Portaria n° 482/2020, ficando os 11 (onze) dias para usufruto em dataoportuna.REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 14 de abril de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaPORTARIA PGJ/PI Nº 939/2020 - republicação por incorreçãoA PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, CARMELINA MARIA MENDES DE MOURA, no uso das atribuições legais,CONSIDERANDO a expedição do Ato PGJ nº 997/2020, alterado pelo Ato PGJ nº 999/2020, que dispõe sobre o teletrabalho e a suspensão doexpediente presencial, em caráter temporário e excepcional, do Ministério Público do Estado do Piauí, em razão da pandemia causada peloCOVID-19,CONSIDERANDO que o feriado de aniversário de Teresina, comemorado no dia 16 de agosto, foi antecipado para o dia 17 de abril de 2020,CONSIDERANDO, ainda, o feriado de Tiradentes, comemorado no dia 21 de abril de 2020, e que o Ministério Público do Estado do Piauí nãoadotou o ponto facultativo no dia 20 de abril de 2020, véspera do referido feriado,R E S O L V EDESIGNAR servidores para atuação nos dias de feriados na forma especificada abaixo, assegurando aos servidores o direito a 1 e ½ (um emeio) dia de compensação para cada 1 (um) dia trabalhado, podendo utilizar as horas acumuladas, referentes aos dias de trabalho realizado naatuação, para gozo de folga compensatória em data oportuna, mediante prévia autorização da chefia imediata e requerimento formulado àCoordenadoria de Recursos Humanos:ESCALA DE SERVIDORES - FERIADOS - ABRIL/2020

CHEFIA DE GABINETE

DIA SERVIDOR

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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17/04/2020 ROBERTO MEDEIROS RODRIGUES JUNIOR

21/04/2020 ROBERTO MEDEIROS RODRIGUES JUNIOR

SUBPROCURADORIA DE JUSTIÇA ADMINISTRATIVA

DIA SERVIDOR

17/04/2020 ANDREIA CARVALHO CASTRO

21/04/2020 CARLOS EDUARDO GOMES MONTEIRO SILVA

SUBPROCURADORIA DE JUSTIÇA JURÍDICA

DIA SERVIDOR

17/04/2020 ARIEL VICTOR OLIVEIRA DOS SANTOS

21/04/2020 SIMONE LOPES DE CARVALHO E SILVA

SECRETARIA GERAL DA PGJ

DIA SERVIDOR

17/04/2020 JULIANA EVELIM FREIRE RODRIGUES

21/04/2020 HELI DAMASCENO MOURA FE

SECRETARIA DO CONSELHO SUPERIOR

DIA SERVIDOR

17/04/2020 DANILO PRADO DE MELLO

21/04/2020 DANILO PRADO DE MELLO

ASSESSORIA PARA DISTRIBUICAO PROCESSUAL - 1º GRAU

DIA SERVIDOR

17/04/2020 JOSE LUSTOSA DE SOUSA FILHO

21/04/2020 JOAO BATISTA DE FREITAS NETO

ASSESSORIA PARA DISTRIBUICAO PROCESSUAL - 2º GRAU

DIA SERVIDOR

17/04/2020 RAIMUNDO NOGUEIRA LEOPOLDINO NETO

21/04/2020 RAIMUNDO NOGUEIRA LEOPOLDINO NETO

GSI

DIA SERVIDOR

17/04/2020 VICENTE DE PAULO DA COSTA VELOSO

21/04/2020 VICENTE DE PAULO DA COSTA VELOSO

GAECO

DIA SERVIDOR

17/04/2020 PRICYLLA MACHADO IBIAPINA VASCONCELOS

21/04/2020 THAYNARA RODRIGUES ROCHA

CAOCRIM

DIA SERVIDOR

17/04/2020 JULIANA RESENDE MENDES

21/04/2020 GLAUCO VENTURA ALVES NERI

CAODEC

DIA SERVIDOR

17/04/2020 LAYLA CATARINA BEZERRA RODRIGUES LEONIDAS

21/04/2020 LIANA CARVALHO SOUSA

GACEP

DIA SERVIDOR

17/04/2020 BRUNA CANUTO ALEXANDRINO

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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2.2. ATOS PGJ11343

21/04/2020 BRUNA CANUTO ALEXANDRINO

CAO DE DEFESA DA SAUDE

DIA SERVIDOR

17/04/2020 FERNANDA SANTOS SOUSA LIMA

21/04/2020 CELSO PIRES FERREIRA FILHO

CAO DE COMBATE CORRUPCAO E DEF. PATRIM. PUB. TERESINA

DIA SERVIDOR

17/04/2020 LILITH JOICE MATOS FROTA LEMOS DUARTE

21/04/2020 LILITH JOICE MATOS FROTA LEMOS DUARTE

CAO DE DEF. DO MEIO AMBIENTE

DIA SERVIDOR

17/04/2020 JORGE MAGALHAES DA COSTA

21/04/2020 JORGE MAGALHAES DA COSTA

CAO DE DEFESA DA INFANCIA E JUVENTUDE

DIA SERVIDOR

17/04/2020 JOSE CLAUDEIR BATISTA ALCANTARA

21/04/2020 JOSE CLAUDEIR BATISTA ALCANTARA

CORREGEDORIA-GERAL DO MP

DIA SERVIDOR

17/04/2020 GIORDANA MARIA COSTA BRANDAO

21/04/2020 INGRIDY CAROLINY MACEDO DE SOUSA

OUVIDORIA-GERAL DO MP

DIA SERVIDOR

17/04/2020 BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA LIRA

21/04/2020 LUCIANA DOS SANTOS FERREIRA

COORD. DE TECNOL. DA INFORMACAO

DIA SERVIDOR

17/04/2020 ITALO GARCIA ARAUJO NOGUEIRA

21/04/2020 ITALO GARCIA ARAUJO NOGUEIRA

COORD. DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DIA SERVIDOR

17/04/2020 EDIGAR NOGUEIRA BRANDAO NETO

21/04/2020 SHAIANNA DA COSTA ARAUJO

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, em Teresina (PI), 20 de abril de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de Justiça

ATO PGJ Nº 1000/2020Suspende, temporariamente, o auxílio prestado pelos Centros de Apoio Operacional aos órgãos de execução do Ministério Público emprocedimentos que especifica.A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições legais, especialmente as definidas no art. 12, incisos I e V, da LeiComplementar estadual nº 12/1993 e no art. 10, incisos I e V, da Lei federal nº 8.625/1993,CONSIDERANDO o Ato PGJ nº 995/2020, alterado pelo ATO PGJ Nº 996/2020, que dispõe sobre as medidas temporárias de prevenção aocontágio pelo Novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Ministério Público do Estado do Piauí, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO que o Ato PGJ nº 995/2020, alterado pelo Ato PGJ nº 999/2020 suspendeu, no período de 18 de março a 30 de abril de 2020,o curso dos prazos nos processos administrativos disciplinares, inquéritos civis, procedimentos de investigação criminal e outros procedimentosextrajudiciais sob a presidência de membro ou órgão do Ministério Público, ressalvados os procedimentos relacionados à atuação sobre apandemia do COVID-19;CONSIDERANDO que os Coordenadores de Centros de Apoio operacional integram o Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do contágiopelo Coronavírus (COVID-19), cujas atividades estão direcionadas primordialmente à resolução das questões decorrentes da disseminação doCOVID-19,RESOLVE:

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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Art. 1º Suspender, durante período estabelecido pelo art. 2º do Ato PGJ nº 955/2020, alterado pelo Ato PGJ nº 999/2020 (18 de março a 30 deabril de 2020), o auxílio prestado pelos Centros de Apoio Operacional aos órgãos de execução do Ministério Público, ressalvado o auxílio paratomada de providências urgentes ou em procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do COVID-19.Art. 2º. Este Ato entra em vigor a partir da data de sua publicação.Registre-se. Publique-se. Cumpra-se.Teresina-PI, 20 de abril de 2020.Carmelina Maria Mendes de MouraProcuradora-Geral de JustiçaATO PGJ Nº 1001/2020Aprova o Regimento Interno dos Grupos Regionais de Promotorias Integradas no Acompanhamento do Covid-19 do Ministério Públicodo Estado do Piauí.A PROCURADORA-GERAL DE JUSTIÇA, no exercício de suas atribuições legais, especialmente as definidas no art. 12, V da LeiComplementar Estadual nº 12/93 e no art. 10, V da Lei Federal nº 8.625/1993;CONSIDERANDO a instituição dos Grupos Regionais de Promotorias Integradas no Acompanhamento do Covid-19, por meio da ResoluçãoCPJ/MP-PI nº 02/2020,RESOLVE:Art. 1º Aprovar o Regimento Interno do Grupos Regionais de Promotorias Integradas no Acompanhamento do Covid-19 do Ministério Público doEstado do Piauí, conforme Anexo Único deste Ato, atribuindo-lhe caráter normativo.Art. 2º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.Teresina, 20 de abril de 2020.CARMELINA MARIA MENDES DE MOURAProcuradora-Geral de JustiçaANEXO ÚNICOREGIMENTO INTERNO DOS GRUPOS REGIONAIS DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19, NOÂMBITO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍTÍTULO IDA ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS REGIONAIS DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAISArt. 1º Os Grupos Regionais de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID-19 são órgãos de execução, com atuação regionalizadae especializada enquanto durar o estado de calamidade pública, e seus efeitos, decretado pelo Governo do Estado do Piauí.§ 1º. Os grupos atuarão em 09 (nove) regiões: Teresina, Parnaíba, Piripiri, Campo Maior, Picos, Oeiras, Floriano, Bom Jesus e São RaimundoNonato, alinhados ao Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do contágio pelo COVID-19.§ 2º. Os Centros de Apoio Operacional e o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial - GACEP auxiliarão os GruposRegionais de Promotorias Integradas dentro das suas respectivas áreas de atribuições.Art. 2º A atuação dos Grupos Regionais de Promotorias Integradas abrangerá os Municípios indicados no Anexo Único da Resolução CPJ nº02/2020, em demandas com impacto regional, preservada a independência funcional de cada Promotor de Justiça para atuar individualmente.Parágrafo único. Para fins de atuação, considera-se que a demanda possui impacto regional quando os efeitos dela decorrentes atingem dois oumais municípios da região e/ou quando houver hospital regional/estadual no município de onde se originou a demanda.CAPÍTULO IIDA ESTRUTURA ORGANIZACIONALArt. 3º Os Grupos Regionais de Promotorias Integradas são compostos por, no mínimo, 03 (três) Promotores de Justiça com atuação narespectiva regional, sem prejuízo das atribuições em seu órgão de execução.Art. 4º Cada Grupo Regional de Promotorias Integradas terá um Coordenador escolhido e designado por meio de portaria da Procuradora-Geralde Justiça, com exceção de Teresina, que contará com 05 (cinco) Coordenadores, um para cada eixo temático de atuação.Parágrafo único. Para cada Grupo Regional de Promotorias Integradas será escolhido um Subcoordenador.Art. 5º. Os Grupos Regionais contarão com o auxílio das Secretarias Unificadas ou de Secretaria, conforme a região onde estiver localizado, paraapoio administrativo e execução das diligências necessárias, e com o auxílio dos respectivos servidores e assessores de Promotoria de Justiçapara realização dos atos da atividade finalística.SEÇÃO IDo Grupo de TeresinaArt. 6º. O Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID na Região de Teresina terá a seguinte estrutura:I - 5 (cinco) coordenações;II - 5 (cinco) subcoordenadores;III - Membros Integrantes;IV - Secretaria.Parágrafo único. A divisão do Grupo Regional de Promotorias Integradas em Teresina em 05 coordenações observará a matéria de atuaçãoespecífica conexa ao eixo temático estabelecido na Resolução CPJ nº 02/2020.SEÇÃO IIDos Grupos Regionais do interior do EstadoArt. 7º. O Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID nas Regiões do interior do Estado do Piauí terá a seguinteestrutura:I - Coordenação;II - Subcoordenação;III - Membros Integrantes;Parágrafo único. É facultada a subdivisão do Grupo Regional de Promotorias Integradas por eixo temático, estabelecido na Resolução CPJ nº02/2020.CAPÍTULO IIIDAS ATRIBUIÇÕES DO GRUPOArt. 8º Compete ao Grupo Regional de Promotorias Integradas do COVID -19:I - Promover a integração dos órgãos de execução ao esforço estadual de controle e prevenção da pandemia, em articulação com a SecretariaEstadual de Saúde e as demais autoridades sanitárias do Estado que integram o Sistema Estadual de Vigilância em Saúde;II - Ampliar a colaboração interinstitucional e intersetorial do Ministério Público Estadual com o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o PoderJudiciário, a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil, o setor de ciência, tecnologia e inovação, o setor privado, a sociedade civil eos cidadãos, integrando-se à mobilização de todos os setores da sociedade brasileira para enfrentamento da Covid-19;III - Atuar, de forma coordenada com os órgãos do MP-PI, para o acompanhamento das ações realizadas pela Vigilância em Saúde, em todos osníveis;IV - Incentivar os órgãos do MPPI, para que se aproximem das autoridades sanitárias locais, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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Estadual e Municipais de Contingenciamento, permitindo a identificação de eventuais vulnerabilidades do sistema estadual e municipal e suasadequações antes do surgimento de casos confirmados;V - Incentivar os órgãos de execução do Ministério Público com funções na área da saúde no âmbito municipal, para que se aproximem dosgestores locais da saúde;VI - Acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais de Contingência e os Planos de Contingência dos Hospitais de referência, situados nosmunicípios;VII - Acompanhar, de forma sistemática, as medidas e orientações do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o COVID-19, tanto estadual quanto municipais, se existentes, visando à eficiente atuação preventiva e repressiva à pandemia em território nacional;VIII - Compartilhar informações com o Procurador-Geral de Justiça sobre fatos relacionados ao COVID-19, especialmente os relacionados àresponsabilidade do Governador do Estado e dos Secretários Estaduais;IX - Compartilhar informações e outros documentos entre os Grupos Regionais, mantendo constante interlocução;X - Desenvolver todas as ações referidas nos incisos anteriores, respeitadas as peculiaridades de cada área, na defesa do patrimônio público ena seara eleitoral, na assistência social, na educação, na infância e juventude, no meio-ambiente, na segurança pública e no sistema prisional.SEÇÃO IDo CoordenadorArt. 9º Compete ao Coordenador do Grupo Regional de Promotorias Integradas:I - Conhecer e decidir, após deliberação por maioria do Grupo, acerca das notícias de fato e procedimentos relacionadas ao COVID-19, definindoiniciativas de acompanhamento em relação ao COVID-19, mediante o procedimento adequado;II - Coordenar os trabalhos do respectivo Grupo Regional, propiciando, por meio dos recursos tecnológicos e humanos disponíveis, a execuçãodas atribuições dos membros do Ministério Público, inclusive interagindo com outros órgãos ou instituições;III - Informar bimestralmente à Procuradoria Geral de Justiça e a Corregedoria Geral do Ministério Público sobre o andamento dos procedimentosde seu respectivo grupo regional;IV- Realizar a interlocução oficial com as autoridades locais e solicitar o apoio do Gabinete de Acompanhamento para interlocução com asautoridades estaduais e nacionais;V - Promover e proporcionar um trabalho de cooperação e de integração entre os membros e os servidores;VI - Efetuar a distribuição dos trabalhos entre os integrantes do órgão, acompanhando seu andamento e resultados;VII - Acompanhar os acontecimentos regionais e locais, adotando as providências mais adequadas para cada caso;VIII - Controlar o cumprimento dos prazos estabelecidos para cada trabalho do Grupo;IX - Organizar e coordenar as reuniões por videoconferência;X - Colher os votos nas reuniões, observada a maioria simples dos membros do Grupo para a tomada de decisões;XI - Criar e gerir grupo de whats app com os integrantes do grupo e coordenadores de Centros de Apoio Operacional e GACEP, mantendopermanente interlocução;XII - Desempenhar outras atividades afins.SEÇÃO IIDos Membros IntegrantesArt. 10 Compete aos Membros integrantes:I - Conhecer as notícias de fato e submetê-las ao Coordenador do Grupo Regional para fins de deliberação sobre as medidas a serem adotadas;II - Instruir os procedimentos extrajudiciais e administrativos em trâmite na Promotoria de Justiça de sua atuação, elaborar expedientes e peçasjurídicas necessários à a atuação ministerial;III - Monitorar as estatísticas, dados públicos, diários oficiais e notícias da imprensa relacionadas ao COVID-19 no âmbito da região em queatuam;IV - Acatar e cumprir as decisões emanadas das reuniões do Grupo;V - Participar das reuniões, dos estudos e dos processos de decisão do Grupo;VI - Desempenhar outras atividades afins, ou que lhe forem determinadas.SEÇÃO IIIDas SecretariasArt. 11. Compete à Secretaria que auxiliar os Grupos:I - Cumprir as diligências determinadas pelos membros, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas;II - Inserir informações necessárias nos sistemas do Ministério Público do Estado do Piauí;III - Controlar o fluxo de entrada e saída de expedientes do respectivo Grupo;IV - Acatar e executar com qualidade e produtividade as tarefas determinadas pelo Coordenador e pelos membros integrantes do Grupo;V- Atender e informar o público em geral, preferencialmente por meio de ferramentas virtuais;VI - Desempenhar outras atividades afins ou que lhe forem determinadas.§ 1º Os Grupos Regionais localizados nas regiões de Teresina e São Raimundo Nonato contarão com uma secretaria para apoio administrativo erealização das diligências, constituída mediante a designação de servidores e assessores ministeriais ou de Promotoria de Justiça.§ 2º O Grupo Regional de Bom Jesus contará com o auxílio de uma secretaria, constituída mediante a designação de servidores e assessoresministeriais ou de Promotoria de Justiça de Bom Jesus, Cristino Castro e Corrente.§ 3º Os demais Grupos do interior do Estado do Piauí contarão com o auxílio das Secretarias Unificadas da respectiva sede da região.§ 4º. O funcionamento das secretarias ocorrerá conforme as disposições do Ato PGJ nº 931/2019, que regulamenta a criação e funcionamentodas Secretarias Unificadas no âmbito do Ministério Público do Estado do Piauí.Art. 12. O servidor ou estagiário escalado para prestar seus serviços por teletrabalho deverá permanecer acessível e disponível, observandointegral dedicação ao serviço, podendo o Coordenador realizar compensação para serviços prestados nos finais de semana e feriados.Parágrafo único. Para fins de continuidade dos serviços nos finais de semana e feriados será elaborada escala de plantão dos servidores peloCoordenador.CAPÍTULO IVDA DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHOSArt. 13. As decisões do Grupo serão tomadas em reuniões semanais realizadas ordinariamente e extraordinariamente, quando necessário,preferencialmente por videoconferência.§1º. As reuniões serão convocadas, por email ou whatsapp, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.§ 2º As deliberações também poderão tomadas por meio da ferramenta whatsapp, por maioria simples de seus membros, no prazo máximo de 24(vinte e quatro) horas.§3º Ocorrendo empate nas deliberações, prevalecerá o voto do Coordenador do Grupo.Art. 14. Os procedimentos administrativos e extrajudiciais poderão contar com a atuação simultânea dos membros lotados no Grupo, cabendo apresidência àquele que o ato de instauração designar.Art. 15. Nas ausências, impedimentos ou suspeições compete ao Subcoordenador substituir o Coordenador do Grupo Regional de PromotoriasIntegradas, bem como auxiliar nos trabalhos da Coordenação.Art. 16. Os autos de processos e procedimentos e os documentos, via protocolo ou secretaria, deverão ser registrados no SIMP.Art. 17. O Grupo estabelecerá, em comum acordo, seus próprios critérios de distribuição de serviços, em consonância com as atribuições fixadas

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3. PROMOTORIAS DE JUSTIÇA []

3.1. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ESPERANTINA-PI11318

em Resolução do Colégio de Procuradores de Justiça ou normativas disciplinadas por ato do Procurador-Geral de Justiça.Parágrafo único. Compete ao Coordenador, notadamente nos casos de urgência, redistribuir o serviço do membro ausente ou impedido entre osdemais membros do Grupo.Art. 18. Fica vedado ao Coordenador e ao membro integrante praticar atos contrários às decisões já aprovadas por deliberação da maioriasimples do respectivo Grupo Regional.CAPÍTULO VDAS AÇÕESArt. 19. Para acompanhamento e execução das ações desenvolvidas, compete aos integrantes do Grupo Regional de Promotorias Integradas:I - Instaurar procedimentos administrativos de acompanhamento de políticas públicas ou instituições, nos termos da Resolução CNMP nº174/2017;II - instaurar notícias de fato e outros procedimentos extrajudiciais para zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia, bem como para a proteção do patrimônio público e social, deoutros interesses difusos e coletivos relacionados ao COVID-19, divididos por eixo temático de atuação;III - Promover medidas alternativas de resolução de conflitos;IV - Promover medidas judiciais cabíveis para defesa e garantia da defesa da ordem jurídica e dos interesses difusos, coletivos e individuaisindisponíveis.V - Promover outras medidas cabíveis.Art. 20. Os Grupos Regionais atuarão, de forma integrada, prioritariamente de forma preventiva, auxiliados pelos Centros de Apoio Operacional,nos seguintes eixos temáticos:I - Sistema Único de Saúde (SUS): unidades de saúde integrantes da rede definida para o atendimento do COVID-19, EPIs, estruturação,medicamentos e insumos, bem como efeitos no meio ambiente;II - Saúde Suplementar e Relações de Consumo: insumos e questões consumeristas;III - Patrimônio Público: acompanhamento, juntamente com instituições de controle, da aplicação dos recursos, e observância à legislação deDireito Público e Eleitoral;IV - Assistência e Educação: assistência aos idosos, infância, população vulnerável, com foco no fluxo dos municípios e outras questões;V - Segurança pública e Sistema prisional.Parágrafo único. Outros assuntos de impacto regional não relacionados nos eixos temáticos e necessários para o enfrentamento do Coronavíruspoderão ser objeto de atuação pelo Grupo Regional.Art. 21. Constituem linhas de atuação próprias do Grupo de Promotorias Integradas do COVID-19, no eixo I (Sistema Único de Saúde), e semprejuízo de outras medidas:I - Atuar junto aos gestores municipais de saúde para elaboração e aplicação do seu plano de contingência, em face do Coronavírus;II - Fiscalizar a realização de capacitação de profissionais atuantes na atenção básica, conforme orientações do Ministério da Saúde;III - Acompanhar a organização da rede de referência hospitalar, solicitando a implementação de plano operativo emergencial do hospital para oatendimento da demanda decorrente da COVID-19, em relação a:a) fluxo do atendimento e as unidades de saúde públicas, privadas e filantrópicas contratadas que integrarão a rede de assistência de suporte aoHospital e o papel de cada uma;b) aporte de pessoal - profissionais de saúde- que atuarão em cada unidade de saúde;c) serviços de imagem e laboratorial contratados para dar o suporte ao Hospital de referência;IV - Acompanhar de ampliação de leitos, requisitando aos gestores:a) a quantidade de leitos existentes destinados para atender a demanda decorrente da Pandemia de COVID-19, declinando, o tipo de leito (UTI eclínicos);b) o planejamento para implantação de novos para o tratamento da COVID-19, em caso de aumento de incidência dos casos;V - Fiscalizar o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a disponibilidade de Testes diagnósticos para atender ademanda decorrente da COVID-19, requisitando:a) as quantidades recebidas da SESAPI, por aquisição própria e as doações recebidas, bem como, os respectivos descartes (EPIs e testesutilizados);b) o plano ou as providências adotadas para sanar eventual desabastecimento de EPIs e testes,VI - Monitorar a execução das ações acima relacionadas por meio de planilhas de leitos hospitalares, EPIs e testes a serem enviadas pelo MP àdireção de cada hospital, as quais, deverão ser preenchidas e, enviadas, quinzenalmente, por e-mail às Promotorias de Justiça.Parágrafo único. O Grupo poderá instaurar um procedimento para cada município e/ou para cada linha de atuação.CAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES FINAISArt. 22. Além da aplicação das disposições do Ato PGJ nº 931/2019, que regulamenta a criação e funcionamento das Secretarias Unificadas noâmbito do Ministério Público do Estado do Piauí, aplicam-se, no que couber, os demais atos normativos vigentes no âmbito do Ministério Públicodo Estado do Piauí.Art. 23. Os membros devem manter telefone de contato e aplicativo de troca de mensagens instantâneas constantemente ativos, de forma agarantir a comunicação imediata.Art. 24. A Coordenadoria de Tecnologia da Informação criará um e-mail institucional para cada Grupo Regional e adequará o SIMP para finsdeste ato.Art. 25. A Coordenadoria de Comunicação divulgará os e-mails e os contatos dos Grupos nas mídias sociais do MPPI.Art. 26. Os casos omissos serão dirimidos pela Procuradora-Geral de Justiça.Art. 27. Este Regimento entra em vigor na data de sua publicação.Carmelina Maria Mendes de MouraProcuradora-Geral de Justiça

PORTARIA Nº 29/2020OBJETO: Instaurar Procedimento Administrativo nº 20/2020 para acompanhar e fiscalizar as Políticas Públicas na área da Assistência Socialdurante o período da pandemia do COVID-19, nos municípios de Esperantina, Morro do Chapéu e Joaquim Pires - PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

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políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO que o Decreto Nº 10.282/2020, que regulamenta a Lei Nº 13.979/2020, e estabelece os serviços públicos e as atividadesessenciais;CONSIDERANDO que o parágrafo § 1, inciso II, artigo 3º, do referido Decreto estabelece a assistência social e atendimento à população emestado de vulnerabilidade como serviço público essencial;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO que o art. 8º, II da Resolução 174/2017 do CNMP, dispõe que o procedimento administrativo é o instrumento próprio daatividade-fim destinado "acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições" e que "será instaurado por portariasucinta, com delimitação de seu objeto, aplicando-se, no que couber, o princípio da publicidade dos atos, previsto para o inquérito civil (art.9º)".RESOLVE:INSTAURAR o Procedimento Administrativo nº 20/2020, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar as politicas públicas e ações em assistênciasocial ligadas ao cenário epidemiológico causado pela pandemia do COVID-19, vinculadas à Rede de Proteção Socioassitencial nos municípiosde ESPERANTINA, MORRO DO CHAPÉU E JOAQUIM PIRES, DETERMINANDO, desde já, as seguintes diligências:a) Nomeação do(a) Assessor(a) de Promotoria de Justiça, THAMIRES AMORIM GOMES VILANOVA, para secretariar este procedimento;b) Autue-se, rubrique-se e numere-se a presente portaria de instauração, realizando as devidas anotações no livro próprio e tabela deacompanhamento, afixando-a cópia da portaria em local de costume e arquivando-se cópia em pasta própria da Promotoria de Justiça;c) Seja remetida cópia desta portaria ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao Centro de Apoio deDefesa da Infância e Juventude (CAODIJ), para conhecimento, conforme determina o art. 6º, 1º da Resolução nº 01/2018;d) Comunique-se, preferencialmente por via eletrônica, ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí acerca da referidainstauração, com envio da presente Portaria;e) Encaminhe-se cópia da presente portaria em formato Word à Secretaria Geral, via e-mail, para fins de publicação da no Diário Oficial doMinistério Público;f) Encaminha-se as Recomendações nª 23/2020, 24/2020 e 25/2020 aos seus destinatários, juntamente com cópia desta portaria e da NOTACONJUNTA Nº.04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPIg) Autue-se a presente portaria com cópia da NOTA CONJUNTA Nº.04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI.CUMPRA-SE. Expedientes necessários.Esperantina - PI, 17 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ADRIANO FONTENELE SANTOSPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO Nº 24/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, e

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CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVERECOMENDAR à PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRO DO CHAPÉU/PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, para que:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com a

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Secretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Esperantina/PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimentodesta Recomendação, ao final do prazo de 10 (dez) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.Esperantina/PI, 17 de abril de 2020.(assinada digitalmente)Adriano Fontenele SantosPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO Nº 25/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta e

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nove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVERECOMENDAR à PREFEITURA MUNICIPAL DE JOAQUIM PIRES/PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, para que:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Esperantina/PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimentodesta Recomendação, ao final do prazo de 10 (dez) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.Esperantina/PI, 17 de abril de 2020.(assinada digitalmente)Adriano Fontenele SantosPromotor de JustiçaRECOMENDAÇÃO Nº 23/2020PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançável

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3.2. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMÕES -PI11319

pelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVERECOMENDAR à PREFEITURA MUNICIPAL DE ESPERANTINA/PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergente, para que:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Esperantina/PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimentodesta Recomendação, ao final do prazo de 10 (dez) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.Esperantina/PI, 17 de abril de 2020.(assinada digitalmente)Adriano Fontenele SantosPromotor de Justiça

PORTARIA Nº 05/2020Nº SIMP:000146-186/2020.OBJETO: Instaurar Procedimento Administrativo nº 04/2020 para acompanhar e fiscalizar as Políticas Públicas na área da AssistênciaSocial durante o período da pandemia do COVID-19, nos Municípios de Simões, Caridade do Piauí, Curral Novo do Piauí, Marcolândia eCaldeirão Grande do Piauí.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua Promotora de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe adefesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal eigualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de

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forma comum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos decontaminação pelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituirum risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúdepública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa orisco potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sidoidentificadas como de transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo política de seguridade social, de natureza nãocontributiva, que prevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, paragarantir o atendimento às necessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa dedireitos, organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS(NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida dapopulação e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na LeiOrgânica da Assistência Social (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociaissobre as exigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistênciasocial alcançável pelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios eserviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade,ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento detodos os serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dosserviços sócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único deAssistência Social e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividadescontinuadas que visem à melhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, aassistência aos desamparados;CONSIDERANDO que o Decreto Nº 10.282/2020, que regulamenta a Lei Nº 13.979/2020, e estabelece os serviços públicos e as atividadesessenciais;CONSIDERANDO que o parágrafo § 1, inciso II, artigo 3º, do referido Decreto estabelece a assistência social e atendimento à populaçãoem estado de vulnerabilidade como serviço público essencial;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO que o art. 8º, II da Resolução 174/2017 do CNMP, dispõe que o procedimento administrativo é o instrumento próprioda atividade-fim destinado "acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições" e que "será instaurado porportaria sucinta, com delimitação de seu objeto, aplicando-se, no que couber, o princípio da publicidade dos atos, previsto para oinquérito civil (art.9º)".RESOLVE:INSTAURAR o Procedimento Administrativo nº 04/2020, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar as políticas públicas e ações emassistência social ligadas ao cenário epidemiológico causado pela pandemia do COVID-19, vinculadas à Rede de ProteçãoSocioassitencial nos municípios de Caldeirão Grande do Piauí -PI, Caridade do Piauí -PI, Curral Novo do Piauí - PI, Marcolândia - PI eSimões- PI, DETERMINANDO, desde já, as seguintes diligências:a) Nomeação do(a) Assessor(a) de Promotoria de Justiça, Macirajara Silva Novais , para secretariar este procedimento;b) Autue-se, rubrique-se e numere-se a presente portaria de instauração, realizando as devidas anotações no livro próprio e tabela deacompanhamento, afixando-a cópia da portaria em local de costume e arquivando-se cópia em pasta própria da Promotoria de Justiça;c) Seja remetida cópia desta portaria ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao Centro deApoio de Defesa da Infância e Juventude (CAODIJ), para conhecimento, conforme determina o art. 6º, 1º da Resolução nº 01/2018;d) Comunique-se, preferencialmente por via eletrônica, ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí acerca dareferida instauração, com envio da presente Portaria;e) Encaminhe-se cópia da presente portaria em formato Word à Secretaria Geral, via e-mail, para fins de publicação da no Diário Oficialdo Ministério Público;f) Seja expedida RECOMENDAÇÃO as gestores, nos seguintes termos:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pelaCOVID - 19, através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviçosessenciais em funcionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA baseada nos documentos dasfamílias atendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar asolicitação do auxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bemcomo a regularização online do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio

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emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim deinformá-las sobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios parafazê-lo, que os profissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivoa idosos e pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas aserem atendidas por hora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.CUMPRA-SE. Expedientes necessários.Simões, 17 de Abril de 2020.Tallita Luzia Bezerra AraújoPromotora de Justiça Titular de Simões-PINOTIFICAÇÃO RECOMENDATÓRIA Nº 03 /2020REF. PA Nº 04/2020.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua Promotora de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe adefesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal eigualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público deforma comum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos decontaminação pelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituirum risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúdepública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa orisco potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sidoidentificadas como de transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza nãocontributiva, que prevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, paragarantir o atendimento às necessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa dedireitos, organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS(NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida dapopulação e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na LeiOrgânica da Assistência Social (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociaissobre as exigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistênciasocial alcançável pelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios eserviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade,ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento detodos os serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dosserviços sócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único deAssistência Social e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividadescontinuadas que visem à melhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, aassistência aos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas aconcessão do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formalativo; não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal,com exceção do bolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal totalseja de até 3 (três) salários mínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte eoito mil, quinhentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedorindividual (MEI), contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo oudesempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitente inativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do GovernoFederal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos de autodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa

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da Educação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre oauxílio emergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelosmunicípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e derelevância pública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para aadoção das providências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da LeiComplementar Estadual nº 12/93);RESOLVERECOMENDAR aos Municípios de CALDEIRÃO GRANDE DO PIAUÍ-PI, CARIDADE DO PIAUÍ-PI, CURRAL NOVO DO PIAUÍ-PI,MARCOLÂNDIA- PI E SIMÕES-PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e de naturezasanitária acima referidas e outras com ela convergente, para que:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pelaCOVID - 19, através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviçosessenciais em funcionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA baseada nos documentos dasfamílias atendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar asolicitação do auxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bemcomo a regularização online do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílioemergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim deinformá-las sobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios parafazê-lo, que os profissionais se disponibilizem para realizá-lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivoa idosos e pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas aserem atendidas por hora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando odolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil públicapor ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça deSimões/PI, pelo e-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar ocumprimento desta Recomendação, ao final do prazo de 10 ( dez) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatáriacomo pessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.Simões, 17 de Abril de 2020.Tallita Luzia Bezerra AraújoPromotora de Justiça Titular de Simões-PIPORTARIA Nº 06/2020Nº SIMP:000147-186/2020.OBJETO: Instaurar Procedimento Administrativo nº 05/2020 para acompanhar e fiscalizar as Políticas Públicas na área da Educação,notadamente a distribuição de merenda escolar e cumprimento da carga horária anual durante o período da pandemia do COVID-19,nos Municípios de Simões, Caridade do Piauí, Curral Novo do Piauí, Marcolândia e Caldeirão Grande do Piauí.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua Promotora de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, com fulcro no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe adefesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público deforma comum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos decontaminação pelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituirum risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúdepública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa orisco potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sidoidentificadas como de transmissão interna;CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de Março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estadodo Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situaçãomundial do novo coronavírus;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 934, de 1º de Abril de 2020 (DOU - 01/04/2020 | Edição: 63-A | Seção: 1 - Extra | Página: 1), queestabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas paraenfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, de 02 de Abril de 2020, publicada pelo Governo do Estado do Piauí (ANO LXXXIX - 131º DAREPÚBLICA Teresina(PI) - Quinta-feira, 2 de abril de 2020 - Nº 63 - EDIÇÃO SUPLEMENTAR), que autoriza ,em caráter excepcional, adistribuição imediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursosfinanceiros à conta do PNAE, durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão desituação de emergência ou calamidade pública, e dá outras providências .CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência no

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atendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação e alimentação são direitos fundamentais e sociais, conforme firmado no art. 6º da ConstituiçãoFederal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado comeducação escolar pública será efetivado mediante agarantia de [ ...] atendimento ao educando , em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático - escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde"(art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a Lei nº 11.947/2009, que institui o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, reconhece a alimentaçãocomo direito dos alunos da educação básica (art. 3º);CONSIDERANDO que os recursos encaminhados pelo PNAE para aquisição de gêneros alimentícios são calculados com base naquantidade de dias letivos do ano e no total de alunos matriculados conforme registrados no Censo Escolar (art. 5º, §4º, da Lei nº11.947/2009), devendo ser utilizados apenas na aquisição de alimentos;CONSIDERANDO que muitas famílias contam com a refeição que as crianças e os adolescentes fazem na unidade escolar para anutrição mínima diária, não tendo como arcar com o aumento desta despesa no período em que eles permanecerão em casa;CONSIDERANDO que muitos pais/responsáveis exercem atividade laborativa sem formalidade e não têm dentro de seus núcleos deapoio familiar pessoas, fora do grupo de maior risco epidemiológico de COVID-19, para que possam deixar as crianças e adolescentesque estejam sob sua responsabilidade, e que por esta razão terão perda econômica significativa, que poderá gerar reflexos naeconomia e na subsistência da família;CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos eagravos à saúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que em outros Estados e Municípios Brasileiros, a alimentação escolar segue sendo distribuída para alunos dasRedes Públicas de Ensino, conforme está sendo divulgado pela mídia3;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art.24, I), o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claroque o mínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maiorexcepcionalidade, ainda que disso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento4, em 13 de março, para quesejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição dedias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanentedo seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento5, apontando que, no exercício de suaautonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridadesdos sistemas de ensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017,autorizar a realização de atividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, naeducação especial e na educação de jovens e adultos;CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas6 sobremedidas a serem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO a total excepcionalidade do caso que exige uma postura diferenciada e emergência pelo poder público;CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de evitar prejuízos de maior monta;RESOLVE:INSTAURAR o Procedimento Administrativo nº 05/2020, com o objetivo de acompanhar e fiscalizar as políticas públicas e ações na áreada Educação, em especial no que diz respeito a distribuição da merenda escolar e o cumprimento da carga horária anual nosmunicípios de Caldeirão Grande do Piauí -PI, Caridade do Piauí -PI, Curral Novo do Piauí - PI, Marcolândia - PI e Simões- PI,DETERMINANDO, desde já, as seguintes diligências:a) Nomeação do(a) Assessor(a) de Promotoria de Justiça, Macirajara Silva Novais , para secretariar este procedimento;b) Autue-se, rubrique-se e numere-se a presente portaria de instauração, realizando as devidas anotações no livro próprio e tabela deacompanhamento, afixando-a cópia da portaria em local de costume e arquivando-se cópia em pasta própria da Promotoria de Justiça;c) Seja remetida cópia desta portaria ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) e ao Centro deApoio de Defesa da Infância e Juventude (CAODIJ), para conhecimento, conforme determina o art. 6º, 1º da Resolução nº 01/2018;d) Comunique-se, preferencialmente por via eletrônica, ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí acerca dareferida instauração, com envio da presente Portaria;e) Encaminhe-se cópia da presente portaria em formato Word à Secretaria Geral, via e-mail, para fins de publicação da no Diário Oficialdo Ministério Público;f) Seja expedida RECOMENDAÇÃO aos Secretários Municipais de Educação, para que apresentem Plano de Contingência para garantiado direito à educação, compreendendo os seguintes tópicos:1. QUANTO À OFERTA DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR:1.1. Caso existam alimentos perecíveis em estoque, informe o seguinte:1.1.1 - Como os gêneros alimentícios serão distribuídos, evitando aglomerações, com adoção de um cronograma de distribuição,sugerindo-se, entre outras estratégias:a) Contato prévio estabelecido pelos diretores de escola com os pais dos alunos a serem beneficiados (evitando que os pais ouresponsáveis procurem a escola antes de serem contatado);b) Agendamento de horário para retirada dos kits (evitando filas e aglomerações);c) Consumo fora das escolas; ed) A retirada por apenas um representante por família;1.1.2 - Quais os critérios de distribuição que serão utilizados pelo município, priorizando, no caso da quantidade de alimentos não sersuficiente para todos os alunos, aqueles cujas famílias sejam beneficiárias do Programa Bolsa Família e/ou tenham registro noCadastro Único;1.1.3 - Como será feito o controle de entrega dos alimentos, podendo prever lista com o dia, local, o nome completo do alunocontemplado e a assinatura de seu responsável, a fim de assegurar a regularidade e lisura do fornecimento;1.1.4 - Qual destinação será dada aos alimentos que, porventura, excedam a quantidade de famílias beneficiárias;1.2. Caso já tenha ocorrido a distribuição dos alimentos perecíveis em estoque, informe, detalhadamente, de que forma tal distribuiçãoefetuou-se, apontando os critérios de distribuição adotados, quantos alimentos foram distribuídos, quantas famílias forambeneficiadas, apresentando a documentação comprobatória das medidas adotadas;1.3. Caso o município não mais possua alimentos em estoque, o Plano de Contingência deve contemplar as medidas a serem adotadaspara manutenção da aquisição de alimentos para os alunos matriculados nas escolas, detalhando o seguinte:1.3.1 - Qual a origem dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios para as famílias dos alunos, adotando as medidas

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necessárias para a composição e distribuição dos kits, obedecendo-se, irrestritamente, os preceitos que regem a administração públicainsculpidos no art. 37, da Constituição Federal;1.3.2 - Qual a quantidade de alimentos a ser adquirida, considerando a necessidade de beneficiar todos os alunos matriculados,priorizando aqueles cujas famílias sejam beneficiárias do Programa Bolsa Família e/ou estejam registradas no Cadastro Único; e1.3.3 - Como será efetuada a distribuição dos alimentos;1.4. Os representantes dos alunos devem ser informados, no ato em que retirarem as refeições, sobre a vedação de que ocorra a vendaou a destinação para finalidade diferenciada dos bens ofertados;1.5. Em qualquer hipótese, deve ser vedada a utilização de tal distribuição para promoção pessoal de agente público ou político, sobpena de reconhecimento de prática de ato de improbidade administrativa, tipificado no artigo 11 da Lei n. 8.429/92;1.6. As medidas adotadas no âmbito da segurança alimentar dos alunos devem ser comunicadas ao respectivo Conselho deAlimentação Escolar do município;2. QUANTO AO CALENDÁRIO ESCOLAR, que informe quais medidas serão adotadas pelo município para garantir o cumprimento docalendário escolar, considerando a obrigação de cumprimento das 800 (oitocentos) horas-aula, aos alunos de todas as modalidades eetapas de ensino atendidas, compreendendo antecipação de férias, utilização de ferramentas de educação à distância, reposição deaulas e demais alternativas viáveis.3. QUE SEJA DADA PUBLICIDADE AS MEDIDAS DE CONTINGÊNCIA EM INSTRUMENTO NORMATIVO (PORTARIA OU DECRETO)DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E MOTIVADO.CUMPRA-SE. Expedientes necessários.Simões, 20 de Abril de 2020.Tallita Luzia Bezerra AraújoPromotora de Justiça Titular de Simões-PIRef. ao PA nº 05/2020RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 04/2020Ementa: Direito fundamental à educação. Necessidade de elaboração de Plano de Contingência na área educacional, relacionado àpandemia de COVID - 19. Dever de garantir a segurança alimentar de alunos da educação básica. Obrigação de cumprimento da cargahorária anual.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por sua representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simões/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aosdireitos assegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da ConstituiçãoFederal);CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúdepública de importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca,inicialmente, sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e SíndromeRespiratória do Oriente Médio; CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MSnº 188/20201, declarou "emergência em saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus,à vista que a situação atual demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos àsaúde pública;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo CoronavírusCOVID-192 , situando o Brasil, no momento, no nível de resposta 3: "emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN)";CONSIDERANDO que os estados e municípios vêm elaborando seus planos de contingência locais, inclusive acatando recomendaçõesexpedidas pelo MPPI;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de Março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estadodo Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situaçãomundial do novo coronavírus;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 934, de 1º de Abril de 2020 (DOU - 01/04/2020 | Edição: 63-A | Seção: 1 - Extra | Página: 1), queestabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas paraenfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 01, de 02 de Abril de 2020, publicada pelo Governo do Estado do Piauí (ANO LXXXIX - 131º DAREPÚBLICA Teresina(PI) - Quinta-feira, 2 de abril de 2020 - Nº 63 - EDIÇÃO SUPLEMENTAR), que autoriza ,em caráter excepcional, adistribuição imediata aos pais ou responsáveis dos estudantes nelas matriculados, de gêneros alimentícios em estoque ou de recursosfinanceiros à conta do PNAE, durante o período de suspensão das aulas nas escolas públicas de educação básica em razão desituação de emergência ou calamidade pública, e dá outras providências .CONSIDERANDO que o art. 227 da Constituição Federal e o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente garantem a toda criança eadolescente, com absoluta prioridade, direitos fundamentais, assegurando-lhe primazia em receber proteção e socorro, precedência noatendimento nos serviços públicos, preferência na formulação de políticas e destinação privilegiada de recursos para sua proteção;CONSIDERANDO que a educação e alimentação são direitos fundamentais e sociais, conforme firmado no art. 6º da ConstituiçãoFederal;CONSIDERANDO que segundo o art. 205 da Constituição Federal, "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família";CONSIDERANDO as disposições da Lei n. 9.394/90 Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no sentido que: "O dever do Estado comeducação escolar pública será efetivado mediante agarantia de [ ...] atendimento ao educando , em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático - escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde"(art. 4º, VIII, LDB);CONSIDERANDO que a Lei nº 11.947/2009, que institui o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, reconhece a alimentaçãocomo direito dos alunos da educação básica (art. 3º);CONSIDERANDO que os recursos encaminhados pelo PNAE para aquisição de gêneros alimentícios são calculados com base naquantidade de dias letivos do ano e no total de alunos matriculados conforme registrados no Censo Escolar (art. 5º, §4º, da Lei nº11.947/2009), devendo ser utilizados apenas na aquisição de alimentos;CONSIDERANDO que muitas famílias contam com a refeição que as crianças e os adolescentes fazem na unidade escolar para anutrição mínima diária, não tendo como arcar com o aumento desta despesa no período em que eles permanecerão em casa;CONSIDERANDO que muitos pais/responsáveis exercem atividade laborativa sem formalidade e não têm dentro de seus núcleos deapoio familiar pessoas, fora do grupo de maior risco epidemiológico de COVID-19, para que possam deixar as crianças e adolescentesque estejam sob sua responsabilidade, e que por esta razão terão perda econômica significativa, que poderá gerar reflexos naeconomia e na subsistência da família;CONSIDERANDO que a situação demanda a adoção urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos eagravos à saúde pública, a fim de evitar a disseminação da doença;CONSIDERANDO que em outros Estados e Municípios Brasileiros, a alimentação escolar segue sendo distribuída para alunos dasRedes Públicas de Ensino, conforme está sendo divulgado pela mídia3;

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CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases prevê, para a educação infantil (art. 31, II) e para a educação básica como um todo (art.24, I), o mínimo, anual, de 800 horas-aula, distribuídas em 200 dias letivos;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Educação (CNE), ainda em 2009, elaborou o Parecer CNE/CEB nº19/2009, deixando claroque o mínimo de duzentos dias letivos deverá ser rigorosamente cumprido, em qualquer situação, mesmo as de maiorexcepcionalidade, ainda que disso decorra a defasagem entre o ano letivo e o ano civil;CONSIDERANDO que, no contexto da atual pandemia, o CNE lançou primeira Nota de Esclarecimento4, em 13 de março, para quesejam adotadas as providências necessárias e suficientes para assegurar o cumprimento dos dispositivos da LDB, em termos deparâmetros organizativos das atividades escolares e execução de seus currículos e programas, propondo-se formas de reposição dedias e horas de efetivo trabalho escolar, submetendo-as à aprovação do correspondente órgão normativo e de supervisão permanentedo seu sistema de ensino;CONSIDERANDO que, em 18 de março, o Conselho apresentou nova Nota de Esclarecimento5, apontando que, no exercício de suaautonomia e responsabilidade na condução dos respectivos projetos pedagógicos e dos sistemas de ensino, compete às autoridadesdos sistemas de ensino federal, estaduais, municipais e distrital, em conformidade com o Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017,autorizar a realização de atividades a distância nos ensino fundamental e médio, na educação profissional técnica de nível médio, naeducação especial e na educação de jovens e adultos;CONSIDERANDO que a União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), elaborou uma série de propostas6 sobremedidas a serem adotadas pelos municípios na área educacional, em caráter de sugestão;CONSIDERANDO a total excepcionalidade do caso que exige uma postura diferenciada e emergência pelo poder público;CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de evitar prejuízos de maior monta;RESOLVE, em nome da proteção das crianças, dos adolescentes, da cidadania, bem como do patrimônio público e social, emobservância aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, RECOMENDAR aos municípios de Caridade do Piauí -PI,Caldeirão Grande do Piauí -PI, Curral Novo do Piauí -PI, Marcolândia - PI e Simões- PI,, nas pessoas de seus SECRETÁRIOSMUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO, que apresentem Plano de Contingência para garantia do direito à educação, compreendendo os seguintestópicos:1. QUANTO À OFERTA DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR:1.1. Caso existam alimentos perecíveis em estoque, informe o seguinte:1.1.1 - Como os gêneros alimentícios serão distribuídos, evitando aglomerações, com adoção de um cronograma de distribuição,sugerindo-se, entre outras estratégias:a) Contato prévio estabelecido pelos diretores de escola com os pais dos alunos a serem beneficiados (evitando que os pais ouresponsáveis procurem a escola antes de serem contatado);b) Agendamento de horário para retirada dos kits (evitando filas e aglomerações);c) Consumo fora das escolas; ed) A retirada por apenas um representante por família;1.1.2 - Quais os critérios de distribuição que serão utilizados pelo município, priorizando, no caso da quantidade de alimentos não sersuficiente para todos os alunos, aqueles cujas famílias sejam beneficiárias do Programa Bolsa Família e/ou tenham registro noCadastro Único;1.1.3 - Como será feito o controle de entrega dos alimentos, podendo prever lista com o dia, local, o nome completo do alunocontemplado e a assinatura de seu responsável, a fim de assegurar a regularidade e lisura do fornecimento;1.1.4 - Qual destinação será dada aos alimentos que, porventura, excedam a quantidade de famílias beneficiárias;1.2. Caso já tenha ocorrido a distribuição dos alimentos perecíveis em estoque, informe, detalhadamente, de que forma tal distribuiçãoefetuou-se, apontando os critérios de distribuição adotados, quantos alimentos foram distribuídos, quantas famílias forambeneficiadas, apresentando a documentação comprobatória das medidas adotadas;1.3. Caso o município não mais possua alimentos em estoque, o Plano de Contingência deve contemplar as medidas a serem adotadaspara manutenção da aquisição de alimentos para os alunos matriculados nas escolas, detalhando o seguinte:1.3.1 - Qual a origem dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios para as famílias dos alunos, adotando as medidasnecessárias para a composição e distribuição dos kits, obedecendo-se, irrestritamente, os preceitos que regem a administração públicainsculpidos no art. 37, da Constituição Federal;1.3.2 - Qual a quantidade de alimentos a ser adquirida, considerando a necessidade de beneficiar todos os alunos matriculados,priorizando aqueles cujas famílias sejam beneficiárias do Programa Bolsa Família e/ou estejam registradas no Cadastro Único; e1.3.3 - Como será efetuada a distribuição dos alimentos;1.4. Os representantes dos alunos devem ser informados, no ato em que retirarem as refeições, sobre a vedação de que ocorra a vendaou a destinação para finalidade diferenciada dos bens ofertados;1.5. Em qualquer hipótese, deve ser vedada a utilização de tal distribuição para promoção pessoal de agente público ou político, sobpena de reconhecimento de prática de ato de improbidade administrativa, tipificado no artigo 11 da Lei n. 8.429/92;1.6. As medidas adotadas no âmbito da segurança alimentar dos alunos devem ser comunicadas ao respectivo Conselho deAlimentação Escolar do município;2. QUANTO AO CALENDÁRIO ESCOLAR, que informe quais medidas serão adotadas pelo município para garantir o cumprimento docalendário escolar, considerando a obrigação de cumprimento das 800 (oitocentos) horas-aula, aos alunos de todas as modalidades eetapas de ensino atendidas, compreendendo antecipação de férias, utilização de ferramentas de educação à distância, reposição deaulas e demais alternativas viáveis.3. QUE SEJA DADA PUBLICIDADE AS MEDIDAS DE CONTINGÊNCIA EM INSTRUMENTO NORMATIVO (PORTARIA OU DECRETO)DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO E MOTIVADO.FIXA-SE o prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento dapresente recomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Simões, pelo e-mail [email protected] as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento das medidas.As alterações porventura ocorridas no Plano de Contingência de que trata esta Recomendação devem ser encaminhadas a estaPromotoria, notadamente as motivadas por alterações legais posteriores, pelo e-mail acima, de forma a permitir o monitoramentointegrado das ações.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos: a) tornar inequívoca a demonstração daconsciência da ilicitude do recomendado; b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizarfuturas responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo forexigido; c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.ENCAMINHE-SE a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diárioeletrônico do Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e da Cidadania - CAODEC/MPPI e aos respectivos destinatários.Simões, 20 de Abril de 2020.Tallita Luzia Bezerra AraújoPromotora de Justiça Titular de Simões-PI

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3.3. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MATIAS OLÍMPIO-PI11320

3.4. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE AVELINO LOPES-PI11321

PORTARIA N° 32/2020A PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MATIAS OLÍMPIO, por intermédio de seu representante legal nesta Comarca, Promotor de Justiça, CARLOSROGÉRIO BESERRA DA SILVA, no uso de suas atribuições legais, conferido pela Portaria PGJ/PI Nº 420/2020 ;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, feita pela Organização Mundial de Saúde(OMS), em 30 de janeiro de 2020, em decorrência do alastramento das infecções pelo Novo Coronavírus (COVID-19), reconhecido comopandemia mundial;CONSIDERANDO as recomendações gerais direcionadas às autoridades e à população em geral, expedidas pelo Ministério da Saúde, nosentido de manter isolamento social a fim de evitar contatos pessoais que possam contribuir para o crescimento acelerado do número de casosde infecção no Brasil;CONSIDERANDO o Ato PGJ nº. 995/2020 que dispõe sobre as medidas temporárias de prevenção ao contágio pelo Novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Ministério Público do Estado do Piauí, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a expedição de Recomendação Conjunta PGJ/CGMP-MPPI, publicada no DOMPPI de 18/03/2020, a qual recomenda aosmembros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO que o Ato PGJ n.º 999/2020 determinou, dentre outras, a prorrogação da SUSPENSÃO, ressalvados os casos urgentes einadiáveis, até o dia 30 de abril de 2020, do curso dos prazos nos processos administrativos disciplinares, inquéritos civis, procedimentos deinvestigação criminal e outros procedimentos extrajudiciais, sob a presidência de membro ou órgão do Ministério Público;CONSIDERANDO que, no referido período, haverá restrição à participação de membros e servidores a locais públicos de aglomeração pública ourelacionada a uso, presença ou visitas que ensejem contatos pessoais de membros, servidores, estagiários e colaboradores do Ministério Públicodo Estado do Piauí com terceiros, a fim de prevenir a transmissão do COVID- 19 (novo Coronavírus), na esteira do art. 2º, incisos I a VIII do AtoPGJ 995/2020;CONSIDERANDO a necessidade de adequar as atividades internas na Promotoria de Justiça de Matias Olímpio/PI, localizada no Fórum daComarca de Matias Olímpio, na modalidade presencial e teletrabalho, a fim assegurar a continuidade do serviço público com a presença denúmero mínimo possível de servidores em cada unidade administrativa, conforme preceitua os artigos 5º e 6º do Ato PGJ nº 995/2020;CONSIDERANDO que a definição do teletrabalho na Promotoria de Justiça de Matias Olímpio não prejudicará as atividades ordináriasimprescindíveis à manutenção do serviço, isto porque o servidor continuará desempenhando suas funções no regime especial de trabalhoremoto, sendo disponibilizado o número do telefone celular do Assessor da Promotoria de Justiça e demais canais de comunicação, mostrando-se dispensável a presença do servidor no Fórum da Comarca de Matias Olímpio, o que não prejudica o atendimento ao público e não contraria asdisposições contidas na Recomendação Conjunta PGJ nº 02/2020 e Ato PGJ nº 995/2020;CONSIDERANDO a realidade das Promotorias de Justiça situadas do interior, que já dispõe de número mínimo de servidores para o seufuncionamento e a necessidade de adaptar a nova rotina de trabalho do servidor público comissionado lotado na Sede da Promotoria de Justiçade Matias Olímpio/PI, com o fim de prevenção da transmissão do COVID-19 (novo Coronavírus).RESOLVE:a) prorrogar a SUSPENSÃO do atendimento presencial ao público em geral, na Promotoria de Justiça de Matias Olímpio, sito à Rua 10 de Julho,s/nº, Centro, Matias Olímpio - PI , até o dia 30 de abril de 2020;b) PRORROGAR o regime de trabalho na modalidade teletrabalho, sem atendimento ao público presencial, até o dia 30 de abril de 2020, sendoassegurada a regular manutenção e continuidade das atividades ministeriais;c) Ficam mantidos, nos moldes do art. 3º Ato PGJ nº 995/2020:I - o atendimento ao público externo pelos meios tecnológicos disponíveis ou por telefone (e-mail: [email protected] ou telefone 86981361396);II) a realização de atos processuais e administrativos que possam ser realizados por meio eletrônico, bem como todas as atividades na forma dosarts. 5º e 6º;III) a publicação regular de atos e outras matérias de caráter extrajudicial e administrativo no Diário Oficial Eletrônico do MPPI, observada asuspensão de prazos prevista no Art. 2º, inciso II;IV) as atividades ordinárias inerentes às atribuições e às funções dos membros, servidores, estagiários e colaboradores imprescindíveis àmanutenção do serviço;d) DISPENSAR o Assessor de Promotoria, FRANCO DIDIERD FERREIRA CÂNDIDO JÚNIOR, matrícula nº 15548, de registro do pontoeletrônico, autorizado o trabalho em regime de teletrabalho ou sobreaviso, mantendo a assinatura em livro/fichas nos dias em que estejalaborando em regime de sobreaviso/teletrabalho, enquanto durar os efeitos da presente portaria;e) IMPLANTAR o teletrabalho para fins de prestação de serviços fora das dependências do Ministério Público para o servidor lotado, sendoassegurada a regular manutenção e continuidade das atividades ministeriais, mediante a emissão de relatório de produtividade do SIMP paraobservação do cumprimento do regime especial de trabalho remoto;Deverão constar, na porta de entrada do Fórum da Comarca de Matias Olímpio, os meios tecnológicos (e-mail, telefone, WhatsApp) disponíveisao atendimento ao público externo.O membro ou servidor que retornar de viagens de locais em que se tenha identificado transmissão comunitária do vírus COVID-19, bem comoàqueles que requererem afastamento para tratamento de saúde por suspeita ou diagnóstico do novo Coronavírus, deverão adotar asprovidências contidas nos arts. 7º, 8º e 9º do Ato PGJ nº 995/2020.Comuniquem-se, via e-mail, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Corregedor-Geral, ao Juiz de Direito da Comarca de Matias Olímpio, àDefensoria Pública, ao Delegado de Polícia Civil e o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, com urgência.Expeça-se comunicado da suspensão presencial do atendimento ao público em geral, com afixação da presente Portaria na porta de entrada doFórum da Comarca de Matias Olímpio, para fins de conhecimento.Afixe-se, ainda, na porta do Fórum da Comarca de Matias Olímpio, cartaz contendo os serviços mantidos nos moldes do art. 3º do Ato PGJ nº995/2020 e as observação a seguir " o cidadão que necessitar obter informações ou formular requerimentos dirigidos aos órgãos, unidades ousetores do Ministério Público do Estado do Piauí, deverá se utilizar de meios de comunicação como telefone, e-mail, canais eletrônicos como aOuvidoria do Ministério Público do Estado do Piauí, disponíveis no campo "Informação ao Cidadão", que se encontra no portal do MinistérioPúblico do Estado do Piauí, cujo endereço eletrônico é https://www.mppi.mp.br/internet/, ou se utilizar do aplicativo "MPPI Cidadão", com o fim dese evitar a circulação e aglomeração de pessoas".Encaminhem-se o referido Ato à Coordenadoria de Recursos Humanos do MPPI e à Corregedoria.Matias Olímpio, 17 de abril de 2020.CARLOS ROGÉRIO BESERRA DA SILVAPromotor de Justiça Titular de LuzilândiaRespondendo pela Promotoria de Justiça de Matias OlímpioPortaria PGJ/PI Nº 420/2020

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PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 08/2020Instaura Procedimento Administrativo com o objetivo de acompanhar a abertura de LEITOS HOSPITALARES para atender a demanda decorrenteda COVID-19, no Hospital Julio Borges de Macedo, município de Curimatá-PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Avelino Lopes/PI, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da Constituição Federal de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ouatravés de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavirus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronaviruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual nº 18.895/2020, foi declarado estado de calamidade pública no Estado doPiauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte(20/03/2020), mediante Decreto Legislativo nº. 6/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais nºs. 18.901/2020 e 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde também reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavirus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobreprocedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO a RDC/ANVISA Nº 356, de 23.3.2020, que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricacao,importacao e aquisicao de dispositivos medicos identificados como prioritarios para uso em servicos de saude, em virtude da emergencia desaude publica internacional relacionada ao CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2);CONSIDERANDO a Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos deSaúde - Grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade-MAC, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações desaúde para o enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, sendo destinado ao Piauí a quantia de R$ 6.467.782,00 (seis milhões e quatrocentose sessenta e sete mil e setecentos e oitenta e dois reais);CONSIDERANDO a Portaria GM/MS Nº 480, de 23 de março de 2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e ServiçosPúblicos de Saúde, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações de saúde para o enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, contemplando o Estado do Piauí com o valor de R$ 9.198.707,30 (nove milhões e cento e noventa e oito mil e setecentos e setereais e trinta centavos);CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartitedo Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 30, de 6.3.2020 que aprova osrecursos da Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020 destinando para a gestão estadual (SESAPI) aplicar de acordo com o Plano de Contingência;CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 32, de 27.3.2020 que aprova adistribuição ente os municípios dos recursos previstos na Portaria MS/GM nº 480, de 23.3.2020, estabelecendo que "dentre as despesasexecutadas pelos municípios com os recursos seja contemplada a aquisição de EPIs para os profissionais de saúde";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais desaúde, para prevenção de infecções, e assim evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus durante qualquer assistência à saúde prestada;CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, contendo orientações para serviços de saúde sobre as medidas deprevençãoe controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus(SARS-CoV-2);CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavirus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano, o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que o Hospital Júlio Borges de Macedo, integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento da COVID-19como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como, farão a regulação para as

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referências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que de acordo com informações da Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (SOTIPI), atualmente o Piauí conta com 366leitos operantes em UTI, dos quais 198 estão na Rede Privada (172 adulto e 26 pediátricos) e 168 na Rede Pública (132 adultos e 36pediátricos);CONSIDERANDO que o Hospital Júlio Borges de Macedo possui 34 leitos clínicos/cirúrgicos, conforme levantamento feito junto ao CadastroNacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES, dia 06.04.2020;CONSIDERANDO que o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é a base de dados oficial do Ministério da Saúde paracadastramento de todos os estabelecimentos de saúde no país, independentemente da natureza jurídica ou de integrarem o Sistema Único deSaúde (SUS), disponibilizando informações de infraestrutura, tipo de atendimento prestado, serviços especializados, leitos e profissionais desaúde existentes nos estabelecimentos;CONSIDERANDO que com o aumento esperado no número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, o Piauí pode enfrentar a escassez deleitos de terapia intensiva e ventiladores artificiais, essenciais no tratamento de pacientes em estado crítico por COVID-19;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, recomendandoaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar a abertura de LEITOS HOSPITALARES para atendera demanda decorrente da COVID-19, no Hospital Júlio Borges de Macedo, adotando como diligências iniciais as seguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral do Hospital Júlio Borges de Macedo, solicitando, no prazo de 72 horas, as seguintes informações:a) qual a quantidade de leitos existentes destinados para atender a demanda decorrente da Pandemia de COVID-19, declinando, o tipo de leito(UTI e clínicos);b) qual o planejamento para implantação de novos para o tratamento da COVID-19, em caso de aumento de incidência dos casos;c) preencher a PLANILHA LEITOS HOSPITALARES, enviada pelo MP, contendo o número de leitos existentes no Hospital Júlio Borges deMacedo, leitos contratados em outros serviços de saúde, se houver, e as respectivas datas. Encaminhara PLANILHA devidamente preenchidapara acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO, por meio dos e-mails: [email protected] e [email protected];4. Autuação da presente Portaria, juntando pesquisa contendo a FICHA CADASTRAL DO HOSPITAL NO CNES, realizada no dia 6.3.2020,relação de leitos em funcionamento no Estado feita pela Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí;5. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;6. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Salmir Lustosa Arrais Júnior, matrícula 15494 e Ludimária MirandaAlves da Silva, matrícula 15136, lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Avelino Lopes/PI, 16 de abril de 2020.LUCIANO LOPES SALESPROMOTOR DE JUSTIÇATitular da Promotoria de Justiça de Correntee respondendo pela Promotoria de Justiça de Avelino LopesPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 09/2020Instaura Procedimento Administrativo com o objetivo de acompanhar a abertura de LEITOS HOSPITALARES para atender a demanda decorrenteda COVID-19, na Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Avelino Lopes/PI, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da Constituição Federal de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ouatravés de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavirus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do

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disposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronaviruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual nº 18.895/2020, foi declarado estado de calamidade pública no Estado doPiauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte(20/03/2020), mediante Decreto Legislativo nº. 6/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais nºs. 18.901/2020 e 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde também reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavirus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobreprocedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO a RDC/ANVISA Nº 356, de 23.3.2020, que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricacao,importacao e aquisicao de dispositivos medicos identificados como prioritarios para uso em servicos de saude, em virtude da emergencia desaude publica internacional relacionada ao CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2);CONSIDERANDO a Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos deSaúde - Grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade-MAC, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações desaúde para o enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, sendo destinado ao Piauí a quantia de R$ 6.467.782,00 (seis milhões e quatrocentose sessenta e sete mil e setecentos e oitenta e dois reais);CONSIDERANDO a Portaria GM/MS Nº 480, de 23 de março de 2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e ServiçosPúblicos de Saúde, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações de saúde para o enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, contemplando o Estado do Piauí com o valor de R$ 9.198.707,30 (nove milhões e cento e noventa e oito mil e setecentos e setereais e trinta centavos);CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartitedo Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 30, de 6.3.2020 que aprova osrecursos da Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020 destinando para a gestão estadual (SESAPI) aplicar de acordo com o Plano de Contingência;CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 32, de 27.3.2020 que aprova adistribuição ente os municípios dos recursos previstos na Portaria MS/GM nº 480, de 23.3.2020, estabelecendo que "dentre as despesasexecutadas pelos municípios com os recursos seja contemplada a aquisição de EPIs para os profissionais de saúde";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais desaúde, para prevenção de infecções, e assim evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus durante qualquer assistência à saúde prestada;CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, contendo orientações para serviços de saúde sobre as medidas deprevençãoe controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus(SARS-CoV-2);CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo coronavírus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano, o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que a Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI, integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento daCOVID-19 como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como, farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que de acordo com informações da Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (SOTIPI), atualmente o Piauí conta com 366leitos operantes em UTI, dos quais 198 estão na Rede Privada (172 adulto e 26 pediátricos) e 168 na Rede Pública (132 adultos e 36pediátricos);CONSIDERANDO que a Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI possui 18 leitos clínicos/cirúrgicos/pediátricos/obstetrícia, conformelevantamento feito junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES, dia 06.04.2020;CONSIDERANDO que o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é a base de dados oficial do Ministério da Saúde paracadastramento de todos os estabelecimentos de saúde no país, independentemente da natureza jurídica ou de integrarem o Sistema Único deSaúde (SUS), disponibilizando informações de infraestrutura, tipo de atendimento prestado, serviços especializados, leitos e profissionais desaúde existentes nos estabelecimentos;CONSIDERANDO que com o aumento esperado no número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, o Piauí pode enfrentar a escassez deleitos de terapia intensiva e ventiladores artificiais, essenciais no tratamento de pacientes em estado crítico por COVID-19;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, recomendandoaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas

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públicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar a abertura de LEITOS HOSPITALARES para atendera demanda decorrente da COVID-19, na Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI, adotando como diligências iniciais as seguintesprovidências:1. Expedição de ofício à Direção Geral da Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI, solicitando, no prazo de 72 horas, as seguintesinformações:a) qual a quantidade de leitos existentes destinados para atender a demanda decorrente da Pandemia de COVID-19, declinando, o tipo de leito(UTI e clínicos);b) qual o planejamento para implantação de novos para o tratamento da COVID-19, em caso de aumento de incidência dos casos;c) preencher a PLANILHA LEITOS HOSPITALARES, enviada pelo MP, contendo o número de leitos existentes na Unidade Mista de Saúde deAvelino Lopes-PI, leitos contratados em outros serviços de saúde, se houver, e as respectivas datas. Encaminhara PLANILHA devidamentepreenchida para acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO, por meio dos e-mails: [email protected] e [email protected];4. Autuação da presente Portaria, juntando pesquisa contendo a FICHA CADASTRAL DO HOSPITAL NO CNES, realizada no dia 6.3.2020,relação de leitos em funcionamento no Estado feita pela Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí;5. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;6. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Salmir Lustosa Arrais Júnior, matrícula 15494 e Ludimária MirandaAlves da Silva, matrícula 15136, lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Avelino Lopes/PI, 16 de abril de 2020.LUCIANO LOPES SALESPROMOTOR DE JUSTIÇATitular da Promotoria de Justiça de Correntee respondendo pela Promotoria de Justiça de Avelino LopesPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 11/2020Instaura Procedimento Administrativo para acompanhar a Implementação de Plano Operativo Emergencial da Unidade Mista de Saúde deAvelino Lopes-PI para atender a demanda decorrente da COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Avelino Lopes, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art. 5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, § 2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronavíruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.895/2020, que declara estado de calamidade pública, para os finsdo art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19, edispõe sobre as suas repercussões nas finanças públicas estaduais;CONSIDERANDO que, na mesma data, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.901/2020, que determina as medidas excepcionais voltadas parao enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo nº 6, 20 de março de 2020 reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 demaio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhada por meio daMensagem nº 93, de 18 de março de 2020;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavírus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para disporsobre procedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância

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internacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, que determina a suspensão das atividades comerciais e deprestação de serviços, em complemento ao Decreto nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determina as medidas excepcionais que especifica,voltadas para o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo coronavírus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano, o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que a Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes-PI integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento daCOVID-19 como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do estado que apresentem Sindrome Repiratória Aguda Grave (SRAG), bem como farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que a criação de planos de ações emergenciais para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pelaCOVID-19 no âmbito dos hospitais possibilitará aos profissionais de saúde um rápido acesso as condutas e protocolos que devem ser seguido,auxiliando-os no exercício pleno da atenção à saúde, bem como permitindo atualização da matéria;CONSIDERANDO que todas essas medidas têm o escopo de retardar o pico da epidemia e, consequentemente, evitar que os serviços de saúdeestaduais entrem em colapso;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, que recomendaaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar a IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO OPERATIVOEMERGENCIAL DA UNIDADE MISTA DE SAÚDE DE AVELINO LOPES-PI para atender a demanda decorrente da COVID-19, adotando deimediato as seguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral da Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes/PI, solicitando, no prazo de 48 horas, seja apresentadoplano operativo emergencial do hospital para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pelo vírus, contendo as seguintesinformações:a) o planejamento da assistência contendo o fluxo do atendimento (descrever as unidades de saúde públicas, privadas e filantrópicascontratadas que integrarão a rede de assistência de suporte ao Hospital);b) recursos humanos (qual o aporte de pessoal além dos descritos no CNES que atuarão em cada unidade de saúde acima descrita);c) investigação diagnóstica (quais os serviços de imagem e laboratorial contratados para dar o suporte ao Hospital);2. Em igual prazo, informar quantos leitos de enfermaria e de UTI, dentro da própria estrutura da Unidade Mista de Saúde de AvelinoLopes-PI, estão disponíveis para atendimento de casos de COVID-19 e se há dentro do plano de ação emergencial a possibilidade deaumentar os números de leitos, em caso de aumento de incidência dos casos;3. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;4. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;5. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;6. A juntada aos autos os Decretos Estaduais nº 18.884/2020, 18.895/2020 e 18.901/2020, do Plano de Contingência do Piauí e do FluxogramaCovid-19;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Salmir Lustosa Arrais Júnior, matrícula 15494 e Ludimária MirandaAlves da Silva, matrícula 15136, lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Avelino Lopes/PI, 16 de abril de 2020.LUCIANO LOPES SALESPROMOTOR DE JUSTIÇATitular da Promotoria de Justiça de Correntee respondendo pela Promotoria de Justiça de Avelino LopesPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 12/2020Instaura Procedimento Administrativo com o objetivo de acompanhar o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e adisponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente da COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Avelino Lopes, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da Constituição Federal de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ouatravés de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoante

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redação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavirus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronaviruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual nº 18.895/2020, foi declarado estado de calamidade pública no Estado doPiauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte(20/03/2020), mediante Decreto Legislativo n. 6/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais nºs. 18.901/2020 e 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde também reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavirus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobreprocedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO a RDC/ANVISA Nº 356, de 23.3.2020,que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricacao,importacao e aquisicao de dispositivos medicos identificados como prioritarios para uso em servicos de saude, em virtude da emergencia desaude publica internacional relacionada ao CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2);CONSIDERANDO a Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos deSaúde - Grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade-MAC, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações desaúde para o enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, sendo destinado ao Piauí a quantia de R$ 6.467.782,00 (seis milhões e quatrocentose sessenta e sete mil e setecentos e oitenta e dois reais);CONSIDERANDO a Portaria GM/MS Nº 480, de 23 de março de 2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e ServiçosPúblicos de Saúde, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações de saúde para o enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, contemplando o Estado do Piauí com o valor de R$ 9.198.707,30 (nove milhões e cento e noventa e oito mil e setecentos e setereais e trinta centavos);CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartitedo Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 30, de 6.3.2020 que aprova osrecursos da Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020 destinando para a gestão estadual (SESAPI) aplicar de acordo com o Plano de Contingência;CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 32, de 27.3.2020 que aprova adistribuição ente os municípios dos recursos previstos na Portaria MS/GM nº 480, de 23.3.2020, estabelecendo que "dentre as despesasexecutadas pelos municípios com os recursos seja contemplada a aquisição de EPIs para os profissionais de saúde";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais desaúde, para prevenção de infecções, e assim evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus durante qualquer assistência à saúde prestada;CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, contendo orientações para serviços de saúde sobre as medidas deprevençãoe controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus(SARS-CoV-2);CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavirus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano,o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que o Hospital Júlio Borges de Macedo, integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento da COVID-19como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como, farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, recomendandoaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determina

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que o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar o abastecimento de Equipamentos de ProteçãoIndividual (EPIs) e a disponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente da COVID-19, adotando como diligênciasiniciais as seguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral do Hospital Júlio Borges de Macedo, solicitando, no prazo de 72 horas, as seguintesprovidências:a) realizar o inventário de EPIs e TESTES DIAGNÓSTICOS, com base no preenchimento da PLANILHAEPIS\TESTES, enviada pelo MP,preenchendo-a, sempre que o hospital receber e dispensar aos seus pacientes e as outras unidades de saúde, por ventura, contratadas.Registrar as quantidades recebidas da SESAPI, por aquisição própria e as doações recebidas, bem como, os respectivos descartes (EPIs etestes utilizados). Encaminhar, quinzenalmente, a PLANILHA devidamente preenchidapara acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO, pormeio dos e-mails [email protected] e [email protected];b) apresentar, no mesmo prazo, o estoque atualizado e a previsão de data para esgotamento dos EPIs e testes diagnósticos disponíveis;c) qual o planejamento ou as providências adotadas para sanar eventual desabastecimento de EPIs e testes;4. Autuação da presente Portaria, juntando cópias dos Decretos Estaduais nº 18.884/2020, 18.895/2020 e 18.901/2020, do Plano deContingência do Piauí, Fluxograma da rede de atendimento do Covid-19 do Piauí e a legislação acima mencionada;5. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;6. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à SecretariaGeral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Salmir Lustosa Arrais Júnior, matrícula 15494 e Ludimária MirandaAlves da Silva, matrícula 15136, lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Avelino Lopes/PI, 16 de abril de 2020.LUCIANO LOPES SALESPROMOTOR DE JUSTIÇATitular da Promotoria de Justiça de Correntee respondendo pela Promotoria de Justiça de Avelino LopesPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 13/2020Instaura Procedimento Administrativo com o objetivo de acompanhar o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e adisponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente da COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Avelino Lopes, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da Constituição Federal de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ouatravés de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do coronavirus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novo coronaviruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual nº 18.895/2020, foi declarado estado de calamidade pública no Estado doPiauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte(20/03/2020), mediante Decreto Legislativo n. 6/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais nºs. 18.901/2020 e 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde também reconheceu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavirus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobreprocedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;

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3.5. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BARRAS-PI11322

CONSIDERANDO a RDC/ANVISA Nº 356, de 23.3.2020,que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricacao,importacao e aquisicao de dispositivos medicos identificados como prioritarios para uso em servicos de saude, em virtude da emergencia desaude publica internacional relacionada ao CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2);CONSIDERANDO a Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos deSaúde - Grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade-MAC, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações desaúde para o enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, sendo destinado ao Piauí a quantia de R$ 6.467.782,00 (seis milhões e quatrocentose sessenta e sete mil e setecentos e oitenta e dois reais);CONSIDERANDO a Portaria GM/MS Nº 480, de 23 de março de 2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e ServiçosPúblicos de Saúde, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações de saúde para o enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, contemplando o Estado do Piauí com o valor de R$ 9.198.707,30 (nove milhões e cento e noventa e oito mil e setecentos e setereais e trinta centavos);CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartitedo Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 30, de 6.3.2020 que aprova osrecursos da Portaria MS/GM nº 395, de 16/03/2020 destinando para a gestão estadual (SESAPI) aplicar de acordo com o Plano de Contingência;CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução nº 32, de 27.3.2020 que aprova adistribuição ente os municípios dos recursos previstos na Portaria MS/GM nº 480, de 23.3.2020, estabelecendo que "dentre as despesasexecutadas pelos municípios com os recursos seja contemplada a aquisição de EPIs para os profissionais de saúde";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais desaúde, para prevenção de infecções, e assim evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus durante qualquer assistência à saúde prestada;CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020, contendo orientações para serviços de saúde sobre as medidas deprevençãoe controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus(SARS-CoV-2);CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavirus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano,o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que a Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes/PI, integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento daCOVID-19 como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como, farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, recomendandoaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar o abastecimento de Equipamentos de ProteçãoIndividual (EPIs) e a disponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente da COVID-19, adotando como diligênciasiniciais as seguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral da Unidade Mista de Saúde de Avelino Lopes/PI, solicitando, no prazo de 72 horas, as seguintesprovidências:a) realizar o inventário de EPIs e TESTES DIAGNÓSTICOS, com base no preenchimento da PLANILHAEPIS\TESTES, enviada pelo MP,preenchendo-a, sempre que o hospital receber e dispensar aos seus pacientes e as outras unidades de saúde, por ventura, contratadas.Registrar as quantidades recebidas da SESAPI, por aquisição própria e as doações recebidas, bem como, os respectivos descartes (EPIs etestes utilizados). Encaminhar, quinzenalmente, a PLANILHA devidamente preenchidapara acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO, pormeio dos e-mails [email protected] e [email protected];b) apresentar, no mesmo prazo, o estoque atualizado e a previsão de data para esgotamento dos EPIs e testes diagnósticos disponíveis;c) qual o planejamento ou as providências adotadas para sanar eventual desabastecimento de EPIs e testes;4. Autuação da presente Portaria, juntando cópias dos Decretos Estaduais nº 18.884/2020, 18.895/2020 e 18.901/2020, do Plano deContingência do Piauí, Fluxograma da rede de atendimento do Covid-19 do Piauí e a legislação acima mencionada;5. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;6. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à SecretariaGeral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Salmir Lustosa Arrais Júnior, matrícula 15494 e Ludimária MirandaAlves da Silva, matrícula 15136, lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Avelino Lopes/PI, 16 de abril de 2020.LUCIANO LOPES SALESPROMOTOR DE JUSTIÇATitular da Promotoria de Justiça de Correntee respondendo pela Promotoria de Justiça de Avelino Lopes

PORTARIA N° 44/2020 (INQUÉRITO CIVIL Nº 11/2020-MPPI/2PJB)

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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3.6. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SÃO JOÃO DO PIAUÍ-PI11323

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 2ª Promotoria de Justiça de Barras, no uso das atribuições previstas no artigo 32,inciso XX, da Lei Complementar Estadual nº 12/93, artigo 26, inciso I da Lei Federal n.º 8625/93[1], artigo 129, inciso III da Constituição Federal eno artigo 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85.CONSIDERANDO que o artigo 127 da Constituição Federal dispõe que "o Ministério Público é instituição permanente, essencial à funçãojurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis";CONSIDERANDO que ao Ministério Público cabe exercer a defesa dos direitos assegurados na Constituição Federal sempre que for necessáriaa garantia do seu respeito pelos poderes municipais, nos termos do artigo 27, inciso I, da Lei nº 8.625/1993;CONSIDERANDO que, no exercício das suas funções institucionais, cabe ao Ministério Público Federal promover diversas medidas, dentre asquais: instaurar inquérito civil público; promover ação civil pública, ação penal, ação decorrente de improbidade administrativa; expedirnotificações e recomendações; requisitar diligências, exames, perícias, documentos, instauração de procedimentos administrativos etc., em facede pessoas físicas e jurídicas, privadas ou públicas, inclusive suas autoridades, visando à proteção ou recuperação da integridade do patrimôniopúblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;CONSIDERANDO que, em caso de situações de violação às normas jurídicas por pessoas físicas ou jurídicas, incumbe ao Ministério Públicopromover o inquérito civil e a ação civil pública para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidadeadministrativa do Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem (artigo25, inciso IV, "b", da Lei nº 8.625/1993);CONSIDERANDO que, completando o arcabouço normativo que confere legitimidade ao órgão ministerial para a propositura das ações deimprobidade administrativa, tem-se o disposto na Lei 8.429/92, artigo 17: "a ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo MinistérioPúblico ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar";CONSIDERANDO a representação feita pela Câmara Municipal de Barras, subscrita por parte dos vereadores, dando conta de supostasirregularidades na contratação pelo Município de Barras da Empresa CLIMAR para prestação de serviço médico-hospitalar, odontológico elaboratoriais, na qual figurava no Quadro de Sócios e Administradores (QSA) o próprio Prefeito Municipal, Carlos Alberto Lages Monte comoSócio e o seu irmão, Otacílio Monte e Silva Filho, como Sócio-Administrador, e, também, este último teria sido contratado para o exercer a funçãode médico do município;CONSIDERANDO que o ordenamento jurídico não admite que alguém exerça ato administrativo que venha lhe favorecer ou favorecer parenteseu, pois existe, por princípios de moralidade e boa-fé da administração um impedimento presumido para que o agente público não atue em atosque possam favorecer a si próprio, ou ao seu cônjuge e demais parentes;CONSIDERANDO que o gestor que contrata diretamente com o poder público ou com seus parentes avilta a Constituição Federal, macula avontade popular dos que nele votaram, sobrepondo seus interesses pessoais e de seus familiares sobre o interesse público, em total inversãodos valores constitucionais;CONSIDERANDO que, para melhor apuração e elucidação dos fatos investigados, necessário se faz a instauração de Inquérito Civil, a fim deaveriguar a possibilidade de ajuizamento de ação civil pública por ato de improbidade administrativa e reparação do dano gerado ao erário;RESOLVE-SE instaurar INQUÉRITO CIVIL para apurar irregularidades na contratação pelo Município de Barras da Clínica Marataoa LTDA-ME,na qual figurava no Quadro de Sócios e Administradores (QSA) o próprio Prefeito Municipal, Carlos Alberto Lages Monte como Sócio e o seuirmão, Otacílio Monte e Silva Filho, como Sócio-Administrador.Desde já, adoto as seguintes providências:1. Registro e autuação da presente portaria;2. Arquive-se cópia da presente portaria em pasta própria desta Promotoria de Justiça, bem como seja dada publicidade à mesma;3. Para secretariar os trabalhos, nomeio os assessores de promotoria, Erica Micaele da Silva Nascimento (matrícula 15.224) e Wesley AlvesResende (matrícula 15.493) e Francisco de Assis Alves da Silva (Técnico Ministerial, matrícula 388);4. Oficie-se ao Centro de Apoio Operacional de Combate a Corrupção e Defesa do Patrimônio Público e ao Conselho Superior do MinistérioPúblico comunicando sobre a instauração do feito, anexando-se cópia desta portaria;5. Realize-se pesquisa no BID dados sobre os investigados que possibilite a verificação do grau de parentesco existente entre eles e no Portaldos Conveniados em busca de notas de empenho emitidas no CNPJ da empresa citada;A fim de ser observado o artigo 9º da Resolução nº 23 do CNMP, deve ser realizado o acompanhamento de prazo inicial de 01 (um) ano paraconclusão do presente inquérito civil, mediante certidão nos autos após o seu transcurso.Barras/PI, 17 de abril de 2020.Glécio Paulino Setúbal da Cunha e SilvaPromotor de Justiça Titular da 2ª Promotoria de Justiça[1] Art. 26. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:I - instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administrativos pertinentes e, para instruí-los:a) expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar conduçãocoercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei;b) requisitar informações, exames periciais e documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e entidades daadministração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às autoridades, órgãos e entidades a que se refere a alínea anterior;II - requisitar informações e documentos a entidades privadas, para instruir procedimentos ou processo em que oficie;

PESSOA INTERESSADA: PARÓQUIA BOM JESUS - PEDRO LAURENTINO-PIASSUNTO: NÃO DEMOLIÇÃO DO TEMPLO DA IGREJA BOM JESUSDECISÃO DE INDEFERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DE NOTÍCIA DE FATOTrata-se de abaixo-assinado produzido por fiéis católicos da Paróquia Bom Jesus de Pedro Laurentino-PI, em que pede a não demolição dotemplo da Igreja Bom Jesus, situado na Rua Maria Beronisa de Sousa, Centro, Pedro Laurentino.A Resolução nº 174/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público, em seu art. 4º, § 4º, estatui que a instauração da Notícia de Fato seráindeferida "quando o fato narrado não configurar lesão ou ameaça de lesão aos interesses ou direitos tutelados pelo Ministério Público ou forincompreensível".Vê-se que pela narrativa, que a resolutibilidade do problema aventado pela paróquia é de natureza particular, não gerando a participação doMinistério Público para a solução do problema apresentado. O próprio documento, que pede a não demolição do templo, pugna também aconstrução de outro, direcionado os pedidos aos seus superiores dentro da religião. Assim, trata-se claramente de interesso próprio da paróquia.Assim sendo, INDEFIRO A INSTAURAÇÃO DE NOTÍCIA DE FATO o que faço com fulcro no art. 4º, § 4º, da Resolução nº 174/2017, doConselho Nacional do Ministério Público.Para fins de registro no Sistema SIMP, registre-se o presente indeferimento como Notícia de Fato, diante da impossibilidade de cadastro noreferido sistema nos moldes que se encontra-se previsto na Resolução nº 174/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.Notifiquem-se os interessados por meio do e-mail em que foi encaminhado o abaixo-assinado.Publique-se. Após arquive-se.São João do Piauí/PI, 18 de abril de 2020.

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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3.7. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE INHUMA-PI 11324

Jorge Luiz da Costa PessoaPROMOTORDEJUSTIÇA

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº 006/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Inhuma-PI, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, caput, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público o zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevânciapública aos direitos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias às suas garantias (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução derisco de doença e de outros agravos, bem como o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação,consoante dispõem o art. 196 da Constituição Federal e o art. 203 da Constituição do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer umaCONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03/02/2020, através da Portaria GM/MS no 188/2020, declarou "emergência em saúdepública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO o Decreto Estadual no 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei no 13.979/2020, para dispor no âmbito doEstado do Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situaçãomundial do novo Coronavírus;CONSIDERANDO o Decreto Estadual no 18.902, de 23 de março de 2020, determina as medidas excepcionais, voltadas para o enfrentamentoda grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19, o qual dispõe no art. 4o "Fica determinado às pessoas que ingressarem no Estadopor via rodoviária, aeroportuária ou marítima, a observância de quarentena mínima de 7 (sete) dias. Parágrafo único: As pessoas queestiverem apenas de passagem ou cuja permanência seja inferior a 7 (sete) dias, deverão seguir protocolo equivalente à quarentena"CONSIDERANDO que o aumento da circulação de pessoas contraria as medidas de isolamento sociais determinadas pelos Decretos de número18.884/2020, 18.894/2020, 18.901/2020, 18.902/2020, e referendadas pelo Decreto no 18.913, de 30 de março de 2020;CONSIDERANDO as informações até o momento veiculadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde dando conta daexistência de 102 (cento e dois) casos confirmados de infecção pelo vírus no Piauí e de 8 (oito) óbitos - Atualização em 16/04/2020;CONSIDERANDO que dentre os 12 municípios do Estado do Piauí com casos confirmados de infecção pelo vírus, na tarde do dia16/04/2020, foi atestado o PRIMEIRO CASO no Município de INHUMA-PI;CONSIDERANDO que grande fluxo de pessoas se desloca diariamente para referida cidade, mormente por transporte clandestino depassageiros;CONSIDERANDO que o transporte rodoviário de passageiros entre Estados da Federação é serviço regulado e Fiscalizado pela ANTT(Agência Nacional de Transporte Terrestre), vinculada ao Ministério da Infraestrutura;CONSIDERANDO que os serviços prestados pelas empresas de transportes coletivos, especialmente no tocante a circulação interestadual nasrodovias federais, não estão proibidos nacionalmente;CONSIDERANDO que algumas empresas estão trabalhando lastreadas em liminares concedidas pela Justiça Federal;CONSIDERANDO as reiteradas "denúncias" de ônibus clandestinos que chegam constantemente no Município de Inhuma-PI;CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, com leitossuficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está fora da realidade;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta no 01/2020/ MPPI/ CAOCRIM/ CAODS que disciplina sobre a compulsoriedade das medidas paraenfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que no art. 5º, parágrafo único, da Portaria MS/GM Nº 356/2020, incumbirá ao médico ou ao agente de vigilânciasanitária epidemiológica informar à autoridade policial e ao Ministério Público os casos de descumprimento das medidas de isolamentoe internação, para os fins legais;CONSIDERANDO que o descumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional,nacional, estadual e municipal decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019/2020 - isolamento, quarentena, e realizaçãocompulsória de exames médicos, testes laboratoriais e tratamentos médicos específicos - poderá se caracterizar como crime, a exemplo do deepidemia, infração de medida sanitária preventiva, desobediência e/ou desacato.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, no regular exercício de suas funções institucionais, RECOMENDA ao Senhor ANTÔNIORUFINO DA SILVA JÚNIOR, Prefeito Municipal de Inhuma-PI e a Senhora MAXSHUELLMA RUFINO BORGES, Secretária Municipal de Saúdeda municipalidade:Sejam INTENSIFICADAS as medidas sanitárias já em curso que visam à prevenção ao contágio pelo Novo Coronavirus (COVID-19) noMunicípio de Inhuma-PI, com o posterior monitoramento da quarentena ou isolamento eventualmente notificados, especialmente aFISCALIZAÇÃO SOBRE O TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL CLANDESTINO que chegam ao Município;Sejam IDENTIFICADOS, por meio de registros fotográficos, nome da empresa e número da placa, os transportes coletivos clandestinos quecirculam no Município e, após, sejam encaminhadas a ANTT para as providências cabíveis.Sejam encaminhadas, imediatamente, ao Ministério Público, com meios mínimos de provas, informações sobre o descumprimento dequarentena ou isolamento especificamente notificados, para responsabilização criminal, nos termos do art. 268 do CP (Pena - detenção,de um mês a um ano, e multa, podendo ser aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissãode médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro).Desde já, adverte-se que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo,má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de Ação Civil Pública por Ato deImprobidade Administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à Promotoria de Justiça de Inhuma/PI, peloe-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 10 (cinco) dias úteis.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação ao Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí, assim como ao Centro de ApoioOperacional de Defesa da Saúde (CAODS), em arquivo editável, e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), paraconhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1o, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mailinstitucional, e ao seu respectivo destinatário.

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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3.8. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE VALENÇA DO PIAUÍ-PI11325

CUMPRA-SE.Inhuma-PI, 17 de abril de 2020.Paulo Maurício Araújo GusmãoPromotor de Justiça

Ref. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 30/2020RECOMENDAÇÃO Nº 83/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo CORONAVÍRUS(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo CORONAVÍRUS, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o CORONAVÍRUS, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo CORONAVÍRUS (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da COVID-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo política de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todos osserviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossocioassistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (LOAS, art. 23, §2º, II);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS (COVID-19), dentre essas aconcessão do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos Municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVE RECOMENDAR:À Senhora MARIA DA CONCEIÇÃO CUNHA DIAS, PREFEITA DO MUNICÍPIO DE VALENÇA DO PIAUÍ/PI, em cumprimento às disposições de

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ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elas convergentes, para que:Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com a Secretariade Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-las sobreo auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que os profissionaisse disponibilizem para realizá-lo;Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosos epessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí/PI, peloe-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 05 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), em arquivo editável, bem como ao próprio Conselho Superior do Ministério Público(CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado doPiauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma via da Notificação Recomendatória em tablado aos autos da PROCEDIMENTO ADMNISTRATIVO (PA) n. 30/2020,ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotodisponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se.Valença do Piauí/PI, 17 de abril de 2020.(assinado digitalmente)RAFAEL MAIA NOGUEIRAPromotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça (PJ) de Monsenhor Gil,respondendo pela 2ª PJ de Valença do PiauíRef. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 31/2020RECOMENDAÇÃO Nº 85/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo CORONAVÍRUS(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo CORONAVÍRUS, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o CORONAVÍRUS, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo CORONAVÍRUS (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da COVID-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo política de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todos os

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serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossocioassistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (LOAS, art. 23, §2º, II);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS (COVID-19), dentre essas aconcessão do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor ARNILTON NOGUEIRA DOS SANTOS, PREFEITO MUNICIPAL DE NOVO ORIENTE DO PIAUÍ/PI, em cumprimento às disposiçõesde ordem constitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elas convergentes, para que:Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com a Secretariade Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-las sobreo auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que os profissionaisse disponibilizem para realizá-lo;Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosos epessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí/PI, peloe-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 05 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), em arquivo editável, bem como ao próprio Conselho Superior do Ministério Público(CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado doPiauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma via da Notificação Recomendatória em tablado aos autos da PROCEDIMENTO ADMNISTRATIVO (PA) n. 31/2020,ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotodisponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se.Valença do Piauí/PI, 17 de abril de 2020.(assinado digitalmente)RAFAEL MAIA NOGUEIRAPromotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça (PJ) de Monsenhor Gil,respondendo pela 2ª PJ de Valença do PiauíRef. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 32/2020RECOMENDAÇÃO Nº 84/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";

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CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo CORONAVÍRUS(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo CORONAVÍRUS, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o CORONAVÍRUS, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo CORONAVÍRUS (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da COVID-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo política de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todos osserviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossocioassistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (LOAS, art. 23, §2º);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS (COVID-19), dentre essas aconcessão do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor ANTÔNIO VENÍCIO DO Ó DE LIMA, PREFEITO MUNICIPAL DE PIMENTEIRAS/PI, em cumprimento às disposições de ordemconstitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elas convergentes, para que:Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com a Secretariade Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-las sobreo auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que os profissionaisse disponibilizem para realizá-lo;Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosos epessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas por

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hora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí/PI, peloe-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 05 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), em arquivo editável, bem como ao próprio Conselho Superior do Ministério Público(CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado doPiauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma via da Notificação Recomendatória em tablado aos autos da PROCEDIMENTO ADMNISTRATIVO (PA) n. 32/2020,ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotodisponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se.Valença do Piauí/PI, 17 de abril de 2020.(assinado digitalmente)RAFAEL MAIA NOGUEIRAPromotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça (PJ) de Monsenhor Gil,respondendo pela 2ª PJ de Valença do PiauíRef. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 33/2020RECOMENDAÇÃO Nº 86/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.01.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo CORONAVÍRUS(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo CORONAVÍRUS, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o CORONAVÍRUS, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo CORONAVÍRUS (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da COVID-19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo política de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todos osserviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossocioassistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (LOAS, art. 23, §2º, II);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único deAssistência Social;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS (COVID-19), dentre essas aconcessão do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; não

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ser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93);RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor ANTÔNIO BENEDITO DE MOURA, PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LAGOA DO SÍTIO/PI, em cumprimento às disposições de ordemconstitucional, legal, administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com elas convergentes, para que:Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com a Secretariade Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-las sobreo auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que os profissionaisse disponibilizem para realizá-lo;Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosos epessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí/PI, peloe-mail [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 05 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania (CAODEC), aoCentro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), em arquivo editável, bem como ao próprio Conselho Superior do Ministério Público(CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art. 6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado doPiauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivos destinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma via da Notificação Recomendatória em tablado aos autos da PROCEDIMENTO ADMNISTRATIVO (PA) n. 33/2020,ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ou remotodisponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se.Valença do Piauí/PI, 17 de abril de 2020.(assinado digitalmente)RAFAEL MAIA NOGUEIRAPromotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça (PJ) de Monsenhor Gil,respondendo pela 2ª PJ de Valença do PiauíPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) n. 34/2020PORTARIA n. 49/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da CF de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Públicodispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceirose, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8.080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8.080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal n. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde publica de importância internacional decorrente do CORONAVÍRUS responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;

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CONSIDERANDOa publicação da Portaria MS/GM nº 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei nº 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo CORONAVÍRUS (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o CORONAVÍRUS (COVID-19), ouseja, momento em que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo CORONAVÍRUS (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual nº 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do novoCORONAVÍRUS como pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, houve a publicação do Decreto Estadual nº 18.895/2020, que declara estado de calamidade pública, paraos fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,em razão da grave crise de saúde pública decorrente da pandemia daCovid-19, e dispõe sobre as suas repercussões nas finanças públicas estaduais;CONSIDERANDO que, na mesma data, veio a lume o Decreto Estadual nº 18.901/2020, que determina as medidas excepcionais voltadas para oenfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO o Decreto Legislativo nº 6, 20 de março de 2020, reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 demaio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade pública, nos termos da solicitação do Presidente da República encaminhada por meio daMensagem nº 93, de 18 de março de 2020;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúdere admitiu, por meio da Portaria n. 454/2020, o estado de transmissão comunitáriado CORONAVÍRUS em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para disporsobre procedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do CORONAVÍRUS (COVID-19);CONSIDERANDO o Decreto Estadual nº 18.902, de 23 de março de 2020, que determina a suspensão das atividades comerciais e deprestação de serviços, em complemento ao Decreto nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determina as medidas excepcionais que especifica,voltadas para o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavirus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano,o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que o Hospital Regional Eustáquio Portela (HREP), localizado neste Município de Valença do Piauí, integra a rede deassistência hospitalar do Estado para atendimento da COVID-19, como porta de entrada de 14 (quatorze) Municípios, quais sejam, Aroazes,Barra D'Alcântara, Elesbão Veloso, Francinópolis, Inhuma, Lagoa do Sítio, Novo Oriente do Piauí, Pimenteiras, Prata do Piauí, São Félix do Piauí,São Miguel da Baixa Grande, Santa Cruz dos Milagres, Várzea Grande e Valença do Piauí, e, também, de contrarreferência do Hospital RegionalJustino Luz (HRJL), localizado no Município de Picos/PI, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que, segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela-IDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil LucídioPortela);CONSIDERANDO que a criação de planos de ações emergenciais para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pelaCOVID-19 no âmbito dos hospitais possibilitará aos profissionais de saúde um rápido acesso às condutas e aos protocolos que devem serseguidos, auxiliando-os no exercício pleno da atenção à saúde, bem como permitindo atualização da matéria;CONSIDERANDO que todas essas medidas têm o escopo de retardar o pico da epidemia e, consequentemente, evitar que os serviços de saúdeestaduais entrem em colapso;CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do CORONAVÍRUS(COVID-19), no período de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº02/2020, que recomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidaspreventivas à propagação da infecção pelo novo CORONAVÍRUS (COVID-19), no interesse da saúde pública;CONSIDERANDOa instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo CORONAVÍRUS (COVID-19), por meio daPortaria PGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do art. 8º da Resolução nº 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;CONSIDERANDO a expedição do OFÍCIO CIRCULAR Nº 06/2020/MPPI/PGJ/CAOD - ATUAÇÃO MPPI NOS HOSPITAIS ESTADUAIS PARAENFRENTAMENTO DO CORONAVÍRUS (COVID-19), oriundo do CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE, instando osPromotores de Justiça a diligenciar no sentido de atuar, de forma preventiva, junto aos gestores de hospitais estaduais, para tomadas deprovidências visando ao enfrentamento ao CORONAVÍRUS (COVID-19);CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012;RESOLVE:INSTAURAR o presente PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA) N.º 34/2020, com fundamento no arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174,de 04 de julho de 2017, para, à luz do OFÍCIO CIRCULAR Nº 06/2020/MPPI/PGJ/CAOD - ATUAÇÃO MPPI NOS HOSPITAIS ESTADUAIS PARAENFRENTAMENTO DO CORONAVÍRUS (COVID-19), com os objetos e finalidades de acompanhar e fiscalizar, no ano de 2020, (i) aIMPLEMENTAÇÃO DO PLANO OPERATIVO EMERGENCIAL DO HOSPITAL REGIONAL EUSTÁQUIO PORTELA (HREP), (ii) a ABERTURADE LEITOS HOSPITALARES, (iii) o ABASTECIMENTO de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), bem como (iv) a DISPONIBILIDADE DETESTES DIAGNÓSTICOS, para atender à demanda decorrente da COVID-19, no Município Valença do Piauí/PI e região, DETERMINANDO-SE,desde já, as seguintes diligências e providências:O REGISTRO e AUTUAÇÃO da presente Portaria, numerando-se e rubricando-se todas as suas folhas, bem como o REGISTRO dos autos emlivro próprio desta Promotoria de Justiça como PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (PA), juntando pesquisa contendo a FICHA CADASTRAL

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3.9. 1ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PARNAÍBA-PI11326

DO HOSPITAL NO CNES, realizada no dia 6.3.2020, a relação de leitos em funcionamento no Estado feita pela Sociedade de Terapia Intensivado Piauí, bem assim cópias dos Decretos Estaduais nº 18.884/2020, 18.895/2020 e 18.901/2020, do Plano de Contingência do Piauí, Fluxogramada rede de atendimento do Covid-19 do Piauí e a legislação acima mencionada;A NOMEAÇÃO da Assessora de Promotoria ANDRESSA MARIA FERREIRA BARBOSA DE AGUIAR para secretariar este procedimento;Para instrução do objeto e objetivo "i" acima declinado, a EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO à Sra. LUCÍLIA MARIA DANTAS MARREIROS, Diretora doHospital Regional Eustáquio Portela (HREP), REQUISITANDO-LHE, com as advertências de praxe, que, no prazo de 72h (setenta e duas)horas, seja apresentado PLANO OPERATIVO EMERGENCIAL do HREP para assistência e mitigação de danos às pessoas infectadas pelovírus, contendo as seguintes informações:A QUANTIDADE de leitos de enfermaria e de UTI, dentro da própria estrutura do HREP, que estão disponíveis para atendimento de casos deCOVID-19 e se há dentro do plano de ação emergencial a possibilidade de aumentar os números de leitos, em caso de aumento de incidênciados casos;O PLANEJAMENTO da assistência contendo o fluxo do atendimento (descrever as unidades de saúde públicas, privadas e filantrópicascontratadas que integrarão a rede de assistência de suporte ao Hospital);Os RECURSOS HUMANOS (qual o aporte de pessoal além dos descritos no CNES que atuarão em cada unidade de saúde acima descrita);A INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA (quais os serviços de imagem e laboratorial contratados para dar o suporte ao Hospital);Com vistas à instrução do objeto e objetivo "ii" acima exposto, A EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO à Direção Geral do Hospital Regional EustáquioPortela (HREP), requisitando-lhe também, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, as seguintes informações:a QUANTIDADE de leitos existentes destinados para atender à demanda decorrente da Pandemia de COVID-19, declinando, o tipo de leito (UTIe clínicos);o PLANEJAMENTO para implantação de novos para o tratamento da COVID19, em caso de aumento de incidência dos casos;o PREENCHIMENTO de PLANILHA LEITOS HOSPITALARES, enviada pelo MP, contendo o número de leitos existentes no HREP, leitoscontratados em outros serviços de saúde, se houver, e as respectivas datas, com encaminhamento da PLANILHA devidamente preenchida paraacompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO;Com o fito de instrução dos objetos "iii" e "iv" sobreditos, A EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO à Direção Geral do Hospital Regional Eustáquio Portela(HREP), requisitando-lhe também, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, as seguintes informações:a REALIZAÇÃO do inventário de EPI´s e TESTES DIAGNÓSTICOS, com base no preenchimento da PLANILHA EPI´S\TESTES, enviada peloMP, preenchendo-a sempre que o hospital receber e dispensar aos seus pacientes e a outras unidades de saúde porventura contratadas;o REGISTRO das quantidades recebidas da SESAPI, por aquisição própria e as doações recebidas, bem como, os respectivos descartes (EPIs etestes utilizados). Encaminhar, quinzenalmente,a PLANILHA devidamente preenchida para acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO, pormeio do email abaixo citado;a APRESENTAÇÃO, no mesmo prazo, do estoque atualizado e a previsão de data para esgotamento dos EPI´s e testes diagnósticos disponíveis;o PLANEJAMENTO ou as providências adotadas para sanar eventual desabastecimento de EPI´s e testes.O ENCAMINHAMENTO de cópia da PORTARIA em tablado ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), assinada eletronicamente,para conhecimento;A REMESSA de cópia desta PORTARIA ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS);O ENVIO da presente PORTARIA, em formato word, à Secretaria Geral para fins de publicação no Diário Oficial Eletrônico do MP/PI(DOEMP/PI), visando amplo conhecimento e controle social, certificando-se nos autos o envio e, posteriormente, a publicação oficial;A CIÊNCIA da PORTARIA em exame à COMUNIDADE, por todos os meios eletrônicos ou remoto disponíveis, para amplo controle social.As manifestações/documentos devem ser encaminhados à 2ª Promotoria de Justiça de Valença do Piauí/PI, pelo [email protected] a efeito as referidas diligências e esgotados os prazos fixados, FAÇAM-ME OS AUTOS CONCLUSOS, com tramitação virtual, paraulterior análise.Cumpra-se com urgência.Valença do Piauí/PI, 20 de abril de 2020.(assinado digitalmente)RAFAEL MAIA NOGUEIRAPromotor de Justiça titular da Promotoria de Justiça (PJ) de Monsenhor Gil,respondendo pela 2ª PJ de Valença do Piauí

PORTARIA N°. 01-04/2020INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVOO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por ingerência do titular da 1ª Promotoria de Justiça Civil da Comarca de Parnaíba, Estado doPiauí, responsável pela defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, no uso das atribuições que lhes são conferidas peloartigo 127, e pelo artigo 129, inciso III, ambos da Constituição Federal, artigo 26, inciso I, da Lei N°. 8.625/1993 e artigo 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual N°. 12/1993, neste ato instaura, o necessário Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar oabastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a disponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente daCOVID-19, no âmbito do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA, sito no Município de Parnaíba (PI) e, etc.,CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do artigo 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal de que: "São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ouatravés de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal Nº. 8.080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio deações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas",consoante redação do artigo 5º, inciso III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, inciso XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios,em seu âmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações deperigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderárequisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, § 2º, da Lei Nº. 8.080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento deações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal Nº. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispôs medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavrus, responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o artigo 3º, da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena,determinação de realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos

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específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS/GM Nº. 356, de 11 de março de 2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização dodisposto na Lei Nº. 13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrentedo Novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Novo Coronavírus, ou seja, momentoem que uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do Novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que, em 16/03/2020, foi publicado o Decreto Estadual Nº. 18.884/2020, dispondo, no âmbito do Estado do Piauí, sobre asmedidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação da situação mundial do Novo Coronavruscomo pandemia, institui o Comitê de Gestão de Crise, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, em 19/03/2020, mediante o Decreto Estadual Nº. 18.895/2020, foi declarado "estado de calamidade pública" no Estadodo Piauí, ao passo em que a União reconheceu calamidade pública em âmbito nacional em razão da Pandemia da COVID-19, no dia seguinte,em 20/03/2020, mediante Decreto Legislativo Nº. 06/2020;CONSIDERANDO a publicação dos Decretos Estaduais Nº. 18.901/2020 e Nº. 18.902/2020, que tratam sobre as medidas excepcionais voltadaspara o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do Covid-19;CONSIDERANDO que, em 20/03/2020, o Ministério da Saúde também reconheceu, por meio da Portaria Nº. 454/2020, o estado de transmissãocomunitária do coronavrus em todo o território nacional;CONSIDERANDO o Decreto Nº. 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei Nº. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, para definir osserviços públicos e as atividades essenciais;CONSIDERANDO a Medida Provisória Nº. 926, de 20 de março de 2020, que altera a Lei Nº. 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, para disporsobre procedimentos para aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus;CONSIDERANDO a RDC/ANVISA Nº. 356, de 23.03.2020, que dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para afabricação, importação e aquisição de dispositivos mdicos identificados como prioritrios para uso em serviços de sade, em virtude da emergnciade sade pblica internacional relacionada ao CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2);CONSIDERANDO a Portaria MS/GM Nº. 395, de 16/03/2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos deSaúde - Grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade-MAC, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações desaúde para o enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, sendo destinado ao Piauí a quantia de R$ 6.467.782,00 (seis milhões, quatrocentos esessenta e sete mil e setecentos e oitenta e dois reais);CONSIDERANDO a Portaria GM/MS Nº 480, de 23 de março de 2020, que estabelece recurso do Bloco de Custeio das Ações e ServiçosPúblicos de Saúde, a ser disponibilizado aos Estados e Distrito Federal, destinados às ações de saúde para o enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, contemplando o Estado do Piauí com o valor de R$ 9.198.707,30 (nove milhões, cento e noventa e oito mil e setecentos e sete reais etrinta centavos);CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução Nº. 30, de 06.03.2020 que aprovaos recursos da Portaria MS/GM Nº. 395, de 16/03/2020 destinando para a gestão estadual (SESAPI) aplicar de acordo com o Plano deContingência;CONSIDERANDO a deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Piauí (CIB\PI), por meio da Resolução Nº. 32, de 27.03.2020 que aprovaa distribuição ente os municípios dos recursos previstos na Portaria MS/GM Nº. 480, de 23.3.2020, estabelecendo que "dentre as despesasexecutadas pelos municpios com os recursos seja contemplada a aquisição de EPIs para os profissionais de sade";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos profissionais desaúde, para prevenção de infecções, e assim evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do vírus durante qualquer assistência à saúde prestada;CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº. 04/2020, contendo orientações para serviços de saúde sobre as medidas deprevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo Coronavírus(SARS-CoV-2);CONSIDERANDO que, em decorrência do atual contexto de surto epidêmico do COVID-19, foi publicizado o Plano de Contingência para oEnfrentamento da Infecção Humana pelo Coronavrus (2019-nCoV) do Estado do Piauí;CONSIDERANDO que, segundo previsto no referido plano, o Estado do Piauí deverá se adaptar às necessidades de ampliação do serviçohospitalar aos hospitais regionais dos territórios como retaguarda para dar cobertura em todo o Estado;CONSIDERANDO que o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA integra a rede de assistência hospitalar do Estado para atendimento daCOVID-19, como porta de entrada e referência estadual, conforme definido no sobredito Plano de Contingência;CONSIDERANDO que segundo definido no FLUXO PARA REFERENCIAMENTO DA COVID-19: PACIENTES DA REDE ASSISTENCIAL -OUTROS MUNICÍPIOS, os Hospitais Regionais de Referência Estadual realizarão a assistência aos pacientes referenciados pela rede hospitalardos municípios do interior do Estado que apresentem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), bem como, farão a regulação para asreferências terciárias (Instituto de Doenças Tropicais Natan PortelaIDTNP, Maternidade Dona Evangelina Rosa e Hospital Infantil Lucídio Portela);CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta Nº.01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomarciência dos Planos Municipais de Contingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme artigo 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP Nº. 02/2020,recomendando aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ Nº. 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO que o inc. II do artigo 8º, da Resolução Nº. 174, de 04 de julho de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, determinaque o procedimento administrativo é o instrumento próprio da atividade-fim destinado a acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticaspúblicas ou instituições;RESOLVE:INSTAURAR o presente Procedimento Administrativo, com o objetivo de acompanhar o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual(EPIs) e a disponibilidade de testes diagnósticos para atender a demanda decorrente da COVID19, adotando como diligências iniciais asseguintes providências:1. Expedição de ofício à Direção Geral do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA, solicitando, no prazo de 72h (setenta e duas horas), asseguintes providências:a) realizar o inventário de EPIs e TESTES DIAGNÓSTICOS, com base no preenchimento da PLANILHAEPIS\TESTES, enviada pelo MinistérioPúblico, preenchendo-a, sempre que o hospital receber e dispensar aos seus pacientes e a outras unidades de saúde, por ventura, contratadas.

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3.10. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BATALHA-PI11327

Registrar as quantidades recebidas da SESAPI, por aquisição própria e as doações recebidas, bem como, os respectivos descartes (EPIs etestes utilizados). Encaminhar, quinzenalmente, a PLANILHA devidamente preenchida para acompanhamento do MINISTÉRIO PÚBLICO,encaminhando ao [email protected] / [email protected];b) apresentar, no mesmo prazo, o estoque atualizado e a previsão de data para esgotamento dos EPIs e testes diagnósticos disponíveis;c) qual o planejamento ou as providências adotadas para sanar eventual desabastecimento de EPIs e testes;4. Autuação da presente Portaria, juntando cópias dos Decretos Estaduais Nº. 18.884/2020, Nº. 18.895/2020 e Nº. 18.901/2020, do Plano deContingência do Piauí, Fluxograma da rede de atendimento do Covid-19 do Piauí, da legislação acima mencionada, bem como, o Ofício-CircularNº. 06/2020/MPPI/PGJ/CAODS e demais documentos de apoio encaminhados pelo CAODS, via e-mail;5. Remessa desta Portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI,por e-mail, para conhecimento;6. Remessa desta Portaria, por meio eletrônico, à Secretaria Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;7. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, o servidor Sérgio Martins Moreira, lotado na 1ª Promotoria de Justiça de Parnaíba(PI).Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Parnaíba (PI), 14 de abril de 2020.ANTENOR FILGUEIRAS LÔBO NETOPromotor de Justiça Titular da 1ª Promotoria de Justiça de Parnaíba (PI)

PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 26/2020Objeto: converter Notícia de Fato em Procedimento Administrativo, com a finalidade de apurar notícia de possíveis irregularidades no fechamentode escolas da rede pública de ensino do Município de Batalha-PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ/2ª Promotoria de Justiça de Batalha, por intermédio de seu agente signatário, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 25, inciso IV, alínea "a", da Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), e:CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuaisindisponíveis (art. 127, Constituição da República Federativa do Brasil);CONSIDERANDO O que o texto constitucional estabelece, ainda, no artigo 206, os princípios e garantias que norteiam a oferta do ensino,destacando-se a garantia de padrão de qualidade;CONSIDERANDO que a Carta Magna preceitua que o dever do Estado com educação será efetivado mediante a garantia de atendimento aoeducando em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação eassistência à saúde (artigo 208, inciso VII);CONSIDERANDO O que, nos termos dos artigos 53, V e 54, VII, do Estatuto da Criança e do Adolescente, crianças e adolescentes têm direito deacesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência e a programas suplementares de material escolar, transporte, alimentação eassistência à saúde;CONSIDERANDO que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece em seu artigo 8°, §2°, que os Estados e os Municípios têmliberdade de organização dos respectivos sistemas de ensino;CONSIDERANDO que o artigo 206, VI, da Constituição Federal de 1988 e o artigo 217, inciso VI, da Constituição do Estado do Piauí consagrama gestão democrática como um dos princípios do ensino público;CONSIDERANDO que o artigo 228-A, da Constituição do Estado do Piauí determina que o Estado e os Municípios organizarão em regime decolaboração seus sistemas de ensino, inclusive com a participação da União;CONSIDERANDO que, de acordo com o princípio da gestão democrática do ensino, na área da educação, as decisões devem ser tomadas deforma coletiva e transparente, possibilitando que as opiniões dos estudantes, pais/responsáveis, funcionários e docentes sejam ouvidas econsideradas;CONSIDERANDO que a Lei Federal 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê que é direito dos pais ou responsáveis ter ciênciado processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais (artigo 53, parágrafo único);CONSIDERANDO que a Lei Federal 12.852/2013 (Estatuto da Juventude) também garante a participação efetiva da sociedade na gestãodemocrática do ensino (artigos 2°. II, e 12);CONSIDERANDO que, aliado à Constituição Federal (artigo 206, I), o artigo 53 do ECA contempla a obrigatoriedade do acesso e dapermanência na escola, reconhecendo que o desenvolvimento integral da criança e do adolescente requer uma forma específica de proteção quecompreende atividades pedagógicas, culturais e esportivas;CONSIDERANDO que o princípio da proibição do retrocesso social ou da aplicação progressiva dos direitos sociais, desdobramento do princípioda dignidade da pessoa humana, estabelece a obrigatoriedade da preservação dos direitos fundamentais já concretizados, impedindo que sejamdesconstituídas as prestações alcançadas pela sociedade;CONSIDERANDO que a Constituição da República é clara ao afirmar que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo eque o não oferecimento, ou a oferta irregular do ensino, importa responsabilidade da autoridade competente (art. 208, §1° e §2°);CONSIDERANDO queoart. 8° da Resolução 174/2017 do CNMP determina que "o procedimento administrativo é o instrumento próprio daatividade-fim destinado a: I - acompanhar o cumprimento das cláusulas de termo de ajustamento de conduta celebrado; II - acompanhar efiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições; III - apurar fato que enseje a tutela de interesses individuais indisponíveis; IV -embasar outras atividades não sujeitas a inquérito civil";CONSIDERANDO o lapso temporal entre a instauração da Notícia de Fato nº 000339-164/2019 até a presente data sem que as investigaçõestenham sido concluídas e havendo necessidade de diligências;CONSIDERANDO as representações ofertadas a esta Promotoria de Justiça, por meio de declarações e abaixo-assinados apresentados pormoradores de diversas localidades do Município de Batalha, versando sobre possíveis irregularidades no fechamento de algumas escolas darede municipal de ensino de Batalha-PI.CONSIDERANDO a inércia por parte do Município de Batalha-PI em não responder ofício, expedido por este órgão ministerial, solicitando aelaboração de relatório contendo: Análise de diagnóstico do impacto da ação, apresentação de plano de transporte escolar, devendo definir rotasdos transportes e tempo máximo dos alunos em deslocamento e relação dos monitores dos ônibus escolares.RESOLVE:Converter os autos da Notícia de Fato nº 000349-164/2019 em Procedimento Administrativo, procedendo-se as anotações em livro próprio edemais providências de costume, determinando, desde logo:a) Nomeio o servidor Marco Antonio Oliveira Fontinele para secretariar os trabalhos, sob termo de compromisso;b) A remessa de cópia da presente portaria à PGJ, para publicação em órgão Oficial (Diário do Ministério Público e Diário dos Municípios),afixando-a no local de costume;c) Seja dada ciência ao Centro de Apoio Operacional da Educação e Cidadania - CAODEC/MPPI;d) Reitere-se o ofício nº 186/2019 de origem desta Promotoria de Justiça, advertindo sobre o seu descumprimento injustificado, no prazo de 10

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3.11. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PIRACURUCA-PI11328

(dez) dias.Batalha-PI, 16 de abril de 2020.Silas Sereno LopesPromotor de Justiça¹¹Promotor de Justiça Titular da 1ª Promotoria de Justiça de Barras, respondendo cumulativamente pela PJ de Batalha/PI, conforme PortariaPGJ/PI nº 2694/2018, de 15 de outubro de 2018

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 47/2020RECOMENDAÇÃO MINISTERIAL Nº 37/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através do Promotor de Justiça titular da 2ª Promotoria de Justiça de Piracuruca, MárcioGiorgi Carcará Rocha, no uso de suas atribuições legais que lhe conferem o parágrafo único do artigo 3º do artigo da Lei 8.625/93 e Resolução164/2017 do CNMP;CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público à defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuaisindisponíveis (artigo 129 da CF e artigo 141 da Constituição do Estado do Piauí);CONSIDERANDO que a 2ª Promotoria de Justiça de Piracuruca, instaurou Procedimento Administrativo nº 47/2020, com o objetivo deacompanhar as instituições da rede privada de ensino de Piracuruca para manter os contratos firmados com os alunos em razão da pandemiacausada pelo novo coronavírus e assim conciliar os interesses dos consumidores e fornecedores;CONSIDERANDO as medidas de emergência de saúde pública, oriundas da Lei Estadual 13.979/2020, Decreto nº 18.884/2020 e Decreto nº18.902/2020, em razão da pandemia do novo coronavírus;CONSIDERANDO que a finalidade da presente Notificação Recomendatória é garantir o acesso aos ensinos infantil, fundamental, médio esuperior, além de conciliar os interesses dos fornecedores e consumidores, visando da melhor forma possível a solução do conflito pelos meiosautocompositivos, a exemplo da conciliação e mediação;CONSIDERANDO o que dispõe o artigo 1º da Resolução nº 164/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, dispõe que arecomendação é instrumento de atuação extrajudicial do Ministério Público por intermédio do qual este expõe, em ato formal, razões fáticas ejurídicas sobre determinada questão, com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar determinados atos em benefícioda melhoria dos serviços públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defendidos pela instituição, atuando,assim, como instrumento de prevenção de responsabilidades ou correção de condutas;CONSIDERANDO o art. 4º do CDC que dispõe que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como a transparência e a harmonização das relações consumeristas, atendidos, entre outros: I - reconhecimento davulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor; III -harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade dedesenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da ConstituiçãoFederal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;CONSIDERANDO a necessidade de garantir o acesso à educação básica e superior aos alunos, na rede privada de ensino, em razão do surto dadoença provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), por ser direito de todos e dever do Estado, da família e da iniciativa privada(arts. 6º, 205 e 209, da CF);CONSIDERANDO a suspensão das aulas decorrentes dos decretos de calamidade pública e emergência, baixados pelo Governo Federal eEstadual com restrição do direito e ir e vir das pessoas, atingido o Piauí, a exemplo do que está ocorrendo no país e no mundo, indicando anecessidade das famílias ficarem em casa;CONSIDERANDO a necessidade de o ensino infantil, fundamental, médio e superior ser ministrado à distância, em situações emergências,segundo dispõem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os regulamentos sobre a matéria (§ 4º, art. 32, Lei nº 9.394/1996, art. 9º, I;do Decreto nº 9.057/2007; Portarias MEC nº 343/2020 e 345/2020, e, Decreto nº 9.235/2017);CONSIDERANDO a necessidade de manter os contratos firmados entre as escolas, faculdades e os alunos, em razão de fato superveniente, nocaso, a pandemia causada pela pandemia (COVID-19), e assim conciliar os interesses dos consumidores e fornecedores, de modo a preservar oequilíbrio, boa-fé, confiança e lealdade nas relações de consumo (arts. 4º, III e 6º, V, do CDC);CONSIDERANDO as ponderações contidas na Nota Técnica n.º 14/2020/CGEMM/ DPDC/SENACON/MJ, que dispõe sobre os direitos dosconsumidores que contrataram serviços com instituições de ensino, mas que tiverem as aulas suspensas em razão do risco de propagação deCovid-19 - "coronavírus", sugerindo as entidades de defesa do consumidor para a tentava de se buscar a conciliação entre fornecedores econsumidores no mercado de ensino para que ambos cheguem a um entendimento acerca de qualquer uma das formas de encaminhamento dasolução do problema;CONSIDERANDO que poderá ser acrescido ao valor total anual montante proporcional à variação de custos a título de pessoal e de custeio,comprovado mediante apresentação de planilha de custo, mesmo quando esta variação resulte da introdução de aprimoramentos no processodidático-pedagógico, da mesma forma para o equilíbrio na relação de consumo (III, art. 4º, do CDC), havendo fato superveniente é razoável que,eventual variação de custos e custeio sejam repassados aos respectivos contratados firmados com os alunos (§§ 1º e 3º, do art. 1, Lei9.870/1999);RESOLVERECOMENDAR as instituições da rede privada de ensino de Piracuruca que, durante o período de pandemia causada pelo novo coronavírus,adotem as seguintes medidas:a) manter a execução dos contratos escolares firmados com os alunos, na forma pactuada, utilizando dos meios disponíveis de ensino a distânciacom a qualidade esperada pelo público alvo, com aulas que utilizem os meios digitais, enquanto durar a suspensão das aulas presenciais, demodo a garantir o acesso aos ensinos aos alunos, além de conciliar os interesses entre consumidores e fornecedores;b) demonstrar de forma clara, adequada e objetiva, aos consumidores, Procon/MPPI e aos demais órgãos integrados ao Sistema Estadual deDefesa do Consumidor - SEDC, bem como a esta 2ª Promotoria de Justiça de Piracuruca, a efetiva comprovação da prestação do serviçoenquanto durar a pandemia;c) apurada eventual redução de custos e custeio, estes, segundo o princípio da boa-fé, sejam repassadas aos consumidores a partir dasmensalidades do segundo semestre, no caso dos ensinos infantil, fundamental e médio;d) na impossibilidade da oferta aos alunos das medidas alternativas, segundo orientações e regulamentos do Ministério da Educação e Cultura(MEC), nessa situação, o mais razoável é que se reveja o contrato firmado entre as partes, segundo prescrevem os arts. 4º, I, III, 6º, V e art. 39, IIe IX, do CDC, ponderando é claro que a melhor forma da solução do conflito é a mediação entre os interessados, resguardado a garantia dodireito do consumidor no evento de força maior, amparado nos decretos dos Governos Federal e Estadual, respectivamente.e) para transparência dos §§ 1º e 3º do art. 1º da Lei nº 9.870/1999, recomenda-se as instituições de ensinos infantil, fundamental e médio a)apresentar planilha de custos na forma da citada lei, sem prejuízo da mesma forma, b) apresentar planilha de custos a título de pessoal (saláriosde professores, colaboradores e administração) e de custeio (água, luz, telefone, limpeza e conservação, etc), mediante apresentação dosrespectivos documentos comprobatórios, e c) apurada eventual redução de custos e custeio, decorrentes do fato superveniente, em virtude dapandemia do coronavírus, é razoável que sejam estes, na sua proporção, repassados aos respectivos contratados firmados com os alunos (§§ 1º

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3.12. DIRETORIA DE SEDE DO NÚCLEO DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE ESPERANTINA-PI11332

e 3º, do art. 1, Lei 9.870/1999);f)define-se o último mês de mensalidade do ano anterior e as médias dos últimos e próximos 03 (três) meses da publicação dos decretos decalamidade pública e emergência, em razão da pandemia coronavírus, expedidos pelos Governos Federal e Estadual, como data base paraapuração da planilha de custos e custeio para os fins que especifica o item e logo acima.O Ministério Público Estadual deverá ser comunicado, exclusivamente através do e-mail [email protected], no prazo de 05(cinco) dias a partir do recebimento da presente, sobre o acatamento dos termos desta Recomendação e da mesma forma apresentar no prazode 90 (noventa) dias a contar do recebimento desta, planilha de custos e custeio referente ao período definido nos itens e/f destarecomendatória.Fica advertido o destinatário dos seguintes efeitos das recomendações expedidas pelo Ministério Público:a) constituir em mora o destinatário quanto às providências recomendadas, podendo seu descumprimento implicar na adoção de medidasadministrativas e ações judiciais cabíveis;b) tornar inequívoca a demonstração da consciência a ilicitude;c) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade quando tal elemento subjetivo for exigido e;d) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Publique-se no Diário Oficial do Ministério Público do Estado do Piauí.Por fim, em atenção ao disposto artigo 9º da Resolução nº 164/2017 do CNMP, recomendo ao Executivo Municipal a divulgação adequada eimediata desta Recomendação no Diário Oficial do Município.Piracuruca, 20 de abril de 2020.(assinado digitalmente)MÁRCIO GIORGI CARCARÁ ROCHAPromotor de JustiçaPORTARIA Nº 67/2020OBJETO: instaurar Procedimento Administrativo nº 47/2020 para acompanhar as instituições da rede privada de ensino de Piracuruca paramanter os contratos firmados com os alunos em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus e assim conciliar os interesses dosconsumidores e fornecedores, em observância aos princípios que regem a política nacional das relações de consumo.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por meio do Promotor de Justiça infra-assinado, titular da 2ª Promotoria de Justiça dePiracuruca, no uso de suas atribuições legais e, com fulcro nas disposições contidas nos artigos 127 e 129, incisos I e III, da Constituição Federalde 1988 e artigo 26, inciso I da Lei Federal de nº 8.625/93;CONSIDERANDO que incumbe ao Ministério Público à defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuaisindisponíveis (artigo 129 da CF e artigo 141 da Constituição do Estado do Piauí);CONSIDERANDO as medidas de emergência de saúde pública, oriundas da Lei Estadual 13.979/2020, Decreto nº 18.884/2020 e Decreto nº18.902/2020, em razão da pandemia do novo coronavírus;CONSIDERANDO a necessidade de garantir o acesso à educação básica e superior aos alunos, na rede privada de ensino, em razão do surto dadoença provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), por ser direito de todos e dever do Estado, da família e da iniciativa privada(arts. 6º, 205 e 209, da CF);CONSIDERANDO a suspensão das aulas decorrentes dos decretos de calamidade pública e emergência, baixados pelo Governo Federal eEstadual com restrição do direito e ir e vir das pessoas, indicando a necessidade das famílias ficarem em casa;CONSIDERANDO a necessidade de o ensino infantil, fundamental, médio e superior ser ministrado à distância, em situações emergências,segundo dispõem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os regulamentos sobre a matéria (§ 4º, art. 32, Lei nº 9.394/1996, art. 9º, I;do Decreto nº 9.057/2007; Portarias MEC nº 343/2020 e 345/2020, e, Decreto nº 9.235/2017);CONSIDERANDO as ponderações contidas na Nota Técnica n.º 14/2020/CGEMM/ DPDC/SENACON/MJ, que dispõe sobre os direitos dosconsumidores que contrataram serviços com instituições de ensino, mas que tiverem as aulas suspensas em razão do risco de propagação deCovid-19 - "coronavírus", sugerindo as entidades de defesa do consumidor para a tentava de se buscar a conciliação entre fornecedores econsumidores no mercado de ensino para que ambos cheguem a um entendimento acerca de qualquer uma das formas de encaminhamento dasolução do problema;CONSIDERANDO o artigo 4º do Código de Defesa do Consumidor abordando sobre a Política Nacional das Relações de Consumo, tendo porobjetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesseseconômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os princípios davulnerabilidade do consumidor, da harmonização dos interesses, da informação, modos alternativos de solução de conflitos de consumo, coibiçãode abusos praticados no mercado de trabalho, racionalização e melhoria dos serviços públicos e estudo constante das modificações do mercadode consumo;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;RESOLVE:INSTAURAR o Procedimento Administrativo nº 47/2020, com o objetivo de acompanhar as instituições da rede privada de ensino dePiracuruca para manter os contratos firmados com os alunos em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus e assim conciliar osinteresses dos consumidores e fornecedores, em observância aos princípios que regem a política nacional das relações de consumo.DETERMINANDO, desde já, as seguintes diligências:Nomeação da Assessora de Promotoria de Justiça, Raylane Mirelle Sampaio Sales (mat. 15336), para secretariar este procedimento;Autue-se, rubrique-se e numere-se a presente portaria de instauração, realizando as devidas anotações no livro próprio e tabela deacompanhamento, afixando-a cópia da portaria em local de costume e arquivando-se cópia em pasta própria da Promotoria de Justiça;Seja remetida cópia desta portaria ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC) para conhecimento,conforme determina o art. 6º, 1º da Resolução nº 01/2018;Comunique-se, preferencialmente por via eletrônica, ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí acerca da referidainstauração, com envio da presente Portaria;Encaminhe-se cópia da presente portaria em formato Word, via e-mail, para fins de publicação da no Diário Oficial do Ministério Público, afixando-a no local de costume.Após, conclusos para deliberações.CUMPRA-SE.Expedientes necessários.Piracuruca - PI, 20 de abril de 2020.(assinado digitalmente)MARCIO GIORGI CARCARÁ ROCHAPromotor de Justiça

PORTARIA CONJUNTA nº 002/2020

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3.13. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE AMARANTE-PI11333

A DIRETORIA DE SEDE DO NÚCLEO DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE ESPERANTINA-PI, por intermédio de seu Diretor de Sede,Promotor de Justiça Dr. Raimundo Nonato Ribeiro Martins Júnior, no uso de suas atribuições legais, conferido pelo art. 1º, incisos I, III, IX e XVII eXXIV do Ato PGJ nº 823/2018;CONSIDERANDO o Ato PGJ nº. 999/2020, disponibilizado no DOMPPI em 14/04/2020, cuja publicação ocorreu em 15/04/2020, conferindo novaredação ao art. 1º do Ato PGJ n.º 997/2020, dispondo que o regime de teletrabalho, nos termos do ATO PGJ Nº 995/2020 (alterado pelo ATOPGJ Nº 996/2020), com a suspensão do expediente presencial do Ministério Público do Estado do Piauí, inclusive a participação dos membrosnos atos, sessões colegiadas e audiências judiciais, até o dia 30 de abril de 2020, como meio de restringir o contato social, diminuindo acirculação e aglomeração de pessoas com o fim de prevenir e conter o contágio pelo COVID-19 em prol da saúde pública, ressalvadas situaçõesque impossibilitem a sua adoção;CONSIDERANDO a citada prorrogação do período de teletrabalho no âmbito do Ministério Público do Estado do Piauí e a necessidade deadequação às atividades da Sede das Promotorias de Justiça de Esperantina/PI;RESOLVE:PRORROGAR A SUSPENSÃO de atendimento presencial ao público em geral, na Sede das Promotorias de Esperantina, até o dia 30 deabril de 2020, nos moldes do Ato PGJ n.º 999/2020.No mais, mantêm-se as demais disposições contidas na Portaria Conjunta nº 01/2020 da Diretoria de Sede das Promotorias de Justiça deEsperantina-PI.Publique-se no DOMPPI, no mural da Sede das Promotorias de Justiça de Esperantina.Esperantina (PI), 15 de abril de 2020.Raimundo Nonato Ribeiro Martins JúniorPromotor de Justiça Titular da 01ª Promotoria de Justiça de EsperantinaDiretor do Núcleo das Promotorias de Esperantina

Ref. ao PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS (PA´s) ns. 01 e 02/2020RECOMENDAÇÃO Nº 32/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da CF de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Públicodispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceirose, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento "anitário Internacional (R"I), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/M" nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentede medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de Fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realizaçãocompulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO, que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos , como tal, significa o risco potencial da doençainfecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas como de transmissãointerna;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de Março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novoCoronavírus;CONSIDERANDO que o art. 12 do referido Decreto dispõe que: "Fica recomendado aos organizadores ou produtores de eventos o cancelamentode eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais, religiosos e outros eventos de massa. § 1º Não sendo possível ocancelamento, recomenda-se que o evento ocorra sem público. § 2º Na impossibilidade de atender às recomendações indicadas no caput e § 1ºdeste artigo, fica recomendado o rigoroso cumprimento dos requisitos previstos na Portaria M" nº 1.139, de 10 de Junho de 2013";CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, com leitossuficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está fora da realidade dequalquer centro médico deste Estado;CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa;CONSIDERANDO a que a sobredita Portaria tem por finalidade prevenir e mitigar os riscos à saúde a que está exposta a população envolvidaem eventos de massa, a partir da definição de responsabilidades dos gestores do SUS, da saúde suplementar e do estabelecimento demecanismos de controle e coordenação de ação durante todas as fases de desenvolvimento dos eventos com foco nas ações de atenção àsaúde, incluindo promoção, proteção e vigilância e assistência à Saúde (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 2º);CONSIDERANDO a nota técnica conjunta nº 01/2020/ MPPI/ CAOCRIM/ CAODS que disciplina sobre a compulsoriedade das medidas paraenfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa;CONSIDERANDO o Decreto SEC/GOV nº 013/2020 do Município de Amarante-PI, que dispõe as medidas excepcionais a serem tomadas para oenfrentamento do COVID-19 e dá outras providências;

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3.14. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE PALMEIRAIS-PI11334

CONSIDERANDO o Decreto SEC/GOV nº 18.901/2020, de 19 de Março de 2020, do Governador do Estado do Piauí, que dispõe as medidasexcepcionais a serem tomadas para o enfrentamento do COVID-19 e dá outras providências, em vigor desde o dia 21 de março de 20202;CONSIDERANDO que, nos referidos Decretos, Estadual e Municipal, ficou determinda a suspensão de:- de todas as atividades de bares, restaurantes, lanchonetes, academias, salões de beleza, lojas e clubes, podendo ser realizado serviço delivery;- das atividades de saúde bucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadas ao atendimento de urgência e emergência;- de eventos esportivos, Missas e Cultos Religiosos;- das atividades comerciais, como venda de hortaliças e legumes, podendo ser realizado serviço delivery;CONSIDERANDO que, nos referidos decretos, ficou determinado o controle de fluxo de pessoas nas divisas do Estado e, com maior razão, noMunicípio de Amarante/PI, sendo tal controle exercido pela Vigilância Sanitária Municipal, de tudo sendo solicitado o apoio da Polícia Militar e,conforme o caso, da colaboração da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal;CONSIDERANDO que ficou determinado que controle de fluxo de pessoas será exercido por meio de abordagem das pessoas que cruzarem adivisa municipal, as quais receberão orientação e determinações expedidas pelo serviço de saúde com o objetivo de conter a contaminação donovo coronavirus;CONSIDERANDO que o descumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacionaldecorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019 - isolamento, quarentena, e realização compulsória de exames médicos, testeslaboratoriais e tratamentos médicos específicos - poderá se caracterizar como crime, a exemplo do de epidemia, infração de medida sanitáriapreventiva, desobediência e/ou desacato;CONSIDERANDO que, caso de recusa ou não cumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública, os gestoreslocais do SUS, os profissionais da área de saúde, os dirigentes da administração hospitalar e os agentes de vigilância epidemiológica poderãosolicitar auxílio de força policial;CONSIDERANDO que, visando evitar a propagação do COVID-19, no exercício do poder de polícia administrativa, a autoridade policial poderáencaminhar pessoa para a própria residência ou para estabelecimento hospitalar, de acordo com a determinação das autoridades sanitárias;CONSIDERANDO que o crime cometido for de menor potencial ofensivo, deverá ser lavrado o termo circunstanciado de ocorrência APENASmediante o compromisso de comparecimento a todos os atos processuais e cumprimento das medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública, sob pena de lavratura do auto de prisão em flagrante e encaminhamento ao local indicado pelas autoridades sanitárias, conformeart. 8º da Portaria Interinstitucional nº 05/202;CONSIDERANDO que o grande fluxo de pessoas se desloca diariamente para a cidade de Amarante-PI e da cidade de Amarante-PI mormentepor transporte clandestino de passageiros;CONSIDERANDO que compete, também, à Polícia Militar do Estado do Piauí a fiscalização do cumprimento das determinações do Poder Públicoque visam à prevenção ao contágio pelo Novo Coronavirus (COVID-19);CONSIDERANDO que o descumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional,nacional, estadual e municipal decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019/2020 - isolamento, quarentena, e realizaçãocompulsória de exames médicos, testes laboratoriais e tratamentos médicos específicos - poderá se caracterizar como crime, a exemplo do deepidemia, infração de medida sanitária preventiva, desobediência e/ou desacato.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor Comandante do GPM de Amarante/PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e sugestõesprevistas na Nota Técnica n° conjunta nº 01/2020/ MPPI/ CAOCRIM/ CAODS, acima referidas e outras com ela convergentes, QUE:PROCEDA à fiscalização do cumprimento das medidas constantes no Decreto SEC/GOV nº 18.901/2020, de 19 de Março de 2020, doGovernador do Estado do Piauí e no Decreto SEC/GOV nº 013/2020, do Município de Amarante/PI, bem como à adoção de todas as medidasnecessárias ao seu cumprimento, no âmbito territorial do Município de Amarante-PI, PRESTANDO APOIO À(S)VIGILÂNCIA(S) SANITÁRIA(S) MUNICIPAL(AIS) RESPECTIVA(S), especialmente,PARA O CUMPRIMENTO DA SUSPENSÃO: I - de todas as atividades de bares, restaurantes, lanchonetes, academias, salões de beleza, lojas eclubes, podendo ser realizado serviço delivery; II - das atividades de saúde bucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadasao atendimento de urgência e emergência; III - de eventos esportivos, Missas e Cultos Religiosos; e IV - das atividades comerciais, como vendade hortaliças e legumes, podendo ser realizado serviço delivery, utilizando-se da força, quando necessário, para que sejam cumpridas asdeterminações acima referidas, sob pena de crimes de desobediência e/ou desacato (CP, arts. 330 e 331, respectivamente), bem comoeventualmente de epidemia (CP, art. 267);ENVIDE ESFORÇOS NO CONTROLE DE FLUXO DE PESSOAS NAS DIVISAS dos Município de Amarante/PI, INTENSIFICANDO AFISCALIZAÇÃO SOBRE O TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL CLANDESTINO, com a colaboração da PolíciaFederal e da Polícia Rodoviária Federal, e noticiando a(s) respectiva(s) Vigilância(s) Sanitária(s) Municipal (ais), acerca da(s) ocorrência(s),encaminhando os veículos à local adequado e isolado para fins de avaliação e orientação dos seus passageiros pela Vigilância Sanitária;AUXILIE e PRESTE apoio à(s) VIGILÂNCIA(s) SANITÁRIA(s) MUNICIPAL(AIS) respectiva(s) no encaminhamento da pessoa para a própriaresidência ou para estabelecimento hospitalar, de acordo com a determinação das autoridades sanitárias, visando evitar a propagação doCOVID-19, no exercício do poder de polícia administrativa;Se o crime cometido for de menor potencial ofensivo, SEJA LAVRADO o TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO) APENASmediante o compromisso de comparecimento a todos os atos processuais E cumprimento das medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública, sob pena de lavratura do auto de prisão em flagrante e encaminhamento ao local indicado pelas autoridadessanitárias, conforme art. 8º da Portaria Interinstitucional nº 05/2020.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 1ª Promotoria de Justiça de Amarante/PI, pelo [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 10 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), assim como ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais(CAOCRIM), em arquivo editável, e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art.6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivosdestinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma cópia desta Notificação Recomendatória em tablado aos autos dos PROCEDIMENTOS ADMNISTRATIVOS (PA´s)ns. 01 e 02/2020, ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ouremoto disponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se. Amarante(PI), 20 de abril de 2020.AFONSO AROLDO FEITOSA ARAUJOPromotor de Justiça

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Ref. ao PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS (PA´s) ns. 01 e 02/2020RECOMENDAÇÃO Nº 33/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu Promotor de Justiça adiante assinado, no exercício de suas funções legais, econstitucionais, especialmente escudado no art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004, eCONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197 da CF de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Públicodispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceirose, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento "anitário Internacional (R"I), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/M" nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o emprego urgentede medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de Fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realizaçãocompulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO, que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos , como tal, significa o risco potencial da doençainfecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas como de transmissãointerna;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de Março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novoCoronavírus;CONSIDERANDO que o art. 12 do referido Decreto dispõe que: "Fica recomendado aos organizadores ou produtores de eventos o cancelamentode eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais, religiosos e outros eventos de massa. § 1º Não sendo possível ocancelamento, recomenda-se que o evento ocorra sem público. § 2º Na impossibilidade de atender às recomendações indicadas no caput e § 1ºdeste artigo, fica recomendado o rigoroso cumprimento dos requisitos previstos na Portaria M" nº 1.139, de 10 de Junho de 2013";CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, com leitossuficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está fora da realidade dequalquer centro médico deste Estado;CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa;CONSIDERANDO a que a sobredita Portaria tem por finalidade prevenir e mitigar os riscos à saúde a que está exposta a população envolvidaem eventos de massa, a partir da definição de responsabilidades dos gestores do SUS, da saúde suplementar e do estabelecimento demecanismos de controle e coordenação de ação durante todas as fases de desenvolvimento dos eventos com foco nas ações de atenção àsaúde, incluindo promoção, proteção e vigilância e assistência à Saúde (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 2º);CONSIDERANDO a nota técnica conjunta nº 01/2020/ MPPI/ CAOCRIM/ CAODS que disciplina sobre a compulsoriedade das medidas paraenfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa;CONSIDERANDO o Decreto SEC/GOV nº 013/2020 do Município de Palmeirais-PI, que dispõe as medidas excepcionais a serem tomadas parao enfrentamento do COVID-19 e dá outras providências;CONSIDERANDO o Decreto SEC/GOV nº 18.901/2020, de 19 de Março de 2020, do Governador do Estado do Piauí, que dispõe as medidasexcepcionais a serem tomadas para o enfrentamento do COVID-19 e dá outras providências, em vigor desde o dia 21 de março de 20202;CONSIDERANDO que, nos referidos Decretos, Estadual e Municipal, ficou determinda a suspensão de:- de todas as atividades de bares, restaurantes, lanchonetes, academias, salões de beleza, lojas e clubes, podendo ser realizado serviço delivery;- das atividades de saúde bucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadas ao atendimento de urgência e emergência;- de eventos esportivos, Missas e Cultos Religiosos;- das atividades comerciais, como venda de hortaliças e legumes, podendo ser realizado serviço delivery;CONSIDERANDO que, nos referidos decretos, ficou determinado o controle de fluxo de pessoas nas divisas do Estado e, com maior razão, noMunicípio de Palmeirais/PI, sendo tal controle exercido pela Vigilância Sanitária Municipal, de tudo sendo solicitado o apoio da Polícia Militar e,conforme o caso, da colaboração da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal;CONSIDERANDO que ficou determinado que controle de fluxo de pessoas será exercido por meio de abordagem das pessoas que cruzarem adivisa municipal, as quais receberão orientação e determinações expedidas pelo serviço de saúde com o objetivo de conter a contaminação donovo coronavirus;CONSIDERANDO que o descumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacionaldecorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019 - isolamento, quarentena, e realização compulsória de exames médicos, testeslaboratoriais e tratamentos médicos específicos - poderá se caracterizar como crime, a exemplo do de epidemia, infração de medida sanitáriapreventiva, desobediência e/ou desacato;CONSIDERANDO que, caso de recusa ou não cumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública, os gestoreslocais do SUS, os profissionais da área de saúde, os dirigentes da administração hospitalar e os agentes de vigilância epidemiológica poderãosolicitar auxílio de força policial;CONSIDERANDO que, visando evitar a propagação do COVID-19, no exercício do poder de polícia administrativa, a autoridade policial poderáencaminhar pessoa para a própria residência ou para estabelecimento hospitalar, de acordo com a determinação das autoridades sanitárias;CONSIDERANDO que o crime cometido for de menor potencial ofensivo, deverá ser lavrado o termo circunstanciado de ocorrência APENASmediante o compromisso de comparecimento a todos os atos processuais e cumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de

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3.15. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE ELESBÃO VELOSO-PI11335

saúde pública, sob pena de lavratura do auto de prisão em flagrante e encaminhamento ao local indicado pelas autoridades sanitárias, conformeart. 8º da Portaria Interinstitucional nº 05/202;CONSIDERANDO que o grande fluxo de pessoas se desloca diariamente para a cidade de Palmeirais-PI e da cidade de Palmeirais-PI mormentepor transporte clandestino de passageiros;CONSIDERANDO que compete, também, à Polícia Militar do Estado do Piauí a fiscalização do cumprimento das determinações do Poder Públicoque visam à prevenção ao contágio pelo Novo Coronavirus (COVID-19);CONSIDERANDO que o descumprimento das medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional,nacional, estadual e municipal decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019/2020 - isolamento, quarentena, e realizaçãocompulsória de exames médicos, testes laboratoriais e tratamentos médicos específicos - poderá se caracterizar como crime, a exemplo do deepidemia, infração de medida sanitária preventiva, desobediência e/ou desacato.RESOLVE RECOMENDAR:Ao Senhor Comandante do GPM de Palmeirais/PI, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e sugestõesprevistas na Nota Técnica n° conjunta nº 01/2020/ MPPI/ CAOCRIM/ CAODS, acima referidas e outras com ela convergentes, QUE:PROCEDA à fiscalização do cumprimento das medidas constantes no Decreto SEC/GOV nº 18.901/2020, de 19 de Março de 2020, doGovernador do Estado do Piauí e no Decreto SEC/GOV nº 013/2020, do Município de Palmeirais/PI, bem como à adoção de todas as medidasnecessárias ao seu cumprimento, no âmbito territorial do Município de Palmeirais-PI, PRESTANDO APOIO À(S)VIGILÂNCIA(S) SANITÁRIA(S) MUNICIPAL(AIS) RESPECTIVA(S), especialmente,PARA O CUMPRIMENTO DA SUSPENSÃO: I - de todas as atividades de bares, restaurantes, lanchonetes, academias, salões de beleza, lojas eclubes, podendo ser realizado serviço delivery; II - das atividades de saúde bucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadasao atendimento de urgência e emergência; III - de eventos esportivos, Missas e Cultos Religiosos; e IV - das atividades comerciais, como vendade hortaliças e legumes, podendo ser realizado serviço delivery, utilizando-se da força, quando necessário, para que sejam cumpridas asdeterminações acima referidas, sob pena de crimes de desobediência e/ou desacato (CP, arts. 330 e 331, respectivamente), bem comoeventualmente de epidemia (CP, art. 267);ENVIDE ESFORÇOS NO CONTROLE DE FLUXO DE PESSOAS NAS DIVISAS dos Município de Palmeirais/PI, INTENSIFICANDO AFISCALIZAÇÃO SOBRE O TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL CLANDESTINO, com a colaboração da PolíciaFederal e da Polícia Rodoviária Federal, e noticiando a(s) respectiva(s) Vigilância(s) Sanitária(s) Municipal (ais), acerca da(s) ocorrência(s),encaminhando os veículos à local adequado e isolado para fins de avaliação e orientação dos seus passageiros pela Vigilância Sanitária;AUXILIE e PRESTE apoio à(s) VIGILÂNCIA(s) SANITÁRIA(s) MUNICIPAL(AIS) respectiva(s) no encaminhamento da pessoa para a própriaresidência ou para estabelecimento hospitalar, de acordo com a determinação das autoridades sanitárias, visando evitar a propagação doCOVID-19, no exercício do poder de polícia administrativa;Se o crime cometido for de menor potencial ofensivo, SEJA LAVRADO o TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO) APENASmediante o compromisso de comparecimento a todos os atos processuais E cumprimento das medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública, sob pena de lavratura do auto de prisão em flagrante e encaminhamento ao local indicado pelas autoridadessanitárias, conforme art. 8º da Portaria Interinstitucional nº 05/2020.Desde já, adverte que a não observância desta Recomendação implicará na adoção das medidas judiciais cabíveis, caracterizando o dolo, má-féou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidadeadministrativa quando tal elemento subjetivo for exigido, devendo ser encaminhada à 1ª Promotoria de Justiça de Palmeirais/PI, pelo [email protected], as providências tomadas e os documentos comprobatórios hábeis a provar o cumprimento destaRecomendação, ao final do prazo de 10 (cinco) dias úteis.A partir da data da entrega da presente RECOMENDAÇÃO, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ considera sua destinatária comopessoalmente CIENTE da situação ora exposta, e portanto, demonstração da consciência da ilicitude do recomendado.ENCAMINHE-SE cópia da Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para publicação no Diário OficialEletrônico do Ministério Público do Estado do Piauí (DOEMP/PI), assim como ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais(CAOCRIM), em arquivo editável, e ao próprio Conselho Superior do Ministério Público (CSMP/PI), para conhecimento, conforme disposto no art.6º, §1º, da Resolução n. 001/2008 do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí, via e-mail institucional, e aos seus respectivosdestinatários.ENCARTE-SE, por fim, uma cópia desta Notificação Recomendatória em tablado aos autos dos PROCEDIMENTOS ADMNISTRATIVOS (PA´s)ns. 01 e 02/2020, ante a urgência da situação, bem como se proceda ao encaminhamento dela à comunidade, por todos os meios eletrônicos ouremoto disponíveis, para amplo controle social.Publique-se, registre-se e encarte-se.Palmeirais(PI), 20 de abril de 2020.AFONSO AROLDO FEITOSA ARAUJOPromotor de Justiça

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 09/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua Promotora de Justiça, respondendo pela Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso/PI,no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b",da Lei n° 8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que a finalidade da presente Recomendação é garantir e adotar medidas preventivas à propagação da COVID-19, visandomanter a capacidade de atendimento dos serviços de saúde aos pacientes que necessitem, seguindo as orientações do Plano de ContingênciaNacional para Infecção Humana e do Plano Estadual de Contingência para Emergência em Saúde Pública, os quais definem estratégias deatuação para enfrentamento do novo coronavírus;CONSIDERANDO a edição, pelo Banco Central do Brasil (BCB), da Circular nº 3.991, de 19 de março de 2020, que objetiva assegurar a saúdeda sociedade em decorrência do Covid-19 e ao mesmo tempo garantir a prestação de serviços essenciais;CONSIDERANDO o artigo 268 do Código Penal Brasileiro, que tipifica como crime o ato de infringir determinação do poder público, destinada aimpedir a introdução ou propagação de doença contagiosa;CONSIDERANDO que o CDC, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, seu art. 6º, I, prevê como direitos básicos do consumidor a saúde, a vidae a segurança;CONSIDERANDO que o mesmo diploma legal acima, em seu art. 8º, caput, dispõe que "os produtos e serviços colocados no mercado deconsumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de suanatureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito";CONSIDERANDO que "o fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, oucolocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação", (art. 8º,§ 2º, CDC);CONSIDERANDO que "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre suaregulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou

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jurídica de direito privado", nos termos do art. 197, da CF/88;CONSIDERANDO que dispõe o artigo 1º da Resolução nº 164/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, que a recomendação éinstrumento de atuação extrajudicial do Ministério Público por intermédio do qual este expõe, em ato formal, razões fáticas e jurídicas sobredeterminada questão, com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar determinados atos em benefício da melhoria dosserviços públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defendidos pela instituição, atuando, assim, comoinstrumento de prevenção de responsabilidades ou correção de condutas;CONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, como preceitua o art. 127 da Carta Magna;CONSIDERANDO o art. 4º do CDC que dispõe que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como a transparência e a harmonização das relações consumeristas, atendidos, entre outros:I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor;III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidadede desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da ConstituiçãoFederal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;CONSIDERANDO que a vida, a saúde, a segurança e a paz são bens jurídicos inalienáveis e indissociáveis do princípio da dignidade da pessoahumana (art. 4º, caput do CDC);CONSIDERANDO que os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, presteminformações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial, conforme § 4º do art. 55, da Lei Consumerista Pátria;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO o "INFORME FEBRABAN" veiculado pela FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS, instituição que congrega instituiçõesfinanceiras bancárias, com atuação no território nacional, e associações representativas de instituições financeiras e congêneres, de âmbitonacional ou regional de que: "as agências bancárias permanecem abertas, com atendimento aos seus clientes, sendo que terão prioridade ospúblicos mais vulneráveis, como os de aposentados e pensionistas. O setor reforça a divulgação dos meios digitais para evitar aglomeração emagências, atendendo às recomendações das autoridades sanitárias para compartilhar dos esforços feitos em todo o país para conter ad isseminação da pandemia ident i f i cada pe la Organ ização Mund ia l da Saúde (OMS)" . ( in te rmid ia1 .com.br /news-clientes/febraban/44/informe.html?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Disparo-20-0...)CONSIDERANDO as in ic ia t ivas do setor para min imizar os efe i tos do Covid-19, conf i ra conteúdo sobre o tema:https://portal.febraban.org.br/pagina/3277/1101/pt-br/covid-19CONSIDERANDO os efeitos do Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020 e suas alterações supervenientes, e Decreto nº 18.902, de 23 demarço de 2020, federal e estadual respectivamente, que determinam aos estabelecimentos de serviços essenciais, dentre os quais de naturezabancária, devem funcionar de acordo com determinações sanitárias expedidas pela Secretaria Estadual de Saúde, bem como, seja adotado ocontrole de fluxo de pessoa, de modo a impedir aglomerações; Decreto nº 10.282/2020 (...) § 7º Na execução dos serviços públicos e dasatividades essenciais de que trata este artigo devem ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da covid -19."A Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso resolve:RECOMENDAR às agências bancárias, lotéricas, correspondentes bancários, cooperativas de crédito e demais instituições congêneresinstaladas no Município de Elesbão Veloso que observem as normas de proteção e defesa do consumidor, nos seguintes termos:1. Ajustar o horário para atendimento ao público no período mínimo das 10 horas às 14 horas, em suas dependências enquanto persistir asituação de risco à saúde pública decorrente do novo Coronavírus (Covid-19);2. Adotar atendimentos exclusivos e diferenciados para o público-alvo: idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiências entre 9 horas e 10horas;3. Afixar aviso em local visível em suas dependências, bem como comunicar aos clientes, pelos demais canais de atendimentos disponíveis,sobre o horário de atendimento;4. Adotar medidas para que, entre os consumidores que esperam para entrar nas agências bancárias, seja observada uma distância mínima de1,5m (um metro e meio), com marcadores visíveis no caso daqueles que já se encontram no interior da agência para que mantenham distânciasegura entre si, sem prejuízo de ser destinado um ou mais funcionários, a depender da demanda, para controlar o fluxo de pessoas dentro e forado estabelecimento, bem como fiscalizar a distância mínima recomendada entre cada indivíduo;5. Restringir o atendimento presencial, para limitar o ingresso nas dependências exclusivamente de clientes/usuários que tenham demandasurgentes, inadiáveis e indispensáveis, que sejam inviáveis de resolver por outras formas de atendimentos, a exemplo de plataformas virtuais ououtras disponíveis.6. Assegurar, com prioridade, os atendimentos relativos aos programas sociais do Governo Federal, e serviços bancários a reduzir asconsequências econômicas do novo Coronavírus, bem como as pessoas que comprovem pertencerem ao grupo de risco, estarem com doençasgraves e demais públicos prioritários;7. Disponibilizar álcool gel 70% aos consumidores, em locais de fácil acesso no interior das agências bancárias, devendo o (s) funcionário (s) seresponsabilizar por tal medida;8. Higienizar constantemente os caixas eletrônicos, teclados, principalmente teclas e local de uso comum para a aposição da digital, além deequipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneiraostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação (incluído pela Lei nº 13.486/2017);9. Disponibilizar contato telefônico e e-mail para agendamento de atendimento exclusivamente com hora marcada, como forma de evitaraglomerações no interior das agências.Para o atendimento desta recomendatória pelas LOTÉRICAS, cinge-se observar apenas os itens: 4, 6, 7 e 8.A presente recomendação tem natureza preventiva, dá ciência e constitui em mora o destinatário quanto às providências solicitadas e poderáimplicar a adoção de todas as providências processuais cabíveis, em sua máxima extensão, em face da violação dos dispositivos legais acimareferidos, tendo como finalidade assegurar a observância dos direitos e interesses dos consumidores.Frise-se que esta não exclui outras medidas porventura necessárias para corrigir atos praticados em desacordo com os atos normativos e demaislegislação citada.Fica consignado, em razão da URGÊNCIA,a) o prazo de 05 (cinco) dias para os Notificados se manifestarem sobre a Notificação Recomendatória, através do e-mail: [email protected] , eda mesma formab) comprovar a adoção das medidas já efetivadas quanto ao atendimento desta recomendatória com efeitos no Decreto nº 10.282/2020.A omissão na remessa de resposta no prazo estabelecido será considerada como recusa ao cumprimento da recomendação, ensejando aadoção das medidas legais pertinentes, a exemplo de fiscalizações pelo Procon.Como medida PREVENTIVA, em caso de aglomerações acima do limite recomendado, na parte interna ou externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, recomenda-se que às autoridades policiais e sanitárias do Município, envidem esforços para adoçãodas providências cabíveis, seguindo os atos e normas expedidas pela união, estado e municípios.

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Oficie-se, com cópia, a Procuradora-Geral de Justiça do Estado do Piauí, para conhecimento.REGISTRE-SE no SIMP e PUBLIQUE-SE a presente recomendação no diário oficial eletrônico do MPPI.Elesbão Veloso/PI, 15 de abril de 2020.MICHELINE RAMALHO SEREJO SILVAPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 08/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso/PI, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 03.02.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúdepública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de Fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.03.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de Março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estadodo Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial donovo coronavírus;CONSIDERANDO que o art. 12 do referido Decreto dispõe que: "Fica recomendado aos organizadores ou produtores de eventos ocancelamento de eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais, religiosos e outros eventos de massa. § 1ºNão sendo possível o cancelamento, recomenda-se que o evento ocorra sem público. § 2º Na impossibilidade de atender às recomendaçõesindicadas no caput e § 1º deste artigo, fica recomendado o rigoroso cumprimento dos requisitos previstos na Portaria MS nº 1.139, de 10 deJunho de 2013";CONSIDERANDO a alta escalabilidade viral do COVID-19, exigente de infraestrutura hospitalar (pública ou privada) adequada, comleitos suficientes e composta com aparelhos respiradores em quantidade superior à população em eventual contágio, o que está forada realidade de qualquer centro médico deste Estado;CONSIDERANDO a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, a qual prevê, em seu Anexo CII, o regramento relacionado aoPlanejamento, Execução e Avaliação das Ações de Vigilância e Assistência à Saúde em Eventos de Massa.;CONSIDERANDO que a sobredita Portaria tem por finalidade prevenir e mitigar os riscos à saúde a que está exposta a populaçãoenvolvida em eventos de massa, a partir da definição de responsabilidades dos gestores do SUS, da saúde suplementar e doestabelecimento de mecanismos de controle e coordenação de ação durante todas as fases de desenvolvimento dos eventos com foconas ações de atenção à saúde, incluindo promoção, proteção e vigilância e assistência à Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art.2º);CONSIDERANDO que para efeito de planejamento, execução e avaliação das ações de vigilância e assistência à saúde em eventos de massa,são adotados os seguintes conceitos: (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º) I - Evento de Massa (EM): atividade coletiva de naturezacultural, esportiva, comercial, religiosa, social ou política, por tempo pré-determinado, com concentração ou fluxo excepcional de pessoas, deorigem nacional ou internacional, e que, segundo a avaliação das ameaças, das vulnerabilidades e dos riscos à saúde pública exijam a atuaçãocoordenada de órgãos de saúde pública da gestão municipal, estadual e federal e requeiram o fornecimento de serviços especiais de saúde,públicos ou privados (Sinonímia: grandes eventos, eventos especiais, eventos de grande porte); (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º, I) II -organizador de evento: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, civil ou militar, responsável pelo planejamento erealização do evento de massa; (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º, II) III - autoridade sanitária: órgão ou agente público competente daárea da saúde, com atribuição legal no âmbito da vigilância e da atenção à saúde; (Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º, III); IV - autoridadefiscalizadora competente: agente público competente da vigilância sanitária e da saúde suplementar, com poder de polícia administrativo;(Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º, IV) V - agente público regulador: autoridade pública sanitária, delegada pelo Gestor Local, que temcomo função realizar a articulação entre os diversos níveis assistenciais do sistema de saúde, visando melhor resposta para as necessidades dopaciente, ou seja, Médico Regulador da Central de Regulação das Urgências e/ou Central de Regulação de Leitos e/ou Complexo Regulatório;(Origem: PRT MS/GM 1139/2013, Art. 4º, V)o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela agente ministerial adiante subscrita, no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolve:RECOMENDAR:1) aos MUNICÍPIOS DE ELESBÃO VELOSO/PI, FRANCINÓPOLIS, VÁRZEA GRANDE, TANQUE DO PIAUÍ E BARRA D'ALCÂNTARA, e aosORGANIZADORES DE EVENTOS NESTAS CIDADES, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas e denatureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:SEJAM CANCELADOS, pelo prazo de 30 dias ou até a cessação da decretação de emergência em saúde pública, todos os eventos, públicose/ou particulares de massa, shows, atividades desportivas e congêneres já programados, bem como, se abstenha de realizar novos eventos,conforme determinado no art. 12º do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de Março de 2020;SEJAM REALIZADAS campanhas educativas, com o fito de de orientar os cidadãos e coibir aglomerações, como forma de barrar o avançodas contaminações pelo coronavírus.2) aos GRUPAMENTOS DA POLÍCIA MILITAR dos respectivos municípios, para que em caso de descumprimento da recomendação supra,proceda a interdição do local de realização do evento, além de condução dos responsáveis à Delegacia de Polícia de Elesbão Veloso/PI paraadoção dos procedimentos cabíveis.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos: a) tornar inequívoca a demonstração daconsciência da ilicitude do recomendado; b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futurasresponsabilizações em sede de ação civil pública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido; c) constituir-se

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3.16. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDES-PI11337

em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais;FIXA-SE o prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso, pelo e-mail [email protected] as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.ENCAMINHE-SE a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diárioeletrónico do Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro deApoio Operacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Elesbão Veloso/PI, 19 de Março de 2020.VALESCA CALAND NORONHAPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 09/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº ___/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Conceição do Canindé/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos

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Municípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº ____/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Conceição do Canindé/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Conceição do Canindé;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Conceição do Canindé contenha, como elementos mínimos a realidadee estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 21/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações

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emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Conceição do Canindé;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Conceição do Canindé contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;

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8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 12/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº ___/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de São Francisco de Assis do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado do

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Piauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº ____/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de São Francisco deAssis do Piauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de São Francisco de Assis do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de São Francisco de Assis do Piauí contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providênciasnecessárias de modo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados decoronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 24/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;

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CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de São Francisco de Assis do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de São Francisco de Assis do Piauí contenha, como elementos mínimos arealidade e estrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou da

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Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 22/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novo

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coronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Bela Vista do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Bela Vista do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 10/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº ___/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Bela Vista do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita

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diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº ____/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Bela Vista do PIauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Bela Vista do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Bela Vista do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade e

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estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 11/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº ___/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Floresta do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;

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CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº ____/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de Floresta do Piauí/PI"determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Florests do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Floresta do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 23/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas

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sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Floresta do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Floresta do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade e estruturasanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo que em talinstrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);

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4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 06/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 000268-237/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Campinas do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;

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CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 000268-237/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 dejulho de 2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de Campinas doPiauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Campinas do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Campinas do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 18/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:

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CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Campinas do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Campinas do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade e

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estrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 05/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 000270-237/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Santo Inácio do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta

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internacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 000270-237/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 dejulho de 2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de Santo Ináciodo Piauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Santo Inácio do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Santo Inácio do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidadee estrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

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RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 17/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológico

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local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Santo Inácio do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Santo Inácio do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo queem tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BELA VISTA DO PIAUÍPORTARIA Nº 07/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 000272-237/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Ribeira do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.

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CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 000272-237/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 dejulho de 2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de Ribeira doPiauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Ribeira do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Ribeira do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.

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Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 19/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuições

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legais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Ribeira do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Ribeira do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade e estruturasanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo que em talinstrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de JustiçaRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA nº. 20/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b", da Lei n°8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);

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CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, representado pela(o) agente ministerial adiante subscrita(o), no exercício de suas atribuiçõeslegais, resolveRECOMENDAR ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal, administrativas ede natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenário epidemiológicolocal, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúde e da SESAPI,bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação daenfermidade no âmbito do município de Socorro do Piauí;2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Socorro do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade e estruturasanitárias disponíveis, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias de modo que em talinstrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentes comunitáriosde saúde e agente de combate a endemias);4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteção ouprotetor facial, máscara, avental hipermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, do Protocolo deManejo Clínico para o Novo Coronavírus , e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DAINFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );5.que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações e outrasmanifestações, empregando, para tanto, a Ouvidoria do SUS;6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços de saúde -quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da Prefeitura Municipal e/ou daSecretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos em locais de grandeacesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aqueles divulgadospela Secretaria de Estado da Saúde;8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.Ficam os destinatários da recomendação advertidos dos seguintes efeitos dela advindos:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.d) fixa-se o prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à Promotoria de Justiça de Paes Landim, pelo e-mail ([email protected]) as providênciastomadas e a documentação hábil a provar o fiel cumprimento para o seu cumprimento.Encaminhe-se a presente Recomendação para que seja publicada no Diário da Justiça do Estado, no Diário dos Municípios, no diário eletrônicodo Ministério Público, bem como se remetam cópias ao Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Piauí, ao Centro de ApoioOperacional da Saúde e aos respectivos destinatários.Simplício Mendes, 18 de março de 2020.

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PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇAPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SIMPLÍCIO MENDESPORTARIA Nº 08/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 000274-237/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Socorro do Piauí/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Simplício Mendes, no usodas atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, daLei Complementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à

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3.17. 1ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE FLORIANO-PI11338

propagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 000274-237/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 dejulho de 2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito de Socorro doPiauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;4. Recomendar ao senhor Secretário Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:4.1. a pronta adoção de providências para a elaboração e aplicação do Plano de Contingência Municipal, voltado para o cenárioepidemiológico local, visando à redução dos riscos de transmissão do coronavírus (COVID-19), conforme recomendações do Ministério da Saúdee da SESAPI, bem assim dispondo serviços e recursos voltados à prevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atualsituação da enfermidade no âmbito do município de Socorro do Piauí;4.2. que o Plano de Contingência para a Infecção pelo Coronavírus de Socorro do Piauí contenha, como elementos mínimos a realidade eestrutura sanitária disponível, estimando objetivamente a cronologia da implantação de cada uma das providências necessárias demodo que em tal instrumento esteja definido o fluxo de atendimento para os casos suspeitos e confirmados de coronavírus;4.3. que se definam equipes de profissionais para as ações de vigilância e resposta (inclusive, equipes de campo, em especial, agentescomunitários de saúde e agente de combate a endemias);4.4. que se organizem providências que garantam estoques estratégicos de recursos materiais e EPIs, a saber: gorro, óculos de proteçãoou protetor facial, máscara, avental impermeável de mangas longas, luvas de procedimentos, para atender casos suspeitos (Pag. 22, doProtocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e na pág. 14, do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTODA INFECÇÃO HUMANA PELO CORONAVÍRUS 2019-nCoV do Estado do Piauí );4.5. que se operacionalize, torne disponível e se dê conhecimento ao público de canal de comunicação para atender dúvidas, reclamações eoutras manifestações, empregando, preferencialmente, a Ouvidoria do SUS;4.6. que se ofereça material informativo (com orientações sobre as formas de transmissão, sintomas, profilaxia, fluxo de serviços desaúde - quando se deve buscar a UBS, hospital de referência ou outro serviço na região, etc.) no endereço de internet da PrefeituraMunicipal e/ou da Secretaria Municipal de Saúde, ou por meio de rádio comunitária (e outras emissoras que a tanto possam aderir), panfletos emlocais de grande acesso de pessoas, divulgação na rede escolar, nas unidades de saúde, bem como por intermédio dos agentes comunitários desaúde e de combate a endemias, sem prejuízo de outros meios que atendam à população como um todo;4.7. que, quando da divulgação de informações à comunidade, utilizar-se, obrigatoriamente, de dados oficiais, especialmente aquelesdivulgados pela Secretaria de Estado da Saúde;4.8. que se realize a capacitação de todos os profissionais atuantes na atenção básica, em especial agentes comunitários de saúde e decombate a endemias, para que atuem em face do coronavírus, buscando, para tanto, sempre que necessário, auxílio técnico das respectivasRegionais de Saúde.5. Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos os servidores lotados nesta Promotoria de Justiça.Publique-se. Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.Simplício Mendes, 19 de março de 2020.Emmanuelle Martins Neiva Dantas Rodrigues BeloPromotora de Justiça

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 40/2020(PA - 000035-101/2020)Recomenda à Secretaria Municipal de Saúde de São José do Peixe, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de São José do Peixe(Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, aoHospital de Pequeno Porte/Unidade Mista de Saúde Teresa Cristina, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentosde serviços funerários em que se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes dotratamento de pacientes infectados, a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte docorpo, velórios e sepultamentos e descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da

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emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 06 (seis) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 12.056 (doze mil e cinquenta e seis) casosconfirmados e 553 (quinhentos e cinquenta e três) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO, que, consoante fartas evidências, mesmo após a morte da pessoa contaminada pelo vírus transmissor do COVID-19, oseu cadáver e os tecidos e fluidos retirados têm potencial para continuar transmitindo a doença àqueles que manuseiam ou seaproximam do corpo;CONSIDERANDO que, a partir dessa constatação, recentes manifestações de órgãos sanitários, como a Nota Técnica COES MINAS COVID-19nº 03, de 20 de março de 2020, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e o Informe Técnico nº 55/2020, da Secretaria Municipal deSaúde de São Paulo, têm orientado os "profissionais de assistência à morte", como médicos legistas, técnicos de autópsia e trabalhadoresfunerários, sobre as técnicas corretas de manuseio dos cadáveres;CONSIDERANDO que, a exemplo de revelar a necessidade de observância desses cuidados, no âmbito normativo, foi editado pelo PoderExecutivo de São Paulo o Decreto Estadual nº 64.880, de 20 de março de 2020, o qual determina que a Secretaria de Saúde e a Secretaria deSegurança Pública deverão, em seus respectivos âmbitos, em especial no Instituto de Medicina Legal e nos Serviços de Verificação de Óbitos,adotar as providências necessárias para que as atividades de manejo de corpos e necropsias no contexto de pandemia do COVID-19 nãoconstituam ameaça à incolumidade física das equipes de saúde, nem aumentem o risco de contágio;CONSIDERANDO que a adoção de medidas preventivas à contaminação por doença de propagação coletiva deve ser exigida pelo PoderPúblico;CONSIDERANDO que as instituições privadas, especialmente hospitais e funerárias, também possuem o dever de garantir a observância detodas as medidas profiláticas para conter a propagação do COVID-19, visando assegurar o gozo do direito à saúde pela coletividade;CONSIDERANDO, ainda, que há técnicas de prevenção à contaminação do meio ambiente, em especial o solo e o lençol freático, que devem serobedecidas quando do descarte de tecidos e líquidos corpóreos, dentre as quais pode se citar as normatizadas na Resolução nº 358/2005, doCONAMA, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências, aplicável nãosomente no âmbito das clínicas e dos hospitais, mas também nos serviços de medicina legal, necrotérios, funerárias, etc.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Saúde de São José do Peixe, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de São Josédo Peixe (Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal doPiauí, ao Hospital de Pequeno Porte/Unidade Mista de Saúde Teresa Cristina, na pessoa de seus representantes legais, e aosempreendimentos de serviços funerários em que se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúdedecorrentes do tratamento de pacientes infectados, a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparaçãoe transporte do corpo, velórios e sepultamentos e descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimasfatais, notadamente:Medidas a serem observadas durante os procedimentos de autópsia e preparação de corpos:O número de funcionários presentes ao executar esses procedimentos deve ser restringido ao mínimo necessário;Higienizar as mãos antes e após o preparo do corpo, com água e sabão;Os EPIs para os profissionais que realizam a autopsia incluem: luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malhasintética à prova de corte; macacão usado sob um avental ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botasimpermeáveis e máscaras N95 ou superior;Os EPIs devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados apropriadamente, como resíduos infectantes;Resíduos perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, e com o símbolo de resíduoinfectante;Após remoção dos EPI, sempre proceder à higienização das mãos.Artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para limpeza e desinfecção/esterilização, consoante rotina do serviço, e em conformidadecom a normatização;Câmeras, telefones, computadores e outros itens que ficam na sala de necropsia, ou preferencialmente na antessala, se possível, devem sertratados como artigos contaminados e devem ser limpos e desinfetados conforme recomendação do fabricante.Para os demais trabalhadores que manipulam corpos humanos são recomendados os seguintes EPIs: luvas não estéreis e nitrílicas aomanusear materiais potencialmente infecciosos.Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila, avental limpo, de mangascompridas, resistente a líquidos ou impermeável, para proteger a roupa, protetor facial de plástico ou uma máscara cirúrgica e óculos paraproteger o rosto, olhos, nariz e boca de fluidos corporais potencialmente infecciosos, que possam respingar durante os procedimentos;Garantir às salas de autopsia sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreasadjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;Se uma autópsia for realizada recomenda-se a coleta das seguintes amostras pós-morte: amostra clínica pós morte para testes de SARS-CoV, o vírus que causa o Covid-19; cotonetes do trato respiratório superior: Cotonete nasofaríngeo e Cotonete orofaríngeo (Cotonete NP e OP) -Swab do trato respiratório inferior: swab pulmonar de cada pulmão - amostras clínicas separadas para teste de outros patógenos respiratórios eoutros testes pós-mortem. - tecidos de autópsia fixados em formalina do pulmão, vias aéreas superiores e outros órgãos principais;O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA, se for recirculado. Além disso, o ar dos sistemas de exaustãoao redor da mesa de autopsia, deve ser dirigido para baixo e para longe dos trabalhadores que realizam os procedimentos de autópsia;Os procedimentos geradores de aerossóis devem ser restringidos ao mínimo necessário;Sempre que possível, devem ser utilizadas cabines de biossegurança para o manuseio e exame de amostras;Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;Evitar utilizar serra óssea oscilante. Se necessário, conectar uma "cobertura" a vácuo para conter aerossóis. Utilize tesouras manuais;Realizar limpeza das superfícies com água e detergente e proceder à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1% (pisos e paredes) ouálcool a 70% (bancadas, mesas, maca). Quando a limpeza estiver concluída e o EPI tiver sido removido, higienize as mãosimediatamente.;O serviço de saúde que encaminhar o corpo deverá comunicar ao agente funerário das medidas de precaução.b) Medidas a serem observadas no descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais:Acondicionar os resíduos de serviços de saúde atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e àsnormas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos;Garantir que os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e àsnormas da ABNT;

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Somente transferir os resíduos de serviços de saúde para estações e sistemas de tratamento e disposição final licenciadas pelo órgão ambientalcompetente;Atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes para fins delançamento na rede pública de esgoto ou em corpo receptor de efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços desaúde;Promover a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, conforme classificação definidapela Resolução CONAMA nº 358/2005, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção dasaúde e do meio ambiente;Quanto aos resíduos do Grupo A1, constantes do anexo I da Resolução CONAMA nº 358/2005, submetê-los a processos de tratamento emequipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados paraaterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.c) Medidas a serem observadas para o transporte de corpos:O transporte do cadáver deve ser feito conforme procedimentos de rotina, com utilização de revestimentos impermeáveis para impedir ovazamento de líquido;O carro funerário deve ser submetido à limpeza e desinfecção de rotina após o transporte do cadáver;Transportar o corpo somente após as amostras terem sido coletadas e o corpo ter sido ensacado;O transporte do corpo deve ser feito por meio de saco impermeável, selado e identificado;Desinfetar a parte externa do saco plástico com desinfetante hospitalar registrado na ANVISA, aplicado conforme as recomendações dofabricante;Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco plástico para o corpo.d) Medidas a serem observadas durante os velórios e sepultamento:Evitar o contato físico com o corpo, pois o vírus permanece viável em fluidos corpóreos, e também em superfícies ambientais;Evitar a presença de pessoas sintomáticas respiratórias; se porventura é imprescindível que venham ao funeral precisam usar máscara cirúrgicacomum, e permanecer no local o menor tempo possível;Evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico entre os participantes do funeral;Enfatizar a necessidade de higienização das mãos;Disponibilizar água e papel toalha e álcool gel para higienização das mãos;Manter limpas as instalações sanitárias e demais ambientes;Deve ser evitada a presença de alimentos nas dependências de realização do funeral;Manter a urna fechada com visor durante todo o funeral e, quando possível, mantê-la fechada INCLUSIVE na despedida final, evitando tocar oubeijar o corpo;Para sepultamento em outro município que não o local onde ocorreu o óbito, manter a urna lacrada desde o transporte;O embalsamamento não é recomendado, a menos que haja controles apropriados para gerenciar os procedimentos de geração deaerossóis.e) Medidas a serem observadas no Serviço de Verificação de Óbito (SVO)Recomenda-se que os serviços de saúde públicos e privados não enviem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para o Serviço deVerificação de Óbito (SVO), excetuando-se as situações em que a realização de necropsia seja imprescindível;Em casos de óbitos por suspeita de infecção por Covid-19 com exames já colhidos em vida, os corpos não sejam encaminhados aoSVO e as Declarações de Óbito (DOs) sejam emitidas no próprio hospital ou serviço de saúde com "a esclarecer";Em casos de óbitos de pessoas com doenças crônicas, com diagnósticos previamente estabelecidos, a declaração de óbito deverá ser emitidapelo médico assistente ou por substituto;Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde, por meio deswab na cavidade nasal e de orofaringe, para posterior investigação pela equipe de vigilância local;Diante de um óbito hospitalar em consequência comprovada da infecção por Covid -19, os médicos da instituição já devem emitirdeclaração de óbito (DO) e não devem solicitar necropsia;Diante de casos suspeitos recomenda-se realizar o quanto antes a coleta de material conforme instruções do Ministério da Saúde, a fim de que odiagnóstico seja dado laboratorialmente, sem necessidade de realização de necropsia, caso haja um desfecho letal.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde eao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 14 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 41/2020(PA - 000036-101/2020)Recomenda à Secretaria Municipal de Saúde de Nazaré do Piauí, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Nazaré do Piauí(Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, aoHospital Municipal Esperança Garcia, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviços funerários em quese verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento de pacientes infectados, aobservância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velórios e sepultamentos edescarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,

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8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 06 (seis) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 12.056 (doze mil e cinquenta e seis) casosconfirmados e 553 (quinhentos e cinquenta e três) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO, que, consoante fartas evidências, mesmo após a morte da pessoa contaminada pelo vírus transmissor do COVID-19, oseu cadáver e os tecidos e fluidos retirados têm potencial para continuar transmitindo a doença àqueles que manuseiam ou seaproximam do corpo;CONSIDERANDO que, a partir dessa constatação, recentes manifestações de órgãos sanitários, como a Nota Técnica COES MINAS COVID-19nº 03, de 20 de março de 2020, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e o Informe Técnico nº 55/2020, da Secretaria Municipal deSaúde de São Paulo, têm orientado os "profissionais de assistência à morte", como médicos legistas, técnicos de autópsia e trabalhadoresfunerários, sobre as técnicas corretas de manuseio dos cadáveres;CONSIDERANDO que, a exemplo de revelar a necessidade de observância desses cuidados, no âmbito normativo, foi editado pelo PoderExecutivo de São Paulo o Decreto Estadual nº 64.880, de 20 de março de 2020, o qual determina que a Secretaria de Saúde e a Secretaria deSegurança Pública deverão, em seus respectivos âmbitos, em especial no Instituto de Medicina Legal e nos Serviços de Verificação de Óbitos,adotar as providências necessárias para que as atividades de manejo de corpos e necropsias no contexto de pandemia do COVID-19 nãoconstituam ameaça à incolumidade física das equipes de saúde, nem aumentem o risco de contágio;CONSIDERANDO que a adoção de medidas preventivas à contaminação por doença de propagação coletiva deve ser exigida pelo PoderPúblico;CONSIDERANDO que as instituições privadas, especialmente hospitais e funerárias, também possuem o dever de garantir a observância detodas as medidas profiláticas para conter a propagação do COVID-19, visando assegurar o gozo do direito à saúde pela coletividade;CONSIDERANDO, ainda, que há técnicas de prevenção à contaminação do meio ambiente, em especial o solo e o lençol freático, que devem serobedecidas quando do descarte de tecidos e líquidos corpóreos, dentre as quais pode se citar as normatizadas na Resolução nº 358/2005, doCONAMA, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências, aplicável nãosomente no âmbito das clínicas e dos hospitais, mas também nos serviços de medicina legal, necrotérios, funerárias, etc.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Saúde de Nazaré do Piauí, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Nazaré doPiauí (Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal doPiauí, ao Hospital Municipal Esperança Garcia, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviçosfunerários em que se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento depacientes infectados, a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velóriose sepultamentos e descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais, notadamente:Medidas a serem observadas durante os procedimentos de autópsia e preparação de corpos:O número de funcionários presentes ao executar esses procedimentos deve ser restringido ao mínimo necessário;Higienizar as mãos antes e após o preparo do corpo, com água e sabão;Os EPIs para os profissionais que realizam a autopsia incluem: luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malhasintética à prova de corte; macacão usado sob um avental ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botasimpermeáveis e máscaras N95 ou superior;Os EPIs devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados apropriadamente, como resíduos infectantes;Resíduos perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, e com o símbolo de resíduoinfectante;Após remoção dos EPI, sempre proceder à higienização das mãos.Artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para limpeza e desinfecção/esterilização, consoante rotina do serviço, e em conformidadecom a normatização;Câmeras, telefones, computadores e outros itens que ficam na sala de necropsia, ou preferencialmente na antessala, se possível, devem sertratados como artigos contaminados e devem ser limpos e desinfetados conforme recomendação do fabricante.Para os demais trabalhadores que manipulam corpos humanos são recomendados os seguintes EPIs: luvas não estéreis e nitrílicas aomanusear materiais potencialmente infecciosos.Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila, avental limpo, de mangascompridas, resistente a líquidos ou impermeável, para proteger a roupa, protetor facial de plástico ou uma máscara cirúrgica e óculos paraproteger o rosto, olhos, nariz e boca de fluidos corporais potencialmente infecciosos, que possam respingar durante os procedimentos;Garantir às salas de autopsia sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreasadjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;Se uma autópsia for realizada recomenda-se a coleta das seguintes amostras pós-morte: amostra clínica pós morte para testes de SARS-

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CoV, o vírus que causa o Covid-19; cotonetes do trato respiratório superior: Cotonete nasofaríngeo e Cotonete orofaríngeo (Cotonete NP e OP) -Swab do trato respiratório inferior: swab pulmonar de cada pulmão - amostras clínicas separadas para teste de outros patógenos respiratórios eoutros testes pós-mortem. - tecidos de autópsia fixados em formalina do pulmão, vias aéreas superiores e outros órgãos principais;O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA, se for recirculado. Além disso, o ar dos sistemas de exaustãoao redor da mesa de autopsia, deve ser dirigido para baixo e para longe dos trabalhadores que realizam os procedimentos de autópsia;Os procedimentos geradores de aerossóis devem ser restringidos ao mínimo necessário;Sempre que possível, devem ser utilizadas cabines de biossegurança para o manuseio e exame de amostras;Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;Evitar utilizar serra óssea oscilante. Se necessário, conectar uma "cobertura" a vácuo para conter aerossóis. Utilize tesouras manuais;Realizar limpeza das superfícies com água e detergente e proceder à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1% (pisos e paredes) ouálcool a 70% (bancadas, mesas, maca). Quando a limpeza estiver concluída e o EPI tiver sido removido, higienize as mãosimediatamente.;O serviço de saúde que encaminhar o corpo deverá comunicar ao agente funerário das medidas de precaução.b) Medidas a serem observadas no descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais:Acondicionar os resíduos de serviços de saúde atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e àsnormas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos;Garantir que os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e àsnormas da ABNT;Somente transferir os resíduos de serviços de saúde para estações e sistemas de tratamento e disposição final licenciadas pelo órgão ambientalcompetente;Atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes para fins delançamento na rede pública de esgoto ou em corpo receptor de efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços desaúde;Promover a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, conforme classificação definidapela Resolução CONAMA nº 358/2005, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção dasaúde e do meio ambiente;Quanto aos resíduos do Grupo A1, constantes do anexo I da Resolução CONAMA nº 358/2005, submetê-los a processos de tratamento emequipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados paraaterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.c) Medidas a serem observadas para o transporte de corpos:O transporte do cadáver deve ser feito conforme procedimentos de rotina, com utilização de revestimentos impermeáveis para impedir ovazamento de líquido;O carro funerário deve ser submetido à limpeza e desinfecção de rotina após o transporte do cadáver;Transportar o corpo somente após as amostras terem sido coletadas e o corpo ter sido ensacado;O transporte do corpo deve ser feito por meio de saco impermeável, selado e identificado;Desinfetar a parte externa do saco plástico com desinfetante hospitalar registrado na ANVISA, aplicado conforme as recomendações dofabricante;Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco plástico para o corpo.d) Medidas a serem observadas durante os velórios e sepultamento:Evitar o contato físico com o corpo, pois o vírus permanece viável em fluidos corpóreos, e também em superfícies ambientais;Evitar a presença de pessoas sintomáticas respiratórias; se porventura é imprescindível que venham ao funeral precisam usar máscara cirúrgicacomum, e permanecer no local o menor tempo possível;Evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico entre os participantes do funeral;Enfatizar a necessidade de higienização das mãos;Disponibilizar água e papel toalha e álcool gel para higienização das mãos;Manter limpas as instalações sanitárias e demais ambientes;Deve ser evitada a presença de alimentos nas dependências de realização do funeral;Manter a urna fechada com visor durante todo o funeral e, quando possível, mantê-la fechada INCLUSIVE na despedida final, evitando tocar oubeijar o corpo;Para sepultamento em outro município que não o local onde ocorreu o óbito, manter a urna lacrada desde o transporte;O embalsamamento não é recomendado, a menos que haja controles apropriados para gerenciar os procedimentos de geração deaerossóis.e) Medidas a serem observadas no Serviço de Verificação de Óbito (SVO)Recomenda-se que os serviços de saúde públicos e privados não enviem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para o Serviço deVerificação de Óbito (SVO), excetuando-se as situações em que a realização de necropsia seja imprescindível;Em casos de óbitos por suspeita de infecção por Covid-19 com exames já colhidos em vida, os corpos não sejam encaminhados aoSVO e as Declarações de Óbito (DOs) sejam emitidas no próprio hospital ou serviço de saúde com "a esclarecer";Em casos de óbitos de pessoas com doenças crônicas, com diagnósticos previamente estabelecidos, a declaração de óbito deverá ser emitidapelo médico assistente ou por substituto;Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde, por meio deswab na cavidade nasal e de orofaringe, para posterior investigação pela equipe de vigilância local;Diante de um óbito hospitalar em consequência comprovada da infecção por Covid -19, os médicos da instituição já devem emitirdeclaração de óbito (DO) e não devem solicitar necropsia;Diante de casos suspeitos recomenda-se realizar o quanto antes a coleta de material conforme instruções do Ministério da Saúde, a fim de que odiagnóstico seja dado laboratorialmente, sem necessidade de realização de necropsia, caso haja um desfecho letal.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no Diário

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Eletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde eao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 13 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 44/2020(PA - 000039-101/2020)Recomenda à Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Ayres, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Francisco Ayres(Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, aoHospital de Pequeno Porte/Unidade Mista de Saúde Vicente Lucas de Brito, na pessoa de seus representantes legais, e aosempreendimentos de serviços funerários em que se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúdedecorrentes do tratamento de pacientes infectados, a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparaçãoe transporte do corpo, velórios e sepultamentos e descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimasfatais.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 06 (seis) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 12.056 (doze mil e cinquenta e seis) casosconfirmados e 553 (quinhentos e cinquenta e três) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO, que, consoante fartas evidências, mesmo após a morte da pessoa contaminada pelo vírus transmissor do COVID-19, oseu cadáver e os tecidos e fluidos retirados têm potencial para continuar transmitindo a doença àqueles que manuseiam ou seaproximam do corpo;CONSIDERANDO que, a partir dessa constatação, recentes manifestações de órgãos sanitários, como a Nota Técnica COES MINAS COVID-19nº 03, de 20 de março de 2020, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e o Informe Técnico nº 55/2020, da Secretaria Municipal deSaúde de São Paulo, têm orientado os "profissionais de assistência à morte", como médicos legistas, técnicos de autópsia e trabalhadoresfunerários, sobre as técnicas corretas de manuseio dos cadáveres;CONSIDERANDO que, a exemplo de revelar a necessidade de observância desses cuidados, no âmbito normativo, foi editado pelo PoderExecutivo de São Paulo o Decreto Estadual nº 64.880, de 20 de março de 2020, o qual determina que a Secretaria de Saúde e a Secretaria deSegurança Pública deverão, em seus respectivos âmbitos, em especial no Instituto de Medicina Legal e nos Serviços de Verificação de Óbitos,adotar as providências necessárias para que as atividades de manejo de corpos e necropsias no contexto de pandemia do COVID-19 nãoconstituam ameaça à incolumidade física das equipes de saúde, nem aumentem o risco de contágio;CONSIDERANDO que a adoção de medidas preventivas à contaminação por doença de propagação coletiva deve ser exigida pelo PoderPúblico;CONSIDERANDO que as instituições privadas, especialmente hospitais e funerárias, também possuem o dever de garantir a observância detodas as medidas profiláticas para conter a propagação do COVID-19, visando assegurar o gozo do direito à saúde pela coletividade;CONSIDERANDO, ainda, que há técnicas de prevenção à contaminação do meio ambiente, em especial o solo e o lençol freático, que devem serobedecidas quando do descarte de tecidos e líquidos corpóreos, dentre as quais pode se citar as normatizadas na Resolução nº 358/2005, doCONAMA, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências, aplicável nãosomente no âmbito das clínicas e dos hospitais, mas também nos serviços de medicina legal, necrotérios, funerárias, etc.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Ayres, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de FranciscoAyres (Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal doPiauí, ao Hospital de Pequeno Porte/Unidade Mista de Saúde Vicente Lucas de Brito, na pessoa de seus representantes legais, e aosempreendimentos de serviços funerários em que se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúdedecorrentes do tratamento de pacientes infectados, a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparaçãoe transporte do corpo, velórios e sepultamentos e descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimasfatais, notadamente:Medidas a serem observadas durante os procedimentos de autópsia e preparação de corpos:O número de funcionários presentes ao executar esses procedimentos deve ser restringido ao mínimo necessário;

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Higienizar as mãos antes e após o preparo do corpo, com água e sabão;Os EPIs para os profissionais que realizam a autopsia incluem: luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malhasintética à prova de corte; macacão usado sob um avental ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botasimpermeáveis e máscaras N95 ou superior;Os EPIs devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados apropriadamente, como resíduos infectantes;Resíduos perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, e com o símbolo de resíduoinfectante;Após remoção dos EPI, sempre proceder à higienização das mãos.Artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para limpeza e desinfecção/esterilização, consoante rotina do serviço, e em conformidadecom a normatização;Câmeras, telefones, computadores e outros itens que ficam na sala de necropsia, ou preferencialmente na antessala, se possível, devem sertratados como artigos contaminados e devem ser limpos e desinfetados conforme recomendação do fabricante.Para os demais trabalhadores que manipulam corpos humanos são recomendados os seguintes EPIs: luvas não estéreis e nitrílicas aomanusear materiais potencialmente infecciosos.Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila, avental limpo, de mangascompridas, resistente a líquidos ou impermeável, para proteger a roupa, protetor facial de plástico ou uma máscara cirúrgica e óculos paraproteger o rosto, olhos, nariz e boca de fluidos corporais potencialmente infecciosos, que possam respingar durante os procedimentos;Garantir às salas de autopsia sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreasadjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;Se uma autópsia for realizada recomenda-se a coleta das seguintes amostras pós-morte: amostra clínica pós morte para testes de SARS-CoV, o vírus que causa o Covid-19; cotonetes do trato respiratório superior: Cotonete nasofaríngeo e Cotonete orofaríngeo (Cotonete NP e OP) -Swab do trato respiratório inferior: swab pulmonar de cada pulmão - amostras clínicas separadas para teste de outros patógenos respiratórios eoutros testes pós-mortem. - tecidos de autópsia fixados em formalina do pulmão, vias aéreas superiores e outros órgãos principais;O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA, se for recirculado. Além disso, o ar dos sistemas de exaustãoao redor da mesa de autopsia, deve ser dirigido para baixo e para longe dos trabalhadores que realizam os procedimentos de autópsia;Os procedimentos geradores de aerossóis devem ser restringidos ao mínimo necessário;Sempre que possível, devem ser utilizadas cabines de biossegurança para o manuseio e exame de amostras;Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;Evitar utilizar serra óssea oscilante. Se necessário, conectar uma "cobertura" a vácuo para conter aerossóis. Utilize tesouras manuais;Realizar limpeza das superfícies com água e detergente e proceder à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1% (pisos e paredes) ouálcool a 70% (bancadas, mesas, maca). Quando a limpeza estiver concluída e o EPI tiver sido removido, higienize as mãosimediatamente.;O serviço de saúde que encaminhar o corpo deverá comunicar ao agente funerário das medidas de precaução.b) Medidas a serem observadas no descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais:Acondicionar os resíduos de serviços de saúde atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e àsnormas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos;Garantir que os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e àsnormas da ABNT;Somente transferir os resíduos de serviços de saúde para estações e sistemas de tratamento e disposição final licenciadas pelo órgão ambientalcompetente;Atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes para fins delançamento na rede pública de esgoto ou em corpo receptor de efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços desaúde;Promover a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, conforme classificação definidapela Resolução CONAMA nº 358/2005, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção dasaúde e do meio ambiente;Quanto aos resíduos do Grupo A1, constantes do anexo I da Resolução CONAMA nº 358/2005, submetê-los a processos de tratamento emequipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados paraaterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.c) Medidas a serem observadas para o transporte de corpos:O transporte do cadáver deve ser feito conforme procedimentos de rotina, com utilização de revestimentos impermeáveis para impedir ovazamento de líquido;O carro funerário deve ser submetido à limpeza e desinfecção de rotina após o transporte do cadáver;Transportar o corpo somente após as amostras terem sido coletadas e o corpo ter sido ensacado;O transporte do corpo deve ser feito por meio de saco impermeável, selado e identificado;Desinfetar a parte externa do saco plástico com desinfetante hospitalar registrado na ANVISA, aplicado conforme as recomendações dofabricante;Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco plástico para o corpo.d) Medidas a serem observadas durante os velórios e sepultamento:Evitar o contato físico com o corpo, pois o vírus permanece viável em fluidos corpóreos, e também em superfícies ambientais;Evitar a presença de pessoas sintomáticas respiratórias; se porventura é imprescindível que venham ao funeral precisam usar máscara cirúrgicacomum, e permanecer no local o menor tempo possível;Evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico entre os participantes do funeral;Enfatizar a necessidade de higienização das mãos;Disponibilizar água e papel toalha e álcool gel para higienização das mãos;Manter limpas as instalações sanitárias e demais ambientes;Deve ser evitada a presença de alimentos nas dependências de realização do funeral;Manter a urna fechada com visor durante todo o funeral e, quando possível, mantê-la fechada INCLUSIVE na despedida final, evitando tocar oubeijar o corpo;Para sepultamento em outro município que não o local onde ocorreu o óbito, manter a urna lacrada desde o transporte;O embalsamamento não é recomendado, a menos que haja controles apropriados para gerenciar os procedimentos de geração deaerossóis.e) Medidas a serem observadas no Serviço de Verificação de Óbito (SVO)Recomenda-se que os serviços de saúde públicos e privados não enviem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para o Serviço deVerificação de Óbito (SVO), excetuando-se as situações em que a realização de necropsia seja imprescindível;Em casos de óbitos por suspeita de infecção por Covid-19 com exames já colhidos em vida, os corpos não sejam encaminhados aoSVO e as Declarações de Óbito (DOs) sejam emitidas no próprio hospital ou serviço de saúde com "a esclarecer";Em casos de óbitos de pessoas com doenças crônicas, com diagnósticos previamente estabelecidos, a declaração de óbito deverá ser emitida

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pelo médico assistente ou por substituto;Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde, por meio deswab na cavidade nasal e de orofaringe, para posterior investigação pela equipe de vigilância local;Diante de um óbito hospitalar em consequência comprovada da infecção por Covid -19, os médicos da instituição já devem emitirdeclaração de óbito (DO) e não devem solicitar necropsia;Diante de casos suspeitos recomenda-se realizar o quanto antes a coleta de material conforme instruções do Ministério da Saúde, a fim de que odiagnóstico seja dado laboratorialmente, sem necessidade de realização de necropsia, caso haja um desfecho letal.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde eao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 14 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 42/2020(PA - 000037-101/2020)Recomenda à Secretaria Municipal de Saúde de Floriano, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Floriano (Responsável pelosCemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, Hospital RegionalTibério Nunes - HRTN, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviços funerários em que se verifique omanuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento de pacientes infectados, a observância decuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velórios e sepultamentos e descarte deresíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 032, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei Federal nº 13.979, de 06 defevereiro de 2020, bem como dispõe sobre as medidas temporárias a serem adotadas no âmbito do Município de Floriano para a prevenção eenfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo Coronavírus - COVID - 19, e dá outras providências;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 038, de 21 de março de 2020, que dispõe acerca da adoção de medidas urgentes,inclusive com a suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e de serviços, bem como as atividades da construçãocivil, exceto os estabelecimentos que menciona, para enfrentamento da calamidade na saúde pública de importância internacional decorrente donovo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Município de Floriano, e dá outras providências;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 06 (seis) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 12.056 (doze mil e cinquenta e seis) casosconfirmados e 553 (quinhentos e cinquenta e três) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO, que, consoante fartas evidências, mesmo após a morte da pessoa contaminada pelo vírus transmissor do COVID-19, oseu cadáver e os tecidos e fluidos retirados têm potencial para continuar transmitindo a doença àqueles que manuseiam ou seaproximam do corpo;

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CONSIDERANDO que, a partir dessa constatação, recentes manifestações de órgãos sanitários, como a Nota Técnica COES MINAS COVID-19nº 03, de 20 de março de 2020, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e o Informe Técnico nº 55/2020, da Secretaria Municipal deSaúde de São Paulo, têm orientado os "profissionais de assistência à morte", como médicos legistas, técnicos de autópsia e trabalhadoresfunerários, sobre as técnicas corretas de manuseio dos cadáveres;CONSIDERANDO que, a exemplo de revelar a necessidade de observância desses cuidados, no âmbito normativo, foi editado pelo PoderExecutivo de São Paulo o Decreto Estadual nº 64.880, de 20 de março de 2020, o qual determina que a Secretaria de Saúde e a Secretaria deSegurança Pública deverão, em seus respectivos âmbitos, em especial no Instituto de Medicina Legal e nos Serviços de Verificação de Óbitos,adotar as providências necessárias para que as atividades de manejo de corpos e necropsias no contexto de pandemia do COVID-19 nãoconstituam ameaça à incolumidade física das equipes de saúde, nem aumentem o risco de contágio;CONSIDERANDO que a adoção de medidas preventivas à contaminação por doença de propagação coletiva deve ser exigida pelo PoderPúblico;CONSIDERANDO que as instituições privadas, especialmente hospitais e funerárias, também possuem o dever de garantir a observância detodas as medidas profiláticas para conter a propagação do COVID-19, visando assegurar o gozo do direito à saúde pela coletividade;CONSIDERANDO, ainda, que há técnicas de prevenção à contaminação do meio ambiente, em especial o solo e o lençol freático, que devem serobedecidas quando do descarte de tecidos e líquidos corpóreos, dentre as quais pode se citar as normatizadas na Resolução nº 358/2005, doCONAMA, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências, aplicável nãosomente no âmbito das clínicas e dos hospitais, mas também nos serviços de medicina legal, necrotérios, funerárias, etc.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Saúde de Floriano, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Floriano(Responsável pelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, aoHospital Regional Tibério Nunes - HRTN, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviços funerários emque se verifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento de pacientes infectados,a observância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velórios e sepultamentos edescarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais, notadamente:Medidas a serem observadas durante os procedimentos de autópsia e preparação de corpos:O número de funcionários presentes ao executar esses procedimentos deve ser restringido ao mínimo necessário;Higienizar as mãos antes e após o preparo do corpo, com água e sabão;Os EPIs para os profissionais que realizam a autopsia incluem: luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malhasintética à prova de corte; macacão usado sob um avental ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botasimpermeáveis e máscaras N95 ou superior;Os EPIs devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados apropriadamente, como resíduos infectantes;Resíduos perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, e com o símbolo de resíduoinfectante;Após remoção dos EPI, sempre proceder à higienização das mãos.Artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para limpeza e desinfecção/esterilização, consoante rotina do serviço, e em conformidadecom a normatização;Câmeras, telefones, computadores e outros itens que ficam na sala de necropsia, ou preferencialmente na antessala, se possível, devem sertratados como artigos contaminados e devem ser limpos e desinfetados conforme recomendação do fabricante.Para os demais trabalhadores que manipulam corpos humanos são recomendados os seguintes EPIs: luvas não estéreis e nitrílicas aomanusear materiais potencialmente infecciosos.Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila, avental limpo, de mangascompridas, resistente a líquidos ou impermeável, para proteger a roupa, protetor facial de plástico ou uma máscara cirúrgica e óculos paraproteger o rosto, olhos, nariz e boca de fluidos corporais potencialmente infecciosos, que possam respingar durante os procedimentos;Garantir às salas de autopsia sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreasadjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;Se uma autópsia for realizada recomenda-se a coleta das seguintes amostras pós-morte: amostra clínica pós morte para testes de SARS-CoV, o vírus que causa o Covid-19; cotonetes do trato respiratório superior: Cotonete nasofaríngeo e Cotonete orofaríngeo (Cotonete NP e OP) -Swab do trato respiratório inferior: swab pulmonar de cada pulmão - amostras clínicas separadas para teste de outros patógenos respiratórios eoutros testes pós-mortem. - tecidos de autópsia fixados em formalina do pulmão, vias aéreas superiores e outros órgãos principais;O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA, se for recirculado. Além disso, o ar dos sistemas de exaustãoao redor da mesa de autopsia, deve ser dirigido para baixo e para longe dos trabalhadores que realizam os procedimentos de autópsia;Os procedimentos geradores de aerossóis devem ser restringidos ao mínimo necessário;Sempre que possível, devem ser utilizadas cabines de biossegurança para o manuseio e exame de amostras;Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;Evitar utilizar serra óssea oscilante. Se necessário, conectar uma "cobertura" a vácuo para conter aerossóis. Utilize tesouras manuais;Realizar limpeza das superfícies com água e detergente e proceder à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1% (pisos e paredes) ouálcool a 70% (bancadas, mesas, maca). Quando a limpeza estiver concluída e o EPI tiver sido removido, higienize as mãosimediatamente.;O serviço de saúde que encaminhar o corpo deverá comunicar ao agente funerário das medidas de precaução.b) Medidas a serem observadas no descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais:Acondicionar os resíduos de serviços de saúde atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e àsnormas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos;Garantir que os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e àsnormas da ABNT;Somente transferir os resíduos de serviços de saúde para estações e sistemas de tratamento e disposição final licenciadas pelo órgão ambientalcompetente;Atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes para fins delançamento na rede pública de esgoto ou em corpo receptor de efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços desaúde;Promover a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, conforme classificação definidapela Resolução CONAMA nº 358/2005, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção dasaúde e do meio ambiente;Quanto aos resíduos do Grupo A1, constantes do anexo I da Resolução CONAMA nº 358/2005, submetê-los a processos de tratamento emequipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados paraaterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.c) Medidas a serem observadas para o transporte de corpos:O transporte do cadáver deve ser feito conforme procedimentos de rotina, com utilização de revestimentos impermeáveis para impedir ovazamento de líquido;O carro funerário deve ser submetido à limpeza e desinfecção de rotina após o transporte do cadáver;

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Transportar o corpo somente após as amostras terem sido coletadas e o corpo ter sido ensacado;O transporte do corpo deve ser feito por meio de saco impermeável, selado e identificado;Desinfetar a parte externa do saco plástico com desinfetante hospitalar registrado na ANVISA, aplicado conforme as recomendações dofabricante;Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco plástico para o corpo.d) Medidas a serem observadas durante os velórios e sepultamento:Evitar o contato físico com o corpo, pois o vírus permanece viável em fluidos corpóreos, e também em superfícies ambientais;Evitar a presença de pessoas sintomáticas respiratórias; se porventura é imprescindível que venham ao funeral precisam usar máscara cirúrgicacomum, e permanecer no local o menor tempo possível;Evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico entre os participantes do funeral;Enfatizar a necessidade de higienização das mãos;Disponibilizar água e papel toalha e álcool gel para higienização das mãos;Manter limpas as instalações sanitárias e demais ambientes;Deve ser evitada a presença de alimentos nas dependências de realização do funeral;Manter a urna fechada com visor durante todo o funeral e, quando possível, mantê-la fechada INCLUSIVE na despedida final, evitando tocar oubeijar o corpo;Para sepultamento em outro município que não o local onde ocorreu o óbito, manter a urna lacrada desde o transporte;O embalsamamento não é recomendado, a menos que haja controles apropriados para gerenciar os procedimentos de geração deaerossóis.e) Medidas a serem observadas no Serviço de Verificação de Óbito (SVO)Recomenda-se que os serviços de saúde públicos e privados não enviem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para o Serviço deVerificação de Óbito (SVO), excetuando-se as situações em que a realização de necropsia seja imprescindível;Em casos de óbitos por suspeita de infecção por Covid-19 com exames já colhidos em vida, os corpos não sejam encaminhados aoSVO e as Declarações de Óbito (DOs) sejam emitidas no próprio hospital ou serviço de saúde com "a esclarecer";Em casos de óbitos de pessoas com doenças crônicas, com diagnósticos previamente estabelecidos, a declaração de óbito deverá ser emitidapelo médico assistente ou por substituto;Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde, por meio deswab na cavidade nasal e de orofaringe, para posterior investigação pela equipe de vigilância local;Diante de um óbito hospitalar em consequência comprovada da infecção por Covid -19, os médicos da instituição já devem emitirdeclaração de óbito (DO) e não devem solicitar necropsia;Diante de casos suspeitos recomenda-se realizar o quanto antes a coleta de material conforme instruções do Ministério da Saúde, a fim de que odiagnóstico seja dado laboratorialmente, sem necessidade de realização de necropsia, caso haja um desfecho letal.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde eao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 17 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 43/2020(PA - 000038-101/2020)Recomenda à Secretaria Municipal de Saúde de Arraial, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Arraial (Responsável pelosCemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, à Unidade Mista deSaúde Elias Helal Tajra, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviços funerários em que se verifique omanuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento de pacientes infectados, a observância decuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velórios e sepultamentos e descarte deresíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;

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CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 06 (seis) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 12.056 (doze mil e cinquenta e seis) casosconfirmados e 553 (quinhentos e cinquenta e três) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO, que, consoante fartas evidências, mesmo após a morte da pessoa contaminada pelo vírus transmissor do COVID-19, oseu cadáver e os tecidos e fluidos retirados têm potencial para continuar transmitindo a doença àqueles que manuseiam ou seaproximam do corpo;CONSIDERANDO que, a partir dessa constatação, recentes manifestações de órgãos sanitários, como a Nota Técnica COES MINAS COVID-19nº 03, de 20 de março de 2020, da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, e o Informe Técnico nº 55/2020, da Secretaria Municipal deSaúde de São Paulo, têm orientado os "profissionais de assistência à morte", como médicos legistas, técnicos de autópsia e trabalhadoresfunerários, sobre as técnicas corretas de manuseio dos cadáveres;CONSIDERANDO que, a exemplo de revelar a necessidade de observância desses cuidados, no âmbito normativo, foi editado pelo PoderExecutivo de São Paulo o Decreto Estadual nº 64.880, de 20 de março de 2020, o qual determina que a Secretaria de Saúde e a Secretaria deSegurança Pública deverão, em seus respectivos âmbitos, em especial no Instituto de Medicina Legal e nos Serviços de Verificação de Óbitos,adotar as providências necessárias para que as atividades de manejo de corpos e necropsias no contexto de pandemia do COVID-19 nãoconstituam ameaça à incolumidade física das equipes de saúde, nem aumentem o risco de contágio;CONSIDERANDO que a adoção de medidas preventivas à contaminação por doença de propagação coletiva deve ser exigida pelo PoderPúblico;CONSIDERANDO que as instituições privadas, especialmente hospitais e funerárias, também possuem o dever de garantir a observância detodas as medidas profiláticas para conter a propagação do COVID-19, visando assegurar o gozo do direito à saúde pela coletividade;CONSIDERANDO, ainda, que há técnicas de prevenção à contaminação do meio ambiente, em especial o solo e o lençol freático, que devem serobedecidas quando do descarte de tecidos e líquidos corpóreos, dentre as quais pode se citar as normatizadas na Resolução nº 358/2005, doCONAMA, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências, aplicável nãosomente no âmbito das clínicas e dos hospitais, mas também nos serviços de medicina legal, necrotérios, funerárias, etc.RESOLVE RECOMENDAR à Secretaria Municipal de Saúde de Arraial, à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Arraial (Responsávelpelos Cemitérios Públicos), à Delegacia Regional de Polícia Civil de Floriano, ao Instituto de Medicina Legal do Piauí, à Unidade Mistade Saúde Elias Helal Tajra, na pessoa de seus representantes legais, e aos empreendimentos de serviços funerários em que severifique o manuseio de corpos de vítimas do COVID-19 e resíduos de saúde decorrentes do tratamento de pacientes infectados, aobservância de cuidados especiais durante a realização de autópsia, preparação e transporte do corpo, velórios e sepultamentos edescarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais, notadamente:Medidas a serem observadas durante os procedimentos de autópsia e preparação de corpos:O número de funcionários presentes ao executar esses procedimentos deve ser restringido ao mínimo necessário;Higienizar as mãos antes e após o preparo do corpo, com água e sabão;Os EPIs para os profissionais que realizam a autopsia incluem: luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malhasintética à prova de corte; macacão usado sob um avental ou avental impermeável; óculos ou escudo facial; capas de sapatos ou botasimpermeáveis e máscaras N95 ou superior;Os EPIs devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados apropriadamente, como resíduos infectantes;Resíduos perfuro-cortantes devem ser descartados em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, e com o símbolo de resíduoinfectante;Após remoção dos EPI, sempre proceder à higienização das mãos.Artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para limpeza e desinfecção/esterilização, consoante rotina do serviço, e em conformidadecom a normatização;Câmeras, telefones, computadores e outros itens que ficam na sala de necropsia, ou preferencialmente na antessala, se possível, devem sertratados como artigos contaminados e devem ser limpos e desinfetados conforme recomendação do fabricante.Para os demais trabalhadores que manipulam corpos humanos são recomendados os seguintes EPIs: luvas não estéreis e nitrílicas aomanusear materiais potencialmente infecciosos.Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila, avental limpo, de mangascompridas, resistente a líquidos ou impermeável, para proteger a roupa, protetor facial de plástico ou uma máscara cirúrgica e óculos paraproteger o rosto, olhos, nariz e boca de fluidos corporais potencialmente infecciosos, que possam respingar durante os procedimentos;Garantir às salas de autopsia sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreasadjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;Se uma autópsia for realizada recomenda-se a coleta das seguintes amostras pós-morte: amostra clínica pós morte para testes de SARS-CoV, o vírus que causa o Covid-19; cotonetes do trato respiratório superior: Cotonete nasofaríngeo e Cotonete orofaríngeo (Cotonete NP e OP) -Swab do trato respiratório inferior: swab pulmonar de cada pulmão - amostras clínicas separadas para teste de outros patógenos respiratórios eoutros testes pós-mortem. - tecidos de autópsia fixados em formalina do pulmão, vias aéreas superiores e outros órgãos principais;O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA, se for recirculado. Além disso, o ar dos sistemas de exaustãoao redor da mesa de autopsia, deve ser dirigido para baixo e para longe dos trabalhadores que realizam os procedimentos de autópsia;Os procedimentos geradores de aerossóis devem ser restringidos ao mínimo necessário;Sempre que possível, devem ser utilizadas cabines de biossegurança para o manuseio e exame de amostras;Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;Evitar utilizar serra óssea oscilante. Se necessário, conectar uma "cobertura" a vácuo para conter aerossóis. Utilize tesouras manuais;Realizar limpeza das superfícies com água e detergente e proceder à desinfecção com hipoclorito de sódio a 1% (pisos e paredes) ouálcool a 70% (bancadas, mesas, maca). Quando a limpeza estiver concluída e o EPI tiver sido removido, higienize as mãosimediatamente.;O serviço de saúde que encaminhar o corpo deverá comunicar ao agente funerário das medidas de precaução.b) Medidas a serem observadas no descarte de resíduos de saúde decorrentes do manuseio de infectados e vítimas fatais:Acondicionar os resíduos de serviços de saúde atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às

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normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos;Garantir que os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de saúde devem atender às exigências legais e àsnormas da ABNT;Somente transferir os resíduos de serviços de saúde para estações e sistemas de tratamento e disposição final licenciadas pelo órgão ambientalcompetente;Atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes para fins delançamento na rede pública de esgoto ou em corpo receptor de efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços desaúde;Promover a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, conforme classificação definidapela Resolução CONAMA nº 358/2005, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção dasaúde e do meio ambiente;Quanto aos resíduos do Grupo A1, constantes do anexo I da Resolução CONAMA nº 358/2005, submetê-los a processos de tratamento emequipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana e devem ser encaminhados paraaterro sanitário licenciado ou local devidamente licenciado para disposição final de resíduos dos serviços de saúde.c) Medidas a serem observadas para o transporte de corpos:O transporte do cadáver deve ser feito conforme procedimentos de rotina, com utilização de revestimentos impermeáveis para impedir ovazamento de líquido;O carro funerário deve ser submetido à limpeza e desinfecção de rotina após o transporte do cadáver;Transportar o corpo somente após as amostras terem sido coletadas e o corpo ter sido ensacado;O transporte do corpo deve ser feito por meio de saco impermeável, selado e identificado;Desinfetar a parte externa do saco plástico com desinfetante hospitalar registrado na ANVISA, aplicado conforme as recomendações dofabricante;Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco plástico para o corpo.d) Medidas a serem observadas durante os velórios e sepultamento:Evitar o contato físico com o corpo, pois o vírus permanece viável em fluidos corpóreos, e também em superfícies ambientais;Evitar a presença de pessoas sintomáticas respiratórias; se porventura é imprescindível que venham ao funeral precisam usar máscara cirúrgicacomum, e permanecer no local o menor tempo possível;Evitar apertos de mão e outros tipos de contato físico entre os participantes do funeral;Enfatizar a necessidade de higienização das mãos;Disponibilizar água e papel toalha e álcool gel para higienização das mãos;Manter limpas as instalações sanitárias e demais ambientes;Deve ser evitada a presença de alimentos nas dependências de realização do funeral;Manter a urna fechada com visor durante todo o funeral e, quando possível, mantê-la fechada INCLUSIVE na despedida final, evitando tocar oubeijar o corpo;Para sepultamento em outro município que não o local onde ocorreu o óbito, manter a urna lacrada desde o transporte;O embalsamamento não é recomendado, a menos que haja controles apropriados para gerenciar os procedimentos de geração deaerossóis.e) Medidas a serem observadas no Serviço de Verificação de Óbito (SVO)Recomenda-se que os serviços de saúde públicos e privados não enviem casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para o Serviço deVerificação de Óbito (SVO), excetuando-se as situações em que a realização de necropsia seja imprescindível;Em casos de óbitos por suspeita de infecção por Covid-19 com exames já colhidos em vida, os corpos não sejam encaminhados aoSVO e as Declarações de Óbito (DOs) sejam emitidas no próprio hospital ou serviço de saúde com "a esclarecer";Em casos de óbitos de pessoas com doenças crônicas, com diagnósticos previamente estabelecidos, a declaração de óbito deverá ser emitidapelo médico assistente ou por substituto;Caso a colheita de material biológico não tenha sido realizada em vida, deve-se proceder a coleta post-mortem no serviço de saúde, por meio deswab na cavidade nasal e de orofaringe, para posterior investigação pela equipe de vigilância local;Diante de um óbito hospitalar em consequência comprovada da infecção por Covid -19, os médicos da instituição já devem emitirdeclaração de óbito (DO) e não devem solicitar necropsia;Diante de casos suspeitos recomenda-se realizar o quanto antes a coleta de material conforme instruções do Ministério da Saúde, a fim de que odiagnóstico seja dado laboratorialmente, sem necessidade de realização de necropsia, caso haja um desfecho letal.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde eao Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 13 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 45/2020(PA - 000035-101/2020)Recomenda ao Município de São José do Peixe, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante operíodo de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e aexecução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergênciainternacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa epenal, nos termos da lei.

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O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo e de harmonizá-lo, racionalmente,com as necessidades do desenvolvimento socioeconômico para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 07 (sete) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 13.717 (treze mil e setecentos e dezessete) casosconfirmados e 667 (seiscentos e sessenta e sete) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO que o novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, é um agente biológico que está enquadrado comoclasse de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade), conforme classificação da Portaria nº 2.349/2017, do Ministério daSaúde;CONSIDERANDO que essa classe de risco inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e quecausam patologias potencialmente letais;CONSIDERANDO que, quanto à disseminação, sabe-se, até o momento, que o novo coronavírus (SARSCoV-2) é transmitido pelo contato direto,principalmente por meio de gotículas respiratórias e pelo contato indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas;CONSIDERANDO que, para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãoscom água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lono lixo, bem como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas;CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos domiciliares representam, uma vez que, segundo evidênciascientíficas, o coronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todoesse período;CONSIDERANDO que, nesse sentido, a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária - ABES expediu, no último dia 20 de março,Informe Técnico sobre ações relativas à gestão de resíduos nessa situação de pandemia, em que consta o tempo de permanência desse vírus nasuperfície de cada tipo de material, que varia de duas horas até cinco dias;CONSIDERANDO que, diante dessa grande facilidade em aderir aos diversos tipos de materiais, mostra-se relevante que sejam adotadasmedidas sanitárias e ambientais que possam minimizar o risco de contaminação da doença provocada pelo coronavírus, quando do descartedesses resíduos para a coleta domiciliar e, logo depois, durante seu manuseio, transporte e destinação final pelo Municípios e/ou empresascontratadas;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que, na Nota Técnica, o órgão sanitário federal estatui que, para a desinfecção de ambientes externos, além do álcool em gela 70%, podem ser utilizados, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, na concentração 1%; b) quaternários de amônio, comoo cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a mesma Nota trata ainda sobre os riscos específicos decorrentes da utilização dos produtos desinfetantes, disciplinandoo seguinte:O hipoclorito de sódio na concentração 1% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior(2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias para a proteçãodos trabalhadores envolvidos nos procedimentos de desinfecção, bem como para à população em geral, com a emissão de alertas de comodevem se proteger durante os procedimentos de desinfecção externa, em especial se afastando do local, enquanto durar o procedimento. Aaplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos comoaqueles a base de quaternários de amônio e os desinfetantes para uso geral com ação virucida para os lugares nos quais há predominância demetal. Os compostos de quaternário de amônio são amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tantoem produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Há risco de efeitos adversos como irritação esensibilização dérmica, especialmente nos trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos com esses compostos. Mas, tem avantagem de não corroer os metais. Para outros produtos é necessário observar as informações constantes do rótulo, bula e/ou Ficha deSegurança (FISPQ).

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CONSIDERANDO que, além disso, há cuidados que devem ser observados durante o serviço público de limpeza de vias e espaços públicos;CONSIDERANDO que o saneamento básico, dentro do qual se inclui a coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas, é um direito humanoessencial, assim reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e, na sistemática constitucional brasileira, estáintrinsecamente ligado à cidadania (art. 1º, inciso II), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), aos direitos à vida (art. 5º), à saúde, aotrabalho à alimentação, à moradia (art. 6º) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225), inclusive do meio ambiente do trabalho(conforme art. 200, VIII), cuja garantia se insere no primado da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, inciso II, todos da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbanae manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;CONSIDERANDO que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, deve ter por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constituição Federal,mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, compreendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, àinfraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que o cidadão tem direito à assistência social, dever do Estado, e à Política de Seguridade Social não contributiva, que provêos mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas (art. 1º da Lei nº 8.742/1993);CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de São José do Peixe, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura,durante o período de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, oplanejamento e a execução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situaçãode emergência internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidadeadministrativa e penal, nos termos da lei, recomendando, desde logo, a adoção das seguintes providências:a) Elaborar e executar um plano de contingência, que preveja, preferencialmente, a adoção das medidas propostas nessa recomendação e poruma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, a ser criada nos termos propostos abaixo.b) Promover a criação de uma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, coordenada pelo órgãomunicipal de limpeza pública e com entidades de coleta, tratamento, meio ambiente e saúde, para fins de planejamento e execução dos serviçospúblicos de coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas.c) Manter a regularidade do serviço de coleta domiciliar de resíduos, com a maior frequência possível, dentro das condições operacionais eorçamentárias.d) Disponibilizar EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs - Equipamentos de Proteção Individual aos servidores públicos etrabalhadores da limpeza urbana, incluindo a distribuição de luvas, botas, óculos e máscaras faciais, papel toalha, álcool em gel a 70%, água esabão para a lavagem das mãos nos ambientes de trabalho, se necessário mediante aquisição mediante dispensa de licitação, nos termos do art.4º da Lei Federal 13.979/2020.e) Prestar orientações aos trabalhadores que lidam com a coleta e limpeza urbana sobre os cuidados para a prevenção ao contágio pela COVID-19, nos termos dessa recomendação e das orientações oficiais do Ministério da Saúde.f) Manter a regularidade dos serviços de limpeza e capinação de ruas e demais espaços públicos, aferindo-se a possibilidade operacional eorçamentária de aumentar a periodicidade da oferta do serviço de coleta domiciliar de lixo.g) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que durante as atividades de limpeza e capinação de ruas e espaçospúblicos, em regiões secas, umedecer previamente os locais em que serão realizadas essas atividades e, onde for possível, utilizar o processomecanizado.h) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que, observados os cuidados necessários e a utilização de EPI pelosfuncionários designados, se promova a desinfecção de locais públicos, utilizando-se, conforme orientações da Nota Técnica nº22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, álcool em gel a 70% ou, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, naconcentração 1%; b) quaternários de amônio, como o cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida.i) Orientar a população local, com o uso de meios de comunicação em massa, especialmente TV, rádio e internet, para que observem asseguintes medidas, relativas à coleta domiciliar de lixo, como forma de minimizar o risco de contágio aos trabalhadores que atuam nesse serviço:i.1) utilizar sacos de lixos resistentes e descartáveis; i.2) fechar o saco de lixo com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de suacapacidade; i.3) introduzir o saco contendo lixo em outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionadosem sacos duplos.j) Paralisar os serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo nas unidades de triagem e instalações de recuperação, devido aos riscosrelacionados à disseminação do vírus para os trabalhadores e coletividade.k) Promover, se possível, compensação financeira e cobertura assistencial, por meio de auxílio social temporário, aos catadores temporariamenteafastados de suas atividades laborais.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.

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Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento e ao destinatário.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 14 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 46/2020(PA - 000036-101/2020)Recomenda ao Município de Nazaré do Piauí, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante o períodode pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e a execução doserviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergência internacionaldecorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa e penal, nostermos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo e de harmonizá-lo, racionalmente,com as necessidades do desenvolvimento socioeconômico para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 07 (sete) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 13.717 (treze mil e setecentos e dezessete) casosconfirmados e 667 (seiscentos e sessenta e sete) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO que o novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, é um agente biológico que está enquadrado comoclasse de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade), conforme classificação da Portaria nº 2.349/2017, do Ministério daSaúde;CONSIDERANDO que essa classe de risco inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e quecausam patologias potencialmente letais;CONSIDERANDO que, quanto à disseminação, sabe-se, até o momento, que o novo coronavírus (SARSCoV-2) é transmitido pelo contato direto,principalmente por meio de gotículas respiratórias e pelo contato indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas;CONSIDERANDO que, para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãoscom água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lono lixo, bem como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas;CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos domiciliares representam, uma vez que, segundo evidênciascientíficas, o coronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todoesse período;CONSIDERANDO que, nesse sentido, a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária - ABES expediu, no último dia 20 de março,Informe Técnico sobre ações relativas à gestão de resíduos nessa situação de pandemia, em que consta o tempo de permanência desse vírus nasuperfície de cada tipo de material, que varia de duas horas até cinco dias;CONSIDERANDO que, diante dessa grande facilidade em aderir aos diversos tipos de materiais, mostra-se relevante que sejam adotadasmedidas sanitárias e ambientais que possam minimizar o risco de contaminação da doença provocada pelo coronavírus, quando do descartedesses resíduos para a coleta domiciliar e, logo depois, durante seu manuseio, transporte e destinação final pelo Municípios e/ou empresascontratadas;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º

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22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que, na Nota Técnica, o órgão sanitário federal estatui que, para a desinfecção de ambientes externos, além do álcool em gela 70%, podem ser utilizados, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, na concentração 1%; b) quaternários de amônio, comoo cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a mesma Nota trata ainda sobre os riscos específicos decorrentes da utilização dos produtos desinfetantes, disciplinandoo seguinte:O hipoclorito de sódio na concentração 1% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior(2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias para a proteçãodos trabalhadores envolvidos nos procedimentos de desinfecção, bem como para à população em geral, com a emissão de alertas de comodevem se proteger durante os procedimentos de desinfecção externa, em especial se afastando do local, enquanto durar o procedimento. Aaplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos comoaqueles a base de quaternários de amônio e os desinfetantes para uso geral com ação virucida para os lugares nos quais há predominância demetal. Os compostos de quaternário de amônio são amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tantoem produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Há risco de efeitos adversos como irritação esensibilização dérmica, especialmente nos trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos com esses compostos. Mas, tem avantagem de não corroer os metais. Para outros produtos é necessário observar as informações constantes do rótulo, bula e/ou Ficha deSegurança (FISPQ).CONSIDERANDO que, além disso, há cuidados que devem ser observados durante o serviço público de limpeza de vias e espaços públicos;CONSIDERANDO que o saneamento básico, dentro do qual se inclui a coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas, é um direito humanoessencial, assim reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e, na sistemática constitucional brasileira, estáintrinsecamente ligado à cidadania (art. 1º, inciso II), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), aos direitos à vida (art. 5º), à saúde, aotrabalho à alimentação, à moradia (art. 6º) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225), inclusive do meio ambiente do trabalho(conforme art. 200, VIII), cuja garantia se insere no primado da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, inciso II, todos da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbanae manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;CONSIDERANDO que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, deve ter por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constituição Federal,mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, compreendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, àinfraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que o cidadão tem direito à assistência social, dever do Estado, e à Política de Seguridade Social não contributiva, que provêos mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas (art. 1º da Lei nº 8.742/1993);CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Nazaré do Piauí, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura,durante o período de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, oplanejamento e a execução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situaçãode emergência internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidadeadministrativa e penal, nos termos da lei, recomendando, desde logo, a adoção das seguintes providências:a) Elaborar e executar um plano de contingência, que preveja, preferencialmente, a adoção das medidas propostas nessa recomendação e poruma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, a ser criada nos termos propostos abaixo.b) Promover a criação de uma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, coordenada pelo órgãomunicipal de limpeza pública e com entidades de coleta, tratamento, meio ambiente e saúde, para fins de planejamento e execução dos serviçospúblicos de coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas.c) Manter a regularidade do serviço de coleta domiciliar de resíduos, com a maior frequência possível, dentro das condições operacionais eorçamentárias.d) Disponibilizar EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs - Equipamentos de Proteção Individual aos servidores públicos etrabalhadores da limpeza urbana, incluindo a distribuição de luvas, botas, óculos e máscaras faciais, papel toalha, álcool em gel a 70%, água esabão para a lavagem das mãos nos ambientes de trabalho, se necessário mediante aquisição mediante dispensa de licitação, nos termos do art.4º da Lei Federal 13.979/2020.e) Prestar orientações aos trabalhadores que lidam com a coleta e limpeza urbana sobre os cuidados para a prevenção ao contágio pela COVID-19, nos termos dessa recomendação e das orientações oficiais do Ministério da Saúde.f) Manter a regularidade dos serviços de limpeza e capinação de ruas e demais espaços públicos, aferindo-se a possibilidade operacional eorçamentária de aumentar a periodicidade da oferta do serviço de coleta domiciliar de lixo.g) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que durante as atividades de limpeza e capinação de ruas e espaçospúblicos, em regiões secas, umedecer previamente os locais em que serão realizadas essas atividades e, onde for possível, utilizar o processomecanizado.h) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que, observados os cuidados necessários e a utilização de EPI pelos

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funcionários designados, se promova a desinfecção de locais públicos, utilizando-se, conforme orientações da Nota Técnica nº22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, álcool em gel a 70% ou, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, naconcentração 1%; b) quaternários de amônio, como o cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida.i) Orientar a população local, com o uso de meios de comunicação em massa, especialmente TV, rádio e internet, para que observem asseguintes medidas, relativas à coleta domiciliar de lixo, como forma de minimizar o risco de contágio aos trabalhadores que atuam nesse serviço:i.1) utilizar sacos de lixos resistentes e descartáveis; i.2) fechar o saco de lixo com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de suacapacidade; i.3) introduzir o saco contendo lixo em outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionadosem sacos duplos.j) Paralisar os serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo nas unidades de triagem e instalações de recuperação, devido aos riscosrelacionados à disseminação do vírus para os trabalhadores e coletividade.k) Promover, se possível, compensação financeira e cobertura assistencial, por meio de auxílio social temporário, aos catadores temporariamenteafastados de suas atividades laborais.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento e ao destinatário.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 13 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 47/2020(PA - 000037-101/2020)Recomenda ao Município de Floriano, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante o período depandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e a execução doserviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergência internacionaldecorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa e penal, nostermos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo e de harmonizá-lo, racionalmente,com as necessidades do desenvolvimento socioeconômico para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 07 (sete) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 13.717 (treze mil e setecentos e dezessete) casosconfirmados e 667 (seiscentos e sessenta e sete) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO que o novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, é um agente biológico que está enquadrado comoclasse de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade), conforme classificação da Portaria nº 2.349/2017, do Ministério daSaúde;

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CONSIDERANDO que essa classe de risco inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e quecausam patologias potencialmente letais;CONSIDERANDO que, quanto à disseminação, sabe-se, até o momento, que o novo coronavírus (SARSCoV-2) é transmitido pelo contato direto,principalmente por meio de gotículas respiratórias e pelo contato indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas;CONSIDERANDO que, para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãoscom água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lono lixo, bem como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas;CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos domiciliares representam, uma vez que, segundo evidênciascientíficas, o coronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todoesse período;CONSIDERANDO que, nesse sentido, a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária - ABES expediu, no último dia 20 de março,Informe Técnico sobre ações relativas à gestão de resíduos nessa situação de pandemia, em que consta o tempo de permanência desse vírus nasuperfície de cada tipo de material, que varia de duas horas até cinco dias;CONSIDERANDO que, diante dessa grande facilidade em aderir aos diversos tipos de materiais, mostra-se relevante que sejam adotadasmedidas sanitárias e ambientais que possam minimizar o risco de contaminação da doença provocada pelo coronavírus, quando do descartedesses resíduos para a coleta domiciliar e, logo depois, durante seu manuseio, transporte e destinação final pelo Municípios e/ou empresascontratadas;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que, na Nota Técnica, o órgão sanitário federal estatui que, para a desinfecção de ambientes externos, além do álcool em gela 70%, podem ser utilizados, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, na concentração 1%; b) quaternários de amônio, comoo cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a mesma Nota trata ainda sobre os riscos específicos decorrentes da utilização dos produtos desinfetantes, disciplinandoo seguinte:O hipoclorito de sódio na concentração 1% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior(2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias para a proteçãodos trabalhadores envolvidos nos procedimentos de desinfecção, bem como para à população em geral, com a emissão de alertas de comodevem se proteger durante os procedimentos de desinfecção externa, em especial se afastando do local, enquanto durar o procedimento. Aaplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos comoaqueles a base de quaternários de amônio e os desinfetantes para uso geral com ação virucida para os lugares nos quais há predominância demetal. Os compostos de quaternário de amônio são amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tantoem produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Há risco de efeitos adversos como irritação esensibilização dérmica, especialmente nos trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos com esses compostos. Mas, tem avantagem de não corroer os metais. Para outros produtos é necessário observar as informações constantes do rótulo, bula e/ou Ficha deSegurança (FISPQ).CONSIDERANDO que, além disso, há cuidados que devem ser observados durante o serviço público de limpeza de vias e espaços públicos;CONSIDERANDO que o saneamento básico, dentro do qual se inclui a coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas, é um direito humanoessencial, assim reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e, na sistemática constitucional brasileira, estáintrinsecamente ligado à cidadania (art. 1º, inciso II), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), aos direitos à vida (art. 5º), à saúde, aotrabalho à alimentação, à moradia (art. 6º) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225), inclusive do meio ambiente do trabalho(conforme art. 200, VIII), cuja garantia se insere no primado da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, inciso II, todos da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbanae manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;CONSIDERANDO que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, deve ter por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constituição Federal,mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, compreendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, àinfraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que o cidadão tem direito à assistência social, dever do Estado, e à Política de Seguridade Social não contributiva, que provêos mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas (art. 1º da Lei nº 8.742/1993);CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Floriano, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante operíodo de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e aexecução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergênciainternacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa e

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penal, nos termos da lei, recomendando, desde logo, a adoção das seguintes providências:a) Elaborar e executar um plano de contingência, que preveja, preferencialmente, a adoção das medidas propostas nessa recomendação e poruma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, a ser criada nos termos propostos abaixo.b) Promover a criação de uma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, coordenada pelo órgãomunicipal de limpeza pública e com entidades de coleta, tratamento, meio ambiente e saúde, para fins de planejamento e execução dos serviçospúblicos de coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas.c) Manter a regularidade do serviço de coleta domiciliar de resíduos, com a maior frequência possível, dentro das condições operacionais eorçamentárias.d) Disponibilizar EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs - Equipamentos de Proteção Individual aos servidores públicos etrabalhadores da limpeza urbana, incluindo a distribuição de luvas, botas, óculos e máscaras faciais, papel toalha, álcool em gel a 70%, água esabão para a lavagem das mãos nos ambientes de trabalho, se necessário mediante aquisição mediante dispensa de licitação, nos termos do art.4º da Lei Federal 13.979/2020.e) Prestar orientações aos trabalhadores que lidam com a coleta e limpeza urbana sobre os cuidados para a prevenção ao contágio pela COVID-19, nos termos dessa recomendação e das orientações oficiais do Ministério da Saúde.f) Manter a regularidade dos serviços de limpeza e capinação de ruas e demais espaços públicos, aferindo-se a possibilidade operacional eorçamentária de aumentar a periodicidade da oferta do serviço de coleta domiciliar de lixo.g) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que durante as atividades de limpeza e capinação de ruas e espaçospúblicos, em regiões secas, umedecer previamente os locais em que serão realizadas essas atividades e, onde for possível, utilizar o processomecanizado.h) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que, observados os cuidados necessários e a utilização de EPI pelosfuncionários designados, se promova a desinfecção de locais públicos, utilizando-se, conforme orientações da Nota Técnica nº22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, álcool em gel a 70% ou, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, naconcentração 1%; b) quaternários de amônio, como o cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida.i) Orientar a população local, com o uso de meios de comunicação em massa, especialmente TV, rádio e internet, para que observem asseguintes medidas, relativas à coleta domiciliar de lixo, como forma de minimizar o risco de contágio aos trabalhadores que atuam nesse serviço:i.1) utilizar sacos de lixos resistentes e descartáveis; i.2) fechar o saco de lixo com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de suacapacidade; i.3) introduzir o saco contendo lixo em outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionadosem sacos duplos.j) Paralisar os serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo nas unidades de triagem e instalações de recuperação, devido aos riscosrelacionados à disseminação do vírus para os trabalhadores e coletividade.k) Promover, se possível, compensação financeira e cobertura assistencial, por meio de auxílio social temporário, aos catadores temporariamenteafastados de suas atividades laborais.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento e ao destinatário.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 17 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 48/2020(PA - 000038-101/2020)Recomenda ao Município de Arraial, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante o período depandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e a execução doserviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergência internacionaldecorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa e penal, nostermos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo e de harmonizá-lo, racionalmente,com as necessidades do desenvolvimento socioeconômico para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e

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recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 07 (sete) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 13.717 (treze mil e setecentos e dezessete) casosconfirmados e 667 (seiscentos e sessenta e sete) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO que o novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, é um agente biológico que está enquadrado comoclasse de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade), conforme classificação da Portaria nº 2.349/2017, do Ministério daSaúde;CONSIDERANDO que essa classe de risco inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e quecausam patologias potencialmente letais;CONSIDERANDO que, quanto à disseminação, sabe-se, até o momento, que o novo coronavírus (SARSCoV-2) é transmitido pelo contato direto,principalmente por meio de gotículas respiratórias e pelo contato indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas;CONSIDERANDO que, para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãoscom água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lono lixo, bem como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas;CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos domiciliares representam, uma vez que, segundo evidênciascientíficas, o coronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todoesse período;CONSIDERANDO que, nesse sentido, a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária - ABES expediu, no último dia 20 de março,Informe Técnico sobre ações relativas à gestão de resíduos nessa situação de pandemia, em que consta o tempo de permanência desse vírus nasuperfície de cada tipo de material, que varia de duas horas até cinco dias;CONSIDERANDO que, diante dessa grande facilidade em aderir aos diversos tipos de materiais, mostra-se relevante que sejam adotadasmedidas sanitárias e ambientais que possam minimizar o risco de contaminação da doença provocada pelo coronavírus, quando do descartedesses resíduos para a coleta domiciliar e, logo depois, durante seu manuseio, transporte e destinação final pelo Municípios e/ou empresascontratadas;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que, na Nota Técnica, o órgão sanitário federal estatui que, para a desinfecção de ambientes externos, além do álcool em gela 70%, podem ser utilizados, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, na concentração 1%; b) quaternários de amônio, comoo cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a mesma Nota trata ainda sobre os riscos específicos decorrentes da utilização dos produtos desinfetantes, disciplinandoo seguinte:O hipoclorito de sódio na concentração 1% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior(2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias para a proteçãodos trabalhadores envolvidos nos procedimentos de desinfecção, bem como para à população em geral, com a emissão de alertas de comodevem se proteger durante os procedimentos de desinfecção externa, em especial se afastando do local, enquanto durar o procedimento. Aaplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos comoaqueles a base de quaternários de amônio e os desinfetantes para uso geral com ação virucida para os lugares nos quais há predominância demetal. Os compostos de quaternário de amônio são amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tantoem produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Há risco de efeitos adversos como irritação esensibilização dérmica, especialmente nos trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos com esses compostos. Mas, tem avantagem de não corroer os metais. Para outros produtos é necessário observar as informações constantes do rótulo, bula e/ou Ficha deSegurança (FISPQ).CONSIDERANDO que, além disso, há cuidados que devem ser observados durante o serviço público de limpeza de vias e espaços públicos;CONSIDERANDO que o saneamento básico, dentro do qual se inclui a coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas, é um direito humanoessencial, assim reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e, na sistemática constitucional brasileira, estáintrinsecamente ligado à cidadania (art. 1º, inciso II), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), aos direitos à vida (art. 5º), à saúde, aotrabalho à alimentação, à moradia (art. 6º) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225), inclusive do meio ambiente do trabalho(conforme art. 200, VIII), cuja garantia se insere no primado da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, inciso II, todos da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbanae manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,

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transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;CONSIDERANDO que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, deve ter por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constituição Federal,mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, compreendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, àinfraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que o cidadão tem direito à assistência social, dever do Estado, e à Política de Seguridade Social não contributiva, que provêos mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas (art. 1º da Lei nº 8.742/1993);CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Arraial, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante operíodo de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e aexecução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergênciainternacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa epenal, nos termos da lei, recomendando, desde logo, a adoção das seguintes providências:a) Elaborar e executar um plano de contingência, que preveja, preferencialmente, a adoção das medidas propostas nessa recomendação e poruma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, a ser criada nos termos propostos abaixo.b) Promover a criação de uma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, coordenada pelo órgãomunicipal de limpeza pública e com entidades de coleta, tratamento, meio ambiente e saúde, para fins de planejamento e execução dos serviçospúblicos de coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas.c) Manter a regularidade do serviço de coleta domiciliar de resíduos, com a maior frequência possível, dentro das condições operacionais eorçamentárias.d) Disponibilizar EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs - Equipamentos de Proteção Individual aos servidores públicos etrabalhadores da limpeza urbana, incluindo a distribuição de luvas, botas, óculos e máscaras faciais, papel toalha, álcool em gel a 70%, água esabão para a lavagem das mãos nos ambientes de trabalho, se necessário mediante aquisição mediante dispensa de licitação, nos termos do art.4º da Lei Federal 13.979/2020.e) Prestar orientações aos trabalhadores que lidam com a coleta e limpeza urbana sobre os cuidados para a prevenção ao contágio pela COVID-19, nos termos dessa recomendação e das orientações oficiais do Ministério da Saúde.f) Manter a regularidade dos serviços de limpeza e capinação de ruas e demais espaços públicos, aferindo-se a possibilidade operacional eorçamentária de aumentar a periodicidade da oferta do serviço de coleta domiciliar de lixo.g) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que durante as atividades de limpeza e capinação de ruas e espaçospúblicos, em regiões secas, umedecer previamente os locais em que serão realizadas essas atividades e, onde for possível, utilizar o processomecanizado.h) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que, observados os cuidados necessários e a utilização de EPI pelosfuncionários designados, se promova a desinfecção de locais públicos, utilizando-se, conforme orientações da Nota Técnica nº22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, álcool em gel a 70% ou, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, naconcentração 1%; b) quaternários de amônio, como o cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida.i) Orientar a população local, com o uso de meios de comunicação em massa, especialmente TV, rádio e internet, para que observem asseguintes medidas, relativas à coleta domiciliar de lixo, como forma de minimizar o risco de contágio aos trabalhadores que atuam nesse serviço:i.1) utilizar sacos de lixos resistentes e descartáveis; i.2) fechar o saco de lixo com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de suacapacidade; i.3) introduzir o saco contendo lixo em outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionadosem sacos duplos.j) Paralisar os serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo nas unidades de triagem e instalações de recuperação, devido aos riscosrelacionados à disseminação do vírus para os trabalhadores e coletividade.k) Promover, se possível, compensação financeira e cobertura assistencial, por meio de auxílio social temporário, aos catadores temporariamenteafastados de suas atividades laborais.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento e ao destinatário.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 13 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 49/2020(PA - 000039-101/2020)Recomenda ao Município de Francisco Ayres, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura, durante o períodode pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, o planejamento e a execução doserviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situação de emergência internacional

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidade administrativa e penal, nostermos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196, 197 e 205, da Constituição Federal,8º, § 1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº12/93 e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo e de harmonizá-lo, racionalmente,com as necessidades do desenvolvimento socioeconômico para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que o art. 7º, inciso II, da sobredita lei estabelece como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde a integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais ecoletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância nacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 30 de março de 2020, às 19 h: 30 min, o Piauí possui 18 (dezoito) casos confirmados e 04 (quatro) óbitos, bem como a existência de 231(duzentos e trinta e um) casos suspeitos;CONSIDERANDO que até o dia 07 (sete) de abril de 2020, o Ministério da Saúde registrou 13.717 (treze mil e setecentos e dezessete) casosconfirmados e 667 (seiscentos e sessenta e sete) óbitos decorrentes de coronavírus;CONSIDERANDO que o novo coronavírus, causador da doença denominada COVID-19, é um agente biológico que está enquadrado comoclasse de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade), conforme classificação da Portaria nº 2.349/2017, do Ministério daSaúde;CONSIDERANDO que essa classe de risco inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e quecausam patologias potencialmente letais;CONSIDERANDO que, quanto à disseminação, sabe-se, até o momento, que o novo coronavírus (SARSCoV-2) é transmitido pelo contato direto,principalmente por meio de gotículas respiratórias e pelo contato indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas;CONSIDERANDO que, para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãoscom água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lono lixo, bem como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas;CONSIDERANDO que, em face da gravidade dessa doença, para além dos cuidados com a transmissão decorrente do contato entre pessoas, énecessário atentar para o perigo que o manuseio dos resíduos e rejeitos domiciliares representam, uma vez que, segundo evidênciascientíficas, o coronavírus possui um tempo relativamente extenso de permanência nos objetos, com potencial infectante durante todoesse período;CONSIDERANDO que, nesse sentido, a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária - ABES expediu, no último dia 20 de março,Informe Técnico sobre ações relativas à gestão de resíduos nessa situação de pandemia, em que consta o tempo de permanência desse vírus nasuperfície de cada tipo de material, que varia de duas horas até cinco dias;CONSIDERANDO que, diante dessa grande facilidade em aderir aos diversos tipos de materiais, mostra-se relevante que sejam adotadasmedidas sanitárias e ambientais que possam minimizar o risco de contaminação da doença provocada pelo coronavírus, quando do descartedesses resíduos para a coleta domiciliar e, logo depois, durante seu manuseio, transporte e destinação final pelo Municípios e/ou empresascontratadas;CONSIDERANDO que, especificamente em relação à desinfecção de locais públicos durante a pandemia da COVID-19, outra providênciar e c o m e n d a d a n e s t e d o c u m e n t o , a A g ê n c i a N a c i o n a l d e V i g i l â n c i a S a n i t á r i a e x p e d i u a N o t a T é c n i c a n º22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, em que apresenta recomendações e alertas para a execução correta dessa atividade;CONSIDERANDO que, na Nota Técnica, o órgão sanitário federal estatui que, para a desinfecção de ambientes externos, além do álcool em gela 70%, podem ser utilizados, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, na concentração 1%; b) quaternários de amônio, comoo cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida;CONSIDERANDO que a ANVISA alerta também que, antes de realizar os procedimentos, os empregadores devem desenvolver políticas paraproteção dos trabalhadores e fornecer treinamento a toda a equipe de desinfecção no local, sendo que o treinamento deve incluir quais EPIs sãonecessários, bem como a maneira de vestir, utilizar, retirar e descartar corretamente os mesmos;CONSIDERANDO que a mesma Nota trata ainda sobre os riscos específicos decorrentes da utilização dos produtos desinfetantes, disciplinandoo seguinte:O hipoclorito de sódio na concentração 1% é um produto corrosivo, à semelhança da água sanitária cuja concentração de hipoclorito é maior(2,0% e 2,5%), podendo causar lesões severas dérmicas e oculares. Portanto, devem ser tomadas as precauções necessárias para a proteçãodos trabalhadores envolvidos nos procedimentos de desinfecção, bem como para à população em geral, com a emissão de alertas de comodevem se proteger durante os procedimentos de desinfecção externa, em especial se afastando do local, enquanto durar o procedimento. Aaplicação de hipoclorito de sódio sobre superfícies metálicas pode levar à oxidação, de forma que, podem ser usados outros produtos comoaqueles a base de quaternários de amônio e os desinfetantes para uso geral com ação virucida para os lugares nos quais há predominância demetal. Os compostos de quaternário de amônio são amplamente empregados nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e domissanitária, tantoem produtos domésticos com propriedades desinfetantes e cosméticas, quanto em medicamentos. Há risco de efeitos adversos como irritação esensibilização dérmica, especialmente nos trabalhadores que se expõem constantemente aos produtos com esses compostos. Mas, tem a

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vantagem de não corroer os metais. Para outros produtos é necessário observar as informações constantes do rótulo, bula e/ou Ficha deSegurança (FISPQ).CONSIDERANDO que, além disso, há cuidados que devem ser observados durante o serviço público de limpeza de vias e espaços públicos;CONSIDERANDO que o saneamento básico, dentro do qual se inclui a coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas, é um direito humanoessencial, assim reconhecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e, na sistemática constitucional brasileira, estáintrinsecamente ligado à cidadania (art. 1º, inciso II), à dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III), aos direitos à vida (art. 5º), à saúde, aotrabalho à alimentação, à moradia (art. 6º) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225), inclusive do meio ambiente do trabalho(conforme art. 200, VIII), cuja garantia se insere no primado da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, inciso II, todos da Constituição Federal);CONSIDERANDO que a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), no art. 3º, inciso VII, prevê que a destinação finalambientalmente adequada inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outrasdestinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, dentre elas, a disposição final, obedecendo a normasoperacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minorar os impactos ambientais adversos;CONSIDERANDO que o art. 6º da mesma lei estabelece os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre os quais, com relação àsmedidas sugeridas, se destacam a prevenção e a precaução; a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveisambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferasdo poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade e a razoabilidade e proporcionalidade;CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 7.783/1989, assim como o inciso IX do art. 3º do Decreto nº 10.282/2020, que regulamentou a Lei nº13.979/2020, reconhecem a captação e o tratamento do lixo como serviços públicos essenciais (inciso VI do art. 10 da Lei), ao passo que a LeiFederal nº 11.445/2007 considera como saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbanae manejo de resíduos sólidos, entendidos como o conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas (alínea "c" doinciso I do art. 3º da Lei), entre outros serviços;CONSIDERANDO que o Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 22, preconiza que os serviços públicos essenciais devem ser prestadosde forma contínua e sem interrupção, sob pena de responsabilidade civil;CONSIDERANDO que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, deve ter por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da Constituição Federal,mediante a garantia do direito a cidades sustentáveis, compreendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, àinfraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;CONSIDERANDO que o cidadão tem direito à assistência social, dever do Estado, e à Política de Seguridade Social não contributiva, que provêos mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas (art. 1º da Lei nº 8.742/1993);CONSIDERANDO que, afora os aspectos estritamente sanitários e ambientais, deve-se pontuar que é direito dos trabalhadores, além de outrosque visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança, deacordo com o artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal;CONSIDERANDO que as medidas de prevenção e controle propostas nessa recomendação, a serem viabilizadas pelos profissionais que atuamnos serviços de saneamento básico e pela própria sociedade, encontram ampla fundamentação legal,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Francisco Ayres, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Infraestrutura,durante o período de pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) e com vistas a preservação da saúde pública, oplanejamento e a execução do serviço público de coleta domiciliar e a limpeza de vias públicas, visando o enfrentamento da situaçãode emergência internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19), cuja omissão poderá configurar, em tese, responsabilidadeadministrativa e penal, nos termos da lei, recomendando, desde logo, a adoção das seguintes providências:a) Elaborar e executar um plano de contingência, que preveja, preferencialmente, a adoção das medidas propostas nessa recomendação e poruma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, a ser criada nos termos propostos abaixo.b) Promover a criação de uma Comissão Municipal de Gestão de Resíduos em situação de pandemia por COVID-19, coordenada pelo órgãomunicipal de limpeza pública e com entidades de coleta, tratamento, meio ambiente e saúde, para fins de planejamento e execução dos serviçospúblicos de coleta domiciliar de lixo e limpeza de vias públicas.c) Manter a regularidade do serviço de coleta domiciliar de resíduos, com a maior frequência possível, dentro das condições operacionais eorçamentárias.d) Disponibilizar EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs - Equipamentos de Proteção Individual aos servidores públicos etrabalhadores da limpeza urbana, incluindo a distribuição de luvas, botas, óculos e máscaras faciais, papel toalha, álcool em gel a 70%, água esabão para a lavagem das mãos nos ambientes de trabalho, se necessário mediante aquisição mediante dispensa de licitação, nos termos do art.4º da Lei Federal 13.979/2020.e) Prestar orientações aos trabalhadores que lidam com a coleta e limpeza urbana sobre os cuidados para a prevenção ao contágio pela COVID-19, nos termos dessa recomendação e das orientações oficiais do Ministério da Saúde.f) Manter a regularidade dos serviços de limpeza e capinação de ruas e demais espaços públicos, aferindo-se a possibilidade operacional eorçamentária de aumentar a periodicidade da oferta do serviço de coleta domiciliar de lixo.g) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que durante as atividades de limpeza e capinação de ruas e espaçospúblicos, em regiões secas, umedecer previamente os locais em que serão realizadas essas atividades e, onde for possível, utilizar o processomecanizado.h) Ordenar, na medida de sua capacidade operacional e orçamentária, que, observados os cuidados necessários e a utilização de EPI pelosfuncionários designados, se promova a desinfecção de locais públicos, utilizando-se, conforme orientações da Nota Técnica nº22/2020/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA, álcool em gel a 70% ou, alternativamente, produtos à base de: a) hipoclorito de sódio, naconcentração 1%; b) quaternários de amônio, como o cloreto de benzalcônio; c) ou desinfetantes de uso geral com ação virucida.i) Orientar a população local, com o uso de meios de comunicação em massa, especialmente TV, rádio e internet, para que observem asseguintes medidas, relativas à coleta domiciliar de lixo, como forma de minimizar o risco de contágio aos trabalhadores que atuam nesse serviço:i.1) utilizar sacos de lixos resistentes e descartáveis; i.2) fechar o saco de lixo com lacre ou nó quando o saco tiver até 2/3 (dois terços) de suacapacidade; i.3) introduzir o saco contendo lixo em outro saco limpo, resistente e descartável, de modo que os resíduos fiquem acondicionadosem sacos duplos.j) Paralisar os serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo nas unidades de triagem e instalações de recuperação, devido aos riscosrelacionados à disseminação do vírus para os trabalhadores e coletividade.k) Promover, se possível, compensação financeira e cobertura assistencial, por meio de auxílio social temporário, aos catadores temporariamenteafastados de suas atividades laborais.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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pública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários manifestem-se sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, aoCentro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente para conhecimento e ao destinatário.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 14 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 50/2020(PA - 000035-101/2020)Recomenda ao Município de São José do Peixe, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas asmedidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico deacesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que o exercício do direito à saúde pelo indivíduo não se encontra condicionado à regulamentação infraconstitucional,a teor do que prescreve o art. 5º, § 1º, da Constituição Federal: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.";CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDO as consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da mais altagravidade;CONSIDERANDO que a progressão do Coronavírus (COVID-19) tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro - têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima;CONSIDERANDO que é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Boletim Epidemiológico Semanal COVID-19 nº 13/2020, da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI,divulgado no dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (quarenta e um) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal e estadual, a transmissão comunitária do novo Coronavírus;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, e que dentre asmedidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) a necessidade de prontoatendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência;CONSIDERANDO que o art. 4º, da sobredita Lei Federal, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),assevera que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenas enquantoperdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3o do art. 8o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número desua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";

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CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados; deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que a vigente Constituição da República e a Constituição Estadual consagraram como princípio fundamental da AdministraçãoPública a publicidade (CF, art. 37, caput / CE, art. 39, caput), bem como garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV);CONSIDERANDO que o princípio da publicidade, enquanto transparência da gestão, possibilita maior controle social das contas públicas,facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuaisdesvios, sendo, portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa administração pública;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de São José do Peixe, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoçãode todas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um linkespecífico de acesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações eaquisições realizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI e presidenteda Câmara Municipal para conhecimento e aos respectivos destinatários para conhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 15 de abril de 2020._________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 52/2020(PA - 000037-101/2020)Recomenda ao Município de Floriano, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas as medidastécnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico de acesso ondedeverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que o exercício do direito à saúde pelo indivíduo não se encontra condicionado à regulamentação infraconstitucional,a teor do que prescreve o art. 5º, § 1º, da Constituição Federal: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.";CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas como

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de transmissão interna;CONSIDERANDO que o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDO as consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da mais altagravidade;CONSIDERANDO que a progressão do Coronavírus (COVID-19) tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro - têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima;CONSIDERANDO que é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Boletim Epidemiológico Semanal COVID-19 nº 13/2020, da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI,divulgado no dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (quarenta e um) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal e estadual, a transmissão comunitária do novo Coronavírus;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, e que dentre asmedidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) a necessidade de prontoatendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência;CONSIDERANDO que o art. 4º, da sobredita Lei Federal, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),assevera que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenas enquantoperdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3o do art. 8o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número desua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados; deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que a vigente Constituição da República e a Constituição Estadual consagraram como princípio fundamental da AdministraçãoPública a publicidade (CF, art. 37, caput / CE, art. 39, caput), bem como garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV);CONSIDERANDO que o princípio da publicidade, enquanto transparência da gestão, possibilita maior controle social das contas públicas,facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuaisdesvios, sendo, portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa administração pública;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Floriano, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todasas medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico deacesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI e presidenteda Câmara Municipal para conhecimento e aos respectivos destinatários para conhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 17 de abril de 2020._________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 55/2020

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(PA - 000037-101/2020)Recomenda à Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de Floriano - PROCON/FLORIANO, na pessoa de suarepresentante legal, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas junto as Instituições de Ensino de Educação Básica e deEnsino Superior da rede privada, no sentido de que sejam mantidos os contratos firmados com os discentes, em razão de fatosuperveniente, no caso, a pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), e assim conciliar os interesses dos consumidores efornecedores, de modo a preservar o equilíbrio, boa-fé, confiança e lealdade nas relações de consumo.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO que, conforme já decidido pela Suprema Corte, no bojo do Agravo de Instrumento nº 452312, voto do Min. Celso deMello, o direito à saúde prevalece sobre o interesse financeiro e secundário do Estado, senão vejamos: "[...] entre proteger ainviolabilidade do direito à vida e à saúde, que se qualifica como direito subjetivo inalienável assegurado a todos pela própriaConstituição da República (art. 5º, caput e art. 196), ou fazer prevalecer, contra essa prerrogativa fundamental, um interesse financeiro esecundário do Estado, entendo - uma vez configurado esse dilema - que razões de ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só epossível opção: aquela que privilegia o respeito indeclinável a vida e a saúde humanas;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para dispor noâmbito do Estado do Piauí, sobre as medidas de emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em vista a classificação dasituação mundial do novo Coronavírus como pandemia, instituindo o Comitê de Gestão de Crise, é dá outras providências, como: I) asuspensão, pelo prazo de 15 (quinze) dias, das atividades coletivas ou eventos realizados pelos órgãos ou entidades da administraçãopública estadual direta e indireta; II) a suspensão, por 15 (quinze) dias, das aulas da rede pública estadual de ensino; III) a interrupção dasférias concedidas aos profissionais da saúde vinculados à SESAPI;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.895, de 19 de março de 2020, que declara estado de calamidade pública, para osfins do art. 65, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (LRF), em razão da grave crise de saúde pública decorrente da pandemia daCOVID-19, e suas repercussões nas finanças públicas, e dá outras providências;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.901, de 19 de março de 2020, que determina as medidas excepcionais queespecifica, voltadas para o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do COVID-19, notadamente, a suspensão: I) de todas asatividades em bares, restaurantes, cinemas, clubes, academias, casas de espetáculo e clínicas de estéticas; II) das atividades de saúdebucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadas aos atendimentos de urgência e emergência; III) de eventos esportivos; eIV) das atividades comerciais em shopping centers;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Estadual nº 18.913, de 30 de março de 2020, que prorroga e determina, nas redes pública eprivada, a suspensão das aulas, como medida excepcional para enfrentamento ao COVID-19;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 32, de 16 de março de 2020, que regulamenta a Lei Federal nº 13.979/2020, bemcomo dispõe sobre as medidas temporárias a serem adotadas no âmbito do Município de Floriano para a prevenção e enfrentamento daemergência de saúde pública decorrente do novo Coronavírus - C0VID- 19;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 35, de 19 de março de 2020, que institui o Comitê de Gestão de Crise para deliberaracerca das medidas temporárias a serem adotadas no âmbito do Município de Floriano para a prevenção e enfrentamento da emergência desaúde pública decorrente do novo Coronavírus - C0VID- 19;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 36, de 20 de março de 2020, que determina a adoção de medidas excepcionaisvoltadas para o enfrentamento da grave crise de saúde pública decorrente do COVID-19, notadamente, a suspensão: I) de todas as atividadesem bares, cinemas, clubes, academias, casas de espetáculo, estabelecimentos de estética e estabelecimentos utilizados para realização deeventos particulares; II) das atividades de saúde bucal/odontológica, públicas e privadas, exceto aquelas relacionadas aos atendimentos deurgência e emergência, observado as recomendações em cada caso; III) de eventos esportivos; e IV) das atividades em shopping centers quenão sejam essenciais;CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 37, de 20 de março de 2020, que declara estado de calamidade pública noMunicípio de Floriano, em razão do agravamento da crise de saúde pública decorrente da pandemia de doença infeciosa viral respiratória,causada pelo novo coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO as disposições do Decreto Municipal nº 38, de 21 de março de 2020, que suspende o funcionamento de todos osestabelecimentos comerciais, serviços industriais, bem como as atividades de construção civil, exceto os que menciona, como é o caso dossupermercados, lavanderias, indústrias alimentícias de produtos perecíveis, distribuidoras de água e energia elétrica;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Informe Epidemiológico COVID-19 nº 10/2020 da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI, divulgadono dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (dezoito) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que a Constituição Federal não coíbe a intervenção estatal na produção ou circulação de bens ou serviços, prevendo em seuart. 174 que o Estado tem o papel primordial como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo as funções de fiscalização,incentivo e planejamento,CONSIDERANDO que a finalidade da presente Notificação Recomendatória é garantir o acesso aos ensinos fundamental, médio e superior, além

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de conciliar os interesses dos fornecedores e consumidores, visando da melhor forma possível a solução do conflito pelos meiosautocompositivos, a exemplo da conciliação e mediação;CONSIDERANDO que, nos termos da Lei Complementar Estadual nº 36, de 09 de janeiro de 2004, o Programa de Proteção e Defesa doConsumidor do Ministério Público do Estado do Piauí - PROCON/MPPI coordena a Política do Sistema Estadual de Proteção e Defesa doConsumidor, através de sua Coordenação Estadual, competindo a atuação extrajudicial e judicial na matéria às Promotorias de Justiça, nasrespectivas áreas de atribuição;CONSIDERANDO que, nos termos da Lei Municipal nº 610, de 10 de abril de 2012, são, em suma, órgãos do Sistema Municipal de Defesa doConsumidor de Floriano a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON e o Conselho Municipal de Proteção eDefesa do Consumidor - CONDECON, cabendo ao primeiro, dentre outras atribuições, instaurar, instruir e concluir processos administrativos paraapurar infrações à Lei nº 8.078/90 (CDC), podendo mediar conflitos de consumo, designando audiências de conciliação, bem como fiscalizar eaplicar as sanções administrativas previstas no Código de Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/90 (CDC);CONSIDERANDO que, nos termos do art. 4º do CDC, a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como a transparência e a harmonização das relações consumeristas, atendidos, entre outros: I - reconhecimento davulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor; III -harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade dedesenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da ConstituiçãoFederal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;CONSIDERANDO a necessidade de atendimento das demandas dos consumidores de produtos e serviços (art. 39, II e IX, CDC);CONSIDERANDO a necessidade de garantir o acesso à educação básica e superior aos alunos, na rede privada de ensino, em razão do surto dadoença provocada pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), por ser direito de todos e dever do Estado, da família e da iniciativa privada(arts. 6º, 205 e 209, da CF);CONSIDERANDO a suspensão das aulas decorrentes dos decretos de calamidade pública e emergência, baixados pelos Governos Federal,Estadual e Municipal com restrição do direito e ir e vir das pessoas, atingido o Piauí e o Município de Floriano, a exemplo do que está ocorrendono país e no mundo, indicando a necessidade das famílias ficarem em casa;CONSIDERANDO a necessidade de o ensino fundamental, médio e superior ser ministrado à distância, em situações emergências, segundodispõem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os regulamentos sobre a matéria (§ 4º, art. 32, Lei nº 9.394/1996, art. 9º, I; doDecreto nº 9.057/2007; Portarias MEC nº 343/2020 e 345/2020, e, Decreto nº 9.235/2017);CONSIDERANDO a necessidade de manter os contratos firmados entre as escolas, faculdades e os alunos, em razão de fato superveniente, nocaso, a pandemia causada pela pandemia (COVID-19), e assim conciliar os interesses dos consumidores e fornecedores, de modo a preservar oequilíbrio, boa-fé, confiança e lealdade nas relações de consumo (arts. 4º, III e 6º, V, do CDC);CONSIDERANDO as ponderações contidas na Nota Técnica n.º 14/2020/CGEMM/ DPDC/SENACON/MJ, que dispõe sobre os direitos dosconsumidores que contrataram serviços com instituições de ensino, mas que tiverem as aulas suspensas em razão do risco de propagação deCovid-19 - "coronavírus", sugerindo as entidades de defesa do consumidor para a tentava de se buscar a conciliação entre fornecedores econsumidores no mercado de ensino para que ambos cheguem a um entendimento acerca de qualquer uma das formas de encaminhamento dasolução do problema;CONSIDERANDO que poderá ser acrescido ao valor total anual montante proporcional à variação de custos a título de pessoal e de custeio,comprovado mediante apresentação de planilha de custo, mesmo quando esta variação resulte da introdução de aprimoramentos no processodidático-pedagógico, da mesma forma para o equilíbrio na relação de consumo (III, art. 4º, do CDC), havendo fato superveniente é razoávelque, eventual variação de custos e custeio sejam repassados aos respectivos contratados firmados com os alunos (§§ 1º e 3º, do art. 1,Lei 9.870/1999);RESOLVE RECOMENDAR à Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de Floriano - PROCON/FLORIANO, napessoa de sua representante legal, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas junto às Instituições de Ensino deEducação Básica e de Ensino Superior da rede privada, no sentido de que seja mantido os contratos firmados com os discentes, emrazão de fato superveniente, no caso, a pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), e assim, procurar conciliar os interessesdos consumidores e fornecedores, de modo a preservar o equilíbrio, boa-fé, confiança e lealdade nas relações de consumo,recomendando, desde logo, a adoção da seguinte providência:A abertura de procedimento administrativo específico com a finalidade de adotar todas as medidas cabíveis junto aos estabelecimentos da redeprivada de ensino fundamental, médio e superior sediadas no Município de Floriano, visando manter a execução dos contratosescolares/educacionais firmados com os discentes, na forma pactuada, utilizando dos meios disponíveis de ensino a distância com a qualidadeesperada pelo público alvo, com aulas que utilizem os meios digitais, enquanto durar a suspensão das aulas presenciais, de modo a garantir oacesso do ensino aos alunos, além de conciliar os interesses entre consumidores e fornecedores, observando as seguintes diretrizes:Os estabelecimentos de ensino devem demonstrar de forma clara, adequada e objetiva, aos Consumidores, ao Ministério Público Estadual e aoSistema Municipal de Defesa do Consumidor, conforme o caso, a efetiva comprovação da prestação do serviço enquanto durar a pandemia eapurada eventual redução de custos e custeio, estes, segundo o princípio da boa-fé, sejam repassadas aos consumidores a partir dasmensalidades do segundo semestre, no caso dos ensinos fundamental e médio, enquanto no ensino superior, da mesma forma,quando da pactuação de novo contrato;na impossibilidade da oferta aos alunos das medidas alternativas, segundo orientações e regulamentos do Ministério da Educação (MEC), nessasituação, o mais razoável é que se reveja o contrato firmado entre as partes, segundo prescrevem os arts. 4º, I, III, 6º, V e art. 39, II e IX, doCDC, ponderando, é claro, que a melhor forma da solução do conflito é a mediação entre os interessados, resguardado a garantia do direito doconsumidor no evento de força maior, amparado nos decretos dos Governos Federal, Estadual e Municipal, respectivamente;para a transparência dos §§ 1º e 3º do art. 1º da Lei nº 9.870/1999, deve ser recomendado as instituições de ensinos fundamental, médio esuperior a adoção das seguintes providências, comprovadas junto ao procedimento administrativo referido: a) apresentar planilha de custos naforma da citada lei, sem prejuízo da mesma forma, b) apresentar planilha de custos a título de pessoal (salários de professores, colaboradores eadministração) e de custeio (água, luz, telefone, limpeza e conservação, etc), mediante apresentação dos respectivos documentoscomprobatórios, e c) apurada eventual redução de custos e custeio, decorrentes do fato superveniente, em virtude da pandemia do coronavírus,é razoável que sejam estes, na sua proporção, repassados aos respectivos contratos firmados com os alunos (§§ 1º e 3º, do art. 1, Lei9.870/1999);define-se o último mês de mensalidade do ano anterior e as médias dos últimos e próximos 03 (três) meses da publicação dos decretos decalamidade pública e emergência, em razão da pandemia Coronavírus, expedidos pelos Governos Federal, Estadual e Municipal, como database para apuração da planilha de custos e custeio para os fins que especifica o item anterior(I, c).Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Fica o destinatário da presente recomendação advertido dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;

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c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC, ao Programa de Proteção e Defesa doConsumidor do Ministério Público do Estado do Piauí - PROCON/MPPI para conhecimento e ao destinatário para conhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 17 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 54/2020(PA - 000039-101/2020)Recomenda ao Município de Francisco Ayres, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas asmedidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico deacesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que o exercício do direito à saúde pelo indivíduo não se encontra condicionado à regulamentação infraconstitucional,a teor do que prescreve o art. 5º, § 1º, da Constituição Federal: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.";CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDO as consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da mais altagravidade;CONSIDERANDO que a progressão do Coronavírus (COVID-19) tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro - têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima;CONSIDERANDO que é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Boletim Epidemiológico Semanal COVID-19 nº 13/2020, da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI,divulgado no dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (quarenta e um) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal e estadual, a transmissão comunitária do novo Coronavírus;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, e que dentre asmedidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) a necessidade de prontoatendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência;CONSIDERANDO que o art. 4º, da sobredita Lei Federal, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),assevera que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenas enquantoperdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3o do art. 8o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número desua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";

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CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados; deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que a vigente Constituição da República e a Constituição Estadual consagraram como princípio fundamental da AdministraçãoPública a publicidade (CF, art. 37, caput / CE, art. 39, caput), bem como garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV);CONSIDERANDO que o princípio da publicidade, enquanto transparência da gestão, possibilita maior controle social das contas públicas,facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuaisdesvios, sendo, portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa administração pública;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Francisco Ayres, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção detodas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específicode acesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações eaquisições realizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI e presidenteda Câmara Municipal para conhecimento e aos respectivos destinatários para conhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 15 de abril de 2020._________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 57/2020(PA - 000054-101/2020)Recomenda ao Município de Nazaré do Piauí, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Desenvolvimento e AssistênciaSocial, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social,para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93,art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004 e Resolução nº 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas como

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de transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93),RESOLVE RECOMENDAR ao MUNICÍPIO DE NAZARÉ DO PIAUÍ, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal deDesenvolvimento e Assistência Social, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das PolíticasPúblicas de Assistência Social, para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), recomendando, desdelogo, a adoção das seguintes providências:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários se manifestem sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.

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b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI e ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC para conhecimento e ao destinatário paraconhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 56/2020(PA - 000053-101/2020)Recomenda ao Município de São José do Peixe, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Desenvolvimento e AssistênciaSocial, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social,para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93,art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004 e Resolução nº 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta e

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nove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93),RESOLVE RECOMENDAR ao MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO PEIXE, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal deDesenvolvimento e Assistência Social, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das PolíticasPúblicas de Assistência Social, para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), recomendando, desdelogo, a adoção das seguintes providências:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários se manifestem sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI e ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC para conhecimento e ao destinatário paraconhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 58/2020(PA - 000055-101/2020)Recomenda ao Município de Floriano, na pessoa de seu Prefeito e da Secretária Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, aadoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social, para oenfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93,art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004 e Resolução nº 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde pública

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de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93),RESOLVE RECOMENDAR ao MUNICÍPIO DE FLORIANO, na pessoa de seu Prefeito e da Secretária Municipal de Desenvolvimento eAssistência Social, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas deAssistência Social, para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), recomendando, desde logo, a adoçãodas seguintes providências:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civil

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pública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários se manifestem sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI e ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC para conhecimento e ao destinatário paraconhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 59/2020(PA - 000056-101/2020)Recomenda ao Município de Arraial, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, aadoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social, para oenfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93,art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004 e Resolução nº 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período de

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enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93),RESOLVE RECOMENDAR ao MUNICÍPIO DE ARRAIAL, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Desenvolvimento eAssistência Social, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas deAssistência Social, para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), recomendando, desde logo, a adoçãodas seguintes providências:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários se manifestem sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI e ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC para conhecimento e ao destinatário paraconhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 60/2020(PA - 000057-101/2020)Recomenda ao Município de Francisco Ayres, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Desenvolvimento e AssistênciaSocial, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social,para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19).O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93,art. 5º, incisos I, II, V, VIIX, XI e XVI, da Lei Complementar Estadual n° 36/2004 e Resolução nº 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia, inclusive, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, domeio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, como é o caso do direito à saúde e do consumidor;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal (CF): "à saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediantepolíticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para a sua promoção, proteção e recuperação"CONSIDERANDO o princípio da dignidade da pessoa humana, cuja efetividade é dever de todos, notadamente do Poder Público de formacomum e solidária em todas as suas instâncias;CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus

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(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII), dado o grau de avanço dos casos de contaminaçãopelo novo coronavírus, especialmente no território Chinês;CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitária (RSI): "um evento extraordinário que pode constituir umrisco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacionalcoordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência de saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da SaúdeM(OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o Decreto nº 18.895, de 19 de março de 2020, do Poder Executivo do Estado do Piauí, que declarou estado decalamidade pública, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, em razão da grave crise de saúde públicadecorrente da pandemia da Covid 19, e suas repercussões nas finanças públicas;CONSIDERANDO que a Assistência Social constitui direito do cidadão, sendo politica de seguridade social, de natureza não contributiva, queprevê mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento àsnecessidades básicas;CONSIDERANDO que são funções da política de assistência social a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos,organizando-se sob a forma de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado SUAS (NOB/SUAS 2012);CONSIDERANDO que por serviços socioassistenciais consideram-se as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população ecujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial (art. 23 da Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993);CONSIDERANDO que o sistema de assistência social rege-se pelos princípios da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica; da universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da assistência social alcançávelpelas demais políticas públicas; e do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bemcomo à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade, ao teor do art. 4º, da Lei nº 8.472/93;CONSIDERANDO que os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS - são as unidades responsáveis pelo desenvolvimento de todosos serviços socioassistenciais de Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;CONSIDERANDO que, nos termos do art. 15 da LOAS (Lei n. 8.742/1993), é de competência dos municípios a execução direta dos serviçossócio assistenciais;CONSIDERANDO que o art. 17, V, da Resolução CNAS n. 33/2012, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de AssistênciaSocial e fixa a responsabilidade dos municípios na prestação dos serviços socioassistenciais consistentes em atividades continuadas que visem àmelhoria de vida da população (art. 23, §2º, II, LOAS);CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 6º, caput, da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais, a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistênciaaos desamparados;CONSIDERANDO a Portaria Nº 337/2020, oriunda do Ministério da Cidadania, que dispõe acerca de medidas para o enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, COVID - 19, no âmbito do Sistema Único de AssistênciaSocial;CONSIDERANDO a Lei Nº 13.982/2020, que estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período deenfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), dentre essas a concessãodo auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais, durante o período de 03 meses;CONSIDERANDO que os critérios para o recebimento do auxílio emergencial são: maior de 18 (dezoito anos); não ter emprego formal ativo; nãoser titular de benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, com exceção dobolsa família; renda familiar mensal per capita seja de até 1/2 (meio) salário-mínimo ou a renda familiar mensal total seja de até 3 (três) saláriosmínimos; que, no ano de 2018, não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta enove reais e setenta centavos); e que exerça atividade na condição de: microempreendedor individual (MEI), contribuinte individual do RegimeGeral de Previdência Social ou trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o intermitenteinativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos deautodeclaração, cumpra o requisito de renda;CONSIDERANDO a Nota Técnica Conjunta Nº 04/2020 - CAODEC/CAODJI/MPPI expedida pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa daEducação e Cidadania em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude e que dispõe sobre o auxílioemergencial, instituído pela Lei Federal Nº 13.982/2020, e as formas de fomento à inscrição dos mais vulneráveis pelos municípios;CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público Estadual expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevânciapública, bem como ao respeito aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção dasprovidências cabíveis (art. 27.º, par. único, inc. IV, da Lei Federal 8.625/93 e art. 38.º, par. único, inc. IV, da Lei Complementar Estadual nº 12/93),RESOLVE RECOMENDAR ao MUNICÍPIO DE FRANCISCO AYRES, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal deDesenvolvimento e Assistência Social, a adoção de todas as medidas técnicas e administrativas necessárias, no âmbito das PolíticasPúblicas de Assistência Social, para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), recomendando, desdelogo, a adoção das seguintes providências:1. Dê ampla publicidade ao cadastramento da população beneficiária do auxílio emergencial em virtude da pandemia causada pela COVID - 19,através das redes sociais, emissoras de rádio, TV, disponibilização de cartazes informativos nas sedes dos serviços essenciais emfuncionamento;2. Garanta que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social procedam BUSCA ATIVA, baseada nos documentos das famíliasatendidas, daquelas que se encaixem nos requisitos para o cadastro no auxílio emergencial;3. Disponibilize, no CRAS, computador com acesso à internet para que os profissionais do Centro de Referência possam realizar a solicitação doauxílio emergencial para aqueles que não possuam acesso à internet nem saibam operacionalizar computadores, bem como a regularizaçãoonline do Cadastro de Pessoa Física - CPF, essencial para o cadastramento do auxílio emergencial;4. Garanta que o CRAS providencie, para aqueles que não possuem documentação como carteira de identidade e CPF, parceria com aSecretaria de Segurança Pública e com a Receita Federal ou Correios, para que após a regularização, tenham acesso ao auxílio emergencial;5. Assegure que após a busca ativa, as equipes dos Centros de Referência, entrem em contato com as referidas famílias, a fim de informá-lassobre o auxílio. No caso das famílias contactadas, que tiverem interesse no cadastro, e que não dispuserem de meios para fazê-lo, que osprofissionais se disponibilizem para realizá - lo;6. Articule junto à gerência de bancos e casas lotéricas para fins de que estes estabeleçam horário especial para atendimento exclusivo a idosose pessoas com deficiência, além de distribuição de senhas, agendamento de horários, e limitação do número de pessoas a serem atendidas porhora, de acordo com a estrutura suportada por cada agência.

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Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que os destinatários se manifestem sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público - CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde - CAODS/MPPI e ao Centro de Apoio Operacional da Educação e da Cidadania - CAODEC para conhecimento e ao destinatário paraconhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020.__________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 61/2020(PA - 000036-101/2020)Recomenda ao Município de Nazaré do Piauí, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas asmedidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico deacesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que o exercício do direito à saúde pelo indivíduo não se encontra condicionado à regulamentação infraconstitucional,a teor do que prescreve o art. 5º, § 1º, da Constituição Federal: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.";CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDO as consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da mais altagravidade;CONSIDERANDO que a progressão do Coronavírus (COVID-19) tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro - têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima;CONSIDERANDO que é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Boletim Epidemiológico Semanal COVID-19 nº 13/2020, da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI,divulgado no dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (quarenta e um) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal e estadual, a transmissão comunitária do novo Coronavírus;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, e que dentre asmedidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) a necessidade de prontoatendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência;CONSIDERANDO que o art. 4º, da sobredita Lei Federal, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),

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assevera que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenas enquantoperdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3o do art. 8o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número desua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados; deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que a vigente Constituição da República e a Constituição Estadual consagraram como princípio fundamental da AdministraçãoPública a publicidade (CF, art. 37, caput / CE, art. 39, caput), bem como garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV);CONSIDERANDO que o princípio da publicidade, enquanto transparência da gestão, possibilita maior controle social das contas públicas,facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuaisdesvios, sendo, portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa administração pública;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Nazaré do Piauí, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção detodas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específicode acesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações eaquisições realizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI e presidenteda Câmara Municipal para conhecimento e aos respectivos destinatários para conhecimento e cumprimento.c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020._________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJRECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA 62/2020(PA - 000038-101/2020)Recomenda ao Município de Arraial, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas as medidastécnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico de acesso ondedeverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu Órgão de Execução - 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano, representadopor seu titular abaixo-assinado, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, 196 e 197, da Constituição Federal, 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85, 25, IV, "a", e 27, parágrafo único, IV, da Lei nº 8.625/93, 2º, parágrafo único, e 38, da Lei Complementar Estadual nº 12/93e 1º e ss. da Res. 164/2017, do CNMP:CONSIDERANDO que o Ministério Público, por sua própria definição constitucional, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional doEstado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, devendo zelarpelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados pela Constituição, promovendo asmedidas necessárias a sua garantia;CONSIDERANDO que são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei,sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, porpessoa física ou jurídica de direito privado;CONSIDERANDO que a saúde é direito social constitucional assegurado a todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação;CONSIDERANDO que o direito à saúde, além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representaconsequência constitucional do direito à vida;CONSIDERANDO que o exercício do direito à saúde pelo indivíduo não se encontra condicionado à regulamentação infraconstitucional,a teor do que prescreve o art. 5º, § 1º, da Constituição Federal: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têmaplicação imediata.";

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CONSIDERANDO que, nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, a saúde é um direito fundamental do serhumano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício;CONSIDERANDO a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde - OMS, em30 de janeiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo Coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO que o vírus, de origem provável na cidade de Wuhan, na República da China, possui uma extraordinária facilidade detransmissão e intriga cientistas do mundo todo, o qual vem causando muitos casos confirmados e um grande número de mortes;CONSIDERANDO as consequências da ausência de medidas rápidas e efetivas de prevenção da disseminação do vírus são da mais altagravidade;CONSIDERANDO que a progressão do Coronavírus (COVID-19) tem sido exponencial em todo o mundo, de forma tal que todos os Governos -incluído o brasileiro - têm buscado tomar as medidas de forma urgentíssima;CONSIDERANDO que é consenso mundial a ideia de que, para que qualquer sistema de saúde não sofra colapso, é necessário reduzir a curvaepidêmica, principalmente através do isolamento social. Epidemiologistas e autoridades da saúde mantêm o foco nessa curva de crescimento,com o objetivo de evitar o ritmo acelerado das enfermidades causadas pelo COVID-19. Isso porque se o crescimento inicial é íngreme demais, onúmero de casos pode rapidamente ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde;CONSIDERANDO que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 25.262 (vinte e cinco mil e duzentos e sessenta e dois) casosconfirmados e 1.532 (mil e quinhentos e trinta e dois) óbitos decorrentes de Coronavírus;CONSIDERANDO que, segundo Boletim Epidemiológico Semanal COVID-19 nº 13/2020, da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI,divulgado no dia 10 de abril de 2020, às 20 h: 30 min, o Piauí possui 41 (quarenta e um) casos confirmados e 07 (sete) óbitos;CONSIDERANDO que já foi reconhecida oficialmente, em âmbito federal e estadual, a transmissão comunitária do novo Coronavírus;CONSIDERANDO as disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus responsável pelo surto de 2019, e que dentre asmedidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese de dispensa de licitação paraaquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importânciainternacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) a necessidade de prontoatendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outrosbens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência;CONSIDERANDO que o art. 4º, da sobredita Lei Federal, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),assevera que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenas enquantoperdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19);CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3o do art. 8o da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número desua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados; deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que a vigente Constituição da República e a Constituição Estadual consagraram como princípio fundamental da AdministraçãoPública a publicidade (CF, art. 37, caput / CE, art. 39, caput), bem como garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV);CONSIDERANDO que o princípio da publicidade, enquanto transparência da gestão, possibilita maior controle social das contas públicas,facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuaisdesvios, sendo, portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa administração pública;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição,RESOLVE RECOMENDAR ao Município de Arraial, na pessoa de seu Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, a adoção de todas asmedidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítio eletrônico do Município, um link específico deacesso onde deverão ser publicados, em tempo real e de forma integral, todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade, nos termos da lei.Por fim, faz-se impositivo constar que a presente recomendação não esgota a atuação do Ministério Público Estadual sobre o tema, nãoexcluindo futuras recomendações ou outras iniciativas com relação aos agentes supramencionados ou outros, bem como com relação aos entespúblicos com responsabilidade e competência no objeto.Ficam os destinatários da presente recomendação advertidos dos seguintes efeitos, dela advindo:a) tornar inequívoca a demonstração da consciência da ilicitude do não cumprimento do recomendado;b) caracterizar o dolo, má-fé ou ciência da irregularidade, por ação ou omissão, para viabilizar futuras responsabilizações em sede de ação civilpública por ato de improbidade administrativa quando tal elemento subjetivo for exigido;c) constituir-se em elemento probatório em sede de ações cíveis ou criminais.Resolve, ainda, determinar:a) Fixação do prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento, para que o destinatário se manifeste sobre o acatamento da presenterecomendação, devendo encaminhar à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Floriano manifestação escrita e documentação hábil a provar ofiel cumprimento, bem como a impossibilidade de cumpri-la dentro do prazo assinalado.b) Encaminhamento da presente Recomendação à Secretaria Geral do Ministério Público do Estado do Piauí para a devida publicação no DiárioEletrônico do Ministério Público, bem como ao Conselho Superior do Ministério Público CSMP/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Defesada Saúde CAODS/MPPI, ao Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI e presidenteda Câmara Municipal para conhecimento e aos respectivos destinatários para conhecimento e cumprimento.

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3.18. 2ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE CAMPO MAIOR-PI11339

c) O registro eletrônico da presente Recomendação no Sistema SIMP.Registre-se, publique-se e notifiquem-se.Floriano, 20 de abril de 2020._________________________José de Arimatéa Dourado LeãoPromotor de Justiça - 1ª PJ

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 43/2019 SIMP Nº 000951-060/2019ASSUNTO: IDOSA AGREDIDA PSICOLOGICAMENTE E NEGLIGENCIADA POR FILHO DE CRIAÇÃO MENOR E USUÁRIO DE DROGADENUNCIANTE: DISQUE DIREITOS HUMANOS DENUNCIADO: TIAGO VINÍCIUSVÍTIMA: MARIA: MARIA DO SOCORRO SILVA DE SOUSADECISÃO DE ARQUIVAMENTOInstaurou-se o Procedimento Administrativo epigrafado no dia 19/08/2019 (fls. 02/04), tendo em vista o teor da Denúncia Registrada no DisqueDireitos Humanos (número do protocolo: 2088357; número da denúncia: 1165434), noticiando a situação de vulnerabilidade vivenciada pela idosaMaria do Socorro Silva de Sousa, possivelmente negligenciada e agredida psicologicamente pelo adolescente Tiago Vinícius (filho de criação" davítima) e supostamente usuário de droga (fl. 08).A referida denúncia foi encaminhada à 2ª Promotoria de Justiça de Campo Maior pelo CAODEC, através do Ofício Nº 479/2019-CAODEC/MPPI,de 05.08.2019 (fls. 06/07).Inicialmente foram determinadas as seguintes medidas: 1) Expedição de ofício à Secretaria Municipal de Assistência Social e Geração de Renda/SEMAS, solicitando a realização de Estudo Social acerca da situação vivenciada pela Sra. Maria do Socorro Silva de Sousa; 2) Expedição deofício ao Conselho do Idoso de Campo Maior, solicitando a realização de Estudo Social acerca da situação vivenciada pela Sra. Maria do SocorroSilva de Sousa ; 3) Expedição de Notificação à Sra. Maria do Socorro Silva de Sousa, para comparecer na Sede das Promotorias de Justiça deCampo Maior, para tratar de assunto de seu interesse e de interesse da justiça; 4) Expedição ao adolescente Tiago Vinicius, para comparecer naSede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, para tratar de assunto de seu interesse e de interesse da justiça; 5) Expedição de ofício aoConselho Tutelar de Campo Maior, solicitando a realização de Estudo Social acerca da situação vivenciada pelo adolescente Tiago Vinicius.No dia 20.02.2019 deu-se cumprimento às determinações supra, conforme expedientes acostados às fls. 13/29).Em resposta ao Ofício nº 1445/2019.000951-062/019-SUPJCM-MPPI, do dia 30.08.2019 (fl. 23), o Conselho Tutelar de Campo Maior protocolouno dia 10.09.2019 RELATÓRIO informando que o adolescente Tiago Vinicio Oliveira dos Santos vive desde os primeiros meses de vida com ocasal Pedro Vitorino de Sousa e Maria do Socorro Silva de Sousa, ambos idosos, esta com saúde precária; foi relatado que o Tiago Vinicioandava em más companhias e é muito rebelde; que, Tiago Vinicio está cursando o 9º ano no Patronato Nossa Senhora de Lourdes; que, osfamiliares e os Conselheiros tutelares mantiveram uma conversa séria e aconselharam o adolescente em tela e o mesmo se comprometeu amudar de comportamento (fl. 31).Em resposta ao Ofício nº 1443/2019.000951-062/019-SUPJCM-MPPI, do dia 30.08.2019 (fls. 13 e 25), a Secretária Municipal de AssistênciaSocial e Geração de Renda de Campo Maior, via CREAS, encaminhou PARECER SOCIAL do dia 01.11.2019, no qual consta, em síntese, relatodos fatos constatados na visita domiciliar da Sra. Maria do Socorro Silva de Sousa: esta reside com seu esposo Pedro Vitorino de Sousa (83anos), com seu sobrinho-neto Thiago Vinicius; que os referidos idosos tios-avós do adolescente Tiago Vinicius e são cuidados pelas filhasSolange e Sidney, que residem próximos da casa dos idosos; que, Thiago Vinicius passou ter comportamento adverso após a morte da sua tiaLuzia Silva de Sousa, a qual cuidava do mesmo com mãe e lhe dava suporte emocional e material; que, a Sra. Solange relatou que Tiago Viniciusvem tendo um comportamento estável, respeita os horários determinados, deixou as amizades consideradas de más influências, mas não emboas notas na escola; que não há indícíos de uso de substâncias psicoativa nem de alcóol pelo adolescente em tela.; que, o pai de Tiago Viniciusreside no estado do Tocantins e manda mensalmente a quantia de R$ 300,00 (trezentos reais), após acordo feito com o Conselho Tutelar deCampo Maior; que, "No que diz respeito aos idosos em questão, o Sr. Pedro apresenta-se lúcido enquanto a Sra. Maria do Socorro encontra-secom Alzheimer, sendo medicada e bem cuidada pelas filhas que revezam os cuidados com a casa e com o bem estar dos idosos e doadolescente em questão"; que, a Sra. Solange disse que Tiago Vicicius não pratica agressões psicológica e verbal contra a Sra. Maria do Socorro(fls. 33/34).Considerando que o adolescente Tiago Vinicio Oliveira dos Santos foi criado desde os primeiros primeiros meses de vida pelo casal PedroVitorino de Sousa e Maria do Socorro Silva de Sousa;Considerando que, os familiares do referido casal e os Conselheiros Tutelares mantiveram uma conversa séria e aconselharam o adolescente emtela e que o mesmo se comprometeu a mudar de comportamento;Considerando que o adolescente Tiago Vinicio está cursando o 9º ano no Patronato Nossa Senhora de Lourdes;Considerando que a Sra. Solange relatou que Tiago Vinicius vem tendo um comportamento estável, respeita os horários determinados e deixouas amizades consideradas de más influências;Considerando que o CREAS sustentou que o adolescente em Tiago Vinicius não faz uso de substância psicoativa nem de alcóol;Considerando que o adolescente Thiago Vicicius não negligencia e nem pratica agressões psicológica e verbal contra a Sra. Maria do Socorro;Considerando que as Sras. Solange e Sidney vem cuidando do adolescente ThiagoVinicius;Considerando que o casal de idosos - Maria do Socorro Silva de Sousa e PedroVitorino de Sousa são bem cuidados pelas filhas Solange e Sidney, que residem próximos da casa dos idosos;Considerando que o Sr. Pedro Vitorino de Sousa apresenta-se lúcido;Considerando que a Sra. Maria do Socorro Silva de Sousa encontra-se com Alzheimer, mas vem sendo medicada e bem cuidada pelas filhasSolange e Sidney que revezam os cuidados com a casa e com o bem estar dos idosos e do adolescente Thiago Vinicius;Considerando as informações contidas no PARECER SOCIAL do dia 01.11.2019 oriundo da Secretaria Municipal de Assistência Social eGeração de Renda de Campo Maior, via CREAS, dispensa-se eventual resposta do Conselho do Idoso sobre o oficio acostado à fl. 37;Considerando, também, que este comenos não há necessidade de nenhuma outra medida a ser encetada pelo Ministério Público, ressaltandoque eventual fato novo que necessite da pronta intervenção do Ministério poderá ser apurado mediante novel Procedimento Administrativo;O Ministério Público Estadual, via Promotor de Justiça titular da 2ª Promotoria de Justiça de Campo Maior RESOLVE: PROMOVER OARQUIVAMENTO do presente Procedimento Administrativo nº 43/2019, nesta 2ª Promotoria de Justiça de Campo Maior, com base no art. 13,caput, c/c art. 8º, III ambos da Resolução nº 174, 04/07/2017, do Conselho Nacional do Ministério Público.Comunique-se: I) a COORDENAÇÃO-GERAL DE GESTÃO DO DISQUE DIREITOS HUMANOS, via e-mail; II) o CENTRO DE APOIOOPERACIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA/CAODEC.Comunique-se ao Egrégio Conselho Superior do Ministério Público sobre esta decisão de arquivamento dos presentes autos, em atendimento aoOfício Circular nº 004/2017 - CGMP/PI, de 27/01/2017.Cumpra-se. Após, proceda-se à baixa no respectivo livro e no SIMP, observando as cautelas de praxe.Campo Maior (PI), 02 de dezembro de 2019.CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETO:74655655887Assinado de forma digital por CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETO:74655655887

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Dados: 2019.12.02 10:54:16 -02'00'CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETOPromotor de JustiçaPROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 35/2019SIMP Nº 000729-060/2019ASSUNTO: PROTEÇÃO DE PESSOA IDOSARESUMO: IDOSA POSSIVELMENTE NEGLIGENCIADA E ABUSADA FINANCEIRAMENTE P FILHOSDENUNCIANTE: COORDENAÇÃO-GERAL DE GESTÃO DO DISQUE DIREITOS HUMANOSDENUNCIADOS: MARIA DALVA - JOSÉ - MARIA GORETEVÍTIMA: LUIZA (90 anos)DECISÃO DE ARQUIVAMENTOInstaurou-se no dia 11/07/2019 o Procedimento Administrativo nº 35/2019 epigrafado, por meio da Portaria nº 35/2019, com base no teor daDENÚNCIA DISQUE DIREITOS HUMANOS - DISQUE 100 (Número do Protocolo: 2040518; Número da Denúncia: 1144902 - Grupo de violação:Pessoa Idosa), noticiando que "Maria, 90 anos é negligenciada pelos filhos Maria Dalva, José, Maria Gorete...Os filhos alegam que a pensão daidosa dá e sobra para a irmã, maria de Fátima cuidar da mãe, que é a responsável pelo recebimento da pensão de Luiza, e por isso, não ajudamnos cuidados da mãe, referente a alimentação, a dar banho na idosa, nem ajudam a levá-la para consultas médicas, sendo que alegam quemuitas vezes, o valor é insuficiente para suprir as necessidades da idosa..." (fls. 02/04 e 07/08).A mencionada DENÚNCIA DISQUE 100 foi encaminhada para a 2ª Promotoria de Justiça pelo CADEC, através do Ofício Nº 372/2019-CAODEC/MPPI, de 25.06.2019, protocolado no dia 03.07.2019 (fl.s 05/06).Inicialmente foi determinada a seguinte medida: Expedição de Ofício à Secretária Municipal de Assistência Social e Geração de Renda de CampoMaior/PI/SEMAS, requisitando a elaboração de Estudo Social, acerca da situação vivenciada pela idosa Luiza Alves Visgueira (90 anos de idade),informando os nomes e os endereços de todos os seus filhos.No dia 24.07.2019 deu-se cumprimento à determinações supra, conforme expediente acostado aos autos (fls. 17/19).A Secretária Municipal de Assistência Social e Geração de Renda de Campo Maior/PI/SEMAS não apresentou resposta/manifestação no prazoconcedido no Ofício nº 1085/2020.000729.06012/2019-SEPJCM-MPPI, de 24.07.2019, com ciência no dia 31.07.2019 (fls. 17e 19), conforme Certidão de Perda de Prazo do dia 24.09.2019 (fl. 20).No dia 01.10.2019 exarou-se despacho determinando as seguintes medidas: 1. Expedição de Ofício à Secretária Municipal de Assistência Sociale Geração de Renda de Campo Maior/PI/SEMAS, novamente requisitando a elaboração de Estudo Social, acerca da situação vivenciada pelaidosa Luiza Alves Visgueira (90 anos de idade), informando os nomes e os endereços de todos os seus filhos.; 2. Expedição de Notificação à Sra.MARIA DALVA, residente na Baixa dos Touros, próximo a Estalão Ferroviária Altamira, para comparecer na Sede das Promotorias de Justiça deCampo Maior, para tratar de assunto de seu interesse da justiça e da Sra. Luíza Alves Visgueira; 3. Expedição de Notificação à Sra. MARIAGORETE, residente na Baixa dos Touros, próximo a Estalão Ferroviária Altamira, para comparecer na Sede das Promotorias de Justiça deCampo Maior, para tratar de assunto de seu interesse da justiça e da Sra. Luíza Alves Visgueira; 4. Expedição de Notificação ao Sr. JOSÉFRANÇA, residente na Baixa dos Touros, próximo a Estalão Ferroviária Altamira, para comparecer na Sede das Promotorias de Justiça deCampo Maior, para tratar de assunto de seu interesse da justiça e da Sra. Luíza Alves Visgueira; 5. Expedição de Notificação ao Sr. FRANCISCODA COSTA FILHO, residente na Baixa dos Touros, próximo a Estalão Ferroviária Altamira, para comparecer na Sede das Promotorias de Justiçade Campo Maior, para tratar de assunto de seu interesse da justiça e da Sra. Luíza Alves Visgueira.No dia 08.10.2019 e no dia 14.11.2019 deu-se cumprimento às determinações supra, conforme expedientes acostados aos autos (fls. 25/34 e49).O Sr. JOSÉ ALVES DA COSTA compareceu no dia 23.10.2019 na Sede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, onde declarou, em síntese:Que sempre ajuda a mãe e liga regularmente para ela. Visita a mesma anualmente, compra remédios, fraldas e comida pra ela; Que, o dinheiroda pensão de sua mãe, pelo que viu, está sendo usado para arcar com suas necessidades e que sua mãe é bem cuidada pela irmã Maria deFátima (fls. 36 e documentos de fls. 37/39).O Sr. FRANCISCO ALVES DA COSTA compareceu no dia 23.10.2019 na Sede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, onde declarou, emsíntese: Que nunca usou o dinheiro sua mãe; Que, ao visitá-la ,leva fraldas, leite sem lactose, pomada para assaduras, pacote de luvas; Que, suairmã Maria de Fátima levou sua mãe para a Baixa do Touro, o que dificultou o acesso à sua mãe à assistência médica, e a visita dos filhos emvisitá-la devido a distância; que. não abusa financeiramente de sua mãe(fls. 40/41 e 42).A Sra. MARIA DALVA ALVES DOS SANTOS compareceu no dia 23.10.2019 na Sede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, ondedeclarou, em síntese: Que não procede a Denúncia Disque 100; Que ajuda sua mãe,com fraldas e remédios; Que, sua irmã Maria de Fátimacuida muito bem de sua mãe; Que, o dinheiro da pensão de sua mãe é usado para prover os cuidados da mãe e que nunca teve acesso aodinheiro de sua mãe; Que, seus irmãos arcam regularmente com a assistência médica que a mãe precisa (fls. 43 e 44).A Sra. MARIA DALVA ALVES DOS SANTOS compareceu no dia 23.10.2019 na Sede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, ondedeclarou, em síntese: Que não procede a Denúncia Disque 100; Que ajuda sua mãe,com fraldas e remédios; Que, sua irmã Maria de Fátimacuida muito bem de sua mãe; Que, o dinheiro da pensão de sua mãe é usado para pover os cuidados da mãe e que nunca teve acesso aodinheiro de sua mãe; Que, seus irmãos arcam regularmente com a assistência médica que a mãe precisa (fls. 43 e 44).A Sra. MARIA GORETE ALVES DA COSTA FÉLIX compareceu no dia 22.11.2019na Sede das Promotorias de Justiça de Campo Maior, onde declarou, em síntese: Que não procede a Denúncia Disque 100; Que prestaassistência médica e alimentícia a sua mãe e esta é ajudada por todos os familiares, inclusive pelos netos (fls. 52 e 53/56).A Secretária Municipal de Assistência Social e Geração de Renda de Campo Maior/PI, apresentou resposta intempestiva ao Ofício nº1783/2019.000729.060/2019-SUPJCM- MPPI, de 24.07.2019, com ciência no dia 31.07.2019 (fls. 17 e 19), através do Ofício Nº 20/2019, de29.07.2019, informando que o estudo social do caso em tela deve ser feito pela assistência social do município de Coivaras/PI, onde reside areferida idosa, (fl. 47).A Secretária Municipal de Assistência Social e Geração de Renda de Campo Maior/PI, apresentou resposta intempestiva ao Ofício nº1085/2019.000729.060/2019-SUPJCM- MPPI, de 08.10.2019, com ciência no dia 11.10.2019 (fls. 25 e 34), através do Ofício Nº 96/2019, de17.10.2019, informando que não localizou o endereço indicado no referido expediente (fl. 58).Posteriormente expediu-se ofício no dia 05.02.2020 à Secretária Municipal de Assistência Social de Altos/PI, solicitando a elaboração deRelatório Social, acerca da situação vivenciada pela idosa Luiza Alves Visgueira, residente na Baixa dos Touros, próximo da Estação FerroviáriaAltamira (fl. 61).A Secretária Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de Altos/PI, apresentou resposta ao Ofício nº 334/2020.000729.060/2019-SUPJCM-MPPI, de 05.02.2020 (fl. 61), através do Ofício 014/2020, de 19.02.2020, informando que não tem atribuição para realizar o RelatórioSocial solicitado,por que a Localidade Baixa dos Touros pertence ao município de Campo Maior (fl. 65).Considerando que Sra. Luiza Alves Visgueira é bem cuidada por seus filhos, inclusive por seus netos, prestando-lhe assistência, fornecendo-lhemedicamentos, fraldas, alimentos e que a mesma recebe assistência médica;Considerando que o dinheiro do benefício da Sra. Luiza Alves Visgueira é usado pela filha Maria de Fatima para suprir as necessidades dareferida senhora:Considerando que não são verdadeiros os fatos relatados na supramencionada DENÚNCIA DISQUE 100;Considerando as informações até o momento amealhadas nos presentes autos dá-se por encerrado o presente procedimento, dispensando-se arealização de Estudo Social pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Geração de Renda de Campo Maior/PI e desconsiderando-se o

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3.19. 43ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TERESINA-PI11340

3.20. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MARCOS PARENTE-PI11341

despacho exarado no dia 02.03.2020.Considerando, também, que não há necessidade de nenhuma outra medida a ser realizada pelo Ministério Público estadual, ressaltando quequalquer outro fato novo que necessite da pronta intervenção do Ministério Público estadual poderá ser apurado mediante novel Notícia de Fatoe/ou Procedimento Administrativo.O Ministério Público Estadual, através do do Promotor de Justiça titular da 2ª Promotoria de Justiça de Campo Maior, resolve: PROMOVER OARQUIVAMENTO do presente Procedimento Administrativo nº 35/2019 nesta 2ª Promotoria de Justiça de Campo Maior-PI, com base no art. 13,caput, c/c art. 8º, III, da Resolução nº 174 do Conselho Nacional do Ministério Público.Comunique-se: I) a COORDENAÇÃO-GERAL DE GESTÃO DO DISQUE DIREITOS HUMANOS, via e-mail; II) o CENTRO DE APOIOOPERACIONAL DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA/CAODEC, sobre esta decisão de arquivamento dos presentes autos.Comunique-se o Egrégio Conselho Superior do Ministério Público sobre esta decisão de arquivamento dos presentes autos, em atendimento aoOfício Circular nº 004/2017 - CGMP/PI, de 27/01/2017.Cumpra-se.Após, proceda-se à baixa no respectivo livro e no SIMP, observando as cautelas de praxe.Campo Maior/PI, 02 de abril de 2020.CEZARIO DE SOUZA CAVALCANTE NETOPROMOTOR DE JUSTIÇA

PORTARIA Nº 004/2020Dispõe sobre a prorrogação, no âmbito da 43ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado do Piauí, do período de teletrabalho e dasuspensão do expediente presencial, em caráter temporário e excepcional, como medida de prevenção ao contágio pelo Novo Coronavírus(COVID -19), conforme Ato PGJ Nº 999/2020.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, através da 43ª Promotoria de Justiça de Teresina, no uso das atribuições previstas nos arts.127, caput , art. 129, I e II , da Constituição da República;CONSIDERANDO a Portaria Nº 003/2020da 43ª Promotoria de Justiça publicada no Diário Oficial nº 598 - Disponibilização: Quinta-feira, 19 deMarço de 2020 - Publicação: Sexta-feira, 20 de Março de 2020.CONSIDERANDO o ATO PGJ nº 999/2020 que dispõe acerca da necessidade de prorrogar, no âmbito do Ministério Público do Estado do Piauí,o período de teletrabalho e da suspensão do expediente presencial, em caráter temporário e excepcional, como medida de prevenção aocontágio pelo Novo Coronavírus (COVID-19).CONSIDERANDO que o Ato PGJ Nº 999/2020 alterou o art.1º do Ato PGJ Nº 997/2020 instituindo, em caráter temporário e excepcional, o regimede teletrabalho, nos termos do ATO PGJ Nº 995/2020 (alterado pelo ATO PGJ Nº 996/2020), com a suspensão do expediente presencial doMinistério Público do Estado do Piauí, inclusive a participação dos membros nos atos, sessões colegiadas e audiências judiciais, até o dia 30 deabril de 2020, como meio de restringir o contato social, diminuindo a circulação e aglomeração de pessoas com o fim de prevenir e conter ocontágio pelo COVID-19 em prol da saúde pública, ressalvadas situações que impossibilitem a sua adoção."(NR).RESOLVE:Art. 1º . Prorrogar o REGIME DE TELETRABALHO para todas as servidoras lotadas na unidade, as assessoras de promotoria, Raíssa Sá LopesSantos, Matrícula 15269, Carolina Silva Santos, Matrícula 15417 e a estagiária Sarinne Cunha Soares Rodrigues, Matrícula 2194, a ser cumpridodas 08h às 13h, no período de "quarentena" destacado no art. 2º, Ato PGJ nº 995/2020, observadas as seguintes diretrizes:§ 1º . O regime de TELETRABALHO compreende a análise e elaboração de minuta para posterior estudo, validação e assinatura pelo Membrotitular da 43ª Promotoria de Justiça ou substituto legal;§ 2º . A confecção da minuta descrita no parágrafo anterior deverá ser realizada em documento editável do Word Office. Em seguida, deverá sersalva na "nuvem" da 43ª Promotoria de Justiça, onde o Membro terá acesso para fins do § 1º;§ 3º. Atendendo ao art. 3º, I, do Ato PGJ nº 995/2020, durante o período referido no caput, as Servidoras Raíssa Sá Lopes Santos e CarolinaSilva Santos, assessoras de promotoria, ficarão responsáveis pelos sistemas não presenciais de comunicação, incluindo o aparelho celularinstitucional nº 86 98185-7038, e-mail funcional ([email protected]/ [email protected]), sem prejuízo dos demais canais àdisposição do público, consoante Ato PGJ nº 995/2020;Art. 2º. Não haverá sistema de rodízios de servidores, uma vez que o regime de TELETRABALHO deverá ser implementando imediatamentepara todo o corpo de trabalho, pelas razões expostas nas considerações acima.§ 1º. Todos as servidoras descritas ficam dispensadas da fiscalização eletrônica de frequência.Art. 3º. Determinar que seja cientificado da presente, preferencialmente por meio eletrônico, a Exma. Sra. Procuradora Geral de Justiça, Dra.Carmelina Maria Mendes de Moura, o Exmo. Sr. Corregedor Geral do Ministério Público, Dr. Luís Francisco Ribeiro, o MM. Juíza de Direito queatua perante a 5ª Vara de Família e Sucessões, Dra. Tânia Regina Sousa Guimarães e a Coordenadora do Núcleo de Família e Sucessões, Dra.Ana Lúcia Soares de Sousa Almeida.Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.Publique-se. Registre-se. Dê-se ciência e Cumpra-se.Teresina, 20 de Abril de 2020.Édsel de Oliveira Costa Belleza do NascimentoPromotor de Justiça

PORTARIA Nº 05/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 04/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito doSistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Marcos Parente-/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Marcos Parente, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";

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CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foram mantidos o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, noperíodo de 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, querecomenda aos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas àpropagação da infecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 04/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Marcos Parente/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;Requisição ao senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:. Encaminhamento ao Ministério Público de Marcos Parente, por meio eletrônico, no prazo de 10 (dez) dias, de cópia do Plano de ContingênciaMunicipal de combate à pandemia do Covid-19, assim como a relação das providências adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde, voltadaspara o cenário epidemiológico atual desde o início do surto da pandemia, bem assim dispondo sobre os serviços e recursos voltados àprevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação da enfermidade no âmbito do município de Marcos Parente.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.

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Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente-PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPORTARIA Nº 06/2020Instaurar Procedimento Administrativo n.º 05/2020 visando acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Marcos Parente/PI e SecretariaMunicipal de Saúde na adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, bem como assegurar a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Regeneração/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF/88, art. 127);CONSIDERANDO que, como defensor da ordem jurídica e dos interesses sociais, cabe ao Ministério Público atuar em resguardo dos princípiosconstitucionais da Administração Pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, de forma a garantir o respeito à legalidade, àimpessoalidade, à moralidade, à publicidade, à eficiência e, ainda, à probidade administrativa;CONSIDERANDO que a transparência acerca das informações alusivas à gestão administrativa, financeira e orçamentária constitui-se eminstrumento fundamental ao exercício do controle externo, mormente o controle social feito pelo povo que, segundo o art. 1º, parágrafo único, daConstituição Federal, é o titular do poder conferido ao Estado;CONSIDERANDO que o controle social consiste na participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controleda administração pública, como complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos,contribuindo para favorecer a boa e correta aplicação desses mesmos recursos, e com o mecanismo de combate à corrupção;CONSIDERANDO que o controle social pode, inclusive, ajudar o gestor na fiscalização dos atos praticados pelos seus servidores, contribuindopara uma gestão proba dos recursos públicos e evitando assim que o gestor venha a responder judicialmente por atos praticados porsubordinados;CONSIDERANDO que a publicidade é um princípio do Direito Administrativo, dever do Estado e direito do cidadão, conforme prescreve aConstituição Federal ao dispor que a "administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados e dos Municípiosobedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]" (art. 37, caput);CONSIDERANDO que o art. 48, caput, da Lei Complementar n° 101/2000, estabelece, como instrumento de transparência da gestão fiscal, aobrigatoriedade de divulgar, inclusive em meios eletrônicos: "os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas eo respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas dessesdocumentos";CONSIDERANDO que o art. 48, parágrafo único, II, da Lei Complementar n° 101/2000, determina que a transparência será também asseguradamediante "liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execuçãoorçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público";CONSIDERANDO que o art. 48-A, da mesma Lei Complementar n° 101/2000, assim dispõe: "Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafoúnico do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I -quanto àdespesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com adisponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa físicaou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II -quanto à receita: o lançamento e orecebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.";CONSIDERANDO a plena vigência dos prazos estabelecidos pela Lei Complementar n° 101/2000, especialmente os constantes no art. 73-B, inverbis: "Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.48 e do art. 48-A: I -1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II -2 (dois)anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III -4 (quatro) anos para os Municípios quetenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data depublicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.";CONSIDERANDO que o não cumprimento das exigências previstas na legislação em questão, uma vez decorrido o prazo previsto no art. 73-B,poderá ensejar a sanção de que trata o art. 23, § 3º, I, da citada Lei Complementar n° 101/2000 - impossibilidade de recebimento de qualquertransferência voluntária, conforme dispõe o art. 73-C da Lei Complementar n° 101/2000: "O não atendimento, até o encerramento dos prazosprevistos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção previstano inciso I do § 3º do art. 23.";CONSIDERANDO que os arts. 3º e 4º da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), determinam que os órgãosdivulguem, em local de fácil acesso, informações de interesse coletivo, disponibilizando, também, mecanismo de busca que permita o acesso adados e relatórios de forma objetiva e com linguagem de fácil compreensão;CONSIDERANDO que o art. 8º da Lei n° 12.527/2011 diz ser dever dos órgãos e das entidades públicas promover, independente derequerimento, a divulgação das informações previstas (de interesse coletivo ou geral) em local de fácil acesso, devendo constar, no mínimo: "I -registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II -registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes aprocedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para oacompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade";CONSIDERANDO que, para cumprimento da divulgação, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimosde que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação na internet, atendendo aos seguintes requisitos: "I - conter ferramenta de pesquisa deconteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar agravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar aanálise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;IV - divulgarem detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informaçõesdisponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam aointeressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessáriaspara garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, edo art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008" (§§2° e3° do art. 8° da LAI);CONSIDERANDO que nos termos do art. 11, IV, da Lei n° 8.429/92, configura ato de improbidade administrativo que atenta contra os princípiosda Administração Pública a conduta de negar publicidade aos atos oficiais.CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;

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CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a deflagração de situação de calamidade pública pelo Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto n° 18.895, de 19 demarço de 2020;CONSIDERANDO que em todos os Estados do Brasil já se contabiliza casos confirmados de contaminação pelo novo corona vírus, bem comoóbitos relacionado à doença;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional em virtude do coronavírus;CONSIDERANDO que dentre as medidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese dedispensa de licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúdepública de importância internacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) anecessidade de pronto atendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços,equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação deemergência;CONSIDERANDO que no seu art. 4º, referida legislação, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), éexpressa ao prever que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenasenquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de suainscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que no âmbito estadual, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí criou em seu sítio eletrônico um link de acesso rápido amanuais, resultados, notas técnicas, formulários e boletins referentes ao coronavírus, sem, contudo, apresentar nenhuma informação acerca decontratações e aquisições feitas para o combate ao COVID-19 (http://portal.saude.pi.gov.br/2020/inf_saude/epidemiologia/covid-19/covid-19.asp);CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados, deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que ao acessar o site oficial da Prefeitura Municipal de Marcos Parente/PI (http://www.marcosparente.pi.gov.br)constatado que não há disponibilização de informações que permitam o controle externo na forma exigida pelas normas legaismencionadas;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, nos dias 23 de março de 2020 e no dia 09 de abril de 2020, por meio das Portarias nº 480/2020 enº 774/2020, (DOU - Publicado em: 25/03/2020 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página: 80 e DOU - Publicado em 09/04/2020 | Edição: 69-A | Seção: 1 -Extra | Página: 60), disponibilizou aos Estados, Distrito Federal e Municípios, recursos para o custeio de ações e serviços relacionados àatenção primária à saúde e à assistência ambulatorial e hospitalar decorrente do coronavírus - COVID 19, em parcela única, mediante processoautorizativo encaminhado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde;CONSIDERANDO que foi destinado ao Município de Marcos Parente/PI os valores de R$ 11.372,50 (onze mil trezentos e setenta e dois reaise cinquenta centavos) - Resolução CIB - PI 032/2020 da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí e R$ 73.662,81 (setenta e três milseiscentos e setenta e dois reais e oitenta e um centavos) decorrente das Portarias n.º 480/2020 e n.º 774/2020 do Ministro da Saúde,respectivamente;CONSIDERANDO que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí, no dia 14 de Abril de 2020, por meio da Portaria nº 190/2020 (Diário OficialEletrônico - TCE-PI-nº069/2020), constituiu comissão voltada para análise concomitante da aplicação dos recursos públicos destinados aocombate ao novo coronavírus - COVID-19 no Estado do Piauí, nas esferas estadual e municipal;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição;RESOLVE:Instaurar o PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 05/2020, a fim de acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Marcos Parente/PIe Secretaria Municipal de Saúde para acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Marcos Parente/PI e Secretaria Municipal de Saúde naadoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, bem comoassegurara a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadas visando a prevençãoe combate ao Coronavírus COVID-19, e determinando desde logo:1. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;2. Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde CAODS/MPPI, aoCentro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI, para conhecimento;3. Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria-Geral de Justiça;4. Expedição de requisição e recomendação ao Município de Marcos Parente/PI, na pessoa do Prefeito Municipal e Secretária Municipal deSaúde, RECOMENDANDO que encaminhem ao Ministério Público relação de todas as verbas recebidas para o combate à pandemia do Covid-19 e os gastos já realizados, bem assim que adotem todas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítioeletrônico do Município, um link específico de acesso onde deverão ser publicadas, em tempo real, e de forma integral, todas as receitas edespesas com contratações e aquisições realizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade,

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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nos termos da lei, providências que devem ser devidamente implementadas no prazo de 10 (dez) dias úteis.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente-PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPORTARIA Nº 07/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 06/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito doSistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Landri Sales-/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Marcos Parente, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;

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CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, que recomendaaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 06/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Landri Sales /PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;Requisição ao Senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:. Encaminhamento ao Ministério Público de Marcos Parente, por meio eletrônico, no prazo de 10 (dez) dias, de cópia do Plano de ContingênciaMunicipal de combate à pandemia do Covid-19, assim como a relação das providências adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde, voltadaspara o cenário epidemiológico atual desde o início do surto da pandemia, bem assim dispondo sobre os serviços e recursos voltados àprevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação da enfermidade no âmbito do município de Landri Sales/PI.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente -PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPORTARIA Nº 08/2020Instaurar Procedimento Administrativo n.º 07/2020 visando acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Landri Sales/PI e SecretariaMunicipal de Saúde na adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, bem como assegurar a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Regeneração/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF/88, art. 127);CONSIDERANDO que, como defensor da ordem jurídica e dos interesses sociais, cabe ao Ministério Público atuar em resguardo dos princípiosconstitucionais da Administração Pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, de forma a garantir o respeito à legalidade, àimpessoalidade, à moralidade, à publicidade, à eficiência e, ainda, à probidade administrativa;CONSIDERANDO que a transparência acerca das informações alusivas à gestão administrativa, financeira e orçamentária constitui-se eminstrumento fundamental ao exercício do controle externo, mormente o controle social feito pelo povo que, segundo o art. 1º, parágrafo único, daConstituição Federal, é o titular do poder conferido ao Estado;CONSIDERANDO que o controle social consiste na participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controleda administração pública, como complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos,contribuindo para favorecer a boa e correta aplicação desses mesmos recursos, e com o mecanismo de combate à corrupção;CONSIDERANDO que o controle social pode, inclusive, ajudar o gestor na fiscalização dos atos praticados pelos seus servidores, contribuindopara uma gestão proba dos recursos públicos e evitando assim que o gestor venha a responder judicialmente por atos praticados porsubordinados;CONSIDERANDO que a publicidade é um princípio do Direito Administrativo, dever do Estado e direito do cidadão, conforme prescreve aConstituição Federal ao dispor que a "administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados e dos Municípiosobedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]" (art. 37, caput);CONSIDERANDO que o art. 48, caput, da Lei Complementar n° 101/2000, estabelece, como instrumento de transparência da gestão fiscal, aobrigatoriedade de divulgar, inclusive em meios eletrônicos: "os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas eo respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas dessesdocumentos";CONSIDERANDO que o art. 48, parágrafo único, II, da Lei Complementar n° 101/2000, determina que a transparência será, também, asseguradamediante "liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execuçãoorçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público";CONSIDERANDO que o art. 48-A, da mesma Lei Complementar n° 101/2000, assim dispõe: "Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafoúnico do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I -quanto àdespesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com adisponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa físicaou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II -quanto à receita: o lançamento e orecebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.";CONSIDERANDO a plena vigência dos prazos estabelecidos pela Lei Complementar n° 101/2000, especialmente os constantes no art. 73-B, inverbis: "Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.48 e do art. 48-A: I -1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II -2 (dois)anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III -4 (quatro) anos para os Municípios quetenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data depublicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.";CONSIDERANDO que o não cumprimento das exigências previstas na legislação em questão, uma vez decorrido o prazo previsto no art. 73-B,poderá ensejar a sanção de que trata o art. 23, § 3º, I, da citada Lei Complementar n° 101/2000 - impossibilidade de recebimento de qualquertransferência voluntária, conforme dispõe o art. 73-C da Lei Complementar n° 101/2000: "O não atendimento, até o encerramento dos prazosprevistos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção previstano inciso I do § 3º do art. 23.";

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CONSIDERANDO que os arts. 3º e 4º da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), determinam que os órgãosdivulguem, em local de fácil acesso, informações de interesse coletivo, disponibilizando, também, mecanismo de busca que permita o acesso adados e relatórios de forma objetiva e com linguagem de fácil compreensão;CONSIDERANDO que o art. 8º da Lei n° 12.527/2011 diz ser dever dos órgãos e das entidades públicas promover, independente derequerimento, a divulgação das informações previstas (de interesse coletivo ou geral) em local de fácil acesso, devendo constar, no mínimo: "I -registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II -registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes aprocedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para oacompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade";CONSIDERANDO que, para cumprimento da divulgação, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimosde que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação na internet, atendendo aos seguintes requisitos: "I - conter ferramenta de pesquisa deconteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar agravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar aanálise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;IV - divulgarem detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informaçõesdisponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam aointeressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessáriaspara garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, edo art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008" (§§2° e3° do art. 8° da LAI);CONSIDERANDO que nos termos do art. 11, IV, da Lei n° 8.429/92, configura ato de improbidade administrativo que atenta contra os princípiosda Administração Pública a conduta de negar publicidade aos atos oficiais.CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a deflagração de situação de calamidade pública pelo Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto n° 18.895, de 19 demarço de 2020;CONSIDERANDO que em todos os Estados do Brasil já se contabiliza casos confirmados de contaminação pelo novo corona vírus, bem comoóbitos relacionado à doença;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional em virtude do coronavírus;CONSIDERANDO que dentre as medidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese dedispensa de licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúdepública de importância internacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) anecessidade de pronto atendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços,equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação deemergência;CONSIDERANDO que no seu art. 4º, referida legislação, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), éexpressa ao prever que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenasenquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de suainscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que no âmbito estadual, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí criou em seu sítio eletrônico um link de acesso rápido amanuais, resultados, notas técnicas, formulários e boletins referentes ao coronavírus, sem, contudo, apresentar nenhuma informação acerca decontratações e aquisições feitas para o combate ao COVID-19 (http://portal.saude.pi.gov.br/2020/inf_saude/epidemiologia/covid-19/covid-19.asp);CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados, deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que ao acessar o site oficial da Prefeitura Municipal de Landri Sales/PI (http://http://landrisales.pi.gov.br/) foi constatadoque não há disponibilização de informações que permitam o controle externo na forma exigida pelas normas legais mencionadas;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, nos dias 23 de março de 2020 e no dia 09 de abril de 2020, por meio das Portarias nº 480/2020 enº 774/2020, (DOU - Publicado em: 25/03/2020 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página: 80 e DOU - Publicado em 09/04/2020 | Edição: 69-A | Seção: 1 -Extra | Página: 60), disponibilizou aos Estados, Distrito Federal e Municípios, recursos para o custeio de ações e serviços relacionados àatenção primária à saúde e à assistência ambulatorial e hospitalar decorrente do coronavírus - COVID 19, em parcela única, mediante processoautorizativo encaminhado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde;CONSIDERANDO que foi destinado ao Município de Landri Sales /PI os valores de R$ 13.237,50 (treze mil, duzentos e trinta e sete reaise cinquenta centavos) - Resolução CIB - PI 032/2020 da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí e R$ 97.838,38 (noventa e sete mil,

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oitocentos e trinta e oito reais e trinta e oito centavos) decorrente das Portarias n.º 480/2020 e n.º 774/2020 do Ministro da Saúde,respectivamente;CONSIDERANDO que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí, no dia 14 de Abril de 2020, por meio da Portaria nº 190/2020 (Diário OficialEletrônico - TCE-PI-nº069/2020), constituiu comissão voltada para análise concomitante da aplicação dos recursos públicos destinados aocombate ao novo coronavírus - COVID-19 no Estado do Piauí, nas esferas estadual e municipal;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição;RESOLVE:Instaurar o PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 07/2020, a fim de acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Landri Sales /PI eSecretaria Municipal de Saúde para acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Landri Sales /PI e Secretaria Municipal de Saúde naadoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, bem comoassegurara a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadas visando a prevençãoe combate ao Coronavírus COVID-19, e determinando desde logo:1. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;2. Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde CAODS/MPPI, aoCentro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI, para conhecimento;3. Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria-Geral de Justiça;4. Expedição de requisição e recomendação ao Município de Landri Sales /PI, na pessoa do Prefeito Municipal e Secretária Municipal de Saúde,RECOMENDANDO que encaminhem ao Ministério Público relação de todas as verbas recebidas para o combate à pandemia do Covid-19 e osgastos já realizados, bem assim que adotem todas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítioeletrônico do Município, um link específico de acesso onde deverão ser publicadas, em tempo real, e de forma integral, todas as receitas edespesas com contratações e aquisições realizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade,nos termos da lei, providências que devem ser devidamente implementadas, no prazo de 10 (dez) dias úteis.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente-PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MARCOS PARENTEPORTARIA Nº 09/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 08/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito doSistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Antônio Almeida-/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Marcos Parente, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seuâmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da

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emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, que recomendaaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 08/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Antônio Almeida /PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;Requisição ao Senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:. Encaminhamento ao Ministério Público de Marcos Parente, por meio eletrônico, no prazo de 10 (dez) dias, de cópia do Plano de ContingênciaMunicipal de combate à pandemia do Covid-19, assim como a relação das providências adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde, voltadaspara o cenário epidemiológico atual desde o início do surto da pandemia, bem assim dispondo sobre os serviços e recursos voltados àprevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação da enfermidade no âmbito do município de AntônioAlmeida/PI.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente -PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MARCOS PARENTEPORTARIA Nº 10/2020Instaurar Procedimento Administrativo n.º 09/2020 visando acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Antônio Almeida/PI e SecretariaMunicipal de Saúde na adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, bem como assegurar a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Regeneração/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF/88, art. 127);CONSIDERANDO que, como defensor da ordem jurídica e dos interesses sociais, cabe ao Ministério Público atuar em resguardo dos princípiosconstitucionais da Administração Pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, de forma a garantir o respeito à legalidade, àimpessoalidade, à moralidade, à publicidade, à eficiência e, ainda, à probidade administrativa;CONSIDERANDO que a transparência acerca das informações alusivas à gestão administrativa, financeira e orçamentária constitui-se eminstrumento fundamental ao exercício do controle externo, mormente o controle social feito pelo povo que, segundo o art. 1º, parágrafo único, daConstituição Federal, é o titular do poder conferido ao Estado;CONSIDERANDO que o controle social consiste na participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controleda administração pública, como complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos,contribuindo para favorecer a boa e correta aplicação desses mesmos recursos, e com o mecanismo de combate à corrupção;CONSIDERANDO que o controle social pode, inclusive, ajudar o gestor na fiscalização dos atos praticados pelos seus servidores, contribuindopara uma gestão proba dos recursos públicos e evitando assim que o gestor venha a responder judicialmente por atos praticados porsubordinados;CONSIDERANDO que a publicidade é um princípio do Direito Administrativo, dever do Estado e direito do cidadão, conforme prescreve a

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Constituição Federal ao dispor que a "administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados e dos Municípiosobedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]" (art. 37, caput);CONSIDERANDO que o art. 48, caput, da Lei Complementar n° 101/2000, estabelece, como instrumento de transparência da gestão fiscal, aobrigatoriedade de divulgar, inclusive em meios eletrônicos: "os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas eo respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas dessesdocumentos";CONSIDERANDO que o art. 48, parágrafo único, II, da Lei Complementar n° 101/2000, determina que a transparência será, também, asseguradamediante "liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execuçãoorçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público";CONSIDERANDO que o art. 48-A, da mesma Lei Complementar n° 101/2000, assim dispõe: "Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafoúnico do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I -quanto àdespesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com adisponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa físicaou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II -quanto à receita: o lançamento e orecebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.";CONSIDERANDO a plena vigência dos prazos estabelecidos pela Lei Complementar n° 101/2000, especialmente os constantes no art. 73-B, inverbis: "Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.48 e do art. 48-A: I -1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II -2 (dois)anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III -4 (quatro) anos para os Municípios quetenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data depublicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.";CONSIDERANDO que o não cumprimento das exigências previstas na legislação em questão, uma vez decorrido o prazo previsto no art. 73-B,poderá ensejar a sanção de que trata o art. 23, § 3º, I, da citada Lei Complementar n° 101/2000 - impossibilidade de recebimento de qualquertransferência voluntária, conforme dispõe o art. 73-C da Lei Complementar n° 101/2000: "O não atendimento, até o encerramento dos prazosprevistos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção previstano inciso I do § 3º do art. 23.";CONSIDERANDO que os arts. 3º e 4º da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), determinam que os órgãosdivulguem, em local de fácil acesso, informações de interesse coletivo, disponibilizando, também, mecanismo de busca que permita o acesso adados e relatórios de forma objetiva e com linguagem de fácil compreensão;CONSIDERANDO que o art. 8º da Lei n° 12.527/2011 diz ser dever dos órgãos e das entidades públicas promover, independente derequerimento, a divulgação das informações previstas (de interesse coletivo ou geral) em local de fácil acesso, devendo constar, no mínimo: "I -registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II -registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes aprocedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para oacompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade";CONSIDERANDO que, para cumprimento da divulgação, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimosde que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação na internet, atendendo aos seguintes requisitos: "I - conter ferramenta de pesquisa deconteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar agravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar aanálise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;IV - divulgarem detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informaçõesdisponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam aointeressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessáriaspara garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, edo art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008" (§§2° e3° do art. 8° da LAI);CONSIDERANDO que nos termos do art. 11, IV, da Lei n° 8.429/92, configura ato de improbidade administrativo que atenta contra os princípiosda Administração Pública a conduta de negar publicidade aos atos oficiais.CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do OrienteMédio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a deflagração de situação de calamidade pública pelo Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto n° 18.895, de 19 demarço de 2020;CONSIDERANDO que em todos os Estados do Brasil já se contabiliza casos confirmados de contaminação pelo novo corona vírus, bem comoóbitos relacionado à doença;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional em virtude do coronavírus;CONSIDERANDO que dentre as medidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese dedispensa de licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúdepública de importância internacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) anecessidade de pronto atendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços,equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação deemergência;CONSIDERANDO que no seu art. 4º, referida legislação, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), éexpressa ao prever que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenasenquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua

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inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que no âmbito estadual, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí criou em seu sítio eletrônico um link de acesso rápido amanuais, resultados, notas técnicas, formulários e boletins referentes ao coronavírus, sem, contudo, apresentar nenhuma informação acerca decontratações e aquisições feitas para o combate ao COVID-19 (http://portal.saude.pi.gov.br/2020/inf_saude/epidemiologia/covid-19/covid-19.asp);CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados, deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;C O N S I D E R A N D O q u e a o a c e s s a r o s i t e o f i c i a l d a P r e f e i t u r a M u n i c i p a l d e A n t ô n i o A l m e i d a / P I(http://transparencia.antonioalmeida.pi.gov.br/) foi constatado que não há disponibilização de informações que permitam o controleexterno na forma exigida pelas normas legais mencionadas;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, nos dias 23 de março de 2020 e no dia 09 de abril de 2020, por meio das Portarias nº 480/2020 enº 774/2020, (DOU - Publicado em: 25/03/2020 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página: 80 e DOU - Publicado em 09/04/2020 | Edição: 69-A | Seção: 1 -Extra | Página: 60), disponibilizou aos Estados, Distrito Federal e Municípios, recursos para o custeio de ações e serviços relacionados àatenção primária à saúde e à assistência ambulatorial e hospitalar decorrente do coronavírus - COVID 19, em parcela única, mediante processoautorizativo encaminhado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde;CONSIDERANDO que foi destinado ao Município de Antônio Almeida /PI os valores de R$ 7.910,00 (sete mil, novecentos e dez reais) -Resolução CIB - PI 032/2020 da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí e R$ 60.675,75 (sessenta mil e seiscentos e setenta e cinco reaise setenta e cinco centavos) decorrente das Portarias n.º 480/2020 e n.º 774/2020 do Ministro da Saúde, respectivamente;CONSIDERANDO que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí, no dia 14 de Abril de 2020, por meio da Portaria nº 190/2020 (Diário OficialEletrônico - TCE-PI-nº069/2020), constituiu comissão voltada para análise concomitante da aplicação dos recursos públicos destinados aocombate ao novo coronavírus - COVID-19 no Estado do Piauí, nas esferas estadual e municipal;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição;RESOLVE:Instaurar o PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 09/2020, a fim de acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Antônio Almeida/PI e Secretaria Municipal de Saúde para acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Antônio Almeida /PI e Secretaria Municipal de Saúdena adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus - COVID 19, bemcomo assegurara a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadas visando aprevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, e determinando desde logo:1. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;2. Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde CAODS/MPPI, aoCentro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI, para conhecimento;3. Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria-Geral de Justiça;4. Expedição de requisição e recomendação ao Município de Antônio Almeida /PI, na pessoa do Prefeito Municipal e Secretária Municipal deSaúde, RECOMENDANDO que encaminhem ao Ministério Público relação de todas as verbas recebidas para o combate à pandemia do Covid-19 e os gastos já realizados, bem assim que adotem todas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítioeletrônico do Município, um link específico de acesso onde deverão ser publicadas, em tempo real, e de forma integral, todas as receitas edespesas com contratações e aquisições realizadas visando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade,nos termos da lei, providências que devem ser devidamente implementadas, no prazo de 10 (dez) dias úteis.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente-PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de JustiçaPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MARCOS PARENTEPORTARIA Nº 11/2020Instaura Procedimento Administrativo Nº 10/2020, para Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito doSistema Único de Saúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Porto Alegre do Piauí-/PI.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Marcos Parente, no uso dasatribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 26, I da Lei n° 8.625/93 e art. 37, incisos I, V e VI, da LeiComplementar Estadual n° 12/93 e,CONSIDERANDO que a Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de 2017, autorizou a instauração de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO,para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, caput, da Constituição daRepública;CONSIDERANDO que, segundo o artigo 196 da Constituição Federal: "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção e recuperação";CONSIDERANDO a disposição do artigo 197, da Constituição Federal, de que: "são de relevância pública as ações e serviços de saúde,cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feitadiretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado";CONSIDERANDO que a Lei Federal nº 8080/1990 estabelece como um dos objetivos do SUS "a assistência às pessoas por intermédio de açõesde promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", consoanteredação do art.5º, III;CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 15, XIII, da mesma lei federal, são comuns à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em seu

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âmbito administrativo, a atribuição de: "para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigoiminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitarbens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização"; que, de acordo com o artigo 36, §2º, daLei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situaçõesemergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO que, de acordo com o artigo 36, §2º, da Lei 8080/1990, "é vedada a transferência de recursos para o financiamento de açõesnão previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde";CONSIDERANDO o previsto na Portaria de Consolidação nº 2/2017, Anexo 1, do Anexo XXII, Cap. I, da Política Nacional da Atenção Básica,explicitando ser atribuição do ACS e do ACE (...) "desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, emespecial aqueles mais prevalentes no território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativasindividuais e coletivas, na UBS, no domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação epidemiológica de casos suspeitos dedoenças e agravos junto a outros profissionais da equipe quando necessário; (...) "Identificar e registrar situações que interfiram no curso dasdoenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de transmissãode doenças infecciosas e agravos"; "Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e medidas de prevençãoindividual e coletiva", "Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços desaúde disponíveis"; "Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica da categoria, ou outra normativa instituídapelo gestor federal, municipal ou do Distrito Federal", etc.CONSIDERANDO que, em 30.1.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada pelo Coronavírus(COVID-19) constitui Emergência de Saúde Pública de importância Internacional (ESPII);CONSIDERANDO que a ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), "um evento extraordinário que podeconstituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma respostainternacional coordenada e imediata";CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, em 3.2.2020, através da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergência em saúde públicade importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, considerando que a situação atual demanda o empregourgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO, por fim, o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento daemergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;CONSIDERANDO que o art. 3º da mencionada lei prevê como medidas para o enfrentamento da infecção: isolamento, quarentena, determinaçãode realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e tratamentos médicos específicos;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO que, em 11.3.2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o Coronavírus, ou seja, momento emque uma doença se espalha por diversos continentes com transmissão sustentada entre humanos;CONSIDERANDO que a classificação da situação mundial do novo coronavírus (COVID-19, SARSCoV-2) como pandemia significa o riscopotencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, não se limitando a locais que já tenham sido identificadas comode transmissão interna;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a publicação do PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO DA INFECÇÃO HUMANA PELOCORONAVÍRUS (2019-nCoV) do Estado do Piauí, que contempla fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nosMunicípios;CONSIDERANDO que no fluxo de atendimento de casos suspeitos do 2019-nCoV na Atenção Básica nos Municípios a Unidade Básica de Saúdeé a porta de entrada para o atendimento dos casos suspeitos:CONSIDERANDO que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Comissão da Saúde, emitiu a Nota Técnica Conjunta nº01/2020 - CES/CNMP/1ª CCR, contendo subsídios para a atuação coordenada do Ministério Público voltada ao enfrentamento do COVID-19;CONSIDERANDO que, de acordo com as orientações entabuladas na referida Nota Técnica, cabe aos Órgãos de Execução do Ministério Públicocom funções na área da saúde a aproximação com os gestores locais de saúde, visando acompanhar e tomar ciência dos Planos Municipais deContingência;CONSIDERANDO que foi mantido o curso dos prazos dos procedimentos relacionados à atuação sobre a pandemia do coronavírus, no períodode 18 de março a 16 de abril de 2020, no âmbito do MPPI, conforme art. 4º, inciso I, da Recomendação PGJ/CGMP nº 02/2020, que recomendaaos membros do Ministério Público do Estado do Piauí, no âmbito da sua atuação funcional, a adoção de medidas preventivas à propagação dainfecção pelo novo coronavírus - Covid-19, no interesse da saúde pública;CONSIDERANDO a instituição do Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do Contágio pelo Coronavírus (COVID - 19), por meio da PortariaPGJ nº 839/2020, no âmbito do Ministério Público do Piauí;CONSIDERANDO ser o Ministério Público órgão agente da fiscalização da gestão pública de saúde, assim definido na Seção IV, Capítulo IV, daLei Complementar Federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012, RESOLVE:Instaurar o presente Procedimento Administrativo nº 10/2020, na forma dos arts. 8º a 13º da Resolução CNMP nº 174, de 04 de julho de2017, tendo por objeto "Acompanhamento do Controle e Prevenção de Proliferação do Coronavírus, no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS), sob gestão da Secretaria da Saúde do município de Porto Alegre do Piauí/PI" determinando as seguintes providências:Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde - CAODS/MPPI, pore-mail, para conhecimento;Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação na imprensaoficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria Geral de Justiça;Requisição ao Senhor(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, em cumprimento às disposições de ordem constitucional, legal,administrativas e de natureza sanitária acima referidas e outras com ela convergentes:. Encaminhamento ao Ministério Público de Marcos Parente, por meio eletrônico, no prazo de 10 (dez) dias, de cópia do Plano de ContingênciaMunicipal de combate à pandemia do Covid-19, assim como a relação das providências adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde, voltadaspara o cenário epidemiológico atual desde o início do surto da pandemia, bem assim dispondo sobre os serviços e recursos voltados àprevenção, ao cuidado e à correta informação da população acerca da atual situação da enfermidade no âmbito do município de Porto Alegre doPiauí/PI.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente -PI, datado eletronicamente.JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHO

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Promotor de JustiçaPROMOTORIA DE JUSTIÇA DE MARCOS PARENTEPORTARIA Nº 12/2020Instaurar Procedimento Administrativo n.º 11/2020 visando acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre do Piauí/PI e SecretariaMunicipal de Saúde na adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, bem como assegurar a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisições realizadasvisando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19.O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PIAUÍ, por seu representante, com atuação na Promotoria de Justiça de Regeneração/PI, no uso dasatribuições previstas nos arts. 129, III, da CF/88 e art. 8º, III e IV, da Resolução CNMP Nº 174/2017;CONSIDERANDO que é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito dos serviços de relevância pública aos direitosassegurados pela Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias à sua garantia (art. 129, II, da Constituição Federal);CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF/88, art. 127);CONSIDERANDO que, como defensor da ordem jurídica e dos interesses sociais, cabe ao Ministério Público atuar em resguardo dos princípiosconstitucionais da Administração Pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, de forma a garantir o respeito à legalidade, àimpessoalidade, à moralidade, à publicidade, à eficiência e, ainda, à probidade administrativa;CONSIDERANDO que a transparência acerca das informações alusivas à gestão administrativa, financeira e orçamentária constitui-se eminstrumento fundamental ao exercício do controle externo, mormente o controle social feito pelo povo que, segundo o art. 1º, parágrafo único, daConstituição Federal, é o titular do poder conferido ao Estado;CONSIDERANDO que o controle social consiste na participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controleda administração pública, como complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que fiscalizam os recursos públicos,contribuindo para favorecer a boa e correta aplicação desses mesmos recursos, e com o mecanismo de combate à corrupção;CONSIDERANDO que o controle social pode, inclusive, ajudar o gestor na fiscalização dos atos praticados pelos seus servidores, contribuindopara uma gestão proba dos recursos públicos e evitando assim que o gestor venha a responder judicialmente por atos praticados porsubordinados;CONSIDERANDO que a publicidade é um princípio do Direito Administrativo, dever do Estado e direito do cidadão, conforme prescreve aConstituição Federal ao dispor que a "administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados e dos Municípiosobedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]" (art. 37, caput);CONSIDERANDO que o art. 48, caput, da Lei Complementar n° 101/2000, estabelece, como instrumento de transparência da gestão fiscal, aobrigatoriedade de divulgar, inclusive em meios eletrônicos: "os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas eo respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas dessesdocumentos";CONSIDERANDO que o art. 48, parágrafo único, II, da Lei Complementar n° 101/2000, determina que a transparência será, também, asseguradamediante "liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execuçãoorçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público";CONSIDERANDO que o art. 48-A, da mesma Lei Complementar n° 101/2000, assim dispõe: "Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafoúnico do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I -quanto àdespesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com adisponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa físicaou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II -quanto à receita: o lançamento e orecebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.";CONSIDERANDO a plena vigência dos prazos estabelecidos pela Lei Complementar n° 101/2000, especialmente os constantes no art. 73-B, inverbis: "Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art.48 e do art. 48-A: I -1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II -2 (dois)anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III -4 (quatro) anos para os Municípios quetenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data depublicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo.";CONSIDERANDO que o não cumprimento das exigências previstas na legislação em questão, uma vez decorrido o prazo previsto no art. 73-B,poderá ensejar a sanção de que trata o art. 23, § 3º, I, da citada Lei Complementar n° 101/2000 - impossibilidade de recebimento de qualquertransferência voluntária, conforme dispõe o art. 73-C da Lei Complementar n° 101/2000: "O não atendimento, até o encerramento dos prazosprevistos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção previstano inciso I do § 3º do art. 23.";CONSIDERANDO que os arts. 3º e 4º da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), determinam que os órgãosdivulguem, em local de fácil acesso, informações de interesse coletivo, disponibilizando, também, mecanismo de busca que permita o acesso adados e relatórios de forma objetiva e com linguagem de fácil compreensão;CONSIDERANDO que o art. 8º da Lei n° 12.527/2011 diz ser dever dos órgãos e das entidades públicas promover, independente derequerimento, a divulgação das informações previstas (de interesse coletivo ou geral) em local de fácil acesso, devendo constar, no mínimo: "I -registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II -registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes aprocedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para oacompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade";CONSIDERANDO que, para cumprimento da divulgação, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimosde que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação na internet, atendendo aos seguintes requisitos: "I - conter ferramenta de pesquisa deconteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar agravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar aanálise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;IV - divulgarem detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informaçõesdisponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam aointeressado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessáriaspara garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, edo art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008" (§§2° e3° do art. 8° da LAI);CONSIDERANDO que nos termos do art. 11, IV, da Lei n° 8.429/92, configura ato de improbidade administrativo que atenta contra os princípiosda Administração Pública a conduta de negar publicidade aos atos oficiais.CONSIDERANDO que, no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde OMS decretou situação de "emergência de saúde públicade importância internacional" e, em seguida, no dia 11 de março de 2020, declarou a pandemia de COVID-19;CONSIDERANDO que o novo Coronavírus (COVID-19 CID 10: B34.2) é uma doença viral, altamente contagiosa, que provoca, inicialmente,sintomas de resfriado, podendo causar manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Respiratória do Oriente

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Médio;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, no dia 03 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS nº 188/2020, declarou "emergênciaem saúde pública de importância nacional", em decorrência da infecção humana pelo Coronavírus, à vista que a situação atual demanda oemprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública;CONSIDERANDO o Decreto nº 18.884, de 16 de março de 2020, que regulamenta a lei nº 13.979/2020, para dispor no âmbito do Estado doPiauí, sobre as medidas emergência de saúde pública de importância internacional e tendo em visa a classificação da situação mundial do novocoronavírus;CONSIDERANDO a deflagração de situação de calamidade pública pelo Governo do Estado do Piauí, por meio do Decreto n° 18.895, de 19 demarço de 2020;CONSIDERANDO que em todos os Estados do Brasil já se contabiliza casos confirmados de contaminação pelo novo corona vírus, bem comoóbitos relacionado à doença;CONSIDERANDO o disposto na Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência desaúde pública de importância internacional em virtude do coronavírus;CONSIDERANDO que dentre as medidas emergenciais adotadas pela Lei nº 13.979/2020, pode-se dar destaque à criação de nova hipótese dedispensa de licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúdepública de importância internacional decorrente do coronavírus, sendo consideradas presumidas: a) a ocorrência de situação de emergência; b) anecessidade de pronto atendimento da situação de emergência; c) a existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços,equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e d) a limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação deemergência;CONSIDERANDO que no seu art. 4º, referida legislação, aplicável a todos os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), éexpressa ao prever que a dispensa de licitação baseada na emergência em razão do COVID-19 é temporária e deve ser aplicada apenasenquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que dentre os requisitos legais exigidos, a nova legislação prevê a disponibilização, em sítio eletrônico específico, de todas ascontratações ou aquisições realizadas, verbis: "Art. 4º - (...) § 2º - Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Leiserão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber,além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de suainscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição";CONSIDERANDO que no âmbito federal, o Ministério da Saúde criou em seu sítio eletrônico (https://saude.gov.br/) um link de acesso rápido atodas as contratações e aquisições realizadas na prevenção e combate ao coronavírus COVID-19;CONSIDERANDO que no âmbito estadual, a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí criou em seu sítio eletrônico um link de acesso rápido amanuais, resultados, notas técnicas, formulários e boletins referentes ao coronavírus, sem, contudo, apresentar nenhuma informação acerca decontratações e aquisições feitas para o combate ao COVID-19 (http://portal.saude.pi.gov.br/2020/inf_saude/epidemiologia/covid-19/covid-19.asp);CONSIDERANDO a necessidade de ampla publicidade dos gastos públicos realizados, deve ser levado em conta que a celeridade necessáriapara as aquisições em comento não significa uma atuação que possa, de alguma forma, contrariar os princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, eficiência, isonomia, seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, promoção do desenvolvimento nacionalsustentável, bem como demais preceitos que lhe sejam correlatos. Não se trata, assim, de autorização irrestrita para aquisição desmesurada eirracional de bens e serviços, somente em razão de se estar em face de excepcional situação de emergência pandêmica;CONSIDERANDO que em face da grave e urgente calamidade pública que assola o país e o mundo, decidiu a Lei, em observância ao princípioda eficiência insculpido no art. 37, caput da CF/88, que não seria razoável exigir que o gestor público declinasse, em cada um dos processos deaquisição, os fatos e circunstâncias que são de conhecimento público e notório;CONSIDERANDO que a celeridade buscada pelo legislador, ao mitigar algumas exigências previstas na sistemática da Lei nº 8.666/93, impõe aogestor público e as entidades que desenvolvem serviço público assemelhado, o dever de cautela e de apuração das circunstâncias fáticas queorientam para eventual contratação direta sob tal fundamento;CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde, nos dias 23 de março de 2020 e no dia 09 de abril de 2020, por meio das Portarias nº 480/2020 enº 774/2020, (DOU - Publicado em: 25/03/2020 | Edição: 58 | Seção: 1 | Página: 80 e DOU - Publicado em 09/04/2020 | Edição: 69-A | Seção: 1 -Extra | Página: 60), disponibilizou aos Estados, Distrito Federal e Municípios, recursos para o custeio de ações e serviços relacionados àatenção primária à saúde e à assistência ambulatorial e hospitalar decorrente do coronavírus - COVID 19, em parcela única, mediante processoautorizativo encaminhado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde;CONSIDERANDO que foi destinado ao Município de Porto Alegre do Piauí /PI os valores de R$ 6.775,00 (seis mil, setecentos e setenta ecinco reais) - Resolução CIB - PI 032/2020 da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí e R$ 46.897,88 (quarenta e seis mil, oitocentos enoventa e sete reais e oitenta e oito centavos) decorrente das Portarias n.º 480/2020 e n.º 774/2020 do Ministro da Saúde,respectivamente;CONSIDERANDO que o Tribunal de Contas do Estado do Piauí, no dia 14 de Abril de 2020, por meio da Portaria nº 190/2020 (Diário OficialEletrônico - TCE-PI-nº069/2020), constituiu comissão voltada para análise concomitante da aplicação dos recursos públicos destinados aocombate ao novo coronavírus - COVID-19 no Estado do Piauí, nas esferas estadual e municipal;CONSIDERANDO que apesar de estarmos vivenciando um estado de calamidade pública, ainda persiste a necessidade da utilização deinstrumento para garantir a transparência da gestão, disponibilizando informações sem a necessidade de prévia requisição;RESOLVE:Instaurar o PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 11/2020, a fim de acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre doPiauí /PI e Secretaria Municipal de Saúde para acompanhar as ações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre do Piauí /PI e SecretariaMunicipal de Saúde na adoção das medidas relacionadas ao custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde no enfrentamento do Coronavírus -COVID 19, bem como assegurara a disponibilização de informações sobre todas as receitas e despesas com contratações e aquisiçõesrealizadas visando a prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, e determinando desde logo:1. Autuação da presente Portaria, juntamente com os documentos que originaram sua instauração, e registro dos autos em livro próprio;2. Remessa desta portaria ao Conselho Superior do Ministério Público, ao Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde CAODS/MPPI, aoCentro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público CACOP/MPPI, para conhecimento;3. Remessa desta portaria, por meio eletrônico, à Secretaria-Geral do Ministério Público (e-mail publicações), para a devida divulgação naimprensa oficial, propiciando a publicação e registro desta Portaria no sítio eletrônico da Procuradoria-Geral de Justiça;4. Expedição de requisição e recomendação ao Município de Porto Alegre do Piauí /PI, na pessoa do Prefeito Municipal e Secretária Municipal deSaúde, RECOMENDANDO que encaminhem ao Ministério Público relação de todas as verbas recebidas para o combate à pandemia do Covid-19 e os gastos já realizados, bem assim que adotem todas as medidas técnicas e administrativas no sentido de que seja disponibilizado, em sítioeletrônico do Município, um link específico de acesso onde deverão ser publicadas, em tempo real, e de forma integral, todas as receitas edespesas com contratações e aquisições realizadas visando à prevenção e combate ao Coronavírus COVID-19, sob pena de responsabilidade,nos termos da lei, providências que devem ser devidamente implementadas, no prazo de 10 (dez) dias úteis.Nomeio, sob compromisso, para secretariar os trabalhos, os servidores Léia Raeny Sá da Rocha e Natanael de Costa Sousa. Publique-se.Cumpra-se.Ultimadas as providências preliminares, retornem para ulteriores deliberações.De Teresina/PI p/ Marcos Parente-PI, datado eletronicamente.

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3.21. PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE BARRO DURO-PI11342

JOÃO BATISTA DE CASTRO FILHOPromotor de Justiça

DECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIOAUTOS DE SIMP Nº 000018-325/2018Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito desta Promotoria, em 06 de dezembro de 2018, com vistas a apurar a lisurado pregão presencial nº 04/2017, da Prefeitura Municipal de Passagem Franca, notadamente a suposta ausência de publicidade, a tempo emodo, em conformidade com a legislação de regência.Notificou-se a Prefeitura Municipal de Passagem Franca do Piauí para que apresentasse informações a respeito do objeto do presenteprocedimento.Em resposta, a requisitada fez acostar aos autos cópia do cadastro de aviso de licitação, comprovante de publicação em jornal de grandecirculação de aviso de licitação, assim como no Diário Oficial dos Municípios, Termo de Homologação do Pregão presencial em comento e cópiado contrato firmando com a empresa que se sagrou vencedora no referido procedimento licitatório.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizadoscomo elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, nãopode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso e a Prefeitura de Passagem Franca do Piauí fez acostar aos autos cópia do cadastro deaviso de licitação, comprovante de publicação em jornal de grande circulação de aviso de licitação, assim como no Diário Oficial dosMunicípios, Termo de Homologação do Pregão presencial em comento e cópia do contrato firmando com a empresa que se sagrouvencedora no referido procedimento licitatório, restando, portanto, a resolutividade do presente caso.Além disso, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias. Comunique-se, via ofício de ordem, com cópia desta decisão, o noticiante dosfatos que ensejaram a instauração deste procedimento, bem como o noticiado, cientificando-os do presente arquivamento, para que, no prazo de10 (dez) dias, caso queiram, apresentem razões escritas ou documentos a serem juntados nos presentes autos, nos termos do art. 9º, §2º, da Leinº 7.347 c/c art. 10, §1º e §3º da Resolução nº 23/2007 do CNMP, para fins de apreciação do presente arquivamento no âmbito do ConselhoSuperior do Ministério Público do Estado do Piauí.Decorrido o prazo supura, certifique-se a juntada, ou não, das referidas razões e/ou documentos.Empós, remeta-se ao CSMP, para apreciação.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 13 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PIDECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIO Nº 06/2019

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AUTOS DE SIMP Nº 000015-325/2019Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito desta Promotoria de Justiça, em 17 de abril de 2019, após conversão daNotícia de Fato (NF) SIMP nº 000015-325/2019 no presente procedimento, com vistas acompanhar execução de débito referente ao Processo TCnº 24.329/2018 referente à imputação de débito R$ 13.583,07 (treze mil reais, quinhentos e oitenta e três reais e sete centavos).Ofício nº 162/2019, às fls. 28, requisitando informações ao Prefeito de Barro Duro/PI com relação à execução do débito imputado no valoratualizado de R$ 13.583,07 (treze mil reais, quinhentos e oitenta e três reais e sete centavos).Ofício nº 108/2019, às fls. 31, datado de 15 de julho de 2019 e oriundo da Prefeitura de Barro Duro/PI, informando que seria impossível a tomadade qualquer procedimento pelo Município, no sentido de execução ou cobrança do débito imputado, tendo em vista o imputado ser o próprioprefeito.Despacho ministerial às fls. 32-33, de 08 de agosto de 2019, determinando o ajuizamento de Ação de Improbidade Administrativa em face doprefeito municipal por dano ao erário no exato valor do débito que lhe é imputado neste feito, e por ofensa aos princípios da AdministraçãoPública.Ação de Improbidade Administrativa devidamente ajuizada, conforme fls. 34-49.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizadoscomo elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, nãopode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso e seu deslinde foi o ajuizamento de Ação de Improbidade Administrativa em face deDEUSDETE LOPES DA SILVA em razão de suas ações de desídia no cumprimento de seus deveres de alcaide, bem como ainobservância dos princípios que regem a Administração Pública, conforme fls. 34-49.Desta feita, encerrando-se o objeto deste procedimento e inexistindo outras providências a serem feitas válido se faz o arquivamentodo presente procedimento.Ainda, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.No presente caso, vislumbra-se que o objetivo do feito foi alcançado, inexistindo razões para sua continuidade, uma vez que apurada as condutasdo prefeito desta cidade e já ajuizada Ação de Improbidade Administrativa respectiva.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Tendo em vista a integralidade do objeto deste procedimento ter sido judicializada, não se faz necessária sua remessa para apreciação dearquivamento pelo CSMP/PI. Entretanto, faz-se necessária a comunicação, ao referido Conselho, acerca do presente arquivamento, via ofício deordem, com cópia integral da inicial ajuizada, bem como ciência às partes, quando cabível. Tudo com fundamento na súmula 03 do CSMP/PI.Cumpridas as diligências supra, arquivem-se os autos nesta Promotoria de Justiça, com registro no SIMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 12 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PIDECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIO Nº 07/2019AUTOS DE SIMP Nº 000033-325/2019Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito desta Promotoria de Justiça, em 17 de abril de 2019, após conversão da

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Notícia de Fato (NF) SIMP nº 000033-325/2019 no presente procedimento, com vistas acompanhar execução de débito referente ao Processo TCnº 24.329/2018 referente à imputação de débito R$ 420.368,88 (quatrocentos e vinte mil reais, trezentos e sessenta e oito reais e oitenta e oitocentavos).Ofício nº 163/2019, às fls. 29, requisitando informações ao Prefeito de Barro Duro/PI com relação à execução do débito imputado no valoratualizado de R$ 420.368,88 (quatrocentos e vinte mil reais, trezentos e sessenta e oito reais e oitenta e oito centavos).Ofício nº 108/2019, às fls. 32, datado de 15 de julho de 2019 e oriundo da Prefeitura de Barro Duro/PI, informando que seria impossível a tomadade qualquer procedimento pelo Município, no sentido de execução ou cobrança do débito imputado, tendo em vista o imputado ser o próprioprefeito.Despacho ministerial às fls. 33-34, de 08 de agosto de 2019, determinando o ajuizamento de Ação de Improbidade Administrativa em face doprefeito municipal por dano ao erário no exato valor do débito que lhe é imputado neste feito, e por ofensa aos princípios da AdministraçãoPública.Ação de Improbidade Administrativa devidamente ajuizada conforme fls. 35-50.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizadoscomo elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, nãopode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso e seu deslinde foi o ajuizamento de Ação de Improbidade Administrativa em face deDEUSDETE LOPES DA SILVA em razão de suas ações de desídia no cumprimento de seus deveres de alcaide, bem como ainobservância dos princípios que regem a Administração Pública, conforme fls. 35-50.Desta feita, encerrando-se o objeto deste procedimento e inexistindo outras providências a serem feitas válido se faz o arquivamentodo presente procedimento.Ainda, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.No presente caso, vislumbra-se que o objetivo do feito foi alcançado, inexistindo razões para sua continuidade, uma vez que apurada as condutasdo prefeito desta cidade e já ajuizada Ação de Improbidade Administrativa respectiva.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Tendo em vista a integralidade do objeto deste procedimento ter sido judicializada, não se faz necessária sua remessa para apreciação dearquivamento pelo CSMP/PI. Entretanto, faz-se necessária a comunicação, ao referido Conselho, acerca do presente arquivamento, via ofício deordem, com cópia integral da inicial ajuizada, bem como ciência às partes, quando cabível. Tudo com fundamento na súmula 03 do CSMP/PI.Cumpridas as diligências supra, arquivem-se os autos nesta Promotoria de Justiça, com registro no SIMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 12 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PIDECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIO Nº 64/2019AUTOS DE SIMP Nº 000252-283/2018Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito da Promotoria de Justiça de São Félix, em 11 de julho de 2019, com vistasa apurar transporte inadequado de alunos no Município de São Miguel da Baixa Grande para a escola Nossa Senhora da Conceição - aquisição

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de veículo para transporte escolar com recursos provenientes da Secretaria Municipal de Saúde.Ofício nº 624/2019, às fls. 28, oriundo desta Promotoria e destinado ao Prefeito de São Miguel da Baixa Grande, Sr. Josemar Teixeira,requisitando informações e esclarecimentos sobre os fatos noticiados.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizadoscomo elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, nãopode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso, como o envio de Ofício nº 624/2019, às fls. 28, oriundo desta Promotoria e destinado aoPrefeito de São Miguel da Baixa Grande, Sr. Josemar Teixeira, requisitando informações e esclarecimentos sobre os fatos noticiados.Contudo, não houve resposta em tempo hábil, tampouco os documentos colacionados aos autos são possíveis de identificar a práticade ilícitos, não havendo, ainda, notícia de novos fatos que possam comprovar a prática de ilícitos noticiada nos autos.Ainda, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias. Comunique-se, via ofício de ordem, com cópia desta decisão, o noticiante dosfatos que ensejaram a instauração deste procedimento, bem como o noticiado, cientificando-os do presente arquivamento, para que, no prazo de10 (dez) dias, caso queiram, apresentem razões escritas ou documentos a serem juntados nos presentes autos, nos termos do art. 9º, §2º, da Leinº 7.347 c/c art. 10, §1º e §3º da Resolução nº 23/2007 do CNMP, para fins de apreciação do presente arquivamento no âmbito do ConselhoSuperior do Ministério Público do Estado do Piauí.Decorrido o prazo supura, certifique-se a juntada, ou não, das referidas razões e/ou documentos.Empós, remeta-se ao CSMP, para apreciação.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 13 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PIDECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIO Nº 33AUTOS DE SIMP Nº 000218-283/2018Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito desta Promotoria de Justiça, em 11 de julho de 2019, após conversão daNotícia de Fato (NF) SIMP nº 000218-283/2018 no presente procedimento, com vistas a apurar suposta irregularidade no que tange aos recursosdeterminados à manutenção do transporte escolar e em irregularidades no transporte escolar dos alunos do município de São Miguel da BaixaGrande em junho de 2018.Ofício nº 459/2019, às fls. 17, requisitando esclarecimentos acerca dos fatos noticiados ao Prefeito de São Miguel da Baixa Grande, Sr. JosemarTeixeira Moura.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizados

Diário Eletrônico do MPPIANO IV - Nº 618 Disponibilização: Segunda-feira, 20 de Abril de 2020 Publicação: Quarta-feira, 22 de Abril de 2020

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como elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, nãopode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso, como envio de Ofício nº 459/2019, às fls. 17, requisitando esclarecimentos acerca dosfatos noticiados ao Prefeito de São Miguel da Baixa Grande, Sr. Josemar Teixeira Moura. Contudo, não houve resposta em tempo hábil,também não houve notícia de fatos novos.Ainda, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias. Comunique-se, via ofício de ordem, com cópia desta decisão, o noticiante dosfatos que ensejaram a instauração deste procedimento, bem como o noticiado, cientificando-os do presente arquivamento, para que, no prazo de10 (dez) dias, caso queiram, apresentem razões escritas ou documentos a serem juntados nos presentes autos, nos termos do art. 9º, §2º, da Leinº 7.347 c/c art. 10, §1º e §3º da Resolução nº 23/2007 do CNMP, para fins de apreciação do presente arquivamento no âmbito do ConselhoSuperior do Ministério Público do Estado do Piauí.Decorrido o prazo supura, certifique-se a juntada, ou não, das referidas razões e/ou documentos. Empós, remeta-se ao CSMP, para apreciação.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 13 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PIDECISÃO DE ARQUIVAMENTOPROCEDIMENTO PREPARATÓRIOAUTOS DE SIMP Nº 000220-283/2018Tratam os autos de Procedimento Preparatório, instaurado no âmbito da Promotoria de Justiça de São Félix, em 10 de julho de 2019, com vistasa apurar supostas práticas ilícitas que podem configurar desvios ou apropriação de recursos públicos, notadamente acerca de nomeação deControlador Interno da Câmara, de janeiro de 2017 a março de 2018, no Município de São Miguel da Baixa Grande, sem contrapartida dotrabalho, ao arrepio da legislação de regência.Ofício nº 328/2018, às fls. 41, requisitando informações acerca dos fatos narrados nos autos ao Presidente da Câmara Municipal de São Miguelda Baixa Grande.Em resposta, o Presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande informou, conforme fls. 42, que a contratação do ControladorInterno se deu observadas as exigências legais, por meio de portaria e publicação no Diário Oficial dos Municípios.Ofício nº 370/2019, às fls. 53, requisitando informações ao Presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande.Ofício nº 369/2019, às fls. 54, requisitando informações ao Presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande acerca da prestaçãode contas da Escola Estadual Ritinha Rosa de Moura, exercício de 2014, 2015, 2016 e abril de 2017, sob sua responsabilidade, tendo em vistaexercer o cargo de diretor e presidente do Conselho Escolar São Miguel Arcanjo (CESMA) no referido período.Em resposta, às fls. 56, conforme Ofício 015/2019, o presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande informando que a EscolaEstadual Ritinha Rosa de Moura pertence ao Governo do Estado do Piauí, não tendo competência, portanto, para apresentar a prestação decontas pelo Conselho Escolar daquela Escola.É sucinto o relatório. Passo à decisão.Antes de se analisar as provas existentes nos autos, vale ressaltar que este Promotor assumiu esta Promotoria de Justiça recentemente, hápoucos meses, e se deparou com um acervo de mais de 220 (duzentos e vinte) procedimentos extrajudiciais em tramitação, impedindo, portanto,uma atuação mais atual e contemporânea perante as ocorrências desta Comarca.Salutar frisar, ainda, que toda investigação, seja ela ministerial ou não, tem início por força de indícios, ilações fáticas decorrentes de exercício deprobabilidade no órgão investigador, sendo a razão maior, de toda e qualquer investigação, a busca de informações que possam ser utilizadoscomo elementos probatórios lícitos na confirmação, ou não, daqueles indícios inaugurais.Essa busca pública por elementos de informação, hábeis a transformar indícios em fatos palpáveis juridicamente, por meio lícito de prova, não

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4. OUTROS []

4.1. GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19 DE

TERESINA – EIXO TEMÁTICO SEGURANÇA PÚBLICA E SISTEMA PRISIONAL11330

pode ser perpétua, devendo guardar razoabilidade com o contexto procedimental, temporal e fático, pelo que a não confirmação de indício queserviu para instaurar procedimento de investigação, seja pela expressa negativa fática ou pelo decurso temporal sem a profícua colheita deelementos probatórios de confirmação daquele, autorizam concluir pela ineficácia investigativa no caso concreto, impondo-se seu estancamento.Nenhuma investigação pode ser perpétua, ainda mais se desprovida de elementos capazes de confirmar os indícios que ensejaram suainstauração, exigindo-se do agente investigador aferição, frente à sua capacidade instalada, necessária medida de esforços disponíveis paraaquele afã, até porque, arquivada esta ou aquela investigação, surgindo novos elementos probatórios que lhe sejam pertinentes, pode a mesma,a qualquer tempo, ser desarquivada, retomando-se até seu desiderato, a teor do ordenamento jurídico pátrio.No contexto acima, o E. CPJ - Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Piauí -, editou a Resolução n.º 001/2008, categórica em imporcomo sendo 02(dois) anos o lapso temporal razoável para a conclusão ordinária de investigação ministerial por inquérito público civil,entendimento decorrente do procedimento ter seu prazo de conclusão fixado em 01(um) ano, prorrogável por igual período por seu titular, peloque excepcional a extensão deste lapso.Diligências foram realizadas no presente caso, como o envio de Ofício nº 328/2018, às fls. 41, requisitando informações acerca dosfatos narrados nos autos ao Presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande. Em resposta, o Presidente da CâmaraMunicipal de São Miguel da Baixa Grande informou, conforme fls. 42, que a contratação do Controlador Interno se deu observadas asexigências legais, por meio de portaria e publicação no Diário Oficial dos Municípios.Também foram expedidos Ofício Ministerial nº 370/2019, às fls. 53, requisitando informações ao Presidente da Câmara Municipal de SãoMiguel da Baixa Grande e Ofício nº 369/2019, às fls. 54, requisitando informações ao Presidente da Câmara Municipal de São Miguel daBaixa Grande acerca da prestação de contas da Escola Estadual Ritinha Rosa de Moura, exercício de 2014, 2015, 2016 e abril de 2017,sob sua responsabilidade, tendo em vista exercer o cargo de diretor e presidente do Conselho Escolar São Miguel Arcanjo (CESMA) noreferido período.Em resposta, às fls. 56, conforme Ofício 015/2019, o presidente da Câmara Municipal de São Miguel da Baixa Grande informando que aEscola Estadual Ritinha Rosa de Moura pertence ao Governo do Estado do Piauí, não tendo competência, portanto, para apresentar aprestação de contas pelo Conselho Escolar daquela Escola.Contudo, os documentos colacionados aos autos não são possíveis externar prática de ilícitos.Ainda, salutar recordar as diretrizes traçadas pelo CNMP, quando da publicação da "Carta de Brasília", em 29 de setembro de 2019, dentrevárias, a análise consistente das notícias de fato, de modo a ser evitada a instauração de procedimentos ineficientes, inúteis ou a instauração emsituações nas quais é visível a inviabilidade da investigação, bem como a necessidade de delimitação do objeto da investigação, com aindividualização dos fatos investigados e das demais circunstâncias relevantes, garantindo, assim, a duração razoável da investigação.Por outro lado, é válido trazer à colação, para fins de demonstração da sintonia ministerial com a atual quadra de desenvolvimento institucional donosso País, a novel Lei de Abuso de Autoridade, Lei nº 13.869, de 5 de Setembro de 2019, que trata sobre crimes de abuso de autoridadecometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções, ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sidoatribuído, em especial os arts. 27 e 31, abaixo reproduzidos:Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta dequalquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis)meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento,o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.Sem sequer entrar na necessária discussão da presença de dolo específico, para fins de configuração do crime de abuso de autoridade, o que sedaria a título do mero capricho, da busca por se prejudicar outrem ou da busca da finalidade não prevista na norma, elementos absolutamenteincomuns ao fazer ministerial, certo é que tal novo marco regulatório trouxe mais concretude ao direito fundamental à duração razoável doprocesso.Assim, indiscutível, portanto, que o legislador conferiu valor jurídico ao lapso temporal investigativo, cujo termo final ordinário, para serprorrogado, exige, ao menos, motivação e direcionamento justificador daquela prorrogação, devendo o ente ministerial apresentar concretamenteelementos materiais que demonstrem a pertinência da manutenção investigativa, o que não se vislumbra neste caso concreto.Visto que não há razão para a continuidade deste Procedimento Preparatório nesta Promotoria de Justiça, determino o arquivamento desteProcedimento Preparatório, sem prejuízo de seu desarquivamento, surgindo novos elementos palpáveis de prova, em consonância com o artigo10, §§ 1º e 2º da Resolução nº 23/2007 do CNMP.Registros no SIMP, publicações e comunicações necessárias. Comunique-se, via ofício de ordem, com cópia desta decisão, o noticiante dosfatos que ensejaram a instauração deste procedimento, bem como o noticiado, cientificando-os do presente arquivamento, para que, no prazo de10 (dez) dias, caso queiram, apresentem razões escritas ou documentos a serem juntados nos presentes autos, nos termos do art. 9º, §2º, da Leinº 7.347 c/c art. 10, §1º e §3º da Resolução nº 23/2007 do CNMP, para fins de apreciação do presente arquivamento no âmbito do ConselhoSuperior do Ministério Público do Estado do Piauí.Decorrido o prazo supura, certifique-se a juntada, ou não, das referidas razões e/ou documentos.Empós, remeta-se ao CSMP, para apreciação.Cumpra-se.Barro Duro - PI, 12 de abril de 2020.(assinado digitalmente)ARI MARTINS ALVES FILHO (bmc)PROMOTOR DE JUSTIÇAPromotor de Justiça titular da Comarca de Barro Duro/PI

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 001/2020 PORTARIA Nº 001/2020Procedimento Administrativo. Grupo Regional de Teresina no Acompanhamento do COVID-19. Eixo Temático. Segurança Pública e SistemaPrisional. Medidas orientativas, preventiva e executivas.O GRUPO REGIONAL DE PROMOTORIAS INTEGRADAS NO ACOMPANHAMENTO DO COVID-19 DE TERESINA - EIXO TEMÁTICOSEGURANÇAPÚBLICA E SISTEMA PRISIONAL - no exercício de suas atribuições, com esteio nos art. 127, caput, e art. 129 da Constituição Federal de 1988;na Resolução CNMP nº 174/2017; nos art. 36 e art. 37 da Lei Complementar Estadual nº 12/1993; na Resolução CPJ/PI nº 02/2020 e PORTARIAPGJ/PI Nº 928/2020;Considerando que, consoante prevê a Constituição da República, incumbe ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime

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democrático de direito e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, sendo função institucional zelar pelo respectivo respeito dos serviçosde relevância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;Considerando a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde, em 30 dejaneiro de 2020, em decorrência da Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (COVID-19);Considerando a Lei nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde públicade importância internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19);Considerando a adoção de medidas temporárias de prevenção ao contágio pelo Novo Coronavírus (COVID-19) no âmbito do Ministério Públicodo Estado do Piauí, no interesse da saúde pública, por meio do ATO PGJ nº 995/2020, publicado no Diário Eletrônico de 18.03.2020;Considerando que, em razão da necessidade urgente de um atuação especializada, regionalizada e integrada do Ministério Público do Estadodo Piauí nas diversas áreas impactadas pela Pandemia, o Colégio de Procuradores do Ministério Público expediu a Resolução nº 02, de 07 deabril de 2020, dispondo sobre a criação de Grupos Regionais de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID, no âmbito do MinistérioPúblico;Considerando que, na forma do art. 2º, inciso I, e art. 5º, inciso V, da citada Resolução a área de atuação do Grupo Regional de Teresina-PIabrange o eixo temático da Segurança Pública e do Sistema Prisional;Considerando que, consoante prevê o artigo 4º, incisos I e II, da Resolução CPJ/PI nº 02/2020, compete aos Grupos Regionais promoverem aintegração dos órgãos de execução ao esforço estadual de controle e prevenção da pandemia, bemcomo ampliar a colaboração interinstitucional e intersetorial do Ministério Público Estadual com o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o PoderJudiciário, a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil, o setor de ciência, tecnologia e inovação, o setor privado, a sociedade civil eos cidadãos, integrando-se à mobilização de todos os setores da sociedade brasileira em face do Covid-19;Considerando que, na forma do artigo 6º, caput e parágrafos, da Resolução CPJ/PI nº 02/2020, também compete ao Grupo atuarconcorrentemente com o Promotor de Justiça natural integrante da região, promovendo e acompanhando medidas judiciais e extrajudiciais, bemcomo promover e acompanhar medidas judiciais, de forma concorrente com o Promotor de Justiça natural integrante da respectiva região;Considerando que o Grupo Regional também oficiará nas representações por ele recebidas, nas peças de informações a ele endereçadas e nasnotícias de fato autuadas, em procedimentos investigatórios, inquéritos policiais ou processos judiciais já anteriormente iniciados e em que aintervenção do Grupo Regional vier a se revelar útil ou conveniente a critério de seus integrantes , conforme dispõe o §1º do art. 6º da citadaresolução;Considerando que, na forma do §2º do mencionado dispositivo, nas hipóteses acima mencionadas, o Grupo Regional poderá solicitar atuaçãointegrada ao Promotor de Justiça Natural não integrante do grupo;Considerando que integram o Sistema Único de Segurança Pública polícias civis, polícias militares, corpos de bombeiros militares, guardasmunicipais e órgãos do sistema penitenciário, institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação e secretaria estadual de segurançapública, consoante prevê o art. 9º,§2º, incisos IV, V, VI, VII, VIII, X, XII, da Lei nº 13.675/20181;Considerando que, no âmbito do Ministério Público, consoante o art. 8º, inciso II, da Resolução CNMP nº 174/2017, o procedimentoadministrativo é o instrumento apto para acompanhar e fiscalizar, de forma continuada, políticas públicas ou instituições;RESOLVE instaurar o Procedimento Administrativo nº 001/2020, com o objetivo de com o objetivo de acompanhar e fiscalizar as políticaspúblicas pertinentes à segurança pública e sistema prisional (em face da COVID-19), determinando-se:Sejam comunicados ao CAOCRIM, ao GACEP e ao Gabinete de Acompanhamento e Prevenção do contágio pelo Coronavírus a instauração dopresente procedimento, via e-mail e e-doc;Seja observado o Regimento Interno para as atividades deste Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID-19;Seja oficiada à Coordenadoria de TI do MPPI solicitando a criação de e- mail institucional para o Grupo, permitindo o acesso a todos osmembros, bem como a adequação do sistema SIMP para o devido registro de instauração de procedimentos e respectivas movimentações, naforma do art. 10 da Resolução CPJ/PI nº 02/2020;

1Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da ConstituiçãoFederalSeja expedido ofício circular para todas as Promotorias de Justiça Criminais, integrantes da Região Teresina, dispostas no anexo 1 da ResoluçãoCPJ/PI nº 02/2020, cientificando os Promotores de Justiça acerca da instauração do presente procedimento e solicitando o envio de sugestõese/ou notícias de fato para a atuação do Grupo, bem como demandas de enfrentamento ao COVID-19, no âmbito da Segurança Pública e SistemaPrisional;Seja solicitada a atuação integrada do CAOCRIM - Centro de Apoio Operacional Criminal e do Grupo de Atuação Especial do Controle Externoda Atividade Policial - GACEP, com fulcro no §2º, do artigo 6º da Resolução CPJ/PI nº 02/2020, e em razão da pertinência entre a atuação desteGrupo Regional e o exercício do controle externo da atividade policial e segurança pública;Seja oficiada a Procuradora-Geral de Justiça para, com espeque no art. 8º da Resolução CPJ/PI nº02/2020, designar servidor/assessores/estagiários com o objetivo de auxiliar os trabalhos deste Grupo;Findos os trabalhos deste Grupo, na forma do art. 11 da Resolução CPJ/PI nº002/2020, seja remetido relatório, no prazo de 05 (cinco) dias, àProcuradora- Geral de Justiça e à Corregedoria-Geral circunstanciando as providências adotadas durante o período de atuação do grupo;Sejam juntados ao presente procedimento o Ofício nº 551/2020/MPPI/PGJ/GACEP e todos os seus anexos;Sejam juntados ao presente procedimento os documentos remetidos pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Criminais -CAOCRIM:Revogado o estado de calamidade pública decorrente do COVID-19 no Estado do Piauí, os trabalhos do presente Grupo serão encerrados e osprocedimentos serão redistribuídos às Promotorias de Justiça integrantes da respectiva região, salvo a necessidade justificada de continuidadedos trabalhos, mediante autorização da Procuradora-Geral de Justiça, ouvida a Corregedoria-Geral do MP-PI (art. 11 da Resolução CPJ/PInº02/2020)Registre-se no SIMP. Publique-se.Distribua-se o presente procedimento à Coordenadora do Grupo. Teresina, 15 de abril de 2020.GIANNY VIEIRA DEAssinado de forma digital por GIANNY VIEIRA DELUZIJONES FELIPE DE CARVALHOAssinado de forma digital por LUZIJONES FELIPE DE CARVALHOCARVALHO:30466261349 CARVALHO:30466261349Dados: 2020.04.16 16:13:21 -03'00'Gianny Vieira de CarvalhoPromotora de Justiça Coordenadora do Grupo Regional dePromotorias Integradas no Acompanhamento do COVID-19 de Teresina -Eixo temático- Segurança Pública e Sistema PrisionalSávio Eduardo Nunes de CarvalhoPromotor de Justiça Membro do GrupoFACANHA:35323418320FACANHA:35323418320 Dados: 2020.04.16 10:59:09 -03'00'

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4.2. 48ª ZONA ELEITORAL - ELESBÃO VELOSO11336

Luzijones Felipe de Carvalho FaçanhaPromotora de Justiça Membro do GrupoELOI PEREIRA DE SOUSA JUNIOR:338853893 04Assinado de forma digital por ELOI PEREIRA DE SOUSA JUNIOR:33885389304 Dados: 2020.04.16 15:25:46-03'00'MARIA DO AMPARODigitally signed by MARIA DO AMPARO DE SOUSA:39614344334 DN: C=BR, O=ICP-Brasil, OU=08839135000157,OU=Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB, OU=ARATIPI, OU=RFB e-CPF A3, CN=MARIA DO AMPARO DE SOUSA:39614344334

3961434433

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Elói Pereira de Sousa Júnior Promotor de Justiça Membro do Grupo

DE SOUSA:

4

Nielsen Silva Mendes LimaPromotor de Justiça Membro do GrupoMaria do Amparo de SousaPromotora de Justiça Membro do Grupo

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 09/2020O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ, por sua Promotora de Justiça, respondendo pela Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso/PI,no uso das atribuições que lhes são conferidas pelos arts. 127, 129, III, da Constituição Federal, art. 8°, § 1°, da Lei n° 7.347/85, art. 25, IV, "b",da Lei n° 8.625/93 e art. 36, VI, da Lei Complementar Estadual n° 12/93 e:CONSIDERANDO que a finalidade da presente Recomendação é garantir e adotar medidas preventivas à propagação da COVID-19, visandomanter a capacidade de atendimento dos serviços de saúde aos pacientes que necessitem, seguindo as orientações do Plano de ContingênciaNacional para Infecção Humana e do Plano Estadual de Contingência para Emergência em Saúde Pública, os quais definem estratégias deatuação para enfrentamento do novo coronavírus;CONSIDERANDO a edição, pelo Banco Central do Brasil (BCB), da Circular nº 3.991, de 19 de março de 2020, que objetiva assegurar a saúdeda sociedade em decorrência do Covid-19 e ao mesmo tempo garantir a prestação de serviços essenciais;CONSIDERANDO o artigo 268 do Código Penal Brasileiro, que tipifica como crime o ato de infringir determinação do poder público, destinada aimpedir a introdução ou propagação de doença contagiosa;CONSIDERANDO que o CDC, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, seu art. 6º, I, prevê como direitos básicos do consumidor a saúde, a vidae a segurança;CONSIDERANDO que o mesmo diploma legal acima, em seu art. 8º, caput, dispõe que "os produtos e serviços colocados no mercado deconsumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de suanatureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito";CONSIDERANDO que "o fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, oucolocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação", (art. 8º,§ 2º, CDC);CONSIDERANDO que "são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre suaregulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física oujurídica de direito privado", nos termos do art. 197, da CF/88;CONSIDERANDO que dispõe o artigo 1º da Resolução nº 164/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, que a recomendação éinstrumento de atuação extrajudicial do Ministério Público por intermédio do qual este expõe, em ato formal, razões fáticas e jurídicas sobredeterminada questão, com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar determinados atos em benefício da melhoria dosserviços públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defendidos pela instituição, atuando, assim, comoinstrumento de prevenção de responsabilidades ou correção de condutas;CONSIDERANDO que o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa daordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, como preceitua o art. 127 da Carta Magna;CONSIDERANDO o art. 4º do CDC que dispõe que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento dasnecessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como a transparência e a harmonização das relações consumeristas, atendidos, entre outros:I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor;III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidadede desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da ConstituiçãoFederal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;CONSIDERANDO que a vida, a saúde, a segurança e a paz são bens jurídicos inalienáveis e indissociáveis do princípio da dignidade da pessoahumana (art. 4º, caput do CDC);CONSIDERANDO que os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, presteminformações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial, conforme § 4º do art. 55, da Lei Consumerista Pátria;CONSIDERANDO a publicação da Portaria MS nº 356/2020, que estabelece a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº13.979/2020, que traz medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus(COVID-19);CONSIDERANDO o "INFORME FEBRABAN" veiculado pela FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS, instituição que congrega instituiçõesfinanceiras bancárias, com atuação no território nacional, e associações representativas de instituições financeiras e congêneres, de âmbito

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nacional ou regional de que: "as agências bancárias permanecem abertas, com atendimento aos seus clientes, sendo que terão prioridade ospúblicos mais vulneráveis, como os de aposentados e pensionistas. O setor reforça a divulgação dos meios digitais para evitar aglomeração emagências, atendendo às recomendações das autoridades sanitárias para compartilhar dos esforços feitos em todo o país para conter ad isseminação da pandemia ident i f i cada pe la Organ ização Mund ia l da Saúde (OMS)" . ( in te rmid ia1 .com.br /news-clientes/febraban/44/informe.html?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Disparo-20-0...)CONSIDERANDO as in ic ia t ivas do setor para min imizar os efe i tos do Covid-19, conf i ra conteúdo sobre o tema:https://portal.febraban.org.br/pagina/3277/1101/pt-br/covid-19CONSIDERANDO os efeitos do Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020 e suas alterações supervenientes, e Decreto nº 18.902, de 23 demarço de 2020, federal e estadual respectivamente, que determinam aos estabelecimentos de serviços essenciais, dentre os quais de naturezabancária, devem funcionar de acordo com determinações sanitárias expedidas pela Secretaria Estadual de Saúde, bem como, seja adotado ocontrole de fluxo de pessoa, de modo a impedir aglomerações; Decreto nº 10.282/2020 (...) § 7º Na execução dos serviços públicos e dasatividades essenciais de que trata este artigo devem ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da covid -19."A Promotoria de Justiça de Elesbão Veloso resolve:RECOMENDAR às agências bancárias, lotéricas, correspondentes bancários, cooperativas de crédito e demais instituições congêneresinstaladas no Município de Elesbão Veloso que observem as normas de proteção e defesa do consumidor, nos seguintes termos:1. Ajustar o horário para atendimento ao público no período mínimo das 10 horas às 14 horas, em suas dependências enquanto persistir asituação de risco à saúde pública decorrente do novo Coronavírus (Covid-19);2. Adotar atendimentos exclusivos e diferenciados para o público-alvo: idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiências entre 9 horas e 10horas;3. Afixar aviso em local visível em suas dependências, bem como comunicar aos clientes, pelos demais canais de atendimentos disponíveis,sobre o horário de atendimento;4. Adotar medidas para que, entre os consumidores que esperam para entrar nas agências bancárias, seja observada uma distância mínima de1,5m (um metro e meio), com marcadores visíveis no caso daqueles que já se encontram no interior da agência para que mantenham distânciasegura entre si, sem prejuízo de ser destinado um ou mais funcionários, a depender da demanda, para controlar o fluxo de pessoas dentro e forado estabelecimento, bem como fiscalizar a distância mínima recomendada entre cada indivíduo;5. Restringir o atendimento presencial, para limitar o ingresso nas dependências exclusivamente de clientes/usuários que tenham demandasurgentes, inadiáveis e indispensáveis, que sejam inviáveis de resolver por outras formas de atendimentos, a exemplo de plataformas virtuais ououtras disponíveis.6. Assegurar, com prioridade, os atendimentos relativos aos programas sociais do Governo Federal, e serviços bancários a reduzir asconsequências econômicas do novo Coronavírus, bem como as pessoas que comprovem pertencerem ao grupo de risco, estarem com doençasgraves e demais públicos prioritários;7. Disponibilizar álcool gel 70% aos consumidores, em locais de fácil acesso no interior das agências bancárias, devendo o (s) funcionário (s) seresponsabilizar por tal medida;8. Higienizar constantemente os caixas eletrônicos, teclados, principalmente teclas e local de uso comum para a aposição da digital, além deequipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneiraostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação (incluído pela Lei nº 13.486/2017);9. Disponibilizar contato telefônico e e-mail para agendamento de atendimento exclusivamente com hora marcada, como forma de evitaraglomerações no interior das agências.Para o atendimento desta recomendatória pelas LOTÉRICAS, cinge-se observar apenas os itens: 4, 6, 7 e 8.A presente recomendação tem natureza preventiva, dá ciência e constitui em mora o destinatário quanto às providências solicitadas e poderáimplicar a adoção de todas as providências processuais cabíveis, em sua máxima extensão, em face da violação dos dispositivos legais acimareferidos, tendo como finalidade assegurar a observância dos direitos e interesses dos consumidores.Frise-se que esta não exclui outras medidas porventura necessárias para corrigir atos praticados em desacordo com os atos normativos e demaislegislação citada.Fica consignado, em razão da URGÊNCIA,a) o prazo de 05 (cinco) dias para os Notificados se manifestarem sobre a Notificação Recomendatória, através do e-mail: [email protected] , eda mesma formab) comprovar a adoção das medidas já efetivadas quanto ao atendimento desta recomendatória com efeitos no Decreto nº 10.282/2020.A omissão na remessa de resposta no prazo estabelecido será considerada como recusa ao cumprimento da recomendação, ensejando aadoção das medidas legais pertinentes, a exemplo de fiscalizações pelo Procon.Como medida PREVENTIVA, em caso de aglomerações acima do limite recomendado, na parte interna ou externa dos estabelecimentos, oudescumprimento das medidas de prevenção, recomenda-se que às autoridades policiais e sanitárias do Município, envidem esforços para adoçãodas providências cabíveis, seguindo os atos e normas expedidas pela união, estado e municípios.Oficie-se, com cópia, a Procuradora-Geral de Justiça do Estado do Piauí, para conhecimento.REGISTRE-SE no SIMP e PUBLIQUE-SE a presente recomendação no diário oficial eletrônico do MPPI.Elesbão Veloso/PI, 15 de abril de 2020.MICHELINE RAMALHO SEREJO SILVAPromotora de Justiça

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