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Estados ansiosos, sintomas e organização neurótica
Ansiedade e angústia Ansiedade: estado afetivo penoso
associado a uma atitude de expectativa de um acontecimento imprevisto, mas vivenciado como desagradável
Angústia: sensação de extremo desconforto acompanhada de manifestações somáticas (sudorese, taquicardia, aumento da pressão arterial, etc)
A ansiedade e angústia são as “portas de entrada” da maioria das condutas psicopatológicas relacionadas à neurose infantil
Angústia pré-verbal da pequena lactente e bem pequena A constatação desta angústia depende da observação
e da empatia do adulto. O pânico da criança está relacionados aos seguintes comportamentos:
Distúrbios do tônus muscular: hipertonia (rigidez muscular);
Hipervigilância: semblante imóvel, como que “congelado”;
Imobilidade ou gesticulação anárquica; Incapacidade de encontrar atitude confortável no colo
de adulto Distúrbios do sono (terror noturno)
Ansiedade crônica ou hiperansiedade: A criança hiperansiosa vive permanentemente com um sentimento vago de apreensão, como se algo terrível fosse acontecer
Crise de angústia aguda – ataque de pânico: apresenta um início espontâneo e inesperado. Caracteriza-se por:
Sinais somáticos: palpitação, taquicardia, sensação de sufocamento, dores torácicas, abdominais, náuseas...
Sinais neurológicos: tremores, espasmos musculares, vertigens e mal – estares
Sinais motores: agitação ou prostração Sinais vasomotores: suores, fogachos, calafrios Sinais psíquicos: sensação de estranhamento, de perda de
referências, medo de morrer, de ficar louco
Quanto menor a criança, mais rico será o contexto somático. A criança parece aterrorizada e não atende à argumentação, só se acalma na presença dos pais, principalmente antes dos 7-8 anos.
À medida em que fica mais velha (11-12 anos), a criança exterioriza mais a sua angústia, não a exprimindo mas a demonstrando com crises de cólera, atitude de exigências insaciáveis, fugas, distúrbios diversos de comportamento
Ainda que o início da angústia seja espontâneo, freqüentemente está associado a um acontecimento ou pensamento que precede a crise e que, geralmente, tem relação com a idéia de separação
Condutas fóbicas da criança Fobias: temores não justificados de um objeto ou de uma
situação, cujo confronto é para a pessoa fonte de intensa reação de angústia
Fobias sociais: as fobias sociais são os medos irracionais e persistentes de situações nas quais o sujeito está exposto à eventual observação de outrem. As primeiras manifestações das fobias sociais na criança podem ser o medo da interrogação oral na aula (medo de ir ao quadro), o medo de falar diante de estranhos.
A forma mais elaborada de fobias social é a “fobia escolar”, quase sempre acompanhada de uma inibição (submissão excessiva, extremamente obedientes, isoladas socialmente, mas que podem mostrar-se autoritárias e dominadoras em outros ambientes, por exemplo, o lar)
Medos: constituem um acontecimento freqüente no decorrer do crescimento – medo do escuro, de pequenos animais, de animais que mordem, de estranhos, de fantasmas ou “bicho-papão”, etc
A partir de 8 anos, o medo existencial (o medo da morte) surge diretamente expresso ou sob formas indiretas (temor hipocondríaco)
Fatores que intervém nos medos infantis: Sentimento de “eu” que precisa ser preservado (ausente em
crianças psicóticas que se colocam em situações de perigo) Clima familiar: por exemplo, o medo de animais pode ser
induzido por familiares que podem forçar a criança a se confrontar com o objeto do medo
Aprendizagem: o comportamento de medo pode ser reforçado após a primeira experiência vivida e se tornar repetitivo
Ajuriaguerra J.; Marcelli D. Manual de Psicopatologia Infantil. 2ªed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991.