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ESTERILIZAÇÃO Beatriz Peixoto Cristina Seixas Laurinda Fernandes Técnica/o Auxiliar de Saúde Formadora: Enfª Ana Filipa

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ESTERILIZAÇÃO

Beatriz Peixoto

Cristina Seixas

Laurinda Fernandes

Técnica/o Auxiliar de Saúde Formadora: Enfª Ana Filipa

HISTÓRIA

• 484 a 424 A.C – Os egípcios usavam piche, alcatrão e resinas para embalsamento, sal comum para ressecamento e fumaça originada da queima de produtos químicos para desinfetar;

• 460 a 370 D.C – Hipócrates (médico) reconheceu a importância da agua fervendo para limpeza de feridas, mãos, unhas e uso de compressas nas feridas;

• 1765 D.C – L. Spallanzani, uma infusão colocada num frasco hermeticamente fechado e fervido por uma hora, não ocorria fermentação.

• 1857 Louis Pasteur – Criou um conjunto de regras a serem aplicadas nos hospitais para controlo das infeções e consequentemente, taxa de mortalidade pós-operatória;

• 1877 Louis Pasteur – Foi solicitado para ajudar contra uma praga (antraz);

• 1885 Louis Pasteur – Criou uma vacina;

• 1816 a 1865 Ignatz Semmelweis - Introduz a higienização hospitalar, como lavagem de mãos e lavagem de material cirúrgico;

• 1827 a 1912 Joseph Lister - Introduz a higienização hospitalar, como lavagem de feridas com fenol e operações sob aerossóis de fenol;

• Ignatz Semmelweis e Joseph Lister - Introdução da cirurgia asséptica.

DEFINIÇÕES

• Limpeza - A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo. Consiste-se na limpeza de todas as superfícies fixas (verticais e horizontais) e equipamentos permanentes, das diversas áreas das Unidades de Saúde. É imprescindível que utilizem-se critérios de classificação das áreas para o adequado procedimento de limpeza.

• Desinfeção - Processo aplicado às superfícies inertes, que elimina microrganismos na forma vegetativa, não garantindo a eliminação total dos esporos bacterianos. Pode ser realizada por meio de processos químicos ou físicos.

• Esterilização - Processo de destruir os micróbios de uma substância ou de um ambiente, por meios físicos (calor, raios ultravioleta) ou químicos (antissépticos).

RESISTÊNCIA AOS MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO E DESINFEÇÃO

ESPOROS BACTERIANOS

MICOBACTERIA

VÍRUS NÃO LIPÍDICOS OU PEQUENOS VÍRUS

FUNGOS

BACTERIAS VEGETATIVAS

VÍRUS LIPÍDICOS OU VÍRUS DE TAMANHO MÉDIO

Mais Resistentes

Menos Resistentes

CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES Podem ser classificados em:

1 - Críticos: Os artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema, são chamados de ARTIGOS CRÍTICOS. De forma geral requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem.

Ex.: Implantes, instrumentos cirúrgicos, agulhas, sistemas de soros.

2 - Semicríticos: Os artigos destinados ao contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras, são chamados de ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS e requerem desinfeção ou esterilização, dependendo do fim a que se destinam. Ex.: Lâminas de laringoscópio, endoscópios.

3 - Não críticos: Os artigos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente são chamados de ARTIGOS NÃO CRÍTICOS e a simples limpeza pode ser suficiente. Quando sujidade abundante ARTIGOS NÃO CRÍTICOS podem requerer desinfeção de baixo nível. Artigos classificados nesta categoria, se forem termorresistentes, poderão ser submetidos à autoclavagem, por facilidade operacional, eficácia e redução de custos, mesmo que a esterilização não seja a indicação para o fim a que se destina o artigo. Ex.: Braçadeiras, marquesas, mesas de apoio, chão.

ETAPAS DA PREPARAÇÃO DE MATERIAL PARA ESTERILIZAÇÃO

1. Selecção

2. Limpeza

3. Secagem

4. Revisão

5. Preparação

6. Empacotamento

7. Identificação

1. SELECÇÃO

• É a separação dos materiais odonto-médico-hospitalares, por tipo, para que sejam limpos adequadamente sem sofrer danos.

Ex. Instrumentais, endoscópios, borrachas, vidros, plásticos…

2. LIMPEZA

• A limpeza dos artigos deve ser feita de maneira escrupulosa e meticulosa procurando-se escolher para cada tipo de material a melhor maneira de executar esta tarefa. É o processo de remoção de sujidades realizado pela aplicação de energia mecânica (fricção), química ( soluções detergentes) ou térmica.

A matéria orgânica presente ( óleo, gordura, sangue, pus e outras secreções ) envolve os microrganismos, protegendo-os da acção do agente esterilizante. Por essa razão, a limpeza constitui a base de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos e áreas hospitalares, além de ser o primeiro passo nos

procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização.

2. LIMPEZA

2.1 Manual: • Fazer enxaguamento prévio dos ferros com jacto de água fria ( para remoção de restos de sangue e matéria orgânica); • Deixar agir na solução de acordo com as orientações do fabricante; • Retirar desta solução e lavar friccionando com escova/esponja, observando ranhuras, articulações, cavidades e concavidades. Lavar os delicados separadamente; • Materiais leves devem ficar sobre os pesados a fim de evitar danos (os delicados lavar manualmente); • Os instrumentais com peças removíveis devem ser desmontados para facilitar a limpeza em todos os pontos críticos; • Os instrumentais com grande carga de sujidade (pus, fezes etc.) deverão ser colocados de preferência na máqina de lavar/desinfectar – evitando qualquer contacto destes resíduos com pia, bancadas e mesas, para reduzir riscos ocupacionais.

2. LIMPEZA

2.2 Mecânica: É realizada por máquinas automatizadas específicas para este fim. A remoção da sujeira ou matéria orgânica ocorre pela ação combinada da energia mecânica (vibração sonora), térmica (temperatura entre 50º e 55ºC) e química (detergentes).

A utilização de máquinas automatizadas para limpeza de artigos, não dispensa a revisão manual dos mesmos, pois o critério visual pode detetar possíveis falhas na limpeza de equipamentos.

3. SECAGEM

• Tem por objetivo evitar que a humidade interfira na desinfecção e/ou esterilização dos materiais.

• Deve ser feita rigorosamente utilizando-se:

- Pano limpo e seco;

- Secadoras de ar quente;

- Ar comprimido.

Obs: Pode justificar-se a utilização dos 3 métodos.

3. SECAGEM

• No caso de existir água nos materiais a desinfectar/esterilizar podem surgir várias complicações:

- A água é uma barreira ao vapor;

- Danifica o material ;

- Dilui mais a formula química do produto e altera a sua eficácia;

- Ajuda a propagação dos microrganismos.

4. REVISÃO

• Feita durante a preparação das bandejas, consiste na verificação da integridade das funções e presença de sujidade no material.

Confere-se: ranhuras, cortes, lúmens…

• Fazer revisão observando integridade das funções de cada instrumental e presença de sujidade;

• Lubrificação das articulações quando necessário;

5. PREPARAÇÃO

• É a montagem das bandejas e pacotes;

• Deve ser feito em área limpa e organizada;

• Seguir protocolo para elaborar as caixas cirúrgicas ou outras;

• Acondicionar em bandejas, caixas perfuradas ou pacotes, tendo o cuidado de colocar os materiais leves sobre os pesados a fim de evitar danos;

• Observações:

- Os campos e/ou embalagens devem estar íntegros;

- Observar a presença de pelos, lanugem, sujidade, etc, nos campos a serem usados;

6. EMPACOTAMENTO

• Deve ser adequado ao processo de esterilização, de maneira a garantir a esterilidade do material.

• Na seleção da embalagem devemos observar:

- Permeabilidade ao agente esterilizante;

- Impermeabilidade a partículas microscópicas;

- Resistência às condições físicas do processo de esterilização;

- Adequação ao material a ser esterilizado;

- Flexibilidade e resistência à tração durante o manuseio;

- Se proporciona selagem adequada;

6. EMPACOTAMENTO – Papel Crepe e TNT

• O papel crepe é um papel primário que serve para embalar as caixas com o material a esterilizar;

• O papel crepe é poroso, e absorvente, permitindo assim a entrada e saída do vapor, mas formando uma barreira à entrada dos microrganismos após a esterilização;

• As caixas são empacotadas pela técnica do envelope;

• O papel TNT protege o papel crepe, do desgaste pelo seu manuseamento, e pelo transporte das caixas e é fechado com a fita de testemunho;

• As mangas são constituídas por papel crepe e película transparente, que permite visualizar o material que contém;

• As mangas são cortadas na medida necessária, é colocado o material individualmente a esterilizar e é selada;

6. EMPACOTAMENTO – Mangas

• Os Contentores são caixas metálicas, hermeticamente fechadas, resistentes, e possuem abertura na parte de cima e baixo, com um filtro que desempenha a mesma função do papel crepe.

• Os Contentores não necessitam de papel transporte.

6. EMPACOTAMENTO – Contentores

6. EMPACOTAMENTO

• TÉCNICA DO ENVELOPE: Ao abrir uma embalagem contendo material esterilizado é importante que o ato da abertura não contamine o conteúdo. Técnicas de embalagem de pacotes ou conjuntos foram desenvolvidas para assegurar uma abertura asséptica. As técnicas de embalagem mais comuns aplicáveis na embalagem de pacotes ou conjuntos de instrumentos são a dobradura envelope e a dobradura pacote. As coberturas não dobradas recobrem a mesa do instrumento propiciando assim um campo esterilizado. As técnicas podem ser aplicadas tanto para folhas têxteis, como para folhas de papel ou TNT.

7. IDENTIFICAÇÃO

• A Etiqueta de rastreabilidade deve conter a data da esterilização e a data de validade, nº do operador que esterilizou, nº do esterilizador, e local de onde provém.

ESTERILIZADOS - cuidados

• Em relação aos pacotes: deve-se deixar arrefecer os pacotes, e perceber se não têm humidade. Verificar se os indicadores quimicos mudaram de cor. Manusear o menos possivel os pacotes.

• Em relação ao ambiente: é controlada a humidade e a temperatura do local duas vezes por dia;

• Em relação à armazenagem: colocar o material em prateleiras móveis de inox, devem estar distanciadas do piso e do tecto;

• Em relação ao período de armazenamento: dependendo do material e de que forma é embalado, varia o periodo de validade, conforme o protocolo da instituição.

MONITORIZAÇÃO ESTERILIZAÇÃO

• A sobrevivência de microrganismos ao processo de esterilização pode decorrer de falhas humanas e mecânicas. As principais falhas humanas são:

- limpeza inadequada do material submetido a esterilização;

- embalagem inadequada ao processo escolhido;

- confeção de pacotes grandes ou compatados;

- posicionamento incorreto no autoclave;

- tempo de exposição ao agente esterilizante insuficiente para destruição de todos os microrganismos.

MONITORIZAÇÃO

• MECÂNICA

• QUÍMICA

• BIOLÓGICA

-Medem o tempo, temperatura e pressão (registados ao longo do processo de esterilização) -Impressora acoplada ao esterilizador ou por software

-Teste de Bowie & Dick

-Indicadores de processo – externo (fitas teste) - Indicadores Multiparametros (SteriGage 1243)

-Indicadores Integradores

- Testes Biológicos - Attest

Teste Bowie & Dick

É um teste de indicador químico, diário que se realiza aos esterilizadores:

- Deteta vazamentos de ar;

- Avalia a capacidade do sistema de remoção dos resíduos de ar dentro da câmara.

Pacote pronto uso indicado para atestar a eficiência da remoção do ar pela bomba de vácuo e a consequente penetração do vapor nos pacotes. É usado uma vez ao dia, com a câmara vazia em ciclo específico, após o aquecimento da autoclave.

Indicadores de processo – externo – fitas teste

• Os indicadores externos são fitas autoadesivas utilizadas unicamente para diferenciar os pacotes processados dos não-processados.

São também chamadas fitas de testemunho que mudam de cor com a esterilização.

Indicadores multiparametros - Sterigage

• Os indicadores químicos de esterilização são produzidos com tintas de alta qualidade e evidenciam a existência do agente esterilizante específico para o qual foi desenvolvido. A incorreta conservação dos indicadores químicos pode inativar seu funcionamento ou modificar a cor final após a exposição ao agente esterilizante. As tiras integradoras, são designadas para reagir a todos os parâmetros críticos do processo de esterilização a vapor (tempo, temperatura e qualidade do vapor) dentro de um intervalo específico de ciclos de esterilização. Devem ser colocados no interior de cada pacote, no local de maior dificuldade de penetração do agente esterilizante. Todos os testes são laminados em suas duas faces, permitindo uma melhor identificação e preservação da tinta indicativa.

Indicadores integradores - Comply

• Integrador químico de uso interno, indicado para utilização em pacotes que serão esterilizados a vapor em parâmetros determinados mundialmente.

Consiste numa pílula química sensível à temperatura e ao vapor contido numa bolsa laminada de papel e filme. Diante da exposição às condições ideais, a substância química se funde e migra através do papel. Por ser a substância colorida, a sua migração é visível através de uma janela com as inscrições "ACCEPT" e "REJECT" que servirão de base para aceitação ou rejeição do pacote.

Após o processamento, se uma coloração atingir a porção "ACCEPT" da janela, isto é uma indicação de que o ciclo de esterilização foi satisfatório.

Testes biológicos - Attest

• Indicador biológico do tipo autocontido, com tempo de resposta de no máximo 48 horas, composto por uma tira de papel contendo uma população microbiana mínima de cem mil esporos secos e calibrados, para controle biológico dos processos de esterilização a vapor saturado.

A tira contendo esporos está armazenada em uma ampola plástica que também acondiciona uma ampola de vidro, contendo um caldo nutriente próprio para o cultivo dos microrganismos. A ampola plástica é fechada por uma tampa marrom perfurada e protegida por um papel de filtro hidrofóbico. Cada ampola possui um rótulo externo que informa o lote e a data da fabricação do produto, contendo campos para identificação da ampola e um indicador químico externo que diferencia as ampolas processadas das não processadas.

A incubadora de Leitura Rápida foi desenhada para ler a fluorescência produzida pelo Indicador Biológico. A deteção de fluorescência indica uma falha no processo de esterilização, após um período de dez horas, emitindo um registo. No entanto, pode obter-se um resultado após três horas.

TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO

• Físicos: ▫ Vapor saturado /autoclaves;

▫ Calor seco/estufa;

▫ Raios Gama/cobalto 60;

• Físico-químicos: ▫ Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO);

▫ Plasma de Peróxido de Hidrogênio;

▫ Vapor de Formaldeído;

• Químicos: ▫ Glutaraldeído;

▫ Formaldeído;

▫ Ácido peracético;

Físicos: • Vapor saturado /autoclaves:

O processo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão é o método mais utilizado e o que maior segurança oferece ao meio hospitalar. Os equipamentos utilizados para este método de esterilização são as autoclaves. Estas constituem-se basicamente de uma câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança, manômetros de pressão e um indicador de temperatura.

- Autoclave gravitacional: o ar é removido por gravidade, assim quando o vapor é admitido na câmara, o ar no interior desta, que é mais frio (mais denso), sai por uma válvula na superfície inferior da câmara. Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo, sendo a esterilização comprometida principalmente para materiais densos ou porosos.

- Autoclave pré-vácuo: o ar é removido pela formação de vácuo, antes da entrada do vapor, assim quando este é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes.

TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO

Físico-químicos: • Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO): A esterilização por Óxido de Etileno (EtO) é utilizada principalmente para esterilizar produtos médicos e farmacêuticos que não podem suportar a esterilização convencional com vapor em alta temperatura – como dispositivos que incorporam componentes eletrônicos, embalagens plásticas ou recipientes plásticos.

O gás EtO infiltra nos pacotes, bem como nos próprios produtos, para matar os micro organismos que foram sobraram da produção ou do processos de empacotamento. Este gás misturado com o ar na proporção de pelo menos 3% de gás EtO, forma uma mistura explosiva. O ponto de ebulição do gás EtO puro é de 10.73 ºC em pressão atmosférica. Na maior parte do tempo, é misturado com Nitrogênio ou CO2. Esta condição explosiva necessita de um zoneamento com Segurança Intrínseca do material (ATEX), para segurança das pessoas assim como do processo em si.

TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO

Físico-químicos: • Plasma de Peróxido de Hidrogênio: Contemplando o que há de mais moderno na área de esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio vem com o objetivo de suprir qualquer necessidade de esterilização a baixa temperatura até 71 litros de carga. Já certificada pelos mais importantes órgãos internacionais, este equipamento agrega tecnologia e baixo custo. - Eficiência de processo e segurança ambiental total: plasma remoto e de quebra; - Facilidade de operação: 20 ciclos realizados a cada troca do agente esterilizante; - Esterilização de Lúmens: sem necessidade de intensificador; - Simplicidade e Versatilidade na Instalação: somente uma tomada monofásica de 127/230 V; - Custo benefício: baixo custo por ciclo; - Sistema operacional 32 bits Windows Embedded POS Ready com conexão a Ethernet; - Entrada USB para armazenamento dos dados do ciclo.

TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO