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11 ESTRATÉGIA DA REGIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Normas de Financiamento e Execução do Componente Básico Seleção e Programação Anual de Medicamentos e Insumos ANEXO I

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ESTRATÉGIA DA REGIONALIZAÇÃO

DA ASSISTÊNCIA

FARMACÊUTICA Normas de Financiamento e Execução

do Componente Básico Seleção e Programação Anual de

Medicamentos e Insumos

ANEXO I

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Gerenciamento Financiamento

Recursos Humanos Sistema de Informações

Controle e Avaliação

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu por meio da participação popular e está assegurado na nossa Constituição Federal, desde 1988.

Não se engane: todos os brasileiros utilizam o SUS. Inclusive, os estrangeiros que estiverem no Brasil, por algum motivo, podem ser assistidos pelo Sistema.

O SUS é um sistema muito amplo e que possui responsabilidades divididas com os Municípios, Estados e Governo Federal.

Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde é a gestora do SUS no Estado.

As ações do SUS são diversas e englobam, por exemplo, o controle de qualidade da água potável que chega à sua casa, a fiscalização de alimentos pela Vigilância Sanitária nos supermercados, lanchonetes e restaurantes que você utiliza diariamente, a assiduidade dos aeroportos e rodoviárias, e inclusive, as regras de vendas de medicamentos genéricos ou as campanhas de vacinação, de doação de sangue ou leite materno que acontecem durante todo o ano.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

É por meio do SUS que o cidadão pode ter acesso a medicamentos para o tratamento de várias doenças.

Desta forma, o SUS oferece não só assistência médica, também assiste o tratamento do usuário por meio da oferta de diversos tipos de medicamentos.

A área que cuida disso no Sistema Único de Saúde é a Assistência Farmacêutica.

A Assistência Farmacêutica é responsável por um conjunto de ações que envolvem a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação.

Entenda como a AF funciona: _______________________

______________________________

Programação Distribuição

Seleção Utilização: prescrição,

dispensação e uso

Aquisição

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ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA – COMPONENTE BÁSICO

Organização da AF no SUS

Componente Básico

O que é? Medicamentos e insumos presentes na RENAME, que estejam relacionados a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da Atenção Básica à Saúde.

Financiamento Federal

Insulinas, Contraceptivos e insumos do Programa Saúde da Mulher.

Tripartite

(união, estados e municípios).

Aquisição Federal Estadual e Municipal*

Seleção Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) tendo como base a RENAME. A RENAME é atualizada pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS)

Programação Municipal (via SIGAF)

Distribuição Logística farmacêutica

Dispensação Municipal (via SIGAF)

Nas unidades de saúde dos municípios por meio da apresentação de receita médica.

* Para os municípios de gestão Totalmente Centralizada no Estado-TCE, em 2016, o Estado executava o recurso tripartite em medicamentos. Para os municípios de gestão Parcialmente Descentralizada no Município-PDM, o Estado executava o recurso Estadual em medicamentos e para os municípios de gestão Totalmente Centralizada no município-TCM, o Estado repassa o recurso Estadual para o fundo municipal de saúde.

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A regulamentação do financiamento e execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) é realizada periodicamente por meio de Deliberações estaduais, em consonância com as Portarias Ministeriais.

O modelo de financiamento e execução do CBAF, até então instituído em Minas Gerais, consistia na aquisição e distribuição centralizada de medicamentos.

Em 19 de Agosto de 2015, a Superintendência de Assistência Farmacêutica propôs a primeira mudança do modelo de aquisição e distribuição de medicamentos e a Comissão Intergestores Bipartite do SUS/MG aprovou a Deliberação CIB-SUS/MG nº 2.164, que estabelece as normas de financiamento e execução do Componente Básico do Bloco da Assistência Farmacêutica (CBAF) no âmbito do SUS-MG. Atualmente, a Estratégia Regionalização da Assistência Farmacêutica (ERAF) é regulamentada por meio da Deliberação CIB-SUS/MG nº 2.416, de 17 de novembro de 2016.

A Estratégia Regionalização da Assistência Farmacêutica (ERAF)

A Estratégia da Regionalização da Assistência Farmacêutica se caracteriza pela cooperação técnica aos municípios na aquisição e distribuição de medicamentos e insumos por meio de Atas Estaduais de Registro de Preços, com ampliação do elenco disponível, obedecendo aos princípios do SUS. Os pilares da ERAF são:

I- Criação de Incentivo Financeiro para Regionalização da Assistência Farmacêutica;

II- Criação de estrutura de apoio para aquisição de medicamentos básicos nos municípios. Resultados Alcançados 2016:

• Economia na ordem de R$ 17 milhões para os municípios que aderiram ao modelo em 2016; • Ampliação em até quatro vezes o número de medicamentos disponíveis para os municípios; • Ampliação do acesso a novos medicamentos; • Equacionamento do problema logístico instalado; • Conhecimento do consumo de medicamentos em todo o Estado; • 261 municípios aderiram a ERAF, correspondendo à metade da população mineira; • Aumento em mais de 300% o número de unidades farmacêuticas solicitadas antes no modelo

centralizado; • Adaptação às realidades regionais; • Desenvolvimento dos arranjos econômicos regionais; • Ajuste da escala de compra e ampliação da concorrência; • Fortalecimento do estado como indutor da Política Estadual de Assistência Farmacêutica.

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R$ 3,00 per capta (sendo R$ 0,50 insumos

diabetes) Estadual

R$ 0,35 per capta/ano para participantes da ERAF

1º TRIMESTRE PACTUAÇÃO PELO

2º TRIMESTRE

INÍCIO DO REPASSE

REGULAMENTAÇÃO

• Portaria GM/MS nº 1.555, de 30 de julho de 2013 – Dispõe sobre as normas de financiamento, e

execução do CBAF.

• Deliberação CIB-SUS/MG nº 2.416, de 17 de novembro de 2016 – Aprova a ERAF e as normas de financiamento, e execução do CBAF no âmbito do SUS-MG.

DAS FORMAS DE GESTÃO DO CBAF – PERÍODO DE TRANSIÇÃO

TOTALMENTE TOTALMENTE

CENTRALIZADO

NO ESTADO - TCE

O Estado é gestor dos recursos municipal, estadual

e federal.

PARCIALMENTE

DESCENTRALIZADO

NO MUNICÍPIO - PDM

Município é gestor do recurso federal e municipal. O Estado

executa a contrapartida estadual em medicamentos.

CENTRALIZADO NO MUNICÍPIO - TCM

Município é gestor do do recurso tripartite.

FINANCIAMENTO DO CBAF

1) A nova Política da Assistência Farmacêutica do Estado de Minas extinguiu o modelo centralizado no estado (formas de gestão TCE e PDM).

2) Municípios que aderirem à estratégia da regionalização da assistência farmacêutica receberão um adicional de R$ 0,35 per capta/ano na contrapartida estadual.

3) Municípios receberão a contrapartida, por meio de transferências fundo a fundo, em recursos financeiros, a partir do 2º trimestre subsequente a homologação em CIB.

Fev/Março Março/Abril/Maio Junho/Julho/Ago

R$ 5,10 per capta

Federal

R$ 2,36 per capta (sendo R$ 0,50 insumos

diabetes)

Municipal

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COMO SOLICITAR A ADESÃO A ESTRATÉGIA DA REGIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA / MUDANÇA NA FORMA DE GESTÃO?

1) Mudança da forma de Gestão:

1.1 Aprovar no Conselho Municipal de Saúde: Submeter a mudança da forma de gestão pra Totalmente Centralizada no Município (TCM) ao Conselho Municipal de Saúde.

a. PRAZO PARA APROVAÇÃO NO CONSELHO: ATÉ ANTES DA CIR DE MARÇO. b. Modelo de Ata da reunião do Conselho, disponível no link do google drive

informado ao final dessa cartilha.

1.2 Encaminhar Ata da reunião do Conselho assinada pelo presidente do Conselho ou documento equivalente (ex.: portaria, decreto) que aprova a mudança da forma de gestão para pactuação em CIR.

a. PRAZO PARA PACUTAÇÃO EM CIR: ATÉ MARÇO/17.

1.3 CIR encaminha documentação para CIB SUS/MG homologar mudança da forma de gestão e publicar Deliberação CIB-SUS/MG regulamentadora.

1.4 PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO DAS MUDANÇAS DA FORMA DE GESTÃO: MARÇO/17.

2) Publicar o Decreto Municipal que regulamenta a participação do município na Ata Estadual. a. PRAZO PARA PUBLICAÇÃO E ENVIO DO DECRETO: 13 DE FEVEREIRO/17. b. Modelo de Decreto Municipal disponibilizado no link do Google drive. c. O decreto municipal deverá ser digitalizado e enviado para:

[email protected]

3) Assinar o Termo de Compromisso digitalmente com a utilização do token pelo gestor municipal no GEICOM.

a. PRAZO PARA ASSINATURA DO TERMO: A DEFINIR

b. A assinatura do Termo de Compromisso será divulgada em momento oportuno.

4) Realizar a Programação anual/levantamento/planejamento ANUAL da demanda de medicamentos básicos no Sistema Integrado de Gestão de Assistência Farmacêutica (SIGAF).

a. PRAZO: 31 DE JANEIRO A 13 DE FEVEREIRO/17.

b. Lista no SIGAF: “Levantamento de demanda anual – ERAF 2017”

Os municípios sob gestão Totalmente Centralizada no Estado (TCE) e Parcialmente Descentralizada no Município (PDM), regulamentadas pela antiga Deliberação CIB-SUS/MG nº 2.164/2015, que estão aderindo à ERAF no primeiro trimestre de 2017, receberão os benefícios da adesão a partir do segundo trimestre do mesmo ano.

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DA AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS BÁSICOS VIA ATA ESTADUAL

1) A gestão estadual disponibilizará Atas de Registro de Preço, para aquisição de

medicamentos e insumos nos termos da Lei Nº 8.666/1993 e Decreto Estadual Nº 46.311/2013.

2) Quem deve participar: todos os municípios que optarem pela estratégia da regionalização da assistência farmacêutica, tendo em vista a mudança na forma de gestão para TCM. Com realização do levantamento da demanda, em lista específica, via SIGAF, conforme anexo I e IV da RENAME, publicação Decreto Municipal regulamentado a participação na Ata e assinatura do termo de compromisso.

3) Definição do Elenco: o resultado do levantamento será submetido à Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) da SES-MG para apreciação e definição dos medicamentos e insumos que comporão a Ata de Registro de Preços Estadual (ARPE).

4) Municípios que participarem das atas de registro de preço estadual (ARPE), somente poderão adquirir medicamentos fora deste instrumento, desde que permitido em lei e/ou o valor unitário seja inferior ao registrado nesta ata.

O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO PROCESSO Agora que você já conheceu a história do SUS, da Assistência Farmacêutica, e como se dará a adesão à Estratégia da Regionalização da Assistência Farmacêutica, chegou a hora de entender o seu papel neste processo.

O Farmacêutico é peça fundamental para que o SUS atenda a população e cumpra os seus princípios de ser integral, igualitário e universal, no âmbito da assistência farmacêutica. É você quem contribui para que o processo dê certo e o medicamento chegue ao cidadão.

Além de gerenciar as equipes, o programa precisa dos seus conhecimentos na hora da seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação. Também, é essencial que você faça as qualificações ofertadas constantemente pela Secretaria de Estado de Saúde.

SELEÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Antes de começar a aquisição de medicamentos é preciso selecionar e programar quais itens serão adquiridos para o seu município. Seleção é o processo de escolha de medicamentos, baseada em critérios epidemiológicos,

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técnicos e econômicos. A partir da seleção de medicamentos, deve ser elaborada a Relação de Medicamentos e o formulário terapêutico.

Já a Programação consiste em estimar quantidades a serem adquiridas para atendimento a de- terminada demanda dos serviços, por determinado período de tempo.

Programação anual/levantamento anual/planejamento anual: É o levantamento do quantitativo de medicamentos básicos elencados no Anexo I e IV da RENAME vigente que o farmacêutico deverá realizar para atender a demanda da população municipal durante 12 meses. Esse quantitativo poderá ser financiado tanto pelo recurso tripartite do CBAF (contrapartida municipal, estadual e federal) quanto pelo recurso adicional do município, se for necessário. Ou seja, qualquer demanda municipal de medicamentos básicos (anexo I e IV da RENAME) poderá ser adquirida por meio da ata de registro de preços do estado. O passo a passo para o levantamento do quantitativo anual no SIGAF está descrito, abaixo, nesta cartilha.

Programação por ciclo de abastecimento (emissão de AEC): É a emissão de Autorização de Execução de Compra (AEC) que consiste nas programações/pedidos feitos no SIGAF relativas à execução do quantitativo municipal da Ata de registro de Preço ao longo dos 12 meses. O teto de quantitativo de medicamentos disponível para o município realizar os pedidos/programação é o saldo da ata de registro de preço do Estado que aquele município tem programado para 12 meses. A Superintendência de Assistência Farmacêutica divulgará a previsão das datas dos ciclos de abastecimento para o ano de 2017.

Os municípios participantes da Ata de Registro de Preços Estadual deverão realizar a Programação anual/levantamento/planejamento ANUAL da demanda de medicamentos básicos no Sistema Integrado de Gestão de Assistência Farmacêutica (SIGAF) do dia 31 de janeiro a 13 de fevereiro de 2017.

PASSO A PASSO – Levantamento Anual do

Quantitativo/Programação anual/Planejamento Anual

1º PASSO - CALCULAR AS QUANTIDADES DE MEDICAMENTO NECESSÁRIAS PARA 12 MESES DE DEMANDA.

Para o cálculo das quantidades de medicamentos necessários, o farmacêutico João, do município de Girassol, aplicou os métodos de programação de medicamentos (o município pode consultar os pedidos no SIGAF realizados nos últimos 12 meses). João iniciou sua programação pelos medicamentos nos quais ele conhecia os dados de consumo dos últimos 12 meses, utilizando para isso o método de programação por consumo histórico. Consultando o sistema de informações, João obteve os seguintes dados de consumo de amoxicilina para o ano anterior, em comprimidos:

Janeiro 540 Abril 690 Julho 690 Outubro 630

Fevereiro 570 Maio 750 Agosto 720 Novembro 690

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Março 540 Junho 720 Setembro 600 Dezembro 600

Então, calculando o CMM (consumo médio mensal), temos:

CMM = (540+570+540+690+750+720+690+720+600+630+690+600) = 645 comprimidos 12

Ele também realizou o cálculo por quadrimestre, considerando a sazonalidade da doença e obteve:

1º quadrimestre: CMM 1º quad.= (540+570+540+690) = 585 comprimidos.

4

2º quadrimestre: CMM 2º quad.= (750+720+690+720) = 720 comprimidos. 4

3º quadrimestre: CMM 3º quad.= (600+630+690+600) = 630 comprimidos.

4

Veja que o consumo médio do terceiro quadrimestre reflete melhor o CMM do período. Se fossem empregados os consumos do primeiro ou segundo quadrimestre, a programação estaria sub ou superestimando as necessidades.

Logo, a necessidade anual de amoxicilina é de: 645x12= 7.740 comprimidos.

A fim de atender consumo oscilante ao longo do ano, sugerimos que o município calcule 20% de margem de segurança do quantitativo total de municípios calculados da demanda real. Ou seja, 20% do quantitativo anual de amoxicilina será: 7.740x20= 1548

100

Sendo assim, o quantitativo corrigido com a margem de segurança será= 7740 + 1548 (20%) = 9.288 comprimidos/ano.

João precisa programar a aquisição de Diazepam 5mg. Entretanto, houve desabastecimento desse medicamento por algum tempo na unidade. Os dados do consumo desse medicamento obtidos por João são:

Janeiro 250 Abril 270 Julho 00 Outubr

o 320

Fevereiro

280 Maio 00 Agosto 300 Novembro

290

Março 310 Junho 00 Setembro

330 Dezembro

280

João observou que houve desabastecimento nos meses de maio, junho e julho. O total de

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comprimidos consumido no período foi de 2.630.

Nesse caso, ele calculou a demanda não atendida e a demanda real.

Demanda não atendida = (período desabastecimento) x consumo (período atendimento efetivo)

Demanda não atendida = 3 x 2630 = 877 comprimidos

9

Sendo assim, a demanda real = 2.630 + 877 = 3.507 comprimidos/ano. A fim de atender consumo oscilante ao longo do ano, sugerimos que o município calcule 20% de margem de segurança do quantitativo total de medicamentos calculados da demanda real. Ou seja, 20% do quantitativo anual de Diazepam será: 3.507x20 = 701 100

Sendo assim, o quantitativo corrigido com a margem de segurança será= 3507 + 701 (20%) = 4.208 comprimidos/ano. João repetiu o mesmo procedimento para os itens listados no SIGAF cujo consumo era conhecido. Ele observou que com a ampliação da oferta dos medicamentos pelo Estado, havia outros medicamentos disponíveis que seria importante requisitá-los, uma vez que no município de Girassol havia casos de doenças a serem tratados por esses novos medicamentos disponibilizados pela ERAF. João recordou que, recentemente, o medicamento Dalteparina, utilizado no tratamento de Trombose Venosa Profunda (TVP), foi excluído da RENAME, e que agora, na lista disponibilizada pelo Estado, havia o item Heparina Sódica para programação, porém ele não conhecia os dados de consumo para calcular as quantidades necessárias;

João recordou que o Método por Perfil Epidemiológico baseia-se, fundamentalmente, nos dados de morbidade das doenças para as quais os medicamentos padronizados são utilizados. Este método considera os dados populacionais, prevalência ou incidência da doença, os medicamentos padronizados, a posologia, o tempo de tratamento e a capacidade de cobertura da doença no serviço de saúde. A vantagem deste método é que o mesmo pode ser utilizado quando não existem informações sobre o consumo e é utilizado, por exemplo, quando ocorre a padronização de um novo medicamento, tendo o cuidado para considerar a confiabilidade dos dados epidemiológicos de frequência da doença.

Para calcular a quantidade de Heparina Sódica, João verificou que a incidência de Trombose Venosa Profunda (TVP) em Girassol é de 60/100.000 habitantes/ano (0,06%) e que o tratamento de prevenção da TVP é realizado utilizando-se Heparina sódica 5.000 UI/0,25 ml solução injetável. A posologia é administrar 5.000UI por Via Subcutânea de 12/12 horas durante sete (07) dias e que a capacidade de cobertura dos serviços de saúde é de 50%.

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Para calcular a demanda anual, João multiplicou a população do município x percentual de pessoas que usam o medicamento x consumo/dia x nº dias no mês x percentual de cobertura e multiplicou por 12 meses.

Encontrando a necessidade anual = (14.966 x 0,0006 x 2 x 7 x 0,5) x 12 = 755 ampolas. A fim de atender consumo oscilante ao longo do ano, sugerimos que o município calcule 20% de margem de segurança do quantitativo total de medicamentos calculados da demanda real. Ou seja, 20% do quantitativo anual de Heparina sódica será: 755x20 = 151 100

Sendo assim, o quantitativo corrigido com a margem de segurança será= 755 + 151 (20%) = 906 ampolas/ano.

João precisa ainda programar a aquisição de Ibuprofeno 200mg, entretanto, não há dados epidemiológicos ou de consumo, tampouco existem serviços de referência, por se tratar de medicamento utilizado em situações clínicas diversas.

Nesse caso, João precisará utilizar o método do consumo ajustado. Para tal, ele precisa selecionar o serviço ou área considerada padrão, que deverá apresentar condições as mais semelhantes possíveis ao do município de Girassol.

Ele escolheu o município de Calêndula, que possui características semelhantes à Girassol, ou seja, está localizado em região próxima com perfil populacional, serviços de saúde e atividade econômica compatível.

Calêndula tem população de 13.850 pessoas e seu consumo anual de Ibuprofeno no último ano foi de 15.600 comprimidos.

João calculou então, a taxa de consumo de Ibuprofeno para o município de Calêndula: Taxa

de Consumo = 15.600 =1,13 comprimidos/habitante 13.850

Extrapolando para o município de Girassol, obteve:

Estimativa de consumo = 1,13 x 14.966 =16.912 comprimidos/ano

Assim, estimou que o consumo anual de Ibuprofeno 200mg para o município de Girassol será de 12.882 comprimidos. Conforme os exemplos acima, sugerimos que o município realize o acréscimo de 20% de margem de segurança do consumo para a obtenção do quantitativo final a ser programado.

João precisa programar a aquisição de Metformina 500mg. O número de usuários diabéticos do município de Girassol cadastrados no programa de diabetes da unidade básica de saúde é de 982 usuários. Destes, 310 fazem uso de comprimidos de Metformina 500mg, sendo 1 (um) comprimido 2 (duas) vezes ao dia.

Nesse caso, João utilizou o método oferta de serviços, tendo como base a rede instalada para o tratamento da diabetes mellitus.

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Assim, ele estimou o consumo de Metformina nesse município aplicando os dados obtidos na fórmula abaixo:

Solução = número de casos estimados para o atendimento x quantidade de comprimidos necessária ao esquema terapêutico proposto x período de tempo (meses ou anos).

Solução = 310 x 2 x 365 = 226.3000 comprimidos/ano

Conforme os exemplos acima, sugerimos que o município realize o acréscimo de 20% de margem de segurança do consumo para a obtenção do quantitativo final a ser programado.

Lembramos que o método de programação anual exposto acima foi somente uma sugestão para o município. A necessidade de acréscimo da margem de segurança deve ser avaliada pelo farmacêutico para cada item, individualmente.

2º PASSO

Após calcular o consumo ANUAL dos medicamentos, o farmacêutico do município deverá acessar o SIGAF no endereço http://sigaf2.saude.mg.gov.br/ utilizando login e senha, nos navegadores Mozilla Firefox ou Google Chrome.

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3º PASSO Os manuais, com o passo a passo, para realização da Programação Anual/Planejamento anual (levantamento da demanda anual de medicamentos) no SIGAF, se encontram no ícone superior esquerdo, conforme destacado na imagem abaixo:

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4º PASSO

Acessar a aba “MANUAIS” e clicar no link https://goo.gl/uCYFSO.

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5º PASSO

Acessar a pasta “MEDICAMENTOS BÁSICOS”

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6º PASSO

Na área, “MANUAIS”, “MEDICAMENTOS BÁSICOS”, selecionar o “MANUAL_FARMACÊUTICO_MUNICÍPIOS_TCM_NOVEMBRO_2016.pdf” e proceder à leitura do manual.

ATENÇÃO:

- Lista SIGAF para Programação Anual: “Levantamento de demanda anual – ERAF 2017”

- As unidades de aquisição/apresentação e o múltiplo mínimo por item a ser programado para o ano está no link do google drive descrito no final desta cartilha.

7º PASSO

Certificar que foi realizado o levantamento anual e que os dados da unidade e endereços para entrega de medicamentos estejam completos e atualizados no SIGAF, uma vez que os quantitativos informados serão utilizados no processo licitatório e não poderão conter erros.

Para atualização dos dados no SIGAF, da unidade e do endereço de entrega, acesse Cadastro => Unidade=> Unidade de Saúde.

Tudo pronto! Acompanhe as informações relacionadas à ESTRATÉGIA DA REGIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA por meio do link:

https://drive.google.com/drive/folders/0B8hlTxjdqV7FZTJMejhvMUJIMG8?usp=sharing

Para maiores informações: [email protected]

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DO CONTROLE E ACOMPANHAMENTO

Em caso de não execução do recurso, por parte do município, poderá haver suspensão do repasse e execução da Ata de Registro de Preços Estadual (ARPE).

As formas de financiamento e execução da Assistência Farmacêutica devem estar

previstos nos instrumentos de planejamento do SUS:

a. Plano de Saúde; b. Programação Anual; c. Relatório Anual de Gestão (RAG).

Prestação de Contas:

d. Será objeto de Resolução específica da SES; e. Relatório Anual de Gestão (RAG).

Informações:

Link do Google Drive – Local em que todos os documentos, referentes aos

medicamentos básicos e divulgados aos municípios, ficam arquivados.

https://drive.google.com/drive/folders/0B8hlTxjdqV7FZTJMejhvMUJIMG8?usp=sharing

E-mail: [email protected]

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