Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    O Terceiro Salto

    2007 I 2016

    EstratgiaTurstica da BahiaEstratgiaTurstica da Bahia

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    O Terceiro Salto2007 I 20162007 I 2016

    EstratgiaTurstica da Bahia

    Secretaria do Estado da BahiaSalvador, Bahia

    2011

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    Governo do Estado da BahiaJaques Wagner

    Secretaria de TurismoAntonio Carlos Marcial Tramm

    Empresa de Turismo da Bahia

    Emlia Salvador Silva

    Superintendncia de Investimentos em Polos TursticosClarissa Maria de Azevedo Amaral

    Superintendncia de Servios TursticosRita de Cssia Magalhes

    Governador

    Secretrio

    Presidente

    Superintendente

    Superintendente

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    Estratgia Turstica da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016

    Clarissa Maria de Azevedo Amaral Superintendenterico Pina Mendona Jnior Assessor TcnicoInez Maria Amor Dantas Garrido Assessora Tcnica

    Reinaldo Moreira Dantas Assessor Tcnico

    Superintendncia de Investimentos em Polos Tursticos- Suinvest

    Tnia Feitosa

    Arquivo Setur-Bahiatursa

    Silmara Menezes

    Qualigraf

    Equipe Tcnica

    Planejamento editorial e edio

    Reviso

    Fotografias

    Projeto grfico e editorao eletrnica

    Impresso

    Secretaria de Turismo do Estado da BahiaAvenida Tancredo Neves, 776 Bloco B, 8 andar Pituba.

    Cep: 41. 820-020 Tel: (71) 3116-4151e-mail: [email protected] - Bahia

    Copyright 2011, Secretaria de Turismo / Superintendncia de Investimentos em Polos Tursticos - SUINVEST

    B135 Bahia. Secretaria de Turismo. Superintendncia de Investimentos emTursticos - Suinvest.

    Estratgia Turstica da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016 Secretaria deTurismo. - Salvador : Setur, 2011.

    100p. : il.

    ISBN: 978-85-64209-01-5

    1. Turismo. 2. Turismo - Bahia. 3. Poltica Pblica. 4. Planejamento.5. Administrao. I. Ttulo

    CDD. 338.47918142

    /

    Polos

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    Planejamento e GestoO PTN 2011-2014Diagnstico do Turismo no BrasilCenrios e ProjeesCondies ExternasCondies InternasTurismo no Brasil 2011-2014

    Fluxo TursticoAnlise Comparativa do Destino Turstico BahiaNova Geografia TursticaDiagnstico do Turismo Baiano

    Composio da Estratgia

    Eixo Estratgico InovaoEixo Estratgico Qualificao dos Servios e do DestinoEixo Estratgico Integrao Econmica

    Captao de EventosPromoo NacionalPromoo Internacional

    PublicidadeRelacionamento com a ImprensaComunicao Dirigida

    Programa de RegionalizaoPrograma de Gesto ParticipativaPrograma de Turismo Sustentvel

    Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014

    XXXI Jogos Olmpicos Rio 2016INTRODUO

    O TURISMO NO MUNDO

    O TURISMO NO BRASIL

    O TURISMO NA BAHIA

    FUNDAMENTOS PARA A ESTRATGIA

    DIRETRIZES ESTRATGICAS

    PROMOO E MARKETING DA BAHIA

    PROGRAMAS TRANSVERSAISAOS EIXOS ESTRATGICOS

    PROGRAMAS ESPECIAIS

    CONCLUSO

    REFERNCIASAPNDICE

    SUMRIO

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    O desenvolvimento do turismo na Bahia pode serdividido

    em trs fases distintas, marcadas por aes especficas,que o ex-secretrio Domingos Leonelli denominou de

    saltos.O Primeiro Saltoocorreuentre 1934 e 1969, e se

    caracterizou pela construo da identidade turstico-

    cultural. A formao, no imaginrio popular, da terra da

    magia, do encanto e do povo hospitaleiro, com foco na

    cidadedeSalvador.

    O que se chama de Segundo Salto acontece entre 1970 e

    2006, iniciando-se com o primeiro documento focado no

    planejamento para o turismo, elaborado por Rmulo

    Almeida, seguido da implantao de infraestrutura de

    transporte, saneamento e comunicao, de parques

    hoteleiros e da promoo turstica da Bahia em nvel

    internacional, j ampliada emdezpolostursticos.

    A partir de 2007, inicia-se o que aqui se denomina de

    Terceiro Salto, o salto da qualidade, da inovao e daintegrao econmica. Ou seja, a convergncia desses

    trs eixos que se constituem, juntamente com o

    tradicional trip:Meio Ambiente,Sociale Econmico, nasbases que fundamentam o conceito de sustentabilidade

    no turismo. Esses trs eixos correspondem tambm s

    necessidades de sustentabilidade e desenvolvimento

    paraoturismobaiano:atuarnasdeficinciasdaqualidade

    dos servios e da mo de obra, na necessidade de novos

    produtos tursticos e integrar os parques hoteleiros s

    economiasregionaisdoseuentorno.

    Este Terceiro Salto significa tambm posicionar a Bahia

    diante de um novo quadro de competio em que ela est

    inserida.Novos destinos concorrentes colocam-se for-

    temente nos mercados nacional e internacional, fatores

    que reforam a necessidade constante de inovao, da

    qualidade e da integrao do produto turstico baiano

    economia.

    SecretriodeTurismoAntonioCarlosTramm

    APRESENTAO

    O Terceiro Salto do turismo na Bahia

    Baa de Todos-os-Santos - Salvador

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    1.INTRODUO

    O Plano Estratgico de Turismo da Bahia 2007-2016

    visa propor as aes governamentais do setor a uma nova

    realidade propiciada pelas transformaes profundas que

    ocorreram no Brasil no perodo 2003-2010, e que

    tambmatingemaBahia.

    Na Bahia, o fluxo de turistas cresceu e diversificou-se na

    suacomposio.Aindasobagidedeumestadomgico,

    habitado porpessoas encantadas e encantadoras, fruto damiscigenao do ndio nativo, do branco europeu e do

    negro africano, a Bahia vem se destacando no cenrio

    nacional e internacional como destino preferencial dos

    brasileiros e um dos principais objetos de desejo do

    visitante estrangeiro, como demonstram pesquisa

    ematriaspublicadasno

    e , em 2010.

    Em 2007, com a criao da Secretaria de Turismo SETUR, nova estrutura governamental vinculada

    exclusivamente ao setor de turismo, Empresa de Turismo

    da Bahia S.A. Bahiatursa, o Governo do Estado projetou

    para a atividade turstica, atravs da formulao de

    polticas pblicas, a sua importncia na reduo das

    desigualdades sociais e regionais, promovendo a

    incluso social e gerando mais emprego e renda para a

    populao. A capacidade do turismo em gerar novasoportunidades de negcios, atravs da atrao de

    empreendimentos privados e do fortalecimento do

    empreendedorismo das populaes locais, representa

    tambm importante foco de atuao da SETUR e a

    Bahiatursa.

    Para que o turismo atinja seus objetivos, a SETUR e a

    Bahiatursa tm conduzido o seu processo de

    desenvolvimento a partir de parmetros que envolvem os

    governos em suas trs esferas, o setor privado, o terceiro

    setoreascomunidadesreceptoras.

    Os papis desses diferentes atores sociais esto

    distribudosdaseguinteforma:

    Gerardesenvolvimentoeconmicoesocial;

    ContribuirparaamelhoriadoIDHbaiano;

    Incrementara arrecadaoe circulao de renda;

    Projetar o local como destino turstico sustentvel e

    competitivo;

    Aumentar a competitividadedodestinoBahia;

    Protegero patrimnionatural e cultural;

    Investir diretamente, ou atravs parcerias, com o setor

    privado, na educao,na qualificao profissional, sade,

    segurana e infraestrutura pblica necessria ao

    desenvolvimentoturstico;

    Garantir a segurana jurdica com legislao clara,

    assegurando novos investimentos que valorizem a

    sustentabilidadenassuastrsvertentes;

    Atuar sinergicamente com o setor privado e o terceiro

    setornagovernanadosdestinostursticos;

    Estimular maior integrao do turismo economiaregional, maximizando o potencial da cadeia produtiva do

    turismo.

    Vox

    Populi/Mtur The New York Times

    TheGuardian

    Osgovernos-local,regionalenacional

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

    Farol da Barra - Salvador

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    OSetorPrivado

    OTerceiroSetor

    AComunidade

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    Investiremnovosprodutostursticoseoportunidadesde

    negcios;

    Atuar diretamente ou em parceria com o poder pblico

    nacapacitaoderecursoshumanos;

    Viabilizar economicamente a implantao de novas

    infraestruturas;

    Garantir a existncia de atrativos em quantidade e

    qualidade, identificados com o destino Bahia e integrados

    spopulaeslocais;

    Atuar na promoo dosprodutos tursticos,assegurando

    suaconexocomascaractersticasdiferenciaisdodestino;

    Atuar sinergicamente com o setor pblico e o terceiro

    setornagovernanadosdestinostursticos.

    Aproveitar o potencial de compra de produtos e servios

    da atividade turstica para desenvolver empreendimentos

    ligadosproduoassociadaaoturismo.

    Atuar junto s comunidades receptoras, ao setor pblico

    e privado no sentido de garantir a valorizao e a

    preservaoculturaleambientaldosdestinos;

    Estruturar aes educacionais de forma direta ou emparceria com o setor pblico e privado, visando melhoria

    socioeconmica das populaes envolvidas na atividade

    turstica;

    Atuar sinergicamente com o setor pblico e privado na

    governanadosdestinostursticos.

    Assegurar o respeito aos seus direitos e valorizao da

    suaculturaetradies;

    Integrar-se a um processo de educao e capacitao

    para assegurar sua ascenso socioeconmica a partir das

    oportunidadesdeempregoerendageradaspeloturismo;

    Participarnosprocessosdetomadadedeciso;

    Beneficiar-se da caracterstica do turismo como uma

    cultura de paz para universalizar sua prpria vida cultural,

    importandoeexportandoconhecimentos.

    Alcanandooquartoanodestagesto,aBahiajapresenta

    resultados das novas polticas pblicas formuladas e dos

    investimentos realizados, tanto pblicos quanto privados,garantindo a primeira colocao no ranking dos destinos

    mais desejados do pas. A Bahia se consolida no cenrio

    nacional e internacional no s pela sua diversidade

    turstica como tambm pela crescente oferta de

    infraestruturadealtopadro.

    A desconcentrao da atividade turstica do litoral em

    direo ao interior tem possibilitado o aumento da

    permanncia do turista no Estado, principalmente dos

    visitantes de outros pases, cujo nmero mdio de

    pernoites cresceu de 3,8 para 5,8 dias, segundo dados

    revelados pela pesquisa realizada pela Fundao Instituto

    dePesquisasEconmicasFIPE(2008-2009).

    ApromoodoSoJoocomoeventotursticoeaatrao

    do GP Bahia de so exemplos de aes que vm

    minimizando os efeitos da sazonalidade, proporcionandodemandatursticanosperodosdebaixaestao.

    O fortalecimento da insero do turismo na matriz

    econmica da Bahia, portanto, j uma realidade

    facilmente verificada pelo montante de recursos que est

    sendo aplicado pela iniciativa privada em todo o Estado.

    Esses investimentos, alm de qualificarem os destinos,

    incrementam as economias locais e regionais e permitem

    a gerao de trabalho e renda para as populaes doentorno.

    Stock Car

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    Odesempenhoverificadonaatraodeinvestimentosvem

    confirmar a eficincia das polticas pblicas e o acerto das

    estratgias adotadas para garantir Bahia a condio de

    principaldestinodelazerdopas.

    Para isso, a SETUR e a Bahiatursa vm trabalhando de

    forma integrada, articulando a implantao de polticas

    pblicas com a promoo e divulgao do destino Bahia,

    dentro de trs grandes eixos estratgicos: inovao,

    qualificao dos servios e do destino e integrao

    econmica,queseconstituemnabasedanovapolticade

    Governo, conforme estabelece o Plano Plurianual do

    GovernodoEstadoPPA20082011.

    Um dos objetivos dessa poltica incrementar a

    participao do turismo no Produto InternoBruto estadual,

    tornando a Bahia destino modelo e preferencial no cenrio

    nacional e internacional, com prticas sustentveis,

    aproveitando e valorizando a diversidade do Estado. Este

    novo marco conceitual parte de estudos tcnicos

    realizados, que apontaram a necessidade de um novosalto, enfatizando a inovao de produtos tursticos, a

    qualidade desses produtos e dos servios e a sua maior

    integrao economia do Estado, estruturando a cadeia

    produtivadoturismoemterritriobaiano.

    Esses trs eixos passaram a ser entendidos como uma

    necessidade e no apenas como uma simples opo,

    sendo trabalhados conjuntamente na deciso de novos

    investimentos em infraestrutura, na atrao de

    investimentos,napolticadequalificaodamodeobrae

    napromooedivulgaododestino.

    Para agregar inovao ao turismo baiano, o Governo do

    Estado vem investindo em novos produtos, segmentos e

    servios, a exemplo do Turismo tnico, do Enoturismo, do

    Turismo Nutico e do Turismo Rural. A inteno poder

    oferecer novas opes de atraes e de roteiros tursticos,almdeampliarainteriorizaodasaesdeturismo.

    No tocante s necessidades de diversificao da sua

    oferta,aBahiainvestetambmeminfraestruturaspblicas

    que dotem seus destinos de uma melhor qualidade

    urbanstica e ambiental, oferecendo assim maioreficincia em temas de saneamento, urbanizao e

    acessibilidade rodoviria e area, alm da preservao do

    seuacervoarquitetnico,heranadasuaricahistria.Para

    isto, vem contando com recursos de fontes de

    financiamento, a exemplo do Prodetur Nordeste, do

    Prodetur Nacional e da Caixa Econmica Federal, dentre

    outras.

    Na outra ponta, visando melhoria do atendimento aos

    visitantes, investe-se no Sistema Integrado de Informao

    Turstica, que rene os servios de atendimento ao turista

    nos nveis presencial, eletrnico (telefnico) e online,

    atravs do Servio de Atendimento ao Turista SAT, do

    Disque Bahia Tur ismo, do Porta l de Internet ,

    www.bahia.com.br e de outros instrumentos digitais. O

    DisqueBahiaTurismohojeomaiorcallcenterdeturismo

    do pas, onde o turista, ou qualquer morador local, pode

    obter, em portugus, ingls e espanhol, informaes

    tursticas e a programao cultural e religiosa dos

    municpiostursticosdoEstado.

    O Servio de Atendimento ao Turista - SAT vai alm de um

    balco informativo, pois, no modelo j implantado, o

    visitante, alm de receber informaes tursticas sobre os

    destinos da Bahia atravs de mapas e folheteria, podetambm usar servios de Internet, ter acesso a vdeos e

    receber informaes sobre voos, embarques e

    programaocultural.

    um servio bem mais completo que os tradicionais

    postos de informaes e funciona de forma interligada ao

    Disque Bahia Turismo. Trs unidades esto em operao,

    uma no Pelourinho, outra na Estrada do Coco, no

    municpio de Lauro de Freitas, e a terceira na Praia doForte.

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    No eixo da qualificao, a Bahia vem atuando em duas

    vertentes: na atrao e qualificao do fluxo de turistas e

    na capacitao profissional e empresarial dos servios

    tursticos. No primeiro caso, o objetivo atingir um

    patamar mais elevado na permanncia do turista, do seu

    ndice de gasto mdio e na sua satisfao da experincia

    vivida no destino, gerando, por conseguinte, um efeito

    multiplicador na economia baiana. Esta ao passa ainda

    pela atrao de investimentos tursticos que corres-

    pondam a essa nova segmentao da demanda, ou seja,

    ampliar a oferta de hotis mais sofisticados, marinas,

    campos de golfe e estruturar produtos culturais que

    permitam ao visitante viver novas e enriquecedoras

    experincias.

    Na rea de capacitao profissional e empresarial, a

    SETUR vem fortalecendo a formao e qualificao de

    profissionais e empresrios. Qualificao e Inovao so

    conceitos indissociveis quando se trabalha na linha da

    economia da experincia,quando o desejo de conhecer e

    vivenciar novas culturas traz consigo a necessidade da

    qualidade nos servios, aliada inovao dos produtos

    ofertados no adianta oferecer novos produtos e

    servios sem um bom padro de qualidade desta oferta,

    ao mesmo tempo em que somente a boa prestao de

    servio no garante nem desperta o desejo de viagem ou

    de retorno ao destino. Novos produtos e novos servios

    necessitam fortemente do aumento da qualidade dos

    servios,e produtosjexistentesampliamadiversidade.

    Servio de Atendimento ao Turista (SAT) - Lauro de Freitas

    SAT - Praia do Forte

    Investimento em qualificao profissional

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    Com relao integrao do produto turstico economia

    baiana, as aes estratgicas esto direcionadasa integrar

    os grandes parques hoteleiros com a economia da regio

    na qual esto localizados. Este processo tem incio com ofomento ampliao da produo e comercializao de

    insumos e materiais, antes importados de centros

    localizadosforadaBahia.Apalavradeordemformaruma

    rede produtiva nas zonas tursticas e no entorno dos

    parques hoteleiros da regio, incluindo desde a

    disponibilidade local de recursos humanos para

    construo, manuteno e operao dos empreendi-

    mentos, passando pela oferta local de produtos para osempreendimentos tursticos, desde materiais para

    construo, mveis e decorao, at as cestas de

    consumo(alimentos,artesanatoeoutrositensregionais).

    Os parques hoteleiros, alguns gigantescos como o de

    Porto Seguro, encontram-se completamente desco-

    nectados da economia de suas regies.Ou seja, importam

    tudo que precisam, e os benefcios econmicos do

    turismo para o Estado da Bahia limitam-se queles itens

    que so gerados diretamente nos hotis, restaurantes e

    reasdeentretenimento.

    Passo importante para o enfrentamento desta lacuna

    adquirir um conhecimento cientfico e real sobre a

    dimensoefetivadesseconsumo.Paraisso,umapesquisa

    de amostragem foi realizada na Praia do Forte, em 2009,

    mensurando, de forma aproximada e aleatria, a demandados produtos e servios e detectando a origem de suas

    compras. Importante para a Bahia incorporar nesta

    Estratgia a atrao de empresas, cooperativas e

    profissionais capazes de produzir em territrio baiano, na

    medidadopossvel,osbensdemandados.

    Outros fatores que dizem respeito integrao econmica

    so o Meio Ambiente e o Patrimnio Histrico. A

    preservao do patrimnio histrico e arquitetnico daBahia, tal como as suas belezas naturais, precisam ser

    vistos como ativos do turismo e no como uma barreira

    ao seu desenvolvimento. O poder pblico necessita ser

    claro, preciso e rpido nas suas decises para que os

    empresrios possam, por sua vez, decidir sobre osinvestimentos, incorporando-os aos ativos existentes que

    representam diferenciais competitivos da Bahia no

    mercadotursticonacionaleinternacional.

    Obomsensodeveprevalecertantonosetorpblicoquanto

    no setor privado. Os bons empresrios tambm entendem

    que a preservao do patrimnio natural e cultural um

    bom negcio. Importante atuar no sentido de que todos,

    setor pblico, privado e terceiro setor entendam e

    incorporem em suas atitudes que o que moderno hoje

    ser histrico amanh e o que foi moderno ontem

    histrico hoje. Imagine-se o Elevador Lacerda h um

    sculo.Tudodizrespeitoaoutradimensodaeconomiada

    cultura que vai alm da produo de livros e filmes. Trata-

    se no s de preservar, como tambm desenvolver a

    arquitetura e a natureza, tendo a cultura vendo nisso um

    bomnegcioparagarantirasuasustentabilidade.

    Quanto ao meio ambiente, tornam-se necessrias aes

    que visem conscientizao da importncia do turismo

    sustentvel que ajude a desarmar eventuais

    preconceitos de tcnicos e ambientalistas e, por outro

    lado, possuir regras claras que definam o arcabouo legal

    para o processo de licenciamento ambiental dos

    empreendimentos. Pelo lado dos investidores, reforar oentendimento de que quanto mais integrados aos fatores

    da sustentabilidade, como a preservao do meio

    ambiente e a integrao com as comunidades locais, eles

    estaro caminhando na direo da realizao de um bom

    negcio. Essa postura, longe de afugentar, ir atrair cada

    vezmaisinvestidores.

    Em sntese, esses so os conceitos que norteiam esta

    EstratgiaTursticadaBahia,queseconsideravigenteparaoperodode2007a2016.

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    OTURISMONOMUNDO

    O atual momento da economia mundial est conduzindo

    os pases que tradicionalmente ocupam um melhor

    posicionamento econmico no panorama global a um

    perodo de transformao resultante da crise financeira

    deflagradanoperodo2007-2008.Aquebrasucessivade

    bancos, o aumento das taxas de desemprego e a

    contrao da liquidez nas economias ricas criaram

    instabilidade no mundo inteiro. Ultrapassada a fase de

    grande turbulncia, prev-se um retorno gradativo

    trajetria de crescimento equilibrado e de aumento nos

    fluxoscomercialedecapital.

    O Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, em sua

    anlise do ambiente econmico internacional, considera

    uma perspectiva de recuperao gradual em relao

    atividade econmica mundial. O documento produzido

    pela Organizao Mundial de Turismo OMT, intitulado

    defende a ideia de que apesar das

    oscilaes nas taxas de crescimento do turismo nosltimos anos, a previso de longo prazo se mantm a

    mesma prevista originalmente. A experincia tem

    demonstrado que, em curto prazo, perodos de

    crescimento mais acentuado (1995, 1996 e 2000) so

    alternados por perodos de crescimento reduzido (2001 a

    2003). Diante desta premissa, apesar do crescimento at

    o ano 2000 ter estado acima da estimativa da previso da

    OMT, neste documento espera-se que a atual curva

    descendente seja compensada a mdio e longo prazo,

    comodemonstradonogrficoabaixo:

    A previso da OMT a de que o nmero de chegadas

    internacionais alcance a cifra de 1,6 bilhes de viajantes

    no ano 2020. Deste nmero, 1,2 bilho sero resultantes

    de fluxos intrarregionais e 378 milhes de viajantes delonga distncia . Quanto aos maiores destinos

    receptores previstos, sobressai o continente europeu,

    com717milhesdechegadas.Asregiesmaismaduras,

    Europa e Amricas, antecipam apresentar crescimento

    menos acentuado; embora a Europa permanea com a

    maior fatia do mercado, ela sofrer um declnio de 60%

    (1995) para 46%, em 2020. Vale ressaltar ainda o grande

    crescimento da regio do Pacfico e sia Oriental que sesobressaiperanteasdemaisregies,comumataxamdia

    anual de crescimento da ordem de 6,5%, conforme

    observa-senatabelaabaixo:

    A OMT considera ainda para o cenrio 2020 que as

    viagens de longo curso crescero mais velozmente a uma

    taxa mdia de 5,4% ao ano, considerando-se o perodo

    1995-2020, enquanto as viagens intrarregionais

    crescero 3,8%.

    Outro documento que comenta aspectos das tendncias

    do turismo no mundo o

    (www.deloitte.co.uk/hospitality2015),onde,dentre

    outros aspectos, considera que haver uma entrada de

    novos consumidores oriundos do crescimento da classe

    mdia em grandes mercados emergentes e alimentadores

    como China e ndia (apenas neste so 50 milhes depotenciaisturistas).

    Tourism 2020 Vision,

    long-haul

    Relatrio Deloitte Hospitality

    2015

    ( )

    14

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    17/104

    Investimentos Hoteleiros passaram a focar o turismo

    interno e de massa, a exemplo dos e dos

    abaixo. Como consequncia destes novos

    mercadossurgemoportunidadesparadestinosdemassainvestirem mais fortemente em hotis de bandeira

    focados no mid market e budget para o mercado

    domstico, em detrimento nfase dada aos luxury na

    dcada 1995-2005. Considera ainda a possibilidade de

    maior risco em investimentos em hotis em

    funodeumasuperofertanestesegmento.

    Outro aspecto comentado no relatrio refere-se

    necessidade de o setor investir cada vez mais em P&D

    para conhecer os desejos e necessidades de seus

    consumidores, sobretudo pelo fato de que histori-

    camente o setor turstico investe muito pouco quando

    comparado a outros segmentos da economia. Por fim,

    indica ainda a tendncia de que as empresas areas

    iro expandir suas rotas para no perodo

    2010-2015.

    Budget Mid

    Market

    upscale

    low

    cost long haul

    Hotel Budget , Guildford - Inglaterra

    Hotel Mid Market - Estnia

    Hotel Mid Market - Dubai

    15

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    18/104

    OTURISMONOBRASIL

    Considera-se nesta anlise os dados e informaes

    contidos no Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, onde se constata que o Brasil tem registrado

    crescimentos do Produto Interno Bruto superiores aos

    observados em nveis mundiais, a partir de uma

    combinao positiva entre inflao controlada, reduo

    da taxa de juros e balana de pagamentos equilibrada. A

    perspectiva do Banco Central para o perodo ps-crise

    de reaquecimento, alimentado no s pelo consumo

    interno, mastambmpelaretomadadosinvestimentos.

    Dos pases afetados pela crise financeira internacional, o

    Brasil foi um dos ltimos a entrar em recesso e um dos

    primeiros a super-la. Para muitos especialistas, a crise

    no Brasil durou apenas seis meses e foi o grande teste de

    estresse da economia nacional, que vinha se

    comportando de forma adequada a partir da execuo do

    PlanoReal.

    Destaca-se ainda que o aumento dos investimentos,

    principalmente em infraestrutura, do Programa de

    Acelerao do Crescimento, previsto para os prximos

    anos, alm daqueles decorrentes dos compromissos

    assumidos pelo pas para a realizao da Copa do Mundo

    de Futebol FIFA 2014, alm de atenderem s crescentes

    demandas do mercado interno, impactaro de forma

    positivanacompetitividadebrasileira.

    O PNT confirma o fato de que a escolha do Brasil para

    sediaraCopadoMundode2014,assimcomoaCopadas

    Confederaes em 2013, e a realizao das Olimpadas

    no Rio de Janeiro em 2016, so grandes desafios e

    oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do

    turismo brasileiro. Trata-se dos maiores eventos

    esportivos do mundo, com forte apelo miditico e

    significativa capacidade de gerao de emprego e rendapara os setores envolvidos direta e indiretamente em sua

    realizao, principalmente queles vinculados ao

    turismo. O legado, porm, deve ultrapassar a promoo

    dos atrativos tursticos nacionais, bem como a melhoria

    da infraestrutura e a qualidade dos servios tursticos.

    Para tanto, preciso criar as condies necessrias paraque tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil

    como umdosprincipaisdestinos tursticosmundiais.

    Os recursos privados a serem investidos nas cidades-

    sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 so da

    ordem de R$333 milhes, os investimentos municipais

    serodeR$1,48bilhes,osestaduaisdeR$3,99bilhes,

    e os federais de R$11,36 bilhes, totalizando mais de R$

    17,17bilhes,segundooPNT.

    A ao do Ministrio do Turismo no fortalecimento de um

    modelo de gesto descentralizado e compartilhado vem

    fomentando a estruturao de uma rede em prol do

    turismo em todo o territrio nacional, envolvendo o poder

    pblico nas trs esferas de governo, a iniciativa privada eo terceiro setor. Esse modelo, iniciado em 2003, foi

    regulamentado coma aprovaoda Lei do Turismo (Lei n

    11.771/2008) que instituiu o Sistema Nacional de

    Turismo. Este sistema formado por um ncleo

    estratgico de mbito nacional composto pelo Ministrio

    do Turismo, pelo Conselho Nacional de Turismo CNT e

    pelo Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes

    Estaduais deTurismo Fornatur,e por uma rededegesto

    descentralizada composta pelas Instncias de

    Governana Macrorregionais, os rgos Estaduais de

    Turismo, os Fruns e Conselhos Estaduais de Turismo, as

    Instncias de Governana Regionais, os rgos

    Municipais de Turismo e os Colegiados Municipais de

    Turismo. Este universo de agentes relacionados ao tu-

    rismo tem promovido a realizao de diversos fruns de

    discusso e deliberao sobre a Poltica Nacional do

    Turismo e seus desdobramentos, nas diferentes escalasterritoriaisdopas.

    PlanejamentoeGestodoTurismoNacional

    16

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    19/104

    Este contingente, em seu conjunto, envolve cerca de

    1.400 representantes diretos com 12.000 indiretos,

    vinculados s instituies pblicas e entidades privadas

    relacionadasaoturismoemtodoopas.Essesatoresvmpercebendoseusespaosdediscussoeparticipaono

    processo de gesto do desenvolvimento da atividade,

    cada vez mais ampliado e fortalecido em todo o territrio

    nacional.

    Contribui para isso os programas de regionalizao do

    turismo atravs de seus fruns que promovem a

    participao de todos os atores, e do programa de

    descentralizao da gesto, implantado nos 65 destinos

    indutores do turismo internacional atravs da criao dos

    seus Grupos Gestores, com componentes dos setores

    pblico, privado, representantes da sociedade civil

    organizada e acadmica. Estes grupos vm descen-

    tralizandoagestoeincorporandonoseuprocessoatores

    que at ento se encontravam desvinculados e

    descomprometidos com o aumento da competitividade

    do turismo brasileiro em seus respectivos municpios e

    entorno.

    A Poltica Nacional de Turismo, adotada em 2003 e

    reconfirmada nas edies do Plano Nacional de Turismo

    2007-2010 e 2011-2014, parte da premissa de que o

    turismoumaatividadeindutoradedesenvolvimentoede

    gerao de emprego e renda. Constitui-se, portanto, em

    elemento importante de incluso social, que pode serestabelecido em duas vias: a da produo, por meio da

    criao de postos de trabalho, ocupao e renda, e a do

    consumo, com a atrao de turistas para o mercado

    interno.

    Nessesentido,oPNT2007-2010concentrouasaesdo

    Ministrio do Turismo (MTur) e do Instituto Brasileiro de

    Turismo (Embratur) em duas vertentes: a expanso do

    mercado interno, com nfase na funo social daatividade, e a consolidao do Brasil como um dos

    principais destinos tursticos do mundo. Para isso, os

    rgos nacionais de turismo tm investido no

    fortalecimento do turismo interno, na sua promoo

    como fator de desenvolvimento regional. No acesso desegmentos como o dos aposentados, trabalhadores e

    estudantes, a pacotes de viagens em condies

    facilitadas, na qualificao profissional do setor, na

    gerao de emprego e renda e na promoo do Brasil no

    exterior, alm de investimento na infraestrutura turstica

    que vem sendo executado em consonncia com o Plano

    deAceleraodoCrescimento(PAC).

    Os investimentos do PAC esto concentrados em trs

    eixos: infraestrutura logstica (construo e ampliao de

    rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias);

    infraestrutura energtica (gerao e transmisso de

    energia eltrica; produo e explorao de petrleo, gs

    natural e combustveis renovveis); e infraestrutura social

    urbana (saneamento, eletrificao, habitao, metrs,

    trensurbanoseinfraestruturahdrica).

    A mais recente verso do Plano Nacional de Turismo est

    estruturada em trs partes principais: Diagnstico,

    Cenrios/Projees,eProposies.

    A Secretaria de Turismo da Bahia entende que a

    elaborao deste Plano Estratgico 2007-2016 para a

    Bahiavisatambmafortalecerumaatuaoalinhadacomas diretrizes do PNT, elaborado de forma participativa,

    como a expresso de um frum democrtico e

    representativo, com a funo de garantir a continuidade

    das conquistas obtidas e buscar o aprofundamento das

    polticaseprogramasparaodesenvolvimentotursticodo

    Brasil, segundo palavras do Ministro, proferidas na

    apresentao do documento, que, para maior

    entendimento,seresumeaseguir.

    OPNT2011-2014

    17

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    20/104

    DiagnsticodoTurismonoBrasil

    Num ambiente econmico pautado por sucessivas

    transformaes retorna-se gradativamente a umaestabilidade com tendncias de aumento nos fluxos

    internacionais para o Brasil. Em nvel nacional, o Brasil

    vem registrando crescimento do seu PIB com a

    perspectiva de retorno do crescimento da economia a

    patamares observados antes da crise financeiramundial.

    A forte correlao do turismo com a atividade econmica

    em geral no chegou, entretanto, a gerar um grande

    impacto nas viagens domsticas realizadas, que saram

    de 138,7 milhes, em 2005, para 175,44 milhes, em

    2009, num crescimento constante ao longo do perodo.

    Por outro lado, tal fato no ocorreu com relao ao

    mercado internacional, onde, para o mesmo perodo, o

    nmero de chegadas de turistas ao pas saiu de 5,36

    milhes,em2005,para4,8milhes,em2009,retratando

    o forte impacto da crise financeira nos pases europeus e

    Amrica do Norte, principais mercados emissores para oBrasil.

    A captao de eventos internacionais como a Copa do

    Mundo 2014 e Olimpadas 2016 criou uma forte

    expectativa de que essas datas se transformem em

    marcos importantes no que diz respeito maiorvisibilidade que o pas ter ao longo dos prximos anos,

    que proporcionar um forte incremento no fluxo de

    turistas, melhoria da infraestrutura pblica e privada e

    maior qualificao da mo de obra envolvida nas

    atividadesrelacionadascomoturismo.

    Apoiado nessa poltica, o turismo do Brasil vem

    mantendo, nos ltimos anos, um crescimento constante,

    acima da mdia mundial. Nmeros recentemente

    divulgados pelo MTur e Embratur confirmam o acerto da

    estratgia de consolidao da expanso do turismo

    interno, sem desconsiderar a importncia da atrao de

    turistas estrangeiros, pois o turismo domstico que

    propicia, por meio de ganhos de competitividade, a

    musculatura necessria para a insero da oferta turstica

    nacionalnomercadointernacional.

    De acordo com as anlises da Organizao Mundial do

    Turismo, o turismo interno , em mdia, dez vezes maior

    que o volume de turismo internacional. De acordo com a

    pesquisa sobre o mercado domstico, esse ndice bem

    maiorparaoBrasil,oqueapontaparaumaperspectivade

    consolidao da atividade no pas, oportunizando a

    melhoria da qualidade dos servios prestados e

    contribuindo para o desenvolvimento equilibrado do

    conjuntodaeconomia.

    SegundoaindaaanlisedoPNT,oambienteeconmicoe

    o turismo tambm so impactados de forma significativa

    pelas melhorias sociais que vm sendo registradas nos

    ltimos anos. Cerca de 31 milhes de brasileiros

    ascenderam de classe social entre os anos de 2003 e

    2008, sendo que 19,4 milhes deixaram a classe E (que

    traaalinhadapobrezanopas)e1,5milhomigraramdaclasseDparaclassessuperiores.

    Desembarque no Aeroporto de Salvador

    18

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    21/104

    Com isso, nesse perodo, ocorreu uma queda acumulada

    de 43% na classe E. No mesmo perodo, a classe AB

    (grupo com renda domiciliar mais elevada, superior a

    R$4.807,00) ganhou 6 milhes de pessoas, totalizando19,4milhesem2008.

    As viagens domsticas no Brasil vm crescendo nos

    ltimos anos. Os nmeros apresentam uma expanso de

    12,5%de 2005 a 2007,quando foramrealizadasem torno

    de 156 milhes de viagens domsticas.Considerando a

    taxa de permanncia mdia de 8,5dias, conforme aferida

    pela pesquisa amostral domiciliar, foram gerados 1,33

    bilhesdepernoitesnoanode2007,emtodoopas.

    Ainda de acordo com a referida pesquisa, o gasto mdio

    pordia,realizadopelosturistas,foideR$58,60em2007,

    o que permite estimar um montante de R$ 9,14 bilhes

    mobilizados pelo mercado do turismo domstico no

    Brasil naquele ano.No contexto dos fluxos tursticos

    internacionais, enquanto no primeiro semestre de 2008

    houve um crescimento de 5% na chegada de turistas, nosegundosemestrehouveumareduode1%.

    Em 2009, a chegada de turistas internacionais declinou

    10% no primeiro trimestre, 7% no segundo trimestre, 2%

    no terceiro trimestre, tendo apresentado um crescimento

    de 2% no ltimo trimestre do ano. Segundo a OMT, a

    previsopara2010decrescimentodaordemde3a4%.

    O fenmeno decorrente de alguns fatores que, ao longo

    dos anos de 2005 a 2009, mostraram-se ainda mais

    determinantes para o refluxo do turismo internacional.

    Dentre eles, encontram-se: o alto custo das viagens, em

    decorrnciadagrandedistnciadosprincipaismercados

    emissores; a imagem negativa do pas no exterior,

    vinculada violncia urbana, assaltos e desmatamentos;

    a precariedade dos investimentos em promoo e na

    construo/melhoria da infraestrutura turstica; a

    inexistnciadeumapolticadeincentivoavoosregularesecharters.

    Vale destacar que, com relao ao fator distncia, a

    tendncia regionalizao do mercado internacional,

    com a formao de blocos econmicos, tem resultado

    em um expressivo incremento do turismo intrarregional,comasupressodebarreirasgeogrficasealfandegrias,

    permitindoalivrecirculaodeturistasebeneficiandoas

    viagens de menor distncia/durao, entre os pases

    desenvolvidos que integram os principais blocos

    econmicos, reforando a vantagem comparativa e

    competitiva destes em relao aos pases receptores

    menos desenvolvidos, localizados, em sua maioria, no

    hemisfriosul.

    Entretanto, ainda que o fator distncia explique o declnio

    donmerodeturistasestrangeirosnoBrasil,necessrio

    assinalar que importantes emissores da Amrica do Sul

    vm perdendo posio relativa na distribuio do fluxo

    internacional, em que pese a curta distncia que os

    separa do Brasil, podendo-se associar esse fraco

    desempenho s condies adversas que j h algum

    tempo enfrentam as economias desses pases. Em maior

    ou menor medida, esses pontos crticos tiveram

    rebatimento em todos os polos tursticos do pas, apesar

    das medidas que vm sendo adotadas pelo governo

    federal.

    Nos ltimos trs anos, o crescimento do fluxo de turistas

    estrangeiros vem crescendo de forma continuada, mas

    em baixos percentuais. Em 2007, o nmero de visitantesestrangeiros cresceu apenas 0,17%em relao a 2006. O

    mesmo ocorreu em 2008, cuja variao foi de 0,48% em

    relao a 2006 e de 0,65%%, em relao a 2007, como

    mostraoQuadro1.

    Quadro 1Turistas internacionais por via de acesso

    A no A rea Ma rtim a Te rre stre F lu vi al To ta l Va r ( %)

    2006 * * * * 5.017.251 -

    2 00 7 3 .7 46 .5 94 8 4. 95 2 1 .15 0 .1 19 4 4 .1 69 5 .0 25 .8 34 0 ,1 72 00 8 3 .6 91 .2 40 7 0. 09 1 1 .24 8 .5 08 4 0 .2 60 5 .0 50 .0 99 0 ,4 8

    Fonte: MTur-Embratur* Em 2006 a Embra tur no aferiu o nme ro de turistas, segundo as vias de acesso.

    19

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    22/104

    A procedncia dos turistas tambm no se modificou. Os

    principais pases emissores continuaram a ser Argentina,

    Estados Unidos, Portugal, Itlia e Chile, conforme se

    observanoQuadro2,acima.

    O nmero de desembarques de passageiros nos voos

    nacionais, registrado pelos aeroportos brasileiros, j

    aponta uma franca recuperao, constatando-se um

    crescimento de 22,93% quando se compara o nmero de

    passageiros embarcados/desembarcados em voos

    nacionais no total acumulado no ano, usando-se como

    refernciaomsdeagostode2009eomesmoperodode

    2010; a INFRAERO registrou o nmerode 72.095.885 em

    2009 e o volume de 88.630.547 passageiros em 2010.

    Usando-se tambm o mesmo perodo para comparao,

    observa-se um crescimento de 21,15% no nmero de

    passageiros em voos internacionais embarcados/de-

    sembarcados nos aeroportos brasileiros. Esses dados

    confirmam o crescimento dos fluxos de viajantes, muito

    embora se tenha que considerar que, com a valorizao

    do Real perante o Dlar e o Euro, h um forte incremento

    nasadadebrasileirosemviagensaoexterior.

    O PNT 2011-2014 parte do princpio de que a elaborao

    decenriosumadasprincipaisferramentasauxiliaresno

    processo de planejamento e definio de estratgias.

    Considera a anlise do passado e do presente dos

    principais eventos econmicos e no-econmicos para

    reduzir as incertezas em relao ao futuro. Entretanto,ressaltatratar-sedeumexerccionatentativadepreviso

    deincertezas.

    CenrioseProjees

    Fonte : DPF e EMBRATUR

    20

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

    23/104

    Dentre as vrias metodologias existentes (Lgica Indutiva,

    Impacto de Tendncias, Impactos Cruzados e Godet), o

    PNT 2011-2014 optou por utilizar a combinao entre os

    mtodos de Anlise Lgica Indutiva e Anlise de Impactode Tendncias na construo dos cenrios do turismo

    2011-2014, por serem considerados os mais adequados

    paraoconjuntodeinformaesdisponveis.

    Assim, utilizando os conceitos de crescimento do turismo

    e de competitividade turstica, e combinando as hipteses

    alternativas para um conjunto de incertezas crticas

    externas e internas, foram desenhados trs diferentes

    cenrios para o turismo brasileiro nos prximos quatro

    anos.

    O primeiro cenrio combina condies externas e internas

    favorveis, cujo resultado o crescimento acelerado do

    turismo, com ganhos de competitividade turstica. O

    segundo cenrio combina condies externas e internas

    moderadamente favorveis; o resultado o crescimento

    moderado do turismo, com pequenos ganhos decompetitividade turstica. E, por ltimo, o terceiro cenrio,

    que combina as condies externas e internas

    desfavorveis,cujoresultadoocrescimentoinercial,com

    problemas de competitividade. Para a construo dos

    cenriosparaoturismonoBrasilnoperodo2011a2014o

    PNT elencou uma srie de premissas que impactam o

    desenvolvimentodosetor.

    O turismo um setor econmico dinmico, globalizado e

    fortemente influenciado por diversas variveis, tais como,

    o nvel de renda , taxa de cmbio, crescimento da

    economia mundial, nvel de crdito, taxa de juros, dentre

    outras. A retomada do crescimento da economia mundial

    aps a crise iniciada em 2008 dever possibilitar uma

    expanso da economia nacional, o que ser fundamental

    para impulsionar o setor de turismo. No entanto, o PNT

    indica a existncia de alguns fatores que podem inibir o

    ritmodecrescimentodaeconomiamundialemumperodo

    ps-crise e, consequentemente, da economia brasileira.Cita, como exemplo, um possvel aumento na taxa de juros

    dos Estados Unidos, o que pode reduzir a capacidade de

    expanso da economia mundial e afetar negativamente a

    economiadospasesemergentescomooBrasil.

    No que tange economia nacional, o PNT avalia que a

    continuidade das polticas macroeconmicas tem

    demonstrado o compromisso do pas em relao

    responsabilidade fiscal, estabilidade monetria e cmbio

    flutuante. A valorizao da moeda nacional tem favorecido

    a expanso das importaes brasileiras, fator que tem sido

    considerado positivo para o pas, uma vez que cerca de

    70% das compras externas est diretamente vinculada

    indstria, correspondendo compra de matrias-primas e

    mquinas para a modernizao do parque industrial. No

    entanto, essa valorizao do Real vem afetando de maneira

    negativa o saldo da conta turismo da balana de

    pagamentos, uma vez que a entrada de divisas menos

    sensvelvariaonataxadecmbiodoqueasdespesas.

    A influncia das polticas pblicas tem se mostrado

    fundamental para o desenvolvimento do turismo, uma vez

    que a atividade turstica necessita direta e indiretamente da

    estrutura institucional do Estado e da infraestrutura pblica

    paragarantirmelhoresresultadosemtermosdegeraode

    lucroparaasempresas,empregoerendaparaaeconomia.

    O PNT ressalta ainda que o crescimento econmico

    sustentvel depende da estabilidade poltica, que poder

    possibilitar a continuidade nas reformas estruturais,

    criando melhores condies para atrair investimentos para

    a economia em geral e para o setor de turismo emparticular. Desta forma, para essa dimenso, foram

    avaliadasaspremissasaseguir:

    CondiesExternas

    -DimensoEconmica

    -DimensoPoltica

    percapita

    21

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    Transiodemocrticaemadura2010/2011;

    Ambiente de estabilidade de regras para incentivar o

    investimentonaeconomiabrasileira;

    Execuo dos programas de investimentos em

    infraestrutura, com vistas realizao da Copa do Mundo

    deFutebolFIFAem2014edosXXXIJogosOlmpicosRio

    2016;

    . Realizao de investimentos pblicos acompanhando

    odesenvolvimentodosetorprivado;

    Consolidao do Brasil como liderana econmica e

    polticanaAmricadoSul.

    O turismo pode ser considerado importante ferramenta

    de desenvolvimento social, uma vez que age como

    catalisador do desenvolvimento de outras atividades

    econmicas em seu entorno e contribui para a qualidadede vida da populao. Outro fato que merece ser

    destacado a capacidade do turismo no processo de

    incluso social em regies com poucas alternativas de

    desenvolvimento. Segundo o PNT, os programas sociais

    executados nos ltimos anos no pas tm contribudo

    para a reduo do trabalho infantil, a ascenso

    socioeconmica das classes mais pobres e a

    dinamizao de economias locais. O aumento da classe

    mdia tem efeitos sobre o consumo interno, inclusive de

    servios e produtos tursticos. As condies macro-

    econmicasatuaiscontribuemparaacontinuidadedesse

    quadro. Neste contexto, o PNT avalia as seguintes

    premissasparaoperodo2011-2014:

    Manutenodosprogramasdetransfernciaderenda;

    Ampliaodageraodepostosdetrabalho(formaise

    informais);

    Reduodasdesigualdadesregionais;

    Reduodosnveisdepobreza;

    Ofertadevagasparaqualificaoprofissional.

    O agravamento dos problemas climticos em nvel

    mundial aumentou a discusso sobre as estratgias que

    devero ser adotadas para garantir a sustentabilidade do

    turismo nacional, essencial na preservao dos

    ecossistemas, uma vez que muitas de suas atividades

    acontecem em ambientes ecologicamente frgeis. Almdisso, a utilizao de prticas sustentveis, alm de

    representar, em longo prazo, economia de recursos,

    contribuiparaapreservaodoatrativoturstico.

    Para essa dimenso, foram avaliadas as seguintes

    premissas:

    Ampliaodaspolticasdeproteoambiental;

    Maior conscientizao sobre as consequncias do

    aquecimentoglobal;

    Maior utilizao de prticas sustentveis pelas

    empresasdosetor;

    Maior compreenso do turismo como forma de

    sustentabilidadeeconmicadaproteoambiental;

    Valorizaodoturismosustentvel.

    -DimensoSocial

    -DimensoAmbiental

    22

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    Condies Internas

    TurismonoBrasil 2011-2014

    - EstruturadeMercado

    - Governanae InvestimentosPblicos

    O aumento da competio deve dominar o cenrio das

    empresas do setor de turismo nos prximos anos. A

    concretizao dos investimentos pblicos para a Copa do

    Mundo de Futebol FIFA 2014 e para os XXXI Jogos

    Olmpicos Rio 2016 vo consolidar a confiana dos

    investidores privados, que sero estimulados a ampliarem

    seus investimentos. Ainda segundo o PNT, a ocorrncia de

    novos atores no mercado promover uma concorrncia por

    preo e qualidade. Novos arranjos comerciais devem serobservados, devido ao interesse de grandes grupos

    estrangeiros no mercado brasileiro, o que poder promover

    mudanas na estrutura de mercado tradicional observadas

    noBrasil.

    Este contexto sinaliza para a necessidade de melhoria de

    gesto, governana corporativa e investimentos em

    tecnologia. A Internet tende a se consolidar como canal de

    vendas, a partir da demanda do mercado consumidor, que

    possuir umpapel cada vezmais ativo e independente. Para

    o quadrinio 2011-2014 foram avaliadas as seguintes

    premissas:

    Crescimentodosetorturstico;

    Aumento do papel da Internet como canal de

    comercializaodosserviostursticos;

    Nvel de exigncia dos turistas, buscando melhor relao

    custo-benefcio;

    Tendncia concentrao de mercado como ameaa s

    pequenasemdiasempresas;

    Investimentos em gesto, inovao e tecnologia para

    aumentar a produtividade dasempresasda cadeia produtivadoturismo;

    Ampliao da qualificao da mo de obra em toda a

    cadeiaprodutivadoturismo;

    Expansoerenovaodaofertahoteleira.

    Amanutenodapolticaespecficaparaosetordeturismo,

    executada atravs do Ministrio do Turismo, dever afetar

    positivamente a dinmica do processo de desenvolvimento

    turstico. O Plano Nacional de Turismo, lanado em 2003 e

    atualizado em 2007, definiu as diretrizes do planejamento

    da atividade, destacando a sua relevncia na gerao dedivisas,emprego,rendaeinclusosocial.

    O Programa de Regionalizao do Turismo tem contribudo

    para o processo de desenvolvimentodo turismo brasileiro e

    deve continuar a orientar as aes de estruturao da oferta

    turstica. Os 65 destinos indutores podero estar sujeitos

    anlise, conforme desempenho do seu ndice de

    competitividade, de forma a estimular a qualificao do

    produto turstico brasileiro. Os investimentos do Programa

    de Desenvolvimento do Turismo, Prodetur Nacional,

    devero suprir algumas necessidades atuais para o

    desenvolvimento turstico dos estados habilitados a

    participardoprograma.

    Em paralelo,os megaeventos esportivos quepossuem uma

    grande influncia na atividade turstica devero demandar

    uma nova linha de prioridade de ao para o setor pblico.

    Esses megaeventos sero responsveis por uma

    oportunidade sem precedentes em termos de cooperao

    institucional, tanto entre gestores pblicos quanto na

    integrao pblico-privada. Para essa dimenso, foram

    avaliadasasseguintespremissas:

    Mobilizaoe cooperao entre poder pblico e iniciativaprivadaparaarealizaodaCopadoMundodeFutebolFIFA

    2014edosXXXIJogosOlmpicosRio2016;

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    Garantia dos investimentos, das trs esferas de governo,

    para viabilizar a infraestruturanecessria Copa do Mundo

    de Futebol FIFA 2014 e aos XXXI Jogos Olmpicos Rio

    2016;

    Aaointerministerialparaarealizaodeinvestimentos

    ligados, direta e indiretamente, ao turismo, para a

    realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos

    XXXIJogosOlmpicosRio2016;

    Manuteno e acelerao dos programas de

    investimentoseminfraestrutura;

    Est mulo aos processos de part icipao e

    descentralizao das polticas pblicas de turismo e

    fortalecimentodasinstnciasdegovernana;

    Monitoramento e avaliao do Plano Nacional de

    Turismo;

    Fortalecimento poltico-institucional da gesto pblica

    doturismoemmbitonacional,estadualemunicipal;

    ApoiodoCongressoNacionalaosetordeturismo;

    ImplementaoefetivadaLeiGeraldoTurismo.

    A estabilidade econmica e a manuteno das regras so

    fatores fundamentais para a ampliao dos investimentos

    privados no turismo brasileiro. O setor de turismo tambm

    possui particularidades quanto ao financiamento e

    adequao das linhas de financiamento existentes. Para o

    quadrinio 2011-2014, foram avaliadas as seguintes

    premissas:

    Adequao e ampliao das linhas de financiamento

    para o turismo (prazo, taxas e garantias), com vistas

    realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dosXXXIJogosOlmpicosRio2016;

    Ampliao dos investimentos em hotelaria, realizados

    porgruposnacionaiseinternacionais;

    Ampliaodacapacidadedeinvestimentonasempresasareas nacionais, com o aumento da participao do

    capitalestrangeiro;

    Ampliao dos investimentos privados nos destinos

    tursticos;

    Qualificaodostomadores decrdito.

    Uma das principais limitaes para o desenvolvimento do

    turismo brasileiro diz respeito s questes de acesso e

    mobilidade urbana. Desta forma, o PNT indica que o

    desenvolvimento do turismo no pas est condicionado a

    uma mudana na regulamentao e regulao do

    transporteareointernacionalparaoBrasil,aocrescimento

    do nmero de voos internacionais, melhoria na

    regulamentao e regulaodo transporte areodomsticoe melhor e maior integrao da malha aeroviria e das

    condiesdasviasdeacessoterrestreseaquavirias.

    Em relao infraestrutura, diversos investimentos

    relacionados mobilidade urbana e acessibilidade area,

    terrestre e aquaviria sero realizados, para permitir a

    realizao da Copa em 2014, quando so esperados cerca

    de 500 mil turistas internacionais, apenas no ms de

    realizao do evento. O pas ter uma substancial melhoria

    em termos de logstica de transporte, o que ser

    extremamentepositivoparaoturismo.Paraessadimenso,

    foramavaliadasasseguintespremissas:

    Execuo do PAC da mobilidade urbana para a Copa do

    MundodeFutebolFIFA2014;

    Ampliaoemelhoriadainfraestruturaaeroporturiaeda

    capacidade de atendimento dos principais terminais

    areosdopas;

    Investimentos Privados

    AcessoeMobilidade

    TM

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    Ampliao do nmero de voos internacionais para o

    Brasil;

    Ampliao da oferta de assentos e destinos pelotransporteareodomstico;

    Melhoriadaintegraodamalhaaeroviriadomstica;

    Capacidade das empresas areas brasileiras em aten-

    derdemandafutura;

    Fortalecimentodaaviaoregional;

    Melhoria das vias de acesso (terrestres e aquavirias)aosdestinostursticos;

    Melhoriadasinalizaotursticaurbanaerodoviria;

    Gestoestratgicadainformaorelativalogsticade

    transportesparaoturismo.

    De acordo com a anlise do PNT, os principais destinos

    emissores dentre os pases desenvolvidos ainda sofrero

    com os impactos da crise econmica, principalmente

    pela elevao dos ndices de desemprego e da dificul-

    dade de acesso ao crdito. Isso ter impacto nas viagens

    denorte-americanoseeuropeusaoBrasil,umdestinode

    longa distncia e com custo ainda elevado. Os fluxos de

    turismo internacional devem se intensificar com origemnos BRICS, principalmente China e ndia, alavancados

    por mtuos interesses comerciais. Adicionalmente, o

    Brasil ter um reforo espontneo de exposio na mdia

    por conta da realizao da Copa do Mundo de Futebol

    FIFA 2014 e dos XXXI Jogos Olmpicos Rio 2016. Estes

    eventos podero tambm incentivar o aumento das

    viagens oriundas dos pases vizinhos ao Brasil,

    reforandoofluxotursticointrarregional.

    Noqueserefereatraodeturistasinternacionaisparao

    Brasil, o PNT, para o quadrinio 2011-2014, avalia as

    seguintespremissas:

    Visibilidade ampliada do Brasil na mdia internacional,

    ao sediar os megaeventos Jogos Militares, Rio+20,

    Copa das Confederaes, Copa do Mundo de Futebol

    FIFA2014eXXXIJogosOlmpicosRio2016;

    Flexibilizao dos acordos bilaterais com relao

    entradadeestrangeirosnopas;

    TurismoInternacional

    Desembarque no Aeroporto de Salvador

    25

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    Facilitaodosprocessosdeemissodevistos;

    Modelo operacional verticalizado para operadoras

    internacionais na comercializao do destino Brasil, semintegraocomatoreslocais;

    Maior participao dos pases em desenvolvimento no

    mercadoglobaldeturismo;

    Consolidao do Mercosul como principal mercado

    paraoBrasil;

    Fortalecimento da estratgia de promoo do Brasil no

    exterior;

    Consolidao do Brasil como destino para eventos

    internacionais.

    O mercado turstico domstico tem crescido expo-

    nencialmente, sustentando a demanda em mo-mentos

    em que a conjuntura externa apresentou-se desfavorvel.Desta forma, esse mercado consumidor vem ganhando

    relevncia, alvo tanto de aes comerciais da iniciativa

    privadacomodepolticaspblicas.

    Paraessadimenso,oPNTavaliaasseguintespremissas:

    Inclusodenovosmercadosconsumidoresparaosetor

    deturismo;

    Maior participao do turismo na cesta de consumo

    dasfamlias;

    Aumentodonmerodeviagensdomsticas;

    Melhoria da qualidade dos produtos e destinos

    tursticos;

    Consolidaodosprodutostursticosregionais.

    Considerando-se este panorama traado pelo Ministrio

    do Turismo atravs do seu documento de planejamento

    para o quadrinio 2011-2014, o Estado da Bahia, com

    basenodiagnsticodasituaodaatividadenomomento

    atual, parte para a sua definio estratgica 2011-2016,

    atualizando os dados e as aes empreendidas noperodo2007-2010.

    TurismoDomstico

    Desembarque domstico - Aeroporto de Salvador

    26

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    OTURISMONABAHIA

    Diante dos cenrios e premissas elencados no captulo

    anterior pelo Plano Nacional de Turismo, a Secretaria de

    Turismo da Bahia, na elaborao deste Plano Estratgico

    2007-2016, busca ampliar e fortalecer o alinhamento da

    sua poltica de governo com aquela emanada pelo

    Ministrio do Turismo. Entende, desta forma, que a

    definio dos seus trs eixos estratgicos, ou seja,

    Inovao do Produto, Qualificao dos Destinos e

    Servios e Integrao Econmica, acham-se

    estreitamente vinculados ao plano elaborado em nvel

    federal.

    Buscando-se um resgate histrico do desenvolvimento

    turstico do Estado da Bahia, reporta-se ao ano de 1970,

    quando o Conselho de Desenvolvimento do Recncavo

    (CONDER) elaborou o 1 plano estratgico denominado

    Plano de Turismo do Recncavo e, em 1979, quando foi

    elaborado o segundo documento, com foco numa

    estratgia executada por intermdio do programadenominado Caminhos da Bahia, que contemplava a

    construo e gerenciamento de hotis e pousadas em

    potenciais destinos baianos, aes promocionais e

    capacitaoderecursoshumanos.

    Dando prosseguimento a essa avaliao histrica, para o

    perodo 1991 2002, o governo elaborou outro plano

    denominado Estratgia Turstica da Bahia, ancorado no

    Programa de Desenvolvimento Turstico da Bahia

    (PRODETUR-BA), incluindo aes em obras de

    infraestrutura bsica, de qualificao dos recursos

    humanos,demarketingdeincentivoaoempresrioparaa

    implantaode negcios tursticos,dentreoutras.

    Importante ressaltar que nessa avaliao diagnstica do

    turismo na Bahia observa-se que o Governo do Estado

    tem sido o protagonista dessa atividade na Bahia, seja

    pela iniciativa de sempre conceber planos estratgicos,

    sejapeloapoiosiniciativasempresariais,ouatmesmo

    por ter assumido atribuies que, em momentos de

    expectat iva racional, seriam naturalmente de

    incumbncia do empresariado. Entretanto, os primeiros

    sinais de rompimento desse modelo inicia-se em 2003,

    quando foi elaborado o plano estratgico denominado

    Sculo XXI Consolidao do Turismo; nele, a

    Secretaria da Cultura e Turismo, quela poca, trouxe a

    expectativa de uma nova diviso de responsabilidades

    entre governo, empresrios e a sociedade civil, e de

    maiorinteratividadenomeioempresarial.

    A elaborao deste documento parte do principio de que

    a atividade turstica na Bahia representa uma poltica de

    Estado, e no de Governo, por isso esse resgate histrico

    necessrio para o melhor entendimento da proposta

    destanovaversodoplanoestratgico,quesedenomina

    de O Terceiro Salto, agregando-se s experincias

    acumuladas em todos os perodos anteriores, uma nova

    visode2010paraohorizontede2016.

    Hotel Iberostar - Praia do Forte

    27

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    Justificando essa terminologia, caracteriza-se de forma

    sinttica as fases anteriores do turismo na Bahia, da

    seguinteforma:

    Construoda identidade turstica cultural.

    Este perodo contou com uma atividade turstica

    baseada,sobretudo,naquiloqueamsicadeCaymmiea

    literatura de Jorge Amado colocavam no imaginrio das

    pessoas. A ao do Governo restringia-se praticamente

    promooeorganizaodeeventos.

    Planejamento, infraestrutura, internacionalizao damarca Bahia, construo dos Centros de Convenes

    (Salvador,IlhusePortoSeguro)eexpansodosparques

    hoteleiros.

    Expanso do turismoparadez zonas tursticas, atrao

    de novos investimentos, operao do Programa de De-

    senvolvimento Turstico do Nordeste PRODETUR NE,

    que propiciou o avano na implantao das infra-

    estruturas pblicas nas regies tursticas beneficiadaspeloprograma.

    1Saltoat1970

    2Salto-19702006

    Hotel Iberostar - Praia do Forte

    Hotel Vila Gall - Guarajuba

    Centro de Convenes de Ilhus

    Centro de Convenes de Porto Seguro

    Ileaiye - Carnaval de Salvador

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    FluxoTurstico

    AnlisecomparativadodestinotursticoBahia

    A Bahia registrou em 2008 um fluxo global de 9.052.000

    (nove milhes e cinquenta e dois mil turistas), quecorresponde a 7% do fluxo total de turistas e 10,2% do

    fluxo internacional do Brasil. Desse total, 8.538.000

    (94,3%) so turistas domsticos, que compreende o

    nmerodevisitantesdeoutrosestadosdopasetambm

    o de baianos que viajam dentro do prprio territrio. O

    nmero de visitantes estrangeiros representa 5,7% do

    fluxoglobalou,emnmeroabsoluto,514milpessoas.

    O percentual do fluxo turstico internacional da Bahiasobre o nmero total de turistas acompanha o nacional.

    Em 2008, o Brasil registrou um fluxo total, de

    128.505.000 turistas, sendo 123.479.000 de turistas

    domsticos, que representam 96,1% do total, e

    5.026.000 de turistas internacionais, que representam

    3,9%dofluxototal.

    Diversos aspectos compem o imaginrio do turista que

    deseja visitar a Bahia. A pesquisa FIPE indicou ainda que

    a maior parte dos consumidores, na verdade, motivado

    por um conjunto de aspectos inseparveis. No se viaja

    paraaBahiaapenasporcontadeumnicoelemento,por

    mais importante que seja. Dentre os aspectos mais

    citados daqueles que atraem turistas para a Bahia, estoas praias (37%), a beleza de uma maneira geral (26%), a

    cultura e a histria(17%),o Carnaval e outras festas(9%),

    opovo(5%),anatureza(3%)eagastronomia(3%).

    Carnaval 2010 - Salvador

    Grfico 3 : Por que sonha em viajar para a Bahia?

    Natureza

    3%

    Gastronomia

    3%

    Praias

    37%

    Beleza

    26%

    Cultura e

    histria

    17%

    Carnaval e

    outras festas

    9%

    Povo

    5%

    29

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    Contribuindo positivamente para alavancar a Bahia no

    mercado turstico, podem-se enumerar os seguintes

    aspectos:

    A Bahia possui um portiflio de 27 destinos tursticos

    diferenciados na suas caractersticas de oferta ao

    mercado: Salvador, Imbassa, Praia do Forte, Costa do

    Saupe, Mangue Seco, Itaparica, Cachoeira, Morro de

    So Paulo, Boipeba, Mara/Barra Grande, Ilhus, Itacar,

    Canavieiras, Una/Comandatuba, Porto Seguro, Arraial

    d'Ajuda, Trancoso, Santa Cruz Cabrlia, Abrolhos, Prado,

    Juaze i ro , Len is , R io de Contas , Mucug,

    Palmeiras/ValedoCapo,JacobinaeValedoJiquiri;

    1.200 km de costa atlntica localizada no centro do

    litoral brasileiro e abrigando a primeira e a terceira

    maiores baas do pas, respectivamente a Baa de Todos-

    os-SantoseadeCamamu;

    Rico acervo do patrimnio histrico arquitetnico

    colonial em sua capital, Salvador, e cidades do Re-

    cncavo, alm de outras localizadas na Chapada Dia-

    mantina,CostasdoDend,CacaueBaleias;

    Diversidade cultural representada pela msica, lite-ratura, artes plsticas, gastronomia, religiosidade, com

    forteinflunciada culturaafro-brasileira;

    Concentrao em um nico estado brasileiro de cinco

    biomasdistintos:MataAtlntica,Caatinga,Cerrado,Cos-

    teiroeMarinho;

    Existncia de festas populares que na Bahia se

    reproduzem em grandes dimenses: Carnaval e SoJoo;e,nosegmentoreligioso,aromariaaBomJesusda

    Lapa;

    Oferta de produtos distribudos em segmentos, alm

    de sol e praia: Histrico-Cultural, tnico-Afro, GLS,

    Golfe, Nutico, Ecoturismo, Negcios, Religioso, Es-

    portivo,Enoturismo,Ruraleoutros.?

    Praia do Espelho - Trancoso

    30

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    Complementando esta anlise, a Fundao Getulio

    Vargas (FGV) vem realizando Estudo de Competitividade

    nos anos de 2008 a 2011 nos cinco destinos indutores

    definidos pelo MTur no Estado (Salvador, Porto Seguro,Mata de So Joo, Lenis e Mara). Os seus resultados

    esto referenciados nas 13 dimenses (Infraestrutura

    Geral, Acesso, Servios e Equipamentos Tursticos,

    Atrativos Tursticos, Marketing, Polticas Pblicas,

    Cooperao Regional, Monitoramento, Economia Local,

    Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais, Aspectos

    Ambientais e Aspectos Culturais) e 60 variveis de

    competitividade do turismo elencadas por aquelaInstituio.

    Com base nas informaes coletadas, a FGV atribui

    pontos s perguntas e pesos s variveis, gerando notas

    de 0 a 100 para cada dimenso. Tambm utiliza um

    conjunto de pesos na ponderao das dimenses que,

    por sua vez, resultou em um ndice global decompetitividade do destino. Analisadas as variveis,

    alcana-se um valor que representa o grau de

    competitividade do destino avaliado. Neste aspecto, a

    cidade de Salvador, principal destino turstico do Estado,

    alcanou em 2009 um ndice total de 73,8, que a coloca

    em posio acima das mdias das capitais (59,3) e da

    macrorregio Nordeste (48,9) onde se insere. Com

    relao aos demais destinos baianos que compem ogrupo dos 65 destinos elencados pelo MTur, atinge-se

    ndices menores que Salvador, o que demonstra a

    necessidade de implementao das aes referentes s

    dimensesacimadiscriminadasejdefinidaspelosseus

    respectivos grupos gestores. Entretanto, no caso de Porto

    Seguro, por tratar-se de um destino mais maduro, seusndices situam-se acima de todos os referenciais de

    Brasil (52,0), no capitais (46,7) e macrorregio

    Nordeste(48,9).

    Elevador Lacerda - Salvador

    Arraial dAjuda

    Passarela do lcool - Porto Seguro

    Praia do Espelho - Porto Seguro

    31

    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

  • 8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur

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    NovaGeografiaTurstica

    Partindo-se do princpio de que a descentralizaoterritorial do turismo propicia desenvolvimento

    socioeconmico de regies deprimidas economica-

    mente, a reviso do zoneamento turstico da Bahia foi

    realizada partindo-se do inventrio das potencialidades

    tursticas dentre os 417 municpios baianos. Como

    resultado, o mapa turstico da Bahia passou a contar com

    13 zonas tursticas que incorporam 156 municpios,

    conforme desenho a seguir e listagem dos municpios

    disponibilizadanoApndicedestedocumento.

    A vastido territorial e a imensa diversidade de cenrios,

    tradies culturais e outros atrativos que configuram o

    territrio baiano esto contemplados nas zonas tursticas,

    cada uma delas recebendo a denominao caracterstica

    de sua principal identidade fsica ou temtica. Essa

    multiplicidade de atrativos propicia ao visitante, e

    tambm ao investidor, uma variada gama de opes,favorecendo o aumento da permanncia mdia e da taxa

    deretornodosvisitantes.

    Principal porto de entrada para o turista que visita aBahia, essa zona turstica envolve a capital do Estado,

    Salvador, alm dos municpios de Aratupe, Cachoeira,

    Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus,

    Maragojipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazar, Salinas da

    Margarida, Santo Amaro, So Flix, So Francisco do

    Conde,SaubaraeVeraCruz.

    BaadeTodos-os-Santos

    Caminhosdo Oesteo OesteWestern Bahia

    Costa dos Coqueiros

    Baa de Todos-os-Santos

    Costa do Dend

    Costa do Cacau

    Costa do Descobrimento

    Costa d as B al ei as Cam in ho s d o S ud oe ste

    Zonas Tursticas - Bahia/Brasil

    Caminhos do Serto

    Chapada Diamantina

    Caminhos do Jiquiri

    Vale do So Francisco

    Lagos e Canyons do So Francisco

    Caminhos do Oeste

    Baa deTodos-os-SantosAll Saints Bay

    Costa dososta dosCoqueirosCoconut Coast

    Costa doosta doDendDend Coast

    Costa doosta doCacauCocoa Coast

    Costa doosta doDescobrimentoDiscovery Coast

    Costa dasosta dasBaleiasWhale Coast

    ChapadaDiamantinaChapada Diamantina

    Caminhos doJiquiriPathways to Jiquiri

    Vale doSo FranciscoSo Francisco River Valley

    Caminhosdo Sudoesteo SudoesteSouthwestern Bahia

    Lagos e Canyons doSo FranciscoSo Francisco Lakes and Canyons

    Pathways to the Serto

    Caminhosaminhosdo Sertoo Serto

    Forte de So Marcelo - Salvador

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    Rica em tradies e festas populares, a Baa de Todos-os-

    Santos um verdadeiro caldeiro cultural que combina, de

    maneira singular, elementos afro-brasileiros, europeus e

    indgenas. Gastronomia, msica, teatro e vasto patrimnio

    histrico so algumas das atraes dessa zona turstica,

    que abriga tambm belezas naturais, como ilhas cobertas

    de vegetao nativa e manguezais preservados. A prpria

    Baa, que empresta o nome ao Estado, destaca-se como

    elemento de integrao e acesso, oferecendo excelentes

    condiesdenavegaoelazer.

    A Baa de Todos-os-Santos atendida pelo Aeroporto

    Internacional de Salvador, o quinto maior do pas, com

    mais de 7 milhes de embarques e desembarques em

    2009, e por um aeroporto para avies de pequeno porte,

    em Itaparica. Possui um porto martimo para passageiros,

    em Salvador, e terminais para a ligao de ferries-boats

    entre Salvador e Itaparica. Conta tambm com servios

    regulares de transporte rodovirio.Esta zona turstica foco

    principal do projeto piloto de desenvolvimento do turismo

    nuticoemexecuopelaSETUReMTur.

    Mariscada

    Convento Ordem Terceira - Cachoeira

    Artesanato - Marogojipinho

    Regata Aratu - Maragojipe

    Ilha de Bom Jesus dos Passos

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    CostadoDend

    Localizada ao sul de Salvador, em rea contgua Baa de

    Todos-os-Santos, a Costa do Dend composta pelos

    municpios de Cairu, Camamu, Igrapina, Ituber, Mara,

    Nilo Peanha, Presidente Tancredo Neves, Tapero e

    Valena. Como o prprionome sugere, aqui se concentra a

    cultura do dend, palmeira que d origem a um dos

    ingredientes mais simblicos da culinria baiana o

    azeite de dend. Devido ao seu litoral recortado onde se

    sobressai a Baa de Camamu, a Costa do Dend apresenta

    condies ideais para a prtica de uma variedade de

    atividades nuticas direcionadas ao lazer e ao esporte.

    Repleta de praias desertas, arquiplagos, relquias do

    patrimnio histrico e pequenos povoados, a regio

    preserva paisagens naturais intocadas, alm de

    significativas manifestaes folclricas, produo

    artesanal e variadagastronomia relacionadaprincipalmente

    aos frutos do mar. Entre os cenrios naturais, destacam-se

    mais de 100 km de praias, trs grandes ilhas e a pennsuladeMara,entreabaaeoOceanoAtlntico.

    O Aeroporto de Valena permite a operao de aeronaves

    tipo Boeing-737, existindo, ainda, pistas de pouso para

    monomotores em Morro de So Paulo e na pennsula de

    Mara. Outras modalidades de transporte como o rodovirio

    e o martimo so tambm oferecidos com regularidade na

    regio,queconta, em diversas localidades, com servios de

    energia eltrica, gua potvel, saneamento e tele-

    comunicaes.Barra Grande - Pennsula de Mara

    Pennsula de Mara - Camamu

    Morro de So Paulo - Cairu

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    CostadoCacau

    Compreendendo os municpios de Canavieiras, Ilhus,

    Itabuna, Itacar, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruuca,essa regio tornou-se mundialmente famosa por

    intermdiodashistriasdeamoreaventuracontadaspor

    JorgeAmado.

    Produtoradofrutoquedorigemaochocolate,aCostado

    Cacau, que por longo perodo se destacou pela riqueza e

    prosperidade, ainda hoje abriga considervel patrimnio

    arquitetnico dos tempos ureos da lavoura cacaueira. O

    modelo de explorao do cacau que utilizava a

    vegetao nativa para fornecer sombra aos cacauais

    contribuiu tambm para a preservao de significativosremanescentes de Mata Atlntica, hoje inseridos em

    diversas unidades de conservao ambiental criadas na

    regio.Almde200kmdepraiasdeareiasclaraseguas

    mornas, o cenrio da regio complementado por rios,

    lagoas, cachoeiras e cavernas. Preserva, tambm,

    tradies populares diferenciadas. Os aeroportos deIlhus e Comandatuba (particular) tm capacidade para

    receberaeronavesdotipoBoeing-737,eodeCanavieiras

    permiteaoperaodeaviesdepequenoporte.

    A regio conta ainda com o Porto Martimo de Ilhus e

    com rodovias pavimentadas que atendem a diversas

    localidades vizinhas. So oferecidos servios regulares

    de energia eltrica, gua potvel, saneamento e

    telecomunicaes.

    Aeroporto de Ilhus

    Ilha de Comandatuba - Una

    Praia da Engenhoca - Itacar

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    CostadoDescobrimento

    Considerada bero da histria e civilizao brasileiras, a

    CostadoDescobrimentoformadapelosmunicpiosdeBelmonte, Eunpolis, Itabela, Porto Seguro e Santa Cruz

    Cabrlia oferece um conjunto inigualvel de atrativos

    histricos e naturais. Segundo maior destino turstico do

    Estado, possui a mais extensa rede hoteleira da Bahia. A

    regio abriga preservado conjunto histrico-arquitet-

    nico que remonta aos primrdios da histria do Brasil,

    alm de ecossistemas e paisagens des-lumbrantes,

    dentreasquaissedestacampraias,falsias,manguezais,

    rios e remanescentes de Mata Atlntica. Nessa regio,

    encontram-se trs parques nacionais - o do Desco-

    brimento, o do Monte Pascoal e o do Pau Brasil - alm de

    reas de proteo ambiental e reservas indgenas. O

    artesanatoindgenaetradiescomooreisado,osbailes

    pastoris, a puxada do mastro e os mandus so elementos

    preservadosdaricaediversificadaculturalocal.

    A Costa do Descobrimento possui um aeroportointernacional, localizado em Porto Seguro, alm de

    rodovias pavimentadas que ligam as principais

    localidades da regio e permitem a oferta regular de

    servios de transporte areo e rodovirio. abastecida de

    energia eltrica, gua potvel, saneamento e

    telecomunicaes,emdiversaslocalidades.

    Recife de Fora - Porto Seguro

    Centro Histrico - Porto Seguro

    Reserva Jaqueira - Porto Seguro

    Aeroporto de Porto Seguro

    Hotel Terra Vista - Trancoso

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    Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto

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    CostadasBaleias

    Composta pelos municpios de Alcobaa, Caravelas,

    Itamaraju, Mucuri, Nova Viosa, Prado e Teixeira de

    Freitas, a Costa das Baleias tem como principal atrao

    turstica o fenmeno anual de migrao das baleias

    jubarte, que pode ser observado no Parque Nacional

    MarinhodeAbrolhos.

    A esse belo espetculo, aliam-se a extensa e diversa

    geografia submarina da regio, ideal para a prtica do

    mergulho e de outros esportes nuticos, alm de outrasunidades de conservao terrestres e de tradies

    folclricasdeinflunciaportuguesa.Aregiocontaainda

    com outros atrativos, como o Parque Nacional do

    Descobrimento, a Barra do Cahy local onde a

    esquadra de Cabral fez o seu primeiro desembarque para

    abastecimento de gua e o Museu Ecolgico Franz

    Krajcberg, um espao cultural que se localiza em Nova

    Viosa. A Costa das Baleias dispe de infraestrutura

    bsica que inclui aeroportos em Caravelas e Teixeira deFreitas (para aeronaves de pequeno porte), rodovias,

    servios de energia eltrica, abastecimento de gua e

    telecomunicaes, alm de empresas que atendem ao

    turismonuticoeaoecoturismo.

    Arquiplago de Abrolhos

    Ilha Redonda - Abrolhos

    Casas da Marinha, Ilha de Santa Brbara - Abrolhos

    Farol de Abrolhos

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    ChapadaDiamantina

    Dividida em quatro circuitos Chapada Norte

    (municpios de Andorinha, Bonito, Cam, Campo

    Formoso, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon, Morro do

    Chapu, Ourolndia, Piritiba, Sade, Senhor do Bonfim,

    Utinga e Wagner); Circuito do Ouro (Abara, rico

    Cardoso, Iramaia, Jussiape, Livramento de Nossa

    Senhora, Paramirim, Piat, Rio de Contas, Rio do Pires e

    Souto Soares); Circuito do Diamante (Andara, Ibicoara,

    Iraquara, Itaet, Lenis, Mucug, Nova Redeno,

    Palmeiras e Seabra); e Chapada Velha (Barra do Mendes,Brotas de Macabas, Central, Gentio do Ouro, Ipupiara e

    Xique-Xique) a Chapada Diamantina a mais extensa

    zona turstica da Bahia. Localizados na regio central da

    Bahia, os municpios compreendidos nesses circuitos

    tm a sua histria relacionada a momentos importantes

    da vida nacional, como a explorao do garimpo do ouro

    ediamantesnossculosXVII,XVIIIeXIX.

    O cenrio dessa regio, mundialmente famosa por sua

    rica biodiversidade, formado por paisagens de relevo

    montanhoso,quedasd'gua,lagossubterrneos,almde

    um grande nmero de nascentes, corredeiras, cnions ecavernas que a tornam um excelente local para a prtica

    do turismo de aventura, esportes radicais e do turismo

    ecolgico. Sua principal atrao o Parque Nacional da

    ChapadaDiamantina.

    atendida pelo Aeroporto de Lenis, com capacidade

    para a operao de aeronaves do porte de um Boeing-

    737, e cortada por rodovias pavimentadas at as

    principais reas naturais. Possui servios regulares de

    transporte areo e rodovirio e servios de energia

    eltrica, gua potvel e telecomunicaes, em diversas

    localidades.

    Trs Morros - Palmeiras

    Cachoeira Vu da Noiva - Itait

    Poo Encantado - Iraquara

    Centro Histrico - Lenis

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    Pela sua dimenso, a Zona Turstica da Chapada

    DiamantinaestsubdivididaemquatroCircuitos:

    Temcomoprincipaisatrativosoricopatrimniohistrico,

    o Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do

    Capo, alm das relquias dos tempos de opulncia do

    garimpo de diamantes, cachoeiras e rios. Principal

    destino:Lenis.

    Abriga grande diversidade de atrativos naturais,

    histricos e culturais, como cachoeiras, piscinas

    naturais, corredeiras, cavernas calcrias e pinturas

    rupestres. Destaque para a Gruta da Mangabeira.

    Principaldestino:RiodeContas.

    Possui geografia peculiar, com grutas, cachoeiras e rios

    protegidos por unidades de conservao, alm de stios

    arqueolgicos, tradies culturais e gastronomia tpica

    regional. Pela sua altitude mais elevada, apresenta baixas

    temperaturas. Principais destinos: Jacobina e Morro do

    Chapu.

    Alm de atrativos naturais, a regio preserva

    caractersticas histricas e costumes que se manifestam

    nas festas regionais tradicionais. Principal destino:

    GentiodoOuro.

    - CircuitodoDiamante

    - CircuitodoOuro

    - CircuitodaChapadaNorte

    - CircuitodaChapadaVelha

    Cachoeira do Payays - Sade

    Morro do Pai Incio - Palmeiras

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    ValedoSoFrancisco

    Caracterizada pela influncia do Rio So Francisco, essa

    zona turstica formada pelos municpios de Casa Nova,Cura, Juazeiro, Remanso e Sobradinho, tendo como

    principais atrativos o Enoturismo e as atividades ligadas

    pesca e aos esportes nuticos em geral, e as usinas

    hidreltricasquecompempartedoconjuntodeproduo

    energticadaCHESF.

    A regio, alm de possuir o maior rebanho de caprinos de

    todo o Brasil, vive um perodo de desenvolvimento

    baseado na irrigao, que trouxe, entre outros benefcios,as videiras, que produzem vinhos de qualidade

    reconhecida internacionalmente, coma particularidadede

    produzir duas safras de uvas por ano. A SETUR considera

    importante o desenvolvimento do segmento do

    Enoturismo nessa regio, promovendo a visitao de

    vincolas que colocam a regio em condies de oferecer

    esteatrativoemplenosertobrasileiro.

    Um dos produtores locais a Vincola Ouro Verde,

    pertencenteaoMioloWineGroup,localizadanomunicpio

    de Casa Nova a, aproximadamente, 60 km de Juazeiro,

    que, em 2008, inaugurou um complexo Enoturstico

    aberto visitao, compreendendo cantina, cave

    subterrnea e sala de degustao, dentre outras

    instalaes. Outro importante atrativo a maior represa do

    mundo, conhecida como Lago do Sobradinho, com um

    espelho de gua de 4 mil quilmetros quadrados e

    capacidade de armazenamento de 34 bilhes de metroscbicos de gua oriunda do Rio So Francisco. As

    condies naturais favorveis incentivaram a prtica de

    esportes nuticos, especialmente vela,

    . A pesca do surubim outra atividade

    de lazer que atrai pescadores amadores e profissionais,

    almdeserumaimportanteatividadeeconmica.

    A infraestrutura bsica do Vale do So Francisco inclui o

    aeroporto de Petrolina (cidade pernambucana separada

    da baiana Juazeiro pelo Rio So Francisco), rodovias e

    ser-vios de energia eltrica, saneamento e te-

    lecomunicaes.

    hobbie-cat, laser,

    windesurfe e jet-ski

    Lago do Sobradinho - Sobradinho

    Rio So Francisco - Juazeiro

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    CanyonseLagosdoSoFrancisco

    Abrangendo os municpios de Abar, Glria, Paulo

    Afonso, Rodelas e Santa Brgida, dentre os principaisatrativos desta zona turstica merecem destaque o maior

    cnion natural navegvel do mundo, com paredes de

    mais de cem metros de altura, represas e usinas

    hidreltricas. Aessesatrativos somam-se caractersticas

    fisiogrficas que permitem a prtica de diferentes

    modalidades de esportes radicais (rapel, ,

    tirolesa, e , asa-delta e escaladas,

    entre outros), os quais vm gerando um fluxo turstico

    significativoparaaregio.

    O Complexo da Companhia Hidreltrica do So

    FranciscoCHESF um dos grandes atrativos do

    municpio de Paulo Afonso, mas no o nico. O visitante

    ainda pode passear de catamar pelo cnion do So

    Francisco e visitar um museu a cu aberto, com mais de

    100stiosarqueolgicosdepinturasrupestresdatadasde

    9milanos.

    Outro atrativo a Cachoeira de Paulo Afonso, formada por

    diversasquedasdeguaqueseespalhampelasrochasde

    granito, recortada em plataformas assemelhando-se aimensos degraus, onde se destaca o Vu de Noiva. Vale

    ressaltar que, com a construo das usinas, as guas que

    formam a cachoeira foram represadas, e, em pocas

    programadas, as comportas da barragem so abertas,

    numespetculodeimpressionantebeleza.

    A infraestrutura bsica dos Canyons e Lagos do So

    Francisco inclui o aeroporto de Paulo Afonso, rodovias e

    servios de energia eltrica, saneamento e teleco-

    municaes.

    canyoning

    bungie-jump base-jump

    Rio So Francisco - Paulo Afonso

    Mirante - Cachoeira de So Francisco

    Cnions So Francisco - Xing

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    CaminhosdoOeste

    Localizada ao oeste do Rio So Francisco, essa regio

    composta por dois circuitos o Rio Grande (Barra,Barreiras, Formosa do Rio Preto, Luis Eduardo

    Magalhes, Riacho das Neves, Santa Rita de C