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8/3/2019 Estrategia Turistica Da Bahia Setur
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O Terceiro Salto
2007 I 2016
EstratgiaTurstica da BahiaEstratgiaTurstica da Bahia
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O Terceiro Salto2007 I 20162007 I 2016
EstratgiaTurstica da Bahia
Secretaria do Estado da BahiaSalvador, Bahia
2011
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Governo do Estado da BahiaJaques Wagner
Secretaria de TurismoAntonio Carlos Marcial Tramm
Empresa de Turismo da Bahia
Emlia Salvador Silva
Superintendncia de Investimentos em Polos TursticosClarissa Maria de Azevedo Amaral
Superintendncia de Servios TursticosRita de Cssia Magalhes
Governador
Secretrio
Presidente
Superintendente
Superintendente
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Estratgia Turstica da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016
Clarissa Maria de Azevedo Amaral Superintendenterico Pina Mendona Jnior Assessor TcnicoInez Maria Amor Dantas Garrido Assessora Tcnica
Reinaldo Moreira Dantas Assessor Tcnico
Superintendncia de Investimentos em Polos Tursticos- Suinvest
Tnia Feitosa
Arquivo Setur-Bahiatursa
Silmara Menezes
Qualigraf
Equipe Tcnica
Planejamento editorial e edio
Reviso
Fotografias
Projeto grfico e editorao eletrnica
Impresso
Secretaria de Turismo do Estado da BahiaAvenida Tancredo Neves, 776 Bloco B, 8 andar Pituba.
Cep: 41. 820-020 Tel: (71) 3116-4151e-mail: [email protected] - Bahia
Copyright 2011, Secretaria de Turismo / Superintendncia de Investimentos em Polos Tursticos - SUINVEST
B135 Bahia. Secretaria de Turismo. Superintendncia de Investimentos emTursticos - Suinvest.
Estratgia Turstica da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016 Secretaria deTurismo. - Salvador : Setur, 2011.
100p. : il.
ISBN: 978-85-64209-01-5
1. Turismo. 2. Turismo - Bahia. 3. Poltica Pblica. 4. Planejamento.5. Administrao. I. Ttulo
CDD. 338.47918142
/
Polos
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82
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86
86
90
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56
56
Planejamento e GestoO PTN 2011-2014Diagnstico do Turismo no BrasilCenrios e ProjeesCondies ExternasCondies InternasTurismo no Brasil 2011-2014
Fluxo TursticoAnlise Comparativa do Destino Turstico BahiaNova Geografia TursticaDiagnstico do Turismo Baiano
Composio da Estratgia
Eixo Estratgico InovaoEixo Estratgico Qualificao dos Servios e do DestinoEixo Estratgico Integrao Econmica
Captao de EventosPromoo NacionalPromoo Internacional
PublicidadeRelacionamento com a ImprensaComunicao Dirigida
Programa de RegionalizaoPrograma de Gesto ParticipativaPrograma de Turismo Sustentvel
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
XXXI Jogos Olmpicos Rio 2016INTRODUO
O TURISMO NO MUNDO
O TURISMO NO BRASIL
O TURISMO NA BAHIA
FUNDAMENTOS PARA A ESTRATGIA
DIRETRIZES ESTRATGICAS
PROMOO E MARKETING DA BAHIA
PROGRAMAS TRANSVERSAISAOS EIXOS ESTRATGICOS
PROGRAMAS ESPECIAIS
CONCLUSO
REFERNCIASAPNDICE
SUMRIO
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O desenvolvimento do turismo na Bahia pode serdividido
em trs fases distintas, marcadas por aes especficas,que o ex-secretrio Domingos Leonelli denominou de
saltos.O Primeiro Saltoocorreuentre 1934 e 1969, e se
caracterizou pela construo da identidade turstico-
cultural. A formao, no imaginrio popular, da terra da
magia, do encanto e do povo hospitaleiro, com foco na
cidadedeSalvador.
O que se chama de Segundo Salto acontece entre 1970 e
2006, iniciando-se com o primeiro documento focado no
planejamento para o turismo, elaborado por Rmulo
Almeida, seguido da implantao de infraestrutura de
transporte, saneamento e comunicao, de parques
hoteleiros e da promoo turstica da Bahia em nvel
internacional, j ampliada emdezpolostursticos.
A partir de 2007, inicia-se o que aqui se denomina de
Terceiro Salto, o salto da qualidade, da inovao e daintegrao econmica. Ou seja, a convergncia desses
trs eixos que se constituem, juntamente com o
tradicional trip:Meio Ambiente,Sociale Econmico, nasbases que fundamentam o conceito de sustentabilidade
no turismo. Esses trs eixos correspondem tambm s
necessidades de sustentabilidade e desenvolvimento
paraoturismobaiano:atuarnasdeficinciasdaqualidade
dos servios e da mo de obra, na necessidade de novos
produtos tursticos e integrar os parques hoteleiros s
economiasregionaisdoseuentorno.
Este Terceiro Salto significa tambm posicionar a Bahia
diante de um novo quadro de competio em que ela est
inserida.Novos destinos concorrentes colocam-se for-
temente nos mercados nacional e internacional, fatores
que reforam a necessidade constante de inovao, da
qualidade e da integrao do produto turstico baiano
economia.
SecretriodeTurismoAntonioCarlosTramm
APRESENTAO
O Terceiro Salto do turismo na Bahia
Baa de Todos-os-Santos - Salvador
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1.INTRODUO
O Plano Estratgico de Turismo da Bahia 2007-2016
visa propor as aes governamentais do setor a uma nova
realidade propiciada pelas transformaes profundas que
ocorreram no Brasil no perodo 2003-2010, e que
tambmatingemaBahia.
Na Bahia, o fluxo de turistas cresceu e diversificou-se na
suacomposio.Aindasobagidedeumestadomgico,
habitado porpessoas encantadas e encantadoras, fruto damiscigenao do ndio nativo, do branco europeu e do
negro africano, a Bahia vem se destacando no cenrio
nacional e internacional como destino preferencial dos
brasileiros e um dos principais objetos de desejo do
visitante estrangeiro, como demonstram pesquisa
ematriaspublicadasno
e , em 2010.
Em 2007, com a criao da Secretaria de Turismo SETUR, nova estrutura governamental vinculada
exclusivamente ao setor de turismo, Empresa de Turismo
da Bahia S.A. Bahiatursa, o Governo do Estado projetou
para a atividade turstica, atravs da formulao de
polticas pblicas, a sua importncia na reduo das
desigualdades sociais e regionais, promovendo a
incluso social e gerando mais emprego e renda para a
populao. A capacidade do turismo em gerar novasoportunidades de negcios, atravs da atrao de
empreendimentos privados e do fortalecimento do
empreendedorismo das populaes locais, representa
tambm importante foco de atuao da SETUR e a
Bahiatursa.
Para que o turismo atinja seus objetivos, a SETUR e a
Bahiatursa tm conduzido o seu processo de
desenvolvimento a partir de parmetros que envolvem os
governos em suas trs esferas, o setor privado, o terceiro
setoreascomunidadesreceptoras.
Os papis desses diferentes atores sociais esto
distribudosdaseguinteforma:
Gerardesenvolvimentoeconmicoesocial;
ContribuirparaamelhoriadoIDHbaiano;
Incrementara arrecadaoe circulao de renda;
Projetar o local como destino turstico sustentvel e
competitivo;
Aumentar a competitividadedodestinoBahia;
Protegero patrimnionatural e cultural;
Investir diretamente, ou atravs parcerias, com o setor
privado, na educao,na qualificao profissional, sade,
segurana e infraestrutura pblica necessria ao
desenvolvimentoturstico;
Garantir a segurana jurdica com legislao clara,
assegurando novos investimentos que valorizem a
sustentabilidadenassuastrsvertentes;
Atuar sinergicamente com o setor privado e o terceiro
setornagovernanadosdestinostursticos;
Estimular maior integrao do turismo economiaregional, maximizando o potencial da cadeia produtiva do
turismo.
Vox
Populi/Mtur The New York Times
TheGuardian
Osgovernos-local,regionalenacional
Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
Farol da Barra - Salvador
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OSetorPrivado
OTerceiroSetor
AComunidade
?
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?
?
?
?
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?
?
?
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?
?
?
Investiremnovosprodutostursticoseoportunidadesde
negcios;
Atuar diretamente ou em parceria com o poder pblico
nacapacitaoderecursoshumanos;
Viabilizar economicamente a implantao de novas
infraestruturas;
Garantir a existncia de atrativos em quantidade e
qualidade, identificados com o destino Bahia e integrados
spopulaeslocais;
Atuar na promoo dosprodutos tursticos,assegurando
suaconexocomascaractersticasdiferenciaisdodestino;
Atuar sinergicamente com o setor pblico e o terceiro
setornagovernanadosdestinostursticos.
Aproveitar o potencial de compra de produtos e servios
da atividade turstica para desenvolver empreendimentos
ligadosproduoassociadaaoturismo.
Atuar junto s comunidades receptoras, ao setor pblico
e privado no sentido de garantir a valorizao e a
preservaoculturaleambientaldosdestinos;
Estruturar aes educacionais de forma direta ou emparceria com o setor pblico e privado, visando melhoria
socioeconmica das populaes envolvidas na atividade
turstica;
Atuar sinergicamente com o setor pblico e privado na
governanadosdestinostursticos.
Assegurar o respeito aos seus direitos e valorizao da
suaculturaetradies;
Integrar-se a um processo de educao e capacitao
para assegurar sua ascenso socioeconmica a partir das
oportunidadesdeempregoerendageradaspeloturismo;
Participarnosprocessosdetomadadedeciso;
Beneficiar-se da caracterstica do turismo como uma
cultura de paz para universalizar sua prpria vida cultural,
importandoeexportandoconhecimentos.
Alcanandooquartoanodestagesto,aBahiajapresenta
resultados das novas polticas pblicas formuladas e dos
investimentos realizados, tanto pblicos quanto privados,garantindo a primeira colocao no ranking dos destinos
mais desejados do pas. A Bahia se consolida no cenrio
nacional e internacional no s pela sua diversidade
turstica como tambm pela crescente oferta de
infraestruturadealtopadro.
A desconcentrao da atividade turstica do litoral em
direo ao interior tem possibilitado o aumento da
permanncia do turista no Estado, principalmente dos
visitantes de outros pases, cujo nmero mdio de
pernoites cresceu de 3,8 para 5,8 dias, segundo dados
revelados pela pesquisa realizada pela Fundao Instituto
dePesquisasEconmicasFIPE(2008-2009).
ApromoodoSoJoocomoeventotursticoeaatrao
do GP Bahia de so exemplos de aes que vm
minimizando os efeitos da sazonalidade, proporcionandodemandatursticanosperodosdebaixaestao.
O fortalecimento da insero do turismo na matriz
econmica da Bahia, portanto, j uma realidade
facilmente verificada pelo montante de recursos que est
sendo aplicado pela iniciativa privada em todo o Estado.
Esses investimentos, alm de qualificarem os destinos,
incrementam as economias locais e regionais e permitem
a gerao de trabalho e renda para as populaes doentorno.
Stock Car
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Odesempenhoverificadonaatraodeinvestimentosvem
confirmar a eficincia das polticas pblicas e o acerto das
estratgias adotadas para garantir Bahia a condio de
principaldestinodelazerdopas.
Para isso, a SETUR e a Bahiatursa vm trabalhando de
forma integrada, articulando a implantao de polticas
pblicas com a promoo e divulgao do destino Bahia,
dentro de trs grandes eixos estratgicos: inovao,
qualificao dos servios e do destino e integrao
econmica,queseconstituemnabasedanovapolticade
Governo, conforme estabelece o Plano Plurianual do
GovernodoEstadoPPA20082011.
Um dos objetivos dessa poltica incrementar a
participao do turismo no Produto InternoBruto estadual,
tornando a Bahia destino modelo e preferencial no cenrio
nacional e internacional, com prticas sustentveis,
aproveitando e valorizando a diversidade do Estado. Este
novo marco conceitual parte de estudos tcnicos
realizados, que apontaram a necessidade de um novosalto, enfatizando a inovao de produtos tursticos, a
qualidade desses produtos e dos servios e a sua maior
integrao economia do Estado, estruturando a cadeia
produtivadoturismoemterritriobaiano.
Esses trs eixos passaram a ser entendidos como uma
necessidade e no apenas como uma simples opo,
sendo trabalhados conjuntamente na deciso de novos
investimentos em infraestrutura, na atrao de
investimentos,napolticadequalificaodamodeobrae
napromooedivulgaododestino.
Para agregar inovao ao turismo baiano, o Governo do
Estado vem investindo em novos produtos, segmentos e
servios, a exemplo do Turismo tnico, do Enoturismo, do
Turismo Nutico e do Turismo Rural. A inteno poder
oferecer novas opes de atraes e de roteiros tursticos,almdeampliarainteriorizaodasaesdeturismo.
No tocante s necessidades de diversificao da sua
oferta,aBahiainvestetambmeminfraestruturaspblicas
que dotem seus destinos de uma melhor qualidade
urbanstica e ambiental, oferecendo assim maioreficincia em temas de saneamento, urbanizao e
acessibilidade rodoviria e area, alm da preservao do
seuacervoarquitetnico,heranadasuaricahistria.Para
isto, vem contando com recursos de fontes de
financiamento, a exemplo do Prodetur Nordeste, do
Prodetur Nacional e da Caixa Econmica Federal, dentre
outras.
Na outra ponta, visando melhoria do atendimento aos
visitantes, investe-se no Sistema Integrado de Informao
Turstica, que rene os servios de atendimento ao turista
nos nveis presencial, eletrnico (telefnico) e online,
atravs do Servio de Atendimento ao Turista SAT, do
Disque Bahia Tur ismo, do Porta l de Internet ,
www.bahia.com.br e de outros instrumentos digitais. O
DisqueBahiaTurismohojeomaiorcallcenterdeturismo
do pas, onde o turista, ou qualquer morador local, pode
obter, em portugus, ingls e espanhol, informaes
tursticas e a programao cultural e religiosa dos
municpiostursticosdoEstado.
O Servio de Atendimento ao Turista - SAT vai alm de um
balco informativo, pois, no modelo j implantado, o
visitante, alm de receber informaes tursticas sobre os
destinos da Bahia atravs de mapas e folheteria, podetambm usar servios de Internet, ter acesso a vdeos e
receber informaes sobre voos, embarques e
programaocultural.
um servio bem mais completo que os tradicionais
postos de informaes e funciona de forma interligada ao
Disque Bahia Turismo. Trs unidades esto em operao,
uma no Pelourinho, outra na Estrada do Coco, no
municpio de Lauro de Freitas, e a terceira na Praia doForte.
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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No eixo da qualificao, a Bahia vem atuando em duas
vertentes: na atrao e qualificao do fluxo de turistas e
na capacitao profissional e empresarial dos servios
tursticos. No primeiro caso, o objetivo atingir um
patamar mais elevado na permanncia do turista, do seu
ndice de gasto mdio e na sua satisfao da experincia
vivida no destino, gerando, por conseguinte, um efeito
multiplicador na economia baiana. Esta ao passa ainda
pela atrao de investimentos tursticos que corres-
pondam a essa nova segmentao da demanda, ou seja,
ampliar a oferta de hotis mais sofisticados, marinas,
campos de golfe e estruturar produtos culturais que
permitam ao visitante viver novas e enriquecedoras
experincias.
Na rea de capacitao profissional e empresarial, a
SETUR vem fortalecendo a formao e qualificao de
profissionais e empresrios. Qualificao e Inovao so
conceitos indissociveis quando se trabalha na linha da
economia da experincia,quando o desejo de conhecer e
vivenciar novas culturas traz consigo a necessidade da
qualidade nos servios, aliada inovao dos produtos
ofertados no adianta oferecer novos produtos e
servios sem um bom padro de qualidade desta oferta,
ao mesmo tempo em que somente a boa prestao de
servio no garante nem desperta o desejo de viagem ou
de retorno ao destino. Novos produtos e novos servios
necessitam fortemente do aumento da qualidade dos
servios,e produtosjexistentesampliamadiversidade.
Servio de Atendimento ao Turista (SAT) - Lauro de Freitas
SAT - Praia do Forte
Investimento em qualificao profissional
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Com relao integrao do produto turstico economia
baiana, as aes estratgicas esto direcionadasa integrar
os grandes parques hoteleiros com a economia da regio
na qual esto localizados. Este processo tem incio com ofomento ampliao da produo e comercializao de
insumos e materiais, antes importados de centros
localizadosforadaBahia.Apalavradeordemformaruma
rede produtiva nas zonas tursticas e no entorno dos
parques hoteleiros da regio, incluindo desde a
disponibilidade local de recursos humanos para
construo, manuteno e operao dos empreendi-
mentos, passando pela oferta local de produtos para osempreendimentos tursticos, desde materiais para
construo, mveis e decorao, at as cestas de
consumo(alimentos,artesanatoeoutrositensregionais).
Os parques hoteleiros, alguns gigantescos como o de
Porto Seguro, encontram-se completamente desco-
nectados da economia de suas regies.Ou seja, importam
tudo que precisam, e os benefcios econmicos do
turismo para o Estado da Bahia limitam-se queles itens
que so gerados diretamente nos hotis, restaurantes e
reasdeentretenimento.
Passo importante para o enfrentamento desta lacuna
adquirir um conhecimento cientfico e real sobre a
dimensoefetivadesseconsumo.Paraisso,umapesquisa
de amostragem foi realizada na Praia do Forte, em 2009,
mensurando, de forma aproximada e aleatria, a demandados produtos e servios e detectando a origem de suas
compras. Importante para a Bahia incorporar nesta
Estratgia a atrao de empresas, cooperativas e
profissionais capazes de produzir em territrio baiano, na
medidadopossvel,osbensdemandados.
Outros fatores que dizem respeito integrao econmica
so o Meio Ambiente e o Patrimnio Histrico. A
preservao do patrimnio histrico e arquitetnico daBahia, tal como as suas belezas naturais, precisam ser
vistos como ativos do turismo e no como uma barreira
ao seu desenvolvimento. O poder pblico necessita ser
claro, preciso e rpido nas suas decises para que os
empresrios possam, por sua vez, decidir sobre osinvestimentos, incorporando-os aos ativos existentes que
representam diferenciais competitivos da Bahia no
mercadotursticonacionaleinternacional.
Obomsensodeveprevalecertantonosetorpblicoquanto
no setor privado. Os bons empresrios tambm entendem
que a preservao do patrimnio natural e cultural um
bom negcio. Importante atuar no sentido de que todos,
setor pblico, privado e terceiro setor entendam e
incorporem em suas atitudes que o que moderno hoje
ser histrico amanh e o que foi moderno ontem
histrico hoje. Imagine-se o Elevador Lacerda h um
sculo.Tudodizrespeitoaoutradimensodaeconomiada
cultura que vai alm da produo de livros e filmes. Trata-
se no s de preservar, como tambm desenvolver a
arquitetura e a natureza, tendo a cultura vendo nisso um
bomnegcioparagarantirasuasustentabilidade.
Quanto ao meio ambiente, tornam-se necessrias aes
que visem conscientizao da importncia do turismo
sustentvel que ajude a desarmar eventuais
preconceitos de tcnicos e ambientalistas e, por outro
lado, possuir regras claras que definam o arcabouo legal
para o processo de licenciamento ambiental dos
empreendimentos. Pelo lado dos investidores, reforar oentendimento de que quanto mais integrados aos fatores
da sustentabilidade, como a preservao do meio
ambiente e a integrao com as comunidades locais, eles
estaro caminhando na direo da realizao de um bom
negcio. Essa postura, longe de afugentar, ir atrair cada
vezmaisinvestidores.
Em sntese, esses so os conceitos que norteiam esta
EstratgiaTursticadaBahia,queseconsideravigenteparaoperodode2007a2016.
Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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OTURISMONOMUNDO
O atual momento da economia mundial est conduzindo
os pases que tradicionalmente ocupam um melhor
posicionamento econmico no panorama global a um
perodo de transformao resultante da crise financeira
deflagradanoperodo2007-2008.Aquebrasucessivade
bancos, o aumento das taxas de desemprego e a
contrao da liquidez nas economias ricas criaram
instabilidade no mundo inteiro. Ultrapassada a fase de
grande turbulncia, prev-se um retorno gradativo
trajetria de crescimento equilibrado e de aumento nos
fluxoscomercialedecapital.
O Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, em sua
anlise do ambiente econmico internacional, considera
uma perspectiva de recuperao gradual em relao
atividade econmica mundial. O documento produzido
pela Organizao Mundial de Turismo OMT, intitulado
defende a ideia de que apesar das
oscilaes nas taxas de crescimento do turismo nosltimos anos, a previso de longo prazo se mantm a
mesma prevista originalmente. A experincia tem
demonstrado que, em curto prazo, perodos de
crescimento mais acentuado (1995, 1996 e 2000) so
alternados por perodos de crescimento reduzido (2001 a
2003). Diante desta premissa, apesar do crescimento at
o ano 2000 ter estado acima da estimativa da previso da
OMT, neste documento espera-se que a atual curva
descendente seja compensada a mdio e longo prazo,
comodemonstradonogrficoabaixo:
A previso da OMT a de que o nmero de chegadas
internacionais alcance a cifra de 1,6 bilhes de viajantes
no ano 2020. Deste nmero, 1,2 bilho sero resultantes
de fluxos intrarregionais e 378 milhes de viajantes delonga distncia . Quanto aos maiores destinos
receptores previstos, sobressai o continente europeu,
com717milhesdechegadas.Asregiesmaismaduras,
Europa e Amricas, antecipam apresentar crescimento
menos acentuado; embora a Europa permanea com a
maior fatia do mercado, ela sofrer um declnio de 60%
(1995) para 46%, em 2020. Vale ressaltar ainda o grande
crescimento da regio do Pacfico e sia Oriental que sesobressaiperanteasdemaisregies,comumataxamdia
anual de crescimento da ordem de 6,5%, conforme
observa-senatabelaabaixo:
A OMT considera ainda para o cenrio 2020 que as
viagens de longo curso crescero mais velozmente a uma
taxa mdia de 5,4% ao ano, considerando-se o perodo
1995-2020, enquanto as viagens intrarregionais
crescero 3,8%.
Outro documento que comenta aspectos das tendncias
do turismo no mundo o
(www.deloitte.co.uk/hospitality2015),onde,dentre
outros aspectos, considera que haver uma entrada de
novos consumidores oriundos do crescimento da classe
mdia em grandes mercados emergentes e alimentadores
como China e ndia (apenas neste so 50 milhes depotenciaisturistas).
Tourism 2020 Vision,
long-haul
Relatrio Deloitte Hospitality
2015
( )
14
Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Investimentos Hoteleiros passaram a focar o turismo
interno e de massa, a exemplo dos e dos
abaixo. Como consequncia destes novos
mercadossurgemoportunidadesparadestinosdemassainvestirem mais fortemente em hotis de bandeira
focados no mid market e budget para o mercado
domstico, em detrimento nfase dada aos luxury na
dcada 1995-2005. Considera ainda a possibilidade de
maior risco em investimentos em hotis em
funodeumasuperofertanestesegmento.
Outro aspecto comentado no relatrio refere-se
necessidade de o setor investir cada vez mais em P&D
para conhecer os desejos e necessidades de seus
consumidores, sobretudo pelo fato de que histori-
camente o setor turstico investe muito pouco quando
comparado a outros segmentos da economia. Por fim,
indica ainda a tendncia de que as empresas areas
iro expandir suas rotas para no perodo
2010-2015.
Budget Mid
Market
upscale
low
cost long haul
Hotel Budget , Guildford - Inglaterra
Hotel Mid Market - Estnia
Hotel Mid Market - Dubai
15
Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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OTURISMONOBRASIL
Considera-se nesta anlise os dados e informaes
contidos no Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, onde se constata que o Brasil tem registrado
crescimentos do Produto Interno Bruto superiores aos
observados em nveis mundiais, a partir de uma
combinao positiva entre inflao controlada, reduo
da taxa de juros e balana de pagamentos equilibrada. A
perspectiva do Banco Central para o perodo ps-crise
de reaquecimento, alimentado no s pelo consumo
interno, mastambmpelaretomadadosinvestimentos.
Dos pases afetados pela crise financeira internacional, o
Brasil foi um dos ltimos a entrar em recesso e um dos
primeiros a super-la. Para muitos especialistas, a crise
no Brasil durou apenas seis meses e foi o grande teste de
estresse da economia nacional, que vinha se
comportando de forma adequada a partir da execuo do
PlanoReal.
Destaca-se ainda que o aumento dos investimentos,
principalmente em infraestrutura, do Programa de
Acelerao do Crescimento, previsto para os prximos
anos, alm daqueles decorrentes dos compromissos
assumidos pelo pas para a realizao da Copa do Mundo
de Futebol FIFA 2014, alm de atenderem s crescentes
demandas do mercado interno, impactaro de forma
positivanacompetitividadebrasileira.
O PNT confirma o fato de que a escolha do Brasil para
sediaraCopadoMundode2014,assimcomoaCopadas
Confederaes em 2013, e a realizao das Olimpadas
no Rio de Janeiro em 2016, so grandes desafios e
oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do
turismo brasileiro. Trata-se dos maiores eventos
esportivos do mundo, com forte apelo miditico e
significativa capacidade de gerao de emprego e rendapara os setores envolvidos direta e indiretamente em sua
realizao, principalmente queles vinculados ao
turismo. O legado, porm, deve ultrapassar a promoo
dos atrativos tursticos nacionais, bem como a melhoria
da infraestrutura e a qualidade dos servios tursticos.
Para tanto, preciso criar as condies necessrias paraque tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil
como umdosprincipaisdestinos tursticosmundiais.
Os recursos privados a serem investidos nas cidades-
sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 so da
ordem de R$333 milhes, os investimentos municipais
serodeR$1,48bilhes,osestaduaisdeR$3,99bilhes,
e os federais de R$11,36 bilhes, totalizando mais de R$
17,17bilhes,segundooPNT.
A ao do Ministrio do Turismo no fortalecimento de um
modelo de gesto descentralizado e compartilhado vem
fomentando a estruturao de uma rede em prol do
turismo em todo o territrio nacional, envolvendo o poder
pblico nas trs esferas de governo, a iniciativa privada eo terceiro setor. Esse modelo, iniciado em 2003, foi
regulamentado coma aprovaoda Lei do Turismo (Lei n
11.771/2008) que instituiu o Sistema Nacional de
Turismo. Este sistema formado por um ncleo
estratgico de mbito nacional composto pelo Ministrio
do Turismo, pelo Conselho Nacional de Turismo CNT e
pelo Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes
Estaduais deTurismo Fornatur,e por uma rededegesto
descentralizada composta pelas Instncias de
Governana Macrorregionais, os rgos Estaduais de
Turismo, os Fruns e Conselhos Estaduais de Turismo, as
Instncias de Governana Regionais, os rgos
Municipais de Turismo e os Colegiados Municipais de
Turismo. Este universo de agentes relacionados ao tu-
rismo tem promovido a realizao de diversos fruns de
discusso e deliberao sobre a Poltica Nacional do
Turismo e seus desdobramentos, nas diferentes escalasterritoriaisdopas.
PlanejamentoeGestodoTurismoNacional
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Este contingente, em seu conjunto, envolve cerca de
1.400 representantes diretos com 12.000 indiretos,
vinculados s instituies pblicas e entidades privadas
relacionadasaoturismoemtodoopas.Essesatoresvmpercebendoseusespaosdediscussoeparticipaono
processo de gesto do desenvolvimento da atividade,
cada vez mais ampliado e fortalecido em todo o territrio
nacional.
Contribui para isso os programas de regionalizao do
turismo atravs de seus fruns que promovem a
participao de todos os atores, e do programa de
descentralizao da gesto, implantado nos 65 destinos
indutores do turismo internacional atravs da criao dos
seus Grupos Gestores, com componentes dos setores
pblico, privado, representantes da sociedade civil
organizada e acadmica. Estes grupos vm descen-
tralizandoagestoeincorporandonoseuprocessoatores
que at ento se encontravam desvinculados e
descomprometidos com o aumento da competitividade
do turismo brasileiro em seus respectivos municpios e
entorno.
A Poltica Nacional de Turismo, adotada em 2003 e
reconfirmada nas edies do Plano Nacional de Turismo
2007-2010 e 2011-2014, parte da premissa de que o
turismoumaatividadeindutoradedesenvolvimentoede
gerao de emprego e renda. Constitui-se, portanto, em
elemento importante de incluso social, que pode serestabelecido em duas vias: a da produo, por meio da
criao de postos de trabalho, ocupao e renda, e a do
consumo, com a atrao de turistas para o mercado
interno.
Nessesentido,oPNT2007-2010concentrouasaesdo
Ministrio do Turismo (MTur) e do Instituto Brasileiro de
Turismo (Embratur) em duas vertentes: a expanso do
mercado interno, com nfase na funo social daatividade, e a consolidao do Brasil como um dos
principais destinos tursticos do mundo. Para isso, os
rgos nacionais de turismo tm investido no
fortalecimento do turismo interno, na sua promoo
como fator de desenvolvimento regional. No acesso desegmentos como o dos aposentados, trabalhadores e
estudantes, a pacotes de viagens em condies
facilitadas, na qualificao profissional do setor, na
gerao de emprego e renda e na promoo do Brasil no
exterior, alm de investimento na infraestrutura turstica
que vem sendo executado em consonncia com o Plano
deAceleraodoCrescimento(PAC).
Os investimentos do PAC esto concentrados em trs
eixos: infraestrutura logstica (construo e ampliao de
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias);
infraestrutura energtica (gerao e transmisso de
energia eltrica; produo e explorao de petrleo, gs
natural e combustveis renovveis); e infraestrutura social
urbana (saneamento, eletrificao, habitao, metrs,
trensurbanoseinfraestruturahdrica).
A mais recente verso do Plano Nacional de Turismo est
estruturada em trs partes principais: Diagnstico,
Cenrios/Projees,eProposies.
A Secretaria de Turismo da Bahia entende que a
elaborao deste Plano Estratgico 2007-2016 para a
Bahiavisatambmafortalecerumaatuaoalinhadacomas diretrizes do PNT, elaborado de forma participativa,
como a expresso de um frum democrtico e
representativo, com a funo de garantir a continuidade
das conquistas obtidas e buscar o aprofundamento das
polticaseprogramasparaodesenvolvimentotursticodo
Brasil, segundo palavras do Ministro, proferidas na
apresentao do documento, que, para maior
entendimento,seresumeaseguir.
OPNT2011-2014
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DiagnsticodoTurismonoBrasil
Num ambiente econmico pautado por sucessivas
transformaes retorna-se gradativamente a umaestabilidade com tendncias de aumento nos fluxos
internacionais para o Brasil. Em nvel nacional, o Brasil
vem registrando crescimento do seu PIB com a
perspectiva de retorno do crescimento da economia a
patamares observados antes da crise financeiramundial.
A forte correlao do turismo com a atividade econmica
em geral no chegou, entretanto, a gerar um grande
impacto nas viagens domsticas realizadas, que saram
de 138,7 milhes, em 2005, para 175,44 milhes, em
2009, num crescimento constante ao longo do perodo.
Por outro lado, tal fato no ocorreu com relao ao
mercado internacional, onde, para o mesmo perodo, o
nmero de chegadas de turistas ao pas saiu de 5,36
milhes,em2005,para4,8milhes,em2009,retratando
o forte impacto da crise financeira nos pases europeus e
Amrica do Norte, principais mercados emissores para oBrasil.
A captao de eventos internacionais como a Copa do
Mundo 2014 e Olimpadas 2016 criou uma forte
expectativa de que essas datas se transformem em
marcos importantes no que diz respeito maiorvisibilidade que o pas ter ao longo dos prximos anos,
que proporcionar um forte incremento no fluxo de
turistas, melhoria da infraestrutura pblica e privada e
maior qualificao da mo de obra envolvida nas
atividadesrelacionadascomoturismo.
Apoiado nessa poltica, o turismo do Brasil vem
mantendo, nos ltimos anos, um crescimento constante,
acima da mdia mundial. Nmeros recentemente
divulgados pelo MTur e Embratur confirmam o acerto da
estratgia de consolidao da expanso do turismo
interno, sem desconsiderar a importncia da atrao de
turistas estrangeiros, pois o turismo domstico que
propicia, por meio de ganhos de competitividade, a
musculatura necessria para a insero da oferta turstica
nacionalnomercadointernacional.
De acordo com as anlises da Organizao Mundial do
Turismo, o turismo interno , em mdia, dez vezes maior
que o volume de turismo internacional. De acordo com a
pesquisa sobre o mercado domstico, esse ndice bem
maiorparaoBrasil,oqueapontaparaumaperspectivade
consolidao da atividade no pas, oportunizando a
melhoria da qualidade dos servios prestados e
contribuindo para o desenvolvimento equilibrado do
conjuntodaeconomia.
SegundoaindaaanlisedoPNT,oambienteeconmicoe
o turismo tambm so impactados de forma significativa
pelas melhorias sociais que vm sendo registradas nos
ltimos anos. Cerca de 31 milhes de brasileiros
ascenderam de classe social entre os anos de 2003 e
2008, sendo que 19,4 milhes deixaram a classe E (que
traaalinhadapobrezanopas)e1,5milhomigraramdaclasseDparaclassessuperiores.
Desembarque no Aeroporto de Salvador
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Com isso, nesse perodo, ocorreu uma queda acumulada
de 43% na classe E. No mesmo perodo, a classe AB
(grupo com renda domiciliar mais elevada, superior a
R$4.807,00) ganhou 6 milhes de pessoas, totalizando19,4milhesem2008.
As viagens domsticas no Brasil vm crescendo nos
ltimos anos. Os nmeros apresentam uma expanso de
12,5%de 2005 a 2007,quando foramrealizadasem torno
de 156 milhes de viagens domsticas.Considerando a
taxa de permanncia mdia de 8,5dias, conforme aferida
pela pesquisa amostral domiciliar, foram gerados 1,33
bilhesdepernoitesnoanode2007,emtodoopas.
Ainda de acordo com a referida pesquisa, o gasto mdio
pordia,realizadopelosturistas,foideR$58,60em2007,
o que permite estimar um montante de R$ 9,14 bilhes
mobilizados pelo mercado do turismo domstico no
Brasil naquele ano.No contexto dos fluxos tursticos
internacionais, enquanto no primeiro semestre de 2008
houve um crescimento de 5% na chegada de turistas, nosegundosemestrehouveumareduode1%.
Em 2009, a chegada de turistas internacionais declinou
10% no primeiro trimestre, 7% no segundo trimestre, 2%
no terceiro trimestre, tendo apresentado um crescimento
de 2% no ltimo trimestre do ano. Segundo a OMT, a
previsopara2010decrescimentodaordemde3a4%.
O fenmeno decorrente de alguns fatores que, ao longo
dos anos de 2005 a 2009, mostraram-se ainda mais
determinantes para o refluxo do turismo internacional.
Dentre eles, encontram-se: o alto custo das viagens, em
decorrnciadagrandedistnciadosprincipaismercados
emissores; a imagem negativa do pas no exterior,
vinculada violncia urbana, assaltos e desmatamentos;
a precariedade dos investimentos em promoo e na
construo/melhoria da infraestrutura turstica; a
inexistnciadeumapolticadeincentivoavoosregularesecharters.
Vale destacar que, com relao ao fator distncia, a
tendncia regionalizao do mercado internacional,
com a formao de blocos econmicos, tem resultado
em um expressivo incremento do turismo intrarregional,comasupressodebarreirasgeogrficasealfandegrias,
permitindoalivrecirculaodeturistasebeneficiandoas
viagens de menor distncia/durao, entre os pases
desenvolvidos que integram os principais blocos
econmicos, reforando a vantagem comparativa e
competitiva destes em relao aos pases receptores
menos desenvolvidos, localizados, em sua maioria, no
hemisfriosul.
Entretanto, ainda que o fator distncia explique o declnio
donmerodeturistasestrangeirosnoBrasil,necessrio
assinalar que importantes emissores da Amrica do Sul
vm perdendo posio relativa na distribuio do fluxo
internacional, em que pese a curta distncia que os
separa do Brasil, podendo-se associar esse fraco
desempenho s condies adversas que j h algum
tempo enfrentam as economias desses pases. Em maior
ou menor medida, esses pontos crticos tiveram
rebatimento em todos os polos tursticos do pas, apesar
das medidas que vm sendo adotadas pelo governo
federal.
Nos ltimos trs anos, o crescimento do fluxo de turistas
estrangeiros vem crescendo de forma continuada, mas
em baixos percentuais. Em 2007, o nmero de visitantesestrangeiros cresceu apenas 0,17%em relao a 2006. O
mesmo ocorreu em 2008, cuja variao foi de 0,48% em
relao a 2006 e de 0,65%%, em relao a 2007, como
mostraoQuadro1.
Quadro 1Turistas internacionais por via de acesso
A no A rea Ma rtim a Te rre stre F lu vi al To ta l Va r ( %)
2006 * * * * 5.017.251 -
2 00 7 3 .7 46 .5 94 8 4. 95 2 1 .15 0 .1 19 4 4 .1 69 5 .0 25 .8 34 0 ,1 72 00 8 3 .6 91 .2 40 7 0. 09 1 1 .24 8 .5 08 4 0 .2 60 5 .0 50 .0 99 0 ,4 8
Fonte: MTur-Embratur* Em 2006 a Embra tur no aferiu o nme ro de turistas, segundo as vias de acesso.
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A procedncia dos turistas tambm no se modificou. Os
principais pases emissores continuaram a ser Argentina,
Estados Unidos, Portugal, Itlia e Chile, conforme se
observanoQuadro2,acima.
O nmero de desembarques de passageiros nos voos
nacionais, registrado pelos aeroportos brasileiros, j
aponta uma franca recuperao, constatando-se um
crescimento de 22,93% quando se compara o nmero de
passageiros embarcados/desembarcados em voos
nacionais no total acumulado no ano, usando-se como
refernciaomsdeagostode2009eomesmoperodode
2010; a INFRAERO registrou o nmerode 72.095.885 em
2009 e o volume de 88.630.547 passageiros em 2010.
Usando-se tambm o mesmo perodo para comparao,
observa-se um crescimento de 21,15% no nmero de
passageiros em voos internacionais embarcados/de-
sembarcados nos aeroportos brasileiros. Esses dados
confirmam o crescimento dos fluxos de viajantes, muito
embora se tenha que considerar que, com a valorizao
do Real perante o Dlar e o Euro, h um forte incremento
nasadadebrasileirosemviagensaoexterior.
O PNT 2011-2014 parte do princpio de que a elaborao
decenriosumadasprincipaisferramentasauxiliaresno
processo de planejamento e definio de estratgias.
Considera a anlise do passado e do presente dos
principais eventos econmicos e no-econmicos para
reduzir as incertezas em relao ao futuro. Entretanto,ressaltatratar-sedeumexerccionatentativadepreviso
deincertezas.
CenrioseProjees
Fonte : DPF e EMBRATUR
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Dentre as vrias metodologias existentes (Lgica Indutiva,
Impacto de Tendncias, Impactos Cruzados e Godet), o
PNT 2011-2014 optou por utilizar a combinao entre os
mtodos de Anlise Lgica Indutiva e Anlise de Impactode Tendncias na construo dos cenrios do turismo
2011-2014, por serem considerados os mais adequados
paraoconjuntodeinformaesdisponveis.
Assim, utilizando os conceitos de crescimento do turismo
e de competitividade turstica, e combinando as hipteses
alternativas para um conjunto de incertezas crticas
externas e internas, foram desenhados trs diferentes
cenrios para o turismo brasileiro nos prximos quatro
anos.
O primeiro cenrio combina condies externas e internas
favorveis, cujo resultado o crescimento acelerado do
turismo, com ganhos de competitividade turstica. O
segundo cenrio combina condies externas e internas
moderadamente favorveis; o resultado o crescimento
moderado do turismo, com pequenos ganhos decompetitividade turstica. E, por ltimo, o terceiro cenrio,
que combina as condies externas e internas
desfavorveis,cujoresultadoocrescimentoinercial,com
problemas de competitividade. Para a construo dos
cenriosparaoturismonoBrasilnoperodo2011a2014o
PNT elencou uma srie de premissas que impactam o
desenvolvimentodosetor.
O turismo um setor econmico dinmico, globalizado e
fortemente influenciado por diversas variveis, tais como,
o nvel de renda , taxa de cmbio, crescimento da
economia mundial, nvel de crdito, taxa de juros, dentre
outras. A retomada do crescimento da economia mundial
aps a crise iniciada em 2008 dever possibilitar uma
expanso da economia nacional, o que ser fundamental
para impulsionar o setor de turismo. No entanto, o PNT
indica a existncia de alguns fatores que podem inibir o
ritmodecrescimentodaeconomiamundialemumperodo
ps-crise e, consequentemente, da economia brasileira.Cita, como exemplo, um possvel aumento na taxa de juros
dos Estados Unidos, o que pode reduzir a capacidade de
expanso da economia mundial e afetar negativamente a
economiadospasesemergentescomooBrasil.
No que tange economia nacional, o PNT avalia que a
continuidade das polticas macroeconmicas tem
demonstrado o compromisso do pas em relao
responsabilidade fiscal, estabilidade monetria e cmbio
flutuante. A valorizao da moeda nacional tem favorecido
a expanso das importaes brasileiras, fator que tem sido
considerado positivo para o pas, uma vez que cerca de
70% das compras externas est diretamente vinculada
indstria, correspondendo compra de matrias-primas e
mquinas para a modernizao do parque industrial. No
entanto, essa valorizao do Real vem afetando de maneira
negativa o saldo da conta turismo da balana de
pagamentos, uma vez que a entrada de divisas menos
sensvelvariaonataxadecmbiodoqueasdespesas.
A influncia das polticas pblicas tem se mostrado
fundamental para o desenvolvimento do turismo, uma vez
que a atividade turstica necessita direta e indiretamente da
estrutura institucional do Estado e da infraestrutura pblica
paragarantirmelhoresresultadosemtermosdegeraode
lucroparaasempresas,empregoerendaparaaeconomia.
O PNT ressalta ainda que o crescimento econmico
sustentvel depende da estabilidade poltica, que poder
possibilitar a continuidade nas reformas estruturais,
criando melhores condies para atrair investimentos para
a economia em geral e para o setor de turismo emparticular. Desta forma, para essa dimenso, foram
avaliadasaspremissasaseguir:
CondiesExternas
-DimensoEconmica
-DimensoPoltica
percapita
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Transiodemocrticaemadura2010/2011;
Ambiente de estabilidade de regras para incentivar o
investimentonaeconomiabrasileira;
Execuo dos programas de investimentos em
infraestrutura, com vistas realizao da Copa do Mundo
deFutebolFIFAem2014edosXXXIJogosOlmpicosRio
2016;
. Realizao de investimentos pblicos acompanhando
odesenvolvimentodosetorprivado;
Consolidao do Brasil como liderana econmica e
polticanaAmricadoSul.
O turismo pode ser considerado importante ferramenta
de desenvolvimento social, uma vez que age como
catalisador do desenvolvimento de outras atividades
econmicas em seu entorno e contribui para a qualidadede vida da populao. Outro fato que merece ser
destacado a capacidade do turismo no processo de
incluso social em regies com poucas alternativas de
desenvolvimento. Segundo o PNT, os programas sociais
executados nos ltimos anos no pas tm contribudo
para a reduo do trabalho infantil, a ascenso
socioeconmica das classes mais pobres e a
dinamizao de economias locais. O aumento da classe
mdia tem efeitos sobre o consumo interno, inclusive de
servios e produtos tursticos. As condies macro-
econmicasatuaiscontribuemparaacontinuidadedesse
quadro. Neste contexto, o PNT avalia as seguintes
premissasparaoperodo2011-2014:
Manutenodosprogramasdetransfernciaderenda;
Ampliaodageraodepostosdetrabalho(formaise
informais);
Reduodasdesigualdadesregionais;
Reduodosnveisdepobreza;
Ofertadevagasparaqualificaoprofissional.
O agravamento dos problemas climticos em nvel
mundial aumentou a discusso sobre as estratgias que
devero ser adotadas para garantir a sustentabilidade do
turismo nacional, essencial na preservao dos
ecossistemas, uma vez que muitas de suas atividades
acontecem em ambientes ecologicamente frgeis. Almdisso, a utilizao de prticas sustentveis, alm de
representar, em longo prazo, economia de recursos,
contribuiparaapreservaodoatrativoturstico.
Para essa dimenso, foram avaliadas as seguintes
premissas:
Ampliaodaspolticasdeproteoambiental;
Maior conscientizao sobre as consequncias do
aquecimentoglobal;
Maior utilizao de prticas sustentveis pelas
empresasdosetor;
Maior compreenso do turismo como forma de
sustentabilidadeeconmicadaproteoambiental;
Valorizaodoturismosustentvel.
-DimensoSocial
-DimensoAmbiental
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Condies Internas
TurismonoBrasil 2011-2014
- EstruturadeMercado
- Governanae InvestimentosPblicos
O aumento da competio deve dominar o cenrio das
empresas do setor de turismo nos prximos anos. A
concretizao dos investimentos pblicos para a Copa do
Mundo de Futebol FIFA 2014 e para os XXXI Jogos
Olmpicos Rio 2016 vo consolidar a confiana dos
investidores privados, que sero estimulados a ampliarem
seus investimentos. Ainda segundo o PNT, a ocorrncia de
novos atores no mercado promover uma concorrncia por
preo e qualidade. Novos arranjos comerciais devem serobservados, devido ao interesse de grandes grupos
estrangeiros no mercado brasileiro, o que poder promover
mudanas na estrutura de mercado tradicional observadas
noBrasil.
Este contexto sinaliza para a necessidade de melhoria de
gesto, governana corporativa e investimentos em
tecnologia. A Internet tende a se consolidar como canal de
vendas, a partir da demanda do mercado consumidor, que
possuir umpapel cada vezmais ativo e independente. Para
o quadrinio 2011-2014 foram avaliadas as seguintes
premissas:
Crescimentodosetorturstico;
Aumento do papel da Internet como canal de
comercializaodosserviostursticos;
Nvel de exigncia dos turistas, buscando melhor relao
custo-benefcio;
Tendncia concentrao de mercado como ameaa s
pequenasemdiasempresas;
Investimentos em gesto, inovao e tecnologia para
aumentar a produtividade dasempresasda cadeia produtivadoturismo;
Ampliao da qualificao da mo de obra em toda a
cadeiaprodutivadoturismo;
Expansoerenovaodaofertahoteleira.
Amanutenodapolticaespecficaparaosetordeturismo,
executada atravs do Ministrio do Turismo, dever afetar
positivamente a dinmica do processo de desenvolvimento
turstico. O Plano Nacional de Turismo, lanado em 2003 e
atualizado em 2007, definiu as diretrizes do planejamento
da atividade, destacando a sua relevncia na gerao dedivisas,emprego,rendaeinclusosocial.
O Programa de Regionalizao do Turismo tem contribudo
para o processo de desenvolvimentodo turismo brasileiro e
deve continuar a orientar as aes de estruturao da oferta
turstica. Os 65 destinos indutores podero estar sujeitos
anlise, conforme desempenho do seu ndice de
competitividade, de forma a estimular a qualificao do
produto turstico brasileiro. Os investimentos do Programa
de Desenvolvimento do Turismo, Prodetur Nacional,
devero suprir algumas necessidades atuais para o
desenvolvimento turstico dos estados habilitados a
participardoprograma.
Em paralelo,os megaeventos esportivos quepossuem uma
grande influncia na atividade turstica devero demandar
uma nova linha de prioridade de ao para o setor pblico.
Esses megaeventos sero responsveis por uma
oportunidade sem precedentes em termos de cooperao
institucional, tanto entre gestores pblicos quanto na
integrao pblico-privada. Para essa dimenso, foram
avaliadasasseguintespremissas:
Mobilizaoe cooperao entre poder pblico e iniciativaprivadaparaarealizaodaCopadoMundodeFutebolFIFA
2014edosXXXIJogosOlmpicosRio2016;
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Garantia dos investimentos, das trs esferas de governo,
para viabilizar a infraestruturanecessria Copa do Mundo
de Futebol FIFA 2014 e aos XXXI Jogos Olmpicos Rio
2016;
Aaointerministerialparaarealizaodeinvestimentos
ligados, direta e indiretamente, ao turismo, para a
realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos
XXXIJogosOlmpicosRio2016;
Manuteno e acelerao dos programas de
investimentoseminfraestrutura;
Est mulo aos processos de part icipao e
descentralizao das polticas pblicas de turismo e
fortalecimentodasinstnciasdegovernana;
Monitoramento e avaliao do Plano Nacional de
Turismo;
Fortalecimento poltico-institucional da gesto pblica
doturismoemmbitonacional,estadualemunicipal;
ApoiodoCongressoNacionalaosetordeturismo;
ImplementaoefetivadaLeiGeraldoTurismo.
A estabilidade econmica e a manuteno das regras so
fatores fundamentais para a ampliao dos investimentos
privados no turismo brasileiro. O setor de turismo tambm
possui particularidades quanto ao financiamento e
adequao das linhas de financiamento existentes. Para o
quadrinio 2011-2014, foram avaliadas as seguintes
premissas:
Adequao e ampliao das linhas de financiamento
para o turismo (prazo, taxas e garantias), com vistas
realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dosXXXIJogosOlmpicosRio2016;
Ampliao dos investimentos em hotelaria, realizados
porgruposnacionaiseinternacionais;
Ampliaodacapacidadedeinvestimentonasempresasareas nacionais, com o aumento da participao do
capitalestrangeiro;
Ampliao dos investimentos privados nos destinos
tursticos;
Qualificaodostomadores decrdito.
Uma das principais limitaes para o desenvolvimento do
turismo brasileiro diz respeito s questes de acesso e
mobilidade urbana. Desta forma, o PNT indica que o
desenvolvimento do turismo no pas est condicionado a
uma mudana na regulamentao e regulao do
transporteareointernacionalparaoBrasil,aocrescimento
do nmero de voos internacionais, melhoria na
regulamentao e regulaodo transporte areodomsticoe melhor e maior integrao da malha aeroviria e das
condiesdasviasdeacessoterrestreseaquavirias.
Em relao infraestrutura, diversos investimentos
relacionados mobilidade urbana e acessibilidade area,
terrestre e aquaviria sero realizados, para permitir a
realizao da Copa em 2014, quando so esperados cerca
de 500 mil turistas internacionais, apenas no ms de
realizao do evento. O pas ter uma substancial melhoria
em termos de logstica de transporte, o que ser
extremamentepositivoparaoturismo.Paraessadimenso,
foramavaliadasasseguintespremissas:
Execuo do PAC da mobilidade urbana para a Copa do
MundodeFutebolFIFA2014;
Ampliaoemelhoriadainfraestruturaaeroporturiaeda
capacidade de atendimento dos principais terminais
areosdopas;
Investimentos Privados
AcessoeMobilidade
TM
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Ampliao do nmero de voos internacionais para o
Brasil;
Ampliao da oferta de assentos e destinos pelotransporteareodomstico;
Melhoriadaintegraodamalhaaeroviriadomstica;
Capacidade das empresas areas brasileiras em aten-
derdemandafutura;
Fortalecimentodaaviaoregional;
Melhoria das vias de acesso (terrestres e aquavirias)aosdestinostursticos;
Melhoriadasinalizaotursticaurbanaerodoviria;
Gestoestratgicadainformaorelativalogsticade
transportesparaoturismo.
De acordo com a anlise do PNT, os principais destinos
emissores dentre os pases desenvolvidos ainda sofrero
com os impactos da crise econmica, principalmente
pela elevao dos ndices de desemprego e da dificul-
dade de acesso ao crdito. Isso ter impacto nas viagens
denorte-americanoseeuropeusaoBrasil,umdestinode
longa distncia e com custo ainda elevado. Os fluxos de
turismo internacional devem se intensificar com origemnos BRICS, principalmente China e ndia, alavancados
por mtuos interesses comerciais. Adicionalmente, o
Brasil ter um reforo espontneo de exposio na mdia
por conta da realizao da Copa do Mundo de Futebol
FIFA 2014 e dos XXXI Jogos Olmpicos Rio 2016. Estes
eventos podero tambm incentivar o aumento das
viagens oriundas dos pases vizinhos ao Brasil,
reforandoofluxotursticointrarregional.
Noqueserefereatraodeturistasinternacionaisparao
Brasil, o PNT, para o quadrinio 2011-2014, avalia as
seguintespremissas:
Visibilidade ampliada do Brasil na mdia internacional,
ao sediar os megaeventos Jogos Militares, Rio+20,
Copa das Confederaes, Copa do Mundo de Futebol
FIFA2014eXXXIJogosOlmpicosRio2016;
Flexibilizao dos acordos bilaterais com relao
entradadeestrangeirosnopas;
TurismoInternacional
Desembarque no Aeroporto de Salvador
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Facilitaodosprocessosdeemissodevistos;
Modelo operacional verticalizado para operadoras
internacionais na comercializao do destino Brasil, semintegraocomatoreslocais;
Maior participao dos pases em desenvolvimento no
mercadoglobaldeturismo;
Consolidao do Mercosul como principal mercado
paraoBrasil;
Fortalecimento da estratgia de promoo do Brasil no
exterior;
Consolidao do Brasil como destino para eventos
internacionais.
O mercado turstico domstico tem crescido expo-
nencialmente, sustentando a demanda em mo-mentos
em que a conjuntura externa apresentou-se desfavorvel.Desta forma, esse mercado consumidor vem ganhando
relevncia, alvo tanto de aes comerciais da iniciativa
privadacomodepolticaspblicas.
Paraessadimenso,oPNTavaliaasseguintespremissas:
Inclusodenovosmercadosconsumidoresparaosetor
deturismo;
Maior participao do turismo na cesta de consumo
dasfamlias;
Aumentodonmerodeviagensdomsticas;
Melhoria da qualidade dos produtos e destinos
tursticos;
Consolidaodosprodutostursticosregionais.
Considerando-se este panorama traado pelo Ministrio
do Turismo atravs do seu documento de planejamento
para o quadrinio 2011-2014, o Estado da Bahia, com
basenodiagnsticodasituaodaatividadenomomento
atual, parte para a sua definio estratgica 2011-2016,
atualizando os dados e as aes empreendidas noperodo2007-2010.
TurismoDomstico
Desembarque domstico - Aeroporto de Salvador
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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OTURISMONABAHIA
Diante dos cenrios e premissas elencados no captulo
anterior pelo Plano Nacional de Turismo, a Secretaria de
Turismo da Bahia, na elaborao deste Plano Estratgico
2007-2016, busca ampliar e fortalecer o alinhamento da
sua poltica de governo com aquela emanada pelo
Ministrio do Turismo. Entende, desta forma, que a
definio dos seus trs eixos estratgicos, ou seja,
Inovao do Produto, Qualificao dos Destinos e
Servios e Integrao Econmica, acham-se
estreitamente vinculados ao plano elaborado em nvel
federal.
Buscando-se um resgate histrico do desenvolvimento
turstico do Estado da Bahia, reporta-se ao ano de 1970,
quando o Conselho de Desenvolvimento do Recncavo
(CONDER) elaborou o 1 plano estratgico denominado
Plano de Turismo do Recncavo e, em 1979, quando foi
elaborado o segundo documento, com foco numa
estratgia executada por intermdio do programadenominado Caminhos da Bahia, que contemplava a
construo e gerenciamento de hotis e pousadas em
potenciais destinos baianos, aes promocionais e
capacitaoderecursoshumanos.
Dando prosseguimento a essa avaliao histrica, para o
perodo 1991 2002, o governo elaborou outro plano
denominado Estratgia Turstica da Bahia, ancorado no
Programa de Desenvolvimento Turstico da Bahia
(PRODETUR-BA), incluindo aes em obras de
infraestrutura bsica, de qualificao dos recursos
humanos,demarketingdeincentivoaoempresrioparaa
implantaode negcios tursticos,dentreoutras.
Importante ressaltar que nessa avaliao diagnstica do
turismo na Bahia observa-se que o Governo do Estado
tem sido o protagonista dessa atividade na Bahia, seja
pela iniciativa de sempre conceber planos estratgicos,
sejapeloapoiosiniciativasempresariais,ouatmesmo
por ter assumido atribuies que, em momentos de
expectat iva racional, seriam naturalmente de
incumbncia do empresariado. Entretanto, os primeiros
sinais de rompimento desse modelo inicia-se em 2003,
quando foi elaborado o plano estratgico denominado
Sculo XXI Consolidao do Turismo; nele, a
Secretaria da Cultura e Turismo, quela poca, trouxe a
expectativa de uma nova diviso de responsabilidades
entre governo, empresrios e a sociedade civil, e de
maiorinteratividadenomeioempresarial.
A elaborao deste documento parte do principio de que
a atividade turstica na Bahia representa uma poltica de
Estado, e no de Governo, por isso esse resgate histrico
necessrio para o melhor entendimento da proposta
destanovaversodoplanoestratgico,quesedenomina
de O Terceiro Salto, agregando-se s experincias
acumuladas em todos os perodos anteriores, uma nova
visode2010paraohorizontede2016.
Hotel Iberostar - Praia do Forte
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Justificando essa terminologia, caracteriza-se de forma
sinttica as fases anteriores do turismo na Bahia, da
seguinteforma:
Construoda identidade turstica cultural.
Este perodo contou com uma atividade turstica
baseada,sobretudo,naquiloqueamsicadeCaymmiea
literatura de Jorge Amado colocavam no imaginrio das
pessoas. A ao do Governo restringia-se praticamente
promooeorganizaodeeventos.
Planejamento, infraestrutura, internacionalizao damarca Bahia, construo dos Centros de Convenes
(Salvador,IlhusePortoSeguro)eexpansodosparques
hoteleiros.
Expanso do turismoparadez zonas tursticas, atrao
de novos investimentos, operao do Programa de De-
senvolvimento Turstico do Nordeste PRODETUR NE,
que propiciou o avano na implantao das infra-
estruturas pblicas nas regies tursticas beneficiadaspeloprograma.
1Saltoat1970
2Salto-19702006
Hotel Iberostar - Praia do Forte
Hotel Vila Gall - Guarajuba
Centro de Convenes de Ilhus
Centro de Convenes de Porto Seguro
Ileaiye - Carnaval de Salvador
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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FluxoTurstico
AnlisecomparativadodestinotursticoBahia
A Bahia registrou em 2008 um fluxo global de 9.052.000
(nove milhes e cinquenta e dois mil turistas), quecorresponde a 7% do fluxo total de turistas e 10,2% do
fluxo internacional do Brasil. Desse total, 8.538.000
(94,3%) so turistas domsticos, que compreende o
nmerodevisitantesdeoutrosestadosdopasetambm
o de baianos que viajam dentro do prprio territrio. O
nmero de visitantes estrangeiros representa 5,7% do
fluxoglobalou,emnmeroabsoluto,514milpessoas.
O percentual do fluxo turstico internacional da Bahiasobre o nmero total de turistas acompanha o nacional.
Em 2008, o Brasil registrou um fluxo total, de
128.505.000 turistas, sendo 123.479.000 de turistas
domsticos, que representam 96,1% do total, e
5.026.000 de turistas internacionais, que representam
3,9%dofluxototal.
Diversos aspectos compem o imaginrio do turista que
deseja visitar a Bahia. A pesquisa FIPE indicou ainda que
a maior parte dos consumidores, na verdade, motivado
por um conjunto de aspectos inseparveis. No se viaja
paraaBahiaapenasporcontadeumnicoelemento,por
mais importante que seja. Dentre os aspectos mais
citados daqueles que atraem turistas para a Bahia, estoas praias (37%), a beleza de uma maneira geral (26%), a
cultura e a histria(17%),o Carnaval e outras festas(9%),
opovo(5%),anatureza(3%)eagastronomia(3%).
Carnaval 2010 - Salvador
Grfico 3 : Por que sonha em viajar para a Bahia?
Natureza
3%
Gastronomia
3%
Praias
37%
Beleza
26%
Cultura e
histria
17%
Carnaval e
outras festas
9%
Povo
5%
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Contribuindo positivamente para alavancar a Bahia no
mercado turstico, podem-se enumerar os seguintes
aspectos:
A Bahia possui um portiflio de 27 destinos tursticos
diferenciados na suas caractersticas de oferta ao
mercado: Salvador, Imbassa, Praia do Forte, Costa do
Saupe, Mangue Seco, Itaparica, Cachoeira, Morro de
So Paulo, Boipeba, Mara/Barra Grande, Ilhus, Itacar,
Canavieiras, Una/Comandatuba, Porto Seguro, Arraial
d'Ajuda, Trancoso, Santa Cruz Cabrlia, Abrolhos, Prado,
Juaze i ro , Len is , R io de Contas , Mucug,
Palmeiras/ValedoCapo,JacobinaeValedoJiquiri;
1.200 km de costa atlntica localizada no centro do
litoral brasileiro e abrigando a primeira e a terceira
maiores baas do pas, respectivamente a Baa de Todos-
os-SantoseadeCamamu;
Rico acervo do patrimnio histrico arquitetnico
colonial em sua capital, Salvador, e cidades do Re-
cncavo, alm de outras localizadas na Chapada Dia-
mantina,CostasdoDend,CacaueBaleias;
Diversidade cultural representada pela msica, lite-ratura, artes plsticas, gastronomia, religiosidade, com
forteinflunciada culturaafro-brasileira;
Concentrao em um nico estado brasileiro de cinco
biomasdistintos:MataAtlntica,Caatinga,Cerrado,Cos-
teiroeMarinho;
Existncia de festas populares que na Bahia se
reproduzem em grandes dimenses: Carnaval e SoJoo;e,nosegmentoreligioso,aromariaaBomJesusda
Lapa;
Oferta de produtos distribudos em segmentos, alm
de sol e praia: Histrico-Cultural, tnico-Afro, GLS,
Golfe, Nutico, Ecoturismo, Negcios, Religioso, Es-
portivo,Enoturismo,Ruraleoutros.?
Praia do Espelho - Trancoso
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Complementando esta anlise, a Fundao Getulio
Vargas (FGV) vem realizando Estudo de Competitividade
nos anos de 2008 a 2011 nos cinco destinos indutores
definidos pelo MTur no Estado (Salvador, Porto Seguro,Mata de So Joo, Lenis e Mara). Os seus resultados
esto referenciados nas 13 dimenses (Infraestrutura
Geral, Acesso, Servios e Equipamentos Tursticos,
Atrativos Tursticos, Marketing, Polticas Pblicas,
Cooperao Regional, Monitoramento, Economia Local,
Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais, Aspectos
Ambientais e Aspectos Culturais) e 60 variveis de
competitividade do turismo elencadas por aquelaInstituio.
Com base nas informaes coletadas, a FGV atribui
pontos s perguntas e pesos s variveis, gerando notas
de 0 a 100 para cada dimenso. Tambm utiliza um
conjunto de pesos na ponderao das dimenses que,
por sua vez, resultou em um ndice global decompetitividade do destino. Analisadas as variveis,
alcana-se um valor que representa o grau de
competitividade do destino avaliado. Neste aspecto, a
cidade de Salvador, principal destino turstico do Estado,
alcanou em 2009 um ndice total de 73,8, que a coloca
em posio acima das mdias das capitais (59,3) e da
macrorregio Nordeste (48,9) onde se insere. Com
relao aos demais destinos baianos que compem ogrupo dos 65 destinos elencados pelo MTur, atinge-se
ndices menores que Salvador, o que demonstra a
necessidade de implementao das aes referentes s
dimensesacimadiscriminadasejdefinidaspelosseus
respectivos grupos gestores. Entretanto, no caso de Porto
Seguro, por tratar-se de um destino mais maduro, seusndices situam-se acima de todos os referenciais de
Brasil (52,0), no capitais (46,7) e macrorregio
Nordeste(48,9).
Elevador Lacerda - Salvador
Arraial dAjuda
Passarela do lcool - Porto Seguro
Praia do Espelho - Porto Seguro
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NovaGeografiaTurstica
Partindo-se do princpio de que a descentralizaoterritorial do turismo propicia desenvolvimento
socioeconmico de regies deprimidas economica-
mente, a reviso do zoneamento turstico da Bahia foi
realizada partindo-se do inventrio das potencialidades
tursticas dentre os 417 municpios baianos. Como
resultado, o mapa turstico da Bahia passou a contar com
13 zonas tursticas que incorporam 156 municpios,
conforme desenho a seguir e listagem dos municpios
disponibilizadanoApndicedestedocumento.
A vastido territorial e a imensa diversidade de cenrios,
tradies culturais e outros atrativos que configuram o
territrio baiano esto contemplados nas zonas tursticas,
cada uma delas recebendo a denominao caracterstica
de sua principal identidade fsica ou temtica. Essa
multiplicidade de atrativos propicia ao visitante, e
tambm ao investidor, uma variada gama de opes,favorecendo o aumento da permanncia mdia e da taxa
deretornodosvisitantes.
Principal porto de entrada para o turista que visita aBahia, essa zona turstica envolve a capital do Estado,
Salvador, alm dos municpios de Aratupe, Cachoeira,
Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus,
Maragojipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazar, Salinas da
Margarida, Santo Amaro, So Flix, So Francisco do
Conde,SaubaraeVeraCruz.
BaadeTodos-os-Santos
Caminhosdo Oesteo OesteWestern Bahia
Costa dos Coqueiros
Baa de Todos-os-Santos
Costa do Dend
Costa do Cacau
Costa do Descobrimento
Costa d as B al ei as Cam in ho s d o S ud oe ste
Zonas Tursticas - Bahia/Brasil
Caminhos do Serto
Chapada Diamantina
Caminhos do Jiquiri
Vale do So Francisco
Lagos e Canyons do So Francisco
Caminhos do Oeste
Baa deTodos-os-SantosAll Saints Bay
Costa dososta dosCoqueirosCoconut Coast
Costa doosta doDendDend Coast
Costa doosta doCacauCocoa Coast
Costa doosta doDescobrimentoDiscovery Coast
Costa dasosta dasBaleiasWhale Coast
ChapadaDiamantinaChapada Diamantina
Caminhos doJiquiriPathways to Jiquiri
Vale doSo FranciscoSo Francisco River Valley
Caminhosdo Sudoesteo SudoesteSouthwestern Bahia
Lagos e Canyons doSo FranciscoSo Francisco Lakes and Canyons
Pathways to the Serto
Caminhosaminhosdo Sertoo Serto
Forte de So Marcelo - Salvador
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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Rica em tradies e festas populares, a Baa de Todos-os-
Santos um verdadeiro caldeiro cultural que combina, de
maneira singular, elementos afro-brasileiros, europeus e
indgenas. Gastronomia, msica, teatro e vasto patrimnio
histrico so algumas das atraes dessa zona turstica,
que abriga tambm belezas naturais, como ilhas cobertas
de vegetao nativa e manguezais preservados. A prpria
Baa, que empresta o nome ao Estado, destaca-se como
elemento de integrao e acesso, oferecendo excelentes
condiesdenavegaoelazer.
A Baa de Todos-os-Santos atendida pelo Aeroporto
Internacional de Salvador, o quinto maior do pas, com
mais de 7 milhes de embarques e desembarques em
2009, e por um aeroporto para avies de pequeno porte,
em Itaparica. Possui um porto martimo para passageiros,
em Salvador, e terminais para a ligao de ferries-boats
entre Salvador e Itaparica. Conta tambm com servios
regulares de transporte rodovirio.Esta zona turstica foco
principal do projeto piloto de desenvolvimento do turismo
nuticoemexecuopelaSETUReMTur.
Mariscada
Convento Ordem Terceira - Cachoeira
Artesanato - Marogojipinho
Regata Aratu - Maragojipe
Ilha de Bom Jesus dos Passos
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CostadoDend
Localizada ao sul de Salvador, em rea contgua Baa de
Todos-os-Santos, a Costa do Dend composta pelos
municpios de Cairu, Camamu, Igrapina, Ituber, Mara,
Nilo Peanha, Presidente Tancredo Neves, Tapero e
Valena. Como o prprionome sugere, aqui se concentra a
cultura do dend, palmeira que d origem a um dos
ingredientes mais simblicos da culinria baiana o
azeite de dend. Devido ao seu litoral recortado onde se
sobressai a Baa de Camamu, a Costa do Dend apresenta
condies ideais para a prtica de uma variedade de
atividades nuticas direcionadas ao lazer e ao esporte.
Repleta de praias desertas, arquiplagos, relquias do
patrimnio histrico e pequenos povoados, a regio
preserva paisagens naturais intocadas, alm de
significativas manifestaes folclricas, produo
artesanal e variadagastronomia relacionadaprincipalmente
aos frutos do mar. Entre os cenrios naturais, destacam-se
mais de 100 km de praias, trs grandes ilhas e a pennsuladeMara,entreabaaeoOceanoAtlntico.
O Aeroporto de Valena permite a operao de aeronaves
tipo Boeing-737, existindo, ainda, pistas de pouso para
monomotores em Morro de So Paulo e na pennsula de
Mara. Outras modalidades de transporte como o rodovirio
e o martimo so tambm oferecidos com regularidade na
regio,queconta, em diversas localidades, com servios de
energia eltrica, gua potvel, saneamento e tele-
comunicaes.Barra Grande - Pennsula de Mara
Pennsula de Mara - Camamu
Morro de So Paulo - Cairu
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CostadoCacau
Compreendendo os municpios de Canavieiras, Ilhus,
Itabuna, Itacar, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruuca,essa regio tornou-se mundialmente famosa por
intermdiodashistriasdeamoreaventuracontadaspor
JorgeAmado.
Produtoradofrutoquedorigemaochocolate,aCostado
Cacau, que por longo perodo se destacou pela riqueza e
prosperidade, ainda hoje abriga considervel patrimnio
arquitetnico dos tempos ureos da lavoura cacaueira. O
modelo de explorao do cacau que utilizava a
vegetao nativa para fornecer sombra aos cacauais
contribuiu tambm para a preservao de significativosremanescentes de Mata Atlntica, hoje inseridos em
diversas unidades de conservao ambiental criadas na
regio.Almde200kmdepraiasdeareiasclaraseguas
mornas, o cenrio da regio complementado por rios,
lagoas, cachoeiras e cavernas. Preserva, tambm,
tradies populares diferenciadas. Os aeroportos deIlhus e Comandatuba (particular) tm capacidade para
receberaeronavesdotipoBoeing-737,eodeCanavieiras
permiteaoperaodeaviesdepequenoporte.
A regio conta ainda com o Porto Martimo de Ilhus e
com rodovias pavimentadas que atendem a diversas
localidades vizinhas. So oferecidos servios regulares
de energia eltrica, gua potvel, saneamento e
telecomunicaes.
Aeroporto de Ilhus
Ilha de Comandatuba - Una
Praia da Engenhoca - Itacar
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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CostadoDescobrimento
Considerada bero da histria e civilizao brasileiras, a
CostadoDescobrimentoformadapelosmunicpiosdeBelmonte, Eunpolis, Itabela, Porto Seguro e Santa Cruz
Cabrlia oferece um conjunto inigualvel de atrativos
histricos e naturais. Segundo maior destino turstico do
Estado, possui a mais extensa rede hoteleira da Bahia. A
regio abriga preservado conjunto histrico-arquitet-
nico que remonta aos primrdios da histria do Brasil,
alm de ecossistemas e paisagens des-lumbrantes,
dentreasquaissedestacampraias,falsias,manguezais,
rios e remanescentes de Mata Atlntica. Nessa regio,
encontram-se trs parques nacionais - o do Desco-
brimento, o do Monte Pascoal e o do Pau Brasil - alm de
reas de proteo ambiental e reservas indgenas. O
artesanatoindgenaetradiescomooreisado,osbailes
pastoris, a puxada do mastro e os mandus so elementos
preservadosdaricaediversificadaculturalocal.
A Costa do Descobrimento possui um aeroportointernacional, localizado em Porto Seguro, alm de
rodovias pavimentadas que ligam as principais
localidades da regio e permitem a oferta regular de
servios de transporte areo e rodovirio. abastecida de
energia eltrica, gua potvel, saneamento e
telecomunicaes,emdiversaslocalidades.
Recife de Fora - Porto Seguro
Centro Histrico - Porto Seguro
Reserva Jaqueira - Porto Seguro
Aeroporto de Porto Seguro
Hotel Terra Vista - Trancoso
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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CostadasBaleias
Composta pelos municpios de Alcobaa, Caravelas,
Itamaraju, Mucuri, Nova Viosa, Prado e Teixeira de
Freitas, a Costa das Baleias tem como principal atrao
turstica o fenmeno anual de migrao das baleias
jubarte, que pode ser observado no Parque Nacional
MarinhodeAbrolhos.
A esse belo espetculo, aliam-se a extensa e diversa
geografia submarina da regio, ideal para a prtica do
mergulho e de outros esportes nuticos, alm de outrasunidades de conservao terrestres e de tradies
folclricasdeinflunciaportuguesa.Aregiocontaainda
com outros atrativos, como o Parque Nacional do
Descobrimento, a Barra do Cahy local onde a
esquadra de Cabral fez o seu primeiro desembarque para
abastecimento de gua e o Museu Ecolgico Franz
Krajcberg, um espao cultural que se localiza em Nova
Viosa. A Costa das Baleias dispe de infraestrutura
bsica que inclui aeroportos em Caravelas e Teixeira deFreitas (para aeronaves de pequeno porte), rodovias,
servios de energia eltrica, abastecimento de gua e
telecomunicaes, alm de empresas que atendem ao
turismonuticoeaoecoturismo.
Arquiplago de Abrolhos
Ilha Redonda - Abrolhos
Casas da Marinha, Ilha de Santa Brbara - Abrolhos
Farol de Abrolhos
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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ChapadaDiamantina
Dividida em quatro circuitos Chapada Norte
(municpios de Andorinha, Bonito, Cam, Campo
Formoso, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon, Morro do
Chapu, Ourolndia, Piritiba, Sade, Senhor do Bonfim,
Utinga e Wagner); Circuito do Ouro (Abara, rico
Cardoso, Iramaia, Jussiape, Livramento de Nossa
Senhora, Paramirim, Piat, Rio de Contas, Rio do Pires e
Souto Soares); Circuito do Diamante (Andara, Ibicoara,
Iraquara, Itaet, Lenis, Mucug, Nova Redeno,
Palmeiras e Seabra); e Chapada Velha (Barra do Mendes,Brotas de Macabas, Central, Gentio do Ouro, Ipupiara e
Xique-Xique) a Chapada Diamantina a mais extensa
zona turstica da Bahia. Localizados na regio central da
Bahia, os municpios compreendidos nesses circuitos
tm a sua histria relacionada a momentos importantes
da vida nacional, como a explorao do garimpo do ouro
ediamantesnossculosXVII,XVIIIeXIX.
O cenrio dessa regio, mundialmente famosa por sua
rica biodiversidade, formado por paisagens de relevo
montanhoso,quedasd'gua,lagossubterrneos,almde
um grande nmero de nascentes, corredeiras, cnions ecavernas que a tornam um excelente local para a prtica
do turismo de aventura, esportes radicais e do turismo
ecolgico. Sua principal atrao o Parque Nacional da
ChapadaDiamantina.
atendida pelo Aeroporto de Lenis, com capacidade
para a operao de aeronaves do porte de um Boeing-
737, e cortada por rodovias pavimentadas at as
principais reas naturais. Possui servios regulares de
transporte areo e rodovirio e servios de energia
eltrica, gua potvel e telecomunicaes, em diversas
localidades.
Trs Morros - Palmeiras
Cachoeira Vu da Noiva - Itait
Poo Encantado - Iraquara
Centro Histrico - Lenis
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Pela sua dimenso, a Zona Turstica da Chapada
DiamantinaestsubdivididaemquatroCircuitos:
Temcomoprincipaisatrativosoricopatrimniohistrico,
o Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do
Capo, alm das relquias dos tempos de opulncia do
garimpo de diamantes, cachoeiras e rios. Principal
destino:Lenis.
Abriga grande diversidade de atrativos naturais,
histricos e culturais, como cachoeiras, piscinas
naturais, corredeiras, cavernas calcrias e pinturas
rupestres. Destaque para a Gruta da Mangabeira.
Principaldestino:RiodeContas.
Possui geografia peculiar, com grutas, cachoeiras e rios
protegidos por unidades de conservao, alm de stios
arqueolgicos, tradies culturais e gastronomia tpica
regional. Pela sua altitude mais elevada, apresenta baixas
temperaturas. Principais destinos: Jacobina e Morro do
Chapu.
Alm de atrativos naturais, a regio preserva
caractersticas histricas e costumes que se manifestam
nas festas regionais tradicionais. Principal destino:
GentiodoOuro.
- CircuitodoDiamante
- CircuitodoOuro
- CircuitodaChapadaNorte
- CircuitodaChapadaVelha
Cachoeira do Payays - Sade
Morro do Pai Incio - Palmeiras
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Estratgia Turstica da Bahia O Terceiro Salto
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ValedoSoFrancisco
Caracterizada pela influncia do Rio So Francisco, essa
zona turstica formada pelos municpios de Casa Nova,Cura, Juazeiro, Remanso e Sobradinho, tendo como
principais atrativos o Enoturismo e as atividades ligadas
pesca e aos esportes nuticos em geral, e as usinas
hidreltricasquecompempartedoconjuntodeproduo
energticadaCHESF.
A regio, alm de possuir o maior rebanho de caprinos de
todo o Brasil, vive um perodo de desenvolvimento
baseado na irrigao, que trouxe, entre outros benefcios,as videiras, que produzem vinhos de qualidade
reconhecida internacionalmente, coma particularidadede
produzir duas safras de uvas por ano. A SETUR considera
importante o desenvolvimento do segmento do
Enoturismo nessa regio, promovendo a visitao de
vincolas que colocam a regio em condies de oferecer
esteatrativoemplenosertobrasileiro.
Um dos produtores locais a Vincola Ouro Verde,
pertencenteaoMioloWineGroup,localizadanomunicpio
de Casa Nova a, aproximadamente, 60 km de Juazeiro,
que, em 2008, inaugurou um complexo Enoturstico
aberto visitao, compreendendo cantina, cave
subterrnea e sala de degustao, dentre outras
instalaes. Outro importante atrativo a maior represa do
mundo, conhecida como Lago do Sobradinho, com um
espelho de gua de 4 mil quilmetros quadrados e
capacidade de armazenamento de 34 bilhes de metroscbicos de gua oriunda do Rio So Francisco. As
condies naturais favorveis incentivaram a prtica de
esportes nuticos, especialmente vela,
. A pesca do surubim outra atividade
de lazer que atrai pescadores amadores e profissionais,
almdeserumaimportanteatividadeeconmica.
A infraestrutura bsica do Vale do So Francisco inclui o
aeroporto de Petrolina (cidade pernambucana separada
da baiana Juazeiro pelo Rio So Francisco), rodovias e
ser-vios de energia eltrica, saneamento e te-
lecomunicaes.
hobbie-cat, laser,
windesurfe e jet-ski
Lago do Sobradinho - Sobradinho
Rio So Francisco - Juazeiro
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CanyonseLagosdoSoFrancisco
Abrangendo os municpios de Abar, Glria, Paulo
Afonso, Rodelas e Santa Brgida, dentre os principaisatrativos desta zona turstica merecem destaque o maior
cnion natural navegvel do mundo, com paredes de
mais de cem metros de altura, represas e usinas
hidreltricas. Aessesatrativos somam-se caractersticas
fisiogrficas que permitem a prtica de diferentes
modalidades de esportes radicais (rapel, ,
tirolesa, e , asa-delta e escaladas,
entre outros), os quais vm gerando um fluxo turstico
significativoparaaregio.
O Complexo da Companhia Hidreltrica do So
FranciscoCHESF um dos grandes atrativos do
municpio de Paulo Afonso, mas no o nico. O visitante
ainda pode passear de catamar pelo cnion do So
Francisco e visitar um museu a cu aberto, com mais de
100stiosarqueolgicosdepinturasrupestresdatadasde
9milanos.
Outro atrativo a Cachoeira de Paulo Afonso, formada por
diversasquedasdeguaqueseespalhampelasrochasde
granito, recortada em plataformas assemelhando-se aimensos degraus, onde se destaca o Vu de Noiva. Vale
ressaltar que, com a construo das usinas, as guas que
formam a cachoeira foram represadas, e, em pocas
programadas, as comportas da barragem so abertas,
numespetculodeimpressionantebeleza.
A infraestrutura bsica dos Canyons e Lagos do So
Francisco inclui o aeroporto de Paulo Afonso, rodovias e
servios de energia eltrica, saneamento e teleco-
municaes.
canyoning
bungie-jump base-jump
Rio So Francisco - Paulo Afonso
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