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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE INDÍGENA REGIÃO: CERRADO TURMA II ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE INFECÇÕES GASTROINTESTINAIS AGUDAS NA ALDEIA SEGUNDA, POLO BASE JUINA, DSEI VILHENA. ANTONIO ABELARDO NEGRIN ABREU Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde Indígena, da Universidade Federal de São Paulo. Orientadora: Prof. (a) Juliana Gonçalves Fidelis SÃO PAULO 2017

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE INFECÇÕES ... · doenças. O universo serão o total das 10 famílias da aldeia Segunda, pertencentes a etnia Rikbaktsa, coincidindo

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Page 1: ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE INFECÇÕES ... · doenças. O universo serão o total das 10 famílias da aldeia Segunda, pertencentes a etnia Rikbaktsa, coincidindo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE INDÍGENA

REGIÃO: CERRADO – TURMA II

ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE INFECÇÕES

GASTROINTESTINAIS AGUDAS NA ALDEIA SEGUNDA, POLO

BASE JUINA, DSEI VILHENA.

ANTONIO ABELARDO NEGRIN ABREU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Especialização em Saúde Indígena, da

Universidade Federal de São Paulo.

Orientadora: Prof. (a) Juliana Gonçalves Fidelis

SÃO PAULO

2017

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ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE INFECÇÕES

GASTROINTESTINAIS AGUDAS NA ALDEIA SEGUNDA, POLO

BASE JUINA, DSEI VILHENA.

ANTONIO ABELARDO NEGRIN ABREU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Especialização em Saúde Indígena, da

Universidade Federal de São Paulo.

Orientadora: Prof. (a) Juliana Gonçalves Fidelis

SÃO PAULO

2017

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todas as comunidades

Indígenas do Brasil com o desejo de melhorar

suas condições de vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus, que com infinita bondade tem estado

pressente em todos os momentos do curso.

A minha filha Claudia por sua colaboração.

A minha prezada tutora Juliana, por sua ajuda insuperável ao longo do todo o

curso.

A minha professora Lavinia Santos De Souza Oliveira por seus ensinos e

infinita dedicação.

A minha orientadora Juliana por suas valiosas orientações.

Aos meus colegas de trabalho Claudia, Sidimara, Fatima e Weliton por sua

compreensão e valiosa colaboração.

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RESUMO

As infecções gastrointestinais agudas (IGA) são um complexo e heterogêneo

grupo de doenças causadas por diferentes germes que afetam o aparelho

digestivo, as crianças menores de cinco anos são as mais atingidas e

constituem o grupo no qual se verifica a maior letalidade, principalmente

quando existe associação com a desnutrição. As complicações mais frequentes

das diarreias são a desidratação, e a desnutrição, sendo estas causas

importantes de mortalidade infantil. Trata-se de um Projeto de intervenção, de

tipo descritivo-comparativo, sobre as diarreias e gastroenterites agudas de

origens infecciosas. O objetivo desse trabalho é estabelecer caracterização das

infecções gastrointestinais agudas, na aldeia Segunda, Pólo Base de Juina,

pertencente ao DSEI de Vilhena, município de Juina, estado de Mato Grosso, e

desenvolver ações educativas para lograr a prevenção e controle sobre estas

doenças. O universo serão o total das 10 famílias da aldeia Segunda,

pertencentes a etnia Rikbaktsa, coincidindo com a amostra do projeto. O

mesmo será feito em três etapas: diagnóstico, intervenção e avaliação. Com a

aplicação deste projeto educativo se prevê melhorar os conhecimentos da

comunidade indígena sobre as infecções gastrointestinais agudas e assim

poder adotar medidas eficazes de prevenção e controle, diminuir as

hospitalizações por essa causa, assim como minimizar as complicações,

considerando essa investigação como de alto impacto econômico e social.

Palavras-Chave: Comunidade - Indígena. Saneamento. Diarreias. Prevenção.

Ações educativas.

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RESUMEN

Las infecciones gastrointestinales agudas (IGA), son un complejo y

heterogéneo grupo de enfermedades causadas por diferentes gérmenes que

afectan el sistema digestivo. Los niños menores de cinco años son los mas

afectados y constituyen el grupo en el cual se constata mayor letalidad,

principalmente cuando estan asociadas a desnutrición. Las complicaciones

más frecuentes incluyen la deshidratación y la desnutrición, siendo estas

causas importantes de mortalidad infantil. Se trata de un proyecto de

intervención sobre las diarreas y las gastroenteritis agudas de origen

infeccioso, de tipo descriptivo-comparativo. El objetivo de este trabajo es

establecer una caracterización de las infecciones gastrointestinales agudas en

la aldea Segunda, del Polo base de Juina, perteneciente al DSEI de Vilhena, en

el municipio de Juina, estado de Mato Grosso, y desarrollar acciones

educativas para lograr la prevención y control sobre estas enfermedades. El

universo será el total de las 10 familias de la aldea Segunda, pertenecientes a

la etnia Rikbaktsa, coincidiendo con la muestra del proyecto. El mismo será

realizado en tres etapas: Diagnóstico, intervención y evaluación. Con la

aplicación de este proyecto educativo pretendemos mejorar los conocimientos

de la comunidad indígena sobre las infecciones gastrointestinales agudas y así

poder adoctar medidas eficaces de prevención y control, disminuir las

hospitalizaciones por esta causa, así como minimizar sus complicaciones,

considerando esta investigación como de alto impacto económico y social.

Palabras-Clave: Comunidad - indígena. Saneamento. Diarreas. Prevención.

Acciones educativas.

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LISTA DE SIGLAS

AIDS/HIV - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/Vírus da

Imunodeficiência Humana

DIP - Doenças infecciosas e parasitárias

DDA - Doenças diarreicas agudas

DSEI - Distrito sanitário especial indígena

EMSI - Equipe multidisciplinar de saúde indígena

CASAI - Casa de apoio a saúde do índio

ETC - E outras coisas

TI - Terra indígena

DST - Doenças sexualmente transmissíveis

NIC - Neoplasia Intraepitelial Cervical

PSFI - Programa de Saúde da Família Indígena

AIS - Agentes Indígenas de Saúde

IGA - Infecções Gastrointestinais Agudas

IRA - Infecções Respiratórias Agudas

PES - Planejamento Estratégico Situacional

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Área de abrangência do DSEI Vilhena, delimitado no extremo

esquerdo no mapa de Mato Grosso ................................................................. 38

Figura 2 - Área de abrangência do Polo base de Juina, delimitado no extremo

médio-superior direito no mapa de Mato Grosso ............................................. 38

Figura 3 - Polo base e CASAI de Juina ............................................................ 39

Figura 4 - Área de abrangência do município de Juina, delimitado no extremo

superior esquerdo no mapa de Mato Grosso ................................................... 39

Figura 5 - Rio Juruena, com 1240 km de extensão .......................................... 40

Figura 6 - Terra indígena Rikbaktsa ................................................................. 40

Figura 7 - Terra indígena Cinta Larga .............................................................. 41

Figura 8 - Coleta de castanha .......................................................................... 41

Figura 9 - Casas tradicionais indígenas, da etnia Rikbaktsa ............................ 42

Figura 10 - Condições inadequadas de saneamento ....................................... 42

Figura 11 - Terras indígenas, demarcadas, homologadas e reconhecidas pelo

Governo Federal .............................................................................................. 43

Figura 12 - Expedição de sabedores de medicina tradicional em busca das

ervas medicinais nas proximidades da aldeia da Curva ................................... 43

Figura 13 - Encontro de pajés na aldeia da curva ............................................ 44

Figura 14 - Parte da EMSI do Polo base de Juina ........................................... 44

Figura 15 - Aldeia Segunda .............................................................................. 45

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9

2 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................... 20

2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 20

2.2 Objetivos específicos............................................................................... 20

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 21

4 RESULTADOS ESPERADOS .................................................................... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 30

REFERÉNCIAS ................................................................................................ 34

ANEXOS .......................................................................................................... 38

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1 INTRODUÇÃO

A necessidade do estudo da política nacional de saúde dos povos

indígenas é essencial para que se conheçam as limitações que se revelam

quanto ao atendimento de suas demandas, e as possíveis implicações em seus

aspectos qualitativos de sobrevivência (1,3). A situação de saúde das

populações indígenas brasileiras, embora seja semelhante às da população

não indígena, assume características peculiares determinadas pela sua

especificidade cultural (6). Historicamente, as sociedades indígenas brasileiras

passam por acelerado processo de mudanças sócio-culturais e econômicas,

uma vez em contato permanente com a sociedade nacional. Tais mudanças

repercutem diretamente sobre os hábitos alimentares e o estado nutricional

desses grupos, principalmente durante o processo inicial de inserção na

economia de mercado regional, em decorrência disso, atividades básicas de

subsistência tendem a ser parcial ou totalmente abandonadas, levando à

redução na variabilidade alimentar e maior dependência em produtos

industrializados. Portanto, populações indígenas constituem grupos de alta

vulnerabilidade para a ocorrência de desnutrição protéico-energética, além de

outras carências nutricionais, especialmente em crianças (12).

Ao fenômeno de rápida transição, soma-se a elevada prevalência de

doenças infecto-parasitárias, muitas delas de introdução recente, contribuindo

para o agravamento do perfil de saúde dessas populações, estima-se que

aproximadamente 10,5 milhões de crianças menores de 05 anos morrem todo

ano nos países mais pobres, por doenças infecciosas e parasitárias,

principalmente pneumonia, diarreia, sarampo e AIDS/HIV (12,22). As doenças

infecciosas e parasitárias (DIP), têm ocupado um papel relevante entre as

causas de morte no Brasil. Este grupo de doenças está diretamente associado

à pobreza e à qualidade de vida, enquadrando patologias relacionadas a

condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além disso, a análise

do comportamento das DIP pode servir para avaliar as condições de

desenvolvimento de determinada região entre níveis de mortalidade e

condições de vida da população (4,22).

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As doenças diarreicas e as infecções respiratórias agudas constituem

uma das primeiras causas de mortalidade nessa população, principalmente

para as crianças (6,21). As condições higiênico–sanitárias deficientes

encontradas em diversas áreas indígenas fazem com que a diarreia apresente-

se como doença endêmica, com frequentes surtos epidêmicos. Suas

complicações são causas importantes de mortalidade infantil, as crianças

menores de cinco anos são as mais atingidas e constituem o grupo no qual se

verifica a maior letalidade, principalmente quando existe associação com a

desnutrição. Esse quadro epidemiológico evidencia as precárias condições

sanitárias nas áreas indígenas propiciando a ocorrência de agravos que

poderiam ser reduzidos com ações sistemáticas e contínuas de atenção básica

à saúde (1, 3, 4, 6).

Com mais de 4 bilhões de casos por ano a diarreia é a doença que

mais aflige a humanidade, entre as causas dessa doença destacam-se as

condições inadequadas de saneamento (6). Como se pode observar há uma

relação direta entre saneamento e saúde, a situação precária do saneamento

no Brasil possui uma relação direta com os principais indicadores de saúde

apresentados no país, a associação do saneamento com a saúde, não se limita

a indicadores pontuais como as infecções do trato intestinal, atingindo aspectos

mais gerais como a mortalidade infantil e expectativa de vida (11, 22). Os

principais agentes biológicos encontrados na água contaminada são as

bactérias patogênicas, os vírus e os parasitas, os quais são responsáveis pelos

numerosos casos de doenças infecciosas e parasitárias, enterites e diarreias

infantis, em alguns casos com resultados letais. Os esgotos sanitários também

constituem um importante veículo de transmissão de doenças, principalmente,

aquelas do aparelho intestinal, com propagação de enteropatógenos de

veiculação feco-oral (6, 7, 14, 16, 20).

A precariedade das condições de saneamento, característica marcante

das áreas indígenas, associada a um certo grau de sedentarismo e a hábitos

culturais, alimentares e de higiene pessoal são os principais fatores

responsáveis pela alta prevalência das parasitoses intestinais nessas

comunidades (2, 14, 20). A doença diarreica aguda é considerada um grave

problema de saúde pública de países em desenvolvimento atingindo,

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principalmente, crianças menores de cinco anos de idade, os efeitos

fisiológicos mais importantes são desidratação e desnutrição que dificultam o

ganho de peso e altura nas crianças, e pode ocasionar retardo no intelecto

infantil (1, 6, 7, 8, 9, 10, 20, 22). A diarreia caracteriza-se como uma síndrome

que pode ser causada por uma grande variedade de agentes etiológicos,

muitos dos quais encontram um ambiente adequado para a proliferação nas

aldeias indígenas, que em geral carecem de saneamento básico (1, 5, 6, 7). Os

principais agentes etiológicos identificados nas comunidades indígenas de

Brasil foram bactérias (Escherichia coli enterotoxigênica e Shigella sp.), assim

como protozoários (Giardia lamblia e Entamoeba histolytica) (2, 5, 6, 7, 13, 14,

16, 19, 20). Os rotavírus figuram dentre as principais agentes que ocasionam

diarreias entre os indígenas do Brasil (1, 2, 5, 6, 7, 13, 14). Estes dados são

consistentes com uma investigação realizada recentemente na minha ária de

abrangência como parte do estudo avaliativo do perfil epidemiológico dessas

etnias. Restam poucas dúvidas de que as condições de saúde dos povos

indígenas são precárias, colocando-os em uma posição de desvantagem em

relação a outros segmentos da sociedade nacional (1, 2, 3, 5, 6, 14). As

doenças diarreicas continuam sendo uma das maiores causas de morbidade

nas comunidades indígenas de minha área de abrangência e possuem relação

estreita com a desnutrição infantil. A complicação mais frequente e imediata

das diarreias é a desidratação, caracterizada por um desequilíbrio

hidroeletrolítico, por conta disto a base do tratamento é a reposição de líquidos.

Outra consequência importante, em médio prazo, é a desnutrição,

principalmente quando se apresentam episódios repetidos e frequentes.

Anualmente 2.2 milhões de mortes de crianças são devidas á desidratação

causada por diarreia, comumente agravada pela desnutrição (6, 7). Destaca-se

em posição central a interação sinérgica entre a síndrome diarreica e a

desnutrição, chama a atenção para a magnitude desse problema, dando

ênfase ao fato de que as infecções entéricas constituem fatores precipitantes e

agravantes da desnutrição e esta, por sua vez, influi na patogenia dos

processos diarreicos, essa interação explica a razão pela qual as doenças

diarreicas constituem a causa básica mais importante da mortalidade na

infância (17, 20).

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Apesar da reconhecida importância em termos de saúde pública, são

poucos os trabalhos que incluem informações sobre o estado nutricional de

populações indígenas brasileiras (12). As doenças diarreicas constituem

importante problema de saúde em populações indígenas de Rondônia,

perfazendo porcentagem expressiva da morbidade, principalmente em crianças

(7, 15). É importante que haja um aprimoramento do sistema de informação em

saúde para que se disponha de melhores bases para planejar e atuar no

controle dessa endemia (6, 7).

A concentração de domicílios, a alta concentração de indivíduos nos

domicílios, o sedentarismo, a convivência direta com animais domésticos, a

alta concentração de fezes expostas no peridomicilio, o não ser frequente o

hábito de lavar as mãos e alimentos, aliados à falta de infraestrutura adequada

de abastecimento de água potável e coleta de dejetos, criam um ambiente

propício à propagação de enteropatógenos de veiculação hídrica e alimentar,

as doenças infecciosas intestinais denunciam problemas com hábitos

alimentares, saneamento básico e tratamento da água (1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10,

14, 20).

Diversos estudos têm demonstrado uma relação estreita entre

amamentação e introdução de novos alimentos, acarretando variações nos

graus de proteção e exposição a patógenos intestinais e, consequentemente,

na incidência de doenças diarreicas em crianças, nos primeiros meses de vida,

crianças indígenas geralmente são mantidas exclusivamente com

amamentação, o que lhes confere maior proteção, ao iniciar o processo de

desmame e a introdução de novos alimentos, o grau de exposição a patógenos

intestinais aumenta consideravelmente (6, 7). A desnutrição repercute nos

indivíduos menos favorecidos, os quais se tornam susceptíveis a os agentes

desencadeadores (4). É importante que se destinem em paralelo as

campanhas de saúde desenvolvidas pela FUNASA e FUNAI, uma ação

educativa voltada a construção de novos referenciais destinados a prevenção

da saúde entre essas populações, especialmente no sentido de garantir

melhores níveis de alimentação e higiene nas aldeias, para que se venham a

ter novas perspectivas de qualidade de vida (3). A assistência à saúde é

fundamental para que a população possa ter melhores expectativas, dentre

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estas, o funcionamento dos postos de saúde, a presença de médicos,

enfermeiros, medicamentos, e também o suprimento alimentar para que se

tenha melhores condições de vida nas aldeias (3, 18). É primordial a promoção

de ações de saúde e a implementação de políticas públicas de saneamento,

com fornecimento de água de adequada qualidade e recolhimento de dejetos

humanos e domiciliares para evitar a degradação ambiental e melhorar a

qualidade de vida dos povos indígenas (20).

Pesquisas realizadas nas comunidades de minha área de abrangência

mostram que muitos pais não utilizam os sinais de alarme precoce como um

critério para definir a necessidade de levar as crianças a um serviço de saúde e

por isso, associado a uma alta incidência de casos graves. É muito importante

aprender a reconhecer os sinais de alerta ou sinais gerais de perigo que

possam apresentar as crianças com DDA, entre eles encontram-se:

Convulsões, gemência, não conseguem beber nem mamar, vomita tudo que

ingere, sinal da prega (a pele volta lentamente ou muito lentamente ao estado

anterior), olhos fundos, palidez palmar acentuada, tempo de enchimento capilar

> 2 segundos, emagrecimento acentuado, edema em ambos os pés, toxemia,

cianose, hipoxemia, apneia, dificuldade de alimentar, vômitos e desidratação.

Podem apresentar também alterações do sensório como sonolência, confusão

mental, letargia, inconsciência e irritabilidade, assim como Instabilidade

hemodinâmica com os pulsos finos, perfusão lenta e taquicardia.

A área de abrangência do distrito sanitário especial indígena de Vilhena

(DSEI-Vilhena) (Figura 1, página 38), é no sul e sudeste de Rondônia e norte e

noroeste de Mato Grosso em um total aproximado de 5.5 milhões de hectares

de territórios indígenas subdivididos em 18 terras indígenas, inseridas em 18

municípios. O DSEI-Vilhena tem sede no município de Cacoal e sua

implantação ocorreu no mês de novembro de 1999. O DSEI Vilhena possui 04

Polos Base tipo II localizados em 4 municípios. O Pólo Base (Figura 2, página

38). serve de referência para os indígenas e rede de atenção ao sistema

público de saúde, as equipes multidisciplinares prestam atendimento voltado á

atenção básica de saúde em conformidade ao programa estratégico de saúde

da família, em casos que não são solucionáveis em aldeias os pacientes

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indígenas são referenciados para a casa de apoio á saúde do índio (CASAI)

(Figura 3, página 39).

A pesquisa será desenvolvida no município de Juina (Figura 4, página

39), numa comunidade indígena com árias de abrangências neste município,

pertencente ao Pólo Base de Juina , DSEI Vilhena, no estado do Mato Grosso.

O clima é geralmente tropical, com florestas de terra firme, e com

predominância da floresta amazônica, a temperatura media oscila entre os 27 e

34 graus e existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano, no seu

percurso encontramos muitas cachoeiras e correntezas. O Município de Juína

deriva-se de nome de origem indígena, da etnia Pareci, de grafia “zui-uína”,

que significa - Rio do gavião, Também há a possibilidade de originar da etnia

Cinta Larga “ju-hi-iña” (27). A denominação Juína é referência geográfica ao rio

Juína-Mirim, a região foi primeiramente habitada por povos das nações Cinta

Larga, Rikbatsa e Ena-wenê-nawê, o território do município de Juína abriga

duas enormes áreas indígenas e há ainda a Estação Ecológica Iquê-Juruena

(27).

Os povos presentes no meu território são os Rikbaktsa e os Cinta

larga. Os Rikbaktsa, conhecidos como “orelhas de pau” ou canoeiros, não se

sabe ao certo de onde vieram e há quanto tempo ocupam a região, ainda que

por seu extenso e detalhado conhecimento sobre a geografia, a flora e a fauna

local, sua permanência no território é com certeza muito antiga (24). Essa

suposição é ainda reafirmada por seus mitos, que localizam nesses territórios

muitos dos acontecimentos formadores desses povos (24). Tidos como

guerreiros ferozes na década de 1960, vivem na bacia do rio Juruena (Figura 5,

página 40), no noroeste do mato grosso, em duas terras indígenas contiguas,

Erikpatsa e Japuíra e em uma terceira mais ao norte, na margem esquerda do

rio juruena, Escondido (23, 24). (Figura 6, página 40). Na minha área de

trabalho eles são distribuídos em 33 aldeias, constituindo 1517 habitantes,

ocupando uma extensão territorial de 401.383 hectares. Representantes mais

ocidentais do tronco macro-jé, são os únicos falantes não Tupi nesta região

(24). Sofreram o contato na década de 50 através de missionários Jesuítas da

MIA, durante o contato foram transferidos para o internato de Utiariti e lá foram

impedidos de se comunicar na língua Rikbaktsa e obrigados a adotar o

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português como língua geral (23, 24). Os sobreviventes deste período, ao

mesmo tempo em que, sofreram uma grande perda da cultura tradicional,

adotaram costumes regionais, a língua portuguesa e a escrita (24). Os Cinta

larga ou cinturão largo, localizados no sudoeste da Amazônia Brasileira,

habitavam a região próxima á fronteira entre Rondônia e Mato Grosso,

compreendendo parte dos dois estados (Figura 7, página 41), usavam algum

tipo de cinto (uma larga cinta de entrecasca de árvore em volta da cintura) (25,

26, 27). Eles habitam quatro terras indígenas contiguas, são elas, Parque

Aripuanã, área Roosevelt, área Serra Morena e área Aripuanã (25, 26, 27). Os

Cinta larga relacionados com a minha área de trabalho vivem ao sul e ao norte,

em terras do parque Aripuanã e área Serra Morena, distribuídos em 11 aldeias,

constituindo 322 habitantes e ocupando uma extensão territorial de 317,536

hectares. A população domina a língua materna Tupi Mondé e mantém traços

culturais e identidade, apesar dos mais de 45 anos de contato intermitente com

a sociedade nacional e diversos conflitos e intervenções socioeconômicas e

ambientais (25, 26, 27). Os primeiros contatos com os Cinta Larga iniciaram a

partir de 1960. Constatam-se relatos de uma nação de aproximadamente cinco

mil índios desconhecidos (27).

As atividades econômicas desenvolvidas são a pesca, caça,

agricultura, coleta e o artesanato (23, 24, 25, 26, 27). A maior atividade

econômica destas duas etnias é a coleta de castanha do Brasil (Figura 8,

página 41). O que vem causando impacto no condicionamento de morbidade é

o grande consumo de alimentos industrializados. Suas casas são construídas

com as paredes de madeira, o teto pode variar desde madeira, telhas ou guano

(Folhas de palmeiras), e no chão pode ser de terra, madeira e com menos

frequência de cerâmica (Figura 9, página 42), podem-se encontrar casas com

paredes de guano (folhas de palmeiras), teto de guano e chão de terra. As

condições de saneamento geralmente são precárias (Figura 10, página 42), a

maior dificuldade em oferecer maiores condições de saneamento a algumas

etnias é em decorrência a grande migração da população para outras regiões e

criação de aldeias novas em pequenos períodos de tempo. Em sua maioria as

terras indígenas de abrangência ficam em torno de rios. As fontes de água

variam desde água corrente dos rios até instalações de água fornecida dos

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poços, o sistema de abastecimento de água está composta de lavanderias,

rede de água encanada, e poços tubulares.

A relação com a sociedade nacional hoje em dia decorre de modo

pacífico, não obstante a ocupação econômica de fazendeiros, latifundiários,

madeireiros e empresas de construção civil vem ameaçando os territórios e

direitos indígenas. Assim tem sido construídos hotéis turísticos nas margens do

rio Juruena em terras indígenas, com barcos turísticos que surf suas águas.

Também e digno de nota a presença de pescadores e caçadores aleatórios em

territórios indígenas. Todas essas atividades vem ameaçando os direitos

conquistados sobre a terra, modos de vida e de organização social, o que

reflete imediatamente sobre o processo saúde e doença e a relação com a

sociedade envolvente. As terras indígenas estão demarcadas, homologadas, e

reconhecidas pelo governo federal (Figura 11, página 43), os municípios do

entorno da TI tem a economia baseada em atividades extrativistas e no

agronegócio (soja e pecuária extensiva), além de serviços e comércio. O

impacto da ocupação na região vem sendo sentido pela deterioração da

qualidade da água dos rios, utilizada para o consumo, e pela diminuição da

caça e da pesca, fontes importantes de alimentos para a população.

Os componentes da dinâmica populacional local são dados por um

perfil demográfico marcado por elevadas taxas de natalidade e de fecundidade,

com uma taxa bruta de natalidade ou coeficiente de natalidade elevada; Perfil

demográfico característico de uma população preponderantemente jovem, com

pouca população nos grupos de 20 a 60 anos de idade, como consequência, a

razão de dependência jovem é muito elevada. As taxas de ocorrência

(incidência e prevalência), são dadas pela alta morbidade por desnutrição

encontrada fundamentalmente em crianças de 1 a 4 anos de idade, com alta

taxa de prevalência de déficit ponderal para a idade em crianças menores de

cinco anos de idade. Informações de um banco de dados a partir dos

atendimentos no território mostram alta morbidade por doenças infecciosas e

parasitárias tais como doenças diarreicas e gastroenterite de origem infeccioso

e helmintiasis, encontradas sobre tudo no grupo de 1 a 4 anos de idade, com

alta ocorrência de parasitoses encontradas em crianças menores de cinco anos

de idade; Elevada morbidade encontrada por doenças do aparelho respiratório,

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sobre tudo nos grupos de menores de 1 ano a 14 anos de idade; Baixa

incidências de doenças infectocontagiosas, como a tuberculose, mas elevadas

nas DST; Crescentes taxas de incidência de doenças crônicas não

transmissíveis, como a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus e a

obesidade; Alterações encontradas nos exames de citologia oncótica de colo

uterino, com crescentes taxas de incidência de NIC I e NIC II; Baixas taxas de

ocorrência de doenças endémicas tais como hanseníase e leishmaniose e

nenhuma ocorrência de dengue ou malária. As taxas de mortalidade geral,

específica por faixas etárias, proporcional, e infantil são baixas.

Infelizmente as praticas tradicionais de atenção á saúde vem

diminuindo dentro das comunidades. O autocuidado é realizado em sua maioria

pela população mais velha. As prevenções e curas são realizadas pelas mães

conhecedoras de ervas medicinais, as quais utilizam para o uso próprio ou em

seus filhos (Figura 12, página 43). Os anciões prescrevem o tratamento

alternativo para membros da comunidade e os pajés fazem “serviços de

pajelança” realizando tratamentos espirituais (Figura 13, página 44). Os

especialistas tradicionais indígenas são pajés, rezadores, raizeiros e parteiras.

Os serviços de saúde da biomedicina disponíveis em minha área de trabalho

são de atenção primária ou básica, dada pelo programa de saúde da família

indígena (PSFI). Estes serviços são realizados por as EMSI (Figura 14, página

44), que por sua vez, são compostos por médicos, odontólogos, enfermeiros,

técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas, técnicos de saneamento

básico, técnicos de combate a endemias, agentes indígenas de saúde (AIS) e

assistência social; As estruturas dos serviços de saúde da biomedicina em

minha área de trabalho se localizam nas aldeias e são formadas por as

unidades básicas de saúde (postinhos médicos); e na cidade representada pela

CASAI.

Nossa área de estudo é a aldeia Segunda (Figura 15, página 45), que

têm uma população de 112 habitantes sendo da etnia Rikbaktsa, a alta

incidência de Infecções diarreicas agudas tem sido um grande problema de

saúde através dos tempos. Sendo um dos motivos de consulta mais frequentes

da população, incrementando também o número de encaminhamentos até os

serviços especializados, assim como um gasto maior de recursos financeiros e

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logísticos, como medicamentos e combustível. Outro problema importante de

saúde presente na aldeia é a alta ocorrência de desnutrição encontrada sobre

todo em crianças de 1 a 4 anos de idade (14,2 %), com alta taxa de prevalência

de déficit ponderal para a idade em crianças menores de cinco anos de idade

(26,6 %). Embora no último ano as Infecções gastrointestinais agudas não têm

influído na mortalidade da área, com uma mortalidade proporcional por doença

diarréica aguda em menores de cinco anos de idade = 0, sua morbidade tem

sido alta, segundo dados estadísticos do Pólo Base e da pesquisa de campo,

no ano 2016 se constataram 30 casos de DDA na aldeia, representando um

26,78 % da população em geral e deles 10 casos ocorreram no grupo de 1 a 4

anos de idade, representando um 71,4 % para esse grupo.

Apesar da importância das diarreias nas populações indígenas, poucas

investigações epidemiológicas têm sido conduzidas nesse contexto, há a

necessidade de estudos epidemiológicos sobre as doenças diarreicas na

infância a fim de prover mais informações para melhorar sua prevenção e

manejo (5, 7). Faz-se necessárias pesquisas mais abrangentes de forma a

elucidar as inter-relações entre mudanças socioculturais e econômicas e o

estado de saúde desses grupos que apresentam elevadas prevalências de

desnutrição protéico-energética, anemia e parasitismo intestinal (12). É

importante abordar este problema no território a fim de agir sobre os principais

determinantes susceptíveis de ser modificados. As estratégias e ações iriam

destinadas a modificar favoravelmente estes determinantes e condicionantes

para o benefício das comunidades indígenas da minha área de abrangência, e

fundamentalmente modificar as precárias condições de saneamento e o estilo

de vida das comunidades. As infecções gastrointestinais agudas são uma das

causas mais importantes de ocorrência dentro das doenças infectocontagiosas.

O estudo tem como finalidade buscar soluções para os problemas sociais e de

saneamento verificados na comunidade, onde com a colaboração e

cooperação de toda a equipe de saúde em dialogo com lideranças indígenas e

a comunidade será possível desenvolver um projeto no qual busquemos mudar

os hábitos e estilos de vida destas pessoas. Com isso, de forma gradativa,

conseguiremos resultados positivos no que diz respeito aos casos de infecções

gastrointestinais agudas encontrados nesta região. Desta forma, a partir do

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exposto neste trabalho é que nos motivamos a fazer este tipo de estudo na

área do Pólo Base de Juina, do DSEI Vilhena, no município de Juina, estado de

Mato Grosso, com a hipótese de que se melhoramos os conhecimentos sobre

as infecções gastrointestinais agudas, obtemos uma melhor qualidade de vida

da população indígena, diminuíram os motivos de consulta por esta causa,

diminuíram os encaminhamentos para longa distância, ajudaremos na

economia dos recursos financeiros e logísticos ao estado e, além disso,

estaremos contribuindo na redução da mortalidade tanto infantil como geral da

população.

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2 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.1 Objetivo geral

Implantar uma estratégia de intervenção educativa para fazer prevenção

e controle das infecções gastrointestinais agudas na aldeia indígena

Segunda, do Pólo Base de Juina, DSEI de Vilhena no estado do Mato

Grosso.

2.2 Objetivos específicos

Descrever as condições ambientais e o quadro de infecções

gastrointestinais agudas na aldeia indígena Segunda, do Pólo Base de

Juina, DSEI de Vilhena no município de juina, estado do Mato Grosso;

Estimular o trabalho educativo da EMSI e das lideranças indígenas, o

autocuidado, as medidas de higiene e profilaxia e o aleitamento materno

no território;

Promover dialogo entre equipe e comunidade indígena para identificar

aspectos sociais e de saneamento a serem melhorados;

Estimular a promoção e prevenção de saúde da comunidade em relação

ás diarreias e gastroenterites agudas de origem infecciosas.

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3 METODOLOGIA

Se realizará um projeto de intervenção educativa em saúde para

melhorar os conhecimentos sobre as diarreias e as gastroenterites de origem

infeccioso. O projeto de intervenção consiste em um estudo descritivo e

exploratório do tema, já que não existem conhecimentos prévios acabados

sobre o fenômeno que se estuda, devido a que não há pesquisas ou hipóteses

bem definidas ao respeito, Trata-se de um estudo transversal prospectivo,

observacional descritivo, tipo pesquisa quantitativa e descritiva de enfoque

epidemiológico.

O projeto nos permite conhecer as condições ambientais e o quadro

das infecções gastrointestinais agudas na aldeia Segunda. Para alcançar os

objetivos decidimos analisar o total das 10 famílias que integram á aldeia,

coincidindo com a amostra do projeto. Pertencentes a etnia Rikbaktsa, elas são

atendidas por o Pólo Base de Juina, pertencentes ao DSEI de Vilhena, no

município de Juina, estado de Mato Grosso. O cenário de intervenção será a

aldeia Segunda.

A pesquisa caracteriza-se por um processo de envolvimento da

comunidade, onde o publico terá um papel ativo na troca de conhecimento e

análise de aspectos importantes sobre infecções gastrointestinais agudas. Os

moradores serão orientados sobre a proposta do Projeto e como este será

desenvolvido, a fim de serem sensibilizados para a importância do mesmo e

motivados a participar. Ao final, será promovido um momento de discussão

para o levantamento de possíveis dúvidas dos participantes. Também irão

participar da intervenção a EMSI que atende a esta área de saúde, assim como

agentes comunitários de saúde, especialistas tradicionais indígenas e líderes

comunitários.

Para elaboração do projeto de intervenção serão utilizado o método de

planejamento estratégico situacional (PES), sendo este um método de

estimativa rápida que constitui um modo de se obter informações sobre um

conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o seu enfrentamento,

por meio do qual, após processados os problemas identificados no diagnóstico

situacional da ária de abrangência da EMSI, serão elaborado um plano de ação

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para intervenção sobre o problema identificado como prioritário. Para

caracterização epidemiológica da diarreia, as variáveis de interesse foram ás

relativas a características sócio-demográficas tais como faixa etária e local de

moradia; económicas e ambientais, assim como possíveis fatores de risco tais

como realização de viagens recentes, participação em festas ou eventos,

locais de trabalho e estudo, contato anterior ao quadro com individuo doente,

de realização de refeição suspeita, tipos de alimentos envolvidos, condições de

saneamento e higiene do domicilio, pobres hábitos de higiene como não lavado

das mãos antes das refeições e uso inadequado dos sanitários instalados fora

dos domicílios, presença de instalações sanitárias no interior do domicílio, tipo

de abastecimento da água, consumo de água corrente e destino do esgoto e

do lixo familiar como a acumulação de lixo entorno das aldeias, outras variáveis

de interesse são, fecalismo ao ar livre, má higiene pessoal e comunitária,

concentração de domicílios, baixo nível cultural, ignorância, pobreza,

convivência direta com animais domésticos como cachorros, gatos e macacos

os quais são transmissores de importantes doenças para a população.

Para o desenvolvimento do plano de intervenção, a informação se

obteve mediante um Diagnóstico Situacional do território que foi realizado

inicialmente. Consultou-se a base de dados do DSEI, e os dados fornecidos

pelos agentes comunitários de saúde para construção do referencial teórico,

uma revisão bibliográfica e documentária sobre temas relacionados com

diarreia e gastroenterites de origem infeccioso foi realizada na biblioteca da

FUNAI do município e biblioteca virtual de aprendizagem como livros, teses,

artigos científicos, revistas especializadas e pelo Google, explanando sobre a

abordagem da temática de forma a expor os diversos entendimentos

existentes, nas palavras de Cervo e de Berviam (1976), a pesquisa bibliográfica

procura explicar um problema a partir de referencias teóricas publicadas em

documentos. Para a revisão da literatura utilizamos o método integrativo,

revisando rigorosamente e combinando estudos com diversas metodologias,

integrando seus resultados. Este método permite a combinação de dados que

podem ser direcionados á lograr melhores resultados sobre um determinado

tópico. A combinação de pesquisas com diferentes métodos combinados na

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revisão integrativa amplia as possibilidades de análise da literatura. Em folhas

colunas se coletou informação necessária sobre:

-Deterioração da qualidade da água dos rios, utiliza para o consumo;

-Sérios problemas de saneamento, como a acumulação de lixo entorno da

aldeia, refletindo as precárias condições sanitárias e de saúde da população,

assim como:

.Fecalismo ao ar livre.

.Má higiene pessoal, domestica e comunitária em geral.

.Consumo de água corrente.

.Pobres hábitos de higiene como não lavado das mãos antes das refeições e

uso inadequado dos sanitários instalados.

.Concentração de domicílios.

.Convivência direta com animais domésticos tais como cachorros, gatos, e

macacos os quais são transmissores de importantes doenças para a

população.

.Falta de infraestrutura adequada de coleta de dejetos.

-Rápida expansão da ocupação do território de entorno das terras indígenas.

-Diminuição da caça e da pesca, fontes importantes de alimentos para a

população, hábitos alimentares inadequados.

-Mudanças aceleradas no estilo de vida, com a introdução e a dependência

cada vez maior de alimentos industrializados, processados, como

consequência da dificuldade para obter os alimentos tradicionais. Escassez de

alimentos.

-Consumo de álcool; sedentarismo e desemprego.

-Processo de desmame e a introdução de novos alimentos, com variações nos

graus de proteção e exposição a patógenos intestinais.

Estas determinantes reflitam sobre os altos índices de morbidade por

doenças infecciosas e parasitárias assim como por desnutrição, elas nos

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permitem a descrição de características socioeconômicas, demográficas e

ambientais da população indígena, para caracterização epidemiológica das

infecções gastrointestinais agudas e fundamentalmente da doença diarreica

aguda com a finalidade de avaliar a identificação precoce de surtos e\ou

epidemias.

Após a etapa diagnóstica, na intervenção, se programaram atividades

educativas em saúde para melhorar os conhecimentos sobre as infecções

gastrointestinais agudas. Estas ações de educação em saúde e promoção da

saúde se programam observando as necessidades da comunidade, focadas na

troca de conhecimentos de forma instrutiva, integrada e articulada as doenças

gastrointestinais agudas e tendo em consideração seu ambiente cultural

diferencial e o conhecimento prévio dos integrantes da aldeia sobre diarreias e

gastroenterites de origem infeccioso. A capacitação aos AIS, enfermeiros, e

técnicos e auxiliares de enfermagem foi fundamental, assim como estratégias

para o enfrentamento dos problemas de saúde com os familiares. Estas

atividades educativas contemplam rodas de conversas, reuniões, leituras,

oficinas, palestras, visitas domiciliares, dramatizações e mapas

epidemiológicos. As ações e estratégias preventivas de educação em saúde e

promoção da saúde programada são:

- Alimentação saudável com, fibras, frutas, legumes e grãos. Evitar frituras,

doces e massas. Restringir o uso de alimentos gordurosos e com alto dor

calórico.

-Autocuidado e medidas de higiene e profilaxia, uso de calçados, higiene das

mãos, higiene dos alimentos.

-Trabalho educativo, melhoria do nível educacional.

-Mudança de estilo de vida.

-Beber água potável, não ingerir água corrente, fazer repositório de água,

abastecimento público de água.

-Trabalhar no saneamento básico das aldeias, para garantir o fornecimento de

água adequado e mantido, de boa qualidade para o consumo, garantir locais

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para o destino das fezes e de lixo, coleta de lixo para evitar a acumulação de

fezes e de lixo entorno das aldeias. Combate ao inseto vetor.

-Adoção de novos hábitos de higiene como lavar as mãos antes das refeições

e adequado uso dos sanitários instalados.

-Melhoras sanitárias domiciliares.

-Oferta de água potável e esgoto sanitário doméstico para promoção da saúde.

-Tomar todas as medidas de higiene ambientais necessárias e educar as

pessoas para garantir o cuidado e a limpeza das aldeias assim como o

tratamento adequado da terra e combate aos insetos.

-Instalar cloradores nas fontes de captação de água das aldeias.

-Investigar 100% das ocorrências de surtos de diarreia nas aldeias por

veiculação hídrica.

-Realizar capacitação para formação de novos profissionais de saneamento.

-Incentivar o aleitamento materno exclusivo até 06 meses de idade através de

rondas de conversas, oficinas e palestras nas comunidades; educação em

saúde junto ás mulheres indígenas, e fornecer equipamentos e materiais para o

acompanhamento nutricional das crianças.

-Garantir suporte nutricional para as crianças com muito baixo peso e outros

grupos prioritários, fazer oficinas na aldeia com crianças baixo peso.

-Realizar capacitação voltada para vigilância nutricional e alimentar com os

AIS.

-Realizar palestras educativas sobre a importância do aleitamento materno,

nutrição adequada, e condições de higiene das crianças.

-Realização de ações educativas em saúde para as comunidades indígenas,

abordando temas para saúde mental nas aldeias. Tais como rondas de

conversas, reuniões, leituras, oficinas, palestras e mapas epidemiológicos

abordando as altas taxas de prevalência de consumo excessivo de álcool

refletindo sobre as comunidades indígenas.

-Disponibilizar sulfato ferroso, ácido fólico e vitamina A.

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-Realizar a avaliação das crianças com desnutrição por um nutricionista.

-Fazer conversas sobre desnutrição e doenças diarreicas com troca de ideias,

conhecimentos e experiências.

-Fazer visitas domiciliares frequentes.

-Fazer desparasitação coletiva com albendazole a cada 6 meses para a

prevenção e controle das doenças parasitárias.

-Fazer tratamento com albendazol e metronidazol das doenças parasitárias

intestinais e tratamento preventivo e curativo da desidratação com TRO na

diarreia e gastroenterite, assim como intensificar o monitoramento das doenças

diarreicas agudas.

Estes dados foram processados manualmente e com ajuda de

calculadora de mesa, foram aplicadas técnicas de distribuição de frequências,

diferenças absolutas e relativas, e os testes de significação ou associação

estatística qui quadrado e contrastes de proporciones. Foi tomado como nível

de significância o de 0,05. Para a análise estatística serão realizados a

descrição e o cálculo de prevalência dos indicadores demográficos,

socioeconômicos e ambientais, e de as infecções gastrointestinais agudas,

completados por estudos analíticos das fichas de monitorização de casos de

diarreia, e através destas fichas fazer um levantamento de dados, e estes

dados serão tabulados e apresentados estatisticamente. Os resultados serão

trabalhados por estatística descritiva e analítica com cálculo de indicadores de

saúde, com uso da análise de variância, teste do qui quadrado com nível de

significância arbitrado em 5%, etc, utilizados para detectar a existência de

associações estatisticamente significantes entre variáveis específicas.

Os resultados serão expressos em forma de tabelas e gráficos, os que

nos permitem chegar a conclusões e recomendações.

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4 RESULTADOS ESPERADOS

Com este trabalho pretendemos melhorar os conhecimentos da

comunidade sobre as doenças gastrointestinais agudas e principalmente sobre

as diarreias e as gastroenterites de origem infeccioso para alcançar sua

prevenção e controle, por ser estas umas das principais causas de morbidade

em nosso médio de ação e sobre todo em crianças de 1 a 5 anos de idade.

Com estratégias e ações preventivas de educação em saúde e

promoção da saúde pretendemos agir sobre as principais determinantes destas

doenças susceptíveis de ser modificadas favoravelmente para o beneficio da

comunidade e fundamentalmente modificar as precárias condições de

saneamento e o estilo de vida da aldeia.

Estas determinantes são:

-Deterioração da qualidade da água dos rios, utiliza para o consumo.

-Sérios problemas de saneamento, como a acumulação de lixo no entorno da

aldeia, refletindo as precárias condições sanitárias e de saúde da população,

assim como:

.Fecalismo ao ar livre.

.Má higiene pessoal, domestica e comunitária em geral.

.Consumo de água corrente.

.Pobres hábitos de higiene como não lavado das mãos antes das refeições e

uso inadequado dos sanitários instalados.

.Concentração de domicílios.

.Convivência direta com animais domésticos tais como cachorros, gatos, e

macacos os quais são transmissores de importantes doenças para a

população.

.Falta de infraestrutura adequada de coleta de dejetos.

-Rápida expansão da ocupação do território de entorno das terras indígenas.

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-Diminuição da caça e da pesca, fontes importantes de alimentos para a

população, hábitos alimentares inadequados.

-Mudanças aceleradas no estilo de vida, com a introdução e a dependência

cada vez maior de alimentos industrializados, processados, como

consequência da dificuldade para obter os alimentos tradicionais. Escassez de

alimentos.

-Consumo de álcool; sedentarismo e desemprego.

-Processo de desmame e a introdução de novos alimentos, com variações nos

graus de proteção e exposição a patógenos intestinais.

É bom notar que ás vezes um problema de saúde pode comportar-se

como determinante na ocorrência de outro problema de saúde e vice-versa,

com graus diferentes de associação causal entre eles, como ocorre por

exemplo com a interação sinérgica entre a síndrome diarreico e a desnutrição.

A estruturação de determinantes das doenças (multifatorialidade), também

pode ocorrer. (M Z Rouquayrol, 2013). Behar (1976) chama a atenção para a

magnitude desse problema, dando ênfase ao fato de que as infecções

entéricas constituem fatores precipitantes e agravantes da desnutrição e esta,

por sua vez, influi na patogenia dos processos diarreicos. Segundo este autor,

essa interação explica a razão pela qual as doenças diarreicas constituem a

causa básica mais importante da mortalidade na infância.

Ao diminuir a morbidade por diarreias de origem infecciosas, diminuiria

a alta morbidade por desnutrição encontrada fundamentalmente em crianças

de 1 a 4 anos de idade e as altas taxas de prevalência de déficit ponderal para

a idade em crianças menores de cinco anos de idade, logrando-se assim

resultados positivos na morbidade de outras doenças infecciosas tais como as

IRA.

O projeto de intervenção foi realizado baseado na alta incidência das

diarreias e gastroenterites agudas de causa infecciosa, principalmente nas

idades de 1 a 4 anos, assim como o desconhecimento da população sobre

estas doenças, suas determinantes, forma de transmissão, sintomatologia e

forma de prevenção.

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Esperamos que os integrantes da comunidade aprendam a reconhecer

em etapas iniciais o começo das manifestações clinicas destas doenças, assim

como os sinais gerais de perigo já que de estarem presentes se precisaria do

encaminhamento do doente para uma instituição de saúde, evitando assim

complicações tais como a mortalidade infantil.

Outro resultado a alcançar é melhorar a qualidade de vida da

comunidade, dando cumprimento as estratégias e ações preventivas com

participação dos AIS e demais lideranças da comunidade, já que a saúde é

uma tarefa de todos; assim como a diminuição das consultas e os

encaminhamentos por estas causas, e dessa forma melhorar a economia dos

recursos financeiros e logísticos e a qualidade da atenção da população em

geral.

Pretendemos também estimular o trabalho educativo da EMSI e das

lideranças indígenas, o autocuidado, as medidas de higiene e profilaxia e o

aleitamento materno no território como forma indispensável para a prevenção e

controle das doenças diarreicas e da desnutrição.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o estudo, nos propor implantar uma estratégia de intervenção

educativa na aldeia Segunda sobre aspectos relacionados com as infecções

gastrointestinais agudas e em específico com as diarreias e gastroenterites de

origem infeccioso, para fazer prevenção e controle das mesmas, sendo estas

um agravo importante que os atinge, por isso pretendemos melhorar seus

conhecimentos sobre estas doenças, suas determinantes, forma de

transmissão, sintomatologia, sinais gerais de perigo e o caminho adequado a

percorrer em busca de tratamento, melhorando assim também a economia dos

recursos financeiros e logísticos e a qualidade de vida em geral. E muito

importante que a comunidade adquira os conhecimentos necessários para

fazer a profilaxia destas doenças.

Com tal finalidade as ações de saúde devem ser continuadas e incluir

todos os momentos do cotidiano, elas incluem:

- Alimentação saudável com fibras, frutas, legumes, e grãos. Evitar frituras,

doces e massas. Restringir o uso de alimentos gordurosos e com alto dor

calórico.

-Autocuidado e medidas de higiene e profilaxia, uso de calçados, higiene das

mãos, higiene dos alimentos.

-Trabalho educativo, melhoria do nível educacional, e o conhecimento da

doença, o que a comunidade indígena entende sobre as diarreias e de que

forma elas se agravam.

-Mudança de estilo de vida, já que no modo como vivem pode piorar a

ocorrência das diarreias.

-Beber água potável, não ingerir água corrente, fazer repositório de água,

abastecimento público de água.

-Trabalhar no saneamento básico das aldeias, para garantir o fornecimento de

água adequado e mantido, de boa qualidade para o consumo, garantir locais

para o destino das fezes e de lixo, coleta de lixo para evitar a acumulação de

fezes e de lixo entorno das aldeias. Combate a inseto vetor.

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-Adoção de novos hábitos de higiene como lavar as mãos antes das refeições

e adequado uso dos sanitários instalados.

-Melhoras sanitárias domiciliares.

-Oferta de água potável e esgoto sanitário doméstico para promoção da saúde.

-Tomar todas as medidas de higiene ambientais necessárias e educar as

pessoas para garantir o cuidado e a limpeza das aldeias assim como o

tratamento adequado da terra e combate aos insetos.

-Instalar cloradores nas fontes de captação de água das aldeias.

-Investigar 100% das ocorrências de surtos de diarreia nas aldeias por

veiculação hídrica.

-Realizar capacitação para formação de novos profissionais de saneamento.

-Incentivar o aleitamento materno exclusivo até 06 meses de idade através de

rondas de conversas, oficinas e palestras nas comunidades, educação em

saúde junto ás mulheres indígenas, e fornecer equipamentos e materiais para o

acompanhamento nutricional das crianças.

-Garantir suporte nutricional para as crianças com muito baixo peso e outros

grupos prioritários, fazer oficinas na aldeia com crianças baixo peso.

-Realizar capacitação voltada para vigilância nutricional e alimentar com os

AIS.

-Realizar palestras educativas sobre a importância do aleitamento materno,

nutrição adequada, e condições de higiene das crianças.

-Disponibilizar sulfato ferroso, ácido fólico e vitamina A.

-Realizar a avaliação das crianças com desnutrição por um nutricionista.

-Fazer conversas sobre desnutrição e doenças diarreicas com troca de ideias,

conhecimentos e experiências.

-Fazer visitas domiciliares frequentes.

-Fazer desparasitação coletiva com albendazole a cada 6 meses para a

prevenção e controle das doenças parasitárias.

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-Fazer tratamento com albendazol e metronidazol das doenças parasitárias

intestinais e tratamento preventivo e curativo da desidratação com TRO na

diarreia e gastroenterite, assim como intensificar o monitoramento das doenças

diarreicas agudas.

Com o trabalho educativo e as medidas de higiene e profilaxia

pretendemos melhorar as condições ambientais tais como as precárias

condições de saneamento e o estilo de vida da comunidade, inserindo a

participação ativa dos AIS, especialistas tradicionais indígenas, técnicos de

saneamento básico, agentes indígenas de saneamento, técnicos de combate a

endemias, lideranças e comunidade em geral.

Um objetivo importante a lograr é estimular o autocuidado e o

aleitamento materno exclusivo até os 06 meses de idade e continuado com a

alimentação complementar até 01 ano de idade, assim como uma nutrição

adequada no território como forma essencial de prevenção de doenças

diarreicas, gastroenterites e desnutrição.

Dadas as precárias condições de saneamento, e suas particularidades

culturais, se faze difícil implantar a corto prazo ações eficazes para alcançar a

prevenção e controle destas doenças, por tal motivo sugerimos:

- Manter estudos de continuidade sobre as infecções gastrointestinais agudas

que nos permitam o conhecimento sistemático das mesmas, fazendo ênfase

em as diarreias e gastroenterites de origem infeccioso; assim como a

ampliação destes estudos a todas as áreas de abrangência do Pólo Base.

- Obter métodos cada vez mais validos e confiáveis para avaliar as condições

ambientais e epidemiológicas das comunidades indígenas, assim como suas

precárias condições de vida.

- Implantar nas aldeias através das EMSI ações de saúde comunitária dirigidas

a melhorar o conhecimento da população indígena em relação a estas doenças

e que nos permitam ir modificando seu modo de vida.

-Realizar um plano integrado de ação com a coordenação de Edificações e

saneamento (DSEI e SESAI) para o abastecimento de água e destinação final

de resíduos sólidos e rejeitos das comunidades indígenas.

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- Vincular organizações como os conselhos de saúde, as conferências de

saúde e o movimento social, assim como instituições tais como o Pólo Base, o

DSEI, a FUNAI, e a FUNASA nesta tarefa, para assim na medida das

probabilidades contribuir ao melhoramento das condições de vida nestas

comunidades.

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REFERÉNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

Figura 1 - Área de abrangência do DSEI Vilhena, delimitado no extremo

esquerdo no mapa de Mato Grosso

Figura 2 - Área de abrangência do Polo base de Juina, delimitado no extremo

médio-superior direito no mapa de Mato Grosso

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Figura 3 - Polo base e CASAI de Juina

Figura 4 - Área de abrangência do município de Juina, delimitado no extremo

superior esquerdo no mapa de Mato Grosso

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Figura 5 - Rio Juruena, com 1240 km de extensão

Figura 6 - Terra indígena Rikbaktsa

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Figura 8 - Coleta de castanha

Figura 7 - Terra indígena Cinta Larga

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Figura 9 - Casas tradicionais indígenas, da etnia Rikbaktsa

Figura 10 - Condições inadequadas de saneamento

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Figura 11 - Terras indígenas, demarcadas, homologadas e reconhecidas pelo Governo Federal

Figura 12 - Expedição de sabedores de medicina tradicional em busca das

ervas medicinais nas proximidades da aldeia da Curva

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Figura 13 - Encontro de pajés na aldeia da curva

Figura 14 - Parte da EMSI do Polo base de Juina

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Figura 15 - Aldeia Segunda