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Dezembro, 2009

Estudo Birdwatching Algarve - Relatório Final

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Estudo Birdwatching Algarve - Relatório Final (Dezembro 2009)

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Dezembro, 2009

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Birdwatch ing no Algarve – Propostas de Estruturação e Organização

Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

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Ficha Técnica

Coordenação Institucional Duarte Padinha (Entidade Regional de Turismo do Algarve) Susana Miguel (Entidade Regional de Turismo do Algarve)

Coordenação Técnica João Silvestre Ministro (Associação Almargem) [email protected] Lopes (SPEA) [email protected]

Equipa Técnica Georg Schreier (Ornitologia) Cláudio Wittmer (Arquitectura) Vera Domingos (Arquitectura paisagística) Sérgio Henriques (Biologia) Domingos Leitão (Biologia) Fotografia de Aves Faísca (www.sparky-pt.com) Contactos Institucionais Associação Almargem [email protected]. 289412959 Fax: 2894144104 SPEA [email protected]. 213220430 Fax: 213220439

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Índice 1 - Enquadramento pág. 4 2 - Objectivos pág. 5

3 - Introdução

3.1. A observação de aves e a sua conversão em produto turístico pág. 7

3.2 O Turismo Ornitológico no Mundo pág. 8

3.3. Análise de alguns mercados de Turismo Ornitológico na Europa pág. 10

3.4. Segmentação e Perfil dos “Birdwatchers” pág. 13

3.5. Turismo Ornitológico no Algarve pág. 15

3.6. Mercado Turístico de “Birdwatching” no Algarve pág. 19

4 - Metodologia pág. 21

5 - Resultados pág. 23

5.1. Sítios visitados pág. 24

6 - Propostas

6.1. Sítios “Hotspost” pág. 45

6.2. Sítios Complementares pág. 53

6.3. Promoção, Divulgação e Formação pág. 62

7 - Recomendações Finais pág. 66

8 - Bibliografia pág. 68

9 - Anexos pág. 69 9.1. Registo Fotográfico e Mapas de Propostas

9.2. Ficha de Campo

9.3. Lista de Aves que ocorrem no Algarve

9.4. Quatro Resumo dos Sítios Visitados

9.5. Memória Descritiva do Projecto “Parque de Natureza da Tavira”

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1. Enquadramento

Desde o momento da sua criação, que a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação da Almargem têm desenvolvido inúmeras iniciativas de promoção do “Birdwatching” no Algarve, com o objectivo de sensibilizar o público em geral para o elevado valor ornitológico que a região alberga. Entre saídas de campo, cursos, seminários, workshops, e outras, várias centenas de participantes aderiram a estas iniciativas e revelaram interesse por esta temática.

À parte da vertente educacional, a observação de aves é também uma actividade com forte potencial turístico. Estima-se em muitos milhões, o número de pessoas que praticam com regularidade esta actividade em todo mundo e que viajam em busca das espécies novas, raras ou de difícil observação. O Algarve já recebe alguma procura para actividades de Turismo Ornitológico, ainda que de forma incipiente e desorganizada. Existem carências de diversa ordem que condicionam esta prática e impossibilitam até, a concretização de uma campanha integrada de promoção. A ausência de infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”, a deficiente sinalização dos locais mais interessantes, a reduzida informação disponível, são algumas dessas carências que travam o crescimento desta actividade na região. Foi tendo em conta essas limitações que, em 2008, se iniciaram contactos com a Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), com o objectivo de dotar esta região de condições para se assumir como um destino de excelência para a prática do “Birdwatching”, a nível nacional e internacional. O presente relatório é o primeiro resultado desse esforço conjunto, onde se identificam deficiências e soluções para o desenvolvimento do Turismo Ornitológico no Algarve.

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2. Objectivos

Em traços gerais, o trabalho agora iniciado tem como objectivo a estruturação, organização e qualificação do Algarve para o “Birdwatching”, actuando nas suas diferentes componentes, nomeadamente nos serviços de guia especializados, alojamento, informação temática, promoção, entre outras. A primeira fase, que culmina com a apresentação do presente relatório, procura dotar o Algarve de condições atractivas e vantajosas para esta actividade, especialmente ao nível das infra-estruturas e gestão dos espaços naturais. Para tal, desenvolveu-se um estudo com os seguintes objectivos específicos:

� Identificar os locais mais importantes para a prática do “Birdwatching” no Algarve; � Apresentar para cada local as intervenções necessárias para as dotar de

condições para a realização dessa actividade;

� Articular várias iniciativas regionais numa só estratégia de promoção;

� Apresentar propostas de materiais e eventos de promoção; As fases posteriores irão centrar-se em objectivos estratégicos, focando diferentes áreas, nomeadamente: a) Disponibilização de informação de apoio à prática da modalidade;

• Materiais informativos e promocionais produzidos e disponibilizados aos agentes turísticos, nacionais e estrangeiros e acessíveis em locais estratégicos aos turistas interessados;

• Portal de Turismo Ornitológico no Algarve, com possibilidade de pesquisa dos

sítios e serviços disponíveis na região;

b) Promoção do Turismo Ornitológico no Algarve, a nível nacional e internacional, junto dos principais mercados emissores

• Campanha de promoção do turismo ornitológico, a nível nacional e internacional; • Representação em feiras e eventos especializados neste domínio,

nomeadamente em Inglaterra, Espanha e Holanda;

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• Rede de contactos com os principais operadores turísticos especializados em turismo ornitológico a nível europeu;

• Integração do Algarve na rede de portais de Birdwatching. c) Oferta estruturada de serviços de qualidade a nível do turismo ornitológico

• Aumento do número de empresas e guias que promovam iniciativas de turismo ornitológico no Algarve;

• Turismo ornitológico integrado noutros produtos turísticos da região;

• Agentes turísticos com bons conhecimentos em termos de identificação de aves,

normas de conduta e legislação ambiental e de conservação da natureza.

d) Assegurar a compatibilização entre o turismo ornitológico e a conservação de natureza;

• Empresas e operadores turísticos activamente envolvidos na monitorização dos sítios onde desenvolvem as suas actividades

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3. Introdução 3.1. A observação de aves e a sua conversão em produto turístico

A observação de aves é uma actividade que existe desde os tempos pré-históricos, tendo a principal motivação evoluído ao longo dos anos. Se nos primórdios o Homem estava sobretudo interessado em conhecer os hábitos e as características das aves tendo em vista a sua caça para alimentação, mais tarde assistiu-se ao crescimento do coleccionismo de espécimes, vivos ou mortos, e só mais recentemente, se começou a associar esta prática ao lazer e recreio, tendo surgido o conceito de “Birdwatching” (em português, Turismo Ornitológico). Esta actividade tem uma forte tradição nos países anglófonos, sobretudo no Norte da Europa, pioneiros na observação de aves e com uma forte cultura conservaccionista, como é o caso do Reino Unido. Foi aí que, em 1889, nasceu a “Royal Society for the Protection of Birds” (RSPB), a primeira organização dedicada à protecção das aves e seus habitats, que continua, ainda hoje, a ser uma das mais importantes organizações de ambiente em todo mundo. Em Portugal, o desenvolvimento desta modalidade está também intimamente ligado às Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONG’s), algumas das quais com mais de 50 anos de existência, que a têm dinamizado, no âmbito das suas actuações, como uma importante ferramenta de educação e sensibilização ambiental. O crescimento do “Birdwatching” teve contributos decisivos de vários sectores da sociedade moderna. A evolução do sector dos transportes, o aperfeiçoamento tecnológico dos equipamentos ópticos e a própria necessidade de se encontrarem novos produtos turísticos que diversifiquem, complementem e respondam às novas motivações dos turistas, são apenas alguns exemplos. Além destes aspectos, saliente-se que os requisitos necessários para a prática desta actividade são bastante simples - quando comparados com outros produtos turísticos - o que acaba por ser um incentivo e explicar, igualmente, o grande crescimento do número de praticantes. Vejam-se alguns desse motivos: • As aves estão presentes em praticamente todos os habitats, inclusive nos

espaços urbanos; • A observação pode ser feita ao longo de todo o ano;

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• Esta modalidade não requer grandes conhecimentos técnicos, pelo menos a nível da iniciação e, por outro lado, possibilita uma aprendizagem constante, face ao número de espécies de aves existentes, permitindo “alimentar” o seu carácter coleccionista;

• Em termos de equipamentos necessários, apenas são essenciais os binóculos (embora, posteriormente, se possa complementar com outros aparelhos, como telescópios);

• É uma actividade pouco exigente em termos físicos, podendo ser praticada por diversos públicos, incluindo os mais idosos;

• Permite um contacto fácil com a natureza e a vida selvagem, o que não acontece com outros grupos de animais (ex. mamíferos);

O “Birdwatching” define-se, assim, como uma actividade de lazer, realizada ao ar livre, que consiste na observação de aves selvagens nos seus habitats naturais e em que, o praticante se desloca a pé ou de carro, sozinho ou em pequenos grupos, e usa aparelhos ópticos para a observação. Tem como principal finalidade, a identificação das espécies, o seu sexo e a idade, de acordo com a sua plumagem e o seu comportamento. Embora sejam estas as características base desta modalidade, a mesma possui diversas variantes, como é o caso dos passeios meramente contemplativos, dos estudos científicos, das actividades educativas, das iniciativas com cariz competitiva (ex. “Birdraces”), da fotografia de natureza (incluindo o digiscoping), do desenho/pintura, entre outras.

É difícil encontrar-se uma definição de Turismo Ornitológico, face à escassez de estudos e discussão a este nível. No entanto, a definição adoptada por Roig (2008) é completa e suficientemente abrangente, sendo por isso utilizada no presente estudo: “Viagem que tem como motivação a realização de actividades de lazer relacionadas com a Ornitologia, nomeadamente, a detecção, identificação ou observação da avifauna; com o objectivo de se estar em contacto com a natureza para satisfazer necessidades de aprendizagem e/ou alcançar satisfação pessoal”.

3.2 O Turismo Ornitológico no Mundo a) Contribuição para o desenvolvimento económico e social

O “Birdwatching” é actualmente uma actividade em grande ascensão por todo mundo. Além da sua vertente recreativa e de lazer, é igualmente uma modalidade impulsionadora de múltiplos negócios em torno da comercialização de produtos e

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serviços nomeadamente: equipamento óptico (binóculos, telescópios, material fotográfico), literatura (guias de campo, revistas de especialidade, livros temáticos), viagens turísticas (transporte, alojamento, serviços de guia, etc.), e outros equipamentos (GPS, tendas, abrigos, veículos todo-o-terreno, barcos, etc.). O seu peso na economia de alguns países pode ter um significado bastante relevante. Pode tornar-se mesmo, um motor de desenvolvimento local e regional, de base sustentável e ambiental, quando devidamente gerido e assegurando a conservação dos locais e dos valores naturais que lhes estão associados. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, estima-se que existam aproximadamente 48 milhões de pessoas, com mais de 16 anos, que são “Birdwatchers”, representado cerca de 21% da população deste país (Carver, 2009). Ainda de acordo com este autor, esta actividade tem uma importante expressão na economia, sendo responsável por gerar 82.000 milhões de dólares por ano e criar mais de 670.000 empregos.

No Reino Unido, a “Royal Socieaty for the Protection of Birds” (RSPB), a maior ONG da Europa e uma das maiores do mundo, estima que, cerca de 2,4 milhões de adultos residentes neste país se dediquem a esta modalidade (Dickie et al, 2006). A visitação das 185 reservas geridas por esta organização resultou em proveitos para a economia local na ordem dos 11,7 milhões de libras, criando um impacto social equivalente a mil postos de trabalho a tempo inteiro (Dickie et al, 2006). Estes números são suportados por uma série de casos de sucesso que têm em comum o facto de terem conseguido valorizar a presença de determinadas espécies em certos locais e torná-las um factor de atracção, capaz de mobilizar milhares de visitantes e resultando num incremento a nível dos seus gastos pelo facto de terem oportunidade de observarem essas espécies. Comprova-se neste estudo que o turismo e a conservação da natureza, concretamente da avifauna, terão a ganhar se conseguirem trabalhar em conjunto, resultando em mais valias a estes dois níveis e com repercussões bastante positivas para a economia local. Os “birdwatchers” realizam as suas viagens usualmente fora das épocas altas e escolhem locais que, muitas vezes, não são incluídos em programas turísticos, o que constitui um importante contributo para a atenuação da sazonalidade, bem como para a promoção de destinos que não possuem outros atractivos turísticos. Além disso, o facto destas pessoas saberem normalmente quais as espécies que pretendem observar e em que sítios, adquirem grandes expectativas por essa experiência, podendo gastar mais dinheiro do que o turista de natureza em geral, que não possui um interesse particular na observação de aves (Sekercioglu, 2002). Este facto é consequentemente relevante para a valorização da avifauna pelas populações locais, que podem, desse modo, ficar mais conscientes e sensibilizadas

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acerca da importância da sua conservação, ao reconhecer as mais valias económicas que poderão ser obtidas pela sua exploração turística sustentável. Face às preocupações em matéria de conservação por parte de muitos “birdwatchers” e dos montantes que estes estão dispostos a pagar, o “Birdwatching” está a tornar-se na actividade turística com o crescimento mais acelerado e que mais contribuí para a consciencialização ambiental - dentro do segmento do turismo de natureza - sendo, por isso, encarada como uma boa solução para a sustentabilidade económica de muitas áreas naturais no mundo (Sekercioglu, 2002).

3.3. Análise de alguns mercados de Turismo Ornitológico na Europa

Há muito poucos estudos sobre a dimensão dos mercados emissores e receptores em termos de Turismo Ornitológico, mas estima-se que existam em todo mundo mais de 100 milhões de pessoas que se dediquem à observação de aves. A nível da Europa, e mesmo sem dados específicos do ponto de vista turístico, podemos ter como indicador o número de sócios da conhecida organização internacional “BirdLife International” (tabela 1).

Tabela 1 – Número de sócios/país de alguns parceiros

da BirdLife International em 2009

A França, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Espanha estão entre os países com maior tradição no turismo ornitológico e, nesse sentido, é sobre esses que se apresenta um resumo da análise do mercado, tendo por base o estudo elaborado por Roig (2008).

País Nº sócios

Reino Unido 1. 049.000

Alemanha 420.000

Holanda 125.000

Suíça 57.000

Itália 42.000

França 35.000

Espanha 8.000

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França

Os turistas franceses são sobretudo consumidores de produtos de natureza e ecoturismo, e estima-se que destes cerca de 2,3 milhões sejam potenciais “birdwatchers”. Esta actividade assume assim uma importância relevante nas viagens turísticas, cuja motivação é o contacto com a natureza, mas a sua posição é minoritária comparativamente a outras actividades como o pedestrianismo e a visita a áreas protegidas. Espanha

O Turismo de Natureza tem aumentado consideravelmente nos últimos anos e, o “birdwatching” acompanha esta tendência. Embora a observação de aves por si só não seja das actividades mais procuradas como primeira motivação de viagem pelos ecoturistas espanhóis - surgindo atrás da visita a espaços protegidos e das visitas de índole cultural - o seu peso é suficientemente importante para que nos últimos anos se tenha investido bastante ao nível da promoção desta actividade, no mercado interno e externo. Em termos de procura estrangeira, estimava-se que em 2007 ocorreram cerca de 71 visitas organizadas, sobretudo para destinos como Extremadura, Doñana e Pirinéus, com uma previsível chegada de cerca de 850 turistas, que permaneceram cerca de 6 a 7 noites, e com preços médios por pessoa/dia na ordem dos 220€ (Aguilar, 2007). Estados Unidos

As actividades de lazer ao ar livre (onde se inclui a observação de aves) tiveram um significativo aumento nos últimos anos. A observação de aves encontra-se a seguir a actividades como a observação de fauna, a visita a áreas selvagens e o contacto com culturas locais. Embora a maior parte dos “birdwatchers” americanos prefira realizar a actividades em locais próximos da sua área de residência, cerca de 20 milhões está disposto a viajar para locais mais longínquos. No entanto, e apesar do aumento de praticantes desta modalidade, a mesma está longe de ser a principal motivação dentro das actividades recreativas ao ar livre. Reino Unido

A principal motivação dos turistas britânicos é o descanso e usufruto da praia, embora se assista a um aumento da importância de actividades relacionadas com o ecoturismo e praticadas em áreas naturais. O Reino Unido é indiscutivelmente um dos principais mercados emissores de Turismo Ornitológico. Tal como referido anteriormente, estima-se que cerca de 2,4 milhões de pessoas com mais de 15 anos pratique de forma regular ou ocasional realize actividades de observação de aves.

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De acordo com os operadores especializados deste país, considera-se que a motivação principal dos seus clientes é a observação de fauna e flora e a visita a espaços naturais protegidas, bem como conhecer as gentes e culturas locais. A observação de aves surge a seguir a estas motivações. Alemanha

São escassas as informações referentes à prática de “Birdwatching” do ponto de vista turístico, pois esta modalidade é considerada relativamente recente e ainda pouco desenvolvida neste país. No entanto, sabe-se que três dos maiores operadores (Dr. Koch Reisen, Albatros-Tors e Birdingtours) têm entre 700 a 900 clientes por ano, aos quais ainda pode adicionar-se as empresas mais pequenas, mas para as quais não há dados disponíveis. Constata-se, que há empresas pequenas que se fundiram com as maiores, ou que trabalham em parceria, para conseguirem atingir o número mínimo de clientes necessário para a realização das actividades. Verifica-se uma preferência dos alemães por consumirem este produto a nível interno, com 30% das viagens de “Birdwatching” a serem efectuadas no próprio país. Quanto às motivações, 84% preocupam-se com o ambiente e a existência de áreas naturais intactas nos destinos, condições que irão pesar na escolha dos seus locais de férias e destinos turísticos (SfTE. 2005). O cliente tipo de birdwatching são sobretudo pessoas mais velhas, normalmente acima dos 50 anos, que se interessam pela natureza, mas também pela cultura, educação. Procuram experiências novas, que contribuam para o enriquecimento dos seus conhecimentos. Preocupam-se com a sua saúde e, por isso, interessam-se pelos aspectos que possam ir ao encontro dessa necessidade. Gostam de andar de bicicleta, fazer caminhadas e visitar áreas naturais e protegidas. Esta breve análise, evidencia o grande crescimento que o turismo ornitológico tem vindo sofrer em diversas parte do mundo, especialmente em países desenvolvidos e com fortes economias. Confirma, ainda, o particular interesse da actividade enquanto produto turístico. No entanto, os operadores têm que saber trabalhar os seus produtos em função das expectativas e interesses dos clientes, pois, como se constatou, se para muitos a motivação principal das viagens é a observação de aves, há uma percentagem ainda maior que procura outras experiências, pelo que, a conciliação das mesmas deverá ser uma solução a explorar.

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3.4. Segmentação e Perfil dos “Birdwatchers”1

A generalidade dos “birdwatchers”, para além do seu gosto particular pela observação de aves, aprecia também os espaços onde estas ocorrem, o contacto com as gentes locais, o património cultural, a gastronomia, entre outras características dos destinos turísticos. Independentemente do motivo da sua viagem, mesmo que esta não tenha como principal objectivo o “Birdwatching”, procuram sempre encontrar a oportunidade para se dedicarem a esta actividade nesses locais visitados, o que do ponto de vista turístico, e tal como referido anteriormente, permite conjugar vários produtos turísticos, como o golfe, negócios, “city-breaks”, saúde e bem-estar, entre outros. Tal como em qualquer modalidade, no “Birdwatching” é possível encontrar um longo espectro de perfis de praticantes, mas que segundo Roig (2008) podem ser divididos em dois grandes grupos: os especialistas e os ocasionais/generalistas.

No primeiro caso, incluem-se os “birdwatchers” com elevada motivação ornitológica, na qual as aves são o elemento central da sua viagem. Entre estes, é possível encontrar uma variedade de micro perfis, cuja separação é difícil, pois baseiam-se em diversos critérios, como a disponibilidade económica, o tipo de serviços requeridos, a forma como viajam, etc. É neste grande grupo que se incluem os “twitchers”, que escolhem os destinos em função da possibilidade de encontrarem determinadas espécies, com o objectivo de aumentar a sua lista pessoal e superar a dos outros. Para estes, a escolha de um bom guia local é preponderante em relação à qualidade do alojamento, sendo por isso menos exigentes com os serviços do destino, desde que estes satisfaçam as suas expectativas ornitológicas. São especialistas, competitivos e recorrem a vários meios de informação (Internet, revistas de especialidade, fóruns) para se manterem actualizados sobre as últimas novidades e raridades do mundo das aves (Aguilar, 2007). Neste grupo, incluem-se ainda os casais jovens, ou indivíduos isolados, que viajam sós e de forma independente, bem como os turistas que preferem viajar em grupo, acompanhados por guias especializados, exigindo alto nível de qualidade em termos de alojamento e serviços turísticos especializados (Roig, 2008).

1 Em Portugal, o Birdwatching foi integrado no produto turístico de “Turismo de Natureza”, estando designado no PENT como “Natureza Hard”, pois é considerado um tipo de actividade que requer um elevado grau de conhecimento (nota dos autores: considera-se que esta expressão não é mais correcta, pois tal como referido no presente estudo é possível segmentarem-se os birdwatchers em função da sua motivação e nível de conhecimentos).

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Em relação aos “birdwatchers” generalistas / ocasionais, a sua principal motivação é o contacto com a natureza e as experiências que daí podem advir, sendo a observação de aves encarada como uma actividade adicional, não isolada, e por isso combinada com outras, como a observação de flora e fauna, por exemplo. Existe alguma discussão em torno do peso de cada um destes grupos, mas estudos recentes indicam que a actividade é dominada por pessoas com conhecimentos ornitológicos básicos e, portanto, parece existir um número maioritário de turistas ocasionais ou generalistas (Roig, 2008), o que será importante avaliar pelas empresas que trabalham com este produto turístico. Embora estes dois grupos apresentem diferenças, há um aspecto comum aos dois e que não deve ser descurado: está-se perante turistas informados, responsáveis e exigentes e, portanto, tal como refere Soifer (2008), é muito importante gerir as expectativas dos mesmos, pelo que, os agentes e fornecedores de serviços apenas devem prometer o que é provável de ser observado. Independentemente do grau de motivação inerente às viagens de “Birdwatching”, existe um consenso geral sobre o perfil destes turistas, que coincide com o que é conhecido sobre os consumidores do produto “Turismo de Natureza”. São pessoas com elevada formação académica e nível cultural, pertencentes à classe social média-alta e com igual capacidade económica. Pertencem ao segmento de adultos, com idade superior a 45 anos. A presença de mulheres nesta modalidade é cada vez mais expressiva, e actualmente não há grande diferença em termos de repartição entre os sexos. Os gastos e o tempo de permanência são superiores à média dos outros turistas. Face à inexistência de estudos sobre o perfil do turista ornitológico em Portugal, apresenta-se o quadro resumo das conclusões de um trabalho realizado recentemente em Espanha, por Roig (2008).

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Tabela 2. Comparação entre os perfil do turista ornitológico nacional e estrangeiro, consumidores deste produto turístico em Espanha

Perfil do Turista Ornitológico Espanhol

Perfil do Turista Ornitológico Estrangeiro

Idade 25 a 45 anos de 45 a mais de 60 anos

Nível de estudos: Elevado Elevado

Tamanho dos grupos:

Até 15 a 20 pessoas, com elevada presença de casais Até 8 pessoas

Transporte: Com veículo próprio no caso de

participantes individuais, e mini-bus ou autocarro no caso de grupos

Mini-bus ou carrinhas alugadas

Duração: Máximo de 5 dias, e predominam os fins-de-semana Máximo de 7 dias

Organização: Vêm por conta própria Vêm integrados em programas especializados

Programa: Combinam a observação de aves com outras actividades

Raramente combinam esta actividade com outras, mas se

acontecer será sobretudo, turismo cultural, pedestrianismo,

observação de fauna e flora

Preço: Aproximadamente 100€ por pessoa/dia de actividade

Aproximadamente 1.000€/semana

3.5. Turismo Ornitológico no Algarve

Muitos destinos turísticos que estão hoje dependentes de determinado produto, têm a necessidade estratégica de se adaptar às mudanças verificadas ao nível da procura. Tal como referido em Roig (2008), os comportamentos e as motivações dos turistas têm-se alterado e isso conduz ao aparecimento de novos produtos, cada vez mais especializados e empenhados em satisfazer as motivações dos chamados “micro segmentos”. É neste âmbito que o Turismo Ornitológico pode ter um papel determinante. A necessidade de complementaridade e diversificação da oferta turística; a busca por alternativas que permitam manter os produtos âncoras, valorizando-os através da sua associação a outros produtos; a procura por soluções que contribuam para a manutenção de infra-estruturas e serviços nas épocas baixas, entre outras, são algumas das vantagens que podem ser encontradas nesta modalidade.

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O Algarve é uma região turística que está muito centrada no segmento “Sol e Praia”, necessitando, por isso, de potenciar outras ofertas que alarguem o espectro de atracções. O “Birdwatching” surge aqui como um produto privilegiado, tendo em conta o elevado interesse ornitológico da região. Existem, porém, outros pontos fortes em torno desta actividade. Vejamos: Pontos Fortes

• Enorme riqueza avifaunística, com presença anual de mais de 300 espécies de

aves, incluindo aquáticas, marinhas, rapinas, passeriformes, etc.; • Ocorrência de várias espécies que apresentam uma distribuição muito localizada,

comparativamente ao resto do país e Europa, e que funcionam como grandes atractivos para os entusiastas de “Birdwatching” (ex. Gaivota de Audouin, Gaivota-de-bico-fino, Calhandrinha-das-marismas, Caimão, Águia de Bonelli, etc.);

• Grande diversidade paisagística, devido à existência de diferentes ecossistemas,

nomeadamente zonas húmidas, florestas, montanha, praias, mar, escarpas costeiras, zonas agrícolas, entre outras;

• Existência de várias áreas protegidas, incluindo 2 Parques Naturais, 1 Reserva

Natural, 2 Sítios Classificados e numerosos sítios da Rede Natura 2000 e IBAs (Áreas Importantes para as Aves);

• Existência de bom conhecimento sobre os locais mais interessantes para as aves

e das espécies mais interessantes;

• Região relativamente pequena, com facilidade ao nível da visitação de vários dos espaços mais importantes para aves;

• Região próxima do Alentejo, que facilmente pode ser visitada no âmbito de

roteiros ornitológicos complementares com a oferta da região;

• Rica gastronomia e componente cultural, que funcionam como atractivo complementar aos potenciais visitantes da região;

• Existência de oferta diversificada e qualificada de alojamentos;

• Excelentes condições climatéricas para a visitação;

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• Oferta diversificada de voos directos para Faro;

• Existência de zonas naturais bem conhecidas além fronteiras (ex. Lagoa dos Salgados, Castro Marim);

• Existência de ONG especializadas em Ornitologia, com parcerias internacionais,

nomeadamente a SPEA;

A juntar aos pontos fortes, existem oportunidades que foram descritas nos capítulos anteriores e que se resumem seguidamente:

Oportunidades • Crescimento da procura mundial pelo segmento “Turismo de Natureza”; • Crescimento do número de entusiastas pelo “Birdwatching” na Europa;

• Maior sensibilização pelas questões ambientais e conservacionistas e

consequente maior abertura e interesse pelas novas tendências recreativas e turísticas;

• Crescimento do número de eventos internacionais em torno do Birdwatching e do

número de agências e profissionais nesta temática;

• Desenvolvimento de estratégia regional de promoção do Birdwatching no Algarve;

• Participação em feiras internacionais e organização de “FAM” e “Press trips” no

Algarve;

• Possibilidade de articulação com Alentejo, a definição de programas de Birdwatching mais ricos e interessantes

• Proximidade com Espanha e possibilidade de captar turísticas dessa zona;

Há, porém, condicionalismos, limitações e situações diversas que podem dificultar o desenvolvimento do “Birdwatching” na região. Eis alguns desses aspectos.

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Pontos Fracos

• Ausência de infra-estruturas de qualidade e vocacionadas para o Birdwatching, nomeadamente de observatórios, esconderijos, painéis informativos, sinalética, etc.,;

• Falta de informação estruturada e actualizada sobre a observação de aves no

Algarve, nomeadamente acerca dos melhores locais, como lá chegar, trilhos a percorrer;

• Reduzida oferta especializada ao nível das empresas de turismo ornitológico;

• Fraca sinalização dos locais de interesse para a observação de aves;

• Falta de gestão das áreas mais importantes para aves e com interesse para a

observação de aves, nomeadamente ao nível do ordenamento, estacionamentos, recolha de lixo, perturbação humana, gestão dos habitats, etc.;

• Ausência de articulação entre os vários projectos e iniciativas implementados no

terreno ou planeados para serem implementados num futuro próximo;

• Pouca sensibilização ao nível dos órgãos de gestão territorial para este mercado e para a importância da região para aves e consequente desvalorização deste segmento turístico;

• Efeito “blindagem” do segmento Sol e Mar no turismo do Algarve, que pode

dificultar o reconhecimento internacional desta região como destino de Turismo de Natureza;

Ameaças

• Falta de manutenção das infra-estruturas; • Ausência de gestão dos espaços naturais e importantes para as aves, e

consequente degradação dos mesmos;

• Futuros projectos turísticos nas imediações dos locais, com potencial impacto sobre as zonas de ocorrência das aves;

• Fortalecimento da oferta no lado espanhol para este produto, com maior

capacidade de atracção que o Algarve;

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3.6. O mercado turístico de “Birdwatching” no Algarve

Desconhece-se qual a verdadeira dimensão do mercado de “birdwatchers” estrangeiros, que desenvolvem essa actividade em Portugal. Existem dados não oficiais, que indicam como principais mercados emissores o Reino Unido, a Alemanha e a Holanda, existindo ainda outros países, como os EUA e a Suíça, que incluem o nosso país nos seus programas de turismos ornitológico. No que se refere a zonas mais procuradas em Portugal Continental, o Algarve (juntamente com o Alentejo) são certamente as duas regiões mais importantes do ponto de vista de “Birdwatching”. A escassez de dados estende-se igualmente ao mercado interno que, apresentará, certamente, valores mais reduzidos quando comparados com outros produtos turísticos. No entanto, tem-se assistido a um aumento de entusiastas desta modalidade, facto comprovado, nomeadamente, pelo crescimento do número de sócios da Sociedade Portuguesa para o estudo das Aves (SPEA), actualmente com cerca de 2.900 associados, parte dos quais já são ou serão potenciais consumidores de “Birdwatching” no Algarve. Verifica-se, também, o aparecimento de novos operadores turísticos especializados nesta temática, que revelam uma preocupação cada vez maior por prestarem um serviço de qualidade em Portugal. No âmbito deste trabalho, de forma a obterem-se alguns dados exemplificativos deste sector, realizou-se uma breve pesquisa na Internet sobre empresas / operadores que incluem nos seus “packs tours”, Birdwatching no Algarve. Os valores apresentados deverão ser vistos como meramente indicativos. Foram localizadas 28 empresas / operadoras que comercializam programas de “Birdwatching” no Algarve. Destas, a maior parte (12) estão localizadas em Portugal, sendo as restantes estrangeiras (10 do Reino Unido, 2 da Suíça, 2 da Alemanha, 1 de Espanha e 1 da Bélgica). Das empresas portuguesas, 4 promovem passeios de barco nos seus “tours” e 2 são proprietárias de estabelecimentos hoteleiros, que incluem este tipo de oferta nos seus serviços. Ao nível do programa, as empresas portuguesas operam de forma personalizada e de acordo com o tipo de solicitações, ajustando-se às necessidades e expectativas dos clientes. Relativamente às empresas estrangeiras, comercializam programas organizados, com tudo incluído. Têm geralmente a duração de 7 dias e destinam-se a grupos pequenos, que podem atingir um máximo de 16 participantes, realizando 1 a 2 visitas anuais. Com excepção dos passeios de barco e dos proprietários de alojamento, todas as empresas, nacionais e estrangeiras, incluem no mesmos “tour” a visita a vários locais do Algarve (geralmente Ria Formosa e Sagres) e também

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Alentejo (usualmente Castro Verde). Há pelo menos duas empresas que, para além destes locais, abrangem também o Estuário do Tejo. A maioria das empresas estrangeiras trazem guias do seu país e, embora não exista muita informação sobre este aspecto, sabe-se que algumas recorrem a guias locais, com ou sem empresas formalizadas. Um outro aspecto a reter, é o facto de dez destas empresas oferecerem também programas em Espanha, sobretudo à região da Extremadura (programas distintos dos que incluem o Algarve). Por último, e a título de curiosidade, foram identificadas 29 outras empresas estrangeiras que comercializam “packs” de “Birdwatching” em Espanha, mas que não incluem o Algarve como destino turístico (10 dos EUA, 8 do Reino Unido, 4 da Alemanha, 2 da Holanda, 2 da Dinamarca, 1 de França, Áustria e Bélgica). Embora se desconheça a real dimensão da procura em termos de “Birdwatching” na região do Algarve não é difícil constatar que a actividade está a aumentar, prevendo-se a continuação desta tendência, provavelmente a um ritmo mais acelerado nos próximos tempos, face aos esforços promocionais feitos pelas entidades turísticas e pelos próprios operadores, junto do mercado nacional mas sobretudo do estrangeiro. Em termos de comparação entre Portugal e outros países, nomeadamente do Norte da Europa ou mesmo de Espanha, é possível afirmar que se está ainda numa fase inicial em termos de desenvolvimento do produto “Birdwatching”. Certamente que este desfasamento poderá ter desvantagens, uma vez que existem já numerosos destinos mais consolidados em termos de oferta que captarão mais facilmente os turistas. Contudo, a oportunidade de analisar a realidade actual, ao nível dos mercados emissores e receptores, configura uma vantagem ao nível do posicionamento qualitativo e diferenciado.

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4. Metodologia O trabalho aqui apresentado teve como metodologia base, a prospecção de campo e a consulta junto das entidades da região. Através da primeira componente procurou-se obter um retrato actualizado dos locais com maior potencial para o “Birdwatching” no Algarve, ao nível de diversos aspectos relevantes para o desenvolvimento desta actividade, nomeadamente, as acessibilidades, a sinalética informativa, o estado de conservação dos habitats, etc. Para tal, elaborou-se uma ficha de campo com os seguintes dados a recolher em cada sítio: • Localização (com informação detalhada em “Google Maps”)• Acessos e estacionamento; • Formas de uso; • Exploração turística; • Actividades potencialmente incompatíveis; • Estado de conservação do sítio; • Infra-estruturas existentes para “Birdwatching”; • Principais espécies de aves (e outros grupos); • Sugestões; • Contactos relacionados com a gestão do sítio (conservação e turística); • Registo fotográfico A identificação dos sítios estudados resultou da recolha de informação publicada (ex. IBAS’s de Portugal) ou do conhecimento próprio da equipa técnica que desenvolveu o trabalho. Foi elaborado um mapa para cada sítio, tendo como ferramenta as imagens aéreas do “Algarve Digital / Mapas Interactivos! (http://geo.algarvedigital.pt), onde se apresentaram as propostas de intervenção, os problemas detectados, entre outros aspectos. A posterior selecção dos locais para figurar na lista final dos sítios com maior interesse para o “Birdwatching” baseou-se, principalmente, no respectivo valor ornitológico e na presença de espécies chave que podem ser atractivas do ponto de vista turístico. Esta informação baseou-se nos conhecimentos técnicos da equipa de trabalho e em bibliografia especializada. À parte da prospecção de campo, procedeu-se ao contacto directo e indirecto com diversas organizações e instituições da região. Foi enviado um inquérito para todos os municípios do Algarve, as entidades públicas representadas na região (ICNB, ARH Algarve, etc.), Associações de Desenvolvimento Local (Vicentina, In Loco e Terras do Baixo Guadiana), Associações de Promoção Turística (ASA, Promosagres), entre outras. Entre as várias questões que foram colocadas a estas entidades, salientam-se as relativas a planos ou projectos previstos para o seu

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território de intervenção, ao nível da promoção do “Birdwatching” ou outras actividades de turismo de natureza, no sentido de avaliar o grau de articulação com os objectivos do presente estudo. Promoveram-se, ainda, diversas reuniões com “stakeholders” locais, nomeadamente o ICNB (Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de St. António, Parque Natural da Ria Formosa), Municípios, Associação Odiana, Associação A Rocha, empresas de animação turística, hotéis, entre outros. Estes contactos tiveram um papel muito importante ao nível da obtenção de informações concretas para cada local analisado, nomeadamente ao nível de projectos em curso dentro da temática em análise. Essa informação foi recolhida e apresentada nos resultados. Com o objectivo de diferenciar o grau de importância dos sítios visitados, definiram-se vários critérios que permitiram identificar as zonas “Hotspot” e as “Complementares”. Esses indicadores estão descritos mais adiante, no capítulo dos resultados. Por fim, os resultados foram organizados segundo fichas de sítio, onde se apresentam os principais valores, os aspectos positivos e negativos e as respectivas propostas de intervenção para cada um deles. Estas informações são apresentadas nos capítulos “Resultados” e “Propostas”, respectivamente. Em anexo, apresenta-se um quadro resumo de todos os locais considerados, o grau de importância para o “Birdwatching” e diversas informações de apoio à actividade turística.

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5. Resultados

Entre Junho e Setembro de 2009 foram visitados mais de 30 sítios em todo o Algarve, com o objectivo de avaliar as condições aí existentes para a dinamização de actividades de “Birdwatching”. Em cada local foram identificados os pontos fortes e fracos para esta actividade turística, tendo em conta um conjunto de critérios previamente definidos, nomeadamente a presença de infra-estruturas, as acessibilidades, etc. (ver capítulo da Metodologia). Estes dados permitiram identificar as zonas mais importantes para o “Birdwatching” no Algarve – a que designamos por Hotspots – e as áreas complementares. Para cada um deles foi compilada um conjunto de informação que se apresenta a seguir, organizada nos seguintes parâmetros:

• Nome • Código • Coordenadas (Coordenadas Geográficas WGS84) • Estatuto de conservação • Aves mais emblemáticas (tabela e pequeno resumo da sua importância) • Aspectos positivos para a prática do “Birdwatching” (infra-estruturas, materiais,

acessos, etc.) • Aspectos negativos/Necessidades para a prática do “Birdwatching” (propriedade

privada, infra-estruturas, acessos, materiais, etc.) • Planos existentes para a zona por parte das entidades locais/regionais para o

desenvolvimento do “Birdwatching” (e respectiva entidade responsável pelos mesmos)

No que concerne aos estatutos, as siglas apresentadas na ficha resumo de cada sítio visitado respeitam a: SIC – Sítio de Interesse para a Conservação (Rede Natura 2000) ZPE – Zona de Protecção Especial para Aves (Rede Natura 2000) IBA – “Important Bird Area” (galardão atribuído pela Birdlife International e SPEA) RN – Reserva Natural (Rede Nacional de Áreas Protegidas) PN – Parque Natural (Rede Nacional de Áreas Protegidas) RAMSAR – Área inscrita na Convenção Internacional RAMSAR SC – Sítio Classificado (Rede Nacional de Áreas Protegidas)

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5.1. Sítios Visitados

5.1.1. Nome: Baixo Guadiana (Vale da Moita, Foz de Odeleite, Tenência, Guadiana, Alcoutim); Coordenadas: 37º28'20.57''N; 7º28'20.22''W Estatuto: SIC, IBA Aves mais Emblemáticas: Sisão (Tetrax tetrax), Felosa-tomilheira (Sylvia conspicillata), Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus), Pardal-espanhol (Passer hispaniolensis), Calhandrinha-das-marismas (Calandrella rufenscens), Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), Cotovia-escura (Galerida theklae), Cia (Emberiza cia), Andorinha-daurica (Hirundo daurica),Bufo-real (Bubo bubo), Rouxinol-do-mato (Cercothricas galagtotes);Aspectos positivos para “Birdwatching”: Zona com rica diversidade paisagística. Área de ocorrência de várias espécies de aves com elevado interesse para a observação. Presença de espécies de restrita distribuição no Algarve, em Portugal e Europa. Áreas contíguas, com bons acessos, com elevado interesse na óptica da definição de um roteiro a percorrer em automóvel. Existência de alguns materiais informativos, de carácter geral, nomeadamente sobre património histórico; Existência de percursos pedestres sinalizados; Existência, em breve, de um guia de observação de aves no Baixo Guadiana. Existência de alojamentos e pontos de apoio (restaurantes e snacks). Possível ligação ao Alentejo, nomeadamente a Mértola, onde ocorrem outras espécies muito interessantes que não existem no Algarve; Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Não existe um local onde existam concentrações de aves e onde a observação seja imediata e rápida. Difícil acesso pedestre a alguns locais. Inexistência de sinalização especializada e de outras infra-estruturas para observação de aves (ex. miradouros, painéis informativos). Ausência de locais de estacionamento ordenado ao longo do possível roteiro. Necessidade de percorrer uma grande distância entre os vários locais mais interessantes; Planos / Projectos previstos para a zona: Edição para breve, de um Guia de Observação de Aves no Baixo Guadiana (Associação Odiana); Estratégia PROEVERE “Âncoras do Guadiana” em execução, com várias intenções ao nível da promoção turística do Guadiana;

5.1.2. Nome: Castro Marim / Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real Stº. António Coordenadas: 37º 12’ N 7º 27’ W Estatuto: RN, ZPE, SIC, Ramsar, IBA Aves mais emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Sisão (Tetrax tetrax), Calhandrinha-das-marismas (Callandrella rufenscens), Alcaravão

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(Burhinus oedicnemus), Gaivota-de-bico-fino (Larus genei), Perna-vermelha-bastardo (Tringa erythropus), Cuco-rabilongo (Clamator glandarius), Felosa-tomilheira (Sylvia conspicillata), Perdiz-do-mar (Glareola pratincola), Flamingo (Phoenicopterus ruber), Colhereiro (Platalea leucorodia), Alfaiate (Recurvirostra avosetta), Pato-branco (Tadorna tadorna); Aspectos positivos para “Birdwatching”: Um dos locais mais importantes para aves no Algarve; Área de ocorrência de espécies com distribuição restrita em Portugal e Europa; Zona conhecida a nível nacional e internacional; Área de refúgio e concentração de aves aquática, onde é fácil e rápido a sua observação. Local actualmente utilizado para o turismo ornitológico, por empresas da região; Existência de um centro interpretativo, com exposições e informação diversa; existência de parque de estacionamento e bons acessos; existência de material informativo; Existência de serviços de apoio nas imediações (alojamento e restauração); Existência de trilho interpretativo; Existência de materiais informativos sobre a biodiversidade local, alguns traduzidos em inglês e alemão; actividades tradicionais de salinicultura; Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Procura turística desordenada. Deficiência de manutenção de sinalética e informação. Trilhos sem manutenção. Excesso de tráfego não regulado. Acesso desregulado a zonas sensíveis da reserva. Depósitos de lixo. Horário desajustado de funcionamento do centro informativo. Recepcionistas com poucos conhecimento em línguas. Painéis informativos insuficientes e com falta de manutenção. Inexistência de observatórios e outras infra-estruturas de apoio à observação de aves. Existência de condicionalismos para a implementação de medidas ou acções de apoio ao “Birdwatching”, resultante da maioria dos terrenos serem privados. Planos / Projectos previstos para a zona: Prevista a instalação de um observatório de aves, junto do centro interpretativo. Criação de nova área de refúgio de aves junto do centro interpretativo. Existência de projecto de sinalização da Reserva Natural, ordenamento e controle da circulação de pessoas e de recuperação de património, a apresentar em breve ao Programa Operacional do Algarve (Algarve 21). Edição de Guia de Observação de Aves do Baixo Guadiana para breve (projecto Associação Odiana). Existência de Plano ou Intenção do Município de VRSA na recuperação e requalificação para fins turísticos e recreativos do antigo apeadeiro ferroviário.

5.1.3. Nome: Mata Nacional Vila Real St. António

Coordenadas: 37º11'24.63''N ; 7º26'6.95''W

Estatuto: SIC Aves mais emblemáticas: Caimão (Porphyrio porphyrio), Pega-azul (Cyanopica cyana), Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala), Trepaderia-comum (Certhya brachydactyla).

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Aspectos positivos para “Birdwatching: Ocorrência de algumas espécies de interesse para o turismo ornitológico. Existência de diferentes habitats, nomeadamente uma extensa área de pinhal-bravo, dunas e praia. Existe no local um trilho sinalizado e interpretado, uma lagoa artificial munida de um observatório de aves. Área equipada com infra-estruturas de lazer e piquenique. Sinalética informativa adaptada a invisuais. Bom acesso. Existe um estacionamento. Ciclovia nas proximidades. Existência de alojamentos e pontos de apoio (restaurantes e snacks). Proximidade com locais de elevado interesse para o Birdwatching, designadamente Castro Marim. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não apresenta valores ornitológicos significativos, que motivem a visitação propositada ao local. Zona sujeita a alguma perturbação, sobretudo pelos usufruidores da mata. Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos.

5.1.4. Nome: Serra do Caldeirão e Barrocal (Cachopo, Parizes, Barranco do Velho, Fonte da Benémola e Rocha da Pena) Coordenadas: 37º14'28.48''N ; 7º56'14.66''O

Estatuto: ZPE, SIC e IBA Aves mais emblemáticas: Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Felosa-ibérica (Phylloscopus ibericus), Torcicolo (Jyns torquilla), Chapim-de-crista (Parus cristatus), Felosa-do-mato (Sylvia undata), Felosa-tomilheira (Sylvia cantillans), Felosa-real (Sylvia hortensis), Melro-zul (Monticola solitarius), Andorinha-das-pontes (Hirundo daurica)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Área florestal muito rica, onde ocorrem espécies com distribuição restrita a nível Europeu. Existência de densos sobreirais, habitat onde nidificam dezenas de espécies de aves. Local com atraentes paisagens florestais e montanhosas. Possibilidade de definir vários roteiros com passagem em aldeias serranas, onde existem alguns museus e centros informativos – Rota da Cortiça ou Centro Ambiental da Pena. Áreas contíguas, com bons acessos, com elevado interesse na óptica da definição de um roteiro a percorrer em automóvel. Existência de alguns materiais informativos (“Roteiros Ornitológicos no Concelho de Loulé”). Existência de serviços de apoio nas imediações (alojamento e restauração). Existência de 2 miradouros equipados. Existência de trilhos sinalizados. Possibilidade de complementar os roteiros com uma mostra de actividades tradicionais ligadas à cortiça, medronho, mel, etc. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não existe um local com concentrações de aves e onde a observação seja imediata e rápida. Maior grau de dificuldade em observar aves nesta zona,

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devido às características próprias do ecossistema; Inexistência de infra-estruturas específicas para a observação de aves ou de informação referente a esta actividade; Inexistência de painéis informativos específicos sobre a avifauna local e outros materiais informativos sobre as aves da Serra do Caldeirão. Necessidade de percorrer distâncias significativas até chegar aos locais mais importantes. Recepcionistas dos alojamentos com poucos conhecimento de línguas. Planos / Projectos previstos para a zona: Projecto desenvolvido pela Associação In Loco com objectivo em estabelecer roteiros de observação de Aves na Serra do Caldeirão, que em breve resultará na edição de um guia de roteiros nesta zona. Continuidade do projecto Via Algarviana, com intervenções previstas ao nível de sinalização, marcação de trilhos, etc. Projecto de sinalização da Rede Natura, submetido pelo ICNB aos fundos comunitários PO Algarve. Continuação do projecto “Rota da Cortiça”.

5.1.5. Nome: Ria Formosa (Código 4) / Tavira / Arraial Ferreira Neto Coordenadas: 37° 7' 19" N, 7° 37' 16" WEstatuto: PN, ZPE, SIC, Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Alcaravão (Burinhus oedicnemus), Colhereiro (Platalea leucorodia), Flamingo (Phoenicopterus ruber), Alfaiate (Recurvirostra avosetta)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com elevado interesse para a observação. Localização geográfica bastante vantajosa para a prática de turismo ornitológico, devido ao posicionamento central entre a Ria Formosa e Castro Marim. Zona envolvida por diferentes habitats da Ria Formosa, onde ocorrem dezenas de espécies de aves aquáticas (salinas, sapais, dunas e lagoas de água doce) e onde a sua observação é fácil. Existência de alojamento de elevada qualidade com uma localização privilegiada nesta zona, preparado para apoiar este tipo de actividades; Existência de atractivos complementares, nomeadamente o “Museu do Atum”, o “Forte do Rato” e salinicultura tradicional. Zona já conhecida por operadores e profissionais de Turismo. Proximidade da Ecovia do Litoral. Existência de ciclovia e via pedonal de acesso ao local. Zona já visitada por empresas de turismo e entidades de divulgação científica, nomeadamente o Centro de Ciência Viva de Tavira; Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Inexistência de qualquer infra-estrutura de apoio ao “Birdwatching”. Estrada de acesso ao local estreita, dificultando a circulação de duas viaturas em simultâneo – pode dificultar a paragem para a observação de aves. Perturbação humana em zonas sensíveis, nomeadamente nas salinas e sapais; Degradação dos espaços dunares devido ao pisoteio; inexistência de qualquer painel informativo

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subordinado à observação de aves ou da natureza em geral; Planos / Projectos previstos para a zona: Encerramento da antiga ETAR de Tavira e consequente desactivação e aterramento das lagoas artificiais existentes na zona.

5.1.6. Nome: Ria Formosa / Tavira / Quatro Águas Coordenadas: 37° 7' 19" N, 7° 37' 16" W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Flamingo (Phoenicopterus ruber), Colhereiro (Platalea leucorodia), Alfaiate (Recurvirostra avosetta), Pernilongo (Himantopus himantopus), Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com interesse para o turismo ornitológico. Bons acessos, com várias possibilidades de estacionamento. Bom acesso ao interior da zona de salinas e limítrofe à ria. Bom campo de visão para as zonas de sapal e salinas. Proximidade a outros locais interessantes para “Birdwatching”. Existência de restauração nas imediações; Local com interesse a considerar no âmbito de um roteiro. Zona integrada em livro de roteiros ornitológicos na Ria Formosa. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Elevada perturbação causada pelas viaturas que circulam nos trilhos, especialmente na Primavera e Verão; Degradação dos sapais originada pelo pisoteio desregulado; Inexistência de quaisquer infra-estruturas adequadas para “Birdwatching”; Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos

5.1.7. Nome: Ria Formosa / Tavira / Sta. Luzia Coordenadas: 37° 09' 97" N, 7° 65' 35" W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Gaivota-de-bico-fino (Larus genei), Flamingo (Phoenicopterus ruber); Alfaiate (Recurvirostra avosetta); Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com elevado interesse para a observação. Um dos melhores locais para observar Gaivota de Audouiinn. Importante área de refúgio de aves limícolas. Bons acessos e boa visibilidade para as salinas a partir do acesso principal. Disponibilidade de restauração e alojamento nas

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proximidades. Próximo de outros locais com interesse para o “Birdwatching”, existentes na região. Com acesso pedonal desde Tavira; Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Inexistência de infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”. Ausência de áreas de estacionamento. Perturbação nas salinas. Local com pouco interesse paisagístico; Observações pouco interessantes na altura seca; Existência de condicionalismos para a implementação de medidas ou acções de apoio ao “Birdwatching”, resultante do facto dos terrenos serem privados e de aí existir actividade industrial; Os acessos requerem manutenção. Acesso interdito ao interior da salina. Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos

5.1.8. Sítio: Ria Formosa / Tavira / Torre D’Aires, Torreio e Livramento Coordenadas: 37º4'29.95''N ; 7º42'40.55''W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Colhereiro (Platalea leucorodia), Flamingo (Phonicopteru ruber), Alcaravão (Burhinus oedicnemus); Picanço-barreteiro (Lanius senator); Abelharuco (Merops apiaster). Aspectos positivos para birdwatching: Zona adjacente à Ria Formosa, com locais de boa observação da avifauna. A zona de Torre D’Aires apresenta boas infra-estruturas de visitação, recreio e lazer, incluindo passadiços, zonas de descanso, painéis informativos sobre a biodiversidade local e um miradouro. Em Livramento, existem bons locais de observação de aves limícolas e em Torreio o percurso insere-se em zona agrícola onde se podem observar outras espécies. Zona atravessada pela Ecovia do Litoral, um atractivo à realização de actividades de turismo de natureza e desporto. Zona a considerar no âmbito da definição um roteiro ornitológico, nomeadamente entre Tavira e Olhão. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: As aves que aqui podem ser observadas, também o são noutros locais mais emblemáticos da região, nomeadamente nas salinas de Tavira, Castro Marim ou Ludo. Nalguns locais, como Livramento, não existem painéis informativos ou sinalização de suporte à actividade. Existência de lixo. A este de Torre D’Aires, em Torreio, o caminho não está balizado nem sinalizado e nas marés mais altas pode ficar submerso parcialmente. Existência de condicionalismos para a implementação de medidas ou acções de apoio ao “Birdwatching”, resultante da maioria dos terrenos serem privados. Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos.

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5.1.9. Nome: Ria Formosa / Olhão / Fuzeta Coordenadas: 37º3'37.45''N; 7º44'19.9''W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Colhereiro (Platalea leucorodia), Flamingo (Phoenicopterus ruber); Alfaiate (recurvirostra avosetta), Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons); Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) Aspectos positivos para “Birdwatching”: Na zona designada “Arroteia de Baixo”, existe uma salina com elevado interesse para a observação de aves. Tem acesso automóvel, do qual se tem uma boa visão sobre os tanques da salina e da avifauna aí presente. Nos períodos de maré alta, este funciona como um refúgio de centenas de aves limícolas, onde a sua observação é fácil. Um local a considerar no âmbito de um roteiro. Na zona da Fonte Santa, existem infra-estruturas de recreio e informativas, nomeadamente da Ecovia do Litoral, e interessantes locais de observação da Ria Formosa. Possibilidade de fazer passeios de barco na ria formosa e a mar alto - para observar aves marinhas - a partir da Fuzeta. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: O acesso ao local é linear e no Inverno apresenta-se em más condições para a circulação automóvel. Necessita de manutenção regular. Não existe sinalização até ao local, nem qualquer suporte informativo de apoio ao “Birdwatching”. Inexistência de qualquer infra-estrutura de apoio à observação de aves, nomeadamente observatórios, miradouros ou esconderijos. Significativa pressão humana no local, devido à passagem regular de pessoas e a existência de diversas habitações nas imediações. Alguns depósitos de lixo e entulho nas imediações. Planos / Projectos previstos para a zona: Na zona de Fonte Santa decorrem trabalhos no âmbito das medidas de compensação da expansão do aeroporto de Faro, que incluem a renaturalização de partes da ria e a melhoria das condições de visitação aquela zona.

5.1.10. Nome: Ria Formosa / Olhão / Quinta de Marim Coordenadas: 37º1'51.44''N; 7º48'56.23''W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Caimão (Porphyrio porphyrio); Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons); Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus); diversas limícolas, Pega-azul (Cyanopica cyana), Toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com elevado interesse para a observação. Área de concentração de aves aquáticas, nomeadamente salinas, onde a sua observação é fácil e rápida. Área dedicada exclusivamente à educação ambiental

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e conservação da natureza, propriedade do ICNB. Existe um trilho interpretativo, com pontos de informação acerca da biodiversidade, e diversa sinalética. Existem dois observatórios de aves. Local com vários habitats diferentes, onde se podem observar diversas espécies aquáticas e terrestres. Zona de acesso condicionado e reduzida perturbação humana. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Sinalética com falta de manutenção. Observatórios de aves em bastante mau estado de conservação. Necessidade de instalar dois novos observatórios, adaptados a públicos especiais, nomeadamente a pessoas de mobilidade reduzida. Inclusão de protecções laterais nos observatórios e nos acessos aos mesmos. Reinstalar e reforçar a sinalética informativa. Necessidade de reeditar materiais informativos, mais completos e actualizados. Planos / Projectos previstos para a zona: Várias intervenções previstas ao abrigo do Pollis “Ria Formosa”, incluindo a recuperação do Moinho-de-maré, do cais de embarque e provavelmente dos observatórios ali existentes.

5.1.11. Nome: Ria Formosa / Faro / Salgados do Fialho Coordenadas: 37º1'11.03''N ; 7º53'51.86''W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Maçarico-preto (Plagadis falcinellus), Petinha-d’agua (Antus spinoletta), Pilrito de Temminck (Calidris temminckii), Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus), Pedriz-do-mar (Glareola pratincola); Calhadrinha (Calandrella brachydactyla)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com elevado interesse para a observação. Área de concentração de aves aquáticas, nomeadamente anatídeos. Área inserida na Ria Formosa, junto de salinas e zonas de sapal. Próximo de outros locais com interesse para o “Birdwatching”, existentes na região (ex. salinas Tavira, Ludo). Local a considerar no âmbito de um roteiro. Reduzida presença humana. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Acesso muito condicionado e de difícil detecção. Inexistência de infra-estruturas de apoio à observação de aves. Caça ilegal, perturbação e presença de cães. Zona privada, com vários condicionalismos ao nível da intervenção no local. Planos / Projectos previstos para a zona: Desactivação da ETAR existente no local e das respectivas lagoas.

5.1.12. Nome: Ria Formosa / Faro / Parque Ribeirinho e Salinas Neves Pires Coordenadas: 37º 01’ 21’’ N 7º 56’ 50’’ W

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Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais emblemáticas: Flamingo (Phoenicopterus ruber), Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons), Pernilongo (Himantopus himantopus), limícolas (Calidris,tringa, sp); Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Gaivina-de-bico-vermelho (Sterna caspia).Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de aves com interesse para a observação. Bons acessos, com áreas de estacionamento. Bom campo de visão sobre a Ria Formosa, áreas de sapal e salinas. Existência de trilhos e da “Ecovia do Litoral”. Grande proximidade com a cidade de Faro. Existência de alojamentos e restauração nas imediações. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Existência de muitos depósitos de lixo. Zona insegura para turistas e visitantes. Falta de sinalização. Inexistência de infra-estruturas para a observação de aves. As espécies aqui presentes e as respectivas quantidades, são menores que noutros sítios. Degradação das salinas, um dos habitats existentes mais interessantes para a avifauna. Planos / Projectos previstos para a zona: Existe um plano de requalificação de toda esta zona. Perspectivas de requalificação no âmbito do Pollis “Ria Formosa”.

5.1.13. Nome: Ria Formosa / Canais de navegação e Ilhas Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar e IBA Aves mais Emblemáticas: Gaivota de Audouiinn (Larus audouinii), Colhereiro (Platalea leucorodia), Flamingo (Phonicopteru ruber), Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons); Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) enumerosas limícolas. Aspectos positivos para “Birdwatching”: Terceira zona húmida mais importante para aves aquática em Portugal. Local de ocorrência de várias espécies de interesse para o turismo ornitológico. Fácil observação de aves limícolas, garças e flamingos, pelo facto de ser feita em barco e permitir uma grande proximidade. Zona com elevado interesse paisagístico. Existência de serviços de apoio nas imediações (restaurantes e alojamento). Articulação com actividades de interesse cultural (ex. pesca tradicional, mariscagem). Possibilidade de sair para mar alto e observar aves marinhas. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Inexistência de infra-estruturas de apoio à actividade. Pouca informação publicada sobre itinerários e pontos de interesse nestas zonas. Excessiva perturbação náutica, especialmente na Primavera e Verão. Acesso desregulado

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a zonas sensíveis da ria formosa. Ocorrência de depósitos de lixo nalguns locais pouco acessíveis da Ria Formosa. Planos / Projectos previstos para a zona: Programa Pollis “Ria Formosa”, que prevê diversas acções de requalificação desta zona protegida e recuperação de locais de interesse para o turismo de natureza.

5.1.14. Nome: Ria Formosa / Loulé / Quinta do Ludo Coordenadas: 37° 03' 17" N, 7° 99' 76" W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Caimão (Porphyrio porphyrio); Noitibó-de-nuca-castanha (Caprimulgus ruficollis), Águia-calçada (Hieraaetus pennatus), Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus); Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), Colhereiro (Platalea leucorodia); Flamingo (Phoenicopterus ruber); Pega-azul (Cyanopica cyanus). Aspectos positivos para “Birdwatching”: Uma das zonas mais importantes para aves no Algarve. Grande diversidade de espécies e de habitats. Possibilidade de observar mais de 100 espécies num só dia. Local de elevada concentração de aves aquáticas, nomeadamente de patos limícolas. Bons acessos. Boa localização geográfica – zona central do Algarve e próximo de Faro e do aeroporto. Bastante próximo da Quinta do Lago e da Lagoa de S. Lourenço. Local bastante conhecido a nível nacional e internacional. Existência de material informativo – flyers sobe Birdwatching no Ludo. Bons acessos pedonais ao local. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Inexistência de qualquer tipo de sinalética informativa, bem como de outras infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”. Zona maioritariamente privada, com graves problemas de gestão. Elevada perturbação humana (circulação de pessoas, automóveis, motorizadas, bicicletas, etc.). Ausência de ordenamento ao nível de estacionamento e circulação. Presença regular de cães, actividades de motocross. Depósitos de lixo. Turismo desregulado. Planos / Projectos previstos para a zona: Projecto para instalação de percurso de recreio e lazer, sinalizado, junto da ria, no âmbito do Pollis “Ria Formosa”.

5.1.15. Nome: Ria Formosa / Loulé / Trilho de S. Lourenço Coordenadas: 37º 02’ 54’’ N 8º 01’ 11’’ W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, Sítio Ramsar, IBA Aves mais Emblemáticas: Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina), Camão (Porphyrio porphyrio), Garçote (Ixobrychus minutus), Maçarico-preto (Plagadis

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falcinellus), Garça-vermelha (Ardea purpurea), Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus), Pega-azul (Cyanopica cyanus). Aspectos positivos para “Birdwatching”: Zona muito conhecida. Trilho interpretativo sinalizado. Existência de um observatório de boa qualidade. Local ideal para a observação de aves aquáticas, nomeadamente as acima referidas. Existência de materiais informativos em várias línguas (mapas e trilhos), boa manutenção do espaço. Local com vigilância. Trilho bem sinalizado; Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Difícil acesso ao observatório, para quem vem de carro pela Quinta do Lago. Ausência de sinalização a este respeito. Planos / Projectos previstos para a zona: Instalação de novo observatório, de dois pisos, nas imediações daquele já existente.

5.1.16. Nome: Loulé / Lagoa das Dunas Douradas e Lagoa do Garrão Coordenadas: 37º2'40.72''N; 8º3'8.13''W Estatuto: A Lagoa das Dunas Douradas não tem qualquer estatuto de protecção; A Lagoa do Garrão está inserida dentro do Parque Natural da Ria Formosa Aves mais Emblemáticas: Garçote (Ixobrychus minutus), Caimão (Porphyrio porphyrio), Pega-azul (Cyanopica cyanus), Andorinha-do-mar-anã (Sterna albifrons), Papa-ratos (Ardeolla ralloides), Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina) Aspectos positivos para “Birdwatching”: Locais de ocorrência de espécies com interesse para o turismo ornitológico. A lagoa das Dunas Douradas tem uma acesso bastante fácil e uma área de estacionamento espaçoso – excepto no verão em que está sempre lotado; A Lagoa do Garrão é um local bastante atractivo, em termos beleza natural e pouco perturbado; Ecossistema diversificado: caniçal, lagoa de água doce, denso pinhal, matagal mediterrânico, extensa zona de sapal, salinas, dunas; Possibilidade de complementar a visita a este local com a deslocação a outros locais nas proximidades, nomeadamente à Fuzeta, Tavira, Ludo; Existe um plano de recuperação do local, no âmbito do plano de gestão da ARH Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Os equipamentos existentes estão em bastante mau estado de conservação; Não existem observatórios nem painéis informativos; No verão as dunas douradas é um local muito perturbado pelas pessoas que vão para a praia; Existe uma forte expansão turística - imobiliária em torno destas lagoas; Sinalização até ao local, deficiente. Planos / Projectos previstos para a zona: Existe um plano de gestão para este local, elaborado pela ARH Algarve que irá, em breve, ser implementado.

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5.1.17. Nome: Loulé / Foz da Almargem Coordenadas: 37º3'45.16''N ; 8º4'54.86''W Estatuto: Nenhum Aves mais Emblemáticas: Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina), Negrinha (Aythya fuligula), Camão (Porphyrio porphyrio), Garça-vermelha (Ardea purpurea), Andorinha-do-mar-comum (Sterna hirundo), Chapim-de-máscara (Remiz pendulinus), Garçote (Ixobrychus minutus) Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), Pega-azul (Cyanopica cyanus); Toutinegra-de-abeça-preta (Sylvia melanocephala). Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local bastante atractivo, em termos beleza natural, sobretudo no Inverno – após as primeiras chuvas e com a lagoa com água – de fácil acesso; Ecossistema diversificado: caniçais, largo espelho de água, pinhal em ambas margens, tamargueiras nas margens, zonas de areia e lama nas margens e na foz; A estrada de acesso ao local é larga e há muito espaço para estacionamento no final da mesma; Possibilidade de complementar a visita a este local com a deslocação a outros locais nas proximidades, nomeadamente ao caniçal de Vilamoura, Lagoas do Garrão ou Quinta de Lago; Este local está incluído num guia de roteiros ornitológicos, traduzido em inglês; Possui um plano de gestão elaborado pela ARH Algarve, com objectivo de melhorar as condições ambientais do habitat. Aspectos negativos / carências para “Birdwatching”: Os trilhos são acessíveis a viaturas, o que causa tráfego intenso e perturbação, sobretudo na altura do Verão; Website sobre o local sem informação específica alusiva ao Birdwatching; Sem infra-estruturas adequadas para Birdwatching (painéis informativos e observatórios); Zona sujeita a grande especulação turística, existindo um projecto para a instalação de um empreendimento turístico no pinhal a nascente da lagoa, o mais importante da zona; Deficiente sinalização de acesso ao local e sobre protecção ambiental. Planos / Projectos previstos para a zona: Existe um plano de gestão para este local, elaborado pela ARH Algarve que irá, em breve, ser implementado.

5.1.18. Nome: Loulé / Caniçal de Vilamoura Coordenadas:. 37º5'37.23''N ; 8º8'38.99''W Estatuto: IBA Aves mais emblemáticas: Garça-vermelha (Ardea purpurea), Caimão (Porphyrio porphyrio); Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus); Tartaranhão-ruivo-

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dos-pauís (Circus aeruginosus), Garçote (Ixobrychus minutus), Perra (Aythya nyroca), Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus), Rouxinol-grande-dos-caniços (Acrocephalus arundinaceus), Chapim-de-máscara (Remiz pendulinus); Escrevedeira-dos-caniços (Emberiza shoeniclus); Tecelão (Ploceus melanocephalus)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Uma das maiores áreas de caniçal da Região, onde ocorrem milhares de passeriformes durante as migrações. Local de invernada de diversas espécies de aves aquáticas, algumas com restrita distribuição nacional. Existência de dois observatórios de aves, de boa qualidade, equipados com painéis informativos. Área designada como Parque Ambiental de Vilamoura, com gestão e vigilância privada. Bons acessos ao local e boa rede de trilhos pedonais. Existência de serviços de apoio nas imediações (alojamento e restauração); Existência de materiais informativos sobre a avifauna local, alguns traduzidos em inglês. Existência de um trilho interpretativo de natureza. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Gestão deficiente do Parque Ambiental de Vilamoura. Informação sobre o local não se encontra facilmente disponível. Aumento da pressão turística em torno do parque ambiental. Deficiente sinalização para o local. Planos / Projectos previstos para a zona: Projecto de expansão turística de Vilamoura (“Cidade Lacustre”), com ocupação de parte da zona de caniçal e transformação de lago em marina.

5.1.19. Nome: Albufeira / Várzeas de Paderne Coordenadas: 37º12'18.13''; N 8º12'0.06''W Estatuto: Nenhum Aves mais Emblemáticas: Rouxinol-do-mato (Cercothichas galactotes),Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Mocho-galego (Athene noctua), Poupa (upupa epops), Pica-pau-malhado-pequeno (Dendrocopos minor)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Local de ocorrência regular de várias espécies com interesse para o turismo ornitológico e de restrita distribuição na região. Bons acessos ao local. Proximidade com aldeias rurais, onde existem serviços de restauração e acolhimento. Proximidade com área protegida de interesse botânico internacional. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Inexistência de qualquer infra-estrutura de apoio ao “Birdwatching”. Sinalização do local deficiente. Perturbação humana por vezes elevada. Não existem informações publicadas sobre o local, nem trilhos interpretativos ou pedestres sinalizados. Depósitos de entulhos.

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Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos

5.1.20. Nome: Silves / Lagoa dos Salgados Coordenadas: 37° 10' 05" N, 8° 33' 27" W Estatuto: IBA; Aves mais Emblemáticas: Flamingo (Phoenicopterus ruber), Íbis-preta (Plegadis falcinellus), Íbis-pelada (Geronticus eremita), Perra (Aythya nyroca), Pato-rabo-alçado (Oxyura leucocephala), Garça-vermelha (Ardea purpurea), Camão (Porphyrio porphyrio), Pernilongo (Himatopus himatopus), Alfaiate (Recurvirostra avosetta), Calhandrinha (Calandrella brachydactyla)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Um dos melhores locais para “Birdwatching” no Algarve e muito conhecido e procurado por turistas estrangeiros, nomeadamente britânicos; Local muito interessante para observação de raridades; Importante local de nidificação para muitas espécie de aves; Sítio com muito potencial para a implementação de um centro de interpretação; Estrategicamente localizado na costa Algarvia; Possibilidade de percorrer todo o perímetro da lagoa, sem obstáculos; Facilidade de observação face à proximidade das aves e ao número elevado de efectivos e de espécies; Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Sem qualquer estatuto de protecção legal até ao momento, embora seja uma IBA, o que conduz a forte pressões e insatisfação dos turistas estrangeiros que visitam o local; Sinalização insuficiente e estrada de acesso à lagoa em más condições; Perturbação causada pelo pisoteio (fora do passadiço existente), circulação de veículos e de bicicletas desordenado, cães, gado; Actividades recreativas incompatíveis com a conservação do local (nomeadamente parapente e avionetas); Falta de gestão da qualidade da água e do caudal da lagoa, conduzindo à abertura da mesma em alturas desadequadas provocando a morte de muitas aves; Observatório com arquitectura inapropriada e pouco seguro para as observações feitas no piso superior Planos / Projectos previstos para a zona: Plano de gestão promovido pela CCDR / ARH Algarve, prestes a ser implementado no local. Empreendimento turístico previsto na área confinante com a lagoa.

5.1.20. Nome: Lagoa / Fontes de Estômbar (Fontes e Arrozais) Coordenadas: 37º9'44.75''N; 8º29'10.9''W Estatuto: Nenhum

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Aves mais emblemáticas: Caimão (Porphyrio porphyrio), Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), Narceja-galega (Limnocrypter minimus), Pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica), Mocho-galego (Athene noctua)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Área de ocorrência de diversas espécies com interesse para o “Birdwatching”. Bons acessos. Existência de centro ambiental e infra-estruturas de lazer e recreio. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: A zona mais interessante para o “birdwatching”, os arrozais, são privados e o acesso a este local é muito condicionado. As Fontes de Estombar, são menos interessantes para esta actividade.

5.1.21. Nome: Estuário do Arade Coordenadas: 37º9'18.52''N; 8º29'57.96''W Estatuto: SIC Aves mais emblemáticas: Flamingo (Phoenicopterus ruber), Colhereiro (Plataleaa leucorodia), Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), Falcão-peregino (Falco peregrinus), Pisco-de-peito-azul (Liscinia svecica). Aspectos positivos para “Birdwatching”: Extensa zona húmida, onde ocorrem diversas espécies com interesse para o “Birdwatching”. Elevada riqueza paisagística. Existência de diversos tipo de habitats, aquáticos e terrestres. Existência de serviços de apoio na (alojamento e restauração) e de alguns materiais informativos, nomeadamente do Guia da Natureza de Portimão. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Zona de difícil acessibilidade. Inexistência de sinalização indicativa de locais a visitar. Os sítios mais interessantes para visitar, estão bastante afastados uns dos outros. Necessidade de visitar vários locais para ter uma boa visão do estuário. Inexistência de qualquer infra-estrutura de apoio ao “birdwatching” ou até ao pedestrianismo. Inexistência de trilhos, ciclovias ou percursos sinalizados. Presença de vários depósitos de lixo. Perturbação humana. Acessos interditos e privados a potenciais locais de interesse (Morgado de Arge, Morgado reguengo, lagoas da ETAR em Companheira). Apenas identificado um trilho acessível ao estuário, passível de ser encarado como percurso de observação de aves, mas cheio de lixo e sem qualquer estruturas de apoio. Algumas zonas estão bastante degradas, poluídas e desqualificam a paisagem. Planos / Projectos previstos para a zona: Actualização e reedição do guia da natureza e instalação de percursos pedestres. Proposta de desactivação da ETAR de Portimão – possibilidade de requalificar estes espaços como zonas para Birdwatching.

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5.1.22. Nome: Ria de Alvôr Coordenadas: 37º7'57.29''N; 8º36'44.74''W Estatuto: SIC Aves mais emblemáticas: Flamingo (Phoenicopterus ruber), Alcaravão (Burhinus oedicnemus), Calhandrinha (Calandrella brachydactyla), Toutunegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Uma das principais zonas húmidas do Algarve, onde ocorrem diversas espécies de aves de elevado interesse para o turismo ornitológico. Zona bastante conhecida a nível internacional. Zona com elevada riqueza paisagística, incluindo zona estuarina, sapal, salinas, campos agrícolas, entre outros. Existência de percurso pedonal focado na observação de aves, com um painel informativo acerca da biodiversidade em geral no inicio do mesmo. Existência de estacionamento automóvel junto do itinerário e da zona estuarina. Zona muito bem estudada, existindo no local um centro de estudos, acolhimento e apoio ao “Birdwatching” (Associação A Rocha). Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Sinalização de acesso ao local, bastante deficiente. Elevada perturbação humana em vários locais do estuário. Acções recorrentes de destruição do ecossistema; Conversão de salinas em aquaculturas e perda dos valores biológicos e paisagísticos; Acesso desregulado a zonas sensíveis. Inexistência de infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching“, bem como ao percurso pedonal (ex. bancos); Zona menos atractiva, em comparação com outros locais, nomeadamente Ria Formosa ou castro Marim. Depósitos de lixos. Planos / Projectos previstos para a zona: Instalação de percurso pedestre. Edição do Guia da Natureza de Portimão, com referência a este espaço. Plano para instalar passadiço na zona dunar. Realização de cursos de observação de aves em parceria com a associação A Rocha.

5.1.23. Nome: Lagos / Paúl de Lagos Coordenadas: 37º7'8.53''N; 8º40'53.32''W Estatuto: Nenhum Aves mais emblemáticas: Garçote (Ixobrychus minutus), Pernilongo (himantopus himantopus), Rouxino-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus acirpaceus), Rouxino-grande-dos-caniços (Acrocephalus arundinaceus), Fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis), Pisco-de-peito-azul (luscinia svecica)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Área de ocorrência de diversas espécies de aves com interesse para “Birdwatching”. Presença de vários habitats, incluindo zonas de influência salina e de água doce. Local bem estudado e com uma rica biodiversidade, com

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destaque para a botânica, fauna invertebrada (ex. borboletas) e aves. Acesso razoável ao local. Existência de área de estacionamento e de um trilho. Existe um estudo desenvolvido neste local, acompanhado de um plano de requalificação de toda a zona. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não existem quaisquer infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”, nomeadamente observatórios, miradouros, trilhos sinalizados, painéis informativos, etc. os terrenos são privados e existem condicionalismos para intervir nos mesmos. Apesar do interesse, não se reúnem neste local concentrações significativas de aves ou espécies únicas. Existem outros locais mais vantajosos para Birdwatching. Planos / Projectos previstos para a zona: Desconhecidos

5.1.24. Nome: Costa Vicentina / Vila do Bispo / Paúl de Budens Coordenadas: 37º4'23.05''N ; 8º48'20.39''O Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, IBA Aves mais emblemáticas: Garçote (Ixobrychus minutus), Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Frango-d’Água (Rallus aquaticus) Fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis), Aspectos positivos para “Birdwatching”: Zona de ocorrência de várias espécies com interesse para o turismo ornitológico. Espaço inserido em área protegida, de elevada importância para a avifauna, especialmente na época migratória. Uma das únicas zonas palustres existentes no barlavento algarvio. Zona de especial interesse paisagístico. Bom acesso. Existência de ciclovia (Ecovia Litoral), com bom piso e que permite uma melhor visitação do local. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não é um local que permita a rápida observação das aves. Inexistência de quaisquer infra-estruturas de apoio ao turismo ornitológico. Caminho de acesso ao interior da zona normalmente em mau estado de conservação. Deficiente sinalização a indicar o acesso para este local. Não existe alojamento, nem restauração nas imediações – apenas a alguns km’s dali. Perturbação humana – motocross e viaturas TT. Planos / Projectos previstos para a zona Existem planos – ainda não aprovados - para instalação de um grande empreendimento turístico nesta zona, incluindo uma marina.

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5.1.25. Nome: Costa Vicentina / Vila do Bispo / Península de Sagres Coordenadas: 37º1'33.72''N; 8º59'35.16''W Estatuto: PN, ZPE, SIC, IBA Aves mais emblemáticas: Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), Sisão (Tetrax tetrax), Petinha-dos-ampos (Anthus campestris), Cotovia-do-campo (Galerida theklae), Felosa-tomilheira (Sylvia conspicillata), Calhandra (Calandrella brachydactyla), Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Águia-calçada (Hieraaetus pennatus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Grifo (Gyps fulvus), Abutre-do-egipto (Neophron percnopterus), Cegonha-preta (Ciconia nigra), Cagarra (Calonetris diomedea), Pardela-balear (Puffinus mauritanicus), Melro-azul (Montícola solitarius), Petinha-de-Richard (Anthus richardii)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Uma das zonas mais importantes do país para aves migratórias, nomeadamente rapinas, marinhas e passeriformes. Zona de ocorrência de mais de 200 espécies ao longo do ano, algumas das quais com distribuição bastante restrita no país. Um dos principais locais de ocorrência de espécies raras em Portugal. Local de elevado interesse paisagístico. Zona bastante conhecida a nível nacional e internacional, actualmente procurada para a prática de turismo ornitológico. Existência de serviços de apoio nas imediações (alojamento e restauração); Existência de parques de estacionamento e bons acessos. Actividades tradicionais relacionadas com pesca. Existência de centro de interpretação ambiental em Vila do Bispo. Possibilidade de realizar passeios de barco para a observação de aves marinhas. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Procura turística desordenada; Deficiência de manutenção da pouca sinalética existente; Inexistência de trilhos interpretativos, miradouros e outras estruturas de apoio ao turismo ornitológico. Depósitos de lixo; Inexistência de um bom centro de interpretação da natureza; Acesso desregulado a zonas sensíveis; Existência de condicionalismos para a implementação de medidas ou acções de apoio ao “Birdwatching”, resultante da maioria dos terrenos serem privados; Ausência de gestão de alguns sensíveis. Planos / Projectos previstos para a zona: Prevista a instalação de dois percursos pedestres em Vale Santo e Torre D’Aspa, incluindo 2 observatórios de aves, vários painéis informativos e áreas de lazer. Existência de Projecto Polis “Costa Vicentina”. Projecto Polis Costa Vicentina, com várias intervenções a nível da requalificação da orla costeira.

5.1.26. Nome: Costa Vicentina / Aljezur / Costa Oeste (Amoreira, Ponta da Atalaia, Arrifana, Carrapateira) Coordenadas: 37º4'13.12''N; 8º48'26.53''W Estatuto: Parque Natural, ZPE, SIC, IBA

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Aves mais emblemáticas: Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), Falcão-peregrino (Falco peregrinus), Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), Corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis), Cagarra (Calonetris diomedea), Petinha-dos-campos (Anthus campestris), Cotovia-do-campo (Galerida theklae), Calhandra (Calandrella brachydactyla), Cia (Emberiza cia), Escrevedeira-de-garganta-preta (Emberiza cirlus), Aspectos positivos para “Birdwatching”: Área de elevado interesse para aves, nomeadamente durante as migrações. Ocorrência de espécies de distribuição restrita no pais e na Europa. Bons acessos à costa. Existência de algumas infra-estruturas de lazer, nomeadamente passadiços e miradouros. Elevada riqueza paisagística e botânica, única no país. Existência de bons serviços de apoio (alojamento e restauração). Zonas com bom campo de observação dos espaços mais interessantes para as aves. Grande diversidade de ecossistemas, incluindo zonas húmidas, arribas costeiras, praias, dunas, floresta, matagais, etc. Bons pontos de observação de aves marinhas. Perturbação humana bastante reduzida. Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não existe um local onde existam concentrações de aves e onde a observação seja imediata e rápida. A observação de aves requer a visitação a vários locais e não garante a observação das espécies referidas. Inexistência de infra-estruturas de apoio ao “birdwatching”. Inexistência de trilhos interpretativos, percursos pedestres sinalizados. Painéis informativos bastante degradados. Planos / Projectos previstos para a zona: Projecto Polis Costa Vicentina, com várias intervenções a nível da requalificação da orla costeira.

5.1.27. Nome: Serra de Monchique Coordenadas: 37º18'44.2''N ; 8º35'24.74''W Estatuto: SIC, ZPE e IBA Aves mais emblemáticas: Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), Águia-cobreira (Circaetus gallicus), Grifo (Gyps fulvus), Felosa-do-mato (Sylvia undata), Felosa-ibérica (Phylloscopus ibericus), Escrevedeira-de-garganta-preta (Emberiza cirlus), Chapim-de-crista (Parus cristatus)Aspectos positivos para “Birdwatching”: Zona de ocorrência de espécies de elevado interesse para o “Birdwatching”, de restrita distribuição em Portugal e Europa. Paisagem bastante rica e interessante. Zonas florestais bastante densas e ricas, onde ocorrem espécies interessantes. Acessos razoáveis. Zonas com boas panorâmicas sobre a serra envolvente. Passagem da Via Algarviana. Existência de bons serviços de apoio (alojamento e restauração).

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Aspectos negativos / Carências para “Birdwatching”: Não existe um local onde existam concentrações de aves e onde a observação seja imediata e rápida. Necessidade de percorrer grandes distâncias até chegar aos locais mais interessantes. Caminhos sinuosos. Sinalização deficiente. Poucos trilhos sinalizados. Inexistência de infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”, nomeadamente miradouros, torres de observação, painéis informativos, etc. Planos / Projectos previstos para a zona: Projecto “Bioparque de Monchique”, que inclui a criação de centro interpretativo da natureza e vários itinerários sinalizados na serra.

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6. Propostas As propostas que são apresentadas neste capítulo, estão organizadas segundo a classificação dos locais como “Hotspot” ou “Complementar”. Com a atribuição desta designação pretendeu-se identificar os sítios que são os mais importantes para o turismo ornitológico no Algarve - Sítios “Hotspot” - e que poderão funcionar como atracções fortes ao nível, por exemplo, de uma campanha promocional externa. Paralelamente, pretendeu-se identificar os outros locais que, embora apresentem um valor inferior - Sítios Complementares - podem enriquecer e diversificar a oferta da região. A referida classificação resultou da aplicação dos seguintes critérios: Sítios “Hotspot”

� Valor ornitológico muito significativo, com expressão a nível nacional e internacional;

� Estatuto de Protecção Nacional e Internacional; � Capacidade de atracção, tendo em conta a diversidade e a quantidade de aves

que a zona alberga ao longo do ano; � Publicidade do local; � Acessibilidades;

Sítio “Complementar”

� Valor ornitológico relevante e aspectos singulares; � Proximidade com os sítios “Hotspot”; � Acessibilidades; � Infra-estruturas existentes no local; � Planos e intenções existentes para o local, a curto prazo;

Para cada espaço identificado compilou-se um conjunto de propostas, que tiveram também em conta a sua classificação. Assim, para os sítios “Hotspot” é apresentada a seguinte informação:

• Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”; • Infra-estruturas de apoio à informação e visitação; • Propostas de ordenamento e gestão dos locais; • Planta com a localização das intervenções propostas; • Projecto técnico e estimativa orçamental das infra-estruturas e painéis propostos • Informações gerais (ex. aspectos a clarificar / alterar em planos existentes)

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Para os Sítios “Complementares”: • Infra-estruturas de apoio ao birdwatching; • Infra-estruturas de apoio à informação e visitação; • Propostas de ordenamento e gestão dos locais; • Planta com a localização das intervenções propostas;

6.1. Sítios “Hotspot” Apresentam-se em seguida, os locais identificados como “Hotspot” no Algarve e as propostas de intervenção a desenvolver em cada um.

6.1.1. Castro Marim A Reserva Natural de do Sapal de Castro Marim e Vila Real de St. António é um dos espaços mais importantes para aves aquáticas no Algarve. Ocorrem aí espécies únicas na região e no país, cuja distribuição restrita a nível europeu motiva, actualmente, a visitação à zona no sentido de obter observações das mesmas. O espaço não tem infra-estruturas de apoio a esta actividade, embora já seja visitado regularmente por grupos guiados e pessoas isoladas.

Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Propõem-se a instalação de dois observatórios de aves, de acordo com a figura descritiva (figura 1 dos anexos). Os mesmos devem ser acompanhados de protecções laterais, de modo a reduzir a perturbação humana no acesso a estas estruturas. Importa referir que, à partes destes observatórios propostos, está projectado um outro, para a zona próximo da sede da reserva, no âmbito das compensações do Aeroporto de Faro; Informação e Visitação Sugere-se a instalação de sete painéis informativos, subordinados à avifauna local e à natureza e cultura da região. Reajustamento do horário de abertura do centro interpretativo – abertura aos fins-de-semana; qualificação dos recepcionistas; aumento da informação disponível; oferta de visitas guiadas; dinamização do espaço da sede, nomeadamente com melhorias do serviço de bar. Remarcação dos percursos pedestres actualmente existentes em torno da

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reserva natural e reforço da sinalética. Reedição de materiais informativos sobre os mesmos percurso e reforço da informação.

Ordenamento e Gestão Interditar e limitar o acesso público a várias zonas da reserva (ex. Cerro do Bufo); reduzir e interditar a circulação de viaturas e pessoas estranhas nalgumas zonas da reserva (ex. acesso às salinas do Cepo); ordenar o estacionamento dentro da reserva, nomeadamente junto de zonas sensíveis (ex. Cerro do Bufo); sinalização dos trilhos interpretativos, caminhos públicos e acessíveis, zonas interditas, etc.; colocação de informação sobre regras de conduta em todos os locais de acesso à reserva natural;

Plano de intervenções (ficha 9.1): Acção 1 – Zona da Sede da reserva Natural - Balizamento do caminho pedestre entre a sede da reserva e o Rio Guadiana e instalação de painel informativo no final, com informação relativa à avifauna daquela zona e do respectivo Habitat. Instalação de informação inicial sobre regras e cuidados a respeitar nesta zona. Colocação de portada no inicio do caminho de acesso à salina do “Cepo”, com objectivo de controlar o acesso à mesma – zona sensível de nidificação de aves protegidas. Acesso reservado aos salineiros, vigilantes da reserva e investigadores. Recuperar os painéis informativos existentes.

Acção 2 – Zona de Castro Marim - Recuperação do percurso existente desde Castro Marim até à salina “Felix”. Reposição de sinalética e instalação de painel informativo elucidativo sobre as salinas e a avifauna que ali ocorre. Acesso público.

Acção 3 – Zona da salina “Cerro do Bufo” – Encerramento de todos caminhos e trilhos que permitem o livre acesso ao interior do “Cerro do Bufo”, recorrendo a vedações. Manutenção do actual percurso público em redor da salina e instalação de sinalética no mesmo. Criação de pequena área de estacionamento no acesso ao “Cerro do Bufo”. Instalação de cinco painéis informativos sobre a avifauna local, regras de conduta, proibição de acesso, indicação de percurso, etc.; Instalação de um observatório e respectivas protecções laterais no caminho público a Oeste da salina, com vista para a zona húmida ali existente; Criação de percurso no interior do “Cerro do Bufo” – desde a entrada até à “casa das bombas” - acessível apenas a grupos guiados, previamente inscritos, a percorrer apenas em viatura colectiva (ex. mini bus). Percurso a realizar em condições restritas, mediante acordo com a reserva natural e o proprietário da salina.

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Acção 4 - Instalação de observatório de aves a SW da salina “Cerro do Bufo”, a sul do canal principal, em zona de miradouro para a zona húmida ali existente. Colocação de painel informativo sobre a avifauna local e sinalética de acesso ao local. Necessidade de acertar acordo de parceria com o proprietário do terreno (existe interesse da parte do mesmo para promover “Birdwatching” naquele local).

6.1.2. Ria Formosa A Ria Formosa é terceira zona húmida mais importante do país. Reúne um conjunto de estatutos de protecção nacionais e internacionais, nomeadamente a da Convenção de RAMSAR devido à elevada concentração de aves aquática que alberga ao longo do ano. Ocorrem aí mais de 250 espécies de aves, muitas de distribuição restrita a nível europeu. Existem diversos locais de interesse para a observação de aves ao longo dos 30km de parque natural, dos quais se destacam pela riqueza e potencial para a actividade:

• “Arraial Ferreira Neto” Local de elevada riqueza ornitológica, onde é possível encontrar vários habitats e diversas espécies associadas aos mesmos. Existe nesta zona duas lagoas artificiais que funcionam como refúgio de aves aquáticas e cuja renaturalização resultará num melhoramente significativo da qualidade do habitat e na abundância de aves aí presente. As propostas são: Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”: Implementação do projecto “Parque de Natureza”, incluindo a instalação de dois observatórios de aves, três miradouros / plataformas e dois esconderijos de fotografia. Colocação de passadiços de acesso ao canal do rio Gilão e protecções laterais nos percursos em torno das lagoas a renatualizar no âmbito do referido projecto (figura 6 dos anexos). Informação e visitação Implementação de percurso interpretativo em torno das lagoas da antiga ETAR de Tavira, com estações de observação junto dos principais habitats aí existentes a criar no âmbito do projecto Parque de Natureza de Tavira. Instalação de painéis informativos temáticos e zonas de merendas e descanso. O referido projecto prevê a renaturalização das lagoas da antiga ETAR de Tavira, como área de contacto privilegiado com a natureza e a avifauna. O projecto tem ainda como

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principal objectivo promover o Turismo ornitológico. Prevê a produção de materiais informativos, pedagógicos e interpretação da biodiversidade. Criação de loja de informação ao visitante no Hotel Vila Galé Albacora.

Ordenamento e gestão Implementação de itinerários públicos e de acesso restrito. As zonas interditas serão vedadas e a visitação à mesma será condicionado e sujeita a pagamento. Ver projecto “Parque de Natureza de Tavira”.

Plano de Intervenções (ficha 9.5) Instalação do Projecto “Parque de Natureza de Tavira” Consultar Memória Descritiva em Anexo

• “Quinta de Marim” A Quinta de Marim é a única propriedade do ICNB no Algarve, dedicada exclusivamente à educação ambiental e conservação da natureza. O espaço reúne diversos habitats, aquáticos e terrestres, e um grande número de espécies de aves. Reúne um conjunto de infra-estruturas de apoio ao turismo ornitológico, embora em bastante mau estado de conservação. As propostas vão no sentido de recuperar estes equipamentos e reforçar a informação.

Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Instalação de dois observatórios de aves, respectivas barreiras de protecção e acessos a diferentes públicos alvo.

Informação e visitação Recuperação, reforço e melhoria da sinalização do trilho interpretativo existente, através da colocação de novos painéis informativos, setas indicadoras do sentido do percurso, identificação de pontos de interesse (botânica, geologia, paisagem). Interdição de acesso a determinados caminhos. Melhoria da sinalização de acesso à Quinta de Marim. Actualização e reedição de materiais informativos.

Ordenamento e Gestão: sem necessidades.

Plano de intervenções (ficha 9.8): Recuperação e requalificação dos dois observatórios de aves ali existentes, com adaptações a públicos especiais e melhoria das acessibilidades (Figura 9 em anexo). Instalação de rampa para pessoas de mobilidade reduzida. Instalação de

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protecções laterais de protecção (ex. paliçada de caniço, canas o madeira). Instalação de painel informativo sobre as espécies presentes nos locais de observação, no interior dos observatórios. Instalação de quatro painéis informativos sobre a avifauna da zona (aves aquáticas de água doce, aves aquáticas de zonas salinas, aves terrestres, os habitats e a ria formosa em geral). Reforçar a sinalética rodoviária junto da EN125, a indicar o acesso a este local.

• “Quinta do Ludo” Outrora um dos locais mais importantes para aves em Portugal, a Quinta do Ludo está hoje sujeita a uma muito elevada perturbação humana. Apesar do excesso de circulação automóvel, motociclos, etc., este local apresenta valores ambientais muito significativos. Contudo, não se apresentam propostas concretas para esta zona, devido ao facto de ser maioritariamente privada, onde não se perspectiva qualquer possibilidade de potenciais parcerias ao nível da promoção do turismo de natureza. Existe um passado administrativo bastante complexo em torno da gestão e dos direitos de propriedade do espaço, o que motivou, provavelmente, o actual estado de abandono e degradação e a dificuldade em celebrar parcerias com o proprietário. Na obstante, identificamos a necessidade de desenvolver e implementar um plano de gestão de toda a zona da Quinta do Ludo, que determine as condições para a sua visitação, fruição e acesso. Será importante regularizar o uso do espaço, a circulação de viaturas e pessoas, a interdição a zonas sensíveis, parqueamento de viaturas, entre outros aspectos. Será importante a instalação de infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching”, nomeadamente observatórios de aves, painéis informativos, balizamento de caminhos, interdição de acessos, etc.

• “São Lourenço” As actuais condições existentes no local, são de boa qualidade e vão ao encontro das suas necessidades para aí se desenvolver o turismo ornitológico. Não há propostas para este local.

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6.1.3. Lagoa dos Salgados Apesar de não ter nenhum estatuto de protecção legal, esta é uma das zonas mais importantes para aves no Algarve e, actualmente, uma das mais visitadas por “birdwatchers” em todo o país. A partir de um só ponto fixo, é possível observar quase a totalidade da área lagunar, bem como as aves que aí ocorrem, aspecto muito aliciante para quem pratica esta actividade. Paralelamente, o facto de aí ocorrerem com regularidade espécies raras, de distribuição muito restrita em Portugal e Europa, e de ser sobejamente conhecida em Inglaterra, faz deste um local de excepcional interesse para a promoção do “Birdwatching” no Algarve. O elevado valor da Lagoa dos Salgados motivou a elaboração de um Plano de Gestão por parte da CCDR / ARH Algarve que contempla um conjunto de medidas de conservação do habitat e favorecimento da sua visitação. As propostas que aqui se apresentam, procuram reforçar as medidas já indicadas no referido plano. Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Readaptar observatório existente no local, tornando-o mais eficiente para a prática do “Birdwatching”. Instalação de três novos observatórios em torno da lagoa e protecções laterais (figura 17 em anexo).

Informação e Visitação, Ordenamento e Gestão

a) Readaptação do “observatório” que actualmente existe nesta zona, através de: • Retirar / eliminar a escada frontal de acesso ao piso superior – e,

consequentemente, eliminar este piso; • Colocação de protecção lateral, do tipo paliçada, na rampa de acesso ao

observatório, • Cobrir a frente do miradouro, deixando apenas abertura para possibilitar a

observação de aves, • Instalar um painel informativo no interior do observatório, sobre a avifauna

que ocorre na lagoa; b) Protecção • Fazer uma ligação directa do passadiço da ecovia ao observatório,

impossibilitando a saída de pessoas para as dunas e/ou o caminho de areia existente;

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• Reforçar a vegetação entre a ecovia e a lagoa, com espécies autóctones de porte arbustivo (Caniço, Tabúa e Tamargueira);

• Reforço de sinalética informativa na Ecovia do Litoral, relativamente à necessidade de reduzir ao máximo a perturbação sobre o ecossistema.

6.1.4. Costa Vicentina / Península de Sagres A Península de Sagres detém particularidades biológicas únicas em Portugal e Europa. Além da componente botânica e paisagística, este espaço é o principal corredor migratório de aves de rapina e planadoras no nosso país, bem como o habitat de nidificação de espécies de restrita distribuição. Trata-se de uma região muito procurada pelos entusiastas da observação de aves, especialmente entre Setembro e Novembro – Migração outonal – estando, provavelmente, entre as mais procuradas em Portugal. Não existem quaisquer infra-estruturas de apoio a esta actividade e as propostas que se apresentam vão no sentido de munir a região de um conjunto de equipamentos orientadores, informativos e acondicionadores dos visitantes.

Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Instalação de plataforma / miradouro e respectivo passadiço de acesso no Monte da Cabranosa, em Sagres (figura 22, 23 e 24 dos anexos), e a relocalização de dois observatórios de aves existentes – propriedade do Município de Vila do Bispo – para locais mais adequados. A instalação da referida plataforma, deve ser acompanhada de acções complementares de ordenamento dos acessos ao local, nomeadamente a definição e criação de uma área de estacionamento no vale adjacente, balizamento de caminhos e instalação de sinalética informática, de forma a reduzir ao máximo os impactes resultantes da visitação do local. Informação e Visitação, Ordenamento e Gestão Instalação de uma rede de painéis informativos, articulados entre si, em vários locais de particular interesse para a observação de aves, na freguesia de Sagres e Budens, nomeadamente: Cabo de S. Vicente, Lagoa do Martinhal, Vale Santo, Monte da Cabranosa, Ponta da Atalaia, Pinhal em Sagres, Porto de Sagres e Paúl de Budens. Em cada painel será descrita a avifauna que ali se pode ver, pequenos itinerários a realizar e a rede dos restantes locais a visitar. Reforço da sinalética informativa relativa a cuidados e regras a ter em conta na visitação destes locais.

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Existem dois percursos pedestres previstos na zona de Torre de Aspa e Vale Santo, no âmbito de projecto do Município de Vila do Bispo. Dever-se-á promover uma articulação dos mesmo com as propostas aqui apresentadas, nomeadamente ao nível da instalação dos equipamentos no terreno, enriquecimento da informação a constar nos painéis, entre outros aspectos. Plano de intervenções

• Instalação de plataforma sobrelevada no Monte da Cabranosa e passadiço

em madeira de acesso à mesma (ver figuras 22, 23 e 24 dos anexos). Esta plataforma destina-se a apoiar a actividade de observação de aves, especialmente na época migratória, sendo este o local mais importante do país para observar as milhares aves de rapina que passam nesta região. A plataforma será equipada com bancos e painéis informativos sobre a avifauna, a paisagem circundante e o parque natural;

• Criação de pequena área de estacionamento, no vale adjacente ao local onde

se propõe instalar a plataforma, com balizamento do espaço em madeira. Deste ponto, até à plataforma, o visitante deve percorrer o trilho a pé;

• Relocalização dos dois observatórios adquiridos pelo Município de Vila do

Bispo no âmbito dos percursos pedestres a implementar na zona de Vale Santo e Torre D’Aspa: propõe-se a colocação de um dos observatórios na Lagoa do Martinhal, mediante a concretização de um conjunto de medidas de requalificação ambiental daquele espaço. Outro observatório, propõe-se que seja colocado ou no Paúl de Budens ou junto à costa, nomeadamente na Torre D’Aspa ou Ponta da Atalaia em Sagres, para favorecer a observação de aves marinhas;

• Requalificação ambiental da Lagoa do Martinhal, através da implementação

de um plano que preveja a interdição da circulação automóvel dentro da zona inundável da lagoa, a remoção de lixos e entulhos e balizamento de caminhos e trilhos pedonais. Este espaço é o único com estas características nesta região e por isso mesmo, acolhe diversas espécies aquáticas que de outro modo teriam de ser observadas na Ria de Alvor, por exemplo. A melhoria do habitat desta lagoa seria fundamental para a sua requalificação e isso implica a concretização das medidas referidas, bem como a manutenção de um caudal mínimo na lagoa.

• Instalação de um conjunto de painéis informativos, articulado entre si, em:

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a) Sagres, no centro, como ponto de partida de um itinerário a realizar com objectivo de observar aves;

b) Pinhal em Sagres, subordinado às aves passeriformes; c) Cabo de São Vicente, sobre aves marinhas, d) Lagoa do Martinhal (associado ao observatório), sobre aves aquáticas; e) Monte da Cabranosa, sobre as aves de rapina migratórias (associado à

plataforma aí a instalar); f) Vale Santo, sobre as aves estepárias, em articulação com o percurso

pedestre a instalar nesta zona; g) Na Ponta da Atalaia, sobre aves marinhas; h) Na Torre D’Aspa, sobre aves marinhas e passeriformes, em articulação

com o percurso pedestre a instalar;

6.1.5. Serra do Caldeirão

Os densos sobreirais típicos da Serra do caldeirão, constituem um ecossistema único do mediterrâneo, que apenas pode ser encontrado na Península Ibérica e norte de África. Diversas espécies de aves habitam estes bosques, algumas raras e com muito restrita distribuição no espaço europeu. Apesar deste habitat não permitir uma fácil e imediata observação das espécies que aí existem – por comparação por exemplo com uma lagoa – a inclusão de um espaço desta natureza em acções de promoção enriquece o programa e aumenta significativamente a quantidade de espécies a observar.

Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Instalação de miradouro / plataforma de observação, na zona de Barranco do velho; Informação e Visitação, Ordenamento e Gestão Reforço de sinalética informativa sobre a avifauna da Serra do Caldeirão, nos locais de paragem do itinerário a propor.

6.2. Sítios “Complementares”

6.1.1. Baixo Guadiana (Foz de Odeleite, Tenência, Rio Guadiana, Guerreiros do Rio, Alcoutim e Martinlongo)

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Zona interessante para a observação de algumas espécies menos comuns na região, nomeadamente o Rouxino-do-mato ou Borrelho-pequeno-de-coleira. Existem vários caminhos de terra-batida, alguns integrados em percursos pedestres - que podem ser percorridos de carro, nomeadamente entre Foz de Odeleite e a Tenência, ao longo da Ribª da Foupana. Em Martinlongo existe ainda uma lagoa que apresenta características interessantes para aves e que pode complementar a oferta neste segmento. Infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” Instalação de mais um a dois miradouros, em pontos altos, com bom campo de visão para o rio Guadiana e área circundante. Informação e visitação Instalação de painéis informativos específicos para esta actividade, nomeadamente com informação sobre a avifauna local mais interessante, os sítios a visitar, os trilhos a percorrer, as zonas de paragem, etc. Criação de zonas de estacionamento e paragem de viaturas ao longo dos roteiros. Existem vários percursos pedestres sinalizados que podem igualmente ser utilizados para a observação de aves. Alguns dos painéis informativos, podem estar junto do início destes percursos. Instalação de um painel informativo principal em Alcoutim, com a rede de sítios a visitar e as aves que aí podem ser observadas. Ordenamento e gestão Limpeza de lixo nalguns pontos junto das principais estradas.

6.2.2. Mata florestal de Vila Real de S. António Esta zona encontra-se munida de infra-estruturas adequadas a esta actividade. Apenas se aconselha o reforço de informação sobre cuidados a ter ao longo do percurso pedestre ali existente e sobre a avifauna local. A este nível, sugere-se ainda, a instalação de um painel informativo no interior do observatório, sobre as espécies que se podem observar na lagoa e um reforço das protecções laterais do mesmo.

6.2.3. Ria Formosa / Canais e Ilhas Berreira Não se propõem infra-estruturas para esta zona, uma vez que a observação de aves é feita especialmente de barco. Sugere-se, apenas, a instalação de alguns painéis informativos sobre a avifauna da Ria Formosa nos locais de embarque.

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6.2.4. Ria Formosa / Torre D’Aires (Torreio, Torre D’Aires e Livramento) A zona de Torre D’Aires já reúne um conjunto de infra-estruturas de apoio ao recreio, lazer e até à observação de aves. As propostas dirigem-se sobretudo para as zonas limítrofes, onde não existem tais equipamentos. Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Em Torreio – SE de Torre D’Aires - existe um caminho de areia, que possibilita uma boa visão do sapal, bem como de outros habitats. Sugere-se o balizamento do caminho e a sinalização do mesmo. Este caminho é privado, e por isso deverá haver acordo com o proprietário. Informação e visitação Em Livramento, o actual caminho por onde passa a Ecovia do Litoral, está sinalizado e oferece bons locais de observação de aves, especialmente limícolas e ardeídeos. Sugere-se a instalação de uma a dois painéis informativos sobre a avifauna local e o habitat em questão.

6.2.5. Ria Formosa / Fuzeta No sítio indicado como “Arroteia de Baixo”, existe uma salina com elevado interesse para o “Birdwatching”, uma vez que aí ocorrem muitas aves e a proximidade com o local permite uma fácil observação das mesmas. Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Possível instalação de observatório, junto da salina. Informação e visitação O caminho para o local requer manutenção regular. Não existe sinalização a indicar o acesso ao local e nesse sentido importa proceder à sua instalação. Sugere-se, ainda, a instalação de painéis informativos sobre a avifauna local e com os cuidados a respeita durante a visitação a esta zona. Limpeza de lixo.

6.2.6. Ria Formosa / Quatro Água Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Propõe-se a instalação de um a dois observatórios simples nesta zona, do tipo esconderijo. Um junto das salinas, no inicio do caminho para o cais de embarque e outro, junto do canal da Ria Formosa, no caminho paralelo ao mesmo.

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Informação e visitação Sinalização de percurso a fazer a pé e de carro. Instalação de 2 a 3 painéis informativos sobre as salinas, o sapal e as aves que ai ocorrem. Remoção de lixo. Actualização da informação existentes sobre este local, no Guia de Roteiros Ornitológicos publicado pelo ICNB;

6.2.7. Ria Formosa / Sta. Luzia Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Não se propõem quaisquer infra-estruturas para este local, ao nível de observatórios ou miradouros, uma vez que se trata de um espaço maioritariamente privado. Apenas se sugere a sinalização de um percurso pedestre, acessível também a viaturas, utilizando o caminho a Norte da salina. Informação e visitação Instalação de painel informativo associado ao percurso, caso este se concretize.

6.2.8. Ria Formosa / Salgados do Fialho Apesar da presença de várias espécies com interesse, trata-se de uma zona maioritariamente privada, de acesso muito restrito. Não se propõem medidas para este local.

6.2.9. Ria Formosa / Parque Ribeirinho de Faro

Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Instalação de um observatório de aves e respectivas protecções laterais, com visibilidade para a antiga salina ali existente (figura 12 dos anexos). Balizamento dos caminhos a utilizar.

Informação e visitação Melhoria da sinalização existente. Instalação de painéis informativos sobre a fauna e flora do local, em duas línguas, sobre os trilhos e pontos de interesse. Recuperação paisagística do espaço;

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Ordenamento e gestão Implementação do projecto de requalificação existente para esta zona, elaborado há vários anos; Remoção e limpeza dos numerosos depósitos de lixo existentes na zona; Incremento da vigilância no local; recuperação e gestão da salina abandonada, como área para a conservação da avifauna; melhoramento dos passadiços existentes, nomeadamente da ponte; Sensibilização dos moradores locais;

6.2.10 Loulé / Foz da Almargem

Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Sugere-se a instalação de um observatório de aves, a instalar na margem nascente da lagoa, em local com boa visão sobre a zona lagunar e a margem (figura 14 dos anexos). O mesmo deve estar munido de protecções laterais. Informação e visitação Definição e sinalização de percurso pedestre em torno da lagoa; instalação de 4 painéis informativos sobre a Foz do Almargem, a avifauna que ali ocorre e as normas de conduta para uma correcta visitação desta zona húmida. Balizamento de trilhos; Ordenamento e gestão

Implementação do plano de gestão da ARH Algarve para esta zona húmida; Aumento da vigilância; Ordenamento da área de estacionamento junto da praia; Limpeza de lixo;

6.2.11. Loulé / Lagoas das Dunas Douradas e Garrão Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Na Lagoa das Dunas Douradas existe uma torre de observação que necessita de manutenção e reforço ao nível da sua estabilidade. Informação e visitação Instalação de painéis informativos sobre a avifauna presente nesses espaços e sobre as normas de conduta para a correcta visitação desses espaços; Colocação de protecções laterais na margem poente da Lagoa das Dunas Douradas, ao longo do percurso ali existente. Balizamento do trilho ao longo da lagoa do Garrão (figura 15 dos anexos).

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Ordenamento e gestão Implementação do plano de gestão das lagoas costeiras elaborado pela ARH Algarve; Gestão dos níveis de água nas lagoas, principalmente no Verão, garantindo a manutenção de um nível de água mínimo;

6.2.12. Loulé / Caniçal de Vilamoura

Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Nesta zona existem infra-estruturas de apoio ao “Birdwatching” de boa qualidade, nomeadamente dois observatórios, situados junto de lagoas ali existentes. Propõe-se, ainda, a instalação de uma torre de observação sobrelevada, junto das lagoas da ETAR, com vista sobre estas (figura 16 dos anexos). Informação e visitação Melhoria da sinalização de acesso ao local e do percurso interpretativo existente no âmbito do Parque Ambiental de Vilamoura. Instalação de painéis informativos sobre a avifauna local. Reedição dos folhetos informativos, sobre o percurso pedestre; Ordenamento e Gestão

Corte regular da vegetação em torno dos observatórios, de forma a permitir a observação a partir destes.

6.2.13. Albufeira / Paderne

Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Não se propõem infra-estruturas para esta zona. Informação e visitação Definição de roteiro automóvel pelos sítios mais interessantes, com identificação de zonas de paragem e instalação de painéis informativos de interpretação da paisagem e das aves aí existentes. Sinalização de pequenos itinerários pedestres nos locais mais interessantes. Melhoria da sinalização para o local, a partir das principais vias de acesso. Ordenamento e gestão

Remoção de lixos e entulhos. Sensibilização ambiental dos proprietários e habitantes daquela zona.

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6.2.14. Lagoa / Estômbar Não se propõem infra-estruturas para esta zona, uma vez que é maioritariamente privada e de acesso restrito. A entrada no local está interdito.

6.2.15. Rio Arade (Mexilhoeira da Carregação, Ferragudo, Companheira, Arge)

Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Propõe-se a instalação de um observatório no final do percurso existente a Norte da ponte sobre o Arade, da EN 125 (figura 18 dos anexos). O acesso ao mesmo deverá ser acompanhado de protecções laterais. Informação e visitação O acesso às margens do rio Arade é muito complicado. Será importante melhorar a sinalização a este nível. Propõe-se a instalação de um percurso sinalizado, com painéis informativos sobre a avifauna do estuário, no caminho a Norte da ponte sobre a EN 125. Este percurso deverá ter ramificações a locais de interesse mais próximos do estuário, nomeadamente ao moinho de maré ali existente. Colocação de informação sobre normas de conduta a ter neste local (ex. proibição de deposição de lixo, etc.). Existem ainda, outros pontos que podem oferecer boas oportunidades de observação de aves, nomeadamente o porto de pesca de Ferragudo / Parchal (observação de gaivotas), Leixão da Gaivota, dunas perto do Forte de S. João. Sugere-se a instalação de um painel informativo com a identificação de todos estes sítios e os acessos aos mesmos, a colocar em zona central. Reedição de materiais informativos sobre o Estuário do Arade, com mais informação sobre os locais a visitar. Ordenamento e gestão Remoção de lixo e depósitos de entulhos. Balizamento de caminhos e trilhos pedonais e cicláveis. Existe a possibilidade da antiga ETAR de Portimão vir a ser desactivada. Se assim for, sugere-se a reconversão dos tanques existentes em zonas de refúgio de aves aquáticas e tornar este local num centro de visitação de “Birdwatchers”.

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6.2.16. Ria de Alvôr Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Sugere-se a instalação de um observatório de aves, junto do estuário, no seio do percurso pedestre ali existente (figura 19 dos anexos). Este deverá ser acompanhado de protecções laterais, de forma a evitar a perturbação da avifauna aquando do acesso ao mesmo. Instalação de bancos e zonas de descanso ao longo do percurso existente. Informação e visitação Instalação de painéis informativos sobre a avifauna local, a paisagem e os principais habitats existentes ao longo do percurso existente. Melhoramento da sinalização de acesso a este percurso e a esta zona do estuário. Sinalização de outros pontos de interesse para a observação de aves em torno do Estuário, nomeadamente as ruínas romanas (horta de São Francisco), Abicada e na comporta principal. Edição de materiais informativos sobre este percurso, em várias línguas. Promover a visitação ao Centro Ornitológico A Rocha, como parte do itinerário, mas em articulação com o funcionamento do mesmo. Ordenamento e gestão Garantir a protecção do Estuário do Alvôr e a conservação dos habitats existentes, nomeadamente da antiga salina, zonas terrestres envolventes, etc. Controlar actividades ilegais em torno do estuário, aumentar a fiscalização na zona lagunar. Interditar o acesso ao percurso pedestre por automóveis e permitir apenas a caminhantes e motociclos dos pescadores e mariscadores.

6.2.17. Paúl de Lagos Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Instalação de observatório de aves. Necessidade de estabelecer acordo com proprietário, uma vez que a maioria dos terrenos são privados. Os acessos ao observatório, deverão estar protegidos de forma a evitar a perturbação das aves, aquando do acesso ao mesmo. Informação e visitação Instalação e sinalização de roteiro de observação de aves, acompanhado de painéis informativos, zona de descanso e merendas. Ordenamento e gestão

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Necessidade de garantir a protecção do local e dos habitats das aves. Implementação das propostas de gestão apresentadas em estudo desenvolvido pela SPEA.

6.2.18. Costa Vicentina / Aljezur (Carrapateira, Bordeira, Monte Clérigo,

Amoreira e Odeceixe)

Esta zona apresenta um conjunto de infra-estruturas que, não especificas para a observação de aves, auxiliam esta actividade, nomeadamente miradouros, passadiços, percursos pedestres, etc. Falta, no entanto, a sinalização dos percursos pedestres (sítio da Bordeira – percurso das Marés e dos Aromas) e informação sobre aves que se podem observar nesse território. Nos miradouros, nomeadamente em Carrapateira, Arrifana, etc. sugere-se a instalação de painéis informativos sobre natureza e geologia da região. Sugere-se, ainda, a definição de um percurso pelo vale da ribeira de Aljezur, até perto da zona húmida na sua foz, sendo este um dos pontos mais interessantes desta região. Do mesmo modo, se sugere a instalação de um percurso no Vale de Seixe.

6.2.19. Serra de Monchique Infra-estruturas de apoio ao Birdwatching Não se propõem infra-estruturas para esta zona. Actualmente já existem alguns miradouros (ex. Fóia), que proporcionam boas condições para esta actividade. Informação e visitação Ao nível da visitação, sugere-se a definição de uma rede de pequenos trilhos pedestres na Serra de Monchique, alguns dos quais já estão identificados, mas com diversas carências ao nível da sinalização, nomeadamente na Fóia, Picota, ou Alferce. Instalação de painéis informativos nos miradouros mais interessantes para a observação de aves, nomeadamente na Fóia, com indicação de outros locais a visitar (figura 25 dos anexos). Criação de percurso de observação de aves nas Caldas de Monchique com vários painéis informativos das espécies a observar. Melhoria da sinalética até aos locais mais interessantes. Ordenamento e gestão

Importante garantir a conservação e preservação dos bosques de sobreiral e carvalhal. Controlar a expansão de espécies exóticas, como as acácias. Remoção de lixo.

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6.3. Promoção, Divulgação e Formação Paralelamente às propostas apresentadas no capitulo anterior, pretende-se ainda contribuir para o cumprimento de um conjunto de objectivos, descritos na introdução, os quais se revestem de especial importância para a estratégia a desenvolver no Algarve em torno da promoção do “Birdwatching”. Nesse sentido, apresentam-se um conjunto de ideias e propostas em torno da promoção, divulgação e qualificação do produto “Birdwatching”. 6.3.1. Qualificar a oferta ao nível de serviços e recursos humanos especializados

neste produto turístico

a) Proposta: Desenvolvimento de Plano de Formação, com o objectivo de aumentar a qualidade dos serviços prestados na região e adaptá-los às necessidades específicas deste produto turístico. Esta acção pretende, ainda, informar sobre a necessidade de compatibilizar esta actividade com a conservação dos valores naturais subjacentes à mesma. Acções: Testar e implementar o projecto IberAves no Algarve (Projecto piloto para elaborar conteúdos formativos à escala internacional em matéria de turismo ornitológico nas áreas Natura 2000, desenvolvido pela SEO, SPEA e a BirdLife International) (Destinatários: Alojamentos, Autarquias, Guias de Natureza; Data: 2010 e anos seguintes; Entidade responsável: SPEA; Entidade envolvida: SPEA)

b) Proposta: Incrementar o número de guias especializados em “Birdwatching” no Algarve, no intuito de dar resposta à crescente procura prevista e, simultaneamente, contribuir para aumentar as oportunidades de emprego na região;

Acções:• Realizar cursos sobre identificação e observação de aves, podendo ser

diferenciados por níveis de aprofundamento e grupos de espécies - alvo. • Integrar nos cursos de turismo e ambiente, ministrados na região do Algarve,

informação sobre este produto turístico, com base na informação resultante do projecto IberAves;

• Incentivar a realização de estágios e acções de formação em empresas e ONG’s da região;

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(Destinatários: alunos do ensino superior, empresas de animação turística/operadores marítimo - turísticos; Data: 2010; Entidade responsável: Universidade do Algarve e GAL’s; Entidade envolvida: SPEA e Almargem)

c) Proposta: Promover o contacto entre os diversos agentes locais envolvidos, ou interessados, na promoção e dinamização de acções relacionadas com o turismo ornitológico. Acções:• Realizar encontros especializados que estimulem a criação de sinergias entre

os diversos agentes turísticos, nacionais e estrangeiros, envolvidos no “Birdwatching” na região (“bolsas de contactos”)

(Destinatários: proprietários de alojamento e de restauração, empresas de animação / marítimo - turísticas / guias / operadores turísticos, ICNB; Data: a definir; Entidade responsável: ERTA) d) Proposta: Incentivar e dar apoio à criação e legalização de empresas, nacionais e estrangeiras, que desenvolvam acções em torno deste produto turístico na região; Acção:• Criar departamento especializado nesta área, dotado de equipa técnica,

capaz de responder às diversas solicitações; (Destinatários: guias turísticos e empresas de animação / marítimo - turísticas; Data: a definir; Entidade responsável: ERTA)

6.3.2. Monitorizar o Turismo Ornitológico na região a) Proposta: Implementação de um sistema de monitorização da procura / oferta turística a nível deste produto no Algarve; Acções:• Manter actualizada a base de dados das empresas e guias (residentes e não

residentes; nacionais e estrangeiros), que promovem e desenvolvem iniciativas de turismo ornitológico no Algarve;

• Desenvolver estudo anual sobre análise demográfica e económica deste produto turístico no Algarve, à semelhança do que ocorre, por exemplo, nos EUA

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(Destinatários: agentes turísticos que actuam na região; turistas de Birdwatching; Data: 2010; Entidade responsável: ERTA; Entidade envolvida: Universidade do Algarve)

6.3.3. Promoção e Marketing

a) Proposta: Dotar este produto turístico de uma imagem identificativa, atractiva e coerente com a de outros produtos, sobretudo daqueles integrados no Turismo da Natureza, e diferenciadora de outros destinos turísticos Acção:• Concepção de imagem regional alusiva a este produto, a aplicar nos

materiais de promoção e divulgação; • Definir caderno de normas da sua aplicação; (Destinatários: Turistas nacionais e estrangeiros; Data: 2010; Entidade responsável: ERTA) b) Proposta: Aumentar o número de publicações e materiais informativos sobre Birdwatching na região do Algarve Acções:• Produzir guia de “Observação de Aves no Algarve”, em Português e Inglês

(5.000 exemplares cada língua); • Produzir mapa desdobrável sobre os locais mais interessantes para o

“Birdwatching” no Algarve, destinado à venda em locais estratégicos, nomeadamente, em postos de turismo, sedes das Áreas Protegidas, etc.;

• Produzir conjunto de cartazes, do tipo poster, sobre as aves de cada Sítio “Hotspot”, para distribuir junto de alojamentos e restauração, sobretudo os que estão localizados nas proximidades das zonas - alvo identificadas neste estudo;

• Criar micro - site sobre “Birdwatching” (em Português e Inglês), alojado num site sobre Turismo de Natureza no Algarve. Propostas de conteúdos: as aves do Algarve, espécies emblemáticas, locais para “Birdwatching”, alojamento e restauração, sugestão de itinerários, contactos de empresas e guias especializados em Birdwatching, “downloads” de mapas/roteiros; legislação ambiental e turística; registo de e-mails para envio de informações aos

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interessados, serviços de “sms” para receber registos de aves raras no Algarve; envio de “newsletters”, diário de campo, livro de visitas;

(Destinatários: turistas e agentes turísticos, nacionais e estrangeiros, Data: 2010; Entidade responsável: ERTA; Entidades envolvidas: SPEA e Almargem) c) Conceber imagem inovadora dos observatórios de aves no Algarve Acções:

• Promover a utilização de matérias primas da região, nomeadamente a cortiça, na concepção e construção dos observatórios de aves, como forma de os diferenciar e tornar mais atractivos;

• Produzir outros materiais acessórios para “Birdwatching”, recorrendo igualmente à cortiça, nomeadamente bolsas para guardar os guias de aves, bolsas para binóculos, etc.;

(Destinatários: turistas e agentes turísticos, nacionais e estrangeiros, Data: 2010; Entidade responsável: ERTA; Entidades envolvidas: SPEA e Almargem)

6.3.4. Realizar iniciativas de promoção do Algarve como destino de Turismo Ornitológico

a) Proposta: Participação em feiras e eventos da especialidade, com materiais promocionais do Algarve; Acções:• Participação na “British Birdwatching Fair” (BBF), considerada a maior feira

internacional dedicada ao turismo ornitológico - decorre em Rutland (Inglaterra), em meados de Agosto;

• Participação na “Feira Internacional de Turismo Ornitológico” (FIO) - decorre entre Fevereiro/Março na Extremadura Espanhola (Monfrague/Cáceres);

• participação na “Dutch Bird Fair” (Vogelfestival) - decorre na Holanda por altura da Primavera

• Participação na “German Bird Fair”; (Destinatários: operadores turísticos estrangeiros; Data: depende de cada feira, mas são eventos anuais; Entidades responsáveis: ATA e ERTA)

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b) Proposta: Divulgar os valores ornitológicos e as potencialidades turísticas do Algarve junto do público em geral e de grupos específicos; Acções:• Elaboração de notícias para revistas de especialidade, nacionais e

estrangeiras; • Realização de “Press” e “Fam trips” na região; • Criar boletim electrónico “Birds in Algarve”, para ser enviado aos subscritores

registados no site e a outras entidades interessadas (ex. empresas de animação turística; alojamentos), detentoras de mailing lists. Conteúdos deste boletim: raridades observadas, observações interessantes, divulgação de iniciativas sobre “Birdwatching”;

• Integrar a Região do Algarve na rede de portais de Birdwatching (ex. “Fatbirder”, “Surfbirder”, etc.), com informação sobre o território, principais espécies de aves, onde observar aves, contactos de guias, entre outros.

(Destinatários: Birdwatchers; Data: 2010; Entidade responsável: ATA; Entidade envolvida: Almargem)

c) Proposta: Associar o “Birdwatching” a um evento anual realizado a nível regional, que mobilize as várias entidades (públicas e privadas) para a dinamização de actividades de observação de aves Acção:

• Realização de “Festival Internacional de Observação de Aves do Algarve” integrado no Festival Europeu de Observação de Aves promovido pela BirdLife International -

(Destinatários: turistas e população em geral; Data: 15 dias, entre Setembro e Outubro; Entidade responsável: ERTA; Entidades envolvidas: SPEA e Almargem)

d) Proposta: Dar a conhecer às populações locais os valores ornitológicos presentes nos seus municípios e sensibilizá-los para a sua conservação e o seu interesse do ponto de vista turístico Acção: Realização de plano de actividades dirigidas às populações locais, em parceria com os municípios;

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(Destinatários: População local de cada município; Data: 2010; Entidade responsável: Municípios do Algarve; Entidades envolvidas: SPEA, Almargem, A Rocha)

6.3.4. Contribuir para a conservação dos recursos avifaunísticos dos locais

Proposta: Envolver as empresas e operadores turísticos na monitorização dos sítios onde desenvolvem as suas actividades de “Birdwatching” Acção: Integrar as empresas de animação turística na rede de vigilantes das IBA; (Destinatários: Empresas de animação turística que actuam no Algarve; Data: a decorrer em permanência; Entidade responsável: SPEA)

Proposta: Fomentar o sentido de Responsabilidade Ambiental dos operadores turísticos no Algarve, através de sinergias entre os mesmos, ONG’s de Ambiente e ICNB, garantindo esforços articulados de conservação da natureza; Acção:

• Estudar, desenvolver conceito e implementar “Eco-Taxa” junto dos operadores turísticos (empresas de animação, alojamentos, etc.), que reverta a favor de acções de conservação da natureza, manutenção de equipamentos, limpeza de espaços, entre outras acções fundamentais para a sustentabilidade do Birdwatching no Algarve.

• Comercializar produtos diversos de merchandising sobre as aves do Algarve, cujas vendas irão contribuir para o desenvolvimento de acções de conservação (e de manutenção) a decorrer nos locais abrangidos por este estudo;

• Desenvolver “selo ambiental”, em articulação com marcas já existentes (e. Empreendimentos de Turismo de Natureza, Algarve Rural, etc.), para distinguir os operadores turísticos adiram às acções de Responsabilidade Ambiental e apoiem a gestão e preservação dos espaços naturais;

(Destinatários: operadores turísticos em geral, entidades públicas, etc.; Data: 2010; Entidade responsável: Almargem e SPEA; Entidades envolvidas: SPEA e Almargem)

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7. Recomendações Finais Não obstante o conjunto de propostas já apresentadas nos capítulos anteriores, importa salientar um conjunto de acções que se revestem de uma importância estratégica para o sucesso do “Birdwatching” no Algarve. Foi tendo em conta essa relevância, que se optou pela sua apresentação à parte. 7.1. Garantir a conservação das espécies de aves e seus habitats

Sem aves não é possível desenvolver Birdwatching e sem a presença das espécies mais emblemáticas - que na maioria dos casos estão sob determinado grau de ameaça – o produto fica empobrecido. Para tal, é fundamental garantir a conservação dos seus habitats, incluindo a boa gestão dos mesmos e a redução das ameaças que lhes afectam;

7.2. Garantir gestão e manutenção dos espaços e equipamentos

Em complemento com o que referido anteriormente, é fundamental garantir que os espaços onde ocorrem as espécies alvo do “Birdwatching”, estejam nas melhores condições para a visitação, bem como os equipamentos que lá existem para promover essa actividade. Como exemplo, reforça-se a necessidade de promover a limpeza de lixo existentes em muitos locais no Algarve, manter os painéis informativos em bom estado de conservação, etc.;

7.3. Turismo de Natureza vs “Turismo de Massas”

A observação de aves e/ou “Birdwatching”, pretende ser uma forma sustentável de usufruir a natureza de forma harmoniosa para com a mesma. Nesse sentido, é fundamental clarificar e distinguir este tipo de iniciativas de outras que, utilizando os termos “Ecoturismo” ou “Turismo de Natureza”, acabam por ser uma forma mascarada de turismo convencional e até de turismo de massas. Nesse sentido, importa esclarecer e sensibilizar as entidades regionais e operadores turísticos sobre o conceito inerente a esta actividade e a forma como deve ser desenvolvida.

7.4. Liderança e gestão regional do Turismo

Existem inúmeros exemplos em que é possível demonstrar como a multiplicidade de iniciativas e a desarticulação entre as mesmas, conduz a uma desorganização, perda de competitividade e identidade regional. Tendo em conta a importância regional do Turismo e do impacto que se pretende obter com a aposta em novos

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produtos, diferenciados e estruturados, é fundamental garantir a existência de um “líder” regional, que promova um trabalho colectivo, organizado e seguindo uma linha de orientação pré-definida. O sucesso das muitas acções anteriormente identificadas, depende da capacidade do Algarve se promover enquanto região turística solidificada e nesse sentido, cabe à ERTA desempenhar um papel unificador e estruturante.

7.5. Papel das ONG’s em acções futuras

As ONG’s, como a Almargem e a SPEA, dispõem de técnicos habilitados para o desenvolvimento de acções em torno da qualificação, apoio à estruturação e gestão do “Birdwatching” e outras actividades enquadradas no turismo de natureza. Nesse sentido, deverá haver espaço para o desenvolvimento de colaborações frutíferas em torno das mesmas. Por outro lado, a proximidade que estas mantêm com a sociedade civil, poderá revelar-se fundamental, num contexto de sensibilização e disseminação de informação importante em torno da conservação das espécies e das áreas naturais.

7.6. Fiscalização e vigilância

Esta acção dirige-se a duas componentes distintas: por um lado, ao nível da gestão e conservação das espécies e dos espaços naturais, e por outro, ao nível do controle da actividade turística. É fundamental garantir uma maior vigilância nas áreas protegidas e naturais do Algarve, de forma a reduzir e a eliminar determinadas práticas nocivas para a conservação das aves – e não só – bem como dos próprios espaços (ex. deposição de entulhos, corte de vegetação, pisoteio de dunas e sapais, caça ilegal, perturbação humana, etc.). Paralelamente, importa garantir a legalidade dos agentes turísticos a operar no Algarve, tendo em conta não só a qualificação da actividade turística que se pretende promover, mas sua própria sustentabilidade.

7.7. Ordenamento e planeamento territorial

Existem numerosos planos de ordenamento no Algarve, incluindo planos directores municipais, planos de pormenor, planos de ordenamento de áreas classificadas, planos de ordenamento de bacias hidrográficas, planos de gestão florestal, etc., etc. Seria importante garantir uma linha de actuação em torno do turismo de natureza comum aos mesmos, de forma a que houvesse um entendimento igual e concordante entre os vários órgãos de gestão. Esta é, contudo, uma acção difícil e complexa, cuja exequibilidade não é certamente rápida.

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8. Bibliografia AGUILAR, M.M. (2007). El Birdwatching: alternativa complementaria del turismo rural y como nueva oportunidad al mundo rural.http://www.naturtorote.com/articulos/Toma%20ya%20Birdwatching.pdf

CABRAL, M., ALMEIDA, J., ALMEIDA, P., DELLINGER, T., FERRAND de ALMEIDA, N. OLIVEIRA, M. PALMEIRIM, J., QUEIROZ, , ROGADO, L. & SANTOS-REIS, M. (2005). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Instituto de Conservação da Natureza. Lisboa. 660 pp. CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ & ASSOCIAÇÃO ALMARGEM (2008). Observar Aves no Concelho de Loulé. Roteiro Ornitológico. Loulé. CARVER, E. 2009. Birding in the United States: A Demographic and Economic Analysis (Report 2006-4). U.S. Fish and Wildlife Service. Arlington VA. COSTA, L.T., M. NUNES, P. GERALDES & H. COSTA (2003). Zonas Importantes para as Aves em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa. DICKIE, I., J. Hughes & A. Esteban 2006. Watched Like Never Before… the local economic benefits of spectacular bird species. RSPB. Sandy. FARINHA, J. C. & COSTA, H. (1999). Aves Aquáticas de Portugal – Guia de Campo.Edição: Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Lisboa. 268pp. INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE & CONSEJERIA DE MEDIO AMBIENTE DE LA JUNTA DE ANDALUCÍA. Rotas Ornitológicas do Atlântico Sul de Faro a Huelva (Portugal-Espanha) – Guia do Viajante. Guia ilustrado: 163pp. MINISTÉRIO da ECONOMIA E DA INOVAÇÃO (2006). Plano Estratégico Nacional do Turismo (2006 – 2015). Turismo de Portugal, Lisboa. MINISTRO, J. S. & MENDES, M. B. (1999). Avifauna Nidificante Aquática em Três Pequenas Zonas Húmidas no Concelho de Loulé - Contributo para a Divulgação da Avifauna da Região. Associação Almargem - projecto pela IPAMB. ROIG, J.L. (2008). El turismo ornitológico en el marco del postfordismo, una aproximación teórico-conceptual. Cuadernos de Turismo, Enero – Junio, número 021, Universidad de Murcia, pp 85-111.

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9. Anexos

9.1. Registo Fotográfico e Mapas de Propostas

9.2. Ficha de Campo

9.3. Lista de Aves que ocorrem no Algarve

9.4. Quatro Resumo dos Sítios Visitados

9.5. Memória Descritiva do Projecto “Parque de Natureza da Tavira”