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1 ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA EMESCAM FLÁVIA LIMA PEREIRA SIMÃO ISABELA SILVEIRA ZAMBE RODOLFO PERROUT ESTUDO COMPARATIVO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE TINTURA-MÃE: FOLHAS FRESCAS E SECAS DE AROEIRA VERMELHA (Schinus terebinthifolius Raddi) VITÓRIA 2016

ESTUDO COMPARATIVO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE …€¦ · vida, e nos capacitando a exercê-la. Ao diretor da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Vitória - EMESCAM,

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE

VITÓRIA – EMESCAM

FLÁVIA LIMA PEREIRA SIMÃO

ISABELA SILVEIRA ZAMBE

RODOLFO PERROUT

ESTUDO COMPARATIVO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE TINTURA-MÃE:

FOLHAS FRESCAS E SECAS DE AROEIRA VERMELHA (Schinus

terebinthifolius Raddi)

VITÓRIA

2016

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FLÁVIA LIMA PEREIRA SIMÃO

ISABELA SILVEIRA ZAMBE

RODOLFO PERROUT

ESTUDO COMPARATIVO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE TINTURA-MÃE:

FOLHAS FRESCAS E SECAS DE AROEIRA VERMELHA (Schinus

terebinthifolius Raddi)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória como requisito parcial para

obtenção do grau de bacharel em Farmácia e

Bioquímica.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Diana C. Sales

VITÓRIA

2016

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FLÁVIA LIMA PEREIRA SIMÃO

ISABELA SILVEIRA ZAMBE

RODOLFO PERROUT

ESTUDO COMPARATIVO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE TINTURA-MÃE:

FOLHAS FRESCAS E SECAS DE AROEIRA VERMELHA (Schinus

terebinthifolius Raddi)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Superior de Ciências da Santa

Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como requisito parcial para obtenção

do grau de bacharel em Farmácia e Bioquímica.

Aprovada em ______ de ____________ de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Profª. Dra Maria Diana Cerqueira Sales

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória – EMESCAM

Orientadora

_________________________________________________

Prof. Mauricio Kuster Cunha

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória – EMESCAM

Mestrando no Curso de Políticas Públicas e Desenvolvimento

Local da EMESCAM.

_____________________________________________

Profª. Msc. Fabrícia Villefort dos Santos Borges

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de

Misericórdia de Vitória – EMESCAM

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Dedicamos este trabalho a nossos

pais e familiares que nos apoiaram e

nos estimularam a permanecer

lutando para finalizá-lo.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à Deus, pois se não fosse de Sua vontade não teríamos

a chance e a oportunidade de realizar este trabalho, Ele que nos forneceu

conhecimento e sabedoria para que tudo pudesse ser realizado da melhor maneira

possível.

À nossa orientadora Profa. Dra. Maria Diana Cerqueira Sales, pela oportunidade

disponibilizada na área da pesquisa e pelo empenho em nos presentear com um

projeto excelente nos guiando durante essa longa jornada. Ao nosso professor,

Maurício Kuster que nos ajudou durante o desenvolvimento do trabalho,

disponibilizando suporte e seus conhecimentos.

Aos nossos familiares que nos deram apoio nos momentos difíceis e nos confortaram

para que pudéssemos continuar nosso caminho e concluirmos esse trabalho com

êxito.

Aos nossos colegas do Grupo de Pesquisa (PIBITI/PIBIC) que nos auxiliaram durante

a realização do trabalho nos laboratórios, nos permitindo a conclusão das atividades

de forma mais tranquila. Aos alunos do Mestrado da Profa. Dra. Maria Diana C. Sales

que nos inspiraram na área da pesquisa, nos estimulando a crescer em relação à

realização do trabalho.

À nossa instituição, seu corpo docente e administração que oportunizaram nossa vida

na área farmacêutica, nos confiando o mérito na profissão que iremos seguir por nossa

vida, e nos capacitando a exercê-la.

Ao diretor da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Vitória - EMESCAM, Dr.

Flávio Takemi Kataoka, que, mesmo com o fim do curso de Farmácia nos deu apoio

e acreditou em nosso trabalho.

Aos técnicos do laboratório: Amélia Crivelari Rossi, Magno Pinheiro Gomes e Lázaro

Zardini, por terem nos auxiliado durante nossas atividades no Laboratório de

Farmacognosia da EMESCAM.

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À Sr. Fátima Sarair Perrout, por ter nos concedido o material vegetal da Aroeira-

Vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi), para a realização desde trabalho.

Agradecemos também, às pessoas que direta ou indiretamente fizeram parte de

nossa caminhada e nos auxiliaram de alguma forma.

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“O SENHOR é meu pastor, nada me

faltará”.

Salmos 23:1 (Bíblia)

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RESUMO

Desde tempos antigos que o Homem aprendeu a utilizar as plantas para seu proveito,

dentre um destes proveitos se encontra na manipulação e uso de várias plantas com

poderes curativos, tendo muitas delas exercido importante papel no desenvolvimento

da Medicina ao longo dos tempos. O conhecimento dos aspectos de atividade

biológica do vegetal é requisito essencial para a transformação da planta medicinal no

produto fitoterápico, havendo também interesse em estudos de desenvolvimento de

metodologias analíticas. Esses métodos permitem a avaliação da qualidade do

produto fitoterápico, promovem a garantia da constância da ação terapêutica, a

segurança de utilização, sendo a eles atribuídas funções diferenciadas. Teve como

objetivo, realizar um estudo comparativo de análises físico-químicas de tinturas-mãe

de folhas frescas e secas de Aroeira Vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi). As

amostras obtidas foram submetidas a análises físicas e físico-químicas por meio da

avaliação qualitativa de cor e aspecto, determinação do resíduo seco, título etanólico,

pH e densidade. Os resultados de cor e aspecto foram verde/límpido e

castanho/límpido, resíduo seco 1,78 e 1,65 %, título etanólico 58 e 46 ºGL, pH 4,92 e

5,05, densidade 0,91 e 0,93 g/mL para folhas frescas e secas respectivamente.

Concluímos que os resultados apresentados contribuíram com informações e dados

a respeito de tinturas-mãe de folhas frescas e secas de aroeira-vermelha (Schinus

terebinthifolius Raddi), possibilitando novas pesquisas e estudos.

Palavras-chave: Tintura-mãe; extração; droga vegetal; Schinus terebinthifolius Raddi.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Matérias-primas vegetais ....................................................................... 15

Tabela 2 - Principais características dos líquidos utilizados na extração de drogas

vegetais ................................................................................................... 19

Tabela 3 - Teor do Líquido Extrator em função da Determinação do Resíduo Sólido 27

Tabela 4 - Resultado do Cor e Aspecto de tinturas-mãe preparadas a partir de

folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira) .. 31

Tabela 5 - Resultado do Resíduo Seco de tinturas-mãe preparadas a partir de

folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira) .. 32

Tabela 6 - Resultado do Título Etanólico de tinturas-mãe preparadas a partir de

folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira) .. 33

Tabela 7 - Resultado do pH de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas secas e

frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira) ......................... 34

Tabela 8 - Resultado do Densidade de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas

frescas e secas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira) ............ 35

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Folhas de Schinus terebinthifolius Raddi.................................................. 28

Figura 2 - Determinação de Resíduo Sólido ............................................................ 29

Figura 3 - Tinturas-mãe de Folha Fresca e Seca de Aroeira Vermelha ................... 30

Figura 4 - Trituração da folha fresca no preparo da Tintura ..................................... 30

Figura 5 - Determinação de Cor e Aspecto da Tintura ............................................. 30

Figura 6 - Cápsulas em Banho-Maria ...................................................................... 31

Figura 7 - Pesagem até peso constante ................................................................... 31

Figura 8 - Determinação do Título Etanólico ............................................................ 32

Figura 9 - Determinação do pH ................................................................................ 32

Figura 10 - Determinação da Densidade ................................................................... 33

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LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

cm Centímetro

dp Desvio Padrão

ES Espírito Santo

EtOH Etanol

FB Farmacopeia Brasileira

FFFB Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira

FHB Farmacopeia Homeopática Brasileira

g Grama

Kg Quilogramas

M Massa

mL Mililitro

MS Ministério da Saúde

ºC Graus Celsius

ºGL Graus Gay-Lussac

OMS Organização Mundial da Saúde

p/p Peso por Peso – Ponderal

pH Potencial hidrogeniônico

R.S. Resíduo Seco

R.sol Resíduo Sólido

TM Tintura Mãe

TMArFF Tintura Mãe de Aroeira de Folhas Frescas

TMArFS Tintura Mãe de Aroeira de Folhas Secas

v/v Volume por Volume

% Porcentagem

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16

2.1 DROGA VEGETAL E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ........................... 16

2.1.1 Plantas como fonte de matérias-primas farmacêuticas ....................... 17

2.1.2 Extratos de origem vegetal ..................................................................... 17

2.1.2.1 Extrato aquoso .................................................................................... 17

2.1.2.2 Alcoolato ou alcoolatura ...................................................................... 18

2.1.2.3 Extrato fluido ........................................................................................ 18

2.1.2.4 Elixir ..................................................................................................... 18

2.1.2.5 Xarope ................................................................................................. 19

2.1.2.6 Tintura-mãe ......................................................................................... 19

2.1.3 Operações extrativas e principais líquidos extratores ......................... 19

2.1.3.1 Principais líquidos extratores ............................................................... 20

2.1.3.2 Maceração ........................................................................................... 21

2.1.3.3 Percolação ........................................................................................... 22

2.2 AROEIRA-VERMELHA (Schinus terebinthifolius Raddi) .................................. 22

2.3 MÉTODOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE ANÁLISES DE MATERIAL

VEGETAL .............................................................................................................. 24

2.3.1 Métodos Físico e Físico-químicos .......................................................... 24

2.3.1.1 Cor e aspecto ...................................................................................... 24

2.3.1.2 Resíduo Seco ...................................................................................... 24

2.3.1.3 Título etanólico .................................................................................... 24

2.3.1.4 pH ........................................................................................................ 25

2.3.1.5 Densidade ........................................................................................... 25

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 26

3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 26

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 27

4.1 SOLUÇÕES E REAGENTES ........................................................................... 27

4.2 EQUIPAMENTOS ............................................................................................ 27

4.3 MÉTODO DE EXTRAÇÃO ............................................................................... 27

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4.3.1 Material Vegetal........................................................................................ 27

4.3.2 Determinação do Resíduo Sólido e do Teor do Líquido Extrator ........ 28

4.3.3 Extração .................................................................................................... 29

4.4 ENSAIOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICAS ....................................................... 30

4.4.1 Avaliação qualitativa da Cor e Aspecto da TM ...................................... 30

4.4.2 Determinação do Resíduo Seco (R.S.) ................................................... 31

4.4.3 Determinação do Título Etanólico da TM ............................................... 31

4.4.4 Determinação do pH ................................................................................ 32

4.4.5 Determinação da Densidade ................................................................... 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 34

5.1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA COR E ASPECTO DA TINTURA-MÃE ......... 34

5.2 DETERMINAÇÃO DO RESÍDUO SECO (R.S.) ............................................... 35

5.3 DETERMINAÇÃO DO TÍTULO ETANÓLICO DA TINTURA-MÃE ................... 36

5.4 DETERMINAÇÃO DO PH ................................................................................ 37

5.5 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE ................................................................ 38

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 39

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

A relação Homem-Planta é de notório conhecimento e bastante antiga. Desde tempos

antigos que o Homem aprendeu a utilizar as plantas para seu proveito, dentre um

destes proveitos se encontra na manipulação e uso de várias plantas com poderes

curativos, tendo muitas delas exercido importante papel no desenvolvimento da

Medicina ao longo dos tempos (RODRIGUES, apud FIGUEIREDO, et al., 2007).

Em 1895 surgiu o termo “etnobotânica” com o botânico norte americano John W.

Harshberger, para descrever estudos sobre a utilização de plantas pelas tribos

primitivas (HARSHBERGER, 1896). Desde então a etnobotânica foi sendo

desenvolvida e foram surgindo várias definições, focando nos modos de uso das

plantas pelo Homem, no conhecimento tradicional de um povo ou população

(RODRIGUES, 2007).

De acordo com Bonet e colaboradores (1999), “É realmente uma tarefa de resgate,

porque, a sabedoria popular sobre plantas está sendo corroída; e isso é uma herança

global, porque todo uso detectado de uma planta por uma comunidade local pode ser

no futuro a base de um remédio útil em uma escala muito maior”.

A aroeira é uma planta com poucos dados científicos descritos em literatura em

relação a outras plantas com estudos mais aprofundados, por outro lado, possui

diversos estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos (MS; ANVISA, 2014).

As partes utilizadas que apresentam propriedades medicinais são: casca, folhas e

frutos. É considerada pela medicina popular como adstringente, antidiarreica, anti-

inflamatória, depurativa, diurética e febrífuga. Popularmente, é empregada no

tratamento da diarréia, inflamações, para promover a transpiração e a eliminação de

líquidos. A casca da aroeira tem ação contra febre, hemoptises e afecções uterinas,

em geral (DEGÁSPARI et al., 2005).

O conhecimento dos aspectos de atividade biológica do vegetal é requisito essencial

para a transformação da planta medicinal no produto fitoterápico, havendo também

interesse em estudos de desenvolvimento de metodologias analíticas. Esses métodos

permitem a avaliação da qualidade do produto fitoterápico, promovem a garantia da

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constância da ação terapêutica, a segurança de utilização, sendo a eles atribuídas

funções diferenciadas.

Nesta ótica destaca-se a avaliação do teor de substância ou grupo de substâncias

ativas e do perfil qualitativo dos constituintes químicos de interesse, presentes na

matéria-prima vegetal, produtos intermediários e produto final; por meio de métodos

espectrofotométricos, cromatográficos, físicos, físico-químicos ou químicos, devendo

possuir especificidade, exatidão, precisão e tempo de rotina analítica, viabilizando-se

que o mesmo possa ser utilizado em estudos de estabilidade, permitindo, inclusive, a

detecção de produtos oriundos da degradação das substâncias ativas ou dos

marcadores químicos (TOLEDO et al., 2003).

Frente as escassas fontes de literatura específica sobre a aroeira-vermelha, o

presente estudo teve como objetivo colaborar com a apresentação de dados sobre

extração e características físicas e físico-químicas a respeito de tinturas-mãe obtidas

de folhas frescas e secas de Schinus terebinthifolius Raddi.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 DROGA VEGETAL E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS

Segundo a FB (Farmacopeia Brasileira) e a Resolução da ANVISA (Agência Nacional

de Vigilância Sanitária) RDC nº 48, de 16 de março de 2004, droga vegetal é toda

planta medicinal ou suas partes, após processo de coleta, estabilização e secagem,

podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. Geralmente são utilizadas

como matéria-prima para formulações fitoterápicas, também sendo utilizadas para

preparações homeopáticas principalmente a partir de seus extratos.

O FFFB (Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira) define fitoterápico o

produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substâncias

isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa (FFFB, 2011).

Mesmo não possuindo dados em literatura para comparar resultados de análises,

devem ser utilizados métodos gerais dispostos em compêndios oficiais para que

sejam obedecidos alguns critérios segundo a FB e FHB (Farmacopeia Homeopática

Brasileira) para a obtenção do fitoterápico ou seus derivados, sendo mantido os

padrões de qualidade para produtos de origem vegetal (MS; ANVISA, 2014).

A seguir são mostrados algumas fontes de matérias-primas vegetais de acordo com

Simões e colaboradores (Tabela 1).

Tabela 1 – Matérias-primas vegetais

Planta

Fresca

Seca

Inteira

Parte

Fonte: SIMÕES et al., 2010

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2.1.1 Plantas como fonte de matérias-primas farmacêuticas

Partindo-se do pressuposto de que a forma farmacêutica é constituída por uma ou

mais substâncias ativas, responsáveis pela ação terapêutica, e por adjuvantes,

substâncias que viabilizam a administração e a manutenção da qualidade do

medicamento, deve-se considerar a contribuição dos vegetais como fornecedores de

insumos para estas duas classes de matérias-primas farmacêuticas.

Apesar do desenvolvimento nas áreas de síntese orgânica, microbiologia industrial,

biologia molecular, parte dos fármacos permanece sendo obtida a partir de matérias-

primas vegetais, seja pela dificuldade em obter sinteticamente moléculas com a

mesma estereoquímica, seja pela inviabilidade econômica no caso de substâncias

para as quais a síntese total já foi desenvolvida em laboratório (SCHENKEL et al.,

apud SIMÕES et al., 2010).

2.1.2 Extratos de origem vegetal

Extratos compreendem, modernamente, um conceito vasto de produtos fitoterápicos.

Entendidos sob o ponto de vista amplo podem referir-se a extratos líquidos, moles,

espessos ou secos. No primeiro caso, consideram-se todos aqueles produtos obtidos

a partir de matérias-primas vegetais, através de várias metodologias de extração ou

dissolução, através do emprego de misturas solventes adequadas, em qualquer

relação de concentração entre a matéria-prima vegetal e o meio líquido, com o objetivo

de retirar, com maior ou menor especificidade, determinados compostos (SIMÕES et

al., 2010a). Através dessa ótica, são preparadas soluções extrativas em meio aquoso,

hidroetanólico, hidropoligólico ou oleosos (SCHILCHER, 1997, citado por, SIMÕES et

al., 2010a).

2.1.2.1 Extrato aquoso

Devem ser preparados para uso imediato, devido à sua susceptibilidade de

degradação e de contaminação microbiana, inerente à presença de água como

solvente. O emprego de conservantes pode contornar o segundo problema, mas a

adição de tamponantes não assegura a estabilização de reações de hidrólise de

componentes (SIMÕES et al., 2010a).

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2.1.2.2 Alcoolato ou alcoolatura

São preparados de plantas frescas, excepcionalmente de plantas secas ou de drogas,

por maceração em temperatura ambiente com etanol. Essa metodologia de

preparação é geralmente usada para matérias-primas vegetais em que os

constituintes a extrair podem ser perdidos ou degradados em operação de secagem

ou concentração (SIMÕES et al., 2010a).

2.1.2.3 Extrato fluido

É a preparação líquida obtida de drogas vegetais ou animais por extração com líquido

apropriado ou por dissolução do extrato seco correspondente, em que, exceto quando

indicado de maneira diferente, uma parte do extrato, em massa ou volume

corresponde a uma parte, em massa, da droga, seca utilizada na sua preparação. Se

necessário, os extratos fluídos podem ser padronizados em termos de concentração

do solvente; teor de constituintes, ou de resíduo seco. Se necessário podem ser

adicionados conservantes inibidores do crescimento microbiano. Devem apresentar

teor de princípios ativos e resíduos secos prescritos nas respectivas monografias

(FFFB, 2011).

2.1.2.4 Elixir

É a preparação farmacêutica, líquida, límpida, hidroalcoólica, de sabor adocicado,

agradável, apresentando teor alcoólico na faixa de 20% a 50%. Os elixires são

preparados por dissolução simples e devem ser envasados em frascos de cor âmbar

e mantidos em lugar fresco e ao abrigo da luz (FB, 2010).

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2.1.2.5 Xarope

É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta,

no mínimo, 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes

geralmente contêm agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo

imediato, deve ser adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados (FFFB,

2011).

2.1.2.6 Tintura-mãe

Tintura-mãe (TM) é o resultado da ação extrativa e/ou dissolvente, por contato íntimo

e prolongado, de um insumo inerte hidroalcoólico ou hidroglicerinado sobre

determinada droga vegetal ou animal, fresca ou dessecada, por meio dos processos

de maceração ou percolação. Esses métodos de extração são utilizados de acordo

com a natureza da droga empregada na preparação da TM.

Portanto, tintura-mãe, designada pelo símbolo TM, é a preparação básica que dá

origem, junto com inúmeras drogas, a todas as potências medicamentosas. A TM

pode ser obtida a partir de vegetal fresco ou dessecado, e de animal vivo, recém-

sacrificado ou dessecado (CESAR et al., 2005).

São extremamente numerosas as aplicações das tinturas, podendo dizer-se que a sua

finalidade terapêutica depende dos princípios das drogas usadas na sua preparação.

Assim, há tinturas para uso externo (antissépticas, queratoplásticas, anestésicas

locais, adstringentes, emolientes, etc.), e para uso interno (béquicas, expectorantes,

antissépticas, sedativas, anticolinérgias, analgésicas, diuréticas, tonicardíacas,

eméticas, antimitóticas, etc.) (PRISTA et al., 1996a).

2.1.3 Operações extrativas e principais líquidos extratores

Segundo Simões e colaboradores (2010b), o termo extração significa retirar, da forma

mais seletiva e completa possível, as substâncias ou fração ativa contida na droga

vegetal, utilizando, para isso, um líquido ou mistura de líquidos tecnologicamente

apropriados e toxicologicamente seguros. O produto resultante dessa extração sólido-

líquido é denominado de solução extrativa, que não deve ser confundida com o

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produto de uma extração líquido-líquido, quando são obtidas frações enriquecidas ou

substâncias purificadas.

Uma das formas mais aceitas de classificar as operações de extração é segundo a

sua eficiência, permitindo reconhecer dois tipos: operações de extração parcial

(extração sem esgotamento) e operações de extração exaustiva, que permitem o

esgotamento da matéria-prima. A maceração e suas variáveis, assim como a turbo-

extração, pertencem ao primeiro grupo, enquanto que a percolação, a extração em

contracorrente, extração em carrossel e a extração com gases supercríticos

pertencem ao segundo grupo.

2.1.3.1 Principais líquidos extratores

Apesar de ampla variedade de substâncias líquidas conhecidas, são poucas as

utilizadas na extração de drogas vegetais. Esta limitação de uso é devida a três

aspectos principais: propriedades extrativas, adequação tecnológica e inocuidade

fisiológica.

As propriedades extrativas compreendem a eficiência e seletividade com que o líquido

extrator dissolve, à temperatura ambiente, uma substância de interesse e que

dependem sobretudo dos parâmetros de solubilidade (MARTIN; BUSTAMATE, 1993

citado por SIMÕES et al., 2010b). Os líquidos extratores mais utilizados são os

hidrocarbonetos alifáticos, hidrocarbonetos halogenados, álcoois, cetonas, ácido

acético, acetato de etila, éter etílico e água (Tabela 2).

Tabela 2 - Principais características dos líquidos utilizados na extração de drogas vegetais

Nome químico Massa molecular Exemplos de utilização

Éter de petróleo

Mistura de

hidrocarbonetos

alifáticos

Extração de substâncias altamente lipofílicas,

lipídeos e óleos voláteis. Imiscíveis com água e

misturas hidroalcóolicas.

n-hexano 86,17

Diclorometano 84,94 Extração de substâncias lipofílicas, óleos fixos,

ceras, agliconas, sapogeninas, alcaloides na forma

de base livre. Imiscíveis com água. Éter etílico 74,12

Continua...

Continuação

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Etanol 46,09 Extração de agliconas, ceras, sapogeninas, iridóides

sesquiterpenos. Miscível com água em todas as

proporções. O etanol forma azeótropo com água. O

metanol, não.

Metanol 32,04

Acetona 58,09 Agliconas, ceras, sapogeninas, iridóides,

sesquiterpenos. A acetona é miscível com água em

todas as proporções. A MEC forma azeótropo com

a água. A acetona, não.

Metiletilcetona

(MEC) 72,10

Acetato de Etila 74,12

Agliconas, ceras, sapogeninas, iridóides,

sesquiterpenos. Imiscível com água. Características

similars à MEC.

Fonte: SIMÕES et al., 2010

2.1.3.2 Maceração

Maceração designa a operação na qual a extração da matéria-prima vegetal é

realizada em recipiente fechado, em diversas temperaturas, durante um período

prolongado (horas ou dias), sob agitação ocasional e sem renovação do líquido

extrator. Pela sua natureza, não conduz ao esgotamento da matéria-prima vegetal,

seja devido à saturação do líquido extrator ou ao estabelecimento de um equilíbrio

difusional entre o meio extrator e o interior da célula (VOIGT, 2000 citado por SIMÕES

et al., 2010b).

Os principais fatores que influenciam a eficiência de maceração estão vinculados ao

material vegetal, ao líquido ou misturas de líquidos extratores e às condições do

sistema, em conjunto (LIST e SCHMIDT, 1989 citado por SIMÕES et al., 2010b).

As drogas vegetais mais indicadas para serem extraídas por maceração são aquelas

ricas em substâncias ativas que não apresentam uma estrutura celular, como gomas,

resinas e alginatos. Na preparação de tinturas-mãe em homeopatia ou de tinturas

oficinais, os líquidos extratores preferidos são o etanol e as soluções hidroetanólicas.

Líquidos muito voláteis são raramente utilizados, não se recomendando, por outro

lado, o emprego de água ou de misturas hidroalcoólicas com concentrações

etanólicas inferiores a 20%, dadas as circunstâncias favoráveis à proliferação

microbiana (SIMÕES et al., 2010b).

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2.1.3.3 Percolação

O procedimento usual de percolação, tal como descrito em diversas farmacopeias,

caracteriza a percolação simples e a percolação fracionada.

Diferentemente da maceração, a percolação é uma operação dinâmica, indicada na

extração e substâncias, farmacologicamente muito ativas, presentes em pequenas

quantidades ou pouco solúveis e quando o preço da droga é relevante.

Na percolação simples, o procedimento usual inicia-se com o intumescimento prévio

da droga com o líquido extrator, durante 1 a 2 horas, fora do percolador, de forma que

as forças de expansão resultantes não venham a afetar a estrutura deste. Após o

intumescimento segue-se a fase mais crítica, que é o empacotamento homogêneo e

não muito compacto do percolador. Juntamente com a qualidade de empacotamento,

também a forma e as dimensões do percolador, assim como a velocidade de fluxo,

desempenham papel determinante na eficiência da percolação.

A percolação fracionada implica a separação das duas ou três primeiras frações de

percolado, que contêm, normalmente, em torno de 75 a 80% das substâncias

passíveis de extração, das frações seguintes, mais diluídas. Estas últimas são

destinadas à fase posterior de concentração ou de simples ajuste do volume final,

como é o caso dos extratos fluídos (SIMÕES et al., 2010b).

2.2 AROEIRA-VERMELHA (Schinus terebinthifolius Raddi)

Schinus terebinthifolius Raddi é uma Anacardiaceae, de folhas perenes, originária da

América do Sul, especialmente do Brasil, Paraguai e Argentina popularmente

conhecida como aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira e pimenta brasileira. Algumas

dessas variações nos nomes dá-se pelo fato de seus frutos possuírem a aparência de

uma pequena pimenta de coloração rosa-avermelhada, por isso, também chamados

de pimenta-rosa, “pink-pepper”, “poivre rose’’, entre outros nomes como pimenta

brasileira, aroeira-da-praia, aroeira-do-mato, aroeira-de-goiás, aroeira-do-rio-grande,

aroeira-rasteira, aroeira-mansa, aroeira-brava (LENZI, 2004; CLEMENTE, 2006).

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Esta planta é comumente encontrada em beiras de rios, córregos e em várias várzeas

úmidas de formação secundária, entretanto, desenvolve-se também em terrenos

pobres e secos. É muito utilizada na arborização de cidades, como árvore ornamental,

apresentando caule um pouco tortuoso e casca escura e fissurada (LORENZI, 2002).

As folhas da Aroeira-Vermelha são alternas, compostas, imparipinadas,

frequentemente com nove ou onze folíolos. Estes medem aproximadamente 3 cm de

comprimento e 1 cm de largura, são sésseis, elíptico-lanceolados a obovados,

coriáceos, de margem lisa a levemente serrilhada, ápice agudo a obtuso e base aguda

(DUARTE et al., 2007).

A pequena semente de seu fruto é redonda e está presente em especiarias existentes

na culinária em todo o mundo, acrescentando sabor e refinamento aos pratos

(CLEMENTE, 2006).

A aroeira é uma árvore de pequeno a médio porte, que possui inúmeras propriedades

medicinais e fitoquímicas, dentre elas, propriedade adstringente, anti-inflamatória,

antidiarreica, depurativa (aumentando a sudorese), diurética, anticancerígena,

antisséptica entre outras (DUKE, 1929; CLEMENTE, 2006; DEGÁSPARI, 2005).

Devido à composição de seus óleos essenciais, é também usada no tratamento de

distúrbios respiratórios (DEGÁSPARI et al., 2005).

Porém, atualmente, a espécie vem se destacando cada vez mais pelo consumo de

seus frutos, a pimenta-rosa, que os utiliza como condimento alimentar (LENZI, 2004).

As sementes têm um sabor picante, porém podem ser utilizadas em xaropes, vinagres

e em preparações de bebidas no Peru e aos vinhos no Chile (CLEMENTE, 2006),

assim como a fabricação de cervejas.

A partir do início dos anos 80, o interesse em encontrar agentes antimicrobianos

naturais para o emprego em produtos alimentícios ou para uso farmacêutico tem

aumentado consideravelmente, com o intuito de promover ação sinergética com

conservantes químicos, os quais têm sido restringidos devido ao seu potencial de

carcinogênese (RAUHA et al., 2000 citado por DESGÁSPARI, 2005).

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2.3 MÉTODOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE ANÁLISES DE MATERIAL

VEGETAL

2.3.1 Métodos Físico e Físico-químicos

2.3.1.1 Cor e aspecto

As Tinturas Mãe possuem caracteres organolépticos, ou seja, aspecto visual, sabor,

odor, cor, sendo esta análise, um meio mais simples e rápido de verificar alguns

parâmetros de qualidade, principalmente de identidade e pureza (SIMÕES et al.,

2010c).

Os resultados destas análises sensoriais são determinados pelas características do

material de origem. A cor da Tintura pode variar nas tonalidades de coloração, sendo

esta uma característica fundamental para o diagnóstico de uma tintura (PRISTA et al.,

1996a).

A avaliação da cor de líquidos é executada por comparação da solução sob análise,

preparada conforme instruções da monografia, soluções-padrão de cor (FB, 2010).

2.3.1.2 Resíduo Seco

Análise que avalia os sólidos existentes no material, ou seja, a quantidade de

substâncias ativas que podem ter sido extraídas durante o processo, sendo medidas

em porcentagem.

O Resíduo Seco habitualmente tem valores de 1% a 6%, quaisquer valores abaixo

das especificações conjectura uma diluição fraudulenta ou acidental da tintura.

(PRISTA et al., 1996a).

2.3.1.3 Título etanólico

Por título etanólico de uma tintura entende-se a percentagem de álcool em volume,

isto é, o número de mL de álcool etílico absoluto, existentes em 100 mL de tintura, ou

seja, partindo de um volume determinado de tintura a que se adiciona água,

destilando-a (PRISTA et al., 1996a).

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O título alcoométrico ponderal é expresso pela relação entre a massa de etanol

contida em uma mistura de água e etanol e a massa total dessa (FB, 2010).

2.3.1.4 pH

A determinação potenciométrica do pH é realizado através da medida de atividade do

íon hidrogênio de uma solução, ou seja, faz-se a medida da diferença de potencial

entre dois eletrodos adequados, imersos na solução em exame. Um destes eletrodos

é sensível aos íons hidrogênio e o outro é o eletrodo de referência, de potencial

constante. Sendo a água um eletrólito extremamente fraco, cuja autoionização produz

íon hidrônio (hidrogênio hidratado) e íon hidróxido. Normalmente é usada a escala da

concentração de íon hidrogênio da solução. O valor é expresso pela equação em

relação ao pH da solução padrão (FB, 2010).

2.3.1.5 Densidade

De acordo com a Farmacopeia Brasileira (2010), densidade relativa de uma

substância é a razão de sua massa pela massa de igual volume de água, ou seja,

essa determinação fundamenta-se na razão entre a massa da amostra líquida e a

massa da água, ambas a 20 °C. A densidade relativa também é utilizada para se

calcular a densidade de massa.

Frequentemente, a densidade das tinturas a 15 – 20°C, está contida entre 0,87 e 0,98

(PRISTA et al., 1996a).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo comparativo de análises físico-químicas de tinturas-mãe de

folhas frescas e secas de Aroeira Vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi).

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Coletar acessos de aroeira provenientes de propriedade particular localizada

no município de Serra - ES, Brasil.

Determinar o Resíduo sólido (R.sol) do material vegetal fresco e o teor do

líquido extrator para TM de folha fresca e o teor do líquido extrator para TM de

folha seca;

Desenvolver o insumo fitoterápico, tintura-mãe, através da extração de folhas

frescas e secas de aroeira;

Efetuar análises físicas e físico-químicas: Avaliação Qualitativa da Cor e

Aspecto, Determinação do Resíduo Seco, Determinação do Título Etanólico,

Determinação do pH e Determinação da Densidade da TM de Schinus

terebinthifolius Raddi de folhas frescas e secas.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 SOLUÇÕES E REAGENTES

Para o preparo das TMs e das análises físicas e físico-químicas foram utilizados: água

destilada, álcool etílico 99,5 ºGL e diluições (80, 60, 58 e 46 ºGL), tampões de pH 7 e

pH 4 para calibração do peagametro.

4.2 EQUIPAMENTOS

Foram utilizados os seguintes equipamentos: balança analítica (AY 220 Marte),

peagametro de bancada (PentaLab), Banho Maria (Químis®), estufa de secagem

(Químis®), alcoômetro de Gay-Lussac (Incoterm), picnômetro de 25 mL (MogiGlass).

4.3 MÉTODO DE EXTRAÇÃO

4.3.1 Material Vegetal

Foram coletados aproximadamente 3,5 Kg de folhas de Schinus terebinthifolius Raddi

(aroeira-vermelha) de uma única árvore proveniente de propriedade particular

localizada no município de Serra - ES, Brasil (Figura 1).

Para a realização deste trabalho parte do material vegetal foi destinado para preparo

da TM de folha fresca e a outra parte do material foi deixado para secagem em

temperatura ambiente durante aproximadamente uma semana para o preparo da TM

de folha seca. O método de extração foi realizado no Laboratório de Pesquisa da

EMESCAM em Plantas Medicinais (Laboratório de Farmacognosia), sob a

responsabilidade da Profa. Dra. Maria Diana Cerqueira Sales.

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Figura 1 – Folhas de Schinus terebinthifolius Raddi

4.3.2 Determinação do Resíduo Sólido e do Teor do Líquido Extrator

De acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira 3ª edição, para o preparo de

TM é necessário determinar o teor do líquido extrator (solução de etanol) a ser

utilizado, através do método de Determinação do Resíduo Sólido.

Foram fragmentados e pesados 1 (um) grama de folha fresca em uma cápsula de

porcelana previamente tarada e identificada (Figura 2). O material foi levado à estufa

a 100º - 105º C, até peso constante (procedimento realizado em triplicata).

Com base no R. sól. obtido, foi possível determinar o teor em porcentagem do etanol

a ser utilizado no preparo de TM de folha fresca (Tabela 3).

Tabela 3 – Teor do Líquido Extrator em função da Determinação do Resíduo

Sólido

Resíduo sólido (R. sol) Teor do Líquido

Extrator (EtOH)

Plantas com alto teor

de água ≤ 29% 90% (p/p)

Plantas com médio

teor de água 30 – 39% 80% (p/p)

Plantas com baixo

teor de água ≥ 40% 70% (p/p)

Fonte: FHB 3ª ed, adaptado pelos autores

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Não foi necessário realizar a Determinação de Resíduo Sólido para o preparo da TM

de folha seca, devido ao fato da mesma não possuir água em sua folha. Como

preconizado pela FHB 3ª edição, o teor do líquido extrator foi de 60 ºGL.

Figura 2 - Determinação do Resíduo Sólido.

4.3.3 Extração

As TMs foram obtidas através do método de maceração (Figura 3). Para o preparo de

1 (um) litro da TM de folha fresca, foram utilizados aproximadamente 384,0 gramas

do material vegetal fresco, previamente selecionado, higienizado e fragmentado, foi

triturado em gral de porcelana com pequenas alíquotas do líquido extrator que foi

utilizado (Figura 4) e transferido para um frasco de tamanho adequado, devidamente

identificado. Ao conteúdo do frasco, foi adicionado o líquido extrator, de teor

conhecido, determinado pelo R.sol. anteriormente. O frasco foi tampado, envolvido

com papel laminado e mantido ao abrigo da luz e calor durante 15 dias, sob agitação

diária.

Para o preparo de 1 (um) litro da TM de folha seca, foram utilizados aproximadamente

100,0 gramas do material vegetal fresco, previamente selecionado, higienizado e

fragmentado, foi triturado em gral de porcelana com pequenas alíquotas do líquido

extrator que foi utilizado e transferido para um frasco de tamanho adequado,

devidamente identificado. Ao conteúdo do frasco, foi adicionado o líquido extrator, de

teor conhecido, como preconizado pela FHB 3ª ed. O frasco foi tampado, envolvido

com papel laminado e mantido ao abrigo da luz e calor durante 15 dias, sob agitação

diária.

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Figura 3 – Tinturas-mãe de Folha Fresca e

Seca de Aroeira Vermelha.

Figura 4 – Trituração da folha fresca no preparo

da Tintura.

4.4 ENSAIOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS

Como medida de garantia do controle de qualidade das TMs e indicativo da qualidade

da extração do material vegetal, foi necessário realizar ensaios físicos e físico-

químicos, em triplicata, previstos em literatura (FB, FHB), para saber se a extração

obteve qualidade aceitável e o produto pode ser utilizado ou não como insumo

fitoterápico.

4.4.1 Avaliação qualitativa da Cor e Aspecto da TM

Os ensaios foram realizados em triplicata, adicionando quantidades iguais de TM em

tubos de ensaio e observando contra a luz a coloração e aspecto da mesma. Deve

apresentar aspecto límpido e homogêneo sem partículas estranhas (Figura 5).

Figura 5 – Determinação de Cor e Aspecto da Tintura.

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4.4.2 Determinação do Resíduo Seco (R.S.)

A Determinação de Resíduo Seco é realizada para avaliar os sólidos existentes no

produto, ou seja, a quantidade de substâncias ativas que podem ter sido extraídas

durante o processo, sendo medidas em porcentagem.

Foram utilizadas cápsulas de porcelana previamente taradas, acrescentando 20 mL

da TM e levada a banho maria para evaporação até secura (Figura 6), posteriormente

levada a estufa 100 °C – 105 °C até peso constante, sempre resfriando em dessecador

antes de cada pesagem (Figura 7). O resíduo pesado deve ser relacionado a 100 g

de TM.

Figura 6 – Cápsula em Banho-Maria Figura 7 – Pesagem até peso constante

4.4.3 Determinação do Título Etanólico da TM

Foram retirados 500 mL de cada TM e adicionados em provetas de 500 mL,

previamente higienizadas para eliminar qualquer resíduo estranho a TM (Figura 8).

Foram deixadas em repouso por uma hora para melhor ambientação da solução

dentro das provetas. Introduziu-se o alcoômetro, previamente limpo com solução de

álcool a 70º GL, girando-o em 360º no sentido anti-horário, sem o contato com as

paredes do recipiente. Após a estabilização do alcoômetro, procedeu-se a leitura do

número da graduação direto no instrumento ainda imerso em cada TM, e o resultado

expresso em ºGL.

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Figura 8 – Determinação do Título Etanólico.

4.4.4 Determinação do pH

Para determinação do pH foi utilizado o método potenciométrico (Figura 9), o

peagametro foi calibrado com soluções tampão 4 e 7 assim como preconizados nos

procedimentos padrão de calibração. Foram adicionadas alíquotas de 30 mL de cada

TM em béqueres de 50 mL e conduzidos ao eletrodo de leitura, sendo a mesma

realizada direto no aparelho.

Figura 9 – Determinação do pH.

4.4.5 Determinação da Densidade

A análise foi realizada através do método do picnômetro (Figura 10) para

determinação da densidade, sendo utilizado um picnômetro de 25 mL em temperatura

controlada de 20 ºC. Foram realizadas três pesagens para cada TM, sendo com o

picnômetro vazio, preenchido com a TM, e com água, removendo o excesso dos

líquidos, se necessário, antes de cada pesagem. O resultado é obtido pela razão entre

a massa da TM pela massa de água e expresso em g/mL e calculado através da

formula a seguir:

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Densidade da TM (g/mL) = M Picnômetro TM − M Picnômetro Vazio

M Picnômetro H2O − M Picnômetro Vazio

Onde:

M Picnômetro TM = massa do picnômetro com a Tintura-mãe

M Picnômetro H2O = massa do picnômetro com água destilada

M Picnômetro Vazio = massa do picnômetro vazio

Figura 10 – Determinação da Densidade.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA COR E ASPECTO DA TINTURA-MÃE

Na avaliação qualitativa deste trabalho, observou-se uma coloração Verde/Límpido

para as TM obtidas a partir de Folhas Frescas, e para as TM obtidas a partir de Folhas

Secas, observou-se uma coloração Castanho/Límpido (Tabela 4).

Tabela 4 – Resultado do Cor e Aspecto de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira)

Amostra¹ Cor/Aspecto

TMArFF Verde/Límpido

TMArFS Castanho/Límpido

¹ Amostra: TMArFF: Tintura-mãe de Aroeira Folha Fresca; TMArFS: Tintura-mãe de Aroeira Folhas Secas

A cor das TMs varia de acordo com a quantidade de clorofila presente no material

vegetal no momento em que as tinturas são preparadas, pois durante o processo de

extração a clorofila presente nas folhas também é extraída. A TM analisada deve

apresentar aspecto límpido e homogêneo, sem presença de resíduos sólidos ou

partículas estranhas (FB, 2010). A diferença de cor entre as TMs se dá ao fato da

degradação e conversão da clorofila que está presente na folha. Na folha fresca, a

concentração de clorofila é maior que na folha seca, pelo fato da mesma também ser

extraída simultaneamente no processo de extração, a tintura adquire a cor verde, pois

a clorofila é um pigmento de cor verde.

Após o processo de secagem, em que o material vegetal é exposto a luz e a

temperaturas varáveis, a clorofila presente na planta é convertida em feofitina e

feoforbídeo (pigmentos de cor marrom oriundos da degradação da clorofila),

acarretando na perda da coloração verde da folha, deixando-a marrom (MALHEIROS,

2007), consequentemente originando a cor castanha da TM de folhas secas. A

coloração e aspecto das tinturas foram consideradas dentro dos padrões

especificados na literatura, por apresentarem cor e aspecto derivados de sua estrutura

vegetal (SOUZA, 2012).

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5.2 DETERMINAÇÃO DO RESÍDUO SECO (R.S.)

A determinação de resíduo seco está relacionada à solubilidade da amostra em um

determinado solvente (FUNARI; FERRO, 2006).

No presente trabalho a determinação de resíduo seco apresentou valores de 1,65% ±

0,01 para TM de folha seca em relação à TM de folha fresca (1,78% ± 0,02) (Tabela

5). Os resultados encontrados para Resíduo Seco estão dentro das especificações da

literatura que determinam valores entre 1% a 6% (PRISTA et al., 1996).

Tabela 5 – Resultado do Resíduo Seco de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira)

Amostra¹ R.S (%)² ± dp³

TMArFF 1,78 ± 0,02

TMArFS 1,65 ± 0,01

¹ Amostra: TMArFF: Tintura-mãe de Aroeira Folha Fresca; TMArFS: Tintura-mãe de Aroeira Folhas Secas ²R.S (%): média da determinação do Resíduo Seco da tintura-mãe ³ dp: desvio padrão

A diferença entre os valores de R.S obtidos nas análises se dá provavelmente em

virtude de determinados compostos sensíveis a luz e/ou temperatura, que foram

degradados durante o processo de secagem.

É um tipo de análise importante que pode oferecer informações com referência ao

armazenamento da droga vegetal. A água residual encontrada na droga vegetal seca

está diretamente relacionada com sua correta armazenagem, que pode acarretar na

perda do material por contaminação microbiana ou degradação dos constituintes

químicos (MIGLIATO et al., 2007).

É um parâmetro preliminar quando o objetivo é alcançar a eficácia de uma formulação

fitoterápica, implicando na quantificação das substâncias extraídas da planta através

da eliminação do solvente extrator, sendo esse percentual um indicativo da

concentração da tintura (NUNES et al., 2009).

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A determinação do resíduo seco faz parte das diretrizes da OMS (Organização

Mundial da Saúde) e ANVISA, sendo essencial para garantir o controle de qualidade

de plantas medicinais e seus produtos (ANDRE et al., 2013).

5.3 DETERMINAÇÃO DO TÍTULO ETANÓLICO DA TINTURA-MÃE

Os valores médios para Título Etanólico encontrados nas análises foi de 58° GL para

as TM feitas a partir de Folhas Frescas e 46° GL para as TM de Folhas Secas (Tabela

6).

Tabela 6 – Resultado do Título Etanólico de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira)

Amostra¹ T. EtOH (%)² ± dp³

TMArFF 58° GL ± 0,58

TMArFS 46° GL ± 0,50

¹ Amostra: TMArFF: Tintura-mãe de Aroeira Folha Fresca; TMArFS: Tintura-mãe de Aroeira Folhas Secas ²T. EtOH (%): média da determinação do Teor Alcóolico (final) da tintura-mãe ³dp: desvio padrão

Para o material vegetal fresco, obteve-se uma diferença de 22° GL e para o seco de

14° GL entre a alcoolatura inicial e final da tintura (alcoolatura de extração e do

produto, respectivamente).

Foi realizada Determinação de Resíduo Sólido (valor médio 38,41%), que de acordo

com a tabela apresentada anteriormente (p.19, Tabela 2) foi estabelecido que a

graduação alcoólica utilizada seria de 80° GL para realizar a extração dos compostos

na folha fresca. Em virtude da ausência de água na folha seca foi utilizada uma

graduação alcoólica de 60° GL pré-estabelecido pela FHB.

Provavelmente houve uma maior diferença no teor alcoólico da TMArFF devido à

presença de água na folha fresca e uma menor diferença na TMArFS pela ausência

de água no material seco.

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5.4 DETERMINAÇÃO DO pH

Os valores médios de determinação de pH neste estudo apresentaram para TM a

partir de Folhas Frescas 4,92 ± 0,00 e para TM de Folhas Secas de 5,05 ± 0,07 (Tabela

7).

Tabela 7 – Resultado do pH de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas secas e frescas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira)

Amostra¹ pH² ± dp³

TMArFF 4,92 ± 0,00

TMArFS 5,05 ± 0,07

¹ Amostra: TMArFF: Tintura-mãe de Aroeira Folha Fresca; TMArFS: Tintura-mãe de Aroeira Folhas Secas ²pH ± dp: média da determinação do potencial Hidrogeniônico da tintura-mãe ³dp: desvio padrão

A variação de pH das amostras não foi significativa, o que demonstra que as

substâncias que foram degradados pelo processo de secagem do material vegetal

fresco, não possuem propriedades químicas (acidez ou alcalinidade) suficientes para

alterar o potencial Hidrogeniônico da TM.

Nas plantas encontram-se diversos ácidos minerais, mas comumente ácidos

orgânicos que pertence a diferentes grupos, sendo eles, aromáticas, terpênicas,

heterociclicas, em geral combinados sob a forma de sais, ésteres, lactonas, amidas,

lipidios, resinas, glicidios, proteínas e em outros compostos naturais (DOURADO,

2012).

Em estudo de frutos realizado por Dourado (2012) os frutos maduros tiveram um pH

menor em relação aos frutos verdes, sugerindo a presença de mais substâncias

ácidas no fruto maduro ou, ainda, que em frutos verdes a quantidade de água

presente, dilui os ácidos e, conforme os frutos vão amadurecendo a quantidade de

água diminui, com isso, os ácidos ficam mais concentrados. Possivelmente, o mesmo

se dá em relação as folhas frescas e folhas secas. O processo de secagem, elimina a

água na sua totalidade.

Os valores de pH são definidos como a medida da atividade dos íons Hidrogênio de

uma solução, e está relacionado com o crescimento dos micro-organismos. A

sobrevivência desses micro-organismos em uma ampla janela de pH, requer a

secreção de diferentes enzimas, que tornam o pH do meio próprio para o seu

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crescimento. Os tecidos de plantas possuem diferentes valores de pH, influenciando

a colonização por micro-organismos nesses diferentes ambientes (ANDRE, 2013).

5.5 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE

Como a determinação de densidade é uma propriedade física importante, pode ser

utilizada na identificação e no controle de qualidade de um determinado produto. Os

valores obtidos a partir das análises das TM de Folhas Frescas foi de 0,9163 (g/mL)

± 0,00 e para TM de Folhas Secas 0,9364 (g/mL) ± 0,00 (Tabela 8), levando em

consideração os valores limites descritos pela literatura, sendo entre 0,87 e 0,98 g/mL,

os valores encontrados estão dentro dos padrões (PRISTA et al., 1996b).

Tabela 8 – Resultado do Densidade de tinturas-mãe preparadas a partir de folhas frescas e secas de espécie de S. terebinthifolius Raddi (aroeira)

Amostra¹ Densidade (g/mL)² ± dp³

TMArFF 0,9163 ± 0,00

TMArFS 0,9364 ± 0,00

¹Amostra: TMArFF: Tintura-mãe de Aroeira Folha Fresca; TMArFS: Tintura-mãe de Aroeira Folhas Secas ²Densidade (g/mL): média da determinação da densidade da tintura-mãe ³dp: desvio padrão

A densidade mostra uma pequena variação do material vegetal fresco para o seco,

possivelmente devido a utilização de etanol em diferentes graduações alcoólicas

durante o processo de extração. Para TMArFF foi utilizado etanol 80º GL e para a

TMArFS foi utilizado etanol 60º GL. A maior quantidade de água presente no etanol

60º GL provavelmente contribuiu para o aumento da densidade da TM de folha seca,

em contrapartida a menor quantidade de água no etanol 80º GL contribuiu para a

redução da densidade da TM de folha fresca em relação à TM de folha seca.

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6 CONCLUSÃO

Pode-se concluir a partir deste trabalho, que o método de extração adotado foi eficaz

para a obtenção dos insumos fitoterápicos, segundo parâmetros farmacopeicos,

porém não específicos para Aroeira-Vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi) de

acordo com critérios previstos pela legislação para produtos advindos de material

vegetal, sendo possível a utilização das tinturas-mãe como produto final, ou insumos

de formulações.

Os resultados das análises físicas e físico-químicas das TM permaneceram dentro

dos parâmetros estipulados pela literatura, e não houve diferença significativa entre

as TM de folhas frescas e secas analisadas, demonstrando a viabilidade do uso do

material vegetal fresco ou seco para obtenção de insumos fitoterápicos.

O presente estudo, através da obtenção de insumos fitoterápicos e avaliação de suas

propriedades físicas e físico-químicas, através do método de extração de maceração,

buscou contribuir com informações e dados a respeito de tinturas-mãe obtidas de

folhas frescas e secas de aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi),

principalmente aquelas nativas, oriundas de locais domiciliares.

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