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ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO Liliane Soares Mohr Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini Rio de Janeiro / RJ Março, 2015

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ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA NO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Liliane Soares Mohr

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini

Rio de Janeiro / RJ

Março, 2015

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ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA NO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Liliane Soares Mohr

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE

DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU

DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

______________________________________________

DSc Eduardo Linhares Qualharini (orientador)

______________________________________________

DSc Assed Naked Haddad

______________________________________________

MSc Isabeth da Silva Mello

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO de 2015

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Mohr, Liliane Soares

Estudo da Implantação da Autovistoria no Município do

Rio de Janeiro / Liliane Soares Mohr – Rio de Janeiro:

UFRJ / Escola Politécnica, 2015.

XIII, 97p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Eduardo Linhares Qualharini

Projeto de graduação – UFRJ/ Escola Politécnica / Curso

de Engenharia Civil, 2015.

Referências bibliográficas: p. 50-51.

1. Introdução. 2. Inspeção Predial. 3. Legislação da

Autovistoria 4. Proposições e Análises. 5. Considerações

finais.

I. Linhares Qualharini. Eduardo. II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de

Engenharia Civil. III. Engenheira Civil

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AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a Deus, por ter me dado saúde e forças, para superar

todas as dificuldades, pois sem Ele, eu não iria conseguir suportar esta longa jornada.

Aos meus pais, Jacob Mohr e Denise Maria Soares Mohr, que não mediram

esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida. Sempre me apoiaram e

auxiliaram na formação dos meus princípios e caráter.

As minhas irmãs, Lívia Soares Mohr Lima e Lilian Soares Mohr, que sempre

estiveram ao meu lado e me incentivaram a chegar até aqui.

Ao meu namorado, Fernando Garanito Vieira, por todo amor, paciência,

dedicação e por ter dividido comigo as pressões diárias, tornando esses momentos

menos sacrificantes.

A minha avó, Eneida Soares Correa, por toda sabedoria, ensinamentos e

exemplos a serem seguidos.

A minha Tia, Paula Dora Mohr, que me ajudou a enxergar que faltava pouco e

por todo carinho.

Aos meus familiares, que não foram citados aqui, mas que sempre me

incentivaram.

Aos meus amigos, aqueles desde a infância e também os mais recentes, com os

quais vivi muitos momentos especiais, que jamais serão esquecidos.

Ao meu orientador, Eduardo Linhares Qualharini, pelo suporte no pouco tempo

que lhe coube, pelos incentivos e correções.

E finalmente, aos professores e funcionários da Escola Politécnica, que

contribuíram na minha formação acadêmica e profissional.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Estudo da Implantação da Autovistoria no Município do Rio de

Janeiro

Liliane Soares Mohr

Março/2015

Orientador: Eduardo Linhares Qualharini

Curso: Engenharia Civil

As construções estão intrinsecamente ligadas à existência de incertezas e riscos. O

cenário de grande aquecimento do mercado da construção, potencializa os riscos

envolvidos. A aplicação de vistorias e inspeções prediais auxiliam no controle e

prevenção dos grandes acidentes, que vêm ganhando destaque na mídia. Assim esta

pesquisa é uma descrição dos condicionantes para a implantação da autovistoria no

município do Rio de Janeiro, com suas aplicações e necessidades, para conhecimento

dos profissionais da construção civil, envolvidas em futuras vistorias e inspeções

prediais.

Palavras-chave: Manutenção preventiva, manutenção corretiva, autovistoria, inspeção

predial.

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Abstract of Monograph present to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for degree of Specialist.

Study of the establishment of Autovistoria in Rio de Janeiro

Liliane Soares Mohr

March/2015

Advisor: Eduardo Linhares Qualharini

Course: Civil Engineering

The construction works are closely connected to the existence of uncertainties and

risks. The time of great heating of the construction market, enhances the risks

involved. The application of building inspections helps to control and prevent of major

accidents that have gained prominence in the media. Thus, this research is a description

of the conditions for the implementation of autovistoria in the city of Rio de Janeiro,

with its aplications and needs, for the knowledge of construction professionals, involved

in future surveys and building inspections.

Keywords: Preventive maintenance, corrective maintenance, autovistoria, building

inspection.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 1

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................... 1

1.2 OBJETIVO ................................................................................................ 4

1.3 METODOLOGIA ...................................................................................... 4

1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ........................................................ 6

2. INSPEÇÃO PREDIAL ..................................................................... 7

2.1 IMPORTÂNCIA ........................................................................................ 7

2.2 FALHAS VERSUS ANOMALIAS ............................................................ 7

2.3 ANÁLISE DA MANUTENÇÃO ................................................................ 9

2.4 INSPEÇÃO PREDIAL - CHECK-LIST ................................................... 11

2.5 LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA PREDIAL - AUTOVISTORIA ........ 24

3. LEGISLAÇÃO DA AUTOVISTORIA ........................................... 30

3.1 HISTÓRIA ............................................................................................... 30

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................... 31

3.2.1 LEI Nº8.078/1990 .......................................................................................... 31

3.2.2 NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15575-1: DESEMPENHO DAS

EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS ...................................................................... 32

3.3 DEFINIÇÃO ............................................................................................ 34

3.3.1 LEI Nº 6.400/2013 ......................................................................................... 34

3.3.2 LEI COMPLEMENTAR Nº126/2013 ........................................................... 36

3.3.3 DECRETO Nº 37.426/2013 .......................................................................... 37

3.4 RESPONSABILIDADES ........................................................................... 38

4. PROPOSIÇÕES E ANÁLISES ......................................................... 41

4.1 CUSTO PARA A REALIZAÇÃO DA AUTOVISTORIA ........................ 41

4.2 ESTUDO DE CASOS .............................................................................. 44

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4.3 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA ......................... 46

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 49

5.1 COMENTÁRIOS ..................................................................................... 49

5.2 SUGESTÕES ........................................................................................... 49

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Desabamento do Edifício Liberdade – Fonte: Ernesto Carriço, 2012 ............ 1

Figura 2 – Características do Edifício Liberdade – Fonte: Secretaria da Polícia Civil,

2012 .................................................................................................................................. 2

Figura 3 – Possíveis causas do desmoronamento do Edifício Liberdade – Fonte: CREA,

2014 .................................................................................................................................. 2

Figura 4 – Logotipos dos Conselhos Regionais CREA e CAU/RJ – Fonte:

http://www.crea-rj.org.br e http://www.caurj.org.br/ ....................................................... 3

Figura 5 – Esquema de distribuição da incidência dos acidentes prediais por tipo de

origem – Fonte: Guia de Procedimentos, Cosenza, Luiz, 2014 ....................................... 8

Figura 6 – Comparativo entre manutenção preventiva e corretiva - Fonte: Antonioli,

Paulo Eduardo, 2010 ...................................................................................................... 11

Figura 7 – Formulário on line para atualização dos dados do Laudo de Autovistoria -

Fonte: site da Secretaria Municipal de Urbanismo,

http://www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria ...................................................................... 29

Figura 8 – Guia Orientativo para atendimento à Norma NBR 15575- Fonte: ABNT,

julho, 2013...................................................................................................................... 34

Figura 9 - Esquema comparativo de unidades inspecionadas e unidades cabíveis de

reparo Fonte: O Globo notícias (www.g1.com.br) e Terra notícias

(noticias.terra.com.br/brasil/cidades)........................................................................48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Salário mínimo engenheiro/2015 - Fonte: http://www.sengerj.org.br/...........41

Tabela 2: Custo de honorários mínimo em função da área construída - Fonte:

Regulamento de Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia, 2010..............42

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Área de atuação com as devidas áreas de atuação e responsabilidades –

Fonte: SECOVIRIO-Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial. ........... 13

Quadro 2a – Principais responsáveis, ações e responsabilidades - Fonte: SECOVIRIO-

Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial. ............................................. 38

Quadro 2b – Principais responsáveis, ações e responsabilidades - Fonte: SECOVIRIO-

Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial. ............................................. 39

Quadro 2c – Principais responsáveis, ações e responsabilidades - Fonte: SECOVIRIO-

Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial. ............................................. 40

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GLOSSÁRIO

ACESSÓRIO: Unidade auxiliar agregada a um equipamento ou a uma instalação.

(Glossário Ibape/1.994)

ANOMALIA: Irregularidade, anormalidade, exceção à regra. (Glossário Ibape/1.994)

ANOMALIA ENDOGENA: originaria da própria edificação (projeto, materiais e

execução).

ANOMALIA EXOGENA: originaria de fatores externos a edificação, provocados por

terceiros.

ANOMALIA NATURAL: originaria de fenômenos da natureza (previsíveis,

imprevisíveis).

ANOMALIA FUNCIONAL: originaria do uso.

DEFEITOS: Anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça

potencial de afetar a saúde ou à segurança do dono ou consumidor, decorrentes de

falhas do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou ainda, de informação

incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção. (Glossário Ibape/1.994)

DESABAMENTO: Queda parcial ou total de uma construção ou de outro volume

considerável de coisa material. (Glossário Ibape/1.994)

DESMORONAMENTO: Ruína de maciços terrosos, taludes, ou outros materiais

friáveis ou estocados. (Glossário Ibape/1.994)

DESEMPENHO: Capacidade de atendimento das necessidades dos usuários da

edificação. (NBR 5674/1.999)

EDIFICAÇÃO: Produto constituído pelo conjunto de elementos definidos e integrados

em conformidade com os princípios e técnicas da Engenharia e da Arquitetura, para, ao

integrar a urbanização, desempenhar funções ambientais em níveis adequados. (NBR

5674/1.999)

EQUIPAMENTO: o conjunto de todos os bens tangíveis necessários para o

funcionamento de um sistema de produção industrial ou agropecuário. (Glossário

Ibape/1.994)

ESTANQUEIDADE: Propriedade conferida pela impermeabilização, de impedir a

passagem de fluídos. (ABNT – NBR 8083/JUL83)

FISSURA: é uma lesão com abertura inferior a 0,5 mm. (Glossário Ibape/1.994)

INSPEÇÃO: Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituinte, realizada

para orientar as atividades de manutenção. (NBR 5674/1.999)

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INFILTRAÇÃO: Penetração indesejável de fluídos nas construções. (ABNT – NBR

8083/JUL83)

INSTALAÇÃO: Conjunto de equipamentos e componentes que integram qualquer

utilidade, possibilitando a execução de processos industriais ou seus respectivos

serviços. (Glossário Ibape/1.994)

INSTALAÇÃO ELÉTRICA: Conjunto das partes elétricas e não elétricas necessárias ao

funcionamento de um sistema elétrico, ou de uma parte determinada do mesmo.

INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS: Conjunto de instalações prediais

compreendidas pelas instalações de água fria (recalque e distribuição), instalações de

esgotamento de efluentes.

JUNTA: Espaço deixado entre as estruturas de modo a permitir a sua livre

movimentação. (ABNT – NBR 8083/JUL83)

LAJE: Estrutura plana e horizontal de concreto armado, apoiada em vigas e pilares, que

divide os pavimentos da construção. (Comissão I.P./2.001)

LAUDO: Parecer técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista indicado

por autoridade, relatando resultado de exames e vistorias, assim como eventuais

avaliações com ele relacionado. (Glossário Ibape/1.994)

MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO: Documento que reúne

apropriadamente todas as informações necessárias para orientar as atividades de

operação, uso e manutenção da edificação. (NBR 5674/1.999)

MANUTENÇÃO: Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou

recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender

as necessidades e segurança dos seus usuários. (NBR 5674/1.999)

NECESSIDADES DOS USUÁRIOS: Exigências de segurança, saúde, conforto,

adequação ao uso e economia cujo atendimento é condição para realização das

atividades previstas no projeto. (NBR 5674/1.999)

PARECER TÉCNICO: Opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um

profissional legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade. (Glossário

Ibape/1.994)

PATOLOGIA CONSTRUTIVA: é o estudo que se ocupa da natureza das modificações

estruturais e ou funcional, produzindo anomalias construtivas. (Glossário Ibape/1.994)

PATRIMÔNIO: Conjunto de bens suscetíveis de apreciação econômica. (Glossário

Ibape/1.994)

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PAVIMENTO: Conjunto de edificações cobertas ou descobertas situadas entre os

planos de dois pisos sucessivos ou entre o do último piso e a cobertura. (Glossário

Ibape/1.994)

PERÍCIA: Atividade concernente a exame realizado por profissional especialista,

legalmente habilitado, destinado a verificar ou esclarecer determinado fato, apurar as

causas motivadoras do mesmo, ou o estado, alegação de direitos ou a estimação da coisa

que é objeto de litígio ou processo. (Glossário Ibape/1.994)

PERITO: Profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para

realizar uma perícia. (Glossário Ibape/1.994)

PILAR: Elemento estrutural vertical de concreto, madeira, pedra ou alvenaria. Quando é

circular, recebe o nome de coluna. (Comissão I.P./2.001)

PROJETO: Descrição gráfica e escrita das características de um serviço ou obra de

Engenharia ou de Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos,

financeiros e legais. (NBR 5674/1.999)

PROPRIETÁRIO: Pessoa física ou jurídica que tem o direito de dispor da edificação.

(NBR 5674/1.999)

RISCO: Perigo, probabilidade ou possibilidade de ocorrência de dano. (Glossário Ibape/1.994)

SERVIÇO DE MANUTENÇÃO: Intervenção realizada sobre a edificação e suas partes

constituintes, com a finalidade de conservar ou recuperar a sua capacidade funcional.

(NBR 5674/1.999)

SISTEMA DE MANUTENÇÃO: Conjunto de procedimentos organizado para

gerenciar os serviços de manutenção. (NBR 5674/1.999)

USUÁRIO: Pessoa física ou jurídica, ocupante permanente ou não permanente da

edificação. (NBR 5674/1.999)

VIDA ÚTIL: Intervalo de tempo ao longo do qual a edificação e suas partes

constituintes atendem aos requisitos funcionais para os quais foram projetados,

obedecidos os planos de operação, uso e manutenção prevista. (NBR 5674/1.999)

VIGA: Elemento estrutural de madeira, ferro ou concreto armado responsável pela

sustentação de lajes. A viga transfere o peso das lajes e dos demais elementos (paredes,

portas, etc.) para as colunas. (Comissão I.P./2.001)

VISTORIA: Constatação de um fato em imóvel, mediante exame circunstanciado e

descrição minuciosa dos elementos que o constituem, objetivando sua avaliação ou

parecer sobre o mesmo. (Glossário Ibape/1.994)

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nos dias atuais, o surgimento de novas obras provém das mais diversas motivações:

necessidade de uma nova sede para uma empresa, implantação ou expansão de uma

indústria, exploração comercial de determinada região, demanda por moradia, infraestrutura

urbana ou outros. Deste modo, acidentes de grande porte em edificações vêm ganhando

destaque na mídia. Os desabamentos de dois prédios no Centro da cidade do Rio de Janeiro

(RJ), em 2012, além da falta de uma cultura de manutenção das edificações em nosso país,

motivaram a elaboração da Lei 6.400, de 05/03/2013, visando prevenir acidentes com

edificações no município do Rio de Janeiro.

O edifício que desabou no centro do Rio de Janeiro, mais precisamente na Avenida

Treze de Maio, 44, chamava-se Edifício Liberdade. Foi construído em 1940, contendo 20

andares e, situava-se ao lado de um sobrado e próximo ao Teatro Municipal.

Figura 1: Desabamento do Edifício Liberdade -

Fonte: Carriço, Ernesto - 2012

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2

A tragédia do edifício Liberdade ocorreu no dia 25 de janeiro de 2012, e provocou

ainda a queda de mais um edifício de dez andares, desmoronamento de partes de um sobrado

e atingiu a bilheteria do Teatro Municipal com entulhos, causando a morte de 17 pessoas,

sendo apenas 15 corpos identificados e tendo ainda 5 pessoas desaparecidas. Segundo o o

CREA/RJ (Conselho Regional de Engenharia, e Agronomia) o ocorrido se deu devido aos

seguintes atos: aberturas de janelas na parede cega, causando alteração do projeto original;

excesso de peso na laje do 9º pavimento, devido as obras que vinham ocorrendo; reformas

irregulares no 3º e 9º andar; além das acomodações do solo devido ao período de chuvas.

Figura 2: Características do Edifício Liberdade

Fonte: Secretaria da Polícia Civil, 2012

Figura 3: Possíveis causas do desmoronamento do Edifício Liberdade

Fonte: CREA, 2014

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Essa tragédia fez com que inspeções ou vistorias prediais, denominadas Autovistoria,

que visam avaliar ou diagnosticar as condições técnicas dos edifícios, através de laudos que

obrigatoriamente devem ser executados atendendo às exigências, ao rigor técnico, às normas

e as legislações existentes, embora obrigatória, mas que nem sempre era executada ou

realizada com a frequência recomendada por profissionais adequados, ganhasse força de lei.

A então autovistoria passou a ser lei e sua composição baseia-se em basicamente três

etapas: Realização da visita técnica predial ou inspeção predial, elaboração do laudo técnico

e comunicação à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

A realização da visita técnica é realizada por profissionais legalmente habilitados,

com o objetivo de avaliar o estado geral da edificação no que diz respeito à sua conservação,

estabilidade e segurança. O profissional atua como uma espécie de inspetor predial, fazendo

um diagnóstico geral e recomendando, quando for necessário, exames complementares, que

poderão envolver profissionais com diferentes especializações ou a realização de obras,

quando detectadas falhas ou deficiências.

Já o laudo técnico, deverá seguir diretrizes técnicas para ser elaborado, a fim de

demonstrar todas as etapas do trabalho e fundamentar as conclusões e sugestões. As obras

exigidas neste laudo, deverão ser realizadas dentro do prazo estabelecido e, posteriormente,

haverá a necessidade de criação de um laudo complementar, preferencialmente executado

pela mesma equipe que trabalhou no primeiro, para uma nova avaliação das exigências

relatadas.

Após a criação do Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP) e da Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART), quando emitida por engenheiros ou Registro de

Responsabilidade Técnica (RRT), quando emitida por arquitetos, o síndico ou responsável

pelo edifício deverá convocar uma assembleia geral, para dar ciência sobre o seu conteúdo

aos moradores, condôminos e usuários da edificação, além de manter este documento

arquivado pelo prazo de 20 anos, em local de fácil acesso e visibilidade, renovando esta

vistoria/ laudo de 5 em 5 anos, sempre enviando comunicado à Prefeitura, com os resultados

obtidos neste laudo técnico.

Figura 4: Logotipos dos Conselhos Regionais CREA e CAU/ RJ

Fonte: http://www.crea-rj.org.br e http://www.caurj.org.br, 2014

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Vale salientar que estes prazos possuem vencimentos contados a partir da data de

emissão do Habite-se, que segundo o site de pesquisa Wikipédia, é um ato

administrativo emanado de autoridade competente, que autoriza o início da utilização efetiva

de construções ou edificações destinadas à habitação, ou ainda, um documento que

comprova que um empreendimento ou imóvel foi construído seguindo-se as exigências

(legislação local, especialmente o Código de Obras do município) estabelecidas pela

prefeitura para a aprovação de projetos. O documento é emitido pela prefeitura da cidade

onde o empreendimento ou imóvel encontra-se localizado

Assim, a proposta deste trabalho é mostrar como a Autovistoria vêm sendo

implantada no município do Rio de Janeiro, como esta tem impactado nas modificações

urbanas e culturais do estado e, além disso, gerar informações sobre o progresso deste

programa e sobre possíveis desvios do que fora planejado.

1.2 OBJETIVO

O objetivo principal deste trabalho é evidenciar o impacto positivo da aplicação da

Autovistoria no município do Rio de Janeiro, através do número de empreendimentos que

implantaram as legislações vigentes e das modificações sofridas por estes empreendimentos

para adequação a estas leis, agregando assim, maior valor aos patrimônios dos seus clientes.

1.3 METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos propostos, foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre

a implantação da Autovistoria no município do Rio de Janeiro. Foram coletadas informações

a partir da leitura de notas de aula de pós graduações do Núcleo de Pesquisa em

Planejamento em Gestão (NPPG) , de guias de procedimentos para elaboração de laudos

técnicos de vistorias prediais, da cartilha de Autovistoria elaborada pela Prefeitura do

município do Rio de Janeiro em pareceria com o Sindicato da Habitação do Estado do Rio

de Janeiro (SECOVIRIO) e do estudo das leis relacionadas. Houve ainda, presença em

diversos cursos e aulas sobre o tema, na condição de ouvinte, além da pesquisa e análise de

livros, como "Perícias de Engenharia- A apuração dos Fatos", da autora Simone Feigelson"

revistas e sites especializados nos assuntos relacionados ao tema do trabalho.

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Além disso, buscou-se subsídios em legislação estrangeira, desenvolvidos em

Portugal, em dezembro/ 2003, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC),

através de três principais métodos:

- MÉTODO DE AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE REABILITAÇÃO DE

EDIFÍCIOS - MANR. Este método estabelece um conjunto de procedimentos para

determinar as necessidades de reabilitação de um edifício de modo a dotá-lo de

adequadas condições de habitabilidade. Considerou-se que as condições de

habitabilidade não estão garantidas sempre que as características do edifício não

assegurem a satisfação das exigências funcionais de segurança; higiene, saúde e

conforto; e adequação ao uso

- METODO DE CERTIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES MÍNIMAS DE

HABITALIDADE - MCH. Este método estabelece um conjunto de procedimentos

para verificar se uma habitação possui ou não condições mínimas de habitabilidade.

Considerou-se que uma habitação com condições mínimas de habitabilidade deve

satisfazer as exigências essenciais de segurança e de saúde num nível que não

colocasse em risco a vida dos moradores ou do público.

- MÉTODO DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS IMÓVEIS

- MAEC. Este método avalia o estado de conservação do locado e verifica a

existência de infra-estruturas básicas. Para determinar o estado de conservação são

comparadas as condições do elemento funcional na data da vistoria com as condições

que ele proporcionava quando o edifício foi construído ou quando sofreu a última

intervenção profunda.

Verifica-se que os métodos proporcionam perspectivas complementares sobre as

condições de edifícios existentes: a MCH serve para verificar a existência de condições

mínimas de habitabilidade, o MAEC permite avaliar o estado de conservação, e o MANR

visa estimar a profundidade da intervenção de reabilitação necessária para assegurar

condições mínimas de habitabilidade. As características gerais dos métodos são idênticas. A

avaliação baseia-se numa inspeção visual durante a qual são identificadas de forma

sistemática as anomalias que afetam cada elemento funcional da construção. Os resultados

obtidos são facilmente compreensíveis por todos os intervenientes envolvidos. Os principais

instrumentos desenvolvidos para aplicar cada um dos métodos formam uma ficha de

avaliação e as respectivas instruções de aplicação. Estes instrumentos são objetivos e

quantitativos e podem ser aplicados à generalidade dos tipos de edifícios.

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1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é composto de cinco capítulos desenvolvidos de forma a promover um

entendimento sobre o cenário atual do mercado da construção civil, os princípios da

implantação da Autovistoria e algumas de suas ferramentas e legislações.

O primeiro capítulo trata da introdução ao tema, apresentando a contextualização do

tema, o objetivo do trabalho, a metodologia utilizada no desenvolvimento da dissertação e

sua estruturação.

O segundo capítulo tem como objetivo caracterizar a manutenção predial no Brasil, a

importância desta, como esta vêm sendo realizada através da Autovistoria, como elaborar os

laudos e ratificando sua importância no cenário da construção civil.

O terceiro capítulo discorre sobre a origem da Autovistoria no município do Rio de

Janeiro, bem como as legislações que impulsionaram a criação deste projeto, suas principais

definições e conceitos, sua importância e seus desafios no Brasil.

O quarto capítulo apresenta o estudo dos dados coletados, além das simulações

práticas para a execução de laudos e inspeções prediais.

O quinto e último capítulo expõe as considerações finais do trabalho, externando os

benefícios trazidos pelas aplicações dessa ferramenta no estado do Rio de Janeiro e, em

seguida, apresenta as referências bibliográficas da dissertação.

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2. INSPEÇÃO PREDIAL

2.1 IMPORTÂNCIA

No passado, a nossa cidade era composta em sua maior parte de casas, construções

baixas e de pequeno porte, mas este cenário mudou. As construções, sejam elas na forma de

prédios para moradia ou ainda de edifícios de escritório para o trabalho, cresceram e se

tornaram mais complexas. Esses edifícios, que permitem grande concentração de moradias

ou salas comerciais, necessitam por outro lado, de cuidados não exigidos em prédios de

menor porte e complexidade.

Da mesma forma, construções mais antigas necessitam de cuidados diferentes

praticados nas construções mais novas. Portanto, para que um edifício mantenha sempre

suas qualidades de segurança, desempenho e também seu valor como patrimônio, deve ser

alvo de dois tipos de cuidados: quanto à manutenção e quanto a modificações executadas.

2.2 FALHAS VERSUS ANOMALIAS

A preocupação com a relação "causa x efeito"dos acidentes, e sua forte correlação

com manutenção predial, forçou a realização de estudo sobre acidentes ocorridos em

edificações com mais de 30 anos, que foi apresentado em 2009, no XV Congresso Brasileiro

de Engenharia de Avaliações e Perícias (COBREAP). Esse estudo considerou dados de

conhecimento comum, publicados pela mídia, e informações cadastradas no banco de dados

do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Os acidentes prediais analisados ocorreram, em edificações com ocupação de mais

de anos. Excluídos dessa análise, portanto, acidentes ocorridos na fase de obras e em

edificações com menos de dez anos. Dos resultados obtidos, 66% das prováveis causas e

origens dos acidentes são relacionados à deficiência com a manutenção, perda precoce de

desempenho e deteriorização acentuada. Apenas 34% dos acidentes possuem causa e origem

relacionadas aos chamados vícios construtivos, ou ainda, anomalias endógenas.

O gráfico a seguir, ilustra os resultados.

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As anomalias são vícios de construção enquanto as falhas, vícios de manutenção.

As anomalias podem ser divididas em:

a) endógenas: relacionados à construção (projetos, materiais e execução);

b) exógenas: relacionados a danos causados por terceiros (obras vizinhas,

choques de veículos etc.);

c) naturais: relacionados a fatores ligados à natureza (terremotos, inundações

etc.);

d) funcionais: decorrentes da degradação devido ao uso e operação.

Já as falhas de manutenção podem ser de:

a) planejamento: dos planos e programas de manutenção;

b) execução: nos procedimentos e materiais utilizados;

c) operacionais: nos registros e controles;

d) gerenciais: controle da qualidade dos serviços e nos custos dos mesmos.

O grau de risco está relacionado com a natureza do elemento construtivo a ser

inspecionado, a partir da avaliação de anomalias e das falhas constatadas, considerando o

risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente ao patrimônio, dentro dos limites da

inspeção ou da vistoria predial.

Nesse sentido, se tem a seguinte classificação de graus de riscos:

- Crítico: pode provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e/ou meio

ambiente, perda excessiva de desempenho causando possíveis paralisações, aumento

de custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada.

Figura 5: Esquema de distribuição da incidência dos acidentes prediais por tipo de origem -

Fonte: Guia de Procedimentos, Luiz Cosenza, 2014

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- Regular: pode provocar a perda de funcionalidade sem prejuízo à operação direta de

sistemas, perda pontual de desempenho (possibilidade de recuperação),

deteriorização precoce e pequena desvalorização.

- Mínimo: pode causar pequenos prejuízos à estética ou atividades programável

planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e

regulares, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário.

2.3 ANÁLISE DA MANUTENÇÃO

"A manutenção preventiva é mais útil, mais eficiente e mais barata que qualquer obra

que você fizer para corrigir um acidente por manutenção negligente." (SECOVIRIO-

Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial)

A manutenção corretiva é a forma mais óbvia e mais primária de manutenção; pode

sintetizar-se pelo ciclo "quebra-repara", ou seja, o reparo dos equipamentos após a avaria.

Constitui a forma mais cara de manutenção quando encarada do ponto de vista total do

sistema. Pura e simples, conduz a:

a) Baixa utilização anual dos equipamentos e máquinas e, portanto, das

cadeias produtivas;

b) Diminuição da vida útil dos equipamentos, máquinas e instalações;

c) Paradas para manutenção em momentos aleatórios e muitas vezes,

inoportunos por corresponderem a épocas de ponta de produção, a períodos

de cronograma apertado, ou até a épocas de crise geral.

É muito difícil eliminar completamente este tipo de manutenção, pois não se pode

prever em muitos casos o momento exato em que se verificará um defeito, que obrigará a

uma manutenção corretiva de emergência. Apesar de rudimentar, a organização corretiva

necessita de pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e proficiência em todos os

casos de defeitos previsíveis e com quadro e horários bem estabelecidos, além de todos os

materiais e ferramentas necessárias para todos os tipos de intervenções necessárias que se

convencionou a realizar no local.

Ainda sobre a questão de entendimento, deve-se ter em mente, ao planejar, que a

complexidade e gravidade de uma falha ou de um processo de deterioração cresce de

maneira não linear, e que as manutenções preventivas e corretivas não são mutuamente

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excludentes, ou seja, ainda que a primeira seja perfeitamente executada, não eliminará

completamente a ocorrência da segunda, mas a manterá sob pequenas grandezas de

significado, custos e consequências, objetivo principal do planejamento, que deve portanto

sempre prever a alocação de recursos para execução das intervenções corretivas.

A Manutenção Preventiva, como o próprio nome sugere, consiste em um trabalho de

prevenção de defeitos que possam originar a parada ou um baixo rendimento dos

equipamentos em operação. Esta prevenção é feita baseada em estudos estatísticos, estado

do equipamento, local de instalação, condições elétricas que o suprem, dados fornecidos

pelo fabricante (condições ótimas de funcionamento, pontos e periodicidade de lubrificação,

etc.), entre outros. Dentre as vantagens, podemos citar:

a) Diminuição do número total de intervenções corretivas, aligeirando o custo

da corretiva;

b) Grande diminuição do número de intervenções corretivas ocorrendo em

momentos inoportunos como por ex: em períodos noturnos, em fins de

semana, durante períodos críticos de produção e distribuição, etc;

c) Aumento considerável da taxa de utilização anual dos sistemas de

produção e de distribuição.

A manutenção preventiva pode ainda se beneficiar da farta tecnologia disponível

para obtenção de resultados ainda melhores, evoluindo para uma forma de execução

denominada preditiva, que consiste em monitorar continuamente as condições de exposição

e funcionamento de equipamentos e sistemas da propriedade por meio do emprego de

tecnologia.

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Figura 6: Comparativo entre manutenção preventiva e corretiva -

Fonte: Antonioli, Paulo Eduardo, 2010

2.4 INSPEÇÃO PREDIAL - CHECK-LIST

Inspeção Predial é uma vistoria onde são determinadas as condições técnicas,

funcionais e de conservação de uma edificação, visando orientar e/ ou avaliar as

manutenções preventivas e corretivas.

A avaliação ou diagnóstico da edificação é denominado Inspeção ou Vistoria Predial.

A inspeção, como todo trabalho técnico, deve classificar as deficiências constatadas como

visão sistêmica, apontando o grau de risco para cada uma delas e apresentar uma lista de

prioridades técnicas, indicando orientações e recomendações para a sua eliminação.

Para a realização da inspeção predial, portanto, recomenda-se verificar se existem

laudos técnicos ou documentos que registram a ocorrência de anormalidades, como

incêndios, problemas estruturais, obras irregulares e relatórios da Defesa Civil, além de

empregar as normas e legislações específicas disponíveis. O importante é destacar que o

trabalho é técnico e deve ser realizado por Engenheiros habilitados e especialistas

capacitados para o serviço.

Durante a Inspeção todos os detalhes deverão ser observados, tendo em vista a

validade de cinco anos do Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP). Pois, o que naquele

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momento pode parecer algo simples, com o tempo e sem cuidado, poderá se transformar em

um grande problema.

Os engenheiros habilitados ou especialistas capacitados para o serviço, devem ser

profissionais com experiência necessária, para discernir quais e quantos profissionais serão

necessários para a realização da vistorias, pois quanto mais itens para avaliação tiver, mais

engenheiros deverão ser contratados.

Antes do inicio da inspeção predial, deve ser realizada uma avaliação, para que se

estabeleça na contratação dos serviços, o nível de rigor a ser adotado, pois isso implicará nos

custos relativos ao dimensionamento dos trabalhos e equipes necessárias à sua execução.

De acordo com a Norma de Inspeção Predial do Instituto Brasileiro de Avaliações e

Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE – SP) são três os níveis de rigor:

- Nível 1: vistoria para identificação de anomalias aparentes, elaborada por

profissional habilitado e capacitado. Neste nível se enquadram: casas térreas,

sobrados, e edifícios sem elevador.

- Nível 2: vistoria para identificação de anomalias aparentes identificadas com auxílio

de equipamentos, elaborada por profissionais de diversas especialidades. Nele se

enquadram edifícios de múltiplos andares, comerciais, residenciais e mistos, centros

comerciais, galpões industriais etc.

- Nível 3: vistoria para a identificação de anomalias aparentes e ocultas constatáveis

com o auxílio de equipamentos, incluindo testes e ensaios locais e/ ou laboratoriais

específicos, elaborada por profissionais de diversas especialidades. Neste se

enquadram os imóveis com suspeitas de vícios ocultos significativos.

Algumas edificações exigem complexidade que extrapolam os três níveis indicados:

hospitais, shoppings centers, hotéis etc.

A equipe multidisciplinar, para os níveis 2 e 3, deve ser formada no mínimo por um

engenheiro eletricista, um engenheiro mecânico e um engenheiro civil ou arquiteto, e que,

preferencialmente, um deles seja especialista em engenharia de segurança. Caso haja

necessidade, o perito pode se valer de Parecer Técnico de especialista em diversas áreas da

engenharia, tais como: fundação, estrutura, impermeabilização, revestimento de fachada e

outros. Um exemplo, conforme as resoluções para cada área de atuação, seria:

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Quadro 1: Área de atuação com as devidas áreas de atuação e responsabilidades

FORMAÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO

ARQUITETO

vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico,

auditoria e arbitragem (RESOLUÇÃO N° 21, DE 5 DE ABRIL DE 2012 –

CAU/BR)

ENGº CIVIL

(construção civil, estruturas e

instalações)

Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico

(RESOLUÇÃO Nº 218, DE 29 DE JUNHO DE 1973 – CREA/RJ)

ENGº ELÉTRICO (instalações

elétricas)

ENGº MECÂNICO (elevadores

e outras máquinas)

ENGº DE SEGURANÇA

(instalações especiais de

incêndio)

No caso de mais de um engenheiro ou de uma equipe multidisciplinar, um

engenheiro deverá ser o responsável de toda a inspeção e pela assinatura do laudo, sem

esquecer de informar ao síndico, que os serviços deverão ser do conhecimento de todos os

condôminos. Por isso, o escopo dos serviços, preferencialmente, necessita ser apresentado,

explicado e aprovado em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), pois haverá necessidade

de se vistoriar todas as unidades autônomas. Logo, deverá ficar registrado em ata que os

moradores estão cientes e que deverão facilitar a entrada e colaborar fornecendo

informações a todos os Engenheiros da equipe. Em caso de impedimento da vistoria nas

unidades autônomas, o laudo poderá ficar prejudicado e estas informações devem ser

descritas.

Fonte: Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial (SECOVIRIO), 2014

Fonte: Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial (SECOVIRIO), 2014

Fonte: Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial (SECOVIRIO), 2014

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Os principais sistemas construtivos que devem ser inspecionados, segundo o

coordenador do Guia de Procedimentos da Elaboração de Laudo Técnico de Vistoria

Predial, Luiz Cosenza, são:

a) Sistemas estruturais aparentes

b) Sistemas de vedação (externos e internos)

c) Sistemas de revestimentos, incluídas as fachadas

d) Sistema de esquadrias

e) Sistema de impermeabilização (através dos indícios de perda de

desempenho, como infiltrações)

f) Sistema de instalações hidráulicas (água fria, água quente, esgoto sanitário,

águas pluviais, reuso de água)

g) Sistemas de instalações elétricas

h) Sistema de geradores

i) Sistema de elevadores

j) Sistema de bombas

k) Sistema de instalação de gás

l) Sistema de ar condicionado (central e split)

m) Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (para-raios)

n) Sistema de combate a incêndios

o) Sistema de coberturas (telhados, rufos, calha)

p) Sistema de acessibilidade

É interessante realizar a vistoria e desenvolvimento do Laudo Técnico de Vistoria

Predial (LTVP) percorrendo a edificação de cima para baixo, ou seja, iniciando o trabalho na

cobertura e/ou telhado, passando em seguida as pavimentos inferiores.

Pode-se desenvolver, previamente, um fluxograma de itens a serem verificados, com

sua interligação, bem como um check-list, para que não se perca nenhum tópico de

consideração obrigatória.

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Toda anomalia detectada em uma inspeção será anotada no check-list, independente

da responsabilidade pelo seu reparo.

Nesta etapa do trabalho, não se faz necessária uma indicação sobre métodos de

correção das anomalias, que será apresentada adiante, após a elaboração do Laudo Técnico

de Vistoria Predial (LTVP).

Abaixo, segue modelo retirado de notas de aula do professor Eduardo Linhares

Qualharini, no curso de pós graduação, do Núcleo de Pesquisas em Planejamento e Gestão

(NPPG), e adaptado, referente a um check-list a ser verificado em edificações, nas quais as

inspeções prediais serão implantadas:

Itens a serem analisados no último pavimento:

- caixas d`água;

- tubulações e registros;

- antena coletiva;

- para-raios;

- telhas (quando houver);

- calhas;

- guarda-corpos e muretas;

- Lajes e calhas;

- escada;

- pisos;

- elementos estruturais.

Caixas d`água

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As tampas de vedação das caixas d'água não devem ter fissuras, marcas de ferrugem

ou estar corroídas. E verificar se as bordas de alvenaria para conter o acesso da água das

chuvas estão em perfeitas condições.

Em limpezas semestrais, checar se o cano do fundo está em bom estado.

Tubulações e registros

Problemas na prumada (tubo de água que vai do térreo à caixa d'água) podem ocorrer

por oxidação nos canos. Podem afetar a estrutura, pela corrosão da água, e afetar até a rede

elétrica, se estiver próxima, com risco de danos e curto-circuito.

Antena coletiva e para-raios

Pára-raios: verificar se houve danos no sistema ou rompimento de algum cabo. Se

houve, é necessário comunicar imediatamente a empresa responsável pela manutenção de tal

sistema, uma vez que não basta emendar, deve ser feita a verificação de continuidade de

corrente para que o sistema volte a funcionar com eficiência.

O sistema de Pára-Raios deve ser vistoriado por um profissional anualmente, na

época de vencimento do Laudo Técnico, para que a empresa responsável possa renovar a

documentação técnica ou realizar adequações no sistema conforme a necessidade.

É importante vistoriar as partes metálicas, principalmente, nas bases de apoios, que

podem sofrer desgastes por conta das intempéries climáticas.

Telhas e calhas

Telhas quebradas ou mal fixadas, regiões de emenda, falta de impermeabilização ou

acabamentos mal executados em calhas e rufos podem permitir o surgimento de infiltrações

e acúmulo de umidade.

Guarda-corpos e muretas

Deve-se atentar para peças soltas que podem ser projetadas sobre o passeio público,

atingindo pedestres ou carros, bem como outros danos visíveis que tragam prejuízo à

edificação ou seus usuários.

Lajes

São comuns as infiltrações pelos pontos de luz. Podem ocorrer por falha na

impermeabilização da laje do topo, ou por vazamentos do sistema hidráulico.

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Infiltrações ocasionais em dias de chuva não devem ser negligenciadas, pois podem

indicar uma falha na impermeabilização.

Escadas

Mantenha sempre desobstruídos corredores, escadas e saídas de emergência, sem

vasos, tambores ou sacos de lixo.

Nunca guarde produtos inflamáveis nesses locais e jamais utilize estes espaços como

depósitos, mesmo que seja provisoriamente.

As coletas de lixo devem ser bem planejadas para não comprometer o abandono do

edifício em caso de emergência. As portas corta-fogo não devem ter trincos ou cadeados.

Portas corta-fogo

Foi criado o Selo de Marca de Conformidade ABNT, fixado em cada porta, contendo

um número de série e informando a classe (tempo de resistência ao fogo). Junto à esta

etiqueta metálica deve haver outra com informações do nome do fabricante.

Deve-se observar também o uso de agentes corrosivos na limpeza das escadas de

emergência, uma vez que água sanitária e cloro reagem com o material externo da porta (aço

galvanizado) provocando sua oxidação (ferrugem). Sintoma comum do uso de tais agentes

corrosivos é a presença de ferrugem ou “casca de laranja” na parte inferior da porta corta-

fogo.

Pisos

Importante verificar a presença de trincas ou fissuras que podem vir a comprometer a

estrutura, bem como falhas na impermeabilização, principalmente ao redor de ralos, calhas e

rufos. Pisos e revestimentos ocos, soltando ou inexistentes, assim como qualquer outro item

fora do normal deve ser reportado no Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP),

apontando-se soluções para corrigi-los.

Elementos estruturais

Levantamento de manifestações patológicas, com identificação dos elementos e tipos

estruturais (lajes, vigas, pilares e/ou alvenaria portante). Deve-se analisar cada peça lesada,

verificando se está submetida por algum agente externo (presença de água, por exemplo), a

um processo de deterioração progressiva.

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Verificação da estabilidade ou progresso da anomalia, identificando se a mesma é

ativa (que ainda está se movimentando) ou passiva (a movimentação ocorreu e já se

estabilizou).

Os principais problemas observados são:

- acomodação da Estrutura;

- ausência de verga e contraverga em vãos;

- esmagamento de elementos construtivos por diversas causas, incluindo sobrecarga;

- rotação de elementos;

- cisalhamento, fadiga, efeitos térmicos, presença de vibrações;

- dano excepcional provocado pela natureza ou situação de exposição ambiental dos

elementos;

- retração do concreto devido a problemas de falta de cura ou perda excessiva de água,

além de questões de traço etc;

- equívocos de dimensionamentos ou problemas na execução e, ainda, questão de mau

uso, com relação a sobrecargas não previstas.

Itens a serem analisados em cada pavimento tipo, térreo e subsolos:

- fissuras e trincas;

- Itens de incêndio;

- esquadrias e vidros;

- instalações elétricas;

- instalações hidráulicas;

- instalações especiais e elevadores;

- lixeiras, itens de lazer, jardins e garagens;

- reservatórios e cisternas;

- portarias e guaritas;

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- pinturas, pisos e demais acabamentos;

- elementos estruturais.

Fissuras e trincas

Cada tipo de fissura tem uma causa, que deve ser identificada antes de definir qual o

tratamento mais indicado. Sobretudo trincas e rachaduras maiores que 0,5 mm devem ser

submetidas à avaliação específica, já que, muitas vezes, podem se tratar de manifestações de

problemas estruturais graves.

Itens de Incêndio

a) Extintores - verificar:

- O acesso aos extintores não está obstruído.

- Os manômetros indicam pressurização (faixa verde ou amarela).

- O aparelho não apresenta vazamento.

- Os bicos e as válvulas da tampa estão desentupidos.

- Leve qualquer irregularidade ao conhecimento de um responsável, para que a

situação seja rapidamente sanada.

b) Hidrantes e mangotes - verificar:

- a mangueira está com os acoplamentos enrolados para fora, facilitando o engate no

registro e no esguicho.

- a mangueira está desconectada do registro.

- o estado geral da mangueira é bom, desenrolando-a e checando se ela não tem nós,

furos e trechos desfiados, ressecados ou desgastados.

- o registro apresenta vazamento ou está com o volante emperrado.

- há juntas amassadas.

- há água no interior das mangueiras ou no interior da caixa hidrante, pois isso pode

provocar o apodrecimento da mangueira e a oxidação da caixa.

c) Sprinklers - verificar se:

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- existem vazamentos nos chuveiros elétricos;

- consiste o correto acondicionamento das instalações;

- verificar se a pintura está correta e a tubulação devidamente sinalizada.

Instalações elétricas

Verifique a queima precoce de lâmpadas, usado um mapa de controle com as datas

de trocas e se as instalações dos fios estão soltas ou frouxas;

Cheque o aquecimento de cabos, a existência de diferentes tipos e/ou capacidades de

dispositivos de proteção (disjuntores por ex.) nos quadro de distribuição para as unidades;

Manter as instalações elétricas sempre limpas, organizadas, acessíveis, longe de

água, produtos químicos e substâncias inflamáveis e explosivas;

Nunca deixar quadros e caixas elétricas sem portas ou tampas ou destravadas;

Nunca deixar fios expostos, soltos e descascados;

Para a iluminação de emergência: observe o perfeito estado de funcionamento e a

manutenção periódica das baterias, se não for movida por gerador.

Instalações hidráulicas

Deve-se analisar a presença de vazamentos, desgaste precoce dos equipamentos e

dificuldade de estanqueidade dos registros.

Em relação aos equipamentos e bombas, deve-se:

- Verificar ruídos ou vibrações anormais na bomba d´água, superaquecimento e

vazamentos

- Verificar limpeza e organização

- Verificar identificação dos registros e vazamentos

Instalações especiais

Com relação às instalações de ar condicionado, exaustão, incêndio e pressurização, é

importante vistoriar cada item separadamente, analisando, principalmente, junção de peças,

possíveis vazamentos de água, óleo ou gás, desgastes causados pelo tempo e,

principalmente, se foram executados e funcionam de acordo com as Normas Técnicas.

Page 34: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA NO … · (abnt – nbr 8083/jul83) FISSURA: é uma lesão com abertura inferior a 0,5 mm. (Glossário Ibape/1.994) INSPEÇÃO: Avaliação

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Importante chamar atenção para o ruído gerado por determinados equipamentos, que

não deve ser superior ao permitido por Norma e depende da localização e horário.

Instalações de Gás (GNP e GLP)

Com relação às instalações de gás GNP (Gás Natural de Petróleo), verificar se as

tubulações se encontram adequadamente posicionadas, presas às paredes e pintadas na cor

amarela.

Para condomínios com gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), verificar o depósito de

botijões de gás e informar: quantidade de botijões, cargas individuais, condições de

acondicionamento, existência de manifolds de distribuição e sensores ou detectores de

vazamento de gás.

Elevadores

Na inspeção de elevadores, o vistoriador deve analisar seu perfeito funcionamento e

eventuais riscos aos seus usuários, como, por exemplo, parada nivelada com o hall de cada

pavimento, fechamento total de portas antes e durante sua movimentação e revisões e

inspeções de manutenção em dia, de acordo como exigido em Legislação, garantia o perfeito

estado de cabos e equipamentos de segurança.

É importante verificar a presença de água no poço do elevador, que pode ser motivo

de desgastes empeças, risco de doenças e indicador de vazamentos ocultos.

Lixeiras

O vistoriador deve estar atento às características do local de acondicionamento de

resíduos, tais como:

a) pisos e paredes sem danos e revestidos com material liso, resistente, impermeável e com

abertura telada para ventilação;

b) lavatório e torneira de lavagem no interior ou proximidades, em perfeito estado de

funcionamento;

c) ponto de iluminação artificial adequado às Normas Técnicas;

d) ralo sifonado ou com tampa à rede de esgoto sanitário;

e) porta com dimensão mínima de 0,8 m, sem ferrugens e outros danos, ou seja, que não

comprometa a segurança dos usuários.

Itens de lazer e jardins

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Atenção aos itens expostos às intempéries climáticas, que podem apresentar

desgastes, ferrugens e causar prejuízos aos usuários.

Garagens

É muito comum se deparar com pilares danificados devido a acidentes com veículos

manobrando nas garagens.

Deve-se estar atento aos riscos que estes danos podem causar à estrutura, no caso de

haver trincas, fissuras e ferragens expostas.

É importante observar o estado das rampas, pisos e elementos estruturais, além de

instalações aparentes.

Reservatórios e cisternas

É similar à inspeção em caixas d`água.

Ressalta-se a importância de vistoriar os acessos à cisterna, bem como sua vedação.

Portarias e guaritas

A presença de problemas com acabamento, parte elétrica e, até mesmo hidráulica, é

bastante comum em guaritas e portarias de condomínios.

O observador deve buscar, principalmente, problemas que tragam risco à integridade

dos usuários do condomínio e transeuntes que passem pelo local.

Outros problemas que podem existir são estruturais em grandes pórticos que às vezes

demarcam a entrada dos condomínios e de segurança, como exposto na imagem.

Acabamento

A inspeção é visual / dimensional devendo ser verificados itens em iminência de se

soltarem, além do acabamento dos revestimentos.

Elementos estruturais

Qualquer possível alteração percebida deve ser conferida de acordo com os projetos

disponíveis e citadas no laudo, caso possam intervir em outros elementos construtivos ou

causar danos à edificação.

Itens a serem analisados na fachada:

- fissuras e trincas;

- esquadrias e vidros;

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- instalações elétricas aparentes;

- instalações hidráulicas aparentes;

- marquises e áreas técnicas;

- guarda-corpos e muretas;

- brises, bits e outros itens;

- acabamentos.

Fissuras e trincas

São um dos maiores problemas encontrados em edifícios. Seu desempenho pode

comprometer custos altíssimos, prejuízos estéticos, desvalorização do imóvel e,

principalmente, pode causar acidentes.

A ação do tempo, a fuligem, a fumaça dos carros e ônibus, chuva, vento, sol, calor,

maresia, tudo isso ajuda a descaracterizar a fachada de um prédio, com a perda de parte do

revestimento, a negritude do pó misturada à película de sal escurecem os rejuntes e deixam

opacos os revestimentos.

Esquadrias e vidros

Verificar a espessura do vidro, com auxílio de paquímetro, aceitando-se um desvio

máximo de 1 mm, além da largura e comprimento, aceitando-se para estes últimos, desvio

de até 3 mm para vidros laminados, recozidos ou float, e até 2 mm para vidros temperados.

Verificar presença de ondulações, manchas, não uniformidade de cor, bolhas, riscos,

trincas ou superfície irregular.

Instalações elétricas aparentes

Os dutos devem estar bem fixados, sem que haja risco de soltarem e caírem.

As junções entre as peças devem estar bem engatadas e as instalações realizadas de

acordo com as exigências das Normas.

Importante analisar as chegadas de cabos de energia da rede externa ao edifício, bem

como seu suporte de fixação.

Instalações hidráulicas aparentes

As tubulações, bem como suas junções, devem estar bem fixadas e não apresentar

vazamentos.

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Marquises e áreas técnicas

O importante é verificar se a área vistoriada apresenta algum peso acrescido (letreiro,

máquinas condensadoras, etc.) não previsto em projeto que possa comprometer a

estabilidade de estrutura.

Além disso, deve-se buscar trincas, fissuras, infiltrações ou quaisquer outras

anomalias.

Guarda-corpos, muretas, brises, bits e outros itens

O artigo 938 do novo Código Civil que diz o seguinte: “Aquele que habitar uma

casa, ou parte dela, responde pelo dano proveniente das coisas que dela caírem ou forem

lançadas em lugar indevido”.

Acabamentos

Deve-se verificar itens em iminência de soltarem, trazendo prejuízos ao que estiver

abaixo.

Os equipamentos e materiais utilizados para a realização destas inspeções, dependem

das falhas ou anomalias encontradas, podendo ser através de ensaios preditivos, como por

exemplo, termógrafos e vibradores mecânicos, ou através de outros tipos de ensaios.

A inspeção predial é entregue e apresentada ao contratante na forma de laudo.

2.5 LAUDO TÉCNICO DE VISTORIA PREDIAL - AUTOVISTORIA

Após efetuar a vistoria, o profissional técnico contratado elaborará o laudo técnico de

vistoria predial, atestando as condições da edificação.

O laudo técnico é o documento que deverá seguir diretrizes técnicas para ser

elaborado, a fim de demonstrar todas as etapas do trabalho e fundamentar as conclusões e

sugestões.

Para o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) é de

fundamental importância que os engenheiros, no papel de responsáveis pelos laudos que

atestarão a integridade das edificações, estejam atentos para o rigor e o cuidado na execução

dos serviços que executarão e, também, para a responsabilidade civil que se estabelece neste

processo.

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Antes do inicio da execução do laudo técnico, deverão ser avaliados/ verificados, os

seguintes documentos administrativos e técnicos da edificação:

1. Administrativos:

1.1 - Instituição, Especificação e Convenção de Condomínio;

1.2 – Regimento Interno do Condomínio;

1.3 – Manual do Proprietário;

1.4 – Alvará de Construção;

1.5 – Auto de Conclusão;

1.6 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);

1.7 – Auto de Verificação de Segurança (AVS)

1.8 – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)

1.9 – Plano de Manutenção e Operação e Controle (PMOC)

1.10 – Selos dos Extintores

1.11 – Relatório de Inspeção Anual de Elevadores (RIA);

1.12 – Certificado de treinamento de brigada de incêndio;

1.13 – Atestado do Sistema de Proteção a Descarga Atmosférica - SPDA;

1.14 – Certificado de limpeza e análise química referente à limpeza dos

Reservatórios;

1.15 – Ata de instalação do condomínio;

1.16 – Certificado de ensaios de pressurização em mangueiras;

1.17 – Laudos de Inspeção Predial;

1.18 – Alvará de funcionamento;

1.19 – Certificado de Manutenção do Sistema de Segurança;

1.20 – Ficam – Ficha de Inscrição no Cadastro de Manutenção de Sistema de

Segurança;

2 – Técnicos:

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2.1 – Projeto aprovado pela Prefeitura;

2.2 – Projeto modificativo;

2.3 – Projeto executivo;

2.4 – Projeto de sondagem;

2.5 – Projeto de fundações, contenções, cortinas e arrimos;

2.6 – Projeto de estruturas;

2.7 – Projeto de formas;

2.8 – Projeto de armação;

2.9 – Projeto de Instalações Prediais:

2.9.1 – Instalações Hidráulico-sanitárias, e de água pluviais;

2.9.2 – Instalações de gás;

2.9.3 – Instalações elétricas, de telefonia e de Pára-raios (SPDA);

2.10 – Projeto de Impermeabilização;

De posse da verificação dos documentos acima listados, o laudo deverá ser

elaborado, contendo a identificação do solicitante, classificando o objeto da inspeção,

mencionando a localização e citando a data das vistorias e as equipes envolvidas. Além

disso, o laudo deve conter a descrição técnica do objeto (Tipologia e Padrão Construtivo,

Utilização e Ocupação, Idade da edificação), informando o nível utilizado de inspeção (nível

1, 2 ou 3). A Documentação analisada, o critério e metodologia da inspeção, também devem

ser informados neste laudo. Não pode faltar ainda, as informações sobre lista de verificação

dos elementos construtivos e equipamentos vistoriados, com a descrição e localização das

respectivas anomalias e falhas, classificando e analisando cada uma das anomalias e falhas

quanto ao grau de risco (crítico, regular ou mínimo). Caso haja a necessidade de obras de

reparo, deve ser elaborada uma lista de prioridade, classificando a qualidade de manutenção

e a recomendação do prazo para a nova inspeção predial. Deve conter ainda listas de

recomendações técnicas, gerais e de sustentabilidade, além de um relatório fotográfico. O

laudo deve ser datado e assinado pelo(s) profissional(ais) responsável(is), acompanhado do

número do Conselho Regional de Engenharia, e Agronomia (CREA) e da Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo CREA ou Registro de Responsabilidade

Técnica (RRT), emitido pelo CAU- Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

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Instituída pela Lei 6469, de 7 de dezembro de 1977, a ART - Anotação de

Responsabilidade Técnica é o instrumento que o Sistema CONFEA/CREA tem para

registrar as realizações profissionais e que distingue a carreira e o sucesso individual,

valorizando o exercício profissional. É ela que permite caracterizar os limites da

responsabilidade e da participação técnica em cada obra ou serviço, conferindo a prova

documental da execução dos empreendimentos e uma preciosa ferramenta de vantagem

competitiva, muito mais que a própria obrigação legal. O CREA-RJ existe para proteger a

sociedade. Fiscalizando o exercício profissional, o Conselho impede que pessoas sem

qualificação exerçam atividades que são exclusivamente de competência dos profissionais

do Sistema. Ao registrar a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) cada vez que

efetuar uma obra, projeto ou serviço o profissional contribui para essa proteção. Através da

CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO, documento emitido pelo Conselho – que contém

todas as ARTs de sua carreira e suas realizações – é possível ter uma boa referência sobre o

profissional ou empresa que está sendo contratado para a realização do serviço

Neste laudo técnico, o responsável pela vistoria informará se o imóvel encontra-se

em condições adequadas ou inadequadas de uso, no que diz respeito à sua estrutura,

segurança e conservação.

De posse de um laudo técnico, que informe que o imóvel encontra-se em condições

adequadas de uso, o síndico ou responsável pelo imóvel deverá comunicar a Prefeitura o

resultado do laudo técnico, através do site da Secretaria Municipal de Urbanismo,

http://www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria, preenchendo um formulário on line.

Esse formulário é composto de três partes:

- Descrição do imóvel - onde deverão ser fornecidas informações como: localidade,

número de pavimentos, tipo de edificação e idade do imóvel.

- Dados referentes ao profissional responsável pelo laudo - onde deverão constar

informações como: nome, tipo de Conselho Profissional (CREA ou CAU), e-mail,

número do registro e uma nota para o serviço prestado por este profissional.

- Dados referentes ao responsável pelo imóvel - onde deverão ser respondidas

informações como:nome/ razão social, e-mail, registro fiscal, endereço e telefone

para contato.

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Após o preenchimento destes dados, deve-se selecionar a opção "enviar comunicado

de adequação". Somente após 5(cinco) anos após esta vistoria, deverá ser elaborada uma

nova vistoria e um novo laudo.

Caso seja constatada a inadequação, o laudo técnico deverá informar, também, as

obras de reparo necessárias para a sua adequação, com o prazo estipulado para implementá-

las. Essas obras de reparo devem ser previamente licenciadas na Secretaria Municipal de

Urbanismo e acompanhadas por profissional técnico legalmente habilitado, arquiteto ou

engenheiro. O síndico ou responsável pelo imóvel deverá adotar as medidas corretivas e já

deverá comunicar a Prefeitura o resultado do laudo técnico, através do site da Secretaria

Municipal de Urbanismo, http://www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria, preenchendo um

formulário on line, relatando o prazo máximo para a execução das obras de reparo.

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Figura 7: Formulário on line para atualização dos dados do Laudo de Autovistoria -Fonte:

site da Secretaria Municipal de Urbanismo, http://www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria

Após a conclusão das obras de reparo indicadas no laudo técnico, será elaborado um

laudo técnico complementar que ateste que o imóvel se encontra em condições adequadas de

conservação, estabilidade e segurança.

Esses novos laudos técnicos também deverão ser obrigatoriamente acompanhados dos

respectivos Registros de Responsabilidade Técnica (RRT), junto ao Conselho de Arquitetura

e Urbanismo (CAU/RJ), ou Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao

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CREA/RJ, e serão entregues ao responsável pelo imóvel, que deverá dar conhecimento aos

moradores, condôminos e usuários da edificação. O responsável pelo imóvel deverá

novamente comunicar a Secretaria Municipal de Urbanismo - SMU o resultado do laudo

técnico, através do site da Secretaria Municipal de Urbanismo, citado anteriormente,

atualizando as informações neste mesmo formulário on line descrito acima.

Dessa forma, a autovistoria estará finalizada, devendo ser repetida no prazo de 5

(cinco) anos. Este documento deve ser arquivado em local de fácil acesso e visibilidade para

consulta, no prazo de 20 (vinte) anos.

O Anexo I é um modelo de Laudo de Vistoria Técnica Predial (LTVP) elaborado

pelo professor Antônio Fernando Navarro, da Universidade Federal Fluminense, em maio/

2014, que deverá ficar em local de fácil visibilidade e acesso, no próprio edifício. Vide

anexo.

3. LEGISLAÇÃO DA AUTOVISTORIA

3.1 HISTÓRIA

A Lei nº 6.400/2013, no âmbito estadual, e a Lei Complementar nº 126/2013, no

âmbito municipal, tornaram obrigatória a realização de vistorias técnicas periódicas pelos

responsáveis por imóveis existentes no Município do Rio de Janeiro.

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Em 12 de julho de 2013 foi publicado o Decreto Municipal nº 37.426/2013, que

regulamentou a Lei Estadual nº 6.400/2013 e a Lei Complementar nº 126/2013, e instituiu os

diversos prazos e procedimentos a serem observados por ocasião da realização das vistorias

técnicas.

A grande maioria das edificações situadas no Município do Rio de Janeiro ficaram

sujeita à obrigação de realização das vistorias técnicas periódicas, o que abrange,

igualmente, os prédios públicos e privados, ou seja, os prédios federais, estaduais e

municipais estão sujeitos às mesmas obrigações que os particulares.

3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO

As leis de autovistoria criadas no Município do Rio de Janeiro, tiveram como

embasamento a Lei do Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, datada de 11 de

setembro de 1990 e, a Norma Brasileira ABNT NBR 15575-1: Desempenho das edificações

habitacionais, com a quarta edição elaborada em 19 de fevereiro de 2013 e validada em 19

de julho de 2013.

3.2.1 LEI Nº8.078/1990

A Lei Nº 8.078/1990, lei conhecida como Lei do Código de Defesa do Consumidor

estabeleceu, resumidamente, que o estado promoverá a defesa do consumidor, criando

legislação específica.

Essa foi uma legislação fundamental para regulamentar no Brasil as relações de

consumo, alterando regras tradicionais do direito civil e adequando-as para uma sociedade

de consumo. Com isso, novas regras a orientar os contratos, o comércio e a prestação de

serviços foram criadas, de maneira a proteger o consumidor de eventuais abusos dos

fornecedores. Também se regulamentou a oferta de produtos e serviços e a publicidade dos

mesmos, oferecendo um limiar ético para essas atividades.

Esta lei estabeleceu ainda, o prazo para reclamações, as responsabilidades pelos

reparos destes e a proteção à saúde e segurança que estes produtos ou serviços devem

atender, para não colocarem em risco os consumidores.

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Após a sanção dessa lei, o consumidor se tornou mais atento e exigente aos seus

direitos, passando a reclamar por estes. Isso gerou uma série de novas ações judiciais, muitas

relacionadas à área de patologia das edificações.

3.2.2 NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15575-1: DESEMPENHO DAS

EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS

A ABNT NBR (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 15575-1 foi elaborada

no Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), pela Comissão de Estudos de

Desempenho de Edificações.

O foco desta Norma está nas exigências dos usuários para o edifício habitacional e

seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os

sistemas são construídos.

A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmente pensada

por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou premissas) e

métodos de avaliação, os quais sempre permitem a mensuração clara do seu cumprimento.

As Normas prescritivas estabelecem requisitos com base no uso consagrado de

produtos ou procedimentos, buscando o atendimento às exigências dos usuários de forma

indireta. Por sua vez, as Normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em

requisitos e critérios, e são consideradas como complementares às Normas prescritivas, sem

substituí-las. A utilização simultânea delas visa atender às exigências do usuário com

soluções tecnicamente adequadas.

A ABNT NBR 15575-1 não se aplica a:

- Obras já concluídas / construções preexistentes

- Obras em andamento na data da entrada em vigor da norma

- Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data da entrada em vigor da

norma

- Obras de reformas ou retrofit

- Edificações provisórias

A Norma de desempenho busca atender aos requisitos dos usuários e sistemas que

compõem edificações habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e

do sistema construtivo utilizado.

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Esta Norma, visando garantir segurança e conforto aos usuários divide as

edificações em cinco sistemas diferentes, da seguinte forma:

- Parte 1: Estruturas - A norma estabelece quais os critérios de estabilidade e

resistência do imóvel, inclusive com métodos para medir que tipos de impactos a

estrutura pode aguentar sem apresentar falhas ou rachaduras.

- Parte 2: Pisos - Deve aguentar a força de certos impactos especificados e manter

níveis seguros contra escorregamento, para evitar acidentes domésticos.

- Parte 3: Vedações - As paredes externas e internas devem garantir a estanqueidade,

proteção acústica contra sons externos e conforto térmico. A norma apresenta os

níveis internos de variação de temperatura obrigatória de acordo com cada região

climática brasileira.

- Parte 4: Coberturas - O pé-direito de um imóvel deve ser de 2,5 metros de altura,

com variações em banheiros e corredores. A norma estabelece quais os pesos que a

cobertura deve aguentar e quantas horas ela deve resistir ao fogo sem ceder.

- Parte 5: Sistemas hidrossanitários - A norma garante que todas as edificações devem

estar ligadas a rede de esgoto ou possuir alternativas próprias de tratamento dos

objetos. Também diz que pressão e peso dos canos devem ser suportados.

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Figura 8: Guia Orientativo para atendimento à Norma NBR 15575- Norma Brasileira de

Desempenho das Edificações Habitacionais

Fonte: ABNT, julho/2013

3.3 DEFINIÇÃO

3.3.1 LEI Nº 6.400/2013

"A Lei estadual nº 6.400/2013, determina a realização periódica por autovistoria, a

ser realizada pelos condomínios ou proprietários dos prédios residenciais ou comerciais e,

pelo poder público, nos prédios incluindo estruturas, fachadas, empenas, marquises, telhados

e obras de contenção de encostas bem como todas as suas instalações e cria Laudo Técnico

de Vistoria Predial (LTVP) no Município do Rio de Janeiro e dá outras providências."

(Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial- SECOVIRIO-)

A Lei nº 6.400, publicada em 05 de março de 2013, instituiu no Município do rio de

Janeiro, a obrigatoriedade de autovistoria, decenal, pelos condomínios ou proprietários dos

prédios residenciais, comerciais, e pelos governos do Estado e dos municípios, nos prédios

públicos, incluindo estruturas, subsolos, fachadas, esquadrias, empenas, marquises e

telhados, e em suas instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias e eletromecânicas, de gás e

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de prevenção a fogo e escape de obras de contenção de encostas, com menos de 25 (vinte e

cinco) anos de vida útil, a contar do "Habite-se", por profissionais ou empresas habilitados

junto ao respectivo Conselho Regional de Engenharia, e Agronomia (CREA) ou pelo

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ). Além disso, a

autovistoria é obrigatória para edificações de três ou mais pavimentos e para aquelas que

tiverem área construída igual ou superior a 1.000mm², independente do número de

pavimentos, e em todas as fachadas de qualquer prédio que tenha projeção de marquise ou

varanda sobre o passeio público.

Segundo a Lei nº 6.400/2013, existe a obrigatoriedade de autovistoria, decenal, pelos

condomínios ou proprietários dos prédios residenciais, comerciais com menos de 25 (vinte e

cinco) anos de vida útil, a contar do "Habite-se"e, quinquenais, para prédios com mais de 25

(vinte e cinco) anos.

Os prédios tombados e preservados e os prédios residenciais unifamiliares, de acordo

com esta lei, não estão sujeitos à obrigação de realização da autovistoria.

Esta lei define que a vistoria deverá ser efetuada por engenheiro ou arquiteto ou

empresa legalmente habilitados nos Conselhos Profissionais, CREA-RJ e/ou CAU-RJ, e o

seu autor será responsável pelo respectivo laudo, que deverá ser acompanhado da Anotação

de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao CREA-RJ, quando se tratar de engenheiros; e

de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), junto ao CAU-RJ, quando se tratar de

arquitetos.

Emitido o laudo, conforme o modelo criado pelas Prefeituras, o responsável pelo prédio

deverá convocar assembleia geral para dar ciência do seu conteúdo, providenciando a

manutenção predial preventiva ou corretiva, proposta no laudo. Se o responsável pelo prédio

deixar o mandato, sendo este mandato maior que um ano, ele deverá convocar assembleia

geral para comunicar todo o conteúdo do laudo, quinze dias antes do término do seu

mandato.

Este laudo deverá ser arquivado no condomínio e exibido à autoridade quando

requisitado.

Caso as propostas acima não sejam realizadas, quando cabíveis, serão aplicadas

sanções e/ou ajuizamento dos procedimentos criminais contra os infratores. Já em caso de

descumprimento do disposto nesta lei, o síndico será pessoalmente responsabilizado,

solidariamente com o condomínio, por danos que a falta de reparos ou de manutenção da

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edificação venha a causar por moradores ou a terceiros, salvo se o descumprimento se der

em razão de deliberação em assembleia.

3.3.2 LEI COMPLEMENTAR Nº126/2013

"A Lei Complementar nº 126/2013, institui a obrigatoriedade de realização de

vistorias técnicas nas edificações existentes no Município do Rio de Janeiro e dá outras

providências." (SECOVIRIO-Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial)

Publicada em 26 de março de 2013, a Lei Complementar nº 126/2013, como o

próprio nome já diz, veio complementar/ agregar valores a Lei nº 6.400/2013, instruindo a

obrigatoriedade de realização de vistorias técnicas periódicas, com intervalo máximo de

cinco anos, nas edificações existentes no Município do Rio de Janeiro, para verificar as

condições de conservação, estabilidade e segurança e garantir, quando necessário, a

execução das medidas reparadoras.

Esta Lei Complementar nº 126/2013, excluiu a obrigatoriedade de autovistoria em

edificações residenciais bifamiliares.

Além disso, a Lei Complementar nº 126/2013, instituiu o valor de multa equivalente

a R$5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuízo das demais responsabilidades civis,

administrativas e criminais previstas na legislação em vigor, em caso de prestação de

informações falsas ou de omissão deliberada de informações, para o profissional

competente.

Os responsáveis pelos imóveis deverão adotar as medidas corretivas necessárias,

realizar a vistoria técnica no prazo e fazer a devida comunicação à Secretaria Municipal de

Urbanismo - SMU. Caso estes não cumprirem as obrigações instituídas por este laudo,

conforme previsto na Lei Complementar nº 126/2013, deverão ser notificados para que no

prazo de trinta dias corridos, realizem a vistoria técnica exigidas e cumpram as demais

obrigações estipuladas no laudo. Descumprida a notificação, será cobrado ao responsável

pelo imóvel multa, renovável mensalmente, correspondente a cinco VR - Valor Unitário

Padrão Residencial ou cinco VC - Valor Unitário Padrão Não Residencial, estabelecido para

o imóvel, conforme o caso, para efeitos de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e

Territorial Urbana (IPTU). Essas multas serão aplicadas enquanto não for cumprida a

obrigação e, a soma dos valores das multas, não poderão ultrapassar o valor venal do imóvel,

estipulado para efeito de cálculo do IPTU.

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Confirmado, por laudo técnico, que o imóvel se encontra em condições adequadas de

uso, o responsável pelo imóvel deverá comunicar tal fato ao Município, mediante ao

preenchimento de formulário on line, indicando o nome do profissional responsável, seu

registro profissional e o número do registro ou da Anotação de Responsabilidade Técnica a

ele relativa.

3.3.3 DECRETO Nº 37.426/2013

"O Decreto nº 37.426/2013, regulamente a aplicação da Lei Complementar nº 126/

2013 e a Lei nº 6.400/2013, que instituem, por autovistoria, a obrigatoriedade de realização

de vistorias técnicas nas edificações existentes no município do Rio de Janeiro."

(SECOVIRIO-Sindicato de Habitação, Cartilha de Autovistoria Predial)

Considerando a necessidade de compatibilizar a aplicação e a abrangência da Lei

Complementar nº 126, de 26 de março de 2013, e da Lei nº 6.400, de 05 de março de 2013,

este decreto, publicado 11 de julho de 2013, instituiu que inclusive as edificações tombadas,

preservadas e tutelas, estão obrigadas a realizar vistorias técnicas periódicas, com intervalo

máximo de cinco anos.

Este decreto desobrigou todas as edificações nos primeiros cinco após a concessão

do "habite-se" a realizar as vistorias técnicas, além das edificações situadas em Áreas de

Especial Interesse Social.

Outra grande modificação na realização das autovistorias no Município do Rio de

Janeiro foi que os responsáveis deverão comunicar a Secretaria Municipal de Urbanismo,

que o laudo técnico atestou que o imóvel se encontra em condições adequadas de

conservação, estabilidade e segurança, mediante preenchimento de formulário próprio on

line, disponível no portal da Prefeitura e na página da Secretaria Municipal de Urbanismo.

Além disso, de acordo com este decreto, as obras de reparos indicadas no laudo técnico

deverão ser previamente licenciadas na Secretaria Municipal de Urbanismo e acompanhadas

por profissional técnico legalmente habilitado, arquiteto ou engenheiro, com o respectivo

Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) ou Anotação de Responsabilidade Técnica

(ART).

A fiscalização do cumprimento da obrigação prevista neste Decreto, pelo órgão

competente, será feita por amostragem considerando prioritariamente:

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a) Idade das edificações

b) Áreas que concentrem edificações de grande porte

c) Principais eixos de circulação de pedestre e veículos

d) Áreas de Proteção do Ambiente Cultural

e) A agressividade ambiental conforme NBR 6.118

Este Decreto entrou em vigor na data de sua publicação e estabeleceu a data limite de

1º de janeiro de 2014, para todas as edificações com obrigatoriedade de realização das

vistorias técnicas, cumprirem as obrigações previstas.

Depois, este prazo foi prorrogado para 1º de julho de 2014, devido a dificuldade dos

responsáveis dos imóveis em se adequar a esta lei.

3.4 RESPONSABILIDADES

Considera-se responsável pelo prédio, bem como por sua segurança e suas

instalações, conforme o caso:

Quadro 2a: Principais responsáveis, ações e responsabilidades

AGENTES: DESCRIÇÃO: RESPONSABILIDADES:

Responsável pelo imóvel

Condomínio, proprietário ou

o ocupante do imóvel, a

qualquer título

a) Contratar vistoria técnica

b) Enviar Comunicado á

Secretaria Municipal de Urbanismo

– SMU

c) Executar as obras de reparo

quando necessário

d) Contratar nova vistoria

para elaborar novo laudo

e) Dar conhecimento do teor

do laudo aos condôminos e

arquivá-lo por 20 anos

f) Renovar o comunicado à

SMU no prazo máximo de 05 anos

do último comunicado

Fonte: Cartilha de Autovistoria Predial, Sindicato de Habitação (SECOVIRIO), 2014

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Profissional Responsável

Profissional legalmente habilitado,

com registro no Conselho de

Fiscalização Profissional Competente

a) Fazer vistoria e elaborar o

laudo

b) Recolher a ART ou RRT

c) Elaborar projeto e

acompanhar a obra

d) Possibilidade de comunicar o

resultado do laudo

Prefeitura Secretaria municipal de Urbanismo -

SMU

a) Gerenciar o cadastro eletrônico

b) Notificar e multar os

responsáveis que não

comunicarem a vistoria ou não

executarem as obras no prazo

c) Fazer vistoria e multar os

responsáveis pelos imóveis que

não conservarem a edificação

d) Elaborar campanha educativa

Conselhos CREA/ CAU

a) Fiscalizar o exercício da

profissão

b) Aplicar as sanções decorrentes

do exercício profissional

irregular ou ilegal, na forma da

legislação específica

c) Disponibilizar cadastro de

profissionais para consulta da

população

d) Propor iniciativas para

aperfeiçoamento e qualificação

dos profissionais

Entidades ADEMI, SECOVI, ABADI

a) Sugerir a inclusão, na

convenção do condomínio de

dispositivos que possibilitem o

cumprimento da Lei

Complementar 126/2013 e seu

Decreto Regulamentador

b) Divulgar e esclarecer dúvidas da

lei aos associados

c) Divulgar a importância da

vistoria técnica através de

campanhas educativas

Quadro 2b: Principais responsáveis, ações e responsabilidades

Fonte: Cartilha de Autovistoria Predial, Sindicato de Habitação (SECOVIRIO) , 2014

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Fonte: Cartilha de Autovistoria Predial, Sindicato de Habitação (SECOVIRIO) , 2014

Condôminos Proprietários, locatários e ocupantes

a qualquer título

a) Fiscalizar a atuação do

síndico ou administrador no que

concerne ao cumprimento da Lei

Complementar 126/2013 e seu

decreto regulamentador

b) Comunicar previamente

ao responsável pelo prédio

qualquer obra que se pretenda

executar

c) Não iniciar obra sem

acompanhamento de um

profissional habilitado

Quadro 2c: Principais responsáveis, ações e responsabilidades

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4. PROPOSIÇÕES E ANÁLISES

4.1 CUSTO PARA A REALIZAÇÃO DA AUTOVISTORIA

O valor a ser cobrado pelos serviços de inspeção predial mais elaboração do Laudo

Técnico de Vistoria Predial (LTVP) deve estar relacionado principalmente com o tempo

despendido para a realização dos trabalhos de todos os engenheiros envolvidos e, também,

observar se haverá necessidade de utilização de algum tipo de material ou equipamento, com

o objetivo de se alcançar melhores resultados.

Existe a possibilidade de se utilizar o metro quadrado de área construída para se

calcular o valor dos serviços de elaboração do laudo, mas o Sindicato dos Engenheiros do

Estado do Rio de Janeiro (SENGE ) sugere que se utilize a hora técnica ou tempo

despendido para a realização dos trabalhos de todos os engenheiros envolvidos, por acreditar

ser mais justo.

Os custos referentes à utilização de materiais e equipamentos devem ser somados ao

valor encontrado quanto ao tempo disponibilizado. Além disso, quando os engenheiros que

participam da elaboração do laudo constataram que há anomalias ou não conformidades e

que têm dificuldades técnicas de avaliar os danos, devem sugerir que outro engenheiro, que

tenha maior experiência com o problema, seja consultado.

Abaixo, segue uma simulação de custos gastos para a implantação da autovistoria em

um edifício, baseado no Regulamento de Honorários para Avaliações e Perícias de

Engenharia, aprovado na assembleia geral ordinária de 18 de março de 2010, atendendo as

exigências da Lei Federal nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966.

Piso salarial atualizado (2015), conforme estabelece a Lei 4.950-A de 22 de abril de

1966. A remuneração mínima de um engenheiro:

Salário Mínimo Profissional 2015

06 horas R$ 4.728,00

08 horas R$7.092,00

Tabela 1: Salário mínimo engenheiro/2015 -

Fonte: http://www.sengerj.org.br/

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É importante salientar, que em qualquer situação, é factível ao profissional solicitar

um adiantamento de no mínimo 30% (trinta por cento) dos honorários gastos para a

realização de todo o serviço. Além disso, o regulamento explica que se houver a suspensão

de parte do trabalho contratado, o profissional terá direito a uma indenização correspondente

a 50% (cinqüenta por cento) do valor dos honorários já acertados correspondente à parcela

indenizatória por conta dos serviços suspensos.

No caso de serviços realizados fora do município de domicílio do profissional, poder

ser acrescido um valor correspondente a 20% do valor cobrado pelas horas trabalhadas. E,

acréscimo de 25%, para serviços obrigatoriamente efetuados aos domingos, feriados e

períodos noturnos.

Por fim, será acrescido de 50% (cinqüenta por cento), as vistorias, perícias,

pareceres e avaliações, em que a complexidade do serviço justifique envolver

conhecimentos técnicos especializados. Este acréscimo estabelecido será previamente

avençado entre o profissional e o cliente, entendendo-se como conhecimentos técnicos

especializados, aqueles decorrentes de cursos de extensão, de pós-graduação ou, quando for

pública e notória a característica do profissional de ser especialista no assunto.

Honorários calculados com base no montante de 40% (quarenta por cento) de um

salário mínimo vigente (jornada de 8 horas diárias), equivalente, nesta data, a R$ 354,60

(trezentos e cinquenta e quatro reais e sessenta centavos) por hora técnica (HT);

Tabela 2: Custo de honorários mínimo em função da área construída -

Fonte: Regulamento de Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia, 2010

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Então, considerando por exemplo, uma edificação residencial, de 5 pavimentos, cujas

áreas indicadas foram adotadas para o exemplo, com 4 unidades autônomas por pavimento,

área comum e técnica (área construída), conforme cálculos de metragens quadradas abaixo,

teríamos um valor com a inspeção predial e a elaboração do laudo de:

- Sala - 3,50 x 5,00 = 17,50m²

2 Quartos - 3,00 x 3,00 = 9,00 - 18,00m²

Cozinha - 2,50 x 2,50 = 6,25m²

Banheiro- 2,50 x 1,10 = 2,75m²

Corredor - 1,10 x 1,00 = 1,00m²

Área de Serviço - 2,50 x 1,50 = 3,75m²

Área de construção de cada apartamento - 51,00m²

- Escada 2,20 x 3,50 = 7,70

Corredor de acesso = 4,20 x 2,15 = 9,03 para até quarto apartamentos por andar

Área comum de cada pavimento - 16,73m²

- 1 Bloco com a área de 4 apartamentos de 51,00 totalizando - 204,00 + Escada de

7,70 + Corredor de 9,03 = Totalizando a área de 1 pavimento de 220,73m².

Considerando os 5 (cinco) pavimentos, teríamos uma área total construída de

1.103,65m².

- Pela tabela 2: Custo de honorários mínimo em função da área construída, teríamos

um tipo de imóvel com mais de três pavimentos e uma área construída de 501m² a

2.000m², obtendo um total de honorários mínimos de 11 horas técnicas. Com isso:

TOTAL DE HTs x VALOR (R$)/HT

= 11 HTs x R$ 354,60/HT

= R$ 3.900,6

Este valor fora calculado excluindo despesas com deslocamento dos profissionais,

alimentação e impostos vigentes, que são características de cada condição realizada, além

de não considerar a necessidade de que outro engenheiro, que tenha maior experiência com

o problema, seja consultado.

Além disso, este valor é uma média, que não considera o padrão e a idade do imóvel

a ser analisado.

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4.2 ESTUDO DE CASOS

Este estudo considera dois empreendimentos residenciais, ambos situados no

município do Rio de Janeiro, no bairro Praça da Bandeira, com localidades próximas,

padrões semelhantes e idade dos edifícios parecidas. O primeiro, empreendimento X, é

composto de 1 bloco, com 14 pavimentos e 6 unidades autônomas por pavimento,

totalizando 84 unidades, enquanto que o segundo, empreendimento Y, é composto de dois

blocos, sendo um com 104 unidades e o outro com 180 unidades, totalizando 284 unidades

autônomas. Estes empreendimentos realizaram a autovistoria em 13 e 14 de dezembro, o

empreendimento X, e 29 de outubro, o empreendimento Y, o que significa, uma diferença de

menos de 2 (dois) meses.

No primeiro, empreendimento X, fora cobrado o valor de R$1.500,00 e a

autovistoria foi realizada por um engenheiro civil eletricista, que é proprietário de uma

unidade neste empreendimento e, que alega ter cobrado este preço, pois recebeu mais alguns

outros empreendimentos neste mesmo local, para a realização da autovistoria. Já no

segundo empreendimento, o empreendimento Y, fora cobrado o valor de R$2.800,00 e a

autovistoria fora realizada por um arquiteto, com uma empresa especializada apenas na

realização de serviços de autovistoria, segundo ele e, esta empresa teria sido escolhida após

uma concorrência entre empresas locais especializadas no assunto.

Pode-se observar, que no empreendimento X, o valor da autovistoria foi de

aproximadamente R$17,86 por unidade, enquanto que no empreendimento Y, o valor foi

9,86 por unidade.

Em relação a área de lazer, o empreendimento X, possui apenas uma quadra, um

salão de festas e um bicicletário, enquanto que o empreendimento Y, possui duas piscinas,

playground, bar, bicicletário, quadras, dois salões de festas, que ambos os profissionais

responsáveis, foram todos analisados.

Em ambos os empreendimentos, nenhuma unidade autônoma fora inspecionada,

apenas as áreas comuns a todos os proprietários, como as áreas de lazer citadas acima e

coberturas, fachadas, lixeiras, instalações, etc. Conforme pode ser visualizado nos itens

descritos nos laudos em anexo (Vide Anexos- Anexo 2 correspondente ao empreendimento

X, e Anexo 3, correspondente ao empreendimento Y), as exigências foram apenas:

- Empreendimento X:

Sinalização de rota de fuga nas escadas.

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Necessidade de fechamento com portas nas áreas de acesso para a cobertura, afim de

evitar infiltração por água das chuvas.

Retirada de pedras, utilizadas como"pesos"para segurar as telhas e o devido aperto"

destas.

Retirada dos entulhos na cobertura.

Emboço em mal estado de conservação na cobertura.

Troca das chaves do tipo faca, por disjuntores tipo DIN, nos quadros de distribuição

elétrica, PC.

Melhorar o acesso e a limpeza das áreas de instalações dos disjuntores

Identificar a sala de máquinas dos elevadores, para facilitar o acesso.

Estes reparos apontados, foram ditos pelo profissional responsável como não críticos,

sem necessidade de obras emergenciais de reparo. Não fora estipulado um prazo para

conclusão destas obras.

- Empreendimento Y:

Fazer o isolamento dos cabos de pára-raio, nos dois blocos

Recuperar as lajes dos tetos de suspiro da fumaça entre as portas corta fogo, nos dois

blocos.

Recuperar estrutura de acesso a cobertura, com ferragem exposta, bloco 2.

Remover as grades que impedem o acesso ao telhado, nos dois blocos.

Remover garras, para cadeado, da porta corta fogo, de acesso ao telhado, nos dois

blocos.

Manter as portas das casas de máquinas fechadas com fechadura, nos dois blocos.

Colocar luz de emergência, nas circulações sociais, dos dois blocos.

Substituir luminárias de emergência com defeito, nos dois blocos.

Ajustar as portas corta fogo para se manterem fechadas, nos dois blocos.

Retirar vasos e objetos das circulações horizontais, nos dois blocos.

Corrigir infiltração na unidade 909, sob responsabilidade do morador, bloco 2.

Recuperar vigas, que encontram-se com calhas no fundo, na garagem G, próximo as

colunas 9 e 12, impermeabilizar e recuperar a estrutura, bloco 2.

Estes reparos tiveram data de validade de 27/10/2015, porém sem apontamento da

necessidade de acompanhamento do arquiteto responsável.

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Contudo, pode-se concluir que a Lei 6.400/2013 não fora clara e objetiva quando

declara em seu sétimo parágrafo do artigo 1, ".. Todas as obras prediais, a serem edificadas,

ou de reforma de prédios existentes, que implicarem em acréscimos ou demolições de

alvenaria ou estruturas, inclusive abertura de janelas, principalmente em empenas, deverão

ser objeto de acompanhamento técnico de engenheiros ou arquitetos.. " e, ainda, no

parágrafo sétimo do artigo 4, do decreto regulamentador 37.426/2013 ".. As obras internas

nas unidades do condomínio que possam modificar a estrutura existente do prédio, deverão

ser obrigatoriamente comunicadas ao responsável pelo prédio e realizadas com o

acompanhamento de profissional técnico legalmente habilitado..", gerando conflitos, pois

alguns profissionais especializados elaboram propostas levando em consideração a vistoria

nas unidades autônomas e acompanhamento das obras de reparos, quando solicitados,

enquanto que os outros, acreditam que cabe a cada proprietário ou responsável do imóvel,

informar se houveram modificações ou alterações no interior dessas unidades, além de

verificarem apenas no fim do prazo estipulado, as obras de reparo solicitadas.

Além deste grande desentendimento, em relação as competências dos profissionais

habilitados, muitos responsáveis por imóveis, como foi o caso dos dois empreendimentos

visitados, dizem não ter entendido muito bem como funciona esta lei, quais os seus deveres

e compromissos, pois não houve um grande investimento em propagandas educativas e na

divulgação em si.

4.3 ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DA AUTOVISTORIA

Em vigor no município do Rio de Janeiro desde julho de 2013, e com prazo de

adequação (entrega dos laudos) marcado para 1º de janeiro de 2014, em decorrência da baixa

adesão dos condomínios à nova lei, o prazo de entrega dos laudos à prefeitura do Rio foi

estendido até 1º de julho de 2014.

Além do prazo e do alto custo pela concessão dos laudos necessários, representantes

do Crea-RJ e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado (CAU-RJ) reclamam da

divulgação ineficiente da regulamentação aos cidadãos. De acordo com decreto n° 37.426,

de 11 de julho de 2013, entre as responsabilidades da prefeitura está a elaboração de

campanhas educativas. Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-RJ, ressalta a necessidade

de uma melhor divulgação da lei e indica pontos negativos da regulamentação, como a

ausência de uma definição de prioridades para este primeiro momento. Agostinho argumenta

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que poderiam ter sido estabelecidas prioridades. Não deixa de destacar, contudo, que a

autovistoria é uma das melhores legislações municipais, em termos de prevenção de

acidentes.

"É uma excelente legislação, mas que não está sendo implementada da melhor forma.

A gente então tem que aproveitar este momento e ir fazendo essas correções junto com a

prefeitura, para que ela se consolide a favor dos cidadãos e da sociedade. Eu acho que houve

erro estratégico desde o início, de colocar um período de seis meses para você colocar em

dia laudos que, pela primeira vez, se tornaram obrigatórios para um período tão curto. Isso,

por si só, já leva a certo descrédito", declarou ainda, Agostinho.

Para Sydnei Dias Menezes, presidente da CAU-RJ, que também ressalta a

necessidade de melhorar a divulgação, a lei pode servir para mudar o hábito dos cariocas de

não se preocuparem em contratar profissionais como engenheiros e arquitetos para realizar

uma obra ou vistoria. "Há uma questão cultural da própria população. Ninguém contrata

arquiteto e profissionais especializados para fazer obra. Essa lei prepara a sociedade para um

passo maior, que é ter o entendimento de que é fundamental ter acompanhamento

permanente de um profissional em qualquer serviço que venha a ser feito no campo de obras

e reformas".

Segundo uma pesquisa informal feita pelo SECOVI (sindicato da habitação do estado

do Rio de Janeiro) em seu site, até o dia 27 de junho de 2014, o motivo da baixa adesão

entre os 786 condomínios que responderam à pergunta “já realizou a autovistoria

obrigatória?”, era de falta de recursos para 23% dos entrevistados, falta de previsão para

execução dos serviço para 16% e 16% afirmaram que pretendiam realizar a autovistoria

antes do fim do prazo, mas ainda não haviam começado a se preocupar com isso e que não

haviam entendido muito bem como funcionava esta lei.

De acordo com o site de noticias Terra, noticias.terra.com.br/brasil/cidades, em 06

de novembro de 2013, apenas 2% dos prédios do Rio de Janeiro haviam realizado a

autovistoria obrigatória. Desse total, só 47,8% (2.428) foram considerados adequados. O

restante (2.643) teria a necessidade de execução de obras de reparo.

Segundo informa a assessoria da Casa Civil, das 457 notificações de vistoria feitas

até 06 de novembro de 2013, o bairro com o maior número é Copacabana, com 74

notificações, seguida por Barra/Recreio, com 25, e Tijuca, com 24. No centro do Rio, apenas

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oito edifícios fizeram a autovistoria. Cerca de 45% de todos os laudos enviados foram de

prédios de cinco, quatro e três pavimentos.

Em 18 de fevereiro de 2014, segundo o Conselho Regional de Engenharia, e

Agronomia (CREA), de julho do ano de 2013 até fevereiro de 2014, apenas 7.268 dos 270

mil prédios da cidade passaram por inspeção, cerca de 3% , e deles, só 3.343 (46%) foram

considerados adequados. Os 3.924 restantes (54%) têm necessidade da realização de obras.

de reparos.

De acordo com o site de notícias O Globo, em 07 de setembro de 2014 apenas 10%

das 270 mil edificações no município do Rio de Janeiro realizaram a vistoria e entregaram o

laudo de autovistoria. Nesta mesma data, ainda de acordo com O Globo, a Prefeitura já havia

começado a cumprir as sanções impostas pela lei, após as notificações enviadas.

Não foram obtidos dados mais atualizados a respeito do número de edificações que

cumpriram a Lei de Autovistoria no Município do Rio de Janeiro.

Figura 9 - Esquema comparativo de unidades: inspecionadas versus cabíveis de reparo

Fonte: Sites do O Globo notícias e Terra notícias, 2014

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

edificios inspecionados

aprovados

necessidade de reparos

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 COMENTÁRIOS

Possíveis melhorias para a implantação da autovistoria no Município do Rio de

Janeiro, seriam um maior investimento na divulgação e controle dos edifícios, tanto dos

edifícios que já realizaram as vistorias e apresentaram a necessidade de obras de reparo,

quanto nas vistorias já aprovadas, fazendo uso das notificações e demais sanções impostas

pela lei, afim de pressionar e incentivar os edifícios que ainda não realizaram estas vistorias,

a realizarem-na. Esta área de controle de dados ainda é muito falha, pois faltam recursos e

pessoas para a conferência dos apontamentos e contagem dos números apresentados.

Além disso, uma melhor padronização dos modelos de laudos a serem seguidos,

evitariam e muito as desleais concorrências que vê ocorrendo no mercado, visto que em

alguns, as unidades autônomas são consideradas, nas demais, não.

5.2 SUGESTÕES

Uma alternativa para uma melhor inspeção e para um apontamento das condições de

segurança e estabilidade mais precisas de um determinado imóvel, é que o laudo técnico

fosse feito por profissionais mais qualificados, ou com um tempo mínimo de exercício

profissional, afim de emitirem laudos ou pareceres mais miniciosos e fidedignos aos

resultados encontrados. Porém, estes profissionais mais especializados, e a realização da

inspeção das unidades autônomas requerem maiores recursos, o que vêm sendo evitado

pelos responsáveis pelos imóveis.

Uma audiência pública, com debates focados em melhoria nas áreas de abrangência e

de melhor eficácia na implantação da lei, também seria uma alternativa para melhorar o

número de edificações que atenderam as exigências da lei.

Por fim, se as edificações de entidades públicas, que não isentas da implantação desta

lei, começassem a realizar a autovistoria, já seria um grande exemplo a ser seguido pelas

demais edificações em todo o município do rio de Janeiro.

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Referências Bibliográficas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 5674/1999;

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 13752/1996

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 15575-1:2013

Autovistoria (SENGE-/RJ -Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro), 2014.

AUTOVISTORIA: prevenção agora é Lei (Boletim do CREA-RJ) , 2014.

COSENZA, Luiz, Guia de Procedimentos Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP), 2014.

Decreto Regulamentador nº 37.426, de 11 de julho de 2013, publicado pela Prefeitura da

Cidade do Rio de Janeiro.

Feigelson Deutsch, Simone, Perícias de Engenharia - Apuração dos Fatos, 2014. Editora

Leud.

GOMIDE, Tito Lívio Ferreira; PUJADAS, Flávia Zoéga Andreatta; FAGUNDES NETO,

Jerônimo Cabral Pereira. Técnicas de Inspeção e Manutenção Predial. São Paulo: Pini, 2006.

IBAPE/SP- Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo, 2014

LEI Estadual do Rio de Janeiro, nº 6400, de 05 de Março de 2013.

LEI Municipal Complementar do Rio de janeiro, nº 126 de 26 de março de 2013.

LEI Nº8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor, criada pela Presidência da

República.

NOTAS DE AULA do professor Eduardo Linhares Qualharini, para o curso PGCOC

(Planejamento, Gestão e Controle de Obras Civis) de pós graduação do Núcleo de Pesquisa

em Planejamento e Gestão (NPPG), 2014.

SALIBA JÚNIOR, Clemenceau Chiabi. Inspeção Predial. Revista Obras On Line. Belo

Horizonte, ano 3, nº. 36 , p. 16-17, Fev. 2007.

SECOVIRIO-Sindicato de Habitação, Cartilha Autovistoria Avaliação Predial, 2014.

SECOVIRIO-Sindicato de Habitação, Obras em Condomínios, 2014

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51

Referências Eletrônicas:

Conselho Regional de Engenharia de Agronomia - CREA e Conselho Regional de

Arquitetura e Urbanismo – CAU/RJ. Disponível em: http://www.crea-rj.org.br e

http://www.caurj.org.br. Acesso em: 06/03/15.

Prefeitura do estado do Rio de Janeiro, disponível em: www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria,

Acesso em: 04/03/15

Secretaria Municipal de Urbanismo, disponível em:

http://www.rio.rj.gov.br/web/autovistoria. Acesso em: 04/03/15.

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Anexo I: Modelo de Laudo Técnico de Vistoria Predial

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Anexo II: Modelo de Laudo Técnico de Vistoria Predial, correspondente ao

empreendimento X

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Anexo III: Modelo de Laudo Técnico de Vistoria Predial, correspondente ao

empreendimento Y

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