Estudo das potencialidades do município de Barra Mansa - RJ, como pólo de treinamento de empresas prestadoras de serviços, voltado para o desenvolvimento local

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    Estudo das potencialidades do municpio de Barra Mansa - RJ, como plode treinamento de empresas prestadoras de servios, voltado para o

    desenvolvimento local

    Luiz Carlos Rodrigues1 Jos Vilmar de Oliveira2

    [email protected] [email protected]

    1 AEDB - Associao Educacional Dom Bosco, Faculdade de Administrao de Resende - Resende, RJ, Brasil

    2 UBM Centro Universitrio de Barra Mansa Faculdade de Administrao - Barra Mansa , RJ, Brasil

    RESUMO

    Este trabalho um pequeno estudo de pesquisa sobre as potencialidades do municpio de

    Barra Mansa RJ, para implementar projetos de desenvolvimento local. Os dados scio-

    econmicos encontrados demonstram ser o municpio, um possvel plo de desenvolvimento

    de treinamento de empresas prestadoras de servios para as empresas industriais e

    comerciais da cidade e da regio. Nossa inteno, no apenas mostrar um projeto voltado

    para as empresas terceirizadas de servios, mas deixar, em aberto, a possibilidade de secriar vrios projetos que visem o crescimento regional, utilizando-se as pequenas e mdias

    empresas como um instrumento desse processo. A utilizao dessas empresas seria atravs de

    associaes, prtica adotada em alguns projetos, j em andamento, tornando-as mais fortes e

    com maior poder de negociao frente s grandes organizaes, sendo a maioria,

    multinacionais, que aqui se encontram, nos ramos de metalurgia, automotiva e vidros.

    Palavras-chave: Desenvolvimento local. Associativismo. Terceirizao. Cooperao.

    1 INTRODUO

    O municpio de Barra Mansa migrou, ao longo do tempo, de uma economia cafeeirae pecuria para a industrializao e, hoje, se situa na regio como um grande plo defornecedor de mo-de-obra de boa qualidade, uma vez que conta, alm de uma universidade,com vrias instituies profissionalizantes de ensino.

    O estudo demonstra pelos dados encontrados sobre Barra Mansa que o municpiotem um potencial muito grande para desenvolver um projeto de treinamento de mo-de-obra,no s para atender as empresas terceirizadas, mas para qualquer segmento que se procure,sejam comercial, servios e industrial. Isto se verifica pelo ndice de pessoas alfabetizadas, oIDHM do municpio, enfim todos os dados scios econmicos levam certeza de sucesso deum projeto deste porte.

    Coordenados pelo SEBRAE, com o apoio do Poder Pblico Municipal, o municpiotem hoje, alguns projetos em execuo, todos eles elaborados atravs do associativismo deempresas do segmento comercial. Parece-nos que a associao de empresas a mola mestrapara se implantar projetos que visam o desenvolvimento local e regional, de acordo com aliteratura sobre o associativismo.

    Para um projeto ser efetivo deve ser partilhado com todos os atores envolvidos, e oseu processo, acompanhado, passo a passo, de maneira peridica, durante todo o perodo deimplantao, para assim, certificar-se de seu sucesso e premiar, no apenas aqueles queparticiparam, mas a comunidade como um todo.

    A sociedade deve ser a mais beneficiada, uma vez que se procura, por meio destesprojetos, o desenvolvimento local e, este deve colocar o ser humano e os interesses coletivoscomo o centro de convergncias para potencializar as capacidades de todas as pessoas.

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    As atividades econmicas devem se voltar para a qualidade de vida, a qualidade demo-de-obra, dispor mais empregos, melhoria de distribuio de renda e acesso da sociedade infra-estrutura governamental e tecnologias disponveis, pois tudo isso a razo de ser dodesenvolvimento local.

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 DESENVOLVIMENTO LOCAL

    O Banco Mundial define desenvolvimento econmico local como o trabalhoconjunto das pessoas com o objetivo de alcanar o crescimento econmico sustentvel quetraga benefcios econmicos e melhoria da qualidade de vida para toda a comunidade.

    Segundo o Banco, a dinamizao da economia pelas administraes locais deve serfocada em um aumento da competitividade e no crescimento sustentvel, assegurando que omesmo seja socialmente inclusivo.

    Para o IBAM (Instituto Brasileiro de Administrao Municipal), organizao nogovernamental o desenvolvimento econmico local se faz ampliando o enfoque para outrasreas, tais como sade, educao,saneamento, participao popular entre outros.

    Para Arajo, a anlise das polticas de desenvolvimento econmico local, propostapelo Banco Mundial e o IBAM, indica uma convergncia entre algumas propostas,principalmente as relacionadas com a necessidade de aumento da competitividade local, pormeio das pequenas e mdias empresas.

    De acordo com Cavaco, apud (Vieira, p. 1) o desenvolvimento local precisa ter umacerta homogeneidade em relao aos grupos. Caso as expectativas, motivaes e cultura dosenvolvidos no estejam em sintonia, pode no conseguir o comprometimento necessrio. Pois,qualquer processo de desenvolvimento de longo prazo e de sucesso incerto. Isso pode causarfrustrao nos envolvidos, principalmente aqueles mais desfavorecidos em relao a empregoe renda.

    O processo da globalizao, complexo e contraditrio, em seus impactos nos estados

    nacionais, afeta tambm as comunidades locais. Mesmo permanecendo solidrios com seusestados e a federao, os municpios conquistaram, desde a Constituio de 1988, o direito e aliberdade de se ligarem horizontalmente a outros municpios no mesmo estado, em outrosestados da federao e at em nvel internacional por meio de organizaes multilaterais. Comisso, as opes polticas e administrativas para os governos locais aumentaramsignificativamente. Prefeitos e vereadores, particularmente os de reas metropolitanas, podemimplantar inovaes dentro de um horizonte geogrfico e poltico mais amplo muito alm dotradicional.

    Alm de realizar aes que ajudem a gerar renda e emprego, a prefeitura podeincentivar novas formas de organizao da produo e de cooperao.

    O desenvolvimento local, nas atuais condies da economia e da sociedadebrasileiras, no pode ser analisado sem que se coloque o problema da necessidade da gerao

    de emprego e renda. A ao das prefeituras limitada, mas a experincia demonstra que essenvel de governo pode assumir tarefas que contribuam para romper circuitos fechados deacumulao, gerando emprego e renda.

    2.2 TERCEIRIZAO E REENGENHARIA

    A prtica da terceirizao no novidade no mundo dos negcios. H anos no Brasile no mundo se contratam, empresas prestadoras de servios, em atividades especficas e queno so as atividades fins das empresas contratantes. Muitas empresas, no Brasil, se

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    especializaram nesta prtica e, freqentemente, so contratadas para executarem servios naproduo e/ou manuteno nas indstrias.

    Para Giosa (1995, p.14), terceirizao um processo de gesto pelo qual se repassaalgumas atividades para terceiros com os quais se estabelecem uma relao de parceria ficando a empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negcio em queatua.

    Pode-se dizer, ento, que terceirizao significa contratar empresas externas para

    fornecer recursos ou servios. uma extenso natural da iniciativa de enfatizar ascompetncias centrais. As organizaes podem se concentrar em suas vantagens e comprartudo mais externamente.

    Reengenharia o modo como o trabalho seria realizado e a organizao seriaestruturada se fosse comear do zero. A lgica por trs da reengenharia que as organizaes,em seus primeiros anos de funcionamento, desenvolvem processos e depois se algemam a elesapesar de mudanas nas condies.

    2.3 ASSOCIATIVISMO

    Ao longo dos sculos, os sistemas sociais e econmicos caracterizaram-se por forteconcentrao de renda e desigualdades sociais, basicamente, em todas as regies do planeta,mesmo em pases considerados potncias econmicas. Recentemente, o colapso das naesque adotaram o marxismo como ideologia e o comunismo como sistema social, aliado ao nocumprimento, por parte do capitalismo, das promessas de crescimento, pleno emprego,estabilidade financeira e salrios reais em ascenso, tudo isso, obriga que se procure novasalternativas de incluso socioeconmica.

    Com a competio cada vez mais acirrada dos mercados surge o movimento doassociativismo como forma de adquirir competncias essenciais e sustentveis, melhorando acompetitividade das organizaes. Autores como Lorange e Roos (apud Rodrigues, 1999,p.124), afirmam ser esta a modalidade de negcios do futuro, sendo utilizadas como atalhopara a competitividade e para o mercado.

    Nesse sentido, as experincias baseadas no associativismo so praticadas por

    adeptos de todas correntes ideolgicas. Cooperativas e associaes profissionais e/oucomunitrias vm surgindo em diversos pases, tanto por meio de projetos dedesenvolvimento local patrocinados pelos governos, por organizaes no governamentais,quanto por iniciativa da prpria comunidade.

    Essas cooperativas e associaes carecem de apoio financeiro de rgosgovernamentais ou organizaes no governamentais, em relao procura de diversas linhasde crdito e sem o qual sua implantao se torna invivel. Embora todas elas busquem a auto-sustentao, uma parcela pondervel dessas iniciativas no tem alcanado o sucessofinanceiro almejado por seus membros, idealizadores e financiadores/patrocinadores.

    De acordo com Rodrigues (apud Santos, 2002, p.31),

    como teoria social, o associativismo baseado em dois postulados: por um

    lado, a defesa de uma economia de mercado baseada nos princpios nocapitalistas de cooperao e mutualidade e, por outro, a crtica ao Estadocentralizado e a preferncia por formas de organizao poltica pluralistas efederalistas que deram um papel central sociedade civil.

    O associativismo restaura tambm a comunidade baseada em compromisso ecompaixo, em vez de ser imposta pela proximidade e pelo isolamento (DRUCKER, 1999,p.163).

    Ferreira e Bettoni (2000, p.10) apresentam a definio para associativismoempresarial, como:

    Todo tipo de associao que pode existir entre duas ou mais empresas.Podendo ocorrer entre pequenas empresas concorrentes e empresas do

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    mesmo ramo que atravs da ao coletiva buscam reduzir custos e obterganhos de competitividade atravs da maior escala de produo.

    O associativismo ou alianas surge como uma estratgia para aproveitaroportunidades ou enfrentar ameaas, em que isoladamente a organizao no pode aproveitarou competir. Parte-se, ento, para a unio de empresas at mesmo concorrentes paracompartilhar pontos fortes e minimizar fraquezas, entregando maior valor ao consumidor

    final. As formas de associativismo so caracterizadas, principalmente, pela economiasolidria, cuja inveno se deu por operrios, no advento do capitalismo industrial, comoresposta pobreza e ao desemprego resultantes da difuso das mquinas-ferramenta e domotor a vapor no incio do sculo XIX. A economia solidria nega a separao entre trabalhoe posse dos meios de produo que , reconhecidamente, a base do capitalismo, pois seucapital possudo pelos que nela trabalham e apenas por eles (SINGER apudSANTOS,2002, p. 83).

    A empresa solidria basicamente de trabalhadores, que apenas secundariamenteso seus proprietrios. Sua finalidade bsica no maximizar o lucro, mas a quantidade e aqualidade do trabalho. As principais empresas solidrias so as cooperativas (Idem).

    O associativismo atua como um meio facilitador de empreendimentos. A busca de

    soluo por algumas empresas, para fazer frente s dificuldades encontradas, fez surgir acooperao, cuja finalidade definir estratgias conjuntas para todas as necessidades que soafins. As razes para formao de alianas so: a globalizao dos mercados; a procura decapacidades, medida que os limites entre as empresas tornam-se indefinidos; recursosescassos e a intensificao da competio pelos mercados (CASAROTTO FILHO; PIRES,1998, P. 15).

    Portanto, ao examinar o ambiente em que atua e realizar uma anlise de seusrecursos e capacidades, a empresa:

    freqentemente descobre uma lacuna entre o que gostaria de realizar e oque, levando em conta a realidade, pode realizar. Ela confronta a realidadede que mudanas competitivas fundamentais esto ocorrendo em todo o setororganizacional

    (Idem

    )..

    A transformao tecnolgica da informao foi um fator de intensificao das novasformas organizacionais, pois as novidades nesta rea so um elemento facilitador da conexo,principalmente porque as relaes entre empresas tornaram-se globais. As pequenasempresas, com pequena economia de escala, cuja empresa serve, basicamente para asobrevivncia dos scios e funcionrios e que realizam seus negcios em mercados locais,organizam-se para manter a competitividade. Conforme Costa (1001, p.5), na atualidade, asmdias e pequenas empresas, quando competitivas em condies de mercado, tm papeldecisivo no crescimento da economia.

    3 OBJETIVO DO ESTUDO

    O trabalho procura demonstrar as potencialidades do municpio de Barra Mansa RJ, como um plo de treinamento para o desenvolvimento local.

    4 METODOLOGIA

    O trabalho foi desenvolvido utilizando o mtodo de pesquisa bibliogrfica a livros,artigos e sites, pela Internet, para o referencial terico, procurando, ainda, o enfoque de dadosscio-econmicos sobre a cidade de Barra Mansa.

    5 CIDADE DE BARRA MANSA E O DESENVOLVIMENTO LOCAL

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    Barra Mansa est situada no Centro-sul fluminense, classificada pelo estado comoregio do Mdio Paraba e seu territrio foi desbravado em fins do sculo XVII, formando-seo ncleo original, s margens do Rio Paraba do Sul. Devido a sua posio geogrfica, foiperdendo a referncia de local de pousadas e passagens de tropeiros e se caracterizou comoum plo de desenvolvimento comercial. No incio do sculo XIX, o caf passou a ser o seuprincipal produto comercial.

    Em 1832, foi decretada a criao do municpio, havendo, ento, o seudesmembramento de Resende. Em 1857, vila de Barra Mansa foi elevada categoria decidade. Com o declnio da agricultura cafeeira, o xodo rural e a liberao dos escravos, omunicpio se desenvolveu na agropecuria com desmembramento para a produo leiteira.

    No sculo XX, nos anos 30, comeou o desenvolvimento industrial no municpiocom a instalao de indstrias ligadas ao segmento de alimentao. A cidade participa daexpanso histrica da indstria Nacional com a implantao da Companhia SiderrgicaNacional (CSN), nos anos 40, na vila de Volta Redonda, que poca ainda era distrito deBarra Mansa. Um pouco antes, em 1937, se instala na cidade a Companhia MetalrgicaBrbara. Nos anos 50 muitas indstrias metalrgicas e mecnicas se instalam na cidade e, navizinha Volta Redonda, agora j emancipada.

    A cidade foi formada na margem direita do Rio Paraba do Sul e posteriormentecresceu longitudinalmente ao longo do rio nas duas margens, ocupando vales e morrosprximos e reas mais distantes do rio.

    De acordo com o estudo do ndice de Qualidade dos Municpios desenvolvido peloCIDE (Centro de Informao e Dados do Estado do rio de Janeiro), Barra Mansa um dosplos de dinamismo, que tem, ainda, outros municpios no estrado do Rio de Janeiro, taiscomo, Resende, Petrpolis, Volta Redonda, Maca, Cabo Frio e Terespolis. Os ndices dedesenvolvimento de IDH dos 20 municpios do Estado do Rio de Janeiro, mais bem colocadosno ranking, esto mostrados nos quadros 1 e 2, referentes aos anos de 1991 e 2000.

    Quadro 1NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL - IDH-M - 1991

    MUNICPIOS DOESTADO DO RIO

    DE JANEIRO

    Esperana

    de vida aonascer (emanos)

    Taxa de

    alfabetizao deadultos

    (%)

    ndice de

    longevidade(IDHM-L)

    ndice de

    educao(IDHM-E)

    ndice de

    renda(IDHM-R)

    ndice de

    DesenvolvimentoHumano

    Municipal(IDH-M)

    Clas

    sificao

    estadual

    Clas

    sificao

    Nacional

    Niteri 68,03 94,59 0,717 0,908 0,828 0,818 1 7

    Rio de Janeiro 67,85 93,90 0,714 0,887 0,791 0,797 2 24

    Volta Redonda 69,05 92,24 0,734 0,883 0,689 0,769 3 109

    Resende 68,27 89,15 0,721 0,844 0,695 0,753 4 268

    Petrpolis 68,12 89,78 0,719 0,818 0,716 0,751 5 292

    Itatiaia 70,32 85,82 0,755 0,805 0,689 0,750 6 303

    Nilpolis 66,10 94,17 0,685 0,874 0,668 0,742 7 413

    Barra Mansa 68,26 89,61 0,721 0,837 0,656 0,738 8 474

    Nova Friburgo 66,91 87,78 0,698 0,801 0,707 0,736 9 501Maca 64,75 87,40 0,663 0,806 0,719 0,729 10 621

    Pinheiral 68,81 87,82 0,730 0,817 0,631 0,726 11 670

    So Gonalo 66,19 91,41 0,686 0,834 0,656 0,726 12 684

    Trs Rios 68,65 88,70 0,728 0,818 0,630 0,725 13 690

    Arraial do Cabo 67,02 87,58 0,700 0,811 0,658 0,723 14 727

    Barra do Pira 66,15 88,75 0,686 0,823 0,660 0,723 15 738

    Valena 66,26 87,45 0,688 0,822 0,657 0,722 16 752

    Paraba do Sul 70,03 85,02 0,750 0,787 0,628 0,722 17 757

    Angra dos Reis 67,39 85,69 0,707 0,798 0,658 0,721 18 780

    Maric 68,64 84,43 0,727 0,773 0,662 0,721 19 781

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    Cabo Frio 67,02 86,31 0,700 0,788 0,661 0,717 20 859

    Fonte: Fundao CIDE

    Quadro 2NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL - IDH-M - 2000

    MUNICPIOS DOESTADO DO RIO DE

    JANEIRO

    Esperana de

    vida aonascer

    (em anos)

    Taxa dealfabetiza

    o deadultos

    (%)

    ndice delongevid

    ade(IDHM-L)

    ndice deeducao(IDHM-E)

    ndicede renda(IDHM-

    R)

    ndice deDesenvolvi

    mentoHumano

    Municipal(IDH-M)

    Classificaoestadual

    Classificao

    Nacional

    Niteri 73,49 96,45 0,808 0,960 0,890 0,886 1 3

    Rio de Janeiro 70,26 95,59 0,754 0,933 0,840 0,842 2 60

    Volta Redonda 70,80 94,93 0,763 0,931 0,750 0,815 3 297

    Nova Friburgo 72,26 92,58 0,788 0,885 0,758 0,810 4 370

    Resende 70,00 93,11 0,750 0,918 0,758 0,809 5 401

    Barra Mansa 72,20 93,56 0,787 0,913 0,717 0,806 6 462

    Petrpolis 70,06 93,61 0,751 0,888 0,773 0,804 7 481Itatiaia 71,95 91,99 0,783 0,895 0,722 0,800 8 567

    Iguaba Grande 70,93 91,19 0,766 0,880 0,742 0,796 9 645

    Pinheiral 72,34 92,42 0,789 0,910 0,688 0,796 10 649

    Cabo Frio 70,84 91,68 0,764 0,881 0,731 0,792 11 751

    Armao Bzios 68,90 92,71 0,732 0,878 0,763 0,791 12 785

    Quatis 74,07 89,41 0,818 0,868 0,686 0,791 13 789

    Arraial do Cabo 68,87 92,81 0,731 0,912 0,727 0,790 14 803

    Mangaratiba 69,40 91,66 0,740 0,889 0,741 0,790 15 804

    Terespolis 70,06 89,63 0,751 0,861 0,758 0,790 16 806

    Maca 67,63 92,12 0,710 0,889 0,770 0,790 17 815

    Cordeiro 72,20 91,01 0,787 0,869 0,711 0,789 18 831

    Nilpolis67,49 96,24 0,708 0,933 0,724 0,788 19 846

    Itaperuna 73,01 87,81 0,800 0,859 0,702 0,787 20 878

    Fonte: Fundao CIDE

    Ainda, os quadros 1 e 2 mostram a taxa de alfabetizao de adultos que em 1991ocupava a oitava posio, com o ndice 89,61 %, no ranking do estado e no ano 2000 ocupavaa sexta posio, com o ndice de 93,56 %. H que se destacar que nos dois anos pesquisadosBarra Mansa ocupava a segunda posio, na regio do Mdio Paraba, atrs da cidade deVolta Redonda que apresentava os ndices de 92,24 % e 94,93 %, respectivamente.

    A situao scio-econmica da cidade de Barra Mansa mostrada no quadro 3, comdestaque para a renda per-capita, enquanto o quadro 4 mostra a quantidade deestabelecimentos, classificada de acordo com o seu porte e o tipo de negcios.

    Quadro 3

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    Fonte: Fundao CIDE

    Quadro 4

    Fonte: Fundao CIDE

    A renda per-capita da cidade, em 1991, era de R$198,90 e de R$286,41, em 2000,ambos os dados atualizados, para reais do ano 2000, ocupando a vigsima-primeira evigsima-terceira posies, no estado, nos dois anos da pesquisa.

    Pela pujana econmico-social da cidade, Barra Mansa pode ser um plo de

    desenvolvimento de formao e prestao de mo-de-obra para atender s indstrias, aosservios e ao comrcio local e, tambm, s cidades vizinhas.Para esta formao de mo-de-obra, o municpio conta vrios estabelecimentos de

    ensino de nvel mdio, estadual e municipal, uma Universidade, que oferece 21 (vinte e um)cursos, com diversas especializaes. Conta, ainda, com as unidades educacionaisprofissionalizantes do SESI (Servio Social da Indstria), SESC (Servio Social doComrcio), SEST/SENAT (Servio Social do Transporte/Servio Nacional de Aprendizagemdo Transporte), SENAC (Servio Nacional do Comrcio).

    Para o desenvolvimento local, no segmento de empresas prestadoras de servios, nosparece que um projeto de desenvolvimento de mo-de-obra, passa pelo associativismo, com aintegrao de todos os atores envolvidos nesta tarefa e, parece que isto vivel, uma vez queo municpio j conta com alguns projetos regional e local, sob a orientao do SEBRAE, para

    atender alguns segmentos do comrcio, tais como Confeco, Panificao (regionais) eticas (local).Os atores protagonistas locais so as instituies locais, tanto as responsveis pela

    formao e pelo treinamento, incluindo as escolas profissionalizantes e universidades (local eregional) como as associaes empresariais. Estas ltimas contam com o Sindicato dasIndstrias do Sul-fluminense, CDL (Cmara de Dirigentes Logistas) e ACIAP (AssociaoComercial, Industrial e Agro Pastoril).

    Alm disso, deve participar, como fomentador de investimentos as instituiesfinanceiras governamentais, do Banco do Brasil e Caixa Econmica Federal, com agncias

    ESTADO DO RIO DE JANEIRO - 2004

    P I B

    Regies deGoverno eMunicpios

    Valoresasolutos

    (1.000 R$)Populao

    Valoresper

    capita(1,00R$)

    Nmerondice

    (Estado=100)

    Posiodo ndice

    Estado 254.839.366 15.156.568 16.814 100,00 16Regio do

    Mdio Paraba16.198.390 829.140 19.536 116,19 6

    Barra Mansa 2.242.304 174.298 12.865 76,51 -

    Nmero de estabelecimento - Barra Mansa - 2004

    Porte/Setor Indstria Comrcio Servios Agropecuria Total %Micro 429 2.387 1.762 173 4.751 92,65Pequena 43 160 112 9 324 6,32Mdia 4 11 15 0 30 0,59Grande 2 3 18 0 23 0,45Total 478 2.561 1.907 182 5.128 100,00

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    locais e, se possvel, outras instituies privadas, como Ita, Bradesco, Unibanco, HSBC,REAL, todos com agncias no municpio.

    Um projeto desta envergadura tem todo o apoio da Prefeitura, um dos principaisatores, conforme orientao da Secretaria de Desenvolvimento Econmico, que procuraapoios de todos os Stakeholders.

    Para atender as indstrias locais e da regio, este projeto deve formar uma RedeEmpresarial, onde os empreendedores do setor industrial desenvolvam aes conjuntas, que

    busquem a reduo do custo com qualidade, elaborando requisitos mnimos para a contrataode mo-de-obra especializada, atravs de um cadastro qualificado de empresas prestadoras deservios.

    A criao de um ambiente propcio para o desenvolvimento local pode surgir de umaarticulao eficaz das dinmicas econmicas e sociais locais. Estas dinmicas j acontecemcom a identificao, no municpio, da sua vocao artesanal, no setor de paets para atenders demandas das escolas de samba do Rio de Janeiro e que tem todo o apoio da Prefeitura. fundamental identificar as oportunidades que estas apresentam e se desenhe aesarticuladoras, com o governo local tomando a iniciativa, sem esperar que esta venha, sempre,do setor privado.

    O governo local pode agir como um facilitador ou mediador na formulao deestratgias, deixando sempre, em aberto, a possibilidade de outros participantes exerceremesta funo.

    Tendo estratgias que levem ao desenvolvimento econmico local, alguns fatoresdevem ser colocados em prtica, sendo um deles, fazer com que os diferentes atores einstituies se conheam uns aos outros, algo que mesmo em municpios pequenos por si sno acontecem. Com o conhecimento mtuo haver mais possibilidades de cooperao, assimcomo criar uma rivalidade saudvel entre as instituies de apoio.

    Outro fator estimular a articulao entre os diferentes atores, por exemplo, entreinstituies profissionalizantes e empresas ou entre universidades e empresas. O resultadodisto pode ser a oferta, por parte destas instituies, de programas definidos para quaisquersegmentos, sejam industrial ou comercial, adaptados s necessidades locais.

    Para gerar uma vantagem competitiva necessrio que os atores, individualmente,

    dem suas contribuies. O governo municipal deve incentivar um bom relacionamento entreas empresas, envolvendo grupos de pequenas e mdias empresas na formulao de estratgiasde desenvolvimento local.

    Tambm, as associaes empresariais podem promover a troca de informaes entreelas, atravs de cursos, seminrios e palestras J as instituies educacionais de ensino podemprestar apoio direto s empresas em educao e tecnologia, por meio de cursos detreinamentos especficos, alm da disseminao de informao e tecnologia.

    6 CONSIDERAES FINAIS

    A diversificao de estabelecimentos de seus negcios, bem como, a sua posio

    educacional, torna a cidade de Barra Mansa como uma alternativa a ser fornecedora de mo-de-obra especializada, gerando uma vantagem competitiva, no s em nvel municipal, masem toda a regio Sul-fluminense.

    A vocao histrica do municpio para a indstria e os servios e a facilidade dedifuso educacional, leva-nos a pensar que, aqui temos uma grande possibilidade de implantarum projeto de formao de mo-de-obra que atenda s demandas requeridas, por exemplo,pelas empresas siderrgicas, metalrgicas, automotivas, vidro, citando, apenas, as de maiorporte, espalhadas pelas cidades da regio.

    O atendimento a estas demandas e a sua repercusso na regio pode ter uma sinergiapara todo o estado do Rio de Janeiro, onde todos ganharo, empresas com pessoasqualificadas, setor educacional com formao de novos projetos de desenvolvimento e mais

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    alunos, as pessoas, principalmente, pois estas, tendo maior conhecimento, competiro commais segurana a uma vaga de trabalho e, possivelmente, com um aumento de renda.

    Acreditamos que qualquer projeto de treinamento deve passar pelo associativismodas pequenas e mdias empresas, uma vez que tal prtica j existe no municpio, conformecitado anteriormente, com projetos em andamento, sob a orientao do SEBRAE e com apoioda Prefeitura. Qualquer projeto, que vise o crescimento e o desenvolvimento local e/ouregional ter o apoio de todas as instituies envolvidas, pois vai gerar um efeito

    multiplicador de treinamento para atender s demandas de todos os segmentos, seja industrial,comercial e/ou servios, em atuao no municpio e na regio.

    O associativismo importante porque ao envolver pequenas e mdias empresas,estas sofrem com a burocracia e os programas oficiais, normalmente falham, porque asinstituies de fomento no tm capacidade ou vontade de aproximao com estes clientespotenciais.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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