22
1 Estudo das principais queixas álgicas indicativas de DORT em professores de educação especial Eliane Ferreira Marinho 1 [email protected] Prof. Espec. Daliane Ferreira Marinho Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual Faculdade Ávila Resumo Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) é o termo utilizado para designar o conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores decorrentes de sua atuação profissional. Esta pesquisa teve por objetivo levantar informações a cerca das principais queixas álgicas predisponentes ao surgimento de DORT em professores da APAE- Associação de Pais e amigos dos Excepcionais em Santarém. Como instrumento para o levantamento dos dados foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). Os resultados encontrados demonstram uma incidência maior de dores nas regiões: pescoço/região cervical, região dorsal e lombar e quadril/membros inferiores com 47,4% dos relatos em um ano e o mesmo percentual de queixas foram relatadas para a região do pescoço/região cervical nos sete dias precedente a pesquisa. Os dados levantados apresentaram-se como importantes indicativos das regiões do corpo mais suscetíveis a disfunções osteomusculares e podem servir como base para investigações mais profundas do público estudado, bem como para se traçar medidas preventivas a esses distúrbios. Palavras-chave: DORT; queixas álgicas; QNSO. 1. Introdução Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho é a nomenclatura atualmente mais utilizada por pesquisadores das áreas médicas e de saúde ocupacional para designar um conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores decorrentes de sua atuação profissional (NASCIMENTO E MORAES apud ZANOTTELI et al, 2005). Tais distúrbios, atualmente vêm se tornando a principal causa de afastamento de trabalhadores das suas funções em todos os países, ganhando dessa forma, o status de a mais nova epidemia mundial (SEVERO, PEZZINI e CATTELAN, 2006). No Brasil existem poucos estudos sobre a prevalência das DORT’s, no entanto, segundo informações do IBGE as DORT’s são dentre as doenças ocupacionais registradas as mais prevalentes e a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. (IBGE 2004 apud ZANOTELLI et al, 2005). Estes distúrbios normalmente são causados pelo uso repetitivo e forçado de grupos musculares, ou pela manutenção de posturas incorretas em ambientes de trabalho ergonomicamente inadequados, ocasionando dores, perda de força, fadiga, edema, rigidez, câimbras, tremor e hipoestesia ao indivíduo, sendo estes os grandes responsáveis pela queda do desempenho profissional (OLIVEIRA apud SILVA FILHO, 2008). __________________________________________ 1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual

Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

1

Estudo das principais queixas álgicas indicativas de DORT em

professores de educação especial

Eliane Ferreira Marinho1

[email protected]

Prof. Espec. Daliane Ferreira Marinho

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila

Resumo

Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) é o termo utilizado para

designar o conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores

decorrentes de sua atuação profissional. Esta pesquisa teve por objetivo levantar

informações a cerca das principais queixas álgicas predisponentes ao surgimento de DORT

em professores da APAE- Associação de Pais e amigos dos Excepcionais em Santarém. Como

instrumento para o levantamento dos dados foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO). Os resultados encontrados demonstram uma incidência maior de

dores nas regiões: pescoço/região cervical, região dorsal e lombar e quadril/membros

inferiores com 47,4% dos relatos em um ano e o mesmo percentual de queixas foram

relatadas para a região do pescoço/região cervical nos sete dias precedente a pesquisa. Os

dados levantados apresentaram-se como importantes indicativos das regiões do corpo mais

suscetíveis a disfunções osteomusculares e podem servir como base para investigações mais

profundas do público estudado, bem como para se traçar medidas preventivas a esses

distúrbios.

Palavras-chave: DORT; queixas álgicas; QNSO.

1. Introdução

Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho é a nomenclatura atualmente

mais utilizada por pesquisadores das áreas médicas e de saúde ocupacional para designar um

conjunto de alterações osteomusculares lesivas sofridas pelos trabalhadores decorrentes de

sua atuação profissional (NASCIMENTO E MORAES apud ZANOTTELI et al, 2005). Tais distúrbios, atualmente vêm se tornando a principal causa de afastamento de

trabalhadores das suas funções em todos os países, ganhando dessa forma, o status de a mais

nova epidemia mundial (SEVERO, PEZZINI e CATTELAN, 2006).

No Brasil existem poucos estudos sobre a prevalência das DORT’s, no entanto,

segundo informações do IBGE as DORT’s são dentre as doenças ocupacionais registradas as

mais prevalentes e a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. (IBGE 2004 apud

ZANOTELLI et al, 2005).

Estes distúrbios normalmente são causados pelo uso repetitivo e forçado de

grupos musculares, ou pela manutenção de posturas incorretas em ambientes de trabalho

ergonomicamente inadequados, ocasionando dores, perda de força, fadiga, edema, rigidez,

câimbras, tremor e hipoestesia ao indivíduo, sendo estes os grandes responsáveis pela queda

do desempenho profissional (OLIVEIRA apud SILVA FILHO, 2008).

__________________________________________ 1

Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual

Page 2: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

2

Entre os sintomas mencionados, podemos ressaltar as algias como sendo um dos

mais relevantes, porque surgem no início do processo de adoecimento como um ‘aviso’

enviado pelo organismo de que algo está errado, e ainda servem como sinal indicativo de

predisposição ao aparecimento de disfunções, lesões e incapacitação funcional. (O’ NEILL

apud ZANOTELLI et al, 2005).

Com base nos dados supracitados, esta pesquisa teve por objetivo levantar

informações a cerca das principais queixas álgicas predisponentes ao surgimento de DORT

em professores do Centro de Educação Especial Humberto Frazão, a APAE - Associação de

Pais e amigos dos Excepcionais, sediada em Santarém.

Como instrumento para a avaliação de pontos específicos de algias

osteomusculares relacionadas à DORT foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO), validado por inúmeras outras pesquisas com essa temática.

Os resultados obtidos com esta pesquisa revelaram as principais regiões do corpo

acometidas por algias e/ou desconfortos osteomusculares em professores de educação infantil,

bem como sua intensidade no grupo participante do estudo.

Os dados levantados apresentaram-se como importantes indicativos das regiões do

corpo mais suscetíveis a disfunções osteomusculares e podem servir como base para

investigações mais profundas do público estudado, bem como para se traçar medidas

preventivas a esses distúrbios.

2. Epidemiologia ocupacional

A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA) define epidemiologia como

“o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas

coletividades humanas”, do grego – EPI (sobre) e DEMOS (população). O objetivo desta

ciência é estudar a distribuição da morbimortalidade a fim de traçar o perfil de saúde-doença

nas coletividades humanas, apontar as causas e orientar as indicações dos meios de controle.

(KAWAMOTO, SANTOS & MATOS, 1995; ROUQUAYROL, ALMEIDA FILHO, 1999).

Infelizmente muitos nichos populacionais, como a classe trabalhadora, ainda

carecem de estudos incisivos, que tracem o perfil epidemiológico da saúde ocupacional e

apontem de forma eficiente quais as melhores formas de intervenção que minimize os agravos

advindos da relação entre o homem e sua atividade laboral (KAWAMOTO, SANTOS &

MATOS, 1995).

Dentre os estudos disponíveis quanto à ocorrência de DORT’s, evidencia-se uma

maior suscetibilidade da incidência de Distúrbios Osteomusculares em pessoas do sexo

feminino, por possírem um potencial de desenvolvimento muscular inferior ao dos homens,

menor número de fibras musculares, menor capacidade de armazenar e converter o glicogênio

em energia utilizável, também possuem ossos mais leves, mais curtos, com áreas de junção

mais curtas, influenciada ainda pelo uso de anticoncepcionais e a execução de trabalhos

domésticos após a jornada de trabalho (CARVALHO, 2001).

Segundo o MTE, no anuário de 2007, foram registrados 30.334 casos de doenças

ocupacionais em 2005, com 13.614 incapacitações permanentes. O setor da educação

notificou nos anos de 2001 a 2008, um aumento de 1 a 13 casos de acidentes de trabalho

anuais, e no ano de 2009, ainda em Setembro, já havia a ocorrência de 3 casos (MINISTÉRIO

DO TRABALHO, 2009).

É importante lembrar que os dados estatísticos em saúde ocupacional muitas vezes

não correspondem à realidade, pois muitos incidentes não são notificados, e os dados

levantados dizem respeito apenas aos brasileiros com trabalho formal regidos pela CLT, não

sendo contabilizadas as ocorrências envolvendo trabalhadores rurais, trabalhadores informais,

bem como servidores públicos, que no entanto, correspondem a mais de 50% da População

Economicamente Ativa (PEA) (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2009).

Page 3: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

3

3. O que são DORT’s?

Em todos os países há grande incidência da instalação de disfunções decorrentes

da prática profissional, os recentes estudos já apontam as doenças ocupacionais como a mais

nova epidemia mundial, dentre elas as principais disfunções são as osteomusculares

(SEVERO, PEZZINI e CATTELAN, 2006).

A denominação “Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho - DORT”

foi utilizada pela primeira vez pelo INSS na elaboração da “Norma Técnica para avaliação da

Incapacidade Laborativa em Doenças Ocupacionais”, publicado no Diário Oficial da União

em Julho de 1997, e desde então têm sido bem aceita e utilizada por muitos profissionais para

designar o conjunto de alterações osteomusculares sofridas pelo trabalhador decorrentes de

sua atividade laboral (DELIBERATO, 2002).

As DORT’s compreendem uma gama diversificada de patologias que se

apresentam sempre de forma gradual, com uma evolução progressiva, gerando perda

considerável da capacidade funcional laboral. Estas causam grandes prejuízos físicos e

financeiros para todos, para o trabalhador e sua família, para os empregadores, para a

sociedade e para a previdência social, se constituindo como um grande problema de saúde

pública, principalmente nos países industrializados (JAMES et. al. apud VERONESI, 2008).

4. Por que o termo DORT ?

Já houveram inúmeras formas de denominar as doenças ocupacionais de origem

musculoesqueléticas, como por exemplo, Lesões por Trauma Cumulativo (LTC), Síndrome

Regional de Origem Ocupacional, Lesões por Esforço Repetitivo (LER), Síndrome do uso

exagerado (overuse). No entanto, elas não designam de forma abrangente as doenças

ocupacionais de cunho musculoesquelético (DELIBERATO, 2002).

LER foi por muito tempo o termo mais usado para designar os traumas de origem

ocupacional, quase sempre esse termo foi atrelado à designação “Distúrbios Osteomusculares

Relacionadas ao Trabalho” (DORT), criando uma nova sigla que foi por muito tempo usada e

aceita - LER/DORT (DELIBERATO, 2002).

No entanto, ao se falar de LER, a idéia que se perpassa de forma errônea é a de

que as lesões só ocorrem pelo esforço repetitivo e de que, se cessassem a repetitividade

deixariam de ocorrer às lesões, o que não é verdade (VERONESI JUNIOR, 2008).

Nesse ínterim, o termo LER, instituído pelo INSS em 1993, foi alterado em suas

normas para DORT em 1998, instituindo-se como termo mais apropriado e abrangente, por

compreender melhor as inúmeras patologias osteomusculares de origem ocupacional

independente da causa ser por repetitividade, monotonia, posturas inadequadas ou qualquer

um dos muitos outros motivos existentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL;

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE NO BRASIL, 2001).

5. Fatores de risco ao aparecimento de DORT’s

Definir a causa da DORT é um processo complexo, uma vez que abrande diversos

fatores, incluindo hábitos diários, sobrecarga psicossocial, uso de drogas, herança genética,

entre outros. No entanto, está reconhecido o fato de que a exigência elevada, progressiva,

intermitente e repetitiva de uma atividade gera sobrecarga sobre os músculos, tendões, e

demais estruturas musculoesqueléticas, levando ao desenvolvimento de uma DORT

(VERONESI, 2008).

As DORT’s estão também intimamente relacionadas a situações de trabalho

ergonomicamente incorretas como, luminosidade insuficiente, ventilação precária, presença

Page 4: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

4

de muito ruído, vibração constante, mobiliário inadequado, posturas incorretas e a não

organização do ambiente de trabalho (VERONESI, 2008).

Dentre as muitas causas podemos citar ainda, a monotonia, a fadiga, a baixa

motivação e o estresse como importantes aspectos relacionados ao surgimento de doenças

ocupacionais. A utilização biomecanicamente incorreta dos seguimentos, o uso de força

excessiva, a manutenção prolongada de posturas incorretas, a repetitividade de um mesmo

padrão de movimento e a compressão mecânica de estruturas corporais, são também

importantes fatores predisponentes ao desenvolvimento de disfunções e lesões

musculoesqueléticas de origem ocupacional (OLIVEIRA, 2003).

6. Principais Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

O Ministério da Previdência Social (MPS) adotou em 1999, uma lista de doenças

que podem estar relacionadas ao trabalho, levando em consideração diversos trabalhos

científicos publicados, que determinam o nexo epidemiológico, ou seja, a freqüência da

ocorrência das patologias em decorrência da atividade profissional.

Dentre as patologias osteomusculares, entre as DORT’s, podemos citar:

Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0); bursites (CID 727.2/9): tendinite

do supraespinhoso (CID 726.1/3); tendinite bicipital (CID 726.2/1 ou 727.8/8); cistos

sinoviais (CID 727.4/5); dedo em gatilho (CID 727.0/2); contratura de Dupuytren (CID

729.4/0). Bem como as compressões de nervos periféricos: síndrome do Túnel do Carpo (CID

354.0/8); síndrome do canal de Guyon (CID 354.2/4); síndrome do Pronador Redondo (CID

354.1/6); síndrome do Desfiladeiro Torácico (CID 723.4/6); Síndrome da Tensão do Pescoço

ou Mialgia Tensional (CID 723.8/9).

7. Sintomatologia das DORT’s

As doenças ocupacionais englobam uma gama enorme de patologias que em geral

apresentam sintomas em comum entre elas e sintomas específicos inerentes a cada uma

(BARBOSA, 2009).

Os traumas cumulativos ocorrem devido à perda do equilíbrio fisiológico do

organismo, causam sintomas e padrões clínicos comuns como: fadiga, dor, rigidez, câimbra,

tremor e hipoestesia, acarretando inflamação e incapacitação de músculos, tendões, fáscias,

bursas e outras estruturas presentes no sistema osteomioarticularligamentar. (DELIBERATO,

2002; MANUAL DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2008).

Veronesi (2008) conceitua DORT como uma síndrome relacionada ao trabalho

que se caracteriza por um conjunto de sintomas concomitantes ou não, sendo eles: dor,

parestesia, sensação de peso ou fadiga, de aparecimento insidioso, que acometem

principalmente os membros e o dorso. São resultados da combinação de sobrecarga de

trabalho sobre o sistema musculoesquelético e ausência de tempo necessário para sua

recuperação.

No entanto, dentre todos os sintomas encontrados, o mais freqüente e incômodo é

a dor, que limita e causa grande sofrimento ao individuo, ela é uma desagradável experiência

sensorial e emocional, associada a um dano real ou potencial dos tecidos e estruturas

(CAILLIET, 1999).

A dor é também um dos primeiros sintomas sentidos pelo indivíduo, é o sinal de

alerta de que está havendo o uso funcional indevido ou sobrecarga, seu único propósito é

chamar atenção para o local da lesão e “avisar” de que está ocorrendo um processo danoso

para o organismo (CAILLIET, 1999).

Como resposta a sensação dolorosa, o indivíduo age protegendo e limitando o uso

funcional da estrutura acometida, por isso este sintoma é um importante indicador que deve

Page 5: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

5

ser levado em consideração na atuação fisioterapêutica, tanto no alívio das algias como em

um tratamento adequado a fim de se evitar lesões, disfunção e incapacitações (GOSS, FETTO

& ROSEN, 2005).

Dessa forma, a análise de ocorrência da dor é um importante meio de avaliar a

predisposição às situações de risco de danos à saúde, pois pode pressupor ainda em estágios

iniciais o aparecimento de lesões, proporcionando o levantamento de importantes dados e o

estudo a cerca das melhores medidas preventivas para minimização de condições

predisponentes ao aparecimento de disfunções e incapacitações, provisórias ou permanentes,

que prejudiquem o desempenho funcional do individuo (CAILLIET, 1999).

8. Diagnóstico da DORT

O diagnóstico da DORT é essencialmente clínico e baseia-se na anamnese

ocupacional, no exame físico meticuloso, nos exames complementares, como radiografias,

ultrassonografias, eletromiografia, ressonância e cintilografia, e na análise das condições

laborais através da visita ao local de trabalho (PEROSSI, 2001).

Nos Distúrbios Osteomusculares, as algias são um dos primeiros sintomas

relatados e quase sempre são desencadeados ou agravados pelo movimento, na maioria dos

casos há dificuldade em definir o tipo e a localização da dor, que costuma iniciar

gradualmente por uma região anatômica (punho, cotovelo e ombro, por exemplo), porém

acaba atingindo e irradiando para todo o membro. A sintomatologia dolorosa é agravada, em

geral, pelo uso do membro afetado, piorando com fatores como o frio, mudanças bruscas de

temperatura e o estresse emocional (PEROSSI, 2001).

De acordo com o INSS, as DORT’s são atualmente a segunda causa de

afastamento de trabalho em nosso país, é conhecida como doença do sofrimento, causa

incapacidade e afastamento por longo período ao trabalho, tanto em homens como mulheres

(OLIVEIRA, 2003).

9. Classificação das DORT’s

As DORT’s são classificadas de formas variadas por muitos autores, geralmente

em fases ou graus que variam de 1 a 4. Oliveira (2003) e Carvalho (2001) classificam da

seguinte forma:

a) Grau 1: O portador refere sensação de peso e desconforto do membro afetado, dor

espontânea localizada que surgem de forma esporádica durante a jornada de trabalho e sem

interferência na produtividade, é em geral, leve, fugaz, sem irradiação nítida e tem um

prognóstico bom;

b) Grau 2: A dor é mais persistente e intensa durante a jornada de trabalho, no entanto é

tolerável e permite o desempenho das funções laborais, mas com visível redução na

produtividade, pode estar mais localizada e acompanhada de parestesia e calor, com

irradiação, que surge até mesmo fora do ambiente de trabalho, o seu prognóstico é favorável;

c) Grau 3: A dor é persistente, mais forte, com irradiação bem definida, o repouso apenas

atenua a intensidade da dor, há perda de força, edema, hipertonia muscular, parestesia e

alterações da sensibilidade, queda na produtividade ou mesmo a impossibilidade da realização

das atividades laborais, seu prognóstico é indeterminado;

d) Grau 4: A dor é forte, intensa, contínua e as vezes insuportável, os movimentos acentuam a

dor, que é irradiada, com perda de força, dos movimentos, atrofias, o portador perde a

capacidade laboral e a invalidez se caracteriza, associados a esse quadro normalmente

ocorrem alterações psicológicas, como depressão, ansiedade e angústia. O prognóstico é ruim.

Page 6: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

6

10. Alterações osteomusculares mais frequentes em professores

Em relação aos professores, as lesões e alterações mais presentes são a protusão

da cabeça e dos ombros; as hiperlordoses cervicais e lombares; as algias vertebrais como a

cervicobraquialgia e a lombociatalgia; a bursite do ombro; a escoliose; as tendinites do punho

e as síndromes compressivas do complexo punho-antebraço (DELIBERATO, 2002).

As alterações supracitadas ocasionam dores, parestesias; limitações funcionais;

inflamação; diminuição da força muscular em tronco e membros inferiores; tensão muscular;

principalmente no pescoço e cintura escapular; retrações musculares e limitações articulares;

cãibras; cefaléia; problemas circulatórios; irritabilidade geral; estresse orgânico e mental

(DELIBERATO, 2002).

Estas sintomatologias causam disfunções e queda na performance profissional,

acarretando estresse físico e emocional desnecessário, lesando diretamente o trabalhador que

dispensará tempo e recursos financeiros para sua recuperação. Sem falar nos custos para a

sociedade que necessitará utilizar recursos públicos a fim proporcionar tratamento e amparo

financeiro a um trabalhador momentânea ou permanentemente improdutivo (OLIVEIRA apud

SILVA FILHO, 2008).

11. Questionário nórdico de sintomas osteomusculares e sua utilização em pesquisas

científicas.

Como método para avaliação das queixas álgicas têm-se utilizado de forma

satisfatória o Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) ou Questionário Nórdico de

Sintomas Osteomusculares (QNSO), que foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuração de relatos de sintomas osteomusculares e, assim, facilitar a comparação dos

resultados entre os estudos. Os autores desse questionário não o indicam como base para

diagnóstico clínico, mas para a identificação de distúrbios osteomusculares e, como tal, pode

constituir importante instrumento de diagnóstico do ambiente ou do posto de trabalho

(PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).

O NMQ ou QNSO se apresenta como um mapa esquemático compreendendo

todas as áreas anatômicas do corpo humano divididas da seguinte forma: membros superiores

que está subdividido em pescoço, ombros, braço, cotovelo, antebraço, punho/mão e dedos; e

três outras grandes regiões, dorsal, lombar e quadril/membros inferiores (PINHEIRO,

TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).

O questionário foi traduzido para diversos idiomas na última década, dando

origem a muitos estudos. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à

ocorrência de sintomas (dor) nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns. O

respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando os 12 meses e os sete dias

precedentes à entrevista, bem como relatar a ocorrência de afastamento das atividades

rotineiras no último ano. (PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001)

O questionário apresenta ainda questionamentos quanto a informações

sociográficas (sexo, idade, escolaridade, estado civil) e da caracterização do processo de

trabalho (tempo de atividade, jornada de trabalho, entre outras) (MELO 2007).

Apesar das limitações inerentes aos instrumentos de auto-avaliação, a

simplicidade e os bons índices de confiabilidade do NMQ indicam-no para utilização em

investigações epidemiológicas e estudos que busquem mensurar a incidência dos sintomas

osteomusculares (PINHEIRO; TRÓCCOLI e CARVALHO, 2002).

Muitas pesquisas têm utilizado este objeto de mensuração, como o estudo da

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul em campo Grande que identificou sintomas

osteomusculares relacionados ao absenteísmo em trabalhadores da cozinha de um hospital

público. Sendo que 89% dos entrevistados nessa pesquisa revelaram a incidência de queixas

Page 7: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

7

álgicas. Destes, as regiões citadas como de maior importância foram as do ombro com 53% de

relatos de ocorrência no último ano e 63% no pescoço, na última semana (MIRANDA et al.,

2008).

A mesma Universidade utilizou novamente o instrumento para avaliar sintomas

osteomusculares em trabalhadores do setor de limpeza, demonstrando uma incidência de 78%

de algias referente aos últimos 12 meses (pernas e joelho 46%) e 67,9% nos últimos sete dias

(63% nos quadris e coxas) (GALVAN et al., 2008).

A Universidade Estadual da Paraíba estudando sobre a prevalência de distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiões dentistas, através do questionário

nórdico pode comprovar em 68,9% de trabalhadores a existência de algias, assim distribuídas:

pescoço (58,1%), terço superior das costas (38,7%), ombro direito (29,0%), terços médio e

inferior das costas (25,8% cada um), mãos e dedos direitos (25,8%), ombro esquerdo (25,8%),

joelhos (22,6%) e o braço direito (16,2%) (BARBOSA et al., 2004)

Os resultados obtidos na Paraíba foram superiores aos demonstrados em Belo

Horizonte, onde se utilizando o mesmo método avaliativo, o QNSO, na mesma categoria de

trabalhadores, foi relatado um índice de 58% de queixas álgicas, no entanto inferiores aos

84,2% registrado entre os profissionais de São Luís-MA (BARBOSA et al., 2004)

Sintomas de distúrbios osteomusculares em bancários foram pesquisados pela

Universidade Federal de Pelotas, onde dos 502 bancários estudados, 60% mencionaram dor

músculo-esquelética no último ano, 43% referiram nos últimos sete dias, 19% tiveram que

evitar o trabalho devido às dores e 40% relacionaram esta dor com a atividade que realiza no

seu trabalho. (BRANDÃO, HORTA & TOMASI, 2005).

Podemos observar assim que o QNSO, desde que foi traduzido e validado para o

português vem sendo amplamente utilizado em pesquisas, demonstrando resultados confiáveis

na mensuração de sintomas osteomusculares. Contando com perguntas pertinentes que

possibilitam não só avaliar as queixas álgicas, com a localização e graduação de dor, bem

como traçar um perfil epidemiológico do profissional, através dos dados demográficos

coletados (PINHEIRO, TRÓCCOLI e CARVALHO, 2001).

12. Metodologia

Esse trabalho foi realizado através de uma pesquisa de campo para levantamento

de dados quantitativos. Foi dividido em quatro etapas: (1) sensibilização do público alvo; (2)

aplicação do questionário; (3) tabulação e análise quantitativa dos dados obtidos; e (4)

elaboração do relatório final.

A pesquisa abrangeu uma população de 23 (vinte e três) professores, de ambos os

sexos, independente da idade, estado civil ou condição sócio-econômica que compõe o corpo

docente da APAE - Associação de Pais e amigos dos Excepcionais, denominada Centro de

Educação Especial Humberto Frazão em Santarém.

Na primeira etapa do projeto foi feita a sensibilização do público alvo através de

visita à instituição e conversa com a direção a fim de obter autorização formal para o

desenvolvimento da pesquisa, e após a aprovação por parte do corpo administrativo agendou-

se outra visita para conversa com os docentes e aplicação dos questionários.

Essa nova visita foi realizada com intuito de reunir todos os professores em

horário e local convenientes, estabelecidos pela instituição pesquisada, para explicar os

objetivos da pesquisa, os métodos a ser utilizados, a sua relevância, as garantias da utilização

dos resultados para fins acadêmicos, do anonimato do participante, a liberdade para adesão ou

não à pesquisa, inclusive quanto a possibilidade de abandono da mesma em qualquer etapa do

processo, esclarecidos de forma oral e impressa através de um Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE).

Page 8: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

8

Antes da aplicação do questionário o participante concordou e assinou o TCLE

em duas vias, ficando uma em seu poder como garantia pessoal de seu consentimento e para

consulta quanto aos seus direitos quando se fizesse necessário, bem como para qualquer

eventual contato com os pesquisadores para esclarecimentos e nesse mesmo encontro foram

esclarecidos todos os pontos abordados no questionário e logo após procedeu-se a sua

aplicação de forma anônima.

Os únicos critérios de inclusão ou exclusão da pesquisa são a tácita aceitação

mediante assinatura do TCLE e o não preenchimento adequado e completo do questionário.

Sendo que 4 (quatro) dos questionários aplicados foram descartados devido ao preenchimento

incorreto ou dúbio.

O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa foi um questionário

fechado, traduzido e validado por Pinheiro, Tróccoli e Carvalho em 2002 para o Brasil, o

Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) ou Questionário Nórdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO), que exibe um mapa com um esquema corporal representando

áreas distintas do corpo desta forma dividindo-as: pescoço, ombros, braço, cotovelo,

antebraço, punhos/mãos/dedos, região dorsal, região lombar e quadril/membros inferiores

(ANEXO A).

Para cada região o participante atribuiu um valor de 0 a 3, que mensurou

subjetivamente a existência de dor, dormência, formigamento ou desconforto, sendo que estes

valores representam respectivamente: (0) sem dor; (1) raramente; (2) com freqüência e (3)

sempre.

Os pesquisados relacionaram suas respostas aos últimos sete dias trabalhados e

aos últimos 12 meses, possibilitando avaliar-se a presença de um processo agudo ou crônico

de algias e/ou desconfortos.

O instrumento aplicado conta também com mais 4 perguntas que relacionam os

possíveis quadros álgicos com as atividades profissionais e pessoais do indivíduo, além de um

breve questionário com dados demográficos.

Resumidamente, através deste questionário foi possível verificar-se, mediante

respostas subjetivas, quais as principais regiões de incidência de dor ou desconforto com sua

graduação e qual sua relação com a atividade laboral exercida, segundo opinião dos

pesquisados, nos últimos sete dias e nos últimos doze meses trabalhados.

Após o levantamento dos dados, estes foram tabulados, analisados e expressos em

forma de gráficos, através do Software Microsoft Excel 2007, com os resultados expressos em

percentuais referentes a cada ponto analisado. Tais dados serviram como base para análise

indicativa da incidência de DORT`s entre os professores da escola em questão.

13. Resultados e discussão

A coleta de dados foi realizada através da aplicação do QNSO durante o mês de

Março de 2012 na sede da APAE de Santarém, com o total de 23 (vinte e três) professores

existentes na instituição, sendo que destes, apenas 19 (dezenove) foram selecionados para a

pesquisa, os demais foram excluídos com base nos critérios apresentados na metodologia,

desta forma os questionários válidos analisados correspondem a um percentual de 82% do

número total de professores.

Os dados serão apresentados e discutidos a seguir, é importante salientar que os

participantes do estudo poderiam citar quantos pontos julgassem necessários, de acordo com

sua sintomatologia.

Page 9: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

9

1) Considerando, os últimos 12 meses, você tem tido algum problema (tal como dor,

desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:

Gráfico 1 – Representação percentual das principais regiões incidentes de queixas álgicas em professores

da APAE de Santarém em relação aos últimos doze meses trabalhados

2) Considerando, os últimos 7 dias, você tem tido algum problema (tal como dor,

desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:

Gráfico 2 – Representação percentual das principais regiões incidentes de queixas álgicas em professores da

APAE de Santarém em relação aos últimos sete dias trabalhados.

Pode-se observar que as regiões mais incidentes de algias na amostra estudada são

pescoço/região cervical, região dorsal e lombar e quadril/membros inferiores com 47,4% dos

relatos em um ano e o mesmo percentual de queixas foram relatadas para a região do

pescoço/região cervical na última semana precedente a pesquisa, o que corrobora com o

mencionado por Deliberato (2008) em relação às principais queixas álgicas de professores.

Estes resultados também reafirmam os obtidos em outras pesquisas envolvendo

docentes, como a realizada na rede pública de ensino fundamental no interior do Estado de

São Paulo, abrangendo 212 professores , com a ocorrência de 90,4% de sintomas indicativos

52,6% 63,2% 68,4% 89,5% 84,2%

57,9% 52,6% 52,6% 52,6%

42,1% 31,6% 21,1%

10,5% 10,5%

26,3% 31,6% 26,3% 31,6%

5,3% 5,3% 5,3% 15,8% 15,8% 15,8% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 10,5%

Não Raramente Com freqüência Sempre

52,6% 63,2% 78,9%

100,0% 94,7% 68,4% 57,9% 63,2% 63,2%

31,6% 36,8% 10,5% 21,1% 31,6% 21,1% 15,8%

5,3% 5,3% 10,5% 5,3% 15,8% 15,8% 10,5% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3%

Não Raramente Com freqüência Sempre

Page 10: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

10

0 de distúrbios osteomusculares no período de um ano e 64,3% de sintomas nos últimos sete

dias, que apontou a região lombar como a mais incidente com 63,1% de queixas no período

de um ano, seguida por 29,9 % na região dos ombros nos últimos sete dias (CARVALHO,

ALEXANDRE, 2006).

Outro estudo sobre a prevalência de quadros álgicos osteomusculares em

professores de uma escola de ensino fundamental no município de Florianópolis – Santa

Catarina demonstra que dos 11 professores estudados, 90,90 % sentiam dor na região lombar

e 63,60% na região cervical, ao longo de um ano (RAMOS, 2008).

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em pesquisa com uma amostra

de 242 docentes da rede básica municipal de ensino, demonstraram em 93% dos casos

sintomas osteomusculares no último ano e 63,2% nos últimos sete dias, sendo mais incidentes

na região dorsal com 58,7% das ocorrências (FERNANDES, ROCHA E COSTA-OLIVEIRA,

2009).

Dessa forma, os pontos dolorosos compreendidos neste estudo se mostram

semelhantes aos observados nas demais pesquisas desenvolvidas em outras regiões do país

utilizando-se o mesmo método, no entanto, em relação à existência da dor e/ou desconforto

verifica-se uma ocorrência inferior entre os professores da APAE de Santarém, em

comparação com as demais pesquisas, quando as queixas se mantêm entre 60 a 90% entre os

pesquisados e neste estudo demonstrou-se inferior a 50% tanto em relação aos últimos sete

dias quanto nos últimos doze meses precedentes à coleta dos dados.

Quando questionados a cerca da intensidade da dor e/ou desconforto, em relação

aos 12 meses anteriores, foi relatado uma ocorrência maior da resposta “raramente” e quando

a pergunta foi sobre aos últimos 7 dias, houve uma variação maior entre “raramente”, “com

freqüência” e “sempre”.

Estas respostas podem sugerir que os processos álgicos ocorrem nesse grupo de

forma crônica, uma vez que a dor ou desconforto são citados nos mesmos locais tanto nos

últimos 12 meses quanto na última semana. No entanto, em relação à última semana a

intensidade da dor relatada tem uma maior variação, o que pode sugerir processos constantes

de agudização das queixas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

3) Durante os últimos 12 meses, você foi impedido de realizar suas atividades (trabalho,

esportes, trabalho em casa...) por causa do seu problema?

Gráfico 3 – Representação percentual dos impedimentos à realização de atividades devido às queixas

álgicas de docentes da APAE de Santarém em relação aos últimos doze meses trabalhados.

94,7%

94,7%

94,7%

100,0%

100,0%

100,0%

84,2%

89,5%

100,0%

5,3%

5,3%

5,3%

15,8%

10,5%

Pescoço / Região Cervical

Ombros

Braços

Cotovelos

Antebraços

Punhos / Mãos / Dedos

Região Dorsal

Região Lombar

Quadril / Membros inferiores

Não Sim

Page 11: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

11

0 4) Considerando suas respostas ao quadro anterior, em que caso(s) você acha que os

sintomas estão relacionados ao trabalho que realiza? (é possível assinalar mais que um

item).

Gráfico 4 – Representação percentual da relação entre as algias e o trabalho dos professores da APAE

de Santarém em 2012.

Com as respostas coletadas nas questões anteriores, observa-se que os quadros

álgicos das regiões dorsais e lombares são mais incapacitantes, segundo a opinião dos

pesquisados, que fazem uma relação maior entre esses sintomas e o impedimento à prática da

atividade laboral desempenhada, o que reforça o evidenciado por Deliberato (2008), confirma

os estudos realizados em São Paulo por Carvalho & Alexandre (2006) e no Rio Grande do

Norte por Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009) quando falam dos sintomas

osteomusculares mais comuns em professores.

Em vista disso, devem-se considerar relevantes as queixas existentes quanto ao

impedimento para realização das atividades laborais, pois são importantes indicativos de

distúrbios osteomusculares que podem comprometer o desempenho profissional do indivíduo,

como indicado pelo Ministério da Saúde (2005) em seu Manual sobre DORT’s.

Estes fatores devem ser levados em consideração, pois como apresentado no

gráfico de número 6, já existem entre o público estudado diagnósticos clínicos de DORT.

5) A seguir, assinale a(s) alternativa(s) que representam atividade que faz(em) parte do seu

dia-a-dia (é possível assinalar mais que uma alternativa):

63,2%

10,5%

5,3% 10,5%

26,3% 10,5%

Nenhum deles

Problemas nos ombros

Problemas nos cotovelos

Problemas nos punhos / mãos / dedos

Problemas na região lombar

Estão relacionados

Estão relacionados

84,2%

5,3%

21,1%

31,6%

5,3%

57,9%

5,3%

Atividades domésticas

Tocar instrumento musical

Trabalhos manuais

Usar computador fora do trabalho

Praticar tênis, squash ou outra atividade física…

Cuidar de crianças em idade pré-escolar

Nenhuma das anteriores

Atividades Extras

Atividades Extras

Page 12: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

12

0 Gráfico 5 – Representação percentual das atividades extras desenvolvidas no dia-a-dia por professores da

APAE de Santarém em 2012.

6) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela(s) que corresponda(m) a diagnóstico(s)

que você tenha recebido de algum médico, nos últimos 12 meses:

Grafico 6 – Representação percentual dos diagnósticos de patologias recebidos por professores da

APAE de Santarém nos últimos 12 meses.

De acordo com os dados demográficos coletados através do QNSO, temos os

seguintes resultados:

Gráfico 7 - Representação percentual da distribuição de sexo entre os

professores da APAE de Santarém em 2012.

0,0%

5,3%

15,8%

0,0%

5,3%

0,0%

0,0%

10,5%

0,0%

68,4%

Hipotireoidismo

Artrite

Diabetes

Fibromialgia

Hérnia de Disco

Cãimbra do Escrivão

Gota

LER / DORT

Fraturas ou lesões acidentais

Nenhuma das Anteriores

Casado / vive

maritalmente

84,2%

Solteiro 15,8%

Feminino 89,5%

Masculino 10,5%

Page 13: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

13

0 Gráfico 8 - Representação percentual do estado civil entre os professores da

APAE de Santarém em 2012.

Gráfico 9 - Representação percentual da faixa etária entre os professores da

APAE de Santarém em 2012.

Gráfico 10 - Representação percentual da escolaridade entre os

professores da APAE de Santarém em 2012.

O perfil dos professores desta instituição é constituído por pessoas do sexo

feminino, com uma faixa etária entre 36 e 50 anos, casadas que possuem nível superior

completo. Tais dados são semelhantes aos encontrados em pesquisas realizadas em outras

regiões do país.

A Revista Baiana de Saúde Pública apresentando dados referentes ao CESAT –

Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador, no período entre 1991 e 2001, relatou o

atendimento de 235 professores, com média de idade de 42 anos, 97% do sexo feminino,

apresentando 66% de incidência de doenças ocupacionais, 26% por distúrbios

osteomusculares (PORTO et al., 2007).

Pesquisa envolvendo docentes da rede pública de ensino fundamental no interior

do estado de São Paulo, abrangendo 212 professores, demonstrou que 99,4 % dos professores

eram do sexo feminino, com idade média de 40 anos (CARVALHO & ALEXANDRE, 2006).

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em estudo com uma amostra de

242 docentes da rede básica municipal de ensino, revela que 81,7% eram do sexo feminino,

em idade média de 43 anos (FERNANDES, ROCHA & COSTA-OLIVEIRA, 2009).

Carvalho (2001), em Belo Horizonte, demonstrou uma maior incidência de

DOR’T, em professores com idade entre 30 a 39 anos (54,5%), seguida dos 20 a 29 anos

(36,3%), representando um percentual de 90,8% do total de ocorrências, sendo a média de

idade de acometimento os 35 anos.

Segundo dados do Ambulatório de LER/DORT do Instituto de Ortopedia e

Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo, entre Março de 1993 a Dezembro de 1998, demonstra que dos 390 doentes com

DORT, 91,8% eram do sexo feminino e a média de idade era de 38,5 anos (RODRIGUES,

2004)

Desde 20 até 35 anos

15,8%

Desde 36 até 50 anos

57,9%

Acima de 50 anos 26,3%

Ensino médio 5,26%

Ensino superior

incompleto 26,32% Ensino

superior completo 52,63%

Especialista 15,79%

Page 14: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

14

0

No Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social de

Belo Horizonte (NUSAT), mais de 70 % dos casos de DORT atendidos são de mulheres e a

maior incidência ocorre em trabalhadores entre 30 e 39 anos de idade (RODRIGUES, 2004)

Todos os dados supracitados, obtidos em pesquisas realizadas em diversas regiões

do país, demonstram que a maior incidência de distúrbios osteomusculares ocorre em

professoras de meia idade o que é reforçado através deste estudo.

Gráfico 11 - Representação percentual do tempo de atuação profissional

dos professores da APAE de Santarém em 2012.

Gráfico 12 - Representação percentual da carga horária de trabalho dos

professores da APAE de Santarém em 2012.

Gráfico 13 - Representação percentual da incidência de realização de

atividade profissional extra entre os professores da APAE de

Santarém em 2012.

Menos de 6 horas 10,5%

6 horas 10,5%

8 horas 52,6%

Mais que 8 horas 26,3%

Menos de 6 anos 5,3% Desde 6

até 10 anos 26,3%

Desde 11 até 15 anos

10,5%

Desde 16 até 20 anos

15,8%

Desde 21 até 25 anos

31,6%

Desde 26 até 30 anos

10,5%

Sim 10,5%

Não 89,5%

Sim 31,6%

Não 68,4%

Page 15: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

15

0

Gráfico 14 - Representação percentual da incidência da prática de

atividade física regular entre os professores da APAE de Santarém em

2012.

De acordo com a Revista Baiana de Saúde Pública, o CESAT – Centro de Estudos

da Saúde do Trabalhador, entre 1991 e 2001, no atendimento de 235 professores verificou que

estes em média já praticavam a mesma profissão a 14 anos (PORTO et al., 2007).

Pesquisas envolvendo docentes da rede pública de ensino fundamental no interior

do estado de São Paulo verificaram a média de 15 anos de profissão entre os pesquisados, o

que corrobora com a pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

que demonstra uma atuação profissional em média de 18 anos (FERNANDES, ROCHA E

COSTA-OLIVEIRA, 2009; CARVALHO & ALEXANDRE, 2006).

Em comparação aos demais estudos verificaram-se neste uma ocorrência maior de

anos de prática docente, apresentada entre 21 a 25 anos entre os pesquisados, que

desenvolvem seu trabalho em uma carga horária de trabalho de 8 horas diárias.

Quanto às atividades laborais extras, foram negadas pela quase totalidade dos

pesquisados, relatando dessa forma, realizarem apenas a prática docente e dentre as atividades

extra-laborais (gráfico 5), as mais citadas são as atividades domésticas e o cuidado de

crianças.

Outro dado relevante colhido através deste estudo foi a respeito da prática de

atividade física regular que foi mencionada pela minoria dos participantes. A idade do

profissional, o tempo de serviço e a carga horária trabalhada, aliados ao sedentarismo são

fatores preocupantes, pois a dinâmica profissional do professor requer exigências tanto

mentais quanto físicas, e o corpo e a mente devem estar saudáveis e condicionados para tais

exigências (LIMA, 2005).

A prática de atividade física contribui para o condicionamento cardiorrespiratório

e musculoesquelético, alivia a tensão, o estresse e a fadiga, preparando o indivíduo para a

prática laboral (POLITO & BERGAMASH, 2003).

Dessa forma, o público apresentado, com décadas ligados à mesma atividade

profissional, realizada por longo período diário e sem um condicionamento adequado, fica

mais propício à patologias como os Distúrbios Osteomusculares. Também as atividades extra

laborais são fatores importantes para o desenvolvimento de DORT`s, sendo o público

composto por mulheres, casadas, de meia idade, presume-se uma carga de trabalho doméstico

que pode aumentar os riscos de acometimentos osteomusculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2005).

No entanto, os dados expostos não são conclusivos quanto à ocorrência de

DORT’s, apenas revelam uma predisposição a essas patologias e alertam para a necessidade

de investigações mais profundas. Uma vez que o questionário utilizado é uma ferramenta

subjetiva e não pode por si só afirmar a existência ou não desses distúrbios.

Doravante o questionário serviu ao objetivo proposto pela pesquisa, de indicar as

principais queixas álgicas indicativas de DORT, alertando a necessidade de aliar esses dados

importantes, porém subjetivos, à formas objetivas e específicas de avaliação e diagnóstico,

como a análise ergonômica do ambiente de trabalho e a própria avaliação clínica e física do

trabalhador por um profissional capacitado. Pois dessa forma, será possível realizar o

diagnóstico clínico funcional de DORT e consequentemente traçar metas de prevenção e

reabilitação.

14. Conclusão

Page 16: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

16

0

Muitos estudos relatam um alto índice de distúrbios ocupacionais acometendo os

professores, dentre eles podemos destacar os osteomusculares como um dos maiores em

incidência.

Com os resultados obtidos nessa pesquisa pudemos fazer uma analogia entre o

relato de queixas dos professores estudados em outras regiões do país com a dos professores

envolvidos nesta pesquisa, e assim comprovar a semelhança entre os cenários apresentados.

As regiões anatômicas acometidas são as mesmas referidas tanto por este público

quanto pelos outros. No entanto, revelou-se entre a população estudada uma intensidade

menor nas queixas apresentadas.

Apesar da incidência não demonstrar-se alta e a intensidade das dores e/ou

desconfortos serem relativamente baixas, os dados demográficos e ocupacionais nos chamam

a atenção, pois através deles podemos observar que embora as queixas sejam leves, existem

fatores associados que complicam tal cenário, como, o longo tempo de carreira docente, a

extensa carga horária diária de trabalho, a média de idade do profissional, as atividades extra

laborais e o sedentarismo, que são agravos preocupantes na predisposição ao surgimento de

distúrbios orgânicos, como os osteomusculares.

Salientamos a necessidade de um número maior de pesquisas a cerca do tema

abordado, com a utilização de métodos diversos e comparativos, a fim de se obter resultados

ainda mais fidedignos.

Sugerimos ainda a realização de um estudo mais abrangente na instituição

pesquisada, que possibilite através deste obter-se um diagnóstico da saúde ocupacional dos

docentes envolvidos e que possa embasar medidas preventivas aos possíveis agravos

osteomusculares.

Principais Referências

BARBOSA, Luis Guilherme. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho – DORTs: A Fisioterapia do Trabalho aplicada. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

BRANDÃO, Andréa Gonçalves; HORTA, Bernardo Lessa; TOMASI, Elaine. Sintomas de

distúrbios osteomusculares em bancários de Pelotas e região: prevalência e fatores

associados. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415790X2005000300011>

Acesso em: 20 de Abril de 2012.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

NO BRASIL. Doenças relacionados ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços

de saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2001.

CAILLIET, Rene. Dor: Mecanismos e Tratamento. Porto Alegre: Artmed, 1999.

CARVALHO, AJFP; ALEXANDRE, NMC. Sintomas Osteomusculares em professores do

Ensino Fundamnetal. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141335552006000100005&script=sci_arttext>

Acesso em: 21 de Abril de 2012.

CARVALHO, Geraldo Mota; Enfermagem do Trabalho. São Paulo: E.P.U., 2001.

DELIBERATO, Paulo César Porto. Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e aplicações.

Barueri: Manole, 2002.

Page 17: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

17

0

FERNANDES, Marcos Henrique; ROCHA, Vera Maria da; COSTA-OLIVEIRA, Angelo G.

Roncalli da; Fatores associados à prevalência de sintomas osteomusculares em

professores. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/pdf/rsap/v11n2/v11n2a10.pdf>.

Acesso em: 21 de Abril de 2012.

GALVAN et al . Prevalência de sintomas osteomusculares em trabalhadores do setor de

limpeza de uma Universidade Pública. Disponível em:

<http://www.usp.br/siicusp/Resumos/16Siicusp/5084.pdf> Acessso em: 20 de Abril de 2012.

GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTR, 2008.

GOSS, Jeffrey; FETTO, Joseph; ROSEN, Elaine; Exame Musculoesquelético. 2ª edição.

Porto Alegre: Artmed, 2005.

KAWAMOTO, Emilia Emi; Enfermagem Comunitária. São Paulo: E.P.U., 1995.

LIMA, Valquíria de; Ginástica Laboral: Atividade Física no Ambiente de Trabalho. São

Paulo: Phorte, 2005.

MANUAL de Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2008.

MENDES, René; Patologia do Trabalho: Atualizada e Ampliada. 2ª edição. São Paulo:

Atheneu, 2005.

MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. Lesões por Esforços Repetitivos (LER)

Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Brasília: Editora do

Ministério da Saúde, 2005.

MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. Diagnóstico, Tratamento, Reabilitação,

Prevenção e Fisiopatologia das LER/DORT. Brasília: Editora do Ministério da Saúde,

2005.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA. Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário.

Disponível em: <www.mte.gov.br>. Acesso em: 15 de Abril de 2012.

MIRANDA et al. Sintomas osteomusculares e absenteísmo referidos por trabalhadores

da cozinha de um Hospital Público. Disponível em:

<http://www.usp.br/siicusp/Resumos/16Siicusp/4551.pdf> Acesso em: 20 de Abril de 2012.

OLIVEIRA, José de; Acidentes do Trabalho: Teoria, Prática e Jurisprudência. 3ª edição.

São Paulo: Saraiva, 1997.

OLIVEIRA, D.A. As reformas educacionais e suas repercussões sobre o trabalho

docente. In_____ Reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes.

Belo Horizonte: Autêntica, 2003, p. 13-35.

PEROSSI, Sandra C.- LER/DORT-Abordagem Psicossomática na Fisioterapia. In:

Revista Fisio &Terapia, nº27 – 2001.

Page 18: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

18

0

PINHEIRO, Fernanda Amaral; TRÓCCOLI, Bartholomeu Torres; CARVALHO, Cláudio

Viveiros de; Validação do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como

medida de morbidade. Revista de Saúde Pública, Março. 2001. Disponível em:

<www.fsp.usp.br/rsp>. Acesso em: 22 de Abril de 2012.

POLITO, Eliane; BERGAMASH, Elaine Cristina. Ginástica Laboral: Teoria e Prática. 2ª

edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

PORTO, Lauro Antônio et al. Doenças Ocupacionais em Professores atendidos pelo

Centro de Estudos da Saúde do trabalhador (CESAT). Revista Baiana de Saúde Pública.

Disponível em: < http://www.sinpro-ba.org.br/saude/doc/doencas_ocupacionais.pdf/revista>.

Acesso em: 15 de Abril de 2012.

Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO. Disponível em:

<http:/www.depotz.net/saude/julio/ortopedia/quest%20dort.doc/>. Acesso em: 22 de Abril de

2012.

RAMOS, Maiara Borges. Estudo da prevalência de quadro álgico osteomuscular em

professores de uma escola do ensino fundamental no município de Florianópolis/SC: Levantamento de dados sob a ótica da fisioterapia. Disponível em: <www.salesiano-

ata.br/faculdades/noticias/592/.../TCC_2007.pdf>. Acesso em: 22 de Abril de 2012.

RODRIGUES, Dirceu Francisco de Araújo. As Controvérsias na Investigação da Relação

Nexo-Causal de Distúrbios Osteomusculares e o Trabalho Realizado, 2004. Disponível

em:

<http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/DirceuFranciscoDeAraujoRodrigues.pdf

>. Acesso em: 15 de Abril de 2012.

ROUQUAYROL, Maria Zélia; ALMEIDA FILHO, Naomar de; Epidemiologia e Saúde. 5 ª

edição. Rio de Janeiro: Medesi, 1999.

SEVERO, Carini; PEZZINI, Giovana; CATTELAN, Anderson V. ; Lesões por esforço

repetitivo – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT): A

mais nova epidemia na saúde pública brasileira. Disponível em:

<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/ler_dort_epidemia.

htm>. Acesso em: 22 de Abril de 2012.

SILVA FILHO, Edvaldo Cardoso da. Queixas álgicas como sinal indicativo de Ler/Dort

em cirurgiões dentistas do programa saúde da família do município de barreiras –

Bahia. Disponível em:

<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/queixas_algicas

_arquivos/queixas_algicas_edvaldo.htm>. Acesso em: 15 de Abril de 2012.

VERONESI JUNIOR, José Ronaldo; Fisioterapia do Trabalho: Cuidando da saúde

funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.

ZANOTELLI, et al. Análise ergonômica do ambiente de trabalho dos funcionários da

biblioteca da universidade de passo fundo – RS. Disponível em:

<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/alternativa/analise_ergono

mica/analise_ergonomica.htm> Acesso em: 21 de Abril de 2012.

Page 19: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

Anexo A – Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO)

Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares – QNSO

Com base na figura humana ilustrada abaixo, você deverá registrar a freqüência em

que tem sentido dor, dormência, formigamento ou desconforto nas regiões numeradas do

desenho do corpo.

( 0 ) Não ( 1 ) Raramente ( 2 ) Com freqüência ( 3 ) Sempre

Exemplo: considerando os 12 últimos meses, você tem tido algum problema (tal como

dor, desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:

Se você tem sentido dores no pescoço com freqüência, você deverá assinalar o

número 2:

1. Pescoço? 0 1 2 3

Page 20: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

1) Considerando, os últimos 12 meses, você tem tido algum problema (tal como dor,

desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:

1. Pescoço / Região Cervical? 0 1 2 3

2. Ombros? 0 1 2 3

3. Braços? 0 1 2 3

4. Cotovelos? 0 1 2 3

5. Antebraços? 0 1 2 3

6. Punhos / Mãos / Dedos? 0 1 2 3

7. Região Dorsal? 0 1 2 3

8. Região Lombar? 0 1 2 3

9. Quadril / Membros Inferiores 0 1 2 3

2) Considerando, os últimos 7 dias, você tem tido algum problema (tal como dor,

desconforto ou dormência) nas seguintes regiões:

1. Pescoço / Região Cervical? 0 1 2 3

2. Ombros? 0 1 2 3

3. Braços? 0 1 2 3

4. Cotovelos? 0 1 2 3

5. Antebraços? 0 1 2 3

6. Punhos / Mãos / Dedos? 0 1 2 3

7. Região Dorsal? 0 1 2 3

8. Região Lombar? 0 1 2 3

9. Quadril / Membros Inferiores 0 1 2 3

3) Durante os últimos 12 meses, você foi impedido de realizar suas atividades (trabalho,

esportes, trabalho em casa...) por causa do seu problema?

Page 21: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

1. Pescoço / Região Cervical? Sim Não

2. Ombros? Sim Não

3. Braços? Sim Não

4. Cotovelos? Sim Não

5. Antebraços? Sim Não

6. Punhos / Mãos / Dedos? Sim Não

7. Região Dorsal? Sim Não

8. Região Lombar? Sim Não

9. Quadril / Membros Inferiores Sim Não

4) Considerando suas respostas ao quadro anterior, em que caso(s) você acha que os sintomas

estão relacionados ao trabalho que realiza? (é possível assinalar mais que um item).

. 1 . Nenhum deles . 6 . Problemas nos antebraços

. 2 . Problemas no pescoço/região cervical . 7 . Problemas nos punhos/mãos/dedos

. 3 . Problemas nos ombros . 8 . Problemas na região dorsal

. 4 . Problemas nos braços . 9 . Problemas na região lombar

. 5 . Problemas nos cotovelos . 10. Problemas no quadril/membros inferiores

5) A seguir, assinale a(s) alternativa(s) que representam atividade que faz(em) parte do

seu dia-a-dia (é possível assinalar mais que uma alternativa):

. 1. Atividades Domésticas (lavar ou passar roupa, limpar casa, lavar louça, etc...)

. 2. Tocar Instrumento Musical

. 3. Trabalhos Manuais (tricô, crochê, escrita freqüente, etc)

. 4. Usar Computador Fora do Trabalho

. 5 Praticar Tênis, Squash ou Outra Atividade Física com Utilização dos Membros

Superiores

. 6. Cuidar de Crianças em Idade Pré-escolar

. 7. Nenhuma das Anteriores

6) Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela(s) que corresponda(m) a diagnóstico(s)

que você tenha recebido de algum médico, nos últimos 12 meses:

. 1. Hipotireoidismo . 6. Cãibra do Escrivão

Page 22: Estudo das principais queixas álgicas indicativas de …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/113_-_Estudo_das... · Tenossinotives (CID 727.0/2); epicondilites (CID 726.3/0);

. 2. Artrite . 7. Gota

. 3. Diabetes 8. LER / DORT(doença ocupacional relacionada ao

trabalho)

. 4. Fibromialgia . 9. Fraturas ou Lesões Acidentais

. 5. Hérnia de Disco . 10 Nenhuma das Anteriores

Dados Demográficos (não coloque seu nome)

Data do preenchimento: ______/______/____________

1) Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

2) Estado civil: ( ) casado/vive maritalmente ( ) solteiro

3) Idade: _________anos

4) Escolaridade: ( ) Até o 2º grau ( ) Superior incompleto ( ) Superior

completo

( ) Especialista ( ) Mestrado ( ) Doutorado

5) Especialidade (s):

_________________________________________________________________

6) Há quantos anos você trabalha como professor?

______________________________________

7) Em média, você trabalha por dia: ( ) 6 horas ( ) 8 horas ( ) mais

que 8 horas

8) Você fuma ou fumava a um ano atrás? ( ) sim ( ) não

9) Você é: ( ) destro ( ) canhoto ( ) ambidestro

10) Você tem alguma outra atividade profissional: ( ) sim ( ) não

Qual?______________

11) Você realiza algum tipo de atividade física regularmente (três ou mais vezes por

semana, com no mínimo 30 minutos de duração)? ( ) sim ( ) não

Qual?________________________