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Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636 Vivências. Vol.8, N.14: p.100-112, Maio/2012 100 EDUCOMUNICAÇÃO AMBIENTAL NO ALTO URUGUAI GAÚCHO: ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE NA MÍDIA IMPRESSA Environmental Educommunication in Alto Uruguai Gaúcho: Study of Social Representations of Environment in the Printed Media Gabriele Winter TUMELERO Elcemina Lucia Balvedi PAGLIOSA Felipe BIASUS Sônia Beatris Balvedi ZAKRZEVSKI RESUMO A pesquisa caracterizou as representações sociais de meio ambiente presentes nos textos dos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, produzidos e veiculados na região do Alto Uruguai Gaúcho, no período de 1980 a 2009. A partir do contato com os editores dos jornais, apresentando a proposta da pesquisa e buscando a autorização para a realização da mesma, identificamos os textos sobre a temática ambiental e construímos um banco de dados que foi submetido a um processo de análise de conteúdo e análise estatística descritiva. Foi possível identificar que, nesse período, a mídia impressa da região colaborou no processo de educomunicação ambiental para a sustentabilidade, potencializando a voz de educadores e educadoras ambientais, por meio das matérias veiculadas. Os artigos priorizam questões ambientais de ordem local e regional, pouco contemplando as discussões do movimento ambientalista brasileiro e internacional (questões relativas a problemas ambientais nacionais e/ou globais); os textos são elaborados, essencialmente, por jornalistas, algumas vezes apresentando problemas conceituais referentes aos temas apresentados. Existem muitos relatos de experiências desenvolvidas na região, principalmente associadas a datas comemorativas alusivas ao meio ambiente. Quanto às representações de meio ambiente, existe uma ênfase no enfoque do ambiente enquanto problema, gerado pelos modos de vida e hábitos de consumo da população, responsáveis pelo rompimento de dinâmicas ecológicas naturais; porém as ideias de ambiente como sistema, projeto comunitário ou biosfera pouco são abordadas nos textos divulgados. É importante considerar que a exploração dessas inter-relações contribui na melhor compreensão do ambiente e de seu funcionamento, permitindo, deste modo, a tomada de decisões e o desenvolvimento de projetos mais pertinentes. A pesquisa evidencia a importância da comunicação ambiental, com base no diálogo entre os saberes naturais (ecológicos) e culturais (sociais, políticos, econômicos, entre outros), para mediar e instrumentalizar o processo de empoderamento e apropriação da questão ambiental pela sociedade. Palavras-Chave: Educomunicação; Representações Sociais; Movimento Ambientalista. ABSTRACT The study characterized the social representations of environment present in the texts of the Bom

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EDUCOMUNICAÇÃO AMBIENTAL NO ALTO URUGUAI GAÚCHO: ES TUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MEIO AMBIENTE NA MÍDIA IM PRESSA

Environmental Educommunication in Alto Uruguai Gaúcho: Study of Social Representations of Environment in the Printed Media

Gabriele Winter TUMELERO

Elcemina Lucia Balvedi PAGLIOSA

Felipe BIASUS

Sônia Beatris Balvedi ZAKRZEVSKI

RESUMO A pesquisa caracterizou as representações sociais de meio ambiente presentes nos textos dos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, produzidos e veiculados na região do Alto Uruguai Gaúcho, no período de 1980 a 2009. A partir do contato com os editores dos jornais, apresentando a proposta da pesquisa e buscando a autorização para a realização da mesma, identificamos os textos sobre a temática ambiental e construímos um banco de dados que foi submetido a um processo de análise de conteúdo e análise estatística descritiva. Foi possível identificar que, nesse período, a mídia impressa da região colaborou no processo de educomunicação ambiental para a sustentabilidade, potencializando a voz de educadores e educadoras ambientais, por meio das matérias veiculadas. Os artigos priorizam questões ambientais de ordem local e regional, pouco contemplando as discussões do movimento ambientalista brasileiro e internacional (questões relativas a problemas ambientais nacionais e/ou globais); os textos são elaborados, essencialmente, por jornalistas, algumas vezes apresentando problemas conceituais referentes aos temas apresentados. Existem muitos relatos de experiências desenvolvidas na região, principalmente associadas a datas comemorativas alusivas ao meio ambiente. Quanto às representações de meio ambiente, existe uma ênfase no enfoque do ambiente enquanto problema, gerado pelos modos de vida e hábitos de consumo da população, responsáveis pelo rompimento de dinâmicas ecológicas naturais; porém as ideias de ambiente como sistema, projeto comunitário ou biosfera pouco são abordadas nos textos divulgados. É importante considerar que a exploração dessas inter-relações contribui na melhor compreensão do ambiente e de seu funcionamento, permitindo, deste modo, a tomada de decisões e o desenvolvimento de projetos mais pertinentes. A pesquisa evidencia a importância da comunicação ambiental, com base no diálogo entre os saberes naturais (ecológicos) e culturais (sociais, políticos, econômicos, entre outros), para mediar e instrumentalizar o processo de empoderamento e apropriação da questão ambiental pela sociedade. Palavras-Chave: Educomunicação; Representações Sociais; Movimento Ambientalista. ABSTRACT The study characterized the social representations of environment present in the texts of the Bom

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Dia and Diário da Manhã newspapers, produced and aired in the Alto Uruguai Gaúcho, from 1980 to 2009. From contact with the editors of newspapers, presenting the research proposal and seeking for the authorization to perform the same, we identified the texts about environmental issues and constructed a database that was subjected to a process of content and descriptive statistical analysis. It was possible to identify that in this period, the regional printed media collaborated in the process of educational communication for environmental sustainability, strengthening the voice of environmental educators, through the articles published. The texts prioritize environmental issues of local and regional order, with little attention to the discussions of the Brazilian and international environmental movement (about national and/or global environmental problems); the articles are produced mainly by journalists, sometimes presenting conceptual problems for the topics presented. There are many reports of experiences developed in the region, mainly associated with environment commemorative dates. Regarding to the representations of environment, there is an emphasis on the environment as a problem, generated by the lifestyles and consumption habits of the population, responsible for the disruption of natural ecological dynamics, but the ideas of the environment as a system, community project or biosphere are little discussed in the texts published. It’s important to consider that the exploration of these interrelationships helps in better understanding the environment and its operation, thus enabling the decision-making and more relevant projects development. The research highlights the importance of environmental reporting, based on dialogue between the natural (ecological) and cultural knowledge (social, political, economic, etc.), to mediate and instrumentalize the process of empowerment and ownership of environmental issues by society. Keywords: Educommunication; Social Representations; Environmental Movement.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho apresentamos os dados de um estudo sobre as representações sociais de meio ambiente difundidas por dois Jornais produzidos e veiculados na região do Alto Uruguai Gaúcho: o Jornal Bom Dia e o Jornal Diário da Manhã. O estudo teve por objetivo caracterizar as representações sociais de meio ambiente presentes em textos de jornais produzidos e veiculados na Região do Alto Uruguai Gaúcho, no período de 1980 a 2009, confrontando as mesmas com as ideias ambientalistas vigentes nesse período.

As representações sociais se referem a um fenômeno típico da sociedade moderna (MOSCOVICI, 2003). O advento da comunicação em massa permitiu o acesso maciço a contextos sociais específicos, bem como a emergência de diversos novos núcleos sociopsicológicos de produção de conhecimento do senso comum e uma consequente diversificação das representações (DUVEEN, 2003). Nesse sentido, considerando-se a relação da mídia com o público, as representações sociais também são construídas por meio da interação cotidiana, que pode dar-se através de três sistemas distintos de comunicação (MOSCOVICI, 1978): a) Propaganda: sistema caracterizado por temas ordenados, com intenção persuasiva; b) Propagação: estabelecido por membros de um grupo que possuem uma ideia a propagar; c) Difusão: direcionado a um grupo social com identidade difusa, com o objetivo de simplesmente informar, contribuindo para a formação do saber comum.

A presente pesquisa teve como foco de investigação o sistema de difusão, proposto por Moscovici (1978), uma vez que buscou responder às questões: Como os jornais publicados na região do Alto Uruguai Gaúcho trataram a questão ambiental ao longo das últimas três décadas?

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Quais as representações sociais de meio ambiente presentes nos textos veiculados? As representações de meio ambiente estavam articuladas com as ideias do movimento ambientalista da época?

Considerando-se a mídia como veículo de difusão de informações que podem implicar na construção de representações sociais, o desenvolvimento desta pesquisa permitiu traçar um diagnóstico sobre o tema, já que não existem pesquisas desenvolvidas com este objetivo na região em estudo; e permitiu a reflexão sobre as condições necessárias para que a comunicação ambiental possa colaborar na transmissão de informações e influenciar a mudança de comportamentos individuais e coletivos voltados à questão ambiental.

Para o estudo das representações de meio ambiente, foram utilizadas as sete categorias propostas por Sauvé (1996) e Sauvé et al. (2000): ambiente como sistema, ambiente como meio de vida, ambiente como biosfera, ambiente como projeto comunitário, ambiente como natureza, ambiente como recurso e ambiente como problema. As concepções apresentadas podem ser consideradas em uma perspectiva sincrônica, pois coexistem e podem ser identificadas nos diferentes discursos e práticas; mas também podem ser consideradas diacronicamente, porque são resultados da evolução histórica. METODOLOGIA

O estudo caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfica realizada a partir da análise de

conteúdo dos textos publicados nos Jornais Diário da Manhã e Bom Dia no período de 1980 a 2009. Depois de identificados, entramos em contato com os editores dos jornais da região, apresentando a proposta da pesquisa e buscando a autorização para a realização da mesma. Nos Jornais: a) foram localizados os textos sobre a temática ambiental; b) os textos foram digitalizados, considerando-se que não existe um acervo em meio digital; c) um banco de dados foi desenvolvido no software Microsoft Office Excel 2007 versão 12.0, no qual foram organizados os dados dos textos, identificando-se ano, mês e dia de publicação, seção em que foi publicado, autor(es), tema central, tipologia textual e abrangência do tema do artigo; d) os textos foram submetidos a um processo de análise textual e de análise estatística descritiva. É importante ressaltar que, quanto à abrangência dos temas, os artigos foram classificados em: local, quando priorizam questões de importância para uma localidade ou município específico; regional, quando trata sobre questões que abrangem uma região ou estado; nacional, para textos que se referem a questões ambientais no cenário brasileiro; e internacional, quando se referem a fatos/acontecimentos/preocupações de âmbito global. Para caracterizar as representações sociais de ambiente foram adotadas as categorias propostas por Sauvé (1996) e Sauvé et al. (2000). Para análise dos demais elementos presentes no texto, as categorias de análise emergiram do processo de análise de conteúdo.

Os jornais pesquisados são relativamente novos, sendo que o Jornal Bom Dia foi fundado em 2005 e o Diário da Manhã no ano de 1976. Eles são produzidos diariamente, com veiculação em toda a região do Alto Uruguai Gaúcho e caracterizam-se como jornais de apelo comunitário, voltados para a sociedade em geral. Entre outras características dos jornais, podemos observar que: a) a linguagem utilizada é de fácil acesso; b) grande parte das matérias é editorial; d) a maioria dos textos é informativa; e) existem colunas em que cidadãos podem compartilhar suas opiniões. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Número de textos publicados, objetivos dos textos e abrangência dos temas

Ao todo, foram identificados 4.087 textos sobre a temática ambiental publicados pelos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, no período de 1980 a 2009, sendo textos descritivos, informativos e relatos de experiências.

Na Figura 1, podemos observar que grande parte dos textos (2.587 textos) apenas descreve superficialmente um momento ou local específico. Há um número significativo de relatos de experiências ou eventos (959 textos), que acontecem principalmente na região do Alto Uruguai Gaúcho. Os textos informativos, que defendem determinado ponto de vista, apresentando argumentos próprios e teses conceituais, estão presentes em menor número (541 textos).

Figura 1 - Classificação dos textos relacionados a temáticas ambientais, veiculados nos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009, de acordo com seu objetivo.

Os jornais veiculados na região do Alto Uruguai Gaúcho, no período de 1980 a 2009, priorizam, nas matérias divulgadas, o tratamento das questões ambientais locais (1.860 textos) e regionais (1.358 textos), pouco contemplando assuntos de relevância nacional (269 textos) e internacional (203 textos). Dessa forma, os leitores, por intermédio deste meio de comunicação, não têm acesso aos debates nacionais e internacionais que vêm determinando políticas públicas para a área ambiental, bem como ao debate realizado pelo movimento ambientalista desde a década de 1970 (Figura 2).

Figura 2 - Abrangência dos textos relacionados a temáticas ambientais e veiculados na mídia impressa do Alto Uruguai Gaúcho, durante o período de 1980 a 2009.

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No século XX, a questão ambiental emergiu com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo foi surpreendido com o lançamento das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, promovendo importantes mudanças na visão de mundo, quando o homem percebeu, mais do que nunca, que os recursos naturais são finitos e que o uso incorreto pode representar o fim de sua própria existência. Contudo, é a partir da década de 1960 que o movimento ambientalista vai ganhando força. É nesse período que começam a surgir, com aspectos autônomos, uma série de movimentos sociais, tais como os movimentos das mulheres, dos negros, dos pacifistas e os de ecologia (McCORMICK, 1992).

A década de 1970 foi marcada tanto pela criação de diversas organizações internacionais, com o propósito de discutir os problemas ecológicos em âmbito mundial, quanto pelo surgimento dos primeiros movimentos ambientalistas organizados. O acontecimento que mais influenciou os movimentos ambientalistas internacionais, nesse período, foi a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, com a participação de 113 países. Foi a primeira grande conferência internacional para discutir o problema ambiental. Além de destacados os problemas da pobreza e do crescimento populacional, foram elaboradas metas ambientais e sociais, com ênfase nos países em desenvolvimento. Um dos pontos marcantes foi a contestação às propostas do Clube de Roma (grupo de personalidades de relevo mundial que discutiam questões pertinentes desde a década de 1960) sobre o crescimento zero para os países em desenvolvimento. Como resultado da Conferência de Estocolmo, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede mundial em Nairobi, na África, com o objetivo de incentivar as atividades de proteção ambiental dentro das Nações Unidas, o que levou a estabelecer o assunto definitivamente na agenda e nas discussões da Organização das Nações Unidas (ONU) (McCORMICK, 1992).

Foi na década de 1970 que os movimentos ambientalistas realmente proliferaram e se expandiram. A partir de então, o meio ambiente é visto de forma ampla, não se restringindo apenas ao espaço natural; as questões econômicas, humanas, sociais passam a se relacionar entre si e a se influenciar também (LEITE, 2001).

O movimento ambientalista brasileiro ganha grande visibilidade na década de 1970, sendo influenciado pela intensidade da degradação ambiental e também pelo processo de transição democrática, que proporcionou a formação de um novo contexto sociopolítico, aberto ao debate, a novas ideias e à organização de novos movimentos sociais. A partir do fim dessa década, são desenvolvidas algumas campanhas de abrangência regional ou nacional. Dentre elas, destaca-se a criação das associações ambientalistas, como a AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, fundada em 1971, em Porto Alegre, e existente até hoje. Foi a primeira Organização Não Governamental Ambientalista do Brasil e da América Latina, criada por vários militantes, coordenados pelo agrônomo José Lutzemberger (DOIMO, 1995).

As ações importantes do movimento ambientalista no período estudado têm início já em 1980, quando Ignacy Sachs publicou o livro “Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir”, que influenciou grandemente o meio científico. O conceito de ecodesenvolvimento surgiu pela primeira vez por ocasião da primeira reunião do conselho administrativo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em junho de 1973. Em linhas gerais, ecodesenvolvimento significa um estilo de desenvolvimento voltado para as especificidades de cada ecorregião, levando em conta não somente os aspectos ecológicos, mas também os sociais e culturais (LEITE, 2001).

Em 1983, houve a criação da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), pela ONU, que também ficou conhecida como Comissão Brundtland. O propósito da criação desse grupo foi reexaminar os problemas críticos do meio ambiente e desenvolvimento do planeta e formular propostas realistas para solucioná-los. Assim, em 1987, a Comissão chegou a um relatório final de todas as suas atividades, intitulado “Nosso Futuro Comum”. Nesse documento,

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propõe-se um sentido de “responsabilidade comum” e é adotado o conceito de desenvolvimento sustentável, definido como aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras (CMMAD, 1991).

Apesar desses acontecimentos fundamentais na história do movimento ambientalista mundial e brasileiro, a mídia regional estudada não publicou textos sobre a temática na década de 80 (Figura 3), não contribuindo, deste modo, para a sensibilização da população a respeito das discussões ambientais globais que passavam a tomar corpo.

Figura 3 - Comportamento do número de textos relacionados a temáticas ambientais publicados nos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009.

Estudos para a construção de usinas hidrelétricas na região do Alto Uruguai Gaúcho iniciam-se no ano de 1983, o que acaba fomentando um aumento no número de publicações a partir desse ano. Na década de 1980, começaram a emergir novas organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas com perfil profissional no Brasil, participando de forma mais organizada na gestão ambiental local e na defesa do meio ambiente, com estratégias de ação sistematizadas e projetos alternativos firmados em bases técnico-científicas (DOIMO, 1995). Na região do Alto Uruguai Gaúcho, as ONGs passam a realizar diversas atividades de Educação Ambiental, principalmente em função da questão energética local, bastante discutida nessa década.

Em 1988, com a inclusão de um capítulo dedicado ao Meio Ambiente na Constituição Brasileira, ficou estabelecido que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações (DOIMO, 1995). Apesar da extrema importância, essa conquista nacional foi pouco veiculada pela mídia impressa da região, mostrando, novamente, a desconexão da região com as questões ambientais nacionais e internacionais.

O mais importante acontecimento, depois de vinte anos da Conferência de Estocolmo, foi a Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a chamada ECO-92 ou Rio-92, que contou com representantes de 179 países, incluindo aproximadamente 100 chefes de Estado. Sua realização deveu-se à dramática situação em que se encontravam os recursos naturais do planeta. Em alguns países a crise ambiental já estava dando

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sinais claros de insustentabilidade. Assim, autoridades de diversos países se reuniram para discutir os problemas ambientais mundiais. A escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar o evento mostrou que o Brasil vinha se tornando um centro mundial de preocupação ecológica, sendo a Amazônia a referência de área geoestratégica, em razão da riqueza biológica desse patrimônio natural (LEITE, 2001). Com a Rio-92 teve-se a aprovação de vários documentos, envolvendo convenções e declarações de princípios (Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento; Convenção sobre Mudanças Climáticas; Declaração de Princípios sobre Florestas e a Agenda 21). Simultaneamente à Rio-92, aconteceu o Fórum Internacional de ONGs e Movimentos Sociais, que reuniu cerca de 4.000 entidades da sociedade civil do mundo todo (LEITE, 2001).

Pela primeira vez, a mídia regional é afetada pelo movimento ambientalista nacional e global, pois, em 1991, quando a região e o país se preparavam para a Rio-92, o número de textos publicados relativos a questões ambientais quase duplicou (de 53 textos, em 1990, para 95 textos, em 1991), mantendo-se superior a isso a partir de então (Figura 3).

Em 1997, o Rio de Janeiro sediou uma nova conferência internacional, o encontro não oficial denominado “Rio+5”, que teve o intuito de avaliar o efetivo andamento das decisões e posições tomadas na Rio-92. O encontro foi uma iniciativa das organizações não governamentais, organizado pela entidade “Amigos da Terra” e coordenado pelo canadense Maurice Strong, o mesmo que havia coordenado a Rio-92, bem como a Conferência de Estocolmo de 1972 (LEITE, 2001). Tal evento internacional levou a um pequeno aumento no número de publicações nesse ano, sendo possível verificar que os grandes debates internacionais da década de 1990 foram capazes de incentivar a mídia regional a tratar de questões ambientais, mesmo que locais, levando à sensibilização a população (Figura 3).

Mais recentemente, em 2002, foi realizada, em Johannesburgo, na África do Sul, a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a “Rio+10”, que teve como objetivo rever os acertos e falhas dos últimos dez anos, em matéria de meio ambiente global, desde a Rio-92. Simultaneamente, ocorreu a Conferência Mundial das Organizações Não Governamentais sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Social, na qual as ONGs e movimentos sociais estiveram presentes para avaliar os avanços, desde a Rio-92, do ponto de vista da sociedade civil (CUNHA, 2003).

Acreditamos ser devido à grande repercussão da “Rio+10” que 2002 é o ano, do período estudado, que mais possui textos que tratam de questões ambientais (377 textos). Nesse ano, a mídia impressa aumentou o número de publicações informando sobre temas ambientais diversos e denunciando problemas ambientais da região. Além disso, a população (sobretudo escolas, ONGs, empresas e o poder público) realizou uma série de ações voltadas à Educação Ambiental, como seminários, reflorestamento, limpeza de áreas urbanas e de recursos hídricos, entre outras, que foram relatadas nos jornais (Figura 3).

A diversidade dos temas ambientais nos textos publicados

Por meio da Análise de Conteúdo, os 4.087 textos foram classificados em três categorias relacionadas aos temas ambientais priorizados: a) Diversidade de Vida e a Natureza Cíclica da Natureza; b) Sociedade e Meio Ambiente; e c) Manejo e Conservação Ambiental (Figura 4).

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Figura 4 - Diversidade de temas ambientais abordados pelos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009.

Na categoria Diversidade de Vida e a Natureza Cíclica da Natureza, foram enquadrados 614

textos, novamente divididos em cinco subcategorias: Catástrofes Ambientais (258 textos), Diversidade da Vida/Identidade dos Seres Vivos (147 textos), Fluxos Naturais (94 textos), Extinção de Espécies e Ameaças (94 textos) e Interação entre os Seres Vivos (21 textos).

Na Figura 5 é possível perceber que, ao longo das três décadas, houve um aumento significativo na quantidade de textos relacionados a catástrofes ambientais (secas, enchentes, terremotos, ciclones, etc.) e alterações nos fluxos naturais. Os demais temas tiveram apenas o acréscimo proporcional ao aumento no número de publicações totais.

Figura 5 - Classificação dos textos relacionados a temáticas ambientais veiculados nos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009, nas subcategorias de Diversidade de Vida e a Natureza Cíclica da Natureza.

As produções referentes à temática Sociedade e Meio Ambiente (1.847 textos), também

foram enquadradas em cinco subcategorias: Datas Ambientais Comemorativas (201 textos), Políticas Ambientais e Legislação (208 textos), Cidade x Meio Ambiente (282 textos), Qualidade de Vida das Populações Humanas (505 textos) e Atividades Produtivas x Meio Ambiente (651 textos).

A Figura 6 mostra que os problemas ambientais da região relacionados a atividades

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produtivas, principalmente a influência das variações climáticas na agricultura e os problemas socioambientais causados por usinas hidrelétricas, receberam um grande destaque dos jornais nas décadas de 1980 e 1990.

Já na década de 2000, a introdução das sementes geneticamente modificadas gerou muita polêmica, ocasionando um grande número de publicações a respeito do tema.

Com relação ao tema Qualidade de Vida das Populações Humanas, houve um acréscimo significativo de textos após a Rio-92, quando se intensificou a publicação de textos relativos aos bens e serviços prestados pelo meio ambiente, bem como os prejuízos causados pela perda dos serviços prestados pelo meio ambiente. Os demais temas tiveram apenas o acréscimo proporcional ao aumento no número de publicações totais.

Figura 6 - Classificação dos textos relacionados a temáticas ambientais veiculados nos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009, nas subcategorias de Sociedade e Meio Ambiente.

Na categoria Manejo e Conservação Ambiental foram encontrados 1.626 textos, classificados em cinco subcategorias: Economia de Recursos (65 textos), Unidades de Conservação/Áreas de Preservação (74 textos), Saneamento Básico (473 textos), Técnicas de Produção Compatíveis com a Sustentabilidade (490 textos) e Ações Pontuais Desenvolvidas (524 textos).

Ao observar a Figura 7, identificamos que durante todo o período houve um grande número de publicações relatando ações pontuais desenvolvidas na região, entre elas experiências de Educação Ambiental e cursos de formação realizados com crianças, adolescentes e agricultores. No decorrer da análise dos textos, notamos que os projetos de Educação Ambiental desenvolvidos priorizam a conservação e uso sustentável dos recursos naturais da região.

Destacaram-se, também, relatos de experiências e textos informativos relativos a Técnicas de Produção Compatíveis com a Sustentabilidade (agroecologia, agricultura orgânica, programas de gestão empresarial, florestamento/reflorestamento, extrativismo sustentável e produção de energia sustentável). Os demais temas tiveram apenas o acréscimo proporcional ao aumento no número de publicações totais.

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Figura 7 - Classificação dos textos relacionados a temáticas ambientais veiculados na mídia impressa do Alto Uruguai Gaúcho, durante o período de 1980 a 2009, nas subcategorias de Manejo e Conservação Ambiental.

As representações sociais de meio ambiente nos textos publicados

Por meio das notícias veiculadas, a mídia colabora com a formação de diferentes concepções e visões de meio ambiente junto à população. O ambiente, segundo Sauvé (1996) e Sauvé et al. (2000), pode ser visto como:

a) Natureza: nessa concepção a natureza é o ambiente original, no qual os seres humanos estão dissociados e no qual devem aprender a se relacionar; as palavras-chave que vêm em mente são de meio natural, como árvores, plantas, animais, cachoeiras, etc.;

b) Recurso: os recursos naturais (água, ar, solo, fauna, bosque) são nossa herança coletiva, que sustenta a qualidade de nossas vidas; a Educação Ambiental deve ajudar o ser humano a aprender a manejar/gerenciar esses recursos para alcançar o desenvolvimento sustentável;

c) Problema: os problemas ambientais são perturbações qualitativas e quantitativas que afetam diretamente o meio ambiente; normalmente, os problemas ambientais que afetam diretamente a vida das pessoas são os que geram maiores preocupações, e aqueles que causam efeitos a médio e longo prazo e que apresentam impactos sobre o meio natural, muitas vezes são negligenciados;

d) Meio de vida: é o nosso ambiente cotidiano (a escola, a casa, o lugar de trabalho, etc.), envolvendo os aspectos naturais e culturais; quando há a redescoberta pelo ser humano de seu próprio meio, desenvolve-se um sentimento de pertencimento ao mesmo;

e) Sistema: remete-nos à ideia de espécie, população, ecossistema, equilíbrio ecológico, relações ambientais. Em função das inter-relações do meio ambiente, a vida é possível no planeta;

f) Biosfera: a concepção de ambiente como a biosfera foi provocada pela globalização do mercado, pela informação e também pela percepção sobre as inter-relações dos fenômenos ambientais locais e globais; quando pensamos em biosfera nos referimos ao planeta Terra, como um todo, ao meio ambiente global, onde tudo está interconectado;

g) Projeto comunitário: nesse enfoque, o ambiente faz parte da coletividade humana; pelo individualismo e falta de compromisso com a própria comunidade, o ambiente clama pela solidariedade, pela democracia e pelo envolvimento individual e coletivo.

Na Figura 8 apresentamos as diferentes representações de meio ambiente existentes nos textos veiculados na mídia impressa do Alto Uruguai Gaúcho.

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Figura 8 - Representações sociais de meio ambiente veiculadas pelos jornais Bom Dia e Diário da Manhã, durante o período de 1980 a 2009.

Por meio da análise da Figura 8, observamos que, nas décadas de 1990 e 2000, existe uma

ênfase no enfoque do ambiente como Problema (413 e 1.028 textos, respectivamente), gerados pela crescente urbanização, industrialização acelerada, monocultura, pelos modos de vida e hábitos de consumo da população, vinculados ao tipo de desenvolvimento vigente, que têm sido responsáveis por catástrofes ambientais, rompendo com as dinâmicas ecológicas naturais.

Durante todo o período estudado, as ideias de ambiente como Biosfera (17 textos), referindo-se ao planeta Terra como um todo, e ao meio ambiente global, onde tudo está interconectado; Projeto Comunitário (33 textos), em que o ambiente faz parte da coletividade humana; e Sistema (51 textos), remetendo-nos à ideia de espécie, população, ecossistema, equilíbrio ecológico e relações ambientais são frágeis nos textos divulgados.

Lamentavelmente, a realidade tem sido apresentada de maneira fragmentada, sem levar em consideração a rede de relações entre os elementos do meio ambiente; é importante considerar que a exploração destas inter-relações contribui para a melhor compreensão do ambiente e de seu funcionamento, permitindo, deste modo, a tomada de decisões e o desenvolvimento de projetos mais pertinentes. Defendemos a ideia de que os meios de comunicação devem explorar, em suas matérias, as diferentes percepções de ambiente. É fundamental considerar essas percepções de modo complementar, contribuindo para que o ambiente seja percebido de uma forma global, para que a população compreenda as inter-relações existentes entre as pessoas, a sociedade e a natureza, de um modo complexo. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da análise dos textos publicados nos jornais Bom Dia e Diário da Manhã nas últimas três décadas, evidenciamos que: a) no período estudado, a mídia impressa da região colaborou no processo de educomunicação ambiental para a sustentabilidade, potencializando a voz de educadores e educadoras ambientais por meio das matérias veiculadas; b) houve um crescimento linear no número de textos relacionados a temáticas ambientais no período de 1980 a 2009, com alguns pontos altos e baixos, influenciados, por vezes, pelo movimento ambientalista da época; c)

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os artigos priorizam questões ambientais de ordem local e regional, pouco contemplando as discussões do movimento ambientalista brasileiro e internacional (questões relativas a problemas ambientais nacionais e/ou globais); d) os textos são elaborados, essencialmente, por jornalistas, algumas vezes apresentando problemas conceituais referentes aos temas apresentados; e) o ambiente é tratado essencialmente como problema, gerado pelos modos de vida e hábitos de consumo da população, responsáveis pelo rompimento de dinâmicas ecológicas naturais; f) existem muitos relatos de experiências desenvolvidas na região, principalmente associadas a datas comemorativas alusivas ao meio ambiente (Dia da Água, Dia da Árvore, Semana do Meio Ambiente).

A questão ambiental nunca esteve tão alardeada como atualmente em todo o mundo, sobretudo pelo poder de divulgação e formação de opinião dos meios de comunicação. Faz-se necessário, entretanto, que esse poder seja usado não só para denunciar e informar a respeito da questão ambiental, mas que também sirva como uma verdadeira ferramenta para construir uma educação diferente da atual.

Os meios de comunicação de massa devem ser democratizados e comprometidos com os interesses de todos os setores da sociedade, tornando-se um direito inalienável. Eles devem ser transformados em um canal privilegiado de educação, não somente disseminando informações em bases igualitárias, mas também promovendo intercâmbio de experiências, métodos e valores (BRASIL, 1999). Para tanto, é preciso não só sensibilizar os profissionais da área da comunicação, mas ainda proporcionar-lhes formação a respeito da temática ambiental, de modo que estejam capacitados para o processo de educomunicação.

Defendemos a ideia de que a comunicação ambiental deve apresentar um potencial educador. Neste sentido, ela deve congregar algumas qualidades da educação: a do testemunho, a da argumentação e a da mobilização. O testemunho se refere ao compartilhamento, dando visibilidade a experiências que emergem dos conflitos sociais, muitas vezes diretamente associados à questão ambiental, ilustrando/ exemplificando as soluções, as tecnologias para a solução de problemas; a argumentação é a possibilidade de sensibilizar e oferecer detalhes às informações fundamentais à construção do conhecimento para a gestão de conflitos ambientais; a mobilização, por sua vez, diz respeito aos processos organizativos, à participação e à formação de consciência do agir coletivo. A comunicação ambiental, com base no diálogo entre os saberes naturais (ecológicos) e culturais (sociais, políticos, econômicos, entre outros), poderá mediar e instrumentalizar o processo de empoderamento e de apropriação da questão ambiental pela sociedade. REFERÊNCIAS CMMAD - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. CUNHA, Sandra Baptista da (Org.). A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. DOIMO, Ana Maria. A vez e a voz do popular, movimentos sociais e participação política no Brasil pós 70. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. DUVEEN, G. Introdução: O poder das ideias. In: MOSCOVICI, S. Representações sociais: Investigações em Psicologia Social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. LEITE, Ana Lúcia Tostes de Aquino (Org.). Educação Ambiental: curso básico à distância: questões ambientais: conceitos, história, problemas e alternativas. Brasília: MMA, 2001. McCORMICK, John. Rumo ao Paraíso: a história do movimento ambientalista. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.

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MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. ______. Representações sociais: investigações em psicologia social. [Tradução Pedrinho Guareschi]. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 1997. SAUVÉ, L. Environmental Education and Sustainable Development: A Further Appraisal. Canadial Journal of Environmental Education, v. 1, p. 7-54, 1996. ______. et al. La educación ambiental - una relación constructiva entre la escuela y la comunidad. Montreal: Proyecto EDAMAZ, UQÁM, 2000. AGRADECIMENTOS À Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Erechim e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pelo apoio acadêmico e pelo fomento da Bolsa de Iniciação Científica.