ESTUDO DE IMPACTO DE ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇAVIZINHANÇA

São Paulo, 3.6.2009São Paulo, 3.6.2009

Vladimir Passos de FreitasVladimir Passos de FreitasDesembargador Federal aposentado.Desembargador Federal aposentado.

Professor doutor de Direito Ambiental da Professor doutor de Direito Ambiental da PUC/PRPUC/PR

NO PASSADO:NO PASSADO:DECRETO-LEI 58, DE 10.12.1937DECRETO-LEI 58, DE 10.12.1937

Art.º, - Todo proprietário...Art.º, - Todo proprietário... inc. I- , um memorial por êles assinado ou por inc. I- , um memorial por êles assinado ou por

procuradores com poderes especiais, contendo .procuradores com poderes especiais, contendo .- c) plano de loteamento, de que conste o - c) plano de loteamento, de que conste o

programa de desenvolvimento urbano, ou de programa de desenvolvimento urbano, ou de aproveitamento industrial ou agrícola; nesta aproveitamento industrial ou agrícola; nesta última hipótese, informações sôbre a qualidade última hipótese, informações sôbre a qualidade das terras, águas, servidões ativas e passivas, das terras, águas, servidões ativas e passivas, estradas e caminhos, distância de sede do estradas e caminhos, distância de sede do município e das estações de transporte de município e das estações de transporte de acesso mais facil; acesso mais facil;

DEPOISDEPOISLOTEAMENTO URBANO – DL 271, DE 28.2.1967LOTEAMENTO URBANO – DL 271, DE 28.2.1967

Art 2º Obedecidas as normas gerais de Art 2º Obedecidas as normas gerais de diretrizes, apresentação de projeto, diretrizes, apresentação de projeto, especificações técnicas e dimensionais e especificações técnicas e dimensionais e aprovação a serem baixadas pelo Banco aprovação a serem baixadas pelo Banco Nacional de Habitação dentro do prazo de 90 Nacional de Habitação dentro do prazo de 90 (noventa) dias, os Municípios poderão, quanto (noventa) dias, os Municípios poderão, quanto aos loteamentos: aos loteamentos:

I - obrigar a sua subordinação às necessidades I - obrigar a sua subordinação às necessidades locais, inclusive quanto à destinação e utilização locais, inclusive quanto à destinação e utilização

das áreas, de modo a permitir o das áreas, de modo a permitir o desenvolvimento local adequado; desenvolvimento local adequado;

TEMPOS DE CRESCIMENTO SEM TEMPOS DE CRESCIMENTO SEM LIMITESLIMITES

PARA MELHORPARA MELHORLEI 6.766, DE 19.12.1979LEI 6.766, DE 19.12.1979

Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. aprovadas por lei municipal.

                Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo: solo:

                I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o      escoamento de tomadas as providências para assegurar o      escoamento das águas; das águas;

                II - em terrenos que tenham sido aterrados com material II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados;

        III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; das autoridades competentes;

    IV - em terrenos onde as condições geológicas não IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; aconselham a edificação;

                V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correçãocorreção. .

Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: menos, aos seguintes requisitos:

I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. se situem.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL -1988CONSTITUIÇÃO FEDERAL -1988PLANO DIRETORPLANO DIRETOR

Art. 30. Compete aos Municípios:Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado VIII - promover, no que couber, adequado

ordenamento territorial, mediante ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo parcelamento e da ocupação do solo urbano;urbano;

Estudo de Impacto AmbientalEstudo de Impacto Ambiental Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:direito, incumbe ao Poder Público:

V - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

A Lei 10.257, de 10.07.2001A Lei 10.257, de 10.07.2001 (ESTATUTO DA CIDADE)(ESTATUTO DA CIDADE)

Art. 36.Art. 36. Lei municipal definirá os os empreendimentos e atividades privados empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.a cargo do Poder Público municipal.

Como interpretar o art. 36 do Estatuto?Como interpretar o art. 36 do Estatuto?

Aplica-se o princípio Aplica-se o princípio in claris cessat in claris cessat interpretatio?interpretatio?

SOROCABA: O BOM EXEMPLOSOROCABA: O BOM EXEMPLOLei 8.270, de 24 de setembro de 2007:Lei 8.270, de 24 de setembro de 2007:

Art. 1º O licenciamento de empreendimentos e atividades Art. 1º O licenciamento de empreendimentos e atividades econômicas promovidos por entidades públicas ou econômicas promovidos por entidades públicas ou particulares, de significativo impacto urbano, deverá ser particulares, de significativo impacto urbano, deverá ser precedido de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV - e precedido de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV - e Relatório de Impacto de Vizinhança - RIVI - conforme o Relatório de Impacto de Vizinhança - RIVI - conforme o disposto nesta Lei.disposto nesta Lei.Parágrafo Único - Consideram-se empreendimentos de Parágrafo Único - Consideram-se empreendimentos de significativo impacto urbano aqueles que possam afetar:significativo impacto urbano aqueles que possam afetar:

I - a saúde, a segurança e o bem estar da população;I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II - as relações de convivência e vizinhança;II - as relações de convivência e vizinhança; III - as atividades sociais e econômicas;III - as atividades sociais e econômicas; IV - as propriedades químicas, físicas ou biológicas do meio IV - as propriedades químicas, físicas ou biológicas do meio

ambiente;ambiente;V - a infra-estrutura urbana e seus serviços (sistema viário, V - a infra-estrutura urbana e seus serviços (sistema viário, sistema de drenagem, saneamento básico, eletricidade e sistema de drenagem, saneamento básico, eletricidade e telecomunicações);telecomunicações);VI - o patrimônio cultural, artístico, histórico, paisagístico e VI - o patrimônio cultural, artístico, histórico, paisagístico e arqueológico do município;arqueológico do município;VII - a paisagem urbana.VII - a paisagem urbana.

No Plano DiretorNo Plano DiretorCuritiba, Lei de 11.266,16.12.2004 Curitiba, Lei de 11.266,16.12.2004

Art. 78. Fica instituído o Estudo Prévio de Art. 78. Fica instituído o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV como Impacto de Vizinhança - EIV como instrumento de análise para subsidiar o instrumento de análise para subsidiar o licenciamento de empreendimentos ou licenciamento de empreendimentos ou atividades, públicas ou privadas, que na atividades, públicas ou privadas, que na sua instalação ou operação possam sua instalação ou operação possam causar impactos ao meio ambiente, causar impactos ao meio ambiente, sistema viário, entorno ou à comunidade sistema viário, entorno ou à comunidade de forma geral, no âmbito do Município.de forma geral, no âmbito do Município.

Iniciativas diversificadasIniciativas diversificadas Belo Horizonte, MG:Belo Horizonte, MG:

Lei 7.166, de 27.08.1996, estabelece Lei 7.166, de 27.08.1996, estabelece normas e condições para parcelamento, normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no ocupação e uso do solo urbano no município e, ainda que mesclando município e, ainda que mesclando elementos de EIA com EIV, contém elementos de EIA com EIV, contém exigência relacionadas com o impacto da exigência relacionadas com o impacto da obra na vizinhança. obra na vizinhança.

Recife, PE:Recife, PE: Lei 15.547, de 1991, que institui o Plano Lei 15.547, de 1991, que institui o Plano

Diretor da cidade, estabelece no artigo 40 Diretor da cidade, estabelece no artigo 40 que nos empreendimentos de impacto o que nos empreendimentos de impacto o interessado deve apresentar um Memorial interessado deve apresentar um Memorial que considere o sistema de transportes, que considere o sistema de transportes, meio ambiente, infra-estrutura básica e os meio ambiente, infra-estrutura básica e os padrões funcionais e urbanísticos de padrões funcionais e urbanísticos de vizinhança vizinhança

Mas a maioria absoluta dos municípios Mas a maioria absoluta dos municípios não edita lei criando o não edita lei criando o Estatuto de Estatuto de Impacto de VizinhançaImpacto de Vizinhança

Que fazer?: esperar eternamente?Que fazer?: esperar eternamente? concluir que é dispensável?concluir que é dispensável?

Em sumaEm suma: como interpretar o art. 36 do : como interpretar o art. 36 do Estatuto da Cidade?Estatuto da Cidade?

IMPERADOR JUSTINIANOIMPERADOR JUSTINIANO527 A 564527 A 564

Corpo do Corpo do Direito Civil Direito Civil ( Corpus Juris ( Corpus Juris Civilis) que serviu Civilis) que serviu de base aos de base aos códigos civis de códigos civis de diversas nações diversas nações nos séculos nos séculos seguintes seguintes

HERMES LIMA: HERMES LIMA: “ “Códigos houve, como o da Baviera, de Códigos houve, como o da Baviera, de

1812, que proibia expressamente ao juiz a 1812, que proibia expressamente ao juiz a interpretação da leiinterpretação da lei . .

((Introdução à Ciência do Direito. Introdução à Ciência do Direito. 19. ed. 19. ed. Rio de Janeiro: Ed. Freitas Bastos,1970, Rio de Janeiro: Ed. Freitas Bastos,1970, p. 150)p. 150)

Charles-Louis de Secondat,Charles-Louis de Secondat, barão de barão de MontesquieuMontesquieu

O JUIZ É A BOCA DA O JUIZ É A BOCA DA LEILEI

Por isso na França, Por isso na França, até hoje, o Judiciário até hoje, o Judiciário não é um Poder de não é um Poder de EstadoEstado

ANDRÉ FRANCO MONTOROANDRÉ FRANCO MONTORO, , Introdução à Introdução à Ciência do Direito. Ciência do Direito. 25. ed. São Paulo: Ed. Revista 25. ed. São Paulo: Ed. Revista

dos Tribunais, 1999, p. 376.dos Tribunais, 1999, p. 376.

Contra o exagerado legalismo dos sistemas Contra o exagerado legalismo dos sistemas tradicionais – que consideravam o texto legal a tradicionais – que consideravam o texto legal a única fonte do direito – surgiram críticas e reações única fonte do direito – surgiram críticas e reações em diversos países, dando origem aos chamados em diversos países, dando origem aos chamados sistemas modernos de interpretação. Entre eles sistemas modernos de interpretação. Entre eles devem ser mencionados: o sistema da evolução devem ser mencionados: o sistema da evolução histórica de Saleilles; o sistema da livre investigação histórica de Saleilles; o sistema da livre investigação de Geny; o sistema do direito livre de Kantorowicz; de Geny; o sistema do direito livre de Kantorowicz; as novas correntes da lógica do concreto e da as novas correntes da lógica do concreto e da investigação semiológica ou lingüísticainvestigação semiológica ou lingüística.”.”

CARLOS MAXIMILIANOCARLOS MAXIMILIANOHermenêutica e aplicação do Direito, Forense, Hermenêutica e aplicação do Direito, Forense,

9ª. Ed., p.1229ª. Ed., p.122 Nunca será demais Nunca será demais

insistir sobre a insistir sobre a crescente desvalia do crescente desvalia do processo filológico, processo filológico, incomparavelmente incomparavelmente inferior ao sistemático e inferior ao sistemático e ao que invoca os fatores ao que invoca os fatores sociais, ou o Direito sociais, ou o Direito ComparadoComparado

PONTES DE MIRANDA, PONTES DE MIRANDA, Comentários à Comentários à Constituição de 1967.Constituição de 1967. 2. ed. São Paulo: Ed. RT, 2. ed. São Paulo: Ed. RT,

1973, tomo I, p. 126.1973, tomo I, p. 126.

““Quando uma regra se basta, por si mesma, Quando uma regra se basta, por si mesma, para sua incidência, diz-se bastante em si, self-para sua incidência, diz-se bastante em si, self-executing, self-acting, self-enforcing. Quando, executing, self-acting, self-enforcing. Quando, porém, precisam as regras jurídicas de porém, precisam as regras jurídicas de regulamentação, porque, sem a criação de regulamentação, porque, sem a criação de novas regras jurídicas, que as completem ou novas regras jurídicas, que as completem ou suplementem, não poderiam incidir e, pois, ser suplementem, não poderiam incidir e, pois, ser aplicadas, dizem-se não-bastantes em si.”aplicadas, dizem-se não-bastantes em si.”

QUAL A HERMENÊUTICA?QUAL A HERMENÊUTICA?

Art. 36.Art. 36. Lei municipal definirá os os empreendimentos e atividades privados empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.a cargo do Poder Público municipal.

O ART. 37 DO ESTATUTO DÁ TODOS O ART. 37 DO ESTATUTO DÁ TODOS OS REQUISITOS A SEREM OS REQUISITOS A SEREM EXAMINADOS PELO ESTUDO DE EXAMINADOS PELO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA.IMPACTO DE VIZINHANÇA.

POR EXEMPLO:POR EXEMPLO:I- adensamento populacional;I- adensamento populacional;V- geração de tráfego e demanda por V- geração de tráfego e demanda por

transporte públicotransporte públicoVII- paisagem urbana e patrimônio naturaql VII- paisagem urbana e patrimônio naturaql

e culturale cultural

MARCELO BUZAGLO DANTASMARCELO BUZAGLO DANTASI Congresso Bras. de Dir. Ambiental, Fiúza, p. 192I Congresso Bras. de Dir. Ambiental, Fiúza, p. 192

o Estatuto das Cidades, lei o Estatuto das Cidades, lei federal, que é, criou o instituto, federal, que é, criou o instituto, que é exigível em todo o que é exigível em todo o território nacional desde a território nacional desde a edição do respectivo diploma. edição do respectivo diploma. As leis municipais que hão de As leis municipais que hão de vir limitar-se-ão a definir quais vir limitar-se-ão a definir quais as atividades que estarão as atividades que estarão sujeitas ao Estudo, sujeitas ao Estudo, observadas as peculiaridades observadas as peculiaridades locais.locais.

EXIGÊNCIA DO EIV: EXIGÊNCIA DO EIV: TJSC. AI n. 2004.022236-0, da Capital, Rel. Des. TJSC. AI n. 2004.022236-0, da Capital, Rel. Des.

Rui Fortes, in DJSC de 17-01-05).Rui Fortes, in DJSC de 17-01-05). DIREITO CONSTITUCIONAL – LEI N. 001/97 (PLANO DIREITO CONSTITUCIONAL – LEI N. 001/97 (PLANO

DIRETOR DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS) – DIRETOR DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS) – ARGÜIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE ARGÜIÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE FRENTE AO DISPOSTO NO ART. 25 DO ADCT DA CE – FRENTE AO DISPOSTO NO ART. 25 DO ADCT DA CE – SUSPENSÃO DO ALVARÁ DE LICENÇA – AUSÊNCIA DE SUSPENSÃO DO ALVARÁ DE LICENÇA – AUSÊNCIA DE ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA E DE ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA E DE ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – FUMUS FUMUS BONI JURISBONI JURIS E E PERICULUM IN MORAPERICULUM IN MORA PRESENTES – PRESENTES – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

...... Imprudente é a permissão de construção de Imprudente é a permissão de construção de

estabelecimento comercial, do porte de um estabelecimento comercial, do porte de um supermercado, em região que até pouco tempo era supermercado, em região que até pouco tempo era considerada exclusivamente residencial, sem a considerada exclusivamente residencial, sem a realização de estudo prévio de impacto de vizinhança realização de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), como também estudo prévio de impacto (EIV), como também estudo prévio de impacto ambiental (EIA) ambiental (EIA)

EM CONTRÁRIO: TJRS, APEL. Nº 70022097455, EM CONTRÁRIO: TJRS, APEL. Nº 70022097455, URUGUAIANA, 22ª. Câm. Cível, j., 13.12.2007URUGUAIANA, 22ª. Câm. Cível, j., 13.12.2007

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. DIREITO AMBIENTAL. ATIVIDADE DE ESPECIFICADO. DIREITO AMBIENTAL. ATIVIDADE DE SHOPPING CENTER. MUNICÍPIO DE URUGUAIANA. SHOPPING CENTER. MUNICÍPIO DE URUGUAIANA. LICENCIAMENTO AMBIENTAL. COMPETÊNCIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 102/05. MUNICÍPIO. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 102/05. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO. ESTUDO DE IMPACTO INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL. INEXIGIBILIDADE.AMBIENTAL. INEXIGIBILIDADE.

...... Vigendo a Resolução CONSEMA nº 102/05, que Vigendo a Resolução CONSEMA nº 102/05, que

expressamente revogou a Resolução CONSEMA nº expressamente revogou a Resolução CONSEMA nº 05/98, e não reproduziu, dentre as atividades de 05/98, e não reproduziu, dentre as atividades de impacto local, a de impacto local, a de shopping centershopping center, antes , antes contemplada pela Resolução revogada, não é possível contemplada pela Resolução revogada, não é possível obrigar o Município a efetivar o licenciamento obrigar o Município a efetivar o licenciamento ambiental, por ausência de respaldo legal.ambiental, por ausência de respaldo legal.

Não existindo previsão de licenciamento ambiental Não existindo previsão de licenciamento ambiental para a hipótese, inexigível é a realização do Estudo de para a hipótese, inexigível é a realização do Estudo de Impacto Ambiental, medida que consiste em uma Impacto Ambiental, medida que consiste em uma etapa do processo de licenciamento.etapa do processo de licenciamento.

O que fazer?O que fazer?O municípioO município

“ “ainda que não haja meio direto de defesa da ainda que não haja meio direto de defesa da vizinhança pela lei específica, pode o Município exercer vizinhança pela lei específica, pode o Município exercer o controle sobre empreendimentos e atividades que o controle sobre empreendimentos e atividades que ponham em risco outros interesses públicos, como, por ponham em risco outros interesses públicos, como, por exemplo, a demanda de novos serviços públicos e exemplo, a demanda de novos serviços públicos e equipamentos urbanos, o gravame ao meio ambiente e equipamentos urbanos, o gravame ao meio ambiente e outros motivos do gênerooutros motivos do gênero.”.”[1][1]

JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Comentários Comentários ao Estatuto da Cidade. ao Estatuto da Cidade. Rio de Janeiro: Ed. Lúmen Júris, Rio de Janeiro: Ed. Lúmen Júris, 2009, p. 249.2009, p. 249.

MP, PARTICULARES, ONGs MP, PARTICULARES, ONGs e demais legitimados e demais legitimados

MANDADO DE INJUNÇÃO – CF, ART. 5º, MANDADO DE INJUNÇÃO – CF, ART. 5º, INC. LXXI: INC. LXXI:

conceder-se-á mandado de injunção conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma sempre que a falta de norma regulamentadora torne o inviável o regulamentadora torne o inviável o exercício dos direitos e liberdades exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.cidadania.

MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA A MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA A AUTORIDADE MUNICIPAL, POR AUTORIDADE MUNICIPAL, POR ILEGALIDADE DO ATO DE ILEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO DE ALVARÁ DE CONCESSÃO DE ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO.CONSTRUÇÃO.

AÇÃO POPULARAÇÃO POPULAR AÇÃO CIVIL PÚBLICAAÇÃO CIVIL PÚBLICA

ENCERRANDO,ENCERRANDO,

Agradeço ao Instituto Planeta Agradeço ao Instituto Planeta Verde o convite que me foi feito e Aos Verde o convite que me foi feito e Aos presentes a atenção.presentes a atenção.

Vladimir Passos de FreitasVladimir Passos de Freitas