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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC JEANDRE FABIAN LOPES DE MENDONÇA ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO EM UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS SITUADO NA CIDADE DE MACEIÓ - AL MACEIÓ-AL 2017/2

ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA ... E...existentes para financiamentos, além do dimensionamento de um sistema completo para atender a demanda energética de um posto de combustíveis,

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

JEANDRE FABIAN LOPES DE MENDONÇA

ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA

FOTOVOLTAICO EM UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS

SITUADO NA CIDADE DE MACEIÓ - AL

MACEIÓ-AL 2017/2

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JEANDRE FABIAN LOPES DE MENDONÇA

ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA

FOTOVOLTAICO EM UM POSTO DE COMBUSTÍVEIS

SITUADO NA CIDADE DE MACEIÓ - AL

Trabalho apresentado como requisito final, para

conclusão do curso de engenharia civil do Centro

Universitário Cesmac, sob a orientação do Prof. Msc.

Fernando Silva de Carvalho e coorientação da Prof.ª

Msc. Thássia Catherine Costa Nascimento.

MACEIÓ-AL 2017/2

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tornar possível minha primeira grande

conquista, graduar-me em Engenharia Civil. Foi uma longa jornada, muitas

dificuldades e obstáculos, todos vencidos. Sou eternamente grato por esses 5 anos

de aprendizado com uma equipe de professores excepcionais e ao lado de amigos

incríveis como: Amaury Barboza, Gabriela Medeiros, Lucas Vieira, Mayra Cavalcanti,

Stefane de Paiva, Valmer Fragoso e Walley Anderson.

Aos meus pais, Fábio e Jefrance, por estarem sempre ao meu lado me

apoiando incondicionalmente em qualquer situação e por me proporcionarem estudo

de nível superior aos 18 anos, algo que parece simplório, mas na realidade não

é. Obrigado, papai e mamãe, amo vocês.

Ao meu irmão, Andrei Fabian, que, mesmo sendo uma criança e sem entender

o que de fato significa a faculdade e a engenharia civil, sempre me cercou de elogios

e incentivos constantes, tornando mais proveitosa a minha vida como universitário.

À minha namorada, Márcia Letícia, a quem tanto amo, obrigado por me apoiar

nos momentos difíceis e mais angustiantes do curso, pela amizade e companheirismo

inabalável por todos esses anos, amo você.

Aos amigos, Pedro Victor, Danielle Soares e Renata Araújo que,

principalmente, nessa reta final do curso foram fundamentais em minha vida, seja no

companheirismo, amizade ou até mesmo nos momentos críticos como quando um

precisava da ajuda do outro e a partir de então ninguém tinha hora pra descansar,

obrigado pessoal!

Ao meu avô, José Francisco Lopes (em memória), que foi minha maior perda

no período de faculdade e ao mesmo tempo tornou-se meu maior estímulo, um

homem que sempre transpareceu honestidade e caráter. Obrigado pelo exemplo

maravilhoso que o senhor foi pra mim, “painho”.

Agradeço ao professor Fernando Carvalho por me aceitar como orientando em

meio a tantas dificuldades que passei durante a elaboração do TCC e por contribuir

para que eu tivesse uma visão profissional mais abrangente na engenharia.

À querida professora Thássia Catherine por todas as valiosas orientações e

ensinamentos, contribuindo e esclarecendo dúvidas acadêmicas de forma geral e as

relativas a este projeto sempre de forma solícita.

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ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA SOLAR FOTOVOLTAICO SITUADO NA CIDADE DE MACEIÓ – AL

STUDY AND PROJECT OF A SOLAR PHOTOVOLTAIC SYSTEM AT A FUEL STATION LOCATED IN THE CITY OF MACEIÓ – AL

Jeandre Fabian Lopes de Mendonça Fernando Silva de Carvalho

Thássia Catherine Costa Nascimento Graduando do curso de Engenharia Civil

[email protected]

RESUMO

Diante do atual panorama brasileiro totalmente dependente de fontes hídricas para geração de eletricidade, faz-se necessário o estudo, aplicação e disseminação de diversas fontes energéticas renováveis para diversificação da matriz energética nacional. O presente estudo traz uma perspectiva global, nacional e local no que concerne a energia solar fotovoltaica como fonte geradora de energia, demonstrando o potencial brasileiro para seu desenvolvimento, suas aplicabilidade, as linhas de crédito existentes para financiamentos, além do dimensionamento de um sistema completo para atender a demanda energética de um posto de combustíveis, somado a um estudo de viabilidade econômica demonstrando uma estimativa de custo do investimento e seu período de retorno. Tratando-se de desenvolvimento sustentável, a energia solar é um ponto crucial e estratégico para o aprimoramento da geração de energia, mas como qualquer outra tecnologia ela também possui suas falhas, entretanto se equiparada aos benefícios gerados, as falhas tornam-se irrelevantes.

PALAVRAS-CHAVE: Energia. Solar. Fotovoltaico.

ABSTRACT

In view of the current Brazilian scenario totally dependent on water sources for electricity generation, it is necessary to study, apply and disseminate several renewable energy sources for diversification of the national energy matrix. The present study presents a global, national and local perspective on solar photovoltaic energy as an energy source, demonstrating the Brazilian potential for its development, its applicability, existing credit lines for financing, and the project of a complete system to meet the energy demand of a fuel station, in addition to an economic feasibility study showing an estimate of the cost of the investment and its period of return. In the case of sustainable development, solar energy is a crucial and strategic point for the improvement of energy generation, but like any other technology, it also has its flaws. However, compared to the benefits generated, the flaws become irrelevant.

KEYWORDS: Energy. Solar. Photovoltaic.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1.2 Objetivos .................................................................................................... 1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................. 1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 2.1 Energia Elétrica ............................................................................................ 2.2 Eficiência Energética ................................................................................... 2.2.1 Legislação em Eficiência Energética .......................................................... 2.3 Sistema Fotovoltaico ................................................................................... 2.3.1 Tecnologia dos Painéis Solares .................................................................. 2.3.2 Dificuldades de Mercado ............................................................................ 2.3.3 Sistema Isolado (Off – Grid) ........................................................................ 2.3.4 Sistema Conectado à Rede (On Grid) ......................................................... 2.3.5 Sistema Híbrido .......................................................................................... 2.3.6 Aspectos Legais ......................................................................................... 2.4 Geração Distribuída de Energia .................................................................. 2.4.1 Geração Compartilhada e Auto Consumo Remoto ..................................... 2.5 Linhas de Crédito ......................................................................................... 2.6 Panorama ..................................................................................................... 2.6.1 Panorama Brasileiro ................................................................................... 2.6.1.2 Aquecimento de Água .............................................................................. 2.6.1.3 Sistema Fotovoltaico ............................................................................... 2.6.2 Panorama Nordeste .................................................................................... 2.6.3 Panorama Alagoas ..................................................................................... 3 METODOLOGIA .............................................................................................. 4 RESULTADOS ................................................................................................. 4.1 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico On Grid ................................ 4.1.1 Dimensionamento dos Painéis Solares ...................................................... 4.1.2 Dimensionamento do Inversor .................................................................... 4.1.3 Estudo de Viabilidade Econômica ............................................................... 4.1.3.1 Painel Fotovoltaico .................................................................................. 4.1.3.2 Inversor .................................................................................................... 4.1.3.3 Estrutura de Fixação ................................................................................ 4.1.3.4 Investimento do Sistema Fotovoltaico ..................................................... 4.2 Discussão ..................................................................................................... 5 CONCLUSÃO .................................................................................................. REFERÊNCIAS ................................................................................................... APÊNDICE ....................................................................................................... ANEXO .............................................................................................................

05 07 07 07 08 08 11 12 14 15 19 21 22 23 24 29 31 34 36 37 38 39 41 45 48 53 56 56 58 59 59 60 61 61 62 64 67 72 75

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1 INTRODUÇÃO

A energia é um bem essencial para o desenvolvimento socioeconômico de

qualquer nação. É consumida diariamente por milhares de pessoas em todo o mundo

e suas principais fontes são derivadas de combustíveis fósseis, como o petróleo e

seus derivados, o gás natural, o xisto, carvão mineral e o urânio que é a matéria prima

necessária para obter energia dos processos de fissão ou fusão nuclear.

Além de poluentes, os combustíveis fósseis são não renováveis, isso significa

que em algum momento irão esgotar, por isso faz-se necessário o uso de fontes

energéticas limpas e renováveis, ou seja, não poluentes e inesgotáveis. Desta

maneira, é constatada a fundamental importância dos recursos naturais atrelados ao

conceito de sustentabilidade, que consiste em atender as necessidades das gerações

presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas

próprias necessidades, para a produção e manutenção das fontes energéticas de

maneira correta.

O Brasil se destaca por no cenário mundial por ter sua matriz de energia elétrica

fortemente baseada em fontes renováveis, com preponderância da hidroeletricidade

e da biomassa proveniente da cana de açúcar. No entanto mais recentemente,

ganham destaque as fontes eólica e solar (BEZERRA; SANTOS, 2016).

Francisco (2017) explica que a maior parte da área do Brasil está localizada na

Zona Intertropical, ou seja, nas zonas de baixas latitudes com climas quentes e

úmidos. Diante da localização geográfica do Brasil, o país é favorecido em termos de

radiação solar, tornando-o um local ideal para o uso da energia proveniente do sol

como uma fonte eficiente e duradoura.

A melhor maneira para realizar um uso conciso da energia solar é através de

sistemas fotovoltaicos (FV), que permitem a geração de energia elétrica diretamente

da luz solar através de laminas de determinados materiais semicondutores. Devem

ser instaladas em um espaço da edificação que receba incidência dos raios solares.

Este tipo de tecnologia não ocasiona ruídos ou emissões de gases em seu

funcionamento e necessita de pouca manutenção.

A construção civil é um dos setores que vêm se aperfeiçoando para

implementar os princípios da sustentabilidade em suas obras. Isso ocorre porque,

considerando-se um ambiente comercial, seja ele de pequeno ou grande porte, com

a redução do consumo energético e o aumento de produção, pode traduzir-se como

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um impacto socioeconômico positivo na empresa, ou seja, a empresa torna-se mais

eficiente energeticamente. Isso significa maior economia na conta de energia e menor

impacto ao meio ambiente.

A integração de módulos fotovoltaicos às edificações apresenta vantagens pela

geração de energia renovável e também pela geração junto a um ponto de consumo,

que é a própria edificação. Assim, pesquisas nesta área visam contribuir à

disseminação da utilização desta tecnologia.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Dimensionar um sistema fotovoltaico após a análise do consumo de energia de

um posto de combustíveis, buscando minimizar o dispêndio energético de fontes não

renováveis.

1.1.2 Objetivos Específicos

Diante da perspectiva em almejar uma solução sustentável para efetivar o uso

eficiente e racional de energia, tem-se como objetivos específicos:

Apresentar os aspectos positivos e negativos da utilização de sistemas

fotovoltaicos;

Reduzir o consumo de energia de fontes não renováveis;

Demonstrar a economia financeira proveniente do uso de energia solar;

Realizar a compensação da energia excedente gerada com a concessionária;

Propor a utilização de um sistema fotovoltaico;

Apresentar uma estimativa do valor total para implantação do sistema

fotovoltaico.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Energia Elétrica

Energia elétrica é a capacidade de uma corrente elétrica realizar trabalho. No

Brasil, em 2015, cerca de 60% da energia elétrica produzida vem das usinas

hidrelétricas, e o restante, das usinas nucleares (Angra I e Angra II), termoelétricas e

das fontes de energias renováveis como a energia eólica, solar e biomassa

(CAVALCANTE, 2015).

Sendo a principal fonte energética mundial, a energia elétrica é produzida a

partir do potencial elétrico de dois pontos de um condutor. Tales de Mileto, filósofo

grego, descobriu por meio de uma experiência, as cargas elétricas e, desde então, a

palavra "eletricidade" tornou-se conhecida e comumente utilizada até a atualidade.

Essa forma de energia pode ser obtida por meio da energia química ou da

energia mecânica, por intermédio de turbinas e geradores que transformam essas

formas de energia em energia elétrica. Na imagem a seguir (Figura 1) vemos um

exemplo clássico e dominante no Brasil que é a geração de energia através de usinas

hidrelétricas que detém cerca de 60% da produção nacional, gerando energia através

da queda d’água produzindo energia mecânica que posteriormente será convertida

em elétrica.

Figura 1 – Usina Hidrelétrica de Itaipu Fonte: BRASILESCOLA

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No Sistema Internacional de Unidades (SI), a energia é dada em joule (J),

porém, a unidade de medida mais utilizada é o quilowatt-hora (kWh).

As companhias elétricas utilizam o kWh para a medição do consumo de energia

elétrica de um determinado estabelecimento. Para calcular a conta de energia elétrica,

a companhia multiplica o custo unitário do kWh pela quantidade de energia consumida

durante o mês (CAVALCANTE, 2015).

Figura 2 – Linhas de Transmissão de Energia Elétrica Fonte: Imagens Google

De acordo com o Ministério de Minas e Energias (2015), no ano de 2014 estas foram as respectivas porcentagens das fontes geradoras de energia elétrica no Brasil.

Gráfico 1 – Fontes Geradoras de Energia Elétrica Fonte: MME

65,10%

30,20%

2,40%2%

0,10%

0,20%

0,3%

FONTES GERADORAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Hidráulica Térmica Nuclear Éolica Solar Outros

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É nítido que a utilização de fontes de energias renováveis ainda tem um

crescimento discreto no país, porém através do uso de políticas de incentivo a adoção

de fontes limpas a tendência é essa porcentagem aumentar ao longo dos anos.

Até chegar ao consumidor final, seja ele residencial ou comercial, a energia

elétrica percorre um determinado caminho, esquematizado no fluxograma abaixo.

Fluxograma 1 – Percurso Inicial da Energia Elétrica até o Final Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é a agência reguladora que

fiscaliza e regula a geração, comercialização e transmissão da energia elétrica no

Brasil.

Fonte Geradora de Energia

(Usina Hidrelétrica)

Gerador Subestação Elevadora

Linhas de Transmissão

Subestação Abaixadora

Transformador

de Energia

Postes de Iluminação e Distribuição

Consumidor

Final

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2.2 Eficiência Energética

Eficiência energética é uma atividade que busca melhorar o uso das fontes de

energia. Segundo Abesco (2015) a utilização racional de energia chamada também

simplesmente de eficiência energética, consiste em usar de modo eficiente a energia

para se obter um determinado resultado. Por definição, a eficiência energética

consiste da relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e

aquela disponibilizada para sua realização.

Um exemplo comum a respeito de eficiência energética se trata da iluminação.

Uma lâmpada tipo LED de 7 W tem o mesmo nível de iluminamento que uma lâmpada

fluorescente de 60 W, ou seja, economia de 53 Wh ou quase 90% de economia. Além

disto, a vida útil do LED é consideravelmente superior e o calor que é transferido para

o ambiente é menor, portanto locais climatizados gastarão menos energia para resfriar

o ambiente (ABESCO, 2015).

Para incentivar a eliminação de desperdícios, assim como reduzir os custos e

os investimentos setoriais, foi criado em 1985 o Programa Nacional de Conservação

de Energia Elétrica (Procel). Dentro desta iniciativa do governo federal, foi elaborado

o Selo Procel, que orienta o consumidor na compra de produtos, sinalizando aqueles

com melhores níveis de eficiência energética. Também estimula o desenvolvimento

tecnológico de produtos mais eficientes e, como consequência, a preservação

ambiental.

Segundo a Procel (2006) o setor industrial brasileiro consome cerca de 40% da

energia elétrica do país e dois terços dessa energia são utilizados por sistemas

motrizes. Já no setor comercial, o consumo de energia é, comparativamente, bem

menor. Contudo, ações de eficiência energética nesse segmento significam redução

de custos de produção, melhores margens de lucro e preços mais competitivos no

mercado.

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2.2.1 Legislação em Eficiência Energética

As primeiras normas de eficiência energética em edificações surgiram na

década de 70, após a crise do petróleo. Diversos países lançaram programas de

incentivo à redução do consumo de energia, resultando posteriormente na criação de

normas de eficiência energética.

Diante da crescente utilização da eletricidade no setor industrial, surgiu a

preocupação sobre a conservação de energia, por conta dos danos causados ao meio

ambiente e aos questionamentos referentes ao grande desperdício de energia elétrica

verificados na época. Dessa maneira, a solução foi a implementação de uma política

de conservação de energia elétrica, conforme relacionado por Guerreiro (2006).

1984 - A partir de um protocolo firmado pelo governo (Ministério de

Desenvolvimento Indústria e Comércio - MDIC) com a indústria (Associação

Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - Abinee) foi criado o Programa

Brasileiro de Etiquetagem – PBE, coordenado pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

1985 - Foi criado o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica –

Procel, vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME) e com a

coordenação executiva da Eletrobrás.

1991 - Foi criado o Programa Nacional de Conservação de Petróleo e

Derivados – Conpet, também vinculado ao MME e com a coordenação

executiva da Petrobrás.

2001 - Racionamento: Lei nº 10295 Política Nacional de Conservação e Uso

Racional de Energia.

2003 - Foi criado o Procel Edifica que tem por objetivo desenvolver atividades

com vistas à divulgação e ao estímulo à aplicação dos conceitos de eficiência

energética em edificações, apoiar a viabilização da Lei de Eficiência

Energética (10.295/2001), no que concerne a edificações eficientes e

contribuir com a expansão, de forma energeticamente eficiente, do setor

habitacional do país, reduzindo os custos operacionais na construção e

utilização dos imóveis

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Cabe salientar que, em 1998, houve a obrigação de investimentos em

programas de conservação pelas concessionárias, sob fiscalização da Agência

Nacional de Energia Elétrica - Aneel (ratificado pela Lei nº 9.991 de 2000 e alterações

subsequentes) e que, em 2001, com o racionamento de energia elétrica, diversas

medidas de incentivo foram estimuladas, com destaque para a Lei nº 10.295 que

dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia

(Guerreiro, 2006).

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2.3 Sistema Fotovoltaico

Energia fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir de luz solar, e pode

ser produzida mesmo em dias nublados ou chuvosos. Quanto maior for a radiação

solar maior será a quantidade de eletricidade produzida.

Os sistemas fotovoltaicos são compostos por módulos fotovoltaicos,

inversores, dispositivos de proteção, controladores de carga e sistema de fixação e

suporte dos módulos. Os sistemas são classificados em três categorias: Sistemas

Isolados (Off-Grid), Sistemas Conectados à Rede (On Grid ou Grid-tie) e ainda os

sistemas híbridos.

A tecnologia fotovoltaica é vista por muitos, como um caminho ideal para a

geração de energia, através de uma fonte inesgotável e não poluente. É um método

de produção de energia sustentável e amigável ao meio ambiente, trazendo benefícios

tanto ambientais quanto energéticos. Atualmente, existem no mercado várias

tecnologias fotovoltaicas, tendo como base diferentes elementos como matéria prima.

(MARINOSKI et al., 2014).

O processo de conversão da energia solar utiliza células fotovoltaicas. Quando

a luz solar incide sobre uma célula fotovoltaica, os elétrons do material semicondutor

são postos em movimento, desta forma gerando eletricidade.

Para definir o tipo de painel a ser utilizado, é necessário analisar alguns fatores

como material que o compõe, o espaço disponível para instalação, garantia do

fabricante, os custos e sua eficiência principalmente. A eficiência de um painel solar é

basicamente quanto % de energia da luz do sol o painel solar converte em energia

elétrica por m² e quanto maior for a eficiência do painel fotovoltaico, mais Watts por

metro quadrado o seu sistema vai gerar, além de suas dimensões serem menores

para a mesma produção de energia se comparado a um painel com uma eficiência

menor.

Os modelos mais utilizados são os painéis de silício cristalino e os de silício

amorfo. A maioria dos painéis fotovoltaicos no mundo hoje são baseados em alguma

variação de silício. Em 2014, cerca de 85% de todos os sistemas de energia solar

fotovoltaica instalados em casas e empresas no mundo todo utilizaram alguma

tecnologia baseada em silício, porém a principal diferença entre eles é a pureza do

silício. Isso significa que quanto mais perfeitamente alinhadas estiverem as moléculas

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de silício, melhor a célula solar será na conversão de luz solar em energia elétrica

(ENERGIA, s.d.).

2.3.1 Tecnologia dos Painéis Solares

PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO DE SILÍCIO MONOCRISTALINO

Guimarães (2015) explica que a tecnologia monocristalina é a mais antiga e

também uma das mais caras, porém possuem a eficiência mais alta. Comercialmente

falando, a eficiência dos painéis gira em torno de 14 a 21%. Os painéis solares de

silício monocristalino (mono-Si) são facilmente reconhecíveis apenas olhando de

perto. Possuem uma cor uniforme, indicando silício de alta pureza e cantos

tipicamente arredondados como demonstrado na imagem a seguir.

Figura 3 – Painel Solar de Silício Monocristalino Fonte: PORTALSOLAR, s.d.

São constituídos por um único cristal de silício ultrapuro e separado como

lâminas de silício individuais que após o tratamento são transformadas em células

fotovoltaicas. O painel solar é composto por uma matriz de células fotovoltaicas com

formações em série e paralelo.

Os painéis monocristalino possuem algumas vantagens, como a eficiência mais

alta dentre as tecnologias comercialmente viáveis atualmente, ocupam menos espaço

que os painéis compostos por outros materiais e tendem a funcionar melhor que

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painéis solares policristalinos em condições de pouca luz solar. No entanto, do ponto

de vista financeiro possuem um valor de mercado mais alto que os demais e o

processo técnico de fabricação gera uma quantidade significativa de silício não

aproveitado, necessitando ser reciclado posteriormente. Isso ocorre pelo fato dos

lingotes cilíndricos de silício serem cortados para fazer as laminas que irão preencher

o painel, tornando assim impossível o aproveitamento de 100% dos lingotes.

PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO DE SILÍCIO POLICRISTALINO

Ambos, mono e poli cristalino são feitos de silício, a principal diferença entre as

tecnologias é o método utilizado na fundição dos cristais. No policristalino, os cristais

de silício são fundidos em um bloco, desta forma preservando a formação de múltiplos

cristais. Quando este bloco é cortado e fatiado, é possível observar esta formação

múltipla de cristais, como na figura abaixo.

Figura 4 – Painel Solar de Silício Policristalino Fonte: PORTALSOLAR

Estes painéis são mais fáceis de produzir, pois após a fundição são serrados

em blocos quadrados e em seguida fatiados em células como no monocristalino. São

bastante semelhantes aos monocristalino, exceto pelo fato das suas células serem

ligeiramente menos eficientes, girando em torno de 13 a 16,5% de eficiência.

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PAINÉIS SOLARES DE FILME FINO

Estes são caracterizados pela alta tecnologia e sensibilidade das placas. O

modelo possui películas de grande flexibilidade, baixo custo de material e boa

performance para áreas com pouca atividade solar, geralmente é utilizado em uso

acoplado em superfícies, como metais e vidros.

A grande desvantagem desta tecnologia é a eficiência e longevidade. Sua

eficiência girando entre 7% e 13%, e seu custo podendo ser mais alto pelo fato de que

pra realizar a instalação será necessário um espaço maior para atuar e como

consequência uma quantidade de materiais superior (GUIMARÃES, 2015).

Porém, a grande diferença deste tipo de painel, é que este modelo pode ser

composto pelas variações existentes de materiais, dentre elas:

- Silício Amorfo (a-Si)

- Telureto de Cádmio (CdTe)

- Cobre, índio e gás seleneto (CIS / CIGS)

- Células Solares Fotovoltaicas Orgânicas (OPV)

PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO DE SILÍCIO AMORFO (a-Si)

Fabricado através da técnica de empilhamento, que combina várias camadas

de células solares de silício amorfo, culminam em taxas mais elevadas de eficiência

(6% a 9%) porém esses valores ainda são insuficientes para projetos que necessitem

uma maior exigência de energia, por conta disso esse tipo de painel é comumente

utilizado em projetos de menor escala (ENERGIA, s.d.).

PAINEL SOLAR FOTOVOLTAICO DE TELURETO DE CÁDMIO (CdTe)

A eficiência dos painéis com base na tecnologia de telureto de cádmio opera

em torno de 9 – 11%. Esta é a única tecnologia de painéis de película fina que superou

o custo e eficiência de painéis de silício cristalino em uma parcela significativa do

mercado de painéis solares. O modelo CdTe é responsável por abastecer o setor de

grandes usinas e campos pelo fato de ser uma excelente escolha na relação custo –

eficiência (QUAIS, 2016).

CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ORGÂNICAS (OPV)

As placas fabricadas através desta tecnologia fazem uso de um tipo de célula

solar de polímero que absorve luz e transporta cargas que vão produzir eletricidade

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através da luz solar. O processo é feito por polímeros orgânicos condutores e

pequenas moléculas orgânicas. Os níveis de eficiência variam de acordo com o

tamanho das placas e se destaca por seu material altamente flexível e de baixo custo

(QUAIS, 2016).

A célula solar de polímero orgânico foi idealizada há muitos anos como uma

tecnologia fotovoltaica flexível, de baixo custo, feita utilizando processos de

impressão, máquinas simples e materiais abundantes. Hoje são poucas as empresas

que conseguiram levar a produção de células fotovoltaicas (OPV) para uma escala

industrial. No Brasil existe a CSEM Brasil, em Belo Horizonte, que está desenvolvendo

esta produção com tecnologia principalmente suíça. Eles utilizam um processo

industrial (roll to roll) de impressão de células fotovoltaicas orgânicas em substrato

leve, flexível e transparente. As eficiências das células orgânicas variam (ENERGIA,

s.d.).

PAINEL SOLAR HÍBRIDO (HJT)

A mais recente evolução no mercado de painéis fotovoltaicos, é a tecnologia

conhecida por Heterojunção em que a eficiência dos painéis chega a atingir 20%. Este

painel produz mais energia por metro quadro e funciona de maneira excelente em

temperaturas mais altas, tornando-o uma tecnologia ideal para o Brasil mas no

momento encontra-se indisponível no mercado.

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2.3.2 Dificuldades de Mercado

A tecnologia de filmes finos vem sendo cada vez mais utilizada, principalmente

na integração com o entorno construído, por apresentar uma grande diversidade de

modelos e também devido ao baixo custo de produção. Hoje, estão disponíveis no

mercado painéis flexíveis, mais leves e resistentes, semitransparentes, ou até mesmo

com superfícies curvas, que podem substituir elementos de revestimento na

edificação.

Estudos já realizados relatam que devido a excelente performance que os

painéis de silício amorfo (a-Si) têm demonstrado, estes são uma boa escolha de

tecnologia para rede-conectada, integração com a edificação e utilização em climas

quentes como no Brasil (RUTHER, 2000).

Porém alguns empecilhos vêm impactando negativamente o uso de energia

solar, principalmente pelo custo acentuado que os painéis possuem. No entanto, a

tendência é que esses valores sofram reduções.

Além disso, outro fator negativo é o armazenamento das placas que é

desfavorecido pelas dimensões da mesma, como também da disponibilidade de

espaço que receba incidência dos raios solares sem interferências, como em prédios,

por exemplo, que além de não possuírem muitas áreas a céu aberto disponíveis, o

espaço ainda é comprometido pelo fato de existirem equipamentos de manutenção

predial e em alguns casos, do sombreamento gerado pelas edificações vizinhas.

Outro questionamento que vem surgindo por parte de alguns críticos, é o

processo de fabricação dos equipamentos, pois as placas solares demandam uma

grande extração de minérios, tais como o zinco, que sendo produzidas em larga escala

a demanda de matéria prima pode tornar-se ainda mais intensa e culminarem na

contribuição de políticas não sustentáveis na extração dos mineiras, gerando

prejuízos ambientais.

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Figura 5 – Esfarelita, um dos minerais de onde se extrai o zinco.

Fonte: BRASILESCOLA

De acordo com Pena (2015) outro fator de desvantagem a ser citado refere-se

aos relativos danos ambientais gerados pela energia solar, sobretudo pelas usinas.

Apesar de não emitirem poluentes e não incentivarem o desmatamento, essas usinas

solares podem provocar a mortandade em massa de espécies de aves que, atraídas

pela luminosidade do local, podem aproximar-se e morrer rapidamente em razão do

calor gerado no ambiente imediatamente próximo.

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2.3.3 Sistema Isolado (Off – Grid)

Os sistemas isolados ou Off Grid são caracterizados por não estarem

conectados à rede elétrica. Esse sistema é utilizado para uso local e específico,

abastecendo diretamente os aparelhos que utilizarão a energia. Esta solução é

bastante utilizada em locais remotos que não possuem ligação com distribuidoras de

energia ou o custo de se conectar à rede elétrica é elevado, normalmente em zonas

rurais. Por não serem conectados à rede elétrica, a energia produzida é armazenada

em baterias que garantem o abastecimento em períodos sem sol (TIPOS, 2016).

Figura 6 – Sistema Off Grid Fonte: PORTAL SOLAR, s.d.

De acordo com a figura 6, o Sistema Off Grid é composto dos seguintes

equipamentos:

1- Painéis solares – Captam os raios de sol e os transformam em energia

elétrica de corrente contínua. Podem ser um ou mais painéis e são

dimensionados de acordo com a energia necessária.

2- Controladores de carga – Servem para evitar sobrecargas ou descargas

exageradas na bateria, aumentando sua vida útil e desempenho.

3- Inversores –São responsáveis por transformar os 12 V de corrente contínua

das baterias em 110 ou 220 V de corrente alternada, ou outra tensão

desejada. No caso de sistemas conectados, também são responsáveis pela

sincronia com a rede elétrica.

4- Baterias – Servem para armazenar a energia elétrica excedente para que o

sistema possa ser utilizado quando não há sol.

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2.3.4 Sistemas Conectados à Rede (On Grid)

Também chamados de grid-tie, este tipo de sistema fotovoltaico precisa estar

conectado à rede de distribuição de energia. São mais eficientes que os sistemas off-

grid e dispensam a utilização das baterias e dos controladores de carga, o que faz

com que seu kit tenha um preço mais baixo. Este é o sistema comumente mais

utilizado, normalmente instalado sobre o telhado das casas (TIPOS, 2016).

Figura 7 – Sistema On Grid Fonte: PORTAL SOLAR, s.d.

Enquanto o sistema isolado necessita de baterias e controladores de carga,

como mostra a figura 6, os sistemas conectados à rede funcionam somente com

painéis e inversores, já que não precisam armazenar energia, porém neste caso os

inversores não funcionarão apenas com a finalidade de converter a corrente contínua

em corrente alternada mas também terá a função de sincronizar o sistema com a rede

pública, já que o excedente da energia produzida será injetado de volta a rede de

energia elétrica. Com isso o relógio medidor bidirecional computa e armazena o

excedente gerado pelo sistema se transformando em créditos, gerando descontos na

sua conta independente do período do dia ou para serem utilizados em momentos em

que a demanda é maior que a produção, num período de até 60 meses.

Com isso, apesar da residência ainda fazer uso da rede convencional de

energia, há uma economia na conta: você só paga a diferença entre o que é

consumido e o que é produzido. Outro ponto positivo é que esses créditos

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conseguidos podem ser utilizados por outras unidades consumidoras, desde que

possuam o mesmo titular e façam parte da mesma rede distribuidora.

2.3.5 Sistemas Híbridos

Sistemas Híbridos apresentam outras fontes de energia complementares a

geração fotovoltaica, como por exemplo o gerador diesel e turbinas eólicas (Figura 8).

Essas fontes complementam a geração fotovoltaica principalmente em momentos de

baixa irradiação e a noite. São sistemas complexos que necessitam de um controle

adequado capaz de integrar os vários geradores, de forma a otimizar a operação.

Estes sistemas podem estar conectados à rede, isolados ou ter o apoio da rede.

Figura 8 – Esquema Simplificado de um Sistema Híbrido Fonte: Diedrich, 2013

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2.3.6 Aspectos legais

Segundo Silva (2015) O Brasil tem potencial para desenvolvimento da energia

solar acima de outras nações em que essa fonte já é utilizada. Os incentivos existentes

no país para essa fonte são insuficientes para torná-la viável para a maioria da

população. Além da inviabilidade econômica, para a microgeração e a minigeração

distribuídas o investimento inicial é um obstáculo, principalmente em residências.

Apesar das oportunidades, há obstáculos institucionais e tributários para o

desenvolvimento dessa fonte de energia. Por isso, algumas medidas de incentivo são

importantes: incidência, por prazo determinado, de Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS) somente no consumo líquido de energia elétrica da

microgeração e minigeração distribuídas; inclusão da fonte solar como um dos

critérios de repartição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do

Fundo de Participação dos Municípios (FPM); flexibilização da obrigação de as

distribuidoras de energia elétrica aplicarem 60% dos recursos destinados à eficiência

energética para beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica; destinação de

verbas para pesquisa e desenvolvimento no âmbito do Orçamento Geral da União; e

autorização para o uso do FGTS na aquisição de equipamentos de geração

fotovoltaica para microgeração e minigeração distribuídas. (SILVA, 2015)

No Brasil, alguns incentivos fiscais são concedidos como método de estímulo

à adoção de meios de utilização de energia limpa. A seguir serão listados alguns

destes benefícios:

Programa Luz para Todos

- Dependendo das características da região, serão instalados painéis solares

nas comunidades que não tem acesso à energia elétrica;

- A Resolução Normativa nº 488, de 15 de maio de 2012, da Aneel, estabelece

as condições para revisão dos planos de universalização dos serviços de distribuição

de energia elétrica na área rural, sendo adotado o sistema isolado para atender a

demanda destas regiões que não estão conectadas ao sistema interligado nacional

(SIN) em que não vigora o acionamento das diversas usinas geradoras de energia.

- A Resolução Normativa nº 493, de 5 de junho de 2012, da Aneel, estabelece

os procedimentos e as condições de fornecimento por meio de Microssistema Isolado

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de Geração e Distribuição de Energia Elétrica (MIGDI) ou Sistema Individual de

Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente (SIGFI).

Descontos na Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST)

e na Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD):

- Desconto de 80% na Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST) e

na Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) para empreendimentos cuja

potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual a

30.000 kW e que entrarem em operação até 31 de dezembro de 2017;

- o desconto passa a ser de 50% a partir do 11º ano de operação da usina solar

e para empreendimentos que começarem a operar a partir de 1º de janeiro de 2018,

salvo que:

“O § 1º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, estabelece que

o desconto na TUST ou TUSD para empreendimentos de fonte solar cuja potência

injetada seja inferior a 30.000 kW deve ser no mínimo de 50%. Já a Resolução

Normativa nº 77, de 18 de agosto de 2004, da Aneel, alterada pela Resolução nº 481,

de 17 de abril de 2012, fixa, nos 10 primeiros anos de operação da usina, o desconto

de 80% na TUST e TUSD a que tem direito a fonte solar, com as características

descritas pela Lei nº 9.427, de 1996, e que entrarem em operação até 31 de dezembro

de 2017. Outras fontes alternativas, como a eólica, contam com o desconto na TUST

e na TUSD, em percentual menor.”

Venda direta a consumidores

- Permissão para que geradores de energia de fonte solar, e de outras fontes

alternativas, com potência injetada inferior a 50.000 kW comercializem energia

elétrica, sem intermediação das distribuidoras, com consumidores especiais, com

carga entre 500 kW e 3.000 kW. Porém esses consumidores não preenchem os

requisitos para serem classificados como consumidores livres, que compram energia

diretamente de usinas de geração, sem intermédio das distribuidoras (é exigida carga

superior a 3.000 kW). Entretanto, há permissão para realizar tal aquisição se a energia

for proveniente de fontes alternativas, dentre as quais a solar.

- Na aquisição da energia, os consumidores especiais são beneficiados com

desconto na TUSD, o que estimula a substituição, como fornecedor da energia, da

distribuidora pelo gerador da fonte alternativa.

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Sistema de Compensação de Energia Elétrica para a Microgeração

e Minigeração Distribuídas:

- Instituído pela Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, da Aneel;

- Garante que consumidores interessados em fornecer energia para a rede da

distribuidora na qual estão conectados poderão fazê-lo, desde que obedecidos os

procedimentos técnicos estabelecidos pela Aneel;

- Os consumidores poderão abater a energia injetada daquela consumida, ou

seja, somente pagarão para as distribuidoras a diferença entre o consumido e o

injetado;

- esse sistema é denominado de net metering;

- os empreendimentos devem ter potência máxima de 1.000 kW (1 MW).

Convênio nº 101, de 1997, do Conselho Nacional de Política

Fazendária (CONFAZ):

- Isenta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as

operações envolvendo vários equipamentos destinados à geração de energia elétrica

por células fotovoltaicas e por empreendimentos eólicos;

- Dentre os equipamentos citados, são eles: Bomba para líquidos, para uso em

sistema de energia solar fotovoltaico em corrente contínua, com potência não superior

a 2 HP – 8413.81; gerador fotovoltaico de potência não superior a 750W – 8501.31.20;

gerador fotovoltaico de potência superior a 750W mas não superior a 75kW –

8501.32.20; gerador fotovoltaico de potência superior a 75kW mas não superior a

375kW – 8501.33.20; gerador fotovoltaico de potência superior a 375Kw – 8501.34.20;

células solares não montadas – 8541.40.16; células solares em módulos ou painéis –

8541.40.32.

- Não abrange todos os equipamentos utilizados pela geração solar, como

inversores e medidores.

Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da

Infraestrutura (REIDI):

- Suspensão da Contribuição para o Programa de Integração Social e de

Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e da Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social (COFINS), no caso de venda ou de importação

de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos, de materiais de

construção e de serviços utilizados e destinados a obras de infraestrutura, entre as

quais as usinas geradoras de energia solar, destinadas ao ativo imobilizado;

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- O projeto deve ser aprovado pelo Ministério de Minas e Energia (MME);

- O benefício é válido por cinco anos, a contar da habilitação do titular do

projeto, sendo conferido através da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007,

regulamentada pelo Decreto nº 6.144, de 3 de julho de 2007. Não é restrito à fonte

solar.

Debêntures Incentivadas:

- Isenção de Imposto de Renda dos rendimentos de pessoa física relacionados

à emissão de debêntures por sociedade de propósito específico, dos certificados de

recebíveis imobiliários e de cotas de emissão de fundo de investimento em direitos

creditórios, relacionados à captação de recursos com vistas a implementar projetos

de investimento na área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em

pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como prioritários na forma

regulamentada pelo Poder Executivo;

- Entre os projetos mencionados, estão aqueles destinados à geração de

energia elétrica por fonte solar.

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria

de Semicondutores (PADIS)

- Redução a zero das alíquotas de PIS/PASEP e COFINS incidentes na venda

no mercado interno ou de importação de máquinas, aparelhos, instrumentos e

equipamentos, para incorporação ao ativo imobilizado da pessoa jurídica adquirente

no mercado interno ou de importadora, e da contribuição de intervenção no domínio

econômico incidente nas remessas destinadas ao exterior para pagamento de

contratos relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de

fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica;

- Até mesmo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de

Renda podem ser objeto de alíquota zero em que Os benefícios tributários estão

condicionados a investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

- Por alcançar os semicondutores e a produção de células de filme fino, a

geração de energia elétrica por fonte solar é beneficiada; Vários itens relacionados

com a produção de equipamentos fotovoltaicos contam com alíquota zero de Imposto

de Importação, inclusive fora do Padis.

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Lei da Informática

- Isenções tributárias para bens de informática e automação;

- A produção de equipamentos destinados à geração de energia elétrica por

fonte solar utiliza vários dos produtos alcançados pela chamada Lei de Informática.

Instituído pela Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, modificada pela Lei nº 11.077,

de 30 de dezembro de 2004. Os benefícios tributários estão condicionados a

investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Não é restrito á fonte solar.

Redução do Imposto de Renda

- Projetos de setores prioritários implantados nas áreas de atuação da

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), da Superintendência

do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e da Superintendência do

Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) tem redução de imposto de renda;

- O setor de energia é um dos setores prioritários

- A Sudene e a Sudam abrangem as principais regiões brasileiras em termos

de radiação solar.

Conforme descrito, os incentivos concedidos no Brasil para a energia solar

envolvem benefícios tributários e subsídios diretos e indiretos. Alguns são exclusivos

para a fonte solar; outros são mais amplos e alcançam demais fontes de energia e

setores de infraestrutura.

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2.4 Geração Distribuída de Energia

No artigo 14º do Decreto Lei nº 5.163/2004 considera-se geração distribuída

toda produção de energia elétrica proveniente de agentes concessionários,

permissionários ou autorizados (...) conectados diretamente no sistema elétrico de

distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de: hidrelétrico com capacidade

instalada superior a 30 MW; termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência

energética inferior a 75%.”

A respeito da geração distribuída (GD) existem duas definições, a

Microgeração distribuída e a Minigeração distribuída. Eles diferem na medida em

que a Microgeração de energia solar o sistema fotovoltaico tem uma potência

instalada de até 75W e na Minigeração de energia solar o sistema fotovoltaico possui

uma potência instalada entre 76kW e 5000kW.

Esse tipo de produção de energia ainda é um conceito novo no Brasil. A

regulamentação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) foi aprovada em

2012 porém ainda existiam diversos empecilhos que dificultaram a propagação deste

método de produção de energia por todo o país, como por exemplo, a geração de

energia solar através de uma placa fotovoltaica instalada no telhado de sua residência,

pois a quantidade de tributos que teriam de ser pagos por conta da energia injetada

na rede, tornava inviável a instalação dos painéis solares. Em 2015, boa parte destes

empecilhos foram removidos e incentivos fiscais foram concedidos pelo governo e o

setor de microgeração de energia começou a ter um certo crescimento por todo o

Brasil.

Estes incentivos foram somados a Resolução Normativa da ANEEL nº 482, de

abril de 2012, que permite a compensação do excedente de energia gerado pelo

sistema fotovoltaico em créditos de energia para serem utilizados posteriormente.

Essa compensação é realizada a partir da energia excedente injetada na rede pelo

micro ou minigerador, gerando créditos de energia equivalentes para serem

consumidos em até 60 meses, podendo ser utilizado até por outra unidade

consumidora desde que esteja relacionada ao mesmo CPF ou CNPJ da unidade

consumidora responsável pela geração de créditos.

De acordo com Pereira (2016), para a instalação do sistema conectado, é

necessário solicitar autorização da distribuidora, mediante a apresentação de um

projeto elétrico, memorial descritivo, e outros documentos para aprovação, desde que

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sigam as normas vigentes. Este projeto deve ser desenvolvido por um engenheiro civil

ou eletricista responsável que emita uma ART junto ao CREA. Sendo aceito, a

distribuidora fará a troca do relógio medidor e o consumidor será incluso no sistema

de compensação de energia

O sistema de compensação de energia tem seu modo de faturamento

estabelecido no art. 7º da Resolução Normativa nº 482/2012, que determina a

seguinte utilização:

1. A energia ativa gerada em determinado posto horário deve ser utilizada para

compensar a energia ativa consumida nesse mesmo período.

2. Havendo excedente, os créditos de energia ativa devem ser utilizados para

compensar o consumo em outro posto horário, na mesma unidade

consumidora e no mesmo ciclo de faturamento.

3. Restando créditos, o excedente deve ser utilizado para abater o consumo de

energia ativa em outra unidade consumidora escolhida pelo consumidor, no

mesmo posto horário em que a energia foi gerada e no mesmo ciclo de

faturamento.

4. O eventual excedente após aplicação do item anterior deve ser utilizado para

abater o consumo da unidade consumidora escolhida pelo consumidor e

referenciada no item 3, no mesmo ciclo de faturamento, mas em outro posto

horário.

5. Caso ainda haja excedente, o processo descrito nos itens 3 e 4 deve ser

repetido para as demais unidades consumidoras cadastradas previamente pelo

consumidor, obedecida a ordem de prioridade escolhida por ele.

6. Após aplicação do item 5, até o esgotamento das unidades consumidoras

cadastradas, caso ainda existam créditos de energia ativa, o procedimento

descrito nos itens 1 a 5 deve ser repetido nessa ordem para os ciclos de

faturamento posteriores, obedecido o limite de 36 meses de validade dos

créditos.

A maior parte das empresas atuantes no Brasil afirmam que seus painéis

solares têm garantia de 10 anos contra defeito de fabricação, têm garantia de 25 anos

de 83% da produção inicial e sua vida útil pode chegar até 40 anos.

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2.4.1 Geração Compartilhada e Auto Consumo Remoto

A nova resolução normativa da ANEEL 687/2015 permite a

modalidade “Geração Compartilhada conectada à rede”, a qual consiste

no compartilhamento de créditos de energia gerada em local diferente dos pontos de

consumo de energia que serão beneficiados por estes créditos, desde que todos os

locais envolvidos (local de produção e consumidores beneficiados) estejam dentro da

área de concessão da mesma concessionária de energia elétrica.

Estes consumidores poderão realizar um consórcio ou cooperativa, solicitando

à concessionária a permissão para compartilhamento dos créditos para as suas

propriedades previamente informadas no projeto.

A imagem abaixo esquematiza um exemplo de geração compartilhada em que

os consumidores fazem uso da energia proveniente dos painéis solares situados em

locais estratégicos para aproveitamento da luz solar.

Figura 9 – Modelo de Geração Compartilhada Fonte: PORTAL EAS SOLAR

Esse modo de distribuição de energia viabiliza os imóveis que possuem um alto

índice diário de sombreamento, como residências com edifícios vizinhos em que a

sombra projetada por eles, incide nos painéis reduzindo a interferência direta da luz

do sol sobre eles, interferindo na eficiência da geração de energia solar. Ou nos

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próprios edifícios que em sua maioria o único espaço disponível a céu aberto é

cobertura, que por conta da altura ou da quantidade de instalações já existentes torna

inviável a implantação do sistema.

Através da geração compartilhada de energia solar, residentes em

apartamentos poderão se unir com pessoas que possuam um imóvel em condições

favoráveis a implantação de sistemas de maior porte, e assim economizar a energia

a todos os beneficiários e investidores. A figura abaixo demonstra exatamente este

conceito.

Figura 10 - Autoconsumo remoto, com duas unidades consumidoras. Fonte: BLUESOL

Porém, de acordo com Cristina (2015), empresa de execução de condomínios

solares, um dos maiores questionamentos da população é sobre a legalidade desse

tipo de geração compartilhada citando o Art. 6-A da resolução normativa 687/15 que

diz:

“Art. 6-A A distribuidora não pode incluir os consumidores no sistema de

compensação de energia elétrica nos casos em que for detectado, no

documento que comprova a posse ou propriedade do imóvel onde se

encontra instalada a microgeração ou minigeração distribuída, que o

consumidor tenha alugado ou arrendado terrenos, lotes e propriedades em

condições nas quais o valor do aluguel ou do arrendamento se dê em reais

por unidade de energia elétrica.”

Isso significa que não se pode vender energia oferecendo kWh por dinheiro. As

empresas não oferecem a venda de energia em R$/kWh mas o aluguel do potencial

instalado da geração fotovoltaica. O inquilino paga um valor fixo mensal para poder

usar os equipamentos da geração e produzir a própria energia solar, independente da

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kWh recebida, então o modelo de aluguel dos equipamentos para auto geração

remota e compartilhada da energia solar está em acordo com a resolução normativa

687/15 da ANEEL.

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2.5 Linhas de Crédito

O Brasil está cada vez mais consciente de seu potencial energético solar. No

entanto, o valor ainda é um entrave na hora de adotar a fonte alternativa, diante deste

fato os bancos criaram linhas de crédito especiais para os consumidores, seja ele

residencial comercial ou rural.

Atualmente o Banco do Nordeste oferece variadas linhas de crédito com juros

baixos, prazos acessíveis e bônus para adimplência. Uma dessas linhas é o FNE

Verde, programa voltado para promover o desenvolvimento de empreendimentos e

atividades econômicas que propiciem a preservação, a conservação, o controle e/ou

a recuperação do meio ambiente. Financia, também, a micro e a minigeração de

energia elétrica a partir de fontes renováveis, em que o seu público alvo são

produtores rurais e empresas rurais, industriais, agroindustriais, comerciais e de

prestação de serviços, cooperativas e associações legalmente constituídas

(CONHEÇA, 2016).

Há também, para o agricultor familiar, o Pronaf Eco, modalidade voltada ao

investimento em projetos de energia renovável e ao financiamento de tecnologias

ambientais sustentáveis, tendo como público alvo agricultores familiares.

Para utilizar é necessário visitar uma agência do BNB, onde o cliente será

instruído a se cadastrar, elaborar um projeto e fazer uma proposta de financiamento.

A Caixa Econômica Federal passou a aceitar projetos de energia solar em

sua linha de crédito Construcard, destinada para a compra de material de construção.

Com uma taxa de juros em torno de 1,95% ao mês, o projeto pode ser parcelado em

até 240 vezes. O financiamento está disponível para pessoas físicas e jurídicas.

No site do banco você pode fazer uma simulação dos juros e prazos do empréstimo

(CAIXA, s.d.).

De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, o Banco

do Brasil possui a linha de financiamento BB Crédito Material Construção para

pessoa física que tiver interesse em adaptar um sistema alternativo de geração de

energia. A Linha BB Material de Construção, está disponível para correntistas do

banco, com taxas de 1,53% a 2,02% ao mês. Nas agências bancarias, há informações

disponíveis a respeito dessa linha de crédito.

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Já o banco Santander, disponibiliza através do seu programa Santander

Financiamentos crédito para a instalação de sistemas fotovoltaicos com um

parcelamento de até 60 vezes. Disponível para pessoas física e jurídica, sendo elas

correntistas ou não correntistas, a taxa de juros varia de acordo com os valores,

prazos e demais condições escolhidas pelo beneficiado (CONHEÇA, 2016).

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2.6 Panorama

A capacidade instalada de energia solar no mundo, ultrapassou 230 GW no

final de 2015, montante 32,6% superior ao verificado no ano precedente. Na lista dos

principais países, destaca-se China, que superou a Alemanha em 2015, sendo

atualmente o país com maior capacidade instalada, correspondente a 43,5 Gw, 18,9%

do total. O Brasil ainda não figura nas estatísticas internacionais de capacidade

instalada (BEZERRA; SANTOS, 2016).

De 2010 a 2015, a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir

da fonte solar, cresceu em média 41% ao ano no mundo. Nesse período, dentre os

países com capacidade instalada acima de 5GW em 2015, o Reino Unido

(149,1%a.a.), a China (122,4%a.a.), Israel (95,6%a.a.) e Estados Unidos (65,8%a.a.)

foram os que obtiveram as maiores taxas de crescimento médio anual (BEZERRA;

SANTOS, 2016).

O quadro abaixo demonstra os países com mais de 1% da capacidade

instalada de geração de energia solar no final de 2015.

Quadro 1 – Países com Capacidade Instalada de Geração Solar

Posição País Potência Instalada

em 2015 (%)

1 China 18,9

2 Alemanha 17,2

3 Japão 15,4

4 Estados Unidos 11,1

5 Itália 8,2

6 Reino Unido 3,9

7 França 2,8

8 Espanha 2,4

9 Austrália 2,2

10 Israel 2,2

11 Coreia do Sul 1,5

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12 Bélgica 1,4

13 Grécia 1,1

14 Canadá 1,1

15 Outros 11,7

Fonte: BP 2016

2.6.1 Panorama Brasileiro

A geração de energia fotovoltaica há muito tempo é vista como uma tecnologia

de energia limpa e sustentável, que se baseia na fonte renovável de energia mais

abundante e amplamente disponível no planeta - O SOL. O Brasil possui um potência

gigantesco para se aproveitar, pois a grande extensão territorial e a expressiva área

de telhados em unidades comerciais e residenciais, aliadas ao alto nível de irradiação

solar existente no país, representam um enorme potencial para geração centralizada

e distribuída no país. (COMO, s.d.)

O Mapa abaixo faz uma comparação dos valores de irradiação solar do Brasil

e da Europa. Fica muito fácil de se enxergar que o potencial brasileiro é muito maior,

no entanto, a Europa possui instalados 88GW de energia fotovoltaica enquanto o

Brasil ainda está em menos de 1GW. (ENERGIA, 2015)

Figura 11 – Comparativo Radiação Solar Fonte: PORTAL SOLAR, s.d.

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Ademais os incentivos fiscais e projetos lançados pelo governo para uso e

aproveitamento de fontes renováveis energéticas, atualmente o país vive um período

em que o desenvolvimento e as inovações tecnológicas apresentam um crescimento

discreto se comparado ao mercado de outras potências globais, isto se dá pelo fato

de o país estar sofrendo por uma crise política. Porém, será apresentado um

panorama a respeito da situação atual do país no que diz respeito ao uso de energia

solar como fonte de energia sustentável.

2.6.1.2 Aquecimento de Água

Atualmente, dentre os principais projetos incentivados para o uso de energia

solar no Brasil, está o de aquecimento de água. Segundo informações da Associação

Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento

(ASSOCIAÇÃO, 2001), existiam até recentemente cerca de 500.000 coletores solares

residenciais instalados no Brasil. Somente com aquecimento doméstico de água para

banho, são gastos anualmente bilhões de kWh de energia elétrica, os quais poderiam

ser supridos com energia solar, com enormes vantagens socioeconômicas e

ambientais. Mais grave ainda é o fato de que quase toda essa energia costuma ser

consumida em horas específicas do dia, o que gera uma sobrecarga no sistema

elétrico. Além disso, há uma enorme demanda em prédios públicos e comerciais, que

pode ser devidamente atendida por sistemas de aquecimento solar central. A figura

abaixo, esquematiza um modelo de aquecimento de água através da energia solar.

Figura 12 – Aquecedor Solar. Fonte: PINI, s.d.

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Um dos principais entraves à difusão da tecnologia de aquecimento solar de

água é o custo de aquisição dos equipamentos, particularmente para residências de

baixa renda. Mas a tendência ao longo dos anos é a redução dos custos, em função

da escala de produção, dos avanços tecnológicos, do aumento da concorrência e dos

incentivos governamentais. Fatores que têm contribuído para o crescimento do

mercado são: a divulgação dos benefícios do uso da energia solar; a isenção de

impostos que o setor obteve; financiamentos aos interessados em implantar o

sistema; e a necessidade de reduzir os gastos com energia elétrica caso seja

necessário um racionamento (ASSOCIAÇÃO, 2001).

Também são crescentes as aplicações da energia solar para aquecimento de

água em conjuntos habitacionais e casas populares O crescimento médio no setor,

que já conta com aproximadamente 140 fabricantes e possui uma taxa histórica de

crescimento anual de aproximadamente 35%, foi acima de 50% em 2001. Em 2002,

foram produzidos no país 310.000 m2 de coletores solares (ASSOCIAÇÃO, 2001).

2.6.1.3 Sistema Fotovoltaico

A quantidade de projetos pequenos nacionais de geração fotovoltaica de

energia elétrica, é de uma quantidade surpreendente, principalmente para o

suprimento de eletricidade em comunidades rurais e isoladas por todo o país. Estes

projetos atuam basicamente com quatro tipos de sistemas:

1 – Bombeamento de água, para abastecimento doméstico, irrigação e piscicultura;

2 – Iluminação pública;

3 – Sistemas de Uso coletivo, como eletrificação de escolas, postos de saúde e

centros comunitários;

4 – Atendimento domiciliar.

Dentre outros exemplos, estão as estações de telefonia e monitoramento

remoto, a eletrificação de cercas, a produção de gelo, o funcionamento de semáforos

de trânsito e a dessalinização da água. A seguir são apresentados alguns exemplos

desses sistemas.

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Figura 13 – Bombeamento de Água Através do Uso de Sistema Fotovoltaico Fonte: IMAGENS GOOGLE, s.d.

A figura 10 apresenta um exemplo do uso de um sistema fotovoltaico para

bombeamento de água para irrigação. Os módulos solares fornecem energia para o

motor da bomba, em vez de um motor convencional elétrico. Contudo, o uso deste

modelo para irrigação possui algumas características:

1 - A água é fornecida em doses baixas.

2 - A água é fornecida por um longo tempo.

3 - A água é fornecida em intervalos frequentes.

4 - A água é fornecida por equipamentos operando em baixa pressão.

Esse sistema de irrigação fornece água para as culturas através de um conjunto

de tubos e rampas dispostas ao longo das linhas de culturas e equipados com

gotejadores colocados em intervalos regulares.

Quanto maior o consumo de energia, mais placas solares são necessárias para

que seja possível o funcionamento.

Se tratando de semáforos, eles funcionam a 12V (cada grupo focal consome em média

no máximo 5W) é ligado numa controladora que também funciona com 12V para a

programação dos tempos. Esta controladora e os semáforos são alimentados num

conjunto de baterias que fica próximo e num compartimento separado e lacrado. Estas

baterias são constantemente armazenadas através de placas solares que ficam juntos

no mesmo poste dos semáforos ou não dependendo da opção de efeito visual. Este

sistema está instalado na cidade de Maceió/AL, como mostra a figura 11, há mais de

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5 anos e nunca deixou de operar nem sequer por 1 minuto. É um sistema aprovado e

muito confiável. Uma vez abastecido as baterias, o sistema pode ficar operante por

até 5 dias sem precisar recarregar as baterias. Não é necessário haver sol o tempo

todo como muitos imaginam. (SEMÁFORO, s.d.)

Figura 14 – Semáforo em Funcionamento Através do Uso de Sistema Fotovoltaico Fonte: CITEC, s.d.

2.6.2 Panorama Nordeste

Até recentemente, a energia elétrica produzida no Nordeste brasileiro, provinha

basicamente da fonte hídrica, destacando-se o rio São Francisco como o seu principal

provedor. Neste contexto, destaca-se a importância da Companhia Hidro Elétrica do

São Francisco (Chesf), principal empresa geradora de energia elétrica no Subsistema

do Nordeste, sendo a proprietária das principais hidrelétricas existentes na Região.

Este cenário de preponderância da geração de energia a partir da fonte hídrica no

Nordeste tem mudado nos últimos anos. De fato, desde 2013, as termelétricas e a

fonte eólica têm crescido de forma expressiva na composição da geração de energia

elétrica no Subsistema Nordeste, em razão da ocorrência de anos de baixa

pluviosidade e do aumento da geração eólica na região. A fonte solar ainda é

insipiente, como demonstra o gráfico abaixo (BEZERRA; SANTOS, 2016).

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Gráfico 2 - Evolução da participação das fontes hidráulica, térmica e eólica na geração elétrica do

Subsistema Nordeste (%) Fonte: ONS

Os incentivos a inserção da fonte solar têm contribuído para a implantação de

projetos de geração fotovoltaica na Região, por meio de projetos centralizados (leilões

específicos, com preços acima da energia gerada por outras fontes) e de geração

distribuída (redução de impostos).

Historicamente, a crescente demanda de energia elétrica do Nordeste só tem

sido plenamente atendida graças à importação de outras regiões, principalmente do

Subsistema Norte. O gráfico abaixo apresenta a geração e a importação líquida de

energia elétrica do Subsistema Nordeste a partir de 2001, demonstrando a sua

dependência da produção de eletricidade em outras regiões do País. Contudo, graças

ao elevado potencial eólico e solar do Nordeste, a Região tende a se tornar

autossuficiente na geração de energia elétrica (BEZERRA; SANTOS, 2016).

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Gráfico 3 – Evolução da geração e importação líquida de energia elétrica no subsistema Nordeste – 2001-2015 (1000 MWmédios)

Fonte: ONS

Apesar do enorme potencial, a inserção da geração solar no Brasil encontra-se

em estágio embrionário, correspondendo a menos de 60 MW, em agosto de 2016.

Esta inserção da geração centralizada ainda não competitiva, tem ocorrido

principalmente por meio de leilões específicos para a fonte solar. Em dados de agosto

de 2016, esta modalidade alcançou no Brasil a capacidade instalada de 26,96 MW,

dos quais cerca de 70% no nordeste, como demonstra a tabela abaixo.

Tabela 1 – Capacidade Instalada de Geração Solar no Brasil e no Nordeste

Fonte: Aneel

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Ainda no mesmo mês do respectivo ano de 2016, a capacidade instalada de

geração solar na modalidade distribuída atingiu 32 MWp, dos quais 27,2% no

Nordeste, com destaque para o estado de Pernambuco, com 3,30 MWp,

aproximadamente 40% do total regional (ANEEL, 2016)

No que concerne à geração centralizada, o elevado potencial solar da região

nordestina tem se materializado em projetos vencedores nos Leilões de compra e

venda de energia elétrica. Em 2014, foi realizado o 6º Leilão de Energia de Reserva

(LER), no qual saíram vencedores 31 projetos da fonte eólica e 31 projetos da fonte

solar. Já em 2015 foram realizados o 7 e 8ª Leilões de Energia de Reserva, o primeiro

destinado exclusivamente à fonte solar e o segundo às fontes solar e eólica. Nesses

três leilões, o Nordeste foi contemplado com 62 projetos da fonte solar, perfazendo

um total de 1.243,1 MW de potência e investimentos previstos de R$ 10,63 bilhões.

A tabela abaixo expõe os resultados do 8º LER, em que o Nordeste foi

contemplado com 20 dos 33 empreendimentos aprovados da fonte solar, perfazendo

um total de 564,3 MW de potência e investimentos previstos de R$ 4,4 bilhões.

Tabela 2 – Resultado do 8º Leilão de Energia de Reserva

Fonte: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE

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2.6.3 Panorama em Alagoas

De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo

(SEDETUR-AL, s.d.), os resultados do atlas solarimetrico de Alagoas, revelaram que

o Estado possui potencial para geração solar fotovoltaica e que a região do sertão,

compreendida pelos municípios de Pão de Açúcar, Santana do Ipanema, Água Branca

e Delmiro Gouveia são as regiões com maior potencial no Estado.

As regiões estudadas apresentaram características bem diferenciadas com

irradiações crescente do litoral para o sertão e de forma geral do norte para o sul.

Também apresenta um forte potencial com um máximo de 7,22 kWh/m² na região do

sertão.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) viabilizou

a implantação da primeira fábrica de painéis fotovoltaicos do Brasil instalada em

Alagoas, em um terreno de 80.000 m². Uma parcela da área do terreno foi destinada

a construção de uma usina de geração de energia solar fotovoltaica com capacidade

de cerca de 1 MW. A indústria gerou aproximadamente 60 empregos na conclusão da

sua primeira etapa.

O Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas –

PRODESIN é destinado à promoção de meios e ao oferecimento de estímulos

voltados à expansão, ao desenvolvimento e à modernização das indústrias alagoanas,

inclusive as de base tecnológica e as de micro e de pequeno porte.

Em dezembro de 2015, o PRODESIN passou por uma modernização que

tornou Alagoas muito mais competitivo para a implantação de parques industriais

assim como de geração de energia (SEDETUR, s.d.).

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3 METODOLOGIA

Com o propósito de alcançar os objetivos propostos no presente estudo, foram

estudados métodos de dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado à rede

e os equipamentos necessários para sua instalação, posteriormente foi realizada uma

pesquisa de campo a fim de obter parâmetros referentes à instalações existentes e

em plena atividade com o sistema fotovoltaico, além da obtenção de custos de

mercado para obtenção de estimativa global do valor do sistema.

O posto de combustíveis analisado, está situado no bairro Vergel do Lago no

município de Maceió - AL. O objeto de estudo escolhido apresenta como proposta um

empreendimento comercial inovador para o estado, pois através de um estudo

detalhado a respeito de fontes energéticas, foi constatado que Alagoas possui um

enorme potencial para energia solar e aplicando o uso da tecnologia fotovoltaica, além

de transformar o objeto de estudo em um local sustentável, ele terá uma redução

financeira significativa na conta de energia, um valor que estará disponível para outros

investimentos.

Através de uma visita técnica ao local do objeto de estudo, foi verificado que

não há falhas na instalação dos equipamentos e nas instalações elétricas da

edificação, isso demonstra que não há fuga de corrente elétrica, tornando verídico o

valor consumido em kWh detalhado nas contas de energia.

Foi realizado o dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado à rede

para uma área de construção de 213,93 m² (figura15), sendo considerada as

particularidades locais da instalação como radiação solar incidente e a temperatura

ambiente do local.

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Figura 15 – Planta Baixa do Posto de Combustíveis Fonte: Dados da Pesquisa

Os equipamentos necessários para instalação do sistema são: Placa solar,

inversor solar, estrutura de fixação dos painéis, cabeamento e conectores específicos.

O local destinado a receber a estrutura do sistema, será a coberta da edificação, pois

é o local com maior área disponível sem efeitos de sombreamento. A imagem abaixo

consta a planta de coberta do prédio.

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Figura 16 – Planta de Coberta do Posto de Combustíveis Fonte: Dados da Pesquisa

O primeiro passo no dimensionamento de um sistema conectado à rede é

determinar quanta energia deseja-se produzir. Esta é uma escolha que pode ter como

base um levantamento de cargas da instalação ou à análise do consumo mensal de

energia. O presente estudo opta pela análise do consumo energético, visto que a

edificação está ativa, e para calcular com precisão foi necessário avaliar as últimas 12

contas de energia do local e fazer uma média do consumo mensal de energia.

Tendo conhecimento da quantidade de energia que será gerada pelo sistema,

pode-se escolher o modelo de módulo solar que será utilizado. Neste caso foi adotado

um painel fotovoltaico policristalino de 270 W da Canadian Solar, uma empresa

canadense bastante conceituada no mercado e que possui fábrica no Brasil. Após a

definição do modelo do módulo fotovoltaico, foi determinado a quantidade de energia

produzida pelo painel multiplicando a sua área por sua eficiência, e para saber a

produção mensal, o resultado é multiplicado por 30.

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Uma vez calculada a energia produzida por um módulo e conhecendo o valor

da energia que se deseja produzir mensalmente, determina-se a quantidade de

módulos necessários no sistema através da fórmula:

𝑁𝑝 =𝐸𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

𝐸𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜

Sendo:

Np = Número de placas fotovoltaicas;

Esistema = Energia produzida pelo sistema em kWh no intervalo de tempo

considerado;

Emódulo = Energia produzida por um módulo (kWh) no mesmo intervalo de

tempo.

𝐸𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 = (Á𝑟𝑒𝑎 𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜) ∙ (𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎) ∙ (í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑥 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜)

O índice solarimétrio do município pode facilmente ser obtido através de

simuladores solares ou tabelas online. Já a eficiência do módulo, de acordo com o

catalogo técnico do fabricante, é de 16.5%.

Após o dimensionamento dos painéis, será necessário realizar o

dimensionamento dos inversores. Segundo Villalva e Gazoli (2012) a escolha do

inversor empregado no sistema deve levar em conta alguns critérios:

A tensão de circuito aberto do string não pode ultrapassar a tensão

máxima permitida na entrada do inversor, pois se houver uma

sobretensão na entrada do equipamento, pode danifica-lo

permanentemente.

O inversor deve ser especificado para uma potência igual ou superior a

potência de pico do conjunto de módulos.

Para especificar o inversor e suas características, é necessário verificar se os

módulos podem ser ligados em série. O primeiro passo é verificar a tensão em circuito

aberto dos módulos em STC (Voc) e calcular o string.

𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔 = 𝑁𝑝 ∙ 𝑉𝑜𝑐

Para ter certeza da tensão de circuito aberto que será encontrada na saída do

string, deve-se recorrer ao coeficiente de temperatura especificado no catálogo

técnico do módulo, que nesse caso é igual a – 0,31% / ºC, isso significa que para cada

grau de redução de temperatura existe um aumento de 0,31% na tensão de saída do

módulo. Como o sistema está sendo dimensionado para a cidade de Maceió-AL, com

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média anual de temperatura de 24,68ºC (como mostra a figura abaixo), conclui-se que

a temperatura de operação do módulo nunca será inferior a 5ºC.

Figura 17 – Tabela Climática de Maceió

Fonte: CLIMATE-DATA, s.d.

Calcula-se:

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 = (𝑇𝑒𝑚𝑝. 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 −

𝑡𝑒𝑚𝑝. 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙) ∙ 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝. 𝑑𝑜 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ∙ 𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔

Encontrada a tensão total na temperatura de 5ºC, que é a soma das duas

tensões (percentual e normal), é necessário verificar se existe um modelo de inversor

adequado para esta tensão.

Após o dimensionamento das placas e do inversor, é necessário definir o

ângulo de inclinação dos painéis e a altura que a haste da estrutura de fixação do

painel terá de ter para atingir a angulação adequada.

A escolha incorreta do ângulo de inclinação reduz a captação dos raios solares

e compromete a produção de energia elétrica pelo módulo fotovoltaico. Dependendo

da inclinação adotada, a energia produzida pode ser maximizada ao longo do ano,

somente nos meses de verão ou somente nos meses de inverno.

A regra mais recomendada pelos fabricantes de painéis, é que o ângulo seja

definido de acordo com a latitude geográfica da unidade consumidora, como neste

caso ela está situada na cidade de Maceió, portanto possui uma latitude de 9º S e de

acordo com Villalva e Gazoli (2012) o ângulo recomendado para latitudes até 10º é o

próprio ângulo de 10º e sempre que possível, os painéis devem estar orientados para

o norte geográfico, maximizando assim a produção média diária de energia.

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Para a instalação física, foi calculada a altura da haste (z) em função do ângulo

de inclinação (α) e levando em conta o comprimento (L) do painel. A figura abaixo

ilustra essas variantes.

Figura 18 – Dimensões da estrutura de suporte

Fonte: VILLALVA

A altura z da haste de fixação é calculada por:

𝑧 = 𝐿 ∙ sin(α)

E a distância x é calculada como:

𝑥 = 𝐿 ∙ 𝑐𝑜s(α)

Tendo em vista o modelo do módulo, sua quantidade total e o modelo especifico

do inversor, foi realizado um orçamento referente apenas aos componentes do

sistema fotovoltaico em algumas empresas instaladas no país e os valores

considerados foram os da empresa que além de ter uma boa reputação no mercado,

oferecem a maior garantia em ambos os equipamentos.

O dimensionamento do gerador fotovoltaico e a conexão com a rede elétrica

determinará a viabilidade do projeto de maneira executiva, sendo aprovado, o

resultado do orçamento irá compor o estudo de viabilidade econômica com os

detalhes do custo total da implantação deste sistema.

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4 RESULTADOS

O sistema determinado foi o On Grid pelo fato da unidade consumidora estar

localizada numa zona urbana e não necessitar do armazenamento de energia. Para

poder realizar o dimensionamento foi feita média mensal do consumo de energia

através dos valores detalhados das últimas 12 contas, como mostra o quadro abaixo.

Quadro 2 – Resumo das Faturas de Energia

Conta Mês

Consumo kWh

Total a Pagar (R$)

Jul/16 1349 990,23

Ago/16 1478 1064,11

Set/16 1264 934,97

Out/16 1489 1068,61

Nov/16 1407 1030,38

Dez/16 1399 1005,11

Jan/17 1265 875,66

Fev/17 1307 918,61

Mar/17 1633 1198,1

Abr/17 1359 1004,81

Mai/17 1448 1071,39

Jun/17 1410 1053,88

Jul/17 1308 979,72

TOTAL 18116 13195,58

Fonte: Dados da Pesquisa, 2017

Em seguida foi feita uma média do consumo total anual para obter-se o

consumo médio por mês, incluindo o valor médio pago por mês a concessionária de

energia para posteriormente ter como parâmetro este valor comparado ao valor pós

sistema implantado.

Quadro 3 – Média Anual em kWh e Financeira

MÉDIA ANUAL

kWh R$

1509,666667 1099,632

Fonte: Dados da Pesquisa, 2017

Para obtenção do índice solarimétrico, serão necessárias as coordenadas

geográficas do local, que podem ser facilmente obtidas através do google maps e

adicionadas ao portal cresesb.

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Figura 19 – Localização da Unidade Consumidora Fonte: GOOGLE MAPS, 2017

Após a inserção dos dados no portal cresesb, será exibida a tabela para o

sistema adotado (on grid). Nela consta os valores referentes a maior média anual, que

de acordo com a tabela abaixo é de 5,39kWh/m² dia.

Estação: Maceió

Município: Maceió, AL – BRA

Latitude: 9,6º S

Longitude: 35,735277º O

Distância do ponto de ref. (9,653242º S: 35,758775º O): 6,5km

Irradiação solar diária mensal (kWh/m².dia)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Delta

Plano Horizontal 0ºN 6,08 5,78 5,58 4,56 4,64 4,06 4,22 5,25 5,28 6,03 6,83 6,17 5,37 2,77

Ângulo igual a latitude 10ºN 5,73 5,6 5,58 4,73 4,99 4,42 4,56 5,55 5,36 5,9 6,45 5,77 5,39 2,03

Maior média anual 6ºN 5,88 5,68 5,6 4,67 4,85 4,29 4,44 5,44 5,34 5,97 6,62 5,94 5,39 2,33

Maior mínimo mensal 26ºN 4,94 5,06 5,33 4,78 5,3 4,78 4,9 5,76 5,24 5,42 5,59 4,91 5,17 0,98

InclinaçãoÂngulo

Figura 20 – Nível de Irradiação Solar Fonte: PORTAL CRESESB, s.d.

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O gráfico 4 mostra as inúmeras variações nos níveis de irradiação solar ao

longo do ano na cidade de Maceió – AL. Por conta disso, o sistema deve ser

dimensionado para a maior média anual, sendo assim aproveitando ao máximo os

picos de irradiação para geração de eletricidade.

Gráfico 4 – Variação da Média de Irradiação Solar Anualmente Fonte: PORTAL CRESESB, s.d.

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4.1 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico On Grid

4.1.1 Dimensionamento dos Painéis Solares

A localização do objeto de estudo é a cidade de Maceió – AL.

Índice solarimétrico de 5,39kWh/m².dia;

Consumo energético médio do cliente é de 1509,67 kWh/mês;

Mês considerado: 30 dias;

Eficiência dos painéis: 16,5%

- Número de módulos:

𝑁𝑝 = 1509,67

(1,638 ∙ 0,982) ∙ (0,165) ∙ (5,39 ∙ 30)

𝑵𝒑 = 𝟑𝟔 𝑴ó𝒅𝒖𝒍𝒐𝒔

- Produção anual de energia

𝑃𝑎𝑒 = (1,638 ∙ 0,982) ∙ (0,165) ∙ (5,39 ∙ 30) ∙ (36) ∙ (12)

𝑷𝒂𝒆 = 𝟏𝟖𝟒𝟒𝟏, 𝟓𝟔𝒌𝑾𝒉/𝒂𝒏𝒐

- Altura da haste de fixação:

𝑍 = 1,638 ∙ sen(10)

𝒛 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟒𝒎

- Distância:

𝑥 = 1,638 ∙ cos(10)

𝒛 = 𝟏, 𝟔𝟏𝒎

Diante da quantidade de módulos, sua disposição será em fileiras, portanto

será necessário calcular a distância entre uma fileira e outra para que não haja

sombreamento entre os módulos, prejudicando a produção do sistema.

- Distância entre os módulos:

𝑑 = 3,5 ∙ 𝑧

𝑑 = 3,5 ∙ 1,61

𝒅 = 𝟏𝒎

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Os painéis possuem dimensões de (1,638 x 0,982 x 0,40)m que multiplicando

sua área em m² pela quantidade de placas, teremos a área necessária para instalação

do sistema.

1,638 ∙ 0,982 = 1,60𝑚²

1,60 ∙ 36 = 𝟓𝟖𝒎²

Tendo como resultado parcial um sistema instalado em série com 36 placas

solares de 270W cada para atender uma demanda de 1509,67kWh/mês e gerando

anualmente 18441,56kWh, é necessário uma área disponível de 58m² , que está

localizada na coberta da edificação para instalação dos painéis.

Diante do espaço disponível na coberta e da quantidade total de módulos

necessária para atender a demanda, a disposição dos módulos é dada da seguinte

maneira: 25 módulos na área retangular da coberta e 11 módulos na área trapezoidal.

A imagem abaixo esquematiza a posição dos strings (grupo de painéis).

Figura 21 – Locação dos Módulo Fotovoltaicos Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017

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4.1.2 Dimensionamento do Inversor

Diante da necessidade da divisão dos strings, foi adotado o uso de dois

inversores, um para atender cada grupamento específico, e para dimensiona-los

corretamente, é imprescindível o uso do catálogo técnico disponibilizado pelo

fabricante dos módulos.

Especificações Técnicas dos Módulos:

Potência máxima (Pmax): 270Wp

Tolerância: 0% a +5%

Tensão em circuito aberto (Voc): 37,9V

Tensão de Pico (Vmpp): 30,8V

Corrente de curto-circuito (Isc): 9,32A

Corrente de Pico (Impp): 8,75A

Voltagem máxima do sistema: 1000V

Tipo de célula: Silício Policristalino

Dimensões painel: 1650 x 992 x 40 (mm)

Moldura: Alumínio

Peso: 18,2 kg

Com 36 módulos ligados em série e a tensão de circuito aberto dos módulos

em STC é Voc=37,9 V, tem-se:

𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔1 = 25 ∙ 37,9 𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔2 = 11 ∙ 37,9

𝑽𝒐𝒄, 𝒔𝒕𝒓𝒊𝒏𝒈𝟏 = 𝟗𝟒𝟕, 𝟓 𝑽 𝑽𝒐𝒄, 𝒔𝒕𝒓𝒊𝒏𝒈𝟐 = 𝟒𝟏𝟔, 𝟗 𝑽

Variação percentual de tensão:

𝑉𝑝 = (24,68 − 5) ∙ 0,31%

𝑽𝒑 = 𝟔, 𝟏%

Variação de tensão:

𝑉𝑡1 = 6,1% ∙ 947,5 𝑉 𝑉𝑡2 = 6,1% ∙ 416,9 𝑉

𝑽𝒕𝟏 = 𝟓𝟕, 𝟕𝟗 𝑽 𝑽𝒕𝟐 = 𝟐𝟓, 𝟒𝟑 𝑽

Tensão total na temperatura de 5ºC:

𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔1 = 947,5 + 57,79 𝑉𝑜𝑐, 𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔2 = 416,9 + 25,43

𝑽𝒐𝒄, 𝒔𝒕𝒓𝒊𝒏𝒈𝟏 = 𝟏𝟎𝟎𝟓, 𝟐𝟗 𝑽 𝑽𝒐𝒄, 𝒔𝒕𝒓𝒊𝒏𝒈𝟐 = 𝟒𝟒𝟐, 𝟑𝟑 𝑽

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O string número 1 com 25 módulos de 270W fornecerá uma potência de pico

igual a 25 x 270 = 6750W ou 6,75kW e uma tensão total de 1005,29V. No catálogo do

fabricante Santerno, encontra-se o modelo M PLUS 7800 E, que suporta até 7,18kW

em sua entrada de corrente contínua, sendo adequado para este projeto.

Já o string número 2 com 11 módulos de 270W fornecerá uma potência de pico

igual a 11 x 270 = 2970W ou 2,97kW e uma tensão total de 442,33V. O ideal em

sistemas que fará uso de dois inversores, é que ambos sejam do mesmo fabricante,

neste caso o Santerno, que em seu acervo dispõe de um modelo chamado M PLUS

3600 E, que suporta até 3,3kW em sua entrada de corrente contínua e suporta uma

tensão máxima continua aplicável de 600V, tornando possível realizar a ligação em

série desses módulos e a ligação em paralaleo dos inversores, sendo este o inversor

ideal para este sistema.

4.1.3 Estudo de Viabilidade Econômica

4.1.3.1 Painel Fotovoltaico

Após uma pesquisa de mercado referente aos valores dos painéis da fabricante

Canadian Solar, modelo CS6K-270P, foram selecionados 3 orçamentos:

Empressa A

01 unidade – R$ 599,00;

Garantia de 10 anos contra defeito de fabricação;

Garantia de 15 anos contra perda de eficiência.

Empresa B

01 unidade – R$ 599,00

Garantia de 10 anos contra defeito de fabricação;

Garantia de 25 anos contra perda de eficiência.

Empresa C

01 unidade – R$ 623,00

Garantia de 10 anos contra defeito de fabricação;

Garantia de 20 anos contra perda de eficiência.

A empresa selecionada foi a empresa B, o motivo principal é o período de

garantia do módulo, 25 anos contra perda de eficiência e 10 anos contra defeito de

fabricação, já o valor é o motivo secundário, pois na avaliação e pesquisa dos painéis

e empresas atuantes no mercado, o ideal é fazer uma associação de valor e garantia,

ter noção do tipo de assistência que a empresa irá fornecer caso um painel venha a

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danificar, pois diante de um investimento consideralvemente alto o tempo de garantia

torna-se tão fundamental quanto o valor do painel em si.

4.1.3.2 Inversor

Em relação aos inversores, a busca é mais restrita pois a disponibilidade de

mercado em relação ao modelo e marca escolhidos é um pouco mais escasso porém

pela qualidade comprovada e consolidada do fabricante no mercado mundial, é uma

escolha vantajosa mesmo que o preço final seja um pouco mais alto.

- Inversor M PLUS 7800 E para String nº 1:

Empresa A

01 unidade – R$ 14.199,00;

Garantia de 05 anos contra defeito de fabricação.

Empresa B

01 unidade – R$ 18.720,00

Garantia de 06 anos contra defeito de fabricação.

Empresa C

01 unidade – R$ 15.999,00

Garantia de 07 anos contra defeito de fabricação.

A empresa selecionada foi a C pelo fato de o valor estar na média de preço de

mercado e por oferecer o maior prazo de garantia.

- Inversor M PLUS 3600 E para String nº 2:

Empresa A

01 unidade – R$ 5.890,00;

Garantia de 06 anos contra defeito de fabricação.

Empresa B

01 unidade – R$ 6.290,00;

Garantia de 05 anos contra defeito de fabricação.

Empresa C

01 unidade – R$ 7.865,17;

Garantia de 06 anos contra defeito de fabricação.

O orçamento escolhido foi o ofertado pela empresa A, com justificativa de preço

mais em conta e prazo de garantia mais longo que os demais.

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4.1.3.3 Estrutura de Fixação

O Suporte para módulos de 240W a 330W para fixação em telhados ondulados

é composto por perfis especiais produzidos em alumínio e por acessórios de fixação

que permitem a instalação de módulos fotovoltaicos em telhados ondulados. Este

suporte conta com componentes de alta durabilidade e de fácil fixação.

Figura 22 – Suporte para Módulos Fonte: Portal Solar, s.d.

O suporte é vendido para suportar 04 módulos, sendo necessário contabilizar

a quantidade total para suprir a demanda de 36 módulos. O preço base desse suporte

é de R$ 586,82.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 = 586,82 ∙36

4

𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝑭𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝑹$ 𝟓. 𝟐𝟖𝟏, 𝟑𝟖

4.1.3.4 Investimento do Sistema Fotovoltaico

O custo total do investimento para instalar um sistema fotovoltaico grid tie é

dado por:

Módulos: R$ 599,00 ∙ 36 = R$ 21.564

Inversores: R$ 15.999 + R$ 5.890,00 = R$ 21.889,00

Suporte: R$ 5281,38

Mão de Obra: 15% do Valor Total

𝑽𝑨𝑳𝑶𝑹 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 = 𝑹$ 𝟒𝟖. 𝟕𝟑𝟒, 𝟑𝟖

𝑽𝑨𝑳𝑶𝑹 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 + 𝑴. 𝑶. = 𝑹$ 𝟓𝟔. 𝟎𝟒𝟒, 𝟓𝟑

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4.2 Discussão

A geração de energia fotovoltaica é uma boa alternativa para os brasileiros,

pois diante dos incentivos governamentais, novas fábricas estão sendo instaladas no

país e a tendência é que o acesso a essa tecnologia seja financeiramente mais viável

ao longo dos anos.

O presente estudo dimensiona um sistema fotovoltaico on grid, gerando uma

energia de 18441,56kWh/ano. O sistema operacional é composto por 36 placas

solares e dois inversores para suprir a demanda atual da unidade consumidora, porém

caso essa demanda venha aumentar, essa necessidade pode ser facilmente suprida

aumentando o número de módulos em série de cada ramo paralelo, denominado

string. O sistema foi dimensionado prevendo o aumento na demanda de energia

elétrica.

O custo total do investimento deste sistema, está estimado em R$ 56.044,53 e

o período de retorno financeiro está explicito no quadro 4, demonstrando que ao longo

do quarto ano de utilização e início do quinto ano, o investimento deixa de ter um

déficit de pouco mais que 3 mil reais e se torna um superavit de quase 10 mil reais, e

de acordo com a garantia de 25 anos dos painéis, determinada pelo fabricante, então

isso significa que o imóvel ainda terá 20 anos de uso do sistema com pleno

funcionamento e eficiência dos módulos, resultando em uma economia no valor total

de R$ 263,919,60 ao longo desse período.

Quadro 4 – Retorno Financeiro

Retorno Financeiro

Anos Despesas Investimento

Ano 0 R$ 13.195,98 -R$ 56.044,53

Ano 1 R$ 13.195,98 -R$ 42.848,55

Ano 2 R$ 13.195,98 -R$ 29.652,57

Ano 3 R$ 13.195,98 -R$ 16.456,59

Ano 4 R$ 13.195,98 -R$ 3.260,61

Ano 5 - R$ 9.935,37

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017

A imagem tridimensional abaixo (figura 22) mostra exatamente a posição e

angulação dos painés e a disposição esquemática de como serão instalados na

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cobertura da edificação, recebendo o máximo possível de irradiação solar ao longo do

dia durante todo ano.

Figura 22 – Perspectiva da Edificação Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017

Outra característica favorável ao sistema, é o entorno da edificação. Apesar de

se tratar de uma região mista (comercial e residencial), as edificações vizinhas não

apresentam interferências negativas do ponto de vista técnico ao funcionamento do

sistema, pois não existem prédios ou torres de altura elevada ao redor, o que poderia

gerar sombreamento. A vizinhaça é composta por edificações de pequeno porte,

consequentemente não gera sombreamento sob os painéis.

Outro fator considerável em relação ao local onde a unidade consumidora está

localizada é que se trata de uma região de periferia, ou seja, a tendência é a

permanência da atual característica das edificações. Com isso, não exisitirá

necessidade de alteração da disposição dos módulos sobre a cobertura do posto de

combustível, viabilizando a implantação do sistema fotovoltaico para o posto de

combustíveis analisado.

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5 CONCLUSÃO

O uso de tecnologias que transformam fontes renováveis em energia elétrica

no Brasil e principalmente aos estados do nordeste brasileiro, pode ser considerado

inovador e pouco explorado diante do vasto potencial existente.

A geração distribuída de energia possui a capacidade de solucionar alguns

problemas, principalmente no sertão nordestino, como gerar energia para sistemas de

abastecimento de água, até proporcionar energia elétrica para cidades e povoados

espalhados por todo o país que, devido à falta de infraestrutura, sofrem com a

ausência de energia elétrica.

O presente estudo mostra a possibilidade para o empresariado nacional investir

neste tipo de tecnologia. O Brasil apresenta índices elevados de irradiação solar e

muitas áreas espalhadas por todo o país com dimensões suficientes para implantação

de campos solares. Diante do faturamento de grandes empresas, o custo de

investimentos deste tipo é algo viável, portanto há possibilidade de ser implantado

sem danos financeiros às empresas e ao mesmo tempo gerar uma valorização da

mesma no mercado.

Relacionado ao estado de Alagoas, este estudo demonstra que a implantação

do sistema fotovoltaico para um posto de combustíveis, avaliado em R$ 56.044,53 e

situado em uma região periférica na capital Maceió, é algo viável pois a economia

financeira ultrapassará a cifra de R$ 200.000,00 ao longo de toda a vida útil dos

painéis. Cabe salientar também a valorização comercial da empresa tendo em vista

que será a pioneira no estado a fazer uso desse sistema sustentável, fortalecendo um

marketing que nenhum outro empreendimento do mesmo ramo a nível estadual,

poderá competir, podendo ainda expandir a capacidade do sistema e aproveitar o

excedente de energia para outros fins.

E estes esforços quando somados a possíveis parcerias com o governo do

estado, a tecnologia solar fotovoltaica poderá ser expandida por todos os municípios

de alagoas, principalmente atendo-se ao fato de que a valorização e o custo financeiro

(R$) de grandes áreas sobretudo nas cidades que compõem o sertão alagoano é

consideravelmente inferior se comparado a capital Maceió. Este tipo de investimento

proporcionaria o desenvolvimento dos municípios alagoanos, que historicamente

sofrem com problemas econômicos e sociais.

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APÊNDICE – IMAGENS EM PERSPECTIVA DO SISTEMA FOTOVOLTAICO IMPLANTADO NO POSTO DE COMBUSTÍVEIS

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ANEXO – PLANTA BAIXA ARQUITETÔNICA DO OBJETO DE ESTUDO

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