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A preeminência de Cristo permeia a Carta aos Filipenses , não de qualquer forma, em uma estrutura formal, mas em quase todos os comentários, o apóstolo faz assim, mesmo no mais simples deles. Aparentemente a totalidade do pensamento de Paulo é afetada pelo poder e presença de Cristo que tinha mudado a sua própria vida tão radicalmente (cf. 1:21; 3:4b-10) e, portanto, tudo o que ele escreve, cada conselho que ele dá, cada palavra de encorajamento que ele oferece, ele faz em nome de Cristo e na realidade da sua presença viva. Apesar de “Jesus” ter sido o nome dado a esta pessoa especial por um anjo (Mt 1:21), e utilizada com tanta frequência nos Evangelhos, Paulo não está disposto a usá- la, pelo menos, não apenas ela. E não é que ele faça isso em sua carta aos Filipenses , exceto uma vez, em um hino que ele pode estar citando (2:6-11; ver esp. V. 10). “Cristo” é a designação que Paulo prefere usar quando fala ou escreve sobre esta pessoa mais importante na sua vida.

Estudo felipenses

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Page 1: Estudo felipenses

A preeminência de Cristo permeia a Carta

aos Filipenses, não de qualquer forma, em

uma estrutura formal, mas em quase todos

os comentários, o apóstolo faz assim,

mesmo no mais simples deles.

Aparentemente a totalidade do pensamento

de Paulo é afetada pelo poder e presença de

Cristo que tinha mudado a sua própria vida

tão radicalmente (cf. 1:21; 3:4b-10) e,

portanto, tudo o que ele escreve, cada

conselho que ele dá, cada palavra de

encorajamento que ele oferece, ele faz em

nome de Cristo e na realidade da sua

presença viva.

Apesar de “Jesus” ter sido o nome dado a

esta pessoa especial por um anjo (Mt 1:21),

e utilizada com tanta frequência nos

Evangelhos, Paulo não está disposto a usá-

la, pelo menos, não apenas ela. E não é que

ele faça isso em sua carta aos Filipenses,

exceto uma vez, em um hino que ele pode

estar citando (2:6-11; ver esp. V.

10). “Cristo” é a designação que Paulo

prefere usar quando fala ou escreve sobre

esta pessoa mais importante na sua vida.

Page 2: Estudo felipenses

Talvez seja porque esta palavra “Cristo”

(gr. Christos; hb.Messiah), que significa

“Ungido”, carregando em si as esperanças e

os sonhos daquelas gerações antes dele – e

sonhos que agora, finalmente, tinham

chegado a realização.

A palavra “Cristo” foi uma denominação

antiga para quase qualquer pessoa

escolhida por Deus e equipada para fazer o

trabalho especial de Deus no mundo (1 Sam

16:1-3; 1 Crônicas 16:22, Isaías 45:1). Davi,

um “homem segundo o coração de Deus”,

era o “Cristo” de Deus neste sentido, como

foram os descendentes régios que o

sucederam (2 Samuel 22:51, Salmo 89:35-

36). Mas quando a monarquia davídica,

eventualmente, foi derrubada e Israel estava

em desordem, uma promessa veio de um

futuro rei, um maior descendente de Davi, a

excelência de Cristo, cuja regência seria

infinitamente justa (Isa 9:6-7; 42:1 -- 4;

Ezequiel 34:23-24). A história obscura de

Israel tornou-se mais clara com esta

esperança de tal libertador, um rei

poderoso, filho de Davi, ungido com

Page 3: Estudo felipenses

o Espírito, um rei cujo reino seria

grandioso, um reino eterno de bondade e de

justiça (Isaías 11:1-5).

O que era diferente nos escritos do Novo

Testamento, os do Antigo Testamento e na

literatura entre os Testamentos, é que o

Messias, o Ungido do Senhor, que estava

para vir, tinha vindo e podia ser

identificado. Ele era Jesus (Lc 1:31-33).

Mas, ao contrário das expectativas, ele não

era um guerreiro-rei, que instituiria o seu

governo pela força das armas, trazendo

libertação política de Israel do poder

opressor dos invasores estrangeiros. E, por

esta razão, a sua vinda foi ignorada e

rejeitada por muitos. Pelo contrário, Jesus

foi o humilde servo de Deus, o Ungido do

Senhor, enviado não só para Israel, mas

para o mundo, para lhes mostrar a Sua

força por sua fraqueza, o Seu poder para

salvar as pessoas, não de Roma, mas da

morte, pela Sua própria morte em uma

cruz; sua habilidade não era apenas de

inverter nas forças destrutivas do

imperador, mas do Maligno, por sua

Page 4: Estudo felipenses

ressurreição dos mortos. Ele era o ungido

de Deus, o “Cristo de Deus” por excelência!

Paulo passou a entender tudo isso como

resultado de ter encontrado o vivo, e

ressuscitado Cristo na estrada de Damasco,

que, em um momento, o havia transferido

do reino das trevas, e o libertado do poder

do mal, salvo do seu pecado, e lhe dado

vida, em vez da morte. Foi essa mensagem,

então, que ele pregou aos Filipenses: a ação

de Deus para salvar o mundo através de

Cristo, o tão esperado Messias (1:15-18, 27;

3:9, 18). Paulo é tão tocado pela majestade,

o amor, bondade e misericórdia de Cristo

que não vê qualquer motivo para sua

existência, exceto de “existir para Cristo”

(1:21).

Embora Paulo seja relutante em usar o

nome “Jesus” por si só, não obstante, ele o

conecta frequentemente com o título

“Cristo” (1:1, 6, 8, 11, 26; 2:5, 21; 3:3, 12,

14; 4:7, 19, 21). Neste nome combinado, ele

deixa claro para seus amigos em Filipos que

o tão esperado libertador, e aguardado

Page 5: Estudo felipenses

Salvador, a esperança do antigo Israel e do

mundo, o Messias, era Jesus de Nazaré.

E este “Jesus Cristo” que ele prega é

também Senhor (1:2, 3:8, 4:23), declarado

assim pelo próprio Deus (2:11). Pela vontade

do próprio Jesus Cristo, em humilhar-

se, em derramar-se pelo outros, em

obedecer à vontade do Pai, até mesmo ao

ponto de aceitar a morte, por causa desta

atitude e ação de sua parte, Deus o exaltou

soberanamente e lhe deu o nome que está

acima de todo nome, sendo “Senhor”, de

modo que, neste nome se dobre todo joelho

em reverência e temor (2:6-11). “Senhor",

então, é o título que Paulo coloca que

melhor corresponde quem é Jesus Cristo. É

o título na qual a primeira igreja foi

estabelecida (Atos 2:32,36) e que Paulo

também opta por utilizar (Filipenses 1:2, 14;

2:11, 24, 29, 3:1, 8, 4:1 , 2, 4, 10, 23). Por

que ele é capaz de dizer que Jesus é divino,

que Ele compartilha a própria natureza de

Deus (2:6-11: “Senhor”, no Antigo

Testamento, era a palavra grega que

traduzia o hebraico, “Yahweh”, “Jeová”).

Page 6: Estudo felipenses

“Jesus Cristo é o Senhor” torna-se o credo

de Paulo, o credo que ele vive.

Como Senhor, Jesus Cristo deve ser servido.

Como Senhor, Ele deve ser obedecido. Paulo

define todo o curso da sua vida para

cumprir essa liberdade de obrigação, e ele

incentiva seus amigos em Filipos a fazerem

o mesmo. Porque ele sabe que aquele que é

o “escravo” de Cristo é aquele que é

verdadeiramente livre (Rm 6:17-23).

Gerald F. Hawthorne

Bibliografia

L. Cerfaux, Christ in the Theology of Saint

Paul; J. D. G. Dunn, Christology in the

Making; G. F. Hawthorne, Philippians;

idem, Word Biblical Themes: Philippians; R.

P. Martin, Carmen Christi:Philippians 2:5-11

in Recent Interpretation and in the Setting of

Early Christian Worship; C. F. D. Moule,The

Origin of Christology; P. T. O'Brien, The

Epistle to the Philippians; J. Ziesler, Pauline

Christianity.

Page 7: Estudo felipenses

Teologia da Carta aos Filipenses:

Que é que não gosta de aprender um segredo?

Certamente, ficou emocionado quando alguém

lhe tomou por confidente e lhe contou um

segredo, talvez um evento feliz que a pessoa lhe

confiou até ele ou ela o tornar público.

Outra espécie de segredo é o conhecimento ou

o discernimento de que outros carecem. Essa

espécie de segredo foi importante para certo

grupo de cristãos do primeiro século, a

congregação da cidade macedônia de Filipos.

Para entendermos o que era esse segredo

especial e vermos como podemos tirar proveito

dele, vejamos brevemente um pouco do fundo

histórico da carta escrita aos filipenses, carta

essa que agora faz parte da Bíblia.

I. PAULO — AOS FILIPENSES

O missionário Paulo estava preso em Roma por

Page 8: Estudo felipenses

volta dos anos 59 a 61 EC. Durante esse tempo,

ele pôde refletir nas muitas situações que vivera

em suas viagens. Pôde lembra-se dos muitos

irmãos fiéis com quem se encontrara e das

muitas congregações que tivera o privilégio de

iniciar no caminho da verdade e de vê-las

crescer. Ele não podia deixar de pensar na

congregação de Filipos. Ocupava um lugar muito

especial em seu coração, por causa das

experiências muito incomuns associadas com

ela.

Foi durante a segunda viagem missionária, por

volta do ano 50 EC, que o espírito de Deus

impediu que ele (e Silas) pregassem no distrito

da Ásia, na Mísia e na Bitínia. Portanto, Paulo

seguiu para Trôade, onde certa noite teve uma

visão. “Certo homem macedônio estava em pé,

suplicando-lhe e dizendo: ‘Passa à Macedônia e

ajuda-nos.’” (Atos 16:9) Paulo e seus

companheiros partiram imediatamente de

barco para a Samotrácia e depois para o porto

de Neápolis. Daí, viajaram por terra até Filipos.

Page 9: Estudo felipenses

Talvez para a sua surpresa, encontraram poucos

judeus naquela cidade, e, pelo visto, nem

sequer uma sinagoga. No sábado, Paulo e Silas,

em vez de como de costume irem a uma

sinagoga, foram para fora do portão, para junto

dum rio, e começaram a falar às mulheres

reunidas ali. (Atos 16:13) Poderá descobrir mais

a respeito dessa memorável visita a Filipos por

ler Atos 16:11-40. O testemunho de Paulo levou

ao início duma congregação na Europa, e ele

havia de revisitar essa congregação em Filipos,

talvez até duas vezes. — Atos 20:1, 2, 6;

Filipenses 2:24.

Paulo, quando preso em Roma, podia pensar

nos excelentes cristãos com quem se associara

em Filipos. Lídia demonstrara extraordinária

hospitalidade. Evódia e Síntique haviam

trabalhado lado a lado com Paulo na divulgação

das “boas novas”. Paulo tampouco podia

esquecer-se do carcereiro e de sua família, bem

como do acontecimento milagroso ligado à

Page 10: Estudo felipenses

ocasião em que aceitaram o cristianismo.

Ao refletir no amor, na bondade e no interesse

dos filipenses, Paulo tinha motivos para

escrever-lhes uma carta. (Filipenses 1:3, 12) Esta

revela o amor que ele sentia por eles e o “fruto

justo” que eles demonstravam. — Filipenses

1:11.

II. QUAL É O SEGREDO?

Em sua carta, Paulo falou dum segredo que ele

pessoalmente aprendera, e a evidência é que os

filipenses o haviam aprendido dele. Tratava-se

dum segredo que ajudou Paulo a atravessar

diversas provas no decorrer dos anos. Ele

escreveu: “Em tudo e em todas as circunstâncias

aprendi o segredo tanto de estar suprido como

de ter fome, tanto de ter abundância como de

sofrer carência. Para todas as coisas tenho força

em virtude daquele que me confere poder.”

(Filipenses 4:12, 13) Portanto, tratava-se dum

segredo do modo de vida cristão, não importa

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qual fosse a situação da pessoa, sempre devia

confiar em Deus.

Os filipenses haviam aprendido esse segredo e

isso influiu neles de diversas maneiras. Em

primeiro lugar, a congregação era muito zelosa

na pregação. Paulo escreveu: “Estais brilhando

como iluminadores no mundo.” (Filipenses 2:15)

Aceitaram as boas novas com grande alegria e

depois continuaram a promover essas boas

novas. Paulo pôde descrevê-los como

“participantes comigo . . . em defender e

estabelecer legalmente as boas novas”. —

Filipenses 1:7.

Quando Paulo escreveu sua carta, sabia que eles

estariam interessados em suas experiências de

prisão. Ele descreveu que, embora preso, seus

assuntos ‘resultaram mais para o progresso das

boas novas do que de outro modo’, conforme

disse, “minhas cadeias se têm tornado

conhecimento público, em associação com

Cristo, entre toda a Guarda Pretoriana”.

Page 12: Estudo felipenses

(Filipenses 1:12, 13) Relatou também que a

maioria dos cristãos romanos estava mostrando

mais coragem para falar a palavra de Deus

destemidamente em razão das cadeias dele.

Deve ter encorajado os filipenses saber que

Paulo, embora na prisão, continuava zeloso pela

pregação do Reino assim como eles. —

Filipenses 1:14.

Outra coisa que podia estar relacionada com o

segredo mencionado em Filipenses 4:12, 13, era

terem a atitude mental correta. Sua disposição

era, não de agradar a si mesmos, mas de ajudar

a outros. Deveras, eles foram muito úteis a

Paulo. Enquanto ele estava em Tessalônica, por

duas vezes eles lhe enviaram ajuda, a única

congregação que fez isso. (Filipenses 4:15, 16)

Mais tarde, quando, por causa da perseguição, a

congregação de Jerusalém padecia dificuldades

e necessitava de ajuda, os filipenses, embora

fossem pobres, contribuíram liberalmente.

Paulo escreveu que essa dádiva foi “além de sua

capacidade real”. (2 Coríntios 8:3) Ainda mais

Page 13: Estudo felipenses

tarde, quando Paulo estava preso em Roma,

eles lhe enviaram bens materiais por meio de

Epafrodito.

Sim, os filipenses tinham interesse amoroso

pelos co-cristãos. Agiam como Paulo os exortou,

“não visando, em interesse pessoal, apenas os

[seus] próprios assuntos, mas também, em

interesse pessoal, os dos outros”. Que espírito

revigorante isso mostrava! Sugeria que os

filipenses tinham uma atitude mental de

humildade, assim como Jesus, e não eram

críticos para com outros. — Filipenses 2:1-5, 14.

II. PODEMOS APRENDER E APLICAR O SEGREDO

DELES

Distantes como estamos no tempo, não

estamos em condições de nos associar

diretamente com o apóstolo Paulo. Portanto,

quão gratos devemos ser por Deus ter

preservado em sua Palavra a inspirada carta aos

filipenses! Podemos, pois, empenhar-nos em

Page 14: Estudo felipenses

aprender e aplicar os maravilhosos conselhos

contidos nela, incluindo o segredo que Paulo

aprendeu e evidentemente partilhou com eles.

Para os filipenses, esse segredo envolvia

conhecimento, atitude e conduta. Paulo

incentivou-os a ‘comportar-se da maneira digna

das boas novas acerca do Cristo’. (Filipenses

1:27) Ao seguirem a admoestação de Paulo,

viriam a ser “inculpes e inocentes, filhos de

Deus sem mácula no meio duma geração

pervertida e deturpada”. (Filipenses 2:15)

Naturalmente, manter tal conduta correta

exigiria cautela, mesmo com respeito ao seu

modo de pensar. Isso certamente constitui uma

lição para nós.

Talvez queiramos fazer o que muitos outros que

procuram aplicar esse “segredo” têm feito —

memorizar e considerar regularmente o que

Paulo escreveu em Filipenses 4:8 sobre os

nossos pensamentos. Consegue repetir essa

passagem de cabeça?

Page 15: Estudo felipenses

O segredo de se confiar em Deus e de servi-lo

com alegria, quer se tenha muito, quer pouco

em sentido material, pode resultar numa vida

muito satisfatória. No caso de Paulo, pense na

satisfação que ele podia sentir ao refletir nos

frutos de seus labores manifestos na

congregação filipense. Ele vira a congregação

crescer em amor pela verdade cristã e em zelo

pela divulgação das boas novas. Ele também

testemunhou o amor deles em ação para com

co-cristãos. Podia derivar muita satisfação de

ver que eles haviam aprendido também o

segredo de confiar completamente em Deus em

tudo o que faziam e em servi-lo com tudo o que

tinham.

Todos os cristãos hoje podem perguntar-se

corretamente quanto a se já aprenderam o

importante segredo mencionado por Paulo em

Filipenses 4:12, 13. Uma evidência é termos a

bênção de Deus, estarmos “cheios de fruto

justo”. (Filipenses 1:9-11; 4:17) Também, se

Page 16: Estudo felipenses

tivermos aprendido esse segredo vital e o

manifestarmos, os que se encontram à nossa

volta serão ajudados a fazer o mesmo.

Estaremos dando um bom exemplo para os

outros, assim como fez Paulo, de modo que

pôde aconselhar os filipenses: “Tornai-vos

unicamente imitadores meus, irmãos, e ficai

observando os que estão andando dum modo

que está de acordo com o exemplo que tendes

em nós.” (Filipenses 3:17; veja os versículos 13,

14.) Portanto, para nós e para outros, esse

segredo é de muitíssimo valor; contribuirá para

a obtenção da vida eterna.

Page 17: Estudo felipenses

Análise da Carta aos Filipenses:

O apóstolo Paulo desejava que os cristãos em

Filipos continuassem a avançar para alcançar o

alvo do prêmio da vida eterna. Assim, escreveu-

lhes por volta de 60 ou 61 EC, durante seu

primeiro encarceramento em Roma. Sua carta

foi enviada a uma congregação que ele havia

estabelecido uns dez anos antes em Filipos,

cidade fundada por Filipe da Macedônia (pai de

Alexandre Magno). No primeiro século EC, ela se

tornou “a cidade principal do distrito da

Macedônia”, agora parte da Grécia setentrional

e da Iugoslávia meridional. — Atos 16:11, 12.

Os crentes filipenses eram pobres, mas

generosos. Mais de uma vez, eles enviaram algo

para suprir as necessidades de Paulo. (Filipenses

4:14-17) Mas sua carta era muito mais do que

uma nota de agradecimento. Fornecia também

encorajamento, expressava amor e dava

Page 18: Estudo felipenses

conselhos.

I. Eram Evidentes as Qualidades Cristãs

A carta de Paulo começou com uma evidência

de seu amor pelos crentes filipenses. ( 1:1-30)

Ele agradeceu a Deus pela contribuição deles

para a promoção das boas novas e orou para

que o amor deles aumentasse. Paulo estava

contente porque seu encarceramento fez com

que eles mostrassem ‘mais coragem para falar

destemidamente a palavra de Deus’. Ele

desejava estar com Cristo, mas achava que

ainda podia ministrar a eles. Paulo também

queria que eles prosseguissem ‘esforçando-se

lado a lado pela fé das boas novas’.

A seguir, vieram conselhos sobre atitude e

conduta. (2:1-30) Os filipenses foram

incentivados a mostrar interesse pessoal nos

outros e a demonstrar humildade como a de

Cristo. Eles estavam “brilhando como

iluminadores no mundo” e foram instados a

Page 19: Estudo felipenses

manter-se “firmemente agarrados à palavra da

vida”. Paulo esperava enviar-lhes Timóteo e

estava confiante de que ele mesmo iria em

breve. A fim de tranquilizá-los quanto a

Epafrodito, que estivera muito doente, Paulo

lhes estava enviando este servo leal.

II. Continuemos a Avançar Para Alcançar o Alvo

Em seguida, o apóstolo mostrou aos filipenses

em que deviam depositar sua confiança ao

passo que avançassem para atingir o alvo. (3:1-

21) Ela devia ser depositada em Jesus Cristo,

não na carne ou na circuncisão, como alguns

faziam. Paulo considerava suas credenciais

carnais como refugo por causa “do valor

superior do conhecimento de Cristo”. O

apóstolo ‘empenhava-se para alcançar o alvo do

prêmio da chamada para cima, da parte de

Deus, por meio de Cristo Jesus’, e incentivou os

filipenses a terem a mesma atitude mental.

Aplicar o conselho concludente de Paulo

Page 20: Estudo felipenses

ajudaria os filipenses a manter o alvo e o prêmio

em vista. (4:1-23) Ele os incentivou a lançar suas

ansiedades sobre Deus em oração e a encher a

mente com pensamentos salutares. Paulo

elogiou-os novamente por sua generosidade e

concluiu com cumprimentos e com o desejo de

que a benignidade imerecida do Senhor Jesus

Cristo estivesse com o espírito que eles

mostravam.

A carta de Paulo aos filipenses promove

generosidade, amor e humildade. Incentiva à

confiança em Cristo e à oração fervorosa a

Deus. E as palavras de Paulo certamente ajudam

os cristãos a continuar avançando para alcançar

o alvo do prêmio da vida eterna.

III. Alcançar o Alvo

“Esquecendo-me das coisas atrás e esticando-

me para alcançar as coisas na frente”, escreveu

Paulo, “empenho-me para alcançar o alvo do

prêmio da chamada para cima, da parte de

Page 21: Estudo felipenses

Deus, por meio de Cristo Jesus”. (Filipenses

3:13, 14) O apóstolo esforçava-se como alguém

empenhado numa corrida. Não desperdiçava

tempo e esforço olhando para trás, mas

avançava para alcançar o alvo — como o

corredor que se estica para cruzar a linha de

chegada. Para Paulo e outros cristãos ungidos, o

prêmio era a vida celestial pela ressurreição

após terminarem a carreira terrestre de

fidelidade a Deus. Mantenhamos integridade a

Deus e avancemos para alcançar o alvo como

Seus servos dedicados. — 2 Timóteo 4:7.

Page 22: Estudo felipenses

Esboço da Carta aos Filipenses:

Carta aos Filipenses reflete o vínculo especial de

amor existente entre Paulo e os cristãos em

Filipos.

Escrita por Paulo por volta de 60-61 EC,

enquanto preso em Roma. Amor de Paulo aos

irmãos e seu apreço pela generosidade deles.

Paulo agradece a Deus a contribuição feita pelos

filipenses para a promoção das boas novas. Em

profundo afeto por eles, ora para que o amor

deles aumente e que eles se certifiquem das

coisas mais importantes. (1:3-11)

Paulo se preocupa com o bem-estar dos

filipenses; espera enviar-lhes Timóteo, que ele

recomenda muito; confia em que ele mesmo

também os visite em breve. (2:19-24)

Para tranqüilizar os irmãos a respeito de

Epafrodito, a respeito de quem os filipenses

souberam que estava muito doente, Paulo lhes

Page 23: Estudo felipenses

envia este servo leal, que eles haviam designado

para ministrar a Paulo. (2:25-30)

Embora Paulo seja auto-suficiente em todas as

circunstâncias, graças à força concedida a ele de

cima, elogia muito os filipenses pela sua

generosidade. (4:10-19)

Resultado do encarceramento de Paulo. O

encarceramento de Paulo resultou na promoção

das boas novas; sua situação é bem conhecida

entre a Guarda Pretoriana, e a maioria dos

irmãos mostra mais coragem para falar

destemidamente a palavra de Deus. (1:12-14)

Alguns pregam com boa motivação, outros com

má motivação — de qualquer modo, Cristo está

sendo propalado; quer Paulo viva, quer morra,

magnificará a Cristo; mas ele acha que viverá

para ministrar aos filipenses. (1:15-26)

Conselho edificante a respeito de atitudes e

conduta. Comportem-se da maneira digna das

Page 24: Estudo felipenses

boas novas, não sendo amedrontados pelos

inimigos; os oponentes serão destruídos, ao

passo que os crentes obterão a salvação. (1:27-

30)

Demonstrem a mesma atitude mental de Cristo

por mostrar humildade e não procurar os

próprios interesses. (2:1-11)

Como filhos imaculados, brilhem como

iluminadores no meio duma geração pervertida

e deturpada, ‘mantendo-se firmemente

agarrados à palavra da vida’. (2:12-16)

Guardem-se dos que promovem a circuncisão; o

cristão confia em Cristo, não na circuncisão

carnal. (3:1-3)

Paulo tem a posição mais elevada no que se

refere a qualificações carnais, mas, ele

considera tudo isso como refugo, por causa “do

valor superior do conhecimento de Cristo”; ele

se empenha pelo prêmio e exorta outros a fazer

Page 25: Estudo felipenses

o mesmo. (3:4-21)

Continuem a alegrar-se no Senhor; manifestem

razoabilidade e confiem as ansiedades a Deus

em oração; encham a mente com pensamentos

sadios. (4:4-9)

Carta aos Filipenses:

A Carta aos Filipenses, também conhecida como

Epístola aos Filipenses, é uma carta das

Escrituras Gregas Cristãs, escrito pelo apóstolo

Paulo à congregação na cidade de Filipos, na

província da Macedônia, congregação que Paulo

havia estabelecido por volta de 50 EC, no

decorrer da sua segunda viagem missionária.

I. Quando e Onde Foi Escrita.

A evidência interna da carta indica que foi

escrita durante o primeiro encarceramento de

Paulo em Roma. Nela ele fala de “toda a Guarda

Pretoriana” como estando a par da razão de ele

Page 26: Estudo felipenses

estar em cadeias, e envia cumprimentos dos “da

família de César”. (Fil 1:13; 4:22) Considera-se

geralmente que o primeiro encarceramento de

Paulo em Roma ocorreu por volta de 59-61 EC.

Ocorreram vários eventos entre a chegada de

Paulo a Roma e a sua decisão de escrever aos

filipenses. Epafrodito fizera a viagem desde

Filipos, havia trabalhado para ajudar Paulo e

havia ficado muito doente. Os filipenses, a uns

1.000 km de distância, tinham recebido notícia

da sua doença. Agora, Epafrodito se recuperara

e Paulo o enviava de volta com a carta. De modo

que a carta foi escrita por volta de 60 ou 61 EC.

II. Fundo Histórico e Motivos da Escrita.

A congregação filipense mostrara grande amor e

consideração para com Paulo. Pouco depois de

ele a visitar, a congregação lhe enviara

generosamente provisões materiais durante a

sua permanência de várias semanas na vizinha

Tessalônica. (Fil 4:15, 16) Mais tarde, quando os

irmãos em Jerusalém entraram num período de

Page 27: Estudo felipenses

intensa perseguição e necessitavam de ajuda

material, os cristãos em Filipos, eles mesmos

muito pobres e passando por uma grande prova

de aflição, não obstante haviam demonstrado

prontidão para contribuir até mesmo além das

suas possibilidades. Paulo apreciou tanto a

excelente atitude deles, que os citou como

exemplo para as demais congregações. (2Co

8:1-6) Eram também muito ativos e diligentes

na pregação das boas novas, de modo que

parece que não haviam tido contato com Paulo

já por algum tempo. Mas então, quando ele

passava necessidade na prisão, eles não só lhe

mandaram dádivas materiais, de modo que

Paulo tinha abundância, mas também

mandaram seu enviado especial, Epafrodito,

homem que lhes era valioso. Este irmão zeloso

corajosamente prestou ajuda a Paulo, mesmo

colocando em perigo a sua própria vida. Por

conseguinte, Paulo o elogia muito perante a

congregação. — Fil 2:25-30; 4:18.

Paulo expressa confiança, em harmonia com as

Page 28: Estudo felipenses

orações deles, de ser liberto do

encarceramento, e de poder visitá-los de novo.

(Fil 1:19; 2:24) Sabe que, continuar ele vivo é ser

útil para eles, embora aguarde ansiosamente o

tempo em que Cristo o receberá junto de si. (Fil

1:21-25; compare isso com Jo 14:3.) No ínterim,

espera enviar Timóteo, o qual, mais do que

qualquer outro disponível, genuinamente

tomará a peito os interesses deles. — Fil 2:19-

23.

III. A carta transpira amor.

Paulo nunca deixou de dar elogios quando

apropriados, nem se refreou de dar a necessária

repreensão, mas, neste caso, era preciso dar

encorajamento. A congregação tinha opositores,

“obreiros do dano”, que queriam jactar-se de

relações carnais e da circuncisão na carne, mas

parece que os irmãos não ficaram seriamente

afetados ou transtornados. (Fil 3:2) Assim, Paulo

não precisou apresentar fortes argumentos,

nem repreensão, como, por exemplo, nas suas

Page 29: Estudo felipenses

cartas às congregações na Galácia e em Corinto.

O único leve indício de correção era sua

exortação à união por parte de Evódia e

Síntique. Em toda a carta, ele incentiva a

congregação filipense a continuar no seu

excelente proceder — procurando maior

discernimento e apegando-se firmemente à

Palavra da vida, uma fé mais forte e a esperança

do prêmio por vir.

Nesta carta são expressos muitos princípios

excelentes que dão encorajamento a todos os

cristãos. Alguns deles são:

Textos e Princípios

1:9, 10 Certifiquem-se das coisas mais

importantes, para

não fazer outros tropeçar por algum motivo.

1:15-18 Podemos alegrar-nos mesmo quando os

inimigos da

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verdade falam contenciosamente sobre ela,

porque

isso só serve para propalar a verdade.

1:19 A oração dos servos de Deus é eficaz.

1:27, 28 A união e a coragem dos cristãos em

face dos seus

oponentes é prova da parte de Deus, de que ele

livrará seus servos e destruirá seus inimigos.

2:5-11 A humildade traz enaltecimento da parte

de Deus.

2:27 Pode-se agradecer a Deus sua misericórdia

quando um

dos seus servos fiéis se restabelece duma

doença.

3:16 Ao ponto que o cristão tiver feito

progresso, ele

deve continuar a andar ordeiramente na mesma

rotina, a fim de receber o prêmio.

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3:20 Os cristãos devem olhar para o céu, onde

existe sua

cidadania, e não para relações terrestres.

4:6, 7 Não estejam ansiosos; em toda situação,

apresentem

suas petições a Deus, e ele dará uma paz que

guardará seu coração e suas faculdades

mentais.

4:8 Considerem em todas as ocasiões as coisas

corretas

e louváveis.