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Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores julho de 2013 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 julho/2013 Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores Fabiane Rocha Bello Soares - [email protected] Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-Graduação - IPOG Brasília, dezembro, 2012. Resumo O presente artigo busca apresentar as características principais de um projeto de iluminação de interiores residencial com o objetivo de fundamentar a elaboração de um guia de iluminação para profissionais especificadores. Para facilitar a exposição do assunto o estudo foi subdividido em: iluminação salas de estar; iluminação de salas de jantar; iluminação de quartos; iluminação de banheiros; e iluminação de cozinha e copas. Em cada um destes ambientes foram analisadas as principais características de iluminação geral, iluminação de tarefa e iluminação de destaque ou decorativa. Dentro de iluminação de destaque foi dado o enfoque ao objeto ao qual se deseja iluminar. Quanto à iluminação de tarefas serão analisadas iluminação sobre bancadas de trabalho e iluminação de espelhos. Partindo do estudo de diversos livros, artigos científicos e publicações, e da análise de diversos casos de sucesso, este estudo apresenta em linguagem de fácil alcance as principais linhas mestras que devem nortear o projeto de iluminação de interiores residencial. Palavras-chave: Iluminação; Guia; Residência. 1. Introdução O objetivo deste artigo é analisar as principais exigências que a iluminação dos ambientes internos de uma residência deve atender com o intuito de elaboração de um guia de iluminação destinado a profissionais especificadores. Segundo Wilhide (2011), a função do projeto de iluminação pode parecer evidente: atuar como substituto ou complemento da luz natural. Sua finalidade é permitir que atividades rotineiras sejam realizadas confortavelmente no período noturno, para que seja possível orientar-se no espaço em segurança. Ao longo do tempo esta funcionalidade da iluminação se desdobrou em categorias distintas: iluminação geral que fornece uma quantidade mínima e uniforme de luz; iluminação funcional, que consiste em luz focada para atender a uma determinada tarefa que exigem mais concentração; e iluminação de destaque ou decorativa, usada para realçar pontos de interesse decorativo. Projetos de iluminação podem ser encarados de forma genérica, focando os aspectos técnicos de quantidade de luz para determinadas funções pelo cálculo da iluminação geral, pelo cálculo ponto a ponto ou pelo auxílio de programas computacionais. Porém, iluminar um ambiente, principalmente os residenciais, pressupõe que, muito além de números e fórmulas, a luz deve ser entendida como instrumento que proporciona experiências e sensações. Existe a luz razão e a luz emoção. Mesmo quando utilizamos a luz razão é indispensável

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Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial

destinado a profissionais especificadores

Fabiane Rocha Bello Soares - [email protected]

Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Brasília, dezembro, 2012.

Resumo

O presente artigo busca apresentar as características principais de um projeto de iluminação de

interiores residencial com o objetivo de fundamentar a elaboração de um guia de iluminação para

profissionais especificadores. Para facilitar a exposição do assunto o estudo foi subdividido em:

iluminação salas de estar; iluminação de salas de jantar; iluminação de quartos; iluminação de

banheiros; e iluminação de cozinha e copas. Em cada um destes ambientes foram analisadas as

principais características de iluminação geral, iluminação de tarefa e iluminação de destaque ou

decorativa. Dentro de iluminação de destaque foi dado o enfoque ao objeto ao qual se deseja

iluminar. Quanto à iluminação de tarefas serão analisadas iluminação sobre bancadas de trabalho

e iluminação de espelhos. Partindo do estudo de diversos livros, artigos científicos e publicações, e

da análise de diversos casos de sucesso, este estudo apresenta em linguagem de fácil alcance as

principais linhas mestras que devem nortear o projeto de iluminação de interiores residencial.

Palavras-chave: Iluminação; Guia; Residência.

1. Introdução

O objetivo deste artigo é analisar as principais exigências que a iluminação dos ambientes internos

de uma residência deve atender com o intuito de elaboração de um guia de iluminação destinado a

profissionais especificadores.

Segundo Wilhide (2011), a função do projeto de iluminação pode parecer evidente: atuar como

substituto ou complemento da luz natural. Sua finalidade é permitir que atividades rotineiras sejam

realizadas confortavelmente no período noturno, para que seja possível orientar-se no espaço em

segurança. Ao longo do tempo esta funcionalidade da iluminação se desdobrou em categorias

distintas: iluminação geral que fornece uma quantidade mínima e uniforme de luz; iluminação

funcional, que consiste em luz focada para atender a uma determinada tarefa que exigem mais

concentração; e iluminação de destaque ou decorativa, usada para realçar pontos de interesse

decorativo.

Projetos de iluminação podem ser encarados de forma genérica, focando os aspectos técnicos de

quantidade de luz para determinadas funções pelo cálculo da iluminação geral, pelo cálculo ponto a

ponto ou pelo auxílio de programas computacionais. Porém, iluminar um ambiente, principalmente

os residenciais, pressupõe que, muito além de números e fórmulas, a luz deve ser entendida como

instrumento que proporciona experiências e sensações.

Existe a luz razão e a luz emoção. Mesmo quando utilizamos a luz razão é indispensável

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uma boa quantidade de emoção para que o todo funcione adequadamente, pois não estamos

fazendo a iluminação para que a obra se baste, ou seja, para as paredes, o concreto, as

portas. Nós estamos iluminando para o bem-estar das pessoas e, ao envolvermos o ser

humano, lidamos com a emoção, e em maior ou menor grau, esse sentimento estará

presente. (SILVA, 2009:83)

É importante salientar que o projeto arquitetônico de interiores será sempre o grande orientador do

projeto luminotécnico. Segundo GUERRINI (2009), um projeto de iluminação normalmente é

iniciado por um arquiteto quando da elaboração de plantas, e do arranjo físico da decoração e outros

pertences do ambiente. Tendo como perspectiva o lay-out determinado no projeto arquitetônico de

interiores os critérios para a iluminação residencial vão além do uso/funcionalidade do ambiente,

mas alcança o mobiliário que comumente encontramos nos ambientes residenciais. Assim, este

estudo se propõe a considerar, além dos ambientes e suas funções principais, os móveis e objetos a

serem iluminados e de que forma eles devem ser iluminados com o fim de valorizar o ambiente

atendendo às expectativas de seus usuários.

A luz preenche o espaço e determina em grande medida se vamos sentir determinado

ambiente como sendo acolhedor ou ameaçador, apertado ou espaçoso, intrigante ou fútil.

Podemos iluminar o teto e as paredes de um cômodo pedqueno para que ele ganhe novas

proporções. Luzes individuais a alturas diferentes em torno de um cômodo ou trilhas de

luzes a baixa altura estimulam a percepção do ambiente. (WILHIDE, 2011:28)

Assim, a justificativa para o estudo do tema em questão é a necessidade de garantir qualidade aos

projetos de iluminação de interiores residencial tendo em vista que são nestes ambientes que as

pessoas efetivamente passam e esperam passar suas melhores horas de vida fornecendo aos

profissionais especificadores e arquitetos e designers informações que orientarão o processo

projetual de iluminação de interiores residenciais.

Diante do exposto, considera-se o seguinte questionamento: quais as principais características que

um projeto de iluminação de interiores residencial deve ter para garantir qualidade no uso e na

convivência das pessoas? Para responder esta questão, será analisado o uso da iluminação como

forma de proporcionar sensações apropriadas a cada um dos ambientes e suas principais funções

sempre tendo em perspectiva que o projeto de iluminação de ambientes residenciais não se esgotará

nos exemplos citados neste estudo, pois as possibilidades são inúmeras. A intenção é apontar de

forma clara as principais soluções que podem ser adotadas e as linhas mestras que devem nortear a

criação de qualquer solução inusitada.

Embora os conceitos apontados no presente artigo possam ser aplicados a diversos ambientes, não

será objeto deste estudo ambientes pouco comuns ou de pouco destaque em residências como

garagens, salas de jogos e áreas de serviço, como também não será objeto de estudo a iluminação de

objetos muito específicos como estátuas, relíquias ou jóias.

Também não é intenção deste estudo expor de maneira exaustiva as características das lâmpadas ou

tipos de luminárias existentes tendo em vista que na literatura especializada já encontramos de

maneira farta publicações que cumprem muito bem este papel.

Apesar de este estudo estar apresentado com subdivisão por ambientes, faz-se necessário considerar

que as análises expostas podem ser adotadas para a mesma aplicação em outros ambientes.

Por fim, é importante salientar que não é objetivo deste estudo apresentar os conceitos básicos de

iluminação como índice de reprodução de cor, temperatura de cor, etc. Pressupõe-se que o leitor já

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domine estes conceitos para o perfeito aproveitamento desta produção.

2. Iluminação de salas de estar

A iluminação geral representa a iluminação uniforme do ambiente sem a consideração de qualquer

efeito visual de destaque. Esta iluminação garante uma visão geral para limpeza e conservação do

ambiente. Nos ambientes residenciais a iluminação geral parece ser entendida de forma mais

atenuada quando comparada à iluminação geral de ambientes corporativos ou comerciais.

Na maioria dos casos, a iluminação geral não é geral. É costume iluminar vários pontos

com luz de destaque e mesmo fazer wall washer; por reflexão das paredes, o local ficará

iluminado. É uma iluminação geral sim, mas não da forma convencional. (SILVA,

2009:88)

Ao projetar deve-se observar que a iluminação geral não deve ter reflexos, não deve provocar

sombras marcantes, deve ser tão uniforme e tão econômica quanto possível.

A luz geral pode ser obtida de diversas maneiras. Pode ser adotada luz direta dirigida, direta difusa,

indireta, direta-indireta. Pode-se ainda utilizar diversos tipos de luminárias. Mas independente do

meio, a iluminação deve estar adequada ao uso de cada ambiente.

Nas salas de estar a iluminação geral pode ser configurada com a utilização de iluminação direta por

meio de plafons, lustres, pendentes ou uma iluminação geral indireta com o uso de sancas ou ainda

com o uso de iluminação pontual de destaque. Esta última parece ser a solução mais comum em

projetos contemporâneos tendo em vista a pouca necessidade de iluminação muito uniforme ou

grande intensidade luminosa neste ambiente.

De fato, o uso de pontos de destaque fazendo o papel de iluminação geral contribui para a criação

de cenas à medida em que é iluminado apenas o que realmente é interessante na decoração do

espaço.

Ao lançar mão deste recurso deve-se ter cuidado com a localização de luminárias com lâmpadas de

foco fechado sobre lugares de assento para não incomodar os usuários do ambiente, tendo em vista

que as lâmpadas usualmente utilizadas para destaque são apropriadas para iluminação de objetos.

Nesse sentido é possível utilizar embutidos orientáveis sendo que sua instalação e manutenção

devem ser feitas observando o ângulo correto para alcance do que se pretende iluminar.

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Figura 1 – Projeto João Olimpio, DB Arquitetos Associados

Fonte: www. http://www.dbarquitetos.com/jose-olimpio

O importante é que o ambiente tenha uma iluminação agradável e flexível, capaz de ser alterada de

acordo com cada situação. O uso de luminárias de luz rebatida ou sancas em gesso também são

interessantes por evitar o ofuscamento dos usuários. Um recurso muito utilizado nos projetos atuais

é a marcação da circulação da sala com o rasgo no gesso ou setorizar dois ambientes contíguos

conferindo um efeito decorativo.

Iluminação por sancas é cada vez mais utilizada por dar um aluz indireta importante, que

valoriza o ambiente. Conforme a lâmpada que colocarmos na sanca, podemos fazer a

variação de luminosidade chegar até aos níveis de ambiente de festas e reduzi-las até baixas

iluminâncias que geram conforto e aconchego. Podemos ainda variar a cor da luz com a

utilização do Sistema RGB, com ou sem o uso do Sistema DALI. (SILVA, 2009:98)

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Figura 2 – Santos&Santos Escritório de Arquitetura

Fonte: www.santosesantosarquitetura.com.br

É importante salientar que esta solução também não é considerada iluminação geral da forma mais

convencional que conhecemos, pois não ilumina o ambiente de maneira uniforme mas contribui de

maneira significativa para uma iluminação menos dramática que a iluminação executada apenas

com pontos de destaque.

Ainda sobre iluminação de salas de estar, tendo em vista as características de uso deste ambiente,

recomenda-se conferir ao espaço a sensação de aconchego e conforto pelo uso de lâmpadas com

temperatura de cor quente, abaixo de 4000k. Esta temperatura de cor para a iluminação geral do

ambiente também é justificada por ter coerência com a temperatura de cor das principais lâmpadas

utilizadas para iluminação de destaque como as incandescentes e halógenas.

A dimerização do sistema traz qualidade ao projeto tendo em vista que o sistema de iluminação

geral passa a contribuir para a configuração de cenas e adequação do ambiente aos seus diversos

usos. Assim, pode-se criar um ambiente mais aconchegante ou mais convidativo através do controle

da intensidade da luz geral combinado ao acionamento de iluminação de destaque.

O índice de reprodução de cor das lâmpadas utilizadas em rasgos para iluminação geral não tem

importância quando comparada às lâmpadas utilizadas para iluminação de destaque, mas ainda

assim deve-se dar preferência para lâmpadas com IRC acima de 80.

O uso de lâmpadas com maior durabilidade e alta eficiência é recomendado tendo em vista que a

iluminação geral representa maior consumo energético e maior frequência de utilização. Assim,

lâmpadas fluorescentes e sistemas de led configuram boas escolhas para compor a iluminação geral

das salas de estar.

Quanto à iluminação de destaque, como regra geral deve-se privilegiar o uso de lâmpadas com alto

índice de reprodução de cor para traduzir com perfeição as cores dos objetos destacados. A escolha

da lâmpada, a localização exata da luminária e o foco do facho de luz dependerá de vários fatores

como o tamanho do objeto a receber destaque, a distância entre a luminária/lâmpada e o objeto e se

é desejável mais ou menos contraste com relação à iluminação geral do ambiente.

A dosagem do contraste da iluminação de destaque merece atenção especial do projetista pois pode

facilmente cruzar a linha existente entre a elegância e o desconforto. Uma iluminação de destaque

com grande contraste trará um aspecto dramático ao ambiente enquanto pouco contraste pode

suavizar a iluminação. Cabe ao projetista examinar qual situação se adapta ao efeito planejado.

A claridade excessiva acontece quando há um contraste muito grande entre uma fonte de

luz e o meio em que ela está inserida. Uma vez que nossos olhos têm de se ajustar

continuamente entre uma fonte de luz mais brilhante e um fundo que é muito pouco

iluminado, a claridade se torna fisicamente cansativa e, portanto, emocionalmente

desconfortável – chegando a ser até estressante, agressiva ou intimidadora. A lâmpada

exposta na sala de interrogatório e a luz inclinada para iluminar diretamente o rosto do

acusado são exemplos disso. (WILHIDE, 2011:17)

Além da cautela do projetista com relação ao contraste da iluminação de destaque, cabe aos

usuários o bom senso ao usar os controles de iluminação quando o sistema é dimerizado ou

automatizado. Apesar de ser previsto e calculado no projeto diversos aspectos da iluminação, o

usuário tem o controle final ao programar cenas e fazer o uso do dimer.

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Apesar de depender de cálculo para definir adequadamente um projeto é muito comum que em

ambientes com altura de forro de aproximadamente 280cm a iluminação de destaque para objetos

sobre aparadores e mesas de centro seja feita com o uso de lâmpadas halospot 70, que possuem

fachos de luz bem definidos permitindo destaque com contraste adequado. Já em ambientes com pé-

direito duplo o destaque para tais objetos normalmente fica por conta da aplicação de lâmpadas

halospot 111. Porém, em ambos os casos, deve-se evitar o uso desta lâmpada em curta distância

quando o objeto for suscetível a desbotamento.

Na aplicação de uma halospot temos que considerar a distância do objeto a ser iluminado,

pois como todo calor é dirigido para frente juntamente com a luz, é contra-indicada para

iluminação a pequena distância. (SILVA, 2004:51)

Quando o objeto está mais próximo ao forro como um quadro pendurado na parede ou uma

escultura de parede o uso de lâmpadas dicroicas em embutidos orientáveis parece ser o mais

recomendável.

No que diz respeito à iluminação de destaque são inúmeras as soluções encontradas em projetos

atuais. Pode-se embutir dicróicas de 35W em nichos decorativos, pode-se causar wall washe em

uma parede com revestimento especial ou em um painel de cortina. O importante é que seja

percebido o que se deseja iluminar, qual contraste que se deseja obter e com o que se pretende

iluminar. É também importante que o posicionamento das luminárias não provoque desconforto nos

usuários do ambiente, seja por ofuscamento, seja por desconforto térmico. Neste sentido é

importante frisar que as lâmpadas mais usuais em projetos para iluminação decorativa ou de

destaque irradiam uma elevada carga térmica por isso devem ser utilizadas com cautela e segurança

para não comprometer o conforto térmico do ambiente.

Um aspecto a ser observado quando se ilumina um objeto sobre um móvel é o acabamento deste e

sua influência sobre o projeto. Quando a superfície do móvel é muito reflexiva seguramente surgirá

um efeito de rebatimento da luz no forro. Caso este não seja um efeito desejável deve-se

reconsiderar a decisão de iluminar o tal objeto.

Figura 3 – Santos&Santos Escritório de Arquitetura

Fonte: www.santosesantosarquitetura.com.br

Além da iluminação de destaque sobre objetos é importante salientar que são inúmeros os efeitos

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decorativos que podem ser obtidos pela aplicação de peças encontradas no mercado como arandelas

com lâmpadas bipinos, lâmpadas led, etc. Neste sentido a criatividade é a mais importante

característica que o projetista deve ter.

Figura 4 – Marcela Passamani – Arquitetura e Interiores

Fonte: www.marcelapassamani.com.br

O efeito obtido por repetição, por desenhos formados pelo facho de luz compõem a decoração de

interiores. Porém, não é demais lembrar que o uso destes recursos deve ser feito com cautela

considerando o consumo energético, o conforto térmico e a segurança dos moradores, tendo em

vista que tais luminárias sofrem aquecimento após longo período de uso.

3. Iluminação de salas de jantar

No caso das salas de jantar é comum que a iluminação geral seja alcançada pelo tradicional

pendente ou lustre sobre a mesa de jantar. Porém, da mesma forma que as salas de estar, pode-se

configurar a iluminação geral iluminando vários pontos com luz de destaque ou fazendo wall

washer (banho de luz) e o ambiente ficará iluminado pela reflexão das paredes.

Outro tipo de demarcação espacial ocorre quando a iluminação é usada para acentuar

formas ou para realçar o contraste de texturas e as características dos materiais. Aqui é a

parceira da luz, a sombra, quem cria os efeitos. Ao difundirmos luz pelas paredes de

alvenaria pintadas, revelamos as qualidades táteis da superfície, nas quais as sombras

realçam depressões e relevos. (WILHIDE, 2011:28)

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Figura 5 – Marcela Passamani – Arquitetura e Interiores

Fonte: www.marcelapassamani.com.br

O uso de pendente ou lustres fazendo o papel principal na iluminação geral de salas de jantar é, sem

dúvida, a principal solução encontrada nos projetos atuais, mas para que a iluminação seja adequada

é importante o uso de dimerização para controle da intensidade luminosa sobre os que estão

sentados à mesa ou para possibilitar a limpeza do ambiente.

Segundo Silva (2009), em alguns casos, pequenas refletoras junto às paredes fazem o local ficar

iluminado sem que a luz seja a tradicional, jogando luz para todos os lados.

A escolha do tipo de luminária sobre a mesa de refeições deve ser criteriosa. A iluminação não deve

ofuscar os que estão sentados à mesa e para isso as lâmpadas devem ficar devidamente envolvidas

por cúpulas com difusor e deve ser instalada à altura adequada.

Podemos iluminar a mesa de refeições de forma tradicional com um pendente tipo cúpula

jogando a luz diretamente sobre a mesa, tendo o cuidado de colocar numa altura que não

ofusque os comensais e ilumine preferencialmente a mesa e os pratos. (SILVA, 2009:89)

De acordo com Wilhide (2011), por mais elegante, peculiar, escultural ou atraente que uma peça de

iluminação seja (ou por mais reticente), a qualidade da luz que ela emite – sua disseminação, sua

difusão, sua direção e sua cor – é parte inerente ao projeto. Assim, a escolha de luminárias deve

observar o uso para o qual ela contribuirá.

A lâmpada utilizada no pendente sobre a mesa deve ter índice de reprodução de cor próximo de 100

para garantir a qualidade de visualização dos alimentos servidos à mesa. Também é importante a

escolha de lâmpadas com baixa emissão de calor tendo em vista o conforto térmico dos que estão à

mesa.

A temperatura de cor das lâmpadas deve estar na faixa de 2700 a 3000k para conferir ao ambiente

um clima aconchegante e confortável.

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4. Iluminação de quartos

Assim como na sala, o recomendado nos quartos é a utilização de luminárias de luz indireta ou

sancas no forro em gesso para evitar o ofuscamento de quem está deitado na cama. É aconselhável

que o sistema de iluminação geral seja dimerizável para tornar o ambiente mais aconchegante,

possibilitar a economia de energia ou criar um ambiente mais funcional possibilitando atividades de

limpeza com o aumento da intensidade de luz.

Figura 6 – Santos&Santos Escritório de Arquitetura

Fonte: www.santosesantosarquitetura.com.br

Segundo Silva (2004), quando o ambiente a ser iluminado for para deixar as pessoas relaxadas, com

conforto, devemos utilizar temperaturas de cor mais baixas, luz mais amarelada. Assim, para

propiciar um melhor descanso e a sensação de aconchego, recomenda-se utilizar lâmpadas com

temperatura de cor entre 2700 e 3000k.

É sempre importante salientar que apesar de nas regiões mais quentes do país o uso de lâmpadas

brancas parecerem contribuir para uma sensação de frescor, analisando as características

fisiológicas e a influência da luz sobre o ciclo cicardiano é mais recomendado o uso de lâmpadas

amareladas em ambientes de descanso.

Assim como nas salas de estar e jantar pode-se dispensar o uso de iluminação geral convencional e

utilizar a iluminação de destaque ou de tarefa (leitura de cabeceira ou de bancada) como iluminação

geral. Pode-se, ainda, criar rasgos com iluminação embutida no forro em gesso.

Deve-se sempre localizar os embutidos com lâmpadas de foco fechado de forma criteriosa,

diminuindo a possibilidade de ofuscamento dos que estão descansando e considerar que o uso de

lâmpadas de foco fechado, que se prestam a este fim de iluminação de destaque, são pouco

econômicas e de baixa durabilidade se comparadas à lâmpadas fluorescentes. Assim, caso haja

preocupação com eficiência energética no projeto é mais apropriado o uso de luminárias de luz

rebatida, sancas ou rasgos no gesso para iluminação geral do ambiente.

Outro aspecto importante a ser considerado é o controle da luz nos quartos. Além da dimerização,

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aspecto já citado acima, sugere-se que ao lado de cada cabeceira os usuários tenham a possibilidade

de acionar de forma paralela a iluminação de um dos pontos do ambiente.

Caso a intenção seja utilizar luminária de luz rebatida ou rasgos no gesso para iluminação geral do

quarto deve-se considerar que as lâmpadas devem ter índice de reprodução de cor acima de 80 e de

preferência serem lâmpadas de boa durabilidade.

A iluminação do closet, sendo normalmente contíguo ao quarto, merece algumas observações. O

closet pode ser iluminado adequadamente através da instalação de lâmpadas no interior dos

armários ou com spots orientáveis embutidos no forro.

Neste ambiente, mais uma vez, ressalta-se a importância da boa reprodução de cor das lâmpadas

utilizadas tendo em vista que a visualização das cores deve ser extremamente fiel. Caso seja

utilizada iluminação interna nos armários, é importante que a lâmpada tenha condições de suportar

o liga/desliga frequente. Assim, recomenda-se a aplicação de lâmpadas de filamento, que se prestam

muito bem a este fim. É importante que o acionamento da iluminação do interior do armário seja

pela abertura das portas para impedir que as lâmpadas permaneçam ligadas por muito tempo

preservando o aspecto das roupas.

Segundo Silva (2009), em closets onde a luz permaneça mais tempo ligada, privilegiam-se

fluorescentes com boa reprodução de cores.

Analisando a função decorativa da iluminação, a parede de cabeceira é sempre a preferida em

termos de destaque. Caso a intenção seja destacar algum material texturizado aplicado na parede da

cabeceira como papel de parede ou revestimentos especiais, a principal solução será provocar um

wall washer (banho de luz) utilizando fitas de led ou sequência de spots embutidos com lâmpadas

MR11 com led ou, ainda, sancas invertidas com lâmpadas fluorescentes. A adoção desses sistemas

deve ser feita com cuidado visto que o índice de reprodução de cores das lâmpadas fluorescentes e

de led não é 100. Assim, caso a parede de cabeceira da cama tenha cor pode ser necessária a

utilização de lâmpadas halógenas.

Para iluminação de destaque em quadros sobre a cabeceira da cama ou em outras paredes do quarto

a melhor solução é a utilização de dicroica em spot embutido assimétrico. O foco assimétrico

produzido pela luminária proporciona direcionamento do facho luminoso no objeto de destaque

impedindo o ofuscamento de quem está deitado na cama.

Qaunto à iluminação de objetos sobre bancadas ou mesas de apoio, deve-se observar o exposto no

item anterior no que diz respeito à iluminação de destaque. É interessante que seja considerado o

uso de dimerizadores no sistema de iluminação de destaque para oferecer maior conforto aos

usuários por meio do controle de intensidade tendo em vista que a iluminação de um ambiente de

descanso deve receber uma iluminação menos dramática, o mais suave possível.

Analisando o aspecto funcional da iluminação, a principal função que o projeto deve vislumbrar nos

quartos é atender à leitura de cabeceira. Para este fim, pode-se adotar o uso de luminárias de mesa

como abajures, pendentes ou arandelas. Independente de qual sistema será adotado, é importante

escolher luminárias articuláveis para que o usuário possa adaptar perfeitamente à leitura.

Também podemos colocar no teto – normalmente de gesso – um embutido direcionável

com uma lâmpada do tipo AR70, com foco em ângulo fechado – de oito graus ou menos –

que iluminará apenas o objeto desejado, seja livro, revista ou jornal. A vantagem é que

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iluminará diretamente o objeto, não jogando luz para o lado, incomodando o parceiro,

esposa/esposo, namorado/namorada. Assim, cada um terá iluminação específica de leitura.

(SILVA, 2009:92)

5. Iluminação de banheiros

A iluminação geral de banheiros deve ser farta e centralizada. Normalmente é suficiente o uso de

embutidos com lâmpadas fluorescentes sempre com difusor em vidro ou acrílico. No box do

chuveiro uma aplicação simples e adequada é o uso de lâmpadas halopar 20 de 50W, pois não

sofrem o efeito da umidade pois são fechadas com vidro resistente. Este mesmo raciocínio se aplica

a iluminação sobre a banheira. Segundo Silva (2009), evita-se usar lâmpadas refletoras sem vidro de

proteção, como Halospot AR70, pois o alumínio oxidará em seguida pelo efeito do vapor d’água,

perdendo luminosidade.

No que diz respeito a projetos de iluminação de banheiros e lavabos o grande desafio é a iluminação

para uso do espelho. Por ter um grande índice de reflexão, a probabilidade de que seja provocado

ofuscamento é muito grande. Assim, segundo Silva (2009), devemos escolher lâmpadas e

luminárias com luz difusa.

O espelho deve ter nosso cuidado especialíssimo, pois tendo grande potencial de reflexão,

tudo que nele tocar, será refletido de forma quase que total. Essa característica fará com que

a luz seja refletida de forma abundante no ambiente. No caso de uma luz brilhante

provocará ofuscamento. (SILVA, 2009:95)

Além do ofuscamento, deve-se evitar o sombreamento do rosto dos usuários. Por isso, sugere-se

que a iluminação seja posicionada de forma lateralizada. A preferência deve ser dada à lâmpadas

fluorescentes para priorizar o conforto térmico de quem utiliza o espelho.

Uma solução bastante encontrada em projetos e que traz uma iluminação suave e sem problemas

com ofuscamento ou sombreamento é a aplicação de iluminação embutida atrás do espelho.

Apesar de ser muito comum a instalação de dicróicas na parte de cima do espelho, esta solução é

completamente equivocada. Segundo Silva (2009), nesta caso, a luz desce sobre a pessoa e muitas

vezes – conforme a colocação – também sobre o espelho, causando duplo desconforto e uma

profusão de reflexos, praticamente impedindo a pessoa de olhar-se com clareza. Caso não existe

outra opção para a iluminação do espelho recomenda-se a instalação de filtro na luminária para que

a luz se torne o mais difusa possível diminuindo suas desvantagens.

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Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores julho de 2013

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

Figura 7 – Fabiane Bello Arquitetura

Fonte: www.fabianebello.com.br

Mesmo parecendo redundante, é importante frisar que as lâmpadas devem ter um ótimo índice de

reprodução de cor. As modernas lâmpadas normalmente possuem esta característica, mas

encontram-se muitas no mercado cuja qualidade é questionável e o projetista deve estar atento a

esta situação.

6. Iluminação de cozinhas e copas.

As cozinhas e copas ganharam muito valor nas residências contemporâneas. Muitas vezes o projeto

arquitetônico apresenta estes espaços integrados à área social da casa. Por ter esta função híbrida,

servindo à execução de tarefas domésticas e recepção de visitas, o projeto de iluminação de

cozinhas deve apresentar um sistema mesclado entre iluminação geral, entendida sob o ponto de

vista tradicional, e iluminação pontual que proporcione uma ambientação mais descontraída e

aconchegante, sem prejudicar a iluminação de tarefa sobre bancadas que será analisada em

momento oportuno.

No caso da iluminação geral deve-se dar preferência às lâmpadas com um bom pacote de luz que

garanta boa eficiência. Neste sentido as lâmpadas do tipo fluorescente são as mais indicadas sempre

instaladas em luminárias fechadas com vidro ou acrílico difusor para facilitar a limpeza e impedir

que a gordura se prenda à superfície da lâmpada ou do sistema refletor da luminária. É importante

que a luminária seja fechada para garantir a segurança das pessoas e impedir que, caso a lâmpada

sofra algum dano, cacos de vidro caiam sobre alimentos e bancadas.

Mais do que qualquer outro ambiente residencial, a cozinha deve ter iluminação suficiente e com

temperatura de cor adequada que propicie um bom ambiente para preparos. Segundo SILVA

(2004), sempre que quisermos iluminar um ambiente que induza a produtividade temos que optar

por temperatura de cor mais alta, luz mais branca.

No caso de iluminação de destaque, também há de se ter preocupação com a escolha das luminárias.

Estas devem ser de fácil manutenção e limpeza. No caso de embutidos que ficam sobre bancadas de

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trabalho deve-se ter cuidado com a estanqueidade da lâmpada, por isso recomenda-se a lâmpada

halopar para iluminar bancadas de trabalho por sua construção ser feita com vidro resistente.

Outro cuidado que devemos ter é o de não usar lâmpadas expostas, pois o vapor e a gordura

das panelas serão um complicador para a iluminação. Devem ser usadas lâmpadas

herméticas e que possam ser limpas constantemente. (SILVA, 2009:86)

Esta preocupação com a segurança e facilidade de limpeza e manutenção também deve ser

observada na escolha de pendentes sobre mesas e bancadas de refeições rápidas.

Figura 1 – DB Arquitetos Associados

Fonte: www. http://www.dbarquitetos.com/jose-olimpio

Quanto às bancadas de trabalho com armários superiores é sempre interessante prever recursos de

iluminação embutida sob os armários superiores garantindo maior conforto àqueles que se dedicam

às preparações dos alimentos. Esta iluminação embutida deverá ser feita com lâmpadas

fluorescentes embutidas em caixilhos com luz rebatida na base dos armários ou fitas de led para

garantir a segurança dos usuários.

Devemos ter o cuidado de colocar as luminárias de forma estratégica para iluminar o fogão

e as panelas, sem sombras. Colocando luminárias atrás, o corpo e os braços criarão sombras

indesejáveis sobre os objetos e as comidas que estiverem sendo preparadas. Melhor é que a

luz venha de forma perpendicular ao fogão ou lateralmente num ângulo fechado para que se

tenha ampla visão da comida preparada. (SILVA, 2009:87)

Mesmo se tratando de cozinha, pode-se dar destaque a alguns objetos como quadros, vasos, etc.

Segundo Silva (2009), pode-se utilizar lâmpadas dicroicas, que têm o vidro na frente do pequeno

refletor, na abertura de foco que melhor destacar. Isso dependerá do tamanho do objeto e da

distância entre a luminária/lâmpada e o local a ser iluminado.

7. Conclusão

Este artigo teve como objetivo levantar as principais linhas mestras que devem nortear o projeto de

iluminação de interiores residenciais com o intuito de fundamentar a elaboração de um guia de

iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores.

A partir do estudo apresentado conclui-se que o projeto de iluminação vai além de cálculos e regras

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pré-definidas. Se isso bastasse seria menos complicado alcançar excelência no projeto. Porém um

bom projeto de iluminação de interiores residencial deve considerar a influência da iluminação

sobre a vida dos moradores. Assim características como índice de reprodução de cor, temperatura

de cor, segurança, entre outras, deve nortear o desenvolvimento do projeto. Todas estas variáveis

devem ser consideradas e somadas aos cálculos e números adequados. Não há uma fórmula mágica,

existe sim uma coerência relacionada com o que se deseja iluminar, como iluminar e com o que

iluminar e por fim, qual o efeito que se espera provocar.

8. Referências

GUERRINI, Délio Pereira. Iluminação: Teoria e Projeto. São Paulo: Érica, 2008.

SILVA, Mauri Luiz da . Luz, Lâmpadas e Iluminação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2004.

SILVA, Mauri Luiz da . Iluminação: Simplificando o projeto. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009.

WILHIDE, Elizabeth. Como criar em iluminação/Design Museum; tradução Bruno Vasconcelos – Belo Horizonte:

Gutenberg, 2011.

OSRAM, Manual do Curso Iluminação, Conceitos e Projetos. Disponível em:

http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_&_Catlogos/Downloads/Iluminacao_Geral/Manual_do_Curso_Ilumin

acao_Conceitos_e_Projetos796562/index.html