Estudo Radiológico do Trato Gastro Intestinal

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Estudo Radiolgico do Trato Gastro IntestinalVamos estudar o aparelho gastro-intestinal numa seqncia em que se instalam no organismo, ou seja: cavidade oral, faringe, esfago, estmago, intestino delgado e intestino grosso, que termina com o nus. Todos os exames contrastados do TGI exigem acompanhamento do medico radiologista e uso do serigrafo com intensificador de imagens. A exceo o exame de trnsito intestinal, que estudaremos mais frente.

COMO REALIZAR EXAMES CONTRASTADOS COM USO DE BRIONos exames comuns de RX, observamos os contornos, alinhamentos, paralelismo e composio da imagem numa harmonia que complete uma analise satisfatria sobre o exame. Tambm no caso dos exames contrastados temos alguns itens que so de extrema importncia para que o mesmo seja alvo de um laudo e diagnostico preciso. So eles: - Dados fornecidos pelo enchimento: Motilidade: se refere a relao entre o contraste e a parede do rgo ou seja, a prpria capacidade de movimento do rgo em questo. Ex: peristaltismo.

Mobilidade: se refere s palpaes radiolgicas, mudanas de decbito e manobras de respirao. Elasticidade: refere-se ao aumento e diminuio do calibre do rgo em questo. Exs: estenose, megacolon, etc. - Dados fornecidos pelo relevo: Dobras da mucosa: enchimento das entrncias e salincias. Curvaturas: maior e menor no estomago, colon no intestino e anis esofgicos. Relaes com rgos visinhos: aderncias e ectasia de tecidos. Salincias tumorais: presena de nichos ou depresses, caracterizando tumores ou ulceraes, divertculos e poliposes. Tambm devemos estar atentos para o bitipo do paciente para a realizao dos exames contrastados do T.G.I., pois este possui efeito sobre a localizao dos rgos GI dentro da cavidade abdominal, portanto as classes de biotipo devem ser conhecidas e compreendidas: - Hiperestnico: o tipo hiperestnico designa +ou- 5% da populao, que so aqueles com a constituio corporal grande, com trax e o abdome muito largos e profundos de frente para trs. Os pulmes so curtos e o diafragma alto. O clon transverso muito alto, e todo o intestino grosso estende-se at a periferia da cavidade abdominal. A vescula biliar (VB) tende a associar-se em localizao ao bulbo duodenal e a regio pilrica do estmago. No hiperestnico, a vescula biliar alta e quase transversal, e situa-se bem direita da linha mdia. O estmago tambm encontra-se muito alto e assume uma posio transversal. Seu nvel estende-se desde aproximadamente de T9 at T13, com o centro do estmago cerca de 2,5 cm distal ao processo xifide. O bulbo duodenal est aproximadamente ao nvel de T11 ou T12, direita da linha mdia. - Hipoestnico / astnico: estes representam os biotipos opostos, que so mais magros e possuem pulmes estreitos e mais longos com o diafragma baixo. Isso faz com que o intestino grosso situe-se em posio muito baixa no abdome, que tem sua maior dimenso na regio plvica. O estmago tem a forma de J e situa-se baixo no abdome, estendendo-se desde aproximadamente T11 abaixo do nvel das cristas ilacas at aproximadamente L5 ou ainda mais baixo. A sua poro vertical est esquerda da linha mdia do nvel de L3 ou L4. A vescula biliar est prxima da linha mdia ou ligeiramente direita e logo acima, ou ao nvel da crista ilaca, ou aproximadamente em L3-L4. - Estnico: a constituio corporal mdia e o tipo estnico, uma verso maismagra da classificao hiperestnico. O estmago tambm tem um formato parecido com um J e est localizado mais baixo que o biotipo grande e geralmente estende-se desde o nvel de T10 ou T11 at cerca de L2. O bulbo duodenal est ao nvel aproximado de L1-L2, direita da linha mdia. A vescula biliar menos transversal e situa-se a meio caminho entre a parede abdominal e a linha mdia. A flexura clica esquerda (esplnica) do intestino grosso freqentemente muito alta e apia-se sob o diafragma esquerdo.

Alem do biotipo, outros fatores que afetam o posicionamento do estmago incluem contedo gstrico, respirao, posio do corpo (ortosttica ou decbito) e idade. A localizao correta do estmago e de outros rgos para diferentes bitipos em vrias posies vir com a prtica de posicionamento.

Esofagografia:

- o nome dado ao exame radiolgico especifico da faringe e do esfago. - Este exame objetiva a obteno de imagens desde a faringe at a poro abdominal do esfago, estudando a forma e a funo da deglutio. - Indicaes: anomalias congnitas, cncer, corpos estranhos, varizes esofgicas, refluxo e prolapso de ostiocardia. - Com o paciente em ortosttica pedimos que segure o copo de brio com a mo esquerda. Atravs do serigrafo localizamos a regio a ser estudada. - Posicionamento: AP, oblqua anterior esquerda 20 45. - Solicita-se que o paciente tome um gole de brio e segure na boca, observase pelo serigrafo a regio e pea que o paciente engula o brio, realizando a imagem ao ver a coluna de brio. - Radiografa-se a poro cervical do esfago, regio onde tambm se localiza a faringe; a poro torcica do esfago, rea compreendida abaixo da faringe at prximo da ostiocardia, sendo esta a maior poro do esfago; e por fim a poro abdominal do esfago, onde se estuda a passagem do contraste pela ostiocardia ou hiato esofgico, para o corpo do estmago. - Filme usado: 35 x 35 divido em trs para adultos. 18 x 24 divido em dois para crianas. ANATOMIA DO ESFAGO E ESTOMAGO

E.E.D. ou Seriografia GI Alta:

O objetivo deste exame estudar radiograficamente a forma e a funo do esfago distal, estmago e duodeno, determinar condies anatmicas e funcionais anormais.

Preparo do paciente:- O paciente deve ser orientado a permanecer em dieta zero a partir das 23:00 hs do dia anterior ao exame, sendo esse exame realizado habitualmente pela

manh. Slidos e lquidos devem ser suspensos durante, no mnimo, 8 hs antes do exame. O paciente tambm instrudo a no fumar ou mascar chicletes durante o perodo da dieta zero. Ao receber o paciente, o tcnico em radiologia, deve explicar cuidadosamente todos os procedimentos a serem realizados, bem como fazer uma prvia anamnese, anotando os dados na ficha do mesmo.

Indicaes clnicas:Algumas indicaes clnicas para EED incluem: - lceras ppticas - Hrnia de hiato - Gastrite crnica - Tumores benignos ou malignos - Divertculos - Bezoar

Metodologia: dado ao paciente um gole de brio, acompanhado de Sonrisal, este administrado para formar gases, apresentado o estmago em duplo contraste. realizada ento uma radiografia panormica do estmago, com o paciente em D.D. A seguir levanta-se a mesa basculante, deixando o paciente em ortosttica, segue-se o mesmo procedimento para esofagografia, radiografando todo o esfago. Em seguida deve-se encher o estmago com brio afim de estudar as curvaturas maior,menor, antro esofgico e bulbo gstrico. Realiza-se outra radiografia panormica do estmago cheio de brio, aps realiza-se uma srie de 6 exposies devidamente divididas no serigrafo, do antro-pilrico cheio e vazio e do arcoduodenal.

Viso radiogrfica:- Pores cervical, torcica e abdominal do esfago. - Ostiocrdia, curvaturas, dobras mucosas, tubo gstrico, ostiopiloro duodeno, arco e bulbo duodenal e flexura duodeno-jejunal. Filmes usados: - 1 filme 35 x 35 dividido em trs. - 2 filmes 24 x 30 para panormica. - 1 filme 24 x 30 dividido em seis. 8

Trnsito intestinal:Neste exame como foi dito antes, raramente necessrio a presena do radiologista.

O objetivo deste exame visualizar o fluxo de contraste pelo intestino delgado, da o nome de transito intestinal. O preparo do paciente o mesmo prescrito para E.E.D.

Metodologia:O paciente inicia tomando 200 ml de brio, sendo a primeira radiografia realizada 10 minutos aps a ingesto. A seguir ministrado mais 200 ml de brio, sendo as radiografias posteriores realizadas de 30 em 30 minutos, sempre com o paciente e decbito ventral, at que se visualize a vlvula ileoceal, quando ento o exame dado por encerrado. Este o protocolo, porm algumas vezes o radiologista pode assumir posies obliquas e at ortostticas para definir o diagnstico.

Viso radiogrfica:- Corpo do estmago. - Passagem pela ostiopiloro. - Enchimento do duodeno. - Flexura duodeno-jejunal.

- Toda poro jejunal. - Poro do leo, at a visualizao do incio do colo ascendente do intestino grosso.

Indicaes clnicas:- Enterites; estenose; megacolon; tumores; plipos; divertculos; etc. - Filmes usados: 35 x 43 para panormica. 18 x 24 para vlvula leo-cecal.

ENEMA OPACO OU ENEMA BARITADO o estudo radiolgico do intestino grosso. Requer o uso de contraste para demonstrar o intestino groso e seus componentes.

Objetivo:O objetivo do enema opaco estudar radiologicamente a forma e a funo do intestino grosso, bem como detectar quaisquer condies anormais. Tanto o enema baritado com contraste simples quanto com duplo contraste incluem um estudo de todo o intestino grosso.

Indicaes clnicas:As indicaes clnicas do enema opaco incluem: Colite Diverticulose/Diverticulite Neoplasias Volvo Intussuspo Apendicite importante rever o pronturio ou histrico do paciente para determinar se o mesmo foi submetido a uma sigmoidoscopia ou colonoscopia antes de realizar o exame. Se foi realizada uma biopsia do clon durantes estes procedimentos, a poro envolvida da parede do clon pode estar enfraquecida, o que pode levar a perfurao durante o exame. O mdico radiologista deve ser informado desta situao antes do incio do exame.

Preparo do paciente:O preparo do paciente para um enema opaco mais complicado que o preparo para o estmago e intestino delgado. Entretanto o objetivo final o mesmo. A poro do canal alimentar a ser examinada deve estar vazia, a limpeza completa de todo o intestino grosso de extrema importncia para o estudo contrastado satisfatrio do intestino grosso. Para obter melhores resultados, os procedimentos de limpeza intestinal so especificados em folhetos com instrues aos pacientes, quando acontece o agendamento para a realizao do exame. Deve ser enfatizada ao paciente a importncia do intestino limpo para realizar o enema opaco, pois o material fecal retido pode encobrir a anatomia normal

ou fornecer falsa informao diagnstica, devendo o exame ser remarcado aps preparo adequado.

Metodologia:Antes do incio do exame explicar detalhadamente ao paciente os procedimentos que sero realizados. O paciente instrudo a remover toda a roupa, incluindo sapatos e meias e vestir um roupo hospitalar apropriado, com abertura e fitas nas costas. Antes da introduo da sonda retal, deve ser feita a anamnese, e o exame dever ser cuidadosamente explicado. Como a cooperao do paciente essencial e o exame pode ser embaraante, deve-se tentar ao mximo tranqiliz-lo a cada estgio do exame. Realiza-se a radiografia simples do abdome e apresenta para o radiologista. Para a introduo da sonda, coloca-se o paciente na posio de Sims, onde o paciente colocado em decbito lateral esquerdo, inclinando-se bem para a frente. A perna direita fletida no joelho e no quadril, e colocada na frente da perna esquerda. O joelho esquerdo deve estar confortavelmente fletido. Esta posio relaxa os msculos abdominais e diminui a presso dentro do abdome. Durante o procedimento, cada fase da introduo do tubo retal deve ser explicada ao paciente. Para introduzir a sonda, ajustar a abertura do roupo do paciente para expor somente a regio anal, o restante do corpo deve estar bem coberto. Proteger o pudor do paciente o mximo possvel durante o exame. A sonda NUNCA deve ser forada, pois pode causar leso no paciente, ela deve entrar de maneira suave, aps ser lubrificada, geralmente com Xylocaina gel. A introduo total da sonda no deve exceder 4 a 5 cm para evitar possvel leso da parede do reto. Deve-se fixar a sonda com esparadrapo antialrgico a fim de evitar que saia, quando o paciente se movimentar. Aps introduo da sonda coloca-se o paciente em decbito ventral, ligeiramente obliquado direita, em posio de Trendelemburg leve, iniciando-se a instilao do brio previamente preparado.

1 Enema opaco com contraste simples:Este exame utiliza apenas contraste positivo. Na maioria dos casos, o contraste o sulfato de brio em mistura fina. Ocasionalmente, o contraste de brio dever ser substitudo por uma substncia hidrossolvel. Ex: Caso o paciente v ser submetido cirurgia aps o exame; ou enema opaco de recm-nascido.

2 Enema opaco com duplo contraste:Neste caso alm do sulfato de brio tambm introduzido ar no intestino grosso. essencial que o intestino esteja absolutamente limpo. Este exame realizado em dois estgios: Aps a coluna de brio alcanar toda extenso do intestino grosso, instila-se ar no intestino, a seguir solicita-se que o paciente v ao banheiro e evacue o mximo de brio possvel. No segundo estagio insuflar o intestino com uma grande quantidade de ar, que desloca a principal coluna de brio para a frente, deixando apenas o brio aderido mucosa.

Estas etapas so realizadas sob controle fluroscpico, pois no se pode permitir que a coluna de ar entre na frente da coluna de brio.

Visualizao RadiogrficaVisualiza-se o reto e sigmide, colon descendente, flexura clica esquerda (esplnica), colon transverso, flexura clica Direita (heptica), colon ascendente e ceco. Algumas vezes visualizamos tambm o apndice (processo vermiforme).

Incidncias bsicas.- OAD - OAE - Panormica decbito dorsal (PA) - Panormica decbito ventral (AP) - Lateral do reto - Axial (inclinao do tubo 30 caldal) - Panormica (PA/AP) ps-evacuao Filmes usados: 3 35 x 43 e 4 24 x 30