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ESTUDO SOBRE A NECESSIDADE DO CENTRO DE TREINAMENTO OPERACIONAL E DE SAÚDE PARA O CBMPB
Bruna Thaís Galeno Palitot ¹
Fernando Antônio de Oliveira Lima ²
RESUMO
É necessário que se crie, dentro do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, um Centro de Treinamento Operacional e de Saúde - COPS? Este artigo é um estudo exploratório cujo objetivo central é analisar a necessidade do desenvolvimento deste centro para os bombeiros militares do Estado da Paraíba. Os resultados dos 80 questionários aplicados para parte do efetivo operacional dos Batalhões Bombeiros Militares, Batalhão de Busca e Salvamento e Batalhão de Atendimento Pré-Hospitalar do Estado, apontam que em todas as unidades pesquisadas houve convergência para esta criação. Existiu também o entendimento que este local seria importante para: a treinagem periódica dos profissionais, a facilitação das práticas dos procedimentos operacionais padrões, o envio de verbas de materiais adequados referentes às áreas funcionais, e o exercício do gerenciamento de operações por parte dos oficiais. Além disso pontuamos a relevância da área de saúde dentro do COPS, como forma de apoio ao efetivo em treinamento e direcionamento a outros órgãos de saúde caso necessário, sabendo que a maior parte dos dados inferiu que há influência do estado psicológico relacionado a doenças ou fobias no serviço operacional.
Assim, o objetivo geral de verificar a relevância da construção do Centro de Treinamento Operacional e de Saúde do CBMPB visando obter um espaço físico integralizado, adequado e com as especificações corretas para a excelência de treinos foi alcançado e compreendido como de suma importância pelo efetivo. PALAVRAS-CHAVE: Treinamento Operacional; Bombeiros; Acompanhamento de Saúde; Centro de treinamento adequado. ABSTRACT
Is it necessary to create, within the Military Fire Brigade of Paraíba, an Operational and Health Training Center - COPS? This article is an exploratory study whose central objective is to analyze the necessity of the development of this center for the military firemen of the State of Paraíba. ______________
¹Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba – João Pessoa (PB), Brasil. Email: [email protected] ²Major do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, Bacharel em Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar do Cabo Branco (APMCB), Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Especialização em Gerenciamento em Segurança Pública pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Email: [email protected]
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The results of the 80 questionnaires applied to part of the operational staff of the Military Fire Battalions, Search and Rescue Battalion and Pre-Hospital Care Battalion of the State, indicate that in all the units surveyed there was convergence for this creation. There was also the understanding that this place would be important for: periodic training of professionals, facilitating the practices of standard operating procedures, sending of adequate materials regarding the functional areas, and the management of operations by officers. In addition, we pointed out the relevance of the health area within the COPS, as a way of supporting the staff in training and directing to other health agencies if necessary, knowing that most of the data inferred that there is influence of the psychological state related to diseases or phobias in the operational service. Thus, the overall objective of verifying the relevance of the construction of the CBMPB's Operational and Health Training Center in order to obtain an adequate, adequate and correct physical space for training excellence was achieved and understood as of the utmost importance by the staff. KEY WORDS: Operational Training; Firefighters; Health Monitoring; Appropriate training center.
INTRODUÇÃO
A atividade bombeiro militar tem como intuito salvaguardar e defender
vidas e riquezas em situações emergenciais. Dessa forma, entendemos que é
necessário para este profissional um contínuo treinamento físico e mental.
Atividades operacionais de todas as áreas – Atendimento Pré-Hospitalar,
Combate a Incêndio, Salvamento Terrestre, Salvamento Aquático, Salvamento
em Altura, Mergulho, Atividades de Defesa Civil, bem como a Gestão de Sinistros
e Desastres – exigem um preparo pessoal além da média, o que remete e
reafirma o Estatuto dos Bombeiros Militares através da Lei n. 11416/91 (1991,
p.3), quando diz que se deve “zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e
físico, assim também pelo preparo dos subordinados, tendo em vista o
cumprimento da missão comum”.
CBMPB: aspectos históricos
A partir do dia dois de julho de 1856, foi criado o Corpo de Bombeiros
Provisório da Corte, pelo decreto imperial nº 1.775. Com isso surgiram as
primeiras formas de comunicação, gerenciamento, avisos de incêndio, formação
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de guarnições e utilizações da bomba de incêndio a vapor afim de extinguir o
sinistro. Com o passar do tempo, houve a inserção de novas tecnologias, de
investimento governamental e de estrutura geral, tanto física quanto logística e
de gestão, culminando na ratificação do Corpo de Bombeiros perante a
sociedade brasileira.
A Paraíba, no entanto, teve um processo súbito de criação do
Corpo de Bombeiros o que acarretou em dificuldades institucionais
relacionadas a materiais e equipamentos específicos para a execução da
atividade, impossibilitando inclusive o treinamento da tropa. Este quadro
melhorou através da interferência de Epitácio Pessoa junto ao Distrito Federal
da época que conseguiu a aquisição de uma bomba de vapor e a vinda do
sargento Alexandre Loureiro Júnior, militar do DF que ministrou instruções não
só sobre o novo equipamento adquirido como também em áreas de salvamento
para os bombeiros paraibanos. Logo após chegar na Paraíba, o Sargento
Alexandre foi promovido ao posto de 2º Tenente e passou a comandar o Corpo
de Bombeiros. No entanto, demorou dois anos para que o grupamento fosse
dado como pronto.
Em 1918, o CBMPB passou a ter um aquartelamento o que possibilitou
uma maior autonomia institucional e maior visibilidade por parte do poder
público.
Através das noções basilares fornecidas pelo tenente Alexandre surgiu o
serviço de Auto Busca e Salvamento. Anos depois (1998) culminou na
construção do Grupamento de Busca e Salvamento, localizado no bairro de
Mangabeira. Porém no dia 6 de novembro de 2007, devido ao
desmembramento do Corpo de Bombeiros em relação a Polícia Militar, houve
mudança na sua denominação, passando a ser chamando de Batalhão de
Busca e Salvamento (BBS).
Antenor Navarro, então governador da Paraíba, resolveu extinguir o
Corpo de Bombeiros através do decreto nº 170, de 27 de agosto de
1931, entendendo que devido aos desgastes dos materiais a corporação não
atendia mais a população de forma adequada, passando assim as
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incumbências para uma seção da guarda cívica.
Porém, quatro anos depois, no governo de Argemiro de Figueiredo, foi
implantada uma nova lei - nº 37 de 23 de dezembro – que ressurgiu o Corpo
de Bombeiros, cuja denominação era apenas Corpo.
Ao decorrer do tempo, houve a necessidade de adquirir novos materiais
e interiorizar a Corporação. A primeira cidade que obteve essa segregação foi
Campina Grande, em 1947, pela lei estadual nº 31 no governo do Ministro
Osvaldo Trigueiro de Albuquerque e Melo. Porém só foi de fato implantada no
ano de 1953, no governo do ministro José Américo de Almeida, pertencente ao
2º Batalhão de Polícia Militar, só sendo transferido em 2006 para uma sede
própria.
Os serviços bombeirísticos que até então se limitavam ao combate a
incêndio e ao salvamento, no ano de 1972 obtiveram extensões. Acrescentou-
se um serviço de engenharia com o Serten (Serviço Técnico de Engenharia)
pela Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, cuja reformulação se deu
durante os anos até a atual DAT (Diretoria de Atividades Técnicas).
Dentre investimentos e crescimentos profissionais, no ano de 1975 foi
inaugurado no bairro de Marés o maior quartel Policial Bombeiro Militar da
Paraíba. O atual QCG – Quartel de Comando Geral do CBMPB- se tornou
operacional em 2 de julho de 1976.
Outro marco dos Bombeiros da Paraíba foi o desmembramento à Policia
Militar no ano de 2007. Feita dia seis de novembro, pela Emenda Constitucional
nº 25 trouxe mudanças em sua organização básica (Lei nº 8.444, de 28 de
dezembro de 2007) e proporcionou autonomia financeira e administrativa à
Corporação. Desta forma facilitou a expansão e modernização do CBMPB em
todo o Estado. Porém, por ser considerada uma instituição “nova” na sua
independência, até hoje ainda há muitas dificuldades pontuais no que tange a
investimentos financeiros, desenvolvimento corporativo e de pesquisas
científicas.
Diante das especificidades desse processo de evolução organizacional,
este estudo busca analisar as necessidades das tropas operacionais do Corpo
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de Bombeiros Militar da Paraíba para alcançar a excelência preparatória e de
execução funcional, com materiais e locais ideais para tal. E assim, mostrar
baseado na colheita dos dados a importância da construção do Centro de
Treinamento Operacional e de Saúde no nosso Estado, cuja finalidade é de
melhorar, ou até mesmo, se igualar àquelas corporações que possuem uma
estrutura apropriada para treinamento de suas atividades fins.
Aspectos físicos e psicológicos da tropa operacional do CBMPB
Os profissionais da corporação Bombeiro Militar são diariamente
cobrados no que tange às suas técnicas, ao seu psicológico e ao seu preparo
físico. O treinamento característico para determinado fim operacional serve
como parâmetro do que poderá acontecer nas atividades práticas do dia a dia.
De acordo com o princípio da especificidade, usado na preparação física,
a “resposta ao exercício é específica para o modo e a intensidade do exercício,
e o programa de treinamento deve enfatizar os sistemas fisiológicos
fundamentais para o desempenho ideal no esporte praticado pelo atleta para que
sejam obtidas as adaptações específicas ao treinamento”. (COSTILL, KENNEY
e WILMORE., 2013). Podemos fundamentar a importância do direcionamento
para o treino de cada área operacional, com seus materiais peculiares, com suas
áreas características, e instrutores qualificados para a transmissão dos métodos
da melhor forma possível.
Assim, o COPS irá concentrar todo alicerce cuja a finalidade converge
para o preparo do efetivo operacional. Disponibilizando de recursos logísticos
para o treinamento físico, técnico e psicológico. Deste modo, poderemos praticar
os procedimentos operacionais padrões em simulações nas tropas de todo o
Estado, alcançando de forma mais efetiva e massificada uma diretriz uniforme.
Após isso, as ações diárias fluíram de maneira natural e objetiva, já que haverá
homogeneidade quanto as atitudes e intervenções no atendimento às
ocorrências.
De acordo com os princípios da Andragogia - ciência de orientar adultos
a aprender, o ser humano retém 10% do que lê, 20% do que escuta, 30% do que
vê, 50% do que vê e escuta e 80% do que vê, ouve e logo pratica. (BEZERRA.
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P.22, 2009). Ou seja, a teoria e a instrução são de suma importância para basilar
todo o aprendizado, no entanto a forma mais eficiente de conservar o
conhecimento é através da interação dos sentidos na prática.
A vida laboral do bombeiro militar é outro aspecto que tem interferência
direta com todo o funcionamento do serviço operacional. Dessa forma a estima
da Psicologia, que no COPS se encontra dentro do setor de saúde, é
imprescindível no estudo do comportamento e da mente humana do profissional,
e tem como objetivo a boa relação do homem com o ambiente à sua volta e
consigo mesmo.
Na nossa atividade Bombeiro Militar nos deparamos constantemente com
situações inusitadas e a reação diante a estas é peculiar a cada ser. Segundo
(Davidoff, 2001) “as pessoas não precisam ter experiências assustadoras com
estímulos neutros, para passar a ter medo delas. Como somos seres dotados de
cognição, frequentemente nos assustamos com aquilo que vemos e
imaginamos”.
Dessa maneira podemos perceber o apreço do treinamento operacional
para a adequação do psíquico às circunstâncias do trabalho bomberístico. E,
além disso, a necessidade de um acompanhamento psicológico para minimizar
ou até mesmo sanar medos, traumas e barreiras mentais. O trabalho psicológico
em algumas situações é mais importante do que horas de preparação física
(ROSE, 2000), promover a preparação psicológica buscará atitudes mais
próximas da realidade.
Apesar do treinamento militar ter como finalidade o aperfeiçoamento de
diferentes componentes da aptidão física, sua execução de forma inadequada
pode associar-se ao desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas. Todo
profissional que treina constantemente e de forma intensa esta suscetível a
sofrer lesões, daí a necessidade da ação da Fisioterapia Desportiva cujos
principais objetivos são:
a) Eliminar a dor.
b) Recuperar a flexibilidade, a força muscular e
a estabilidade da área lesada.
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c) Realizar treinamento proprioceptivo, para
ganho de segurança, confiança, força,
agilidade e coordenação.
d) Retornar o paciente à sua prática esportiva o
mais rápido possível e com segurança, dentro
dos limites fisiológicos e clínicos pós-lesão.
e) Permitir a prática de atividade física sem
sintomas e riscos.
f) Prevenir as lesões esportivas e
aparecimento/retorno de sintomas.
g) Manter/promover a qualidade de vida e a
condição do sistema musculoesquelético nas
afecções degenerativas naturais do
envelhecimento.
(FISIOTERAPIA MANUAL: 2016)
Esse campo, dentro do setor de saúde, ficará responsável pela prevenção
e reabilitação do bombeiro em atividade. Proporcionando assim, um trabalho
mais eficaz e longínquo, tendo em vista que lesões mais graves e a longo prazo
serão evitadas.
Por fim, ainda dentro deste âmbito setorial é imprescindível que haja um
médico generalista. Estudos mostraram que com uma boa entrevista
(anamnese), o médico obtém o diagnóstico antes mesmo de realizar os exames
físicos e laboratoriais em 80% dos casos. Sendo o mesmo obtido em quase 100
% dos casos após exame físico e laboratorial. (BALLOS, 2015).
O clinico geral possui uma visão global do organismo humano e a
competência necessária para dispor, de forma abrangente, os diagnósticos
necessários num primeiro momento de avaliação médica e a melhor forma de
trato. Com isso, após a conclusão da consulta o doutor irá prosseguir com o
tratamento ou, se necessário, encaminhar para um especialista com propósito
de solucionar o problema seja ele de ordem física ou psicológica.
Como estamos periodicamente observando em diversos cursos
operacionais nos CBMs e demais corporações, a importância do atendimento
imediato de primeiros socorros, ou seja, com tempo-resposta mínimo é para
reduzir ao máximo os danos causados ao profissional. E a intervenção médica,
nesses casos, fortalece o suporte adequado ao paciente.
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A relevância da pesquisa se deve ao fato de que a categoria desenvolve
atividades essenciais para a manutenção da vida das pessoas e, portanto, seu
estado de saúde física e mental é essencial para o cumprimento de sua missão.
Estruturação do Centro de Treinamento Operacional e de Saúde
O Centro de Treinamento Operacional e de Saúde, do Corpo de
Bombeiros Militar da Paraíba surgiria com objetivo se sanar as dificuldades
encontradas pela tropa no que tange a treinamento continuado, centralização do
espaço adequado, materiais específicos, acompanhamento básico e essencial
de saúde.
Hoje, a instituição necessita de parcerias com locais de outrem para
realizar suas atividades de treinagem e também de gastos com transporte e
tempo para o deslocamento da tropa. Além disso não possui especificidade
quanto a esses locais, nem tão pouco um acompanhamento regular do setor de
saúde para com o efetivo operacional.
No entanto, analisando a área obsoleta disponível no Quartel de
Comando Geral percebemos que com um projeto bem estruturado e voltado para
um treinamento de excelência, juntamente com os recursos adequados
podemos transformá-la nesse Centro de Treinamento Operacional e de Saúde
oportuno para a Corporação.
Através do instrumento Google Maps, verificamos que a área disponível
para o planejamento do projeto é de aproximadamente 30 mil m². Assim, tendo
espaço suficiente para construir todo o projeto. (Anexo C)
METODOLOGIA
Do ponto de vista metodológico, a pesquisa é indispensável para dar
relevância ao estudo realizado, dessa maneira utilizou-se a pesquisa
exploratória, que segundo Silva (2004, p.15) “visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir
hipóteses. Envolvem levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos
que estimulem a compreensão”. Buscou-se a visão do efetivo operacional,
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oficiais e praças, quanto as deficiências de treinamento, de material, e de apoio
psicológico e de saúde nas áreas funcionais diárias.
O procedimento metodológico teve abordagem qualitativa, ou seja, não
se preocupou com relação aos números, mas quanto ao aprofundamento e como
foi compreendido pelas pessoas. Dessa forma a aplicação da pesquisa
exploratória teve por finalidade a elaboração de instrumento de pesquisa
adequado à realidade.
Assim, a pesquisa utilizada foi do tipo exploratória e envolveu
levantamento bibliográfico com buscas na internet, particulares e artigos
publicados acerca do assunto tratado. Desse modo, acreditamos ter sido melhor
compreendido e preciso nos seus resultados.
Quanto aos procedimentos técnicos optou-se pela pesquisa-ação, que
conforme Thiollent (1994), visa contribuir para o equacionamento do problema
central na pesquisa, a partir de possíveis soluções e de propostas de ações que
auxiliem os agentes (ou atores) na sua atividade transformadora da situação e
propicia que se obtenham informações de difícil acesso por meio de outros
procedimentos e, assim, possibilita ampliar o conhecimento de determinadas
situações. A problemática institucional apontada foi analisada como forma de
incentivar a mobilização por parte do CBMPB para a feitura do centro, e
direcionada para como realizar essa construção.
A abordagem tipo hipotético-dedutivo constatou que há a necessidade de
construção de um centro de treinamento operacional e de saúde integrado para
o CBMPB, bem como uma melhor preparação e qualificação dos seus
profissionais seguindo uma treinagem padronizada e continuada. O
procedimento comparativo com outras corporações inferiu que o CBMPB tem
que se desenvolver para poder alcançar uma estrutura institucional mais
completa e adequada para o treinamento operacional.
A pesquisa foi realizada nos seis Batalhões de Bombeiros Militares da
Paraíba, no BBS (Batalhão de Busca e Salvamento) e no BAPH (Batalhão de
Atendimento Pré-Hospitalar) de João Pessoa, durante os meses de julho e
agosto do corrente ano. E teve como instrumento de coleta um questionário
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objetivo aplicado através da ferramenta Google Docs. O procedimento realizado
para a coleta desses dados foi a aplicação de dezesseis perguntas objetivas,
diretas e claras para oito bombeiros de cada Batalhão, sendo esses três oficiais
e cinco praças, totalizando 80 questionários disponíveis. A execução foi feita com
ajuda do CSU – Comandante de Socorro da Unidade, e encaminhada
juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para a
pesquisadora. Todos os envolvidos na pesquisa possuem uma cópia eletrônica
das suas respostas e do TCLE, encaminhado automaticamente via e-mail
fornecido. Devido a intensa atividade operacional, a distância dos batalhões e a
falta de tempo destinado para esta aplicação de questionário, a amostra colhida
foi de 87,5% do total, resultando 70 questionários, o que não influenciou nos
resultados para a conclusão do artigo.
O processamento e a análise dos dados ratificaram a importância da
criação do centro, da necessidade de treinamentos baseados em procedimentos
técnicos padrões e da estima de acompanhamentos médicos, fisioterápicos e
psicológicos no treinamento operacional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliados 70 questionários do efetivo operacional do Corpo de
Bombeiros Militar da Paraíba. Divididos em oficiais que exercem a função de
comando operacional (aspirante à oficial, tenente e capitão) e correspondem a
32,9%, e praças operacionais de diversas áreas (soldado, cabo, sargento e
subtenente) que somam 67,1% dos pesquisados.
Figura 1. Disposição de posto ou graduação da tropa operacional da Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
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A maior concentração de faixa etária (54,3%) está entre 26 e 35 anos,
seguidos dos bombeiros de 36 a 45 anos (20%), de 46 a 55 anos (18,6%) e dos
mais jovens que compreendem a faixa de 18 a 25 anos (7,1%). Quanto ao sexo,
ainda perdura majoritariamente o masculino com 92,9% dos pesquisados versus
apenas 7,1% do efetivo feminino na operacionalidade, como podemos ver no
gráfico abaixo.
Figura 2. Distribuição de sexo entre a tropa operacional da Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
Esse predomínio masculino se dá, além de outros fatores, pela recente
inserção feminina no Corpo de Bombeiro do Estado da Paraíba, apenas no ano
de 2000 as primeiras quatro mulheres entraram na corporação mediante
concurso público para o CFO – Curso de Formação de Oficiais. A partir daí
surgiram as demais para dar início à história feminina do CBMPB. Com o passar
do tempo houve, de fato, uma consolidação desse efetivo que conquistou a
regularização da oferta de vagas nos concursos do CFO e no Curso de
Formação de Soldados (CFSd).
Segundo PINTO, 2017 o efetivo feminino além de jovem em idade,
também se apresenta nos anos iniciais de sua carreira militar. No que se refere
aos ambientes de trabalho o estudo “EFETIVO FEMININO NO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DA PARAÍBA: UMA DÉCADA DE MUDANÇAS, DE 2007 A 2017” mostra que o local
de prevalência do trabalho dessas Bombeiros Femininas é o setor administrativo
da corporação, das 16 entrevistadas apenas duas afirmaram trabalhar no setor
operacional.
Voltando para a pesquisa do COPS, de todos os analisados, o nível
máximo de escolaridade encontrado foi a pós-graduação que resultou em 10%
dos pesquisados (ver figura 3). Ou seja, percebemos de fato que há uma
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precisão de estímulos ao desenvolvimento humano dentro da instituição, por
meio de incentivos a cursos superiores e qualificações profissionais em todas as
áreas do conhecimento.
Figura 3. Nível de escolaridade da tropa operacional da Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
No que tange ao tempo de efetivo de serviço observamos, através da
figura 4, que 61,4% tem de zero a dez anos de serviço o que mostra que a maior
da tropa ainda tem muito a contribuir no trabalho corporativo. Entretanto isso não
significa que os números atuais estão de acordo com a necessidade do serviço.
Sabemos que a quantidade de praças é um ponto a ser melhorado na nossa
instituição e necessário para que possamos atender de forma mais eficaz a
sociedade.
Figura 4. Tempo de efetivo de serviço da tropa operacional da Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
Na análise do quão importante é ter um local operacional específico e
centralizado para treinamento mostrou que 87,1 % de todo o efetivo examinado
acha muito importante que exista este espaço (figura 5). Reiterando a ideia do
projeto, e direcionando a pensar na estrutura interligada com torre de altura,
piscina, contêiner, tanque de mergulho, viaturas, pista de treinamento de cães,
entre outros. Ainda nesse ponto, verificamos que 98,6% diz ser muito importante
ou importante que haja materiais adequados referentes a todas as áreas
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operacionais: Atendimento Pré-Hospitalar, Combate a Incêndio, Salvamento
Terrestre, Salvamento Aquático e Salvamento em Altura (ver figura 6).
Figura 5. Estima de um local específico e centralizado para o treinamento operacional da
Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
Figura 6. Necessidade de locais e materiais adequados referentes a todas as áreas
operacionais bombeiro militar da Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
Sabemos que existe toda uma burocracia legal no que tange à logística
de recursos e materiais, desta forma foi questionado aos pesquisados se através
do Centro de Treinamento Operacional e de Saúde, iria haver uma melhoria no
envio de recursos, materiais e equipamentos destinados ao treinamento do
serviço operacional. Tivemos resposta positiva de 92,9% dos entrevistados (ver
figura abaixo), ressaltando assim a necessidade da construção.
Figura 7. A facilidade no envio de recursos, materiais e equipamentos após haver um espaço
físico (COPS).
Fonte: Palitot, 2017.
14
Partindo para a regularidade do treinamento, Mundim (2002) argumenta
que o principal objetivo da educação corporativa é evitar que o profissional se
desatualize técnica, cultural e profissionalmente, e perca sua capacidade de
exercer a profissão com competência e eficiência, causando desprestígio à
profissão, além do sentimento de incapacidade profissional. A melhoria da
instituição depende de cada efetivo do universo corporativo e da busca por sanar
pontos deficientes como a falta de continuidade do treinamento operacional.
Em um estudo sobre “A importância da educação continuada para os
oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba” (CHAVES, SILVA 2016)
percebemos que este é um ponto relevante, merecendo notoriedade e
efetivação.
Figura 8. Questionamento sobre quais áreas na atuação do oficial bombeiro militar merecem maior ênfase num programa de educação continuada. João Pessoa-PB, 2016.
Na figura acima, temos apenas o ponto de vista do oficialato e já podemos
verificar a real necessidade de uma educação continuada com treinamentos
regulares, o que irá culminar num melhor preparo e atendimento ao povo. Se a
percepção da minoria (oficiais) que trabalha com o treinamento operacional é
essa, nos leva a crer que a tropa composta por praças que lidam diariamente
com este serviço tem uma necessidade ainda maior.
Através da amostra temos uma apreciação mais geral acerca do tema, e
nela conferimos que 98,6% acha importante que esse processo de treinamento
periódico aconteça (vide figura 9).
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Figura 9. A importância da periodicidade no processo de treinagem dos bombeiros militares da
Paraíba.
Fonte: Palitot, 2017.
Concluindo a imprescindibilidade da capacitação permanente, é unanime
que a continuidade de atividades e treinamentos operacionais feitas no COPS
podemos ver no gráfico abaixo.
Figura 10. A facilidade da massificação dos POP’s através da continuidade de atividades e
treinamentos.
Fonte: Palitot, 2017.
A saúde física e mental dos profissionais do Corpo de Bombeiros já foi
dita como de extrema necessidade para execução do serviço. Averiguando a
importância da área de saúde no centro proposto para a tropa, todos acharam
no mínimo importante a existência desse setor para: atitudes imediatas em
lesões causadas nas instruções e a longo prazo (no exercício da atividade) e na
verificação diagnostica de cada efetivo em treinamento. (Figura 11)
Figura 11. A importância da Área de Saúde no Centro Operacional e de Saúde do CBMPB.
Fonte: Palitot, 2017.
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Na pesquisa podemos observar que 97,2% da amostra disse que fobias,
ou doenças como a ansiedade, o estresse, a depressão e o alcoolismo
influenciam negativamente no serviço. Ou seja, há influência significativa do
estado psicológico com a atividade funcional.
Figura 12. A influência do estado psicológico, relacionado a doenças ou fobias, no serviço
operacional do CBMPB.
Fonte: Palitot, 2017.
Tudo isso nos permite reafirmar o quão indispensável é ter esse
acompanhamento de saúde próximo ao nosso efetivo, sanando suas
necessidades emergentes e proporcionando uma melhor satisfação e bem-estar
no serviço diário.
Outro ponto que não poderia faltar no projeto é a gestão de sinistros. Um
estudo feito por (CARVALHO, 2011) acerca da “GESTÃO DE PROCESSOS NO
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA COMO ESTRATÉGIA PARA
O APERFEIÇOAMENTO DOS SEUS SERVIÇOS” diz que para alcançar uma
melhoria estratégica do planejamento, desenvolvimento e execução de
atividades é preciso identificar os pontos críticos dos processos operacionais,
adaptando e alterando no sentido de agregar valores em sua cadeia de
processos; verificar a necessidade de capacitação dos profissionais como
agentes educadores na prevenção de acidentes.
Assim, é relevante que haja um olhar voltado para o desenvolvimento
continuo dos gestores com resultados gradativos e crescentes conforme o
treinamento e aperfeiçoamento de suas ações. Remetendo para o estudo,
completamos que 98,6% da amostra infere que através de simulações feitas no
COPS o oficial é capaz de treinar o gerenciamento de ocorrências (ver figura 13).
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Permitindo dessa forma que suas técnicas estejam sempre atualizadas e os seus
procedimentos sigam o devido padrão normativo estabelecido.
Figura 13. O treinamento da gestão de oficiais em simulações através do COPS do CBMPB.
Fonte: Palitot, 2017.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral desta pesquisa foi de analisar a necessidade de
construção de um Centro Operacional e de Saúde para o Corpo de Bombeiros
Militar da Paraíba. Assim, ao finalizarmos este estudo percebemos que
realmente há relevância na feitoria deste ambiente. A necessidade legítima da
construção pode ser analisada através dos gráficos que convergem em todos os
pontos para esta ideia.
Benefícios diversos serão conquistados pelo efetivo operacional, dentre
eles a consolidação do treinamento contínuo, possibilitando agir conforme um
conjunto de ações melhores entrosadas e exercidas com base nos
procedimentos operacionais padrões. A obtenção de uma estrutura mais
próxima ao ideal, existente em outras corporações do Brasil, como por exemplo
no Distrito Federal.
Após os estudos realizados, acreditamos que esta estrutura será de
grande importância para o aprimoramento técnico e a manutenção das
condições ideais de preparo dos Bombeiros. O maior ganho através dessa
realização será da possibilidade de melhor preparar profissionais bombeiros
militares para as atividades fins operacionais. E assim, servir a sociedade com
mais destreza, confiança, preparo e eficácia.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me proporcionar tudo o que tenho, sem Ele eu nada
seria. Pela força, persistência e compreensão para superar todas as dificuldades
do curso.
Aos meus pais, Demétrius e Ione, por sempre estarem presente na minha
vida. Como meus exemplos, com toda paciência, me ensinaram o que realmente
importa – a presença do Senhor, e me direcionaram pelos caminhos corretos e
do bem,
Aos meus avós, em especial a minha avó Iza, que sempre esteve comigo
e é um exemplo de mãe, guerreira, mulher e que por mais distante que esteja
mostra o seu amor incondicional todos os dias.
À minha irmã Bárbara que se mostra capaz de sobrepujar tudo para me
ajudar e querer o meu melhor.
Ao meu namorado Thiago, por ser um homem lindo, abençoado por Deus,
e que não mede esforços para me fazer feliz.
Aos meus amigos que me fizeram seguir firme, com as palavras certas
para me apoiar durante esse período.
Ao meu orientador Major Fernando, por toda a paciência, sendo solicito e
capaz de me guiar da melhor forma nesse estudo.
Agradeço também a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou
indireta nesta pesquisa, desde a construção do projeto, questionário e sua
aplicação, até o resultado final.
Por fim, o meu muito obrigada a quem torce por mim e deposita confiança
no meu trabalho. Farei questão de dar o meu melhor por isso, e sempre agir com
profissionalismo nas minhas ações.
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REFERÊNCIAS
BEZERRA. Rubiane Pereira. SENASP/MJ – Capacitação em educação para trânsito. Mód. 02 – Trânsito: um enfoque comportamental e pedagógico. Brasília: Fábrica de Cursos, 2009. Corpo de Bombeiros do Paraná. “ Corpo de Bombeiros no Brasil”. 2015. Disponível em: <http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=2>.Acesso em: 18/09/2017. DAVIDOFF, L. L. Introdução à psicologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. DE CARVALHO, K. C. G. “Gestão de processos no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba como estratégia para o aperfeiçoamento dos seus serviços”. 2011. DE ROSE, J. R. Dante. A Psicologia do Esporte e no Esporte: a participação do profissional do esporte e da psicologia. Encontros e Desencontros: descobrindo a Psicologia do Esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. GOIÁS. Lei n 11416/91. Dispõe sobre o Estatuto dos Bombeiros Militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. 1991. KENNEY,W. Larry.Wilmore Jack H. Costill, David L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. Tradução Feranando Gomes do Nascimento; tradução Orlando Latino – 5 Ed. Barueri, SP. Manole, 2013. NETO, M. P. C.; SILVA, P. V. A importância da educação continuada para os oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. João Pessoa. 2016. PARAÍBA. Lei n 8.444/2007. Dispõe sobre a organização básica do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. DOEPB n 13.696. 2007.
PINTO, T. C. A. Efetivo feminino do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba: Uma década de mudanças de 2007 a 2017. João Pessoa. 2017.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA
DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR ARISTARCHO PESSOA
TERMO DE COMPROMISSO
Eu, Fernando Antônio de Oliveira Lima, pertencente ao Corpo de Bombeiros Militar da
Paraíba, pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa: “Centro de Treinamento
Operacional e de Saúde do Corpo de Bombeiro Militar da Paraíba”, comprometo-me a
observar e cumprir as normas da Resolução 466/2012 do CNS em todas as fases da
pesquisa.
João Pessoa, 21 de agosto de 2017
____________________________________
Fernando Antônio de Oliveira Lima
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APÊNDICE B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE
Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido eu, em pleno exercício dos
meus direitos me disponho a participar da Pesquisa “ CENTRO DE TREINAMENTO
OPERACIONAL E DE SAÚDE DO CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DA PARAÍBA”.
Declaro ser esclarecido e estar de acordo com os seguintes pontos:
O trabalho CENTRO DE TREINAMENTO OPERACIONAL E DE SAÚDE DO CORPO
DE BOMBEIRO MILITAR DA PARAÍBA” terá como objetivo geral elaborar uma proposta
de construção do Centro de Treinamento Operacional e de Saúde (COPS) do CBMPB
visando obter um espaço físico integralizado para o CBMPB, adequado e com as
especificações corretas para a excelência de treinos.
Ao voluntário só caberá a autorização para participar da resolução de um questionário
fechado estruturado com variáveis socioeconômicas e perguntas singulares acerca do
exercício da profissão, e não haverá nenhum risco ou desconforto ao voluntário.
Ao pesquisador caberá o desenvolvimento da pesquisa de forma confidencial;
entretanto, quando necessário for, poderá revelar os resultados ao médico, indivíduo
e/ou familiares, cumprindo as exigências da Resolução Nº. 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.
O voluntário poderá se recusar a participar, ou retirar seu consentimento a qualquer
momento da realização do trabalho ora proposto, não havendo qualquer penalização ou
prejuízo para o mesmo.
Será garantido o sigilo dos resultados obtidos neste trabalho, assegurando assim a
privacidade dos participantes em manter tais resultados em caráter confidencial.
Não haverá qualquer despesa ou ônus financeiro aos participantes voluntários deste
projeto científico e não haverá qualquer procedimento que possa incorrer em danos
físicos ou financeiros ao voluntário e, portanto, não haveria necessidade de indenização
por parte da equipe científica e/ou da Instituição responsável.
Qualquer dúvida ou solicitação de esclarecimentos, o participante poderá contatar a
equipe científica no número (083) 999287038 com BRUNA THAÍS GALENO PALITOT.
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Ao final da pesquisa, se for do meu interesse, terei livre acesso ao conteúdo da mesma,
podendo discutir os dados, com o pesquisador, vale salientar que este documento será
disposto em duas vias e uma delas ficará em minha posse e a outra será enviada para
o e-mail do voluntário.
(Caso você aceite participar desta pesquisa e esteja em acordo com termo descrito
acima, por favor assinale a caixa de seleção abaixo).
□ Desta forma, uma vez tendo lido e entendido tais esclarecimentos e, por estar de
pleno acordo com o teor do mesmo, dato e assino este termo de consentimento livre e
esclarecido.
Nome Completo: __________________________
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APÊNDICE C
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
QUESTIONÁRIO
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26
27
ANEXOS
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ANEXO A
TERMO DE ANUÊNCIA
29
ANEXO B
TERMO DE ANUÊNCIA
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ANEXO C