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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JULIANA BONETTI BOOZ ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO DE CONSUMO PESSOAL Balneário Camboriú 2010

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO DE CONSUMO …siaibib01.univali.br/pdf/Juliana Bonetti Booz.pdf · 2012-06-20 · que aceitaram o desafio de avaliar esse trabalho

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

JULIANA BONETTI BOOZ

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO DE CONSUMO

PESSOAL

Balneário Camboriú

2010

JULIANA BONETTI BOOZ

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO DE CONSUMO

PESSOAL

Balneário Camboriú

2010

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Dr. James Luiz Venturi.

JULIANA BONETTI BOOZ

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO PRODUTO DE CONSUMO

PESSOAL

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora

da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Gestão da qualidade total.

Balneário Camboriú, 24 de Novembro de 2010.

_________________________________

Prof. Dr. James Luiz Venturi Orientador

___________________________________

Prof. M.Sc. Alexandre de Sá

Avaliador

___________________________________

Prof. M.Sc. Roberto Hering

Avaliador

EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): JULIANA BONETTI BOOZ

Área de Estágio: GESTÃO DA QUALIDADE

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Luiz Carlos Barboza

Professor orientador: Prof. Dr. James Luiz Venturi

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: SC EQUIPAMENTOS PEÇAS E SERVIÇOS LTDA.

Endereço: Marginal Lagoa Vermelha, nº 70

Nova Esperança - Balneário Camboriu/SC.

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Luiz Carlos Barbosa – Gerente

Administrativo.

Carimbo do CNPJ da Empresa:

“Ele é o meu aliado fiel, a minha fortaleza, a minha torre de proteção, e o meu

libertador, é o meu escudo, aquele em que me refugio” Salmo 144

A DEUS Pai, o Eterno e Todo Poderoso, JESUS, meu mestre meu guia, ao

ESPÍRITO SANTO, meu ajudador e meu consolador.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, em Cristo Jesus, e ao Espírito Santo, por tudo que

tem feito em minha vida a cada dia, e por criar para mim possibilidades e forças para

realizar esse estudo.

Pelo amor, paciência, companhia, orações e compreensão, por saber entender

minhas ausências, limitações e defeitos, e por me ensinar a discernir o que é

essencial na minha vida, agradeço ao meu esposo, Flamarion Booz. A você, meu

amor, minha vida e meu futuro.

Pelo o apoio, companheirismo, incentivo agradeço em especial, a minha amiga e

colega de trabalho Karine Cristina Varela Borges, que não mediu esforços e estive

sempre presente, durante essa reta final.

Pela orientação, apoio e paciência com as minhas limitações, agradeço ao Professor

Dr. James Luiz Venturi, que mesmo nessa terceira etapa do estudo, não estando

mais fazendo parte do corpo docente do curso de Administração, aceitou continuar a

orientação, não medindo esforços, tempo, horário, esteve sempre presente e

disponível. Obrigada Professor James Luiz Venturi pelo carinho.

Aos avaliadores Professor M.Sc. Alexandre de Sá e Professor M.Sc. Roberto Hering,

que aceitaram o desafio de avaliar esse trabalho e fazer parte da banca, tenho um

carinho especial por vocês.

E a todas as pessoas da minha esfera de relacionamentos que ajudaram de forma

silenciosa e humilde, direta ou indiretamente contribuíram na realização deste

trabalho.

RESUMO

O presente estudo aborda a problemática de quais as percepções dos clientes em relação á qualidade dos produtos alimentícios de consumo pessoal, com objetivo de identificar as percepções dos clientes em relação á qualidade percebida dos produtos alimentícios de consumo pessoal. Para um melhor entendimento sobre este estudo, pesquisou-se sobre qualidade e marca, abordados na fundamentação teórica. Utilizou-se o método de pesquisa exploratório qualitativo, envolvendo 24 pessoas, realizado na data de 12/08/2010. Estudou-se a percepção da qualidade dos produtos alimentícios, destacando-se três pontos importantes: a fidelização a marca, a relação entre qualidade e marca; e o consumo de produtos com qualidade, não atrelado necessariamente a variável preço.

Palavras-chave: Percepções. Qualidade. Produtos Alimentícios.

RIASSUNTO

Il presente studio abborda la problematica di cui le percezioni dei clienti in rapporto alla qualità dei prodotti alimentizi di consumo personale, con obiettivo di identificare le comprensioni dei clienti quanto riguarda la qualità accorsa dei prodotti alimentizi di consumo personale. Per una migliore comprensione su questo studio, si è ricercato sulla qualità e marca, abbordati nella fondamentazione teorica. Si è utilizzato il metodo di indagine esploratorio qualitativo, coinvolgendo 24 ( ventiquattro) persone, effettuato nella data di 12/08/2010. Si è considerato la percezione dalla qualità dei prodotti alimentizi, distaccandosi tre punti rilevanti: la assiduità dalla marca, la relazione tra qualità e marca; ed il consumo dei prodotti con qualità, non atttaccato alla variabile prezzo. Parole-chiave: Percezioni. Qualità. Prodotti Alimentizi.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Perfil sócio econômico dos grupos .......................................................101

Quadro 02: Percepções do grupo ...........................................................................108

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Motivos para Escolha de Produtos – Individual ................................... 82

Gráfico 02: Motivos para Escolha de Produtos – Grupo ........................................ 83

Gráfico 03: Perfil de Compras de Mulheres Casadas ............................................. 85

Gráfico 04: Motivos para Escolha de Produtos – Individual ................................... 89

Gráfico 05: Motivos para Escolha de Produtos – Grupo ........................................ 91

Gráfico 06: Perfil de Compras de Mulheres Solteiras .............................................. 93

Gráfico 07: Motivos para Escolha de Produtos – Individual ................................... 97

Gráfico 08: Motivos para Escolha de Produtos – Grupo ........................................ 98

Gráfico 09: Perfil de Compras de Homens Casados e Solteiros ............................. 99

Gráfico 10: Motivo para Escolha dos Produtos dos Grupos – Individual .............. 104

Gráfico 11: Motivo de Escolha de Produtos do Grupo – Grupo ............................ 105

Gráfico 12: Perfil de Compra dos Grupos ............................................................. 107

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 Tema ................................................................................................................... 14

1.2 Problema ...................................... ...................................................................... 16

1.3 Objetivo Geral ................................ .................................................................... 16

1.3.1 Objetivos específicos........................................................................................ 17

1.4 Justificativa: ................................ ...................................................................... 17

1.5 Organização do trabalho: ...................... ........................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... .................................................. 19

2.1 Qualidade ..................................... ...................................................................... 19

2.1.2 Evolução da Qualidade .................................................................................... 21

2.1.3 Principais percussores do conceito de qualidade ............................................. 24

2.1.4 Dimensões da Qualidade ................................................................................. 29

2.2 Custo da qualidade ............................ ............................................................... 32

2.3 Gestão da Qualidade Total ..................... .......................................................... 35

2.4 Princípios da Gestão da Qualidade Total ....... ................................................. 41

2.5 Ferramentas para a Gestão da Qualidade Total .. ........................................... 49

2.5.1 Sete Ferramentas Básicas da Gestão da Qualidade ....................................... 51

2.5.2 Sete Ferramentas Gerencias da Gestão da Qualidade .................................... 59

2.6 Marca ......................................... ......................................................................... 67

2.6.1 Identidade da Marca ......................................................................................... 68

2.6.2 Valor da Marca ................................................................................................. 70

2.6.3 Motivação de compra ....................................................................................... 72

3 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 75

3.1 Tipologia de pesquisa: ........................ .............................................................. 75

3.2 Sujeito de estudo: ............................ ................................................................. 76

3.3 Instrumentos de pesquisa: ..................... .......................................................... 78

3.4 Análise e apresentação: ....................... ............................................................ 78

3.5 Limitações da pesquisa: ....................... ............................................................ 79

4. ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS ............... ....................................... 80

4.1 Mulheres maiores de 25 anos casadas ........... ................................................ 80

4.1.1 Perfil Socioeconômico do grupo ...................................................................... 80

4.1.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante .......................... 82

4.1.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo .............................. 83

4.1.4 Perfil de compra dos participantes ................................................................... 85

4.1.5 Percepções do grupo ....................................................................................... 87

4.2 Mulheres Solteiras que moram com os pais menore s de 25 anos e

trabalham. ........................................ ........................................................................ 88

4.2.1 Perfil Socioeconômico do grupo ....................................................................... 88

4.2.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante .......................... 89

4.2.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo .............................. 91

4.2.4 Perfil de compra dos participantes ................................................................... 93

4.2.5 Percepções do grupo ....................................................................................... 94

4.3 Homens Maiores de 18 anos Casados e Solteiros . ........................................ 95

4.3.1 Perfil socioeconômico do grupo ....................................................................... 95

4.3.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante .......................... 97

4.3.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo .............................. 98

4.3.4 Perfil de compra dos participantes ................................................................... 99

4.3.5 Percepções do grupo ..................................................................................... 100

4.5 Análise e comparação entre grupos ............. ................................................. 101

4.5.1 Perfil Socioeconômico dos grupos ................................................................. 101

4.5.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelos participantes .................... 104

4.5.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelos grupos ........................ 105

4.5.4 Perfil de compra dos participantes ................................................................. 107

4.5.6 Percepções do grupo ..................................................................................... 108

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................... ..................................................... 111

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 116

APÊNDICE .............................................................................................................. 119

Apêndice A ........................................ ..................................................................... 119

Questionário de Entrevista ...................................................................................... 119

Apêndice B ........................................ ..................................................................... 123

Lista de Produtos e Preços. .................................................................................... 123

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema

As mudanças que estão ocorrendo em todos os âmbitos, comportamento das

pessoas, hábitos, perspectiva de futuro não são apenas simples tendências, mas

resultado da globalização e da tecnologia da informação. Tudo está mais próximo,

basta um click no mouse e pronto: desejo atendido.

O consumidor possui inúmeras formas de ter o produto desejado. Se o saldo

da conta bancária não possibilita a compra à vista, não há problema, as financeiras

estão de “portas abertas” esperando realizar nossos sonhos e projetos.

O aumento do crédito estimulou a indústria e o comércio de diversos setores.

Nunca se produziram tantos carros, nunca se vendeu tantos eletrodomésticos,

nunca se consumiu tanto aço.

Para atrair os consumidores, as empresas procuram agregar valores aos seus

produtos e serviços, como forma de criar diferenciais competitivos e alcançar

maiores participações no mercado.

Entre os valores mais comuns, cita-se a qualidade, segurança e a

comodidade, características que fazem os consumidores identificarem rapidamente,

uma marca específica. A tendência é que a cada momento as empresas inovam

para que a qualidade seja percebida, os clientes sejam satisfeitos, tudo isso aliado a

responsabilidade social. O mercado é constantemente bombardeado por novos

produtos, novas tecnologias, veiculadas a campanhas na mídia para conquistar um

número maior de clientes.

A escolha de um produto ou serviço inclui diversos fatores, vários

consumidores podem comprar o mesmo produto, mas é possível que cada um por

um motivo distinto.

Observa-se que a qualidade é, cada vez mais, o motor do sucesso de

qualquer organização e o grande fator de distinção e escolha de produtos e serviços.

Desta forma o sucesso de uma empresa depende da sua percepção face às

expectativas do mercado, sem, todavia, deixar de garantir os padrões operacionais

estabelecidos na produção dos seus produtos.

A infinidade de produtos, marcas disponíveis está possibilitando ao cliente

uma seleção mais aguçada e precisa. Em determinados momentos opta-se pelo

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preço, em outros pela marca do produto, pela comodidade ou até mesmo pelo

ambiente da loja.

A Qualidade de uma organização, dos seus produtos e serviços é um valor

inegável e fator concorrencial decisivo.

Qualidade não é sinônimo de perfeição, não se busca um estado ideal. Trata-

se de algo dinâmico e evolutivo, intangível, moldando-se à granularidade dos

objetivos a serem atingidos. Possui significados diversos para diferentes pessoas,

em um contexto altamente dependente. O consenso sobre qualidade de um produto

ou serviço pode estar vinculado a pessoas ou grupo de pessoas ligadas

diretamente, já em segunda análise pode não representar grandes esforços para as

demais pessoas. De nada adianta um produto de qualidade que não esteja em

sintonia com o cliente.

A qualidade percebida do produto analisando a embalagem e marca leva-nos

a uma dimensão maior, atingindo além do processo de produção e comercialização.

A embalagem do produto funciona ao proteger, conter, transportar e levar a imagem

da marca. A marca do produto adquirido para o consumidor representa a conquista

para o prazer, apresentação social e a satisfação em ter determinado produto.

Um artigo publicado pela revista online Informoney em Agosto de 2008,

aborda o estudo realizado pela Grant Thornton Internacional, representada no Brasil

pela Terco Grant Thornton, mostra o resultado de uma pesquisa realizada pelo

International Business Report, de acordo com o IBR a principal vantagem

competitiva é a qualidade do produto ou do serviço ofertado. O IBR ouviu 7.800

empresas pequenas e médias, de 34 países. Do Brasil participaram 150

empresários, sendo 100 de São Paulo, 25 do Rio de Janeiro e 25 da Bahia. Setenta

e nove por cento deles disseram que a "qualidade" é a principal vantagem

competitiva. Depois, foram citados os itens "práticas empresariais éticas" (74%) e

"força da marca" (69%).

“Qualidade" foi o item mais citado em quase todos os países, com exceção

da Índia e da China, onde nesta última menos da metade (46%) dos empresários

considerou que a qualidade é vantagem.

Para 78% dos indianos, a qualidade do produto é uma vantagem indiscutível,

mas o item foi superado por "força da marca", que obteve 81% dos votos.

A qualidade deve ser considerada como um dos principais objetivos a atingir

numa organização de sucesso onde a política empresarial é definida em torno de

16

como produzir eficientemente sem deixar de atingir os requisitos de qualidade

definidos pelo consumidor. Sob o ponto de vista do consumidor qualidade é

tipicamente definida com base na utilidade de um determinado produto. Assim,

qualidade pode estar associada ao preço a pagar face à utilidade do produto, valor

acrescentado, ou ainda ser função do desempenho do produto face aos objetivos

para o qual foi adquirido.

Neste contexto, a pesquisa buscou identificar como o cliente escolhe seus

produtos e serviços. Como as abrangências da qualidade, marca, preço são

assimiladas pelo consumidor. Favorecendo assim conhecer as percepções em

relação à qualidade, na compra de produtos alimentícios de consumo final.

O desafio está em apurar por meio de uma pesquisa de campo, aplicada a um

grupo de consumidores verificando como escolhem o produto, e os critérios que

utilizam para seleção dos produtos.

1.2 Problema

A compra de um produto pode estar vinculada a experiências passadas, e a

partir dessas que o consumidor irá modelar as compras futuras. As expectativas e

percepções em relação ao produto podem variar para díspares clientes. O cliente

precisa e deseja sentir que fez um bom negócio. Acoplar a idéia que levou mais

benefícios do que efetivamente pagou por eles.

No entanto de um lado temos as empresas de uma forma geral lutando

incessantemente para tornar a percepção do produto e da marca positivas. No outro

extremo o cliente a cada dia mais rigoroso e exigente com suas escolhas. Diante

desse contexto apresenta-se o seguinte questionamento.

Quais as percepções dos clientes em relação à quali dade dos produtos

alimentícios de consumo pessoal?

1.3 Objetivo Geral

Identificar as percepções dos clientes em relação à qualidade

percebida dos produtos alimentícios de consumo pess oal.

17

1.3.1 Objetivos específicos

1. Averiguar o perfil de compra do grupo de clientes a ser analisado;

2. Observar como as características dos produtos são levadas em consideração

como opção de compra;

3. Identificar as dimensões da qualidade dos produtos no processo de compra;

4. Verificar as relações de preço e marca do produto nas escolhas do conjunto de

produtos.

1.4 Justificativa:

O estudo é de extrema relevância, pois, a indústria de alimentos não para de

crescer. Cada vez mais, novos produtos são lançados e o consumidor tem hoje,

várias opções à sua escolha para atender suas necessidades. Se em algumas

situações o consumidor prefere o produto pelo preço, em outros momentos pode

preferir pela qualidade, e até mesmo pela embalagem.

As empresas estão buscando atender aos parâmetros de qualidade exigidos

pelo cliente, bem como o melhor preço. Independentemente do poder de compra, o

cliente constantemente opta por um produto em detrimento de outro.

Portanto a pesquisa é relevante para todas as pessoas envolvidas no ramo

alimentício, empresários, para os estudantes de administração e para a academia.

Com a pesquisa será possível observar as percepções de um grupo de

clientes em relação à qualidade percebida dos produtos alimentícios de consumo

pessoal, sobre um grupo de produtos alimentícios apresentados.

1.5 Organização do trabalho:

O trabalho é constituído por diversos capítulos, além da referência

consultada. O capítulo 1 apresenta o tema em estudo, através de sua

contextualização, os objetivos, a justificativa, a definição do problema e a

organização proposta.

No capítulo 2 é abordada a fundamentação teórica da pesquisa, dividida em

seis sub-capítulos que abordam a Qualidade, Custo da Qualidade, Gestão da

Qualidade Total, Princípios da GQT, Ferramentas para a Qualidade, e Marca.

18

O capítulo 3 é apresentado à metodologia da pesquisa, que indica as ações

que foram desencadeadas no processo de pesquisa.

No capítulo 4 é apresentado os resultados da pesquisa com as apresentações

e análises dos dados coletados durante toda as observações e questionamentos do

processo.

No capítulo 5 são apresentadas as considerações finais feitas após os

resultados obtidos.

Por fim, apresentam-se as bibliografias consultadas e o anexo do instrumento

de coleta de dados.

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Qualidade

A qualidade é uma das principais e essenciais estratégias competitiva nas

diversas empresas e nos diversos setores. Está intimamente ligada à produtividade,

a melhoria de resultados e aumento de lucros, através de redução de perdas e do

desperdício, do envolvimento de todos na empresa e conseqüentemente motivação

das pessoas envolvidas em todo o processo.

Analisa Carvalho (2005), que os conceitos de qualidade sofreram mudanças

consideráveis ao longo do tempo. De simples conjunto de ações operacionais e

localizadas em pequenas melhorias do processo produtivo, a qualidade passou a ser

vista como um dos elementos fundamentais do gerenciamento das organizações,

tornando-se fator crítico para a sobrevivência não só das empresas, mas também

dos produtos, processos e pessoas.

A perspectiva estratégica da qualidade não apenas cria uma visão ampla da

questão, mas atribui a ela um papel de extrema relevância no processo gerencial

das organizações.

Destacam Lacombe e Heilborn (2006), que o conceito de qualidade é antigo.

Na época da produção artesanal, já havia distinção entre produtos de alta e de baixa

qualidade. Na era industrial, o controle de qualidade começou com o controle de

produto acabado e, posteriormente, o controle ao longo do processo. Hoje, a

qualidade abrange todas as áreas, tendo adquirido importância maior a partir dos

anos 1960, com a gestão da qualidade total.

“Qualidade é propriedades ou características de um produto ou serviço

relacionadas á sua capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas

dos que o utilizam.” (LACOMBE; HEILBORN, 2006, p. 459)

“Qualidade de um produto ou serviço é a percepção do cliente do grau que o

produto ou serviço atende a suas expectativas.” (GAITHER, 2002, p. 489).

“Qualidade é a consistente conformidade com as expectativas dos

consumidores.” (SLACK, 2002, p. 551)

Há custos associados com qualidade do produto ou serviço, de acordo com

Gaither (2002). Alguns desses custos estão associados a evitar má qualidade e

outros surgem depois da má qualidade ocorrer.

20

Em razão de os consumidores não verem em geral a produção dos bens

físicos, julgarão a qualidade da operação com base nos próprios bens, aborda Slack

(2002). Boa qualidade reduz custos de retrabalho, refugo e devoluções e, mais

importante, boa qualidade gera consumidores satisfeitos. O autor destaca também

que melhor qualidade proporciona no conjunto, custos mais baixos.

Complementando Gaither (2002) e Slack (2002), Lacombe e Heilborn (2006),

descrevem que a qualidade reflete na quantidade de atributos contidos num produto

e como os atributos envolvem custos de produção. Produtos de melhor qualidade

são mais caros que os demais, também existe um custo alto a ser pago por uma

qualidade baixa, especialmente se é muito baixa.

Roberts e Sergesketter (1994) destacam que embora a qualidade de

fabricação e a qualidade de serviços sejam semelhantes, produtos manufaturadas

somente são desejáveis na extensão em que prestam serviços aos clientes, é mais

fácil compreender e visualizar a boa qualidade na fabricação.

Neste mesmo contexto Gaither (2002), lembra que as empresas devem

procurar os clientes para definir os padrões de medida da qualidade.

As pesquisas e sugestões dos clientes podem ser usadas como dados a

respeito da qualidade. As expectativas dos consumidores em relação á qualidade

são afetadas por vários fatores, incluindo produtos dos concorrentes, e mudam com

o decorrer do tempo. Os produtos e serviços devem, portanto, ser melhorados com o

tempo para atender às mudanças nas expectativas dos clientes.

Nessa mesma linha de abordagem, Slack (2002) menciona que o problema

em se basear a definição de qualidade nas expectativas do consumidor é que as

expectativas dos consumidores individuais podem ser diferentes. Experiências

passadas, conhecimento individual e seu histórico vão dar forma a suas

expectativas. Os consumidores ao receberem o produto ou o serviço podem

percebê-lo cada um de maneira diferente.

A competitividade e o desempenho das organizações são afetados

negativamente em termos de qualidade e produtividade por uma série de motivos.

Dentre eles destacam-se: a) deficiências na capacitação dos recursos humanos; b)

modelos gerenciais ultrapassados, que não geram motivação; c) tomada de

decisões que não são sustentadas adequadamente por fatos e dados; e d) posturas

e atitudes que não induzem à melhoria contínua.

21

Qualidade, enquanto conceito é um valor conhecido por todos e, no entanto,

definido de forma diferenciada por diferentes grupos ou camadas da sociedade — a

percepção dos indivíduos é diferente em relação aos mesmos produtos ou serviços,

em função de suas necessidades, experiências e expectativas.

Gaither (2002) complementa Slack (2002), ressalvando que as expectativas

de qualidade dos clientes não são as mesmas para produtos de níveis ou classes

diferentes. Os clientes normalmente não esperam que os pregos de uma construção

sejam obras-primas projetadas e produzidas com o mesmo padrão de exatidão de

um carro. Mas os pregos devem fazer o que se esperar que façam e ser melhores

do que os concorrentes.

O autor destaca que hoje a meta de várias empresas é se tornar o que se

chama de empresa de classe mundial. Ser uma empresa de classe mundial em

termos de qualidade significa que cada um de seus produtos e serviços é

considerado o melhor em sua categoria pelos clientes.

A melhor qualidade em sua categoria significa ser o melhor produto ou serviço

em uma determinada categoria de produto ou serviço.

2.1.2 Evolução da Qualidade

A qualidade tem existido desde os tempos em que os chefes tribais, reis e

faraós governavam. Inspetores aceitavam ou rejeitavam os produtos se estes não

cumpriam as especificações governamentais.

Ballestero–Alvarez (2001), expõe que desde que o ser humano está sobre a

face da terra existe a preocupação com a qualidade. Desde o primeiro utensílio feito,

o primeiro abrigo construído, a primeira ferramenta produzida o homem preocupou-

se com a qualidade. Para a autora hoje o que entendemos e aplicamos como

conceito de qualidade é bastante diferente daquele empregado pelo homem das

cavernas.

Observa a autora também que só a partir de 1950 tornam-se público os

estudos sobre qualidade e a partir desse momento o mundo toma conhecimento

oficialmente do que estava sendo feito. Nessa época, os estudos caracterizam-se

pela preocupação com o padrão estabelecido, atendendo assim aos requisitos

necessários para a produção em massa que nessa época se desenvolve. Surgem os

grandes movimentos pela padronização dentro do processo produtivo, o controle

22

estatístico dos processos e os trabalhos de inspeção desenvolvidos no chão-da-

fábrica.

O processo de evolução da qualidade, para Davis (2001), teve origem na

década de 20, quando Walter Shewhart desenvolveu a primeira carta de controle de

processo, enquanto trabalhava como estatístico na Bell Labs.

Durante a II Guerra Mundial, aumentou a necessidade da utilização da

estatística para monitorar a qualidade da produção devido em parte, às grandes

quantidades de material produzidos e à falta ou deficiência de mão-de-obra dentro

do país.

“Depois da guerra, a demanda por mercadorias estava alta nos Estados

Unidos. Como resultado, a ênfase na qualidade, tão importante durante a guerra,

deu lugar ao foco no volume de produção”. (DAVIS, 2001, p.148)

O autor ainda destaca que W. Edwards Deming e Joseph Juran ensinaram

aos gerentes japoneses como baixar os custos e melhorar a qualidade fazendo certo

da primeira vez. Com o resultado obtido às mercadorias japonesas foram

consideradas as melhores do mundo na década de 70.

Por outro lado nos Estados Unidos, a importância da qualidade somente teve

grande significado e reconhecimento como fundamental para o processo de

produção, somente no final da década de 70.

Abordando a evolução da qualidade e complementando a abordagem dos

autores acima, Oliveira (2004), destaca que a evolução da qualidade passou por três

grandes fases: era da inspeção, era do controle estatístico e qualidade total.

Na era da inspeção o produto era verificado pelo produtor e pelo cliente. Pelo

ano de 1937 aproximadamente. Nessa época, o foco principal estava na detecção

de eventuais defeitos de fabricação, sem haver metodologia preestabelecida para

executá-la.

Nos anos 60, surge a era do controle estatístico. O controle de inspeção foi

aprimorado por meio da utilização de técnicas estatísticas. Em função do

crescimento da demanda mundial por produtos manufaturados, inviabilizou-se a

execução da inspeção produto a produto, como na era anterior, e a técnica de

amostragem passou a ser utilizada.

Nos anos 80 surge a era da qualidade total, na qual se enquadra o período

em que estamos vivendo hoje, aborda o autor. A ênfase passa a ser o cliente,

23

tornando-se o centro das atenções das organizações, seus esforços passam a ser

dirigidos para satisfazer às suas necessidades e expectativas.

Para Juran (2001), cliente é qualquer pessoa que seja impactada pelo produto

ou processo. Os clientes podem ser externos ou internos.

Clientes externos: são impactados pelo produto, mas não são membros da

empresa que faz o produto. Os clientes externos incluem aqueles que compram o

produto, os departamentos reguladores do governo e a comunidade.

Clientes internos: são impactados pelo produto e são também membros da

empresa que o produz. Eles costumam ser chamados de “clientes”, a despeito do

fato de não o serem no sentido estrito da palavra.

Ballestero–Alvarez (2001), também aborda as fases da evolução da

qualidade. Para Oliveira (2004), essa evolução é composta de 03 fases, já para

Ballestero–Alvarez (2001) são cinco fases:

Foco no padrão: Nessa fase ocorre à produção em massa. Nos anos de 1950

a qualidade buscava fazer com que o produto final seguisse o padrão estabelecido

no projeto. Surgem as padronizações, as normas, que atendem aos interesses do

produtor. A ênfase está no controle do processo. Esta fase surgiu com a finalidade

de verificar se os materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de

acordo com os padrões estabelecidos. Deste modo seu objetivo é detectar os

problemas nas organizações.

Foco no uso: Nos anos de 1960 a qualidade buscava satisfazer ao uso que o

consumidor desejava fazer do produto. Surgem às pesquisas de mercado, de

opinião, que mapeiam os interesses do consumidor. A ênfase segue no controle de

produto.

Foco no custo: O mundo vive a crise do petróleo. Nos anos de 1970 a

qualidade procurava associar a adequação do produto, conseguida nas fases

anteriores, a custos cada vez mais baixos, que proporcionassem preços finais de

venda mais competitivos. Surge à espionagem industrial, inverte-se a pirâmide

hierárquica, centra-se a preocupação no controle do processo e não mais só ao

final, no produto.

Foco no desejo: Mudanças sociais e políticas marcam os anos 80. Nessa

época a qualidade buscava descobrir os desejos do mercado consumidor, antes que

elos fossem verbalizados e explicitados pelas pesquisas. Ocorre um deslocamento

importante do centro de atenção das empresas; volta-se para o consumidor,

24

aproxima-se dele, convivem com ele, esperando assim conhecer seus anseios antes

que os concorrentes.

Foco no investidor: Nos anos de 90 ocorreu um fenômeno marcante: a

globalização, tema da época. A qualidade passa a ter uma visão do cliente muito

mais abrangente e global. Investidores, acionistas, fornecedores, consumidores

passam a ser vistos como parceiros e auxiliares importantes na conquista dos

mercados, por meio do reconhecimento do valor do produto oferecido. Outro

deslocamento importante ocorre: a qualidade passa a ser estratégica e é

incorporada ás questões de planejamento e de gestão empresarial.

“Nunca como agora as pessoas tiveram tanta importância, foram tão

fundamentais para o sucesso das empresas e de seus objetivos.” (BALLESTERO–

ALVAREZ, 2001, p. 141)

2.1.3 Principais percussores do conceito de qualidade

Quando falamos em qualidade, o primeiro nome lembrando e de W.D.

Deming, ressalta Ballestero–Alvarez (2001). A ele devemos a popularização do

controle de qualidade no Japão, no início da década de 50. Ficou conhecido ao

desenvolver o sistema estatístico de controle de qualidade. Dava grande importância

ao envolvimento das gerências no processo e defendia a tese de que o controle de

qualidade deveria ser adotado em toda a empresa, não apenas em suas funções de

produção. Atualmente verificamos que sua postura era perfeitamente acertada.

Davis (2001), assim como Ballestero–Alvarez (2001), destaca a contribuição

de W. Edwards Deming. Para os autores, esse grande guru da qualidade tinha um

completo entendimento a respeito de Controle Estatístico de Processo (CEP). Os

japoneses ficaram tão impressionados com seu conhecimento sobre CEP que o

convidaram para ensinar este assunto aos trabalhadores e gerentes japoneses.

Destacava W. Edwards Deming, que controle estatístico de processo, são

métodos, tais como as cartas de controle, que sinalizam variações em um processo

que provavelmente levam produtos e/ou serviços a não atender aos requisitos do

cliente.

Reconhecido mundialmente como o grande promotor do Controle da

Qualidade no Japão, Deming, deixou grandes contribuições para o desenvolvimento

25

da qualidade. Sua abordagem é baseada no uso de técnicas estatísticas para

reduzir custos e aumentar a produtividade e qualidade Deming (1990).

Para descrever sua filosofia, Deming definiu 14 pontos:

1. A melhoria de um produto ou serviço deve ser um propósito constante;

2. Uma nova filosofia precisa ser adotada. Não se pode mais aceitar

normalmente atrasos, erros, materiais defeituosos e erros humanos no trabalho.

Qualidade precisa se tornar uma nova religião;

3. É fundamental acabar com a dependência da inspeção em massa e

assegurar-se da incorporação da Qualidade mediante a mensuração por meio de

evidências estatísticas. A Qualidade não vem da inspeção, e sim da melhoria do

processo;

4. O negócio não deve ser encarado na base exclusiva do preço;

5. O sistema de produção e prestação de serviços tem de ser melhorado

continuamente;

6. A formação na empresa deve ser institucionalizada. Treinar para educar,

capacitar, confiar, delegar, inovar;

7. A liderança deve ser adotada e instituída. Adotar novos métodos de

gerenciamento dos empregados, com ênfase na Qualidade para melhorar a

produtividade;

8. O medo deve ser eliminado. Afaste-o do ambiente de trabalho, para que

todos possam executar suas atividades de forma efetiva para a empresa. Encorajar

a criatividade e os métodos para a solução dos problemas e melhorar a

produtividade;

9. As barreiras entre os diferentes departamentos devem ser eliminadas.

Todos os setores devem trabalhar juntos;

10. Slogans, exortações e objetivos dirigidos à força de trabalho devem ser

eliminados. Devem-se eliminar metas numéricas, slogans e alvos para os

empregados, se não forem fornecidos métodos efetivos para que sejam atingidos;

11. As cotas numéricas impostas à força de trabalho devem ser eliminadas. A

liderança de Qualidade incentiva os trabalhadores a monitorizar diversas variáveis,

dentro e fora da organização. Essas variáveis abrem caminho para a compreensão

mais profunda da organização, e não são usadas como critérios para julgar

indivíduos;

26

12. As barreiras que retiram das pessoas o orgulho no seu trabalho devem

ser eliminadas. Existe uma unidade de propósitos em toda a empresa, de acordo

com uma visão clara e amplamente compreendida. Esse ambiente propicia um

comprometimento total de todos os funcionários. As recompensas vão além de

benefícios de salários, instituindo a crença de que "somos uma família" e fazemos

um trabalho excelente;

13. A educação e o estudo devem ser encorajados. Em uma organização de

Qualidade, todos estão aprendendo o tempo todo. A gerência incentiva os

funcionários a elevar constantemente seu nível de capacitação técnica e habilitação

profissional. As pessoas adquirem um domínio ainda maior de suas tarefas e

aprendem a ampliar sua capacidade;

14. É necessário iniciar ações imediatas para que a transformação se dê.

Tome a iniciativa para realizar a transformação. A transformação é tarefa de todos.

O enfoque de Deming (1990) está no controle e melhoria de processo, não

apresentando para tanto, um sistema estruturado, ou uma metodologia clara para a

implementação de sua abordagem nas empresas.

W. Edwards Deming enfatizou a importância de uma abordagem

organizacional global para a gestão da qualidade. Uma das maiores contribuições de

Deming está focada na falácia de que os custos aumentam com a obtenção de

produtos de melhor qualidade. Ele demonstrou que somente o oposto é verdadeiro.

Um processo de alta qualidade é na verdade menos custoso do que um de baixa

qualidade. Deming também introduziu o clico “planejar-executar-verificar-atuar”.

Os autores Davis (2001) e Ballestero–Alvarez (2001) destacam Joseph M.

Juram, que enfatizou a importância de se produzir produtos de qualidade, e,

portanto, dirigiu seus esforços enquanto estava no Japão a ensinar os

conhecimentos de qualidade e suas aplicações no chão de fábrica.

Complementa ainda Ballestero–Alvarez (2001), que Juran insistiu na

importância de métodos e padrões para atingir os resultados desejados. Para Juran

qualidade é ausência de deficiências, ou seja, quanto menos defeitos, melhor a

qualidade. Defendia ardentemente a necessidade de quebrar paradigmas, de buscar

sempre melhorias cada vez mais acentuadas e de chegar a patamares cada vez

mais altos de qualidade.

27

“Juran desenvolveu uma abordagem para a qualidade focada principalmente

em três áreas: planejamento da qualidade, controle de qualidade, melhoria da

qualidade.” (Davis, 2001, p. 158).

Escora Davis (2001), também que Juran utiliza o custo da qualidade como

base para introduzir sua abordagem para a qualidade. Ao fazer isso, ele divide o

custo da qualidade em três categorias principais: custo de prevenção, custo de

detecção/inspeção e custo de falha.

Juran (2001), na sua obra esclarece a Trilogia de Juran. A gerência para a

qualidade é feita utilizando-se os mesmo três processos gerenciais de planejamento,

controle e melhoramento. Os nomes mudam para:

a) planejamento da qualidade: atividade de desenvolvimento dos produtos e

processos exigidos para satisfação das necessidades dos clientes. Envolve uma

série de passos universais, que podem ser resumidos da seguinte forma:

estabelecer metas de qualidade; identificar os clientes – aqueles que serão

impactados pelos esforços para se alcançar as metas; determinar as necessidades

dos clientes; desenvolver características do produto que atendam às necessidades

dos clientes; desenvolver processos que sejam capazes de produzir aquelas

características do produto; estabelecer controles de processos e transferir os planos

resultantes para as forças operacionais.

b) controle de qualidade: esse processo consiste nos seguintes passos:

avaliar o desempenho real de qualidade; comparar o desempenho real com as

metas de qualidade; agir a respeito da diferença.

c) melhoramento da qualidade: este processo é o meio de elevar o

desempenho da qualidade a níveis sem precedentes. A metodologia consiste em

uma série de passos universais: estabelecer a infra-estrutura necessária para

garantir o melhoramento anual da qualidade; identificar as necessidades específicas

de melhoras – os projetos de melhoramento; estabelecer para cada projeto, uma

equipe com clara responsabilidade para levá-lo a uma conclusão bem sucedida;

prover os recursos, a motivação e o treinamento de que as equipes necessitam para

diagnosticar as causas; estimular o estabelecimento de remédios; estabelecer

controles para manter os ganhos.

Ballestero–Alvarez (2001) e Davis (2001) observam a contribuição de Philip

Crosby. Para os autores diferentemente de Juran e Deming que eram estatísticos,

Philip Crosby era engenheiro. A filosofia de Crosby afirma que qualquer organização

28

pode reduzir seus custos globais totais através da melhoria da qualidade de seus

processos. Para Crosby qualidade era investimento.

Crosby (1999) descreve que qualidade significa conformidade às

especificações, após pesquisa de mercado para adequação às necessidades e

expectativas dos clientes. É por meio da prevenção que se deve alcançar a

Qualidade, e o nível de desempenho deve ser o de zero defeito. Crosby (1999)

instituiu sua filosofia em 14 pontos, que constituem as etapas de implementação de

sua abordagem, são eles:

1. Dedicação da alta gerência e comprometimento através da elaboração de

um documento com a política e os objetivos da empresa,

2. Constituição de equipes para melhorias coordenadas pelos gerentes;

3. Medição dos resultados;

4. Avaliação dos custos da qualidade;

5. Comunicação dos resultados aos supervisores e operários;

6. Reunião para identificação dos problemas;

7. Estabelecimento de um comitê informal para a divulgação do programa;

8. Treinamento da gerência e supervisão;

9. lnstauração do dia Zero Defeitos, onde os resultados anuais são divulgados

e efetua-se o reconhecimento a todos os participantes do programa;

10. Estabelecimento dos objetivos a serem seguidos;

11. Consulta aos operários sobre a origem dos problemas;

12. Recompensar aqueles que atingiram os seus objetivos;

13. Formar os conselhos da qualidade;

14. Etapa final: faça tudo de novo.

Aborda Ballestero–Alvarez (2001), o contexto das idéias de Crosby, para o

estudioso a qualidade só será alcançada plenamente quando absolutamente tudo

sair certo, sem falhas, sem erros. Defende a filosofia da prevenção das falhas,

afirmando que todos os custos envolvidos na prevenção, por mais altos que sejam,

serão muito inferiores aos custos de determinação e correção das falhas.

Apresenta Brocka (1994) a contribuição de Kaorou Ishikawa, descrevendo-o

como a figura mais importante no Japão na defesa do Controle de Qualidade Total.

Foi o primeiro a usar o termo e desenvolveu sete ferramentas nas quais considerou

que qualquer trabalhador pudesse trabalhar.

29

Kaorou Ishikawa sentiu que isso o distinguia em relação às outras

abordagens por ele observadas, que colocavam a qualidade nas mãos dos

especialistas. Recebeu muitos prêmios durante sua vida.

As sete ferramentas de Ishikawa são:

1. Gráfico de Pareto;

2. Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe);

3. Histogramas;

4. Folha de verificação;

5. Gráficos de dispersão;

6. Fluxogramas;

7. Cartas de controle.

Ishikawa (1993), em sua obra cita as seguintes frases:

• o primeiro passo no Controle da Qualidade é conhecer as demandas do

consumidor;

• um outro passo no Controle da Qualidade é saber o que os consumidores

comprarão;

• não se pode definir Qualidade sem conhecer custo;

• antecipe os defeitos e as reclamações potenciais;

• sempre considere tomar as medidas apropriadas. O Controle da Qualidade

que não seja acompanhado pela ação é um mero passatempo.

• um estado ideal de Controle da Qualidade é quando o controle não precisa de

verificação (inspeção).

2.1.4 Dimensões da Qualidade

Paladini (2004), recorre a um trabalho de Garvin (1984), apresentando as

múltiplas abordagens da qualidade. O conceito de qualidade depende do contexto

em que é aplicado, pode-se abordar a definição da qualidade sob várias formas, o

autor destaca cinco abordagens, são elas: abordagem baseada na produção;

abordagem baseada no produto; abordagem baseada no valor; abordagem

transcendental; abordagem baseada no usuário.

Abordagem baseada na produção: nesta o consumidor sabe como o produto

é feito e por isso resolve adquiri-lo. Se interessa basicamente pelas práticas

relacionadas com a engenharia e a produção. A idéia é que, para produzir um

30

produto que atenda plenamente às suas especificações, qualquer desvio implica

numa queda de qualidade. As melhorias da qualidade levam a menores custos, pois

evitam defeitos, tornando mais baratos os produtos, uma vez que para corrigi-los ou

refazer o trabalho aumentam-se os custos. O princípio dessa abordagem é que, se o

processo de produção não pode desenvolver um produto conforme suas

especificações, automaticamente a qualidade estará comprometida. Associam-se a

essa abordagem noções como o empenho para produzir, logo no primeiro esforço,

um produto que atenda plenamente a suas especificações, isento de defeitos, sem

erros, falhas ou defeitos.

Abordagem baseada no produto: forma usual utilizada pelo consumidor para

selecionar um produto a adquirir: as características que ele vê no produto. A

qualidade é vista como uma variável passível de medição e, até mesmo, precisa.

Assim, diferenças da qualidade são observáveis pela medida da quantidade de

alguns atributos possuídos pelo produto. Em geral, melhor qualidade seria, aqui, um

sinônimo de maior números e melhores características de um produto, enfocando

que a alta qualidade implica em maiores custos. A avaliação do consumidor é feita

com base nas características do produto. Criando modelo de comparativos,

confrontando os elementos que compõem o produto que ele vê com outros,

similares, e opta por um deles por ser “o mais bonito dentre todos”. Essa abordagem

é a que produz o melhor modelo de avaliação quantitativa da qualidade, porque,

neste caso, as diferenças da qualidade são observáveis no produto pela natureza,

diversidade ou característica que o produto possui.

“Uma parte da progressão, do conceito até o cliente, consiste na escolha das

características do produto que serão meios para atender as necessidades dos

clientes.” (JURAN, 2001, P. 164)

Abordagem baseada no valor: um consumidor pode comprar um produto

porque considera o valor que o produto tem, sejam em termos de utilidade, preço,

dificuldade de aquisição, elementos afetivos, etc. A idéia é que o consumidor adquire

algo que, para ele, vale à pena, seja por que razão for: valor moral, valor financeiro,

valor afetivo, e etc. Um produto com um custo aceitável e com qualidade. Na

realidade essa abordagem define preço como uma função de mercado e custo como

uma função de produção. Em alguns casos, subordina-se uma a outra, ou reduzindo

custos para gerar produtos mais baratos, ou aumentando custos por agregar

elementos que induzem o consumo por motivos pessoais.

31

Para Slack (2002) essa abordagem leva a definição de manufatura a um

estágio além, e define a qualidade em termos de custo e preço.

Abordagem transcendental: o consumidor adquire um produto porque já

conhece a marca, porque confia na imagem da empresa ou ainda porque

desenvolveu uma relação de fidelidade com a empresa por experiências anteriores.

A confiança na imagem ou na marca está direcionada com a abordagem

transcendental da qualidade, porque considera que a qualidade não está no produto,

mas parece estar além dele. A qualidade é uma característica, elemento, atributo ou

situação que faz com que o produto atenda plenamente ao que dele se espera,

embora esse atendimento decorra não de constatações e avaliações objetivas, mas

da constatação prática, derivada em geral, da experiência do próprio usuário. É

como se a qualidade fosse derivada não do produto, mas de elementos que o

cercam – como sua marca ou a imagem que o produziu. A qualidade, assim, é inata

ao produto.

Abordagem baseado no usuário: para o autor essa abordagem é a que mais

se identifica com o conceito básico de qualidade. O que realmente faz com que o

consumidor adquira um produto é o fato de o produto atender as suas necessidades.

Satisfazendo suas preferências, conveniências, e gostos. Por extensão, produtos

que superam o que o consumidor espera, não apenas atendendo a suas

expectativas, mas indo além delas, são os que estrategicamente tendem a garantir a

sobrevivência da empresa. Essa abordagem elege o consumidor como fonte de toda

a avaliação sobre a qualidade de um produto: ninguém pode pensar em qualidade

se não se fixar, primeiro, no que o consumidor seja, e daí procurar desenvolver um

produto que o atenda. A qualidade, assim tem sua definição condicionada ao grau

com que produtos e serviços atendam o consumidor. Ficam evidenciados nessa

abordagem as razões de consumo e o componente dinâmico de qualidade.

Essas dimensões buscam definir como cada consumidor defini qualidade para

si de acordo com seu perfil, o que é qualidade para cada pessoa e o que ela

significa, pois como já mencionado anteriormente, a qualidade depende do contexto

que é aplicado, e essas definições ajudam no melhor entendimento da busca do

consumidor por qualidade do produto.

32

2.2 Custo da qualidade

Para Carvalho (2005), embora a literatura sobre esse tema utilize a expressão

“custos da qualidade” para designar os dispêndios financeiros com a qualidade, é

questionável a utilização do termo “custos”, uma vez que este é tecnicamente

definido como o sacrifício financeiro decorrente da obtenção de bens e serviços.

“Custo da qualidade” é uma tradução da expressão em língua inglesa quality costs e

assim permanece há muito tempo. Custos da qualidade são os custos associados

com a obtenção e manutenção da qualidade em uma organização, tanto em

manufatura quanto em serviços. As definições de custos de qualidade variam de

acordo com a definição de qualidade e estratégias adotadas pela empresa, o que

leva a diferentes aplicações e interpretações.

Custo da qualidade está relacionado com a conformação ou falta de

conformação aos requisitos, para Crosby (1999). Custo da qualidade é o catalisador

que leva a equipe de melhoria da qualidade e o restante da gerência, a plena

percepção do que está acontecendo. Antes, limitavam-se, muitas vezes, a simular

que seguiam o programa só para causarem boa impressão.

A meta de melhoramento da qualidade normalmente inclui uma meta de

redução de custos devidos à má qualidade, conforme Juran (2001), embora esses

custos não sejam conhecidos com precisão, sabe-se que eles são muito altos. A

despeito da falta de valores precisos, é possível, através de estimativas, incluir essa

meta no plano de negócios e desdobrá-la com sucesso entre os níveis inferiores.

Discorrendo sobre custo de qualidade, Feigenbaum (1994), ressalta que no

passado, qualidade superior era sinônimo de custos altos, mas hoje sabe-se que o

inverso é verdadeiro, qualidade inferior é sinônimo de refugo, retrabalho, perda de

mercado, desperdícios de tempo e mão de obra, ou seja, estar sintonizado com

qualidade propicia o uso dos recursos da empresa e conseqüentemente os custos

serão reduzidos. Estas idéias ultrapassadas, segundo o autor, advêm da falta de

informações ou da dificuldade de se obter os dados referentes aos custos gerados

com a qualidade, como também a existência de um paradigma que enunciava que a

qualidade não poderia ser medida em termos de custos.

Para o autor Qualidade insatisfatória significa utilização insatisfatória dos

recursos, implicando em desperdícios de material, mão de obra e tempo de

33

equipamento. Por outro lado, qualidade satisfatória significa utilização satisfatória

dos recursos e, por conseguinte, custos reduzidos.

Custo da qualidade fornece um meio de rastrear os custos e benefícios de um programa da qualidade. Pode ser considerada uma figura de distinção a ser utilizada ao menos na comparação entre companhias similares, se não em todas as companhias. (BROCKA, 1994, p. 287)

Paladini (2004) considera que é relevante a eliminação de custos devidos à

má qualidade, caso, por exemplo, de custos que produzem defeitos, perdas, erros,

falhas, paralisações, atrasos, quebras, demoras e paradas de processo, perda de

eficiência, redução do rendimento, retrabalho, reprocessamento, reinspeção,

materiais adicionais, execução de atividades extras para compensar falhas ou erros,

excesso de produção (para compensar perdas), excesso de controles pela facilidade

de tendência ao erro.

Para o autor a economia da qualidade trabalha com dois elementos: o valor

da qualidade, que se refere a ganhos; e a redução de custos que não se refere a

ganhar, mas deixar de perder, não significa melhorar, significa apenas atingir o

mínimo desejável.

Carvalho (2005) destaca as categorias e elementos dos custos de qualidade.

Os custos de qualidade podem ser classificados sob o ponto de vista do processo,

dividindo-os com custos de conformidade e não-conformidade. Outra classificação, a

mais adotada, os divide em prevenção, análise e falhas.

Custos de conformidade e não conformidade: foca os custos no processo,

sendo divididos em conformidade e não-conformidade. Os custos de conformidade

são associados ao fornecimento de produtos ou serviços, dentro das especificações

da qualidade aceitáveis. Os custos de não-conformidade são aqueles relacionados à

ineficiência de um processo, resultando em desperdícios de materiais, mão-de-obra

e capacidade, seja no recebimento, na produção, expedição e correção de produtos

ou serviços. Se esses custos forem altos, podem indicar que são necessárias ações

para prevenir ou reduzir a ocorrência de problemas. Por outro lado, se os custos de

conformidade forem baixos, podem indicar a necessidade de um redesenho do

processo.

As categorias de custos da qualidade, segundo Feigenbaum (1994), separam

os custos em duas áreas principais, os custos do controle e os custos de falhas no

controle. Os custos no controle abrangem os custos de manutenção dos níveis de

34

qualidade da companhia através de análises formais da qualidade do produto,

inspeções, ensaios, confirmação externa, auditorias da qualidade e despesas

similares. Os custos de controle são subdivididos nas categorias prevenção e

avaliação.

Os custos de falhas no controle são divididos em dois grupos, constituindo os

custos de falhas internas, entendidos como a qualidade insatisfatória dentro da

manufatura como material refugado, danificado e retrabalho. E custos de falhas

externas abrangendo as falhas provenientes do produto e reclamações do cliente.

Os custos de falhas no controle podem ser subdivididos em falhas internas e falhas

externas.

Custos de prevenção: São resultantes dos gastos associados às medidas

tomadas para planejar a qualidade, conforme Carvalho (2005), a fim de garantir que

não ocorrerão problemas. Também podem ser enquadrados nessa categoria

quaisquer gastos decorrentes de ações que objetivem prevenir ou reduzir o risco de

não-conformidade ou defeitos, ou seja, podem ser considerados investimentos

requeridos para assegurar que não ocorram falhas no processo. Visando prevenir a

falta de qualidade em produtos e serviços.

Para Paladini (2004) as ações que caracterizam o custo de prevenção:

elaboração de manuais; execução de experimentos na área de confiabilidade;

divulgação de informações; estudos de capacidade de processo; avaliação técnica

de fornecedores; planejamento e controle de processos; ensaios preventivos;

calibração de equipamentos de laboratórios; programas de manutenção especial de

equipamentos; formação de grupos para análise de falhas; programa de treinamento

e conscientização; programa de motivação; programas internos de auditorias;

avaliação e seleção de recursos tecnológicos; projetos de experimentos.

Custos de Avaliação: são os custos associados à verificação do nível de

qualidade obtido pelo produto conforme Carvalho (2005), isto é, são os custos

relativos às inspeções e aos ensaios requeridos para garantir que o produto esteja

em conformidade com as especificações e os requisitos de desempenho.

Representam os gastos para determinar o grau de conformidade dos produtos, ou

seja, são dispêndios com atividades desenvolvidas para identificação de unidades

ou componentes defeituosos antes da remessa do produto para os clientes. A

grande contribuição dos custos de avaliação é avaliar a qualidade do produto pela

35

primeira vez e assim, detectar falhas e inconsistências antes que o produto seja

posto no mercado.

Esse custo inclui inspeção, ensaios, testes, testes de equipamento, material

consumido nos testes, avaliação de estoques, custos de preparação para inspeção,

custos de controle de compras, operações de laboratório, aprovações de órgãos

externos como governo, seguro, laboratórios, envio dos produtos testados para a

produção, demonstração de qualidade, relatórios de qualidade, manutenção e setup.

• Custos de Falhas: são custos referentes á ocorrência de unidades ou

componentes defeituosos, seja este identificados na organização ou no campo. São

divididos em falhas internas e falhas externas.

• Custos de Falhas Internas: decorrentes da produção de peças defeituosas,

identificadas internamente na organização. São custos diretos ou indiretos,

decorrentes da falta de qualidade requerida, detectados antes de os produtos serem

expedidos.

• Custos de Falhas Externas: associados aos produtos com falta de qualidade

já expedidos pela empresa, ou seja, os gastos relativos aos defeitos identificados

pelos clientes ou ainda de posse dos distribuidores. Refletem gastos decorrentes de

problemas que são identificados no campo.

Pode- se verificar que, para a produção de um produto de qualidade, pode- se

gerar despesas de diversas naturezas, porém sabemos que é fundamental que o

produto haja qualidade para que possa firmar-se no mercado. Entende-se que há

custos para que isso ocorra, porém os mesmos poderiam ser melhor caracterizados

por investimentos, haja vista que estes trarão ganhos futuros, fazendo valer os

custos dispensados.

2.3 Gestão da Qualidade Total

O conceito de qualidade está comum atualmente. É quase impossível

conversar com uma pessoa que não tenha sequer uma breve noção da palavra. Isso

talvez decorra do profundo esforço feito no passado recente para popularizar o

termo, pois está completamente direcionada para o consumidor. Um produto ou

serviço possui qualidade quando atende às necessidades e expectativas de seus

usuários. A premissa básica da Gestão da Qualidade Total é que o sucesso de uma

organização decorre da qualidade que ela oferece a seus clientes. A qualidade, por

36

sua vez, é um resultado dos processos de produção dos produtos e serviços, bem

como dos processos de apoio que suportam e complementam os processos de

produção, como compras, treinamento de funcionários, etc. Ainda que os processos

sejam adequados, para que produzam bons resultados é preciso que as pessoas se

dediquem a operá-los e melhorá-los.

Campos (2004) descreve em sua obra que uma empresa honesta só pode

sobreviver dentro de uma sociedade se for para contribuir para a satisfação das

necessidades das pessoas. Esse deve ser seu objetivo principal. A primeira

preocupação da administração da empresa deve ser a satisfação das necessidades

das pessoas afetadas pela sua existência. A primeira prioridade da empresa deve

ser seus consumidores. É necessário, e mesmo vital para a empresa, que eles se

sintam satisfeitos por um longo tempo após a compra do seu produto ou utilização

do seu serviço.

Para o autor, um segundo tipo de pessoa afetada é seu empregado. A

empresa deve se esforçar para pagar-lhe bem, respeitando-o como ser humano e

dando-lhe a oportunidade de crescer como pessoa e no seu trabalho, vivendo uma

vida feliz. Um terceiro tipo de pessoa afetada é o acionista. Numa sociedade de

economia livre a empresa deve ser lucrativa de tal forma a poder pagar dividendos a

seus acionistas e se expandir.

A Gestão para a Qualidade Total (GQT) ou, na terminologia inglesa, Total

Quality Management (TQM), corresponde a um tipo de gestão caracterizado pela

procura permanente de introdução de melhorias graduais e contínuas nos processos

e procedimentos já existentes, procurando sempre a excelência na qualidade.

Envolve geralmente, a participação de todos os membros da organização e baseia-

se na hipótese de que a organização é um sistema.

Moura (1997), no mesmo contexto de Campos (2004), destaca o que

distingue qualidade de outras técnicas é que não basta saber e dominar os seus

conceitos é preciso praticá-los. Para o autor neste ponto reside a dificuldade,

exatamente na disciplina de aplicar à empresa as técnicas e ferramentas que fazem

parte da Qualidade Total. O importante é interpretar essas definições e poder aplicar

na empresa. O autor propõe a definição de qualidade e gestão de qualidade total.

37

“Qualidade é característica de um produto.” (MOURA, 1997, 17)

A Qualidade Total é um meio de atendimento das empresas à sociedade. Não se trata de um modo simples de atuação, caracterizado apenas por embalagens bem cuidadas; vendedores educados e gentis; produtos entregues no prazo adequado ou preços acessíveis. O que se deseja aqui é uma relação bem definida entre a empresa e o ambiente com o qual ela interage. (PALADINI, 1994, p. 25)

“O gerenciamento da qualidade total pode ser definido como gestão de toda a

organização para que esta se sobressaia em todas as dimensões de produtos e

serviços que são importantes para o cliente.” (CHASE, 2006, p. 272)

“Um sistema de meios para produzir economicamente bens ou serviços que

satisfaçam as exigências dos clientes.” (SASHKIN, 1994, p. 23)

O TCQ é baseado em elementos de várias fontes: emprega métodos cartesianos, aproveita muito do trabalho de Taylor, utiliza o controle estatístico de processos, cujos fundamentos foram lançados por Shewhart, adota os conceitos sobre comportamento humano lançados por Maslow e aproveita todo o conhecimento ocidental sobre qualidade, principalmente o trabalho de Juran. (CAMPOS, 2004, p. 13)

No entendimento de Ishikawa (1993), o conceito de gestão da qualidade total

foi criado pelo Dr. Armand V. Feigenbaum que, nos anos 50, atuou diferentemente

como gerente de controle de qualidade e como gerente geral de operações e

fabricações na matriz da General Eletric, na cidade de NovaYork.

De acordo com Feigenbaum, o controle de qualidade total, ou atualmente

gestão da qualidade total pode ser definido como um sistema eficiente para a

integração do desenvolvimento de qualidade, da manutenção de qualidade e dos

esforços de melhoramento de qualidade dos diversos grupos em uma organização,

para permitir produção e serviços aos níveis mais econômicos, que levam em conta

a satisfação do consumidor.

A Gestão da Qualidade Total (GQT) é uma opção para a reorientação

gerencial das organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em

equipe permeando toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; e a

busca constante da solução de problemas e da diminuição de erros.

Para Davis (2001), a gestão da qualidade total (TQM – Total Quality

Management) pode ser vista como uma abordagem organizacional focada na

produção de produtos e nos serviços de qualidade.

38

A TQM, quando utilizada adequadamente, é uma parte integrante da

organização, não um programa isolado. Ela envolve todas as áreas, os níveis

funcionais dentro da organização, inclusive fornecedores.

Foco Convencional Foco na Qualidade total

Qualidade é um conceito vago, subjetivo, não dá para definir. Você só conhece quando vê.

Qualidade é atender as necessidades e superar as expectativas dos clientes.

É um luxo que custa mais caro. Economiza tempo e dinheiro com a redução dos desperdícios.

Melhora-se a qualidade com uma inspeção mais rigorosa.

Melhora-se com a prevenção de erros e desvios.

Trabalho é realizado pelas funções – divisão vertical.

Trabalho é um processo integrado – horizontal.

Rejeição de 10% é aceitável O objetivo é zero defeito Quantidade compensa a menor qualidade Sem qualidade não importa a quantidade. Fornecedores são adversários dos quais devemos sempre tirar vantagem.

Fornecedores são parceiros para reduzir custos e aumentar a produtividade.

Clientes estão fora do sistema. Clientes estão integrados ao sistema.

Qualidade só se alcança com mais recursos. Qualidade pode ser alcançada com os recursos disponíveis.

É assunto para especialistas. É compromisso de todos da empresa. Para grandes empresas. Para todas as empresas. Tabela 1 : Evolução do pensamento sobre qualidade total Fonte : Venturi e Lenzi (2003, p. 197)

A Gestão da qualidade total valoriza o ser humano no âmbito das

organizações, reconhecendo sua capacidade de resolver problemas no local e no

momento em que ocorrem, e busca permanentemente da perfeição. Precisa ser

entendida como uma nova maneira de pensar, antes de agir e produzir. Implica uma

mudança de postura gerencial e uma forma moderna de entender o sucesso de uma

organização.

É uma nova filosofia gerencial que exige mudanças de atitudes e de

comportamento. Essas mudanças visam ao comprometimento com o desempenho,

à procura do autocontrole e ao aprimoramento dos processos. Implica também uma

mudança da cultura da organização. As relações internas tornam-se mais

participativas, a estrutura mais descentralizada, e muda o sistema de controle.

Segundo Paladini (2004) o conceito de qualidade mais aceito atualmente é

identificado como o “o conjunto de atividades destinadas a viabilizar a política da

qualidade e os objetivos gerais da organização em termos de qualidade.” Tais

atividades são estruturadas de forma planejada, abrangente e evolutiva.

Para o autor o TQC consiste na criação de uma vantagem competitiva

sustentável, através do constante aprimoramento do processo de identificação e

39

atendimento das necessidades e expectativas dos clientes quanto aos produtos e

serviços requeridos, e da utilização eficiente dos recursos existentes de modo a

agregar o máximo de valor ao resultado final. E os objetivos da utilização deste

método gerencial são;

• garantir uma maior satisfação do cliente, fornecendo produtos e serviços que

correspondam às suas expectativas, monitorando suas constantes mudanças

("customer in");

• melhorar a qualidade do atendimento;

• maior eficiência e produtividade, mantendo cada etapa do processo produtivo

sob controle, detectando possíveis falhas e rastreando suas causas;

• maior integração do pessoal, promovendo a comunicação entre os vários

setores e diferentes níveis hierárquicos (comunicação vertical e horizontal);

• redução de custos, minimizando retrabalhos;

• maior lucratividade e crescimento.

Para Ishikawa (1993), "praticar um bom controle de qualidade é desenvolver,

projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico,

mais útil e sempre satisfatório para o consumidor”. De onde se pode perceber que a

qualidade deixa de ser responsabilidade de um departamento de controle de

qualidade para ser uma obrigação de todos, do presidente da organização ao

funcionário do mais baixo nível hierárquico.

Moura (1997), desta que a GQT tem preocupação de integrar o clico processo

produtivo, produto e cliente.

Processo Produtivo: são as definições técnicas do produto para permitir a sua

produção dentro das faixas de controle do processo.

Produto: são atributos que distinguem e caracterizam o produto e seu uso.

Cliente: são os desejos dos clientes, o que eles realmente desejam do

produto.

Enfatiza Sashkin (1994), que a TQM possui três aspectos fundamentais:

estatística, clientes e cultura.

Cultura: nas organizações que usam o método TQM, a cultura, ou seja, o

conjunto de valores e crenças compartilhados garante a satisfação dos clientes

através da mudança adaptativa, melhoria continua. Carvalho (2005) complementa: o

40

conceito de melhoria continua é aplicado tanto na busca de solução para os

problemas quanto na melhoria sistemática e continua.

“Cultura, valores e crenças compartilhados, expressos pelos líderes, que

definem e sustentam a qualidade.” (SASHKIN, 1994, p. 6)

Estatística: ferramentas e técnicas e treinamento em seu uso para analisar,

compreender e resolver problemas de qualidade.

Clientes: qualidade para o cliente como força propulsora e principal

preocupação.

Paladini (2004) descreve que a Gestão da Qualidade pode falhar em sua

função básica se considerar que qualidade seja apenas um atributo inerente ao

produto ou serviço; um elemento que diferencie o produto dos demais; um produto

mais confiável; maior diversidade de cores ou preço menor que os concorrentes.

Falha também se não considerar que esses elementos compõem o conceito básico

da qualidade. Considerando:

• a Gestão da Qualidade pode investir em atributos específicos que tornem o

produto mais adequado ao uso. Exemplo: alteração de sabor de sucos e

refrigerantes para adequá-los às diferentes regiões do país.

• a Gestão da Qualidade pode investir em itens que tornem os produtos ou

serviços diferentes dos demais, de forma a torná-los mais adequados ao uso.

• a Gestão da Qualidade pode investir em uma diversidade de itens que tornem

seu produto agradável a uma maior parcela de consumidores.

Para o autor, o conceito de qualidade envolve múltiplos elementos, com

diferentes níveis de importância. Centrar atenção exagerada em algum deles ou

deixar de considerar outros pode fragilizar estrategicamente a empresa.

Venturi e Lenzi (2003) destacam que não basta satisfazer ás exigências dos

clientes, mas é preciso fazer melhor que os concorrentes. A qualidade passa a ser

uma poderosa estratégia, pois todo o esforço empresarial em favor da qualidade, do

ponto de vista estratégico, é de manter e ampliar a participação no mercado.

Aborda Moura (1997), em sua obra o que não é qualidade total:

• mágica que possa transformar da noite para o dia uma empresa

desorganizada em uma empresa de sucesso;

• solução pronta e acabada, única para todas as empresas, que é só usar e

esperar o resultado;

41

• milagre que não necessite de esforço e tempo, principalmente da direção,

para transformar a realidade da empresa;

• programa de “peão” em que apenas o nível operacional é envolvido;

• usar de uma outra técnica isolada;

• espalhar um monte de cartazes pela empresa dizendo que Qualidade é...

• atender apenas aos interesses da empresa de redução de custo e aumento

de produtividade;

• ter o cliente como um problema, exigente e chato.

Devemos nos atentar o que é realmente qualidade total na empresa, tendo

conceitos extremante definidos e colocá-los em prática, não considerando somente a

qualidade do produto, mas a qualidade dos processos envolvidos para na conclusão

do produto final, se não haver qualidade no todo em algum momento esta falha irá

refletir na qualidade.

2.4 Princípios da Gestão da Qualidade Total

Descreve Moura (1997), que a Gestão da Qualidade Total sendo uma

filosofia, uma estratégia empresarial, possui uma série de características que a

distingue e destaca de outras estratégias. Paladini (2004), acrescenta que a TQM

enfatiza o gerenciamento da qualidade por toda a empresa, ou seja, uma

abordagem sistemática para estabelecer e atingir metas de qualidade. Procurando

abordar todos os setores ou, em termos organizacionais, procura-se alcançar todas

as áreas e funções da empresa.

O cliente como prioridade absoluta

Ballestero–Alvarez (2001), destaca que as empresas atentas à nova

realidade, precisam criar um canal de comunicação sempre aberto com o mercado

promovendo uma contínua conversação. Este canal tem como função básica saber o

que o cliente pensa em todas as etapas da compra do produto ou serviço. Quais são

suas necessidades, o que ele espera, o que ele deseja, o que ele busca. Todas as

informações precisam ser consideradas e tratadas pela organização e por meio

delas, gerar o aperfeiçoamento daquilo que ela oferece e o desenvolvimento de

novos produtos.

Moura (1997) complementando Ballestero–Alvarez (2001), observa que a

atuação da empresa é centrada no atendimento às necessidades dos clientes.

42

Representa sua prioridade absoluta entender e atender os seus requisitos,

expectativa, necessidades e desejos, transformando em característica dos produtos.

Fazer o cliente perceber que os produtos atendem suas necessidades quanto a

preço, prazo, especificações, segurança e confiabilidade de maneira global faz parte

da qualidade.

O cliente tem que estar acima de tudo nas organizações, conforme Paladini

(2004) a empresa que não se conscientizar desta necessidade, acabará sendo

preterida pelas concorrentes, pois os consumidores estão cada vez mais exigentes.

A pesquisa de mercado, em termos das características atuais dos clientes ou de

suas tendências, baliza a ação da gerência e define o rumo da empresa.

O Cliente é a razão de ser de toda e qualquer atividade executada. Para ele

são desenvolvidas as atividades que resultam em produtos ou serviços que venham

a atender às suas necessidades. Não existe processo que gere produto ou serviço

sem cliente.

“Uma reação lógica ao enfoque da orientação voltada para o consumidor é

pensar sempre em termos da posição da outra parte.” (ISHIKAWA, 1993, p. 110)

Aborda Juran (2001), que à medida que os projetos crescem em tamanho,

multiplica-se o número de clientes. Estes não são impactados igualmente, nem são

todos de igual importância para os gestores. Torna-se necessário classificar os

clientes de forma que permitam, aos planejadores, a alocação de prioridades e

recursos com base na importância relativa dos clientes e dos impactos.

Qualidade em primeiro lugar

Em Ishikawa (1993), ou autor afirma que se uma empresa segue o princípio

da qualidade em primeiro lugar, seus lucros aumentarão com o decorrer do tempo.

Podendo ganhar confiança do consumidor passo a passo, e as vendas da empresa

aumentarão gradualmente.

Afirma Deming (1990), que os efeitos ocorrem numa cadeia quando a

empresa opta por qualidade em primeiro lugar. A empresa deve apresentar

preocupação geral e constante com a qualidade em todos os níveis e setores.

A empresa deve adotar uma postura de preocupação constante com a

qualidade de todos os processos da organização, conforme Moura (1997), iniciando

pela definição clara do que seria um produto ou serviço de qualidade com base nas

necessidades e expectativas dos clientes e das possibilidades da empresa em

43

questão, ou seja, a capacidade de um produto atender as necessidades dos

clientes.

Paladini (2004), na mesma linha de abordagem de Moura (1997), descreve

que a Gestão da Qualidade atual deve priorizar diferenciações de produtos e

serviços que atendem as necessidades e preferências de segmentos específicos ou

grandes áreas do mercado.

O desafio para Campos (2004) está em conseguir a sobrevivência por meio

do lucro contínuo pelo domínio da qualidade. É importante que a empresa defina a

qualidade no planejamento, prevendo os requisitos exigidos pelo consumidor para

os próximos 5 a 10 anos de maneira melhor que o concorrente.

Ampliação do Conceito de Qualidade

Moura (1997) descreve que toda a empresa deve ser direcionada para obter

produtos com qualidade e com isso atender aos clientes. Por toda a empresa além

do envolvimento de todas as pessoas deve-se ter atenção na influência da qualidade

em todos os processos produtivos da empresa.

Carvalho (2005), aborda a ampliação do conceito de qualidade sob a ótica de

que a evolução do TQC resultou no TQM, termo que surgiu a partir da metade da

década de 1980. A idéia central do TQM é que a qualidade esteja presente na

função de gerenciamento organizacional, em uma tentativa de ampliar seu foco, não

se limitando às atividades inerentes ao controle.

A gestão da Qualidade passa a ser Gestão da Qualidade Total, para Paladini

(2004), onde suas atividades envolvem todos os requisitos que produtos e serviços

devem ter para realizar o que deseja o cliente, em termos de necessidades

preferências ou conveniências.

A qualidade sendo ampliada para o Gerenciamento da Qualidade ou

Gerenciamento da qualidade total de acordo com Brocka (1994), tem por finalidade

melhorar continuamente a produtividade em cada nível de operação e em cada área

funcional de uma organização utilizando recursos humanos e disponíveis. Além de

focar a qualidade do produto ou serviço, combina técnicas fundamentais de

administração, esforços de melhorias existentes e inovadoras, e técnicas especiais

para aperfeiçoar continuamente todos os processos.

44

Ação orientada por prioridades

Os problemas da empresa devem ser listados e, com base nas informações

de clientes, mercado e diretrizes da alta administração compor um ranking de

prioridade. Conforme Campos (2004), torna-se necessário identificar o problema

mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade. Identificando a situação atual,

priorizando os problemas críticos do produto na função desempenho, confiabilidade,

preço, desenvolvimento. A análise e soluções destes problemas seguem então a

ordem de importância estabelecida, definindo-se metas a serem alcançadas e um

cronograma a ser cumprido.

Ballestero–Alvarez (2001), esclarece que normalmente as empresas

acumulam uma série quase infindável de problemas que aguardam solução.

Premiadas pela necessidade de solução, fazem uma escolha completamente

aleatória ou baseada em critérios bastante restritos, tais como: a dificuldade menor

do problema ou a soma de dinheiro envolvida.

A Gestão da qualidade Total, segundo Paladini (2004), deve-se priorizar

diferenciações de produtos e serviços que atendem as necessidades e preferências

de segmentos específicos ou grandes áreas do mercado.

Todas as pessoas são responsáveis pela qualidade

Segundo Moura (1997, p.33) “todos pensam, todos participam, representam

um lema da GQT”. As pessoas atuantes na empresa têm o seu grau de

responsabilidade na obtenção da qualidade dos produtos e conseqüentemente da

satisfação dos clientes.

Brocka (1994) aborda onde antes pode ter havido obstáculos, rivalidade e

desconfiança, a empresa de qualidade incentiva o trabalho em equipe e a parceria

entre a força de trabalho e seus representantes. Tornando as pessoas responsáveis

pelos resultados que produzem. O princípio básico envolvido no encorajamento da

participação do trabalhador ou na formação de autonomia é a confiança. A gerência

deve fornecer confiança aos empregados. E os empregados devem dar crédito à

gerência.

Para o autor, o gerenciamento da qualidade inicia pelo topo da gerência e flui

através da estrutura gerencial de cima para baixo. Este desdobramento em cascata

garantirá que os líderes entendam, demonstrem e possam ensinar os princípios e

práticas do Gerenciamento da Qualidade para suas equipes, antes da própria

expectativa e com uma melhor avaliação.

45

Paladini (2004) observa que a essência está na capacidade do gerente em

garantir, de todos os funcionários da organização, mais do que adesão aos

programas de qualidade, o que realmente se deseja é seu esforço e empenho para

produzir qualidade em todas as atividades. Apesar das diferenças entre pessoas,

grupos, situações e contextos. Cabe ao gerente da qualidade não apenas integrar as

pessoas no esforço pela qualidade, mas qualificar sua contribuição a esse esforço

tornando eficiente (máxima rentabilidade) e eficaz (direcionado para o cliente).

Melhoria contínua e sem fim

Nada é tão bom que não possa ser melhorado, conforme Moura (1997), na

GQT deve ser implantada a ação operacional de melhoria contínua como prioridade

na empresa, promovida pela técnica de identificação e solução de problemas,

enfatizando a criatividade. Na melhoria contínua a preocupação deve estar centrada

no acompanhamento das mudanças dos desejos dos clientes, na atuação da

concorrência, na geração de conhecimento e desenvolvimento tecnológico, na

constante preocupação em reduzir custos, no aumento da produtividade, na busca

da satisfação dos colaboradores, na preocupação da imagem da empresa no

mercado e na comunidade e é claro, na constante melhoria dos resultados da

empresa em forma de lucro, lucratividade e crescimento do negócio. Buscando

sempre melhores resultados e níveis de performance dos processos, produtos e

atividades da empresa.

Brocka (1994) refere o objetivo primordial do Gerenciamento da Qualidade

como sendo o de uma melhoria sem fim dos aspectos de cada trabalho. Esse

objetivo é implementado por meio de uma abordagem estruturada e disciplinada,

que aperfeiçoa cada processo. Com o Gerenciamento da Qualidade Total, a ênfase

é prevenir defeitos com ferramentas de identificação e solução de problemas.

“Enquanto melhoria contínua, a Gestão da Qualidade abrange estratégias que

visam definir a melhor maneira de executar ações produtivas. Parte-se para tanto, de

situações existentes, procurando-se sempre melhorá-las.” (PALADINI, 2004, p. 228)

Lacombe e Heilborn (2006), observam que um dos princípios da qualidade

total é a melhoria contínua e sem fim. É um processo dinâmico que se aperfeiçoa

permanentemente. Esse aperfeiçoamento quem controla e dirige são os gestores.

Carvalho (2005) no mesmo contexto, ressalva que a melhoria contínua se dá

pela antecipação as mudanças. A organização precisa tomar suas decisões na

frente das alterações que, porventura, o mercado possa vir a sofrer. As organizações

46

que perceberem primeiro, e com maior clareza, os impactos que o tempo e o espaço

produzem em seus próprios negócios e que souberem selecionar e implantar ações

para atuar nos novos cenários verão aumentadas as suas possibilidades de

sobrevivência.

Ação orientada por fatos e dados

Para Ballestero–Alvarez (2001), decisões devem ser tomadas baseados em

fatos e dados.

A base para Campos (2004) está em falar, raciocinar, decidir com dados e

com base em fatos. Visitando o local do problema e observar o produto ou serviço

com falha. Determinar qual característica da qualidade está com problema.

Especificar quais dados coletar em quais características de qualidade. Coletar dados

como especificado. Analisar os dados coletados com técnicas estatísticas. Fazer um

resumo e preparar as informações certas por meio de considerações completas.

Fatos são importantes para Ishikawa (1993), e sua importância precisa ser

claramente reconhecida. Torna-se necessário expressar fatos em dados precisos.

Utilizando métodos estatísticos para analisar os dados que permitirão fazer uma

estimativa, expressar algum julgamento e, em seguida, executar a ação apropriada.

Na mesma abordagem dos demais autores, Moura (1997), assinala que os

resultados devem ser medidos baseados em conceitos e técnicas estatísticas ao

longo do processo.

As decisões devem ser tomadas baseadas em fatos e dados tratados pela

empresa. As características da qualidade devem ser medidas baseadas em técnicas

estatísticas aplicadas aos processos.

Respeito pelo empregado como ser humano

Paladini (2004) observa que a Gestão da Qualidade não pode deixar de ter

em vista que os funcionários da empresa, são antes de tudo, pessoas comuns, que

recebem fora da fábrica carga considerável de informações e sofrem os mesmos

impactos em termos da qualidade de produtos e serviços como qualquer

consumidor.

Ballestero–Alvarez (2001), ressalta assim como Paladini (2004), que é

necessário criar um sistema que acompanhe as necessidades das pessoas

envolvidas na execução do trabalho, oferecendo aos trabalhadores condições e

oportunidades de crescimento profissional e pessoal por meio da educação,

desenvolvimento e treinamentos periódicos. O fim último deste tipo de iniciativa é

47

fazer com que todos os empregados sejam capazes de administrar suas próprias

funções com a competente responsabilidade e autoridade.

Todos os colaboradores devem ser treinados para Moura (1997), seja nos

conceitos relacionados ao tema qualidade, como em conceitos técnicos e

específicos. A educação deve ser continuada e freqüente, envolvendo inicialmente

os níveis superiores, que devem treinar os seus subordinados em um efeito cascata.

O termo humanidade implica em autonomia e espontaneidade. As pessoas são diferentes dos animais ou das máquinas. Elas têm suas próprias vontades e fazem as coisas voluntariamente, sem ser comandadas por outras. Elas usam suas cabeças e estão sempre pensando. A administração baseada na humanidade é um sistema de administração que permite o florescimento do potencial ilimitado dos seres humanos. (ISHIKAWA, 1993, p. 117).

Os diretores e gerentes precisam ser corajosos o suficiente para delegar tanta

autoridade quanto for possível, ressalta Ishikawa (1993). Esta é a forma de

estabelecer o respeito pela humanidade como sua filosofia de administração. É um

sistema de administração do qual todos os funcionários participam, de cima para

baixo e de baixo para cima, e onde a humanidade é plenamente respeitada.

Campos (2004) lembra que todo o programa de crescimento do ser humano

baseado na Gestão da Qualidade Total deve ser baseado em políticas de recursos

humanos centrado nas pessoas, observando alguns princípios:

• aprimorar o recrutamento e seleção, no sentido de se ter um quadro mínimo,

mas ótimo;

• educar e treinar as pessoas de tal forma a transformá-las nos “melhores do

mundo naquilo que fazem”;

• reter estas pessoas nos quadros da empresa de tal forma que a empresa faça

parte do projeto de vida de cada um;

• criar condições para que cada funcionário tenha orgulho de sua empresa e

um forte desejo de lutar pelo seu futuro diante de quaisquer dificuldade;

Carvalho (2005) destaca a importância do capital humano na Gestão da

Qualidade Total. Precisa-se dispor de técnicas adequadas, ferramentas estratégicas,

métodos, selecionando o mais adequado para lidar com as pessoas. Para o autor,

os recursos humanos têm características muito particulares. É sempre muito difícil

avaliar, compreender e envolver as pessoas. Isso ocorre porque os lideres precisam

despertar as pessoas porque somente elas são capazes de gerar soluções criativas,

48

de propor formas mais eficientes de desenvolver as atividades, de sugerir métodos

mais baratos, rápidos e eficazes, de prever situações particulares em processos e

produtos, de interpretar tendências e criar ações preventivas, de se lançar em busca

de novos objetivos e buscar superar novos desafios.

Liderança

Para o líder, segundo Crosby (1999), o problema de compreender e utilizar a

força de trabalho é acrescido do fato de que as pessoas não se interessam por fazer

alguma coisa só porque foram mandadas. É preciso estabelecer comunicação e

reforçá-la continuamente, a fim de manter os empregados informados e dispostos a

participar.

A qualidade não pode ser delegada a outros. Os gerentes devem liderar o

esforço de transformação para garantir um sucesso duradouro. Devem liderar em

vez de chefiar, treinar em vez de impor. Devem mudar seu enfoque, deixando de

controlar e culpar indivíduos e passando a prevenir e eliminar os problemas. Os

gerentes devem aprender novas técnicas e abordagens para estabilizar e melhorar

processos, compreender as variações e saber como usar os dados de modo eficaz.

Moura (1997) lembra que o melhor meio de comunicação é o exemplo. A

liderança serve como referência para os demais colaboradores, reforçando os

valores da empresa, encorajando e conduzindo a atuação das pessoas. É exercida

pela definição de objetivos, estratégias, pelo desenvolvimento pessoal,

comunicação, análise crítica do desempenho da organização e reconhecimento dos

resultados obtidos.

Ishikawa (1993), descreve que a administração principal precisa estar à frente

das atividades e assumir a posição de liderança. “Quem não consegue administrar

seus subordinados não é tão bom quanto julgava ser. Quando for capaz de

administrar seus superiores, então se pode dizer que ele é uma pessoa realizada”.

Brocka (1994), conceitua que os gerentes podem executar as tarefas tão

bem, ou melhor, do que seus subordinados. Já os líderes devem direcionar as

funções de trabalho, dentro da Gestão da Qualidade Total, que eles pessoalmente

não são capazes de fazer. Não é possível ao líder ser capaz de fazer tudo a respeito

do trabalho de todos, mas deve liderá-los. Os melhores lideres são aqueles que

estão sempre abertos a apreender com seus liderados.

A liderança na Gestão da Qualidade Total para Carvalho (2005), examina o

envolvimento das pessoas, dispondo de um sistema de liderança que promova a

49

excelência do desempenho, estabelecendo, disseminando e praticando os valores

da organização, promovendo a cultura da excelência.

2.5 Ferramentas para a Gestão da Qualidade Total

Ballestero–Alvarez (2001), ilustra que a GQT toma todas as decisões

baseado na análise de fatos e dados. Para melhorar o aproveitamento, algumas

técnicas e ferramentas são utilizadas, com o objetivo de identificar os maiores

problemas existentes, elaborar uma minuciosa análise e buscar a melhor solução.

“O sistema de GQT deve ser construído através da adoção de algumas

técnicas ou ferramentas, porém seguindo o mesmo raciocínio básico.” (Moura, 1997,

p. 28)

Se um administrador não utiliza dados e métodos estatísticos, para Ishikawa

(1993), baseando-se apenas em sua própria experiência, sexto sentido e

pressentimentos internos, ele está admitindo que sua empresa não possui alta

tecnologia.

Venturi e Lenzi (2003) ressaltam que as ferramentas da qualidade são um

caminho lógico e gradativo para identificar e solucionar problemas que utilizam, em

cada fase, ferramentas apropriadas, para que o administrador possa evitar

armadilhas, como, concluir por intuição, decidir pelo caminho mais curto,

dimensionar mal o problema, contentar-se com uma única solução, isolar-se com o

problema e desprezar os detalhes.

Paladini (2004), no mesmo contexto da abordagem de Venturi e Lenzi (2003),

ressalva que a Gestão da Qualidade Total tem lançado mão de estratégias eficientes

que se caracterizam, em primeiro lugar, pela simplicidade de concepção e de

implementação.

As sete ferramentas básicas para Ballestero–Alvarez (2001), baseiam-se em

dados numéricos, quantitativos, fáceis de obter numa linha de produção, ou todas as

vezes que estejamos trabalhando com quantidades. As sete ferramentas básicas da

Gestão da Qualidade constituem um conjunto de instrumentos estatísticos de

consagrado uso, para que as organizações possam melhorar a qualidade de seus

produtos, serviços e processos.

O sistema de GQT para Moura (1997), deve ser construído através da adoção

de algumas técnicas. As ferramentas da Gestão da Qualidade Total são um conjunto

50

de ferramentas estatísticas de uso consagrado para melhoria da qualidade de

produtos, serviços e processos. A estatística desempenha um papel fundamental no

gerenciamento da qualidade e da produtividade, por uma razão muito simples: não

existem dois produtos exatamente iguais ou dois serviços prestados da mesma

maneira, com as mesmas características. Tudo neste mundo varia e obedece a uma

distribuição estatística. É necessário, então ter um domínio sobre estas variações. A

estatística oferece o suporte necessário para coletar, tabular, analisar e apresentar

os dados destas variações.

Ballestero–Alvarez (2001), destaca também que nem todas as decisões

empresariais podem ser quantificadas. É justamente esse o objetivo das sete novas

ferramentas. Denominadas por alguns autores de ferramentas administrativas ou

gerenciais, este conjunto de técnicas é utilizado, em especial para organizar o

pensamento e as idéias de um grupo de pessoas no planejamento da qualidade.

Esse grupo de ferramentas é voltado para o tratamento de dados não numéricos,

complementado, assim as outras sete ferramentas.

Os objetivos básicos, comuns a todas estas sete ferramentas, podem ser

apontados como sendo:

• sistematizar, compilar e organizar informações;

• demonstrar e explicar relações de causa e efeito em situações complexas;

• demonstrar eventuais oportunidades existentes e não detectadas

anteriormente.

• apontar eventuais problemas existentes e não detectados anteriormente;

• facilitar a análise de informações verbais qualitativas;

• facilitar e estimular a produção de novas idéias;

• facilitar a análise multifatorial de situações complexas;

• auxiliar no acompanhamento da implementação do planejamento da

qualidade.

Na mesma linha de abordagem de Ballestero–Alvarez (2001), Brocka (1994),

destaca que essas sete ferramentas se baseiam na interação do grupo para formular

resultados positivos e produtivos. Os grupos trabalham melhor quando existem

bastantes pessoas que trazem várias perspectivas para tratar um problema, mas

não tantas que inibam alguns membros de não participarem. A participação em

grupo deve ser voluntária, com regras claras e prazo de término determinado.

51

Moura (1997) complementa os autores mencionando que as sete ferramentas

gerenciais podem facilitar os gestores na arte de gerenciar o processo. Pois a arte

de gerenciar exige o adequado uso do tempo para prover recursos materiais, para a

produção dentro dos prazos estabelecidos com os clientes, e os recursos de

informações para a ação das pessoas nos processos.

Juran (2001), no mesmo contexto dos autores acima mencionados, ressalta

que “disciplinas da Qualidade” é o nome dado a gama de ferramentas e

metodologias que, em conjunto, constituem as ferramentas da qualidade. São tanto

ferramentas gerencias, quanto estatísticas. Durante os anos 80 havia um

desequilíbrio no treinamento relativo a ferramentas e metodologias. Era dada muita

ênfase às ferramentas estatística com prejuízo das ferramentas gerenciais. Esse

desequilíbrio foi corrigido nos anos 90. Lembrando que ambos os tipos são

necessário, individualmente nenhum é suficiente.

O conjunto de ferramentas da qualidade, as ferramentas básicas e as

ferramentas gerenciais, constituem um poderoso e valioso arsenal de instrumentos

para o planejamento, a organização, a implantação e a melhoria contínua dos

esforços em busca da qualidade e da excelência.

2.5.1 Sete Ferramentas Básicas da Gestão da Qualidade

As ferramentas da qualidade são métodos que facilitam o entendimento

e solução que problemas que ocorrem nas empresas, auxiliam para um melhor

entendimento e busca de soluções, sempre buscando a qualidade total, fortalecendo

o produto no mercado que é tão competitivo atualmente.

1. Análise de Pareto

Brocka (1994), conceitua a Análise de Pareto, demonstrando que essa revela

quais causas são responsáveis pelos maiores efeitos. Freqüentemente, 20% das

causas produzem 80% dos efeitos. A técnica é baseada no princípio de Pareto, o

qual estabelece que poucas causas são responsáveis pela maior parte dos efeitos.

O Gráfico de Pareto é uma das ferramentas mais eficientes para encontrar

problemas e estimar a magnitude dos possíveis benefícios. O Gráfico de Pareto é

um gráfico de barras dispostas em ordem decrescente, com a categoria de maior

52

freqüência de ocorrência á esquerda. Cada barra representa uma causa. O gráfico

exibe a contribuição relativa de cada causa em relação ao efeito total.

O método de Análise de Pareto para Campos (2004), é um método muito

simples e muito poderoso para o gerente, pois o ajuda a classificar e priorizar os

seus problemas. Por exemplo: se o gerente deseja reduzir o nível de estoques da

empresa, ele pode conduzir uma Análise de Pareto que irá demonstrar que poucos

itens são responsáveis pela maior parte do capital estocado. Perceberá que existe

poucos itens vitais e muitos triviais. O princípio de Pareto é uma técnica universal

para separar os problemas em duas classes: os poucos vitais e os muitos triviais.

O Método Análise de Pareto permite:

• dividir um problema grande num grande número de problemas menores e que

são mais fáceis de serem resolvidos com o envolvimento das pessoas da empresa;

• como o “Método de Análise de Pareto” é baseado sempre em fatos e dados,

ele permite priorizar projetos;

• da mesma forma, o método permite o estabelecimento de metas concretas e

atingíveis.

Paladini (2004), conclui a abordagem dos autores mencionados, enfatizam

que o Diagrama de Pareto é uma estrutura que migrou da área de Economia para a

Gestão da Qualidade Total. Segundo o diagrama alguns defeitos respondem pelo

maior potencial de perda; alguns fornecedores respondem pela maior parte dos

problemas: alguns serviços respondem pela maior parte da demanda, e assim por

diante.

2. Folha de coleta de Dados

O objetivo aqui é gerar uma massa clara de dados para Ballestero–Alvarez

(2001), que facilite a análise e o tratamento posterior. É necessário que os dados

obtidos correspondam à necessidade da empresa. As folhas de coleta de dados não

seguem nenhum padrão preestabelecido: o importante é cada empresa desenvolva

seu formulário de registro de dados, que permita além dos dados, seja registrado

também o responsável pelas medições, bem como quando estas medições

ocorreram. A autora destaca também que torna-se indispensável aos responsáveis

pela coleta de dados treinamento necessário para a correta utilização desta

ferramenta. Três pontos são importantes na coleta de dados:

53

• ter um objetivo bem definido;

• obter confiabilidade nas medições;

• registrar os dados de forma clara e organizada.

“As folhas de verificação simplificam o processo de coleta de dados por meio

de um formulário bem planejado no qual os dados são preenchidos.” (BROCKA,

1994, p. 216).

Brocka (1994), assim como para Ballestero–Alvarez (2001), descreve que a

coleta de dados é o primeiro passo para qualquer medida estatística. O importante é

utilizar os dados como uma fonte de informação estratégica, e não como uma

ferramenta preeminente de gerenciamento de desempenho. A autora descreve o

processo da folha de coleta de dados:

1. Determina o que precisa ser coletado;

2. Fazer um rascunho da folha de dados;

3. Implementar a folha de dados;

4. Auditar regularmente revisar o instrumento.

Moura (1997) aborda também folha de coleta de dados, sendo uma

ferramenta para Gestão da Qualidade Total, enfatizando que os resultados obtidos

através da coleta devem se registrados de forma ordenada para se comparar com as

metas estabelecidas. Torna-se importante analisar os resultados ao longo do tempo

(e não isoladamente), para tal é necessário identificar os principais indicadores dos

resultados dos processos e organizá-los em forma gráfica, gerando as cartas de

controle.

3. Diagrama de Causa e Efeito – Ishikawa

Paladini (2004), identifica o Diagrama de Causa e Efeito também como gráfico

de espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa. Destina-se à análise de operações e

situações típicas do processo produtivo. Seu esquema de apresentação é

semelhante à espinha de um peixe: o eixo principal representa um fluxo básico de

dados e as espinhas caracterizam elementos que confluem para esse fluxo

fundamental.

“Diagrama de causa efeito é o “diagrama em espinha de peixe” do professor

Ishikawa para listar teorias de causas.” (JURAN, 2001, p. 464)

54

Ballestero–Alvarez (2001), complementado Paladini (2004), destaca que sua

elaboração é simples, parte da premissa básica do envolvimento e participação de

todos os fatores que entram na elaboração de um produto ou de um efeito. Esses

fatores, para o caso de uma indústria, normalmente, são denominados de “os seis

m”, que abrangem: método, mão-de-obra, meio ambiente, matéria-prima, máquinas,

medidas. São eles que podem ser desdobrados em secundários.

No mesmo contexto dos autores acima mencionados, Brocka (1994),

apresenta o diagrama de causa-efeito, sendo uma representação gráfica utilizada

para classificar as causas, estimulando ou fatorando o seu impacto sobre um efeito

ou resultado. É uma representação gráfica das causas e efeitos para um problema

em particular. O diagrama pode identificar problemas anteriormente à coleta e

análise dos dados. Quando analisadas várias alternativas, pode ser utilizado para

identificar várias influências que a solução pode ter sobre o problema (processo) se

implementado. O diagrama pode ser construído por um indivíduo, mas em geral sua

construção é fruto de um esforço em grupo.

Processo do Diagrama de Causa e Efeito:

1. Identificar o efeito: Identifique o efeito e inicie o diagrama. O efeito pode ser

também uma meta desejada, em vez de um problema específico;

2. Identificar as categorias de causas principais: precisamente, as causas do

ramo externo à linha central do diagrama. Utilizando os “os seis m”, que abrangem:

método, mão-de-obra, meio ambiente, matéria-prima, máquinas, medidas;

3. Identificar as causas secundárias: as entradas são identificadas e cada uma

posicionada no diagrama como entradas associadas a uma causa maior ou

categoria. As subcausas podem ser especificadas e ter, por sua vez, outras

subcausas;

4. Análise: uma vez que o diagrama de causa-efeito tenha sido preenchido com

as causas identificadas, as causas podem conduzir a uma melhoria potencializada

em uma dada situação devem ser determinadas. As causas mais prováveis devem

ser selecionadas para uma investigação adicional.

4. Fluxograma

Campos (2004) descreve que o fluxograma é fundamental para a

padronização e, por conseguinte para o entendimento do processo. É uma

55

representação gráfica da seqüência de atividades de um processo. Além desta, o

fluxograma mostra o que é realizado em cada etapa, os materiais ou serviços que

entram e saem do processo, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas

envolvidas (cadeia cliente/fornecedor).

O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo à identificação:

• das entradas e de seus fornecedores;

• das saídas e de seus clientes;

• de pontos críticos do processo.

Os fluxogramas para Brocka (1994), podem modelar tanto informações de

controle como dados. A informação de controle é considerada com os “se”, “e”,

“mas”, “por que” e “onde”. O fluxograma é muito solto quando apenas modela uma

transformação dos dados, e geralmente não é considerado com as particularidades

da transformação. Os modelos de fluxogramas são úteis na modelagem da

estratégia e no planejamento dos elementos, quando eles ignoram os detalhes do

processo, já fornecendo uma indicação da seqüência dos eventos.

O autor destaca também que os fluxogramas possuem símbolos, podendo se

tornar incômodos para os processos complicados. Teoricamente o fluxograma não

deve exceder quatro páginas, e o tamanho ótimo é uma página. Os fluxogramas

podem ser utilizados para modelar o próprio processo, após um diagrama de fluxo

de dados ter sido feito.

Ballestero–Alvarez (2001), destaca que a elaboração do fluxograma, exige

prática, senso analítico e crítico, caso contrário corre-se o risco de apenas produzir

um desenho de arte moderna que não informa, não esclarece e confunde mais do

que ajuda.

Paladini (2004) considera a contribuição dos fluxogramas para a Gestão da

Qualidade Total, conferindo ênfase ao planejamento das atividades. Definindo-se as

relações entre elas, fica caracterizada a ação planejada, na qual existe momento

próprio de execução, pré-requisitos a atender, elementos que podem ser acionadas

simultaneamente, e assim por diante. O fluxograma passa a investir na atividade em

particular e em suas relações com um todo organizado. Os fluxogramas ressaltam

também operações críticas, que são entendidas como aquelas que se situam no

cruzamento de vários fluxos, identificando-se gargalos.

Sendo utilizados para:

56

• entender um processo e identificar oportunidades de melhoria. (situação

atual);

• desenhar um novo processo, já incorporando as melhorias (situação

desejada);

• facilitar a comunicação entre as pessoas envolvidas no mesmo processo;

• disseminar informações sobre o processo.

No início o fluxograma serve para proporcionar uma compreensão do status

quo – daquilo que aconteceu no passado. Então à medida que prossegue o

planejamento, o fluxograma torna-se um auxílio para a revisão. Ele provê a

compreensão de quem será impactado, conforme Juran (2001).

O autor aborda os benefícios dos fluxogramas. Quando os fluxogramas são

preparados por equipe multifuncionais seus membros normalmente obtêm benefícios

múltiplos, tais como:

• promove a compreensão do todo: cada membro da equipe está inteiramente

informado a respeito do seu segmento do processo, mas não inteiramente a respeito

do processo completo. O fluxograma proporciona os conhecimentos que faltam em

um grau sem precedentes;

• identifica clientes anteriormente negligenciados: uma constatação

surpreendente de algumas equipes é que, no passado, muito planejamento foi feito

sem a prévia identificação de todos os clientes importantes;

• identifica oportunidades para melhoramento: a maior parte dos fluxogramas

mostra subprocessos ou “alças”, que são uma forma de se refazer aquilo que havia

sido feito anteriormente. Cada um desses subprocessos pode ser vistos como uma

oportunidade de aperfeiçoamento – por exemplo, uma deficiência crônica que não

deve ser incluída no plano novo ou revisado;

• facilita a fixação de limites: todo processo interage com alguns dos outros

processos, dentro e fora da empresa.

5. Histograma

Ballestero–Alvarez (2001), expõe os histogramas como sendo uma

ferramenta gráfica, empregada pelas estatísticas, que possibilita ao analista uma

visão global de um grande número de dados, organizando-os em uma série de

57

barras divididas de acordo com as respectivas classes. Para sua elaboração precisa-

se dispor de valores numéricos que cada uma das classes assumir.

Brocka (1994), conceitua o histograma como sendo gráficos de barras. Os

histogramas mostram uma quantidade de dados sobre uma faixa específica. Podem

ser utilizados para nivelar ou esconder pontos de dados anômalos ou não-usuais.

A aplicação dos histogramas na Gestão da Qualidade para Paladini (2004),

exemplifica como se pode descrever, de forma simples e eficiente, uma dada

situação; estimulam o uso de imagens como elementos básicos de descrição da

realidade e induzem as pessoas a utilizar visões globais dos processos para melhor

entendê-los.

6. Diagrama de Dispersão

Ballestero–Alvarez (2001), descreve que o diagrama de dispersão é outra

ferramenta gráfica utilizada para mostrar relações entre dois conjuntos de dados

associados que ocorrem aos pares. As relações entre os conjuntos de dados

inferidas pelo formato das nuvens de pontos que acabam se formando. Os

diagramas podem apresentar diversas formas de acordo com a relação existente

entre os dados. O diagrama de dispersão é um gráfico onde pontos no espaço

cartesiano XY são usados para representar simultaneamente os valores de duas

variáveis quantitativas medidas em cada elemento do conjunto de dados. O

diagrama de dispersão é usado principalmente para visualizar a relação, associação

entre duas variáveis, mas também é muito útil para: comparar o efeito de dois

tratamentos no mesmo indivíduo e verificar o efeito tipo antes/depois de um

tratamento;

Os diagramas de dispersão ou gráficos XY, para Brocka (1994), são

plotagens de “forma natural”. Nenhuma interpretação é tendenciosa nos diagramas

de dispersão, embora a escolha da escala possa distorcer os dados, dificultando a

interpretação do grau de correlação entre eles. Uma correlação é uma associação

que pode ser inferida por meio dos dados.

Paladini (2004), findando o tema, aborda o diagrama de dispersão como uma

estrutura que busca explicar como um conjunto de elementos relaciona-se entre si,

mostrando quem depende de quem. O diagrama gera fluxos lógicos extremamente

úteis para processos de decisões típicos da Gestão da Qualidade. Este tipo de

58

diagrama é comumente utilizado para estudar a possibilidade de relação entre duas

variáveis ou relação de causa e efeito. Não se pode afirmar que uma variável

influencia a outra, mas é possível estabelecer se uma relação existe e em que

intensidade. O diagrama é construído de forma que o eixo horizontal representa os

valores medidos de uma variável e o eixo vertical represente os valores da outra

variável.

7. Gráfico de Controle

Ballestero–Alvarez (2001), menciona o gráfico de controle como sendo uma

ferramenta visual, estatística, utilizada para avaliar a estabilidade ou as flutuações

de um processo, distinguindo as variações devidas às causas assinaláveis ou

especiais das variações casuais inerentes ao processo. As variações casuais

repetem-se aleatoriamente dentro de limites previsíveis. As variações decorrentes de

causas especiais necessitam de tratamento especial. É necessário, então,

identificar, investigar e colocar sob controle alguns fatores que afetam o processo.

Existe uma grande variedade de gráficos de controle entendendo a sua aplicação a

todos os tipos de características mensuráveis de um processo.

O gráfico de controle também chamado de carta de controle, serve para

monitorar um instrumento de medição, para tanto é necessário selecionar uma

amostra. Esta amostra terá então a característica desejada, analisada sucessivas

vezes através do instrumento que se deseja monitorar.

As cartas de controle para Brocka (1994), fornecem um meio de determinar a

qualidade sem considerar a causa fundamental. Pode dar uma realimentação, em

tempo real, de como o processo está se comportando, Isto é, se ele está dentro dos

limites preestabelecidos.

O gráfico de controle ou cartas de controle, uma ferramenta que também

auxilia na identificação de fatores que possam estar prejudicando o andamento no

processo, auxiliando na tomada de decisões e como solucionador de conflitos.

59

2.5.2 Sete Ferramentas Gerencias da Gestão da Qualidade

1. Diagrama de Relações

O objetivo básico deste diagrama para Ballestero–Alvarez (2001), é o de

estabelecer e demonstrar as variáveis, os fatores ou itens importantes existentes em

dada situação ou que componham um problema complexo. Indica a existência das

relações lógicas que ocorrem entre os vários elementos, conectados por linhas e

setas. Esse processo acaba proporcionando a visualização completa do

envolvimento de variáveis numa situação qualquer, facilita a compreensão do que

está ocorrendo, auxilia na identificação dos diversos fatores envolvidos e na busca

de uma solução adequada.

Conforme Juran (2001), o diagrama de relações é um método gráfico para

ilustrar as numerosas relações de causa e efeito dentro de um problema complexo.

Mapeia as várias ligações de causa e efeito. Também identifica as inter-relações,

isto é, um efeito dentro de uma ligação torna-se uma causa dentro de outra ligação,

identificando as causas principais.

Para Brocka (1994), este é um diagrama não-particionado que mostra o

relacionamento entre vários diagramas de causa-efeito. O propósito de um diagrama

de relações é descobrir a causa fundamental, ou o processo chave em um elenco de

causas. O diagrama de relações toma uma idéia, um problema ou um ponto

considerado central e, a partir dele, constrói um mapa de relações lógicas de causa

e efeito entre as várias variáveis / vozes descritas pelo mapa. É uma ferramenta que

exige criatividade e capacidade de análise e reflexão para a definição das conexões

lógicas que estão apenas implícitas no processo.

A autora ressalta que o diagrama de relações permite o entendimento dos

problemas que apresentam relações complexas de causa-e-efeito e/ou relações

complexas de meios-para-objetivos; romper com o “pensamento linear” no qual se

busca um fluxo linear de causa e efeito que (uma causa um efeito, e pronto) pareça

ordenado; viabiliza a adoção do “pensamento multidirecional” permitindo que se

explorem possíveis “círculos de causalidade” entre as idéias geradas por um

conjunto de pessoas; permite isolar os poucos elementos vitais para a situação em

análise, identifica as distintas relações e fazer com que todo o pessoal envolvido

entenda rapidamente o que preciso ser feito.

60

2. Diagrama de Afinidades

Paladini (2004), descreve que o diagrama de Afinidades é um instrumento útil

para a Gestão da Qualidade. Trata-se de uma estrutura gráfica em que se procura

definir todas as possíveis decorrências de uma decisão, reunindo uma quantidade

de dados de diversas naturezas como: idéias, opiniões, declarações, manifestações,

comportamentos e organizando-os em grupos. Essa ferramenta é aplicável em

processos onde a criatividade, mais do que a lógica, é o fator fundamental na

associação e agrupamento dos dados. Analisando detalhes de tais decorrências, o

diagrama busca identificar situações não totalmente previstas, tanto para determinar

o que deve ser feito, como para evitá-las, quanto para determinar ações que

minimizem seu impacto, se tais situações forem inevitáveis.

Este diagrama é um método para converter conceitos vagos em específicos,

segundo Juran (2001), através do uso de linguagens e diagramas. Trata-se

essencialmente de uma generalização do conceito de projeto de “caixa preta”, para

torná-lo aplicável a qualquer conceito amplo.

No mesmo contexto de Paladini (2004) e Juran (2001), Ballestero–Alvarez

(2001), enfatiza que o objetivo do diagrama de afinidade é o de agrupar grande

número de idéias, opiniões, e informações em grupos, conforme as afinidades que

possuem entre si. Ele parte das idéias, opiniões e outras preocupações sobre

determinado problema, organizando-as em grupos, baseados numa relação natural

que exista entre elas. A autora aconselha que este tipo de ferramenta deva ser

desenvolvido em trabalhos de grupo que estimula a criatividade, facilitando o

surgimento de novas idéias, novos enfoques ou maior compreensão da situação,

além da participação dos membros.

Finalidade do Diagrama de Afinidade:

• o Diagrama de Afinidade representa uma excelente forma para fazer com que

um grupo de pessoas se comporte de maneira criativa, diante do desafio de

identificar e compreender situações não estruturadas e desconhecidas.

• encoraja uma participação verdadeira pois as idéias de cada pessoa são

sempre incorporadas ao processo. Nesse ponto, o diagrama de afinidade difere das

demais formas de discussão onde as idéias costumam se perder no "emaranhado"

de alternativas e, portanto, acabam sendo desconsideradas.

61

• agrupar grandes grupos de dados a fim de, posteriormente, estudar e analisar

as relações de causa e efeito entre eles.

3. Diagrama em árvore

Ballestero–Alvarez (2001), aborda que o diagrama de árvore é usado para

elaborar seu desmembramento em objetivos menores ou meios necessários. De

forma sucessiva, respondendo sempre às questões “o quê”, e “como”, até que se

chegue a uma tarefa, ou série delas, que implementadas, proporcionem o

atingimento do objetivo. Exibe em detalhes a ampla gama de caminhos e tarefas

que precisam ser percorridos a fim de realizar o objetivo principal e cada sub-

objetivo relacionado. Pode ser usado para determinar a(s) causa(s) primária(s) de

um problema ou criar um plano para resolver um problema. Graficamente,

assemelha-se a um organograma organizacional ou uma árvore genealógica.

“O digrama em árvore se inicia com um resultado final a ser alcançado ou

evitado, em seguida, identifica os contribuintes potenciais para aquele resultado.”

(JURAN, 2001, p.463)

Paladini (2004), conceitua o diagrama em árvore como uma estratégia que

direciona a Gestão da Qualidade Total para alvos específicos, sob a forma de

objetivos gerais (o que se deseja atingir) e objetivos específicos (metas

intermediárias). Propondo uma metodologia voltada para o alcance de metas, o que

torna o processo de planejamento mais eficiente e direto. Esse diagrama, também

atenta para a questão da multiplicidade. Considerando-se as situações que

envolvem procedimentos de avaliação do produto em campo, nos quais alterações

observadas em sua utilização convencional podem ser derivadas de muitos fatores.

Utilizando para:

• desdobrar, deduzir, particularizar com o intuito de determinar o meio mais

eficaz de atingir um objetivo;

• estruturar de maneira lógica e ordenada o detalhamento/desdobramento dos

assuntos-chave;

• estabelecer a seqüência de atividades que garantam o alcance dos objetivos

e resultados desejados. Para garantir o encadeamento lógico das atividades, a

construção do diagrama exige que se pergunte, seqüencialmente, quais os modos e

recursos necessários para perseguir um objetivo.

62

• criar um foco de atenção / concentração para qualquer equipe que deseja ter

certeza de que todas as etapas estão contempladas e que as conexões entre modos

e recursos são lógicas e harmônicas.

4. Matriz de Prioridades

O diagrama matriz de prioridades para Paladini (2004), é uma ferramenta

mais recente. A motivação para seu desenvolvimento decorre da necessidade de

organizar, de forma racional e lógica, dados ou informações que descrevem uma

situação. Essa situação pode ser uma operação, uma ação, uma propriedade ou um

elemento que interfira de forma decisiva no processo ou em algumas de suas fases.

Mostra como ocorrem às relações entre os itens que compõem o processo.

Relações do tipo antecedente/conseqüente ou causa/efeito são evidenciadas.

Mecanismos próprios destacam relações relevantes e detalham como elas

estruturam-se.

Sendo utilizado freqüentemente para organizar grandes quantidades de

dados identificando e avaliando as relações existentes entre eles. A representação

gráfica em matriz permite uma compreensão rápida e clara da “rede de

relacionamentos” dos diversos conjuntos de variáveis envolvidas na solução de um

problema.

Não podemos esquecer de que, apesar de conhecermos as diversas

alternativas possíveis de resolução de um problema, podemos incorrer no imobilismo

e na inércia e voltarmos a repetir antigos comportamentos para velhos problemas.

Para Ballestero–Alvarez (2001), o diagrama matriz de prioridades evita que

os componentes das equipes voltem a velhos hábitos. A autora ressalta que depois

de elaborar o diagrama em árvore já se tem uma série de tarefas que devem ser

providenciadas. Justamente nesse momento pode-se desenhar a matriz de

prioridades, com a finalidade de explorar, utilizando formas de combinação distintas,

possíveis relacionamentos entre as variáveis envolvidas na solução de um problema;

exibir a importância e intensidade da correlação entre as variáveis envolvidas na

solução de um problema; localizar e preencher lacunas no conjunto de informações

relativas ao problema.

63

5. Matriz de Relacionamentos

A matriz de relacionamento – MR – adapata-se para Ballestero–Alvarez

(2001), perfeitamente quando pretendemos fazer uma análise multifatorial para

identificar os níveis das relações entre variáveis ou alternativas e seu significado. É

utilizada para analisar a existência e o grau de relacionamento entre dois ou mais

grupos de dados. Existem vários tipos de diagramas de matriz conforme a

quantidade de grupos de dados a serem analisados. A matriz mais utilizada é a

bidimensional que analisa apenas dois grupos de dados dispostos em uma linha e

uma coluna. Na maioria das vezes são feitas várias análises com relação aos dados,

como por exemplo, utilizar uma única matriz para fazer uma análise de prioridades e

de relacionamento, unindo assim as duas ferramentas em uma só utilização.

Para a autora a diferença entre matriz de prioridades e matriz de

relacionamentos, é que essa última trabalha com diversos grupos de variáveis

simultaneamente, enquanto a primeira é sempre com um mesmo grupo de

alternativas que estão sendo comparadas entre si.

Tipos de Matriz de Relacionamento:

a) Matriz bidimensional ou em “L”: é a matriz típica que apresenta ampla e

variada aplicação. Relacionam-se dois grupos de variáveis. Um grupo é colocado

nas linhas e outro nas colunas. Nas quadrículas de intervenção os símbolos;

b) Matriz bidimensional ou em “T”: aqui trabalha-se com três grupos de

variáveis, relacionando duas delas a uma mesma;

c) Matriz bidimensional ou em “Y”: três grupos de variáveis (A, B, e C) e as

relações de AB, AC e BC. Seu aspecto gráfico é tridimensional;

d) Matriz bidimensional ou em “X”: trabalha-se com quatro variáveis (A, B, C,

e D) e as relações existentes entre AB, AD, CB, CD. Em razão da quantidade de

relações pressupõem seu uso bastante restrito.

6. Carta Programada de Processo de Decisão – Ciclo PDCA

Essa ferramenta da qualidade orienta a seqüência de atividades para se

gerenciar uma tarefa, processo, empresa para Moura (1997). As quatro letras

identificam quatro etapas do ciclo: P = Planejamento; D = Desenvolvimento; C =

Checagem; A = Ação Corretiva.

64

O autor destaca ainda que devem ser feito perguntas em cada fase, tais

como:

Planejamento: Quais são os objetivos? Quais sãos as metas a serem

atingidas? Quais sãos os meios/métodos que devem ser usados?

Desenvolvimento: As pessoas envolvidas estão comunicadas e treinadas? As

ações estão sendo seguidas conforme planejado? Estão sendo feito os registros dos

resultados?

Checagem: As metas propostas foram alcançadas? Quais são os desvios de

metas e resultados?

Ação Corretiva: O que pode ser feito para melhorar os resultados?

Para o autor, O PDCA é um método que visa prever as ocorrências durante

um processo através de planejamento de possíveis caminhos em diferentes

situações escolhendo, então a situação mais desejável ou prevenindo-se e agindo

antes, de que estas ocorram. O gráfico PDCA não possui uma aparência padrão,

depende da complexidade do objetivo, e das idéias que surgirem para descreverem

possíveis caminhos.

Campos (2004), observa que os termos do Ciclo PDCA têm o seguinte

significado:

Planejamento (P): consiste em estabelecer metas sobre itens do controle;

estabelecer a maneira, caminho método para atingir as metas propostas.

Desenvolvimento (D): execução das tarefas exatamente como previstas no

plano e coleta de dados para verificação do processo. Nesta etapa é essencial o

treinamento no trabalho decorrente da fase de planejamento.

Checagem (C): a partir dos dados coletados na execução, compara-se o

resultado alcançado com a meta planejada.

Ação Corretiva (A): está é a etapa onde o usuário detectou desvios e atuará

no sentido de fazer correções definitivas, de tal modo que o problema nunca volte a

ocorrer.

Paladini (2004), complementado os autores acima mencionados, ressalva que

a estratégia PDCA sugere que o planejamento seja aplicado de forma cíclica –

envolvendo planejamento, execução, controle e ação corretiva. Parte-se, assim de

objetivos expressos no planejamento que são implantados – inicialmente, em escala

experimental ou restrita a determinadas áreas ou situações. O processo prevê o

65

acompanhamento dessas ações de forma permanente e garante, portanto, um

processo organizado de melhoria.

Para o autor em termos de estratégias, o PDCA compreende um ciclo que

inclui toda a organização. Pode-se, porém, aplicá-lo a cada atividade específica,

criando-se um hábito de planejamento associado a cada ação executada na

empresa, e qualquer nível.

7. Diagrama de Atividades

Ballestero–Alvarez (2001) esclarece que o diagrama de Atividades destina-se

à gestão de projetos, é uma técnica aplicada no controle de tempos e

desenvolvimento de projetos que emprega método gráfico especial. Esta técnica

exige profundo estudo e análise do projeto e detalhado e sistemático

acompanhamento dos trabalhos. Permite o acompanhamento da evolução das

atividades que se relacionam entre si e demonstra de forma clara essa relação.

Determina até que ponto uma atividade depende da execução de outras em paralelo

para sua elaboração.

Para a autora, o diagrama de atividades é empregado para planejar a

distribuição mais adequada das atividades ao longo do tempo tendo em vista a

execução de qualquer atividade/tarefa complexa e seus respectivos

desdobramentos. Projeta-se a duração estimada para completar a atividade e os

tempos de início e fim de cada tarefa (com suas respectivas folgas) que garantam a

aderência e cumprimento do prazo. Essa ferramenta é utilizada quando a atividade e

tarefa enfocada são familiares, bem como o tempo de duração de cada tarefa é

relativamente bem conhecido.

8. Brainstorming

Além das sete ferramentas citadas, Brocka (1994), aborda a técnica de

Brainstorming.

Brainstorming é a mais conhecida das técnicas de geração de idéias. Foi

originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade

cerebral”. O Brainstorming é uma técnica de idéias em grupo que envolve a

contribuição espontânea de todos os participantes. Soluções criativas e inovadoras

para os problemas, rompendo com paradigmas estabelecidos, são alcançadas com

66

a utilização de Brainstorming. O clima de envolvimento e motivação gerado pelo

Brainstorming assegura melhor qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior

comprometimento com a ação e um sentimento de responsabilidade compartilhado

por todos.

“Brainstorming é uma técnica para a obtenção de idéias durante uma reunião

de vários participantes.” (JURAN, 2001, 462)

O Brainstorming é um processo de grupo e que os indivíduos explodem ou

geram idéias e um modo sem obstáculos, livre de críticas e segundas intenções. O

propósito é criar e detalhar idéias sobre um enfoque. Formula-se um consenso de

grupo sobre estratégia, planejamento, direcionamento e solução de problemas.

Todos os membros do grupo são iguais. É uma ferramenta muito útil para alcançar

soluções em situações potencialmente antagônicas, tais como negociações de

fusões. O Brainstorming não determina uma solução, mas propõem muitas. Sendo

um meio de gerar idéias rapidamente para posterior consideração por meio de

outras ferramentas.

Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema.

Exercita o raciocínio para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua

melhoria. Serve com “lubrificante” num processo de solução de problemas,

especialmente se:

1. as causas do problema são difíceis de identificar;

2. a direção a seguir ou opções para a solução do problema não são

aparentes.

Essa ferramenta ajuda a levantar diversas hipóteses tanto da causa do

problema, quanto maneiras para solucioná-lo, pois quando se trata de diversas

idéias de um grupo, um grupo sempre é composto por pessoas de personalidade e

perfil diferenciado no que diz respeito a tomada de decisões, com isso, muitas

opiniões podem surgir quando da aplicação desse método, podendo-se então, fazer

um filtro dessas idéias, encontrando a melhor solução para o tema abordado.

67

2.6 Marca

Juran (2001), destaca que o cliente deseja comprar alimentos, mas realmente

quer nutrição e sabor agradável.

Os clientes, compreensivelmente, declaram suas necessidades baseados em

suas percepções. Algumas dessas percepções estão relacionadas aos produtos. O

exame desses casos sugere, com freqüência, que existe uma diferença de

percepção entre clientes e fornecedores, quanto àquilo que está contido no termo

“produto”. Essa diferença pode representar um problema, bem como uma

oportunidade.

Do ponto de vista da empresa, a marca deve ser encarada como um ativo

intangível, por não apresentar substância física, mas contribuir na construção de

benefícios econômicos futuros, impactando na obtenção de receitas e lucros

(SCHULTZ; BARNES, 2001).

Deve-se reconhecer para Kapferer (2003), que a marca forte é um

concentrado de informações, que engloba significados quanto aos benefícios

tangíveis e intangíveis derivados do consumo do produto de marca. No seu

nascimento, a marca nada vale, mas com o tempo, os investimentos financeiros e

humanos, a regularidade da qualidade, a adaptação às novas expectativas e a

proximidade fazem com que o símbolo adquira sentido, através de um conjunto de

informações duráveis e difundidas.

Desde o Egito Antigo, os fabricantes de tijolos colocavam símbolos em seus

produtos para identificá-los. Na Europa Medieval, as associações de comércio

usavam marca para assegurar ao consumidor uma qualidade consistente e obter

proteção legal para o fabricante.

Só no século XVIII, o conceito de "marca" evoluiu. Os nomes e gravuras de

animais, lugares, origens e pessoas famosas assumiram, em várias situações, os

nomes de produtores.

O novo propósito era o de associar a marca ao nome do produto. Fabricantes

desejavam tornar tanto o produto como a marca, mais fáceis de lembrar,

diferenciando-os da concorrência.

A partir deste período, pode-se constatar o predomínio de nomes com

enfoques mercadológicos muitos deles existem até hoje: Maizena, Nescafé, Toddy,

Coca-Cola, Gessy, Mesbla, marcaram esta época com suas propagandas.

68

Kapferer (2003) aborda também que a imagem da marca de um produto ou a

imagem da marca para uma organização como um todo se constitui na atualidade

em importante alavanca de negócios, pois a imagem positiva da marca do fabricante

acaba transferindo credibilidade e boa vontade do consumidor em relação a seus

produtos.

Quanto mais um cliente percebe que a empresa sabe reconhecer suas

necessidades, e lhe entrega produtos e serviços compatíveis com seu perfil e

características, mais o cliente dá informações a seu respeito. E quanto mais

informações a empresa dispõe, maior é sua capacidade de identificar e privilegiar

seus clientes mais “alinhados” com seu público-alvo.

“Uma marca bem-sucedida é aquela que domina uma marca emergente e

depois se torna cada vez mais bem-sucedida, à medida que a marca em si se

expande para impedir que a luz do sol chegue às marcas próximas.” (RIES, 2006, p.

3).

“A marca é, de fato o ponto de referência de todas as impressões positivas e

negativas formadas pelo comprador ao longo do tempo, quando encontra com os

produtos da marca, sua rede de distribuição, seu pessoal, sua comunicação.”

(KAPFERER, 2003, p. 20).

“A marca e somente ela que representa a verdade do produto para o

consumidor.” (MARTINS,1999, p.12)

2.6.1 Identidade da Marca

O desenvolvimento de uma identidade de marca depende da completa

compreensão dos clientes, dos concorrentes, e da estratégia de negócios da

empresa, de acordo com Aaker (2000). São os clientes que, em última análise,

impulsionam o valor da marca, e uma estratégia de marca, portanto necessita ser

baseada em uma estratégia forte e disciplinada de segmentação, assim como no

profundo conhecimento das motivações dos clientes.

A identidade surge como um dos elementos que permitem diferenciar a marca

através da criação de uma pseudo personalidade própria. Considerando que uma

marca só consegue ser assumida pela sua identidade, surge a necessidade de criar

um sistema que trate os valores da marca de forma a obter a diferença necessária

para tornar a marca distinta.

69

Na visão de Kapferer (2003), a identidade da marca é um conceito de

emissão. Trata-se de especificar o sentindo, o projeto, a concepção que a marca tem

de si mesma. O conceito de identidade lembra que no nascimento uma marca

freqüentemente é apenas o nome de um produto, com o tempo ela adquire

autonomia, sentido próprio.

Martins (1999) descreve que toda marca forte tem uma essência emocional

bem definida que gera um estado de realização elevado no consumidor. As grandes

marcas têm uma identidade tão bem definida que podemos caracterizá-las em

poucas palavras:

Coca-Cola: a alegria de viver.

Marlboro: do dono do seu território.

McDonald´s: o restaurante infantil lúdico.

Harley Davidson: o espírito rebelde.

Chanel: a beleza clássica.

Calvin Klein: o chique simples.

Levi´s: o rústico autêntico.

Budweiser: estar sem compromisso.

Nike: o instinto cosmopolita revolucionário.

Benetton: a solidariedade humana.

Hugo Boss: veste os líderes.

O Boticário: o alquimista romântico.

Natura: a beleza orgânica.

Omo: a valorização da dona de casa.

Complementando a visão dos demais autores, Gobé (2002), ressalta que

identidade é reconhecimento. As identidades da marca são únicas e exprimem um

ponto de diferença frente ao panorama da concorrência.

A Identidade da Marca é a expressão visual e verbal da marca. Ela

representa, sintetiza e sustenta um empreendimento ou produto. É a forma mais

curta e rápida de comunicação disponível. Começa pelo nome, logo e se transforma

em uma poderosa ferramenta de comunicação. A identidade da marca aumenta o

reconhecimento e constrói empresas. Ela deve ser uma expressão autêntica da

organização, com sua visão, metas, valores e personalidade.

Aaker (2000) descreve que uma marca forte deve ter um identidade de marca

rica e clara, um conjunto de associações que o estrategista de marca procura criar

70

ou manter. Em um sentido fundamental, a identidade de marca representa aquilo

que a organização deseja que sua marca signifique.

A identidade de marca deve auxiliar o estabelecimento de um relacionamento

entre a marca e o cliente por meio da geração de uma proposta de valor que

potencialmente envolva benefícios funcionais, emocionais ou auto-expressivos, ou

por meio do oferecimento de credibilidade para marcas endossadas.

2.6.2 Valor da Marca

O valor de uma marca é algo que não é muito fácil de ser avaliado numa

primeira análise. Em primeiro lugar porque uma marca pode representar um

conceito, e tudo aquilo que é intangível, o valor que tem, depende da percepção que

nós próprios atribuímos. O maior patrimônio de uma empresa é a sua marca, assim

como o maior patrimônio de uma pessoa é o seu nome.

O valor de uma marca depende de uma relação dinâmica entre produtores e

consumidores. Conhecer o valor da marca é fundamental para entender como

utilizá-la, defendê-la, expandi-la para novas áreas ou ajustá-la para que ganhe força

com seus públicos estratégicos.

“As maiores e mais poderosas marcas mundiais começaram a partir de

marcas pequenas.” (RIES, p. 195, 2006)

Existem vários métodos para se determinar o valor de uma marca. Alguns são

quantitativos (buscam determinar um valor patrimonial) e outros são qualitativos

(determinam o reconhecimento e apreço que a marca conquistou do público). Muitos

partem do princípio de que a marca vale aquilo que ela gera a mais em lucro para a

empresa se compararmos com um concorrente equivalente sem uma marca forte.

“O valor da marca não pode ser medido com precisão, mas pode ser

estimado. Estimar o valor de uma marca envolve lógica simples e direta.” (AAKER,

2000, p. 30)

Na abordagem de Kapferer (2003), a marca elimina o risco. O preço a ser

pago remunera a certeza a garantia, a eliminação do risco. Se a marca é forte, ela

usufrui de uma forte taxa de fidelidade, portanto de uma estabilidade de suas vendas

projetadas. Ao ser dominante, a marca é uma barreira à entrada de concorrentes,

pois ela detém uma situação de referência em sua categoria.

71

O nível do valor da marca está relacionado com dois fatores: com o conceito

de quota da mente do consumidor e com a distinção entre ativos da marca e valor

financeiro da marca. Nesta perspectiva a questão fundamental na análise do valor

da marca é a “quota da mente” dos consumidores que a marca adquire.

Para o autor o valor da marca decorre da sua capacidade de se tornar algo

com significado e único junto dos consumidores. Este valor pode estar baseado em

atributos tangíveis e intangíveis.

Assim, o valor da marca para ser construído antes de qualquer coisa, exige

tempo. Uma marca quando é criada pouco mais vale do que o seu custo de registro.

Ao longo do tempo, é que a marca vai adquirindo significado junto dos

consumidores.

Ao longo do tempo é que os elementos da marca vão passando a ser

reconhecidos e a serem alvo de associações que os diferencia da concorrência.

Neste processo a marca passa a ser retida na memória do consumidor com todas as

associações que este lhe atribui.

Nesta fase a marca passa a ser um ativo valioso para a organização na

medida em que passou a deter uma determinada quota da mente dos consumidores.

Aaker (2000) ressalta que o conceito de valor está associado ao um conjunto

de ativos e passivos ligados à marca, ao seu nome e símbolo, que adicionam ou

subtraem valor ao produto ou serviço. Estes ativos podem ser agrupados em quatro

dimensões:

• Conscientização de marca: é freqüentemente um ativo subavaliado;

entretanto, a conscientização tem demonstrado afetar percepções e até mesmo

gosto. As pessoas gostam do que lhes é familiar e estão preparadas para atribuir

toda sorte de boas atitudes a esses itens.

• Qualidade percebida: é um tipo especial de associação, em parte porque

influencia associações de marca em muitos contextos e em parte porque tem sido

empiricamente demonstrado que afeta a lucratividade.

• Associações de marca: podem ser qualquer coisa que ligue o cliente à marca.

Podem incluir imagens, atributos o produto, situações de utilização, associações

organizacionais, personalidade da marca e símbolos.

• Fidelidade à marca: está no cerne do valor de qualquer marca. O conceito é o

de fortalecer o tamanho e a intensidade de cada segmento de fidelidade. Uma

72

marca com uma base de clientes pequena, mas bastante fiel, pode representar um

valor considerável.

Para muitos, a marca representa, qualidade, confiabilidade, e geralmente o

consumidor busca fidelizar-se a ela, portanto, como já mencionado anteriormente,

sem dúvida é o maior patrimônio de uma empresa, através da marca, se conquista

espaço no mercado, o que significante rentabilidade e lucro.

2.6.3 Motivação de compra

“As motivações para compra são originárias de necessidades objetivas e

necessidades psicológica do consumidor. A preferência de compra está associada à

imagem da marca.” (MARTINS, 1999, p. 28)

O conhecimento das necessidades emocionais e dos desejos das pessoas é,

na realidade, agora mais do que nunca, a chave do sucesso, de acordo com Gobé

(2002). As organizações devem tomar o passo decisivo no estabelecimento de

conexões mais fortes e relacionamentos que identifiquem seus clientes como

parceiros.

Um artigo publicado pelo site Administradores.com , destaca que o cliente

possui seis motivações de compra:

1. Obter Lucro: comprar para revender com alguma margem acima do preço de

custo é a razão da existência de todo e qualquer estabelecimento comercial. O

cliente que tem essa motivação de compra, sempre pede descontos em tudo, quer

levar alguma vantagem extra na negociação, briga por prazos mais elásticos, ou

pede uma bonificação adicional ou procura promoções do tipo "pague 2 e leve 3”.

Para deixar essa pessoa, que "espreme até a última gota", mais satisfeita, é sempre

bom ter algum brinde preparado para esta ocasião, como por exemplo, canetas,

agendas, risque-rabisque, camisetas, bonés etc. São aqueles produtos ou serviços

que têm baixo valor, mas que causam impactos, pois passam a impressão que o

cliente "ganhou mais do que pagou”. Compradores apenas com a motivação de

obter lucro, muitas vezes não valorizam a qualidade dos produtos. Esta motivação

de compra é a única em que o cliente só compra priorizando preços mais baixos; em

todas as outras está disposto a pagar mais caro pelos valores agregados aos

produtos e serviços.

73

2. Evitar Perdas: o consumidor que tem esta motivação de compra, procura

produtos de alta qualidade, com embalagens atraentes, datas de validade de

perecíveis mais longas, seguros de vida e bens materiais. Sua prioridade é não

perder dinheiro na compra de produtos ou serviços, bem como obter todas as

garantias possíveis. Para satisfazer a essa motivação de compras muitas vezes o

cliente opta por pagar mais caro por produtos superiores, pois neste caso, o mais

importante não é o preço, mas a qualidade.

3. Sentir Prazer: essa motivação é a que tem a pior relação Custo x Benefício;

paga-se sempre mais caro quando o assunto é lazer, hobby, comer especiarias ou

alimentos mais elaborados, viagens turísticas, ou mesmo quando o assunto é

higiene e beleza, aí que o valor cresce bastante.

4. Evitar Dor: como temos raiva do famoso "barato que sai caro". É aquele

famoso produto ou serviço que ao invés de resolver, só nos causa problemas.

Quando se compra deseja-se que tudo funcione conforme o previsto, que os prazos

sejam cumpridos; paga-se mais caro, desde que não se tenha "dores de cabeça".

Essa é uma motivação de compra que deve ser muito bem trabalhada,

especialmente quando se sugere a introdução de um novo conceito de consumo; se

esse processo não for bem feito, haverá muita reclamação e o resultado do

lançamento será um fiasco.

5. Auto-estima: nessa motivação de compra não interessa marcas, nem as

experiências vividas por outros; também não se toma decisões por influências de

alguma ação de marketing, propaganda e promoções, o cliente deseja a melhor

relação custo x benefício, ou seja, o produto ou serviço certo, na hora certa, com o

preço certo e o desempenho desejado. O cliente com a motivação de auto-estima é

o mais difícil de conquistar, e o mais fácil de perder. Quando ele está plenamente

satisfeito, transforma-se em um formador de opinião e divulga suas experiências

positivas; contudo, quando insatisfeito, torna-se um inimigo mortal e perigoso por

não aceitar ser ludibriado ou ter um atendimento inadequado.

6. Aprovação Social: Refere-se aquele produto que todos querem, ou aquele

outro que os formadores de opinião usam com freqüência e que geram status. Eles

refletem um sentimento muito primitivo do ser humano, que é o de sentir-se em uma

mesma tribo, ou ter maior importância dentro dela. Aqueles clientes que falam terem

sido os "primeiros" a usarem determinado produto, ou que gostam de participar de

concursos ou excursões, terão muito mais fidelização à empresa se sua foto

74

aparecer em algum informativo/jornal ou em algum lugar específico no ponto-de-

vendas. Para atender a essa motivação de compra é sempre bom elogiar todos os

gostos e decisões de quem está comprando; assim, o cliente se sentirá mais

valorizado e se tornará um propagador positivo daquele negócio. Esse consumidor é

o que mais gosta de receber brindes, principalmente quando esse é destinado e

identificado apenas para aqueles clientes especiais. Gostam de receber bonés e

camisetas que exibem a marca dos produtos que usam.

Gobé (2002) destaca que a criação de marcas emocionais fornece os meios e

a metodologia para conectar produtos ao consumidor de uma forma profundamente

emocional. Ela focaliza o aspecto mais forte do caráter humano; o desenho de

transcender a satisfação material e experimentar a realização emocional.

“O comportamento do consumidor é previsível, ele procura se elevar na

hierarquia de realizações psíquicas. No futuro, teremos mais pessoas como a

executiva que consegue realizar várias atividades simultaneamente.” (MARTINS,

1999, p. 31)

Considerando os conceitos abordados pode-se perceber que a qualidade

envolve todo o processo, não somente a seleção de matéria-prima. As pessoas são

partes integrantes e importantes do processo.

Os administradores podem fazer uso das ferramentas estudadas e aplicadas

pelos autores abordados para medir a qualidade de seus produtos. A excelência de

qualidade, para se chegar o mais próximo possível do que o cliente deseja, torna-se

necessário conhecê-lo profundamente e detalhadamente, bem como o ambiente

onde ele se encontra, sócio e culturalmente, suas preferências, acompanhar as

mudanças no seu comportamento, entender as suas principais necessidades e o

que ele espera deste produto em relação a marca e qualidade percebida.

Com isso concluí-se a abordagem teórica que sustenta direta ou

indiretamente o contexto da pesquisa.

75

3 METODOLOGIA

3.1 Tipologia de pesquisa:

Para a consecução dos objetivos propostos realizou-se uma pesquisa

exploratória qualitativa, que para Malhotra (2006), tem como objetivo primordial

explorar ou fazer uma busca em um problema ou em uma situação para prover

critérios e maior compreensão.

A pesquisa exploratória se caracteriza por flexibilidade e versatilidade com

respeito aos métodos, porque não são empregados protocolos e procedimentos

formais. A autora ressalta também que neste tipo de pesquisa as constatações da

pesquisa exploratória devem ser consideradas ensaios para pesquisas posteriores.

Já para o autor Collis (2005), este tipo de estudo visa proporcionar um maior

conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa

formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas

por estudos posteriores. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma visão

geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.

Complementando os autores acima citados Aaker (2001), descreve que na

pesquisa exploratória os métodos são muito flexíveis, não estruturados, para que o

pesquisador comece seu estudo sem preconcepções sobre aquilo que será

encontrado.

Utilizou-se uma abordagem qualitativa, que para Collis (2005), é mais

subjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento de

atividades sociais e humanas.

As pesquisas e avaliações qualitativas geralmente empregam métodos como

estudos em profundidade, entrevistas abertas, oficinas, focus groups, observação

direta, estudo de casos, pesquisa-ação e análise de documentos.

Malhotra (2006) descreve que a pesquisa qualitativa caracteriza-se por não

ser estruturada, de natureza exploratória, e baseada em pequenas amostras,

podendo utilizar técnicas qualitativas conhecidas como grupos de foco, associações

de palavras, entrevistas analíticas, entre outras.

Vieira (2006) e Zouain (2006) expõem o método qualitativo como sendo o que

garante riqueza dos dados, permitindo ver um fenômeno na sua totalidade, bem

como facilita a exploração de contradições e paradoxos.

76

“Pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa exploratória e não-

estruturada que se baseia em pequenas amostras com o objetivo de prover

percepções e compreensão do problema.” (MALHOTRA, 2006, p. 66)

Para a pesquisa optou-se pelo instrumento de grupo focal. Para Aaker (2001),

esta técnica consiste no processo de obtenção de possíveis idéias ou soluções para

um problema de marketing por meio da discussão do tema por um grupo de

respondentes.

A ênfase deste método para o autor está nos resultados da interação do

grupo quando focado sobre uma série de assuntos de discussão introduzidos por um

líder.

Malhotra (2006) esclarece que um grupo de foco é uma entrevista realizada

por um moderador treinado, de uma forma não-estruturada, e natural com um

pequeno grupo de entrevistados. O moderador lidera a discussão.

Sendo o objetivo principal do grupo de foco, para a autora, obter uma visão

aprofundada, ouvindo um grupo de pessoas do mercado-alvo apropriado falar sobre

problemas de interesse do pesquisador.

“As discussões em grupo de foco oferecem mais estímulo aos participantes

do que a entrevista; aparentemente, facilitam o surgimento de novas idéias e

comentários perspicazes.” (MALHOTRA, 2006, p.211)

“Os grupos de foco constituem o processo mais importante da pesquisa

qualitativa; são tão utilizados que muitas pessoas que fazem pesquisa de marketing

consideram essa técnica um sinônimo de pesquisa qualitativa.” (AAKER, 2001,

p.157).

3.2 Sujeito de estudo:

A população pesquisada constitui-se de um grupo de pessoas composto de

homens casados e solteiros, e, mulheres de idade superior a 18 anos casadas e

solteiras, formando um grupo de 24 pessoas.

Foram reunidos na data de 12/08/2010, em um local de propriedade familiar,

três grupos, divididos em dez mulheres casadas maiores de 25 anos, oito mulheres

solteiras menores de 25 anos que moram com os pais, e por ultimo seis homens

maiores de 18 anos casados ou solteiros que moram sozinhos ou com o cônjuge.

77

Esse grupo é formado por pessoas do convívio pessoal e familiar, do

entrevistador, sendo esse o critério de escolha. Buscou-se pessoas de ambos os

sexos, com perfil de compra e consumo pessoal de produtos alimentícios diferentes,

para que se possa realizar um comparativo, e análise dos dados obtidos.

Segundo Vergara (1998, p.48) população é “um conjunto de elementos

(empresa, produtos, pessoas, por exemplo), que possuem as características que

serão objeto de estudo”.

Para Richardson (1999, p.157) população “é um conjunto de elementos que

possuem determinadas características”.

“População é qualquer grupo bem definido de pessoas ou itens que estará

sob consideração.” (Collis, 2005, p. 62).

A amostra desta pesquisa constitui-se de uma parcela da população e

caracteriza-se do tipo não probabilística, pois não há um grupo pré-determinado de

pesquisados.

O autor Hair Jr (2005), destaca que na amostragem não-probabilística, a

seleção de elementos para amostra não é necessariamente feita com o objetivo de

ser estatisticamente representativa da população. Ao contrário, o pesquisador usa

métodos subjetivos, tais como sua experiência pessoal, conveniência, conhecimento

especializado, etc., para selecionar os elementos da amostra. Com o resultado, a

probabilidade de um elemento da população ser escolhido não é conhecida.

Complementando Hair Jr (2005), Zikumnd (2006), ressalta que na

amostragem não-probabilística, a seleção de unidades de amostragem é muito

arbitrária, já que os pesquisadores se baseiam no julgamento pessoal.

Zikumnd (2006) destaca também vários tipos de amostras não-probabilísticas,

para a pesquisa em questão optou-se pela amostragem não-probabilística por

julgamento ou intencional, “é uma técnica de amostragem não-probabilística na qual

um indivíduo seleciona a amostra com base em seu julgamento sobre algumas

características apropriadas exigidas do membro da amostra.” Nesse tipo os

pesquisadores selecionam amostras que satisfaçam seus propósitos específicos,

mesmo que não sejam totalmente representativos.

78

3.3 Instrumentos de pesquisa:

O instrumento de coleta de dados foi o roteiro de entrevistas, por meio de

grupo de foco, que propicia maior liberdade aos respondentes.

Foram reunidos na data de 12/08/2010, em um local de propriedade familiar,

três grupos, divididos em dez mulheres casadas maiores de 25 anos, oito mulheres

solteiras menores de 25 anos que moram com os pais, e por último seis homens

maiores de 18 anos casados ou solteiros que moram sozinhos ou com o cônjuge.

Após dividido e reunido os grupos, em momentos distintos, foi entregue a

cada participante um questionário conforme modelo que consta no Apêndice A, para

obter respostas individuais e em grupos, contendo seis perguntas objetivas, cinco

atividades com respostas de múltipla escolha e uma atividade com quatro perguntas

para resposta descritiva, realizadas em contato físico e visual com produtos

alimentícios.

O pesquisador apresentou aos respondentes oitenta e um itens de produtos,

divididos em vinte e sete grupos, cada grupo contendo três marcas distintas, ou seja

três itens, conforme tabela modelo listado no Apêndice B.

A coleta dos dados foi pela observação e pelo questionário. Pois os

respondentes tiveram contato com os produtos alimentícios pesquisados o que

possibilitou ao pesquisador a observação, atingindo aos objetivos propostos.

Após todos os participantes responderem os questionamentos, os dados

obtidos foram coletados, tabulados e analisados.

3.4 Análise e apresentação:

A análise da pesquisa foi realizada agrupando-se as respostas dos

entrevistados por temas, integrando-os aos conteúdos estudados na

Fundamentação Teórica.

Buscou-se identificar relações entre os produtos, suas marcas e a influência

do preço na decisão de compra.

Para melhor organização da análise dos dados, separou-se em três grupos:

a) Mulheres casadas com mais de 25 anos;

b) Mulheres solteiras menores de 25 anos que moram com os pais e

trabalham;

79

c) Homens maiores de 18 anos casados e solteiros, que moram sozinhos ou

com os cônjuges.

3.5 Limitações da pesquisa:

Observando-se que, o número de consumidores de produtos alimentícios de

consumo pessoal abrange uma população vasta, para atingir um maior número de

indivíduos, o estudo se tornaria dispendioso, exigindo uma maior quantidade de

pesquisadores, em função das variáveis e a quantidade de excessivos dados a

serem analisados.

O estudo limitou-se a respostas de questionários aplicados a indivíduos de

convívio pessoal e familiar do pesquisador, dividindo- se os respondentes em três

grupos.

Foi analisado o perfil de compra de cada indivíduo no grupo, e do grupo

como um todo para delimitar a pesquisa devido ao grande número de produtos

existentes no mercado e a diferenciação deles quanto marca, qualidade e preço.

Outra limitação foi a coleta de informações, onde o questionário era simples,

com perguntas objetivas e descritivas. A dificuldade foi em virtude de reunir pessoas

em um determinado local, dispostas a responder os questionamentos, levando-se

em consideração a necessidade de mais de um grupo, para que se pudesse melhor

avaliar o perfil de compra, e também por ser um número considerável de pessoas.

A seleção de produtos alimentícios de consumo pessoal limitou-se na

formação de grupos de três itens, sendo que cada grupo era composto de um item

de cada marca. As marcas foram escolhidas aleatoriamente de acordo com a

disponibilidade no ato da compra.

Para não vincular a pesquisa com propaganda do produto ou influência na

compra e escolha dos pesquisados, por alguma empresa terceira que poderia ter

algum tipo de interesse na pesquisa e estar oferecendo o produto como brinde, em

troca de algum benefício com o resultado da pesquisa, optou-se em adquirir os

produtos com recursos financeiros próprios do pesquisador.

80

4. ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo apresentam-se os resultados obtidos através da pesquisa

exploratória qualitativa por meio de entrevista e grupo de foco, aplicados no segundo

semestre de 2010, e observação do contato que a população da amostragem teve

com os produtos listados no Apêndice B, escrito de forma objetiva e comentada.

As análises dos dados coletados,foram formuladas mediante resposta dos

entrevistados, conforme descrito no Instrumento de Pesquisa.

Considerando que a realização das atividades um e três, pelos respondentes,

onde os dados obtidos não são o enfoque principal da pesquisa, mas serviram de

base para os entrevistados responderem os demais questionamentos, analisados

neste capítulo.

4.1 Mulheres maiores de 25 anos casadas

4.1.1 Perfil Socioeconômico do grupo

(p. 01, 02, 03, 04, 05 e 06)

Foram feitas seis perguntas com o objetivo de tornar conhecido, alguns

aspectos socioeconômico dos entrevistados, verificando informações que auxiliam a

identificação com maior clareza do seu perfil de compra como consumidor de

produtos alimentícios de consumo pessoal.

O grupo das mulheres foi questionado “qual era a freqüência de realização de

compras”, e a maioria delas afirmou fazer compras uma vez na semana, e uma

pequena parte se diz fazer compras somente uma vez por mês.

Questionadas quais seriam os locais onde elas efetuavam essas compras, e

praticamente todas escolheram redes de supermercados, evidenciando que nesses

locais há maior diversidade de produtos e promoções, e segundo o entendimento

das entrevistadas o preço dos produtos tende a ser menor ao comprado a lojas de

pequeno porte, somente uma delas optou por supermercados de pequeno porte,

informando que há um perto de sua casa, facilitando as compras.

Questionamos também essas mulheres onde eram os locais que realizavam

suas refeições, a maioria informou “em casa”, pois essas mulheres são casadas,

além das atividades domésticas, possuem uma jornada extra de trabalho,

81

contribuindo para a receita da família, considerando o fator da maioria das

integrantes do grupo residem próximo ao trabalho, ou com intervalo de almoço.

Quando foram questionadas quais eram os seus gastos com compras, para

essa pergunta, a maioria informou que gasta acima de cem reais e de duzentos a

quinhentos reais, porém outra parte (quatro pessoas) informou gastar mais de

quinhentos reais, identificando assim, quanto os entrevistados estão dispostos a

gastar com produtos alimentícios de consumo pessoal. Essa variação deriva do fato

de que, essas mulheres são mães e mulheres casadas, e seus gastos variaram

devido ao tamanho de sua família, pois a quantidade de integrantes da família varia

de uma para outra, e também da periodicidade de ida ao supermercado, indo mais

vezes durante um curto espaço de tempo, tendem a gastar menos, porém o valor

total mensal, praticamente fica invariável, segundo informações fornecidas por elas,

ou seja gastam mais de quinhentos reais considerando o gasto mensal, ou ao

considerar o semanal, gastam acima de cem reais.

Em relação á com quem fazer as compras, metade informou que costuma ir

fazer suas compras sozinhas, e outra metade informou que costuma ir com

membros da sua família, todas elas informaram residir com seus familiares, o que

coincide com o perfil de mulheres casadas.

Questionamos que com quem essas mulheres moram, elas informaram morar

com seus cônjuges, pois como já mencionado, tratamos de um grupo de mulheres

casadas.

82

4.1.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante

(Atividade 2 - Coluna B)

Depois de identificado aspectos de compra de nossas entrevistadas, elas

foram questionadas com alternativas para definir o motivo da escolha de cada

produto, e foram encontrados os seguintes dados:

Gráfico 01: Motivos de escolha de produtos – Individual Fonte: Elaboração própria

Analisando os dados obtidos, conforme gráfico 1, pode-se observar que a

maioria escolheu o produto que já estava habituado a consumir, ou seja, este grupo

de pessoas é fiel na compra de seus produtos, não se deixa influenciar por

embalagens e outros atrativos visuais, e outros dois critérios mais escolhidos estão

relacionados a qualidade, pode-se definir que este grupo preza pela qualidade, pois

na sua maioria escolheu produtos que está habituado a consumir porque já conhece

a qualidade do mesmo, e se necessário optar por um produto que não conhece,

preocupa-se em escolher um produto que atenda o nível de qualidade desejado.

O resultado obtido vem ao encontro da abordagem feita por Paladini (2004),

recorrendo a um trabalho de Garvin (1984), apresentando as múltiplas abordagens

da qualidade, onde na abordagem baseada no usuário: o que realmente faz com

que o consumidor adquira um produto é o fato de o produto atender as suas

necessidades. Satisfazendo suas preferências, conveniências, e gostos. Essa

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

83

abordagem elege o consumidor como fonte de toda a avaliação sobre a qualidade

de um produto: ninguém pode pensar em qualidade se não se fixar, primeiro, no que

o consumidor seja, e daí procurar desenvolver um produto que o atenda. A

qualidade, assim tem sua definição condicionada ao grau com que produtos e

serviços atendam o consumidor. Ficam evidenciados nessa abordagem as razões de

consumo e o componente dinâmico de qualidade.

“Qualidade é propriedades ou características de um produto ou serviço

relacionadas á sua capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas

dos que o utilizam.” (LACOMBE E HEILBORN, 2006, p. 459)

4.1.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo

(Atividade 4 - Coluna D)

Nesta atividade foi realizada a mesma pergunta que na atividade quatro,

porém para que fosse respondida pelo grupo, ou seja, o grupo escolheu os atributos

e benefícios de cada produto, sendo encontrados os seguintes resultados:

Gráfico 02: Motivos de escolha de produtos – Grupo Fonte: Elaboração própria

O aspecto que mais chamou atenção nessa coleta de informações foi que o

grupo manteve as respostas de quando foi lhe questionado individualmente,

identificando que este grupo possui opinião formada em relação à compra de seus

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

84

produtos alimentícios de consumo pessoal não se deixando influenciar por grupos

de pessoas ou opiniões de terceiros, pois conforme resultado da atividade anterior,

novamente a maioria escolheu pelo produto que está habituado a consumir e por

aquele que parece ter qualidade, como o já demonstrado esse grupo preza pela

qualidade do produto, e manteve sua opinião perante a resposta em grupo.

Ressaltando a resposta obtida nas questões de múltipla escolha, na qual o

último questionamento refere-se a “com quem você costuma fazer compras”, pode-

se observar, mesmo elas indo com membros da família fazer compras de produtos

alimentícios de consumo pessoal, elas compram produtos que estão habituadas a

consumir, seja por escolha própria ou consenso da família.

“Qualidade é a consistente conformidade com as expectativas dos

consumidores.” (SLACK, 2002, p. 551)

Essa percepção analisada através das respostas obtidas, é fundamentada na

abordagem do artigo publicado pelo site Administradores.com , destacando que o

cliente possui seis motivações de compra, sendo uma delas, percebida claramente

neste grupo: auto-estima: nessa motivação de compra não interessa marcas, nem as

experiências vividas por outros; também não se toma decisões por influências de

alguma ação de marketing, propaganda e promoções. O cliente com a motivação de

auto-estima é o mais difícil de conquistar, e o mais fácil de perder. Quando ele está

plenamente satisfeito, transforma-se em um formador de opinião e divulga suas

experiências positivas; contudo, quando insatisfeito, torna-se um inimigo mortal e

perigoso por não aceitar ser ludibriado ou ter um atendimento inadequado.

85

4.1.4 Perfil de compra dos participantes

(Atividade 5 - Coluna F).

Nesta atividade o participante selecionou o que mais identifica seu perfil de

compra, baseado em itens já perguntados e avaliados, e obtiveram-se os resultados

a seguir:

Gráfico 03: Perfil de compra de mulheres casadas Fonte: Elaboração própria

Com base nos dados coletados, o critério selecionado pelas mulheres

casadas foi “produtos que já estou habituado a consumir”, definindo que esse critério

está mais próximo ao seu perfil de compra. Pode-se observar que esse grupo é fiel

na compra dos produtos, pois como já mencionado em outras atividades a maioria

optou pelos produtos que já estão habituados a consumir nas três atividades,

considerando que compra sempre os mesmos produtos e da mesma marca, e que

esses produtos, satisfazem os padrões de qualidades por elas exigidos.

Evidenciando também a escolha pelo critério marca, e como já observado que

este grupo preza pela qualidade, pode-se concluir que para elas, marca está

atrelada a qualidade, ou seja, o critério “produtos que estou habituado a consumir”,

se relaciona diretamente com o critério marca, porque os produtos que estão

habituadas a consumir, tende a ser da mesma marca, na maioria de suas compras.

Na abordagem de Kapferer (2003), a marca elimina o risco. O preço a ser

pago remunera a certeza a garantia, a eliminação do risco. Se a marca é forte, ela

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Critério

preço.

Preço não é

fator

decisivo de

compra

Produtos

que estou

habituado a

consumir.

Experimenta

produtos

com

embalagens

sugestivas.

Critério de

escolha:

marca

Qualidade

do produto

86

usufrui de uma forte taxa de fidelidade, portanto de uma estabilidade de suas vendas

projetadas. Ao ser dominante, a marca é uma barreira à entrada de concorrentes,

pois ela detém uma situação de referência em sua categoria. O nível do valor da

marca está relacionado com dois fatores: com o conceito de quota da mente do

consumidor e com a distinção entre ativos da marca e valor financeiro da marca.

Nesta perspectiva a questão fundamental na análise do valor da marca é a “quota da

mente” dos consumidores que a marca adquire

Outro item que ficou bastante evidenciado foi o fator preço, “o preço não é

fator decisivo de compra para mim”, esclarecendo que neste grupo, essa variável

não é determinante para escolha de produtos alimentícios de consumo pessoal, pois

ficou entre as três alternativas mais escolhidas pelo grupo, com diferença mínima de

resultados. Mesmo as respondentes dispondo da relação de produtos com os seus

respectivos preços, em nenhum momento da entrevista, aplicação do focus grupo,

ficou evidenciado sua preocupação pelo preço.

Slack (2002), ao apresentar as dimensões da qualidade, na abordagem

baseada no valor, destaca que um consumidor pode comprar um produto porque

considera o valor que o produto tem, sejam em termos de utilidade, preço,

dificuldade de aquisição, elementos afetivos, etc. A idéia é que o consumidor adquire

algo que, para ele, vale à pena, seja por que razão for: valor moral, valor financeiro,

valor afetivo, e etc. Um produto com um custo aceitável e com qualidade.

O preço é visto sob dois pontos de vista: o do consumidor, que entende o

preço como aquilo que está disposto a pagar pelo que a empresa lhe oferece, e sob

o ponto de vista da empresa, onde o preço expressa a compensação por um produto

vendido ou serviço prestado (ROCHA; CHRISTENSEN, 1999).

Mesmo que essas mulheres pertencem a classe social A, B, C, e etc., elas

preferem desembolsar um valor maior, mas comprar com qualidade, evitando uma

segunda compra, ou, desperdício com o produto utilizado.

87

4.1.5 Percepções do grupo

(Atividade 6)

Para esta atividade, foi solicitado para que o grupo associe algumas questões

relacionada a pesquisa de acordo com o entendimento coletivo para cada item.

Perguntou-se o que é sinônimo de qualidade para elas, e estas associaram

qualidade a “gosto”. Considerando a percepção das respondentes, cada indivíduo

tem sua definição de qualidade, de acordo com suas exigências pessoais, seus

parâmetros de mensuração de qualidade, o parece ter qualidade para um

consumidor, não necessariamente vai atender as exigências do outro.

A análise está relacionado a abordagem de Slack (2002), o autor menciona o

problema central em se basear a definição de qualidade nas expectativas do

consumidor, destacando que as expectativas dos consumidores individuais podem

ser diferentes. Experiências passadas, conhecimento individual e seu histórico vão

dar forma a suas expectativas. Os consumidores ao receberem o produto ou o

serviço podem percebê-lo cada um de maneira diferente.

No que diz respeito a marca, as mesmas relacionaram com qualidade, pois as

marcas em evidencia são destacadas e reconhecidas no mercado devido a

qualidade dos seus produtos.

“A marca é, de fato o ponto de referência de todas as impressões positivas e

negativas formadas pelo comprador ao longo do tempo, quando encontra com os

produtos da marca, sua rede de distribuição, seu pessoal, sua comunicação.”

(KAPFERER, 2003, p. 20).

Quando abordou na pesquisa o assunto preço, elas definiram como

economia, ou seja, procura-se preço para reduzir custos na compra de produtos,

mas este não é fator determinante na compra e nem tampouco na qualidade do

produto.

Nas atividades anteriores, o grupo considerou como atributos para seleção de

produtos, “produtos que já estão habituadas a consumir”, embora o orçamento

familiar é uma variável a ser considerada para elas, não tem maior importância que a

fidelidade de compra aos produtos com qualidade. Conforme mencionado por

Kapferer (2003), em sua obra, e explanado na fundamentação teórica, a marca

elimina o risco. O preço a ser pago remunera a certeza a garantia, a eliminação do

risco. Se a marca é forte, ela usufrui de uma forte taxa de fidelidade, portanto de

88

uma estabilidade de suas vendas projetadas. E a economia, para nossas

respondentes, pode ser balanceada com outros produtos que não fazem parte do

grupo de produtos alimentícios de consumo pessoal, como material de limpeza,

entre outros, mas uma vez reforçando o imenso valor que representa para o grupo a

qualidade dos produtos alimentícios.

Lacombe e Heilborn (2006) descrevem que a qualidade reflete na quantidade

de atributos contidos num produto e como os atributos envolvem custos de

produção. Produtos de melhor qualidade são mais caros que os demais, também

existe um custo alto a ser pago por uma qualidade baixa, especialmente se é muito

baixa, para a empresa.

Para o consumidor, quanto mais um cliente percebe que a empresa sabe

reconhecer suas necessidades, para Kapferer (2003), e lhe entrega produtos e

serviços compatíveis com seu perfil e características, mais o cliente dá informações

a seu respeito. E quanto mais informações a empresa dispõe, maior é sua

capacidade de identificar e privilegiar seus clientes mais “alinhados” com seu

público-alvo.

4.2 Mulheres Solteiras que moram com os pais menore s de 25 anos e

trabalham.

4.2.1 Perfil Socioeconômico do grupo

(p. 01, 02, 03, 04, 05 e 06)

Quando questionamos o grupo composto de oito mulheres solteiras, sua

freqüência de realização de compras é de três vezes e uma minoria informou que

fazia compras diariamente.

Com relação aos locais de compras, elas optaram na sua maioridade por

compras em lojas de pequeno porte, porém ficaram com opiniões dividas entre lojas

de pequeno porte e lojas de conveniência, havendo uma pequena variação de

escolha de uma para outra, o que ficou evidenciado a escolha por facilidade de

compra, ou seja, onde for mais próximo e acessível elas realizam suas compras.

Para os locais onde realizam suas refeições, na sua totalidade informaram

somente realizar o café da manhã em sua casa, e as demais refeições em outros

locais, pois essas mulheres trabalham, estudam e entre outras atividades e não

conseguem se deslocar para suas residências no horário das refeições.

89

Esse grupo na sua totalidade informou que gastam somente até cem reais

para compras de produtos alimentícios de consumo pessoal, pois essas meninas

moram com seus pais, onde estes arcam com os custos maiores com produtos

alimentício de consumo pessoal, adquirindo os demais itens. Elas realizam compras

pessoais de produtos alimentícios conforme sua necessidade individual, não

dispondo de grandes valores para esse fim.

Quando foram questionadas com que as mesmas iriam ás compras, todas

relataram que costumam fazer suas compras sozinhas, ressaltando que essas

compras são feitas á caminho de casa ou do trabalho na sua maior parte.

Esse grupo de mulheres informou que mora com seus pais, fator que foi

critério de seleção para escolha do grupo.

4.2.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante

(Atividade 2 - Coluna B)

Quando questionamos esse grupo quais seriam os atributos que levam a

escolha de seus produtos, obtivemos as seguintes respostas:

Gráfico 04: Motivos de escolha de produtos – Individual Fonte: Elaboração própria

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

90

Conforme gráfico 4, pode-se observar que a maioria escolheu pela marca

mais famosa, podendo-se definir que, esse grupo de pessoas prefere marca, não

considerando outros aspectos tão relevantes, para elas, a marca que está em

evidência para cada categoria de produto é o que determina a escolha no ato da

compra.

Escolheram os produtos que estão habituados a consumir, e os demais itens

selecionaram porque a marca é mais famosa, ou seja, nos produtos que estão

habituadas a consumir o critério marca ficou evidente, mas para os produtos que não

estão habituadas a compra, também utilizaram o critério marca como fator de

escolha.

Considerando as respostas obtidas pelo grupo, pode-se destacar a

explanação sobre identidade da Marca feita por Aaker (2000), onde são os clientes

que, em última análise, impulsionam o valor da marca, e uma estratégia de marca,

portanto necessita ser baseada em uma estratégia forte e disciplinada de

segmentação, assim como no profundo conhecimento das motivações dos clientes.

“O valor da marca não pode ser medido com precisão, mas pode ser

estimado. Estimar o valor de uma marca envolve lógica simples e direta.” (AAKER,

2000, p. 30)

91

4.2.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo

(Atividade 4 - Coluna D)

Quando questionadas, sobre a mesma pergunta, porém para ser respondida

no consenso do grupo, encontramos os seguintes resultados:

Gráfico 05: Motivos de escolha de produtos – Grupo Fonte: Elaboração própria

Percebeu-se ao serem questionadas em grupo, ficou evidenciado outro

atributo escolhido, pois a sua maioria optou por produtos que estão habituados a

consumir, então se pode definir que, esse grupo deixa-se influenciar quando

reunidas em grupo, geralmente nessa idade a uma maior necessidade de aceitação

pessoal e de comportamento. Conforme artigo publicado pelo site

Administradores.com, esse grupo tem necessidade de aprovação social: refere-se

aquele produto que todos querem, ou aquele outro que os formadores de opinião

usam com freqüência e que geram status. Eles refletem um sentimento muito

primitivo do ser humano, que é o de sentir-se em uma mesma tribo, ou ter maior

importância dentro dela.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

92

Na atividade anterior, prevaleceu o critério “a marca é mais famosa”, a

diferença nessa atividade se deu, porque para os produtos que estão habituadas a

consumir, nessa atividade também foram selecionados pelo critério marca, porém

nesse momento, como segundo enfoque, “essa marca é sinônimo de qualidade” e

prevalecendo “já consumi o produto”. Porque para os itens como laticínios, matinais,

condimentos, sobremesa, e demais itens que não estão habituadas a comprar,

prevaleceu a escolha que os pais das participantes fazem, indicando que elas já

consumiram os produtos, porém não necessariamente adquiriram.

Levando a observar, segundo informações paralelas durante o focos grupo,

na atividade anterior, selecionaram os produtos que consumem, ou que encontram

na dispensa de sua casa, e os que estão habituadas a compra, pelo critério marca,

porém nessa atividade prevaleceu a opinião do grupo e algumas delas não haviam

comprando o produto ou consumido, mas conheciam a marca do produto a ser

selecionado, portanto prevaleceu a seleção dos pais, do grupo como um todo, e a

relação da marca, não consumiram o produto, mas conheciam a marca, e se o

produto alimentício que consomem da marca em questão tem qualidade,

independentemente de quem efetivamente paga pelo produto, sendo da mesma

marca, o produto analisado também tem qualidade, por ser da marca conhecida.

Elas podem variar suas escolhas de acordo com o meio em que convivem,

porém, apesar de mudarem de resposta, os resultados obtidos com o mesmo

questionamento realizado individual na atividade anterior, se relacionam, suas

escolhas anteriormente citadas estão relacionadas á marca.

Pode-se destacar que os produtos que estão habituadas a consumir, são

produtos da marca mais famosa, pois com o passar do tempo, consumir essa marca

torna-se hábito, não somente o produto visto pelo seu nome, mas sendo escolhido

por seus atributos qualitativos.

Na visão de Kapferer (2003), a identidade da marca é um conceito de

emissão. Trata-se de especificar o sentindo, o projeto, a concepção que a marca tem

de si mesma. O conceito de identidade lembra que no nascimento uma marca

freqüentemente é apenas o nome de um produto, com o tempo ela adquire

autonomia, sentido próprio.

93

4.2.4 Perfil de compra dos participantes

(Atividade 5 - Coluna F).

Buscando identificar o perfil de compra desse grupo, foram realizados alguns

questionamentos e encontramos os dados a seguir:

Gráfico 06: Perfil de compra de mulheres solteiras Fonte: Elaboração própria

Com os dados obtidos, o critério selecionado desse grupo: “a marca é um

fator decisivo na escolha de um produto”, definindo assim seu perfil de compra. O

grupo deixa muito evidenciado a escolha pela marca.

Para elas, isso é fundamental na escolha, outro fator evidenciando nas

respostas, ficando próximo a escolha da marca, foi “preço não é fator decisivo na

escolha de seus produtos alimentícios de consumo pessoal”, essas mulheres são

solteiras, moram com os pais, e não necessitam dispor de grande valor para compra

de produtos alimentícios, e preocupam-se somente em adquirir produtos alimentícios

de consumo pessoal, conforme sua necessidade, sendo o volume de compras

pequeno, o preço não interfere na sua escolha.

Deve-se reconhecer para Kapferer (2003), que a marca forte é um

concentrado de informações, que engloba significados quanto aos benefícios

tangíveis e intangíveis derivados do consumo do produto de marca. No seu

nascimento, a marca nada vale, mas com o tempo, os investimentos financeiros e

humanos, a regularidade da qualidade, a adaptação às novas expectativas e a

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Critério

preço.

Preço não é

fator decisivo

de compra

Produtos que

estou

habituado a

consumir.

Experimenta

produtos com

embalagens

sugestivas.

Critério de

escolha:

marca

Qualidade do

produto

94

proximidade fazem com que o símbolo adquira sentido, através de um conjunto de

informações duráveis e difundidas.

Novamente observa-se na relação preço e marca o estudo de Kapferer

(2003), a marca elimina o risco. O preço a ser pago remunera a certeza a garantia, a

eliminação do risco. Se a marca é forte, ela usufrui de uma forte taxa de fidelidade,

portanto de uma estabilidade de suas vendas projetadas. Ao ser dominante, a marca

é uma barreira à entrada de concorrentes, pois ela detém uma situação de

referência em sua categoria.

Observando que essas mulheres não realizam muitos gastos com esse tipo

de compra, conforme citado nas análises das atividades anteriores, quando da sua

compra e escolha, não importam-se com o montante que irão ter que dispor para

pagar com produtos da marca mais famosa, esclarecendo o segundo critério por

elas selecionado “preço não é fator decisivo de compra para mim”.

Não evidenciaram em suas respostas a qualidade do produto, subentendo-se

que a marca passa confiança e credibilidade para elas, relacionam todos esses

atributos importantes que o produto deve ter, somente a uma palavra: marca.

“Uma marca bem-sucedida é aquela que domina uma marca emergente e

depois se torna cada vez mais bem-sucedida, à medida que a marca em si se

expande para impedir que a luz do sol chegue às marcas próximas.” (RIES, 2006, p.

3).

4.2.5 Percepções do grupo

(Atividade 6)

Finalizando a pesquisa deste grupo, solicitamos que as entrevistadas em

grupo, relacionassem algumas palavras sinônimas das que foram apresentadas a

elas, para assim analisarmos as percepções do grupo.

Elas nos responderam que, para elas qualidade é sinônimo de marca, então,

elas relacionam marca a qualidade do produto. As marcas se destacam no mercado,

e tornam-se líderes, porque seus consumidores as escolhem por refletirem

qualidade e dessa forma, essa informação de que o produto tem qualidade

assegurada, torna o mesmo um produto atrativo e desejado por ser da marca

destaque.

95

Quando questionadas sobre marca, para elas significa status, destacando que

comprar produtos de marca referência, líder, representa alguma posição em meio a

sociedade, observando através das resposta desse grupo, essas mulheres na sua

maioria preocupa-se com a visão que os outros tem em relação a si, e que, sentem

uma necessidade muito grande em ser aceito pelo grupo, representando uma

posição interessante em seu meio de convívio.

Para SCHULTZ e BARNES (2001), do ponto de vista da empresa, a marca

deve ser encarada como um ativo intangível, por não apresentar substância física,

mas contribuir na construção de benefícios econômicos futuros, impactando na

obtenção de receitas e lucros.

No que envolve o assunto preço, relataram que está ligado á qualidade, para

essas mulheres, se o produto é bom ou ruim, terá maior ou menor preço, ou seja,

que as mesmas pagam por qualidade de produto, entendendo que para elas, quanto

maior o custo, maior a qualidade.

Essas mulheres, escolhem seus produtos alimentícios de consumo pessoal

por qualidade e marca, o que para elas, está muito atrelado, elas entendem que se o

produto tem marca famosa, adquiriu essa posição devido a sua qualidade,

identificando que, se o mesmo não houvesse aceitação no mercado, e que essa

aceitação se dá devido a qualidade do mesmo, com certeza não seria a marca em

destaque, ou líder.

4.3 Homens Maiores de 18 anos Casados e Solteiros

4.3.1 Perfil socioeconômico do grupo

(p. 01, 02, 03, 04, 05 e 06)

Partimos então, para o terceiro e último grupo, o grupo dos homens,

constituído de seis respondentes, realizamos os mesmos questionamentos para

encontrar o perfil socioeconômico.

Quando questionados sobre a freqüência de realização de compras, ficaram

com opiniões bem divididas, pois esse grupo é composto de homens casados e

solteiros, ou seja, no mesmo grupo possui perfis diferentes, então nas respostas

escolhidas, as escolhas se igualaram entre realização de compras duas vezes na

semana e quinzenal.

96

Na escolha de locais para compra de produtos alimentícios de consumo

pessoal, a maioria optou por redes de supermercados, e também lojas de

conveniências, pois alguns integrantes do grupo são homens casados, e preferem

grandes redes porque nesses locais há uma maior variedade de produtos e preços,

e os demais que optaram por lojas de conveniência, pois esses locais são de mais

fácil acesso para compras, e geralmente estão no caminho trabalho e da residência.

O grupo informou que a maior parte deles, realiza somente o café da manhã

em casa e demais refeições fora de seu domicílio, por fatores semelhantes ao

comportamento das mulheres solteiras: facilidade, praticidade, estudam e trabalham,

saem cedo de casa, falta de tempo de retornar ao seu domicílio no horário das

demais refeições, levando em consideração custo e tempo de deslocamento.

Ao serem questionadas quais eram os seus gastos com compras, para essa

pergunta, a maioria informou que gasta entre cem reais e duzentos reais, pois

realçaram que geralmente são as suas esposas que preocupam-se com esse

assunto, e a outra parte, de homens solteiros, para seu consumo próprio, esse valor

determina-se suficiente para suprir suas necessidades.

Em relação á com quem fazer as compras, a maioria informou que costuma

fazer suas compras com membros da família, concluindo que, a maioria desse grupo

é composto por homens casados, e para os que responderam que costumam ir

sozinhos, são os solteiros do grupo.

Na realização das compras, a maioria respondeu que costuma ir com seu

cônjuge, o que vem de encontro ao já citado no parágrafo anterior, e sua menor

parte costuma ir sozinhos, o que caracteriza a minoria deste grupo selecionado, que

já citado, possui perfil diferentes dentro do mesmo.

97

4.3.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelo participante

(Atividade 2- Coluna B)

No que se trata ao aspecto de compra dos entrevistados, obtivemos os

seguintes dados:

Gráfico 07: Motivos de escolha de produtos – Individual Fonte: Elaboração própria

Percebeu-se que a maioria optou pelo critério “já consumi o produto”, que já

conhece, com a qualidade desejada, pois ao adquirir um produto, o consumidor tem

alguns atributos de escolha, e compra o produto se atender aos requisitos que

procura, e um dos primeiros a ser identificados é a qualidade do produto, e o que ela

representa no ato da escolha.

Ballestero–Alvarez (2001), expõe que desde que o ser humano está sobre a

face da terra existe a preocupação com a qualidade. Desde o primeiro utensílio feito,

o primeiro abrigo construído, a primeira ferramenta produzida o homem preocupou-

se com a qualidade.

Outro critério também escolhido foi à marca mais famosa, estando suas

respostas atreladas, definindo que esse grupo é fiel ao que já conhece e consome,

porém esse consumo é determinado também pela escolha da marca mais famosa.

Paralelo as respostas, durante o focus grupo, ao realizar esta atividade, os

homens casados foram deixando claro, que estavam também selecionando alguns

itens que não estão habituados a comprar, mas a consumir, mencionaram que ao

efetuarem compras com suas esposas, observam a opção delas por produtos dessa

marca, não tendo base para informar o critério utilizado por elas na seleção de

produtos alimentícios de consumo pessoal. Já os solteiros foram fazendo avaliações

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

98

individuais, utilizando os próprios critérios de seleção, não mencionados com

clareza.

4.3.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelo grupo

(Atividade 4 - Coluna D)

Realizou-se o mesmo questionamento acima, porém as perguntas foram

respondidas pelo consenso do grupo, e foram obtidos os dados abaixo:

Gráfico 08: Motivos de escolha de produtos – Grupo Fonte: Elaboração própria

Observou-se agora que as respostas mantiveram-se, porém em ordens

diferentes, no questionamento em grupo, o mais escolhido foi o critério “ a marca é

mais famosa”, e o segundo critério foi “já consumi o produto”. Como na atividade

anterior os homens casados, escolheram alguns produtos e marca de acordo com as

preferências de suas esposas, os solteiros não tinha essa “ajuda”, portanto agora em

grupo, prevaleceu os critérios em ordem no consenso do grupo. Embora os solteiros

não houvessem consumido o produto, relacionaram o produto em questão a outros

produtos com qualidade consumidos da mesma marca, portanto os produtos

alimentícios de consumo pessoal da marca conhecida, acabaram sendo

0%

5%

10%

15%

20%

25%

99

selecionados pelo grupo também pelo critério “a marca é mais famosa”, e o segundo

critério não menos importante “já consumi o produto”.

Define-se então que somente houve uma inversão de atributos como fator de

escolha em relação ao questionamento individual na atividade anterior.

Demonstrando que esses indivíduos não se deixam influenciar por opiniões

de grupos, somente quando reunidos para uma resposta em comum. Definiram o

item que estava em segundo plano como primeira opção de critério de escolha,

mesmo assim, não altera o perfil do grupo, pois como já mencionado, as duas

respostas são fortemente ligadas quando se trata de seleção de produtos

alimentícios de consumo pessoal.

Juran (2001) destaca que o cliente deseja comprar alimentos, mas realmente

quer nutrição e sabor agradável.

4.3.4 Perfil de compra dos participantes

(Atividade 6- Coluna F).

Aqui tem-se o objetivo de identificar o perfil de compra de cada participante, e

os dados abaixo foram encontrados:

Gráfico 09: Perfil de compra de homens casados e solteiros Fonte: Elaboração própria

O critério mais escolhido nesse grupo foi “a marca é um fator decisivo na

escolha de um produto”. Mantendo-se outros questionamentos já efetuados pelos

mesmos, observando que, apesar de possuírem perfis diferentes dentro do grupo, a

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Critério

preço.

Preço não é

fator

decisivo de

compra

Produtos

que estou

habituado a

consumir.

Experimenta

produtos

com

embalagens

sugestivas.

Critério de

escolha:

marca

Qualidade

do produto

100

“marca” é um critério fortemente observado no perfil de compra em relação a

produtos alimentícios de consumo pessoal. Em virtude do grupo ser um mix de

homens casados e solteiros, foi escolhido em segundo lugar o critério por “produtos

habituados a consumir”, outro item já citado anteriormente, provando que homens

possuem perfis muito parecidos, indiferente de seu estados civil, e que possuem

uma opinião formada, não se deixando levar por atrativos que não condizem com

seus parâmetros de escolhas. Os homens casados, assim como nas atividades

anteriores, ressaltaram que diante dos produtos apresentados pelo pesquisador,

nem todos estavam habituados a comprar, mas consumiam aqueles produtos, ou

produtos daquela marca, enfatizando que “geralmente minha esposa seleciona esse

item dessa marca”, mencionado que não tinham certeza do critério que suas

esposas utilizavam, mas eles ao adquirem um produto prefere sempre pelo critério

marca, pela garantia de qualidade que a marca apresenta.

Percebe-se que esses homens apesar de não adquirir com tanta freqüência

alguns grupos de produtos pesquisados, possuem um parecer definido e objetivo,

não sendo influenciáveis ou tão maleáveis quando se trata da escolha de produtos

alimentícios de consumo pessoal, observando nesse grupo, a preocupação de

seleção dos homens quanto a qualidade dos produtos alimentícios de consumo

pessoal.

“As motivações para compra são originárias de necessidades objetivas e

necessidades psicológica do consumidor. A preferência de compra está associada à

imagem da marca.” (MARTINS, 1999, p. 28)

4.3.5 Percepções do grupo

(Atividade 7)

Pediu-se para esses homens, que em grupo associem palavras e o que cada

uma delas representa para o grupo, citando o que se diz sinônimo de cada palavra

no entendimento do grupo.

Perguntou-se qual era o sinônimo de qualidade, e eles responderam que

qualidade significa marca, entendo que, a marca significa qualidade, e este grupo

preza pela qualidade, e no segundo questionamento, para eles a marca significa

qualidade, ou seja, um representa o outro e vice versa, determinando a importância

que significa, não a marca, e sim a qualidade, porque, não é a marca que leva a

101

qualidade e sim a qualidade que leva a marca, essa marca só é reconhecida no

mercado pela qualidade que a mesma representa.

Para eles, o preço está atrelado a marca, se há qualidade, o preço

geralmente é diferenciado, e que essa diferenciação, geralmente é, produto com

maior qualidade, maior seu preço, o que não prejudica a escolha da sua compra,

pois fator primordial para esse grupo e a qualidade do produto alimentício.

No que diz respeito a selecionar esses produtos, o grupo escolhe os critérios

marca e qualidade, por já haverem citado anteriormente, esses homens querem

qualidade do produto acima de tudo, e um é reflexo do outro.

4.5 Análise e comparação entre grupos

Buscando esclarecer os pontos em comuns e as diferenças entre os grupos

entrevistados, para uma explanação mais resumida, segunda uma análise

comparativa dos dados obtidos.

4.5.1 Perfil Socioeconômico dos grupos

(p. 01, 02, 03, 04, 05 e 06)

Quando estudado os grupos no que diz respeito ao seu perfil sócio

econômico, encontramos as seguinte definições conforme quadro abaixo:

Questões Mulheres Casadas Mulheres Solteiras Homens Casados e

Solteiros 1 Uma vez na semana Três vezes na Semana 2 vezes na semana ou

Quinzenal 2 Rede de Supermercados Lojas pequeno porte Rede de Supermercados

Lojas pequeno porte 3 Todas em Casa Somente café da manhã Somente café da manhã 4 Mais que R$ 500,00 Até R$ 100,00 Até R$ 100,00.

De R$ 100,00 a R$ 200,00 5 Membros da

Família/Sozinho Sozinho Membros da Família

Sozinho 6 Com cônjuge Com meus pais Com cônjuge

Sozinho Quadro 01: Perfil sócio econômico dos grupos Fonte: Elaboração própria Analisando o quadro 1, observou-se que, quando da freqüência das compras

dos entrevistados (questão 1), percebeu-se que os três grupos diferem um do outro,

enquanto as mulheres casadas compram uma vez na semana, as mulheres

102

solteiras, três vezes na semana, já o grupo de homens, duas vezes na semana ou

quinzenalmente.

As mulheres solteiras costumam fazer suas compras três vezes na semana,

devido ao fato de que elas costumam efetuar suas compras no caminho ao trabalho,

casa, e etc., conforme a necessidade pessoal de consumo no momento, ou seja elas

gastam menos que a mulheres casadas, porém a freqüência de compra é maior.

Observando que as mulheres casadas possuem certa organização quando na

realização de suas compras, pois elas se programam e vão somente a um

determinado dia da semana, pois segundo elas durante a pesquisa, elas precisam

comprar mais produtos e maior quantidade, e além das guloseimas, precisam de

condimentos, pratos prontos, sobremesas, bebidas, e demais itens para abastecer a

dispensa. Tornando inviável e dispendioso ir várias vezes na semana.

Os homens optaram por realizar compras duas vezes na semana e

quinzenalmente, porém, neste assunto, as opiniões ficaram divididas, devido a

constituição do grupo: homens casados e solteiros, entendendo que, para esse

caso, o seu estado civil interfere nessa decisão.

Percebeu-se que o grupo não segue um critério de dias para compra, realiza

conforme o fazer necessário, diferente das mulheres, que parece haver uma

programação para efetuar suas compras com produtos alimentícios de consumo

pessoal.

Na escolha para os locais de compra, as mulheres casadas, preferem as

redes de supermercados, por haver variedades de marca e preço, evidenciando que

nesses locais há maior diversidade de produtos e promoções, e o preço dos

produtos tende a ser menor ao comprado a lojas de pequeno porte, observam as

mulheres casadas. Já as mulheres solteiras optaram por lojas de pequeno porte,

pois esses locais são de fácil acesso, mostrando que, diferente das mulheres

casadas, elas não estão preocupadas com variedades e preço, preocupam-se mais

com a facilidade e comodidade para a compra.

O grupo dos homens escolheu na sua maioria, redes de supermercados, pelo

mesmo motivo que as mulheres casadas, esclarecendo que esse grupo é composto

por homens casados que são influenciados por suas mulheres na escolha dos

produtos, já que são elas que possuem maior preocupação com esse assunto,

interferindo na escolha deles. Os homens solteiros desse grupo optaram por lojas de

pequeno porte, vindo de encontro ao perfil das mulheres solteiras, por essas

103

pessoas geralmente possuírem o mesmo estilo de vida, não estando disposto a em

alguns casos, percorrer maiores caminhos para ir a uma rede de supermercados,

sendo levados pelo comodismo e praticidade.

Outro questionamento apresentado aos grupos, refere-se onde realizavam

suas refeições (questão 3), as mulheres casadas as fazem na sua casa, todas as

refeições, o que caracteriza o seu perfil, a maioria informou ser nas suas

residências, pois essas mulheres são casadas, além das atividades domésticas,

possuem uma jornada extra de trabalho, contribuindo para a receita da família,

porém como a maioria do grupo reside próximo ao trabalho, ou com intervalo de

almoço, conseguem fazer suas refeições em casa.

O grupo de homens e das mulheres solteiras realizam em casa apenas a

refeição matinal (café da manhã), por fatores semelhantes: facilidade, praticidade,

estudam e trabalham, saem cedo de casa, falta de tempo de retornar ao seu

domicílio no horário das demais refeições, demonstrando que até mesmo os homens

casados, agem da mesma forma que os homens solteiros.

No que se trata de gastos com produtos alimentícios de consumo pessoal

(questão 5), as mulheres casadas na sua maioria gastam acima de 500,00, as

mulheres solteiras na sua totalidade gastam até R$ 100,00 e os homens, a maioria

gasta de R$ 100,00 á R$ 200,00, sendo que uma parte informou gastar até R$

100,00, ficando definido que, as mulheres casadas gastam mais, porque fazem as

compras para toda a sua família, com diversos itens, ou seja sua lista de compras, é

maior ao comprar aos outros dois grupos.

As mulheres solteiras, adquirem produtos para consumo próprio, prontos para

consumo, pois moram com seus pais, o custo tende a ser menor, e o gasto quase

que diário.

Já os homens, os casados gastam menos que as mulheres casadas, no

grupo pesquisado. Suas esposas é que assumem este papel, o de efetuar as

compras de produtos alimentícios de consumo pessoal para si e seus familiares,

mesmo que eles ajudam parcialmente ou integralmente com o custo da compra de

produtos alimentícios de consumo pessoal, ou participam da compra.

O enfoque da resposta para essa questão na pesquisa em relação ao grupo

dos homens era quanto eles efetivamente gastam com produtos alimentícios de

consumo pessoal quando vão as compras, desconsiderando quando vão

acompanhados.

104

A última pergunta (questão 6), e com quem as pessoas do grupo moram, está

só vem a fortalecer o critério de seleção do grupo e o perfil de cada um, as mulheres

casadas moram com seus cônjuges, as mulheres solteiras moram com seus pais,

homens casados com seus cônjuges e os homens solteiros moram sozinhos,

diferente do grupo das mulheres solteiras.

4.5.2 Atributos e benefícios do produto escolhido pelos participantes

(Atividade 2 – Coluna B)

Quando se pergunta aos participantes os atributos que levam a escolha dos

produtos, obtivemos as seguintes respostas para os grupos:

Gráfico 10: Motivos para escolha de produtos dos grupos – Individual Fonte: Elaboração Própria Quando comparado os grupos percebemos que as mulheres casadas e o

grupo dos homens escolheram o mesmo atributo, “já consumi o produto”, ou seja

esses grupos procuram ser fiéis em suas escolhas, e raramente se deixam levar por

atrativos supérfluos, com detalhes da análise dos dados encontrados na avaliação

individual de cada grupo.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Mulheres Casadas

Mulheres Solteiras

Homens Casados e Solteiros

105

Já as mulheres solteiras escolheram a marca mais famosa, esse grupo

preocupa-se mais com a marca do produto que está comprando, porém observa-se

que a marca passa muitas mensagens positivas, está atrelada a qualidade de

produto, posicionamento de mercado, que levam essas mulheres a realizar a

escolha pela marca, esse atributo de escolha não está distante da opção escolhida

pelas mulheres casadas e o grupo dos homens.

Os clientes, compreensivelmente, declaram suas necessidades baseados em

suas percepções, para Juran (2001). Algumas dessas percepções estão

relacionadas aos produtos. O exame desses casos sugere, com freqüência, que

existe uma diferença de percepção entre clientes e fornecedores, quanto àquilo que

está contido no termo “produto”. Essa diferença pode representar um problema, bem

como uma oportunidade.

4.5.3 Atributos e benefícios dos produtos escolhidos pelos grupos

(Atividade 4 – Coluna D)

Fizemos o mesmo questionamento, porém para uma única resposta do

consenso de cada grupo, e encontramos os dados a seguir:

Gráfico 11:Motivos de escolha dos produtos do grupo – Grupo Fonte: Elaboração Própria

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Mulheres Casadas

Mulheres Solteiras

Homens Casados e Solteiros

106

Analisando as respostas em grupo, percebemos que, somente o grupo das

mulheres casadas manteve sua resposta individual , quando mencionou a “escolha

por produtos que já estão habituados a consumir”, mostrando que este grupo tem

atributo definido de escolha de produtos, e a resposta individual ou em grupo e

mesma, encontrando um grupo homogêneo, com variável de escolha definido,

diferente das mulheres solteiras, e do grupo de homens casados e solteiros.

As mulheres solteiras escolheram o mesmo que as mulheres casadas,

produtos que já estão habituados a consumir, quando a resposta foi um consenso

grupo, prevalecendo a vontade do grupo, no questionamento individual das

mulheres solteiras o atributo evidenciado foi “marca”, destacando que ambos

atributos estão atrelados, se completam, o que podemos definir que essas mulheres

costumam consumir produtos da marca mais famosa. No caso das mulheres

solteiras essa inversão de atributos se deu, conforme mencionado na análise

individual do grupo, quando reunidas em grupo, geralmente nessa idade a uma

maior necessidade de aceitação pessoal e de comportamento, prevalecendo a

vontade do grupo que estão inseridas.

O grupo dos homens, quando questionados em grupo, escolheu o critério

marca, por haver diversidade de perfil no grupo, observa-se que o consenso do

grupo definiu a resposta, escolheram o atributo marca, porém decorre do mesmo

fato das mulheres solteiras, as duas escolhas estão muito atreladas, e por isso, o

perfil desse grupo é praticamente idêntico ao grupo das mulheres solteiras, quando

analisado os atributos e benefícios na compra de produto de do consumo pessoal

escolhidos pelo grupo.

107

4.5.4 Perfil de compra dos participantes

(Atividade 6 – Coluna F)

Para identificar o perfil de compra dos participantes dos grupos, foram

realizados alguns questionamentos, e identificamos os seguintes dados:

Gráfico 12: Perfil de compra dos grupos Fonte: Elaboração Própria

Para o perfil de compra, os grupos tiveram definições distintas, as mulheres

casadas, afirmaram novamente que a sua escolha é determinada “por produtos que

estão habituadas a consumir”, testificando as análises já apresentadas, um grupo

com opinião formada, conhecendo e comprando geralmente os mesmos produtos,

fiel nas escolhas dos produtos e não se deixa levar por outros atrativos.

Já as mulheres solteiras selecionaram o critério “a marca é um fator decisivo

na escolha de um produto”, para elas, isso é fundamental na escolha, outro critério

citado, ficando próximo a escolha da marca: “ preço não é fator decisivo na escolha

de seus produtos”, essas mulheres são solteiras, moram com os pais, e não

necessitam dispor de grande valor para compra de produtos alimentícios de

consumo pessoal, e preocupam-se somente em adquirir produtos alimentícios de

consumo pessoal, conforme sua necessidade, sendo o volume de compras

pequeno, o preço não é considerado como variável de escolha.

Os homens escolheram o critério marca, ratificando as respostas das análises

e atividades anteriores, sendo possível concluir que os homens também estão

preocupados com a qualidade dos produtos, para eles qualidade e marca são

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Mulheres Casadas

Mulheres Solteiras

Homens Casados e Solteiros

108

sinônimos. Demonstrando que esses indivíduos não se deixam influenciar por

opiniões de grupos, somente quando reunidos para uma resposta em comum.

Definiram o item que estava em segundo plano como primeira opção de critério de

escolha, mesmo assim, não altera o perfil do grupo, pois como já mencionado, as

duas respostas são fortemente ligadas quando se trata de seleção de produtos

alimentícios de consumo pessoal.

4.5.6 Percepções do grupo

(Atividade 7)

Nesta etapa final da entrevista, a última atividade era composta com algumas

frases para que os participantes escrevessem palavras que completassem as frases

e fossem sinônimos ao que foi perguntando e as respostas do quadro abaixo foram

encontradas:

Questões Mulheres Casadas Mulheres Solteiras Homens Casados e Solteiros

1 Gosto Marca Marca

2 Qualidade Status Qualidade 3 Economia Qualidade Qualidade 4 Preço/Qualidade Marca/Qualidade Marca/Qualidade

Quadro 02: Percepções do grupo Fonte: Elaboração Própria No primeiro questionamento (questão 1), tinha-se a seguinte pergunta:

qualidade é sinônimo de......(?). Mulheres casadas completaram a frase com o

sinônimo gosto, ou seja, gostam do sabor e das vantagens do produto que estão

habituadas a consumir, e esse produto consequentemente possui qualidade, no

critério de avaliação desse grupo, para elas o gosto é uma preferência individual, o

importante e determinante é a qualidade. Quando respondido pelas mulheres

solteiras a qualidade é sinônimo de marca, esclarecem que se essa marca tem

representação significativa, conquistou essa posição através da qualidade do

produto que fornece. Elas nos responderam que, para elas qualidade é sinônimo de

marca, então, elas relacionam marca a qualidade do produto. As marcas se

destacam no mercado, e tornam-se líderes, porque seus consumidores as escolhem

por refletirem qualidade e dessa forma, essa informação de que o produto tem

qualidade assegurada, torna o mesmo um produto atrativo e desejado por ser da

marca destaque, conforme comentários das mulheres solteiras.

109

Assim como as mulheres solteiras, o grupo dos homens associou qualidade a

marca, para eles marca significa qualidade, e este grupo preza pela qualidade dos

produtos alimentícios de consumo pessoal.

Na segunda questão, “a marca do produto alimentício representa: ” e dessa

vez mulheres casadas e homens tiveram a mesma opinião, que marca significa,

qualidade, evidenciando que apesar dessas mulheres casadas, na sua maioria não

utilizarem a marca como seu critério de escolha principal, elas também entendem

marca como referência de qualidade, assim como o grupo dos homens, porém esses

já demonstraram essa opinião em questionamentos anteriores.

As mulheres solteiras relatam que a marca significa status, elas entendem

que, comprando produtos de uma marca especifica, esse fato representa alguma

posição social, ou maior aceitação em um grupo, serem bem quistos no meio em

que convivem, a escolha, compra de produtos de determinada marca, contribui para

sua posição social.

Quando foram questionados “o preço do produto alimentício está atrelado a:”

(questão 3), as mulheres casadas informaram que está atrelado a economia, e as

mulheres solteiras e os homens informaram que está atrelado a qualidade,

observando que as mulheres casadas, buscam economizar, e para elas, buscar

menor preço as ajuda nisso, apesar de em momento algum durante a pesquisa

terem determinado esse fator como determinante, ou uma variável a ser explanada,

o consideram importante, mas não fator decisivo de escolha, prevalecendo produtos

que já estão habituadas a consumir, qualidade e marca. Ressaltando que as

mulheres casadas, ao responderem as questões de 01 a 06, (perfil socioeconômico),

informaram os locais onde elas efetuavam suas compras, e praticamente todas

escolheram redes de supermercados, evidenciando que nesses locais há maior

diversidade de produtos e promoções, e o preço dos produtos tende a ser menor ao

comprado a lojas de pequeno porte, destacando uma preocupação com economia,

mas não como fator decisivo de escolha.

Já para as mulheres solteiras e para o grupo dos homens preço é qualidade,

acreditam que se maior qualidade, maior preço e vice versa. A prática de mercado

apresenta que para se produzir um item com maior qualidade agregada, demanda

de um maior custo no processo, e o esse custo, inevitavelmente é repassado ao

consumidor, observando a possibilidade de encontrar produtos de qualidade a um

110

preço acessível, porém não é uma prática muito usual, na avaliação do grupo dos

homens e das mulheres solteiras.

O último questionamento feito aos entrevistados, “seleciono produtos

alimentícios levando sempre em consideração” (questão 4), as mulheres casadas,

indicaram que seria aqueles que já conhecem a marca e que já estão habituadas a

consumir, a qualidade do produto, o preço é um fator importante, porém preferem

dispor de um valor maior, para ter um produto com maior qualidade.

Repetindo respostas anteriores, mulheres solteiras e homens escolheram a

mesma opção marca e qualidade, deixando muito claro que qualidade para os

consumidores é fundamental, e que cada vez mais, eles estão mais exigentes nas

suas escolhas.

Desta maneira concluí-se a análise dos dados coletados e ao mesmo

tempo que relacionados entre si.

111

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O perfil e as necessidades dos clientes, motivação para compra, vêm se

transformando cada vez mais rápido, o que era considerado satisfatório em relação

a produtos e serviços durante um determinado tempo, pode não ter a mesma

aceitação no presente. Os consumidores estão cada vez mais exigentes,

atualizados, informados, e a busca pelo seu contentamento torna-se cada mais

difícil.

As opções de escolhas são inúmeras, o mix de produtos é imenso, buscando

atingir diferentes grupos sociais e opiniões.

A partir do estudo realizado, observamos alguns pontos importantes, buscou-

se uma melhor definição e resposta aos objetivos dessa pesquisa. O enfoque da

pesquisa foi identificar os atributos e características para as opções de compra, a

qualidade percebida dos produtos alimentícios de consumo pessoal, no momento da

compra, quais as variáveis, critérios de seleção, atributos mais evidenciados pelos

grupos analisados, e os menos relevantes. As relações entre os produtos

alimentícios de consumo pessoal, suas marcas e a influência do preço na decisão de

compra, desconsiderando marca como sinal distintivo, visualmente perceptível, que

identifica e distingue produtos e serviços, mas a interação entre marca e qualidade

como opção de escolha de produtos alimentícios de consumo pessoal.

Foram analisados grupos de perfil e estilos de vida diferentes, para que assim

fosse possível identificar as percepções dos clientes em relação á qualidade dos

produtos alimentícios de consumo pessoal, com os questionamentos percebemos

que esses grupos estão atentos á qualidade, e que indiferente de suas respostas, a

busca incessante por essa varíavel é continua.

Considerando perfis distintos entre os três grupos entrevistados, e as análises

realizadas, é notório as expectativas de cada um, conforme Slack (2002), o autor

menciona um problema acontecendo em se basear a definição de qualidade nas

expectativas do consumidor, já que as expectativas dos consumidores individuais

podem ser diferentes. Experiências passadas, conhecimento individual e seu

histórico vão dar forma a suas expectativas. Os consumidores ao receberem o

produto ou o serviço podem percebê-lo cada um de maneira diferente.

Quando questionados, em grupo, ou individualmente quais os atributos que

levam a escolhas de seus produtos alimentícios de consumo pessoal no momento

112

da compra, identificou-se que a percepção dos clientes em relação ao produto no

momento da aquisição, está inclinada a importância da qualidade do produto, seus

desejos e anseios, o quanto marca e qualidade estão relacionados para o grupo de

respondentes analisados. Os critérios de seleção dos produtos parecem tão

definidos para os grupos analisados, servindo de parâmetro para as próximas

compras, como no caso das mulheres casadas, respondendo individualmente ou em

grupo, prevaleceu como critério de escolha “já consumi o produto”. Vindo de

encontro ao objetivo geral da pesquisa que trata-se de identificar as percepções dos

clientes em relação à qualidade percebida dos produtos alimentícios de consumo

pessoal, entendendo-se a importância desses aspectos estarem visíveis nos

produtos, aguçando o interesse de compra dos consumidores. Esses consumidores

percebem a qualidade do produto, tornando-se fieis ao produto da marca especifica,

pois para eles, adquirir o produto que já está habituado a consumir, tende a ser

menos oneroso, encontrando o nível de qualidade desejado atingido.

Ressaltando que uma pesquisa mais aprofundada sobre os reais desejos dos

consumidores de produtos alimentícios de consumo pessoal traria um excelente

conhecimento de mercado para empresas desse ramo.

Os primeiros questionamentos efetuados na pesquisa serviram de base para

analisar o perfil socioeconômico dos grupos, onde se tornou possível encontrar

dados para analisar as demais respostas obtidas.

Com primeiro objetivo específico que busca averiguar o perfil de compra do

grupo de clientes a ser analisado, percebeu-se um mix de perfil de consumidores,

pois se trata de três grupos distintos, porém, identificando que alguns optam por

diversidade de produtos, procurando lojas de grande porte para suas compras, e

alguns por praticidade, e minimização de tempo, buscando por lojas de

conveniências e lojas de pequeno porte, o grupo das mulheres casadas evidencia a

fidelização a compra de produtos e a qualidade do produto, o de homens casados e

solteiros preza por qualidade e marca, já no grupo de mulheres solteiras, fica visível

a preferência por marca, conforme mencionado na análise.

O segundo objetivo específico trata-se de observar como as características

dos produtos são levadas em consideração como opção de compra, e, quando

questionamos quais atributos levam os mesmos a escolha dos produtos, ficou

bastante explícito a escolha por marca e qualidade, sempre atrelando uma á outra,

identificando que, indiferente de sua classe ou posição social, o consumidor quer é

113

qualidade percebida, e para eles é a marca quem determina esse fator. Os

consumidores utilizavam a marca do produto que estão habituados a consumir para

selecionar outros produtos, considerando as respostas obtidas nos

questionamentos, conforme explanado no capítulo quatro. Evidenciando que a

seleção de outros produtos de consumo pessoal pode se dá pelo simples fato de

conhecer produtos daquela marca, a qualidade está no nível desejado, portanto a

escolha dos demais produtos pode se dá pelos mesmos atributos de seleção.

Em relação a embalagens dos produtos, fico evidente no grupo analisado que

esta não possui grande representatividade na opção de compra. Mesmo porque não

foi mencionado durante a entrevista, grupo de foco, relação entre embalagem, marca

e qualidade, em nenhum momento da pesquisa alguém mencionou tamanho do

produto, peso do produto, ou qualquer outro comentário relacionado à embalagem.

A pesquisa considerou a embalagem como opção de seleção dentro das

atividades proposta, porém não ficou evidenciada nas respostas essa variável, para

explanarmos uma análise. Porém caso houver interesse, industria de alimentos,

empresários em geral, membros da academia, podem considerar o tema, relação

entre marca, embalagem e qualidade percebida, dentro de tantas outras abordagem,

como objeto de análise para outros estudos semelhantes.

Quando questionados sobre o sinônimo de qualidade, na sua maioria

responderam que trata-se de marca, porém o grupo das mulheres casadas informou

que para elas, significa gosto, ou seja, elas mencionam que qualidade é uma opinião

muito particular, e cada um define seu conceito, já para o restante do grupo significa

marca, que a marca se torna famosa por sua qualidade, atingindo o objetivo

específico de identificar as dimensões da qualidade dos produtos no processo de

compra.

Quem define essa qualidade, para sua maioria é a marca, ela é quem

transmite essa segurança e confiabilidade do produto adquirido, sendo isso o maior

valor que um produto possa ter. Esses grupos, em alguns momentos com opiniões

distintas, evidenciaram claramente o que valorizam, conforme análise das respostas

no capítulo quatro, e quais fatores determinam suas escolhas, e todas essas

escolhas levam somente a um consenso, qualidade acima de tudo, atrelada a marca

do produto alimentício de consumo pessoal.

No que se refere ao quarto e último objetivo, verificar as relações de preço e

marca do produto nas escolhas do conjunto de produtos, não restou dúvidas de que,

114

preço não é fator determinante na escolha dos produtos, para o grupo pesquisado,

ficou muito em destaque essa questão, pois mesmo o grupo das mulheres casadas

que mostrou certa preocupação com economia, essa preocupação não a leva por

optar por um produto que não passe segurança e confiabilidade, ou seja se esse

não houver qualidade aparente, paga-se mais para atingir a qualidade desejada.

Devemos ressaltar que, as empresas necessitam focalizar a satisfação de

seus clientes e superação de seus desejos e anseios, e o que determina o resultado

é a qualidade que esse produto fornece, deve-se investir para que isso aconteça,

haja vista que, foi percebido que os consumidores estão dispostos a pagar pela

qualidade que o produto oferece e preço não é fator decisivo de escolha, sendo

explicitamente notório na analise das respostas obtidas pelos grupos desta

pesquisa, explanado no capítulo quatro.

Ao utilizar a pesquisa exploratória, por meio do grupo de foco, o autor Collis

(2005), destaca que este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento

para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas

mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos

posteriores. As pesquisas exploratórias visam proporcionar uma visão geral de um

determinado fato, do tipo aproximativo.

Complementando autor Collis (2005), Malhotra (2006), observa que neste tipo

de pesquisa as constatações da pesquisa exploratória devem ser consideradas

ensaios para pesquisas posteriores, e o grupo de foco é uma entrevista realizada

por um moderador treinado, de uma forma não-estruturada, e natural com um

pequeno grupo de entrevistados. O moderador lidera a discussão. Sendo o objetivo

principal do grupo de foco, para a autora, obter uma visão aprofundada, ouvindo um

grupo de pessoas do mercado-alvo apropriado falar sobre problemas de interesse

do pesquisador.

Para estudos futuros, pode-se através desta pesquisa já realizada, aprofundá-

la partindo para uma análise mais quantitativa, buscando analisar dados da amostra

da população, despertando interesse de empresas do ramo alimentício.

Sugere-se as empresas que ainda não atingiram um nível desejado de

posicionamento e aceitação no mercado em relação a seus produtos alimentícios de

consumo pessoal, ampliar esta pesquisa para o mercado atuante.

Para as empresas que já tem sua posição, devem manter a constante busca

da realização dos desejos de seus clientes, percebendo suas percepções em

115

relação a sua marca, seu produto, a qualidade do produto e serviço que oferece, no

intuito de sentir o que o consumidor sente ao utilizar seu serviço ou consumir se

produto, ver com seus olhos, destacando apenas que entrar no mercado muitos

conseguem, manter-se nele é o grande desafio das empresas.

116

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119

APÊNDICE

Apêndice A

Questionário de Entrevista

Percepção sobre PREÇO X MARCA

Questão Objetiva 1 = Qual a freqüência que você compra de produtos alimentícios?

( ) Diário ( ) Uma vez na semana

( ) Duas vezes na semana ( ) Três vezes na semana

( ) Quinzenal ( ) Mensal

Questão Objetiva 2 = Onde você compra os produtos alimentícios de consumo

pessoal?

( ) Supermercado Pequeno Porte ( ) Padarias

( ) Lojas de Conveniências ( ) Rede de Supermercados

( ) Outros

Questão Objetiva 3 = Suas refeições são feitas geralmente:

( ) Todas em Casa

( ) Café da Manhã em casa e as demais em restaurantes e outros.

( ) Todas as minhas refeições são realizadas fora de minha casa.

Questão Objetiva 4 = Quanto você gasta em cada compra:

( ) Até R$ 100,00. ( ) De R$ 101,00 a R$ 200,00.

( ) De R$ 201,00 a R$ 500,00. ( ) Mais que R$ 500,00.

Questão Objetiva 5 = Com quem você costuma fazer compras:

( ) Sozinho (a). ( ) Com membros da Família.

( ) Compras ( ) Tenho uma pessoa que faz as minhas

compras.

( ) Outros.

120

Questão Objetiva 6 = Você mora sozinho (a):

( ) Sozinho (a). ( ) Com amigos.

( ) Com meus pais ( ) Outros.

( ) Com meu cônjuge.

Atividade 1 = Coluna A : Em grupos, cada participante elege o produto que

compraria, assinalando um X na coluna A.

Atividade 2 = Coluna B : O participante escolhe os benefícios ou atributos que o

levaram a optar pelo produto, assinalando os números correspondentes na coluna

B. Máximo de 3 escolhas. Critérios a serem considerados:

(1) Já usei o produto.

(2) Já ouvi falar bem, mas nunca usei.

(3) A marca é mais famosa.

(4) Escolhi pela embalagem (formato, cores, apresentação)

(5) Escolhi porque parece que tem mais qualidade.

(6) Escolhi porque essa marca é sinônimo de qualidade.

(7) Prefiro esse produto porque geralmente tem preço menor.

(8) Prefiro esse produto sempre pelo critério: marca.

(9) Prefiro esse produto porque combina preço e marca.

(10) Escolho aleatoriamente sem levar em consideração preço e marca.

Atividade 3 = ME GRUPO Coluna C : Após receber a lista com os preços dos

produtos, o grupo debate sobre os preços e marca, escolhe um produto de cada

categoria, assinalando um X na coluna C.

121

Atividade 4 = Coluna D : O grupo escolhe os benefícios ou atributos que o levaram

a escolha do produto, assinalando os números correspondentes na coluna D .

Máximo de 3 escolhas. Critérios a serem considerados:

(1) Já usei o produto.

(2) Já ouvi falar bem, mas nunca usei.

(3) A marca é mais famosa.

(4) Escolhi pela embalagem (formato, cores, apresentação)

(5) Escolhi porque parece que tem mais qualidade.

(6) Escolhi porque essa marca é sinônimo de qualidade.

(7) Prefiro esse produto porque geralmente tem preço menor.

(8) Prefiro esse produto sempre pelo critério: marca.

(9) Prefiro esse produto porque combina preço e marca.

(10) Escolho aleatoriamente sem levar em consideração preço e marca.

Atividade 5 = Coluna F: Você pode selecionar dentre as condições abaixo a que

mais identifica seu perfil de compra em relação a produtos alimentícios de consumo

pessoal.

(1) Geralmente o critério de seleção que utilizo é o preço.

(2) O preço não é fator decisivo de compra para mim.

(3) Escolho geralmente produtos que estou habituado a consumir.

(4) Gosto de experimentar produtos diferenciais, com embalagens sugestivas.

(5) A marca é um fator decisivo na escolha de um produto.

(6) A qualidade do produto é um diferencial de escolha.

Atividade 6 = Complete as frases com uma ou duas palavras no máxi mo:

(1) A qualidade é sinônimo de

(2) A marca do produto alimentício representa

(3) O preço do produto alimentício está atrelado à

(4) Seleciono produtos alimentícios levando sempre em consideração

122

Produto A B C D E F

123

Apêndice B

Lista de Produtos e Preços.

Itens Nº Descrição Produto Marca Descrição Preço

1 1 Bebidas não Alcoólicas Água Mineral s/ gás OURO FINO Água mineral OURO FINO sem gás garrafa 500ml R$ 1,08

2 1 Bebidas não Alcoólicas Água Mineral s/ gás NESTLE Água mineral PUREZA VITAL sem gás garrafa 500ml R$ 2,50

3 1 Bebidas não Alcoólicas Água Mineral s/ gás CHARRUA Água mineral CHARRUA sem gás garrafa 500ml R$ 0,89

4 2 Bebidas não Alcoólicas Água Saborizada PEPSI- H20 Bebida saborizada H20 pet 500ml R$ 1,29

5 2 Bebidas não Alcoólicas Água Saborizada

OURO FINO - PLUS Bebida saborizada PLUS pet 500ml R$ 1,89

6 2 Bebidas não Alcoólicas Água Saborizada

AQUARIUS - COCA COLA Bebida saborizada AQUARIUS FRESH pet 1.5l R$ 1,19

7 3 Bebidas não Alcoólicas Bebida de Soja

COCA COLA - DEL VALLE Bebida de soja DEL VALLE - KAPO tetra pak 200 ml R$ 0,99

8 3 Bebidas não Alcoólicas Bebida de Soja

UNILEVER - ADES Bebida de soja ADES tetra pak 200 ml R$ 1,38

9 3 Bebidas não Alcoólicas Bebida de Soja NESTLE Bebida de soja SOLLYS tetra pak 200 ml R$ 0,98

10 4 Bebidas não Alcoólicas Refrigerante ANTARTICA Refrigerante ANTARTICA guaraná lata 350ml R$ 1,09

11 4 Bebidas não Alcoólicas Refrigerante KUAT Refrigerante KUAT guaraná lata 350ml R$ 0,99

12 4 Bebidas não Alcoólicas Refrigerante SCHIN Refrigerante SCHIN lata 350ml R$ 0,82

124

Itens Nº Descrição Produto Marca Descrição Preço

13 5 Bebidas não Alcoólicas Refresco

KRAFT FOODS - CLIGHT

Refresco Clight Caju pct 7g R$ 0,78

14 5 Bebidas não Alcoólicas Refresco

KRAFT FOODS - TANG

Refresco TANG Caju pct 35g R$ 0,56

15 5 Bebidas não Alcoólicas Refresco SUKEST Refresco SUKEST Caju laranja pct 35g

R$ 0,54

16 6 Bebidas

Alcoólicas Cerveja FEMSA Cerveja SOL original LATA 350ml R$ 0,99

17 6 Bebidas

Alcoólicas Cerveja AMBEV - BOHEMIA

Cerveja BOEHMIA original LATA 350ml R$ 1,49

18 6 Bebidas

Alcoólicas Cerveja SCHINCARIOL -

GLACIAL Cerveja GLACIAL original LATA 350ml

R$ 0,85

19 7 Biscoito - Bolacha Waffer

M DIAS BRANCO - ISABELA

Biscoito ISABELA Wafer chocolate pct 145g

R$ 0,98

20 7 Biscoito - Bolacha Waffer PARATI Biscoito Wafer MINUETO chocolate pct 150g

R$ 1,28

21 7 Biscoito - Bolacha Waffer

PANDURATA ALIM. -

BAUDUCCO

Biscoito Wafer BAUDUCCO chocolate pct 165g

R$ 1,48

22 8 Biscoito - Bolacha Bolacha Recheada

KRAFT FOODS - TRAKINAS

Biscoito TRAKINAS chocolate pct 154g

R$ 1,28

23 8 Biscoito - Bolacha Bolacha Recheada

M DIAS BRANCO - ISABELA

Biscoito MOUSSE chocolate pct 150g

R$ 1,24

24 8 Biscoito - Bolacha Bolacha Recheada NESTLE Bolacha recheada BONO chocolate pct 165g

R$ 1,38

125

Itens Nº Descrição Produto Maca Descrição Preço 25 9 Bomboniere Pastilhas ADAMS - HALLS Pastilha HALLS pct c/ 10 unidades 36 g R$ 1,00 26 9 Bomboniere Pastilhas ADAMS - VITA C Pastilha VITA C pct c/ 9 unidades 30 g R$ 1,00 27 9 Bomboniere Pastilhas GAROTO Pastilha GAROTO c/ 10 unidades pct 17 g R$ 0,30

28 10 Bomboniere Goma de Mascar ADAMS - TRIDENT

Goma de mascar TRIDENT c/ 1 pct c/ 5 unidades - 8 g R$ 1,25

29 10 Bomboniere Goma de Mascar

PERFETTI VAN MELLE -

HAPPYDENT

Goma de mascar HAPPYDENT c/ 10 unidades - 1,35 g cd

R$ 1,70

30 10 Bomboniere Goma de Mascar ADAMS -

CHICLETS Goma de mascar CHICLETS c/ 05 unidades - 12,5 g

R$ 0,70

31 11 Bomboniere Chocalate Barra LACTA Chocolate LACTA Avelã leite barra 70g R$ 3,40 32 11 Bomboniere Chocalate Barra GAROTO Chocolate GAROTO BATON barra 76g R$ 2,50 33 11 Bomboniere Chocalate Barra KINDER Chocolate Kinder barra 43g R$ 3,40

34 12 Bomboniere Amêndoas IRACEMA Amêndoas de Castanha de Caju pct 50 g R$ 2,58 35 12 Bomboniere Amendoin LA VIOLERA Amêndoas de Castanha de Caju pct 100 g R$ 5,63

36 12 Bomboniere Amendoin

CASCAJU - CASHEWS ROYALE Amêndoas de Castanha de Caju pct 50 g R$ 1,68

37 13 Condimentos Maionese CONSERVAS

ODERICH Maionese ODERICH pote 500g R$ 0,74

38 13 Condimentos Maionese UNILEVER

HELLMANN'S Maionese HELLMANN'S pote 200g R$ 1,48

39 13 Condimentos Maionese UNILEVER-

ARISCO Maionese ARISCO pote 196g R$ 0,98

126

Itens Nº Descrição Produto Maca Descrição Preço

40 14 Condimentos Molho de Tomate

UNILEVER DO BRASIL- KNOOR Extrato de Tomate KNORR 340g- CICA Elefante R$ 2,48

41 14 Condimentos Molho de Tomate

UNILEVER DO BRASIL- ARISCO Extrato de Tomate Arisco lata 340g Extratomato R$ 1,68

42 14 Condimentos Molho de Tomate CONIEXPRESS Molho de Tomate QUERO R$ 2,13

43 15 Condimentos Caldo de Galinha KNORR Caldo de Galinha KNORR 57g R$ 0,88 44 15 Condimentos Caldo de Galinha MAGGI Caldo de Galinha MAGGI 63 g R$ 0,81 45 15 Condimentos Caldo de Galinha AJINOMOTO Caldo de galinha SAZÓN caixa 45g R$ 1,28

46 16 Confeitaria Creme de Leite ITALC Creme de Leite BATAVO - Treta Park 200g R$ 1,38 47 16 Confeitaria Creme de Leite NESTLE Creme de Leite NESTLÉ - Treta Park 200g R$ 1,58 48 16 Confeitaria Creme de Leite FIRMESA Creme de Leite FRIMESA - Treta Park 200g R$ 1,28

49 17 Laticínios Leite PIÁ Leite PIÁ integral tetra pak 1l R$ 1,58 50 17 Laticínios Leite FIRMESA Leite FIRMESA integral tetra pak 1l R$ 1,94 51 17 Laticínios Leite BATAVO Leite BATAVO integral tetra pak 1l R$ 1,78

52 18 Massa Espaguete Barilla Macarrão BARILLA SPAGHETTONI N.7 caixa 500g R$ 4,28

53 18 Massa Espaguete M. DIAS BRANCO Massa BOM GOSTO ISABELA espaghete pct 500g R$ 1,84

54 18 Massa Espaguete PASTIFÍCIO SELMI S.A Massa GALO espaguete pct 500g R$ 1,98

127

Itens Nº Descrição Produto Maca Descrição Preço

55 19 Matinais Achocolatado em

pó NESTLE Alimento Achocolatado NESCAU 200g R$ 2,58

56 19 Matinais Achocolatado em

EMIFOR INDUSTRIA -

WAL-ART Alimento Achocolatado BOM PREÇO 400g R$ 2,88

57 19 Matinais Achocolatado em

pó PEPSICO -

TODDY Alimento Achocolatado TODDY 200g R$ 2,02

58 20 Matinais Barra de Cereal NESTLE Cereal em barra NESTLÉ 75g - caixa c/ 03 unidades R$ 2,88 59 20 Matinais Barra de Cereal NUTRY Cereal em barra NUTRY 75g - caixa c/ 03 unidades R$ 3,71

60 20 Matinais Barra de Cereal HERSHEY´S Cereal em barra HERSHEY´S 75g - caixa c/ 03 unidades - R$ 3,54

61 21 Matinais Café SANTA CLARA - 3 CORAÇÕES Café 3 CORAÇÕES solúvel granulado 50 g R$ 1,87

62 21 Matinais Café NESTLE - NESCAFÉ Café NESCAFÉ solúvel granulado 50 g R$ 2,28

63 21 Matinais Café REALCAFÉ -

MELITA Café MELITA solúvel granulado 50 g R$ 1,57

64 22 Petiscos e Aperitivos Batata Frita

PEPISCO DO BRASIL - ELMA

CHIPS Batata frita ondulada RUFFLES pct 60g R$ 2,42

65 22 Petiscos e Aperitivos Batata Frita YOKI Batata frita ondulada YOKITOS pct 50g R$ 1,58

66 22 Petiscos e Aperitivos Batata Frita

FELTS & CIA - MACTOST Batata frita ondulada MACTOST natural pct 40g R$ 1,17

128

Itens Nº Descrição Produto Maca Descrição Preço

67 23 Petiscos e Aperitivos Salgadinho ELMA CHIPS Salgadinho ELMA CHIPS CEBOLITOS pct 65g R$ 1,58

68 23 Petiscos e Aperitivos Salgadinho YOKI Salgadinho YOKI YOKITOS pct 60g

R$ 0,98

69 23 Petiscos e Aperitivos Salgadinho INDUSTOP Salgadinho HIP TOP anéis cenola pct 60g

R$ 1,22

70 24 Petiscos e Aperitivos

Pipoca de Microondas

CARAMURU - SINHÁ

Milho de pipoca SINHÁ - micro-ondas pct 100g R$ 1,45

71 24 Petiscos e Aperitivos

Pipoca de Microondas YOKI Milho de pipoca YOKI - micro-ondas pct 100g

R$ 1,68

72 24 Petiscos e Aperitivos

Pipoca de Microondas

MOINHO ROMARIZ - WAL-MART

Milho de pipoca BOM PREÇO - micro-ondas pct 100g

R$ 1,69

73 25 Pratos Prontos Sopa pct ARISCO Sopa ARISCO Creme de Cebola pct 68g

R$ 2,82

74 25 Pratos Prontos Sopa pct QUALIMAX Sopa JUREMA Creme de Cebola pct 80g

R$ 3,18

75 25 Pratos Prontos Sopa pct KNORR Sopa KNORR Creme de Cebola pct 65g

R$ 3,31

76 26 Sobremesa Gelatina ROYAL Pó para gelatina ROYAL morango pct 35g R$ 0,68 77 26 Sobremesa Gelatina DUCOCO Pó para gelatina FRUTOP morango pct 45g R$ 1,10 78 26 Sobremesa Gelatina J. MACEDO S.A. Pó para gelatina SOL morango pct 85g R$ 0,68

79 27 Sobremesa Pudim DR. OETKER Pó para pudim DR. OETKER bauinilha pct 85g R$ 1,08 80 27 Sobremesa Pudim DUCOCO Pó para pudim FRUTOP bauinilha pct 80g R$ 1,58 81 27 Sobremesa Pudim ROYAL Pó para pudim ROYAL bauinilha pct 50g R$ 1,18