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1 ESTUDO SOBRE OS PROCEDIMENTOS JUDICIAIS ELEITORAIS Marcelo Quentin 1. Introdução Para concorrer a um cargo eletivo, seja em eleições municipais ou gerais, o candidato precisa atender às condições de elegibilidade. Esses requisitos de elegibilidade referem-se a um conjunto de regras que disciplinam a participação de um cidadão na política e acesso ao poder estatal. Os pré-requisitos para candidaturas a cargos eletivos estão previstos no artigo 14 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, tais como a nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e idade mínima, conforme o cargo pretendido. A Constituição Federal também estabelece expressamente neste artigo causas de inelegibilidade, não podendo ser eleitos, por exemplo, os inalistáveis, que são os estrangeiros e os conscritos, e os analfabetos, bem como dispõe que lei complementar poderá ampliar o rol de inelegibilidades, o que está regulado pela Lei Complementar nº 64 de 1990, com alterações posteriores, principalmente com as modificações introduzidas pela Lei Complementar nº 135 de 2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Não é suficiente para uma pessoa poder concorrer a cargo eletivo o mero atendimento às condições de elegibilidade. Imprescindível, ainda, “[...] que não incida ela em qualquer causa de inelegibilidade” que são fixadas somente pela Constituição Federal ou em lei complementar. Existem cinco ações do arcabouço jurídico eleitoral que são ferramentas de controle sobre a influência do poder econômico ou abuso de poder que possa comprometer a legitimidade do processo eleitoral para que a Justiça Eleitoral possa conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade ou falta de condição de elegibilidade: ação de impugnação de registro de candidatura, ação de investigação judicial eleitoral, representação, recurso contra a expedição do diploma e ação de impugnação de mandato eletivo, as quais serão sucintamente abordadas a seguir. 2. Ação de Impugnação de Registro de Canditatura (AIRC) O objetivo desta demanda é impedir que determinado requerimento de registro de canditatura seja deferido por estar ausente condição de elegibilidade ou pela incidência de causa de inelegibilidade ou por não ter o pedido de registro cumprido a sua formalidade legal. A Ação de Impugnação de Registro de Candidatura encontra fundamento nos artigos 3º e seguintes da Lei Complementar nº 64 de 1990. O Tribunal Superior Eleitoral edita, a cada eleição, resolução que regulamenta os procedimentos de registro de candidatura. Os artigos 10 a 16 da Lei nº 9.504 de 1997 e os artigos 82 a 102 da Lei nº 4.737 de 1965, Código Eleitoral, também tratam da matéria. No tocante à legitimidade ativa, conforme previsão do artigo 3º da Complementar nº 64 de 1990, podem propor a ação candidato ou pré-candidato, ainda que esteja sub judice, partido político ou coligação que concorra ao pleito na circunscrição eleitoral e o Ministério Público, exceto o representante ministerial que, nos quatro anos anteriores, tenha

ESTUDO SOBRE OS PROCEDIMENTOS JUDICIAIS ELEITORAISunipublicabrasil.com.br/uploads/materiais/aee5b917705631286ef5d767... · eleitorais (artigo 30-A), por captação ilícita de sufrágio

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ESTUDO SOBRE OS PROCEDIMENTOS JUDICIAIS

ELEITORAIS Marcelo Quentin

1. Introdução

Para concorrer a um cargo eletivo, seja em eleições municipais ou gerais, o candidato precisa atender às

condições de elegibilidade. Esses requisitos de elegibilidade referem-se a um conjunto de regras que disciplinam a

participação de um cidadão na política e acesso ao poder estatal.

Os pré-requisitos para candidaturas a cargos eletivos estão previstos no artigo 14 da Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988, tais como a nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento

eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e idade mínima, conforme o cargo pretendido.

A Constituição Federal também estabelece expressamente neste artigo causas de inelegibilidade, não podendo

ser eleitos, por exemplo, os inalistáveis, que são os estrangeiros e os conscritos, e os analfabetos, bem como dispõe que

lei complementar poderá ampliar o rol de inelegibilidades, o que está regulado pela Lei Complementar nº 64 de 1990,

com alterações posteriores, principalmente com as modificações introduzidas pela Lei Complementar nº 135 de 2010,

conhecida como Lei da Ficha Limpa.

Não é suficiente para uma pessoa poder concorrer a cargo eletivo o mero atendimento às condições de

elegibilidade. Imprescindível, ainda, “[...] que não incida ela em qualquer causa de inelegibilidade” que são fixadas

somente pela Constituição Federal ou em lei complementar.

Existem cinco ações do arcabouço jurídico eleitoral – que são ferramentas de controle sobre a influência do

poder econômico ou abuso de poder que possa comprometer a legitimidade do processo eleitoral – para que a Justiça

Eleitoral possa conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade ou falta de condição de elegibilidade: ação de

impugnação de registro de candidatura, ação de investigação judicial eleitoral, representação, recurso contra a expedição

do diploma e ação de impugnação de mandato eletivo, as quais serão sucintamente abordadas a seguir.

2. Ação de Impugnação de Registro de Canditatura (AIRC)

O objetivo desta demanda é impedir que determinado requerimento de registro de canditatura seja deferido por

estar ausente condição de elegibilidade ou pela incidência de causa de inelegibilidade ou por não ter o pedido de registro

cumprido a sua formalidade legal.

A Ação de Impugnação de Registro de Candidatura encontra fundamento nos artigos 3º e seguintes da Lei

Complementar nº 64 de 1990. O Tribunal Superior Eleitoral edita, a cada eleição, resolução que regulamenta os

procedimentos de registro de candidatura. Os artigos 10 a 16 da Lei nº 9.504 de 1997 e os artigos 82 a 102 da Lei nº

4.737 de 1965, Código Eleitoral, também tratam da matéria.

No tocante à legitimidade ativa, conforme previsão do artigo 3º da Complementar nº 64 de 1990, podem propor

a ação candidato ou pré-candidato, ainda que esteja sub judice, partido político ou coligação que concorra ao pleito na

circunscrição eleitoral e o Ministério Público, exceto o representante ministerial que, nos quatro anos anteriores, tenha

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disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidária. A legitimidade é

concorrente.

Os legitimados passivos são os pré-candidatos e candidatos, isto é, aqueles escolhidos em convenção partidária

e que tenham requerido o registro de canditatura, em que pese este ainda não tenha sido deferido.

O prazo para propositura desta ação, previsto nos artigos 3º e 16 da Complementar nº 64 de 1990, é de cinco

dias, contados da publicação do pedido de registro de candidatura na imprensa, seja oficial ou não, ou da publicação do

edital por afixação na sede da Zona Eleitoral ou Tribunal Regional Eleitoral.

A competência para julgamento, prevista no artigo 2º da Lei Complementar nº 64 de 1990, é sempre do órgão

da Justiça Eleitoral em que o requerimento de registro foi protocolado, dependendo do cargo concorrido.

3. Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)

Esta ação tem por finalidade demonstrar, judicialmente, que durante a campanha eleitoral o candidato

investigado praticou qualquer conduta abusiva do poder econômico ou político que comprometa a lisura das eleições,

conforme descrito na Lei Complementar nº 64 de 1990, que o tornam inelegível.

O embasamento legal para propositura da ação é o artigo 22 da Lei Complementar nº 64 de 1990. O proponente

deverá relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso

indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios

de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político.

Têm legitimação concorrente para propor a ação são o Ministério Público, candidato ou pré-candidato, ainda

que sub judice, partido político ou coligação. Malgrado as coligações só existam até as eleições, sua legitimidade no

pólo ativo é concorrente entre os partidos que a integram.

O pólo passivo da demanda pode ser composto por partido político, coligação, candidato ou pré-candidato,

ainda que sub judice, autoridades e qualquer pessoa que tenha contribuído para o ato ilícito.

Pode ser proposta a ação “[...] em qualquer tempo, desde que entre o registro de candidato e a diplomação. Nem

antes, nem depois”. Entretanto, é possível abordar fatos cometidos antes mesmo do registro ou da convenção partidária.

Conforme dispõe o artigo 2º da citada lei, dependendo do cargo concorrido, o julgamento da ação compete: ao

Tribunal Superior Eleitoral, se candidato a Presidente e Vice-Presidente da República; ao Tribunal Regional Eleitoral, se

candidato a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual ou Distrital; ao Juiz Eleitoral, se

candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

4. Representação

Abordar-se-á, a seguir, as regras gerais aplicadas às representações eleitorais, instrumentos judiciais que servem

para apurar e punir determinadas infrações às normas eleitorais que possam desequilibrar a disputa eleitoral,

especialmente aquelas condutas que contrariarem a Lei nº 9.504 de 1997, com alterações posteriores, ou resoluções do

Tribunal Superior Eleitoral.

Para garantir a legitimidade do pleito, a liberdade do voto e a moralidade das eleições, o objetivo da demanda é

impedir ou suspender a conduta irregular, com as respectivas sanções previstas na norma violada.

O embasamento legal da representação eleitoral tem guarida no artigo 96 Lei nº 9.504 de 1997. Saliente-se que,

a cada ano de eleições, o Tribunal Superior Eleitoral expede resoluções que tratam especificamente sobre os

procedimentos para as reclamações e representações eleitorais.

Podem ser identificadas, em síntese, sete hipóteses de cabimento de representações eleitorais previstas no artigo

96 Lei nº 9.504 de 1997: por propaganda eleitoral irregular, para o exercício do direito de resposta, por irregularidades

em doações e contribuições para campanhas eleitorais, por irregularidade de pesquisa eleitoral, por captação e gastos

ilícitos em campanhas eleitorais, por captação ilícita de sufrágio e por condutas vedadas aos agentes públicos em

campanha eleitoral.

Nesse marco, alinhado ao escopo do presente trabalho que trata de eventuais causas que ensejam

inelegibilidade, convém destacar, entre as citadas acima, as representações por captação e gastos ilícitos em campanhas

eleitorais (artigo 30-A), por captação ilícita de sufrágio (artigo 41-A) e por condutas vedadas aos agentes públicos em

campanha eleitoral (artigos 73 a 77), uma vez que tais condutas, desde que provadas no curso da ação eleitoral, podem

ocasionar a cassação do registro de canditatura ou diploma do infrator da lei eleitoral.

No rol de legitimados para propor a Ação de Representação Eleitoral, previsto no artigo 96 da Lei nº 9.504 de

1997, encontra-se qualquer partido político, coligação, pré-candidato ou candidato. O Ministério Público também tem

legitimidade ativa, em que pese não prevista na referida lei, porque decorre do artigo 127 da Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988, já que o órgão ministerial atua na defesa da ordem jurídica e do regime democrático.

A legitimidade passiva deve ser averiguada em face do caso concreto a ser julgado, a depender da espécie da

demanda. A representação pode ser proposta contra partido político, coligação, pré-candidato, candidato ou qualquer

outra pessoa, autoridade ou não, que tenha violado as normas eleitorais.

Em relação ao prazo para ajuizamento da representação eleitoral, para alguns casos há previsão na legislação

eleitoral. Para os prazos não previstos em lei, o Tribunal Superior Eleitoral tem fixado marcos, iniciais e finais, com

reconhecimento de ausência de condição da ação, consubstanciado na falta de interesse de agir, conforme se extrai do

julgado abaixo:

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DESPROVIMENTO. AJUIZAMENTO DE REPRESENTAÇÃO

DEPOIS DAS ELEIÇÕES (ART. 36 DA LEI Nº 9.504/97). FALTA DE INTERESSE DE AGIR. DESPROVIMENTO.

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Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o reconhecimento da falta de interesse de agir da

parte que propõe representação por propaganda irregular depois do pleito não implica criação de prazo decadencial, nem

exercício indevido do poder legiferante”.

A competência para julgamento da Ação de Representação Eleitoral está prevista no artigo 96 da Lei nº 9.504

de 1997. O dispositivo determina que, salvo disposições específicas em contrário previstas na lei eleitoral, as

reclamações ou representações devem dirigir-se: aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; aos Tribunais Regionais

Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais; ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.

5. Recurso Contra Expedição de Diploma (RCED)

A natureza jurídica desse remédio judicial é, na verdade, uma ação eleitoral. Os recursos são meios de

impugnação de decisão judicial dentro da mesma relação processual. Se a insurgência for contra ato que não é decisão

judicial, há que se falar em ação autônoma e não recurso eleitoral.

O objetivo da demanda é cassar o diploma, desconstituir a situação jurídica existente e impedir que o eleito, por

ter infringido a lei eleitoral, possa exercer o mandato eletivo, com o fim de resguardar a legitimidade da disputa

eleitoral.

O fundamento do Recurso Contra Expedição de Diploma está previsto no artigo 262 da Lei 4.737 de 1965

(Código Eleitoral) que apresenta, taxativamente, as hipóteses de cabimento. Somente caberá o recurso nos seguintes

casos:

“I - inelegibilidade ou incompatibilidade de candidato; II - errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de representação proporcional;

III - erro de direito ou de fato na apuração final quanto à determinação do quociente eleitoral ou partidário, contagem

de votos e classificação de candidato, ou a sua contemplação sob determinada legenda; IV - concessão ou denegação do diploma, em manifesta contradição com a prova dos autos, nas hipóteses do art. 222

desta Lei, e do art. 41-A da Lei n. 9.504, de 30 de setembro de 1997.”

A legitimidade para propor o recurso contra a diplomação é concorrente entre o Ministério Público, candidato

ou pré-candidato, ainda que esteja com o pedido de registro de candidatura sub judice, partido político ou coligação.

No pólo passivo podem figurar apenas os candidatos eleitos e os respectivos suplentes, se diplomados. Não há

litisconsórcio necessário entre o candidato e o partido político, “[...] uma vez que o efeito da procedência dessa ação é a

cassação do diploma do candidato, não atingindo o partido político que será apenas terceiro interessado [...]”.

O prazo para ajuizamento do recurso, previsto no artigo 258 do Código Eleitoral, será de três dias, com termo

inicial o primeiro dia subsequente à data marcada para sessão solene de diplomação, por aplicação subsidiária do artigo

184 do Código de Processo Civil, conforme já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral.

Quanto à competência para julgamento, na diplomação decorrente de eleições municipais, o Tribunal Regional

Eleitoral fará o exame do pedido e a ação é endereçada ao Juiz Eleitoral; na diplomação atinente às eleições estaduais, o

Tribunal Superior Eleitoral examinará o pedido e a ação é endereçada ao Tribunal Regional Eleitoral; nas eleições

nacionais, cabe recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal contra a diplomação conferida pelo Tribunal

Superior Eleitoral.

Importa observar que tramita no Supremo Tribunal Federal a Arguição de Descumprimento de Preceito

Fundamental nº 167 na qual se questiona a competência do Tribunal Superior Eleitoral para julgar, originariamente, o

pedido de cassação do diploma decorrente de eleições estaduais e federais. Discute-se a competência para julgamento do

recurso em comento para que seja similar às demais ações eleitorais, ou seja, caberia ao Juiz Eleitoral a análise do

recurso em eleições municipais e ao Tribunal Regional Eleitoral em eleições para Governador, Vice-Governador,

Senadores, Deputados Federais e Estaduais.

6. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME)

O objetivo dessa demanda é desconstituir a relação jurídica que dá o suporte de direito ao exercício do

mandato eletivo que foi obtido ilicitamente pelo candidato eleito. Opõe-se ao próprio mandato eletivo e não ao registro

de candidatura ou ao diploma, como ocorre nas demais ações eleitorais.

O fundamento para a propositura da ação é o artigo 14, §§ 10 e 11, da Constituição de República Federativa

do Brasil de 1988:

“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para

todos, e, nos termos da lei, mediante:

§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da

diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se

temerária ou de manifesta má-fé.”

Podem propor a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo o Ministério Público, os partidos políticos, as

coligações, os candidatos, eleitos ou não. A legitimidade ativa para a demanda é concorrente. Ressalte-se que o eleitor

não pode propor essa ação, mas pode relatar fatos ou circunstâncias, que dão azo à demanda, ao Ministério Público

Eleitoral para que este, se entender cabível, provoque o pronunciamento da Justiça Eleitoral.

No pólo passivo podem figurar, de regra, apenas os candidatos eleitos e suplentes que eventualmente abusaram

do poder econômico ou político, corromperam, fraudaram de qualquer forma a votação ou apuração dos votos.

O prazo para ajuizamento da ação é de quinze dias, contados da data da diplomação, conforme previsão

expressa do artigo 14, § 10, da Constituição de República Federativa do Brasil de 1988, e tem natureza decadencial.

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Como é cediço na doutrina e jurisprudência, em se tratando de prazo decadencial, há perda do direito se não for exercido

dentro do prazo legalmente estabelecido.

A competência para julgamento da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo cabe: ao Tribunal Superior

Eleitoral, se candidato a Presidente e Vice-Presidente da República; ao Tribunal Regional Eleitoral, se candidato a

Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual ou Distrital; ao Juiz Eleitoral, se candidato a

Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

7. Considerações finais

De efeito, é possível identificar que as ações eleitorais, em geral, podem ser manejadas contra candidatos e

partidos políticos. Verificou-se que a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura ataca uma condição de

(in)elegibilidade; a Ação de Investigação Judicial Eleitoral visa a investigar as diversas formas de abuso de poder

político ou econômico; a Representação busca apurar e punir determinadas infrações às normas eleitorais que possam

desequilibrar o pleito; o Recurso Contra Expedição de Diploma é ação contra candidato que tenha sido eleito por meio

de atitudes ilícitas e a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo busca desconstituir a relação jurídica que permite o

exercício do mandato eletivo que foi obtido ilicitamente pelo candidato eleito. A competência para julgamento das ações

é, via de regra, determinada conforme o cargo eletivo concorrido: se candidato a Presidente e Vice-Presidente da

República, do Tribunal Superior Eleitoral; se candidato a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal,

Estadual ou Distrital, do Tribunal Regional Eleitoral; se candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, do Juiz

Eleitoral.

Eleitoral – Criminal:

1)Art. 16, CF:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral (Não Direito Eleitoral) entrará em vigor na data de sua publicação, (vigência imediata) não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (eficácia diferida)

(Emenda Constitucional nº 4, de 1993);

-É errado falar em ulterioridade eleitoral;

-O princípio é da anualidade e 1 dia;

-STF. Esse artigo é cláusula pétrea ADI 3685 – trata-se de expressão do art. 5º caput, quando trata do princípio da

segurança jurídica;

-Lei em sentido amplo;

-Processo Eleitoral: Não é sinônimo de Direito Eleitoral, é espécie deste; Sentido restrito e não amplo.

-Trata-se de mudança substancial na lei eleitoral (9504/97), também está no conceito a mudança na lei partidária

(9096/95);

-Não são Processo Eleitoral: Prestação de contas, (não há direito adquirido ao ilícito) crimes eleitorais (só respeita a

irretroatividade da lei maléfica), mudança de numero de vereadores e emancipação de municípios (criado um

município novo, já pode ter eleição esse ano mesmo);

-Visa preservar a “rules of game”, regras do jogo, Norberto Bóbbio (tudo a ver com segurança jurídica);

-Cabe a diferenciação entre vigência e eficácia – a vigência é imediata, mas a eficácia é condicionada ao prazo de 1

ano e 1 dia;

-Lei que altera Processo Eleitoral entra em vigor na publicação, mas não se aplica à eleição até 1 ano da vigência;

-É errado falar “ulterioridade”, o certo é Princípio da Anualidade e 1 Dia;

-Tem vigência imediata, mas eficácia condicionada a 1ano + 1dia, pois se não surte efeito até um ano, tem eficácia após

1ano + 1dia;

-Nesse sentido é possível falar em ultratividade de Lei Eleitoral, pois as eleições de hoje podem estar sendo regradas

pela lei revogada;

-STF/ADI 3685. Art.16. Cláusula Pétrea. Expressão da Segurança Jurídica;

-Visa preservar as rules of the game, Norberto Bóbbio;

-Lei em sentido amplo, mesmo se for EC ou LC, ou LO, nenhuma poderá alterar o processo eleitoral até 1 ano e 1 dia;

O que é processo eleitoral?

-Processo Eleitoral é apenas parte do Direito Eleitoral;

-São as mudanças substanciais na Lei Eleitoral (9504/97, exceto prestação de contas e crimes eleitorais) e na Lei

Partidária (9096/95);

-Não se considera Processo Eleitoral:

a)Prestação de Contas: não se tem direito adquirido ao ilícito;

b)Crimes Eleitorais: só respeita a retroatividade benéfica;

c)Mudança no número de vereadores: já valeria nas próximas;

-Lembrando que o numero de vereadores é definido pelo número de habitantes; mas a existência de 2º turno é definida pelo número de eleitores (200 Mil);

d)Emancipação de Municípios: criado, já pode ter eleições;

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-Obs: Vacatio Legis em regra, no silêncio da lei, é de 45 dias. O artigo 16 é exceção. Lei de Processo Eleitoral tem

vigência imediata (outra exceção é a lei processual penal. 2º do CPP), a sua eficácia que é condicionada a 1 ano + 1

dia;

-Obs: Atenção, se o Processo Penal Eleitoral for autônomo (Processo com existência própria na legislação eleitoral)

em face do Processo Penal Geral (CPP) deve seguir a regra do art. 16, só tem eficácia depois de 1 ano e 1 dia;

-Mas se a mudança for no Processo Penal Geral, no CPP, e só afetar o Eleitoral por extensão, não se aplica o artigo

16. (Ex: L10792, que alterou o interrogatório, criando reperguntas das partes, aplica-se ao Crime Eleitoral

imediatamente, não segue o 16 – outro exemplo, segundo Pacelli, seria a inversão do interrogatório);

-Obs: Art. 29 da CF:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos

nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-

Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do

mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 (2º Turno), no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (EC16/97) III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao

da eleição; IV - número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os seguintes limites: a)

mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes; b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes; c) mínimo de

quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de cinco milhões de habitantes;

Crime Eleitoral:

1)Conceito:

1.1)Conceito Formal: Todo crime tipificado em Lei Eleitoral;

1.2)Conceito Material: Nelson Hungria.

a)Crimes Eleitorais “Específicos” ou “Puros” (ou “Próprios”):

-Estão somente na Lei Eleitoral;

-Em regra julgados pela Justiça Eleitoral, salvo foro privilegiado;

b)Crimes Eleitorais “Acidentais” (ou “Impróprios”):

-Estão tanto na legislação comum quanto na eleitoral;

Ex: Desobediência. Há no CP e no C.El. Para ser eleitoral deve ter um “quid distintivo” (uma especialidade): Ordem

de Juiz Eleitoral; Ex: Crime contra a honra, para ser eleitoral deve ser “durante propaganda eleitoral” (esse é o quid distintivo);

2)Natureza Jurídica do Crime Eleitoral:

-STF. Joel J. Cândido. Trata-se de crime comum (todos que não são de responsabilidade – segundo Evandro Lins e

Silva, no STF);

-Obs: Não são crimes políticos (antes julgados pela J.M. e após a CF88 pela J.F. Lei de Seg. Nacional); nem se trata de crime de responsabilidade, que são julgados pelo legislativo;

-Obs: SUZANA CAMARGO GOMES. São crimes políticos não julgados na JF;

-Ação nos Crimes Eleitorais – Sempre Pública Incondicionada:

-355. Todos os crimes eleitorais são de ação pública incondicionada (mesmo que no CP seja privada. Ex: calúnia);

Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.

-É possível a ação privada subsidiária da pública?

1ªC: Sim, pois é regra constitucional;

2ªC: Não, pois cabe a pública subsidiária da pública: -357 §4º C.El Se o promotor ñ intentar, cabe ao PRE, se não intentar, cabe ao PGE (PGR) (o omisso responde por

crime);

Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias. § 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz,

no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual

só então estará o juiz obrigado a atender. § 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas

circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. § 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no

prazo legal representará contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal. § 4º

Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia. § 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o

órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício. (isto caberia ao particular –

representação – e não a Ação Privada Subsidiária);

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-Obs: Há um outro caso de pública subsidiaria da pública: DL 201/67 2º §2º. Se o PGJ não oferecer denúncia contra

prefeito, oferecerá o PGR. Não teria sido recepcionado);

-Crimes eleitorais são todos dolosos:

-Não existe crime eleitoral culposo, todos são dolosos;

-Algumas regras integrativas do Cód. Eleitoral (Lei 4737/65):

-284. Se o crime eleitoral não tiver pena mínima será de 15d (detenção) e 1 ano (reclusão);

Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de

detenção e de um ano para a de reclusão. -283. Todos que trabalham na Justica Eleitoral são considerados funcionários públicos, inclusive os honoríficos

(mesários);

Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral: I - os magistrados que,

mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra

função por designação de Tribunal Eleitoral; II - Os cidadão que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral; III - Os cidadão que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas Apuradoras; IV - Os

funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral. § 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função

pública. § 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou em

sociedade de economia mista.

-285. Sempre que a Lei determinar agravação ou atenuação da pena sem dizer o quantum: entre 1/5 e 1/3;

Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o "quantum", deve o juiz fixá-lo

entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena cominada ao crime.

-Melhor seria lido como majorante/minorante, pois estes comportam quantum legal, já que agravantes e atenuantes

são judiciais;

-286. Ñ se aplicam as regras do CP p/ multa, mas as do C/Eleitoral;

Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-

multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa. § 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do juiz, devendo êste ter em conta as condições pessoais e econômicas do

condenado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem superior ao valor de um salário-mínimo

mensal. § 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao

crime de que se trate. -Obs: No CP a multa varia de 10-360 dm (sendo o dia-multa de 1/30 a 5sm) / No C.El, a multa varia de 1-300 dm (o

dia multa não pode ser menor que 1sm-dia nem maior que 1sm-mensal);

-Pode ser triplicada, mas nunca ultrapassar o limite de 1 sal min dia; -Obs: Multa criminal eleitoral tem por conseqüência automática a suspensão dos direitos políticos (15,III,CF). E (2ª

conseqüência) enquanto não pagar não recebe a quitação eleitoral (impede a candidatura a cargo político), é caso de AIRC;

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condenação

criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

-Multa é condenação criminal e, portanto, além de não receber quitação eleitoral, suspendem-se os direitos políticos;

-Obs: A multa cível só tem por conseqüência a não quitação eleitoral;

-287. No silêncio do C. El, se aplicam o CP e o CPP;

Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do Código Penal.

-288. Nos crimes eleitorais de imprensa ñ se aplica a L. Imprensa;

Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as

normas dêste Código e as remissões a outra lei nele contempladas. (perdeu a importância com a revogação da Lei de

Imprensa);

3)Rito dos Crimes Eleitorais:

-364. Combina-se o C.El c/ o CPP;

3.1)Rito dos Crimes de réus c/ foro privilegiado:

-Lei 8038/90. Ler.

3.2)Rito dos Crimes s/ foro privilegiado:

-Obs: A Justiça Eleitoral tem instância administrativa, cível e criminal;

a)Administrativa: -Juiz-Administração. Poder de Polícia, questão de títulos de eleitor, etc. -Em regra as competências são do Juiz Eleitoral (há também no TRE);

b)Cível: -Juiz-Eleição. A competência depende da eleição (Exemplo: Representação por propaganda irregular, AIJE, AIRC);

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b.1) Eleição Municipal - Juiz Eleitoral e Promotor Eleitoral (membro do MPE emprestado à J.Eleitoral);

b.2) Eleição Geral - TRE e PRE (membro do MPF, indicado pelo PGE); b.3) Eleição Presidencial - TSE e PGE (É o PGR);

-Obs: Não há prerrogativa, depende da eleição e não da pessoa.

-Ex: Lula em propaganda irregular em eleição p/ prefeito (Juiz e Promotor Eleitoral e não TSE e PGE);

c)Criminal: -Aqui o critério é só o foro por prerrogativa ou não. Se tiver foro, a acao corre no Tribunal do Foro, se não tem foro:

Juiz e Promotor Eleitoral;

3.2)Rito dos Crimes s/ foro privilegiado:

I)Inquérito Policial de Crimes Eleitorais:

-Circunscrição do Delegado da Policia Federal (Crime Eleitoral é Crime Federal);

-Atenção: TSE. Res 11494/82. Convênio entre PF e Civil para realização de diligências;

-Prazos:

-Inquérito Policial Civil: 10 dias preso, 30+(...) solto;

-IP. Federal: 15+15 preso, 60 solto (a este se aplica – art. 66 L5010/60); Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze dias, quando o indiciado estiver prêso, podendo

ser prorrogado por mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da autoridade policial e deferido pelo Juiz

a que competir o conhecimento do processo.

Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito, a autoridade policial deverá

apresentar o prêso ao Juiz.

II)Promotor Eleitoral:

-Ver ADI da CONAMP, quem indica PGE ou PGJ?

-MPF entende que é o PGR;

-CONAMP entende que é o PGJ;

-De posse do IP Eleitoral pode o Promotor propor denúncia, pedir arquivamento, ou suscitar conflito;

-Obs: O Conflito no D.Eleit segue o seguinte: -Promotor x Promotor de mesma circunscrição – PRE;

-Promotor x Promotor de diferente circunscrição – PGE;

-PRE x PRE – PGE; (LC 75/93); -Prazo para a denúncia: 10 dias (preso ou solto? Ñ diz! Logo, aplicando o 46, subsídio do CPP, preso deve ser 5 dias);

Art. 46. O prazo para oferecimento a denúncia, estando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o réu estiver solto ou

afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da

data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.

-Analogia no Processo Penal: a vítima também tem 5 dias para propor queixa em caso de réu preso (exemplo: por

estupro);

-Lembrar que se o réu estiver solto, ai sim a vítima terá 6 meses para apresentar queixa-crime;

-Se a vítima deixar de apresentar em 5 dias, o réu livra-se solto, voltando a vítima a ter 6 meses para a propositura;

-No Crime Eleitoral, todos de ação pública incondicionada, o prazo é de 10 dias (silente quanto ao reu preso, se

aplico os 5 dias deste artigo);

§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á

da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. § 2

o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 (três) dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público

receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

III)Juiz Eleitoral:

-Pode rejeitar a denúncia (cabe RESE em 3 dias – 581 CPP);

-Pode determinar a emenda (prazo de 3 dias – 284 CPC);

-Obs: Regra geral. Os prazos sem prazo no Direito Eleitoral são de 3 dias; por isso o RESE aqui é em três dias, bem como o emenda, bem assim o Recurso Extraordinário Eleitoral (prazo de 3 dias);

-Pode receber c/ Suspensão Condicional do Processo (89 JECRIM);

-Pode receber a denúncia:

Caso de recebimento:

-Determina a citação do réu;

-Depoimento pessoal (seria interrogatório – cabe reperguntas);

-Alegações escritas em 10 dias;

-Diligências se necessárias;

-Instrução (vítima, testemunhas, acareações, testemunhas referidas);

-Alegações Finais em 5 dias;

-Sentença – prazo de 10 dias;

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-Recurso Eleitoral Inominado Criminal (REIC) – Prazo de 10 dias e permite o Juízo de retratação ao Juiz;

-Obs: Réu citado e não localizado. Cabe citação por hora certa? Não!!! Citação por edital, p/ responder em 24 horas; -Não sendo localizado, aplica-se o 366 do CPP: Suspensão do Processo e da prescrição e decreta-se a preventiva se

cabível, podendo provocar-se a antecipação das provas urgentes;

-Com a reforma do CPP passou a valer a citação por hora certa no caso de réu que se oculta;

-Por quanto tempo se suspende? -Damásio: pelo prazo da prescrição penal.

-STF: Não, suspende-se a perder de vista (RE 460971)! -Pacelli: O rito ordinário impõe a inversão do interrogatório para os demais procedimentos especiais;

4)Conexão e Continência nos Crimes Eleitorais:

a) Os crimes eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral, salvo se houver foro privilegiado;

-Lembrando que entre o Foro Eleitoral e Constitucional este prevalece;

-Ex: Crime Eleitoral do PR – Julgamento do STF; -HC e MS são julgados no foro por prerrogativa e não na J. Eleitoral;

-Ex: MS contra o PR – Julgamento do STF;

d) Havendo conexão/continência entre crime comum e eleitoral (especial); ambos serão julgados pela J. Eleitoral

(78, IV, CPP);

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; Il -

no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena

mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; III - no concurso de

jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.

STJ - Súmula 122: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência

federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.

-O que prevalece é o interesse federal e não o lugar da infração mais grave ou o de maior número de infrações;

Segue a lógica de uma Justiça Especial;

-Obs: Aos crimes eleitorais se aplicam os institutos despenalizadores da Lei 9099/95 nas penas máximas de até 2 anos do Código Eleitoral:

-69: Vedação ao APF (TC eleitoral é pelo Juiz, podendo haver convênio); -74: Composição Civil (raro, pois maioria dos crimes tem s. passivo vago);

-76: Transação Penal (perfeitamente cabível, nas penas máximas até 2a);

-88: Representação nas lesões leves e culposas (ñ se aplica aos crimes eleitorais, pois todos os eleitorais são de ação pública incondicionada, só se aplica a representação se for crime conexo ao eleitoral);

-89: Suspensão Condicional do Processo (Penas mínimas até 1 ano); -Obs: Lei 11.313/2006. Não pode haver soma ou exasperação de penas máximas dos crimes conexos para impedir os

benefícios da transação penal e da composição civil para os respectivos crimes reunidos no juízo ordinário e até

mesmo no júri; -Obs: Somente a Suspensão Condicional do Processo pode ser afastada quando a soma das penas mínimas, ou o

aumento mínimo da exasperação tornarem a pena superior a 1 ano (Súmulas 723 do STF e 243 do STJ);

-Obs: Os institutos podem ser aplicados autonomamente para um ou outro delito, mas os 74 (Composição), 76 (Transação) e 89 (Suspensão) não podem se repetir dentro do prazo de 5 anos (resta só a não incidência de APF);

-Ex: Fraude eleitoral+lesão corporal de um mesário (crime eleitoral + crime comum) ambos na Justiça Eleitoral. Cabe 76 na fraude e 88 e 74 na lesão (se a vitima quiser representar e não quiser compor, só restará 89 na lesão).

Depois disso, em 5 anos não tem mais benefícios;

e)Havendo conexão/continência entre crime eleitoral e crime doloso contra a vida; ambos são da CF, logo separam

os processos;

-Obs: Há projeto de Lei p/ que seja um júri presidido por Juiz Eleitoral (Suzana de Camargo Gomes entende que deveria ser o Juiz Eleitoral);

-Obs: O doloso contra a vida vai a Júri Federal se contra mesário, pois considerado funcionário federal;

f)Crime eleitoral por pessoa + crime doloso contra a vida praticado por Deputado Federal - Sumula 704, do STF,

nesse caso ambos vão ao STF, pois o foro por prerrogativa atrai sempre o co-réu;

STF-SÚMULA 704: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por

continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

-Logo, se um dos co-réus tem foro por prerrogativa de função, no caso de haver continência ou conexão, todos

poderão ser julgados neste foro; Ex: Crime cometido por Promotor de Justiça e por Oficial de Promotoria, ambos

serão julgados pelo TJ; (lembrando que o foro ganha do júri);

-Cuidado, pois não é obrigatória a união dos processos (fica a cargo do Juiz):

CPP. Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes

prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

-Caso CARREIRA ALVIN (Desembargador Carioca) e PAULO MEDIDA (Ministro do STJ) no STF – Mantida a

separação, quando alguns ficaram no STF e outros no Juízo Regional; (Já no Mensalão, ficaram todos juntos);

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-Na continência não é recomendável a separação (decisões conflitantes);

g) Crime eleitoral por Governador + Crime doloso contra a vida praticado por Deputado Federal:

-Governador seria no STJ (não no TSE, pois CF prevalece sobre o Código Eleitoral, sendo o crime eleitoral

considerado comum), mas pelas Súmula 704, ambos vão para o STF, pois é o foro mais graduado;

h)Crime eleitoral por adolescente + crime doloso contra a vida por pessoa – O adolescente (228 CF) vai p/ a VIJ

(pois não se aplica pena), desmembra-se, ambos são da CF;

-Obs: Ver que sujeito com adolescente pode se candidatar a vereador, pois se exige 18 anos na posse;

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

i)Crime eleitoral por pessoa e doloso contra a vida por adolescente

–O crime eleitoral vai para o Juiz Eleitoral; e o adolescente vai para a VIJ, ocorre o desmembramento; -Obs: O TST analisa HC (EC 45), logo tem alguma competência criminal, mas o TSE não tem competência criminal

expressa;

j) Prefeito. Súmula 702/STF: Crime comum estadual – TJ; crime comum federal – TRF; Crime eleitoral – TRE;

(simetria);

STF-SÚMULA 702: A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos (E DEPUTADOS ESTADUAIS)

restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá

ao respectivo tribunal de segundo grau. (só Prefeito e Deputado Estadual – os demais não);

-Adota-se o Princípio da Simetria: (Não se aplica a Juiz e Promotor, que sempre vão ao TJ ou TRE, nunca ao TRF);

a. Prefeito ou Dep. Est. – CRIME FEDERAL – TRF;

b. Prefeito ou Dep. Est. – CRIME ELEITORAL – TRE;

c. Prefeito ou Dep. Est. – CRIME ESTADUAL – TJ;

l)Prefeito. Súm 208/209 STJ. Justiça Estadual se a verba federal se incorporou ao Município; JF se pende prestação

de contas federal;

STJ - Súmula 209: Compete a justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada

ao patrimônio municipal.

-Se as verbas já foram incorporadas pelo Município, não há mais interesse da União, logo a competência é da JE;

-A questão de ter ou não sido incorporada pelo Município liga-se a pender ou não de fiscalização do ente federal e do

TCU;

STJ - Súmula 208: Compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante orgão federal.

-Se o Município fica encarregado de prestar contas à União (sobretudo ao TCU) das verbas repassadas, ainda há

interesse da União, logo a competência é da JF;

-Obs: STF. 2007. HC 90174. Seria contrário às súmulas do STJ. Comp da JE, independente da prestação de contas

da União;

-Mas pelo HC 89523 (STF), nota-se que na verdade continuam valendo as súmulas, pois o mero repasse de verbas

federais não gera a competência da JF para o desvio dado por prefeito; o que gera sim é a não incorporação aferida

pela pendência ou não de fiscalização pelo Tribunal de Contas da União;

m) (Súm 721). Júri x Foro exclusivamente na Cost. Estadual; Prevalece o júri, salvo se o agente estadual tiver

simetria c/ federal, caso em que prevalecerá o foro (Súm 704);

Foro no TJ p/ CE. Há cargo similar na CF? Doloso c/ a vida:

Vereador NÃO JURI

Dep. Estadual SIM (Dep. Fed.) TJ (SIMETRIA)

Sec. de Estado SIM (Min. Est.) TJ (SIMETRIA)

Delegado NÃO JURI

Vice-Governador SIM (VICE-PR) TJ (SIMETRIA)

P. Geral do Estado SIM (AGU), mas ñ tem foro na CF (Só por MedProv); JURI

-Obs 01: ADI 371, 558, 685 – Entendimento de que só poderia a CE criar foro para autoridades c/ correspondentes

federais (ficariam de fora: Vereador, Delegado, Procurador, etc.); -Obs 02: Lei 10628/02. CONAMP. Criava o foro vitalício. Inconstitucional. Vício Formal. Não poderia a Lei Ord. criar

foro (há PEC p/ revitalizar a Lei);

-Obs 03: Preso “Provisório” pode votar? Tem direito de voto, pois os direitos políticos não estão suspensos, mas o

exercício depende do TRE instalar sessões eleitorais em presídio ou cadeia.

-Nesse caso, trata-se da única exceção em que a força pública pode ficar menos de 100 metros da sessão eleitoral (art. 30/85. Res 21633/04,TSE) (Pelo CódEl deve ficar a essa distância, podendo entrar só por ordem do Juiz Eleitoral ou

Presidente da Sessão);

-Obs 04: Boca de Urna x Captação de sufrágio:

-Boca de Urna: 39, §5º, 9504/97: Não permite fazer arregimentação de eleitor no dia da eleição. Lembrando que a

manifestação de eleitor (camisa, adesivo), só pode ser individual e em silêncio. (não há margem de metragem da sessão eleitoral, qualquer metragem configura o crime); cabe transação penal; deve haver uma coação, física ou moral (vote

senão...);

§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR: I - o uso de

alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; II - a arregimentação de eleitor ou a

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propaganda de boca de urna; III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus

candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário. -Captação de Sufrágio: 299, Cód.El: (Sufrágio é gênero abstenção e voto são espécies); Pode ser desde o pedido do

registro até o dia da eleição; não cabe transação, mas cabe suspensão condicional do processo; invés de coação há um

aliciamento ou negócio (vote que ...);

Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra

vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:

Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

-Pelo art. 284, a pena mínima é de 1 ano (do que decorre caber suspensão condicional do processo);

-Obs 05: Súmula 192, STJ, execução de pena privativa de liberdade nos crimes eleitorais: juízo estadual – vara de execução penal;

1ªC: Doutrina: As decisões sobre a execução devem ser do juízo federal, somente a administração deve ser da justiça

estadual; 2ªC: Jurisprudência: presídio estadual competência estadual; presídio federal, competência federal;

STJ - Súmula 192: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.

-Duas situações:

a) Preso Federal cumprindo pena em Presídio Estadual, quem fiscaliza?

-Sumula 192 do STJ – Fiscalização pela J Estadual:

b) Preso Estadual cumprindo pena em Presídio Federal (tem ocorrido recentemente);

-Fiscalização da JF (responsável pelo presídio). O que manda é o Juízo do estabelecimento. Na linha da súmula 192.

-Obs 06: Prisão processual e crimes eleitorais:

-São prisões processuais: flagrante, temporária, pronúncia, sentença condenatória recorrível e preventiva; quais cabem em crimes eleitorais?

-Art. 236 do Cód. El: Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença

criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias

antes da eleição. § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar

a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.

-Eleitor: 5 dias antes e 48 horas depois de eleição; salvo flagrante, condenação por inafiançável, ou desrespeitar

salvo conduto;

-Fiscal ou mesários: durante a função, salvo flagrante;

-Candidatos: 5 dias antes da eleição, salvo flagrante;

-Toda prisão deve ser apresentada ao Juiz Eleitoral, que aferirá da legalidade, promovendo a responsabilização dos

coatores (é o Juiz Eleitoral quem lavra o TC);

-Logo, das prisões processuais existentes, aos crimes eleitorais cabe flagrante a qualquer momento (mesmo no dia da

eleição); por sentença ou acórdão condenatório recorrível por crime inafiançável a qualquer momento (mesmo no

dia da eleição), só para o eleitor (não para os candidatos, mesários e fiscais); -Não cabe prisão temporária em crimes eleitorais, já que não consta do rol e é antidemocrática;

-No que se refere à preventiva, cabe se respeitar o prazo do 236 do Cod.El. a não ser que seja por sentença condenatória (hoje é uma preventiva);

-Obs 07: Execução de pena de multa eleitoral:

a)Multa criminal (quem executa?): 1ªC: MPEl. na Vara de Execução Penal (164 LEP);

2ªC: TSE. Fazenda Pública Nacional (Port. 94/99 TSE); b)Multa cível: Fazenda Pública Nacional (L6830/90);

5)Principais Crimes em Espécie:

5.1)Captação de sufrágio (compra de voto):

Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra

vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:

Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

-Pelo art. 284, a pena mínima é de 1 ano, do que decorre caber suspensão condicional do processo;

-No Dar, oferecer e prometer há corrupção ativa (Crime Comum);

-No solicitar ou receber há corrupção passiva (Crime Próprio – Eleitor);

-Elemento Temporal do Tipo: Desde o pedido de registro até o dia da eleição (tipicidade conglobante – está no artigo

41-A da 9504/97 – compra de voto cível);

Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o

candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição,

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inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o

procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.

-Suzana Camargo Gomes discorda, entende que pode haver a captação de sufrágio a qualquer tempo;

-Sujeito Passivo: Estado em relação às normas do pleito e secudário o eleitor aviltado em sua liberdade de escolha;

-Objetividade Jurídica: Garantir os resultados da Eleição, por isso o crime existe uma periculosidade de dano, de

comprometimento da eleição. (na compra cível não precisa deste elemento, basta um eleitor, gera cassação de

registro/diploma);

-Teoria Monista: No mesmo tipo se pune o corruptor passivo e o ativo;

-No CP há uma exceção pluralista à teoria monista, pois a corrupção ativa e passiva são crimes diferentes;

-Crime de conteúdo variável ou conduta múltipla;

-É crime formal (independe do resultado);

-Admite-se tentativa só se o crime for plurisubsistente (ex: carta interceptada);

-Elemento Subjetivo: Dolo específico, finalidade de fraudar o sufrágio;

-Elemento Objetivo: Promessa concreta, individualizada e determinada (promessa de campanha não caracteriza,

pois é genérica, mas se individualizada classifica, ex: vou acabar com o seu IPTU);

-Legitimidade Ativa: Ministério Público Eleitoral – no Juiz Eleitoral;

-Se for o Prefeito o acusado (PRE – no TRE);

5.2)Inscrição Fraudulenta:

Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:

Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

-Vale para a inscrição de domicílio eleitoral e para transferência de domicílio eleitoral;

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Parágrafo único. Para o efeito da

inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao

juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o título anterior. § 1º A transferência só será admitida satisfeitas as

seguintes exigências: I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição. II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva; III - residência mínima de 3 (três)

meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes. § 2º O disposto

nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência.

-Sujeito Ativo: Comum;

-Sujeito Passivo: Imediato o Estado e mediato os eleitores em geral (vago);

-Tipo Subjetivo: Dolo genérico;

-Crime formal, mas a consumação exige fraude;

-Admite tentativa no caso de crime plurisubsistente;

Súmula 714 do STF e Aplicação aos crimes eleitorais:

STF-SÚMULA 714: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada

à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de

suas funções.

-No caso de crime contra o honra de servidor público (em razão da função), é possível tanto ser processado mediante

queixa, quanto ser processado pelo MP mediante representação do ofendido;

-Mas a escolha de uma opera preclusão consumativa para a outra (HC 84659-9);

-Não se aplica aos Crimes Eleitorais, pois todos são de Ação Pública Incondicionada;

Obs – ADI 3685 – JT não tem competência criminal:

COMPETÊNCIA CRIMINAL. Justiça do Trabalho. Ações penais. Processo e julgamento. Jurisdição penal genérica.

Inexistência. Interpretação conforme dada ao art. 114, incs. I, IV e IX, da CF, acrescidos pela EC nº 45/2004. Liminar

deferida com efeito ex tunc. O disposto no art. 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos pela Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar ações

penais.(ADI 3685 – Min. Cezar Peluzo);

Eleitoral – Cível

-Condições de Exigibilidade Explícitas e Inelegibilidades:

-Lembrar que existem as chamadas condições implícitas, trabalhadas pelo Ministro Carlos Brito (RO 1069) ligadas à

Moralidade Pública (será visto);

-O TSE diferencia entre Condições de Elegibilidade e Inelegibilidades;

I)Condições de Elegibilidade:

-As condições de elegibilidade são requisitos para que o cidadão tenha a capacidade eleitoral passiva (ser votado);

-Em regra a condição de elegibilidade pressupõe um, portanto, ato jurídico lícito; (A exceção é a “rejeição de contas”,

que é a um só tempo, condição de elegibilidade e caso de inelegibilidade);

-Podem ser reguladas por leis ordinárias ou resoluções do TSE (estas com força de lei ordinária dada pelo artigo 105, da

lei 9504/97);

-Ex: Escolaridade para Vereador; Quitação Eleitoral (não pode estar devendo multa eleitoral);

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-Em regra a Condição de Elegibilidade é questionada na Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC);

-Expirado o prazo da AIRC, preclusa está a matéria, salvo (exceção) se a matéria for constitucional, quando ainda

caberá AIME (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo) ou RCD (Recurso contra Diplomação);

II)Casos de Inelegibilidade:

-Já a inelegibilidade trata de sanção por ato ilícito (abuso de poder econômico, político ou abuso de autoridade);

-Há também os casos de incompatibilidade ou impedimento em que a inelegibilidade se dá por questão funcional, ou

de domicílio, ou de parentesco;

-Só podem ser reguladas por lei complementar (art. 14, § 9º da CF);

-Em regra as Inelegibilidades são questionadas por AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), AIME (Ação de

Impugnação de Mandato Eletivo) ou RCD (Recurso contra a diplomação);

-Não é AIRC, pois serve para discutir documentos;

-Excepcionalmente a Inelegibilidade pode ser veiculada pela AIRC; é o caso da rejeição de contas;

C. de Elegibilidade (14§3º) Inelegibilidades (14, §§ 5º, 6º, 7º e 9º)

§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei (lei

ordinária, ver o § 9º) I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos

políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na

circunscrição; V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para

Presidente e Vice-Presidente da

República e Senador; b) trinta anos para Governador e

Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado

Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e

juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos

mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.

-São inelegíveis para o segundo período;

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os

Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar

aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

-Já se entendeu que a necessidade de desincompatibilizar deveria atingir

também aos mesmos cargos, mas prevaleceu a idéia de que haveria

continuidade administrativa;

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do

Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito

Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à

reeleição. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os

prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a

moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do

poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na

administração direta ou indireta.

-Por isso o TSE disse que condições de elegibilidade não se confundem com

casos de inelegibilidade; essas últimas devendo ser reguladas por lei

complementar e as primeiras por lei ordinária.

-Obs: Lei 9840/99: Cria a compra de voto (41-A) e o uso da máquina (73-77); Lei 11.300/2006 cria o caixa dois (30-

A): -São Leis Ordinárias. São inconstitucionais? STF – não! Pois não são casos de inelegibilidade, mas simples casos de

sanção eleitoral (isto é, cassação do registro e/ou diploma);

-Quase uma terceira categoria (sanção eleitoral, que não é nem inelegibilidade, nem condição de elegibilidade);

-A grande indagação é a seguinte. Cassa-se o registro e faz-se nova eleição, o sujeito que comprou voto pode se

candidatar? (pois não é inelegibilidade!). Solução do TSE (capenga), não pode, pela aplicação do princípio da

razoabilidade;

Condições de Elegibilidade Explícitas:

1)Nacionalidade Brasileira:

-Alguns cargos exigem que o pretendente seja brasileiro nato (12, § 3º):

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

-Por questão de segurança nacional, o PR e todos os que estão em sua linha sucessória;

2)Pleno Exercício dos Direitos Políticos:

-“Privação” dos Direitos Políticos: Gênero de 3 espécies (cassação, perda e suspensão):

a)Cassação:

13

-É a privação definitiva dos D. Políticos, por ato exclusivo do Executivo, sem contraditório ou ampla defesa; A CF/88

não permite;

-Era permitido na Ditadura Militar;

b)Perda:

-É a privação duradoura dos D. Políticos em 2 hipóteses:

I)Cancelamento da Naturalização por sentença transitada em julgado, por motivo de atividade nociva ao interesse

nacional (recupera-se por ação rescisória);

II)Cancelamento da Naturalização por aquisição de outra nacionalidade (não se aplica aos portugueses, para eles é caso de suspensão); (recupera-se por decreto do PR, 36 da Lei 818/49);

c)Suspensão:

-É a privação temporária dos D. Políticos, com reaquisição automática (ex vi legis, uma vez cessada a causa que a

determinou);

-Hoje são 5 casos (TSE: inelegibilidade não é caso de suspensão):

I)Incapacidade Civil Absoluta (3º, NCC);

II)Condenação Criminal transitada em julgado enquanto durarem os efeitos (automático, o juiz não precisa falar);

-Os institutos do JECRIM não geram a suspensão de D. Políticos;

-Mas a Substituição de Pena, a Condenação por Contravenção, a pena de multa geram;

-A Medida de Segurança atenção: a)Se inimputável há sentença absolutória imprópria, logo não gera a suspensão por condenação criminal, mas pela

incapacidade civil;

b)Se semi-imputável (psicopata) a sentença é condenatória com sistema vicariante (ou pena reduzida ou medida de segurança), nesse caso fica suspenso os direitos políticos pela condenação;

-Adolescente que pratica ato infracional análogo a crime eleitoral (Candidato a vereador com 17 anos), se condenado, na ação sócio-educativa na VIJ, a uma MSE, não se suspende direitos políticos (pois não é criminal);

-Atenção LC 64/90 – Art. 1º, I, e (inelegibilidade por 3 anos):

Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo: e) os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada em julgado, pela prática de crime contra a economia popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio

público, o mercado financeiro, pelo tráfico de entorpecentes e por crimes eleitorais, pelo prazo de 3 (três) anos, após o

cumprimento da pena;

-Nesses casos, a condenação gera a suspensão dos D. Políticos; mas cumprida a sentença, o egresso é ainda

inelegível por 3 anos;

-Economia Popular, Fé Pública, Adm. Pública, Patrimônio Público, Sistema financeiro, Tráfico de drogas, Crimes

eleitorais;

-Diferença entre Suspensão de D. Políticos e Inelegibilidade:

Suspensão de D. Políticos Inelegibilidade

-Mais grave, pois atinge a capacidade eleitoral

ativa e passiva;

-Menos grave, só atinge a capacidade eleitoral passiva;

-Ex: Falta de Decoro Parlamentar gera inelegibilidade por 8 anos (afeta apenas a capacidade eleitoral passiva

(podem votar, mas não ser votados);

-Obs. Para impedir que concorra à eleição aquele que está com menos de 3 anos do cumprimento da pena nesses

crimes, o Promotor deve entra com a AIRC, sob pena de preclusão (pois não é matéria constitucional);

III)Improbidade Administrativa;

-37, § 4º da CF e Lei 8429/92 (artigos 9º, 10 e 11); -A partir do trânsito em julgado;

-Atenção à Lei 10.628/92 (foro vitalício para a improbidade), declarada inconstitucional (formal) ADI 2797 (CONAMP) – Há uma PEC para revitalizar a Lei;

-A discussão a se travar na PEC é quanto aos crimes “propter oficio” da época do mandato;

IV)Recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa;

-5o, VIII, e Lei 8239/91;

-Antes da CF/88 era dada como perda (só o PR recuperava), hoje é suspensão;

-Ex: Serviço Militar Obrigatório, descumprida suspende-se, cumprida, recupera-se automaticamente;

V)Opção pelo exercício dos Direitos Políticos em Portugal feita por brasileiro beneficiado pelo Estatuto da Igualdade

(art. 12, Dec. 60.436/72);

-O brasileiro fica com os Direitos Políticos suspensos e o mesmo ocorre com o Português que se beneficiou com o

estatuto da igualdade aqui no Brasil (é caso de exceção em que a assunção em Direitos Políticos de outro pais não

gera perda, mas apenas suspensão);

VI)Falta de Decoro Parlamentar (não está mais no rol):

14

-Era o 6º caso de suspensão de Direitos Políticos, mas o TSE o definiu como inelegibilidade e não como suspensão,

logo está fora hoje;

3)Alistamento Eleitoral:

-Para ser candidato a pessoa deve ser eleitora (Ver Res. 21.538/2003);

4)Domicílio Eleitoral na Circunscrição:

-A CF fala domicílio e não residência; portanto, domicilio é matéria constitucional e residência é matéria

infraconstitucional (para esta só cabe AIRC, sob pena de preclusão);

-Domicilio 42, p. único:

-Domicílio Eleitoral é a primeira inscrição (inscrição originária ou pioneira);

-Não tem haver com domicílio civil; -Tem conceito ligado à moradia, basta ter vínculo patrimonial (um imóvel), político (filiação na localidade) ou afetivo

(subjetividade) com a terra (TSE);

-Questiona-se pela AIRC, se perder o prazo da AIRC, matéria constitucional, não preclui, entre com a AIME ou RCD (após a eleição);

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e,

verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.

-Residência (transferência de domicílio eleitoral) art. 55:

-Residência Eleitoral ou Transferência de Domicílio Eleitoral é da segunda inscrição em diante (inscrição derivada ou

decorrente);

-O TSE equiparou residência também à idéia de moradia; -Aqui há requisitos mais difíceis (não bastam os vínculos);

a)Moradia por pelo menos 3 meses no local; b)Ao menos 1 ano do título anterior;

c)Pedido feito antes do período de proibição – isto é – mais de 150 dias antes da data da eleição (e não 100 como no

Cód. Eleitoral); Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua transferência,

juntando o título anterior.

§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências: I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição.

Lei 9.504/97 - Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição.

II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;

III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.

§ 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência.

-Não se aplica o prazo de 3 meses e nem o de 1 ano, no caso de transferência de servidor e de seus familiares;

-Atenção: Somente para Administração Direta e Autárquica (não se aplica a SEM e EP);

-Atenção: Transferência de Domicilio só pode ser impugnada por AIRC, sob pena de preclusão, não há outra

alternativa, pois não é constitucional;

-Caso PRONA e Enéias, os outros deputados que ele levou não eram paulistas. Era caso de transferência (cabia AIRC e no MPSP não entrou);

-Prazo Recursal:

I)Para transferência se aplica o art. 57 do Cód. Eleitoral:

Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será imediatamente publicado na imprensa oficial na

Capital, e em cartório nas demais localidades, podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez dias. § 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo o pedido deverá ser desde logo decidido, devendo o despacho do

juiz ser publicado pela mesma forma. § 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer delegado de partido, quando o pedido

for deferido. § 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral decidirá do recurso interposto nos têrmos do

parágrafo anterior. § 4º Só será expedido o nôvo título decorridos os prazos previstos neste artigo e respectivos parágrafos.

-O prazo de recurso da transferência (para o TRE) é de 3 dias para o eleitor que teve a transferência indeferida; e 3

dias no caso de delegado de partido se a transferência é deferida;

-É o Recurso Eleitoral Inominado (REI) no qual cabe juízo de retratação do Juiz Eleitoral;

II)Para o domicílio eleitoral se aplica a Lei 6996/82, art. 7º, § 1º: -5 dias para o eleitor com inscrição indeferida;

-10 dias para o delegado de partido no caso de deferimento;

-Também vai ao TER, chama-se REI, e também cabe juízo de retratação;

15

Art. 7º - Despachado o requerimento de inscrição pelo Juiz Eleitoral, o setor da Secretaria do Tribunal Regional

Eleitoral responsável pelos serviços de processamento eletrônico de dados enviará ao Cartório Eleitoral, que as fornecerá aos Partidos Políticos, relações dos eleitores inscritos originariamente ou por transferência, com os

respectivos endereços, assim como dos pedidos indeferidos ou convertidos em diligência. § 1º - Do despacho que

indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de 5 (cinco) dias e, do que o

deferir, poderá recorrer qualquer delegado de Partido Político no prazo de 10 (dez) dias. § 2º - As relações a que se

refere o "caput" deste artigo serão fornecidas aos Partidos Políticos nos dias 1º (primeiro) e 15 (quinze) de cada mês,

ou no 1º (primeiro) dia útil seguinte, datas em que começarão a correr os prazos mencionados no parágrafo anterior, ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os Partidos não as retirem.

-Tempo de Domicílio p/ concorrer. Lei 9.504/97, art. 9º (1 ano):

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo

prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. Parágrafo

único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.

5)Filiação Partidária:

-A Filiação partidária deve ser um ano antes da eleição que se queira concorrer (artigo anterior);

-Exceções:

1)Militares da “ativa” não podem estar filiados, mas se quiserem concorrer devem seguir as seguintes regras:

-Militar com menos de 10 anos de serviço: Se afastar das funções (sem se filiar), a partir do registro de candidatura; e

se for comandante da unidade, 6 meses antes do registro da candidatura;

-Militar com mais de 10 anos: Será agregado (não apenas se afasta das funções) e se eleito passa à inatividade; CF, art. 14, § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará

automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

-Lembrando que o Militar não pode usar farda durante a campanha (pode usar a patente); -O prazo para o militar da inatividade é o comum e deve ser filiado;

-O Bombeiro Militarizado segue a regra dos militares (mas há lugares em que os bombeiros não são militares, ai é o

prazo comum);

2)Juízes e Membros dos Tribunais de Contas (no podem ter atividade político-partidária):

-Mas os inativos ou exonerados: Podem se eleger e devem estar filiados e descompatibilizados em 6 meses para eleições proporcionais (deputado e vereador) e 4 meses para majoritária (senador e executivos);

3)Membros do MP (3 regras):

I)Ingressantes antes da CF/88 (29, § 3º do ADCT): -Direito de opção para exercer atividade político-partidária;

-A opção deve ser feita em 2 anos (da publicação da LC 75/93)para os membros do MPU, e a qualquer tempo pelos membros do MPE (salvo se limitado na Lei Orgânica);

-§ 3º - Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às garantias e vantagens, o membro do Ministério Público

admitido antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às vedações, a situação jurídica na data desta.

-Ex: Carlos Sampaio: Houve direito adquirido ao sistema de mero afastamento, pois tinha direito de opção (já era

vereador em 93);

-Ex: Fernando Capez: Mesma situação, mas alegou-se que deveria exercer a opção em 2 anos, conforme a LC

75/93;

-Prevaleceu no TSE que a Lei 75/93 não se aplicava ao MPE, logo, não constando na Lei Orgânica do MPE, opção

a qualquer tempo;

II)Ingressantes de 5/10/1988 (CF) a 30/12/2004 (EC 45/2004):

-1ªC: CNMP. Permitida a atividade político-partidário pelo Direito Adquirido (há resolução); -2ªC: Consulta 1408. Não existe direito adquirido de regime estatutário; análogo à tese da taxação dos inativos (não há

direito adquirido ao regime jurídico) (não há posição do Supremo); III)Ingressantes após a EC 45/2004 (31/12/2004):

-Não pode o Membro do MP da ativa participar de atividade político-partidária; Saindo da ativa entra na regra dos

juízes (6 meses para proporcionais e 4 meses para majoritárias);

6)Idade Mínima:

a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do DF; c) 21 anos para Deputado Federal, Estadual/Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) 18 anos para Vereador. -Segundo o TSE, a idade deve ser aferida pelo momento da posse, isto está na lei 9504/97 (não há problema em ser Lei

Ordinária, pois o caso é de condição de elegibilidade e não de inelegibilidade, poderia ser até por Resolução do TSE);

16

-Ex: Pessoa com 17 anos concorre a vereador – vira Presidente da Câmara de Vereadores – se Morrer o Prefeito e o

Vice, poderá assumir a Prefeitura? SIM!!! – pois a idade mínima não é para o exercício do cargo, mas sim uma condição de elegibilidade (para titularidade primária, por eleição; não vale para titularidade secundaria, vacância do

cargo);

-A CF quando quer proibir titularidade secundária o deve fazer expressamente. Ex: Brasileiro Naturalizado não pode

ser Pr. da República;

RO 1069/04 (TSE) – Condição de Elegibilidade Implícita:

-No conhecido caso Eurico Miranda o Min. Carlos Brito criou a tese conhecida como condição de elegibilidade

implícita;

-Segundo o Ministro, os direitos políticos são valores fundados em duas irmãs siamesas do Estado de Direito: A

Soberania Popular e a Democracia Representativa;

-Isto faz diferenciar os direitos políticos, que tem cunho de coletividade; dos direitos individuais;

-Os Direitos Políticos pertencem ao ramo do Direito Constitucional ligado a valores e não a pessoas; sendo ramo do

Direito Coletivo, de eleger ou ser eleito;

-Os titulares dos Direitos Políticos não exercem tais direitos para favorecerem imediatamente a si mesmos, como ocorre

nos direitos individuais, por isso o voto é obrigatório;

-Ou seja:

a)Para o Eleitor o voto é a afirmação da soberania popular e não autenticidade do regime democrático representativo; assim o eleitor quando vota não satisfaz a si mesmo, mas à coletividade, consubstanciada na própria

democracia, por isso o voto é obrigatório;

b)Para o Candidato, este somente pode participara da eleição visando representar a coletividade, territorialmente por inteiro, consagrando a soberania popular. Por isso é condição de elegibilidade implícita que o candidato tenha sua

vida pública baseada na probidade ou moralidade, sendo que Inquéritos Civis, Penais, ACPs, Denúncias, podem

impedi-lo de concorrer à eleição, através da AIRC;

-A pendência era que o TRE do Rio de Janeiro queria considerar caso de inelegibilidade, com base no § 9º do 14:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a

normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função,

cargo ou emprego na administração direta ou indireta. -O problema é que deveria haver lei complementar, daí a tese de ser caso de condição de elegibilidade, que poderia ser

por lei ordinária ou resolução do TSE, ou mesmo decisão do TSE; e mais, a moralidade/probidade seria condição

implícita no próprio caput do art. 37;

-Alegaram ainda o princípio da inocência, refutada pela idéia de que o princípio da inocência se aplica ao Direito Penal

e não ao Cível;

-A tese do Ministro Carlos Brito perdeu por 4x3;

-Conclusão: A condição de elegibilidade implícita não ofende o art. 14 § 9º da CF, pois se trata de condição de elegibilidade e não caso de inelegibilidade; Não gera inelegibilidade, mas impede de concorrer na eleição, já que os

Direitos Políticos tem caráter coletivo;

-Conclusão: Não ofende também o princípio da presunção de inocência, pois este se aplica ao Direito Penal e não na ceara cível;

-Mas a tese que prevalece no TSE é a de que o artigo 9º não é auto-aplicável e que são causas de inelegibilidade não

regulamentadas:

O art. 14, § 9°, da Constituição não é auto-aplicável (Súmula nº 13 do Tribunal Superior Eleitoral). Dessa forma,

ausente lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato implicará inelegibilidade, não pode o julgador, sem se substituir ao legislador, defini-los. Precedentes. (TSE - RCED 684 – 26.05.2009);

ADPF 144 (Prevalece a inexistência de condição implícita):

-O Tribunal, por maioria, julgou improcedente ADPF, ajuizada pela AMB, em que questionava a validade das interpretações do TSE em tema de inelegibilidade fundada na vida pregressa dos candidatos, bem como sustentava, por

incompatibilidade com o § 9º do art. 14 da CF, a não-recepção de certos textos normativos inscritos na Lei

Complementar 64/90, nos pontos em que exige o trânsito em julgado para efeito de reconhecimento de inelegibilidade e

em que acolhe ressalva descaracterizadora de hipótese de inelegibilidade

-No mérito, entendeu-se que a pretensão deduzida pela AMB não poderia ser acolhida, haja vista que desautorizada tanto pelo postulado da reserva constitucional de lei complementar quanto por cláusulas instituídas pela própria

Constituição da República e que consagram, em favor da pessoa, o direito fundamental à presunção de inocência;

- Rejeitou-se a pretensão deduzida pela argüente no que respeita às alíneas d, e, e h do inciso I do art. 1º, e ao art. 15, todos da LC 64/90, ao fundamento de que o postulado consagrador da garantia de inocência irradia os seus efeitos

para além dos limites dos processos penais de natureza condenatória, impedindo, desse modo, que situações

processuais ainda não definidas por sentenças transitadas em julgado provoquem, em decorrência das exigências de

probidade administrativa e de moralidade a que se refere o § 9º do art. 14 da CF, a inelegibilidade dos cidadãos ou

obstem candidaturas (condição de elegibilidade) para mandatos eletivos.

17

-Afastou-se, também, a alegação de que a ressalva contida na alínea g do aludido inciso I do art. 1º da LC 64/90

estaria em confronto com o que disposto na ECR 4/94 porque descaracterizaria a hipótese de inelegibilidade referida no preceito legal em questão.

-No ponto, registrou-se que o TSE, em decorrência de várias decisões por ele proferidas, estabelecera diretriz

jurisprudencial consolidada no Enunciado 1 da sua Súmula [“Proposta a ação para desconstituir a decisão que

rejeitou as contas, anteriormente à impugnação, fica suspensa a inelegibilidade (Lei Complementar 64/90, art. 1º, I,

g)”], mas, posteriormente, reformulara essa orientação, com o declarado propósito de conferir maior intensidade à

proteção e defesa da probidade administrativa e da moralidade para o exercício do mandato eletivo.

-Asseverou-se que estaria correto o entendimento do TSE no sentido de que a norma contida no § 9º do art. 14 da

CF, na redação que lhe deu a ECR 4/94, não é auto-aplicável (Em. 13 da Súmula do TSE), e que o Judiciário não

pode, sem ofensa ao princípio da divisão funcional do poder, substituir-se ao legislador para, na ausência da lei

complementar exigida por esse preceito constitucional, definir, por critérios próprios, os casos em que a vida

pregressa do candidato implicará inelegibilidade. -Concluiu-se, em suma, que o STF e os órgãos integrantes da justiça eleitoral não podem agir abusivamente, nem fora

dos limites previamente delineados nas leis e na CF, e que, em conseqüência dessas limitações, o Judiciário não dispõe de qualquer poder para aferir com a inelegibilidade quem inelegível não é. Reconheceu-se que, no Estado Democrático

de Direito, os poderes do Estado encontram-se juridicamente limitados em face dos direitos e garantias reconhecidos

ao cidadão e que, em tal contexto, o Estado não pode, por meio de resposta jurisdicional que usurpe poderes

constitucionalmente reconhecidos ao Legislativo, agir de maneira abusiva para, em transgressão inaceitável aos

postulados da não culpabilidade, do devido processo, da divisão funcional do poder, e da proporcionalidade, fixar

normas ou impor critérios que culminem por estabelecer restrições absolutamente incompatíveis com essas diretrizes

fundamentais. -Afirmou-se ser indiscutível a alta importância da vida pregressa dos candidatos, tendo em conta que a probidade pessoal e a moralidade representam valores que consagram a própria dimensão ética em que necessariamente se deve

projetar a atividade pública, bem como traduzem pautas interpretativas que devem reger o processo de formação e

composição dos órgãos do Estado, observando-se, no entanto, as cláusulas constitucionais, cuja eficácia subordinante conforma e condiciona o exercício dos poderes.

-Aduziu-se que a defesa desses valores constitucionais da probidade administrativa e da moralidade para o exercício

do mandato eletivo consubstancia medida da mais elevada importância e significação para a vida política do país, e que o respeito a tais valores, cuja integridade há de ser preservada, encontra-se presente na própria LC 64/90, haja

vista que esse diploma legislativo, em prescrições harmônicas com a CF, e com tais preceitos fundamentais, afasta do processo eleitoral pessoas desprovidas de idoneidade moral, condicionando, entretanto, o reconhecimento da

inelegibilidade ao trânsito em julgado das decisões, não podendo o valor constitucional da coisa julgada ser

desprezado por esta Corte. Vencidos os Ministros Carlos Britto e Joaquim Barbosa que julgavam a argüição

procedente. ADPF 144/DF, rel. Min. Celso de Mello, 6.8.2008.

Propaganda Eleitoral:

a)Pesquisas Eleitorais:

–Inicia-se o rigor das pesquisas em 01/01 do ano eleitoral;

-Pesquisas Internas de Partido não seguem as regras de pesquisa eleitoral, salvo se utilizadas como propaganda extemporânea (pedindo voto);

-Quem registra a pesquisa eleitoral no Brasil deve ser a entidade que a realiza e o candidato que a contrata;

-Obs: A pesquisa eleitoral deve ser feita por estatístico registrado no CRE; -Devem ser registradas na Justiça Eleitoral 5 dias antes da divulgação;

-Art. 33 da Lei 9504/97 e resoluções do TSE; Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos,

para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias

antes da divulgação, as seguintes informações: I - quem contratou a pesquisa; II - valor e origem dos recursos despendidos no trabalho; III - metodologia e período de realização da pesquisa; IV - plano amostral e ponderação

quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e margem de erro; V - sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do

trabalho de campo; VI - questionário completo aplicado ou a ser aplicado; VII - o nome de quem pagou pela realização

do trabalho. § lº As informações relativas às pesquisas serão registradas nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos. § 2º A Justiça Eleitoral afixará imediatamente, no local de costume, aviso

comunicando o registro das informações a que se refere este artigo, colocando-as à disposição dos partidos ou

coligações com candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de trinta dias. -A divulgação, preenchidos os requisitos, pode ser feita a qualquer momento, inclusive no dia da eleição;

-A pesquisa de boca de urna (feita no dia da eleição) só pode ser divulgada após o término da eleição;

-Pesquisa Eleitoral x Enquete ou Sondagem:

a)Pesquisa Eleitoral tem caráter científico;

b)Enquete ou Sondagem não tem caráter científico, mas deve ser informado este aspecto ao eleitor (não informado gera multa por propaganda irregular);

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-Atenção: Desde 2008 o TSE definiu que a enquete deve seguir as mesmas regras de pequisa eleitoral, exceto em sua

cientificidade;

-Sanções por pesquisa irregular (33, § 3º):

§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este artigo sujeita os responsáveis a

multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.

-Pesquisa Fraudulenta (diferente de irregular) é crime (33, § 4º):

§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no

valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.

b)Propaganda Eleitoral em recinto aberto ou fechado:

Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende de licença da polícia. § 1º O candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à

autoridade policial em, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo

a prioridade do aviso, o direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário. § 2º A autoridade policial tomará as providências necessárias à garantia da realização do ato e ao funcionamento do tráfego e dos serviços

públicos que o evento possa afetar.

c)Propaganda Eleitoral Pessoal Silenciosa no Dia da Eleição:

-Hoje é possível; isso veio a aliviar a dureza da lei 9504/97 (art. 39):

§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR: I - o uso de

alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; II - a arregimentação de eleitor ou a

propaganda de boca de urna; (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006) III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou

dísticos em vestuário. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) -O TSE expediu resolução amenizando o dispositivo legal a dizer que se a manifestação for individual e silenciosa do

eleitor. Logo, no dia da eleição é possível votar com a camiseta do candidato preferido, bem como boné ou broche

(dísticos), adesivos, etc. Tais atos não serão crime de boca de urna; -Se por outro lado houver aglomeração de eleitores ou acinte de um só eleitor pode haver a prisão em flagrante por

boca de urna;

d)Distribuição de Produto de Campanha:

§ 6o É vedada na campanha eleitoral a confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua

autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que

possam proporcionar vantagem ao eleitor. (Lei nº 11.300/06)

-De se notar que não se veda a confecção e distribuição ou uso destes produtos pelo eleitor, mas caso queira ele

mesmo confeccionar e distribuir deverá prestar contas à Justiça Eleitoral se o valor superar 1000 Ufir;

e)Propaganda Eleitoral na Internet:

-A regra é que não pode ser antes do dia 6 de julho (após 5 de julho quando começa a propaganda eleitoral); -A exceção é o site do candidato que não contenha pedido de votos, pois neste caso o TSE entende que se trata de

biblioteca virtual;

-Sucede que nesse site não pode haver link pedindo voto, ou mesmo, janelas para outros sites; -A partir de 6 de julho é possível e propaganda na internet, desde que aceita pelo eleitor:

a)Banners: Não são permitidos (aperecem derrepente);

b)Chat: Permite-se, pois pressupõe a vontade do eleitor; c)Spam: Não se permite;

d)Não pode haver propaganda via provedor, pois seria abuso do poder econômico (são pagos por toque);

f)Direito de Resposta em Propaganda:

-Três espécies – 58, 9504/97:

a)Prazo de 24 horas para fazer o pedido – se a ofensa for no horário eleitoral gratuito (45 dias da ente-véspera das eleições):

b)Prazo de 48 horas para fazer o pedido – se a ofensa for de veículo de comunicação televisivo ou radiofônico; b)Prazo de 72 horas para fazer o pedido – e a ofensa for por veiculo impresso como revistas e jornais;

-Caso de censura admitida na Justiça Eleitoral:

-Candidato que ofende outro candidato no último dia de programa eleitoral gratuito no radio ou na TV; nesse caso o ofendido fará o direito de resposta fora da planilha, sendo que a Justiça Eleitoral deve aprovar a resposta (claro, para

não haver outra ofensa e haver tréplica);

g)Propaganda Eleitoral em Bens Particulares:

-Permitida de forma irrestrita, salvo se configurar abuso do Poder Econômico;

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-Em condomínio (área comum), somente se todos os condôminos concordarem;

-Propaganda Eleitoral em muro e indenização: -Deve-se pedir a Demoção e Pintura e multa por propaganda irregular;

-Cabe indenização, mas não na Justiça Eleitoral, sim na Justiça Comum;

37, § 2º Em bens particulares, independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral, a

veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições.

h)Jingles e Indenização:

-O artista que não dá autorização pode tomar providencia na Justiça Eleitoral para retirada do Jingle da campanha sob pena de crime de desobediência;

-Mas a indenização deve ser na Justiça Comum;

i)Propaganda em Bens Públicos (11.300/2006):

-Bem público não pode ser objeto de campanha, salvo duas exceções:

a)37, 9504/97, reunião de comitê em casas legislativas com permissão da mesa diretora); b)Bens móveis removíveis (Resolução do TSE): em logradouros públicos a utilização de bandeiras, flâmulas, cartazes

(móveis); -São proibidos cavaletes (que são afixados por equiparação legal);

Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso

comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação,

inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados.(Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)

§ 1o A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a

notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00

(dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais). (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006) § 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora.

g)Comício, Alto-falante e Schowmício:

-Comício pode fazer das 8:00 às 24 horas; -Alto falante: das 8:00 às 22 horas, com no mínimo 200 metros das sedes dos Poderes Executivos e Legislativos,

Tribunais, Hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros quando em funcionamento;

-Schowmício (animação de comício, por cantor ou pelo próprio candidato – ex: Caso Frank Aguiar) é proibido, pela

11.300/06 (Lei 9504/97);

§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, ressalvada a hipótese contemplada no parágrafo seguinte, somente é permitido entre as oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a instalação e o uso daqueles

equipamentos em distância inferior a duzentos metros: I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares; II - dos hospitais e casas de saúde; III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros,

quando em funcionamento. § 4

o A realização de comícios e a utilização de aparelhagem de sonorização fixa são permitidas no horário

compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) horas.

§ 7o É proibida a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a

apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral. (Lei nº

11.300/06)

h)Outdoor – proibição:

§ 8o É vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, coligações

e candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIRs. (Lei nº 11.300/06)

i)Sanções – não previstas nos parágrafos 6º e 7º:

-São os casos de proibição de Schowmício e de Distribuição de Produtos de Campanha por candidato e comitê;

-Nesses casos ou se aplicará o artigo 30-A da 9504/97 ou o 347 do Cód. Eleitoral:

Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral relatando fatos e indicando provas e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei,

relativas à arrecadação e gastos de recursos. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) § 1o Na apuração de que trata este

artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que

couber. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) § 2o Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins

eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado. (Incluído pela Lei nº 11.300, de

2006) Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor

embaraços à sua execução: Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-multa.

j) Propaganda Eleitoral Escrita em Imprensa:

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-Se paga, evidentemente, só é possível até a ante-véspera da eleição;

Art. 43. É permitida, até a antevéspera das eleições, a divulgação paga, na imprensa escrita, de propaganda eleitoral, no espaço máximo, por edição, para cada candidato, partido ou coligação, de um oitavo de página de jornal padrão e

um quarto de página de revista ou tablóide. Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita os

responsáveis pelos veículos de divulgação e os partidos, coligações ou candidatos beneficiados a multa no valor de R$

1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente ao da divulgação da propaganda paga, se este for

maior. (Lei 11.300/06); (antes era até a data da eleição);

-Observações:

-No dia da eleição nada pode ser feito de propaganda;

-Na véspera da eleição só pode ser feito passeata e carreata (mas não pode haver reunião pública – “parado”); -Até a ante-véspera, tudo que não é vedado pela Lei Eleitoral;

Relembrando - Ações Eleitorais:

1)AIRC (Impugnação de Registro de Candidatura):

a)Objeto: Serve para aferir Condição de Elegibilidade;

-Exceção (pode-se aferir inelegibilidade): a)Rejeição de Contas;

b)Art. 1º, I, e) LC 64/90;

Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo: e) os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada em julgado, pela prática de crime contra a economia popular, a fé pública, a administração pública, o patrimônio

público, o mercado financeiro, pelo tráfico de entorpecentes e por crimes eleitorais, pelo prazo de 3 (três) anos, após o

cumprimento da pena; b)Prazo: 5 dias da publicação dos candidatos;

c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP Eleitoral;

d)Competência: Para Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): TRE;

Eleições Presidenciais: TSE; e)Sanção: Cassação do Registro de Candidato;

2)AIJE (Investigação Judicial Eleitoral):

a)Objeto: Serve para aferir Inelegibilidade por Abuso de Poder Político, Econômico ou de Autoridade (Serve para investigar o candidato);

b)Prazo: Do pedido de registro de candidatura até a diplomação; c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP

Eleitoral;

d)Competência: Para Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): TRE; Eleições Presidenciais: TSE;

e)Sanção: Inelegibilidade por 3 anos (ex tunc – Sum 19 do TSE) + multa;

3)AIME (Impugnação de Mandato Eletivo):

a)Objeto: Serve para aferir Inelegibilidade por Abuso de Poder Político, Econômico ou de Autoridade (É contra

candidato vencedor); b)Prazo: Do pedido de registro de candidatura até 15 dias após a diplomação;

c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP

Eleitoral; d)Competência: Para Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): TRE;

Eleições Presidenciais: TSE; e)Sanção: Inelegibilidade por 3 anos (ex tunc – Sum 19 do TSE) + multa;

4)RCD (Recurso contra a Diplomação):

a)Objeto: Serve para aferir Inelegibilidade por Abuso de Poder Político, Econômico ou de Autoridade; -Pode aferir a questão do 41-A (compra de voto);

b)Prazo: Do pedido de registro de candidatura até 3 dias da diplomação; c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP

Eleitoral;

d)Competência: Para Eleições Municipais: TRE; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): TSE; El. Presidenciais: Não cabe;

e)Sanção: Inelegibilidade por 3 anos (ex tunc – Sum 19 do TSE) + multa;

5)Representação 41-A:

a)Objeto: Serve para aferir Compra de Voto – sem gerar inelegibilidade;

b)Prazo: Não há prazo legal. Jurisprudência: Do pedido de registro até a data da eleição (há corrente para que seja até a diplomação, mas o problema seria o candidato esperar o resultado para entrar);

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c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP

Eleitoral; d)Competência: Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): Juiz Auxiliar

c/ Agravo Interno para o TRE; Eleições Presidenciais: Juízes Auxiliares c/ Agravo Interno para o TSE;

e)Sanção: Cassação do registro ou diploma; + multa (não gera inelegibilidade);

6)Representação 30-A:

a)Objeto: Serve para aferir Gastos Ilícitos de Campanha (caixa 2) – sem gerar inelegibilidade;

b)Prazo: Não há prazo legal. Jurisprudência: Do pedido de registro até a data da eleição; c)Legitimidade: Pela Lei Partido e Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito);

-O MP Eleitoral, pelo art. 127 da CF é o defensor do regime democrático, evidente que pode entrar com a representação;

-O Candidato também poderia (Thales Tácito), pois o 30-A é espécie do gênero abuso, de forma que se o candidato

pode entrar com a AIJE (o mais), pode entrar com a representação por caixa 2 (o menos); d)Competência: Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): Juiz Auxiliar

c/ Agravo Interno para o TRE; Eleições Presidenciais: Juízes Auxiliares c/ Agravo Interno para o TSE; e)Sanção: Cassação do diploma;

7)Representação 73-77:

a)Objeto: Serve para aferir Uso da Máquina pelo Poder Executivo – sem gerar inelegibilidade; b)Prazo: Não há prazo legal. Jurisprudência: Do pedido de registro até a data da eleição;

c)Legitimidade: Candidato (inclusive “sub judice”), Partido, Coligação (só se estiverem concorrendo ao pleito), MP

Eleitoral; d)Competência: Eleições Municipais: Juiz Eleitoral; Eleições Gerais (deputado, governador e senador): Juiz Auxiliar

c/ Agravo Interno para o TRE; Eleições Presidenciais: Juízes Auxiliares c/ Agravo Interno para o TSE; e)Sanção: Sanções Difusas (cassação do registro, diploma, ambos, + multa, cada inciso tem uma sanção);

-Obs: AIJE, AIME e RCD seguem a tese da potencialidade do dano, são ações que visam proteger as Eleições, os atos

para serem ilícitos precisam ter potencial de comprometer as eleições (se o candidato prejudicado perdeu por muito não há falar em interesse nas ações);

-Obs: Já o 41-A não importa a potencialidade do dano, tentar comprar um eleitor já basta;

-Obs: Pelo TSE, no 30-A deve haver potencialidade de dano (caso dossiê Lula); -Obs: No 73-77, o TSE após 2007 (antes era adotada a potencialidade do dano) passou a adotar a razoabilidade e

proporcionalidade (se a conduta é séria cassa o registro, se não for séria, é possível aplicar uma multa --- na potencialidade não se aplicaria nada);