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Estudos de História do Direito - Paulo Merêa - 1928

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MANUEL PAULO MEREA PM~#IOI da Faculdada d i Dlreito cia Colmbra

DO MESMO AUTOR:

Inip.odqx% ao prOaIemca do f a d d h o snt h d q m l (Cairn- b m , 1912);

Idwlium r d i d l o (Coimb3 191 3); Hiat4-h tibs vegimsa ~wdrirno~aics in -2 volumes - (Coim-

bra, 1913); Sdr#, jurisk. o problsnsa du &gem do p ~ w FiM

(Coimbra, 1917) ; Cddigo civil bsussiiaiva anohdo (Lisboa, 1917); Texh de WrGilo uk476fico (para uso das avle8)-2 volu-

mes- f Co+ra, 1980-1922); Xkldrda & Porkgal prora prso dms claroee 8,' e 7 .O &a

iiw - de colaboraqiio w m o Prof. Damilo Derea - (Fimbra, 1921 );

Condip30 jwrldiers do8 $hoe ikgitimos I dudm de dwida- p6o o o m p m d a (Coimbra, I=);

% u & f w W o sdbrs o rdimiio mawtudCabrio poriugwb (Coirnbra,1923);

LiMea & hiefdria do direito godug&, fsit& oo .eufm de 1922-1923 ( em pubhapilo);

Artigos {grios na 4 Rezhfca & UfiiverWada ;de Cvimbm ., no * Inslikrlox, na s RmWu de Hi&ri+ics r, no a B&tiwt da Famtdade de Dlreifo ds 0oiwb-a 8 , no Boldina dda 2." c h s e da Aeachia h Scs'Waa & Liobna -, etc. (alguns reproduzidos no pmsenb volume).

M a p d elmernlar ds h W a do dit;sib portarpplda ; &&&a & kislb6-k do dirttilo podup& ( 2 s &ria) ; Cob&& L I t ~ ~ f o e dr did fop^ (para urn das aulae).

ESTUDOS

PE

COIMBRA EDITORA. L.D-\ (Aotlga ma FBANFA & ARx~NIO,

UVRARlA OETCIUAB Baa Ferdra Borges, 19 ( Arenida do Arnado

C O I M B R A

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A GAMA BARROS

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Be Andre de Resende a Berculano

(Sirnula histhripa da hIsWria do direito ~oflugu8s) (I

Fazendo urn ripido esoorqo histhrico da hist6ria do direito alemiio, acentna BRUNNER t f ) que ela 6 uma sci6ncia relativamen te inoderna. 0 s espanh6is ( 3 ) e os italianos (') f u e m identica observagao acerca dos seus respec- tivos direitos. 0 s fra~ceses, conquanta urn pouco mais precoces -para o que contri- buiu o grande desen~olviment~ do dioit cou-

( I ) LiGgo inaugural dam curso de I~lst&ria do direita p6tri0, publimda palm primeira vez no Bdetim da Fwddade de Direih ds ODimbru, volm. v e YI.

('I D e u a ReeklagediEklr!, I.' vol., 2." eJ. jLeipzig, 1806). pas. 18.

( 3 ) Vide UBHPi.4 y SMEXJAUD, Diwurso leido evd lu demne inow- ge#(tcih & a& a m k i l o de 19tm u IW7.1Mad1-id, 19q61, sign. pdg. 43, e cf. Altrrnira, C b l k dc hi&riu del dm&. Mg. I i e sem.,

t 4 ) V i d e por ex. SALVIOU, TmUttb di #toria del dirilto ilaiiana 8.' ed. ( 1921 ) pdg. 16.

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t%c~nies- e da respectiva literatura-, n8o padern, em todo o .case, aponhr historiadores do direito anteriores ii segunda rnetade do s6culo xvIr j 1 ) .

As causas d h t e facto sfio puuco mais an menus as lnesmas em tuda a parte e esousado se torna insistic, nelas: por um Lad9 b pmdo- minio absorvente lios direitos ro'mano e can6- uica e a orientavao doginiiticp na sci&ncia do direito nacional, por dutro a esfern restrita da historiogl-zfia e a falta duma concep~go filosb- Acs da hist6ria.

Portugal ( I ) n6o escapa a esta ragra, por- quanto n verdadeira hist6ria do direito portu- gu6s data apsnas da segunda rnetade do sAculo xvm.

At6 entgo deu-so entre ncis o qac, em

( 4 Hi~lnire dts lsrf Pranpiv do P.Y PLBURY dtm'deutn &porn dl.* ed. Paria, 167P1.-

In l SBbre o rnesmo ol~jecto d&le nosao ffltudr devem ver-se o p m e r da Faculdnde de Uireito s8bre a Hislb'nrt de P o r t ~ ~ # d de ALa- XAMDRE H E U ~ L A U O fpul~licado pel0 ST. T E ~ P I L D BRAQA IIa BUa Hid. dm lhi~. dde Coina&(r, vol. rv, p4g. 4751 e as obeervaq6es do Br. PEDEO DE AZBVRBO 110 Bdnlim drs &guwda Clusr(i d o AcQdhPiO duu GCietsCil~s dc Liabdu, vol. rv (19111-1911 1, yip, 318 B 319. - E s b obaervap6ea ago ieilaa pelo erudito ebcritor a propORito durn axBmplar da Lex. Vibi- golhulr.rmr que la2 pa* da livran'a do SF. Conde da Arrachela: aeja- -me l idto aproveitar este e t m j o llara faaer notar q u e & s ~ e chi ice nil0 6, wmo wpds o St. hRO DE AZSVBDO, nem 0 de S. Joan de 10s b y a s i w e ests em Toledo), nemo de S. Isllro (que e%tA em Mpldcidl. $ o nlarlrileno S. 170, a qne ss refere UERAA a p8g. 98 da eua kp- latihn Bhlico-Hinpana. ViBP o que a @st6 respeito ercrevl na Rerirln de Ilisl;irira, vol. xt (1922 \

rnnior ou menor grau, e durante am maior oa menor periodo de tempa, tevs lugar'em toda a parte; e n8o podia deixar de ser assim. desds clue nem a orientapiio &a sci6ncia juri- dica neln as cundiq6e.s da noasa literatura hist6- rica eram de mod0 algurn favorriveis. ao desen- volvirnento da histbria, d o direito nacional.

0 s historiadores confina\~am~se, em geral, na crirnka dos factos e na biografia. 0s ju- risoonsuftos preocupavam-se pouco con1 o aspecto hist&-ico da sun scigncia. NEL Univer- versidade professavam-se avenas, como 6 sa- Lido, os direitos romana e c~nbnico, e Estes mearnoa. dentro de am critbrin dogrnstico (').

1 ' ) NBo 6 e s a a oportunidsde yam.demonstrar quaia 08 pro- g~~wsoa que a scl&nda jurlllica rleveu-a esta oria~ta@o, nem trio ponco para b z e r a aprectscUo dos Iratlldo% jnridbos portngues*s, qlle nrln 6 lttito votar em ~ l o b o a urn sistsmhtico deedem. Sbbre os meriton, Mo faccioslrn~ente desdenhadoe, do pnos ilalici~s juri8 d d i , em cou- t rnpos l~ lo ao moa gnllicrrs, as0 dignos cleler-se oa estudos de B. Bncor, ilitfmnn~ents insrrtos [lor dois volume^ Per tu strm'u d d k t ~ u ~ ~ I I ~ ~ R

c drlle ui~iwvdri ilnlirrne. Cf. DB DtK00, lndrodsaccivn o i eshd~u d ~ l devechu roslsrrmo. - 0 ellsino universitbrlo do direlto yRtrio comeqou tar* em t d a n parts. Fol a6 em 1619 gne o direlto I r a ~ ~ c & s p e n p t ? ~ ~ ~ , e cnm um'lugar ~nodeatlssfmo, nas Univeraldades frauceeas ( E ~ M E I M , yRy. 89%: VIOLLET, pdg. 2171: em Espallha urn dlpldma de 1741 man- dou pela prtmeirn vez que o profe~aor acompanhnsae a loitura do 'rlirelto mmano conr a das lela nacionai~ correspondentas, e 56 om 1771 lp:!recc urn& chtedra Indcpendante de d l ro lb 1)fitrlo ( A ~ E Q U ~ R A , phg. 431; A L T M ~ A . Hisi. B Ew., vol. IV, plg . WG\. Rrn 17% pdia- .se detmlde am reformadores da Unlversidade de Yadua que creaesem tima cadolra de cliwlto venealanc e munielpal e de historia 40 direito ~ E R U Q I , grlg. 1011. N a Alemanh~ foi RE YE^^ qnen fez o primeirn Entarme em liO7 (SIXOEL, k~1. &iflckl~;~~)icI~~rJ#ir, ldg. 152, Pit- I)o' RASUDALL, W l i p h lnlr irz Fknni~snnccl.

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Finaimente, ressalvado urn ou outro nome not%veI, a noslsa scigncia juridioa foi-se oada voz mais afunda~~do numa triste decadbncia.

Niio obstante, as investigagbes e nbtfoiris acerca de an tiguidades do direito pod ugues ou do assuntoa que corn Bste se relacio~larn remontaln a urn pas'sado mais distante e mere- cern ser meneionadas. 0 grand9 lnovirnento da Renascenqa, t8o

favor6~eI h orientaqlo hisMrica no estudo do direito, teve an tce n6s represeiltantes ilustres, e algurna coisa be~leAciou corn 619 a hist6ria das nossas institniqi~es juridicas, porquanto - ao mesmo tempo que o GOYEANO, precedendo CUJAGIO na reoovac;So da sciencia ronlanistioa, * exprimja claramen te as ideas f undan~entais que informam o progrmna dos jurisconsultos humanistas do s6culo xvx, ( I ) e, coin admi- ravel tino histbrico, cornentava conlo jurista os Topica d e Cicero ('), - ,INuR~~ DE H E S E ~ E

( 1 1 PPlaume ,tie @man no artigo r La jeuneeae de Gqjas rp. Nwu. Heu. Hcsl. de fi. K: el El f . . ano xi, n." 3, pbg. 494 e aegs. 1 uni trabalho da maior imporancia niio e ~ 5 yefu uprecla@o, que o aqtor hz, da obm d e Amr4n1o DB QOWZM, mas peloa dado@ I ~ Y O B qaw fornece para a sua blogrsfla U6ms collhedmentn d b C eshxdo not&- vet na Reuista & H ~ r l k v o , vol. vr, p8g 84.

I * ) Via& QILJO CO~TA, Woriu &die kdi del & r d h ~ m a w n , 1!10& &. 101 OOSJV~IA - qua wmo 6 snbldo, p m n a aua exiat&alcia no estraajeiro --represe~jta uma escola rornal~lstic. quo ma1 Imn~pbe as front8irarar de Portugal e que na pldpcia IUlin, a pirt~ia de ALC~ATD, n b pmou de ern elarSo fugaz. Todav~n, nUo B &ie o dnleo romanis@ portaguQs euja obra se Intepa na escola I~urnaulrh. Eatre os juris-

asorevia preoioshiulas linhas ao6rca da orga- niza@o da aatiga Hisphia, podendo conside- rar-sa como o fundador da hist6ria do direito p6blico peninsular ( I ) .

No ~BouIo seguinte alguns nomas eumpre destaosr, tanto entre os historiadores CCIIIIO

entre'os- juristas, e logo na primeira fileira FR. AXT~NIO BRANDAO, que na 3.' .e 4.' partes da Mmmrquia L d n a abordou, m m as suas privilegiadas quatidades de historkdar, diver- sos pontos da nossa disciplha e coleocionou importantes documentos pasti a reconstitui@o do antigo direifo podugu8e.

Algumas noticias se encontram tamb6m iloutros cronistas e historiadores, devendo

constlltos yortugueaes pOe vive~~am em r~bti~llo fo~htacto corn & B B ~ m o ~ i - ~llento Bgura, anteriorrne~~to ao GOVEAKO, Luis T ~ l x s r u LOBO, disc[- vulo de Power~no % professor de ~lireito civil Ila Univereidade de Ferrara, autor rliin~ camel~tdrio ao tftulo do D i w W - de rebus dub118 a

(Venetiia, 1607 1. i~~felizrnente, nunca 1106 fol dacU coml)~ilear k s e iivro, que suyomaa niIo existic om neol~urnu I~urucia do path. a Que precttmowa e que sequazas portugaesea dc QouvErA curnprlrd asslnalar P &Is urn ponto sedutor a Untar, lnaa sirbre o qulll uada se yode aventar sem ama culdadosa busca t ~ % bbblloteca# e arqulvos de it8lIa 0 reeente livro do nosso eolep Da. Uonqawes CEREJBIRA ebbre CLKNARDO fornece alguns (ladoe de valor para a IilsWrla Ra nosm sdlucfa jllrl- dica no perlodo I~umanistrm.

( 1 ) i l t Antiqutl&lrua Llwtfo~lcu., Ue Awtsguriuihr Ebw. Cart=. A velba bnd@nck portuguesa para amesquinl~ar o que C n w p fez yue a opinisld geral molbe@ae #rsciyitadrmente o que 08 enCllaldoa, deal- gaadamente o Iiuatm H ~ ~ N E R (hlmr tplukt~a I , ~ ~ e w v ~ r a m ;&tc& da poam probidade sdet~titlca do autur dm Anliguibh. Alguzna cotea 6e tern exagerado ao forlnular contra eie a ecasado de ialaario. VldP J. L m ~ s DE V ~ s c o w c ~ ~ ~ o s , ~ I I drchmd<~fl Po~t~r&, v01. VI, pig. 8%

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especializar-se o 'continuador da Movutrqwim hsa'hna, FR. FRANCISCO BRANDLO ; nos eurio- 90s de antiguidades, cuja lista i! longa, bas- tando apontar ,o 110 me dcr MANUEL S EVERIM

n s F ~ R I A ; no6 alltores de escritos nobilirir*- qficos, colno VILAS BOAS E SGMPAIO, de coro- g~afias ou rdescriqdes de Portugal*, de mono- grafias locais, etc, Entre numerosm @bras apareee ,niesmo uma pequena nlonografla his- t6rico-juridica : o % Epitome hniccr da dignidade de grande, e maior Ministro da Puedade, e de sua muita antiguidade e exoel6ncia~ (Lis- boa, 1666), por FR. FKANCIYCO no SANT~SSIMO SACRAMENTO.

Rnt1.e os jurisc~nsultos, tarnb6rn aiguns, poucos, como JORGE: DE: C a u ~ ~ o , DOMINGOS A N T ~ N E S PORTUGAL e G n a i x ~ ~ PJREIRA DE, CASTRQ, fornecen~ con tri buiqh dalgurna valia para a hist6158 do direito aacional. Mas sfio sobretudo dt. i~otar os j l~~-jstas e escritores politicos qtlc; ca l~ i ta 11eado.s por Jodo P ~ m n RIBEIRU, Fvr~ilain i.1 hc111 cull hecida plhiada cla Restauraqbo: a n o ~ s n 1ibertaq;io do jugo cns- t e ; h a ~ ~ ~ 1)ro\~oc011, ci.)nl efoitc, unia copiosa literatura po1itic.a e polbmica, atruc ez da r j l l ~ l a exposi~Elo e discussio de algl~ns pnntns do direib pfiblicu tradicion~l - tsis como o fun- damento dem~crit~ico da constitulq5o portu- guew RS regrns de sucess,'lo d;i coroa, o papel dtls cgrtes, etc. - encontrfir~rn ensejo

para ye desonvolver, assumindo uma in~por t ln- cia coasiderivel. A fol-tificar Bste u~o\,inien to estavam as supostas actas das C6rtes delarnego, qile RL~NI).To apresentara lnr~ito dubik~tiva- nlente, lrias quu 'logo foram acolhidas pelos patriotas como palidio da nossa independancia.

No principio do s b ~ u l o XVIII deranl-se as prinieiras rna~~ifesta~bes dull1 verdadeiro renas- cimento aus estudos hist6ricos col l~ a fanda- qiio da Acaden~ia Real da Hist6ria ( I ) e corn a publicaGgo ds monumental Hdstdria Gehea- ldgdca da Casa. Real, cujas Prokas constituem urn inextimgvel repositorio de materiais para a histdiia d o nosso direito.

Ensombrados pela grande figura d e ANTO- x ~ o CAETAKO DE S O ~ S A , outros vultos de rnenor grandeza se movenl Ique, -dentlno e fara da nossa Academia, prestam algumas, se bern quo escassas e pouco valiusas contribu'i~deb para a nossa diseiplina, Hecordernos apenas os nomes de CARVALHO DA COSTA, D. Luis CAETANO DE LIMA, ANT~NIO O L I V ~ R A FREIRE, J O A O BAY: TISTA DE CASTRO, autores de bem conhecidas corografias, e o de DAMIAO ANT~NIO DE LEMOS, que escrcvca a 'Poldtica Moral e Civil ( 2 ) .

( 1 1 Stibre ulna tentativa da Academia Real dn HlrMrin vide us dIewillrias deeta Academia, ano 1721, r Sistema da hfst6ria Lito pel0 Conde da Erioeira e pelo P." D. Manuel Caetano de Soma n.

( 2 ) Sbbi-P outrm freqnenbdores de mrtdrlos e coleccionadorer de documentos vid. J. P. Ribdm, Diss. Go*. , Iv, 11 sege.

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Outro, nautra ordeli1 de trabalhos, reclaina de prefer8ncia a nossa atenqgo, e n8o devemaa encerrar a resenha dgste periodo sem lhe fazer referbncia: o eruditissimo ABDE m SEVER, que na sua magnifica obra prima- a Bibliolew h i l a m (1)-nos deu urn8 m*' completa relaqgo dos nossos jrrrieconsufios, corn preciosas indicagdes bi+biblio@dcm: Quem urn dia empremda a sedutora tarefa de historier a nossa literatura juridic& terA de conferir urn lugar de honra, entre oe &us livros de di6ria consults, a Bste mestm da bi bliograda.

Ngo pode pois n~gar-se quo alguma eoisa se fez, na esfera dao nossos estudos, durante o s6culo XWI, e prinoipalmente na aurora do renaseimento . do s6culo XWI. Mas o que h i sobretudo de valioso nesse contingente s8o os pacientes e rigoroaos trabalhas de cornpi. lagfio de fontes 6 de bio-bibliografia : os dois nomes de ANT~NIO ~ A E T A P J O DE SOUSA 0 DIOQO RARBOSA MACHADO sintetizam, respectivamente, Bsses ghneros.

Fora d6sse. carnpo, apenas uma ou outra alusfio, quando muito uma on outra investi- gaqiio ou noticia de curioso, freqiienternente cheias de erros e qulsi sempre sern crithrio

- ( 1 ) N#o deve esqneeer-~e o f ~ d k de jurisconsnltosl- civitistas e caoonlrtaa - qae flglm no flm do rv volume da R i b I i o k .

sc~entifico, fruto rams vezes apreoihvel de estudiosos isolados, sem unidade nem homo- geneidade da esiorqos, sem eecola nern tra- diggo.

Na segunda metade do shculo xvm, urna granda Agura de precursor - a de Luis ANT& yro VERNEY - oxige que nela fixernos a nossa aten@o, porquanto, so 6 incontestbvel que, de urn modo geral, ooupa urn lugar proe- minente na hist6ria da mentalidade portu: gnesa, n8o 6 menos certo qus lhe cabe urn posto de houra nos anais da nossa hist6ria jurldicl

Ae suas criticas, por vezes mordazes mas em' repa justas, representam uma reac@&o oontra a inferioridade da nossa cultura jnri- dim; e forpxo B confeasar que esta inferiori- dade se reuelava mapifestamenh na maioria dos nossos professores e escritores.

No ambiente mental da Bpoca-no seu conjunto pouco glorioso -a sciencia do direito era justamente uma das mais profundamente atingidas, e o ensino universithrio, longe de dar o estirnulo do trabalh~ inteligente e pro- gressivo, fornecia o rnodi3lq da rotina e do terbalisrno estbril. Para urn t8o deploriivel

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estado de coisas ulna s6 atenuante pod6 e dove invocar-se: a de que o ma1 n8o era exclusive do nosso pals, sendo Bite em grande parte da Europa unl period0 de dscadancia para a scibncia do clireito e armstando-se em regra as Universidades numa pouco honrosa medio- cridade ( I ) .

A s pAginns de VERNEY yue doculnentam csta apreciaq80, n5o as transcl=everemos, pois s8o por demais conhecidas. CZuem nfio leu ao lnenos a passagern, de t8o perspicaz obser-- va@o e tbo brilhante colorido, om que o autor nos de,sereve o eurriculo intelectllal de urn estudante de direito?. ,

Referindo-se g ignorgncia da histbria por parte dos ~ l o s ~ o s juriscon~ultos, escrevia o EARBADMHO ( 8 ) : nEncontrarA V. P. rnuitos homens, qne comurnmente sPio tidos yor gran- des jurisconsultos, os quais, tirados do puro texto que teem estudado, sfio t&o rudeg, que pareceln chegado~ novamente do Paraguai ou Cabo da Roa Eeperanqn. Fdando ern certa ocasigo corn- urn d4stes de grande farna, e . guiado desta cflmua ~reocupar;ho, entrei em

i ' Stbre a decadenciw das Unfvereldades e da s e Y ~ ~ c f a do &&to podein ver-se S E M P S ~ . UBERA, SCRUPYPR. Cf. BRCRI, ob. dL. ( n o h a ) . A Pran~a coatinsou tendo no aeculo xvrr ilnstrea juriamneultos, mas as Gniveraidades estavam talnbKm dscadentes.

( P ) Verdnd&iro ,ia2lodo de psfradrr,, Tomo 11, (Vans, 1746). p Q . 111. ,

urna mat6ria erudita, pr6prix daquela Facul- dade em .quo casualmente se falou no Impe- rador Alexandre Severo e suas acqhes, e pro- tecqao que concedeu aos juriscons~zltos, etc. E fiquei pasmado, quando me disse que, m u - pado cam as suas leis, n50 tivera tempo de se aplicar 8. Hist6ria. Cuido qu'e, se V. P. fizer algumas vezes esta experigncia, achari m uitos deste parecerz.

VERNEP ~ $ 0 exagerava. 0 deedem dos uonhecimentos histbrioos por parte dos nossos jurisconsultos era, c o m poucas exeepgGes, cornpleto. A s nossas mais nntigas leis eram para Bles uma Ienda vaga e nebnlosa, a que s6 por pretensao pseudo-erudita aludiam de quando em quando. Apart0 as Cdrtes de Lamego -- cnja autenticidade s6 os espanhdis contestavam-, n5o citavam sengo de m:meira gerierica as disposiqbes dos primeiros reis, e as pr6prias O~dena~bes Afonsinas eram quasi eompletamente ignoradas (I). Que admira- qau, se mesmo as leis mais modernas eranl no geral eonhecidas e referidas atravi?~ dog trata- distas e cornentad ores !

fi triste verificar que a primeira tentativa

Apontam-se raras exeepy8cs. DUARTE NUNEB alude corn. yiluqfio de direito romnno mmdada orplnizar por D. JoBo 1. RRTNOSO ( Obseru. 61, n.' 61) tranlereve urn texto da Ordetla~So Afenslna, que d i t se aohavn na Topre do Tombo, e BAnsoa~ tintla urn ma~lnscrita em seu poder I Rmlixs. a IW., Iiv. 6 , tit. 47 I.

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de exposiqiio ordenada da hist6ria da noesa legisla@o 6 urn resumo destituido de qualque~ valor, traqada em 1737 por urn tal FRANCISCO DE ALMELDA JORDBO, em apBndice 5 tradupao que 'fez da detest6vel Arts Legal de D. FRAN- CISCO PEDRAZA ("). NBo Fern Eora de propb- sito notar que 6 deste livro-do original castelhano-que o conheeido historiador ~ E M P E R E reproduz vsrias passagens ( ' ), a fim de que o leitor possa formar ulna -idea da decadhncia da cultura juridica espanhola na

.s6culo XVII. Pois bem: ay6s cellto e vinte cinco anos, merecia essa indigesta produ~ao as honras de tradu~Ao em portugues!

Para so avaliar de que fbrea ersm os conhe- cimentos hist6ricos do tradutor, basta dizer gue as linicas leis antigas que c i t ~ s5o as actas das CGrtes de Lamego e que, saltando por sobre as Ordennqoes de Afonso v, das quais certamente autlca lht: chegara rumor, hesita, quanto 5 data das Manualinas, entre a opiniao de C A ~ E D O e a de HAKBO~A, que as supunha de. 1505.

Em cornpensapso, o autor impressions-se . . .

( 1 ) drb k~eyal par0 auiacdrs* 0 jrrriap%&cm . . . @lo L." FRAU- W o B m a n n e ~ os Puoad~~, f r u d d a ~ Fmnciaco ns ALXEID~ JDB~AM, Lieboa, 1737. p a . 1%: A m & - na migem do dlreifo r e d de Parlu#a!.

( * I H<d. del dw?& e a p d l , Libro IV, cap. 1x. Gf. U R ~ A , ob. cat- (notn '1).

corn a cpredestinapfio do nbmero cinoo~ - em cinco. livros se divide a Ordeiiayiio, em ciaco o Corpo de Direito C'andnico, etc.,-acrescen- tando que da excelAncia de tal ndmero use pode vsr em A L M E ~ , ~ , BARBOSA e RHO- IIIGINLOr.

Examjnada em confrorrto corn esta deal- dgncia, a personalidade do RARRADINHO BSSU-

me proporqaes fonnidhveis, pois fo i 4le quem primeiro entre n6s, rompendo audazrnente corn a rotilia, viu corn clareza e proclamou em paginas imorredoiras t~ necessidade de vivi- Bear corn o estudo da ilistdrin os conheci- rnentos da jurisprudGrieia.

Dotado d e perspicaz inteliggncia e de nrn eyuilibrado tino critic=o, F'ERNEP, 8 quem a longa perman6ncia no cstrangeiro comilnicara aquela &nsin de progresso qque inflamoa os grandes' espiritos do seu s&culo, confrontou o nosso espantoso atraso-note-se em tvcio o oaso, uma vez mais, que n8o ern apenas nosso - corn o brilho dos estudos juridicos na Holanda, onde ainda se nbo haviam extinguido os &cos de OROGIO,' e na Alemanha, ondc, a50 obvtante o predominio cia orientacllo prbAtic~, havia historiadores do m e r i t 0 de HEINECKE ('1 . 0 res~~ltado f o i 6sse trernendo libeIo, que

( I ) V E ~ P ~ I W tern por Hsnrecr.ro urns. especial predilacq$o. vide Verduddm M#l&, 11, p Q . 1GG.

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ocupa uma boa parte do seu Verdadeiro Meiodo, contra a cultura juridica purtuguesa.

NBo se limitou porbm a criticar: apontolr tarnb6m o oaminho a seguir, as reformas a executar. .

Sobratudo em duas das suas cartas -a xm e a xv, ern que reapectivamente se ocapa da jurisprud6ncia civil e da can6nioa -insiste na necessidade dos estudos liist6ricos para for- maqao do jurisconsulto. Como a cultura da hist6ria juridica tinha ao tempo por object0 principal os direitos romano e can6nico ( I ) ,

A ~ O Bstes que Ihe nlerecem maior atenq80, e por isso principaimente aconselhn que se ensine nas faculdades juridicas 'a hist6ria do direito e da jurisprudhcia romana e can6nica, bern como a histdria eclesiistica e a hist6ria geral, mas tamb&m,lhe 1150 esquece o estudo do direito nacional - pablico e privado - e ctrl sna hisibria, bem como o do direito compa- rado. 0 seu espirito progresvivo concebe claramente a necessidade de uma sblida base reaiistti para o jurisconsulto, e por isso, n8o obstante apregoar u exoelbncia 'do direito natural e das gentes, exalta por outro lado- o

! I ) Sabra o desenvolvimento tardiu da hidt6ri;t (lo dirolto nacio- na1 8 8U08 rax6ea vid. BRUXNRE. ob, ctf. 1 notr 1 ) p&p. 19 e segs. Cl., a propdsito, C 2 i i r p Hid. 5 282, nota ( u : . Vide tambtm a nossa nota de 04g. 9.

estudo da economia, da scibncia politica e doutras disciplinas destinadas a fornecer ao ju r i s ta unia conceppiio viva da realidade social (I). 0 estado Instirnoso da nossa o~~lt i ira re7.e-

la-se claramente na polemica interminavel a qua deu origem .o livro do RAKBADTNHO. Em contrapasip80 as largas vistas e aos alevanta- dos conceitos de VERNEY, quantas parvoeiras! que rosGrio de enjoativas in6pcias (=)!

III

A li@o frntificou; mas para admirar os fru- tos 6 precis0 transpbr ainda urn quarto de sB- culo, at4 atingir a gloriosa reforma pombalina.

4 ') Ngo dlremos todavia, corn D sr. 'PE~FILO B u o & que o emi- nente autor (lo Vwdodeira MEfodo foi urn precursor de S A V I ~ W Y ( f r i g l . dm Uniu., 111, pdg. 285 ) : o leltor que, sem ir ma16 longe, queira conhe- cer alguns dos wcritorss quo em vltrias eyocas teem encarecldo a unlso da hist4rb corn a dirffito encontra grande ndmerc de cita~ties no CmpMio-Hid-, notas ao livro n, cap. 11, 8.' Ebtrago.

(') Ik trlstemente ediAcante r resposta de Fr. AR~ENIO (JoaB DB ABADJOI, nas Rep& AporOg~ikus, onde din 1 XUI, plg. 46 ): s q l 6 boa cudosidade estndar as hist6rlas, mas qua 6 Impertin&ncia que, sendo o diretto S o vasto, the quelra o crftlco p4r malr urn contra- ,peso tlla grande como 6 o da histbrla, warn ser preeiao pafil.jiihnto; qixs a lei promnlpda e acelta obriga no sf~bdlb emquanto 8e nHo abroga; e que para obripar tern por ventura mrtlor f b ~ a guc seja de J u m a a o on de ~ D ~ A I I O ? . ..; P o resto neste tear: a Bnlon~a hdela%aZ. 6 Rehatv de Mwtecor, a Cvrsserea~lp Pamihar, vtc,

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Corn efeito, no cirlebre Compkdio Hisid- vico ( I ) , cujo principal autor - a q rnenos na parte juridica-foi JoAo PEREIKA RAMOS DE AZEVEDO COUTINHO (?), consagram-se longas considerag6es A necessidade do eatudo da hist6ria do direito e da c~lltura histdrica geral, salientando-se o nosso atraso nesse ponto e o desprbo a que eram gerallnente votadas essas disciplinas.

4 hist6ri~i-lh se diz (9 -tern urn corner- cio t80 intimo, ti10 familiar e E o frequent6 con1 a ju r i$prudenc ia como a alma tern corn o corpo ... A hist6ria deve preceder e acompankar perphtuamente os estu d os do direito ...) etc.

Orientados por Bste crithrio, e apoiando-se na autoridade dos sabios estrangeiros, princi- palmente alemfies e holandeses ( d ) , o erudito autor do Conapthdio, nfio s6 insiste na impor- tincia dos estudos hist6ricos, mas indica aos investigadores o verdadeiro caminho, aconse-

( I) Vide Parto U, cay. 2.' ( ' I A refarma UniuersltArla foi, eomo 6e sabe, corkfiada i Junta

da Provid61lcia Literbria, &as vulWs proeminent- eram o &to; D . P R ~ ~ m s o o nw Leuoa, o bispo GXUXCULO, JosB DE SE.+BU e JoXo PERFW PAMOB, irmiio do reltor. A &ate riltimo 8e deve, ao qne paws, wu p ~ ~ i ~ g e i ~ o ! q a r a refarma jur~dica Vid. ANTONIO ~ R E I R A

' * w m W Q l #!agine, pdg. FVi V C m i m b r i m r , n.* 2824 (novembm , aa Rbu. de 1g691; mt5m0 BMOA, Hist. da' &in, 1"' r6g. 399 79%

t a t ~ m p h d i o , Parte n, cap. 2.*, $ 18% { * 1 Hmm, SCIIULT~IB, STRW, BbSSbih, THOXAS, HOWMANN,

stc. E tambbrn mnito citado o italiano CSRAVINA.

lhando a perrnanente consulta das fontes e o manejo das cbamadas sciencias auxiliares.

I?, especialmente de notar o desenvolvi- mento que o Co.vlop&dio entende dever ser dado aos estudas de literatura e bibliogrrtfia juridicas ( ' ).

90 mesmo tempo que se exaltava o estudo da histbria, chamava-se a atenqfio no Cowp&adio para A legislaqgo nacional, vituperando-se o esquecirnento a que era votada nas catedraa universit8rias em heneffcio da direita ro- mano (". k certo que o Compdndio enaltecs tam-

bbrn, e niio pouco, o direito natural, mas Qste, longe de -ser apresentado em conflito corn a osientaqiio hist6rica e naclonalista. concilia-so corn esta segtmdo o n1od6lo d a eaeola kolan- desa ( 3 ) . Ma iuta contra o direito romano,

(1) Para se ver at6 que pollto u autor do CbrPspbdio tinha uma nftida compreensso do conceitr, c irnport4ncia da hi8t~5ria d a literatura juridic% - disciplina que, sobretudo a partir do SAVIVNY, tetll tido cultores e~~tusiastas-leia-se liv. IT, Parte rr, 9." Eatrap.

( 4 I Por isso se insuqem. em exaperadas apbstroies I a que a . jesuitofobia r lmprimk urn rfdiculo tom de ri?l&ncia), contra a orlen. ta@o escolrisff ca uo snsino d o direiW romsno, eraltnndo a tradiOIo cnjaciuna. Rdeve-se-lhes a o~i i la te ra l idde d e v i ~ t a s , que assim 0s fazlu condenat em bloco .. . toda a obra da noes4 jnriepmd&nda.

('I * A eSCola h o l a n d w . Eujos principals represenbantea foram P ~ m r (158~-181-!), VMmo (168~-165~), Vom 1s 1704). WOODT ( 8 1720, Bxiaxitaozcn 1 % 1745) e h o m o , reQnin a~ ~ U B B corrente9 qae ae manile~taram no sBcnlo xvn no campo da jurlsprud@ncia: uma que vlaava a e8tudu.r os dirdtoa nacionafs w ns leis positivas, outrn toda fllos6fica quc aspirava rl roco~~ntruqiCo do direito chamado nalurrd

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de que a Lei da Boa HazRo fdra j5 uma mani- festapao eloquente, RS duas correntes que no s6oulo anterior se haviam revelado no canlpo da jurisprudBnoia eoiitraiam desto modo uma transitdria alianpa.

Inspirndos na masma orienta~Bo reforma- dora, os notabilissimos Estatertos de 1772 ( I )

n&o s6 ~aandarain ensinar pela prirneira vez, e principalmente, u direito pitrio, rnas creararn uma cadeira de s histhria civil dos povos e direitos romano e portugugs B e uma de s his- t6ria da Jgreja universal e portuguesa e do direito canGnieo oomurn e pr6yrio dPstes rei- nos*. Estas disciplinas hist6ricas eram con- sideradas pelos autores dos Estatutoa (tamhem nqui o principal colaborador parece ter sido PEREIRA RAMOS) c m o x ausiBar-8s de todas as outras disciplinas juridiaas *, tr por isso reco- mendavam quo, emquanto isso fbsse praticQve1, as liqOes delas nfio $6 precedessen~ mas acorn- panhassem sempre as liqdes de todasas outras.

s~h~.vroi.t, dr. dl. ysg. 141. Tarnbem entre 1168, onde Iol grand0 a h M n d a da elmla holandeaa, o entuai=mo pdo airalto natural nao trouse eonsigo, mmo acon-u M Alemanha IBamme~, ob. oit. P 4 . 18) a d e p r w i 4 o qk.tem8tica do dIreib nadonal. BBbre a conEJlii@o das d u a tendancia rid& o HisMricu, p6g. 228 + mBJ, not. l b ) e as Ealofdm, rr, pmahn. Warevendo o estatlo da U ~ l ~ e ~ l d a d s -tea da reforms pomkllna dida D. Fumwo Ds -0% na O w l , < QW no direlto ae havia dsixado dm con- sdbr a WlIo e a hlstbrla,.

I ' ) VidP liv. 11.

Tais erarn, das cadeiras novamente creadas, aquelas cujo objecto interbessa ao noeso estudo.

E portim sabido que os antores dos famo- sos Eshtutos se n%o limitararn a organizar urn novo qrladro de cadeirss, porquanto, 110 seu entosiasmo de r~forrn~dores, cntonderam de- ver impdr dogmfiticamente aos professores a escola e o m6tod0, e baixaram rnesmo nag suas considoraqdes a rninf~cias, 6 certo que inteira- mente destonntes, mas para o nosso caso cheias de inter6ssa.

Pelo que respeita 5 prirneira das citadtls cadeiras de histbria, devia o professor princi- piar pelas noqfies prelimsnares da hist6ria em geral, a em eeguida cingir-se h seguinte orden1 : 1.O Histdria do povo rornano, 2.' HiatSria do povn portuguas, 3." Hi~t6ria do direito ihoniana e 4." Histdria do direito portugu8s.

Trqava-se por sua vez nos Eshtutos o pro- grams de eada uma destas partes. Assim, as l i ~ 6 e s de hist6ria do direito pitrio d e v i a l l ~ co- mefar pel% a hisMria das leis, usos e costrimes legitimos da na@o portuguesa B, passando de- pois o professor hist6ria da jurisprr~ddncia teorbtica (ou da soiencia das leis de Portu- gal) ,, e coneluindo corn a cl hist6ria da jnris- piudencia pr6tica (ou do exercfcio das leis e do mod0 de obrar e expedir as oausas e neg6cios 110s audit6rios,~Relapbe9 e triblinais dhstes reinoe ),.

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Fazia-se ainda m a desenvolvida exposi- $go do qus o .professor devia d a ~ a conhecer em ceda urn dGstes capltulos, podendo bem digsr-se que Bste extenso programs. 6 a pri- meirrt tentativa &ria de sistematha@o da his- tdria do direito portuguGs, da qual, n8o obstan- te algumas 'incorrecqdes e deficignuias, os autores rnostravam ter urn notfive1 conheci- men to.

Finalmante, izldicavam-se ao professor os processos d e investiga~go o de exposiqZio que devia adoptar para ser fie1 ao espidto da reforma.

A histdria do direito phtrio cornpletava-se corn a cadeira de hist6ria do direito eanbnico, que tamb6rn era obrigat6ria para os legistas, e corn as liqrjes de direito civil pfitrio, nas quais o professor n8o devia perder de vista o critbrio bistbri~o.

Dado o mot d'ordre, restava realizar a obra -e essa impunha-se tanto mais, quanto 'B certo que os Estatutos ordenavam aos mes- tres a imediata redaopiio de comydndios.

0 s lentes e r ~ t l o em exercicio nito se desem-

penharam dessa dificil n ~ i s s l n ( I ) , mas logo ein 1772 foi despachado s~~bstituto de Direito YAtrio PASGOAL JosG DE MELO FREIHF:, o qual, volvidos cinco anos, concluia o fieu bem conhe- cido comp6ndio. mais tarde { 1778) pu blioado pcbr c~rdem da Acadenlia, 0 par Am (1805 1 slprovado oficialmente para o snsino.

Metendo olnbros ao nl ag n o emgreendi- rrlento de escrevlsr a Hzstoriu Jwris C~ivli1.i~ Lu- .riba.ni, MELO FKEIRE dispunha-se a pisar ter- reno quhsi ifiesplorado e :tch;+va-se em frente de temerosas dificuldades. gle pr8pricr nos duscreve, ssrn exagerar, os espinhos da em- pr6sa, ticentuando a novidade do assunto : a Quid 1108 de ~cript~oribus nostriv dieemus 7

*Ti omniuril maxirne iriouriosi esse viclentur, at ~.eipuh!ieac nostrae statum, nostrarum legntn originm, et politicam vivendi ratianetn vis, ac ne vix quidem, auk jiirniunl obscure cumxnon-

( 1 ! 0 professor Vi~ira Qo0tnt10, quo em 1772 fbra desgacl~ado para a nova cadeira dn Ulreito Pktrio, pouca fez, nBo obataute ha- ver-ae demarado em Usboa 6 )ha tar sido recornendado pel0 reitor que sa maniase na capital dos conhecin~entoa 11ecessQio6, erplorando o Arquivo Nacioaal. Lit Lrabalbou, cunl efeilo, mas o 5eU emerclcio loi et&mero, puesaoda dopois para s Jatltm do Udigo (JaXo PeDno Rre~ruo, ~~a hia l trsc~ , 1, vhy. 4). Sei, por jntorma*o anavel do snr. dr. Xespulta rla Rigueiredo, qne exigte nrna Hiel. do direit!) pliWico pml~sgrds de Vleirn Godinho, 8 vols. (n.s' 1800, 1388 e 19B9 dos ULE. liteldrias da Torro no Tombo I. Quanto ao lonte de Hist6. ria do- dirnitu romana e ],ortnpu&s, Francisco Xavler de Vnscoi~Colou Cootintlo, pamcc tsr-st! preocupado muito ponto c9m o cHreito phttio.

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Como se saiu das diflculdades que o asso- berbavam, di-lo uma voz antorizada, a de 3oio PEDRO RIBEIRO, ao reconhecer que ( Gle (MELO FHEIRE) fez ninda mais do que o pareciam pern~itir o tempo em que escreveu e o seu carhcter am tanto audaz n.

X H i s f d r i ~ de MELO FREIRE 6, Coin efeito. para a Bpoca em que foi composts, urna obra do mais subido merit0 e um dos rnaiores titn- 10s de gldrja do sen au tor. Entre as numero- sas fontas de qrle se socorreu, cunlpre espe- cializar as Ordena~bes Afonsiwas, das quais peIa luesma altura foranl encont~ildos exem- plares, e que o nosso antor largamente apro- reitou para o conhecimento do nosso mais antjgo direito.

Ngo foi, de resto, apenas na Hisloria Juris Civilis que MELO FREIRE p6s em acqRo os seus excelentes dotes de historiador : tarnbbm nas Inslil~liones, designadamente no tolno con sa- grado ao Direito Pbblico, recorreu eonstan te- mente & histdria, descrevendo o passado de rnuitas instituiphs.

Perfeitamente compe~ietrado das I-lecesui- dades do momento, MELO F R E ~ E inspirou-se em toda a sua obra da nova orientaqilo apon- tada por VERNEY e tragada pela reforma pom- balina, bem merecendo a qualjficaqRo consa- grada de fundador dn hist6ria do direito portugn6s r.

NBo se deve todavia esquecer que, se em regra os seus livros evidenciam urn severo rigor histbrico, pontos h i em que as opinides poiiticas do autor, intrai~sjgel~ te partid irio do absolutismo, o conduziranl a enlitir doutrinas inst~stentsiveis (k). Basta recordar a forma totallnente falseada por que i3le descreve a constitu'iqfio portugues~ dos ~)~.imeiros tem- pos. ..

0 period0 que se segue 6 urn perlodo extraordinhriamente fecul~do para a histdria das institu'iq6es nacionais. A investigaqRo paciente por parte de estudiosos isolndos. e principalmente ti iniciativa de duas corpbra- qoes scientificas - a Universidade e a Acade- mia Real das Scii5ncias- originaram urn intenso recrudescilnento e uma profunda transfoma- +LO dos trabalhos hist6ricos.

Da Universidade sairanl ainda, como adiante mais larggmente referir.emos, vnliosas produ- qdes relativas h hist6ria juridica, hem eomo a

( I ) E wrioao vPr rfirmar que MELO F R E I ~ ioi 0 mestre da nova geraqgo liberal 1 - Vide D. Amb10 DA COUTA, Hisl. drr 1nslt.u-

Popuiar, Mg. 185. Cf. JON* DE A R R I A ~ A , f'fi~f, du % ~ d l @ o d# 1820, vol. 1.

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idea da publicapiio de importan tes monumen- tos do antigo direito portugues.

M a s 6 sobretudo 8. Academia Real das Sciencias, fundada em 1779, que cabe a gldria de ter, nesta brilhnnte quadra da cultura por- toguesa, fomentado corn o inais notiivel Bxito o desenvolvirn~nto das investigaqdes hist6- rico-juridicas. d ela se deu?, corn efeito, na mais larga medida, o impulso dado a esses astudos, que entRo tiveratn urn periodo do verdadeiro explendor.

No intuito de edificar sdbre novas hases a histdria da nacionalidade, escolheu a Acade- mia uma cornissilo, cornposta dalguns dos n ~ a i a cornpetelites homens do tempo, que visitou os carthrios municipais e eclesi.isticos, buscando subsidies segurrls para a reconstitu'ip80 do nosso passado ( I ) .

As publicaqdes bem conhecidas, in tituladas Histoha e Mewzorias da dcadetnin e Mmdrias de Litmatwra Portecguesa sAo-para s6 citar as que directarn~nte interessarn A nossa ordem de estndos-inextim6veis reposit6rios de 1110-

( 1 ) h semelhanpa rln que se dern For omsiso da libertaqbo de Portapd em 1640, as poiEmicas polrticaa do princlpio do sknlo xm, geradas no meio do embats dos consewadores e dus liberals, troura- ram a l i ~ a qucstfies referentea B histdria da noes orgmnizacRo poll- tica ; lnas eases trabalhos-entrs 0s quais a~ulta o Ensaio de Joai Libemto- nlIo teem o cunho da hlstbriil imparcid. $ prova clara da sun inmdcihcia crftica a M dspositatln, em qualqner don campos, na autenticidade dm Cbrtes do Lawago.

nografias, fruto de consoie~lciosas e paciantos explorapdes, mnitas das quais teem por objecto a bist6ria do direito e das instituigbes portu- guesas. A rnegma corporapso prornoveu tam- bbp a publica~do de valiosos monlimentos inhditos, igualmente do rnaior interPsse para o assnnto.

Passernos rhpidamente em rsvista os rnais ilustres representantes da histbria do direito nncional durante 8ste periodo.

ANT~BIO CAETANO DO AM.~RAL - 0 Sol1 nOme ressalta corn superior brilho, no nleio da glo- riosa plbiade dos col~horadores dau M e m o h a As suas vaIiosissimas Memririas para a histo- r ia da legidup60 c costurfies de Portugal ( I )

n8o s8o apenas unla sintese ou sistematizapito de trabalhos anteriores, mas sim utna 0 h r ~ profundamente original, preciosamonte docu- mentada e revelando a mais aeglira orudiq80. R par de privilegiados dutes criticos. Ficou, infelizments, incomplet.?.

( I ) Aa Mem6raa~ 119 A N T ~ N ~ O CAUTAWO DO A M A ~ L acilam-SO ~uhliradns uas Mmdrirrs da Liferals~tn da Amtdpmin e # l a colnrpfio qU4 tern o iltulo de HiatJrQ e Menskhs dm Acndsairr. As publlcadas nae Memdrins de Librrslura ahranpern a psrlodo anterior il fdndavE0 da monarqnlca portuguem.

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Se. corn o seu pequeno comp6ndi0, MELO FHEIRE lanqara as bases da hiet6ris do nosso direito, ANMNIO CAETANO uo AMAKAL, empre- sndendo uma obra de lnuito nlais ampIes di- mertsfies em obedigncia a urn plano rnuito majs vasto, t e ~ n o elevado merit0 de encarrlar as no- vas t~nd8ncias da bist6ria juridica na transiqgo para o sBculo xrx - tendGncias n~agistral~nen te resunlidas por URERA, quando I11es atribue como objecto, por urn lado u a idea dun1 rnais largo desenvolvimento no estud CI da' 11isMria das fonfes do direito.. . x i POI' O U ~ P O 6 a neces- sidade de ir pouco a poucu penetrando o da tr;insforr11aq8u evolutiva das institu'ipii~s A ( ).

Dssta forma pode bem a6rmar-se clue ~ u k KAL desen~penha na evol~igiio da nossa disci- plina urn papel comparLve1 ao do grande MAR- TINEZ MARINA na hist6ria do direito caste- lhanu ( 2 ) .

RICAHDO RATMUNDO NOQUEIKA-F'ui profes- sor ilustra da Universidade a nutor dumas valiosas Prelec~des & Da'reilo Palrio, feitas ao cursn rlo q ~ i i n t n R n n jurldicn de 1795-96 e mais tarde divulg~dns pela ifnplaens;l t S ) . Nada se

oontfirn, al&m duma deaenvolvida histbria da nossa legislap80, urn capitulo s8bre juriscon- sultos portugueses, que Q o que possuimos de rn& aoibado como sintese hietdrica da nossa eci4neiia juddica.

&k. JOAQUIM DE BANTA HOSA DE VLTERBO -E o bem conheoido autor do Elucichin'o, ubra que, n8o obstante os seus deleitos, e mall grado, $6 acidentalmsnte se referk a assuntcls juridicos, constitui urn auxiliar im- prescindivel p n a quenl se dedica ao aetudo das autigbiclades do direito national.

Para a organiza~go do seu Ebcicldrio per- correu o erridito frade diversos yontos do reino e realizou demoradss investigaqbes no Arquivo Nacional ( 1 ) .

ANT~NIO RIBEIRO DO$ SANTOS - Foi prcfes- SOP da Universidade e urn dos nossos rnais insignes erbditos. Devem-se-Ihe, entre muitos trabalhos do maior interBsse para a histdria Ja naqiZo, as impvrtantissimav N o h ao Nwvo Chdigtl, Gensura ao projecto de c6digo de direito ytiblicu do seu rival MRLO FREIRE, obra do mais alto valor e que, pel0 largo campo conferido aos argumentos de ordem

('1 URrrRh, Di~tld~uo clt., p6g. 87. 1'1 OhservaplIo samelhante eni Horcularro, ~ ) P I ~ s c u ~ ~ VOI. V,

plig. 1 s . 1 ' 1 Obra pbstmmn, puhlieada primelro no Jnr-not ds Juripprtr-

%cia, vol. m, e depoir rerditada em volum~ separado (Cdimbrb, Inhprensa da Dnivereldade, 1866 1.

( * ) Aflrma J. P. ~lemmo qne Vmemo ma apravelbu dos tra- balhos que ddxam prepandas 9. BWARDO DA E n c A a t i ~ ~ 6 0 6

Ibe faram frnnqueadas no mosteiro da Bern do Pbrb. lopl lo de D. Barnartlo da Encarnago em d. P. Ribeiro, Obr. DipIomv 79 e Bss. crm.: IV , 1%

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bist6rica, constitui urn dos livros cls mat# 6til aonsulta pare o historkidor do direito piibliw aaciond.

Emquanto MELO FREIRE, na redawlo do sau proieoto, se inspirava nos principios do mais rigido absolutismo, RXBEIRO DOB SANTOS a ousto reprimia as explosijes do seu pensa- mento liberal, formado no convivio da nova Bteratura polstica (1): dai o Iazer reviver por

( ' I A f l ~ m de Rrsumo nos SAUZVSI me- lugo eetudo, 8

,que alnda gm dim nos consrrgraremos, salientondo 0 aeu wpel na hlstbrla dls noasaslfdontrininas pollMc~s. Vide Dr. Loras FMQA, Cdq& ds tsie e arbsldios, vol. I, pig. xxx~v e Dr. M k o ~ a & r s GQ- LAGO, Da Iudilue&mal&de daa lcis. Baplrito aempm pronto a awlher as ndvaa Id4- Itbrais, M o obslante o dhcreto rtlspeito qm aiech pelas prerogativaa do monatca, o autar das Nofas-que rob* tndo re Iesplra naa Mazimea dw dwii public franpois ( obn d o padre Cumlo Y ~ Y , emcrita em d o h do8 Parlsmaalal e mas expodgllea dm wnstituigslo lnglesa 4e Blmckstone e De 1'Qlme - rep resen t a a rm@o mntra a doutrlna do ahsolntimn, hl cr&o In1 enire ods praksada na Mtq& rrond6giea e m, o b m de M A M O ~ L Ax~bano LurKo B ~ r ~ e n r (Dm origiua uocielalis cWb, 17'7B), Mma F-. ~XnefihkmwJ, BOmb SASPMO I Pr&+to 1 e RIOABVO R NDO~KM (Preleqdes publicah no h8liluto, 701. vn, s depob em mlume, Im- prensa dm Untversidade, 181).

AphproveiUmoa esLp oportnntdade para completmr os oitadm esD- doa dos Dra Lope# P B A ~ L e M ~ B A L U L P S &LAP na flarte em qnB8e r e e m ao concelto qne R do8 9. fbrmava dm .leis fondunentefs =, Wadando 8 e n o m e r ~ S o ddastaa leis do manaecrlto do aotor, hoje mnnervado na Blbliotecn Naoional, InMtukdo Disnrrm & Ih: ARldniu .RibRk5 &re molk-iaa de dkib pliMiao. AB leiu b d a - mentais conaududinhrtan ello, regondo o aohr :

I.' A proihL da mlellgfso crt6LIor; k' A indidslbUid8de do rsino; 8." 0 bmeUoio da represenhpb na erceeaao da cor&a; i' A lodlrlaibilidsde doa benu da uorBa; 6.' 0 estnbelecimento dos tr&rr estados ;

forma bem mais Rel e verdadeira do que o seu adversfirio as instituIqbes tradicionais do nosso direito piiblioo.

J O S ~ ANAST~CIO DB FIUUEIREDO - Esstudioso infatighel, urn dos mais apaixonados entusiah t a s da plrjiade da Academia, rnerto infeliz- mente no principio da sua carreira literiria. Colaborou corn virias mopografias ( I ) nas Nerrzorias de Litsr~tura, escreveu a valiosa 80va Histo& de Maltb, e elaboroti a bem conk1 ecid a Sinopes Cro~zoldgicu.

Jodo PEDRO RIBEIRO-A sua obra enor- missima dominu urn periodo de mais d~ qua- renta anos. Investigador paciente, infatiggvel a escrupulasiasimo, dotado de largos eonhsci- mentos de pateografia e diplomhtica, obtidus graqas a urn admirSive1 esfbrqo e ao ininter- rupto convivio drss pergarninhos, os seus tra- balhos magistrais, in felizmente fragmenthrios,

6.' 0 estabelecitnento dae ofirks; 7.a 0 joramento doa rels na eraltnCgs ao trono: 8.' A Iibard@e, que tam o youu, dB ae Lrlbatar; 3.O A estubilidade do valor da moda;

10' 0 ptovlmsnto fioa oftrios em asturala do relno; 11 * A data do8 uflcios dm &araas. Alem destas regras, claramente enuocladas gor e8ta brdem, exis-

te, B margem e em borrllo, b t e aponmenb: - a lei da snceasao mb rn l~~ lu10 do0 colateraisr.

('1 Nas .llmnirmna & L~fwalwa, vol. r , pnbllcaram-ea a8 eeglrin- tcs memdr~es Ile Fravsrasvo: abbre a orlgem do8 noiiaoa jnleea cte h a ; d b r e qua1 seja o verdstieim aealfdo da pJavrn Fa~auhoa, para dar nma Idea juota do qua eram a8 beetrh; adbre qua1 in1 t Epoca certa da introdufi~ do dlrerto de Justlniano em PortnN.

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abrangem uma amplissirna h a de assuntos e irnp6em-se pela pujanga da erudi@o e segu- ranqa da critica.

Em 1790 foi Jodo PEDRO RBEIRO encarre- ,gad0 pela Academia de visitar 08 cart6rios das dmaras, mosteiros, etc., afim de colher m a h a i s para a hist6ria phtria.

Em 1792 publipava a sua mem6riis8bre as cgrtes, iniciando corn plena seguranca essa longa sBrie de trabalhos que Ihe assinaham urn papel de primeira gracdeza na historio- grafia naciond. Efectivamente, n8o 96 volta a colaborar nas Menaorias da Liieudura, mas publica, sucessiva ou parttIelamente, as Obser- s@a Diplom4licas, as valiosfssimas Disserta- p d a Cronolbgicae, as rnemdrias sabre a reforma do8 forais, sbbre a subdivis~o das correipfies no reinado de D. Joao 111, sbbrs as inquiriphes e sbbre as canfirma~6es -para SB citar as que tocam directamente 5 histdria jurldiea. Tanto as Observe$de~ f ip lod l i cus como as Da'sserba- p6es GPono Zdgicm- colec*~ de estudos origi- nais de histdria, diplomiitica, cr~onologia, esfra- gistiea e paleografia- conteem estudos que muito interessam A nossa disciplina, em geral acompanhados da enumeraqgo e transcriqiio de grande c6pia de doculmntoa demonstra- tivos.

Finahente, em 1835-36 dB h estampa as R e f h 6 ~ Hiul&riw, rnisce1ane'a ds apoatamen-

to$, em parte inbditos, atn parte j6 publicados avulsamenta ( ').

Farexnos finalmente menqfio especial do 2." VIBCONDE DE SANTAREM, a auja pena erudita se devem a s Memh'as para ra Hiafdk e Tso- raa das C&rtes Qmuis, compostas em 1824 a publicadas dois anos depois.

Tais os nornes principais, aos quais. numa resen ha completa, culnpriria ainda acrescen- tar os de Antbnio Pereira de Figueiredo, An- tbnio d e Elevcallo Barreto e AragBo, Jose Verissimo Alvares da Silva, Tom58 Antljnio de Vila h'ova Portugal, Joaquim Jose Ferreira Gordo, Vicente Ferreira da Costa, Josh hnt6- nio d e SB, Francisco Coelho de Bousa e Bam- paio, Luis Joaquim Correia da Silva, Josh h h c i o da Rooha Peniz, Manuel de Almeida e Sousa (Lobso ), Joiio Pereira Baptiska Vieira 6oares, Vicente Antdnio Esteves de Carvalho, Francisco Freire de Melo, -4ntdnio da Visita-

( 1 I Nas .'t/~m6rL~6 df IAe~atura Po~~u@s(< intoresmm partlca- larmcntc s Ihiat6rla jurfilica: a .Uem6ria sdhvc ma Fmrles do <,'Gdipo Fi!ifiirrri (vnI.- l r l , onde R r s z r ~ o disnarta sbbre as cdrtes u flR n m liata cronnl~igca r lc~tas assemiblaas, e n Me~lsS~ca sabre u Ppwa da infrod~,(:,i<t do: I l ~ o r r / . t ; s psn ~o~- l (~<t , .k (v<ll. "TI, nue alpl$nl orlaou sou. sar d e plagiat<r (!I. Nu Ob~err.<rrd~x D i p t n f ~ i l ~ c m vidr' as que teem os uQnlt!roa IV, v , V I I , p l r r 0 11; 11ila U~~ser~f~r!uub C T U I $ ~ ! U ~ ~ C ~ . $ a XVIt

t vol. Ir I c a x x ~ 1 virl, r t ; nas ILP,%<J,~P.V li,d,;r-rcrr::, entre ulrtras, 4

qne hate 11. suli,livisJo 'oias correiqlioa no tempo rle So30 111. No f d i w CI~-wolr,j~~w, VOI. IV, p$p. $25 V C ~ unta men16rin sjhro a oDra i n c ~ ~ m b i d a pa10 Sanhor Rei U. Joao rrr ao doaembargador Frst~ciaco Caelho rrcPrca dug rlr&tru@ea dv I te i l~o .

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qBo Fmire de Carvalhu, Joaquim Jose Pereircr e Bousa, Mateus de Sousa Coutinho, Joaquim

O J O S B Pedro Lopes, Jose Liberato Freire de Carvalho, Antdnio Joaquim de Gouveia Pinto, Vasco Pinto de Sousa Coutinho, Franoisco Trigoso de Ara@o Morato, Jose Lourenqo Domingues de Mendon~a, Joiio de Sousa San- tos Ferreira, e outros mais.

Durante 8ste mesmo period0 empreendeu- -se a publica&o de importantes monurnentos - alguns inMitos - do nosso antigo direito, merecendo menpao eqjedal as O r d e n a p d ~ Afow.&m. -

A Universidade de Coimbm se deve a fs- euada iniciativa de xirnprimir urn oorpo segpi- do de legisla~ao antiga e moderna a. Em 1786 foi, efectivamente, solicitada e ctlncedida facul- dade para Bsse fim, que n8o chegou a reali- zar-se cabalmente, impri~ndo-se no, entanto, al6m das Ordanaq6es da D. Afonso v, a colec- q&o de Duarte Nunes de Leao, v6ria legielaqiio extravagalrte e assentos da Casa da Suplica- @o. 'Empenharam-se uesta obra o Principal CASTRO e os professores CORREXA DA SKLVA e - - . . . - ---- - ---2- a- -... ma>,.*

d6stss lentes a valioso prefhcio das W e - naq6ee.

Nos I d i t o s da Academia foram pela pri- meira vez publicados alguns antigos costumes a outras valiosas fonte~l de direito dos primei- ros tempos da monarquia, e vdrios dos eacri- tows acima menoionados aoompanhanam a su8 exposipilo corn a transcriqgo de numerosos documentos, sendo especidmente digna de nota neste particular a vasta obra de Joiio PEDRO Rm~rrco.

DELOADO DA SILVA organizou uma dtil com- pilaplo de leis oxtravagantes. Joiio ANASTK- cro DE FLOUBIREDO, SOLO PEDRO RIBEIRO e BORGES CARYLIRO elaboraram indices orono- 16gicos. FERNAMDEB TOMAS levou a caho o seu copioso R ep e r i d r i o rnlfabdkko. NLTES F R A N B ~ pnblicou em 1846 o seu fndice dos Forais. Fhalmente, comepou a publicar-ae o Q u d T o ElePAanb. 0 empreendimento da Academia Real des

Bci6ncias relativo 8 organizaqiio d m colec- qBo de Documntoa para a hiaidria pork- gwsa, bem aomo a referent9 & puhlicaqgu dos textos das nossas antigas cbrtes, n8o tiveram seguimento.

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V I I I

0 s suceasos do prinoipio do ~Qculcl xrx ba- viam faib afrouxar, sem todavia estanoar por oompleto, o dssenvolvimento dos trabalbos histbricos, que, durn mod0 geral - como jii observou OLIVE~HA MARTINS - * tarnbdm a abo- liqgo .das ordens religiosas prejudicou durn modo nothvel a. Mas, logo a p b o restabele- cimento do regime constitucional, o bem oo- nhecido autor do Emaio sdbre o g w @ m o e a hgirdsh$do de PWfagd, COELHO DA ROUHA, .ernpreendeu e realizou uma valiosa sintese dos trabdhos mencionados, destinada a for- neoer uma idea de conjunto da histdria do dreito nadonal.

Encarregado, nos dois anos lectivos de 1834-35 e 1886-37, de reger a cadeira de B&tdria do dire#& r o w n o e p i f r i o , o graade juriacsn- sulto julgou oportuno eniregar-ee de prefeHnoia iis rnat8r.ias pertencentes aegunda parte. h r - viu-se para tal do cornp~ndio de MELO F R ~ B , mas, neceasitando de p6-lo em dia, de o apP- fei~oar e de o expurgar do partidarismo que se revela numa grande parte dessa obra, teve de reiiuir grande ncimero de apontamentos, dos quais veio a sair urn novo e excelente

compbndio-o seu Easaio, publicado pela pri- meira vez em 1841.

Nem sempre reoorreu o autor as fontes originais, porque as circunstAncias do ensino lho ndo permitiram, mas servia-se das melho- res obras, dando-nos uma clara e segura sin- tese da histdrirr das fontes do nosso direito e das instituiqiies do direito piiblico, completada ainda por outroa e vetriados aspectos da civi- lizagko naeional.

0 Eneaao de COELHO DA ROCHA, que subs- tituiu,' como comp4ndio de aula, a Histdrtb de MELO FXEIRE, 6 ainda hoje urn precioso ma- nual, que no seu g6nero nenhurn outro ultra- passou, e a admiragilo que lhe votava H~RCU- LANO 6 penhor seguro da sua excelbncia. Uma ou outra aprsciaq8o p~rcial dos factos h8o 8 de estranhar da parte de quem, liberal con- v i c t ~ , escrevia numa Bpoca de vivas disputas politicas, em que m a grande pirte dos espi- ritos esclarecidos prdessavam pelo liberalis- mo urn verdadeiro culto e viam a hist6ria do pais atraves do sou entusiasmo.

Be algum defeito se lhe pode encontrar, pel0 que respeita hisMria jurldioa, 6 ter sacrificada algum tanto n exposiqjIo desta ma- t6ria ao prop6sito mais vasto de descrever a largos traqos a hist6ria da civilizaclo portu- guesa.

A serhelhanca de MELO FREIRE. tambarn o

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autor do Emaio niIc fez ~magrosseira sepa- ra@o entre o seu manual de hist6ria e a$ suas Imtihigba, pois tarnbib nesta obra magistral usa constantemente do mdtodo hist6ric0, sendo sobretudo valios~s para a hist6ria do direito privado algumas das notas que servem de apdndice ao oomp6ndio.

Pela mesma Bpoca, urn eecritor alemao de todos conhecido, H & N ~ Q U E SCHAEFER. escre- vendo a sua t8o valiosa Hisloria ck Portugal, aproveitou tarnbern corn seguro criteria os melhores trabalhos portuguesee. traqando, a par do quadro dos aconteoimentos politicos, bons resumos das institullgbes portuguesas nos diferentes pel-iodos da sua hietdria. 0 direifo ocnpa a1 urn largo lugar.

Ehquanto net Alemanha SCHAEPER publica- va a sua excelente Geschicue, algu@m de rnais dilatada en vergadura ia entre 116s levantando o magestoso e monumental edificio que 6 a -infelizmeate int3ompleta-H&fd~i.u ds Por- tugal. Esta e outras obras de H E R G U L ~ O , que de certo modo constituem urn comple- mento da sua H k t W , e das quais a maior parte se acham insertas nos conhecidos volu-

mes de Opdaculos, marcam uma nova era na his#& da hiaidria do direito ~aado~aal.

Aqui se encerra o period0 que pretende- mos bosquejar. Urn dia falaremos do Meetre, e bem aesim da pl6iade dos seus oontinuado- res, enhe os quais a persondidade de QAMA BARRO~ sobresai corn indisputhvel preemi- ngncirl.

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I versiio portuguesa das "Flores de lu leye ,, de dacome Rub 'I'

Existe no nosso Arquivo Nacional urn pre- cioso exemplar - o dnico oonhecido -da ver- s8o portuguesa das Piores de las le2es de JA- C,OME RUIZ.

As Flares ds Itw l q e s (a) , coinpBndi~ de direito processual tambern conhecido pelo nome de Sums, 880, sern sombr'a de dfivida, uma das obras mais importantes da literatura juddioa medieval. Colhidas em grande part^ -directamento ou atravbs dos glosadores- nas compilaq6es de JUST~N~ANO represen-

( I ) Palarm de IntrodnCo I publtcap@o d k l e hportmtr id4dltrr M Reds da Vert iu~duch & C&a, ano VI, p e n 34.S.

18) T a m b h se den o nome de P l m d a lew ao Pacsrolbl. Bbbrs obraa oom o tltalo F W lqwm ?id. ST~lrrwm Crssck. dsr popul. Lirsr. dm rbkr. B e M g , f P.

('1 0 autor, ~bedeaendo tend&& da &pow, ~proreitou-ss e b b , aonquantp em menor mda, BPI Dwretaia e do Dectetc, bmn como do Fuero Jnzgo.

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tam uma das manilestag6es mais nitidas e directas do renasoimento do &eito romano na Peninsula, podendo dizer-se quo s8o o pri- meiro Uvro em que se revela j i floreecente a cultura do direito justinianeu. Delas foram extraidas numerosas passagens para o PWO Real e para o cblehre ctldigo dw Partidas, 8

a sua autoridade n8o be oonflnou dentro dos limites de Castela, pois &1as se conhece, alGm da verslo portuguesa, uma tradu~go cat& do firn do. s6c.ulo xrv ou principios do xv ( I).

Discutiram-se, em tempos, a data e a a u b ria dlrs Flwes de ias leyes, e, porque essa dou- trina, apesar de abandonada, n8o deixa de ter intgrbsse para o nosso prop6sit0, referir-nos hemos 4 opinllo emitida palo eonhecido Ro- uRzauEz de CASTRO na sua Biblktem Rebi- nica (').

Ro~ruawm DE CASTRO atribuia as Plores de

1 1 ) A tradupgo catalI - Mra &la atotl~lss e &la iutzea qva devan iafgar-encontm-rre no Is. 86G da Ribllote~a Hacional do d n o via. nho. U-A, Dismtrao bgdo ma la &ne inuugmrum6n del mrw oerr-

d h h & W16 b 1907 (Madrid, I - ) , pBg 21. n o b No hquivo do mlno de Mdorea exist0 taml rh um mrnllscrito do r W o m, duma obrr intltulsda Flws den &y&, que nsIo 6 senas a traduqb ataalx da de lleetse JAMB: Oate Ma. foi daacrito e em p a w transcrib por J o a M.* QUADRADO, Friudqwa 8 fienquimtllr de Mallmcrrr, Pd- ma, 1W-96, p6p. x, ar, 2684 e ZR&9 (intornaflo do Prol. LEOPOLD ~ E L B , de Heidelberg).

I a ) Joai Boomeum De G r m , BWdrca Ewrlola, t, I, Mt- drid, 1781, fl. mt, w1. 1.'

l t ~ leges ao judeu R. MOSE: QARPATI, castelhano, do sbculo xrv. Levara-o a essa conclusiio o facto de o c6dice erscurialense que 819 anali- Sara ( I ) . conter duas dedicat6rias: uma de NOSE GARPATI e a outra de Mestre JACOB. Segundo o bibli6graf0, na primeira dedicat6 ria MOSE GARFATI oferecia as Fdores, como fruto do seu engenho, a Mestre JACOB; na se- gunda Bste riltimo oferecia a obra, como se fbra sua, a Alfonso Fernandez, el Ni6o, filho do rei Afonso o Shbio. El Ni& teria enco- mendado a obra a Mestre J A ~ O B , e Gste teria encarregado do trabalho o seu valido QAR- F A n , limitando-se a sua inkrvsuqao a man- dar copiar o manuserito do judeu, tirando-lhe a dedicatbria dGste, para o oferecer ao filho de Afonso o Shbio.

Das duas assergoes de ROURIQURZ DE CAS- TRO-que o verdadeiro autor das Flores foi o judeu CARFATI (s6eulo xlv) s que a obra foi oferecida a Alfonso Fernandez, el Nih, Alho bastardo de Afonso o Sibio -, a primeira nlo tern o menor fundamento. 0 equivooo de RODNUUEZ DE CASTRO P C O Y ~ ~ O do pouou cui- dado corn que examinou o o6diae e as duas

I 1) i D ~ddiw B, IV, 14 que neiD seqmw B dv rhulo nu, w Ilm do ~ C J Q rv. Vid Memwid Kiah%m Ewpdd, m k 4 m d. do- wmcmbs . . . pw publics i a Rad Acudumia & h Hutaria, t. 11. Madrid, leal, p a . la.

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dedicatbrias: 4 evidente que CARFATI SB limi- tou a oferecer a urn grande senhor, de quem se deolara vassalo, uma cdpia das Flores, obra eompaata muito tempo antes polo Mestre JA- COB das Leis ( I ) .

A segunda ailrrnap5o B mais s6ria. HODHI- GUEZ DE C A ~ R O , qlie apenas conheoia o cita- do c6dice escurialense e urn oddioe corn data de 1404, da livraria do mosteiro de +an Martin, encontrando em ambos as pala- vras d a 1 senor don iilfanso Fernandez, hijo del senor don Alfonso, por la gracia de Dios Rey de Uastilla y de Leon b, concluiu, n8o sem vkrusimilhanqa, que se tratava de el Nifio f a ) .

( I ) Virt, o prG1o~o de Fr,oRaNLS, ap. W ~ . m w i a l cit.. p8p. 166.

Cb Mhmna, fh:tarr,,!p laidrij-irn-critic* sohrs lrr Q A L Y ~ Q legtdacznn, fld. t888, 5 815. Segutido Ass0 E MANUEL, Ila 6.' etl. das lnslilrrciutre~ dsl dare- cho Eiril & Frtulilln 11805, p6g. t t I, a obra foi e s ~ r i t a m lalam l)or Meatre JAcoars e depois verllda par8 castelha~~u pel0 juilou ZARTAPI i aicJ: ~ 6 t a a6rma~Bo tambbm carecu en1 sbsuluto da hndan~ento.

< a j A mesma doutriua tlllcoritlanioe em Asso a MAKI:BL, &. e srb cid., p&g. Lr Rutre nda, emltiu iddntlca oplnf8o a ~ r . ~ D. CAUO- m a M r c s ~ B w a , sem rlrivida potque 08 cddices antigm que foram utllieados pela Academia de la Historia na edipllo de 11151 - e que, got serem os finiaos dfvulgados ai4 e n s o pela Lmprentia, errm 08

dnicoa clue S. Ex." conhecia -continham todoe a mesma dedicathria: =a1 @&or don Alfonso Pernandee, hijo dei s&or don A1fo11so~- Vid. Cc~ncherru do Ajjudn, t. n, p8g. 165, notn e o MmoriaI cIt., t n, pQ. 167. Sabemoe, todgvia, porque no-lo diase a ilustre escri- tors, qua &bra o usssnto -- enHo vwado acidentalmenta numa not+ do seu Ca&mdm-nHo tam optniao focmada. fi de snpbr qne 9. Ex.', voltando s ocupar-se do asrunto, abandon9 a sua prirni- !Lva Idma.

Mas, em conir$rio, j i FLORANES ( I ) fez no- tar que as F ~ T R S & !us lagss niio podiam ter sido oferecidas a Alfonsu E'ernandez. filho hta rdo do Itei Gitbiu, visto que cerhu passa- gens da obra ( ' ) indicam clammente ser ela dedicada a uma pesaoa destinada a exercer a realeza (8 ) ) . A dedicatbria de Mestre JACUK dirige-se ao infants D. Afonso, filho de D. Fer- nando,-mais tarde Afonso X, o Sitbio-, por ouja encurnenda o jurisconsulto empreendeu a compilaqfio ( 4 ) . & o yue se infere claramentc. da linguagem do oddice de 1289, a que adian te nos referiremos, e do qua1 FI~ORAXES SB apro- veitou para o seu ustudo: A1 muy noble 6 mlroho ondrotlo sennor Ilon hlfnnso Ferna n- dee Ajo del lnuy noble & bien nvent~lrado sen- nor DOM Fer~alzdo par la gracia de nios Ney de Gnstillrl 6 de LA011 . . . a ( 6 r.

13 esta it opiniRo oorrenternente jlrofeusada

4 1 ) !deri,orrul cit., t. 11, ySp 151% Cl. Mnnlna, Kwayo at., $ Ylb. 421 Liv. I, tit I, lei I : = E ayades siemprh v ~ m t r o s escrillartos

clue Sean B vuentrox pies L. pvrteros C monteroe P, a lei 3: Otto x i hi nabgaadm que p1eybePrs11 con lox dueRoo.. . no11 devsn alegur ell w i m Cotlie..

(3) Contra, ma% sem argnmbntos que rallvwqun, M A R I ~ A L A R I MAN~KQUE, Hrl. de la leg., v d . 111, peg. 76.

44) .Y-mL, 11, p6.g. I#. ( 3 ) Merntlrld.1, 11, pdg. 148. Ci. lLlltarco (;ierno c P E D E M I ~

BE Oaia, F m s hew^ de Zwwwa, ete., I I Menria, 1916), pig. 8 , nata. Ne tmnwri@o iloa em. 4.da~so e Oxti% It-be *termor rlaa Al. do- Perm ner& 3 , mas 6 urn brro: o ctMi~hre lam s6 9 ~ e r L s ( in- forma$lo db Pro!. KnnIhl.

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pelos escritores espanhbis. Depois de FLO- RANES, exprimiu-a o grande MARTINEZ MARINA no sed Erasayo ( I ) . Perfilharn-na tamb6m os editores da obra de J.~DO.ME Rmz no Mewtorial Ela'st6rico ('), e nEio tern hoje, que saibamos, contraditores (s).

J ~ C O M E Kmz, ou Jxco~o Rurz, - tambPm conhecido por Mestre JACOB &s l&, em vir- tude da-sua profissso 0 conhecimentos-, que nos aparece no reinado de D. Fernando como atitor duma obra dedicada ao principe her- deiro, era, ao qne parece. aio d6sts ( 4 ) .

Sabe-se, por documentos Ededignos, que a sua vida aloanqou a maior parte do reiaado de Afonso o 85bio (9. e tudo leva a supBr que, dada a considesa(,Go de quo merecida- mente g o z a ~ ~ n M OH cnnhecirnentos que reve-

11 ) L:di<ilo do IW, § 318. ( 2 1 Memorial, rr, pig. l'ds (isto apesar de oe eclitorea nPo liga-

rem yrande irn;~o:-tar~cia B cfipla cle FLORANES). ( 3 ) %Id?, recelltemente, a obrncitada de CASTRO e OHPS, E'118-

rou iermmes, p i g . E. 11) F ~ o n a ~ s s { . V t ~ ~ n r i u l , 41, pQ. 117) aventa a 11lpGteae remsfmil

de as Piwes de las e!/er: tere~n eiOo colnpostaa a podldo de D. Alonao nlzma (?as longas aunancins de neu pai nas oosquiataa da Andaluxia, durantb as quais Ble flcava guvernando os reidos de Castela e I&o e sentir n ~>ecesxidnile, para o correato dasempenho d h s e cargo, de ter rtgumas Inrrtrupes jurfilicaa. Ma~rrwsa MARINA rob. n'l., O Ha) declara se; urn - lactu' ilicontort4vd * que JACOHS RUIZ Eol =lo do infante D. Afonsu u quc nmMs c!rmnst8nclaa compbs a S~rmu. ,

(51 Vid. iII&uI Hisl4iic0, vol. I, pgg. 31%. e vol. ti tprM0go do PLORAUSS). pig. 151 e regs.

lara nas mas obras, fGsse ale wn dos j11t. i~- convultos que maior ingerencia tiverarn n o Ferero ReaZ s ria grandiosa oornpila~8o dns Parti& t ' ) , BR quais, eomo dissemos, sevvi- ran1 de fonte as Flores de lus leges.

Segundo uma tradi~Ao que encorltramos exposta em mais durn autor (F), e yue supo- mos fundar-~e na Histcirin ds Murcia de Gas- GALES, J ~ O O M E RIJIZ n5o era castelhano origi. n h ~ i o , mas sirn genovPs-Paganis de apeli- do-, naturalizado em @:spanha ( 3 ) .

A1Qm das Flores de las leyes, o mesmt~ J i - COME Kr!~s! curnpBs o Docdrv~al de lo8 pleytos. para IeccionaqEio de seu filho Sonaiunts, e on Nueve tiempos del juicio ( i ).

Do original castelhano daa Plores de las leyes sabernos qup existern, alPrn de vhrias cb-

( 1 b Yld. s8hre us colaburadores do rei Snbio oa obra legisla- tiva- Mestre JXc!onm Rurz. Hast re RoLu*r. Yastre F ~ n ~ a x a o nr: ZAXORA-URE%A, DILGBYW ctt., ydgs, 20 B ?I.

(81 Vid.(eSpecialmer~ts Asso a NAAUEL, IwHLIL, 6." ediyzl) ( 1 8 ~ 1 , pig. It. Cf. La SER~A, i l~trodapZo i etliqlo rlas Fartld(t8 nos r Pudi- gos eapcliaoleh colacorii&r g rmotados.

(3) Of editores do .Weerorirri (l i Io-i~o niii~lhl~srnente cunto cas- tdhanu.

14) O h i r i n t ~ l & lor plelllox 86 hfi ~jouco tetnyo 6 cutrl1el?i4n, gryas a urna felir. duacuberta da Aoorvo Bowrr.LA. e constrrv:t.so inedito. 0 s Tpmpos do* prriluri acharn-an, uertfrlus 1,ara p o r t o p ~ ~ k s , nos Porllyra(~us Mnnvrnenln Hialoric,~, Lener sf Uunsi*etrrdines, r, [lf~gs. 3ab382. e @rnb&m nos In6liios &a ilcudemiu, t. v. T a l ~ e z xe posua tambdm atrlbulr a 5 6 ~ 0 4 4 RUIZ a .K<cry(~~.ilu rk. ion pi$filr16 rille lnair freqnerltemente so apresetlta como obra (le FsRHnNvo DE Z~moal.

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pias ('1, seis chdices escurialeoses ( ') e urn tlue i: propridade do sr. Eloi Garcia de Que- veilo y Concellon, rosidento ern Hurgos ( a ) .

0 s cbdices escarialenses pertet~cem sou sG- culos srrr a xv Algulls d6les forarn utili- zados pela Amdenah dr! la Ha'sdork, na publi- ca@o, feita em 1851, ctas N o m a de las lepes. 1)ois siio do s4culo xrv (9: urn dples (Z, 111, 13) (6) serviu d e test0 para a referida edie80, o otltro ( Z , 111, 11 1 eontern apems ulna parte d ~ t - atj: ao fim da lei 3.a do titulo xrn do livro I-e serviu para ] l o t a r as v~riantes. Um terceiro eddies est:l~rialense ( H , IV, 15, ( 7 )

i: do s6crilo xv e. pelo fact0 tie o copista ter auo~nodado a ~inguageru r10 cridke A da iipoca

! 1 ) Na Riblioteca National F:apa~~ha) ex iswr l~ c6yir6 IlrPpnn-

itan POI- FLORANK~ e 01ltl.a~ (10 rlil'crsa 1lruvdtli411cia. Exist@ L3111bfin1 uma c&pia IIO c5dfculd, 22 ds Bihliotaca r]u Cabido cle Toledo ~ r n e g ~ , Ditirrir~n cit.. yBg. 21, nota l. NO .Ue,nurtrrl IIt*lto~~,co, 11, pdy. 1411, far.se refer61rfa a urn &dice do sdculo xv exisle~lte IIU Bibliotwa Naciol~at ID, 161. Ronaroum oe C l a r ~ l o viu IIR livraria nu l ~~os te im de S ~ I I Martin UIII cddice coln a dalu de I&. Vid. ainda Ca~mo e Obrri, d. cil., p&.

5 c 6. Posteriormante ii publita&a dhstc meu nrtieo tive rrotlria. pela Jeitura durn Itnpbrtnllle oy~lsculo do Pmf. U ~ E ~ A JL~A* rrficiatsr.r del k'*rer,n de Cuttzcttj, rlorrtrl r6111a quo f ~ v . part.. do ma. B, pig . 88- -6-21, da tlibliokxa dx Uni+errlrtade rle t'alencia .

1 2 ) U~Ef fa , I l imw~o rit-, luc. tit. Cf. Casrrto e O ~ i x , &oil. 43) CAST- B omri6, cit. ,I.'uer.va (uonuxth, it*. 2, rtoh. ( 4 1 UReIla, &curso dt., luc. tit. (6)- L~RRRA, Dieurw Cit., IOC. cit.

16) Descrlto no pr6logo nos * O p t h c h k@e6 dd Hq( riuu Alfwau el ~Yabin*, 1W (cit- nu Memmrcal Ifisl&, n, y e . 140).

I 7 t M t r i t o p r Roou~auee oe CABFRO, oh. tit., pip, W, m incorPectamente, Imrqoanto 8 l ~ t w nPo 8 do &eu)o ntv.

em qlle eserevia, 11ao foi aproveitado pela cor- pora@~ editors sank0 para notar algumas varizlntes (1). 0 s tr6s restantes (%, UI, 21;

P, 111, 2: N. 11, 18 ) 11fio foram compulsados nessa oeasiao. Ignclranlo~ a data de cada i11n

dues, rims, en1 vistil d o qoe escreve o Pmf. UHERA ( a ) . u11i dkles, pelo rtlenoe. remonta ao s~c1110 x111.

0 cbdice hoje existe~lte em Surgos tern i i

data de 1289 (ern cristEi), e foi ddedque FLO- RANKS-- mais tarde sen propriethrio (?)-- ex- trail1 a ccipi;~ qlie serviu de base aos seus cornenthrios h obra de J d c u v ~ RUJZ (9).

X riniea ediqRo irnpressa das Flores de Ja8

ley= 15 a do ~Wemori? 1 Hisidrico EspaAol ( ' ), publicaqao interessantissima da Awdeulaia de b Hktu.ria h que j5 yor vAri;~s vezes nos refe- rirnos. Como dissemos, escolheu-se para texto o cddice escuriaiense Z, 111, 13, e utilixarwn-se para variantes o ctSdice %, 111, 11 (9 e e a6pia de FLUHANKS feita sbbrc o cddice de 1289 -7

( 1 i ,~sarovurL, 11, pAg. 140. (? I Uxda, Diwvarw eit. lac. tit.. I 3 . Xe,~ar.rr~l, 11, ,,fig. 165; CASTRO e O d s . fireros tit. Fdg. 3

(corn a i~ldica~go das fontesl. Bste cbdice de Buraos P o adoptado oa

edi$%o ccrltlrn ern preparu~Ro lintorrnaf$Jo do P c Q ~ . U R E ~ A ) . ( 4 , Tomo 11 11841), p k p . 157 a 248: Florea de Inx leyex: Suma

[egccl drI .Venexh.p Jncvbo Rtiu-;, llnntrrdo rfs lirs L q w , j r t r i m ~ l l o cfaslal- l a b ds It& ep& dpl Sumto fiqy I)m I?wmr~redo y r l ~ aa I ~ i j n don Alfopm d Subio*.

( 5 ) I~ldicado lrela mrbrcvirt.ura Rw.

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i11correct;a e cheia.de erros k , dizern os edito- res {l) . 0 texto das mores 6 acornparihadv de notas de FI~DKANES, etn qae Qste distintfs- simo cnltnr da hist6ria do direito espanhol detkr~nina as fontes da obra db J ~ C O M E KT~IZ, e precedido durn prdlogo do mesmo corn o tltulo de ~Noticias literttrias de Mestre Jacob de Ias Leyes ,.

Torna-se absolutarnentc necessiiria uma nuva edigiiu, para a qua1 se apruveitern os elernentos que os editmores do iWe7noriaE n8o eonheciarn, e em que todos ou chdices sejam fiubrnetidos a urn acu~~ado exame critico. A tarefn nfin pode estar m e l h o r conf iada . AUOLPO RONXLLA 0 RAFAEL YE TJRERA. 08

dois eminentes professores da Universidade de Madrid, hB anos jB que rreem prometendo a publicac;Go, n8o s6 das Flores de las leges, n ~ a s de todav as obras conhecidas de d d c o ~ s Kr-zi ( a ). Oxala nao se faca esperfir muito essa put~licaqfio.

Falomos agora d.a versgo pijrtuguesa. 0s prirneirr~s ~ O S nosso3 anti(]uArios que

do assunto se ooupararn desconheeeram que

( 1 ) Mnraoriul, $1: pig. ?M. 8 2 ) V i d . , por exeruplo, LIRBPA, Dilww60 cit,, pLg. P i , noti(; Bo-

HILL*, t r a d u ~ g ~ espai~llola da Hia!or~rr (ILI Lileraluru h;~pataholtr de Fn MAURICE Ksl.tv, pBy. 101, aota.

s r tratava duma traduciio. Assim, JosL ANAS- T,~CIIJ I)E FIFIQUEIREDO, na sua bem conhecida

Msm6ria sabre qua1 foi a r5poca certa da ir1trvdnq5o do direito de Justiniano em For- tugal a ('), sup6e yue u comp611dio d o Mes- tl-e Jacob d m Leis foi eacrito ant portugubu por encomenda e insinua~ilo de Aflomo Fer- nundes, fifio. de D, Affonso rei ds Cafitella e Ledo. a quem o rnandou e dirigiu. NBu se pode afirrnar qlxe FIGC'EIKEYO, a0 repro-

corlstam da tradupiio ( 2 1 , tivesse nn mente de'terminatlas personagens; admitindo, porGm, que se quisevse referir n pessoas determi- nadas, essas pessoas n&o podem ser outras sengo o rei Afonso o S5bio e seu filho bas- tardo Alfonso Fernandez, el ,Viho, rnorto em 1281. Efeotivamente, F ~ ~ v s r ~ ~ u o Q de opi- niao que a Stmma ds $festm J ~ c n s deve ser reportada so tempo dc I). Sancbo IT uu D. AEunso I11 dt! Portugal (s),

ALEXARDXE HERCULANO jii nlo caiu nb mesmo &rro: nos Port~galiae Monarme.?zta His-

( 1 i AIL Menrorrt,x de lillwattrr~ purLugws~, prblicrzdu* wlu Acudemru Heal dw t k i r n c ~ a de Ltxboa, T. z ( Llshoa, I .* vd., 1792) PQ. na.

I 2 1 *Au rnulto onrrado senllor Qorl Alffo~~so fer11a1)ded flflio do muy noble e bet1 sirenturado sar~l~ur don Allcrrso pella prap d r deus Rey de Castela, e de leon . . .*.

( 2 , Poupirmoa t~ahalllo ao leitor apresentantlo 0 ijeguil~te qnadro r n ~ ~ o l ~ g ~ c o :

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torica: ( 1 ) apresenta-se a verdadeira doutrina quanto indole ds obra, dizendo-se que B urna versh da Socmlna on Flores de Direito de SIestre JA(;o~% dds Leis (').

0 s eseritorev espanhbis roferern-se, por vezes, A tradngdo portugueda das Fiores da las !eyes? mas todos, segundo supornos, sem conhecimento dirocto do nosso cbdice. HINO- dos.4 ( s ) , POP manifeeta clefieiGnoia de infor- mes, pret,e.nds que a tradaqiio foi feita a ins-

(?wlalu I'orirrprzl l?2i. Bascimento d e Afonso X

10 Q6h10l 12?3 . . . . . . . . . . Subida ao trotlo dc 1). Saricl~o I1 1245 . . . . . . . . . . . . Rrgeaela deD. Afunso, Irma0 dm D.

Sancho . . . . . . . . . . I ? # . D. Afonao 111, re1

1?X. Subida xu trono do Aionso X 12i9 . . . . . . . . . . . . Subida ao troao de D Uinia 1281. Morte de Alonao k'arnaltdaz

4 el .Vtao) I!@.*. Morlc 518 Afoeso X.

Nos Iw6'diloe fh hurdsmiu. T. v , pigi A54 ((Lshoa, 1824l tambhrn se parte da falsa suposiqIo de gue tie trnta rtum arig i~~al portuguls. No rnesmo err0 cniram nlais tnrde SCHAUHER ( Orschidle sm Pmlu~ial, 11 Hand, Hamburg, 1889, p 6 ~ . 83) - 0 quaf, ba8eanrlo-se em FIOUEK- Reno, se refere todayla expreseamenta a r t r n Alho do dfonao X, - e o 3r. T ~ P I L O H R A R A , q118, na sua Ifnslorie &a L'ltiwrrtdadc ds thm- h~.u, Y O I . I , psg. fA e not+, reprodw~iu Wxtudm~nta a FlGo41a4DO.

( 1 I hges nl Wnaudwdnsa, 1, pig. vr e 155. Cf. Carta de Her- rulano pulllicada IIO . Arch. Hiat. t-rr, y 6 ~ . 142.

( 2 J I'f. U. CAROLINA M~ctraaals, L 'a f lc~~~el rn da Ajuda, 11, pig. 1%.

( 3 ) H m o ~ o s ~ , Hrab~ui~a dpi devecko romrtrro wgt4n la8 mos v m h - 1ca infwtzyncionaa (Madrid. lR80~18891 11, 1r:lg. 241.

fgneias de L AFonsn Fernandes, filho do rei D. Afo~lso III? ( I ) . Tal personagem nem se- qusr existiu !

DBmos, pois. como assente quc? a ohra yor- tuguesa 6 uma tuadut;ho das Flo4-i~ de Eas leyes, que J.~COME (ou JACOBO) KVIZ, C ) cB1ebre juris- consulto de hfonso o Shbio, esereveu em cae- telhano e oferecen ao dito Afonso quando ainda era infante, portanto nAo post~r iorment~ a 1252.

Fwz pat*te est-a traduc;fio durn c6dice em 4 O,

cc)mpostn de 153 fa lhas tie pergaminho t a ) , existent0 no Arquivo Nacionai da Torre do Tombo j Forois Aratigos, maGo 6 . O , n . O 41, co- nhecido peln designaqfio de t( Porvs da Guardna e ass& conhecido dos nossos historiado- pes ( 3 ) . 5;; urn volume hem conservadcr, 1,ro- tegido por urna enoadernar$o caracteristica do estilo renaseenga. As dimensdes acbPcais das fdlhas - yue foram cerceadas, tanto em al tur~ como em largura-s8o 229 x 163 milirnetrou. Foi paginado pur fblhas posteriornlentc 30

I I ) Cf. Dn 1)1suo, Inimdrrccidn ti1 rxizrdio de lua insliluckmes de derecho fojawro ( Madrid, 1W), p6g. 411.

; 21 NBo contamus an quo esMo coladas i e~~cadertiatXo. ( 3 1 Uma gratlde parte do clrlics acha-se publicatla ttoa 1nMbl~a

da dcademio. t , v, r: mais acurntlrmente no* t'orla4gal~ric .Uo~nrr~wla Hsstorica, &Eg&-i el ~ ~ I I x I I P / ~ ~ ~ ~ R P . * . t. ! e 11.

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nleado do s6culo xv ( I ) , ::a terceira fblha (A . 1, segundo a paginaqfio) 1E-se o seguinte:

Foraes antigos da garda h e leis iitigas do Heino .. 0 seu contelido, que j$ foi cuidadosamente

descrito nos Portugaiiue Montwzenbra Histo- rica (9, 6 , em resamo, o seguinte:

a ) Certidao do foral Iatinu B doutros do- cumentos pertencentes ao corlcelho da Guarda, passada em 1449 dos livros e registos da Torre d o Castelo de ],isboa (Turre do Tornbo) a pctipao daquele concelho ( f l . 2 a I2 v. ' ) ;

b ) .Versa0 portuguesa das Flores de Em leyes, pela qua1 comeqa o texto original da compilaqfio, como em breve mostraremos ( A , 18 a 40) ;

c ) Foral da Guarda traduzido em vulgar (fi. 41 a 43 v.0);

d ) ' Costumes municipais do rnesnio con- eel110 (a. 44 a 60 v.");

e ) Leis gerais do reino ( fl. 61 a 67 v . O ) ; f ) a Tempos dos preitos 3 de JACOME RUIZ

(fl. 67 v.' a 70); g ) Tradu~ilo portuguesa do Fuero Real

(ff. 70 v.° a 149). A certidgo do seculo xv, corn que abre o

1 I Efectivamer~te, a numera~ao abranga a ~ar t idxa de 1U9 a qua nos rrfqrimos no fextu.

( '2) I e w , I, yig. 366.

volume, 6 esorisa ern ~.xritcteres c*nrsivos tnuito mais modernos que a letra do cBdice original. fiste 6 escrito em letra g6tico-frxncesa-'prw- ta, con1 excepqfio das iniciuis cum que ailre eada parhgrafo, e dos titulos. 11ois ern tais easov o artista recorreu ao verrnelho. Na parte inferior da fl. i O aproveitou-se urn espacv em branco para itl~erir urn:{ lei de 1). Dinis. Ko fim do volume lanqorl-*se, em letra porventura mais modenla, uma c6pia da u lei da avoenya a de Afonso ITI.

A parte do volume yue x~este mowento nos interessa-n tr.adu$o das B'l'lores de lus leyes --abrange desdo o alto tie ff. 18 ( 1 ) at6 urn pouco antes do m ~ i o de f . 40. E, como se \ r e , a prirneira parte do cGclice prhprialnel-lte clito, poiv d e v e ~ n o s abstrair das fl. 1 a 17, rntiis modernamento aoroscentadas. Cumpre. toda- via, observar qnr x sua colocayiio em yrinleiro lugar n8o pode ~tribuir-se corn segliranqa ao plnbprio escrevente, porquanto o resto dt: fl. 40, hem como o verso, se ~charn em hrancu, ecom u foral qne vem a segr~ir ir~augura-SP iiln rioro caderno do pergamiuho.

d versa0 nit0 6 preoqdida de neohurna ia- tn)cluc;go nern titnlo, ~ s s i m como 1130 6 arom- panhada de nenhu~na explicasfio final. EstA

i I I Na M e ~ ~ l u <la lurn~uera,dad.: de Ciiiirrhrt~, val. v, yAg. 10, 1 b I l -

blicamoo o lac-silllife da fl. 18.

Page 31: Estudos de História do Direito - Paulo Merêa - 1928

divididit rtn t,it,nios, ~ I R S sem numerapbu. Os, t8itulos n5o se sut)diviclern em leis. nejn ee agrubam em livros, nAo obstante o prillogo 110s infor11181' de q118 :i ohlr~ ocsmpveeiidr t rds livros ( 1 ) .

E o i cursivrr mais rnaderno --wetnos rjrla

do s6cnlo sv - 16-se, 710 illto (la prmi1uoira f i j l l i :~ ,

a seguinte ;idvert&nriit, ligeirnmente 11111ti1ttrlit

pelo encaden~adov: . ysto si leis ja 1113 rteor- sarias polas do Reyno.. No f inal (fl. 411, :t

aneio), n mesin:i 11150 eucyeveu: , tudo ysro deutcts leis nA ;tl.)roveitn XteBqu~ :. AlFrn des- ~ H S dllas advert,&ncii~s s imil~res , o p e ~ ~ g i k m i n l i c i

apresenta at6 ~ e r t a alt,ura hrevea glosxs mar- giuais, ern letrw l):rstt~utc? lnsis ( ').

Qua1 s e r i 21 itlncle clQste docilnlento'i 0 tipo plileogrIfico nRo permite fixar :i

data, 118111 SeqllCI' B D P O S ~ I ~ ~ H ~ R T I ~ C ~ ~ ~ ~ ~ . P O P I ] \ I A ~ I ~ C ~

610de r'euicmtw :lo shculn s r r r (:''I ou estender- -se pelo sirc~rlo xrtr ndisnte

( 1 i . . . psl't~' VSia lloasa ollra 411 tree li1ircrs.r (A. 181. 0 cbdics ercurialer~sc 2, 111, I*, tanrl)Pn rhBu eumara os Utubs, laen, 0%

raparte em livros. 121 De ambus os curslvofi fornocn cxemplos IJ fac-simile a

que se refere a not& da pig. I. (3) Sabpmos que em 12M urn escrevnnte da (;lianrelnrla ri'gla

brsava rlr varavtsres rnl1~8aoulun g6tictr.franceeoa IMP^. Aruii., I, r. phg. 44 r. A Prof. D. CAROLIN* M I C U ~ ~ L I S avanta rom rnuila vertrsiini- Ibanya @r sido i~~rucura~la eni Portugal eita cslignfla )lor i n f l ~ l n c t a d a Afollso I l l . tiit. (kmcionetto. l. i t . p6gs. 152 e 153.

$ 4 L . Datas precisas nobrr a inlrodupXa do novn gosto na arte dor cnllgrafos n iiu~nminadol-es rln ~rimlnmla nZb bstSo por ora fl-

0 termo u quo n%o 6, todabria, dilicil de preciuar, jk clue no lnesmo c6dire -e cer-ta- rne'lta tranacrita pela mesrna miio-ar~arrce ( a A. 64 x..) uma lei que st: sake ser de 1273 (1). It: esta, da.; leib corn ilata wnhe- cicta,. w tnai,s ruuderna ytle o ~Bclice nos for- neee, abstraiadu da lei d~ D. IHnis a que jfi nos vamos referir (2 ) .

E cl terrilo ( C L ~ quewi P HERCULANO, qut! examinoil cuidadoaamente

u chdice no seu conj~lnto, exprimiu a v u ~ ~ v i c - y8o d e qut: Flu relnontu ao si-culu x111 f 3 ) , 0 it

razliu rror Ple nduz~da, @ que se nos afigura puntlerosa, i. a rlu: que milo diverag, mas da irpoca, intercalou, IIU ~ ? S ~ I B C O em brar~co dei- saclo BO fundo da fl. T O , tima ilrliea lei de D Dinia, oomeyanda im~diatarnente no verso da f6ltta a tradur,8o do Fuero Real ( l ) . Pare- CP-110.3, ])or isso, qlie se pode Bxar corn eel-ta ~~~-ohat l l i~ lac l t? a rlata do clSdire entre

XSdasr n. CAROLINA M L O H ~ & L I S , Cu?~.~rntnttn ?kl Ajrrrlu, 11 ! Halle, 1W1, p6g. 161; e Gru~drisa dur mart. I'hil. ylip. 176.

( 1 I I$ r lei reproduzidm IW$ t'ov!nyuliw! Mmu~nmtu Hi*bricrr. Leusa, I , ~ 1 8 ~ . 2%. HEREULANO atritniu-8 no m h QQ R R ~ B I ~ ~ P O , man tdo sireubri~~tlo que fie n l o t<al;a duma duta regura. porqurinto o t i v r o dse Leis e Posruras autoriza a substitiifla de sPtambro por ds- mnlbra

i'll So apucbai;ilmoa ? data dr lei de Afonso X I ? ) intatralade no lirro 11 - fl. 30 1,. n f l . :12 -- porlertarnos talvax s~~roxinlar u tsrmo u nus.

13 r I'G~ itrguliur M U , I ~ W ~ U lJwltrric~, h g e s , I, 4lhgs. JS e 156 : 4 I I'id. rtrpru, pbg. 9.

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1279 e 1282, que tal 6 a data da lei de D. Dinis ( I ) .

F:stamos co~lvencidos de que se trata, niio da prilnitiva versfio, mas duma cBpia grosseira e cheia de erros, feita por quem aliava urn8 grande distracgiro w u u ~ completo desconheci- mento d.a tn~ t6r ia . Lacunns constantes que transtornam polh inteiro o sentido, palavras e frases de aspecto ee~nolhante mas de signifi- cado diverso ou sem significado, repetipbes e transposiq6es. dislates eomo z porturis * em vez de ~pectllio~>, etc.: mostr~tn-no B saciedade.

Ngo deve. em todo o caso, esquecer-se que a vers5io primitiva nio pode ser muito mais antiga, porquxnto o original castel hano -admi- tida a possibilidade de ter sido nferecido ao Infante quando 6ste tinha catorze anos - n8o remonta a1Pm de 1235.

Que as B Flore3 das leis ,> tiveram xplica~go em Portugal, parece-nos fora de ddvida, em- bora II&J pussamus precisar o glnbito geogr8- fico dessa aplica(;iio; e assim o e~itendeu HER- cr:LaNo quando, no ~~refdcio ao volume das Leges et Cvnsuetudines ( ' ), n90 hesitou em declarar a: per xssis prov:ivel que tivessem sido rlireita vigente entre ntTa ,. A circuast6ncia

de a versiio se encontrar, como as Ieis gerais de AFonsd 111, junta ao caderno de costumes da Guarda mostra qrle ela devia servir aos alcaldes d6ste municipio ( I ) , e nada nos proihe de acreditar, antos tudo leva a crer, que esti- vesse div t~lgadn pelo pais, forrlecendo ])re- cioso subsidio numa Qpoca em que ern ainda escassa a legislap80 processnal. Depois, corn o desenvohimento da legisla@~o geral, - que, numa grande medida. tende justalnente a prr. cisar a chamada (< ordem do juizo - -, o corn- p6ndio foi sendo reIegado para urn plant! secundirio, at6 st. tornar perraitamente dis- penssvel. Isto explica, em psrte, o n5o se conhecer oirtro exemplar, e, porventura, o ter desapareeido o original, se 6 quo se trata durn apsgrafo.

Que no concelho da Guardti a cornpilay50 de Mestre Jirori foi suplautada pela legisla- qdo do reino, !nostram-no R evid6ncia as ji citadas indicaqdes em cursivo. Sabemos, em todo o caso, por urn apontatnento ma~luscrito 1g11pado pel0 errldito Jobo PEIIHO RIBEIRO n3 margem do seu exelnplrtr das Inddilos ( q), qne nulna sentenqa do sbcnlo xv, do Cartbrio da Cilrnara d o Pbrto. ee citam t~inda as leis Juco-

( 1 21 rle agosto da era rle 1Z3b

(2 ) V01. I, ~li. . vr.

- I 1 1 Cf. ~'orlrr#n~&iis .~mal~wr&trr Hieiorac(~, &g8P, I, 1) kg. 148. 1'21 Na Blblioterx (la Universi~latle d r C o i ~ ~ ~ h r s .

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rleeas- titulo pelo quaI, sem dfivida, se pre- tendem designar as Flores de Dip-eifo.

S6 dopois de os ilustres Profs. IJRERA e BOSILLA levurem a caho a pronletida ediqilo critica do taxto original castelhano, 6 qrle serd p'oss.ivel estudar as relaq6es existentes entre Gste texto e a nossa velbaLto, e 4 rliesrua provh- re1 q ~ ~ c o esclit recirns~i to destan relapfiev lance, ])or sua vez, luz rnais irltensa sbbre a quest40 dtl antigiiidsde do cddice polmtugu6s. Nao deve- mos, por ernq~ranto, avatiqar qualqueir eonjec- turLrs, clue seria precipitad;l, dada a deficihcia dos elernentos de yue dispomos.

Efectiv anlente, illto nos tendo sido possivel estender aos arquivm espanhdis as nossas pesrluizas, c) que logriimos conhecer do origi- nal custelhallo foi apenas:

a) o tcxto do cddice escurialeilse Z , 111, 13 (Memo~..ial Hislorico, t. rr, pRgs. 167 a 248);

b ) as unriantes do cBdice (incornpleto) X, 111, 11 ( ibid.) ;

c ) o princjpio do texto do prcilogo das Flares [lo e6dicc: de Burgos de 1289 (CASTRO e O K ~ S , h e r o s leoneses, phg. 2);

d ) o texto do prdlogo da cciyia de Fm- BANES, feita sabre o c6dice de 1889 (Memo- rial, 148) e as varizntes de toda a c6pia; - e) o texto do prdlogo do c6dice escuria- lerlse B, IV, 15 ( R ~ K I G U E Z UE CASTBO).

Da aproximaqgo d B t e s maia quo escassos elementas e do cddice portuguGs apenas nos 6 permitido fazer ressaltar tt eonstata~iio de quo a versa0 portuguesa difere nothvelmente do c6dice 2, TII, 13 (sbeulo xxv), aproximan- do-se lnuito mais dos outros- dos quais toda- via tambi5m difere mais ou menos. As seme- Ihanqas corn o cljdice de 1289 $80, hs vezes, fiagrantes, mas isso n8o impede que haja im- portantes divergi.ncias, e nomeadamente a da palavra Alfonso em vez de Fernando. Sopo- lnos que nenhum dos cddices que eonhecemos foi a fonte da tradupiio portuguesa: jsor$ alguin dos yue st! conservam inbditos, ou ter- -se hh perdido?

Para terrninar devemos chamar rt a t e n ~ g o para a circurlstdncia do, de fl. 30 v," a fl. 32, ayarecer sscrita pelo mesmo pun110 a versa0 portuguesa dunla lei clue supotnos ser de Bfonso o Shbio e quc nada tern cum o tratado de JJCOME RUIZ: idever8 esta irlserqgo des- propositada atribuir-se ao tradntor, ou dar- -s+ia j i o facto co c6dice castelhano que lhe serviu d e base?

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0 mais antigo rnorgado de Portugal? ('I

(0 morgado de Canralho)

Num dos mais notdveis capitulos da sua Hdtdria da Administraedo P&blica rn Portu- gal ( $ ) versou o sr. GAMA R~~mos-corn a abundgncia de material document5rio e o adlido process0 construtivo que distinguem esta obra monumental - o dificil, obscuro e ( pode dizer-se ) inexplorado problems da ori- gem e desenvolvimento dos nlorgados erltre n68, reconstituindo, atravirs de cinqiienta ma- gistrais phginas, o period0 de formagiio d k t e importante instituto.

Como sempre sucede corn as questdes abor- dadas pelo eminent0 historiador, o estudo ern questao, sem deixar de revelar pleno conhe-

< 1) Artlgo publicado no volume XIU do ~Boletim da Clasee de h a da Academia das Sci&ncirs de Llsboa (Homenqem a QAXA Bls~ol ) .

12) Livro m, plg. 647 e segs. 4 Proprtedade vtnculada I.

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cimento da literatura national e estraugeira sabre o ausun to, apreseota-se sbbretudo oolacr urn trabalho de acentuado cunho pessoal, construfdo con1 adrnirrivel sttguranqa $fibre os munumentos originais.

Farniliarizad o, graqas ao conlrlvio cle 111 ui- tos aoos, corn as riquezas medievais do nosvo Xrquivo, vendo-como o mu mestre Ft~ar~r, - 11.0 testemur~ho dus duccimeatirs a garantis mais s6lida do' ,valor das conclusGes: enten- denito, como Ble, qne c para urn dia de sintese silo ~iecessdrios anos de auilise % e, eomo 81e, dotado, p:ll8a an&lise, tie privilegiadas clualidsden yue ama 1011ga prhtitica desenvol- veil a apurou at6 h perfai~ho, deu-se o autor ilustre da Historia dm Administrrc~Zio PGblaca au ttiabalho de recolher e extratar, designada- niente dos livrvs das chancelerias, urn avul- ttldo ndnlero do oasoa de institulvdes vincula- res, ariteriosamentc: esoolhidos eomo mais importarides ou oaractaristicos, e que, juntos a outros j& pabIioadus! pernlitem, ncr sou con- jnnto, formar acBrca da mat6ria urna idea segure, relegando para ylano muito secnndfi- rio algumas tentatives anterjores, nomeada- mentc: a de VILA NOVA POR'L~TJC~AL ( I ) +

( 1 i qXerndrfa rrhbre t urigem, pragraaeos B prda~8es dn juris- prad6ncia doe morgad~a em Portugal?, nas M e m W de Llleratura Pwlrybmw, ml. nf.

As notas qua a seguir uferecjo, e que, na $aa insignifie8naia, pretendam sfibr~tudo repre- 'ientar urn teskmunho da rninha profunda aonsideritq5o pelo rn~stre elninente da histdria das instituQ8eu portoguesas, relvionam-se estreitamente corn a l g ~ i r n f t a das i:unsidera~fies e afikrnagdrs8 feitas peIo SF. Gama HAKROS no referido capitnlu, e ~risnm a forner~r-lhed urn modestissirno complemen to corn a andlise de

Tens o mes- urna esp6oie vincular de cujas orib tr.e 115o tove conht!cirn~nto r, qne, por inais durn titulo: encerra manifesto inter$sse* Hefj- ro-me ao rnnrgado de Carvalho, urn do$ ~naiv antigos, senso o rnais antigci I-incolo instit,nido em Portugal ('-3,

Escreve Fr. , 4 ~ ' r i ) ~ ~ ) ERAKDKO i j, citando urn ccidice antig; dos Bi8po.s de Chinabra, n a

I I I h poroapito de Ckrvalho (co~~celho de PenacoPa, distrito de Cbjmbra) -- olltrora v i h - Bca sitnada a N. N. 0. da rlla cle Penaccva, da qua1 diata unn 10 quil6metros, e assent8 s b b r ~ a encosta da Gerrr dR Sanlo Antfii~lo do Cilnttlro, prbxirno B ribeira Oe Bonrlelim. d a sede da lgreja paroquiml ila iregr~esin A? &rrxl)~o.

( 2 ) Forpdo gelas absorrentts oc!u))al;5@s cto men cargo a vfvttr permsnentRmvnte Ionge de Llsboa. falecwne Inhrlizmente o t e m y ~ para demoradaa busres no Arquivo Nacinnd, e ~jorlsso no groilentu enssio apenas utilizo alguna goono6 docnmenlos true em d u a ~ 011 Irk$ visitas h Torre do tomb^ logrei rwolbet.

( 3 1 tUrmrsvqe4lo L~Rilanrr, parte w, t i v r o IK, cap. 24.

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vidu do Biqu Berrraudo, qne cornumme~lte se tinha por prirneiro institu'idor do morgado de Crvalho a Hartolomeu Domingues, e essa tradipao 6 corroborada por urn diploma de 1215 (era de 12533, que oonsta do charnado Livro Preto da SB de Coimbra ( I ) e hA muito i! considerado como a carta de iristitu'lpfio do yinculo ( ).

Mostra Bste diploma que em oirtubro do referido ano Rartolomeu Dominguev doou A albergaria qile 61e prbprio criara a a viIa rnaior de Carvalho B, determillando ao mesmo tempo que, ap6s x morte de Sueiro Gomes (que Ble

r 1 ) Fls. 234 v. este document~ vem rnenciorlado em Vaicrbo, v:' Alhwgurira.

II Nota Fr. A N T ~ N I O BRANDAO, lo?. cit, que do -Livro da Se de Coimbra que trata dor. Yispos* cotlnta qlle ir~otituiu o morgado Do- mirigos Fairrol e clue Bartulomeo Donbinpee deb prlnctlrio ao hop- yital e dborgaria daquele nlorgadb: mas Zste livro, scmseerlta, unao e mui esrtob. 0 teoc do diploma lie 1216 cunvcnce-me de que B real- mente a ca~.ti de isstil~rlqlo, ser~do d e estranhar que o autor d a m Parte da .Vmu~vquiu Li4sblrrvu (que conhucin o Lirro .+do) o 11x0 refira. C o n h e ~ n urn ~ l ~ p l o ~ n a rnais antizo, no qunl se taz referencia d zda de C~zruuitao: E urn cvntratu culebmdo om abril de 1178 (era ?O 1216) entre 0 Bisw do CoImbm D. Bermudo, duma parte, e da outra urna tsl Domnra Btlidu 0 reus filbua. (2,icro Pfelo, fl. 116, tratlscritu por M. Rrnuno DE VAacylxca~os in ,TO!. Hial do ;Kosbiro du Vrrmri~a). Mllito ~rovAveltnente, o inatitu~dvr Bartolomen Donlingues E o mearno Bartolomou quo figur;~ 110 diploma da 1178 como filho de D. Silida, a qua) IIeSte C4so sen* casada Coin o Domi11g08 Psir~wl a quem se re- fere BR. A X T ~ N I O ~ ~ I S A N D A O . Assirt> 0 elltemde 0 Padre GARYALEO D.4 COSTA I Corwafio forluyuexo, torn. u, pig. 77 ), considerundo porsua vez este Do~ningoe comu 61110 durn Palo de Carvdho a que faz re&- rhcia urn doeurnento de 1131 (Monurqraa Lumluuu, Part. 111, Liv. rx, cap. 2 4 ) : 1130 apresenta, porem, yrovas conclurlontes.

nornearti por ser a pessoa mais iddnea da familia) seria o administrador da albergaria eseolhido pelo abcaide e ahasis do co~celho de Coimb~a, devendo a escolha recair sbbre a pessoa da geraq2io do instituidop. que se lhes afigurasse maia id6nea para o desempenho dessas funp8es.

Eis o teor do docurnento:

c Ir. nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti amen, Cuncta que fiunt in eursu temporis oito deficinn t nisi scripto mernorie commen- dentar. Inr~otescat igitur presentihus et futuris quod ego Bartholomeus Dgminiei divino com- motus Spiritu intuitu Dei et helemosine do et conoedo in perpetuum pro anima rnea yatris mei et matris mee'villam rnaiorem de Carvalio in qua est eoclesia cum palatio vel quintana et suas senaras tam de meis universiS quam hereditatibus albergarie mce quam ego feci pro anima mea et parenturn meorurn. Et sic determinatur a sumitati montis quomodo des- cendit directurn per Soverariurn de inforcado et vadit in' directurn ad Portu~n Mauriscum de inde ascendit per viam que vadit per sumita- tern inontis de Soveral de inde vadit ad oli- veiram que stat in cauto diete ville quod sst super villam de Cerquosa quam ego iam olim dedi prefate albergarie e t item totam et inte- gram firmiter eoncedo de inde quornodo dividit

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canturn meum outn' termino de Mortuaaqua ascendendo ad Szinctam Euferuiam de inde per cucumina montis Busaco et includitur in ipso loco a quo incepin~ns. Pretere~ do supra- dicte ~lbergarie medietatetli de toto sauto et medietatern molendini. Do incplam et concedo in perpetuum t o t u m istud quod superius resonat Et aIbsrgarius vel procurator ipsius albergarie habeat plenariam potestntem faciendi et disponendi sicut habet in albergariarn pro ut sibi visurn mellius fuerit. Ut autern totum quod dixi m a w robur et firmius habeat dedi in potestatem Colimbriensi Concilii, quod Pre- tor ipsius ville et ?lvasiles poat obitum Suerii Gomezii quem de genere meo in presenti magis idoneum ad hoc stlrvioiurn et hrlimosi- nam faciendi inveni instit~lant aliquem quem viderent magis idoneum et utileni de genere meo vel tribu. Si forte quod non credo aliquis contra halie donationem et scripturn ~renire temptaverit pro sola temppatione quantum inquietaverit tiinturn ips0 albergarie in duplo comporiat et Concilio Colimbrie et in super quingan tos soldos psovate 111 on B te . Factil carta donationis ct firrnitudinis mense Octobris Era X." C . C . q . 8 Ego Domnus Bartholo- meus qui hanc cartarn facere jussi sigi1ln Go- limbriensi ooncilii precepi corruborari rnultis pres~ntibus habitatoribus de Carvalio commo- rantibus in albergaria. Martinus Suarii, testis

= Menendus Pelagii presbyter, testis=Petrus Bonnus, testis = April, testis = Mancipiis al- hergapie, testes = Vincente, testis = Pelagius Petri meus abbas, p~esens- Johar~nes Johan- nis, presens = Jaharlne .filio meo presente = Johann es Gipriani, testis = Pelagius Pelagii, testis = Petrus Martini, testis = Isti qu i auclie- runt Oolimbrie hanc donationem a me esse factam. Martinus Petri= Martinus Stephanus, testes - Fernandus .Tol-lanis magister El bore vjdit *.

As dispvsipbes do doador parecern inlpJi- car, como se v6, a existb~~eia duma instituiqiio vincular, e: se tal foi, corn ofeito, s sua inten- $50, temos de n considerar como o mais antigo mosgado conhecido, mais antigo do que o insi,ituIslo pelu arcebispo cle Rraga I). Nartinho Geraldes ( 1 % T l ) , quo o sr. GA- MA BARROS ( 1 ) ;tpreaenta como sendo o pri- mfiiro.

O ubjectivo clo instituidor era dt:cel-to ssse- gurar a perpetuldade do est,qbelecimento de c~ridarle por Qle fundaclo, ;to nlesmo tempo q u ~ providenciava para qrlcl :I . m a admillis-

( 1 ) Hi*l/n.in drr AdvniniKttcayBo Publinu, vol. 111, u L ~ . W, cftantlo D. R U ~ R X ~ ~ O ua Cu~rll, Has!. h'des. dc Drago, it, cap. 51, p4g. 14. Ern CnsLela o inais antlgu que se apor~ta f)ertunce a l'&n 4 vfd. autores rite. pelo sr. OASA UARROS, III, Iran. 6$:1.

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traqgo se Donservasse sempre ntlrna pessua da suii lamiiia, a qua1 teria os eacargas da funda@o e os proventos excedentes da pro- priedade vincnlada ( I). Entre viirios proces- sos t6cnicos por yue nesh hpoca se assegurava a permanbncia dulrlill fundaq8o figuram, efecti- vamente, os .rrinculos e fideicomissos, e vjrias espbcies da mesina natureza, embora diversas nas cl$usuIas da institu9g80, Agurarn na s6rie dos exemplos apresentados pel0 sr. GAMA UARROS { 9).

As caractetbisticas essenciais dns vjnculos ( morgados e capelas) - inalienahi1idtld e, indi- visibilidade, sucssdo perphtt~x dentro da fami- lia-sAo assis claras no diploma referido, e

, i 1 l Oa erlcargoe da alborgarin, especifloados no foral dado ao couce~llu du Carvalhu p o t D. Manuel (15141, culksistiarn em ter t r b camas llas Ilevidan co~ldiyaes, rlar h~go r snl sos camir~hantts e, rtu-

rante ou tr.48 meses do rnaio~. calor, tRr liurmaneratemente urn cantaro con1 Qua pam beber - dorltle, i itiaern ) vein hquela ar:rra u nome da Sarnh rid I'nltlrrro. U principal e avr~lt?tio r e r t d l ~ ~ l ~ n t u do r11lculo era eonstitutdo pel= p r e s t q t ~ s variadas rlue ao admihistratlor e s c ~ ~ h o r da vlls Irdynvarn os llabitarktcn do cb~lcs l l~o reairlentus fora da Lcrra oa tlbergarix.

( 2 ) Vlrl. p6g. 670 :doc. r l r * 18131 u 685 (doe, do 1.393). Cf. it pdy. ti77 urn l e s t a m e ~ ~ t o IJ le 13491, em qua ee it~stituem uln morga-ddo e urn nospilal, wenrlu rleaig~~ado para adn~iointrarlor rlgxte quern ffisse abnde 11s corta frepuosia- De irratituYp6ea ile moargnn pioa em ,(lie a terra flca vlnculeda gars yelrq)re no s ~ u rurnl~rime~rto, cita o sr . O l r A BAnaos lnuitoi: casos: o mais n ~ l t i ~ o 6 B0 970 (111 vol.. pip. EM). Sabre o assu~~to pod* ver-60 L~PAADEI~LE, F'mdnlim8 perpeIraslles 1 Pa- ris, Is%), or~du se nlostm como as fulltlapfios revestiram formas m i t o variadas, aproveifando-~e, para conscgrlir o rnesmo 6rn oasencial, vd- rioa proceesos jurldicus.

nenhuma ddvida resta de que desde eedo assim fui consideradu, porc~uanto a designapilu de nawrgndo (L) I, jb empregada ilurn docurneuto de 1386, ao quaI em breve vultarernos a alu- dir,' e descte entZiu oortlo tal 110s surge sempre, oitando-se ern abono desta qualificaq20 a rele- rida cart? de iristitui'qfio.

Albm da sua antjgiiidede, tern Bste mor- gado, ou capelii, a particularidade 1iot5vel e rard de ser urn vinculo electiuo, ria espeoie daclueles de clue nos dB ~ o n t a 31olina (9, salientando que ern Castela nfla abundavarn. Entre n6s, se bem que as palavras da lei de 3 da agirsto de 1770 (yoo, entru crutras dispo- siqdes, us declrrr~ i~l~uliclos) paregan] dar 3

antender y u ~ existiam v&.ios, 1160 yodemos apontnr* n e n h u m setnelba;~te ( " ) , e, como adiante vet7emus, nilo faitam raz6es para sup6r

( I I Nos dnrumanlos d muitaj vazaa indifervt~te o riso daa pala- vraa r,aor<,,ccdo P cap lu , e P Carxctu~~Isticn LPBLI rlue os dbtillguia 66 foi ibnnalatln rms OrrlenoCliea iVunrr~Li>ii&a.

(1 ) Dc hixpc&norunb pritswysniir; ir4ri qrirdtwr tCornpluti, lMbl liv. 11, cay. IV. Kefere-se t m b h a BLes MELU HREIEE, Ivabb Jitfzs C Z ~ I . ~ 111, IX. S 6.

: a ) 0 61.. I ~ A M A BAUROS cita ( 1 1 5 ~ . 6W, natal o cab0 duma ca- vela cujv allministrador, prrwrri i~~ ~ l i v r;riula8em $6 dwcendcnles di, irn- liluidnr, rlevia avr 1101naa0o gdo cu~tcelho de Elvan \ cf. pfig. GY, urn vinculo cuja admlnirtrar,iio, arolltecerldu nso exiatir Jh lrfugu@m da famflia, tiuria oometida pel0 rei a urn cnveleiro da caaa}. UOS V ~ ~ I C U -

148 coln c.Uusula de prinlogetlitura o rnais alrtlgo quo corn seguranqa ae pode apontar on1 Portugal C dti 137:.

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q u e o IsgisI~dor tivesse prkcisamente em rne~lte a mo~*g:ldo de Carvalho,

d escolha d o administrndor cabia. cntno ~~irnos, segando u m a dfis c28us11las da donqho de Bartolome~~ I)omiagnes, aos magistrados do coneelho de Coimbiba. os qua i s deriam designar, ,,dentrc :ts pcssoas da gerxr,%o do institifidor, a que Ihes parmesae msis id6nea.

J$ n o referid<) documento de 1386 el-lei aparece nonfirmundrr a cert.a pessoa o' Inor- gndo de Clarvalho 4 % ~IeiqRo e :lpresentaeRu do concelho pi holneris bons da eidade de Coimbra ( I ) , e r!crmo electivn fu~~c ionou sem- pre, mostrando-sc! a c lmar i~ d e CJoimbra muito ciosa dessa preragatjva. que, como vwerncrs, exerceu at6 1769.

Da sua Iase primitiva pouco se sabe aoln aeguranca.

Por oeasigo da guerra du independkcia, apijs a morte del-rei D. Fernando, era admi- nistrador do morgado e da albergaria Alvaro Gil de Carvalko, mesire da ordern de S. Tia- go ( I ) , ao qual, sernslhanqa do cjue srrcc.deu a muitos partidirios do Castela ('1, furan] con. fis~adus os hens vinculados, sendo dados por D, Joko I em 13% a urn ta1 Joao Humem, clue ignoro se pertencia PI familia do institrr'ioor (#). Poucu tempo depois, o diploma de 1386, ;i yue jL maiv de rlmn lTez m e r e f ~ r i , confirma :I

adrninistraqfio a Fernando Homeln 8Si elei~iio e apresenttipFto do concolho e. honlons bolls da cidade de Coirnbra L. ( I ).

Passadus alguns anos, rnerci. d o 1)erdiio

Agora duas palavraa ac6rn~ ds h i~ t6 r i a do morgado.

( 1 ) 43 sr. ~ A N A B.4~408 rolere incidentlllmente (pig. 680, r ~ o h 21 o doc. de 1884, cofno, porim, 113o vstava a0 corrente 1104 factos que ternus vlndo ayontando, limlton-se a arentar duas hiy6toaes. m a das quais- que I a que, d e facto, ee rmiRca - d a de se tratsr duma preroptiva 63 clmara coneistlnQo na fsculdade de esro- lhar o ridmintstrador. Foi levado taIvcr a e w a presunqao pela analogia do docnmsnto a que rkoa raterinms ne nota da pig. 75, asgundo o qnal, extmta a deeeend@neiu, callla a elei~8o ao cnneelhv de Elvas.

1 1 ) Sey~indo alpuris riobilihriox, o ]mi de h a r u . Qil Fernan- des de Carvalho, ern Hi110 lephmo de Ferllgv Gomes de Carrallio, - vaasdo do il~far~tu D. Afonso, f l l l~o del-rei D. Dints rle Portugal - 0

qual era, por sna vex, fllho l e SrIe~ru (iomec (vl11. h'ntas de LAVA- ama au .titGd~nriv do con& 0. i'cdro e cf. CARPALHO U A COSTA, Coru- g.cs/iu, pig. 7 i * l o vul. 11) ; nlaa u ~lolriliririu clramadu do conde D. Pedro, tal comu no-lo transmitiu o mannscrito aproveitaclo para 00

Pwlw#uliae ?tforr<tmla H i a h i c a {Scri])tores, I b, reforindo-se 8 Per- n'do Gomes (12 Carvaltro (pBy. !267), nSu 1109 inforn~a da ella ascen- a h c i a nem (la rua deacand811cia. A le#iti~na~Po de dlvsru Fil de Cafvalho consla durn diploma de 1361 (Chant. de D. P'sdr-o, liv. I, fl. 66).

( 2 ) Vld. vhrioa casoc e~~uo~nrados pelo ar. GAUA B A R W ~ , QI,

w. 680, nota 2. l a ) Carta dada em Torrrr, Vedras a 13 de fererelro de IS36

(L%anea[. de 0. J& I , I f v . 1 . 0 f l . 91.

(4) o doc. a que ae refare o ar. GAMA B A R B O ~ a p&. 680, n O t a 2 4 Chanc. de D. J o b I, l iv. 1, RE. 32 v.) .

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rfigio ('), o vinculo voltou para o poder dun1 descendente de hlvtlro Cfil de Carvalho-Gjl de Carvalho (filhu de Uiogo Alvares de Carva- Iho), yue na Hisldria Geaealirgica (9 figura como tronco d6stes Garvalhos.

Daqui por diante 6 possfvel enamerar, por ordem crunolbgica, os administradores do morgado, que tamb6m se intitalani senhores da vila de Oarvalho ( B ) , sendo de notar que durante urn extenso ndmero de anos a admi- nistraqso pausa, provfivelmente por ir~dicaqlio do , concelhn de Coimbra, de pais para filhos: --Alvaro de C.arvalho, ~ l v a r o de Carvalho, Pedro Alvares de Carvalho, Blvaro de Carva- lho, Pedro Alvares de Carvalho-, 86 dei- xando de assin] suceder quando, a certa altura, falta a descenddncia lnasculina (9).

Pedro b a r e s de Carvalho niio teve, corn efeito, filhoe varoes. e pnr isso a eleiqao recaiu nurn irmgo, Gil Fer~~andes de Carvalho ("1, ao qual suoedeu, cremos que irnediatarnente,

[ I ) Chwac, & I). r l j r m o V , Hv. 33, fls. 26. Cf. l iv . N. As. IS9 v.

(21 Tamo rx, &. 603. l a 1 0 documents dtado de IX& 85leclar-a conUacado o cauio de

CawaIho. (41 Vld. Hwl. Bmmlog., k. XI, p4. 760 e s. Para mais clara

ComPresn880 do qne se segue, convOm ter pmente o quadro genea- I6lp'm W e acornpanha Cste arttgo, no gad oa admintstndom do morgado ee diatlaguem pet0 wterieco. A data 6 a ila eleI@o.

16) Hisi. Omoiop, t. XI, pAg. 755.

D. Fernando de Mtrnezes, neto rnaterno de Pedro Alvares de Carvalho, o qual foi eleito em 1643, e nfio teve tarnbhm filhos var6es ( .I) .

A D. Fernando de Menezes sucedeu Fer- nando Teles de Faro Xenezes e Carvalho cuja eleiqiio (1655) se acornpanha durn pormenor ourioso, beim demonstrative de quanto a oh- mara coniinbricense era ciosa da sua re- galia.

Hesta-nos, corn efeit,o, urn donumento ('), polo qual sc rnostra ter el-rci I). Joko IT insi- nuadu furtenleote x eIeiq5o durn seu prote- @do, D. dorge Mascarenhas, 2." Conde de Sersrn, neto nlaterno de D. Fernando de Me- nezes. NZo obstante esta indicapgo, a eleiqfio da clmara recaju no referido Fernandu Teles de Carvalho, e sb mais tarde, guando Stste Fernando sofreu a pena de confiseo por crime de alta traiqgo, sendo degolado em e-stgtua (1659), 6 que a administraglo do rnorgado foi cun6ada ao cunde dt. Serb ( 3 ) .

Por rnorte d o conde d e Seritm foi eleitv (1668) seu ir-mAv uterino, o VIE conde de Atouguia D. L u t de Ataide, f2ho do M conde 9 de D. Leonol- de Menezes, filha de D. Fer-

(1) No livro retlpwtivo dm vvereRc8es da Camart de Colmbra, ( 2 1 Clrk r6gla rle 6 de desemhro do 1656, na Co&& P o n r b ~

tino O m Blbllureea National. ( 8 ) Documenb avulso da mmara de CoimBn.

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nando de Menezeu, 0 desde snttio permane- ueu o r i n c u l ~ na administraqZIo dos condes (10 Atouguia.

Algumas clas dltimas eleipdes foram viva- msnte disputadiis, habilitando-ae B adrni~liatra- qiio mais do que urn pretenderte, e nos dsha- tes geneal6gicos a que davatn lugar estas pretens6es tomiram rnais duma vez parte acesa os antepassados do MarquGs de Pombal, os quais alegavam pertencer ?i familia pop des- ctlrlderem de Uiogo hlvsres de Carvalho, e pvrttinto do instita'idor do morgudo, Bartolo- meu Dorningues. Foi tlssjm que jL o refe~ido Fernand9 Teles de Carvalho renceu cor~tra Sebastikc~ de Carvalllo, -avA do MaryuBs, e o X conde de Atouguia triunfoa, pur unani~ni- dade de V O ~ O S , do pai d o Maryugs, ~Uanuel de (hrvaltlo e Ataide (1).

4 hist6rin das '&istifioaFdss genenldgiosa dos Carvalhos da Rua Formostr, aos quais pertencia o Mnrqubs, est; feita, e as rezaes alegadas foram corn segura critica apreciadxv polo sr. PEDRO DE AZEVEIIO no artigo que

pub]icl>a s6b1.e a ascenr!6uein (26: Purni1~11 ( ' 1 . Ai se m o ~ t r t i (]lie a fami1i;t (lo J!!arbqt~6~ rrlllun-

ti clkrlgo de nolllt! SeLr-crti$o t f r tY:11.r.;~- Iho, f i lhu de LIIII 6111 t ~ e a t v e Cari:a,U~o. a asriclu em 1465. h filiacilu d&te rnestrt. Cai.u:llhtr ,: desconhecidri. n 5 o senclo licjto ontronc6-lo nos Carvalhos da vila cle Carvalhu. Susten- tavam porhm OP get1 ~alogistns afejqoados aos Carvulhos da cua F4wmosa (rntre us quais se oonh o padre Carvalbo da Costa), corn aquelu bem collherida f~cilidade e fdta cte escrfiyu- loa corn clue e n t h sc f~br icevam Iit~hagens. que u t;~l Sek~astiiicr de ('arralho (cawdo, segl~ndo ~1gn11s) era filho de 1ln1 suposto rho- go de Carv~lho, filbo yor sna vex tlaqu~le mesmo IJiogi, iilvaras (It! ( 'nrvalho quem atris nos referirnos (').

h q u i H pertinCir?i.a corn y u e jd os aspen- dente. de F'o~l~bal faziam opusiqlo nits elei- qoes dos ad ministt'adores, te nd o por P5t.e process0 urn tio do futurr~ Alsrqu6r logradn investir-re no morgado, rlue si, a0 r:abo (3r: anos voltou para n cast1 ijle ; l t ~ ~ t ~ g l ~ i a ( 3 1. '

( I I Arch. IIr.?lnrir~~, vol. 111.

4 % ) Pid. as gcnedogiarr ritatlav yrlo kr . P E D ~ ~ O rw. APEVEIIO 110 relerido al0tigu a <-I. SURI~WO, HIPI, dn rr~ttrr~rl,, iir' D. do**:, V O I 11.

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Corn idgntica pretensgo nos surge o pr6- prio Sehastifio JosB; mas a Bste era mais fgcil faze-la yaler - extremarnente f8cil a t4 como se viu. Co~n efeito, logo que morreu o infeliz D. Jerbnimo, condenado oomo irnplioado na famosa tentiva de regioidio, tratou a futuro Msrqu6s de charnar a si o morgado, e para Gsse 0m insinuou a sua eleiqilo B Chmara de Coimbra.

Esta, bem mais subrnissa entlo do que em 1665, quando el-rei U. dogo TTr se empenhara pola nometlqBo d o Conde d e SerPm, proveu-o efectivamente na administraqiio do vinoulo em vereapfio de 19 de fevereiro de 1759 - trinta e seis dias volvidos sbbre a mode do Atou- guia . . . (1). Aesim conseguiu o despotismo do ministro de D. Jose esbulhar do morgado os legiti~nos pretendentes, isto A , o s Carvalhos da geraqfio de Bartolomeu Domingues.

Niio ficou por aqui. Uma resoluqao r6gia de 29 de dezembro de 1769 ( $ ) e6bre consulta da Junta das Conflrmaq6es alterou a cl6tlsula da institu'lqgo, sendo nesea confor~nidade redi- @cia a Carta It6gia de 9 de jarieiro de 1770 * pma que regular e perpbtuamente na forrna da lei do reino continue ( a administraqgo do vinculo ) nos deseendentes legitimos do dito

111 Doc. da Camera de Coirnbrk ('2) Idem.

mnde de Oeiras, em ouja linha presentemente -fa, os quais eonssrvar&o a albergaria no

'. &&id0 actual e usarfio o apelido de Carvalhoa. ' #a total extin@ dos ditos descendentes, pra- videnciava a mesma earta no selltido d~ ficar a eleiFgo reservada ao real arbitrio ( I ) .

Em obedi6ncia a esta Carta RBgia e & Provisao da Junta das Con0rmaqBes de 12 de Janeiro foram remetidos pela Cdmara para a Torre do Tombo os documentos relati- vos ao morgado, entre 81es a carta de insti- tul@o (=I.

V4-se, pois, que ainda antes da conhecida lei de 3 de agdsto de 1770, a qua1 regulou a a sucessao dos vinculos acabando corn todos os irregulares, Sebastiao Jose havia conse- guido que o seu se conve~.tesse em regular, pondo \errno aos privilhgios seculares da Cg- mara de Coimbra.

Poderia porventura discutir-se, B face do direito da Bpocs, se o rei podia, por uma me-

(11 Vid. hdrw ('~rmol&tcu h s perguminkox e fortria ezislenier~ ru, Aqlaisu du CRmaru d e Coin~hm [por J. C. AIRES DE CArPOa, 2.. 9 4 , pQ. 12, i i o h 11.

. ( 2 :. 0 s ciocnmelltos remotidoc; j,olr CBmara - cnrta rlc illatttui- F ~ O do rnorgado, tombos doe seu:, t ~ c ~ i s , c5tc.- 112o se encolltranl nu Torre do Tombn. Assi~n me c a n ~ ~ ~ n i c o u o er. Pr:r>w DE A Z E V E ~ O . qae eom ra?8o suklltri:a tere~u flcado eul padar de l'o~nbal. Yac araso

-m de propSalto, virios docume~itos flcrraln a i ~ ~ d a no Arquivo da -ma de 3aiml,ra, cuja lista se pode rer ILO i td rce (,?muI&iiliro e

fndicss e Slbnta,-ws ~ t u AWES DE CAMPOY.

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dida be aplicaqRo singular eomcr foi .n cartn rbgia atr6s refer id:^, alterar a cldusula c1.r ins- titulgbo ( I ) , mas ao Inturo Jlarquks nlo preo- ct~pou corn certeza urn 56 instmtc essa snhtil ynestilo juridirn, rornn n n$o yrrrnrapara a questgo moral.

I l l Acgume~~tendo para OF. vlrlcnlos regirlarea, nnai~~avam os llU6Sos j~1~i8tansulto8 I V. r. E'oi.t~iyal, De Dontrl., 11, cap. IZ, n.+ 71) que o rei n3o podia a1tp1v.r a orde~n da sncesdu doa m o r s d o a . . . salvo se assim o exiglase trrgerltemrntr! a nlilitla~lcl pfihlica.

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no antigo direito portugu6s ('I

Na Europa medieval vigorou durante muito tempo em materia de reivindicaqgo mobiliiiria urnn regra diversa da do tlireito romano. Emquanto pelo direito cornano a propriedade das ooiviis mdveis era protegida pelns mesrnas acqdes absoldas, isto 8, intentaveis contra ter- ceiros, yue tt~telavam a propriedade irnobili8- ria, acq6es oujo tipo era a r e i ~jindicatio, na Idade-MBdia esteve lnitito espillh~da a regra * mobilia now hasbml seqabelam x ( liar&$ mqAsv Hand wahren I, a qua1 significa que ern cer- fos casos a propriedade mobiliaria nfio era sancionnda por uma acgilo absoluta. por forrna que o terceiro adquirente, ninda que de m5 f B ( 2 1 , n i o podia ser atingido ( 3 ) .

( I ) Artigo ~rnhlirarlo IIO In~iil+flo, vol. 1,xvrrr. 11.' 9. 13 A ~rlHo srhr qnr> Msae a~nsarlo ate cu1tnllliciala4e msterlal em

cund%yh~s dp wr A-simila~ru rrr ~>rill~r.io f l t . luh~~liubbt{ . , r i ~ I I P devia eeln mnitn rnrn I ~ ; I : ~ S S A I , I ~ , 1 / 1 , : , d ~ f (18 W : :>I J , , . l i ~ :'XI. ! I , ' 2 1.

4 3 . 111i I:,,>? - c r b ~ ,Ier i . ' i , i j , 0, , 1 , I I I ( / , : f ~ ! l c ti 1 ~ ' i i I l r r ~ dttrd* dPW I I I J X ~ I I J ~ / + ~ , !l~*p<,ll j?til~>l r!n I ~ I V I , >~',i kLr~v1/~ I h-ln!/v !y~w/~fii21 ( ~ R U N N E R ~

G r r r r r d ~ r i ~ ~ ~ , 3 m 1.

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Distinguiam-se, corn efeito, dutls hipi,tese;:

1," 0 proprietiriu ( 1 ) era inzrolunfdria- rnerzle privado da cuisa, poryue lha fur.tavtirn no parque a perdia.

2.. 0 pruprietfirio confiavu a cc~isa a outrem (deposithrio, comodathrio, Jocat.il.io, crhdur. mandatBrio, empreiteiro, criado . . . ),

No prinieiro caso o propriethrio tinha uliia ac@o abso111tn. a eharnnda dufasagslclage (ou Dralthundaerfah?-en ), da rj~ial tratarernos nou- tru estudo. Pelo contrbrio, na segundn hip6- test? i-ignrara n rofer id~ regrn x 1nobi1;a ?ton kubenl seqrcelam h. isto 6, o jsropt.if%t,'l I-io sfi tinha uma acC8u contra a pesqoa i! quern ~ ~ 1 1 -

fifit.2. A coisa ( depositirio, coinoclatArio, etu. ), .n fim de ubter -n prciprja ooisa u u (3 sen rfi-

lorb ("), m:rs 11Bo podi;~ ir 1-eclamar rl coisa das m?~iii: dnrna te~.c.~ira I I ~ S S C ~ . rlllprP e,st:3 &I-

ueebcb de, hoii. r4uei9e d ~ : infi f@. YArias axplicncdes teem wido ti11rese1itaiitla

11 r Fig~trnrilus u casv tlyiet,' du sv t rstar d o ]irupl.ieGrit>. No- tarcnloa ern t,urio u c a w q l ~ e i l chamnrla .Inlirnyhl;:u<e podia rer illturl- tade 1)or qlaerrl 1130 fdwe ~~rt>pr'ivtairio.

12 I 141 rlucLln r 'o~~aicl~l*u <:*la i ~ c ~ f i o rcrlrlcr w o l , ~ , u r y~$rterlct~r do ~ i l t n ~ r r o dxs qlltt trr113 a frit.ninla t $ p i < , a r r ~ i l l u orrlirze j n ~ a s i r l e ~ ~HECS- tE9), mas cm rjualqllrl. caao tlao Ir. ulna flcyfio ,cbl~n/r#lrr c#lnrl> a rei-

riadaysfro rornana.

para esta eingdaridxde ( j, t.dnto lnais dig11:t de nota qusuto 8 certo que a reiuindicapilo ( ' ) rnobili6ria exiate em muitas legisl:ao6es an- tigas.

Explica-se rln perte (quer-110s parercr) pela razso, talltab vezes i n v t ~ c a d a soh ~ 5 1 . i i t h

formas, du h predornirllu do furto sdbre u direato 2. Nu'go se11.5 tambhrrr indife~ente :\ dis- tinqfio yue sc f~z ia entre o furto c: as 011tr:ts formas de apropri?~5o ilicitw. 'roclavia, as raz6es fundamentais $80, a nosso Yer:

1." 0 carhcter forwmlisfa (lo I)rc)ccssr,, a tirania do (4 ue hoje charrlemos (( d i ~ e i l o arl3ec- tivos- yue itl~pedia a eoncessdu duma acqfio tom dos quadros organjzadvs ( f ides faeta, ras praesth, delitos) ( 3 ) --e a idea dt. qne toda a demand3 devia presupor urn actc~ deli- tuoso (").

( 1 I Vfd. B~tSsAun. php ZJ4. (I) Emprogalnos *reivindica~Ho* 110 senti~to de .acg$o alreo-

luta*, avnl nos prollilnciarmoa sabre u cnraetor real or1 pesnorsi, ci t i l ou penlrl.

8 : Demal~danrlo o tetceiro adilnirertle ria 11iphte.se- prrr exelrl. plo l d e d~:y6bilo, a rlti111a 1iAo 11001 i t i~llt:ritar runtra o rdu I I D I I I 11111

))rvceeru er. / i d + ' fclr.117, nsan ilni yll'vcc.rau I,.,: rc prrrc,rlriil, f i f l ~ l tlr!] proccaw r.t- I I P I I T I U .

r l l Nr!ln ~rnla rll~sbra ilit f6 prolnetida, 116~111 pela prSti1.a. rlu111 cleIlto prdpriamcrile ditu, o ntnuc i!lr40rrern rl;i v1.urrcurrr e podia srr atingido peln ~ ~ U R I - P J I I - Iparfi usar OY t.<*r~noa p ~ ) r t u ~ u c d e d ~ O I ~ C B I I U I I .

delltea a pirsi>tle, r.lrri~,t, clnmi~r, rhlrryrr, kltrgei rlo alltor: u h c t u d o 1c.r ariquirifio a coisa (lax uidon du rlclioaiihrio lliliol litv r:rn rrm dclilo. S r o assi111 no caso de fulto - porrtuu 'a hmfi~~gxh-!,igr i1awl~tavn 116L1rv

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2: A idea expresss no wdbio germknico: Wo dtr deinen Olauben gelassen hast, rnusst

du ihn auchen B. Entendia-se que quem cnn- fiava alguma coisa w outrern devia saber o risco a que se oxpunha f ' ).

Pode estranhar-se que a mesiiia regra nau vigorasse para os bens de raiz, mas 6 precis0 ter preseute que A S OCI$OS imobili6rias s8o rnltis ~~econtes do que as mebiliariiis, as quais dGste modo nos aproximatr~ mais dos costumes prirnitivos. . Mais tarde, 6 certo, a dissolu~go da compropriedade familiar (eutre ontras eau- sas) trouxe consigo uma maior freqiiancia de acp6es imobiliiiritts, mas, quando mesmo tives- sem persistido vivas as condipde~ que haviam deternlinado a forinaq30 da regra, razaes for- tissimas de order11 pliblicit havinm necess8- riamente de opbr-se B sua adnpqfio para os imbveis, visto gue ales eranl a principal fonte de riquexa e de valor politico, gwri~ntindo-se por todos 0s ~nodos a sua conserraqiio nas fa~nllias ( 2 ) .

A opinigo geralmetlte ~ldmitida hoje em dia

o farto objeetivo do Inrto c viaara n el~contrar o ssu aotnr, embora o qrleixoso nPo acusasse dirmctam~ntc o tcrcelro de o ter l lrnticado - . nem t8o poaco no caoo do coisa per~lkln, flue era asOil11il~do ao fnrtn.

I I I C1. 4 /r(lrtrrrr I'umrna I iIIRnl<n, .iZZ I .

12 NAu llos parece ~lecpfirfiriu wcurrer m akriHmn -n# mo- bi lk rru a i l i a ~ .

6 a de que B asta a pura regra gerrnbnica, explicando-se a existencia do principio opdsto nalgumas leges pela infludncia do direito ro- mano (1); mas, nao obstante a nopiosa litera- tura sdbre o assunto, continua a justificar-se R diverggncia das opinibes, bem como a hesi- byao de mestres e~ninentes. j B sbbre a origem do principio, j6 sdbre a extensgo da sr~a apli- caqfio.

Wo direito visig6tico h i sobretudo dois textos que reclamutu a nossa atenqilo! o cap. 289 do Codex Euvi.aoaaers e o l iv . v , tit. 4, 1. 8 (Ap%@ua) da Lez Visigolhomm, de que aquele capitulo 6 a fonte.

Segundo o C6digo Euriciano. na hipdtese de ~ lgu6m vender coisa alheia. o propnekjrio podia rea.vs-Ia, resti~ndn :to co~nprador o direito a exigir do vendedor a I-estituIqRo do prepo e uri~a indemniza~8o eqiiitativx (arbitrada pelo juiz) no caso de henlfeitorias introduzidas na coim. E o que se entende pelas palavrcrs

n-ul lum doma~o 1>raeitldicium oompareFtur 8 ,

pois niio sb 6 essa tl sua significaqfio l i ter~l, curno de outpa forma n;io se explioaria o

( 1 l veremos qlle as textqs penilluu1al.n~ rl3n a enta tcse orna IIOYX fitrqa.

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1.eenrso facultado so evic:to. X l 6 r ~ disso o -\reildc.dor fica \,a , ohrigado ;I pagar cotilo t)s11:1 ao 1)ropriet;il.jo \111123 ii~ulti\ correal.rondt?nte no ~ a l o r da coisa.

Nw rcforma a clue fui su bmetido o (..'6digrl de Enrioo I I U teml)o de I,ec>vigildo, a qual. couio se scl ljt.. ~wnsist iu ilrl atll qAo tie alg~xmna leis, aa suf~!:~.;sJio de outras R 118 comec(:do t l t i

rnnit:t:, ( ca, clllnr i ~ t ) Eu~iao inrorlditc cu~lsti- tu ta \-it lrt):rntu~' cot'lbcxit) ( I ), t~ lei etn questfit, aesumiu rlliin fol.n~a urn tant,o difereilte ( V . 4, 8). ~ c ! , I , I O ~ ~ ~ i ~ l ~ ~ ~ t l l ~ 1 0 he ,\ot,i3r qlle ii flb:!5v

t1ull11n1 tlnrrr,ino I,rilci~ldicium co111y)l-l1.etrlt. Y f o i su bstitliida 1.w uulluln amptori prwei\~dici~in~ iie1.i pote~.it ..

Evt.;i aitt.1-ayho. rille i. a que nrste momeuto~ nos intal-essw, pode, B primeiru vista, l)itre(:e;r qlte encerra ulna com])leti~ murlat~q:i de dou- tt-ilia. vistu que: il dar-se h expsessRo . i~ullam prhsiudicinnj f i a t . . . s o sentido --quo H lei e ~ ~ ~ - i e i i ~ t l u Ihc dtribui;~, e clue 6 o miis n:~tut .~l - dt! * seja a coisa r e s t i t u i d ~ (on m a ~ i t i d a ) . . . ,, a enbstitulyAo de ddnzino por. ernpf0r.i sig~lifi- carin ytle o IIOYO legislador tinha quer-ido pro- teger o c:omprador ( o u donatirio) eo~ltra a roivi11dicaq5o do propriettirio. Mas, se assim f6ssc, ndo se compl-ee rideria :I 11lai1 uteugiio cla

frase * emptori quod accepit protiurn ~xdditu- 1-11s >. pois esta Irwse presup0e qrle se tleu n e ~ i g 8 o .

Tern09 por-urr~~u cle corlcluir que n modifi- O N C ~ ~ O foi apenas de forma e n8o cle funtlo, e 1)mVi+ a explicat' ternus d e 1-ecorrer, 011 t i 11n1 e q ~ ~ i v o c o (improviivel) do i.edactcrr, on ao pro- pi,sito deliherado tle einpregar a express50

n t~ l lum praeiudiciutu f i i ~ t * I~I I I I I $enticlo di- verso d o originirio, que neste C;ISO poderia ser . t que o comllr~icior sejx 1nc1enlulz:tdo n ,

ou. meis provarelmentc, qrle o aompradol- 11Ro sofl-a perla algu~ll :~ ( 1).

.\ Lea: Vt'lwiyothol-lint. como j6 ;111teriormcnte t> ('Jbdigo E~rricirtno ( c. 230 ), t a I:] bPn! 3r refe1.c ao caso de a aois;t eoufiadii cer t'rwtktcla sell cletelltn~~, e necse c a w apcnaa fignrii ( Y , 5, 3 ) a acqBo d6ste Gltimo contra o Indrao. I'ndtlld t d v e z daq~ri infe1.1r-se clue u 1)rol)rjet;irio ne- 11 11 uiun ac@u tinh:? contra o ladrgo, ntiis s i ~ n ;~l-ren:~s contra a pescoa n queru coilfiara a c:o1ss1. Todavisi? nfio 110s 1,arece que 6ste argti- men to illdirecto deva pret aleeer colitrd I regra fundamental do liv. V, 4, 8, 6 do Cod. Eur. G. 28'3.

Nestes textos, que sao os fundumentais, se baseia a opiniho, geraIlner~te seguida. de que

( ! ) Contra : OHTL~KR itad ado P O T J O B B ~ - ~ ) E V A L ) , UAnU,

RFTHMAXN-HOLLWE~.

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as leis visig6ticas, influen~iadas dead* cedo pelo direito rornuno, concedem sernprs HO

proprietirio urns acqiio a b a o l ~ h para reaver as suas coisas-opiniilo yue se nos afigura, con1 efeito, a preferivel (' ).

0 facto, bern conhecido dos historiadores do direitp peninsular, da existencia, nas fon-

( I I Rests, d certo, a dhrida se o legislador, embora n8o , b ~ ~ h a tuitu expllcitamente u distiny60, br ia em mente apenas o caso (mais unlgar) de furto- dlivida tanto maia legltima qnanto 8 certo que:

I.' A lei vilig6tica auenaa organiea o process0 de reivinrlica- $0 4 Arafunyrrwfuh~~~r ) no m o de furto i VII, 2, 8).

2." En1 alyul~a taxtua da Raconquimta a p m e m dispasigfies se-. rnelhultea ;*oras do i ipo da CuO~lcal ( I ) , cuja iuterpretaqi40 mais aceltavel 6 a dn que apellaa se pregugBa o case (TP R8tt0.

A~esllr dlst*, tentlo prmsnte que a lei vkig6tica ge distlngue por tuna teci~ica relatlvamontu perfeita e qoe uela domina o influx0 romaluu (2>, adoptamos - niIo 6e1n reconhecar q u e o problema e ili-

fIcU-a s o l u ~ , male segniult hoje em dia, de que o proprletariu podia yemyre re1viu;licar ;cs suqs coisas, IIO que sub lei se alastavada outras kgea bra!-bur-urpam, iiesigl~adarnol~ta cta Lw SulSU4, que parer8 representar n Imra dontrina germit~ica 18 1

I 1 I ZORITA, 3 681 : * Toil aq111b1 clue e a b fiudllrii (tie saluu I Ilun reqibirre r t depllrs snlrrr 1.1 ronpra ~ ~ l l l r a ~ ~ g n d u Illere de alpuno, pier. d*la si I l w r l dli<:rv ~ l t s r i . : . I~P(I , I~ P) fi11.i.41 . , Corrtl~ponde a CU~I IPB, cap. rx s l l , r.al!>r 2. . .# ,il,..bc;lr 1.11111.. $98 l .

(2 t .4 it., ,:J- I < I,! I\.;, .(:L,. ~ ~ . I I L L > + I. ~ i h l o :u : ~ ~ h t l l i ~ . w in~pira-SP tias SCI I~ . de YI:!I.I~ . . 1 , . : , t , .~I.I ~ ? G J ~ , ~ : # ~ , P I L C ~

4 : < 1 l ' t ~ ~ i t * , - . . d . I.:, L,I[I L,: , I I , .~~~ que :J< leis \-, 4, 6 u ~ 1 1 , 2, 8 re. PWSClltnm umn 111,;ia currctltc, sundo x ~wirneirn f iotu da tradicHo romana e a segu111tH dn ge~'ttia~lica.

ti36 j~iridicns ~ O Y Esttldo~ dd Hatconquista, de inxti tuigaes igoorrldas da h x Visiyothorum ou poi- ela cij~nbatidas - faoto qua, pelo nlenus no que r~espoita a algnmas institnIpbes, sc explica pela subsist+ncia duni direito visigodu consuetndin5rio ( 1 -enco~~tra, u Ilvsao ver, r lo preseok caso mai6 tlma ccrofirmaqBo, Bnto rhtlis para nutar, qnanto 6 certo yae, nlo ser~do ( c o ~ o o jb observfimos) a reg1.u r.rraobilza no& haberal .requelarn rn caraotoristied cornurn dus direitos primitives. se avolu111a H probabili- datle cle yue a stla vigerlci;i nos estados da Keconqt~iski seja a subsistbnsk d u n l a norrna consuet~lditiBria tie irnporteqho gorrnfinica.

Tam bGm para o conhecimento da 0~01ur;80 geral do direito privado d exisMncia da sobre- dita regra, born ~arac~terizada, no direito dos estados nea-gbticos encerra manifesto i n t s r h e , pois os textos quo a formulam ou pre- nupfie~n veetn juntar-so Bqueles (') que B'de

(1) fiste laatn, nolado j B por F J ~ A L , LIBOULAYE, ( ~ H I M M , YO- Woe, H a ~ c u ~ n t i o , TE~FILO HILAQA, OAMA BARROD e GIDE, hi. coma se sabe, pasta sobrettzrlo em rulAvo pnr F I ~ K E V ' I ' P ~ M ! , mi,Ibl:rr VPP 11.~1IPd1mhafi ml& !loliEck-xplairch~x rrrld rtnr.n,erriacb-islrindis&on Msl, i r l . I f l l l~i lmpm r h Isalidrl,r f ,~ , , ~ * l a r r r i r t i & k e iie-rjcicklsforrr- ckuay, 1888, e l(&suck~rw~en rnrr E~.kta[rhgt dqr o.dgwnr!lnwhes lie chle, IXNSERUCL, 1891-1W 8 , e e 1ht)j~ e u r r ~ n t ~ ! m u ~ ~ t e nssil~alado.

Tambb~n d gerallr~el~te atrnlrti(ltl qna coi iia~.aicir.os main imactia- t4s da tradiChu prrln311ira. $lo: T.e.~o. UdrLrla r , i'urtoynl { H i ~ o s o s ~ , Ei .!&mmlo perruursrw en 61 ~~arwhtr ~.\prt+>i~:, Madrid, 191;, pk. 13 I , n8o erndo t a i v a bars d%pr.erir ir iufio211cia ausva ( ibd. , pQ. $0).

( 2 ) VldP Baras~uu, pig. 2 8 ~ .

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uso iilvacar para demonstrar a importhneia no d i r ~ i t o medieval da ~ ~ : i o - r e i v i ~ t d i c t t C t ? o dos mQ- veis. P (:onseqiienteinente fortalecetn l i m a tese que, :;Ipestlr de ~~inumrrie~! te s e g u i d ~ , ten) en- contratlo contniclitc~res.

t '~rtlre-nos q l w o principio Haled muss Hu,ncl ,nult.rert vigorou Itirgameute dlirante s6- culos 110s estados de LeAc), i'astela e Purtu- g;dl ('1, t.enc.lo sB clesnpal-ecido rlua~ido, coln o predominio do direito'jastiniiineu ( ' 1 , se gene- ralizo~i :\ i.ili~iudicaq%o d e tipo romallo, acp5o p u r a m e n t t : civil, aplicBr.el tanto a im(5veis coruo it rnriveis, (.Inere no caso de Rlrto, qliere llolltro i~llirll~lzcr. . . 1 extos f ~ ~ n d r l t n e n t a i s sBo, n nosso ver, os rltte. em vArios est~tt i tus ou cartas m a n i c i p a i s (j'~teros, xfaros *, eostutueu ), se referem h c de~nanda de baver rntivel +>, que carresponde essencialmente ao chamado Dr-itthccndverfahren, mllis cuuhecitlo n i x histcjl'ia jilridica pOr A~Z.-' fur~gsklaye I 9.

I1:s.ir dumanda, n:l tlual o queixoso se cliri- gii~ contra ( 1 detentor d i ~ ct.ris;l mdvel p:tra a

l i 0 Sr. G ~ r a H n a a o ~ , itlror~lallri~i \ ie ]bassapem o essrlllto a0 tratar dx VrMeriyBo 1111, pfig. 861 , r~:!il~i.~x Ye inclina para eata oyl- ni.Xo.

42 I A transiqiia (5 aprv+:irirel no Flrr'vrr Re-11 l ur, IU, 6, 7, 9 v IV, 1.3, 3, a. 7 ) .

;H) Noutro artigv asei~>alaremoa as <liIeronqas entre a A*fa.rgs- k l t ~ ! ) e grCpririmentt! dita e il a d c n ~ a ~ ~ d a de harer ~nirreln <lo@ nmaos rostlnue9.

fpeivindicar, -iniplioava gerallnente u facto de .a aoisa ter sido fwrbda ou perdida, hiphteses q u ~ alidavam assirniladas ! 1 !.

Corn efeito, examinando urn grilnde n6meru de foros, temos q u e era indispensBvel yue o queixoso jurasse: 1 ) que perdera a coisa ou Blaa haviam furtndo, ou 2 ) que n5o a eedera nam coufiara a ningugm ($) .

( I I S b b ~ v a assi~nild$Ro at) h~rro na aurepriar;ira de cuivas per- adas - n o d i re~to yortugok - r i t l G GAMA BaeRcm, rrr, p@. $:! o seg.

;%I SORIA, g ; ICY; - . . . PI yure gire arluella rosa sobre q u r ~ qniere encartar qua la ps~.dio put. f ir l tc . . . o ; 558: Sj aqurl clue omiem p.r t i idu dgnun ~ 0 6 % . . . r ; $ 371: * . . . yur9111io el ilenlaudad,ar por su cabeqa quc tlrrura Id ~ ~ e ~ ~ i l i r r t ~ j l l Ja ~ a a l metio ~ . ' I I la enageno *.

) 3761 (relvil~rlict.q3o rle coisat; t,nilfl.lda* a urn te~.reiro pelo la- B~fioI. Ed. GALO BAHCHW ( 19191.

k ' ~ L C A L ~ DE HEIARR.. $I 180; I . . . >i i : ~ r ~ r r IJUC 3110 PSI qut: 110

10 Vendiu ni lo 1tz~1rnetiv~ ~i L ~ O J X qtte 101 ~ b e r d l o r . 5 281 1 ' f / r m ) , Ed.

G m Sa~cnrs t lnl!rl. Z ~ ~ J T A , # 8W; c . . . t!t rl de~nanrlaclcr ilrrr . . . llur a~juwllacosa

ueudio, i i i 1 ~ la nid. 11(11 la eIIp~.eStu, nls& l]lltl la )levdin por ' w e n t u r n o jror. fu r lo . . . T ; . . . qot nluel~as ottaa C O S A S . . . 14

IDsI*lln furtarbaa o tollidar, operrliilax . . . ,. (Curre~psilde n Cu~' t~ca , mp-.%L rubra. ?U e 21, e a dlwlrsr rum. 572) k:rl. Unaffn, 1 Y l t .

, . t f 6 . 4 ~ ~ 1 . $ ?14; r . . . i ttre el otro que demand?, clue s u j ~ , ftrr et nun lo uea~lio, nil1 la dlo, nin lo VIIFMO a ninguntt*. (:f. B X1M. W. UR%RA r BotarLu, 1907. ('nrr8spoi1rle a Gceres, 8bh. Castelo Born (P. M. H.. Legp.~, I, yfig. i6r I, ~ l f n f z t ~ s . rbtrl., p ~ g . 815 I, r a t d o

:' B d l r i g o I pkg. 8781. e Uaatelo M c l h u ~ . PBX. 921 ). Cf. Orevilo. Ised. 'r, w.

- - No fsae*o de Allra Oe Tarmc.~ ( 9 2 4 ) o queixuao drvr b72r '-- m cdda unl dos aautures, dr yule drmenda o ok~jeolo rpor 9439 , Y d o fortaron o lo pcrrlio e )Ion lo dlo nil1 l u uondio ni lo

,HW%a'. . . (eo. UAITHU e ONIS, 191C I , e SP ta1 ~nanquaflru nUo tlcer, ,Mo Ihe rewpundsm. '*I i Sru algu~ls ~IWOY, se ~t CQJ~IPPX kinha h~gar em mtio yaibliau, o b, PA a recupwar, tillha de jurnr tine Iho lars lurwda. Cf. 8s Wt4tnes da Praxlqa meriiiior~al e outroa mcim~rnentos citados por

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8e, pel0 contririo, ernprestara, ou empe- uhara, ou por qualquer outro titulo oolifiara n coisa a algugm ( f ), qniio tinha nenhuma acqCo abuuluta contra tercairov adquirentes %), ao contririo do que se davd tratando-se de bens de raiz - x harrlades :, - , porque tais bens em qualquer hip6tese podiam ser reivindicados, contanto que a aeqBo fdsse proposta dentro durn ano, que tal era o prazo da prescrigho segundo a rnaioria dos costumes.

Incluirnos entre estes estatutos os do tipo de Cberes (Cjceres, Usagre, Cima-Coa). E

BmsunD, p6g. BO, n 1 e Yll, n. t Se u regrgra i k e ' a rdvindica- Mo i l idbda dos m6vei8, ~ H Q haveria r c % h para se l i m i k 8 rrelvin- dim* nesta hlpdtese MI csso de ae h t a r da coisaa fuhda..

ns dlsposl$hes do Fmro Vztjo (11, a, e LV, 2, 4 I gram tuDb4m em torno daa d u e hlp618sea do fun0 e da perda: € p u r h de n o w qua, tratando de comyrks rerliradw em ~r~enrr lug priblims, dh (u, 8, 1): s . . . e deapnea vinier algand otro. . . dtclendo, que gel0 furtn- ran, o quo 10 perdio, o &a rapm alpmu..

4 1 ) Convem tar pmente qus n6 lillp~agnrn rndieval era fre- qiletlta a conhrefio entre oa termos peloa quai6 se pretantliam desig- nar os difsrsntes wntrator rsairr -cornodato, mdtuo, depkito, etc. -- s ~ u s ' om pr6pdo9 nonueltoe nsm emmpra eram dltarenciados wm nltidez. HaJam vlsta 110 t~aarro dlrsitu as termoe rpreslar* e en) comeradar= C t , para D direito rommo, Parrsrc~, r, 428 e E Cosr~ , 867, nota @.

(2 ) 8 0 ~ , O 662: cSj el demmdado . . . dlxiere qne aquella eoer qud demand. que la non perdio por farto.. . lo@ dcaldes man- den 10 sdtV a 1m pewuls~. , etc. ,.

mrto que, qr~anto a bles, se poder6 objectar ( I )

que o juramento do queixvso apenas excluia a dt ia~go, a v e t ~ d a e a dac8o ew& pewhor-em vista (dir-se h5 ) da faculdade de alhent. que tinha o crhdor-, e niio as v5rias formas de detanpiio prechria. Parece-nos todavia que a frase referida deve ser interpretadn, 1150 lite- valmente, mas sin1 no sentido d e que o autor afirmava nlio se ter privadu voldwtikiarnente da coisa. Corn efeito:

1 ) No caso de demanda de bens de raix n b se exigia urn juratnento semelhante, o qua1 digs teria todo o oabirnento se corn 81e apenas se qai-isesse signiflcar que o queixoficr nlo reaunciara propriedade da coisa ('d).,

2) Fbrmula semelhante - n5o sb nesttts mas noutros foros -pronunciava o 4 autor B, isto 6, a pessoa chamada Zt autoria, e 6 evi- dente que Bquele que o charnarn ( 0 riru ou urn ~tnteriur *autorn) ts~nto servia, para se livrar de responsabilidade, provar que a coisa Ihe tinha sido confiada ou e~npresteda, como dembnstrar que Ihe f6ra tran~ferida ou empe- nhada.

3 ) Esta interpretaqiio explica bem a cir- ~unst3ncia 'de nos O O B ~ U ~ ~ S em questao, a

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semelhanqa do que sucede nos uutros da mes- ma Bpoca, n8o haver refergnaia & usucapifio dos mfiveis (I).

4 ) Hii exemplos d s fdrmulau anhlogas- v, g. no Liber Papieask ((8 -, de cujos ter- rnos todavia se depreende que o qua se pre- tendeu Foi contrapor ao cxso de furto os de privnqlo volunt8i+ia,

Urns uutra objecq80, e easa de orrlem mais geral, se poderh levanfar: r~ ile' yue 110 prb- yrio conceit0 de Eurto se abraugeria o caso de illgui3m dispbr de uma coisa que Ihe f8ra confinda; e em apuio d6ste modo ds ver pude- rfio invocar-ye as numerosas dispoaiqbes dog Eoros e costumes que para o efeito da pena assilnilam ao ladrfio o deposithrio infiel ( g ) .

Todavia,

1) Por urn Iado, esta iissirnilaq80 n8o vai ao ponto de se dar a designaqfiv cle 9. furto ao facto de o depositArio se negsr a restituir o depbsito.

( 1 J L. ALAS, D DE NCEW e b:. S. HAMUS, 1 ) ~ 141 ~~f1cilpidti. pig. 88.

( 2 1 Expo#. od Edict, Iuih., W2, 7: - rlu0:I Ips0 cahallus BUUS

yroprlus rut, nec eum venaidit vel dorravit, e t j ~ l s t s lvge per4el.t. dc. beat, ad {urtie.e r.6 ubdrrtciua fwrii *. (0 c n w e r ~ t r d u r ricstn firr11111la illsiste sGbre a d i f e r c l ~ ~ a que uxiste s ~ ~ t r e o d i r ~ i t o runlano e 5 t r R -

dicfiu,lou~bards). Cf. fueruv d~ A L C A I ~ e S O R U I pkg. 97.1. ( a ) GAXA ~ A R R O S , 111, 318.

2) Pcrr ootro lado, rl~uitus (10s textos por a6s eit,ados opfiern o furto ao omprkstimo, sendo certo qtle urn conceito lato de furto abrallgeria natri~almellte o ai~usr~ d 6 conHan~u praticado pelo uornodatkrio.

3 ) Se u furto abrangesse a ~ e n d a de coiea alheia, II&O distil~g~ririn t ) fuero de SOHJA - oonfol.mc? j:i vamos ver que se dava -a aqui- siplo dc boa f6 da ayuiaiqiio de mh £6. visto que em ambo:: 0s casos v ~dqui ren te ficava possuindo nma coisa fortada, a quai, como tal, devia ser restituida ao reivir~dieante ( I ) .

4 ) 8 c a palavra farto tivesse u m signifi- cado lato, tambsm compreenderia o caso de aprupriaq50 de coisa achadia; ora 6ste cam, emhara assirnilado ao I~irto para o efeito da reivindieaqgo, 6 selnpro enunciado diutinta- mente.

Fivallnnnte. poderb ;trgllmc?n ta r-se call tr:t a nossa tfedupilo. c l j x e ~ ~ d o tjne us textos cit.a- doh sse rrferam csclnsivalnente a l m a a c ~ g o especial fnndada no furto (ou na perda) da ouisa, sell1 ( jue issu excl~iil a existd~~cia 110s outros cnscrs d a acr;Ac) {lo r.eiv~~idica(;ao. Mas ainda u slstn oli~c.r:fio cremos poder opdr:

( I) E ~iote-se, quo os ltvrmoa cm que at8 redigido o S: 972 do f i W u rle SORIA mostram que se (lnla cximder a reivlndim~80 aoa ad- 9Uirentes de 1116 fB, e r~dv l i?f i i Iu- l i~ para protcqnr oe rle Ilea f&.

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1 ) Ngo s6 t15r~ h6 11;)s 11oss:1s cil~*t;ls qi1:11- quer menpar) duma acqPLo, de reivindiwiplo intent6vel em ytralqrier hipbtese 011 nos c:asou d r d e t c ~ ~ y R n prechrih, conlo neIn sequer se enuacia o principio geral do clue 110 caso da algnBm clispar de coisa alheia u prop~ietiirio a pode reivindicar. Pelo contrhrio: o nume da ac~fio-cc aemanda de f~aver m6vel. -, a fhrtnula cia querela ( d o tipo: res mea est ) , a a n ~ l n g i a con) a dornanda de bens de raiz, mos- t r i ~ ~ ~ tt,;~tar-se da a c ~ 5 o apropri;~da s rearer as C O ~ S ; ~ S ni6veis nos casos em que erd facul- tado recobrti-las ( I ) ; aIBm de que a indole primitiva dos foros ria0 se coaduna con1 a exist&lr!ia de duas oogdes para o memo caso 011 p:llh;i t:asos tiio semelhnr~tes .

2 ) d evolupAo posterior desta aeq- ao mos- tm qitt: era ela que SF: deutinava H s;incionar a propriedadt! dns crrisas rn6veia, visto que, rirrha vez ger~eralizados os princlpios rom;Inos, foi adaptitdil 9s f~lr~~cses da reivindioaqfio prb- priamente d i h ( 3 ) .

3 ) .A aepdo de reirindioaqko, segundm o mod610 rorrtano, c-lesi~parecen por tnda :i p:irte

(1) hul~l~e~tda~i te tner~tt l da questJo (le apilrar qua1 r> verrla- driro r~rrrblw (l~bssa acpBo, u que tontarornos nurn ulterior estutto.

( 2 ) P~rm'o j l ua l , IV. 13, 3 ; Lei dr: Afcmxn III, de 1275 (P . $1. H. @w, xxlu, pig. 233 et cxxxrrr e seg.); Ord. Afrmn, 111, 10 I, 41: rv 59; Man. (15111, 111, 35 e 34 - - - A h * . l l j l l) , 111, 30 e $ I ; e Pilrp. 111,

44% 4 5 .

na Europa tliudieval, pard. $6 voltar a uaar-be corn a liqfio dos rornanistas e canonistas ( I ) ,

mostrando o direito cornparado que at8 -essa data foi H ~ . n f a n ~ s k h ~ e o t ip0 da accgo desti- nada a recobrldr as ooisas furtadas, qliando se enoontrava o vbjecto rnas nil0 se podia fnr- mular a acusaqao directa de furto contra o seu detentor.

4 ) A ser rrerdadeira a objecp80, deveriain as cart.ds consigrlar regras sbbra a usuo.dpi8o das cuisas rnbveis. o yue segundo jL observ8- rnos, se nbu db .

5 ) Nos foros que regulam a hiphtese tie venda eIn feira ou outro sitio pilblieo, apenas se concede inden1nizei;ilo a o evictu no caso de ter aciyuiridu coisa furtada, yliandu A rerto que, se as c u i ~ a s m6veis pudessen~ ser sempre reivindicad:~s, ~t indernniza~Go deveria esten- der-se ao:, cavos tle abuso de conf i t~nqn .

Se, Fundados nestas lXazdes, nos atrevemos a suvtentar que no direito portugues vago~-uu, e porve11tut.a predominou, a regra (( mobilia

4 I ) VidE os textuu citrldos gar Barssavn, pa:. 2&l, n. I, u 284, t~. 2; PERTILE, IV, pRg. 856: 11. 26 e 2 7 : PI.ANIOI., r, 364; POLLOCK. 11,

176.

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non habent sequelam s, nao quebelnos corn isto significar yue esta regra vigorasse em to& a parte e sera reskipdcs.

Qnando rnais nao fdsse, convhia nilo esqlke- cer .a vigbncia da Lez Vzsigothorwm.

Mas h6 ainda outro facto, muito digno de t~o t a : P yue a disti~~yho entre os casos do boa e mii fi: aptireoe no f i~ero de SOMA t i ) , e POP-

verktura noutros. para o efeito de se facultar a rei\~indicacgo sd no segnndo caso. isto 4, na hip6tese de o terceiro adquirente ter recebiilo a eoisa s:abendo quo niio pertencia ao alie- nante. Em tal caso, deternlina o fuero qae arnhos devern pagi-la corn outro tanto d o seu v ;~ lo~- . ~ i c t t t ~ (lo* Frnto:: e rertdimentos.

F'i-lrer~ 1)oic: que o prinoipio * Hirnd muss Wand n~ahren s6 atenuada vigoravx nalguns

1 I ) $ 81'2 : n Sj alpru~u ~.nmjirart! rintro Ilrrt7<lat o ntra cosa qoe RS agc114 et no11 ( 1 ~ 1 ucil~ledor, si el cu~nj~l~a t lur lo sopiere qile es ayvrln at I I V I I del 11~11llrc101. , HII!OU seal1 tcrljtlob tle pitcharla cot1 otfa latlfil. vtr . . Esto misrtlf, kt.* ilarjuul r111e lil cvw ngeila diel. a ca- mwr. el dul gne la rr.cihiehLr eal>ipl~do L~I I I * es ;leetin et null datlual quc In o11ie1.10,. I la:n. ( i 4 t O SASLHEZ I. XIII oonbrmidarlo c o u ~ Pste !$ se deve e~lteudur o 5 C20. qoe lrcoIbe elllpeIil~ar coiaa alhi?iu. NPu 8 de estranliar rli~u o lacto se ULIICFVL. 110 fiero d c SORIA. Esle firwu, a mxir I ~ O I H H I I ~ Z ~ ~ O q11e ~ t r t r o s , CI m ~ i 8 rompletor, parece repre- sentar unl *momenlo tlpico fin evoluc80 do ~ i i re i to modievd caste- l!lallo -, I'ostr.rlor ao aintetioxtio nu frrrro rlu CC.MNCA o anterior ao du FJIPI-o Herr!. A Pxtpn cilrartt:rtas do ~ I W U (le SOHIA BR d e w , sem ddvida, n pfsfcrEncia quu merecclt ao autor d o Ywr-o Heal, do ~11.1 constitui, pode dizer-st!, .o ~thrlco .. VidC (+*Lo SAxcnw, E;rr,rus

Custellrrwou, phg. 256 e sey. 0 lj 687 rlo frrwo de ZDHITA (11ue citain08 a p8g. 94) 6 ambla~rn.

lugares, pois se form~ra uma correl-lte i t ~ t ~ t . rnedihria entre a da reivindicaqfio i1irnititd;l. reprasentada pelo Fowm Judicuwb. e atliielii que julgainos dorninante.

Segundo 6 s t ~ torceiro sisterna. a ayuiaiy5o de m a fd duma coisa tllheia, ainda que nRo fwtadca nem perdirla, era trxteds aproxinladn- mente torno o far tu (1).

gido e prortto para a irnpressfio cluxndn f inal- rnente rile chegnu as inaos urn ti-abalho q ~ t e

enriquecer a literatrira s8hre histcSria do direitu espanhol e [>ortngu8s. Refiru-nie a o Altspanis- ches Obligcsfionemrecht do Prof. EKKST M A Y E I ~ .

Versa o assunto, oomo eu jsi esperava. em trBs Iongas notas ( a ) , das quais n primeira 6 -- .-

I I I E:ntrr os $ 5 do fricrrd de S O R I A citados a y8g. 27 e o li 3?! ngr 118 porleita Ilarrnorlia, pois q u u a aqulsi$ifo de m~i f6, embora lra- tada comu furlo, 11iIo 6 todirvia urn furto. Niio se lrodo, por?m, nbstrair da regra expressa do I 3'72, a qua1 talver rel>resentu uma forrnaqilo posterior, irnperfritamentp e i~xer t rda no sistema foral orlallfirio. - gate sistema intsrmedIPrio, qtie em geral sa diz tor sido desconhecirlo do diroito medieval I B R I S ~ A L ~ . pig. 221.234, 286; PLAXIUL, I, n . O 24791, 6 actualmentc o sistema da maloria dns 1egislnqBe {nfio rla nosea), enunciaao em geral pnr rneio d o adagio = e n fait de ~neuldes poses- aion vaut titre*.

( 2 5 1." nutas 83-86 cvol. xxxvlrr, p5g. W s 8eg.b 0 atitor volta a ocapar-BC do assunto quando t r a h da Am/nnge*Eu~ no 8 2."

( ~ d g . 105 e mg.1 Cf. a i ~ d ~ 0 vol. xxxrx. UBE. 40.

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non habenl sequebanar, ngo queremos corn isto significar gue esta regra vigorasse em toda a parte e sem restrig&s.

Onando mais nao fdsso, conviria nfio esque- (:cr a vig6ncia da Lea: Visdgothorerm.

Mas hL ainda outro facto, rnuito digno de I I U ~ N : Q i411e a distillc:ic, entre os oasos de t ~oa e lnh fi: aparece no f?~et-o de SOMA ( I ) , e por- vcntura iloutros, para o efeito de se facultar a reivindica~3o so no segundo caso, jato 6, na hipcitese de o toreeiro adquirente ter recebido a coisa sahendo clue nSo pertencia ao alie- nanto. Em taI caso, determina o faero qne arnl~os devern pagh-la con1 nutro tauto do seu v;~lot-. nl61u (10s frntos e reljdimel~tos.

F'arera~ ))()is ijue 0 1)rincir)io 6 Htznd mtcss Hand wuhren . s6 atenwdo vigorava nalpuns

I 1 ) 5 3 i Q : Sj a1~11rlo corltrbrirrr dut1.0 11el.etlat o otra rosa qlle or; ageus et 11011 clel ~ ~ e ~ l ~ l t ~ t l o r , * I el eo~rll~rador Itr sopiere r l i a r ? ea aXama ef t ~ o r ~ Ilel u r ~ ~ d ~ ~ c t u r , ;ur;o. sr'aii te11j4lor; rle ~~rul lar la con o t ~ tallin, ctc . . l.:sto 111is111u e r i l rlatl11~1 q l ~ c 1;1 cosn aEena rlier rm ca- mixr. e t dvl que l a reeilliert. ~a1) i r~ t~ lu cliri. eu aaena e t nor1 daquel 14ue lo o~iiertb*. I Kn. ( iAL<> S.$SCBEZ 1. EIII co~ifawmidade cum &to % ae delve e~i t t l~~r ler 0 5 420. 1111': profbe emlletlhar coisa dlleia. NBo 6 cie ebtrallhar ilue a incto se observe I I ~ ftreio de SONIA. Este fw>*>, ,,mais ro~~rmiz; tdn que outraw, e 111;lis co~nyleto*, parece repre- sontar mu - ~nomcrllo t l p i c ~ ~ da erolrr~lIo do dlraito ~nedfeval caste- illall0 , pusleriol nu rintetixado rlu fireru Oe Ccwxca r: anterior ao do iq ' f tern H P C I ~ . i &te% cararteres (10 fitwo de Yonla HP deve, srm d d v i h , a profer611cia llue l~lervcou ao alrtor do I,'~ro-o Ihul, do qua1 constitui, pod? d i ~ ~ r - b i ' , 6 u IIIICLCO m. - r i d e GALO S ~ N C R R Z , pl le l~f~ Cusk!~~r?dos, yfig. 2% e sex. 0 8 687 do ( r~pro de Zoalra (11lie citan~oa a IJ&. 94) 6 amblana.

1 lugares, pois se formara uma corrente i t l te~. . mediaria entrc! a da r-eivindicagiio i1irnitad:i. representada pelo Forum J~dicurn, e aqnel ;I qua julgamos dominante.

Segundo Bste terceiro s i s t e , ~ n ~ . a i iqrii+ir:l io de naci fd d u r n ~ coisa all~eia, t ~ i n d a qtle n:lo fwrtadca nem perdiria, er.a tr:itada aproxinla(la- mente oonlo o fur'to ( ).

P. S. - este artigo estavw havia. tempo I-edi- gido e pronto para a impreasbo cluando fi~li-11-

meate me chegou 2 s lnilos nrn tl.akalho yur eu arlciava por ccr~ihecer, e qrie B re.altnente urna obra rnagtiifica corn que o alltor veiu enriquecer a literatura s6I)r.e Iiiatr'llnia d o rlireito esl)atl\lol e p o l a t u g u i 3 s . Kefiro-~ne :to dltqmnis- ches Ohligolionenreci~t do 1'1-of. EHNW & ~ A Y E H ,

~ ~ u b l i e ~ d o em 1920-1921 na Zeit. f?hn vergel. R. Wiss.

Versa o assunto, como eu jh esperava, em trgs longas notas ( 8 1 , das quais :I primeira P --

r 1 l Entre O R $ # do fnwrr (ltl Sonin cltados a p Q . S f e u 5 373 lido hk porfeita harrnolli;~, pois quc a aquisi~ao O e mn 16, embora tra. tada cnmo furto, nHo e todavia urn furto. NAo se yode, p o r b l , at>atlair cla regra exyresea do # 372, a qua1 talvez,repres~.nto nlwd formapfo posterior, imperfeitamel~te enxartada IIO sintema foral oriyil~irio. ksto eistenia i~ltermtrrlidrio, qoe em gem1 se dia ter sido descunhecido do direito medieval ( B R I ~ @ A w , pig. *l, 231,236; PLAXIUC, r, n.O 2479). 6 actual~nente o slstema da maforia das legirlacllee InEo da nopsal, enuncfado em goral por rnein do adigio .r on fait de meullles posse* sion vaut titre 3 .

1" ' I.', notaa 85-86 i vol. x x x v r ~ ~ , ~ d g . 66 e seg.1 0 aotor volta A oeupar-se do assunta qualldo trata da Anfangakkayc~ no 5 2 . O ( p&g. 105 e seg.) CI. ainda u vol. xxxtx, pdg. 511.

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consagradx a anfilise dog textos do direito peninsular.

Dos textos que cita - 0 s quais, B excepqlo ,do fwero de B ~ I I H U E ~ A e do de VIGUEHA-FUNES ( q u e cRo pude eonsulta~=), etl tinha analizado, jnntamente corn ontros, no meu trabalho-tira o Prof. MAYER conclusiio diversa da winha, eonclusRo que Ine parece resaltar, j5 da opi- nifio quo o autor professa acBrca. do principio c mobiliu non habent sequelarrz 3 no direitc~ ger- rnbnico (considera-o nma fot-mac8o tat-ditr ), j& de ter reduzido a s l ~ a anhlise a urn pequeno n i ~ ~ n e r o de x cartas a, j u s t t l m e r l t e aql~elas jtipo - C'ieeres ), em q ue, comv ou observara. o p r i ~ l c i p i o 8pareee formulado corn inenos elnrez;~.

L)os foros qut! ilprescnt:~, u u l hnico o Prof. JJAYER cousidera favorrive1 h tese q ~ l c dle e o ~ l i b a t e : o de BKIHVEGA. ma9 h e mestnu procurii expIic6-lo [,or uma fvrnitr mais ou mrnos srlbtil, d a r i d u - l h e interpreta1;6tls forq:i- das para i~ ~ p r o p r i ; ~ ~ . 3 s11;1 dolttrinii ( I ) . A

( 1 I Alvitra, por oxen~~rlo, o Sr. YAYER qne a refurBncia do autor da A n f u n y n k l i r ~ ~ an caso tlu empr6stimo-- ~ x q u e l qne clema'rida iure . . . qua ni lo veltdio ni I o prentu, 111 lo dio 11i lo empeilo I I ~ lo malmotio s- yode hvm querer npurlas alp~~iff car que era preciso au autor afnstnr a I~iyGtese d+ te r e~nprerrtarlu a coisi, porqrw, se n ti- vesse emprestado e o pr~12o rlo ernprCstilrlo sinda nSo tivesse expilharlo,

era ltciW ao comodat6rio s11bcomnd6-la. Mns 6 o mesmo Sr. MAYER quenl eacrlAca a elhpr~nhoxa teori:~, quand-o explicn o silPncio a res- peim n e s t hillfitese nus o ~ ~ t r o s foron wei1 sie dlose Wciterverloil~ur~g praktiach a l ~ elrt',ra n ~ 6 e I u / h betrachtrn ,. Tal s i le~~cio , dc restn, nil0 exiate, vistn rlue em uumerosns costumes, r p ~ e o i l d s t r ~ n~cr i t (>r

verdade 6 yue o fuero de BBIHUEGA vem for- necer mais um elemendo valioso ii lista dos textos qrle eu coleecional*~ em abono da mi- nha tese e y ~ ~ e espero 11iio serh dificil alay- gar ( I ) .

Em compenezlq$u, a eruditn nota do Prof. MAYEK veio demonstrap-me yue. excepoional- mente, o grineipio da reirindieaviio mobilihri;~

litlo citn (virli. a !lr)ta 2 . prig 97 d b t e trnl>;tlllo), a],;ireue n Illearnti I6rmlrla - K rtetlt o empreston .

I'ermitir-III~ liei tarnl,i.~n r~bbel~var qlle o ~rtr!l>rieMo do P~wo tic BnInumA "$0 porlr. aiy~~iBcmr . perdeli, I verlor I, visto rlnv 110 firul.0

S I P A b c a ~ h se diir en1 caso idF~~tlctr (8 180): q u e 110. . . lo mtrlrae6io ioi

no que lo pevtlio n. Malnscl~r. tcrn yor vexen o siy~bifirado--qlle n Sr. MAYER tamhem alvitm- #lr . n~alllaratar * ( vergeude~i l c hern assim, grovavelmente, u du a (leteriornr r , Usar tn~ . IDJ ). Neste caso, pori.m,

devr corcwpor\rler' n uulu gaiqalltia t.ea1. serlrlo tnlvcz o mePmO llll* <assignare 3 1 pignus ;xd Irn:iand~rm, Nu ta~u~ys~ lh~! r l ) 1 4 c 1 u, cntregar uma rois;~ conlo garalltie (ll~rnfl I I Ivlda, rlcallrlo o crihdor C ~ I I I a posse e r, usilfruto rlula. Vide ZORITA, 698 ( l a raia que IIOII 8 8 rnall~leta I e ef. 0 s ;: currcs~rot~rle~lkos tlos J~r~rn:, #I( . CURXCA ( , . . IIIIIl(111Rnl LIH-

tranz;[ri llpc fp~~e ray i l I* A ~ . # ' ( z A R rnlll. : l a 1'aiz llllnca ade seer trancada, ~l i l l I,~yl.a(la VII IZlrar:a~* 1. Tau~l+tl~ q!nl SOKIA, P G 6 4 sc figurn

o caso de a coisa ter sido A inal ~nctidrr a i r rrlf11811a, o rlue illostra que honve r o , ~ ~ t ~ ~ e ? ~ r I ~ ~ l i ~ ~ . loc ' i~~lo 011 (IayJo ern gnr~lrlia. c 1bRo perdi( nelll consru~qZo. Cf. ainrln as rlril. .4fi1?rn., I, 6:l. :c 28 e 841 e o Dtc. '1:

YORAIS, I ~ I I I ! ,la a - r r i a l ~ ~ ~ e t ~ r 3 o sentido de = ern!)e~~hnr, all~rwr n seu =.

Qun111o h 1,assageni {lo f~,p,-,, de So~c la que o Sr. MAYHR ciL3 (; 6 8 ! ) , o seu s~l l t ir l#s e ic lal 'er~-a~ pel0 ~ n ~ ~ f r o t l t o con1 0s 95 549 P iUH. A base clae de otro a l y ~ u ~ o reeibin pecl~o ~lrllax 115u t ~ k l I? 9entidu que o Sr. NnYRlr llie atribui. mas sim o (It' alegar r r rEu quc! n atltoc jB recol~olI 11 ,*a1ur da coisn, nrlu Ll~r sfmln I,nr isno h i t o i3eclain8-in.

( I I h minhn ;~nAlise nfio ps cater~dru a urn maior nnnlertl t l ~

e s t a t u t o s ~ ~ l ~ u ~ ~ i c i p a i s d~ I . ek I? C ~ ~ t e l a , dgutin dos quais ~ l i k s PB

acham pnblicados, por me ter sido itlil,opslirel at6 lloje obt8-10s.

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pal?v~*a couto pretende-se designar, ora urn territ6rio irnune, ora urna ordenavao ou pos- tura, ora ulna pena pecuniiria, ora uma es@- cie de bdiza, etc,

Julgo podsrem agrulmr-~e as numerosas tlcepqbes do vocPb~ilo em tbrno dos seguintos col~ceitos f undamentais: 1 . OrdenaqQo ; 2. Mul- ta; 3. Citaglo; 4. Apreens60 de bens; 5. Pro- tect$~; 6. TerriMrio; 7. Lirnite; 8. Maroo. 0 q11e eu vou- tentar no presente ensaio 6 raconstituir a avolop&o semhntica do tgrmo, ~ n o s t r ~ n d o H ordern por que devem ter desa- brochado rstes diversos significados e expli- culldo as transformaqfies.

Insistirei pnrticularmente naquilo a que podera charnsr-sts a infancia da palavra, nfio prolongando em principio as minhas investi- gaqoes Aqllern do s6culo x.

A o terminar 6ste sbculo j B , oom efeito, se achani definidas as acepq6es es8wbais do vo- chbulo, e por isso para o 'historiador da lin- gua, conlo para u historiador do direito, 6 seru dfivida . o referido periodo o quo maior interesse encerra.

Corneqarei por ~r ie referir i3 bse original sustentada pelo Prof. E. MAYEB, de WQmbnrg, ao6rca da etirnolqgia da palavm coufo e do seu

sjgnifioado essenohl, no iri~portar~tisuirno tr;l- balho, recen ternen te publieado, sobre o t r r ~ tigo direit0 das obrigtlqbes nos esldos crist%os da Peninsula Hiupbnica. Foi essa tese yue m e sugeriu as presentas considerat;Ces, e r ~ w SUiI

aprecia~Bo ct~contrarei ensejo para, ao rnesrno tetl~po yue uxponho us rnotivos d;l millha'dia- crepbncia, dizer o que penso sabre c, assunto.

Segundo o eminenle professul- alealao - eujas ideas proourarai I-esumir con] fidelidade, remetendo para o sell arfgo o leitor rlue clelas q11eil.w ter urn cooheailllentu mais completo --. u a palavra caulurn ren~onta a urn freqoentii- tivo - cabare, capi ta l -a - derivadu de cap&, mbo; deve considerar-sa como urn eqiiiva- Iente de cabalum qti -cakpiWm e signiflca a colocaq5o durn eabo, isto it, do simbolo da pervonalidade s ( 1 ).

Por outras palavras, as diversas acepq6es do vocibulo cosclo vilo todas filiar-se na durn suposto objeoto material, capu6, que interviria em diversos actos de natureza juridioa, repre- sentando sirnbi31icamonte a pcssoa do yrineipe.

0 s act08 eram vQrios - citapks, arrestos. eoutamento de terms . . . .-, mas o cab0 figu- rava sempre, e sempre corn a mesma funqBu, corn a funqfio de Leibmichen.

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Eis, Qn resurno, a teoria do Prof. MAYER, teoria que 6le relaciona engenhosarnente corn a sua dorltrina acgrca da investidura (Einklei- d m y ) ( I ) e que, se me niio engano, assenta prineipalmente sBbre os a rgumen tos se- guintes :

1 .0 - F:xistbnci:r de textos em que a paltlvra C O U ~ O se refere a urn object0 material, a res- peito do qua1 freqfierltemente se diz que 6 v post0 :> (ponere, plamtare cautos), yue 6 .Ian- qada ., etc.

2.0-ExistGneia de textos 110s quais em vez de cautum, cautttre, aparacem as forrnas cwpfum, capture; n&o podendo tratar-se ' duma deriva- y f o do verbo capere: pbrtjue o sentido esclui tal etirnologia, devemos - entende o Prof. MAY HR - recorrer a0 Btirnt) capact.

3.0-0 facto de a palavra capeti, cabo. tor. nos testos hispano-portugueses o sentido de N pesaoa 9 , o clue torna possivel considerar uorno urn Leibaeichen o object0 utilizado no acto de coutdr ( 9 ) .

4 . O - A circunst5ncia de se exprimirem actos anhlogos pelas pa lavr~s raeabdar, remb-

I 1 I Sii ntravb de artlgvx da Zed. fir Veryl. R n h h . , conheqo I teoria do Prof MAIRR aci.rra da Rtnkleadu~p; ~ e i , porbm, que ela ioi expbsta dasenvoIvldamente no trabalho corn qrm o autor contrlbuiu para a F'culachtr(l d*: Wach.

( 2 ) \'lclB pri~~ciprlments %+.of, dt., vol. wt., p b . 121-1%.

do. (recascd.ur, .recuudo ), cujv Btimo 4 cap& dare ( l ) .

Contra Bste mod0 de ver do Prof. MAYEK aotarei, sem entrsr na apreciapiro das suas ideas acgrca do sirnbolismo de certos actos jurfdicos, simplesme~lte o seguin te r

a) - ErrpressOes como u deitar cuutos B, r pbr coutos w , a q u ~ b r a r coutos r , sfi0 cons- tanternetite empregadas nos antigos documan- tos da nossa lingua em sentidn fignrado. metafhrico, n8o podendo de forma alguma inQerir-se delas que o couto Firsse sempre uma coisa corpbrea, urn sinal. Dizia-se r(p6r urn couto r , c deitar urn couto W , cumo se dizia e p6r urn decreto D ( 2 ) . como ainda hoje se diz clancar urn prega) 9. k cwto qrle o termo codo teve, entre outros sentidos, o de marco.. baliza, e ,que.ponere cautuw se refere r is vezes h colocapiio durn dsstes sinais divis6rios, mas fora dPsse caso ponere cautum tern, como jadare caoltuwz, fraw,gep.e cawtuqn, signi f i caqBo. imaterinl.

I 1) Ibidem, p 6 ~ . 179-182. I2 1 NBo me parece necoasirio citar, t#o irqilentes sfio os cases.

BeUl s i~ l f lcat ivo o u s p i n k . : ponlmua cautum et degretum n 4 P. Ha., dipl. n." 861 do an0 10.91;). 0 pr6prlo Prof. MAVER fornee,

nsn auaa 11ota8, algurlv exemplos.

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b ) - Capturn, caplu~.e, n u se.utido d o , cuuto, c o u t a r ~ , s8o grafias bhrbaras, corruptas e que s6 esy orhliearnea tu apareoem ern textos relativamente modernos, por confusan corn outros tr3rmos, ao lado de formas,tais como cauelo, quot o , etc., nCio sendo licit^ cons- truir sbbre elas yualguer teoria etimolb- gica ( I ) . 0 inesino creio poder dizer-se do caso h i c o , alegado pel0 Prof. MAYER, de tr@s Pormas paralelas durn mesmo texto ( 9 )

em que as folmmas capite, cabo e cod0 se eyuivalen~ : a frase iatina completa, que ocorre em virios forais. 6 . in oapite suorum ter- minorum n, e fdcilniente se explica, da parte de quem verteu para romance, a confutlao entre c cabo ( flm, tirrmo) e r couto 3 , voc&bulo que tambarn significava tPrmo ou limite, mas que nenhuma re la~gu filol6gi;ioa mantinha ooln caput.

c)- 0 Sr. MAYER n8o dernonatra yue exis- tisse relaqgo entre o n~arco que, corn o nome de couto, servia no acto do coutar terras e os objectos usados nu simbolismo da citaq4o e da penhora.

( I ) Pel0 mesmo motiwo, e porqae nenhnma relaqao existe nomalmente, quanto ao setktido, elltre mul<rr e ctylhre, regeito Igoal- mente a etimologia proposta por CORTESXO rloa aeus Subeldim.

( 2 ) P. M. a, k y w , I, p6g. W4, 434 e 5 1 . ( 3 ) V I ~ R B O , v." Cab0 III.

d ) - Capitare nlo devi-a dal- c ~ a t a ~ e , cou- far, mas sim - atravbs de ca.bedar, cabdar- m d a r (of. caudal, reuaudar), cowdur (cf. cou- del) ou clqdar (cf. racado, arrecadar ). Como Btimo de cautum s6 podemos apelar para ulna de tres hipbteses : cautum, part. de ctluere ( 6 a doutrina corrente 1, captvkm, part. de.capere, e wzsles, htimo riuncii (que eu saiba) aven- tado.

e ) - OY dois term03 coutar (cautare) e recaudar ( de capatare vierarn a eproximar-se no decurso da sua evolugflo, visto o tdrrno x recaudo 3 designar uma garan tia, urna c cau- qiio v, mas isso nfio yueb dizer que a origem m j a a mesma.

Apesar dp me nlo ter rendido aos argu- mentos do Prof. MAYER, a leitura das suas eruditas phginas obrigon-me a reflectir sabre o assunto, encarando-o sob novos aspectos e hesitando entre v6rios caminhos.

Cheguci a duvidar do rigor da otimologia Gonsagrada e a conjecturar que a origenl do @rmo cautzdm es tar i~ antes no sl~bstantivo latino cautes ( K scopulus, rupes *, e tambem

lapis vel id quod ex lapide factum est a - segundo o Thesaurus), ou, pel0 menos, que tivesse havido fus6o d b t e Btirno corn cauiarm, de cavere.

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Morfolbgicamente, a palavra mutes ( 1 ) teria adoptado, como pulvis a axis, a forrna dos temas em o ; semtinticamente, ter-ye-ia passado do sentido de marco para o de territhrio limi- tado, marcado, B semelhanqa d o que se deu ooln as palavras terntinas e finis e corn o subs- tantivo germfinico mark ( ).

Abandonei, porgrn, esta id8a -5 y ual n8o foi sstranha a sugestao de M A Y E ~ I - plniucipal- menth por n8o encontrar anteriormente ao s6culo xn textos em rjuo & palavra cawtuna possa corn seguranca atribuir-se o sentido de maroo, selldo a l ik freyiientissi~nas as referdn- cias a astes ubjectos, setnpre corn outros t6rmos (petras, pe t rones , lapides, mnreos, etc.) ( 8 ) .

Acresce que, segtzndo me observou a SF.' D. Carolina Miehaelis, a palavra cazbbes,

(1 ) Num dlplom do end 1056 1P. M. H , Dtpi. el Ch., ptg. P43, dip]. n.O 3981 parece Mar-se nlrma - vila wks.r,. Pode bem cer o term0 lntioo c n r i ~ , que tambem riplflcava -1ucua scopuloau *. CY. num doc. do 8% a loeum qui dfc~tur cotopctroso n.

( 2 1 Vide F U ~ T ~ L DE CQULAAOEB, &??Rtche~, pfig. 1135. BRUN- RaR, R s d d b ~ e a d b k h ! ~ 1, 2.' ~ d . , p&. wk.

( 8 ) Vide alguna ctbtes t&rnos - n5o todos - oa obra de A u BmTO SAMPAID, -48 lilua da *ark+ de Pmfugdl. Dieemos que o senUdo de marco n80 pode uer atribufd~ corn memrmnca * A palaura wuh em textos anterfores ao a6culo xu, mas 6 Irastnltte yrovavel qae jli IDaae &se o sontido que se Ihe atslbula em cextoa antei*lores, por exemDlu, no diploma de Bt6 que rsprodaso no ap0ndlee. aesmo, porbm, qua mslm sejs, trata-3s de mWCOB dlstlna.los a aervir de sinal d e tmrtntdade s n8o de qualsquer marcos, erplicsndo.se awlm a desiy- nacZo do a eouMs *.

conlo ferninin:%. teria antes ~volucionado para os temav eln CL.

Yosta de ~ )a r t e e ~ t a Iiip6tese. e regeitada, pelos m u t ~ v v s eslrostos. a ~Io'Pruf MAYER, cinjo-me h l ip50 tracliulonal que faz cleriirar casturn do ~ c r b o caveo ( I ) . Creio todavia poder eselareoer a hist6ri:c da pa la~ra corn algurnas rc lkx6es inbditas, colhidas no direlto cornparado.

C) verb0 latino cctoere, cujo sentido prjmi- tivo 6 talvea a olhar,, encerra como conceit0 essencial na linguagem clBssica a idea de .pro- ver a 3 (pruspicere, conaulere) ('), idea y u e se desdobra em duas modalidades ~ernftnticas : a significapio positiva de wvare e a zlegativa de ailare. Daqui derivou finaImente o sentido de statuere, visto que urn sfntultmb, uma ordena- qlo, tetn par- P S I ' O ~ O PI-UVBP-cf. as palavras a provid6ncitt P , c prcivis5u ,, - nos interGsses

I I ) Carisa-mr? eatrmnheza a forma demaaiah simples por qua 0

sr. I d a ~ ~ n nrrnda esw etlmologia: c Waa h e t s t irbor das Wort cau- Mit ca17ere Ban11 trs dem Sinn nach n~chts zu tan Iraben 3 ;

lnem mair mu palavra 1

{ 21 Du aaepqao c olhar , dorivou natnralme~lte a acepgBo *pro- ver a %. Ct. spectare, prospcere, tueri, . olltar p o t * . Cf. tamb@m 0

a1 mrten qum hoje t%m o elgni£lc;lrlo de % cuidar da* e quu prmitl m m n t e slgnlflcou s eapmitar, viglrr r iionde o itsl. guardwe

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Corn uma destss novas acepedes nos apa- reee logo o vocibtllo cautum nos mais antigos diplomas do meti conhecirnento em que esta palavra figura: o tantds vezes citado diploma do ano 804 (era de 84%), pelo qua1 o rei Afon- so D privilegia a jgreja dc! S. Maria de Valle- posita, o uma escritura do mesrno dia refe- rente mesn~a igrejrl ( I ) .

Em yualquer do3 dois doeunlentos se 18 na essAncia o seguinte: a si qliis vero contem- ptor fuerit, ete., in primis. . . (seguem-se as costurnadas imprecaqdes, ap6s o que se acres- centa): st In caulurn damni saecuIaris Regi et Episcopo auri libras mille persolvat n.

Na cliusula final, que a partir desta data se repete corn grallde freqil6ncia (*), a palavra crcutuwa, na frase u pagar in ca~twrrc ( etra.co%rfo) D,

tern o sentido do multa, quantia que dsve ser paga a ttttulo de penalidade pela infracpao durn preceito da autot-idade ou dutn acdrdo privado.

; 1 I Enp. Rig, xxvi, ykg. 442 e 444. ( 2) VidP varies oremplof om Du~AN(~E, v . ~ Caututn, 111, t o ~ i d w

Lem razlo se atrible palavra ctdulsrm o sentido de * naco * ) a em

Mmoz u R r r ~ ~ o , .\-wLitzes dr diplum. etrpanola, PAR. 117. XSo encon- tr8i a patavra em fbrrnulas cominat6rias de docurnellton extra-penin- aulares.

0 nexo selnbntico entre Bste uso da pala- vra cazctum e o que do mevmo t6rmo se fazia rlos testos latinos H que aludi e -corn0 tambarn jii observei-em diplomas do shculo rx tor- na-se visivel sa nos lembrarmos de que tarn- b6m a paldvra haan (baranurn ou ba~nus , bandurn) aignificava no direito gerrndnico tanto a ordensq8o do chefe- Gebof ou Verbot, edac- durn ou inberdictwm-como a rnulta devicla pela sua viola@o (I).

0 paralelo cum o yocibulcr banen esclarec8 por igual a passagom para urn3 outr:~ acupq8o de caulam.

Assim como de bitnn darivou hannire corn o sentido de chamar solenemente, e em espe- cial chamar a juizo, vocal-e in im. citnr, porque a cit~qgo se fundava no Banmgewalf, assim tambenl o verbo anmiare (emcofur, acotar) e as expressoes a p6r ~ o u t o ou % pdr encouto 3

I 1 I A aproxirna~~hu que iaqo enfrs o cts~rlum yenillelllar s 0

baanum germlnico d Justiflcatla poi- &sta passo do^ Capilu(raria (861, n, 8051: = . . . de yuibue [capltulia j omnee admollere atqne omnM 0%

Dei bonuo et nostro cutwe praecipimus:. e sobretudo por urna passa- gem do fuero de LBrida, tlr qua1 s6 reparat depois de concluldo @st* sstudo, ao rwler o Wealgol~ma.klal de Haliferich ( p6y. 417) : . poS- aunt de collcilio communi colvn sire b(a9rnoa pollare, milruere vnl au.- gere-. Estz fuero foi publicado par VILANUBYA, no Vlaje iihernr* r. XVI. E curioso veriflcar como sets r l e ~ I ~ n a ~ 8 o duploce nos swge juatamente na CaLalunIla, yorianto nonla regiao i n M a l a etltre a 6rea f l l o l 6 y I ~ do our&u>n a a do bonnton. fi t;lmb&rn dipno de not8 colnu a palavra A& signifla a urn tempo . proacriflo, hanjmenta ' e * attmpaes, cuida(1us .. Cf. u que a renpeito das palavras mutad W

ofirhgrnes obaerva BBUNMER, 11, 36.

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se emprogtlvtltn frequenternente para sjgnificar a citayiio, oumo sindnirno de e testar., a emprzi- zar 3 , etc.; o, pusto isto, 1150 hB que estranhar, dadas i ts hem cu~lhecida.5 itffnidades entre o acto da citar,Ao 0 o do atbresto oil emhargo dos hems do dernandado ( i ) , o emprr3go dos mestnos tdrnlus no senticto de ernbargar, pe- nhorar> ( pignorare, empward; etc. ), e Gem a ~ i m no de confiscar. 0 s verbos festare e lestiflcare tarnhem eram ux~dos nestas acapqdes.

Nestes dois senticlos ndn encontru o vocfi- bulu etn textos anteriores aos fiaerbs e costu- mes do s6onlo xrr, mas 6 natural que a paiavra jB lntlito antes tivesse estas acepqOes, nTo sendo tie :idmirar. visto nRo haver anterior- mente a sssa data estatutos municipais c-lesen- volvidos, a ausCncix do ter-mo corn os raferi- dos s ignici~dos~

& ainda partinclo tlil auep~Bo PundamentaI caut~m-edicturn, stlttulurn, q lie me pareoe c he- gar-se ao sentido dc territhrio imurle e, atrarGs d4le. node qualguer territdrio.

JB no st:.c~rlu rx as p:nlayras cautuna F: coturn aparprcrn ccn rrrais i l l rnt lipl lo ma cum a acepc;Go

de lugara imune uu defeso, e logo em princ,i pios do s6culo x os vsrbos cautare e irecw- b e s8o empregados para significar u act0 de imunizar.

O factv i! em gem1 explicado por urna for- ma um tanto simplista, oplnando-se yue o nome de cvuto er;l dado ao territdrio privilo- giado polh ele estar defendidu, protegido, acau- telado. ideas enaerradas nu I erho cauere.

Esta idea 6, no fundo, verdadeir:~, mas ne- cessita de jer precisadi-t, pois 11s coisas ndo se devern tel- ~ ~ a s s u d o corn t H 3 1 ta air~iplicidade, e para Bshe fill1 mais 11t~a vex conv6m reeorrer ao paralelo t8o eluc~dativo corn v b a n ~ a ~ s do direito gel*nl&nico.

E umn no@v farniliar aoq cultol-es ria his- thria jaridica y ue n f t l ~ j @5t> essenci:kl do prill- cipe era 11 pt-otec~du ( h i t i o , dafensio, S d ~ u k ) ; nada pur issr, muis nattlral dtl rlue a pa1avr.a que desig~ava x or.deua@o r8gia s n v o l v s r - e isso sc d'dva, O O I I ~ efeito. tanto corn a p,ila- vra cct~tum conio cum 0 t&rrnu buran-- urna idea rle protecryiu ( ' ), isto ind openden temente mesrno da etirnologin do t&rino. Mas a16m desta protecr,Bo de caracter g ~ r a l havia. conlo 6 stlbido, eases de prutecq60 especial, casvs

( 1 ) A ligap8o orltre a idaa #lo proytlir e a de prOtW01' revela-se em tbrmos como a port. defender {antiqnfido I e o tr. ddf~wrlre. CI. dnda krojo o port. defmo.

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em que i e criava em favor de certas pessoas, coisas ou lugares ulna situaqgu privilagiada, unl est:?do de seguranc;a, rle r. paz P (pax, Pra's- den), sendo exs~nplos I.)nun couhcr.idos de pro- teopfin de lugares ;I chamada u pax d~ feirha. ( Ma?-Iffrieden), a a inlunidade 3 -nu sentido tilcniec) que a Bste t e r rn t~ se liga nti histbria juridica - , ete.

Yois bem. O rneszno t6rmo designa [nuitas vezes sirnult511eernonte a nrdenqiio que eria a situeqfio especial de seguraqa c. n yr6pri;1 segu- rarqa, o que rladzl tern de extraordinGriu e esth detltro das leis dtl psicologia da linguagem. I?, a rnesnI8 razlu pruf~lnda que faz que em muitas linguas ui~tda hoje se deaigne pela mesma pala- vra ( v , g, tiireito, I lecht ) tanto o direito objec- tivo (ingl. Ian)) como o snbjectivo (ingl. right), confusdo que 6 hoje apenas fo~qmal. verbal, mas que comeqou por ser real, cor~ceitual ( I ) .

0 facto dd-se corn a pa1avr.n hann e corn os clorrespondentes tgrmus la tinos verbam, sermo, 0.9 q u ~ i s designam a urn ternpo o edicto r&gio ( Gebot ) e x a. paz 3 (Frieden) que nele so funda

( 1 1 Vide as agarla* oheef~upGm d u RIEXKE, Dus & ~ t . Llenoa- sm~chuflsreckl, 11, p8y. 126 degs. s WY sags.

4 2 ) Vid> B R ~ ~ ~ N E R Ue%ld. k h l l l ~ . , 1 (2.' ed. 1, p6g. 201 ; SUE&-

BBH, LArbacch. 6.* wl., phg. 122; F L A L ~ I , OTigsw8, passim, sign. rtr, pfig. 826 e UI. Para desiknnr a D~nghgung, a co11sagrap8o aolene du Ihrq?. dlzia-se - Hat~rl untl Frlerle~? I I I ~ I 5 .

0 mesmo, talvez ern mais larga medida, se deu corn u caoafuna penin.rnlar. Entre as cartas do sobersno svultavam justame~lte aqllelas a que os alemdes chamam Schuk-ou F r i ~ d m s - gebof ( I ) .

E tissirri que urn doe. do ailo 891 ( g ) diz: a punirnus cotunz per terminis, etc. . . t ~ t nnllns imperiurn nee potestas. . . (segue-se a f6rmula da iinunidacle)~. Da acepqiio de v acto pelo qual se privilegiava . se passou irtsettsivel- mente para o de cest>~do dc: privilbgio, de seguranCa, de i~n~ltl idade o { a ) , n1utlalid:tde semfintica de qne 6 particularrnente cornpro- vativo urn documento do an0 916, no qual se emprega a frase *eautww eef l i b w f d a m a (&).

Dayui o sentido rnais usual do vsrbo cou-

1 1 ) P m e ct&lahtnt 4 emyregarlo em (liplomas do she. x111 urn ralaqito d . paz ~ t a fsira = ( Markttrleden l . Vidi! J. P. HIREIRO, D1a8 Chrvn., pol. 111, park 2.', p 6 ~ . 71 e G A B R ~ R L PERRIRA, Dwh. 3~ h;uorn, &. 26.

1 2 ) xpp. SW., VOI. XXXVII, PN. sag. ( 3 ) Cf. n palavra forttm, que tauto r te~ ig~~ava a norma = como

a - faculdeda .. A fraae coutoa e loras. apureoe Bs vazls, pov exern. pl0, n u n doc. de l l M (Xap. Suy., xYIfl, pig . 863): fnwm d paatturn, 9 nos costumes do Terual, mp. 562: wutc18 we! foroa. A mesma con- w o sntre o aspect0 objecttvo e subjective do rlireito se dB @om ti

prr~>ilGgro B outros. I 4 ) E q h Sw., xm, pPg. 364. Urn outro pentido apare~rlatto Pste, o de filrqa, autoridads durn preceltu, devrmorr atritrulr ao

wfrw* num dip. de 867 rMuRoz, M. de f w o s , pap.. 2%). oude $ base e roborem et mfum r (aplicada a cnncessfiea de privilegios) mavale sbsolutame~~te h 16rrnula roborom et flrmitalam * Ireqiien- mlma em textm deste perlodo.

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tar, q~ie vem a ser: criar, poth meio d u ~ n c couto-ordenuqiio a, a situaqjlo de K couto-pazv, sentido certanlente facilitado pela idea de pro- tect$~ encerrada na palavra cu.utwm por vir- tude da sua derivapfio tle cavere.

Urn passo ainda e o t6rrno couto apliear-se hB, por urn processo da deriva~go semdntica bem conheeido {I), ao prbprio territdriv pro- tegido ou ooutado: de mutam deriyou cawtare e de cadare urn novo cl-tulwm corn a signifiua- qBo de lugar coutado.

Urn puralelo Iurninoso forn ecern-no-lo tex- tos extra-peninsulares nos quais se ellipregam as expressfies (I bannire Y (=), d: mittere i~ ban- n%sm r , para significar a privilegiaqilo de terri- t6t-ios, v, g. de matas, proclarnada por meio de bando real ( s ) ? e, coma conseqii6neia, o t&mo bandita ( em docurne~ttos italianos) corno eqiiivalente de Y silva bannita 5 ( gmrdada,

I I ) Vt. o qae escreve HRRAL, Eumi de .%mmlqw, pp6g. 149, a respeito do termo frmms - = Err latill, twnrars denigne un tronc d'ar- Irre . . . De l* a s m a , trouc d'arbre %, eat Venn fruncare, . coupes, C t e ter un arbre *. C'ast ce Imncnre qui a prodult I'adjectlf !rn19cars ~rnutllh, incornplat l, ieqnel n'lr avoc le pr6clSdent qu'une parent4 d h B plus Blnignbe ,. $ o qua B R ~ A L eha~na urn W P $a c polieemla indlrecta on do segnndo grau *.

121 E tamb*m uware, do at. medieval .n,~lze, que signiflcava gpei~a, castlgo n. Daqui deriva o napolttano t k t a (o l r gaarpza), que qu%r d i a w 6 lugar deleso, coutado *. ( PERTILE, Iv , p6g. 362, n. 211 e p9g. 4&2, no& dl ).

( 8 , Warn, Perfuafl~ngpges&i&, IS,, p6g. 103. P ~ R T I L u , IV,

p k . 1 2 n. 211 e p4g. 4.02, n. 40.

hfensa. . . ) ( I ) , correspondendo perfeitamente 2i palavra por t u g lx e s a cuutadrc (aIJ. Bunny w d d ) (%).

E tarnhGm da idea de o couto-o1-denaq80 P que deriva un~a nova acepqho: a dc lirnite, t8rmo. Com efeito, o actu de oo~ttan~ento con- 'tinha, colno j i vimos, a indicar.80. rn~rit~as vezes bem parrnenorizada, clus lirnites da terra irnu- nizads, sendo freqlentc a frase i cautamus. . , per terminis Y. Uai naturalmente passou a palavra u cou tos 7 .a designar o* prtjprios limi- tes, a ser urn sinbqimo do terrno. Urn doctz- mento de 1090 diz: :I infra tenninos.. . et cautou ,: ( 3 ) .

'Yor sua vez, como a palavra latinit tsrmi- m e , o vocLbulo acouto~ veio a significar (embora por uma derivaqBo oposta ) o marc0 ou baliza que seruia de terrno, de limite, acep- @lo esta qua1 jB mais duma vez aludi e corn a qua1 a palavra coudo aparece em nurnsrosos

(1) Pem~~n, vol, IS', p a . 402, nota d l . ( a ) Sabre coutadast GAUL BARRo~, vol. rv; Cf. o t&rrno por

t u g u h bafesa, donde d B ~ r p a .

( 3 ) LOFEZ FERREIRO. Hi.si. dr: Sanliago, vul. III ; Ap&ndioes, p&g. 82. Ban* ee ohama sin& hoje na Ai&ia o alfoz duma povoa~ito (Hack, n, 4a, nota 5 ).

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dooumentos ( I ) , urnas sezes como sindnimo de a pad rgo n, outras vezes como coiss distinta, sem que al ik SF: saiba bem eirl que cai~sistia a distinqc~o.

A privilegia~ao durn l u g ~ r , r:avolve~~do H

prolbiqgo de aces30 a Ble, a ~ d a * eonstante- mente ligada na hist6ria juridica a uma mani- festap2lo visivel, simbblica, a uma vedaqgo feita 13or meio cle balizas, morlticulos de pedras ou de terra, grvores, etc. JB a imunixaq2io do thhg germanico, que parece ter sido a mais antiga aplicaqiio do banla, era acompanhada duma solenidade religiosa, hegesmg, que tirava o seu nome do facto da colocaqiio de estacas en1 redor do reointo consagrado (q. A pr6- pria fllologia nos mostra o parentesco estreito dos dois conceitos em tbrrnos como o portu- gu6s ((vbdar B, que a urn tempo significa u en- cerrar > e z prolbir D, coma o alem50 hegm, que ten1 as duas acepqces do ><vedars e upro- teger B.

Sendo, pois, fora de dfivicla que a imuniza- @io de terras era tarnbcrn na Peninsula acorn- pauhada, entre outras solenidades simbblicaa, da plantap&o de marcos (padrhes, eoutos) ( I ) ,

n8o devemos estranhar que a palavra coda se empregasse para designar os prdprios marcos que autenticavam o coutamento e, durn modo geral, quaisquer marcos coIocados em tdrno durn recinto defeso.

Prrraoe-me indubit6vel quo s6 mais tarde o vocibulo cozsfo, que a principio apenas devis designar territdrios contados, se akrgou, pas- sando a aplicar-se a outros territ6rios ( y ) ,

transformap60 eernelhantt, do t&mo latino pl-aedmam, quo, designando ihicialm~nte s6 o prbdio qile servia de caugiio (* prae-vidierna, Je prae e tradium), veio dopois a sbranger todo e qualquer prddio, tornando-se sin6nimo ie faadus.

( i ) vlde D u ~ A N G E , v.0 Cauturn B I ande se cttnm exemplos embora a0 nRo indique Bate sentldol ; Vrr~Keo, v." Conto 11 e 111;

AMAUAL, n*s ?dm. da Acud. vol. vlr, p8g. 118, MATUP., &lig. Ml. loc. cil. ; QAUA Baa~os, vol. m, ylg. 873 sega. Corn o meemo sentido flgwa &iukb&rn a palavra nos costmIeE do tip0 de Usrgre-am-. BBo dignw de nota, como formas de tranaffio, a~ expwePm petra muti I (doc. 1117, Dien. Chm., I, pf~g. ), 8 lapie can'li r [doc. 1 lsa, Kon. Lw.).

( 1 ) Vide BRunnrn, I, krc. cid. MaInltos exempim de v&a$IIo da d t o a dwltraus em Qwra, EuMwUsrlUw.

1) VIdB sobrstndo O A Y ~ BARROB, r e m , loc. M. Cf. MAYER 121 Cf. GAUA BARROS m, pQ, 106 e n1 8111.

9

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Extractos de documentos dos sbulos IX e X

Ano 804.- Privil6gi0 do rei APonso 11 em favor da Igreja do S. Maria de Valpuesta : . S i quis vero ex suocessoribus Regum, Comitum, aut quili- bet homo de quavis persona, oonteniptor fuerit, et contra hoc vostrum Pacturn vel in modicum quadrantem improbus steterit, aut disrumpere conaverit; in primis iram Dei non effugiat, et extraneus maneat a catholica flde.. . Et in caulam damni saecu- laris Regi, et Episcopo auri Libras ruille

gaml irat , et hoa quod exquisierit dupliciter reetituat I . (ep. Sag., XXVI, p8g. 443).

Ano 804 -Escritura do bispo Jogo refersnte P mesma Igreja: . . . . et in utarbm darnni naecularis Reg3 et Episoopo auri libras mille, et obu: lum auri.puri auriculari digito ponderaturn persolvat.. (Eap. Sag.. XXVI, p8g. 446 }.

Ano 824-Foral de BraRosera: r et damus vobis termi- nos, id est, ad locum qui dicitur CotopsB*oeo, et per illum villara, et per illos planos, et per illam oivitatem antiquam, et per illum pradum 'Porquerum, et per illas Cobas Regis, eb per illa Penna robra, et per ill& fooe via qua discurrent Asturianos, et Cornecono~, et per illum flxum petrizum, qui est in Val16 Veredo80, et per illum cobzrm medianurn, . . . (bIudoz y Romero, Got. ds faeros, p&g. 16). , ,

Ano 841 - doapto. do rei Afonso I1 i SB de Lugo: I In.

primiv osl illud Caatrurrl rrntiquum vocita- turn 9. Christilla, quod ~bstuli a Sarracenis, ounl Ecclesia in eodem fundata inter terri- toria Lemabue, et Sarriae, sub Vrbe Lucenvi per suis terrninis antiquis, jd mi.. . Totum, et integrum vobis dono, et concedo, tam culturn, lerras, montes, sylvas, pumares, aquas, veygas, rnolendinorut~~ veseiones cum silo mulo, s i w onittia cnlurnnie Regiae voc.is . . . ; Concedo et dono pro rtnimae meae rem~dio ad ipsam sedem lucensem aliud Monasterium S. Ytepheni, et sannto- run) Petri et Pauli. . Totum, et integn~m vobia, gloriosa Vjlgo Nlaria, restituo, con- cede, atque coildono quidquid infra istos coniinetur terrninoe, tam c u l t u m qualn incultom, montes, valles, terras, sylvas, aquas, villares cultos, et inculto8, tam et ipsos vitlares de Cervaria, quam, et oaeteros totius YalIis Atanae ; quos ex nostra fainilia popularnus ,110rnir1ibus Maure, Malelo, Sa- -

gato, Rairicho, Froylano, Yalamiro, cum flliie et uxoribus suis, u t habeant, et possideant habitantes in lucensi Ecclesia S. Mariae jure perpetuo, cum Ecclesia Sar~oti Jna~lnis de Parata cum liorninibus i b i habihntes, .. . sine omni caIumllia Regiae vocis, et @in% omnj servitio, et censu Fisci Regis, vobis eon condonamue, ut nullarn nobis reddant censuram, seu servitiunl ab hodierno die; sed sint ljberj, et absoluti a parte Ragis homines in eodem commorantes raafo. . . ji:v. Sag, XL, phg. 375 e 376).

*? 844 - Doapao do bispo Frdulpho Igreja de Val- pueBta: *. . . flrmiter noater wdas perma- neat, etc. . ( Esp. Sau., XXVI, p8y. 447 ).

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Ano 867 - T)na~Bo de Ordonho I B SB de S. Yalvadoi~ de Oviedo: r Et mantlanluv rib omnes conces- sjones, quas a quaiicumque persone inge- nus concessae fuerint usque in flnem mundi Ovetensi Ecclesiae, talem roborem, et cohm hab.eant, qualm habent et nostrae conces- siones.. . s (Eup. Sw., XXXVII, p4.g. 328; MuWoz, Cul. de fueros, p4g. 23).

Ano 891 - ~ o a ~ a o de Afonso 111 ao mosteiro dos Santos AdriPo e Natalia: Ponirnu~ eolum per ter- minis, id eet,. . . tewtamuv et can fir ma mu^, ut nullus imperium nso potestas, nec aliquis homo jnfra istis t~rlninis pro n ulla cnlum- nia, neque pro homicidio, ri~que pro pignore, neque pro ullo imperio non jntret infra jpsos terminos de illo cofo. .. * (Esp . flag., LKXVII, pSg. 389 j.

Ana 897 - ConRrma@o de Afonso III am favor da 36 de Lugo: sdeinde confirmamus cuoctoa, quos posuerunt patres nrrstri Heges .. . I ; c .. . Rclesiam S. Joannjs tle par&, cum catdo, et villa, et fa~nilia -; . Hae vero Ec- clesiae, villae, et quae in ips6 caarto sunt Regfae familiae, sunt eonfirrnatae lucensi Eccledae pro novtraru~n animarum redemp- tione. ; w .. Villnnt (to El-edi cum mulo, et fa. rnilia 2 ; Eoclesiam 9. Marinae de Ltrmsla cum cauto, et familia 3 ; a . . Ecclesiam S, Chrislirre cum' Ecclesiis, villis atque fanri- Iiis, et e m f o =. { Eq. Sag., XL, pBg. W, 387 e 388).

Ano 912 - Carta do rei Ordottho 11: 4 I n primis conflr- marnus vobis, ut dixi, totu~n illud ,Morras- teriurn . . . et cum sua co~~con'et~tia, et cum suo w w f o i n oirc~~ito jpsius conourren- tiae.. . a : t et est ipsa Eoclesia caufula . . . r

. Et surlt ipsae Ecclesiae aautntae in toto gyro per yetrari erecbs, ub $cr.iptau.. . P et est ipsa EccIssia cntrtata per petra8 eree- tas . . . ; ville de Antas, c&zttafa per pe- tras el.etatas. .; et insularn tie Gortegata integra, raatata ollnl m a Eoolesia ; - villa de Gallon inteyra cuulala par circuiturn per petras erectah B ; sirrlili tel. damus vobis ipsarn cortem de villa Patrono caubatam, oum suis lom mi bus et aec,iAoiis . . . r ( Aguir- re, Col. ConciMorum, IT, phg. 370).

&p 915 - ConRrrnaqIo de Ordonho I1 em favor da 96 de Lugo: * et alias villa$ territario Bra- charensi, et Ecclesins, quae eunt inter caub ~t Lima.. . . (ESP . 8140.. XL, pag. 397).

hp 916 (aproximadarnente) - DonqCo de Ordon ho 11 ao mosteiro do S, Salvador de Lorez: * da. mus, atque concedirnus, tibi Abbati Gun- tado, ~ l t ~uc~esoribu$ tuihj, qui in ldonaaierio Yancti Satvatoris post to futuri aunt, et fra- tribus tuis praessntibus et futuris, coutum, et libertdem, ef solutior~em, tarn d6 amni parts novtrit Hegla, quam etja~n de omni parte et voce EpiscopaIi in Sede Iriensi, et Loco, Apostnlico. Et ipsurn Monaateriurn Sancti Salvatoris, in looo q r r i vooatur Spi- nareto, circa fluviurn quetn vocitant Lerea cadamus et absolvimus ab omni debito, et fisco Itegali, et Episcoylili in perpetuurn ...* ; * In primis pooimus c a ~ h m per Portum ds n v a , st inde . , . auctdritate nostra ff rma- mu6 istov C C M ~ ~ O B , et quidquid inter ipsos o~ntinetur ccsactomora et conflr.mamus c.um omnibus hereditatibus, at praediitl et poe- tleseionibus suiv ~biqurn~que fusrint; et . . , in perpetuurn nlaneant liberi et absoluti ab

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olnni debito Kegis, seu Episooporum . . . r ; . . . quantum ibi habeo i n ipso ccnaabo totum

do el-concedo ad ipsurn Monasterjurn, . . . ; Haec umnia concedi~nus, flrmtimus, et

cauSantus.. . D ; 6 . . . flrrniter maneat mia- turn tlt defonaun~ . . . - (&p. Sag., XIX, phg. 354-356 ). -.

Ano $IS-- PrivilBgio de Fsrnnn Qonz4lez, contie de Castvla, eln favor do Mostejro de S. Sebas- tigo de Silos: 6.. . quisquis, quod ahsit, ad disrumpendum veeerjt istos rer minoa, quo- nlotlo yargiet ad yarte Curnite quinque libre auroe in crtuto r . (Fbrotfn, Rmweil ds Charlee de l'atbays de Szlos, pkg. 3).

Ano 932 - 01rtl.o prrvil4yio d r Fernan Gonzllez em fa- vor do mosteiro de S. Emiliano: - Quod qui neglexerit .. . in ctauta LX solidos ad comitis paltern reddat . . . a ( -4guirre, IV, phg. 377).

Ano 941 - Doa~iio do mesrno cottrle Fernan GonzBIse ao musteiro de Oardefia: = 9i quis vero, quod 'abuit, . . . ad disrunlponcium hoe fac- tirtn rdrrerit . . . a parla Cotnitis conferat in caacko auri soldofi D. (Mufioz, Col. de fareroa, pkg, 25). .

Ano 946- Privil6gio do rei Hamiro em favor do mos- teiro d s 5. Maria do Tablatello: r Cadamus atiam jam supradioturn Monaaterium per derminoe supranoaninatos, ut nullus potens, vel jmpotans pro nulla calumnia, pro parva sive pro mngna, sit RUSUS dsinceps infra ipsos terminos pignorare, vel aliquid vio- lenter facers ... s &. Sag., XVI, p8g. 439 ;.

Ana 969 - Fundaqgo do rnosteiro de S. Salvador da Lau- renzana : . . . cautuwa q3od Rex D. O r d o n i ~ ~

iecit per termin~s suis . . . P : a . . . TaIi tsnore Rex D. Ordonius tribu~t jsti cmuiuna ( E v . Sag, XVIII, pig. 336).

Ano 972 -. . . . et a p l i r t ~ Regis rerlrlat 38. libras ex purissimo aura i n cawbis, .. = (Yopez, Cr. (d&

S. Bmlo ; Ducange, v . O Cautu~n 3 }. Ano 979 - Ijoap2o aharlia de Silos: * . . et in caufo a

partP (.:omitis trot: libras auroav sxrsoluaba. ( FBrotin, p8g 7 ).

Ano 998 - 1)oa~Bo do rei Jjermudo f1 ao hisgo Sceme- n u : . Cuufawtua tia am ipsurn ~oiasteriurn per s u i v terminis, et 10ca antiqua.. . Man- damus ot auc?torizarnus, ut nrdlus potens, re1 impolenc; pro r.ulIil eaiurnnia, stc. r .

( E s p . Sag., S V I , p8g. l.l(i).

Crnnicon I r ie~lsr {Esp. Sag., XX, phg. 601): . . . caulutn. ei frejt per Siaonjam, et per

1,estoturn ot per v i l1~1n Astrircti et inde in Tamarc b.

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Como se sustentaram os direitos de Portugal sabre as Candrias ('I

0 respoito, real ou formal --muitas vezss apenas formal-, pelo direito 6 oaracteristico da Idade MMia, NinguiSm ignora o papel de primeira importilncia que nessa guadra da his- t6ria desernpenharam os legistas e o prestigio de que gosava a jurisprudgncia, sbmente com- parBvel ao da regiffa scknidarum, a sacra teo- logia. Havia urn cuidado muito particular em dar hs pretens6es uma base juridica, a at6 na freyiibnoia cum que se recorria, na .falta de razbes verdadeiras, & falsificaq8o de documen- tos, se manifests durn modo &rioso a consi- deraqiio em que era tido o direito. Talvez na sss6ncia tenha sido uma itpoca de arbitrio;

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mas nr~rlca o :irbitlaio tirnbrou tanto em se revestir das forrnas da legalidade . . .

As origens dt~ ~lossa expansilo lnaritirna a8u urna manifeut:~@r:) eloqiie~lte dbste f:~eto, porquanto dssde 0s s e ~ l s illieios se r e ~ e l a a preocopaqjo, pflr park dos nossos rnonar- cas. de justificar o nosso dominio colo~~ial, de defender coin as leis na rn8u ns nvssos direitos.

0 mais antigu docurnento ern que se ale- gam, por parte de Portugal, raz6es jjrlridieas teildentes a dernonstrar os nussoa direitos ~ h b r e terrfthrios situtidog fora do cnntinente europeu 6 a rblehre cartma de 12 de fevereiro de 1345, yrw eontern? a respeito das Ilhas Ca- n5ria~, a resposta do Afonso IV ao papa Cle- mente TI. da qua1 exist,e uma cdpja no Arquivo Seweto do Va.ticuna (I) , e que j6 Foi mais duma vez publicada ( $ 1 , dando Iugar a grandes dis- cussdes t 3 ).

11) Livro n.' 138, fls. 148 e 149. i" Foi publlcatls pola grimeira vex yor Rerua~no nos Asakr

Eclosi&iioon. Voltou a se-lo por C O ~ T A Kacsntr, ,'dm. do Acud. dac Scik~ias, T. rv, 1819. P. t, pBg. 1, lcf. Xr, pa!?. 2.', I&?%; por E o ~ t ~ r o DO CANTO, Ed. (la Imp. Nacio~ial fle Liuboa, 1910; e final- mente, em fuatmiie, por P A L ~ ~ N O DA FORRECA, Antf l i~ &:# Bibl. e Arqdooe, rr, 1916, p. b7.

( 3 ) Vid8 sobretnda Av~al i DE Sb, Fv. G m p ~ l o V e l h , vol. rl e C'omedd&a, New-York- Parie, 1024, o J o l o D A Room, A tmda hfunliw&a, Ljaboa, 1416, qae nsprnrn a al~tentlcidatie da mrta; 8, al@m de Macsno, F A W ~ N Q DA Fowueca, art. cit., o o SF. JOanZo

Suponho qne a carta 6 autentica e que o seu contefido 6, quanto ao facto da expe- diqgo, a expressao da verdade, mas. qaando isso mesmo SE! nsr, dt7, ntio d e i x ~ de ser parn o 1met4 ponto de vista a m docunlento precioso, conlo expres+Ro das ideas juddicas da 6poc;i.

fi conhecida a hist6ria d6ste curiosissirno docurnento, o ynal se prende directan~ente corn a concessfio em feudo. feita ern 1344 ('1 pelo papa C'lemente VI ao sfamado D. Luis de la Cerda, bisaeto d e Afclnso 0 Shba'o, das Ilhas Can6rias, entilo cnnhecidas pela nome de Afortnnadas. Em dezembrb d8sse a n o es- creveu o pontiflc~ ans reis de Aragtio, Castela e Portugal, e b ~ ~ n assirn :aos reis de F P A ~ C H , ao Delfim, aos reis da Sicilia e ao drjge d e GBnova, pedindo-Ihes protsgdo e arlxilio para 1). Luis de Ia Cerda, a quem acabava de

DB Pnsrrrs, Urrirtu .& Rolirirs* r l ~ t e de Julha tie 1917, rlue a a8r- maram A opiniso, ernitlda pejo Sr. A W ~ N I O BAIXO, de que a lotra 6 efectivame~rte da data qua se atrlbui L a r b , to] corroboradir yelo 8Wcret&rio do Arquivo Secreto l o Vatwant, a p t ? (IetIara ter stdu a obvh em queRtRo it~tercalarla 110 volume daa c-s de Clemente VI atnda em vida (1Pate yontlAce, davendo tar aido extraIda rlo original. 'Em face clas infurmap8es do Sr. J o ~ o I o IIE PHEITAS, JoXo DA KO- -A motllfleoa a rua oyiniiio 1 Au8ofa do Lrnza, 22 malo da 1311 ); o 8r. AYRES DE 56, porsm, continun a negar a autet~ticidade do larnoso docomento. (Preficlo aos Estudos de CartograRa Antlga ? do Sr. V ~ C O H D E Da S A ~ A R B I Y , 6. d., 19191.

I l l ae cartas do papa a q116 sc lax reler'nria no texto s6o de deeembro da 1344 e dHcr n lnvestillurd colno acakmda rte rrratirar.

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dar a investidura no pr in ci pad o datpxelas i l h ~ s ('1. 0 documento em questgo 6 a resposta do

nosso rei D. hfonso IV ao pontifice, e a sua ~6pia-arquivada, corno disse, no Vaticano - encontra-se ao lado da da resposta do rei de Castela, Afnnso XI. Tanto &she lnunarca corno o portugugs afirinarn ter diraito its Ilhas Ca- nfirias, knbora acvtem respeitosamante il. eon- ce~silo putitificia.

Acgrea desta concessfio, conv4m obserrar que a atribulqiio pontificia d6 ilhas era urn facto de que niio falti~varn exeinplor o para o qua1 os papas apresentavarn raz6es justifi- oativas. Dalgamas destaa coneessdes tern sido negadn u autentioidade: tais as de 1016 e ;049 invooiidas pelos Pisanos para legiti~nar as suas pretensdes sobre a S;trdenha.

Mas, sern fdar destas, jB nos Rns do s&c. xx ( em 1091) o papa UrGaao II oon- cedia a ilha da Cdrsega ao bispo de Pisa, e no st%. xrI B n 11 ri q u a I1 de 4 Inglaterra obtinha de Adriano I V a bula Lawdabiti- ter (1156?), pels qua1 o papa, como seuhor 30 todas as ilhas, Ihe conoedia a Irlanda,

( 1 ) Foram enviar)es de Ronla e creio que e~ti?o arq~~iradas no inistkio %la I I I S L F U ~ ~ O c6p ia~ aotenticatlw etas Partas rle Clernellb

a quo se dude n u texto. Yidl? o art, t it . do Sr. J O K D ~ O DU l lTAS.

JoAo nfi SALISBURY, no sell Melalogicus, dantlo contn desta onnc:ess8o, :tcreseentu qnr: por di- reito an tigo, em virt~zde da t d o a ~ i i o de Conetan- tinos, todas as illla3 pertencialn 3 lgreja rornana.

Era &st@, corn efcito, tirn dos grandes argu- men tos. Na far nos;^ c:loar,80 rle Constantino as ilhas figurauam ent1.e os territbrios yue o imperadur eoncedera an papa Silvestre e i I O S

seus sncessores? e rj&ste tittilo se prevaleci;~ j6 Urbano 11 cdnandr~ u : ~ referida b l i l ~ de 1091 escrevia: r Quia religiosi j i l l j)e~'~tol' i~ Cons- tantini privilegio i n j 12s propri uln beat0 Y etro eirisrjne sucr:essuribus occiclentalcs omnes il~stl- lae eondonatae srlnt w .

Foi ainda a ble que aluditi ~ilais tarde Fre- derico I1 no itptjlo dirigido 80s reis e principes da terra para que o auxi1i;lsscrn na defesa dos diraitos temporais.

NBo era p o r h sc', na supusta doaqlo de Constantino que a Igreja se apoia~a, tanto mais que B s s ~ argurnttnto evil falive1 e os papas nulica depusitaram grande corlfiari~a rza sua eficiicia, comu se v B pelo facto dr! nenhum dos g r ~ n d e s pontifioes da Idadc: Mbdia tar recorrido a file nus momentos mais critic08 das suas lutas corn os imperadores e outrus soberanos temporaid ( ).

(1) Vide $fibre a eswsa aplica~lId da rloapko do Col>star~tino GBC~L WOOLP, Bavtulaas of tk~xoferrolo, krx.puhrlws L thc h ~ x L o ~ g ~f nrs

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Havia urna raziio mais geral, mais alta e mais decisiva: x soberania universal do pon- tffice, proclarnada abertamente por Gregb- rio VII (1) corn fundamento no poder de ligar e desligar dado por Ueus a S. Pedro e no ~pasce oves rneas a , pela prirneira vez tratada corn desenvolvimento scientific0 por do80 de Salis- bury ( a ) , e h qud Inoc6ncio U11 deu a colora- $40 juridica, corn a qual passou para o direit0 can6n ico ( ).

0 s escritos dos jurisconsultos reflectitin1 8ste nlodo de vBr, e o pr6prio Bartolo, no seu 4 De I~zsuh *, apesar de favoravel aos direitos do Imporador, reconhece que pode ser conce- dido urn im oempandi sdbre as ilhas afasta- dss (4) e regista que os pontifices o fizeram freqiienternen te ( ).

Meste oaeo das CanPrias uma oircunstLneia

-1 p o l i l w l kmgkl, Cambridge, 1913, ~ B o 815. 0 s Fapas nao in- alstiram neste titulo: I.' porQue era urn tltulo homano e nHo dlvino, 2.' porque n sur validade era freqilentemente posh em ddvida (na BUS rrdetrhtdade acreditou-se geralmente at4 I Rellascencr 1, 3.' Por- qne, quartdo mesmo fosae vklirlo, era 8 dizia-se I tevog4vel.

I t I VIda as passagens c~tadne por O~sluts, P o b i h f Thew&. noha 10 e 12.

< t PoIywa#rcr*lr a. 1159 ), in Mtgne, tom 1% p. 885 8s

i 8 ) Llb. 2, ep. 202 la. 1199) In Hlgne, vol. 214, p. 7U; c. a, x, 1, 6; C. 6, X, 88, 2, 1: C. 13. X, 4, 17. S. Tor.& em prlndpio adere a esta laea. Entre 08 canonletaa que a defenderam conta.se o perta- gu&a ALVARO PAIS, DL PI. Edwae, I. B. 87, M, 55 e 68.

( 4 ) NYB, Led w~fllws dss dr. I R ~ . , pa 369.

( 6 1 Quanto 4s ilhas . prbximas . adlante verelnos qual era a ppintao do BARMLO.

importante poderia ter feito hesitar o pontifice: a de serern essas ilhas habitadas, sljndo por consequ&ncia necees8ri0, parpa que o donathrio tomasse contd do governo delas, sublneter os indlgenas e despoj8-10s da sua soberania.

A respeito da legitimidade duma guarra desta natureza, ~novida contra uma popn1aqRo de infihis, em eondipdes que, se n8o fdra essa ckcunst&ncitt - serorn illfieis os advershrios -, 1he in~pri~nirianl miinifestamente o carCcter de injssttl (injusturn tslluts), havia notiveis di- ve~ggncias entre os autol-es, tanto te6logos corno canonistas e legistas ( I ) .

NBo faltavii quell1 defendesse - s era esta at6, segundo parece, a opiniio preduruhantu - que a guerra contra ou infieis era sempre justa, justiffcando-se esta opin lo corn o argu- mento de que, aphs a vinda de Cristo, se niio podiam reconhecer direitos de soberania aos povos que n8o fizesse~n parte do grbmio da lgreja. Era esta desiguadarnente rt doutrina do celebre Henrique de Bus ( E o s t i e a s i s )

1271), ouja licgo, expendida na Seamma dwea, teve muitos sequazes. Mas outras dou- mas mais moderadas encontraram tamb6m defensores, entre os quais homens do valor do

: l i SBbre esta questEo, que foi muis hrde muito debatida em Portogal a propbmito da6 uosaas conqulstap em Atdra, merece msn@a Dpdd a ebra d~ V A R D B W O ~ b ddro de pawre.

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eminente canonista Sinibaldo de Fieschi - o papa Inocbncio IV. (t 1254).

XU casb das Canarias prevaleceu a opi- niao extrema, poryuanto a concessiio do prin- cipado das ilhas a D. Luis de la C e r d ~ impli- cava o reconhecirnento de que a sua con- quinta er:t legitinla e, nas circtrnst~ncias em que se efectuavi, s6 o facto dc n a o sereni cristlos us advers5rios podia conferir-lhe legi- timidade. . .

Note-se ainda, pelo que respeita ao object0 da concessfio pontificia, . que se tratava duma, se bem que rudimentar, .K esfera de influencia P -para empregar urn termo oonsagrado no moderrlo direito colonial+, visto que ao tern- yo da eoncessao D. Luis nenkuma conquista havia empreenllido e o que Ble recebia era o exclusive de ocupaqgo do arquiphlago - u a conquista s, corno entfio se dizia.

Posto isto, vejamos que razbes apresentava D. Afonso IV em favor dos direitos de Por- tugal.

Urn dos argumentos era a visinhanga 3, a proxirnidade, argument0 sem diivida bebido na autorizads. doutrina do tratado De Inmh, onde Bartolo sustenta, apoiado em textos do Corpus Juris Ciz~ilis ( I ) , que o Estado

que tern a jurisdii$o durn tel-ritbrio banhado pelo mar ten1 tarnbarn jurisdicilo sabre Bsse mar e sbbre as ilhas que ne1e se eneontram r g nma distbneia m6dlca a - distdncia qua, alifis, para Bhrtolo, era de 100 milbas ( I ) .

Aorescia que, estsndo rnais pert'o, mais faollrgents poctiam ser ocupadau.

Em segundu lugar, alagavarse qne tinharn sido os portugusees os ptimelros a achar as ditae ilhas : - u flaerzsnt privms saostri ~eyn icu lae iPsveP%bores,. Era a explicaaqiio da doutrina ro- mana da ocupaqfio como melo de adqnillir o domfnio. Pelo direito rornano a oeupac;fir~ duma coiaa n J l . ~ u s conferla ao possaldor Cr - I > I ~

dsminio : eetavam neste casct, entre outray c a l ~ i -

8.86, as apreendidas na caapn e nit p e w u pholas, o coral, etc., encont~adtrs n o rn,l, n?l praia, as pessoau e coisas tlos i ~ ~ i m i g H

kmb%m as inszllae i r ~ mari mtne. ''A Bste rnod~l 11e arluisiq90 charnaram v

oomentador( o(*cupafto e divtinguiram vhrias @phcles de ocupa pgo : venatio, cmcupiuw, pis- -, h m t i o , omwpatio bellica. 0 oaso das hnhrias era, na arg~-rmentap%o dos jurircan- sdtos portugueses, urn cavo dt! descobertx (invmtio), mas a raz5o da descoberta cornple-

( I ) ds I W qui1. Pnndava-ae para fxar esta eatensilo taXbDs %0 direito rornano e oa116nico. VfdP RIRSTAD, La mm tw-

hri01p1 IMR, p8g. 15.

10

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tava-se corn a da conquista ( oeeacpatio bellica), argument0 de valor, porquanto, sendo a guerra P. just^ r , fodos 0s autores consideravam corno legitima a aquisiqiio par direito de conquista, aplicando os textos rprqanos relativos &s coisas ex hostibus c ~ p t a 8 (I). E carto que o rei de Por- tugal nlo realizara a canquista das ilhas, mas (dizia Ble) mandara 1s gente a axplorar a terra, gente essa yue, ilbordando As ditas ilhas, se apoderara do homene, animais e outras coi- sas e as trorlxara ao reino. Mais ainda: pen- sara meslno em enviar uma armada para aonquistar as ilhas quando outras ernpresas belicas o impediram de o fazer.

Pelo seu lado, o rei de Castela (') alegava que lhe pertencia a aquiai~iio do 4 reino de Africa a , o qua1 os seus progenitores (refaria- -se, sem d6vida, aos Visigodos) haviam adqui- rido das mgos dos infiais.

No s6o. xv resvurgiu a quesmo das Gang- rias.

No principio d8ste s6culo foram, sob oa auspicios do Gastela. oor~quistadiis algumav

i 1 1 Nus, na Rsv. rla Dr. ht., 1% 0. 401. ( 8 ) Pone lor-se a mrta do rei de Castela nos cit. Anaw da8

Bibl. s drquirns. fits a r b , da que se n&o rn feito mator caso, C, a nosso ver, urn forte srgurnetlto a laror da autenticidmde da del-rei D. Monso rv, poir nUo ae cornpreendm que hoovesve & parte ddgoem inte+aw em fo j a r a*.

&ahs ilb'as pelo fiances Jolo de H~ttsneourt, bm delas fez v:tssalageal a C'astela.

O'Infante L); Henrique de Portugal, colnu *da estivessom por conquistar algumas, re- ,adveu empreender essa conquista, e chegou a kuviar gente ( 14241, encetandu-se a aonversao

indigenas ao Cris tianismo ( I ). ?., .O meamo Infante, sabendo que o rei de 'aa~tela se considemva corn o supremo doml-

' A o das ilhas, em vista da fidelidade jurada pel06 Bettencourts, pediu a Gste monarea que

8 h e concedesse a conquisln das ilhas que ainda ershvam por tornar, ao que o rei de Castela ae op6s por ser concessao que ofendia a honra

corba. Ma1 sucedido por 6ste lado, diri- ,@.iu~ae D. Benrique ao Pontlfice, o qua1 fez a bnbnoessiio pedida, que mais tarde (bula de M de julho de 1436), em vista dos protes- Zoe de Castela, fez notar ter sidu feita sem pre- b dos direitos adpuiridos por outros sobe- bum (9). "

&tre oa documentos da Colecqdo de Rulas .:Torre do Tolnbo encontram-se as Blegaqdes bispo de Burgos, o celebre Afonso de Car- na, no concilio de Basilea, contra ou por-

'11) ZWMRA. ah. do b b . da Uuini, cap. 79. Baama, DC- 4 h. 1 cap. 12. (2) Doc. tit., de 14SL ldig. h. da T. do T m b o , pig. 3,; Bula de 8

:b0 1486 JounZo, I, p. 19 1, que Fax refer4nci. d conceasiio. "* k peg. 4.

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tugueses (14351, e nelas se reprodluem as razrjes aduzidas por estee, as quais, no 1modo de v4r do Bispo, poder50 alegar ainda (1).

Essas razaes ja as encontrimus na carta de D. Afonso IV:

I .'-A o ~ p u @ o - 2.0 a uisiahalapz. Wuantc h visinhanqa, as ilhas estao mais

prdximas do Cabo de S. Vicerite do que de qualquer possessiio de Castela.

Qunnto & ocupaqRo, as ilhns n5o o ~ u l ~ ~ d f l 6 pertencea aou primeiros ocuparites e, nbo tendo sido as ilhas em yuestcio ocupadas por nenhum prfncipe cristfiu, o rei de Portugal a ninguQm prejudiea oecupando-as agora.

Aorescentava-se que os portagueses so propunham ensinar a 3: catbliea aos i d i - genas e n8o deviam ser embarapados nesee intento.

d ktes argurnentn~ reaprinde o Hispo, por parte de Castela, invocando t ? , n ? ~ 111 a visinhanqa 0 a cunquista, para o quh. i.t:corre a rnzaes especiosas.

Quanto 8 visinhan~a, Iembrava que as ilhas faziarn parte da Tingitgnia, que jB era posses- BBO dos godos, de que 0s rais castelhanos sBo s.ucsssores zsniversaas. Quanto $I ncupapiio, desde que Caetela ooupon algumas ilhas corn inten-

qgo cle ucup:jr. rr dtvn:~is, entrnde-s~ ter to~nario posse de 6 ~ ) d i i ~ ( ~ ~ ~ l l l l l k ! i l t O pot' L T ~ R ~ B I O de jesrib~s ad j w a 1. Fjnal~nente, ohamava hsbil- mente a atertyiro yarn n facto de P). Henrique ter pedido a Castela a conriuista das ilhas, e termim pedindo ao Fapa clue, n8o julgando procedentes estas razfiea, fava cok&cessdo das ilhas a Oaqtela. 0 conflito entre Purtugal e Castela s6 veio

a resolver- se d~finitivamsnte em 1480. Corn eleito, ern 1479 fez-se a pax entre Gas-

tela e Portugal e, cumo niiu fikssern resolvi- das as quest6es de direito relatioas aos terri- t6rios africatlos e Bs ilhas du btliinticu, eele- brou-se novo tratiido em Toledo em 1480 ( 6 de margo) (1), pel0 qua1 as Canfirias, yuer toma- das quer per tomar, ficaram pertenoendo a Oastela.

11) apwts documerdos, p. 42-46. 0 trabdo foi conflrmado psla 21 IIB janbo de 1 ~ 1 ( i b ~ . prlg. 46 ).

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tansideraqlles acLca do "iudex,, visigbtico

ds mestres mais aut.urizadov yue nos Glti- mos tempos se teem ocupado na Espanha e em Portugal da organizaqgo judioikia visigh- ~~C~--HERCUT.ANO ( I ) , PEREZ PUJOL ( O ) , HINO- ~ B A (=), GAMA BARKOS (9- teem-no feito em termos que se me afiguram tnerecedores de reparo e dificultam sobremaneira a compre- enslo da organizac;Qo subseqirente, quer entre os MopBrabes. yuer nos Estados cristgos da Reoonquista. Todos gles, yuer o declarem quer niio, tomam para base da sua construqao a m cBlebre lei de Recesvindo (Lex Vis., 11, 1, 27) que enumera os funcionhriou que teem a

I Hiaf. de Port. rv, phg. EI da en. ( 2 ) Inst. nociulerr de la Eap ynda, n. 116, Z72. ' 8 1 h M I w germa~icou, r, aB9. ( 4 J Hid. dn d m . phIicu, III, p. 797 e as.

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potsstas ir~dicandi - d ~ x , cwmes, wicari~s, pack ads& or, thiuphad us. ,nsillenarizcs, guingente- narius, cenlwctrius: defenear, mumerarius . . . e aonr Bstes E~m~:ionBrios reeonstituem a or- ganizaqiio jirdicifiria visig6tica (' ). Ora, coma nesta enurnerapilo n8o figura nsnhum xiaadex~, f6rqa 15 conclui~* yue fi pnlavra iudex tern na Lex Irisigolho?.uun uma acepqfio generics, desi- gna indistintamente toda a pessoa kcewi de- bite iudicate conceditw; e ngo fazenl reTe- rencia a ne~lhurrr f u n ciorl $r io e ~ p e c i d com esta desig~~arfio.

A ser verdndeiro 6ste modo dt! ver, o juiz ortiin8rio de pritneira instgncja qrie vjrias leis apresentan~ subordinado ao comes serin o defmot . ( s >.

G problerua i! duma grande complexidade, e titlvez ainda venba lor~ge o dia em que sdbre 810 se haja de yroferir a dltiina pa1avr.a. A linguagem das leis visigdticas 6 imprecisa e equiuom, sendo frequente o uso dn mesma palavra para sigtlificar magistrados diversos, designando-se o tnesmo oficio por mais do que urn ternlo e empregando-ae o mesmo vooibulo ora rlum sentido genbrico ora num sentido tdcnieo. Parece-me, em todo o caso,

( 1 ) CI. BALLQ~ITRROB, Hisf . dr? Rxpaw, I 1( 1919 1, pfig. 629.

1 2 1 Cnfisow, Sour,. Rev. H i d . , 1889, p8g. 522 e cf. O+A BAR-

ROC, nl, 018.

que os mestre:: cit;~rtos andarn a f : ~ s t ~ d o s da verdade e que pelo coutl.Griu estc mais prb- ximo dela o alerniio D A ~ N ('), clue. sustell- tando un~a doutrina j6 claramen te enunciada nos sous traqos essr:nriais pelo insigne ANT& NIO CAETANO DO AMARAL ( 8 ) , afirma a exist&- cia de rnagistradas locais denominados iudi- ces, juizes ordinhios de primeir-a insGnoia subordinados aos conaa'ies e distirltos dos aicarii

Antes do mais nada, r~ao sarsi ocioso obuer- var qee a citada lei rr. 1, 27 n8o tern a preten- sSio de h z e r llrria enumeraqlo completa de todos as juizes. Pelo contrhrio: a sua Ieitnra desprevenida convenoe de que o legislador deixa proposit~damente de se referir HOS jui- zes prbpriamen te ditos, aos magistrados ordi- nhrios cuja fnnqBo prirrlacial 6 derimir os pleitos e cujo caF6eter judicihrio pop isso nlesmo u i n g u h pOe em dfivida, e apenas

1) . ) Kmige der Germanen, YI, 2.a ed., 1888, 316 6s.

12 1 &em. Lid. Purl. vr, p . 196 nota 110 e p. 252 not8 191. i 3 ) BBTFWANN.HOLLW~EQ, f i r G ~ I Z . %I. rum. L!uil pr.! I! 189

86. co~lfu~tdc o i w d w corn o t+coriua e dlz yue n aua jurlsdiqico 8e & tenaia a todo o condado. ~ E Q U B R A , pLg. 67, parece confindir 08 julzos corn oa vigirios. VALLS TAIIERNER, Hid . da Col<rI~tp?la, p a s 77, escreue: -per al j juiccfal tenia : el comb; rr l eg seves ordres u11 a

m h julgw, avent-hi ~nbetituts d'aqossles : eis ~ k a r i ~ MAYEB. Detlf. u fiutrc. T7eiwultsang~ys*icla., 1, 1899. 346, ocupindo.ss incldentaImente do assunto, dlr que o wdm om equivale ao ~lieurrprs, ora preside a urn circunscri~iio extra-urbana Uo condado.

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declara que a16m dbstes devenl ser consida- rados julzes, e abrangidos na palavra iudices sempre que a lei a empregue num sentido lato, todos os funeionhrios, v. g. o dux, o cwmss, on mesnio simples particolares, quando estejam vhlidamente invest.idos do poder de julgar. Nao 6 pois nesta lei que devenlos procurar uma lista dos funoion5rios judiciais da monarq~iia visigbtica.

Nrio faltam, pel0 contrfirio, leis do mestno c6digo que nos mostram :I exist6noi;t do iudex.

Na Iei 11, 1, 24 (22 ), de C;hindzasvindo, regu- la-se o caso de algtlPnl dar conlo suspeito o jniz, o ec)nde, u vigArio do conde oa o tiufudo (iudicem aut cornitern aut vicariu~n cornitis set] tinphadum ) e p~,etendsr resporide~. ye- rank o duque da provincia. dyui a palavra itbdicem est5 evidentemente empregada no sey- tido tbenico, sendo at8 de notar como figura em primeiro lugar. vlvto rer o magistrado judicial prdprkmentt: dito. AlEm d~sso. deve ohservar-se qne aparece o izadea; clarau~ente disiink, do cornea t: do seu vimrzus. os quais, bem como o tiupkadtcs, siio os rnais importan- tes dentre os funcion8riou sut-,ordinados au dux provinciae que aliam ordin5riamente 'as Suils f u n p ~ e s militares, ~dnlinistrativas e fis- ~ ' d i ~ atrihullques jurisdicionxis.

Niio pareee que 6ste i t d e z da lei 11, 1 , 24,

possa ser o d a f m o r . Quando oatras razdes n8o houvesse para afastaar esaa interpretapao forqada, 6 de notar que urna outra lei (xu, 1, 2), de Recaredo, detarmina que o nu~ner$rio e o defensor lliicl pagar80 nenhuma remune- ra@o ao jrliz (numerarius vel defensor . . . nullu~li beneficium judici dare debeat). 0 iudez a qua se refere a aitada lei 11, 1,

24 k o mesrno que miritas vezes aparece corn a designwi.,ilo de iudex tewitorii, express80 que claramente indica tratar-se du magistrado que preside permanen temente a um:j circunscriq5o judiciaria.

A palavra lerriforium, como a pa1avr.a i~r lex, G enlpregada em virias acepqcies s lnilitas vezes corn urn significado vtlgrl ou equivo~o, mas ~ v s o u h i en1 que n5o pude cleixar do intel-ptnetar-se como (Iesigna~ldu urna colnarca, uma das circunscrip3es civis em que sc: repar- tia o reino.

11oMve1 a 6ste respeito a constituSp80 XII, 2, 13, de Sisebuto, dirigida aos bispos Agapio, Cecilio e. Agapio (Z."), aus juizes ctas lrleslnas oidadeu, e bern assirn aos restantes sacerdotes 8 juiztts do6 territories 3 Bfl.rbi, A u P . ~ . ~ , S1.urg.6, Iditwrgi, Viatia, Taria, Tutugi, Egubro, Epayro. Quasi tddos Bstes territhrios s (senan todos) bern como as cidades em que os trGs referidos bispos residiam ( Mentesa, Tuccj, Corduba ), Wrrespondern a municipios ou coI6nios ruma-

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nas. Nu 6por:il ern clue e s t ; ~ lei Eoi publicada 6 de supdr clue SG UP citl;~dt.s apiseopais r6s- sam simultAnea~nents c;-~heqa~ de ovndado e resiclgucia dl1111 colnes, I I I A S isto naio coIidia corn a divisao da regi8o en1 territ6rius, & testit de cads urn CIUS ,q~:tis devix ostar urn iuzade.~, yela manos t~or.tl~;~l~nente.

A insist8!1c!i;r eojn que a lei fala em tewito- ria e ern i t d i ces ten-idorii lrlostra que a divi- silo en1 territGrios ou noiuart:a..: 6 que er:~ a divisiio jtldicihia [~rbprianlente dita, qua1 se sobrepunha a rlivisgo. tnlvoz r~lenos estiivel, ern r,crnd:idos, ,dii~iu:?o whretnili> ~ililitsr e admi- njstr- t' rva.

A antiqua rrr, 6, 1 C: tambPm utnn boa de- monstrapko do yrie acahenlos cie dizer acGrm do iudex territura'i (listinto do comes A do vim- rim. Kela se decl:ira o que devenl fazer os oficiais da justiqa 110 easo de ulna mulher repudiadn qaslzr d s novo ar~tes de decretado o divirrcio, e Bssea ofioiais sTin: o conds. o vighrio e o jniz do territGrio (comes c.iritatis vel vio:lr.iua a lit territorii iudex).

0 1 1 t r ~ ctrztiqua (131, 4. 1 7 ) relero-se ils mu- lheres ylre se entrega~n 9 prostitulqfio 110s vici e nas villae e detesrnina o que em tais casos compete ao ie~dex, sob pena de ser punido pelo conde da respectiva cidade.

Muit'ds uutras leis se refsrem ao iudex ter- nXorii, clararnente ou en1 termos que autori-

zaln a interpreti-las comcr aludjndu ao juiz territorial, suboldmado ao comes (1).

fi uma quecitgo extremamente difloil a da origem desta divisiio judicisrja e desta magis- tratura.

A organizayfio judirifi~ia d : ~ pruvinrias romanas do ocid~nte, tat corno correotr,mente a expaen1 os rnestrcs, fundados prjtlcipnlrnente no C6digo Teotlosiano P nas Novelas, nlirr v im-

t6m a explicaqfm desejada. !) ju lx de toda a provjncia era, zomo se sabe, o sell praeses, por isso tarnb81n charnado i d e a . , e de ai a neeessidade dunla jnstira a tnbn1:to t ~ . Quanto aos ~ n i l g i ~ t r i i d ~ ? t~iunici;~i~is, tinharn nlna jnris- d f q h muito restritx, quer quanto ao contehdo, quer quanto ao dnl bito geogrsfico, porqnanto era limitada us-bs e ao seu ternlo (').

earto que o governador da provlncia tinha urn on mais legados yue julgavan~ el11 seu lugar, c qns podia nomear isdices peda- aei ( 8 ) , m:14 isto, que pode quando rnuito ser urn preoedonte hist6rioo dos wicarii visigodou, n8o B dt: ~nodv algum o germe dos iudices territoriais.

NBu O licito, todavia, afastar em absvluto a tsse da origem romana, visto que vhrios

, 1 I I Lez VG., 11, 1, 31; YII, 4, 2; IX, I , PO; etc. r Z 1 VldP EYXEIN, Hist. du dr. fr.. p6g. ] lo.

( 8 ) FUSTEL, Lu Qaptalc Romuina, p. 313; C l ~ a A m o , fi. rmain, p. 1068.

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passos da i~krpv&kdo rlo BreviArio de Ala- rico falem em iudex lod, e at&, o que it muito digno de nota. ~ub~titrlel l l esta express80 ao recto:. prouincia.e do texto do Cddigo Teodo- siano ( l j. Olztros textos referem-se a juizes das cidades. Se se niio trata de interpolaqBes alaricianas - o que nho 6 impous3ve1, mesmo admitindo acerca da intevprstatio a doutrina. huje corrente, de FITTING 13 L~CRIVAIN-, temos talvez nestes textos urn indicio de que a org-anizapiio judiciiiria do ociden te rornano sofrera uma transfor mapgo importante durante o s6culo v, surgindo novos juizes permanen- tes, os iudices ai.~lilat~m e os iudices loco- rum (s).

Seja porbm como far, on ee admita que a tllansformaqfio remonta A Espanha romana, ou se julgue que foi u n ~ a irnportaqiio gerrnsnica e se prefirn relacionar o iesdex visigritico corn o centa.~zariae franco (9 e corn o g o y ~ a f saxgo, o que 6 mais que provhvel 6 que a divisAo ern territGrios tivesse uma forte base tradicio- nal, sendo rnesmo nluito verosimil yue v B en- troncar ern an tigas divisiics territnriais ib6- ricas.

41) J-R&Rom. V b . , C . Th.,ut, 11, 1 ; I X , 1, l ; x , 6 , 1 ; xI11,2,2. ( 2 ) Contra: L&carv~~a, h u r q w 8 mr I'inl~rprektio, p e . M,

mw %em q i m s n t o s qne deslqam ab drividua. ( 8 ) 0 mlwuriuu Iranco 8 designado as vexes pel0 name de

i w h Berncelrr, Org. irrdiei&re, p 6 ~ . 2'21.

As funqbtrs do iwdex eram, cotl~o disse, sdominanternex~ te judiciirias, mas isso nlo p

rnpedia que acumnlasse outros poderes d e r ia tu re~ is aivil, tais oomo atribulpZles (18 go- ~ $ m o , administniq5o s finarlceil-as ( ). Como pelo sou lado a competGnci;-1 do comes ( ou do seu vigbio) se estendia fi esfem jorisdicioaal, numerosos eram os casos em que os dois fun- dou6rios, o conde e u jiiiz, eram simultiinea- mente cornpeten tes. Dai serelri f reqiien tes as leis que falam em a cornes vel iodex .. sendo dificil dizer qua1 o critFrio segundo v qua1 se determinava qua1 dos dois clevia na verdslde ocupar-~e do assunto ou julgtlr o pleito l a ) .

Das decisiier do &dm 1150 st! apelava para o comes, que. dgste modo. nBo constitui urn grau stlperior da hjerarquia j udioikria; todavia,' segundo jd vimoa, A superintend6ncia adminis- trativa do conde fazia-se sentir em relaflo ao idez ou i d i c e s do seu condado, inclusiva- mente para o efeito dtl aplicaqfio de penas dis-. oiplinares em caso de negIig8ncia. Casos havia tambenl (vid8 por ex. m, 4, 2), em que a lei mandava que o comes civitatiq prestasse auxi- lio ao juiz quando t s te nRo pudevse s6 por si assegurar a ordem.

I I j 0 8 textos cornprovanten uPo citadua por D ~ N , ob. cit. p@. a1 sa. e mostram que o isdud nllo tinba tnn$hu milliarea.

( 2 ) IhId. p. 329.

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0 iu&x territorii d;;l lei visightioa 1130 d e w parece total nern bruucamente; cvm a queda da nlo~~arqr~ia rle Toledo.

Entre us moqh~*abes havia juizes locais designadus polo nolne latino de iudex ou pelo I irabe de al-wdi (alcalde) ( I ) .

'

Nos clocornentos da Marea Hispfiniea tam- b&m abnndam exemplos de iudmces kocoru.m ("), diferentes dos comites.

Finslmente, os diplomas dus prirneiroa s6- culos do rein0 austuro-IeonEs, apesar da sua escacea, $80 bastantes para nos evidendiar que o reino se ~ c h n v , ~ repu~.tido em rr territhrios e que essn dii,isAo r~ao era puramente geo- grilfioa, antas tinha urn signifieadu politico, conetituindo provavelrnente a circunscriplo judicihria normal, s6bre a qua1 asssnfava a divisgo menos eetgvel em eondados.

HB viirios exemplos dun1 juiz governando urn territdrio subordinado ao conde, ou durn juiz figurando ao Iado do conde (%).

T:irnbern niio faltam casos de varios juizes no mesmo territdrio ( 4 ) . E que de certa altu- pa em diante a yalavra MR'L: come*, pare-

( 1 ) ALvAao us CCmDavA, i n Zep. Sag., XI, 151; ECL~OID, &!em. Sarackwam, L. a c. 16, In Ninp. Ui~str . do SCEOTT, IV, MI; SIMOHIW, HisL de IOR mmhrnbCs, p e . 108.

1 2 ) Via. ISAVER, ob. cit I, p. m. ('8 ) Dipl. el rk, n."' 11, 4W, 6 4 eic. ( 4 J lbld. n."' 193, 208.

ee-me, a ter dois santidns:, a de juiz equivil- lente an wnlenatavds: frbanco e 1 dt! r a q l ~ j ~ o burgo ou escabinn.

Irnpofisivel deuenvolver aqui 6ste ponto. Para o meu intento basta mostrar que o iebdvrc da 6poca pust-viuig6tica se relaciooa, ao mo- nos am parte, corn o nlagistrado uisjgodo 'do memo nome.

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Divagaqfies dbre a estabilidade da nona jurldicq

0 ponto de partida destas g. divagaqees * 6 uma verdade trivial: dizer yue a norma juri- dica deve vigorar duma ~naneira mais ou menus duradoira e que n8o 6 ad~nissivel clue o direito durn povo sofra constantes trans- Eormaqbes s8o a~serq6ss banais e principios d e dimples born senso. Todavia, quando se Fmonta na histhria o se ohiiervarn sociedades Biversas em que as fontes de direito 1150 ofe- m e m a tnesrn;t tisionomit-1 dos nossos dias, hmeqa a recorthecer-se que a estabilidade Porno cardcter do direito positiro 4 assunto $@no de reflexso' e elleio de eosinameotos. &$a-ae mesmo . por aQq uirir a convicpgo

ue muitos problemas momentosos da a do direito e das .ideas juridicas 96

em. ser benl postos, e por conseqG6ncia 1 podern ser hem solucionad~s, quando se ha wresente o ctogina da estabilidade da lei.

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Nao esM no msu prophito anatisilr as causas psicolbgicas e silciol6gicau d b t u dogma, u qua1 pode ser, eonfurme 03 P ~ S O S , o produtrb do prestigio religiose da norma juridica, da fbryn da trxdiqgo, da influ6ncia du hGhito, da aproximslc;fio d o qut! e' e do que deve ser, rlo modo consuetudinBrio ou ountratrtul tie for- ma630 da regra, do predorninio do aspeetv subjective do direito levando A inti~ngibili- dnde day sitatig5as adquiridas. da estabilidadc. natural das pr6prias rela~des WE? a norma regula, da conviog&r, da necessidade dunra ordem jurfrlica permsnente, uu f i l l a l ~ l l ~ n f e #la colnbina~Bo de vhrios fsctores.

& nos povos de cultura rudimentar que a estabilidade atinge o rn4xirno.

fi uma vardade qn6si axiomgtioa para o historiador do direito q UP, n o s t ~ s si~ciedade~ o costume, H lei, a jurisp~ud6ncia, rotno Eon- tes de djreit,~, se achaln cunfundidos uu, peIo rnenos, t8o estreitanlente reluoionadus H t8o potleo diferenciadcts, rjue todi~ H tel~tatjva ptm aplioar durn modo figido 3 anfilise dPsre es- tado juridico a teonica e terminologia mo- dernas tern como conssqli~ncia deevirtud-fo, tornando irnpossivel a sua compreensiio inte- gral. Nenhum cultor da sei6noia jur1dir:a des- conhece as erodibs phginas qrle ao aawunto comagrou Lambed na s ~ i s uIntrodu~Ro ao Di- mito Cornparadox: se elas bastam para nos

mnvencer de que o costurne nas suas tormas iniciais anda estreitamente ligado 21 jurispru- d&ncidt, nao rnenos nos ililpressionarn as afini- dades entre o costume e a lei, pois se o prirneiro tern freqae~~temente inl la base juris- prudencirrl, a lei n8o 6 muitas vezes maia do que a express30 durn costume ou duma juris- prudhncia.

DBste modo, em muitos povoa prirnitivos, o direito nbject.ivo, ainda clue sob a forma de lei, 6 , colno o costume, urn peciilio juridico eminentemente estivel, ntk x cristalizado em Iorrnas eutereotipadtrs 3, para usar uma express silo de Miceli. . 0 significado que dentro d6ste arnbiante

%qoial assume a promulgap8o duma nova Iei 6 bem posto ern rel8uo na tradicBo de que so faz eco Iliodoro cia Bioilia (I), segundo a qua1 arondas, legislador dos Turios, teria orde- nado que quem guisesse abolir urn antigo 'preoeito ou estahelecer urn novo se apresen-

na assembleia do povo corn uma eorda stloqo, a fim de, se a nova lei ndo fdsss

vada, ser estrangulado lm conlimewti. 1180 Q st3 nas suciedades de oivilixaqiio

w e e i r a que se impfie 5s conscibncins o l ~ l n a da estabilidade do direito.

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Exemplo muito caraeteristicv e digno de atenqgu 6 a da constitulg80 ateniense.

A assernblea popular, apesar JA sed o Gr- g8o politico suyromo, tinhsl ~obre tudo f l l n q o ~ s

exetautivas. Fada decretos ( psephiurnaba ), aplicGveis a

casos especiais, e u&o leis (n6moi): o term0 ndmoi era aplicado a urn pecdlio da dntigos crostumes vagarnente d~finido, ao qusl crs pse- phisrnatic eranl sernpre tebricarnen te s n bordi- nadus.

Prilticarnente, 6 oerto, era a prhpria aussni- blea a intBrplleta dos norno%. mas dnda assim existiarn certaa lirnitaqdeu & sua aoqiio legisla- tiva, visto que toda a proposh que ae reeo- nk~ecesae nko ser conforme aou wbmoi era sujeita a urn 1;rocesso especial de caricter judicial, polo qual u proponente deferldia a proposta perante o tribunal dos nomolhefae contra ns advogados do Estado.

IJma yrotecqBo mais eAeaz ainda da fdrqa consorvadora era a a c u s ~ ~ a o por violuqdv dils leis (graph& paranomall), :I qua1 podia SOP

movida contra qualquer. eidadiiu q ue apresen- tasse uma proposta de decreto, levando, caso so provasve a violaqgo &a lei, 3 condenaqao du propon ente ( I ) . ,

Nao insistiremos ~8bi-e o direita romano, por ser assunto sobejamente conhecido. Na Roma republicena a oposigiio era, eomu se

'sabe, rnanifesta entre o jus por excel6ncia, jw civile-.r que tern aa suau raizes primitivas e histbricamente inatingjveis no costume e u eeu desenvollrirnento na praxe e na doutrina do8 p d & e s , nao influenciado, ou s6 em limi- tad& medicla iofiuanriado, pela intervenqgo eomiaiala - e a obra reformadora dvs coini- eios, produto da necessidade urgente de alte- ~ a @ o do direito em oasos especiais. A lex oreadsra ea: n ~ v o ocupn no sisteina das Fontes de direito da era republioana urn Iugar 4 excep- cional e subordinado I ( 1 1.

Ningu6m ignora que das leis vutadas durante a Rep6blica s6 urna pequena parte reapaita ao diraito privado. kste sofreu de facto alte- ~dqbes profundas, me3 principalmente graqav ae edlcto do pretor, e portanto sem vioIaq8o

( 1 ) ROTDIIPI, O M ~ ~ U I * C W I O ~ &!a kgwto~trne ~ornrs~uk rmwra *.* prwlo, In Fd-, 1910, pdg. 64 e m. e Frobh i dr dmtb roomno, M Beta. I l n l . jmr Ie GwGfub, fm, p. l&

e k e de mpreaatm - eomoja re au~untnn - 0 raonhectmnrs 9 MI norum prwxisbmle, a l e ~ 4 uma InovaNo, como mostra a

I*-0 -%w - 011 Q*WO p d o - a& "4 VOtBqBO leglllstlvs #hJ Be WpdCfo: A1Jigwan, que mais tartie Palo a ter a s~gnl- h =hzer d r em deanso *, sqniBc4va onglnariamsnte . akr-as

*P *. rMeltdr a ~novb$a propoataa, laI qual como o dalln om- -* cta vobflo ~snatorla pcr d-ma. Ko~onr.~, IblL-

w % o de que a ks ere 0 9onheelmento duma norma pmxlil.

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f o r d do respeito pela ordem juridics exis- ten te.

[!ma vez votado, o novo eshtuto incoryo- rava-se p o r h no common law, assim como a lex comiaial se incorporava no jus civile a a dccisao da ekklesia-devidamente aprovada apds o processo- nos nomoi. Desde enuo ficava gosando da mesrna irnunidade e tendo o mesmo prestigio. 0 facto dii-se tarnhsm durn modo flagrante

nap soeiedades que eonfundem a esfera juri- dica corn a asfera religiusa, considerando o djreito como um corpo imuthvel, fundido corn a verdade religiosa, e cujo relativo aperfei- qrranler~to sfi pode ser obtido, sem quebra das verdades fnndamsntais, por meio da jurispru- ddncia dos tribunais, da doutrina dou juris- eonsultos e dc;s regularnen tos d ~ s autol-idades. Urn exernplo tipicu &nos fornecido pelo di- reito mupulmano, no qua1 o Alcorficr e a curia

terjte fui sustet~tada por YoN~NTI , St~rdi per M ~ R I A U ~ , r, p8g. 239 SU.

e c o ~ ~ t e e u d a , ar~tw de KOTONDI, POP CO~TA, Slnno MtR fmI*, PBg. 1%. 'Yam a j~ropBatto iembrar a aproximafln muitas vems feiw

entre a fvrma~Bo hietririm do direito romnno e a do direit0 inglb. E eab~ao que 113 lti~iaterra, at8 oma Bpoca relatlvamente recente, em que a legiala~iro rlo parlsmttnto - - o a i d & lurv- comecou a tomar grantlo rncremento, o ~~~ Law., como o r?ra riv& Ros romanos. fol reslwitatlo como urn fundo j ~ i r ~ d l c o t d i d o n a l , no qua1 nao convinhs eln prirlclpio introdoz~r rsformae, cnnqaunto as aeus ri$wBe frl~aem l enh e ol~sc~~ramrnte atrrt~uadow, por expedfentes Indlrectm. grwsa no irabalho don tribunais de ecl~~idnde (equitpi, correspondenttw ao pretot' romatto.

representam no mais elevado grau o principio da imutabilidade ( L).

0 direito medieval oferece-nos urn interes- srrntiesimo camp0 de observagbes.

QuBsi todos os B B C P ~ € D ~ B S quo se teem OCU-

pado do assilnto (9 afirmam, oom fundamento em textos nurneroacrs, yue durante largo pe- dodo da idade media, corn exoepqgo dalgun~ palses onde a influGnoia romana se fez sentila maia: acsntuadamente, o direito objwtirc~ Eol conaiderado, nao como uma ordem do ahefe, ou sequer como ulna oreagao da cornunidade, mw, n;im como uma parte da vida nacional ou h a 1 , de que a lei, o texto, era a declaragfio.

Jk se encontra Psse oonceito expresso nas chamadas kyes barbavoluam, nas quais os reis 6gusam oomo x dofinindo r , a assentando a ou .fixando s u direito, por si s6s ou tendo ouvido os jurisperitos, que Ihe declararam - qua1 era o direito B . 0 rei franco exercia, 6 certo, o poder legis-

lativo, mas nunca as suas ordens; mesmo *@erais - os chamados eapitulares -, st: de- nominam lepes, nome ~eeervadv Bs redac~dies

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esfiritas dos costumes das diversas ragas. Pode masmo duvidar-se se seria~n verdrmdeirae leis, urr se wduoariam pel3 morte do monarca yue AS prom'~11gara ( I ) , e ainda mesmo qliando se sustente, aom Fustel de f :onla~lges, quo oram verdsdeiras leis, nfio pode dsixar de reconhe- cer-st: yue a ba: popa~lark guardava em rela- @o a elas uma pczsipfio de supramacia ( 8 ) .

Edils 6 sobretuda depois, no periedo feadal, de plena Aorapgo consuetudiniria, que a id6a durn direitu de formapilo espontanea encontra uma express30 actlbada.

Esta ooncepqlo encerra a explicag8o duma certa 1sonfus50 ou a~oximap&o do direito na- tural e d o direito poaitivo, bem corns da con- denapao dos actos ou detarminapbes do sobe- rano contrjrias r a0 direito b, a A justiqa*, u

leis B. fbrrnulas vagas em que sr n&o precisava

( I I Vi.1. SCUGDBR, Dprt l~~h~ H+rkta$~m!hickk ,4} &HBSR, oh. eit., p. 76 11. 3. $ rnulto sipniflcatlra a pas$rtmn> C ~ I qee dn*n d'Iegwn

noe descreve. a6 wigens dss drdiscd tie JurvnlelPr : I 1 [ hdefro;r de Bwlllan: . . . eelrrt par ld coraaeil dou palrirrrche de la dainte cite et yglls~ de Jerumlem, et par le mr>seit des princes ek des hrons, el des p)u& sag- hames qpe il lots pot avelrs. sages homes & enfinerre et B saveir dea genz da divarscs terree gui lil eataisot Les usages de lear t e r n ; st t o t qunnque ciau que il: o t ealu %.re Mre on poreot eaveir ne nyrrntlre 11 mirent ef Brerlt metre au escrit, el aporlemn% d alerlt devanc le dnc Chdefroy; *t I1 wemble la patriarche et lm autres avant dla, et Ior mostre et fh lirr devant -us cel eazriq; at apr% par Iwr conseil et par 1eur aeort, iI conouiflk de elam merits #a que bon l i aembla, et en Ant aeskes et uaagea qua l'on deuat te- n{r et maintanlr et uner on rojaurne fie Jeru8nletn. .,. .

neni a natureza do dipelto yue se queria ver mantida, nem a espboia de actus ou determi- napbes que aparsciam oomo condenfiveis por atentarem coutra Bsse direito.

f4 aviderlte que a ordem jur'idiaa assim con- cebida n8a podia deixar de aparecer aqs olbos dos homens da idade rnBdia corno ominente- mente ssthvel.

Contribuia tarnbtm para bste restiltado o facto de muitas normas ilnpot*tuntss da direitn tPrrenl o sen assento, n8o em rnanifesta~aes cle vontade do priucipe ou do povo, rnas siin nas an tigas beges popesla~es ( Volksrschte ), no di- reito rornano, no direito da Tgreja e nos Libpi Fe%cdomne.

Por outro lado ainda, c?onv&u rito eaque- cer que a ordem juridica, ao contrhrio do ytte hok suceds, rsvestia a cada pavso urn aspecto dubjjectivo, trsduzindo-se ern foros e privi16- gios dos individuns ou das eoleotividadc?~, fun- dadus no costume ou em concesabes e contra- @. Compreende-se pois quo essas nortnas $&bassern aus oIhos de todus da intangibili- dads que ainda hoje se mcanheoe, em pri11r.i- @@, trs situaq6es jurldiags subjectiws. b+'%Tados -tea factores laoacorriam para tor-

reito, a lei, uma coiazr anterior e aupe- tade do soberano.

pre, corn efeito, n8o esq~lecer -e quai- t~atado de histbria do direito Fran-

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formal do respeito pela ordem juridica exis- tente.

Ulna vsz votado, o novo estatuto incorpo- rava-se pc~rdm no colnrnon law, assir11 como a lex uornioial se incoryorava no jus civile e a d~cis8o d~ ekkl~sia - devidanlente apcovada ap6s o processo--nos nornoi. Desde enao ficava gofiando da mesma Imunidade e tendo o mesrno prestigio.

0 facto d6-se tambem durn mode flagrante nap sociedades clue confundem a esfera juri- d k a corn a esfera religiosa, eonsiderando o direito como uin corpo irnuthvel, fundido corn a verdade religiosa, e cujo rehtivo aperfei- qoamento s6 pode ser obtido, sem quebra das verdades fundamentais, por meio da jurispru- dgncia dos tribunais, da doutrina dos juris- consultos e das regulameutos das autoridades. Urn exemplo tipico 6-nos Iornecido pelo di- reitv rnrxpulinano, no qua1 o Alcorao e a quna

tente ioi anstentarla yor Mokiewn, S l u L y e 1 M ~ K ~ A N I , I, p*. '2% sS.

0 corite8tada, antes de KOTDNDI, ljor ~ M T A , Slorio L l l ~ fwrli, pAg. 1%. Ystn a prtrpdsito Innlbrar a aproximaoEu muitan veaea feiu

entre' n iorrnavHo histirrlca do direito tonlano o a do tllreito Ithgl&%. E mbido que na I~~glaterm, at6 itma epoca relatlvamente recent@, em que a Ie&la~Su d~ 11arlat1lento-'. o ut<zllcle lm-- conlqou a bmar grande ineremento, n mms- tan., como o irra rivils dos romanos. f0i M ~ d t a t l o como uln flrndo jur[lhloo traclldonal. ao q ~ ~ l n8o convinhn sm lrrinclpio iottorlualr refarmas, conqnanto os snus rigorem f a ~ s e m lellta B ObRCurntnente r ten undo^, par expBdienteS indirectos, Ura$ss aa frmllalho dcs trlbonnis 11s sqairlade (equity), 'tormspondentae ao pretoa' ronlailo.

representarn no mais elavado gratl n prindpio da itnutabilidade ( 1,).

0 direito medieval oferece-nos urn interes- santiusirno campo de observapaes.

Quhi todos os esoritores que se teem ocu- padu do assunto ( 3 ) afirwam, aom fundamento em testos numerows, que dupante largo pe- r i o d ~ da idade mGdia, corn exoepgRo dalgutjs passes onde a infiuancia romana se fez sentir mais aeerltuadarnente, o direito objective fai considerado, n8o oomo uma ordem do chefe, ou seyuer como urn& ureapao da comunidade, mas sim curno uma parts da vida nacional ou local, de que a lei, o terto, era a declacapfio.

JB se encontra Baso oa~~ceito express0 nas chamadas &ges ba+barop.rsm, nas quais os reis figuram como * definindo *, u assentando ou *fixando P o direito, por si s6s ou tendo ouvido os jurisperitos, que lhe declararam - I qua1 era o direito V .

0 rei franc.0 exercia, 6 certo, a poder legis- lativo, mas nunaa as suas ordens, mesmn gerais - os chamados 6 capitulalne9 A -, se d e nominam Icges, nome reservado As redacpdew

l l i VidB abbrs o ansunto aa consldorag8aa da A L T A M ~ A , H d . h. h p . , lntrod.

12, Formulacam conclus6er de ordern g*ral, enlra oukroa, Jnma. faau fmd p i r i m atam #e m~ddir w e UbRLYLn. P o l t l ~ ~ u I t W ! w of the m~kl la ap*, I , y. 236 e rar, y. 41.

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escritas dos costumes das diversas raqas. Pode mesmcr duvidar-se se seriarn verdadeiras leis, ou se caducariarn pelti rnorte do rnunarca yue as prornulgar~ ( I ) , E! ainda m e m o quando se sastente, corn F~lstel de (loulanges, que eram verdadsiras leis, nZio pode deixar de reconhe- cer-se que a Eex popdaris guardava em rda- qBo a elas uma posiq&o de supremacia f s ) . Mas 6 sobretudo depoiu, n a period0 feudal, de plena Aorapho consuetudin6ria, que a idBa durn direito de f orma~80 espvntdnea encontra urna expressgo acrrbada.

Esta concepq80 encerra a explica@o duma certe ~onfusiio ou airoxirnaq8io do direito na- tural e do direito poeitivo, born como da con- dena~go dos aetoe ou determinapbes do sobe- rano contrfiriae eao direito 3 , j u s t i ~ a , u 3s leis 8 . fdrml~las ragas em que se niio precisava

( I Ykt. SCKP.<DER, Urtrlxchr H~chluye&zd>&. 21 EBXElN, ah. cit., y. 78 rl 3. & muito nipnlflcativa a ljan8ngem sln quu JEAN ~~'IBELIN

nos debcreve as orl@ns dar An*,ra* de J e r w x r h : r 11 , Worlefi.oy do Bouillon' . . . d u t par le cot~seil dou patlviarehe (te I* ~ a i ~ r t e tit4 et ygllss do Jrruralem, et par le conaeil des princea d des bacona, et

das plus sages homes qua il lora pot aveirx, sage@ hotnw enemerrs Bt fi SUveir drs genz do divsmi; terrss qsl 14 mhient 1- usall- de lear terres; at tot qnnnque el811 rpe i i at d u 1 ce hire en porerlt snveir ne aprendre 11 tuirent a t flrant metre eil edcrlt, et aportennt -1 elagerib devant le lluc Owdefroy; et 11 aatoernble 18 patekche ol le~ autrea want A s , et lor mtitre et Bcr lire devant mns oel eecrit; et aprh, wr Ieur consell et par leur sport, il fonouilli du daus aacrits ea que bon 11 nemble, st sn Rwt asshew at usages yue l'on deust te

nir 'dt mintenir et Irser 0s roinlama ele Jrru8aloln . . .

nem a natureza du dirsitv yue se queria ver mantido. nern a esphcia de actos ou determi- naqdes que aparaciarn conlo eondenhveis por atentarem contra &ase direito. .

l?, evidente qne a ordarn joridics assim oon- ceKida n8o podia deixar de aparecer aos olhos dos hotnens da idade m6dia como eminente- mente estgvel.

Contrihuia tarnb6rn para bste resultado ol

facto de muittls normas itnport~nted de direito terem u sen aasento, niio ern n ~ a n i f e s t ~ ~ B e a de vorltacie do yril~cipe on do puvo, Inas sirn nas antigas leyes populares (Volksrechte), no di- reitu romano, no direito da lgreja e nos Libri Feudovwm.

Por outro lado aindtl, convbm n8o esque- cer que a ordem juridica, :to contrgrio do que hoje sucede, reve~tia a oade pasno urn tispecto subjective, traduzindo-se em foros e privilk- gios dos individuos on das colectividades, fun- dados no costume ou em concessfiea e contra- tos. mnlpreende-se poiv que essas norrnas gosassem aos olhos de todos da intangibili- dado que ainda hoje ee recontiece, en1 princi- pid, hs dtuagcies juridicas s~~.bjt?ctctivus.

Todos estes fadores concorriarn para tor- nar a. direito, a lei, uma coiaa anterior e supe- rior B vontade do soberpano.

Cumpre, corn efeito, n8o esquecer - e yual- Wer born t~atado do histbria do gireito fran-

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ESTUDOS DL HISTORIA DO Dl~llTo 173

a8s no-lo ensina -- qrle corn o estabelecilnento do regime feudal o sobera110 perdeu 11 poder legidatiun prbpriarnen'te dito. As r leis dos primeirvs Capetos que figuratn nas colecqfies das antigas leis franeesns s5o apenas diplomas que teem por fim conlerir certos direitos ou privil6gios a p a r t i c u l a r es ou corl,oragdes. Durante upl largo periodo ndo h i etn Franqa verdadeiras leis, iiem dos reis uem dos gran-

0 direito prir-ado, sobretudo, resistiu rnuito ternpo t?l invasgo legislativa. Da lei civil diz eotn razRo Viollet I t ) : . K Elle s'est faite, o n ne

I 1 ) Ilia.!, dea Innl. I'ul. 11, 20U e sn. Na Nspaiha a cuncopflm i t~~per ia l do podel' 1rgislatilro rnaoteve-

se a princIylo mais ilrme que al6mPi1'ir8us, atravbs da monarqula de Toledo. A LPT Ywg"tkorl~ni, nwis Inilrienciada gulo rtireitu roman0 do flue a8 outras lets bhrbnm, n$o rraduz a CanceppHo mmiievd do direito 'posItivo e da lei. 0 direito ~hosltlvo n8o 6 conslderado, em prir~cipio, como auterior ao Estado e dPle indspandente, e a iei e conslderada, n h w m o n e x p r e ~ s a o do olllreito preexlsmnte, mas sim ?orno a manifestapo !in uontade do l~glslador.

Totlavia, al$uma coisa ae encontra Inns textos rtllativns 4 lei que de carto modu a aproxlma do costume e fuvorece a sua wtabllidade: a lei, entre outros ~~eqi~ia i tos , deve ser ronforme ao costumes - leg w i t . . . socun!li~m consl~otudinem cirrifati8 ILw. I'ia. I, 2, 4), dou- trlna eat& conttda nos e~~aiuamentoa de 3anto bidoro { R w o l . v, e. 21 ).

Nos Ehtrulos da Recorlqulsta o conceit0 de ciireito como creaqto do laglalador obnubiloo-se, viato aa principaid font= s a w n , al&m do Forum fudicu~n, daa suas glosae c do direito canbnico, os wstumea u forais, a jurisprudO~roia da cdlhia rcgla, aH facantias B os r@8pmau tmrderrtune. 2 ~ s yostnras locais, part sI, voltar a aasumir nova rigor qanlrllo, sat) o i~tfluxo romaniata, se c o m g a u a desenvolver q legisla- qHo yerd.

llrlcaidmur npenns a subordiua~Eo [lo iegislnltor no direito que

Fa pas faite 9. Obscuramente elaborada por mil actiyidades aob~imas, perdurou, soh a forma de costume. ayoiada no consenso universal. e impbs-se por muito tempo aos pr6prios reis, caja aqgo 1egisl:ttiva s6 excepoionalmente panetrava ria osferit civil, cotno ern Roma a aoqgo Zegislativa dos cornicios e do Senado.

Por toda s parte a concepqao d o direito que os a-leinses e l l a m a m c prmhnica 1, e que

podelnos chxlnar irnn11PI1iP i y1~6prla aocledsde. HB yorEm urn ootro lspedo da eslabll~datlu da lei que tamwm cumvre nlIo osquecer: s o

qnr derira duma la1 nu qua1 diu ido de podera , da dl~trihulyfio das funcaw jarliclris pela agsumbIeia nacionel o pel0 rot.

A origern s u a la i ice desta dlattibulflo, j l nas 81t.98 man1fBP.d.- @es coneretas, j i t t * ~ cunoeyqdes doutrine~u para [Iur forneceu n~aterja, BCO assnuto6 do tuam alto intsrCsae, mas ciija exposiflo ~ ~ o l r i r i a 110s nfnahris lnu~to do campo d a t a 6 ol)n%rvapfien.

. B a s h near yue por turln a pactu exisba riivulgarlu em malor on menor p a n o seihtinlento - rlue 6 polrenturn o caractorlstico mala rmmdb do 1)enaamento polltlco medieval - de qne o poder eirll Ismakt em baa& contratuaia, resrilfa duma rr.ene$ (re1eve.m-nos a exprmao nrcaica l I entro a nnCEo e o orel. n ds qua o pr6pl. l~ exer- cfcb d b s e podsr Irarle reclanlar em csrtos cama o d r d o d m duns ea- lidndes.

Nos paiaes catititientms o rol 1150 perdeu nun- o poder legtmla- Dim. rme apesar dbso rnanCeve-se lnaia ow mellos viva 4 c o n r i w de que *IS nas a .e smbl~s naciolials podianl $er alkrados on dlrellos tradicinrtais dns clnsso* oo as regr- q u c a pr6lwla na@o honveaee Iorrnnlaao, e nao Iaktnram deknroces da sotreratlia popular papa qaem 0 re1 era unl tnuro executor den leis uotadas yeia naq8o.

Foi sdbretudo na Inglaterr. quc se des~nrolreu adlstin@o mrtre a lei prbprlamerlta dim (uhlsrle) inaerm no &tu& tld, s a rimplea Qrdenup him pelo rei corn audiSncia do mu conselho privado a Promulltada sem as solenldades das leis. A ordennnea ara nm m*m -lamento provlebrio, embora geml. A plctlr do &cud0 xlu a d d tiu.as que urn eatrtnto nilo podla ser abropado nem modifimdo senna POT outro eslntum.

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114 ESTUDOS DE H18T081A DO DIPEIW

u Ineu v6r 6 antes o produto natural dtls con- diqdes da idade mbdia, sofreu uma importante transformapiio quando, corn o renasoimento do pensamento antigo, o Estado voltou a ser mnsidarado eomo uma entidade areadora de direito e a Ble superior, e 6 j6 Bsne novo ponto d e vista que se aota nos escritores mediestlis que a parti]. do s6e. XIII comeqararn a formu- lar conceitos te6ricos ackroa das relapfies entre o Estado e o direito.

Estes escritores Bzeraln assentar as suas doutrinas sabre os postuladou-aceites du- rante toda a Idade Media e ainda depois

da distinqfio entre o direito natural e u d i r e i t o positive, da stipe~*it~ridade do yri- meiro ern relapSo ao soberano e da euperio- ridade d o soberano em relagto ao segando. Daqui deri-rrou naturalrnente que a crsnpa na estabilidade da lei positiva se foi desva- necendo.

Resta averiguar se Bste navo conceito de lei, rnanifestag50 da vontade do imperant~. fez desaparecer por conlpleto u idea de quo it lei deve ser qualquer coisa de esthvel. Nlo me parece dificil mostrar que tal niio sucedeu. Pelo contr6ri0, se diligenciarmos cofnpene- trar-nos do pensamento dornirla~lte nav anti- gas rnonarquias, reconhecerernos poder -dizer- -se da- lei o q r l ~ n nosso legislador die do casamento: vque se presume parpbtuor, o

ue n&o impede que-possa ser dissolvido por vbrcio. E certo ylie o soherarto se n8o linlitava a

k5deolarar ou - fixar * o direito, ou melhur, 5 ,perto que o direito era direito poryue u legis- bdor o fornlulava e 1180 antes disan, mas 6 oerto tambgm que o legislador devia respoitaa- o direito e as leis existerltes emquarlto 11go

bouvesse ~notivo justo e forte pzra as lrevogar, e ieto- note-se hem -n&o apenas pur a lei ter uma dura~ao iadefinida, nles porque eIa tinlla colno que urna virtudc intrinseca clue a gerantie contra umtl rbevcrgat;lo injusta. Man- tinha-se assim de certo modo a idea de que a hi, embora expressgo da vontade do legisla- dm, tmduzia exiggncias evtgveis da sociedade e se inspirava ern principios rtlcionais essen- ournente imutAveis.

b t a idea nem sernpre aparece clara, mas &st@ quasi sanlpre implicita, e n8o raro 4 formnhda em terrnos inequivocos.

As pr6prias expresstjfts 4 siabdlimmt~m >,

~&~b&iwn$elal a , r estabelecimento P, usadas p&a designar e s lei*. evtiio indieando o seu W&oter perm8nente.

De resto, a idha aparoce repetida a eadtt passo depois da difusgu dos conceitvs rorna- bistas F: das doutrinas favorAveis RO ahsolu- #6m0, o que n8o admira, porque mcsruo na %ma imperial, e nfio obstailte ter triunfado o

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conceito formal de lei, ela se nao desvaneoeu inteiramer~te, colno se ve POP uma passagern de Ulpiano ein que se deelara que o legisla- dor u3o deve alterar o slatu quo senho quando nisso haja evidel~te utilidade : K de r e b u ~ novis constituendis widens esse utilitas debet, ut recedatr~r ab eo iure, qupd diu neqliurn visum est B (D. 1, 4, 2 ) (1).

A Glosa e 1351-tolo, emborsl niio refiram expllcitarnente a perpetuidade eutre os carac- teres da lei, apresentam selnpre a lei como regra de sua natureza permanente t: estivel, e o mesmo modo de ver, conqnantu sempre express0 PO' UMH forma inlyreaisa, . s ~ ! encon- tra em 5. Tonlit$ ( * ) .

Ern Franya HAAUMANOIK ( : I ) . ;rpeuar .de de- fenaor do poder real, apresenta o direito como fundado principalnlente 110 antigo costume: para Ble o direito de fezt?ta nuvos ktablksmedals it bastante restrito e s6 pode ser exercido pelo rei q u ~ n d o assin1 o exija o i n t e r h e gem1 e co~n arldidncia d o conselho.

A s Siete Partiha, tratando da revogaqilo das leis, insistem na gravidad8 desst: acto, moatrando de quanta prud8ncia deve usar o

( 1 ) Cf. D. De rsg. jww, 185. ( 2 ) SUARBZ, De iegrbru, 1, la. la ) cap. S I X .

dor antes de alterar o -direit0 estabe-

'tos autores ensinavairl n8o s6 que a uidade era da natnreza de lei, mas que

sua essencia, nao devendo chamat-se sen80 por nnalogia urn preceito tempo- o. Para o recto govdr~lo da repbblica neoessiirios os preceitos estaveiu, e par

- ' a verdadeira lei, uma vez promulgad,a, vigorar at6 que nova lei a venha revo-

.:no todo on em parts, ou dispensar a sua qiio nalgum caso particular, o que s6

@re ter lugar quando para tal haja jmtm n. p. $la exemplos niIo faltam' em bpocas relati- L >

@gate modhrnas. Recordernos. 8 D farnoso Chanceler de I'Hbpital, no dis-

que pronunciou em 1561 em Saint Ger- 8p Laye, distinguia as leis estjveis das

ntee; dizendo que oferlder as pri- justa causa era transgrediv as

Deus. Sempre a idea de jusla ,. que (cumpre aeentnd-lo) tanto legiti- a revogaqao prbpriameute dita colno a

dispensa, ou a connessgo do priviIBgio k g m . QtraIquer dastes actos era, corn

, por igiial serio e melindroso, ambora

6 ,leis prbpriamente' ditas, clue o Chance- e~l 'pf i~ikl distinguia dos simples dectretos

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e indiferentes .. isto 6, de mera policia, sPto aproxin~xdrrs :I thad:x passo, tal B o seu prosti- gio o virtnde i n t i m ~ , daa chamadas leis fun- damentais.

B o s s r ; ~ ~ s11stc11ta na sna Polildco ( I ) que o impera~tte n8o 56 deve obedecer hs ,leis fun- damentais .. ma:: que deve nlesrno usar de toda a ~aatwia e prudgncia na alteraqao das ordinfirias, snbretrido se s8o antigas. Em geral, dia @le. as leis nTio s8o leis se nelas n&o hB alguma coisa de inviol8vel. ,4 eon- servaqgn das leis e das nntigas rndxirmas d6 Armeza 5 sociedade e torna os 14stfidoa imor- tais.

Esta doutrina era correntemsn te seguidit G mais ou menos precisa~nelite enunciada por todos os tratadistas da escola do direito natu- ral, sobretndo yllando prntendiarn nialhcat* limi- taq6es G autoridnde rCgia. di~tingnindo-a da tiriinica ( ¶ ) . 0s lnesmve esrritores insistiern eIn que na revogtlqflo das leis o principe devia obedeeer 5s forma1id;tdes prescritas para a promulgap80 dss leis novas, mesmo qrle essas forma1idades ho~iuessem sido determinad~s por Cle prdprio.

I t . I, pnrte 4. prulbor. 8

( 2 ) TidP por exemplo as I)ass;l,oelia ria! V I C T K I A H ~ ~ J H IInRlil. j f l r .

nut. r. 2 cap. 20 3 221, ,.it. zlns .Mu.r. dr dr. publ~c. IV, p. 328. cf. BOEHIBK, I f r s r c . rid P{~ntl. 1.1, y . 219

0 autor das Maxiwj?es du &oil public fvall- fik ( I ) , obra eserita n o reioadod e Luis xv para combater o arbitrio rhgio e defender a atitude dos P~rletrtents, esvreve as seguiritos pdavras betn signifieativaf- ( ' ) : * Ides publi- olstes enseigt~ent yue, q u o i q ~ ~ e les lois bemaines soient lnuables par leut nature, Ie prince ne doit cependnnt les publiquer ou les $&roger que par des vues sages et pour f'int6r6t public, sans quoi, loin de se eo11d11ir.e en legisla ter~r wge. il pGcbheroit curl t r e Ies ksgles essentielles de l'admit-lis tratior1 politi- Qub. Ce n'est pas qu' i l~ ne turnbent d'aceord

les lois e rnyrur~te l~ t toute leur force de torit6, rnais cette autorite elle-inhe ne end-ello pas en grzlnde p ~ r t i e de la raison %st la primibre foroe des lois? On ne pr8- e pas que des regIos sukies de]>uis long- s' par dee homnes doabs d'intelligence,

ent pas raisonnables : si clles s'bcartoient quit6, les hommes ne s'y seroient pas

&is: encore mvir~s les eussent-ils nbservbes un afache~nent yersbvirrant. Or, la %a- n frdquente d e ~ lois an~ionce qn'elles

ent d6pourvues de ralson. 1.a varation en discrbdit 10s lois p ~ ~ c b d e n t e s ,

I f J 0 padre CLAUDIO MEV. ( 2 ) Ob. rit. N, 1). $27, cf. ZUb

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velles qui seront sujettes 9. la m6me instabi- lit8 : d'ailleurs, tout ce qui est atw'ermi par le temps a quelque chose de vbnGrable, et il est difAcilo que les nouvea1lt6s produisent 18 meme sentiment. . . u

A seguir estabnlece a diferenqa entre as leis 4 indiffirrentes, ou qui sont sujettes aux temps et avx irvbnements, telles que les lois de police, .. a , as quais podem ser rnudadas sem quo o pliblico experimente inconveniente de rnaiar, e aquelas c dont lYotilit6 et la sagesse trffectent, pour ainsi dire, leur substance, yui tendent par leur nature fi l'avantage de la soei8t6, au rnairitien du repos public, 5 la con- servatio~l des mreurs, dont lee motifs indepen- dants des tomps, des vicissiiudes, des rdvolu- tions, les rendent autant irr6vocables qu'ils le sont eux-mbmes~. Estas 6ltimas teen) uma * stabilitb in:rins6que, qui empeche le 16gis- lateur de les abroger 2, visto que o legivlador niio pode seniio o que 6 justo e a sua funpdo eski subordinada ao interesse da repbbliea,

este respeito pelas leis ordindrias. quando elas sSio verdadeiras leis e n5o simples mcdi- das transit6rias de policia, leva qnisi a con- fandi-las corn as charnadas <leis filndamentais>), serido poim vezes difieil. quando os escritores desta escola falam em lois e !la subordi1111~Ro do rei &s leis, distii~gui~m se visanl ou nRo ape- nns irs leis funda~nentais.

V6-se pois qlre a idea da. estabilidade da i, ou pelo menos de certas leis consideradas omo mais importantes porque destinadas a

hgular relaqdes basilares da constitu'lqilo h i a l , niio desaparecen completamente. 0 $8 'por6m se observa corn a marcha da @ivilizaq&o E! a definip&o cada vez mais pre- @a de e circulos conc6ntrioos 3 { I ) , cada urn &e quais abrange normas cada vez mais esth- laeis: direito natural, leis fundamentais, leis otdinkrias, simples decretos (ordonnances, Yerordnungen ).

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As teorils pollticas medievais no "Tntrdo da Virtuosa Bemfeitoria,, '

As ideas do I~~I.nnte L). Pedro, filho de D. Joao J, ac6rczl dos problemas fundsmen- tais da sciencia politics-t8o repletas de inte- resse. jB como express80 [la nossa cnlttlra medieval. j% como elemento para a interpreta- q8o da personalidnde do Kegente-sLo -am- plarnante esclarecidas pela anBIise do seu Trauct/tdo da Uirtuosa Ben f ig t,uria, o bra da qual, j6 havia rnuiti:, se tinha conllecirnentn, mas yue (como 6 sabido) si i em 1910 vit l a luz da publicidade, f ~ z e n d o parte da valiosn Coleopbo de Mupauscritos I ~ t d d i l o s t l i i Biblio- toea Pliblica Municipal do Pt3rtu. E sSbre el'a que assenta Bste despretencioso ensaio.

1 1 I Artrgu p~~hl icat lo na &sixtra do HixlGr In, arb0 vrlr, n." 'B.

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Elahorado nau escassas horas que nos ficarn livres das absorventes tarefas nniver- sitgrias, contdm Gstc trabalho nutnerosos se- ndes, e resente-se de muitas deficiencias, qlle sem hesitar somos os pri~neiros a reconhecer, mas que, infelizmente, nos niIo 6 possivel por agora atenuar. Atrevemo-nos em todo o caso a confl8-10 CI publicidade, na osperanqa de que, B Ialta doutro m6rit0, tenha o de solicitar a atenqgo para Bsss manancial inexgot8vel' que 6 a Virkosa Bmfeitoria 0, ao mesmo tempo, para urna ordem de estudos entre n6s tiio descurada: ri hist6ria das nossas doutrinas pollticas.

Julgamos eonveniente lernbrar que o 6nico que diligenciou (ernbora corn urn intuito e por urn procqsso muito &versos dos nossos) fazer uma exposi~fio das doutrinas politicas do Infante -- Oliveira Martins, em 0s Filhos de D. Judo I - nfio -cotlhecia da Vzrtuosa Remfei- t o l M ~ n a i s clue 21 dediciit6ria, pablicada por Inoe&t~cio. A sua qu$si ~xclusiva fonte de informriqfio Ioi a celebre cart3 eserita de Rt-u- ges ;-ro rei I). D11arte. dii rlrral t amkB~n or vezes nos utilizal+errros.

0 Tvauchdo dn Uivttwsa Benfeyt~riu, come- qado x escrevar ern 1430 e oferecido ao uiffm- te , r). Duarte - portanto antes de 14 de rtgosto de 1433 -, foi composto por D. Pedro e itcnhado yelo sel l confessor, u liceociado

Fr. JORO Verba, o qnal, em face do livro do futuro Regente e d o tratado de SBnec?a De Bsrae@iis (em que aquele se fundara), o cor- rigiu e acrescentolz (1 ) .

Tendia principalmenee esta obra -para cnjo aca barnento contribuiram em grande nledida as exortaqfies de D. Dr~arte - a rninistrar lei- hira proveitosa para principes e g~andes senhores (e ) , e por isso se integra, de certo modo, naquela abundant0 literatura politica peninsular que, TL irnitaqdo dos tratacios de regimitze principecm que 18 fora eram freqilen- tes, tinha por principal object0 orientar a

' educaqgo dos reis --a r8gia instru~Bo 3 -.e enumerar as was funqBes e devtrres.

Efectivamente, desde os princlpios do st?- ouio xnx, em que se inicia uma curiosa s6rie de atecismos politico-morais, desenvolveu-se na Peninsula uma profusa literatura dbte gdnero ( 3 ), na qua1 Portugal se aeha represun- hdo pel0 SpemEum Regum de Alvaro Pais

(1) Vid. Dedimt&tu, e 1, t'. i)cSlgnarcmos pot esta furma ibmiada or llvros e cayituloa da Ftrlv~orrs HBwfeitorm.

(91 Tndere~se claramente &ate irrtuito do colltefido d9 todo o $ym, 9 @le faa exywwa alnsHo a Macaf6i3a, bem como h exorta

de D Dnatte. 18) Vld. sbbre &tee livros, nos nlaas anblgM rlos quais - LI-

h ds km dwc mbma, FLmw d~ Phdo ~ph#u, otc. - ctaramenta ae a ~at3nhch mn~ulmnlla e orietttrl, J o ~ p u ~ a Coera, hsfarchoa e, g3g. 96, Hwo~os*, De lu rnpttencra pwe luvtaron en d de.

.**o H b h de au &~dncf . . lox f i lm foa B tw#ogon espiriolsn, PI@. 59, &.*mb~s; ~ A Y O , Ln emu Esprrt:rrlrr, v o ~ . !I, p ~ . 253.

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186 ESTUDOS DE HtSTORIA DO DlRElTO

(t 1353) e pela Vir-teaosa Bemfeitoria do In- fante D. Pedro -,literatmi unde setn rlilvidp sob re lev^ o aspecto moral e ondc pr+ineipal- mente se acumillmn eonsell~os aos goreman- tes, Inas orde 1150 dsix:im de aparecer, m a i ~ oix ruenos viocados, os co~lceitos fundamen tttis do direitu politico da Bpoca.

Tarnhem no que r~speita hs fontes inspira- doras dn sua obra e ao caricter geral desta, o alltor se nos revela como nma flgura tipica do seu tempo, como urn espircime fielrnente representatirv da cultura da sua bpoca.

E; corn efeito, manifesta na Virh~assa Bem- feito76n a influ6ncia elhssica, rnss dominada - pela influ2ncia crist.il. Aristbteles-o uiil6sofor por excel&ocia -, Cicero (cujo De Of&ciia foi, como se sabe, traduzido pelo rnesrna D. Pe- dm), SBneea - que, colno o pr6prio Infante dec1arzl ('1, foi constantemelite consuItado e aproveitado, e que, em sua opinigo, c tsm o prin~ipado cntrc 0s 816sofos inor*ais n - silo citaclos a cads passo. Mas a Alosofia da anti- giiidade 6 sempre invocada para reforpar, nunca para contrnriar os ensinamentos da Igreja, e at6 freqiiento~nente 05 escritores ol6ssicos surgem, atrsvAs do psnsan~ento ma- dieval, corn uma coloraqilo curiosa e i ~ e ~ p e - rada. A s cita~aes da Eacritura sZlo co~stantes.

0 s Padres c boutores d a Igrejd $do t u ~ n b h frequen tsrnentt! alegadus, aalietltaad o-st. as ci- tag6es de 6. Agostinho e S. TumBs.

[:orno melhores guias para os prineip& quo queiram saber c cj ueiarldas benfley turias outor- gadas deuem seer a quallqnel. estado*, indica o Illfante (11. 26) os lii-ros De Ilegfmine Prin- cipolm de S. Tomiis e de Egidio Romano, e o Covnm%c~tiloquiunz de Johanues Gallensis.

A primeira destas obras, oujo titulo aorn- pleto 8 xDe reyimime grkcipacvra ad regeta C'pri r (l}, designa-a o Infat~te por %liuro da

. enssgnanpa dos principes r e a t r i b - a ao urneestre frey thurnaz de aquinoa. Na reali-• dade, o livro nBu i! todo da pena do Uoutor AngBlico. J.i de hfi muito se levantaram diiri- das sbbre a sua autenticidade, e a opinlo mais aceita lloje ern dia B n de que s6 perten- cem a 6. Tornis o l ivro I e parte do 11, devendo o resto atrib~rir-se a Ytolorneu de Lucca ('), got! o colnpbs apBs 1298 ( 3 ) .

A segur~da ohra metieionada pelo Infan-

(1) Opacacvha N ~ W ~ L !kW/qjcu e i mwulio, Paris, 1656, opusc. 39. P. 76d cwg- ; 0pr.u m,s,aniu, Antuerl,ia, 1612, vol xvrr. apusc. .79, i. 160 v.n

1 2 ! R o a a ~ , De geslia el scriptis mc duclrl~u Sti To,ucce Aqarrwvlix, * . W i ~ s e i i i x e opo~oge~icaa tit. e colner~tado por MALAGOLA,

h i e Wdicks a' i Sm Tnmapaho d'lpuiwu, Boloeha, iYlT Gf, GJERKE. Pd&ul f h r i rs of UM .Uiddle Age tramal. by NA~LAND, Cambridge, 1118, PQ. LXVI, 11." a!+.

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te ( 1 ) 6 o c6lebt.e livro do mesma titulo - De regitnine pri~cipuw Eibri III, composto ap63 1280 por nnl discipulo de S. TomBs, Aegidius Romanus rjll Aegidins Colonna. D. Pedro chama B oI)rd B. 1111r0 do rreginlento dos prin- cipes 5 e ao antor r frei gil de Homa a*, nome poiw qc~e etitre 116s eib:t COI-I-eute~nente designs- do o fnn~oso escritor.

0 Be % g i n ~ B e I'riwcip~rn de Egidio RO- manu fui, coin0 a de S . 'Pot116s, colnposto para educaqilo d'um prinoipe'e teve, I ~ H I S ainda do que ail~iele. Iirrgfl e dnrddoira di~~olgapfio, selldo logo n o sbculc sIrr tradnzido par? fmn- b c ~ s (3 e depois disso verticlo pai7a v6rias ljnguas. 0 prilprio Infante D. Pedro o tirou do l a t irn ell) linguagem ($). Encoatr.atiios exetnplares desta obra nws livrnrias dos mo- narcas portugueses do sbculo xv (4), e sabe- nlos que jh em f reqiientenlente lida na cgmara de D. Jofio I, o qua1 tambdm, fiegundo Azn- rara ( j ) , a citou aos seus csrvaleiros, quando dx tornadti de Peata. Nta nossos escl*itores

jl ) Ed. per Simon. Belivaquarn, Venet. 1498.

( 2 ) Vid. Li livrea du p%rarrwl~%onl das rois, ed. by DR. MOLE-

xaen, Nova York, hhcmilla~l. 1899. ( 8 ) Rur DE Pma, Lkhica de El-rei D. Afmm I', cap. 125.

(4) S o u n A . Prortta da Hul. O m ~ l . , I , p. 544; AZUUAEA, Ck6- du cwquiala ha hind, cay. 66 j SousA Y r m ~ a o , A liuraria raol.

mjmialr~lmls no i h p o de D. Manuel, i n Arqiriro HiR14r1m Pw1w~ldA8, 11, ~kg. *la.

(61 W i m do L:odr D. Rdro, cap. 8.'

de quatrocentos aparece o trahdu de c f r e i Gil a freqiientemente citxdo; D. Duarte refe- re-se-lhs de rilntiril~o no Led Conselhea'ro e grand8 parte do pr6logo de Ferngo Lopes fi W~izdea do ~ e i D. Pedro 6 qu6si textualmente tmduaida duma passagem tie Egidio ( l i v . I, cap. xrx) ( I ) .

Quanto B terceira O ~ I ' H - + o liuro do cvmui fallamer~to das o o ~ ~ s u s que a todollos stados perteecsni que foy urdenado per frey IohBo de galez - 6 rnanifestamente o C'ommzlmilo- quium de doannea Gnlensis (Gvallensis, Va- lensis, Valleis I . escritor irigles, da ordem dos f r a n c i s c a n o s , clue vivea eta ~r~eados do s8c. x~rr (? :.

h tempo de penetrarrnos na ;inhljst: da doutrina.

Co~no observaqgo pr6via curnpre acentuar que o Infante se nil0 propds escrever urrl tra- tado de sciencia politics, mas sim urn tratado das bemfeitorias, ernk~ora, corrio jl dissemos, tivesse em espocial atengsa a eduoayAo dos principes. Ngo - temos pois de estranhar que

- ( 1 I Observa~ao j h feita por oar^ T,oeo in (I iki (Araala (ins m1. e Arqtriilox, II< p. 31 j .

! 2 ) Vid. J. ALBERTI FARRIC'II LIPSIRKSIS, Baht. Ira!. atedm et kfimoe ne!utis, vole 111, 11764), PSR. 109; HAIN, 11. pRg. 48% ;GRSDER, zaiei~. r,It:ercitu>- r.nn dw .ltliile 8 1 - 5 krhrj,. (Grondriss rier Riim. Phj1., 11. i34i . I.' ~ h t . ) 21;.

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190 ESTGDOS DE HISTORIA DO D I R E I ~

ou diver so^ problemas fundamentais da scign- cia politiea do tempo ~ e j a m vrxsados porn desigual desen uolvimen to, e sernpre snbordi- nadns 2 idea e ao ylano gerais da obra.

0 poder p6blico reveste no Traiado de D Pedro variadas designacci~s. tais como podel-io, governawpa. regimento. A expressgo mais osadn, e yne d a mais harmOnica corn as concepc;hee politicas da epoca, 6 a de 4smho- n'o P, qlle o Inf~nte define como propriedade excellentp qur poem rna?.oria ern o que o tern em respeito de a l g ~ ~ a soicyyo!n que outrem sporta x. Assirn definido, o sen horio pareoe abranger o prtpdi:, dominio d b r e o sorvo, mas jB vxmos ver qlle o Infante os distinguia nitidamente. Cduando D, Pedro faIa de se- nhorio Y, ~q governanpa a uu Q mayoria n, entende o poder puIfticcr, o quai, de resto, nBo 6 exclu- sivo apanjgio do rei. pois todos OY / senhn- res P exercem nos seus dominios e sdbre os seus vassalus u111 ~ ~ u d e r sernelhante, ern bora subordinado ao senl~or io do yrincipe.

Tal poder dor~de provern ? Qua1 n origem do ( s~rihorio > 7

Non esb pofesias nisi a Deo a , tal f6ra o ensinamento de S. PauIo na sua Epistola aos Komanos (XIII, 11; e niio temos que estra- nhar q u ~ L, Pedro perfilhe sen] ~acilai* esta dontrina assencial. k C ~ P P ) ~ I I S ~ y e tc~rlo o poder pravem. P portanto ttlmhi.m 4, senhurio

temporal que os principes exercem. A certa altura do eeu tratado transcreva mesrno, tradu- zipdo-a, a passagern falliosa : 6 T-0th alma seia sobiecta aos principes niais excellen tes que raowa seaa poderyo que paom procedu de deos. . .v

Tal, corn efeito. a vordado frrndsmantal, em torno da qua4 se r ~ f i n i a a unanimidede das opini6os; yuando se tratava. porQm, de interprets-la. de desenvolv?-la, c*omecavam as inflnd6veis discussoes.. .

Vagu e oscilanto como era ao tempo o alcance atribuldo As palarrar tin Aydstolo, nao seria rrlzohvel exigir do rlosso alltor uma concepqgo nitida e precisa. tanto mais quanto 6 oerto { e cumpre nfiu o esquecer) que estes temerosos problemas Ioram por Ble ver- sados ex professo, porn o propbsito d e se arregimentar neste o u nayuele carnpo. neste ou naquele partido Vejamos, ern todo o caso, at6 que ponto poderemos fixar os contornos da sun doutrioa.

H6 na obra prim:i de S ~ n t o Agostinho uma passagem ( D e Ciu. Dpi, XIX, 15 ) que dnrantc toda a Idade Mrjdia foi rn~rito rneditada e co- men fada, tendv exercido, directa on mediata- meate, influ8ncia em lr~liitos espiritos. h equeIa em que o autor. recorda que os nussos yri- meiros avds apenas governavam os ~ n i m a i s irracionais, e explica que Dells nau qnis que 0 hornern PCsse dorninado pelo I~on~enl: K Flo-

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tiontclem faclwv~ ad imwiaem suam noitsit wi8i irrationolibus dol~aiszara: no* horninem hhi, sed pecarz' r . EsB rnesma idea apareee ainda noutra obra -do lnesmo Youtor (De Do&. Christ.), onde hh urn pmso (I, 23) yue 6 uma diatribe contra os homens qne teem o desejo e a pretensao de dominar 0s. aeus semelhantes : G tal dasajo, exdama Ble, Q nma intoleravel soberba - inlolernbilis a?&imi superbia n.

Pareee que desde cedo foi interpretada- e, a dosso v8r, corn raz8o (')-a palavra <do- minari > empregada por Santo Agostinho como abrangendo, n%o s6 o dominio do sonhor sdbrc o servo, mas tamb6m o poder politico sdbre os hnmens livres. Assim, S. Greg6no Magno, que parece ter-se inspisado directamente em Santo Agostinha, repete jExp . Mor. in Job, XXI, 15; cf. XXIV, 2 5 ) que a natureza nSio atri- buiu poder ao ho~nem sabre 0s outros ho- mens - . Hotno gzciplpe aw,$walibus irrationuli- bus, r&on uulem celet-is homn.ir~db~ natzcru prae- htua esf a, -scndo em todo o caso de notar qua, por outre texto do mertno autor ( E p - V, 59) , se reconhece que a passageol acima

( 1 ) <ANN A B O ~ T I ~ B U , na ciiada 1)asuagem do tratado DP. an- mi, acrescelltn: ln& p y ; , n i juxli ~ , Z X ~ N P X pecovrmm niuur? p s r n ~ rage* ilurninujl1 F * I ~ x t i t l < t i ~ ~ , n t . . . .. .ipesar distal SUAREZ ( De O p 7 u

# J , P . ~ ~ , optan pela ir~tar$u.eta~;tio rest~<tiva. A r l~~es t f lo 6 cerhalnellb

disculida nor A ~ ~ g ~ t s l r ~ ~ t ~ ~ ~ h c Slrtdren (10 HEI;TER, rltte i t l f~ l i 'me~~te p u d e ~ n o ~ #:or~sultar.

indioada y e refere apenas ao poder coereivo, .s nao ao meramente direetivo: 6ste existe necessbriamente vnde existo nma sociedade, e at6 entre os snjos o varnos enconntrar sob a forma dunla verdadeira hierilrqrlia ( gradus diversi et o~d ines distirtcti~.

Esta opinizio, enibovn parep h prirnsir~ v&ta inconciliivel corn a afirma~&o capital de que todo o poder ernana de Deos, niio impli- mva por forma alguma, da parte dos sens defensores, a rejeiqgo ddecta verdfide proela- mada pelo ap6stolo 8. Paulo. Nenhuma dilvida podia oxistir de que o poder politico rinha cle DBUS. Aqaeles que se obstinavam em ensinar qne Deus 1160 quisera tal esphcie de poder

, conciliaram as duas ideas explicando - como :jI, dois s6oulos antes, S. Ireneu (Adv. Rae?.., . V, 24)-que o podel* coarcire ngo podia exis- :tip no estado de inoc&ncia, n ~ s s que ern todo 'a caso era ulna creaqfio divina, no sentido de b N U B Deus o fosnecera aos hornens romo rern6-

& ilndispe~~slvel para o pecado -u l &tn i ? . c insin~atet Dew . . . quid exigat meriturn

foru*t~ ( S. Agostinl~o, De (LJ. Dei, XIX, I. 9. Agustinho, Quur. Prop. ue Ep. ad

., 72; S. Gregdrio Magnc), Exp. Mov. iw XX, 15; S. Anrbrosio, Ep. XXXT'II, 8;

sidoro de Sevilhs, Senfmt., 111, Ji). kste 'mod0 de ver - u y ual tul vrr possalnas so tron- a na tradipfio estoii:a relativa ao estado de

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natureza ( - desempenha urn papel irnpor- tante na eunlug8o dtt doutrina politicx medie- val, cunstituindo ulna er~rrente de pensamento ass6s clivulgada, e chegando mesmo a atingir nalguns escritot-es. dos quais o primeiro foi o papa Greybrio VII (Regisiwtn, VIII, 21. Cf. IV, 2). formas extremas e arrojaqas ($).

Em todo o caso, a grand0 maioria dos es- critores ngo aludia a origem pecamiriosa do poder, limitando-se a r-epetir a sentenqa do ,\ p6stc)lo : won esf potestas ladsa n Deo ( 3 ) .

Ydbre 6ste primeiro corpo de doutrina, produto da sisterrlatizac;tio levada a who pelos (*omentadores dos Santos Padres (q), veio, como B sabido, exercer.sa, a pxrtir da segunda metade do s6eulo xrr? a ioflugncia poderosa da filosofia de Aristbteles, cnjas crhras #om- @etas comeqarxrn entlq a introduzir-se no Ocidente, prinleiro por intermhdio dos mugul- manos da Espanha, depois por obrn dos Cru- zados. por tal fornla qne, no meatlo do s6- culo XII, Y the greatest uork ivhicl~ the human

(I) $ il upiniiv arnitiriii yor CARl.YLl3, oh. cr! I, I,&. 127 - Vid. S~NECA, Rp. rrr, 2.

( 2 ) Vide as cita~6es em CAWYL~, nr, p. 94-99 e GIERUR, not. 16. CI, notas 101 e 187.

( 3 ) VidP a8 cita~aes em CARLYLE. 111, p. 100.104 e ern GSERKE, nvta 16.

4 4 1 Para esta primoira camacla {anterior h i l~flu@~icia (la 510- so!% aristotFlIcab o yufa maia cvmplcto r seruro 6 hoje a o l ra 110 CARLYLE. pol. nCIs condhnternellte cihda.

m a n had yet produced was befo1-e the phi- losophers of the time * (I). . A tarefa nos escoZ5sticos era d'ol-a avante

combinar e f~rndir os dois grandes sistemas, e desta miss8o,*cuja realizaqgo marca a 6ltima e mais perfeita formx da escola, 4 S. Tomis de Aquino a figura mais representativa. A sua obra, e sobretudo a sua doutrina politica, 6, oom efeito, K the reconciliation of St. Augustine and Aristotle. (9.

Profundamente influenciado pelo Fil6sof0, o autor da Summa, tanto nessa colo~sal enci- alophdia teo16gica como nontras abras, e designada~nente no De Regimine Prm~cipl3ecna, insiste particnlarmellte sdhre o carscter nut* ml da sociedade politica. 0 homem 6 t atai- m d 80ciaZe et politicurn*.. A sociedade requere neoesshriamente s aliquod regilivulh 9 ( D e Reg. *c., I, 1 ) . E ncste sentido que o grande hestre da Escola por sna rez proclama rlao

h v e r poder que n8o derive de Ueus. '7.. .. :, Abordando o melindroso assunto da exis- ! t b ~ i a ou n8o existencia do poder (domiw.ium) YW'estado de inocgncia, S. Tomcis faz a distin- %. enhg o dominiun~ se~v i le , i-t B o Q. a servi-

seguramente em ta1 &ado n8o podia Fk,

( 1) DWUINQ, Pvliltcal Ihtolura- Ancrvnl und Mrdraeutsl (NOVA 1 lsrs), pk. 190. (91 D ~ M I M ~ , pdg. IS!,

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exiutir, e o ,do,lzi~~a'esm politicu?n, que spews irrlporta uma direcqaio l~ecevshria ao be111 eo- muin, e que pol* isso tern de existir o l~de hou- ver. srrciedade (SUM. Theol., I, q. 96, a. 1).

Ora na part,e da sua obra em que mais doterrninadamel~te se refere ao probIema (11, 16: Em que se ,rmostra. que nos pri~cipes somos obrigkyudos, eto. j, o Infante U. Pedro comeqa jilstamante por aljrasen tar s rlistinpkn de S. Tomis ent1.e o dumirr:izcrn puiiticum e o do- miniwm servile, cittlndo para tal efeitcr a snona- gesyrna sexta questom da primej-ra parts da soma theologal-: o primeiro, como bem se den~ohstra na S.umnaa, existiriil sll tr~ os ho- nlens rnesrilo que vivessenl no estado de ino- e&ncia, o segundo n8o existiria st: ndo huu- vevvernos pecadu.

Mas D, Pedro interprets o dowainium pol& ticum de S. T o d s como urn pocler lrierarr~ente directive, em harrnonia cum a passagem de 5. Agostinho em que se diz que a 0 s Iustos nor13 COIH deseioso yoderiu de sse ~ssnhora r ; mas por officio de c.onssdha~v:n~ tccm mago- ria ~obre os ontt-us 2. Sendo assim, entre e s t ~ esphcie du dorninio e o doniinio servil, entre

aquestes dous modos que son1 extremidades x

figura e h u n selihorio yue 11e meo antre os dous sobredictos, nem tr:is ern sy tarlta liber- dade, comu o prirneyro; neln tanto soiuga- mento conlu poem 6:) segnndoa. cste B o

poder politico cnerclvo ou proprialnente dito, aquele de qlle usaln os pr inc ip~s e demais se~?l~or.es qrre teem c governnnca - on mayo- ria

rotno apreriar esta espQcie de poder? Potlaremos realmente dizer qua vam de Deus 'a Se vem. cnmo se compreende que $6 apareqa apbs o pecndn? Fundfir-se hB na naturem OII

fierfi limn tnrpr invenylin dns lromena? Neete 1)011to ~ssertcial , o Infante L). Pedro,

para quem TITn famili:~r 3 leiti~ra &I IJidcsde ds Beats. cornpra~-se em reproduzir o seu ansinamento. 0 hornem, emquanto viveu no Faralzo, viveu r Y U ~ U I ' O de toda myllgua n . sem ctlnsavo nem trjsteza. serrl te111o1~ nem cobipa. Mas, desde qut! decatliu deste estado e acobrou 4halbza., logo as paixbes y e desencadearam e .W e1as surglrl a pretensao de governar

o seu semelhante. Viu-se entlo uns aos W h s farcejarem por se spbjugar, impoudo h " ~ a vontade Bs vootades cont&-ias. Uns o .harsm' r per bo6 entender * : outroa = per bods

em armas* ou defendendo de s & ~ s 'Ltl~srsBrios o povo coin qut? se ajuntaram; AS forstn prociamnrlos chefes por aquelos s 'Tern havitim f ~ i t o proveito e, corn o decorrer IYb tempo, neies se fol lalere~~ u Oilrito de &vdlvnar e no ptriro o dp Ihes abedecer: utrt140s wd4t09 r asurcedcrunl rln s1.2 l i n hagen) u. . . h i m dempa!aerel~ do i l ~ ~ l n d o s ?rpu:~liarn .,

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ttssim se implantou e generaljznu u csenha- r i o ~ . E cwq - conclui o Infante, conden- sando it doutrinn de S. Agostinho - u selzhorio que por. aaao do pecudo colnetoa em o psrtdo k ia 10r~ad0 em ntzturezaa (11, 16. cf. In, 2).

Tenlos pais que o poder politico aparece aos olhos do Infante como urn faeto n a h r d , s h e fundndo em natureza 3 , oonqt!anto se possa clizer q l ~ e r em stado aatarall somos ; todos 1 ygliaaes B ( I T , 4). Dada a corrupqiio actual da hunianid:~Re, nada mais rna~~ifestu do qlle a necessidade do govBrno : r a pulicia do mundo perecum. Y P o stado cavallagroso do$ rrex, e dns prinoipes, e dos ontrus senbores il norn gorJernxra P (111, 4 ).

Eis conlo o autor da ?'. &. demonstra a necessidade e a legitimidade das sociedadeu politicas, dayuilo a 6 oostume charnar-se, entre os tratadistas, o puder em absbracia: vejamns sgorit qud a origen~ pnr Ble atribdda ao poder em cancreto, ou melhor, como 81e legitima a sutoridade d6ste ou dayuele prjn- ciye, d6ste 011 diiciuele senhor. 0 poder, assim considerado, pl.ovir6 airlda de DeusY e s6 de Deuu ?

Que ainda neste sentido o Infante apela para o arigen~ divina, yarece-nos evidente. Tanto na H. V. ccrniu .n;z earta escrita de Rru- ees n p r e c ~ n ~ pc)r vhri::s v~ze-s fraser iwrnt, -

estas: Y, poderio qae vos Delis deu s ( Varta); apor esto Ihe i =lhes, i. 6. aos principes! outorgo11 deos o Regiinento , (V. R. 11. 9). Por elas se v6 que --sem, aliAs, clnerer nludir a unla desigwapclo feita directamenta polJ Deus em benaficjo d e crrtas pessoas, - o lnfante interpretava as palavras de b. YautIo rwmo envolvendo uma dada ou outorga do poder (lo prinripe

Esta idea. qne por ser v;tg:~n~~nte formu- lada 1180 deixa de SHP J ~ H ~ I C ~ Z ~ , e yue P pfe- ciso n8u c o n f u ~ ~ d ~ r corn ;I teoria 'rjgida do dir~i to divino, tranaparece mais on menos CIA- ramente ern todos 0s escritos medievais ( 1 ) , maiv ainda: fsz parre do pecdlio intelectual da Plpoca, arhando-se sem dfivirla difundida na pr6prja consciGne~a popular. o que explica a inteii-a aceita~fio que ti~iharri eertae rrrin16- niae;, como a da nnqso, e certas, fbrmuIas, como

rei [lor graw de Dells P. E n t r ~ nt5s. trl61n d a s muitas passagens I-eculhidas pelo Snr. GAMA BARROS (I , p6g. 80), vemos o Regul. da Casa dn Suplica~do (h14difo8 da Acad , t. 1111, fabricado pela masms alfura da obra q u ~ e m - mos nnalizando. ch~rnar ao rei, segundo a expre~sla traditional. u vjgario de Tleus

Tal idea n?lo implic~va porem s crer~qa de

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que us reis yossuissem aormalmente o poder poi= efeitv duma expressa escolha ou designa- qao divina. Yelo contrhio, atraves da Idade Mbdia, tanto da parte dos defensores do Pa- pndo coIrlo (embora em ruenor grau) por parte dos sells antagmistas, e pol virtude de cau- sas que plloonrarernos indicar- sucintamente, fbra-se cada vez mais doeenvolvendo urna, coilceppdo humaaa d o poder politico, sendo notfive1 a predilecgao pelo pritlcipio da origem popular.

Corn efeito, se a princlpio algulls dos gran- des pensadores crishiios manifestaram uma certa tendsncia para a doutrina do direito divino, depois, corn o volver dos tempos, esta corrente cede vistvelmente o passo a outros modos de ver, mais eonsent8neos aos inter&- ses da Igreja. &ta ttsvumira as proporpdes prodigiosas qus a tornam urn exernplo finico na hiut6ria, e depressa se oonveneeu da yue a sua iudepetldGnciu e srrpreo~n~~a cram con- dicioriedas pelo co~.relatti~rb ellfray ueuirneoto do 1)uder te~npord - de que era aos reiu, c n8tl ; ~ s s 1);1pas, que convinha defender a teo- ria do dit.eito diviao da ~.ctaleza. h assi~n que nu s6culo xr l i inen~ar-de Eteims, retomando o poasarnentu da S., Joao Crisfi~tonlo-o qua1 j6 disti~gnira nltidameltte o poder em abstraeto do podcr em r:oncretc~ -, deelanla contra os quo sustenta~rr clue 0-9 reis so resvondem ne-

rante Deus - c doutrina blasfeina e eheia d,e espirito diab6lico!s -; e niio hB duvida de que a doutrina do famoso arcebispo tradnzia u ponto de vista dominant9 no seio da Igreja de Cristo.

Do outro lado. 6 certo, as paladino~ do poder civil insistiram vastas vezes no carhater divina da realeza, tirando desta idea. conclu- s6es estrernas que muito oomprometia~n as yreterlsCies da Igreja;, niio pode, todavia, di- zer-se que, duma maneira uniforme e sistem5- tica, crpusessem B tesa do poder civil d~ .maturexa humana a tese do poder civil de otBigttm sxclusivanlente divina.

E que a histdria 6 mais complexa do que s t aflgura a certos espiritos amigos da simpli- cidade, e 2s fdrqas que impeliam os adverk- rios do Papa no sentido de acentuar a don- trina di, direito divino outras fbrqas vinham contrapar-se que n8o deixavam expandir livre- rnente essa tendencia. Se no8 detentores do poder civil iuteressava escudarem-se eon1 o prestigio dtima origem sobrenatural, tarnbe~u lhes n80 era indiferente invncare~n conlo tituio da sua autoridade a vorltade dos seus stibdi- tos. Dai resultava que --sem, alibu. duma banda nem dou'tra haver unia teoria assente e definida-, emquanto os fautores do Papado vacilavain entre a origem popular e a origem divina atraves do pootifice, os sells atfver-si-

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rios casciiavam entre a o~llge~li clirectalnente divina e '3 origam popular.

Gste illtimo concei to. assirn invocado por ambos ou comt~atantes, tinha. da resto, na tra- diqao cloutt+i~~sl P no passado histc5rico (la Eu- popa. ~1rstentBctllos ass& fortes para n8o p c ~ d ~ r eer fiicilmente amquiiado; as p r b p r i ' ~ ~ ~ ~ cir~;uns- tancias da 6pooa em grande parte o favore- ciam.

As sjciedades politicas formadas em segui- da hs invastjes ger~nhnicae hariarn guardado mais ou rnerlos vivo o principio denlocr6tico da eieiqdo do principe : ualgumab, e deuigntl- darnente,n o Saaro Irnperio, esta regra manti- vera-se em toda a efeativid~de; noutras, em- bora suplalltlida na prhtica pelo sisterna $a bereditariedade (ou pelo dzt designagdo do sucessor), conservou-se corno uru principio te6rioo para o qua1 se apelava quanda se pre- tel~dia Iegitirnar. a posse da cosga, a cuja per- sisEQncia virtual se traduzia no jurdnlento recjyroro que era de us0 prestarem, no inicio de carla reinado, o monarca e a naqgo. Pelo seo lado, os graves glosadores do Coqvw Iu- r i s Civilis, deaenterrando o fragnlento ode bre em que Ulpiano se refere B lex de i~npst-io (lm regia), fizerarn reviver ulna doutrina qua- rida de ficero e dos j u r i s ~ ~ r t s ~ ~ ~ t o ~ rolnanos - a d e que a autoridade do iinperante tern a sua fonte fi i~ma eollcess8o do popslm. F'inal-

mente, as prdprias ca~~ccl)ycjes Feudais, clue 6 da uso Agurar vrn hJoet) pat.& ds cuntrapbr Bs dos Iegishs, favoreciam at6 certo ponto a idea dernocrhtica, porquanto as ~~elaqoee entre a senhor 0 o vasualo erarn relap0es contra? tuais, e esta calltratuaIid~de corrigia a tsndirn- oia do sistema Ee~tdal para a dellioa~iio pessoal e para a lealdade incoadiciunada.

Esta idea, que na Alosofia politica da Idade, MQdia teln uma tGo capital import&ncin ( I ) ,

que pode rnesrno ser considerada, corn C'AR- LYLE, the main principle of ate~liaeval poli- goal society 3, aparece pela primeirs vez sob m a forlna definida nrlln escritor d~ seculo xr, w intransigente defensor de Rildebra~~d, MH- q o l d de Lautenbach; tnas, cotno hern oboer- va CAHLYLE, a passagein c6iebre em que spa- rece nltidn a idea durn pact0 entrt! o povo e o whcipe Ad Gebehardum, 47) nSto 6 aperlas o rwsaumo das opini6es politicas do pr6prio Mane- gold, mas sin1 a ~onderlsapfio duma idea mliito givulgada - + the crystallisation of a move- ,&nt of political thougt . ( ? ) - e vamos mais hrcls encontr8-la, axgosta con1 maim ampli- #Be, slas obras mais earacteristioas da litera-

( I I Encontrau~u.la, corn efmto, corn nlaior ou maior amplitude, obH8 maia notavsla da IIteraturs yolftica dPete perlodo. VL1. as

-:& em QIBBKE, noh 198. GI DARN, KJnzge, VI, yBg. 52%. 2." mi. 2) CARLYLE, ibid.

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904 ESTUDUS DE HlsrllRlA DO DtRElTU

tura politics medieral il) -4i11ds hesrno na- q u ~ l e ~ autores yne n&o sa l ien tar~m o targeter

bilateral deste palcwm cubjeatzods, nem as suas conseqii6nciiis relativumeate ao dilmeito de deposiqgo. a idea d3 s t~ je i~bo voluntbria, do reconhecirnento popul:ir, eon~o fonte, ou ao mnos como c;ontliq&r, i~nlwosci~lrIivd de legi- timidatl~ rlo podw, nparcce cc>~~stilntemente:

.torna-se, cnmo diz GIHRKF: (2 ) , urn :~xiornn fi- losbfiuo.

f o d e de f ~ o t n o podcr dhste ou ncluele pri~~cipc term o sell ~nicio, ou a origern da sua expansScr, 11 nma cor~qnista on noutl-a forma violenta c al+bit~-iri;~, mas. para gue su~*gisse urn justo titnln H legitirnnr tal autoridade, era necesskrio, como :icent~ia &KINE ("), urn ex- presso a u tioito consentimento do p o ~ ~ .

Nfio estava. d e resto, par forirla ~ lgu tna esta verdade ern contradi@o (.om o axiorna da origem divina do poder.: alguns autores procarartrm mesmu, rnais a11 menos conscien- tsmante, ama conciliaqilo, desorevendo o povo como urn c imstrutrieratutn , da divindade /h- periam a Deu per komines), corndinspirado por Deus (populo facicnle et Deo dmpirafite),

distinguindo m t r e a oausa renlotd e a for~te kediata, etc. ( ' ).

I ' Ngo sera dernltis ret:urtlar. clue os ;rconteci- meatoa da nossa Piatbria e a liqIo d i i ~ liossas tradiqbes juridicas, Ionge d s co~~trariar, fclvo- rsciam notavelmente o doseuvolvimentu dew- -hs tendeneias doutrinais. , Duraate n dotninaq80 visib6tiea observa-YO qae, llao obstante a tentlencia para consolidar ,de facto o sistenla da hereditariedade, se man- tarn o principio da eleiqho, aal~ciul~aclo 110s

ooncjlios toledanos e inclirectamen te na L m Vi- eigolhora,m, alegado e posto em prBticit nFio h m pelus inuntlrcas e m cir~ut1st8ncias inelill- $tosas, e revelado oa solenidade do juramento. bePois, nnr moliarqoins orist8i doibde s r [&tacou a ntlssa nsriionalidade, e aioda utru- w ; d a nossa histdria, o principio da heredita- k d e radica-se gradualrnente no coatume, e

por cunsolidar-se, inas o prirlcipio teb- da origem electiva do poder mantern r de tudo o seu preutigiu. $1 assim que durn rnonttrca, 1180 devendo de facto it a urna eleiqiio, deelara solenemente ter

ido o sen trono do Deus e dos seus fibis. disso, celebram-se corn fretlifiBncia as

mlinias do jurarnento do aucesvor da corba

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e da aclamaqgo do novo rei, cerimdnias its quais correspondia, da parte do principe, a promensa' tradieinnal de reger o reino corn justiqa e guardar os sells foros e costumes. Pinalmente, yuarldo n5o houv~sse quem pu- desss invocar legitimamente o direito de suces- S&O para ocupar o trono, :I naqilo reilnida em c6rtes pracedia de facto a eleipao do rei- como acontgeera ail~da havia pouoo. em 1385, por ter sido declilrada vaga a coraa apbs a nlorte dc! D. Iqeruando: o pai de I). Pedro fbra urn moiltlrca eleito (L). Yor tudo isto nfio Q de estrttnkar que todas estas ideas, on pelo rnenos o essential delas, nos surja nas phgi- naa eruditas da Vir t~do~a Bemfea'loh.

Be todo o poder vem de Deu*, niio quer isto diaer que os reis possuarn normalmente o poder por efeito de uma escoiha ou designa- pBo divina - per exprassa comissom deuy- nal D, corno acoateceu corn David e outros principes da antiguidade. Neste ponto o dutor 6. mesmo, bern explic~to. acentuando (11, 18) que essa e expressa cowzinssorva * constitui uma excepqfio e que outros silo os rnodos por que main f reqiienternen te se rece be o senhorio.

: 1: Todo:, k t e s p o l ~ t o s estllo, cvmo 6 sabido. rnagislSdenle versado$ pelo Sr. GAXA B b ~ a o a na m a Hid. clu Adm. P*blica, V O ~ . I,

p&g. 626 e 33, e paenim. Dlgno de consultn 6 tubC.m o srudito t r m - bdh0,do COSTA LOBO-0 He& - puhlicado \)Ostumo nos- Bsai8 das Ribliolucttr F Avpuirsos, vole. I e rl.

m s s e s modos nlenciona I). Pedro tres: as .a eleypu6es 3, poln ineio das quais as eomuni- dndes recebem os principes poll ehefes, routor- gando-lhe certo' poderya ;, as ~ B ~ H I I C H S B 88

conquistas. Levando urn pouco ~ n a i s lunge xinda a

nossa anlilise, reconheceremos que no pen- samento do Infante utna coiua SP exige sem- pre, sengo como fundamento, ao menos como mndiCgo da Iegitimid,ade do poder: Psse re- quisito 6 o volunt8r-io cBons;reiltimento do povo. Se os pri~lcipes devem Irromover o be111 dos seus sfibditos, 6 poryue 6 por esto lhe outor- gou daos o Regirnento, t: os homees consserati- rets que sobredlea fossena Serzhorss * (11, 9. Cf. II, 22: xnon usark de craeldade ' o prinoipel corn aquelles que pera sua defensom lhe deronl a spada %). Tal Q - e aqui o yousa- mento do Infante assurne ulna colora~go feu- dal -0 sentido da vassalagerrl qne o povo presta ao senhor, 'na qua1 se envolve urn voluntCrio comprorllisso de obediPncia: cc E por este cuydado yue elles , senhores ' teem, ou- t~rgou-lhes o poboo obedient0 sobiuc~orn fa- zendo vassalagem pory ue he obligado a Ihe manteer lesldade fi (11, 16 1.

VB-se pois que, perfeita~nente integrado no penearnento medieval, o autor slpela sirnultb- lieamente para a ot~torga 9 da Mvindade e Parti a <{ orltorga a -ou, polo Inenos, para o

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oonseotitlleuto -do Povo. Se~n o curlcurso dessaa duaa entidarles nao se cur~ceberia n legitin~idade du senhudo, e pvr isao ( embora Sle 0 nlo diga exprsssame~lte') a vontade do povo deve sup&-se so meoos t3citamente manifestada, ainda no easo de o roi obte~ o goder par llaranqa oa pnr conquista.

Mais 6 licito avanqar. Saber oomo estas

duas fdrqas se combinam, qua1 6 rigorosa- maute o pnpe: dr Dirindade e e m qiie sentido re produz a intervenpav popular. s l o proble- mas eupinhosos cuja subtileza jC ao tempo tentam ..- c sobretudu havia de tentar mais tardr (1) -a argficia dos perisadores ds Es- colu e dos vigorosos polemistas da Igreja e do Estado, mus que D. Pedro nito chega a abordar.

Examinada a questgo funclanlental da ori- gem do poder politico, vejarnos agora qua1 o sea coaceito: ou, talvez mais riporosamente, qua1 a sua fu,@$uu e, co~~seqi~entemente. quais , us seus limites.

Quando trathrnos do poder om abstracto, vitnos que na c o n c e ~ ~ ~ d o dominante, Bate era urn facto natural, Inn resulteddo necesshrio do edtado actual da hu~nanidade : a a policia do

mundo perecera, se o stado cavalleyroso dos m x , ,e dos principes e dos outros senhores a norn gouernara*. 0 mesmo 6 dizer que o gov6rno tern por Am o bern da comunidade, e tal era corn efeito a idea dijminante no pensa- mento medieval.

8. T o m b esereveu (Opun. 40-De reg& mi~s.juddeoru~fi, cap. 6 ) que os principes sgo instituidot? por Deus, n l o para que proeurem o seu prdprio beneficio, mas sin1 para que prornovam a utilidade comum -cornmu- *lm wtilitatem-, e o colitinuador do Ds Regi- miwe priwcipem PzormuIou o mesrno conceito no aforismo 'cdlebre, tantaa vezes citado e paraf~~aseado : regnua now est propter regon, 8ed mex propier regnunr (111, cap. 11 ).

Dai o aproxirnarem, como fez o autor durn --

outre De regimine pn'lacipw~s B, Engelbart de Volkersdorf (V. cap. 9) , 4 a p o c u r d b rgipw bliccae s da * tutela pecpil.6op.u~ 3, vis to an1 bas terem sido clueadas <ad wtititatem eortm p d conemd8si s ~ d , et rzon eomw qua eomn%iss%'onwn aecscsperuralr. Dai tamb6m o oonsiderar~m o poder, 1120 como urn mero direito, mas prinni- palmente cumo urn dever oo oficio -of&ciunr, mbrislrriun : o principe 6 minister populi, pw bla'cae ufditalh winisier. Nele podemos distin- guir uma dupla parsonalidade: a do principe p a tal ( tamqum princepa) e a do prlndpe oomo simples particular ( hmpuan Titius,

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res fuwgittw >, diz claramente &ldo (Corn. 111. 15, 5). h na prilneira quulidsde, e em vir- tude da funqao que Ihe incumbe-do lmvl de que Ple i! suporte, como dirk urn jurisconsulto inglGs-que Bie tern o direito de I:rnvar irn- postos dentro dos limites das neeessidades do povo (' ).

Mas a conseqti6ncia mnis importante, e mais vezes posh em releva na litcrutura ~011- tica medieval, 6 a distin!:fio entre o rei ou prirlcipe prbpriarnente dito e o tirano - dis- tinqrio q n e so torna coml~rn sobretudo a phrtir de Hinutrlar ('). A pr6pda p s ~ i v r a rex, deri- va-a Santo hidom de Sevilha a regendo ( E@ mot. IX, 3): rei 6 o que rege reeta~nerlte (renle), conforme o antigo pruvgrbio 6 Bez eris sd recIe facies, s i won frxcies, s o n et-is pa.

A idea eshoyaua-se jf 111 Literatma antiga. SBneca no i De Clenlsntia D (1, l a 7 ) aoonsa- lha os principos a usarem ber~hvolarnente do seu poder, e sob. uma outra forma Cicero dis- sera q ue uma comunidade, para merecer ver- dadeiramente Bate nome, devia ter como vin- culo unificador jaris consensus et ufalitafis

compnunio: conde o gorerno 6 injusto, n8o exiyte urn Estadoa (De Repzrblica, 1, 25-45! e JJI, wz 92. Agostinho, De Civib. Dei, 11, 21). 0 pr6priu provGrbio referido [>or Santo Isi- doro Q uma antiga f6rmul:i usacla ~jelo.; rorna- nos 110s jogos infsntis - Rex eris si mete fa- cies-, 8 qua1 alude HorBcio rlurna das suas Epistolas /I, 1, v. 59 e 60). Cieero nRo fazia, de resto, mais do q u a segulr urn pensamento essenclal de Arist6teles : clue a l eg~t iinidade duma Porma de grlr6rno 6 clctcrmiuadn pclo seu fim.

Sem dhvida. outras l>a';FxgPlis da filosofia grega e rom:itla rt! ljoderiain iait:lr, inas G 111e- g6vel clue, enlbora n5u f8ssc: nova, a iclca em qnestao adquiriu urria m~l i to rn~ior proem- deza na literatura politica cristR 56 8. I'aulo, numa passagem celebre tla Epi-sfulu c l r r q Ko- matzos (XIII, 1-7 1, rntllca claramonte yne B o. justo fim do Estado quc lhe irrrprime utn ca- rgcter sagrado - naw p r i m y e s nou surd timori bomi operia, set1 ntali, etc., e &>te p r r i r am~n to tornou-se desde cedu urn dus l~ rcd i ic r tc js dos escritores da Igreja. 0 ssllirito cthistilo p ~ ~ s - ta-lhe unia co1orac;lo incdita. I$ idea da Divin- drlde domilla sempre o rsciocinio do filirqofo. Foi para que o l~rirtcipe gorcrnasse rect i~n~ente que Deus o jnstituiil: evmo ministllu d i 3 [ )PUS

na terra, Ble deve premiar 05 buns e castigar 0s IIIWUS.

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No fim do s6c. IV, corn S.'' ~mbfis io (De officib, I , 28 e 11, 19. Eq. Es. S. hem, IV, 6. &I. XL, 2), o racioclnio em qnestiio aparece jA bem nf ido e desenvolvido, mas 6 sobretudo corn S . ' O Isidoro - cuja distinqgio entre rei e tirano se tornou urn lugar comum da literatura medieval - que Ble atinge ulna verdadeira perfeiqao ( EQmol., IX, 3 e 4 ; Sen- tmtiae, 111, 47 e 33).

NBo se trata j6 durn conselho, duma regra de moral polftica, mas duma verdadeira con- cepqBo juridica, expressa sob viirias formas e fbrtil em conseqfiencias. .

Entre os deveres que incumbem ao rei salients-se o de ministrar justiqa: tal 4 a sua mis&o principal. Por isso tarnb6m - acres- centam rnuitos - o rei deve governar segundo a lei, Q escravo dela: o exercicio do poder secundum legem B a pedra de toque do ver- dadeiro rei, o que, segundo muitos autoiws medievais, o distingue do tirtno ( 4 ) . .

Heportando-nos h Peninsula, nbo i: dificil encon trar nos esoritoras doutrinaq50 id& tica.

Assim, para 36 citar am exernplo, uma das mais antigas produ~bes da literatllra teolb- gico-politics deste periodo - o De Phpacttb

Ecclesias do portugues Alvaro Pais (1)-re- produz e comenta a passagem famosa de Santo Isidoro, e insiste Iongamente em distinguir o tirano do verdadeiro rei: Gste prooura realizar o bem comum do seu povo, aquele o seu inte- resse pessoal (I), Se o gov6mo durn rei 6 o melhor de todos, o durn tirano it o pior ( 3 ) .

As mesmas ideas reaparecem no Crestid do bispo Ximenez, no Spemlum - vitae humlame de Sanchez de Arbvalo, no De optima pol& tica de Afonso de Madrigal, e mais ou menos explicitamente em todas as obras d6ste pe- rlodo { c).

A idea do officiwm regis, do rei governando propter regnum, encontra-se tarnbem espressa nos pr6prios monumantos legislativos' penin- sulares, cuja feiqBo Iiterdria e erudita 6 t8o interessante. 0 Concilio IV de Toledo (6331, presidido por Isidoro de Sevilha, acolheu a doutrina d6ste Santo Padre-em parte at6 pelas mesmas palavras -, fulminando de exco- munhgo os reis que tiranizassem o seu povo (canon LXXV). 0 chamado Titulws Primw

.- - - - -. . - -

( 1 ) Ulm, 1474. Servlrno.nos da edl~Io de Veneua, 1660. A obra fol escrlta origlnhlamente desde IS80 at8 1832 e wrrlgirla em IS35 e 1.340, como se tnfere dw gr6prim declarapaes do autor.

( I ) Parts I, cap. 67, fl. 67 da ed. de Veneua. ( 8 ) Parte I, cap. 62, fl. 69 v. ( 4 ) ' Via. H ~ ~ a r o a r , eit.&pumcio que feruia*on. . . p. 69 e Mr.,

e COSTA LOBO, cit. 0 Rei, pQ. 97.

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do C6dipo Viqig(5tic.o rcprodnz, corn poucas alterapaes, a conhecida paqsagem das Ztimo- gias em qae Isidoro parafraseia o antigo afo- rismo K Rex eris 34 recte facies. . .. (cap, 1." ), bem como s refrl-idn passagern do Concflio Tolcd;lrlo (cap. 3.") ( I ) .

A s Partzdas, aBo obstante traduzirem uma tenddneia bem mareadn para o robustecimento do poder reill, subn~etem o monarca ks leis e

ji19tir:i (I, 1, 4; TI, 1. 7 ; 11, 1, 1 ) 6 formulam a djstin~30 sntre rei e tirano (II, 1, 10 j. O mesmo c6digo enoncia a doutrina eurl68a de quo os sdhd~tos devern impedir o rei da fazer qualcluer coisa que redunde em dano sau ou do rei : 4 y esto - acrescenta -se haee de dos modos: por consejo j- por obra. LOB que le dejan errar & sabiendas, rnerecen pena oomo traidores 3 (11, 13. 25 ).

A idea de que reinar 6 urn oficio -dquele dlficil a oficio de rei )j para o qual, pouabs anos volvidos sgbre a Virtuosa Bem'feitodol, o

-fernor de D. Duarte, Fr. Gil Lobo, lkfe acordasse! - aparece? beni nitida'ncv

ceiro peninsular, bem eomo a de que

Bsse ofioio tern por objectq promover o bem do povo ( I ) .

No hay folparss elktre lo6 Reyas-que nullca 10s r e p s fuelgn11 Cuidanrlo el pro dr sue reinos - y llaciepdo en 104 lueiies guerra (2)

Buen reg, faced vuestra pirisa, . -co~ltsstG el Cid socegado, Que yo tengo hcclio mi oAcio - - eomo caballero 1io11mdo ( 3 )

Rei yue ngo fax justiqa n5o merece ser rei:

Rey que no itace jueticia -- no debia Ac reillarc.. . (0

Non debia de suc cey, - bier) temido y bien arnada Qulerr Iallosce en In justicin-y esf~lcrza lo8 dcsacatos 151.

Vai mais longe a mrisa popular, pois con- sidera o rei como urn mercen~rio- a La sol- dada que le damos.. . iQuay de 110s clue lo pagarnos!. (9, e Iaz depender do procedi- mento do rei a obediencia do povo. Chdga at6 - facto digno de notar-se - ao direito de insurreic;go e a sirnpatia pel0 tiranicidio ( ?).

Notelnos mais uma vez a ceri~nbriia do ju -

( 1 ) Vid. JOAQUIM COSTA, Edttdoa durfdiw~, cap, 1, j ~ i g n . p8g. 66 e ss.) o rr. AJgutts dos romances citzdos $80 deeerto posteriores B obra do Infante, mas eitamo-ios por tradurlrern urn mndo do sentir badiclonal.

:2 ) Romanceiro de DURAN, n." 826. 13) Ibid. 816. ( 4 ) lbld. 753. ( 6 1 Ibid. 72-36. ( 6 I Cnplas do MINGO R s u u ~ a n . ( 7: Vid. a& passagens citit4as por J. COSTA, loc. cil.

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ramento, prestado-pelos monarcas, de mante- rem o reino em justiqa e respeitarem os foros da naGBo, e evoquelnos por 6ltimo certas anedotas tradicionais bem conheeidas, como aquela, tgo expressiva,. do u senlo, n l o a , atri- buida, entre n6s, aos conselheiros de Afon- so rv.. .

Devemos por8m advertir que estas oonse- qii6ncias dtls prernissas dernocrBticas, que na literatura popular viio at6 8 legitimaqilo do tiranicidio, n8o constituem de mod0 algum uma dout~ina corrente e geralmente aceita na doutrina da Idade MQdia. h certo que a regra fundamental de que o rei devia promover o bem dos seus subditos - pois para tal lhe fbra dado o regimento -nil0 era considerada como urn puro preceito ou oonselho moral. J$i GIERKE ( { ) observou con1 perspichcia que, con-

'quanto nao fdsse nitida a diferenqa entre a esfera da Qtica e a do direito natural, a litera- tura polftica da idade media distingue sufi- cientemente os conselhos ao principe, a ere& instrupao * - tema predilecto dos escritores - das normas consideradas como juridicas e que como tais se imptiem ao governante.

Resta por6m saber se tais regras poderiam

ser efeotivadas rnediante urn process0 coer- civo. Ora, a Bste respoito, mnitos escritores negavam ao povo qualquer direito de resis- tbncia. 0 rei apenas perante Deus responde- ria pelos maus actos que praticasse, pel0 mau uso que flzesse do seu oficio D.

A principio, tal foi a doutrina t~ngnirne; nem isto admira, se nos lernbrarmos de quo a literatura politica vivia principalrnente da tradiqgo patristica, onde o direito de resistPn- cia niio encontrava aceitapgo. Depois, B me- dida que se foi desenvolvendo (corno aoima mostramos) a idea democrhtica, corn ela foi aurgindo, ao lado e em oposiq%o i~ corrente favorhvel aos reis, a doutrina de que o rei que faltasse aos seus deveres para corn o povo deveria ser deposto. Traduzida a prin- cipio em faotos - haja vista, logo no sbculo IX, a deposiqiio ou abdicapiio de Luis o Pio -, a breve trecho foi abrindo caminho, e decerto jh em 859 estava radicada em rnuitos aspirtos, . corno se v6 durn Libellus proclurntzldo~i8 de Carlos o Calvo adversw Wmiloaewa ( I ) .

Como o principio aproveitava, por motivos diversos, tanto aos povos como Igreja --a qua1 pretendia abranger sob a sua autoridade

I 1 1 Ob. ut. trad. cit. p8g. 86 e nota 290 : * There still was liIe In the notion that a duty of the State. . . was 1- duty *.

( 1) Cap. a ap. Mm. G m . H i d . Leg. sect, 1% vol. n, n . O 803 Vld. em QIERKE, nota 130, citaqaes referentea il doutrina dl resls- thcla aeblva.

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os pr6prios reis-: nAo temos de estranhar que damboe os lados f6sse iilvocado, e de faeto logo no caso do Luis o Pio se observ:a a irri- portfincia da ioter-verlyfio dos bispos, sendo dificil, como observii Carlyle, destrinqar a importRnciu relativa do seu papel espiritual e do sou papel secular de nlagnateb do reino. Quando a idea durn pactur~ subjectionis surge peIa pritneira vez nitidu na pas sag en^, j B hoje bem conhecida, de Ma~lrgnld (s6c. XI), nirnnl- tilneaniente irrompe, corno conseqfiBncia 16gi- ca, o direito de o povo negar obediencia ao tirano ( I ) . Joiio de Salisbury (s6c. xrr) vai mais longe ainda e proclarna o direito de matwr o rei qtie degenerou em tirano : ~Porro tiraranurra occiders no% modo laciturn est sed aqum el justurn s.. ( Poiierdicus, 111, 15).

Em todo o caso, esta corrente n l o era a linica, nem foi a que triunfou. Muitos autores, sobretudo do partido gibelino, insistiam, como jB nqthmos, na doutrina do direito divino, da respoosabilidade exclusivamente perante Deus, e, se as promessas demoer;iticas se encontram, expressas ou implicitas, na generalidade dos esc~itos da Idade MQdia, a doutrina do Sares-

( 1 ) a M e , gui pro cosrmura p ~ : < u , @is defendclpllis cii- gituv, pua~lalstw zn se fopere, bonm materere, I#randdnn . . , merW, nmns clurlam ssl . . , poplwm ab &a dmieio ei mhjwi im libwuna midme, cuw paflrm, p-o quo co~alitprllas eel, mnslet iUum p&s iwu- piase? / A d Qcbehardi~m, xxx ).

beriense, na Rlla insofisrntlveI rudeza, constitui ulu caso espor6dic0, e que, se ainda ulna vez por olitr-a ressurgiri nun^ ou noutro panfleto mais ir~flamado, ~ c a b o u . como 6 sabido, por ser returnball tementc co~ldonada rlo concilio dc Constanqa. Acresee q~rc o direito de depo- sipfio, freq Gel~lernente in\~ocado con ttoa us sobe- ranos, coiocou-o a Igreja soh o son contr8le, porqnanto, segundo ela, s 6 corn o yell consen- timento, ou por srla ordem. podiam os povos considerar-se libertos do vinculo de'sojeiq50 pard corn os rnonarcas temporais.

Quanto ao esplrito feudal. pelo que res- geita aos limites do poder d o governante e dos conseqUenCe4 deveres c diseitos 'clos go- vernados, $16 actuou, conlo jh observhn~os, em dois sentidos diversos. o at6 tehricamente contradithios, eonquail to prRtieamen te eonci- lia'dos no sistema politico medieval. pois, se 6 certb que urn sistema que assentava essoncial- mente sdbre situaphes eclntrtltuais n8o podia -deixar de favorecer a idea do poder politico condicionado por urn pactum .subjedionis-

.idea que, de facto, silrbgo freqiienternente nos mais caracteristicos doutrir~adores do feuda- l i s m ~ , sobretudo legistas -, por outro lado- e 4 at6 Bste o aspecto mais conheoido dos leigos, porque 6 aquele que mais clararnente se manifesta nas cgnqdes de gesta, nos contos e lendas tmdicionais, etc. -, o niesmo sistema

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exaitou o pentimento da fldelidade, terlderldo a cot~t'undi-lo cum w oljedibncia incondiciona- d;z ao senhor.

'I'atnh6at c111il11to a Bste wrtt nto podemos corn rxntitgem cornp~llsat~ a Vi'il*ttsosa Bemfsi- toria, aproximallclo :IS allas li~Cles das que se coiltee111 nH carta de Hrnges.

C'omo os autores acima citados, 13 Pedro disthgue. corn efeito, claramente no principe duas qualidttder, duas ~~erso11~1id:idrs: H do pt'it~cipe' . si~ig~~ltlt.~tier~te 2 e a do principe V: corit ioda a cw~~ltll~idtlcle dn m a terra D (C. de Kruges). ('orno goverrlaute, pertence-lke c tm- bxll~ar pollo ~ ~ r o u e y t o dos clue a elle fieam sobiectus .a (11, f8), o qne de vhrios ~nodos se pode demotlstrar. Ern primeiro lugar os prin- cipes siio pais dos seus stibditos, <us quaaes eIles geeram assy corno naturaaes marydos com w terra qlie he seu senhorio s; em segundo lugar, Inesrno na natureza irrational se diz que certas coisas teem senhorio, porque aju- darn coln srlas propriedades as coisas que lhes estso sujeitsls (diz-se, por exemplo, que 9 sol 6 o rei do ~611 ) ; flnalmente, e corn mais forte razfio, toda a pessoa dotada de raziio deve seguir u be111 que curnpre ao seu oficio e evitar o nral contrhrio. Se, pois, os principes estao rnrtis chegados a Deus 6 em o stado mo- ral que perteece aa gouethanga do mundo 8,

ales * deuem reoeber special Influencia per que

ponhdo em obra os suctos das benffeytnrias (11, 9. Cf. I, 3, onde o autor exp6e os motivos por que a obra se destir~a em primeiro lugar aos principes, corno sendo, de todos os ho- mens, oa rnuis destillados a fazer < bemfei- torias . ). 0 prlncige 6 , pois, p. pai do povo, ou seu

u tutor a , coma se diz noatra altura do livro (11, 22). Ileinar it urn II oticio -g - mais nobre sem dbvida, rnas na ess8noia coinparhvel ao do vulgar trabalhador. E 6 por bste ofioio ser indispenshvel para hem de todo o povrr que 6 justo que todo o povo pague o neces- shrio -- pedidos, tributos -para u prineipe desempenhar iitilrnente a sun missgo (111, 4) . 0 que se nRo cinja a estes preceitos ngo i: rei, 6 tirano r (I, 17). I

Para se desempenhar L>ein do aeu oficio, devem os reis promoveu o be111 dos sdbditos, evitando a avareza. n o que imitarito Dens a que d b auondosamente a todos )), e partindo m- zoadamente s os kens ternporais. Devem ster presente o ,aviso de Platfla : curar o corpo da comunidade por forma que a ern dando saude a ilma parte nRa desamparem o todo a (11, 9).

Noutras passagens e na carta de Hrriges oonoretizs mais o seu pensamento. Entre os * feitos 2 que curnprern ao rei salienta rc os que mais principalmente s8o de Deus D, isto 6, aos que pertencem A Igreja ou B Cleresia 7. U6ste

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mod0 u rei ssr+t: bem a Yeus e pronlove o bem do povu. Nas coisas tempo~ais reduz o regimento ?a ~~epiiblica BR quntro virtudes car- deais : Eortaleza, juuttca, temperanca t?. prud4n- cia ( C de firuges : V. B 11, 16 )

A justl~a merece-lhe ~. ;pee~al atenpQo. 0 bo111 rei d e ~ e r~ l ida r de clue nd sua terra ase guard^ a toclos a direitura r , s se d6 a cada urn v clue 6 seu Y*, fazendo para isso a s neaes- shrias ordenaqdes. A sua func50 capital 6 psemiar o bcm e castjgar o mal. Por isso clove fazer por r1ue 11a)a no seu reino hous juizrs, c;ist~gar os taorruptos, mandar prouedal- a inqniri~r7eu, evitdr ileIongas nos descmbar- gos, e.tc. (I'. d~ BI lrges; If. H. TI, 18 e 22) (l).

fi d e notar que o I n f a i l t e alude, ernbora pol. forma a~;~big~ta, 5 snjeir;Bo do priricipe A lei ( lei r~xtural? lei positiva?): * 0s princi- pes que fazem direyto segundo a Ley traba- lhern-ste de seer a ella cernelhantes, etc., fU , 32). Obsel*ve-se t.amb6rn gut3 entre as regrav rla brlCi j ~ s t ~ q a figura a de respeitar as liberdedes c f6ros da nnc8o: existern, corn

i 11 n. fntlole d@ete artlpa nSo noa permlttr entrar em yorrneno- re8, a l p n s sliks hem dignos de atenpSu. Ac falar rlas p&nas, esoreve D. P ~ l l n o e.ta6 paisvras, rjue con) eerle7.a causarlarn espanto a mu!- to6 1ii9dpld06 de Fannr, e talvaz ao prbpdo msstrs, tSo pronto em criticar 4 . eacola tifisalca > por ea n90 preoeul>aar ?om s utilidada da pena: * tornperando us regadorns sua 5anira tulyuem tao ~OOmente aclnello que Par provevtoeo ao Corpu morals I V. B. 11, 22).

efeit0, c hons privihgios 7 , antigas liherda- desl , rjue o prj~lcipe n5o dt:r.e agmvar. (C, de Hruges ).

A i n ~ t r u p k o do porTu 6 tambGm lam do5 grandes devores do grineipe: :c he cousa ne- r!ess:Irya r i a . $Fie tjrar a I~~uranc i f i per studos continuados x (V. B. IT! 22 ).

Corn 6ste rnudo de Ter sc hal.rnoniza a no@o de Estado: utiynos ,, c? . ciciades B s8o % juhtarner~tus dos 11o111des l iados pcrr :+nriganel dbreytura*. Nadv lnais ;~gr:l(Ijr.el a r ~ ~ a s do qUt! estes : j ! fmt i~rxte~~t~~~ dus r.sanr>s e d:ls comuuidacles V I I I ~ ! pet- di~#eitci raxoado e &mi. gavel teln liarqa Z, li por isso IMiic1.6bi0, sx- pondo sonho de Qcipifiir, 110s mostra que 0s g0vernRntcs flue pl-omovt?[rl o L P ~ (jag suss co~nunidades teer11 I L I ~ H I ' raeeervado nos ceue, 1'111, 14 e IT, 11).

'

A deR11i~Ro de Jhtsdu B :i de Uicero (Re Mep., I, 26-31)), till u c l r n c i f o i :rprove;tuda por Santn Isidoro (Rbirn., XV, 2 ) t: se tornou fro. qiieotr na liter;ltursi~ medieval ( I )

NRr) terilc~s de e.;t~.;~nhal. ciue Tnfantc h. Pedro, apesar ~ ~ J L ~ I s itlea.<, e et1:hor.a sus- tuntando \ conio vio~o,: 1 a urigem popular do '

poder politico. n:io t i rv de1.r cu,jsrtlfi~;ncias ' eubi~ersiri~s. Niio d(?jx:t ale tfe exaltar 0s be-

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n~ficiak do 4 horn conselho qua 6 teudo e ouvido eln boa ordenancs, e de hornens bons e s iz~~ t los Y , e por isso exorta o prinoipe a que sentenceie aeus feitos cum a ajuda ddsts eon- selho e a que tenha nele hornens dos trds estados, que eviteln ser ordenadas coisas ccon- tra seus proveitoss ou u em qliehranto de seus hons privilhgios 9 (C. de Bruges; V. 3. a, 24) -no qua tarnbbm nlo faz mais d o que repe- tir ulna idea predilecta cle todos os eacritorecj politicos medievais e que os laclos inteiia- nhente ~jnutificavam ( I ) . Niio vai, porGm, mais Ionge a efectivaqiio concreta das suas ideas shbre o carkcter democratic0 do poder civil. Pslo contrhrio, em mais duma passagern da sua obra 6le frisa o dever de obediencia que incu~nbe aos povas : i todollos que uiuem em comllli gorernanqa, son theudos de rre- compensar per agradecimento, os trabalhosos cuyd~dos dos seos regedores. I3 pera asto he outorgnda hiia uertude moral que en latim he chamadd uuseruanpia* (V. B. V, 12. Gf. 11, 16 e 24 1,

Impregnada de espirito feudal, esta K obser- vfincia w aparece-lhe rnesmo confundida corn a

( I i Vide cttaqaes referents6 ao Wneahum Prrw~Pda em baR-

'rm, ob. cit. 1x1, 153 e OIZEKE. nob 318. Quanto *or factoe da noem hlst(lrln, HHO yor demai~ conhscidos para qrie se tome nefes.wO p8-loa em ret@m .

lealdade a , virtude caracteristica do vassalo, e at6 jB vimos como a origenl democrhtica do poder 6 poi- Ble encarada coma unla submis- sfio voluntfiria do vassalo ao senhor.

0 Infante nko encara de f ren t~ a melin- drosa queskio do direito de resiutBncia, mas invaca sportonarnente as palavras de 8. Paulo, o yual, na Epistola aos Romaoos, diz que

quem resiste acr principe faz resistencia a ordenanqa dn deos (11. 16) . Perante Deut sim, 6 que o principe h l de dar conta dos seus actos: . ssta enesynanpa magine aquelle que sobre os outros he mnis exalcado, e co- nhecelldo que he pad1.p da sua gente senta que he theudo re~poader por ella a Iezhu Christ0 3 (11. 28).

Entre as duas meacionad~s tendGncias do espirito feudal, o Infante envereda, coma era de esperar, p o p ayrwla que i e tratlr~z Ila fide- lidagie ao senhor.. .

Creio clue podel-emos rasurnir d o segui t~ to moao as opinifies d o Infante I). I-'edro sbbre os problen~as Fnndamentais da sciBneia po- litica :

a) 0 poder ern abvtracto vem de Dens; deve poi8 ser consirlerado coma urn facto natural, oomo urn rem6dio divino para o nosso 'estado de itnperfeiy8o.e d e pecado.

b ) O poder em co~lcreto origina-se em I b

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Deus, mas n5o por designa~ao expreusa: as formas por que se adquire o poder siio ugrias, mas em todaa elas deve existir o consenti- mento do povo.

c) 0 rai desempenha utn oficio, cujo objeo- to 6 promover o bem do povo, e de cujo cum- primanto hh de prestar contas a Deus.

d ) 0 rei deve, designadamente, Fazer jus- tiqa, governar em conformidade corn o direito e n8o ferir os foros da na@o.

e ) 0 rei deve ter urn oonselho no qua1 estejam representados os tr6s estados da naqgo.

Tais as doutrinas expendidas pelo Infante. Analisando-as, crernoa nZio se poder ficar em dfivida de que eetamos em face durn caracte- risticu escriior poldtico medieual. A sua obra, se n8u tern o m6rito de nos fornecer am si9- tema fortemente pessoal. e bem vincado - yualidada de resto, dificil de encontrar nos escritores do tempo -, nem sequar urn siste- ma aoahado-o que nele nho seria dr espe- rar, dado o cnracter do geu Trota,do--, tern nu entanto o incontest&veI intergsse de nos pa- tantear, atraves da prosa severa do moralists, os pontos oulrninantee do pensamsnto polltico contempor8ne0, ocrm o qnal o se11 pensmento vibrava em unissono. Niio era eridentemente das tendencias mais democrkticas, das que

formavam a r extrema esquerda 3 da polftica medieval, que n6s podiamos esperar urn eoo na obra do Infante, mas, dentro da sua situa- g&o social, Ble pensa como oe hornens ilustra- dos do seu tempo. Inspiram-no por urn lado as doutrinas eruditas da politics- medieval,

.par outro as ideas correntes no ambiente feudal.

Como tratadista, isto 6, apreciado atraves da sua obrn literhria, c tlbstr~iildo dn inter- preta~Bo (discutlvel) da sua acqito politica, 810 nSro 6 pois urn precursor da Kenasoen~a, ou, se assim se prefere, e talvez mais rigoro- samente, ndo o h seniio tzo setdido e *a wedida em qece, durn wtoclo gerul, o foi a Ida& Mddz'a. Oom efeito, usando uma express50 yuerida de QIERKE, podernos dizer yue, por eertos aspectos da sua doutrina, 6le. coplo toda a escola de que Ble 6 urn inteligente reprasen- tante, mantam, dentro do quadro da Idade MBdia, a idea do r Estado antigo-moderno yl.

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A idea da origern popular do pader nos escritores portuguesas anteriores I Restauraflo

Na aegunda metade do a6culo XVI e prin- cfpios do xvn a Peninsula viu florescer uma brilhantissima lit eratu ra teolhgico-politics, cuja base inicial era, como se sabe, n doutrina tomista.

Esta literaturn n8o interessa exclusiva- mente ao teblogo: interessa tamwm, e sobre- maneira, ao jurista, visto que,entGo os teblo- gos abordavam oonstantemente os assuntos juridicos, am especial o direito .pbblico, niio hesitando em disoorrer sbbre os mais trans- cendentes capitulos da 3losofia juridioa e pplf- tica e deixando aos jurisconsultos de proflss$io a tarefa menos brilhante do comenthrio e da

(1) Eeprodu~o, tom nlterui$Se~, de alrtiyos publlcados M Re- vi8ia & Uni~msidadrr & Cmmbra, vol, 11.

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exegese ('1. De resto, a literatura em quest&o n8o tern urn mero interesse tedrico, Ela in- fluiu deveras, oonforme judiciasamente obserd va o professor HINOJOSA (v), no govern0 e na legislaflo: os reis tinham, corn efeito, os t\e6- logos em grande conta, e corn elee se aconse- lhavam em questdes de polltica; os juriscon; sultos citavarn-nos nas suas obras e invoca- vam-nos como autoridades.

-$e, dentre tantos assuntos referentea ao direito p6blic0, destacarmos urn que aos te6- logos d&ste period0 mereceu sempre especial disvdlo - o da or ig~m da sociedade e do poder politico-, reconheceremos sem dificuldade que tambi3m neste gonto eles seguiram a dou- trina tradicional da Igreja, ou seja, a da sob* rania inicial do povo.

Se 6 certo que as passagena do DOUWR ANGELICIO que fazem refergncia a h t e proble- ma n8o prestam g doutrina democrhtioa um fundamento suficientemente justilioativo n8o o 6 menos que elas eram oorrentemente interpretadas no sentido mais favor6ve1, Foi esip a doutrina auatentada por todos oa gran- des doutores da Idade-M4dia.

{ 1) Vid. o men Suam, juriah, plg. 8. { a ) Iqkncia que #u& m d dRBeku psrMPo I nr p h hu

mtl~ g k&ns eqmilolcs, Madrid, 1M0, Mg. 85 e sag. ( 3 ) Vid. Suew, juriskr pig. 28.

0 nosso Fr, ALVARO Plus (t 1363), fran- oiscano, que foi discipulo de DUNS ~COTT, ha- via-a reproduzido e perfflhado no seu livro Ds plawctu Eccbsiae ( ' ).

A doutrina tamista cifra-se em paucas pa- lavras :

Gerada a ~ociedade aivil como produto necessgrio do eapirito de sociabilidade ine- rente ao homem, ela necessita duma autori- dade que a dirija na pro~sec~gfio do fim comum. Esta autoridade emana de Deus ( Own0 pobs- #M cm Deo, 8. Paulo, Epist. ad Rom. Xm, 1, 5), mas, por direito natural, radica-se originfiria- mente na prdpria sooiedade, a qual, n8o po- dendo exem6-la por si mesma, a confere a uma ou mais pessoas. Dbte mod0 o poder pfibliao, considemdo wncrehemte , n8o pro- cede de Deus durn modo irnediato: tern o seu fundamento no ac8rdo do corpo social, e s6 6 leatimo quando emanado do coneentimento thito ou express0 da sociedade ( h w i s poteer- tm a Lko per pqasluore).

Em defesa desta opiniao amontoavam-se argurnentos de toda a ordem. 0 prbprio di- reito justinianeu, il primeira vista incopcilil- vel oom a idea de soberania. popular, lhe fornecia urn precioso argument0 corn a o6lebre

i 1) ALVUU PBLAOII & fiW4 E 4 w . k tk-dmadkimi Libri chro, Ulmre, 1ITL Lib. t, sign. .rt. I.

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lex r e g h (snaie prtipriamente lea: de iwpe- ria) ( I ) , lei que na realidade ngo era rnslis do que urn d6bil vestigio duma antiga suprema- cia comicial, mas que os te6logos ageitavam hhbilmente ao seu propdsito, envolvendo a doutrina por eles susthntada na aureola pres: tigiante do direito rumano.

A doutr in~ da soberania popular inicial (damos-lhe 4ste nome para a distinguir da teoria democrltica de Rousseau) completa- va-se corn a idea de pacto eelebrado entre o povo e o prinoipe (pactwm subjection&) e corn o principio da legitimidade da resistencia ao tirano (s).

Graqas ao impulso dos te6logos peninsu- lares dos s6culos XVI e XVII, a doutrina tornista ganhou nova energia e atingiu o seu mais oompleto desenvolvimento.

Vhrias razdeti para isso contribuiarn. 0 mundo oristlo acabitra de sofrer a for-

midhvel comopAo do scisma protestante 6 os ataques, por vezes impiedosos, do espfrito racionalista da filosofia de Quinhentos. Contra Bste e contra aquele, ora conjugados no mes- ma amsso de rebeldia, ora combatendo cada urn por sua conta, e at6 digladiando-se, mas, num caso ou noutro, sempre inimigos temero-

! 11 Vld. Dig. 1, 4, I (Ulpiauo ). ( 2 Vtd, aarprta p6g. 217 e Suutar, jurisfa, p*. 17 e a).

sos para a Igreja romana, -- contra H e s , ia~nos n&s dizendo, yrecisavti esta de reiinir tvdas as suau f6rqas. E hem sabido como se desempe- nhou eficazmente desta transcendente missao hist6rica. Em 1545 abria-se soleaemente o Concilio Tridentioo. Pouoo tempo antes fbra fundada a C'ompanhia de Jesus, 5 qua1 estava reservado o destino de completar e perpetuar a obra daquele Concl l io , tor- nando-se o mais poderoso baluarte da Igreja Romana.

0 s progresses do protestantismo detinham- se como por milagre. fiste triunfo havia de ter urn vasto alcance, e a sua repercussGo nas doutrinas polfticas n l o podia deixar de dar-se.

A def6sa da Igreja de Pedro levava, quanto ao regime interno desta, ao fortaleoimento da autoridado papal, ideal bem definido que encontrou no Cxrdeal BELARMINO - o mais representativo, talvez, dos jesuitas do tempo -urn infatiggvel paladino.

Seguia-se, ern ordem de importilncia, a questgo magda das relag6es entre a Igmja e o Elstado. Corno resolv&la? 0 s tempos nZLo iam propicios A reedi@o ne uarieimr das aspi- rapoes de Hildobrando, nem das fdrmulas teocr6tioas de 1noc6ncio UI. Mas, por outro lado, a Igreja, criapiio divina, visando o mais elevado fim - o espiritual, niio queria, agora

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menos que nunca, abdicar da sua supremaoia. Hhbilmente, BELARMINO formulou a doutrina bem conhecida do poder indireeto, segundo a qua1 ao Papa era reconhecida ingerdncia nae materias temporais sempre que assim* o recla- maseem as conveni6ncias espirituais da Igreja. Esta solugiio, que no fundo colnoidia oom a doe mais moderados defensores do Papado nas eontrov6rsias da Idade MQdia, escandali- zou passageirrtmente a Santa 86, na pessoa do papa Gregdrio XIII; a verdade, porem, 6 que ela era a maie consentdnea oom as oondiqbes politicas do tempo, pois, sem as premissas chocantes da teoria do poder directo, continha implicitas nma s6rie de oonseqfibnoias #Hiti- cog, quo iam at6 S deposicgo dos prheipes pelo Papa; e, tanto a pr6pria Roma o reco- nheceu, que o livro de B E L ~ M M O Eoi retirado do fndice e rehabilitado perante a opiniilo catblica.

Ora, como muitas vezes j6 se tern obser- vado, estas pretensdes da Igreja encontravam urn poderoso auxiliar na teoria que atribuia ao poder real uma origem pumente huma- na, e por isso niio B de astmnhar que os gran- des tedlogos do tempo dessem g o grand6 ineremento doutrina tradioiond da sobem- nia popular. Longe de constituir urn facto estranho, B perfeitarnente ldgico que hornens como BELARMINO o DRIEDO, intransigentes de-

fensores da instifulqio pontificia, tenham p8sto a sua pena ao servi~o da causa demoorgtioa, e que no-meemo sentido se manifestasse, corn mais ou men08 moderaqiio, a gloriosa pl6iade do8 te6logos penitlsu1ares.

Oragas ao impulso d6stes eminentes res- tauraclore~ da esoolhstica, a doutrina da sobe- rania popular ganhou nova ensrgia e atingiu pleno desenvolvimento, podendo mesmo oon. aideraltse'i3ste period0 oomo o do s?u apogeu. Precizou-se e sistematizou-se a doutrina, flxa- ram-se os principio s, salientstram-ee e relacio- naram-se os aapeotos essenciais, especiahnte a idea de pacto anteposta h constituh$o d a autoridade politics, e flnalmenb, tirando das premissas todas as conolus6es lbgioas, susten- tou-se desassombradamente qua os povos podiam depdr os reis.

A Espanha, phtria da escollstica, estava naturalmeate fadada para Gste progress0 dou- . trinhrio.

N&o eram, do resto, muito para raoaar, dada a quadra que a Espanha atravsssava, as oonseqU8inctias polfticas d6sl.e ensin amento. Ae lutas e os atentados que eontemporanea- mente ensangaentavam a Franga nap tinharn repercussio aquem dos P ineus . No pensa- mento dos tedlogos cat6licos e do pr6prio rei uma coiea sobrelevava po empenho de pres- tigiar a monarquia: era garantir em toda a

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Europa a estal~ilidade da fb'cat6lica e conue- guir que as convicyfies ortodoxaa dos s6hd1- tos rosistissein 3 rel~eldia dos chefes protes- tantes. A pol6mica d s Suarez corn o rhei Tiago de Inglaterra d dGste estado de cuisas unla demanstrat;&o extrbarante.

De reuto, a doutrins democrbtica, tal corno estes escritoree a professavem, n8o era incom- pativel corn uma entranhadtl fQ monhryuica, e at6 corn a c 11 sad as predi1ect;des R ~ P O I C I - tiatas.

En'tretanto a doutrina cuntriiia, seguildo a qua1 o titular do poder deve ssr considerado oomo doterminado direetamente pela vontade de Deus, desenvolvia-se nos meios protestan- tes, donde possou'para a8 meios galicanos. A Reforma contrihuindo por todn a part8 para o o fortalecimento do poder dos principes ( i ) ,

condszia lbgicamente B prociamar;$io do direito divino da autoridade.

A escola de que estamos tratando teve representantes portugueses e exerceu larga influGncia em Portugal, eabendo nesge movi- mento urn' largo papel 9 Urliversidade de Uoim bra.

TambGm isto nao 6 para admirar. Corn efeito, em Pnrtug~l , ficii era aos'defensores

(1 I Vld. RosoasP. O~rch ick l~ der ~VctliunuI-Otkcnmnie ia Ds~rls th . land, Ynnlch, 18'14, pig. 68, e OIERKE, Alfhwiua, pig. 64.

dsstas ilautrinas eneol~trar urn fundarnento para elas nas normas do direito pfiblicu pi- trio, tais corno se inferiam da-certos aconteoi- mentos hist6ricos; e, pol* outro lado, dadas as eircunstlncias qne o pxis atravessava, essas doutrinas forneciam urn magnifico apoio 5s ideas de independencia nncional. Esmva ainda vivo o eseinplo da eleiqlo do mestre de Avis nas cdrtes de Coimbra de 1385, e Bsse exem- plo foi sistemhtica~nente invocado para sus- tentnr H doutrina do yue, vugando 0 trono por morte tie D. Henrique, ao reino pertencia a elei~go do novo monarcrt; tanto que, por a Universirlade de Uoirnhra sustentar 6ste di- reito, fui alvo dau acusa~bes dos tjartidgrios de Felipe, os quais instavail) pela sua extin- qko, apontando-a como urn foro ae doiitrinas pel-igosas ( ).

Nas AEJegru~des de direito, que se offerecrt-nnz ao ~ozuito allo, R neuito poderoso Re%' Dona Hela-

rique.. . a 22 de Odwbso de 1679 (a ) , compos- &s pelo Uoutar Fkr~x TEIXEIR~ e pelo licen- ciado d~oxao ur: IAuc6~.4, desenlhnrgadores da Casa do Duque de Hregalica, e pel08 Dou- tores Luis CORREIA, lente de Uecreto, e A N T ~ -

(i'' L'oNEsThQlo, ??n:u*e del ibrtoyld!~, fl. %S v."; UABHERA

T,B C ~ R D O V A , F e l i p aylutido, re)( de ErpaAo. ~ d g . 1077; RSBELO DA S r ~ v a , H#nl<wio d~ I'nrleyl~rl, 11, pRg 264; Ta.(i@r&o l3RABh, Hwl iwi~ da U~~nrrxrdade iie (hrmbro, 11, pdg. 86.

4 2 1 Impressns em Almdrim a 27 rie fevereiro de 1580.

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NIO VAZ CABAQO, lenfe de vhspera de Lei8 na Universidade de Coimbra, os autores insistem em que, emquanto houver parente que des- cenda do sangue real e legltimamente possa suoeder ao rei liltinlo pos~uldor, os povos do reino de Portugal rldo podem eleger rei. Con- fessam, porgrn, que cii Rephblioa pertence (considerando as cousas em sua natureza) esoolher Rei que a governe e defenda, tres- passando neIle o poder que para isso tevee, embora daqui se n8o siga qua a repiiblica haja de Iazer esta a: trespassaqfio. corn nova eleiqiio por falecimento de cada urn dos reis, a porque basta que a principio por urn s6 acto trespassasst? absolutamente o dito poder em urn Rei e a sua geraqko, para que dela por seus graus succedam os Reis sem mais outra e le i~go particular.. . E posto que os povos em muitos reinos nil0 daclararam especial- mente que trespassavam o dito poder no-pri- meiro rei que elegeram e ern slla geracgo para vir a seus descendentes sem nova eleiFgo, comtudo, consentindo depois que ihe .succe- desse pelo dito 'modo, bastamente mostraram sua primeira tenqgo conforme ao costume que se depois continuous ( I ) . E daqui conclaiam que, u estando o Reino vago por n8o .haver

( 1 ) Fl. 6, verso.

peseoa do sangue real que pudesse legitima- mente succeder ao Rei ultimo possuidor, po- diam os povos conforme o direito eleger novo Rei que oa governass& tornando a usar do poder que por direito natural Ihe competia para elegerem seu Rei w (1).

Independentemente destas razbes oportu- nistas, e talvez sob a simples influencia da corrente doutriniria dominante, tamb6rn algune tedlogos portugueses sustentaram doutrinas favorfiveis soberania popular. Assim, na .segunda metade do s6culo xxrr o jesuita MANUEL DE SA ( + 1596), formulava em *errnos cIaros nos seus famosos Aphorismi Cosfessa4.a'o~.zlwb a doutrina da deposigao e do titanioidio, procedendo costumada .distinq&o entre o ticano q ~ o a d titulm e u tirano quoad c s d w ~ ~ ~ i r a t i o ~ l m : c Rex. . . potest per Rempu- blicam privari ob tyrannidem, et si non faciat officirlm suum, et cum est causa aliqua-iusta, et eligi alius a maiore parte popi~li. Quidam tainen solum tyrannidem causarn putant * (?).

( II FI. 8. No f i d o I~vro encontram-se vdrias declaraqBaa de lentea da Universldade de Colmlrrn em defesa do8 diceltos de XI. Catarina Al- guns d&es escreveram trabalhos ~saenvolvidos a8bre o assunto: his &O a Ale@@ jurid~ca a furor da Senhorn Rainka Dmu Cafhr~~iu. do 4aator ALVABIJ DB ANDRADE, e a Allegu~no de Dirvtlo >?a casasa da k- desks ~ O B pm purfe do S i . f i h Dare Calherinta do dou. k' CBIsTwar JoZo. A bihllografla s8bre Pate assunto 6 rnuito b

411) V.O Primps, y e . 613 dm edi~Bo de Colbela, 1610.

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6 Tyrannice guberuans iuste ~c;r4tlisittlm domi- n i u ~ n non potest spoliari sine puk1ic.o iudieio: lata vero sententia, gotest cluisque fieri exe- cutor: potest autem dbporii a populo, etiam qui iurant ei obedientiam perpetuam, si tnoni- tus non vult corrigi. At oc,cupantem tyran- nyce potestatem, qtiisque de populo potest occ.idere, ai aliud lion sit remedium; est enim publicus hostis , ( ).

Poucns anos depois, o crjlebre jesuita SUA- RE2 expendja as s'uas doutrinas sdbre a sobe- rania inicial do povo na Universidade de Ooirn- bra, onde regia a cadeirn de prima de Teologia. 0 SAU livro De legabus (%) foi elaborado nos anos escolares de 1601-1603 em que, a pedido do reitor FRANCISCO FURTAI~O I1E MEXDONQA, tratc~u Bete assulldo nas s m s ligbes ( 8 ) ; e em Coirnhra foi tamb&m composta n nefewsio ,fidei culh,olieae ( 4 ) , a psdido de Paillo V, cnmn res- posta ao livro de Tiago I de; Ingllaterra-

11 I V.' Tf~rflntklrs, p*. WS da cilada afli$go da ColBnia. As PaASagenS ciiadns no text0 devern ser aproximadas 110s comentscioa do meamo autor A Epfstola de S. Pauio aos Romanos, c ~ p . 18, e 60

Evangelha do S. JoIlo, cap. 19, apu* ~Vo\iotoliaaa h l o h Suc*una 8cri@u~utn ( Antufirpia, 1658 1 e S%hoiirr it% glrnl~mr Knenuelia i A n t u b pia, 1698 '.

r 2 ) Coimbrs, IBIP. 1 5 1 Yirt. DR. Am6h.10 nE YASCOIICSLOB, Fruflcir~o S~lirec Ih-

lor esintirt#). Eoimbn, 1687, p.lgs. xeiij, rcvj, exv e xc. ! 1 8 Coimhm, 1813.

Apotogiu ou defeen. do ju~amelato de fideti- w.

N&o fbi, de resto, PRANCISCU S u A ~ g a o dnioo ta6logo espanho1 desss plhiade yue ,exereen o ensino em Porhgal. 0 insigtle Luis DE MOLINA, ~ 4 ~ 1 0 j5 anteriormente a SUAREZ tipha forlnul~do doutr ini~s semeIh&ntes ( I ) ,

~estira em Coimbm a ruupeta d e jesuita e, tendo estudado na Universidade clevta cidade, vsio mais tarde a Ber, yur elipaco de vinte anos, lente de prinla d s IT~~iverjirl~ile de $' ~vorx. Outro seu companheiro de ilo.utrina, o n8o menos nothvel MART~XHO ne AZPILCUET.~ NA- YaaRo, foi lent8 de prima de CBnonss nn ITni- versidede de I h i m bra.

Em 1625, o yortugubs: Fr-. Q E H A ~ I ~ I DUE FREI- TAS, tioutor em (f8tlnnes pela mtlsma Univer- widade-e Iente de vhpera na de V ~ l l ~ d o l i c l , spnblicon o liviao De jugto iw~perru do lunifa- uuru*~b C L S ~ ~ ~ B C O [ * ) , onde desenvolve as dou- '@in$e'neo-trrmistas, cilrnn se v? doc ~eguintea m.tryLtos :

Quanrjuam enim omnis potc?st:ts tam spi.

hr Rrandpo~~t, corn nm prsrLr~u dll[no d~ aer lido.

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ritualis, q w m temporalis a Deo sit. .u ( I ) .

At vero potestas temporalis, seu politicta re@, aut principi reipublioae a Deo tanquam natu- rae auctore mediante lumina naturdi, reipubli- cae nleetione, seu translatione concessa hit,, ut cum respublica no11 posset per se ipsam hanc potestat;em exercere; attento, et cogent8 naturae jure, in unum, vel plures conferre earn tenebatur, eamque transtulit in principern ot ab iIlo tanquam a fonte in rdiquos inferio- res reiputilicae magistratus dimanaret,. . et licet aliquando ex speciali privgegio non nulli reges in l ~ e soripta a Deo immediate electi fuerint. .. hoc tamen privilegium aliis non conveuit, : . n ( ? ). e , . pntest P H B P U ~ ~ ~ C ~ Re- gem, si in tyrantlidem nvndaf regno et vita privare. . . * ( 8)-

Pela mesma Bpoca, urn outro jurisconsulto portugues, PEDRO BAHBOSA HOMEM, compbs o livro intitlibdo Diseursos de Ia jecddaca 8 verd4ep.a Razon rte Estctdo (Coimbra, 1626), em qua aparece laxyressa a idea da origern demooriitica do poder piiblico. Eis a passa- gem m ~ i s frizante (R. 6): a . . . oonfarme a la fuerqa natural ds aquella orden con que Dioa ha instituido esta potestad del temporal esta-

( 1 j De iwlo imprio, etc.. Csp. VI, .S 17, p 4 . 89. (2,) Idmr, cap, m, 5 19. pa8. sO. ( 8 ) Idem, cap. vr, 5 98, p6g. ?I.

se deue entender que por Dias fuesse ida a alguna persona om particular, pars

exercitasse; mas recta via fue cummuni- plida a cada Communidad de por si, de suerte

cada pueblo, cads Ciudad, y cada Reynn, gue Uegasse a hazer de por si una indepen- dente Comunidad; por el mismo hecho le quedasse luego concedida toda la potestad aecessariit para su gouierno, g regimienta a .

'Em 16'27 publicou em Madrid o doutor JpAo SnLonw oe A R A ~ O urn livrb, esorito, como a quisi totalidade das mas obras, em aastelhano, e que Ble intitulou Leg Regia d ~ . Portugal. 0 autor, cuja data de nascimento se n8o conhece ao certo, vira a luz ern Mon- qBo a doutorara-se em Cgnones na Universi- dade de Coimbra. Era essa tima das suas prirneiras obras, a primeira que entregava imprensa, cheia de reapeitoso acatarnento, ao menos na apar6ncia, para corn o rnonarca 8s-

panhol que enGo reinava em Portugal, mas deixando j& prever, pelo entuaiasmo corn quo se referia aou antigos reis phtrids, que .havia $6 ser, como efectivamente foi, urn estr6nuo

:,paladin0 da cat~va de D. Jo&o IV e da inde- pendhcia, como moslrok nos livros pub1ic.a- ,dm ap6s a Revoluglo da 1640. .*. 0 intuit0 do autor corn o seu livro era bpltar os prlncipes justos c perfeitou, para o q p invowva o exemplo dos rnonarcas pnrtu-

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244 LSTUDOS DE HISTCIRIA DO DIREIM

gneaes, c foi Bsse prophsito clue o levou a oatudnr, corn o interEsso que o prohlema enMo suscihva em todo o te6logo ou canonista culto, a questilo da legitimidade da soherania.

As doutrinas professadas na Ley R e g b acPrca da origem do poder rlao apresentam nenhuma originalidade, mas mostram que o autor, provavelmente ainda novo, conhecia de perto o movimento do pen a a n ~ ~ n t o filos6fico- politico do s6culo xv:, no cqual por completo se integra.

Em compensapfio, se ao nosso A K A I ~ J O ngo cake a honra de sev urn inovador, nAo se Ihe pode regatear rima erudiqho vsstd, variada, e tgo ordenada quarlto o pertnitiam os vicios uomiins da Bpoca em que trscreveu. Cita corn eo~nhecimento de CRUSH. ;1 par dos nossoa jtlrisconsultos. 0s mais i lus t r~s juristas espa- nhfiis, e akona-sr oonstantemente con? os norms de Vimoel~, SOTO, SUAKEZ, ~ ~ A R Q U E Z , MOLTNA, MARIANI, etc.. isto 8, dos altos repre- sentantes d o pensamento teolbgica-politico da Ewpanha no periodo do seu mhximo cxplondor.

A suii argumentapao, as bases sabre qus f a x asselltar a sua teoria t? ~ f n e Ble profusa- mente c ih . scio tarn66111 as mesrnas qus servi- ram aos outros escritores da escoh, B consti- tuem 11m amalgama mais ou menos ca6tico de elementos heterog6neos -citapOea da Rihlia e dos. Piltlres da Igreja, pawager) s c+ ideas de

AHIST~TSLES, textos do Corpus 0 dou seus oornentadorea, e exetllplos elitraidus da histbria.

Mas foi sobrat~do eu oabo dos seusenta anos de cativeiro, quanda se pretendeu legi- timar a deposipao do rei castelhano, qur a doutrinn dernocritica entrou de sep invocada @om ardor, surgindo-nos- duma maneira es- prsssa ou, ao menos durn mod0 implicit0 - nas obras dos escritores da Restauraqfio (Jo-io RNTO RINEIRO, SOUSA DE MACEDO, VILA REAL, CARVALIIO DE P A R A ~ A , etc. ). Em seu abbno eram chtlmados n&o s6 os repizados argumen- tos do ordem geral, mas ainda, e mais yue nuncu, os prscedentes da hist6ria ndcional. Sob bvte aupecto, a tese fortalecia-se agora oom o auto ap6crifo das cdrtes de Lamego - o qual, aomo 6 sabido. havia sido publicada por ANT~NIO R R A N D ~ O em 1632 - ; e, corn0 SR

issu n8o bastasse, outrxs razbes maip ou me- nos aventurosas se invocavam, mostrando-se por exemplo qus ao tempo ds aclamapfio de D. Afonso Henriyues as povuapfies do I-eino erarn, no geral, behetriau, corn a faculdade de escolher livremente os seus governadores { ).

A doutrina da soberatlia popular, nos ter- mos que ficam indicados, encontrou memo,

' ooqo se sab;, uma cnnsagraq80 qnPsi uficial

( 1) Vld. Joio Ylmo E ~ E I R O , Injuvtic~ w s B i Y 8 do8 vma de s sln OeeWiw.

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no livro celebre do dolitor FRANCISCO VAZ UE Gouv~ia, lente de CBnones na Univervitlad,e de Coimbra, intitulado Jwta Acdamap& do Sermissimo Rei de Yorb~gal D. Jodo IV, sendo de notar que a tese ai sustentada ac6rca da origem do poder civil, e cuja infiusncia nos sucessos politicos 6 evidente, 6 a desenvol- vida sobretudo por NAVARRO. Esta doutrina, mais radical qne a de E~UKREZ, clistingua o poder i~ habifu do poder in aclu, sustenkndb que ainda depoia do pacttam subjectionis o povv oonverva o poder potenoialmente '(ifi hnbau), transferindo para a rei o seu exer- cicio (I).

Questianhrio sbbre o direito c~nsuetudiniiria porlugu8s ('I

A) Assuntos para que 6s chamaa aten@o

Generalidades

Considera~Ges genericas - sbbre o oardcter da regiao pelo que respeita a manifestaqaes juridicas de ludole consuetudinhria ou popukr;

-s8bre a feiqBo mais uu menas tradicio: nalista das suas, instituipdes e costumes ; - sdbre a rtonceppao popular do direit6 e

a intensidade do sentimento juridico ; - s6bre a maior ou rnenor resistbcia

oposta acpao do Estado e da lei; - s6bre manifesta~ties do sentimento rali-

gi,~so na esfera das rel~qbes juridicas.

( I ) EsW queuUon8rio foi organizado sob on anaprcios da F a d - dad* de DireiM da Dniversidade rle Coimbra s eaU sendo profma- menb dialrihuldo oelo oafs.

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Vida colectiva

A provincia, o concelho, a freguesia. g Re- vela-se acentr~adamente nestes ou noutros agrupamentos uma individualidade caracteris- tica?

He1ac;bes corn pessoas de outro lugar : coino s8o tratadas. Hospit~lidade. Ioimizade entre lugares pr6ximos e lutas entre populaq6es.

Assembleas populares 8 suas fuapoes. Lu- gar e ocasiao em que se redne o povo e for- malid ades relativas 3 reiiniso. Deliberagfies colectivas. .

Exist4ncia de costonies ou normas popu- lares reduzidas a escrito. Multas no caso de contravenpfio.

Requisitos para a intervenqiio na vida p6- blica local: sexo, idade, estado.

Existencia duma * aristocraoia * popular. Caficter hereditiri? desta clavse e fungaes que lhe andam ligwdas.

Vestigios de regime senhorial. Paper desem- penhado pelas pessoas mais importanks do lugar.

Papel desempenhado pela Igreja. A igrejf+ o pgroco, a missa, o sino, etc., nas suas rela- q6es corn a vida local.

Agremiapdes formadas por pessoas do mesmo lugar ou de lugares pr6ximos; fbrw

do sentitnen to associative. GrEmios profissio- naig.

Policia e adminl'stragbo de cariieter popular. Assistencia popular a velhos, doentes, pohres, viiivas, brfiios, -- n&nfragos, etc. ProtecGflo nos animais. .

Hereditariedade nas profiss6es. Quaisquer informapbes relativas h vida 116-

blica local (costumes actuais ou de que haja rnern6ria ; sobreviv6ncias ).

Direlto processuai e penal

Reaurso arbitragsm papa a resolupi30 doe pleitos. ConciliaqLo ; juizes de paz.

Vestigios dos juizos de Deus. Vestigios de justiqa domestics' e de justips privada. Desafios e duelos. 0 juramento; sua importllncia perante o

sentimento popular; juras e pragas mais vul- garee.

Formalidades das arremata~oes. Advogados extra-oflciais. Delitos mais freqGentes. Mangiio yue en-

contram no sentimento pdblico as diferentes dasses de crimes. hjhAas consideradas mais graves. . Maior ou menor freqnencia de ctrsos de. bigamia, incesto, homosexualidade. Como sflo olhados pela opinigo popular.

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Prostitu'iqao e lenoelnio. Vadiagern e mendicidade. J6go. Su~cidio, Delitos quo se prendem corn o sentimento

religiose e cam a superstiq8o. Act08 de feiti- piria pratieados corn o fim de matar ou pre- judicar outrem. Papel das bruxas 'na delin: qiiBnoia.

Contrabando. Solidariedade da populaq&o em rnatbria

criminal. Crimes de toda a populap8o. Assoc.iaqGes de crim~nosos e associaqiies

secretas. Vestigios da vinganqa privada e do

taliso. Vagtlgios da antiga institulpgo que consia-

tia em o criminoso ser'calocado fora da lei e declarado i~limigo do povo. Linohagem. Perda da oonsiderap&o pfiblica.

C',omposiq&o pecunihria. Quaisquer informagbes relativas ao direito

processual a ao direito penal. Antigas insti- tuigoes de que haja mem6ria.

Capacldade civil e familla

~onsiderapdes gerais sdbre a coesao do -agregado familiar e os ssntimentos de famflia. 0 Iar.' ReiiniBos fmiliares, festas de fami-

lia, etc.

0 s filhos caGados, ou alguns deles, oonti- nuam em geral vivendo corn as pais ?

0 s criados e os aprendizes. Peoillio dos criados. C~samento dos criados, intervenqdo dos amou.

dutoridade do chefe de familia. Situapao de facto dos Blhav maiores, quanto & pessoa e quanto aos bens. Interven~go dos pais no casamento dos filhos.

Bituaygo da mulher soiteira na familia. At6 qua grau de parentesco aproximada-

mente existem vinoulos ceais de conviv6nc~a e assistgncia ?

Formas de parentesco artificial. Filhos adoptivos. ARlhados. Relapses sntrs os oompadrks.

Vestigios de estadios primitives da organ;- mqPo familiar ( promiscu'ldade, matriaarcado ).

Norne das pessoas. ~lcunhad. e Apelido do gai ou da mae? Designaqfio durn dos cbnjuges corn referencia ao outro.

Concubinato. Se 6 freqiiente e conlo 6 considerado. Casamento srrbseqfiente e legi- timaqflo dos Alhos.

Actos aateriores ao casamento. Esponsais e promessas da casamento, suas formalidades e seu valor. Usos dos noivos. 0 anel. Re- leqdes sexuais anteriores ao easamanto.

Casan~ento dentro da farnilia. p , ~ freqtiente n ms.+mento entre primos 7

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Uasarner~to co~n raliaz (It. outro lugir, ootno B vista pelaa do 1ug:ir da r~oiva : lrpou relatlvos a Gvte caso.

Verim6nias uupcinis. Vestigios dr repto e de compra da nlulhel*. ITsou l'elficio~~~dc>s corn o casaluento.

Freyiietlcia do casan~ento religiose e co~lai- derapiio de yus gosn o cavamento riestituido da bench da lgreja.

Enxoval. Quem pBe n casa. Preseotes quo fazetn us noivos urn ao outro. Presentes da familia e de extranho*. Presentes feitus aos lbais c i a noiva.

gauais os regimes matrimoniais rnaia usa- dos? Cliusulas mais freqoentes. Dote pa- tei-no.

C o ~ l c ~ ~ r s o dos adnjuges para a vida cornurn. Esfera n-urmtll da actividade & ~nulher casada. Administra~fio dos hens das cbnjuges.

Adult&rio, sua freqiienci e como i: olhado. S a n ~ 6 o mais fmqi~ente.

Separa~do e div6rei0, sua frtrqii6ncia Como 6 olhado o divhrcio. Separaqgo de facto.

Segundas nfipcias. Sua freqiiancia. Padras- tos e enteadou.

Costumes relacionados corn a gravidea e corn o parto. ~Existe alguma forma tradieiv- nal pela qua1 o marido reconheca pi~blica- rnente a sua paternidade?

Baptisrno.

ManifestaqOes de preferencia pelo fdho pri- mogpnito.

A mi& no oasamento e no eshdo de viuvea.

Filhns ilegitimos : diversas categorias. Como sso olhados; freqiignoia da per01h~@o e da investigaqgo de paternidade. Engeitados.

Doaqoes aos filhos. Vendas aos filhos. Doa- @es entre os conjuges.

Manifestaqdes de comunidade familiar. In- terven@io da familia na iilienaqfto de bens. pistin-qao entre bens de avoanga e hens adqui- Pidos.

Incapaddades. Tutela e curatela. Conselho de farnilid.

Outras claiisquer info1~maq2Zes sdbre a capa- cidade civil e a familia.

Relaqdes pairimoniais (propriedade, contractor) - Economia popular

Viziahan~a. Usos relatives h demarca@io. Cjompropriedade. Serv idbss. Arrendamentos de predios r6sticos e outros

eontr5rios agrhrios ; tipos e clBusubs mais fre- t qaentes. Prasos usuais.

Enfiteuse; se abundam os prhdios foreiros e so Q freqliente ainda hoje o afuramento. Fre-

'qii6ncia da remi@lo,

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Forma usual das rendas e foros. Veatigios de direitos faudais.

Trabalhadores agricolas. ~ u x i l l o mutuo aocr bvradores nos trabalhos agricolas.

Quaisquer informaqdes sbbre o exerci~io da agricultura e a economia natural.

Vestigiod de regime domunithrio. Baldhs; Regime ecordmico-juridic0 das @as. Gados. Caga. Pesca. Costumes referentes h organizaq80 '

da inddstrifi da gesca. Regime juridic0 de outras ind6strias. Coisas perdidas. Despojos de naufrqlos. Casos de tradi~fio simbblica. Venda. Clkusulas usuais. Doavdes. Vestigios de rbbora. Doaqdes

dissimuladas e por interposta pessoa. Usura. Jogos caracter~stioos da regiilo. Apostas.

Rifas e lotarias. Forrnalidades dos contratos. -Uses nota-

riais. Assinaturas. Propostas. Sinal. Prhticas destinadas a mti-

flcar o aontrato, a rnostrar que se chegou a urn ac6rdo deffnitivo. Contratos entre au- sentes.

Garantias mais usuais das obrigaqfies. Usos cornerciais. Escrit uraqao ,popular.

Qnaisquer informapdes sabre propriedade, b n o m i a popular, contratos e matbrias afins.

thstumes relacionados corn a morte Fune- 'fib. Luto, , Testtimento. Se 6 freqiiente. Forma mais frbqfiente. Disposi~Ges testamentArias mais fre- qflentes. Tendancia para benefioiar urn dos Bhos. Disposiqbes relativae il viGva.

Deserdaqfio ou prejuizo intentional durn dos fflhos.

ManifestaqBes da tend6niia para manter o patrimdnio na familia e evitar quanto possivel a sua disperslo.

Fideicomissos e usofruto testamentgrio. Disposigdes para fins de piedade. Disposi-

~ d e s por alma. Execu@o do testamento. Testamenteiroe. Partilhas. Indivisao entre os herdeiros. Quaisquer informapaes sabre sucessdes. AusBncia.

B) Orienta@o a dar 8s respostas

w bj A16m da resposta a todos ou a alguns miquesi tos antecedlentes, pede-se a indioaqQo

qualquer manifestaqgo jurldica consuetudi-

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niria ( p o p u l a ~ , esponthes, extra-legal) digpa de registo.

b ) Consideram-se, entre outras, rnanifesta- qdes de direito eonsuetudin8rio:

I) Usos 8 costumes corn valbr juridic0 (porque a lei Iho atribue, porque o povo os considera oomo obrigatdrios ou supletdrios, etc. ).

2 ) Usos, prAticas, cerim6nias, etc. sem car&- ter de direito consuetudinGpio prb- priamente: dito, mas que ss rela cionam corn o direito e enherram inter6ssb para a hist6ria e para a 'soaiologia juridica s ( iisos nupchis, funeririos, etc. ).

3) Costumes e instituipbes nos quais se revela a permanencia ou a tendencia para a tnanutenqlo durn estado social anterior (comunitarismo, defeea pri- vada do direito, etc.).

4) Modos usuais e populares de exploraqbo. econ6mica ( aproveitamento da terra e das kgnas, inddstrias regionais, etc. ).

A ) Sobreviv6ncias (uses, palavras e frases, prov6rbios, cantigas, jogos, eto.) que possam ter vaIor para a reconstitul- qlo do passado das nossas institult- qdw.

kJ) Modos como mais freqiientemente se mnniiesta a vontade em certos act08 importantes, nos quais a lei deixou ao individuo libefdade de escolha (regimes matrimoniais, testamentos, etc. ).

7) Pritioas usuais que teem por Am iludir proibiqdes legais.

c) Conv6m que se indique so os oostumes referidos s8o antigos, se se rnanteem corn fir- lneza ou tendem - a desaparecer, qua1 a sua irea, e tc.

d) Soiicita~n-se relerencias a c~dtumes anti- gos, embora extintos, corn a indicaggo da fonte onde se colheu a informaqgo.

e) ~ o n v b n ~ muito que se use sempre a ter- minologia da regiiio.

f ) Pede-se o favor' de enviar c6pias de documentos quo interessem a esta ordem de wsuntos. ,

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I)e Andre ds &sonde a Herculano (SQmula hist&- rica da hist6ria do direito portugu68j . . .

A versilo portuguesa das Flmes de las l q e s de Jkcome Ruiz . . . . . . . . . . . . .

0 mais antigo rnorgado .de Portugal? (0 mor- gado de Carvalho). . . . . . . . . . .

0 s lidites da reivindicago mobiliaria no antigo direito portuguais . . . . . . . . . . .

Em tbrno da palavra Gouto 5 . . . . . . . . Como se sustentaram os dircitos de Portugal

sabre as Canhrias . . . . . . . . .. . . Gonsideraflos acerca do iudgn 3 risigbtico. . . DivagaqSles sbbre a estabilidade da norma jurI-

dica . . . . . . . . . . . . . . . . A s teorias politicaa rnedievaia no Tra- da Vir-

'husa. Bmfeitoria . . . . . ' . . . . . . A idea da origem popular do poder nos escrito-

res portugueses antedores h Restauraapgo . . Quegtionbrio sabre o direito consuetudinslrio gor-

tugues . . . . . . . . . . . . . . .