1
dia a dia ECONOMIA Você vai usar muito etanol para abastecer Pesquisa da Fiesp/Icone mostra que preço do combustível vai cair nos próximos anos e que venda de carros flex vai aumentar em todo o Brasil Maria Clara Lima Agência BOM DIA A produção de cana-de-açúcar no Brasil crescerá 55% nos pró- ximos dez anos. Nesse cenário, quem ganha é o consumidor, que terá etanol mais barato e competitivo. A projeção foi feita a partir de um estudo realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Es- tado de São Paulo) e pelo Icone (Instituto de Estudos do Comér- cio e Negociações Internacio- nais) e mostra que o Brasil pro- duzirá quase 1 bilhão de tonela- das de cana por ano, sendo 65% destinada à produção de etanol. Segundo o diretor da ANP, Al- lan Kardec, em três anos o eta- nol voltará a ser competitivo em relação ao álcool. De acordo com Leila Harfu- ch, pesquisadora sênior do Icone, a demanda por uma produção maior será impul- sionada pela mudança de per- fil da frota de carro no país. “Trabalhamos com um nú- mero de 81% de veículos flex nos próximos dez anos”, expli- Fotos: Arquivo/Agência BOM DIA e Divulgação CAMINHO PARA O FUTURO O estudo da Fiesp/Icone mostra uma íntima relação entre a evolução da produção de cana-de-açúcar voltada para o etanol e o aumento de venda de carros flex nos próximos anos. 81% dos carros do Brasil em 2022 serão flex, diz pesquisadora do Icone O estado de São Paulo continuará sendo o maior produtor de cana do Brasil ca a pesquisadora. Por causa disso, o setor de ca- na-de-açúcar para a produção de etanol deverá se tornar mais competitivo. Para Leila, quanto mais investimentos no setor, melhor. “Além de ser renová- vel, é um combustível menos poluente e aquece a economia do país. Gera empregos e sus- tenta a indústria”, diz. A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) espera que, nos próximos anos, o in- vestimento no setor ultrapasse R$ 150 bilhões, sendo R$ 110 bilhões para a indústria e R$ 46 bilhões para as lavouras. “Te- mos que investir para baratear o custo de produção da cana-de- açúcar no país. Só assim, pode- remos oferecer o que a deman- da pede”, diz Sérgio Padro, re- presentante da Unica em Ri- beirão Preto. Para ele, o desafio do setor se- rá “cruzar a barreira da projeção e da realidade”. Para que esse futuro aconteça, é preciso, além de investimentos, um maior entendimento do governo nas políticas de impostos para o etanol, que estão em 31% para o derivado da cana e 35% para a gasolina, em arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circula- ção de Mercadorias e Serviços). Hoje, São Paulo tem uma taxa de ICMS para o etanol de 12%, condição para que o etanol seja mais barato no estado em rela- ção a outras regiões. De acordo com a ANP, o preço pago pelos paulistas variam de R$ 1,7 a R$ 2,03, enquanto no Rio de Ja- neiro o etanol pode chegar R$ 2,53. “O custo de produção da cana é grande por causa da terra e da renovação da cana nas lavou- ras, além da mão-de-obra”, explica Sérgio Prado. Para o representante da Uni- ca, o etanol deverá ter mais vantagens para o bolso quando houver maior produção e me- nor cobrança de tributos. “Esta- mos nos preparando para me- lhorar a eficiência, plantar mais cana em menos tempo”, diz. l + O futuro do setor canavieiro no Brasil A projeção mostra que a indústria da cana-de- açúcar crescerá 55% até 2022. 43% será o aumento da lavoura no país 1,1 bi de toneladas de cana por ano 65% da produção será destinada ao etanol 80% de aumento da participação no consumo interno. O mercado brasileiro deverá consumir 45,8 bilhões de litros de etanol por ano. Fonte: Fiesp/Icone VANTAGENS “Além de ser renovável, é um combustível menos poluente e aquece a economia do país. Gera empregos e sustenta a indústria” _ Leila Harfuch, Pesquisadora

Etanol mais barato em 4 anos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Investimentos no setor canavieiro podem garantir competitividade

Citation preview

Page 1: Etanol mais barato em 4 anos

dia a dia ECONOMIA

Você vaiusarmuitoetanol paraabastecerPesquisa da Fiesp/Iconemostra que preço docombustível vai cair nos próximos anos e quevenda de carros flex vai aumentar em todo o Brasil

Maria Clara LimaAgência BOM DIA

Aproduçãodecana-de-açúcarnoBrasilcrescerá55%nospró-ximosdezanos.Nessecenário,quemganha é o consumidor,que terá etanolmais barato ecompetitivo.Aprojeção foi feita apartir de

umestudo realizadopelaFiesp(FederaçãodasIndústriasdoEs-tadodeSãoPaulo) epelo Icone(InstitutodeEstudosdoComér-cio eNegociações Internacio-nais) emostraqueoBrasil pro-duziráquase1bilhãodetonela-dasdecanaporano,sendo65%destinadaàproduçãodeetanol.SegundoodiretordaANP,Al-

lanKardec, emtrês anosoeta-nol voltará a ser competitivoemrelaçãoaoálcool.De acordo comLeilaHarfu-

ch, pesquisadora sênior doIcone, a demanda por umaproduçãomaior será impul-sionadapelamudançadeper-filda frotadecarronopaís.“Trabalhamos comumnú-

mero de 81%de veículos flexnospróximosdezanos”,expli-

Fotos:Arquivo/AgênciaBO

MDIAeDivulgação

CAMINHOPARAOFUTUROOestudo da Fiesp/Iconemostra uma íntima relação entre aevolução da produção de cana-de-açúcar voltada para oetanol e o aumento de venda de carros flex nos próximosanos.

81%doscarrosdoBrasil em2022serãoflex,dizpesquisadoradoIcone

OestadodeSãoPaulocontinuarásendoomaiorprodutordecanadoBrasil

caapesquisadora.Porcausadisso,osetordeca-

na-de-açúcarparaaproduçãodeetanoldeverá se tornarmaiscompetitivo.ParaLeila, quantomais investimentos no setor,melhor. “Alémde ser renová-vel, é umcombustívelmenospoluente e aquece a economiadopaís. Gera empregos e sus-tentaa indústria”,diz.AUnica (União da Indústria

de Cana-de-açúcar) esperaque, nos próximos anos, o in-vestimentono setorultrapasseR$ 150 bilhões, sendo R$ 110bilhõesparaa indústria eR$46bilhões para as lavouras. “Te-mosqueinvestirparabaratearocustodeproduçãodacana-de-açúcarnopaís.Sóassim,pode-remosofereceroqueademan-dapede”, diz SérgioPadro, re-presentante daUnica emRi-beirãoPreto.Paraele,odesafiodosetorse-

rá“cruzarabarreiradaprojeçãoe da realidade”. Para que essefuturoaconteça,épreciso,alémde investimentos, ummaiorentendimentodo governonaspolíticas de impostos para oetanol,queestãoem31%paraoderivadoda cana e 35%para agasolina, em arrecadação deICMS (Imposto sobreCircula-çãodeMercadoriaseServiços).Hoje,SãoPaulotemumataxa

de ICMSpara o etanol de 12%,condiçãoparaqueoetanol sejamaisbaratonoestadoemrela-çãoaoutras regiões.DeacordocomaANP, opreçopagopelospaulistas variam de R$ 1,7 aR$2,03,enquantonoRiodeJa-neiro o etanol pode chegarR$2,53.“Ocustodeproduçãodacana

égrandeporcausada terraedarenovaçãoda cananas lavou-ras, além damão-de-obra”,explicaSérgioPrado.Parao representantedaUni-

ca, o etanol deverá ter maisvantagensparaobolsoquandohouvermaior produção eme-norcobrançadetributos.“Esta-mosnospreparandoparame-lhoraraeficiência,plantarmaiscanaemmenostempo”,diz.

l+O futuro do setorcanavieiro no BrasilA projeção mostra que aindústria da cana-de-açúcar crescerá 55% até2022.

43%será o aumento dalavoura no país

1,1 bide toneladas de canapor ano

65%da produção serádestinada ao etanol

80%de aumento daparticipação noconsumo interno. Omercado brasileirodeverá consumir 45,8bilhões de litros deetanol por ano.

Fonte: Fiesp/Icone

VANTAGENS

“Alémde serrenovável, é umcombustívelmenospoluente e aquece aeconomia do país.Gera empregos esustenta a indústria”

_ Leila Harfuch,Pesquisadora