37
9 ETEC Philadelpho Gouvêa Netto Priscila Feltrin Características de próteses metalocerâmicas de elementos unitários posteriores Monografia elaborada para ETEC Philadelpho Gouvêa Netto como requisito para conclusão do Curso Técnico em Prótese Dentaria. São José do Rio Preto – SP 2009

ETEC Philadelpho Gouvêa Netto Priscila Feltrin · propriedades plásticas do barro e da argila, e descobriu, que as formas moldadas por ele se tornavam rígidas quando assadas no

Embed Size (px)

Citation preview

9

ETEC Philadelpho Gouvêa Netto Priscila Feltrin

Características de próteses metalocerâmicas de elementos unitários posteriores

Monografia elaborada para ETEC Philadelpho Gouvêa Netto

como requisito para conclusão do Curso Técnico em Prótese Dentaria.

São José do Rio Preto – SP 2009

10

ETEC Philadelpho Gouvêa Netto

Priscila Feltrin

Características de Próteses metalocerâmicas de elementos unitários posteriores

São José do Rio Preto

2009

11

Agradeço primeiramente a Deus,

Nosso Senhor Jesus Cristo pois ele

está sempre conosco e à minha

querida mãe, por estar ao meu lado

todos os momentos de minha vida.

12

Dedico este trabalho à toda

minha família, aos meus

professores e amigos, que

sempre estiveram do meu

lado.

13

"É melhor tentar e falhar,

que preocupar-se e ver a vida passar;

É melhor tentar, ainda que em vão,

que sentar-se fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar,

que em dias tristes em casa me esconder.

Prefiro ser feliz, embora louco,

que em conformidade viver ..."

Martin Luther King

14

Resumo

As próteses metalocerâmicas em elementos unitários posteriores, deverão

ser completamente revestidas por cerâmica, apresentar uma dimensão aproximada

de ¾ do tamanho anatômico final da restauração e ter também uma cinta metálica

lingual, que deve se estender até as proximais. Para a confecção de uma prótese

metalocerâmica de elementos unitários posteriores, levamos em consideração: os

mecanismos de união, ligas usadas, o desenho da infra-estrutura metálica, a

espessura do metal, contatos oclusais e proximais, extensão da área de metal

revestida por porcelana.

Palavras-Chave: Próteses Metalocerâmicas, Elementos Unitários, Infra-estrutura

Metálica.

15

Abstract

The metalocerâmic prostheses units should be completely coated with

ceramic, to provide a size of approximately ¾ of the anatomical size of the final

restoration and also have a metal strap tongue, which should extend to the proximal.

For the construction of a prosthesis metalocerâmica elements of unit later, we took

into consideration: the mechanisms of union, alloys used, the metal infrastructure

design, the thickness of the metal, and occlusal and proximal contacts, extension of

porcelain coverage.

16

SUMÁRIO

1. Introdução 09

2. Descrição de Técnicas 11

2.1 Restaurações Metalocerâmicas 11

2.2 Padrão de cera de uma infra-estrutura metálica 13

2.3 Infra-estrutura metálica 13

2.4 Espessura do metal 13

2.5 Aplicação do Opaco 19

2.6 Aplicação da Porcelana de dentina e esmalte 19

3. Caso 1 21

4. Caso 2 29

5. Discussão 31

6. Conclusão 33

7. Lista de Figuras 34

8. Referências Bibliográficas 36

17

1. Introdução

A palavra cerâmica é originada do termo grego Keramos que significa

“matéria queimada”. O termo porcelana designa um tipo específico de cerâmica,

branca e translúcida, mais fina, preparada principalmente com o caulim, podendo ou

não ser vitrificada.

O homem primitivo, vivendo há 400.000 anos, tomou conhecimento das

propriedades plásticas do barro e da argila, e descobriu, que as formas moldadas

por ele se tornavam rígidas quando assadas no fogo. Com o passar dos anos, três

tipos básicos de materiais cerâmicos foram desenvolvidos: o barro queimado a

baixas temperaturas, que se mostrava relativamente poroso; o pó de pedra que

apareceu na China aproximadamente 100 anos a.C., era queimado a uma

temperatura superior à do barro e resultou em um material mais resistente e com

impermeabilidade à água e o terceiro foi a porcelana, obtido pela fusão da argila

branca do sudoeste da China com a pedra de javre, que produziu um pó branco e

translúcido. Esse pó quando queimado, produziu um material com resistência

superior aos anteriores e a partir de então, vasos translúcidos com paredes muito

finas começaram a ser produzidos.

Embora os primeiros artefatos de porcelana sejam conhecidos há mais de

1000 anos, a história da porcelana como um material dentário retorna há apenas

200 anos. Antes disso, os materiais utilizados à confecção de dentes artificiais eram

dentes humanos extraídos, dentes de animais ou de marfim.(15)

Em 1774 Alex Duchateau(15) estava insatisfeito com o odor, gosto e

descoloração dos dentes de marfim de sua prótese. Notou que os utensílios de

porcelana glazeada que usava todos os dias em seu laboratório resistiam à

descoloração, demonstravam superfície lisa e eram resistentes à abrasão. Então,

Duchateau tentou produzir para si próprio um par de próteses com dentes de

porcelana, entretanto, devido à grande contração que o material apresentava após a

queima, não obteve sucesso. Ele se associou com Nicholas Dubois de Chemant e

conseguiram controlar a contração da porcelana.

Os dentes produzidos pela técnica de Duchateau eram muito brancos e

opacos, então em 1838, Elias Wildman(15) conseguiu formular uma porcelana mais

translúcida e com brilho mais próximo ao dos dentes naturais.

18

Em 1844 restaurações de porcelana unitárias foram introduzidas, tornando-

se populares a partir de 1860. Mas foi em 1885 que Logan(15) conseguiu melhorá-las

e sua técnica previa que a porcelana deveria ser fundida sobre um pino de platina,

que seria posteriormente cimentado ao dente como uma coroa pivô.

Charles H Land, de Detroit (EUA)(15), pioneiro no campo da prótese fixa,

obteve, em 1889, a primeira patente para a confecção de coroas de jaqueta de

porcelana. Land procurou produzir porcelanas de baixa fusão para que pudessem

ser fundidas a lâminas de ouro, mais fácil de brunir que as de platina.

O aprimoramento das porcelanas de baixa fusão por Brewster, nos EUA, e

Jenkins, na Alemanha, por volta de 1900(15), juntamente com o advento dos

pequenos fornos elétricos no início do século XX, determinou o estabelecimento das

porcelanas como um dos materiais mais usados em Odontologia.

A associação da porcelana ao metal veio superar a principal limitação ao uso

da porcelana em dentes posteriores, devido a sua falta de resistência á tração e

cisalhamento. Devido ao fato de não haver evidências de união química entre as

ligas e a porcelana, a retenção mecânica era utilizada. Foi adicionado 1% de

elementos oxidantes, ocorrendo o grande aumento na resistência de união da

porcelana às ligas metálicas.

A partir de 1980, ocorreu a difusão da restauração metalocerâmica como um

material restaurador.(15)

19

2. Descrição de Técnicas

2.1 Restaurações metalocerâmicas

A restauração metalocerâmica é composta por uma infra-estrutura metálica

que se encaixa sobre o preparo do dente e de uma parte de cerâmica fundida à

infra-estrutura metálica. A infra-estrutura metálica é um pouco mais do que uma fina

camada de metal ou pode ser claramente reconhecido como uma coroa fundida na

qual foi removida uma parte. Os contornos da área removida serão substituídos pela

porcelana que irá mascarar ou esconder o metal, produzindo o contorno desejado e

aperfeiçoando o efeito estético da restauração.

A estrutura metálica em uma restauração metaloceâmica é coberta com três

camadas de porcelana:

A primeira é a porcelana opaca oculta o metal dentro de si, inicia o

desenvolvimento de uma tonalidade e tem um papel importante no desenvolvimento

da união entre a cerâmica e o metal.

A porcelana de dentina forma a maior parte da massa da restauração,

propiciando sua cor.

A porcelana de esmalte fornece a translucidez à restauração.(Fig 1.)

20

Fig. 1 Figura mostrando as camadas de porcelana

Para explicar a união entre a cerâmica e a subestrutura de metal temos

quatro mecanismos:

Segundo Jochen o envolvimento mecânico cria uma união que entrelaça a

cerâmica com as micro abrasões da superfície da infra-estrutura metálica,

produzidas pelo acabamento do metal com pedras ou discos.(10)

As forças compressivas dentro de uma restauração metalocerâmica são

desenvolvidas por uma infra-estrutura metálica adequadamente desenhada e pelo

uso de um metal com coeficiente de expansão ligeiramente superior ao da porcelana

sobre a infra-estrutura metálica. Esta ligeira diferença na expansão térmica fará com

que a porcelana seja atraída em direção ao metal durante o resfriamento após a

cocção.

As forças de Van der Waal(18) compreendem uma afinidade baseada em

uma atração mutua de moléculas carregadas. Elas contribuem para a união, mas

são uma força mínima que não é tão significativa quanto já se considerou. Apesar de

a atração molecular fazer apenas uma pequena contribuição à força de união total,

ela é significativa no desencadeamento do mecanismo mais importante, a união

química.

21

A união química é indicada pela formação de uma camada de óxido no metal

e pela força de união aumentada pela cocção em uma atmosfera oxidante (11,1,27,6).

2.2 Padrão de cera de uma infra-estrutura metálica

O padrão de cera deverá ser feito com o contorno completo da restauração

terminada, depois as áreas a serem revestidas por porcelana serão cortadas. O

padrão deverá ter 0,4 a 0,5mm na área a ser revestida por cerâmica, ele será

afinado para aproximadamente 0,3mm depois de ter sido fundido(24).

2.3 Infra-estrutura Metálica

A infra-estrutura metálica é muito importante para uma restauração

metalocerâmica, e infelizmente ela é desprezada frequentemente e seu desenho

pode ter muita influência no sucesso ou fracasso da restauração.

2.4 Espessura do metal

A porcelana deve ser mantida a uma espessura mínima que ainda seja

compatível com o bom efeito estético. A porcelana relativamente fina de espessura

uniforme e suportada por um metal rígido é mais forte de todas. A espessura mínima

absoluta da porcelana é de 0,7mm, e a espessura desejável é de 1,0mm. As

deficiências na superfície oclusal do preparo do dente e áreas interproximais

causadas por caries ou restaurações previas, devem ser delineadas no preparo ou

compensadas com uma espessura extra da infra-estrutura metálica nestas regiões.

A junção externa da porcelana com o metal deve formar um ângulo reto para

evitar contração do metal e a fratura subseqüente da porcelana. Um ângulo agudo

de metal na interface entre este e a porcelana é mais provável de produzir fissuras

finas do que um ângulo de 90 ou 135 graus(7). Se a borda do metal na linha da

junção entre este e a porcelana for chanfrada ou arredondada, a porcelana

terminara em uma borda saliente, através da qual aparecera o metal oxidado ou

opaco.

22

A longevidade e resistência máximas da restauração são adquiridas por

meio da rigidez do metal. O metal não pode se distorcer durante o assentamento ou

quando submetido a forças oclusais porque esta flexibilidade provocara tensão na

porcelana e ocasionara o seu cisalhamento. O metal deve ser rígido e prático ao

mesmo tempo, e o desenho da infra-estrutura metálica deve garantir um volume

propicio para a rigidez.

Para se obter a resistência e a rigidez adequada, deve ter espessura mínima

de 0,3 a 0,5mm.(20) Uma liga de metal básico com resistência mais alta e

temperatura de fusão elevada pode ter apenas 0,2mm de espessura(28). A espessura

metálica pode variar, dependendo da configuração do preparo. Estes valores

indicam a espessura mínima para os diferentes sistemas de ligas. O objetivo

principal de obtenção de uma espessura uniforme de aproximadamente 1,0mm na

porcelana decretara a espessura da infra-estrutura metálica.

Para que sejam colocados os contatos oclusais no metal, a porcelana da

superfície vestibular deve estender por sobre a ponta da cúspide e ao longo da

metade do plano vertente palatina da cúspide vestibular nos pré-molares (Fig.2) e

molares (Fig 3)(4).

23

Fig. 2 Vistas mesial e oclusal da infra-estrutura

metálica para um pré- molar superior.

Fig. 3 Vistas mesial e oclusal da infra-estrutura

metálica para um 1º molar superior.

Deverá haver uma estrutura arredondada de metal sob a cúspide vestibular

para suportar a porcelana (Fig. 4A). Sem uma estrutura de suporte, a cerâmica sofre

fratura (Fig. 5B). Esta configuração satisfaz as necessidades estéticas da maioria

dos pacientes e promove a longevidade, se a junção entre a porcelana e o metal for

mantida longe dos contatos oclusais. Este modelo é mais resistente às fraturas do

que os desenhos nos quais a porcelana estende-se até o sulco central ou cobre

totalmente a superfície oclusal(17). As variantes para os dentes superiores incluem

uma cobertura de porcelana na crista marginal mesial até o meio da crista triangular

(Fig. 6), ou para os pacientes que necessitam de efeito estético absoluto, cobertura

total da superfície oclusal dos pré-molares (Fig. 7) e molares (Fig. 8) com porcelana.

24

Fig. 4 e 5 vistas proximais de uma infra-estrutura metálica

Posterior superior, com o suporte adequado de metal abaixo da

cúspide vestibular na figura (A) e sem o suporte na figura (B).

Fig. 6 vistas mesial e oclusal da Infra-estrutura

metálica modificada Para um pré-molar superior.

Fig. 7 vistas mesial e oclusal da infra-estrutura

metálica para um pré-molar superior, com

cobertura total de porcelana.

25

Fig. 8 vistas mesial e oclusal da infra-estrutura

metálica para um primeiro molar superior,

com revestimento oclusal total de porcelana.

O primeiro pré-molar inferior irá requerer uma cobertura total da face oclusal

com porcelana, na coroa metalocerâmica instalada nele (Fig. 9). O nível da

cobertura oclusal com porcelana, na coroa metalocerâmica dos molares e segundos

pré-molares inferiores, será decretado pelos desejos do paciente, pela restauração

oclusal da arcada oposta e pela presença ou ausência de bruxismo. A metade distal

dos pré-molares (Fig. 10) e molares (Fig 11) pode não ser revestida por cerâmica

para permitir que a porção maior dos contatos oclusais seja colocada sobre o metal,

se o paciente puder ficar satisfeito com um revestimento da cor de seu dente na

crista marginal mesial, no contato proximal, na fossa e no plano inclinado da

cúspide.

26

Fig. 9 vistas mesial e ocusal da infra- Estrutura

metálica para um primeiro pré-molar Inferior

(padrão para o primeiro pré-molar, opcional para

o segundo.)

Fig. 10 vistas mesial e oclusal da infra-estrutura

metálica padrão para um segundo pré-molar

inferior.

Fig. 11 vistas mesial e oclusal da

infra-estrutura metálica padrão para

um primeiro molar inferior.

27

2.5 Aplicação do Opaco

O opaco tem a função de cobrir a estrutura metálica e esconder o aspecto

acinzentado do metal, ele é desenvolvido para cada tipo de cor da escala, com o

objetivo de se obter o matiz escolhido e iniciar a ligação entre a porcelana e o metal.

É aplicado sobre a estrutura metálica úmida, para que obtenha uma ligação,

pois se for aplicado na estrutura seca, poderá soltar porcelana na região dos

bordos. Antes de começar a aplicação a estrutura deve ser jateada, e oxidada, o

processo de oxidação serve para que haja também a união química aliada aos

processos de umidificação aplicados(15).

A camada opaca deve ser a mais fina possível, mas sem deixar de

esconder o metal, ela deve ter aproximadamente 0,3mm de espessura.

A restauração que possuem uma margem vestibular com cinta metálica

estão prontas para a aplicação da porcelana de dentina e de esmalte após a

aplicação da porcelana opaca(4).

2.6 Aplicação da porcelana de dentina e de esmalte

Aplique a porcelana de dentina sobre a camada de opaco com um pincel ou

com uma espátula pequena, começando na margem cervical da restauração

metálica. Desenvolva todo o contorno da coroa na porcelana de dentina. Quando a

porcelana estiver condensada e seca, remova a porcelana de dentina para a

inserção da porcelana de esmalte.

Aplique a porcelana de esmalte por todo o contorno da restauração, use

instrumentos de escultura para formatar os contornos finais da porcelana.

As porcelanas disponíveis no mercado exibem contração linear significativa

durante a cocção, e uma coroa metalocerâmica pode contrair 0,9mm da oclusal(23).

Quando estiver concluída, a restauração deverá ser maior no aspecto

oclusal para compensar a contração. Faça com que a coroa fique 1/5 maior do que o

tamanho desejado para compensar a contração 20% que ocorrerá durante a

cocção(5).

Os contornos insuficientes poderão ser corrigidos através da adição da

porcelana adequada(23).

28

Queime a restauração a uma temperatura de aproximadamente 10 a 20°C

menor do que a cocção inicial.

Depois da ultima cocção, a coroa pode não se encaixar perfeitamente ou

pode ter outras deficiências pequenas, que serão corrigidas com discos

diamantados ou pedras de óxido de alumínio.

Após o contorno e a oclusão desejados forem obtidos, a restauração deverá

receber tratamento da superfície para melhor resultado, o tipo mais usado é o glaze.

O glaze aplicado é uma porcelana clara de fusão baixa, pincelada na

superfície da restauração e depois queimada a uma temperatura de fusão muito

inferior à da porcelana de dentina e de esmalte(11).

Jacobi(9) mostrou que a porcelana polida causa menos destruição na

superfície dental da arcada oposta do que a porcelana glazeada.

Se a tonalidade de uma coroa metalocerâmica é muito escura é quase

impossível clareá-la através das alterações cromáticas padronizadas, sem tornar a

aparência do dente exageradamente opaca. Se ela for muito clara, poderá ser

modificada.

29

3. Caso 1

Fig. 12 Aplicação do opaco

Fig. 13 Aplicação do corpo, observando o posicionamento das cúspides.

30

Fig. 14 Acréscimo do corpo onde se faz necessário.

Fig. 15 Após queima do corpo.

31

Fig. 16 Verificando no articulador,

se existe espaço suficiente para aplicação da incisal.

Fig. 17 Aplicação de incisal nas cúspides.

32

Fig. 18 Vista vestibular esculpida.

Fig. 19 Aprofundando os sulcos.

33

Fig. 20 1ª Queima da incisal.

Fig. 21 Conferindo a oclusão no articulador.

34

Fig. 22 Usando a ponta do pincel para criar detalhes anatômicos.

Fig. 23 Última queima.

35

Fig. 24 Removendo pequenos excesso com a exa-cerapol cinza.

Fig. 25 Conferindo oclusão.

36

Fig. 26 Prótese Pronta.

37

4. Caso 2

Fig. 27 Padrão de cera confeccionado.

Fig. 28 Infra-estrutura metálica depois de ajustada

e adaptada sobre o modelo de trabalho.

Fig. 29 Aspecto externo da prótese,

onde é possível notar a escultura anatômica da plataforma oclusal

e reprodução caracterizada com corantes dos sulcos primários e secundários.

38

Fig. 30 Prótese posicionada no modelo de trabalho

após os devidos retoques finais

Fig. 31 Vista oclusal da restauração metalocerâmica.

Com o uso de caracterizadores nos sulcos e fóssulas.

39

5. Discussão

As próteses metalocerâmicas são confeccionadas há mais de 60 anos, trata-

se de uma estrutura metálica revestida de cerâmica. São bastante resistentes e

esteticamente agradáveis.(16)

Como o nome já diz, a prótese metalocerâmica é confeccionada em metal

coberto com porcelana. É indicada para grandes destruições dentais, seja por cárie

ou fratura, onde praticamente não existem mais paredes capazes de sustentar uma

restauração normal. Recobre toda a coroa dental e como está próxima à gengiva,

provoca algumas reações na mesma, exigindo, grandes cuidados com a escovação

e alimentação. Por mais bem feitas que sejam, estas coroas tem sempre uma

aparência artificial, embora fiquem bem disfarçadas no conjunto dos dentes.(14)

O planejamento da infra-estrutura metálica de uma restauração

metalocerâmica é fundamental para ser alcançada a reabilitação adequada.

Segundo Fischaman Vieira e Santos Junior (1989)(26) desde que o metal tenha um

correto tratamento, a estrutura metálica é o mais importante, para prevenir fraturas

das próteses metalocerâmicas.

Owall e Cronstrüm (2000)(21) estudaram as principais complicações ocorridas

em restaurações metalocerâmicas, nos dois primeiros anos apos a cimentação. Os

autores verificaram que 41% das próteses falham por fratura da estrutura metálica,

24% por falta de retenção, 17% devida a fratura da porcelana, 10% em decorrência

da fratura do dente ou da raiz e 7% por outras razões.

De acordo com Hobo e Shilinburg Junior (1973)(8), a porcelana deve estar

bem aderida no metal por meio de uma união química e mecânica, o metal precisa

ter ponto de fusão mais alto que a porcelana, entre 134 e 244° C, a diferença do

coeficiente da expansão térmica dos materiais devem ser o menor possível para

manter a porcelana sob compressão na interface metal-porcelana, formando assim o

“sanduíche de vidro”.

Segundo Junior Ramos, Miranda Batista (1997) e Araújo (2000)(22)(2) a

estrutura deve ter forma adequada, a fim de evitar sobre contornos e permitir um

perfil de emergência ideal.

A espessura do metal deve possibilitar que seja aplicado de 1,5 a 2,0 mm de

porcelana (MILLER, 1983)(19), a camada de porcelana deve ser uniforme para

obtenção de resistência e estética adequada e controle na contração. Espessura

40

superior a 2,0 mm perde a ação de abraçamento ao metal, podendo ocorrer fratura,

além de contração excessiva.

Segundo Bonfante (2000)(3), a cerâmica não deve ter a espessura menor do

que 1 mm ou maior que 2,5mm.

A região marginal do coping de acordo com Miller(1983)(18) e Strausberg,

Katz e Kumata (1996)(25), o desenho da região marginal do coping metálico deve ser

em bisel, paralelo ao percurso de inserção da coroa individual. Desta forma, é

restaurado o selamento marginal; removidos e cobertos os prismas de esmalte sem

suporte dentário; obtido acabamento e brunimento; promovida rigidez

circunferencial; reproduzido o contorno removido no preparo e controlado o perfil de

inserção durante a prova da infra-estrutura metálica.

Segundo Strausberg, Katz e Kumata (1996)(25), o colarinho deve ser

reduzido a um mínimo de 0,2 mm de espessura e colocado no interior do sulco

marginal.

A associação de estruturas metálicas a porcelanas odontológicas continua

sendo a escolha mais freqüente quando o cirurgião dentista procura aliar alta

confiabilidade a um resultado estético satisfatório. Além de oferecer um custo

relativamente baixo em relação aos outros sistemas, o desenvolvimento de novas

ligas metálicas e novos materiais cerâmicos melhoraram de forma sensível tanto a

biocompatibilidade como o resultado estético final dessas próteses.(13)

41

6. Conclusão

Através dos estudos feitos, concluem-se que o desenho correto das infra-

estruturas metálicas são essenciais para uma perfeita prótese metalocerâmica,

proporcionando-lhe resistência.

Da mesma forma, as coroas metalocerâmicas devolvem a aparência dos

dentes naturais sem notarmos a presença de metal, apresentam um belo e durável

sorriso, pois elas além de terem uma boa resolução estética, são muito resistentes

por causa do metal e não sofrem perda da coloração com o passar dos anos,

fornecendo uma durabilidade maior ao trabalho.

42

7. Lista de Figuras

1. Figura mostrando as camadas de porcelana.

2. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica para

um pré-molar superio.

3. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica para

um primeiro molar superior.

4. Figuras mostrando vistas proximais de uma infra-estrutura metálica posterior

superior, com o suporte adequado de metal abaixo da cúspide vestibular na

figura (A) e sem o suporte na figura (B).

5. Figuras mostrando vistas proximais de uma infra-estrutura metálica posterior

superior, com o suporte adequado de metal abaixo da cúspide vestibular na

figura (A) e sem o suporte na figura (B).

6. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica modificada

para um pré-molar superior.

7. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da da infra-estrutura metálica para um

pré-molar superior, com cobertura total de porcelana.

8. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica para um

primeiro molar superior, com revestimento oclusal total de porcelana.

9. Figura mostrando vistas mesial e ocusal da infra-estrutura metálica para um

primeiro pré-molar inferior (padrão para o primeiro pré-molar, opcional para o

segundo.)

10. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica padrão para

um segundo pré-molar inferior.

11. Figura mostrando vistas mesial e oclusal da infra-estrutura metálica padrão para

um primeiro molar inferior.

12. Figura mostrando a aplicação do opaco

13. Figura mostrando a aplicação do corpo, observando o posicionamento das

cúspides.

14. Figura mostrando o acréscimo do corpo onde se faz necessário.

15. Figura mostrando após queima do corpo.

16. Figura mostrando a verificação no articulador, se existe espaço suficiente para

aplicação da incisal.

17. Figura mostrando a aplicação de incisal nas cúspides.

43

18. Figura mostrando a vista vestibular esculpida.

19. Figura mostrando o aprofundamento dos sulcos.

20. Figura mostrando a 1ª Queima da incisal.

21. Figura mostrando a conferencia da oclusão no articulador.

22. Figura mostrando o uso da ponta do pincel para criar detalhes anatômicos.

23. Figura mostrando a ultima queima.

24. Figura mostrando a remoção de pequenos excesso com a exa-cerapol cinza.

25. Figura mostrando a conferencia da oclusão.

26. Figura mostrando a Prótese Pronta.

27. Figura mostrando o padrão de cera confeccionado.

28. Figura mostrando a infra-estrutura metálica depois de ajustada e adaptada

sobre o modelo de trabalho.

29. Figura mostrando o aspecto externo da prótese, onde é possível notar a

escultura anatômica da plataforma oclusal e reprodução caracterizada com

corantes dos sulcos primários e secundários.

30. Figura mostrando a prótese posicionada no modelo de trabalho após os devidos

retoques finais.

31. Figura mostrando a vista oclusal da restauração metalocerâmica. Com o uso de

caracterizadores nos sulcos e fóssulas

Figuras de 1 a 11: Livro – Fundamentos de Prótese Fixa

Figuras de 12 a 26: Coluna laboratorial – A arte de esculpir cerâmica usando

apenas pincéis. (Roberto Devolio, TPD)

Figuras de 27 a 31: Site - www.laboratorionicolau.com.br/.../mondelli2.htm (Miguel Asenjo

Martinez)

44

8. Referencias Bibliográficas:

1. Anusavice KJ, Horner JA, Fairhurst CW; Adherence control-ling elements in

ceramic-metal systems. I. Precious alloys. J Dent Res 1977, 56;1045-1052. 2. ARAÚJO, C. R. P. Formas e características das infra-estruturas para

próteses metalocerâmicas. In: PEGORATO, L.F. Prótese Fixa. São Paulo: Artes Médicas, 2000. p. 202-218.

3. BONFANTE, G. Prova dos retentores, remoção em posição para soldagem e

remontagem. In: PEGORATO, L.F. Prótese Fixa. São Paulo: Artes Médicas, 2000. p. 221-52.

4. Brackett SE, Leary JM, Turner KA, Jordan RD: An evaluation of porcelain

strength and the effect of surface treatment. J Prosthet Dent 1989; 61:446-451.

5. Brooks TD: Instrumentation that facilitates porcelain restoration construction. J Prosthet Dent 1983; 49:446.

6. Dent RJ, Preston JD, Moffa JP, et al: Effect of oxidation on ceramometal Bond strength. J Prosthet Dent Res 1982, 47:59-62.

7. Fisher RM, Moore BK, Swartz ML, Dykema RW: The effects of enamel wear onthe metal-porcelain interface. J Prosthet Dent 1983, 50:627-631.

8. HOBO, S.; SHILLINGBURG JUNIOR, H.T. Porcelain fused to metal. Tooth preparation and coping design. J. Prosthet. Dent., v. 30, n. 1, p. 28-36, 1973.

9. Jacobi R, Shilingburg HT, Duncanson MG: A comparison of the abrasiveness of six ceramic surfaces and gold. J Prosther Dent 1991; 66:303-309.

10. Jochen DG, Caputo AA, Matyas J: Effect of metal surface treatment on ceramic bond strength. J Prosthet Dent 1986; 55: 186-188.

11. Klausner LH, Cartwright CB, Charbeneau GT: Polished versus auto-glazed porcelain surfaces. J Prosthet Dent 1982; 47:157-162.

12. Knap FJ, Ryge G; Study of Bond strength of dental porcelain fused to metal. J Dent Res 1966; 45;1047-1051.

13. Laboratório Aliança http://www.laboratorioalianca.com.br/metaloceramicas.htm 14.LaumerQuintella

http://www.plasticadental.com.br/site/index.php?menu=tratamento 15. Leandro Ramos Marcos (2007) http://protese-dentaria.blogspot.com/

45

16. Luiz Coelho: http://www.luizcoelho.com.br/lccomp0101.htm

17. Marker JC, Goodkind RJ, Gerberich WW: The compressive strength of

nonprecious versus precious cramometal restorations with various frame designs. J Prosthet Dent 1986, 55:560-567.

18. McLean JW, Sced IR: Bonding of dental porcelain to metal-I. The gold

alloy/porcelain Bond. Trans Br Ceram Soc 1973; 72;229-233. 19. MILLER, L. L. Framework design in cerometal restorations. Dent. Clin. N.

Amer, v. 21, n. 4, p. 699-716, 1977. Aclinician’s interpretation of tooth preparation and design of metal substrutures for ceramic restorations. MCLEAN, J.W. Dental ceramics. Chicago: Quintessence Books, 1983. p. 153-206. Confecção da estrutura em restauração Metalocerâmica. In: SCHARER, P.; RINN, L.; KOP, F. R. Normas estéticas para a reabilitação bucal. Rio de Janeiro: Quintessence, 1986. p. 111-32.

20. Mumford G: The porcelain fused to metal restoration. Dent Clin North Am

1965; 9:241-249.

21. OWALL, B.; CRONSTRÜM, R. First two-year complications of fixed partial dentures, eight units or more. Swedish Guarantee Insurance claims. Acta Odontol. Scand., v. 58, n.2, p.72-6, 2000.

22. RAMOS JUNIOR, L.; BATISTA, J.G.; MIRANDA, M.E. Características da infra-estrutura para restaurações metalocerâmicas. Odonto Pope, v.1, n.3, p.160-169, 1997.

23. Rosenstiel SF: Linear firing shrinkage of metal ceramic restorations. Br Dent

J 1987; 162:390-392. 24. Scheu R: kunstoff ersetztwachs-Rationelle fromebung fur stumpf- and

kronenhulsen. Zahntecnik (Zur) 1970; 28:359-362.

25. STRAUSSBERG, G.; KATZ, G.; KUMATA, M. Desing of gold supporting strutures for fused porcelain restorations. J. Prosthet. Dent., v.16, n.5, p.928-936, 1996.

26. VIEIRA, G. F.; FICHAMAN, D. M.; SANTOS JUNIOR, J. S. O desenho dos copings nas metalocerâmicas. Rev. Paul. Odont., v. 11, n.4, p.2-7, set./out. 1989.

27. Von Radnot MS, Lautenschlager EP; Metal surface changes during porcelain

firing. J Dent Res 1969, 48:321-324. 28. Weiss PA: New design parameters: Utilizing the properties of nickel-

chromium superalloys. Dent Clin North Am. 1977; 21:769-785.