16
Jornal mensal da Igreja Metodista Setembro de 2008 Ano 122 número 9 Palavra Episcopal Pela Seara Missões Testemunho Entrevista Cultura Ética cristã: Igreja chamada a ser luz A ética que proclamamos é vivência de graça ou um sombrio legalismo? Páginas 8 e 9 Eleições 2008 Luiz Alves/SEFOT_Secom Fé e política podem ser aliadas na cons- trução do Reino de Deus. Página 12 e Encarte especial. Saúde integral Os missionários Cláudia e Eduardo Maia, pro- fissionais da área de saúde, falam do traba- lho e dos desafios em Moçambique. Página 11 Gail Coulson Doação de sangue Mobilização metodista dias 22 a 27 de setembro. Página 7 Um olhar para o ancião O aumento da ex- pectativa de vida gera novos desafios. Página 3 Olimpíadas pela Paz Foi a Conferência so- bre Mídia, Religião e Cultura, na Umesp. Página 5 Brasileiros no exterior A Comunidade Cristã Latino-Americana na Suíça completa 7 anos. Página 10 Eu sou um milagre andante Keila Guimarães vol- ta à ativa e fala de sua recuperação. Página 13 Sombras do passado Pastor Ananias Lúcio da Silva fala sobre sua prisão. Página 14 Brilho eterno O paraíso mora em nós como saudade do que não se viveu. Página 15

Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Jornal mensal da Igreja Metodista • Setembro de 2008 • Ano 122 • número 9

Palavra Episcopal

Pela Seara

Missões

Testemunho

Entrevista

Cultura

Ética cristã: Igreja

chamadaa ser luz

A ética queproclamamos é

vivência degraça ou

um sombriolegalismo?

Páginas 8 e 9

Eleições 2008

Luiz Alves/SEFO

T_Secom

Fé e política podem ser aliadas na cons-trução do Reino de Deus. Página 12 e Encarte especial.

Saúde integral

Os missionários Cláudia e Eduardo Maia, pro-fissionais da área de saúde, falam do traba-lho e dos desafios em Moçambique. Página 11

Gail Coulson

Doação de sangueMobilização metodista dias22 a 27 de setembro. Página 7

Um olhar parao ancião

O aumento da ex-pectativa de vidagera novos desafios. Página 3

Olimpíadaspela Paz

Foi a Conferência so-bre Mídia, Religião eCultura, na Umesp.

Página 5

Brasileiros noexterior

A Comunidade CristãLatino-Americana naSuíça completa 7anos. Página 10

Eu sou ummilagre andante

Keila Guimarães vol-ta à ativa e fala desua recuperação.

Página 13

Sombras dopassado

Pastor Ananias Lúcioda Silva fala sobresua prisão.

Página 14

Brilho eterno

O paraíso mora emnós como saudade doque não se viveu.

Página 15

Page 2: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 20082 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Recebi, no mês de agosto,um e-mail desconcertante: umjovem casal de namorados, am-bos metodistas e muito ativosem ministérios da Igreja, havia“atravessado o sinal”: a moçaestava grávida. A garota se sen-tia extremamente culpada, reco-nhecia que devia ser“discipulada” (sim, em muitasigrejas, ser “discipulado” é si-nônimo de ser punido) e atéconcordava com o fato do pastorhaver excluído, a ela e ao rapaz,de todos os trabalhos que exer-ciam na Igreja. Ela se sentia tãopecadora que julgava não sermerecedora do amor de Deus. Amoça só não concordava comuma atitude do pastor, e pergun-tava no e-mail: a IgrejaMetodista dá alguma orientaçãopara que os pastores revelem,no púlpito, as faltas dos mem-bros da Igreja?

Pois é... era isso o que haviaacontecido: o pastor expusera ocasal no púlpito, diante de toda acongregação. Respondi que, aocontrário, o Código de Ética Pas-toral da Igreja Metodista, umdocumento publicado pelo ColégioEpiscopal, afirma que o pastorjamais deve revelar a outras pes-soas os assuntos que trata nocontexto do aconselhamento pas-toral. Sugeri à garota o difícilexercício do perdão: para simesma e para o pastor, uma vezque pastores e pastoras – pormais “discipuladores” que sejam– também erram.

Agora, quando nos aproxi-mamos de eleições, muitos ou-tros problemas éticos rondamas igrejas e, por isso, o temamereceu destaque de capa nes-ta edição, junto com o artigode Maria Newnum e carta pasto-ral do Colégio Episcopal sobreeleições. Se alguém ainda achaque fé e política não se mistu-ram, seria bom que lesse tam-bém a matéria do pastor JairoMonteiro, engajado na defesa

Questão de éticados direitos dos emigrantesbrasileiros na Suíça, e a maté-ria do Instituto Metodista Cen-tenário, de Santa Maria, RioGrande do Sul, que estabeleceuuma parceria para a defesa derefugiados. Essas matérias es-tão publicadas na seção Mis-sões, porque a ação políticaque busca promover a justiça ea paz é missão do corpo deCristo. Não por acaso, o funda-dor do metodismo ensinavaque “reduzir o Cristianismotão somente a uma expressãosolitária é destruí-lo”.

Por isso, é com alegria quedivulgamos a realização daConferência Internacional sobreMídia, Religião e Cultura, reali-zada na Universidade Metodistade São Paulo, com a presençado Prêmio Nobel da Paz AdolfoPerez Esquivel. Eles nos convi-dou a sermos anunciadores dapaz como comunicadores(as) ecomo cristãos(ãs), pois somostodos(as) testemunhas das BoasNovas de Jesus, que veio paracumprir “a Lei e os Profetas”,trazendo vida na sua plenitude.Hoje, muita gente se volta atradições e hábitos do VelhoTestamento por modismo. Háigrejas com shofar, menorá, eoutros elementos e costumesjudaicos. Contudo, será que osprofetas do Velho Testamento,com suas contundentes mensa-gens de ética, justiça e pazestão sendo lembrados?

Compartilho com vocês obelíssimo texto de Salmos 85.10-13. Seja a nossa oração: Encon-traram-se a graça e a verdade, ajustiça e a paz se beijaram. Daterra brota a verdade, dos céusa justiça baixa o seu olhar. Tam-bém o SENHOR dará o que ébom, e a nossa terra produziráo seu fruto. A justiça irá adian-te dele, cujas pegadas ela trans-forma em caminhos”.

Suzel Tunes

Batalha espiritualEu acho uma vergonha o

que foi publicado sobre batalhaespiritual(...). A vergonha é pre-cisamente que alguém podechegar a obter um título e po-sição na igreja, e ainda assim,evidenciar DESCONHECIMENTO.(...) Falar mal de quem está fa-zendo a vontade do Senhor,como a Ministra Ana PaulaValadão, além de uma vergonha,de evidenciar desconhecimentodo que REALMENTE é batalha es-piritual sem cair em generaliza-ções perigosas que envene-nam... sim, além de vergonha, éum perigo lutar contra Deus.Não tem prevalecido, e não vaiprevalecer. (...) Eu acho queum ponto de partida legal parase começar, é por exemplo, fa-zer um site cuja excelênciaesse aqui não chega nem aospés, e com bastante dependên-cia de Deus, sem torná-lo ins-trumento de ideologias como oecumenismo - e a política quesó um idiota não vê que estápor detrás dele. Desculpe aspalavras fortes, mas é que eunão sou líder e busquei muitosobre o assunto. Aonde eu fuil íder, entretanto, eu não abrimão da autoridade com queDeus me ungiu. (...)

Vivian C. A. Lopes, CampoGrande - MS

A declaração do Revmo. Bis-po mostra como nossas lideran-ças estão totalmente presas aconceitos teológicos que nãotêm dado nenhum benefício paraa vida da Igreja. Ficar no escri-tório tomando cafezinho é óti-mo. Vai para o campo, amadoBispo. Na sua Região tem muitaspessoas precisando de Jesus eque precisam ser libertas dasgarras do diabo. Afinal, a suaRegião precisa contribuir maispara o metodismo no Brasil. Nós,metodistas, precisamos parar deatacar as pessoas que têm feitoo Evangelho se espalhar pelo paíse agir como deveríamos agir. Porque o amado Bispo não faz umevento em massa e põe em práti-ca a sua defesa teológica? Ah, setiver um tempinho, converse com

o Bispo Ricardo Dias, da IgrejaMetodista em Cuba.

Célio, por e-mail(não traz sobrenome)

Sou pastor na IM Tucuruvi. Lio texto e acho que ele é meiotendencioso e ofensivo aos pasto-res/as que em suas igrejas locaistêm trabalhado sobre o tema, atéporque, quando leio a Carta Pas-toral sobre os demônios e compa-ro com este texto sobre batalhaespiritual, dá-me a impressão quevocês estão meio perdidos sobreo assunto. Para nós, que lemos asmatérias que são publicadas, ficadifícil entender o que realmentea Igreja quer que seja executadonas igrejas locais. Segunda consi-deração, o artigo menciona queDeus não mata ninguém, fazendomenção sobre o Ministério Diantedo Trono, não sou advogado de-les, mas, gostaria de saber quemfoi que matou os quarenta e doisrapazes no caso de Elizeu (2 Rs2.23-24), ou no caso de Ananias eSafira (At 5.5,10). Ao que tudoindica foi Deus o autor.

Rev. José Carlos Peres, SãoPaulo - SP.

Parabéns pelo texto: BatalhaEspiritual. Refletimos domingo 24/08, em S. Estevão. Foi muito impor-tante para o grupo. Abraços.

Rev.Alcides Barros,São Paulo, SP

A matéria sobre Batalha Espiri-tual não traz, em nenhum momento,ataques pessoais à cantora AnaPaula. Contudo, o que ela prega di-fere das crenças que nós, como cris-tãos, protestantes e metodistasprofessamos, e os meios de comuni-cação da Igreja têm a responsabili-dade de orientar a esse respeito.Na longa carta que a irmã enviou(precisamos reduzir) ela nos sugereque aprendamos com sites de outrasigrejas, incluindo a Igreja daLagoinha e Igreja Adventista. Nósrespeitamos essas igrejas e podemosvisitar seus sites, mas não necessa-riamente concordar com tudo o queeles ensinam. Também não ousaría-mos definir os limites da ação deDeus, que é soberano. Mas com seuUnigênito Filho aprendemos que omandamento máximo é o amor. Éesse mandamento que deve servir deorientação às nossas atitudes e àsnossas orações.

Page 3: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 3Palavra Episcopal

Nelson Luiz Campos Leite,Bispo Honorário da Igreja

Metodista

Muito se discute a respeitode “qual é o ministério” daIgreja Cristã. Qual é? As res-postas têm sido múltiplas se-gundo a tradição e as ênfasesprioritárias de cada Comunida-de Cristã.

Na verdade, não há ministé-rio da Igreja, mas sim o “Mi-nistério de Cristo” através daIgreja, Seu Corpo. Não temosministério próprio e sim um mi-nistério que nos foi “delegado”por Deus para o serviço, emnome d’Êle e sob a unção doEspírito Santo.

O primeiro teste que aIgreja deve fazer é avaliar anatureza, a qualidade, o obje-tivo e o significado do seu mi-nistério. É um “ministério”conforme a natureza de Cristoou algo que a “instituição reli-giosa” idealizou?

No texto bíblico de Fili-penses 2.4-8, a Igreja é chama-da a ter o “mesmo sentimento”(maneira de ser e forma) quehouve em Cristo. Isso significaolhar, contemplar, conhecer,compreender, aceitar e agir apartir da realidade histórica,pessoal e social em que o serhumano vive. A partir dessasconsiderações gostaria deexemplificar e concretizar umaspecto desse ministério, segun-do os dons que temos recebidodo Espírito, para ministrar e ser-vir. São múltiplos os dons e mi-nistérios, correspondendo eles aoministério que Cristo realizaatravés de Sua Igreja, respon-dendo à realidade e às necessi-dades do ser humano, da famí-lia, da igreja e da sociedade. Osdons não são motivo de glóriapessoal ou coletiva, de orgulhoou vaidade. Eles somente têmsentido quando estão a “servi-ço” do Ministério de Cristo, soba unção do Espírito Santo.

O Ministério da Igreja

arq

uivo

: Se

de

Nac

iona

l

Hoje se fala muito em “mi-nistério urbano”; que temos anecessidade de mudar a nossaforma ainda “rural” de ministé-rio e pastoreio e buscar desen-volver uma maneira de ser urba-na. A realidade urbana é múltiplae as necessidades são tão am-plas como aquela. Livros têmsido escritos, teses de mestradoe doutorado, seminários vemsendo realizados, prioridadestêm sido estabelecidas. Há toda

uma gama de ministérios urba-nos sendo realizadas por algu-mas igrejas ou instituições espe-cializadas, ONGs, etc.

Gostaria de destacar aqui umurgente ministério que se tornaum grande “desafio” de Deuspara a Sua Igreja: “o ministériopara com o(a) ancião(ã).

A configuração demográficado Brasil tem sofrido uma gran-de variação, não apenas nosentido de sua urbanização eesvaziamento da zona rural,mas quanto aos componentesde seus habitantes. Houve umgrande aumento do número deanciãos em sua população.Tem-se considerado que a nossapopulação está envelhecendo,mesmo que ainda haja umgrande percentual de criançase jovens.

Vários fatores têm contribu-ído com esse aumento: estilo devida, alimentação, cuidado coma saúde, eliminação de epide-mias e doenças contagiosas,tecnologia na área de saúde,melhores condições de diagnós-ticos, convênios médicos, etc.Contudo, não basta alcançar umaumento de média de idade nopaís, mas sim “um envelheci-mento” com respeito, acolhi-mento e qualidade de vida.

As famílias têm enfrentadoessa nova realidade e têm tidocrises quanto à forma devivenciar essa realidade: terem seu meio pessoas com 80,90 e até 100 anos ou mais.

O que fazer com essas pes-soas? Deixá-las trancadas emcasa; colocá-las em asilos,casa de abrigo, depósito ou co-lônias de velhos à espera dasua “chamada final”?

Há um significativo ministé-rio de Cristo para com os(as)anciãos(ãs) e consequentementeum ministério a ser desenvolvi-do pela Igreja Cristã. Carece-mos conhecer melhor essa reali-dade, inclusive a da “igrejalocal”, pois aqui também a suamembresia tem envelhecido.

São múltiplas as realidadese necessidades dos anciãos.

Uns estão bem e podem, inclu-sive, ajudar nesse ministério;outros estão carentes física,mental, emocional e espiritual-mente. Há muita falta de sen-tido, depressão, ausência devisão, objetivo e significadonas pessoas a partir dos 65anos. Se há um ministério ondeo Evangelho de Cristo tem rele-vância é esse. Levar o amor deCristo, a sua presença consola-dora, perdoadora, reconcilia-dora pessoal e familiar; dar umsignificado à vida, inclusivedaqueles(as) que estão numacama enfermos(as) e até numestágio final. Como o Evange-lho da Graça pode acalmar vi-das e corações, trazer umaviva esperança no Cristo Res-surreto e um significado eternopara a sua existência!

Muitos vêem os anciãoscomo empecilhos: seja na fa-mília, na igreja ou na socieda-de. Sei que não é fácil a convi-vência com alguns e quecarecemos de pessoas adequa-das e plenas dos dons divinospara ministrar o amor de Deusa essas pessoas. Aqui temosum dos desafios missionáriospara a vida da Igreja. Não te-nho como entrar em pormenoresdevido à sua amplitude, mastenho certeza que é um dos“maiores campos de evangeli-zação” no seu mais amplo sen-tido – o Evangelho de Cristocomo o poder de Deus para aSalvação (no seu pleno sentido).

Essa realidade requer denós a “compaixão” que houveem Cristo, o colocar-se no lu-gar do ancião, conhecendo-omais, compreendendo a suareal idade e necess idades,acolhendo-os com a graça e oamor de Cristo. Não somenteos anciãos(ãs) da Igreja, masde nossa comunidade ao re-dor, realizando algo concretoque responda às carênciasdeles e das famílias, sendo o“suporte de Deus” para essasvidas, amadas por Ele, damesma forma que as crianças,os jovens e as pessoas demeia idade.

“Acolhei-vos uns aos ou-tros, conforme Cristo nos aco-lheu” (Rm. 15.7). Com graça,amor, compaixão, paciência,perseverança e perdão somoschamados por Cristo a assumiro Seu Ministério!

Page 4: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 20084 Pela Seara

Festa das 12 TribosNos dias 1 e 2 de agosto, a Igreja

Metodista em Carmo, Distrito de Teresópolis,Rio de Janeiro, realizou a primeira “Festadas 12 Tribos de Israel”. A festa foi realizadana Praça Presidente Getúlio Vargas, a princi-pal da cidade. Foram distribuídas 12 barracassimbolizando as 12 tribos. Algumas venderamcomidas típicas; outras representaram aONG Casa de Davi, entidade que faz um tra-balho social junto à igreja, outra barraca foiespecialmente dedicada à oração. Houveapresentação de grupos de dança de criançase pré-adolescentes e grupos de louvor. A festaencerrou-se no domingo, dia 3, com um cultofestivo na Igreja.

Crédito de texto e fotos: Márcio FernandoSoares Oliveira, Ministério de Comunicação.

Colaboração: Lindaura S. Moraes. Visite nossosite: www.metodistaemcarmo.com.br

Equipe animada da “Tenda de Oração”.

Ato de GovernoFaço as seguintes alterações de nomeações

pastorais, que passam a vigorar em 11 de agosto de2008.1. Igreja Metodista Central de Porto AlegrePastora TitularMara Aparecida Freitas, Presbítera, tempo integral, comônus, (01)Pastor CoadjutorRoberval Lopes da Trindade, Presbítero, tempo parcial,sem ônus, (01)2. Assessor Episcopal e Secretário Executivo da AIMMarcelo Montanha Haygertt, Presbítero, tempo inte-gral, com ônus, (01)3. Direção do Instituto Teológico João WesleyRoberval Lopes da Trindade, Presbítero, tempo inte-gral, com ônus, (01)4. Assessoria Regional de Projetos e Ação SocialMarilúcia Fernandes, Presbítera, tempo parcial, ônus acombinar, (01)5. Distrito Porto Alegre I – Superintendente DistritalMara Aparecida Freitas6. Distrito Missionário do Sul – SuperintendenteDistritalPaulo Francisco ChavesObs. Supervisor do Aspirante ao Presbiterado IzaíasAndrade7. Campo Missionário Serra II – IgrejinhaVilquer de Melo Morais, Presbítero, tempo integral,com ônus, (01)8. Pastoral da Casa Susana Wesley – Porto AlegreMarilúcia Fernandes, Presbítera, tempo parcial, semônus, (01)

Registre-se, cumpra-se.Porto Alegre, 11 de agosto de 2008.

Luiz Vergílio Batista da RosaBispo Presidente da 2ª Região Eclesiástica

Ato EpiscopalNº 001/08

De acordo com minhas atri-buições Canônicas, Art. 97, e Re-gimentais nomeio o Rev. Luís deSouza Cardoso para servir às ne-cessidades missionárias e pasto-rais da Catedral de Piracicaba,SP,de tempo parcial e sem ônus apartir de maio de 2008.Este ato entra em vigor nestadata.

São José do Rio Preto, 05 deagosto de 2008.

Bispo Adonias Pereira do LagoPresidente da Quinta Região

Nº 002/08De acordo com minhas atri-

buições Canônicas, Art. 97, eRegimentais nomeio a Pra.Cristina Martins Paes Leme paraservir às necessidades mis-sionárias e pastorais do PontoMissionário Brazlândia/DF, detempo integral com ônus a par-tir de agosto de 2008.Este ato entra em vigor nestadata.

São José do Rio Preto, 07 deagosto de 2008.

Bispo Adonias Pereira do LagoPresidente da Quinta Região

Page 5: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 5Pela Seara

Enquanto prosseguiam os Jogos Olímpicos em Pequim, na Uni-versidade Metodista de São Paulo 200 pesquisadores representan-do 26 países realizavam “olimpíadas pela paz” , entre os dias 11e 14 de agosto. A comparação, que arrancou aplausos dos parti-cipantes da 6ª Conferência Mídia, Religião e Cultura, foi feita porum convidado muito especial: Adolfo Pérez Esquivel, ganhador doPrêmio Nobel da Paz em 1980, ao fazer a abertura da conferênciadedicada a buscar, no diálogo religioso, a construção de caminhospara a paz.

Além de sete painéis temáticos, realizados nos períodos damanhã e da noite, foram realizados várias “mini-palestras” noperíodo da tarde, com a participação de pesquisadores(as) de maisde 80 instituições de ensino. Foram apresentados estudos sobre a

Olimpíadas pela PazMetodista sedia Conferência Internacional sobre Mídia, Religião e Cultura

Um novo tempoA pastora Eliad Dias dos Santos está de malas

prontas. Vai para a Inglaterra, onde estudará no Cen-tro de Formação Ministerial do Queens FoundationEcumenical Theological Education, que preparaministros(as) para as igrejas Metodista, Igreja da In-glaterra e Igreja Unida Reformada. Ao final de umperíodo de formação, ela poderá receber nomeação daIgreja Metodista na Inglaterra.

Grata e feliz pela oportunidade, ela fez questão derealizar um culto de “despedida, envio e reconciliação”na Igreja Metodista de Vila Mariana, São Paulo, no dia30 de agosto, com a participação de váriospastores(as), representantes do Colégio Episcopal e oCoral de Resistência Negra. “Vou colocar uma pedra so-bre os problemas ocorridos com a Igreja”, diz ela.Cerca de quatro anos atrás, a pastora Eliad ganhou naJustiça comum um processo movido contra a IgrejaMetodista. O fato foi muito divulgado e causou muitosofrimento, já superado. Agora, ela quer começar umnovo tempo. “Para mim e para a Igreja Metodistaacredito que será um momento muito especial. Peçosua oração por minha vida e de minha filha nestemomento”, diz a pastora.

Diretora da Metodista do Suldefende tese de doutorado

A diretora geral da Rede Metodista de Educação do Sul, professora Adriana Rivoire Menelli de Oliveira, de-fendeu sua tese de Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).O trabalho recebeu dos avaliadores nota máxima e distinção com louvor, além de indicação para livro.

Adriana Menelli, que também é reitora do Centro Universitário Metodista, desenvolveu um trabalho de pesquisaintitulado “A trajetória e a mudança na Educação Superior – Centro Universitário Metodista”. O trabalho foi apre-sentado na tarde de segunda-feira (04/08). A pesquisa desenvolvida teve como foco a avaliação da gestão do CentroUniversitário Metodista e todo o processo de transformação na instituição ocorrido nos últimos anos.

Gerson Brisolara ([email protected])

Além das crises, esperançaLivro relata vida de ex-reitor da UNIMEP

A jornalista Beatriz Vicentini Elias lançou o livro “Além das crises,esperança”, que registra a vida de Almir Maia, ex-reitor da UNIMEP (Uni-versidade Metodista de Piracicaba), ao longo de 16 anos (entre 1986 e2002). “Esse mineiro, que fala pouco, que dedicou sua vida à gestão daeducação, tem uma extensa história que vai muito além de Piracicaba edo Brasil, chegando a uma atividade internacional na área metodista,reconhecida mundialmente”, conta a jornalista.

A partir dos fatos que foram compondo seu cotidiano como gestor naárea da educação, ele fala extensamente sobre ensino superior, autonomiauniversitária, fé, educação confessional, metodismo internacional e, comonão poderia deixar de ser, sobre os anos em que esteve à frente da UNIMEPe do Instituto Educacional Piracabano. A obra analisa especialmente os úl-timos 20 anos da Universidade Metodista de Piracicaba, UNIMEP, instituiçãoda qual ele foi reitor por quatro gestões consecutivas, entre 1986 e 2002 eonde continuou a atuar até 2006, como diretor geral do Instituto Educaci-onal Piracicabano. A autora ouviu cerca de 100 pessoas que com Maia con-viveram, para poder traçar um painel mais amplo e crítico sobre os princi-pais fatos dos quais ele participou. Com ele próprio, foram mais de 400horas entre entrevistas e pesquisas a referências documentais sobre suavida. Mais informações, contatos pelos fones (19) 34221371 ou 34228103.

Rede Metodista de Educação do Sul

Monica Rodrigues

influência do Estado e do mercado demídia na religião e cultura; sobre diversi-dade, gênero e exclusão; novas tecnologiase perspectivas para o futuro, dentre agrande variedade de temas.

Magali do Nascimento Cunha, diretorada Conferência e professora na Faculdadede Teologia da Umesp, destaca que essa foia primeira vez que o evento ocorreu emsolo latino-americano. Organizado pela Co-missão Internacional sobre Meios, Religiãoe Cultura, a conferência teve o apoio daAssociação Mundial para a ComunicaçãoCristã (WACC, da sigla em inglês) e da Cá-tedra Unesco/Metodista de Comunicaçãopara o Desen-volvimento Re-gional. “Em

um mundo onde religião é utilizada parajustificar violência e injustiça e parapromover paz com justiça, estudar ainterface entre a mídia, religião e cultu-ra é, literalmente, uma questão de vidaou morte”, declarou Dennis Smith, ex-presidente da WACC e um dos conferen-cistas. Para o professor Esquivel, paznão é ausência de conflitos, mas oexercício da tolerância e do diálogo, pa-pel que os comunicadores cristãos(ãs)são chamados(as) a desempenhar.

Prof. Esquivel, na Metodista

Suzel Tunes

Page 6: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 20086 Pela Seara

A Igreja Metodista do Bairro de Santa Efigênia, Belo Horizonte,completou em agosto de 2008 seus cem anos, sendo a única igre-ja protestante centenária em Belo Horizonte. As comemorações seestenderam durante todo o mês, com apresentação de corais e or-questras das Igrejas irmãs, estabelecendo assim a conexionalidadeque é inerente ao povo metodista.

Uma pequena Igreja, uma grande mãe.

Com a transferência da capital mineira para Belo Horizonte,vários militares foram transferidos para a recém-nascida capital.No bairro de Santa Efigênia, esses militares metodistas fundaramuma congregação, motivo pelo qual a igreja passou a ser conhe-cida por diversos nomes: Igreja do Quartel, Igreja da Praça, Igrejados Militares.

Esses militares sofriam perseguições, eram escalados para ostrabalhos dominicais, com a finalidade de desestruturar a freqüên-cia aos trabalhos. É interessante destacar que o terreno do templofoi comprado com o esforço da Sociedade de Senhoras, e suainauguração se deu em 12de agosto de 1908, ocasiãoem que seu primeiro pastornomeado foi o ReverendoW. J. Frost.

Desta igreja saíram asigrejas metodistas das cida-des de Nova Lima, do BairroKennedy, em Contagem, eem Belo Horizonte no BairroSerra, bem como as congre-gações do Alto Vera Cruz eTaquaril B.

O trabalho social, desdeo seu início, foi uma priori-dade para esta comunidadeque se empenhava ematender as mães carentes,bem como seus familiares.

Centenário de fidelidadePor isso, fundaram uma Escola, Instituto Bento Braga, dirigido porprofessores da igreja, que em suas reuniões com os pais dos alu-nos pregavam o evangelho.

Ainda hoje o trabalho social continua sendo prioritário, poisatende aos domingos um grupo de cerca de 150 moradores derua; às terças- feiras, cumprindo à determinação dada por Jesusdo “Ide por todo mundo” a pregação do Evangelho é feita embaixodo Viaduto de Santa Tereza, com a distribuição de sopa. A Asso-ciação Metodista de Promoção Humana (AMPROH) trabalha atravésdo “Projeto Quero Viver”, com a socialização das crianças daCongregação Alto do Vera Cruz, Taquaril B, Igreja Metodista doCanaã, no Bairro União, com brincadeiras, música, oficina deTeatro, etc., e ainda dirige a Creche no Bairro Taquaril C.

Tem sido uma Igreja Metodista em sua essência, pois buscadivulgar a Palavra de Deus nos locais mais necessitados, onde hádrogas e exploração em suas formas mais degradantes, sem es-pecular milagres e prodígios mirabolantes.

Noticiou: Ernestina Célia Fontes Cenizio (Nacélia)

Santidade socialIgreja Metodista de Capivari presente no Centro

de Atendimento Psico-Social Álcool e DrogasEm agosto, a Prefeitura Municipal de Capivari, município de

São Paulo, comemorou o primeiro aniversário de implantação doCAPS-ad Renascer (Centro de Atendimento Psico-Social Álcool eDrogas). Presente às comemorações estava a Igreja Metodista deCapivari, cujo pastor, Rev.Tarcísio dos Santos, tem atuado comocapelão do CAPS-ad desde fevereiro de 2008. O pastor Tarcísio,que vem realizando atendimento pastoral e trabalhos em grupocom os pacientes em tratamento, conduziu um culto de louvor peloprimeiro ano de serviços prestados. Participaram da celebração ocorpo técnico que serve no CAPS-ad Renascer, Secretária Municipalde Saúde, irmãos e irmãs da Igreja Metodista em Capivari, daIgreja Batista Nova Aliança, Igreja Batista da cidade de EliasFausto-SP e da Igreja Católica Romana.

Durante o culto os atendidos tiveram a oportunidade de tes-temunhar a res-peito do quetêm experimen-tado no trata-mento oferecidopelo CAPS-adRenascer, alémde participar deum momento delouvor e adora-ção ao soberanoDeus.

Informou:Rev Tarcísio

dos Santos

Chegou para ficarOficializada em 18 de agosto de 1927, o metodismo em Ijuí

veio para ficar, tendo como fundadores: Theópilo Reis e MariaAugusta dos Santos como 1ª secretária fundadora da igreja. Estaigreja conta com um grupo forte no trabalho de Deus e sempreque é chamada, responde com muita força e garra. Esteve presen-te na celebração dos 81 anos o Bispo Luiz Vergílio, com mais al-guns pastores das Missões. Após o culto foi servido um almoçocom festival de lasanhas, produzidas pelas senhoras da igreja.

Paulo J.C.FontouraAdministração e Patrimonio

S.D. Federação de Homens - 2ª RE

Divulgação

Divulgação

José Geraldo M

agalhães Jr.

Divulgação

Construção do templo em 1918 à esquerda: igreja atuante até os dias de hoje.

Page 7: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 7Pela Seara

Uma das sociedades de mulheres mais an-tigas da 1ª Região é da Igreja Metodista Cen-tral de Niterói, atualmente denominada Cate-dral de Niterói. Temos 49 irmãs arroladas noRol e nossa sociedade é muito ativa na Obrado Senhor. Nossa Mesa é assim composta:Andréa Leite (Presidente e SD de Niterói),Maria Delícia Dias (Vice-Presidente/viúva dofalecido bispo Davi Ponciano); Vera LúciaCorrêa (Assessora Financeira); Maria EmíliaClaro (Secretária de Atas) , Maria AparecidaCerqueira (Secretária correspondente) e AnaMaria Silva (Agente local e distrital da VozMissionária).

Informou: Cezar Leite.

Registro histórico

Eu quero é Deus!Passamos quatro dias acompanhando e participando, como

Conselheira local, do Congresso Nacional de Juvenis ocorrido, emTeresópolis-RJ, na Escola de Missões da Igreja Metodista. Muitosforam os louvores cantados, mas jamais vi um cântico ser cantadocomo tanta expressão de sentimento como “Eu quero é Deus!”.Foram dias de grandes experiências com Deus e meu coração foienormemente alcançado com o pedido incessante e vibrante detodos os juvenis: Eu quero é Deus...

Eram oitocentos e cinqüenta juvenis que cantavam e chora-vam na presença de Deus e, ávidos pela palavra, participaramativamente da programação com alegria, sem necessidade dequalquer repreensão. Ao contrário: presenciei por vezes tamanhamotivação e envolvimento que o culto terminava, mas o louvornão! Nesses dias a única coisa difícil foi convencê-los de quenecessitavam também dormir!

Sinto-me desafiada enquanto educadora a trazer algumas re-flexões à nossa comunidade de fé, mas dirijo-me especialmenteaos pastores(as), obreiros (as) e autoridades das Igrejas quereceberam como missão a seguinte ordenança: “apascenta asminhas ovelhas” e ainda: “educa a criança no caminho que deveandar e quando for grande não se desviará dele”.

Não se ensina uma criança da mesma forma como se ensinaum adulto. Muito menos se ensina, hoje, como fomos ensinadosno passado. Nós, educadores(as) cristãos(as), estamos presos(as)a um saudosismo em relação ao que vivemos, ou ao que fomos.Amados(as), os tempos modernos ou pós-modernos, como queremalguns, têm como premissa uma nova linguagem, um novo jeitose ser, do qual precisamos nos apropriar, caso desejemos noscomunicar com as crianças e com os adolescentes.

Por vezes tenho a sensação de que nossas crianças são tidascomo invisíveis na igreja. São tratadas como se não fossem par-te. São tidas como aquelas que atrapalham os adultos, a quemcabe a responsabilidade de prestar o culto. Às crianças cabemsomente o silêncio, o não andar, o não correr. Irmãos e irmãs,essa concepção de criança, sem capacidades de interagir, de di-

zer, de ser e fazer, é própria da concepção educativa do século XV,e ainda estamos arraigadas a ela.

É obvio que a criança deve ser ensinada também a se portarno culto, mas o que quero mostrar é que nossa postura de supe-rioridade em relação à criança é ingênua, pois temos muito queaprender com elas e mais ainda “Deus não faz acepção de pesso-as”. Ele age como, quando e do modo como quer.

Ao contrário do que muitos acreditam essa nova geração“QUER DEUS” e sem demora, devemos rever nossas práticaslitúrgicas, nossos espaços educativos, nossos projetos de Igreja epermitir que elas sejam tratadas com respeito, dignidade, sejamcuidadas com amor e especialmente que possam assumir, com oprotagonismo e criatividade que lhe são peculiares, espaços defala e liderança, de modo a levantar um novo tempo para oMetodismo em que haja crescimento qualitativo e quantitativo,sob a orientação de nosso Deus, que nos deixou seu exemplo deacolhimento e cuidado para com as crianças, adolescentes que,como nós, também cantam avidamente: “EU QUERO É DEUS”!

Eunice Maria Nazarethe Nonato, Coordenadora do Ministériode Educação Cristã da Igreja Vila Jardim

Esta é a Mariâni Soares Gomes, 15anos, de Juiz de Fora, MG. Ela é anova presidente da ConfederaçãoMetodista de Juvenis e esteve emSão Paulo, conhecendo a Sede Nacio-nal da Igreja Metodista. Chegou nasexta à tarde e voltou no sábado,para não faltar à sua igreja no do-mingo. O compromisso do juvenil coma igreja local tem sido uma ênfase dotrabalho realizado pelos conselheiros.Mariâni diz que gostaria de, juntocom as federações, de motivar osjuvenis a sentirem “vontade de es-tar na Igreja, não apenas pelo rela-cionamento, mas por Cristo”. Jo

sé G

eral

do M

agal

hães

Jr.

A Campanha de evangelização da Igreja Metodista farámobilização por doação de sangue a partir da semana de 22 a27 de setembro. Veja no site www.metodista.org.br as peças dacampanha para download, que incluem uma camiseta e folhetoevangelístico para grupos que se encaminharem aos postos decoleta. Importante: as Igrejas devem entrar em contato com oposto de coleta mais próximo com antecedência, para se infor-marem sobre a capacidade de coleta e disponibilidade de horá-rios. Para encontrar um local de coleta de sangue mais próximode sua casa, entre em contato com o Serviço de Hemoterapia.No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária há uma re-lação de hemocentros de todo o país: http://www.anvisa.gov.br/sangue/hemoterapia/hemocentros/index.htm

Doação e esperançaA Campanha Minha Esperança prossegue, com mais novida-

des. A emissora de TV para a transmissão dos programas evan-gelísticos já foi acertada. Será a Rede Bandeirantes. Dias 6 a8 de novembro, sempre às 21 horas.

Confira a programação:Dia 6 de novembro, quinta-feira: mensagem evangelística

com pastor Billy Graham, com duração de 30 minutos; testemu-nhos e clipe musical com cantora Aline Barros.

Dia 7 de novembro, sexta-feira: mensagem evangelísticacom Franklin Graham, com duração de 30 minutos; testemunhose clipe musical com o cantor Paulo Baruk

Dia 8 de novembro, sábado: filme evangelístico CompromissoPrecioso, com duração de 90 minutos, sem intervalos comerciais.

Page 8: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 20088 Capa

Não há quem discorde que as igrejas evangélicas devam serreservas éticas no mundo atual. Porém, é necessário pensar emquais são as implicações desta demanda. É essa a reflexão queproponho neste artigo. Talvez eu não diga nada novo. Esta nãoé a questão. O que importa é recordar as palavras de Nosso Se-nhor Jesus quando disse a seus discípulos que são “o sal da ter-ra” e “a luz do mundo” (Mateus 5.13-16).

O pastor e teólogo Karl Barth captoumuito bem o sentido desta metáfora e éimpossível ignorá-lo quando se fala deética. Ele disse, em seu Esboço deDogmática: “Deve ficar claro que a Igre-ja precisa existir para o mundo, que aluz brilhe no velador. Assim como Cristonão veio para ser servido, tampoucoconvém aos cristãos existir em sua fécomo se o fizessem para si mesmos”.

Se as igrejas evangélicas na AméricaLatina querem cumprir de forma integralcom sua missão no mundo, não têm ou-tra alternativa a não ser apresentarem-se como “sal e luz”. Os cristãos, porisso, devem ser “salgados” e “lumino-sos”, portadores de esperança e vida, ouseja, da graça de Deus. Sem isto não háética evangélica possível, já que é acondição que possibilita uma inserção di-ferenciada no mundo. Porém, uma Igrejaque faz de si mesma a totalidade domundo perde sua capacidade de viverpara o mundo real. Devemos tomar cuidado com este dualismo. Éuma tentação constante ao longo da história, ainda que nos custeenxergá-la

A igreja como comunidade de graça

A Igreja vive em comunidade quando reconhece que a Graçade Deus atuou em Cristo outorgando perdão, justificação e recon-ciliação (Romanos 5.1-11). Porém, esta graça é também o poderde Deus em nós que realiza a santificação por meio da ação doEspírito Santo. Assim, a graça nos dá forças para ser o que nãopodemos ser por nós mesmos. O Espírito nos enche de poder paraque atuemos eticamente.

Deus, ao longo da história, tem convocado um povo. Não éisso a Igreja? A pergunta é, contudo, para quê? As respostas –como sabemos – têm sido várias e algumas vezes até opostas.

Sal e luzApontamentos para uma ética cristã.

A Igreja necessita discernir entre a ética que proclama e a quediz viver. José Vico, autor de Éticas teológicas ontem e hoje,comentou acertadamente que a ética cristã “antes de ser éticaformulada, é ética vivida”. Neste sentido, a ética vivida peloscristãos só é possível graças à fé em Jesus, o Messias. A éticabíblica é marcadamente teísta. O ponto focal é Deus. Conhecer a

Deus é saber como pôr em prática a re-tidão e a justiça (Jeremias 22.15-16,Provérbios 3.5-7). Trata-se, sem dúvida,de uma definição elementar, porém sufi-ciente para orientar-nos. Não definimosnossa ética a partir de determinada si-tuação, mas a partir de Deus. E ele nosrevelou em que consiste fazer a suavontade: relacionarmo-nos com retidão ejustiça. Isso é ética. Pessoalmente, creioque por aí caminha a graça de Deus, epor aí deve caminhar também a práticada Igreja.

Se efetivamente é assim, por queem algumas igrejas existe certa “ética”que mais parece uma negação dela mes-ma? As muitas normas e regras a quealguns têm reduzido a ética cristã opri-mem os(as) fiéis e transformam a éticanum legalismo carente de vida e de gra-ça. Em Protestantismo e Repressão,obra escrita há quase três décadas, masainda atual, Rubem Alves refletia daseguinte maneira sobre os limites entreo permitido e proibido em sua igreja:

Onde estão, formalmente definidos, os pecados passíveis decastigo? Em nenhum lugar. Neste caso, as definições constituemuma série de acordos silenciosos que todos conhecem, sem ne-cessidade de “codificação”. A prática da disciplina revela umapersistente regularidade no que se refere aos pecados que sãocastigados, de tal sorte que é possível organizá-los em cincoclassses distintas. A primeira classe é composta pelos pecadosdo sexo. A segunda contém as transgressões do dia santificado,o domingo. Na terceira, encontramos os vícios: fumar, beber,jogar. Os crimes contra a propriedade como o roubo e adesonestidade constituem a quarta. E, finalmente, a quintacategoria contém os crimes de pensamento, as heresias.

Estes pecados traçam com clareza a fronteira que separa oscrentes “do mundo”: santidade x pecado, salvação x perdição.

Ética é uma palavra bela, mas frágil. Ela não sobrevive apenas no papel e facilmente sepode feri-la, sem nem se perceber. Por isso, vamos refletir sobre algumas atitudes, comunsno meio evangélico, mas perigosas à ética cristã. O que você acha das seguintes situações?• A promessa de milagres e bênçãos especiais para os que forem fiéis no dízimo.• O púlpito usado para desferir ataques pessoais a algum membro(a) da Igreja.• O pastor comenta com outros(as) membros(as) da igreja confidências ouvidas no gabinetepastoral.• A igreja faz proselitismo, ou seja, tenta arrebanhar membros de outras denominações.• A igreja investe milhares de reais para construir um templo magnífico num bairro pobre deperiferia.• A igreja, ou projeto social a ela vinculado, tem algum funcionário ou prestador de serviçocuja situação legal não está corretamente regularizada ou com salários atrasados.• O pastor induz seus membros a votar em um candidato evangélico de sua preferência.• A igreja resolve apoiar determinado candidato que prometeu algum benefício para a Igreja,como um terreno para o templo, uma concessão de rádio ou um tratamento especial perantea lei.

Trocando em miúdos

ImageBase_free

Tina_raval_CreativeC

omm

on

Page 9: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 9

fizeram falsas declarações juradas – a fim de receber algumadoação ou benefício em créditos bancários.

Nota da Redação: A “tradução” da realidade peruana para abrasileira resulta em casos muito semelhantes: líderes evangé-licos condenados por crimes fiscais, dólares escondidos na Bí-blia, malas cheias de dinheiro, parlamentares da “bancadaevangélica” negociando votos em troca de benefícios, envolvidoscom esquema de compra de ambulâncias superfaturadas (o casodos “Sanguessugas”). Você se lembra?

Temos a impressão de que assistimos ao surgimento de um tipode igreja que carece de esperança escatológica no Reino de Deus,que flerta com a cultura predominante atual e que perde suacriticidade frente aos sistemas políticos e econômicos injustos. Eno meio de tudo isso, temos os novos “apóstolos” que pretendemdirigir as igrejas com uma autoridade e verticalidade nunca antesvista. Quer dizer, o panorama eclesial não é muito favorável paraaqueles(as) cristãos(ãs) que sabem que na comunhão eclesial devemlutar contra certa “ética legalista” e buscar uma ética a favor davida humana, cuja característica predominante seja a justiça.

Em um artigo interessante, o teólogo e historiador Arturo Piedrasustenta que um dos grandes desafios eclesiais no plano da missãoé recuperar a mensagem bíblica em sua dimensão integral. E istoinclui dois aspectos: a) um chamado a levar a sério a dor humanae as estruturas injustas que a produzem. e b) a integração damensagem profética, que sempre incomoda aos poderosos. Istotambém deve ser parte de nossa ética evangélica (acaso não ahavíamos entendido como a prática da retidão e da justiça?)

Resta muito por fazer ainda. Nosso Senhor Jesus Cristo con-tinua nos desafiando a atuar nas atuais condições como comuni-dade de graça. A igreja é, de fato, reserva da ética divina? Já overemos, e para vê-lo é necessário tomar as decisões corretas.

Martín Ocaña Flores, pastor e professor do Seminário Evangéli-co Batista do Sul do Peru. Texto originalmente publicado pela

Revista Signos de Vida (www.claiweb.org), publicação do ConselhoLatino Americano de Igrejas, CLAI, nº 39, março de 2006.

Traduzido e adaptado para o Expositor Cristão por Suzel Tunes.

Capa

Porém, trata-se de uma ética que se aplica quando convém. Issoo sabemos todos. Esta “ética” sempre estará ausente de graça.Uma ética que se aplica com rigor não é ética, é lei. E a graça deDeus? E a justiça da comunidade cristã?

Coisa curiosa, no que diz respeito ao “social” e ao “político” osdirigentes das igrejas evangélicas no Peru – nos anos da ditadura deFujimori (1992-2000) – de pronto se sentiram “cheios de graça”. Oscongressistas evangélicos que apóiavam a ditadura e defendiaminclusive os desaparecimentos e violações de direitos humanos nuncaforam objeto de sanção em suas denominações. Como não tiveramproblemas de “ética” em suas igrejas, se ocuparam de projetos delei contra a vagabundagem (em um país que tem um alto índice dedesemprego) e contra o uso de minissaias nas instituições públicas,já que estas “atentavam seriamente contra a moral pública”. Pareceque enquanto a mentira, a calúnia e o cinismo não constituíam causade sanção alguma, mostrar as pernas, sim.

A igreja como reserva de ética divina

Os(as) cristãos(ãs) não temos problemas em dizer que temoscerta ética, certos princípios que, inclusive, pessoas não evangé-licas identificam: “É evangélico? Deve ser boa gente!” Já medisseram isso mais de uma vez. Graças a Deus porque tais pes-soas haviam conhecido a cristãos honestos e dignos de confiança.Agora, não quero dizer com isto que ser evangélico é sinônimo de“ser boa gente”, às vezes – e com freqüência – significará o con-trário, sobretudo em situações ou contextos que requerem umtestemunho íntegro, verdadeiro e justo (Atos 17.1-9).

Em junho de 2001 sofremos um terremoto de grau 7.8 no suldo Peru. Coube-me coordenar o trabalho interdenominacional paraapoiar a população e vi coisas assombrosas. Um pastor começoua administrar dinheiro doado para ajudar os desabrigados; e logoapareceu um terreno em seu nome. Outro pastor melhorou suaresidência ostensivamente. Nenhum dos dois deu conta do dinhei-ro recebido; ao contrário, ambos jogaram a culpa no diabo pelascoisas que se diziam deles. Por outro lado, os irmãos da igrejanão ficaram atrás: vários deles se fizeram passar por desabrigados– quer dizer, falsearam a informação a instituições estatais e

Não podemos mais fazer de conta de que isso não é conosco.Precisamos recolocar algumas coisas essenciais nos devidos lugares– desvios éticos, morais e doutrinários nos deixam envergonhados,não do Evangelho, que jamais nos envergonhará, mas da posturalamentável de certas pessoas e grupos que se apresentam comose fossem “evangélicos” e causam profundas decepções e amar-guras. Ou seja: se tais grupos e pessoas pretendem se apresentarcomo modelos de sal e luz para um mundo que precisa ser salgadoe iluminado, seus atos e comportamentos precisam ser compatíveiscom o cristianismo e a fé dele decorrentes.

Sensível, o poeta Mário Quintana disse bem: “Todos esses queaí estão/Atravessando meu caminho/Eles passarão.../Eu passari-nho!” Se podemos ser pássaros, não queremos e não devemos nosdeixar aprisionar em gaiolas de falsos companheirismos, falsas in-terpretações, falsos conceitos, falsas doutrinas. Mercenáriosconstrutores de gaiolas pretendem ludibriar; falam menos de Deuse mais do diabo, e ousam pregar que ser bem-aventurado é pos-suir e acumular bens que traças corroem. Pior: fazem umproselitismo personalista, pelo qual se apresentam como passapor-tes humanos para obter conquistas. Em outras palavras, em primei-ro lugar eles (que chegam a ser venerados por incautos), e depoiso Senhor. Pior: hereticamente, dão “ordens” para Deus, “mandan-do” que o Senhor faça isso ou aquilo em horários e endereçospré-determinados.

A Deus nada se impõe ou se exige. Para Deus, apenas pedi-mos. Suplicamos; endereçamos preces. Sem cair no equívoco doszebedeus, pretendendo que, na glória, Jesus os colocasse à es-querda e à direita. Resposta do Senhor: “Não sabeis o quepedis”. A fragilidade teológica de certos grupos e pessoas passalonge do que Paulo ensinou em I Coríntios 3.2, mostrando peda-

Choque ético

CreativeC

omm

onsY

gogicamente a diferença entre nutrição espiritual para criançase adultos, o leite e o alimento sólido.

Até quando nós, cristãos, vamos permitir que posturas mate-rialistas se sobreponham à autenticidade da Palavra, sem a previ-sível – biblicamente falando – admoestação? Que certos grupos epessoas se aproximem mais do Código Penal do que da Bíblia?Que preconceitos morais sejam impostos como receita de viver?Que desvios éticos e morais sejam acobertados e que a revelaçãoda verdade seja escamoteada? Até quando vamos permitirdesmandos, engodos, embus-tes, mentiras, estelionatos?

Há várias receitas bíblicaspara prosseguirmos firmes nocaminho. Uma delas é dada porBartimeu. Veja-a em Marcos10.46-52: ele era cego e mendi-go. Vivia esmolando à beira daestrada para Jericó. Quandopercebeu que Jesus passava,pediu por misericórdia. Foiatendido e voltou a ver. Imedi-atamente, passou a seguir Je-sus. Vamos aprender com oprofessor Bartimeu. Professorda vida e de rumos certos!

Percival de Souza (textooriginalmente publicado na re-vista Eclésia, nº 118).Site: www.eclesia.com.br

Trilhar o caminho da ética requerdecisões diárias

Page 10: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 200810 Missões

No dia 12 de agosto, a Comunidade Cristã Latino-Americana na cidade de Genebra,Suíça, comemorou 7 anos. “Durantes estes 7 anos vimos vidas transformadas, famíliasrestauradas, salvação, libertação e curas realizadas por Jesus Cristo, único Senhor da Igreja,a quem atribuímos toda honra, louvor e glória para todo o sempre”, testemunha o pastorJairo Monteiro.

Em julho, nos dias 17 e 18, o pastor Jairo esteve no Brasil para participar do I Semináriosobre as Comunidades de Imigrantes Brasileiros no Exterior, evento realizado no Palácio doItamaraty, com a presença do Ministro de Rela-ções Exteriores do Brasil, o Secretário Geral daPresidência da República e autoridades políticase diplomáticas.

O Primeiro Seminário sobre Brasileiros noMundo contou com a participação de 174 emi-grantes representantes de comunidades brasilei-ras no Exterior, mais 90 participantes, na maioriaestudantes, residentes no Brasil. “Esse evento foiimportante por mostrar a preocupação do gover-no com a emigração brasileira no exterior”, ex-plica o pastor Jairo. Ele teve a oportunidade deinformar sobre o trabalho missionário que a JuntaGeral de Ministérios Globais, da Igreja MetodistaUnida, dos Estados Unidos, realiza com os imi-grantes brasileiros(as) em cinco cidades da Suíça, desde agosto de 2001.

Neste seminário defendeu-se a prioridade do projeto de um “Estado do Emigrante” comautonomia e poder suficientes para solucionar os atuais problemas que afetam a emigração.Seria um órgão autônomo com todas as estruturas de um Estado e com população, legislativoe governo pertencentes à emigração, tendo o mesmo peso político dos demais estados dopaís e condições de legislar e agir em favor da emigração brasileira, defende o pastor. “Osemigrantes brasileiros estão maduros para assumir seu destino e, por isso, esperamos queo Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria Geral das Comunidades no Exteriorestudem nossa proposta de criar um grupo de transição, itinerante, ao final ou na sequênciadeste I Seminário”, afirma o Rev. Jairo.

Informou: Rev. Jairo Monteiro

Brasileiros no exterior

No dia 10 de Julho, o Coordenador da Pastoral Carcerária da Igreja Metodista na PrimeiraRegião Eclesiástica, pastor Edvandro Machado Cavalcante, proferiu palestra na EMERJ, Escolada Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, sob o tema: “A participação Comunitária naExecução Penal”. O convite foi feito pelo Desembargador Álvaro Mayrink da Costa, Coorde-nador do Fórum Permanente de Execução Penal.

Na ocasião, falou-se sobre a importância da participação da Igreja Metodista, juntamentecom outras instituições, no Conselho da Comunidade da Comarca do Rio de Janeiro. “Aparticipação da Pastoral Carcerária da Igreja Metodista tem sido no sentido de contribuircomo Igreja de Cristo para a humanização da pena de prisão, pois entendemos que a justiçae os direitos humanos são valores centrais da fé cristã e um dos fundamentos da nossa vo-cação histórica enquanto metodistas”, afirma o pastor Edvandro..

Pastoral Carcerária

(Da esquerda para a direita) Desembargador Eduardo Mayr (presidente da terceira câmara criminal TJ/RJ),Desembargador Alvaro Mayrink da Costa (Presidente do Forum Permanente de Execução penal - EMERJ), Pas-tor Edvandro Machado Cavalcante (Coordenador da Pastoral carcerária na Região).

Page 11: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 11Missões

Notícias da Cláudia: Entre junho e agosto, fiz um treinamentode um mês no laboratório de microbiologia do Hospital provincialde Inhambane a fim de conhecer o sistema de saúde deMoçambique e adquirir conhecimentos necessários para a elabo-ração do projeto do laboratório de microbiologia para o HospitalRural de Chicuque. Foi uma experiência muito rica na qual pudeaprender bastante. Agora estou escrevendo o projeto para, pos-teriormente, arrecadar fundos para construí-lo.

No dia primeiro de agosto houve uma grande celebração emChicuque que incluiu a inauguração do Centro de Esperança. Em-bora o prédio não esteja totalmente pronto ainda, a equipe doCentro (Jeremias, Dr. Arlindo, Deborah, Sherry e eu) já está tra-

balhando na distribuição de mos-quiteiros, na organização e trei-namento de líderes comunitáriose na elaboração de projetos naárea da saúde.

Estamos freqüentando aIgreja Metodista Unida deChicuque, que fica bem ao ladode nossa casa. Todos os cultossão em Xitswa, mas a pastoraClara procura sempre que possí-vel delegar uma pessoa para tra-

duzir para nós. A comunidade de Chicuque é muito acolhedora etem nos dado bastante suporte. Nós ansiamos por nos envolvermais nas atividades da igreja e sermos capazes de contribuir comnossas vidas e dons.

Notícias do Eduardo: Iniciei meu trabalho no Hospital Ruralde Chicuque no final de maio. O hospital possui dois técnicos decirurgia. No meu primeiro mês aqui, um dos técnicos estava emlicença médica e outro teve que ir à capital. Então, eu fiqueiencarregado de toda a área cirúrgica e de emergência, por duassemanas trabalhando 24 horas, sete dias por semana. Duranteeste tempo eu realizei mais de 70 cesarianas, 40 cirurgias gerais(hérnias, laparotomias, apendicectomias, etc) e mais, aproxima-damente 400 consultas clínicas em apenas um único mês! Dormir?O que é isto? Meu sonho se tornou realidade. Estou exercendo

Notícias de MoçambiqueExtraídas do Moz News, boletim informativo criado pelos

missionários Cláudia e Eduardo Maia

medicina na África. Eu sobrevivi e agora tudo está mais calmocom o retorno dos dois técnicos.

Eu tenho um desafio diferente a cada dia. As condições dohospital são boas, mas longe de serem perfeitas. Cada dia encaroum caso diferente que requer um tratamento diferenciado emuitas vezes incomum. Eu tinha este sonho. De ser um médico naÁfrica. Eu ouvi sobre Chicuque. Um Hospital Rural da IgrejaMetodista no sudeste de Moçambique. Um país que também falaportuguês. Este sonho demorou um longo tempo para tornar-serealidade. Primeiramente tive que ser treinado e comissionadopara ser um missionário. Desde que cheguei em Moçambique eusenti o que outros missionários certamente sentem. Senti sauda-des de casa. Senti a diferençana cultura. Senti a diferença nacomida. Senti o sofrimento dopobre. Senti-me incapaz por nãopoder ajudar a todos. Compreen-di então que é necessário maisdo que um culto decomissionamento para transfor-mar-me em um missionário.

Eu estou sendo moldado diaapós dia e provavelmente conti-nuarei sendo por um longo tem-po. Estou aprendendo como vi-ver em diferentes circunstâncias. Minha esposa Cláudia tem sidoum grande suporte durante este tempo difícil. Deus está fazendoum grande trabalho em nossas vidas. Estou aprendendo que serum missionário é manter contato com outras pessoas e desenvol-ver um relacionamento com elas. Este é o principal objetivo desteinformativo. Portanto estou totalmente disponível para trocarcartas ou e-mails mais frequentemente. Orem por mim nos traba-lhos no hospital e pela Cláudia no trabalhos no Centro de Esperan-ça e pelos projetos que ela tem que elaborar. Que a luz de Deusbrilhe através de nós.Obrigado por estarem conosco nesta jornadamissionária. Que Deus abençoe a cada um abundantemente.

Contatos:[email protected]@gmail.com

A missionária Cláudia Maia no labo-ratório do Hospital de Inhambane.

Vicente Timba

Missionário Eduardo Maia em cirur-gia no Hospital Rural de Chicuque.

Cláudia Maia

O Instituto Metodista Centenário, de Santa Maria, Rio Grandedo Sul, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados(ACNUR) formalizaram na terça-feira (05/08) um termo de inten-ção de parceria entre as instituições. Com a assinatura do docu-mento pelo representante do ACNUR no Brasil, Javier López-Cifuentes, a proposta é promover a pesquisa sobre direitointernacional humanitário e facilitar o acesso de refugiados aoscursos de graduação da FAMES e, no caso das crianças, ao ColégioMetodista Centenário.

O Instituto Metodista Centenário também se propõe a integraros refugiados em seus programas sociais e prestar assistênciajurídica aos solicitantes de refúgio. Conforme a Diretora de Uni-dade do IMC, Luciana Dias, a parceria com a ACNUR contribui coma perspectiva filosófica da instituição. “É importante fomentar adiscussão sobre os direitos humanos, pois buscamos formar pro-fissionais com sensibilidade para esse tema”.

O Alto Comissariado nas Nações Unidas, por sua vez, se colo-cou a disposição para a realização de cursos e palestras sobre otema e também para dar espaço em suas publicações à pesquisa

Parceria humanitáriaInstituto Metodista Centenário assina termo de intenção de parceria

com agência das Nações Unidas para Refugiadosproduzida na instituição relacionada às questões de refúgio edireitos humanos. “Queremos que as pessoas sejam aceitas comodiferentes, não que tenham privilégios”, destacou a coordenadorado projeto de reassentamento solidário da Associação AntônioVieira (ASAV), órgão ligado ao ACNUR, Karin Wapechowski.Ana Paula Nogueira (Assessoria de Imprensa/Metodista do Sul)

Da esquerda para a direita: Coordenadora do Reassentamento Solidário daASAV, Karin Wapechowski; Representante do ACNUR no Brasil, Javier López-Cifuentes; Diretora de Unidade do IMC, Luciana Dias e Assessora Jurídica doIMC, Ana Paula Torres.

Page 12: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 200812 Reflexão

m comitê do CMI, Conselho Mundial de Igrejas, reunindoem Genebra de 13 a 20 de fevereiro de 2008, afirmou:“Ainda que a Bíblia não descreva um sistema político demaior autoridade, indica que qualquer sistema tem poten-

cial tanto para a participação, quanto para o abuso do poder”.*Essa afirmação pode ser lida de várias formas. Uma delas

é que a recusa das religiões em interferir em assuntos políti-cos, pode representar um modo velado de sustentar os abusospolíticos cometidos em todo o mundo e, por conseguinte, con-tribuir para o impedimento de qualquer participação do povo,ou seja, das comunidades populares, onde as religiões poderiamintervir de modo positivamente transformador.

Portanto esse tema é entendido como parte da missão, en-tre os/as cristãos/ãs conscientes que “Reino” que Deus querpara seu povo é para hoje, e que passa pelas decisões políti-cas, que regem questões como moradia, saúde, educação bá-sica, meio ambiente e refreamento da corrupção; que tira daboca dos pobres e alimenta os políticos corruptos com luxosuntuoso.

Continua o documento do CMI: “A tradição Cristã afirmaque os cristãos devem aceitar a responsabilidade de participardos sistemas políticos civis, e também devem aceitar a respon-sabilidade de defender a justiça, a compaixão, a moralidadequando os que têm autoridade abusam de seu poder”*. Tradu-zindo em letras pequenas, quando os cristãos assim não proce-dem, perdem relevância, não salgam e não jogam luz na escu-ridão que assola o povo sofrido dos continentes. O quê seassiste, a partir daí, é o apodrecimento a céu aberto dos sis-temas que deveriam garantir o frescor da vida.

A política não é ruim, ela só é deletéria quando não cumpre opapel de promotora da vida. E nesse sentido a religião também émaléfica, na medida em que não se alia à política para juntas,conceder condições para que a vida humana e o ecossistema serenovem dentro do desenho planejado pelo Criador.

A 9ª Assembléia do CMI realizada em Porto Alegre, Brasil de14 a 23 de fevereiro de 2006, sob o tema: “Deus em Tua graçatransforma o mundo”, trouxe os eixos que continuamente de-vem ser lembrados pelos cristãos e ONGs mundiais. Somente afé aliada ao poder das organizações religiosas e políticas poderárepresentar o “Reino de Deus”, que é para agora.

Parte-se do pressuposto que as organizações religiosas sedistinguem das organizações políticas seculares, por abrigarem

Fé, religião e políticamenos, ou nenhuma corrupção em seus quadros; e por inter-virem no sentindo de coibir todas as formas abusivas e corrup-tas de poder na sociedade. O Comitê do CMI destaca: “Oscristãos cumprem fielmente sua função dentro de muitos sis-temas políticos diferentes e, com freqüência, são desafiadosa desempenhar funções influentes no seio desses sistemas. Aofazer isto, cumprem o chamado de ser o sal e luz,; que salgae que ilumina qualquer sistema em que participem”.*

Dito isto, é completamente incompreensível a prática, espe-cialmente de líderes, que se alienam e afirmam que fé, religiãoe política são, entre si, incomungáveis. Num contexto em queos sistemas políticos mundiais são questionados sobre relevânciaem resolver ou ao menos amenizar o sofrimento das classes so-cialmente excluídas, cabe perguntar pela relevância dos cristãose das organizações religiosas mundiais, sintetizadas nas seguin-tes perguntas: Realizam ações voltadas a garantir a transparên-cia dos processos eleitorais democráticos? Colaboram na forma-ção, desenvolvimento e conscientização política dos/aseleitores/as? Acompanham e denunciam os abusos do podereconômico de candidatos/as e partidos políticos? Adotam pos-tura apartidária ou cedem às barganhas e acordos escusos? Pro-movem ambiente de engajamento da comunidade no processoeletivo? Ou alimentam a alienação massiva do povo?

Em tempos de eleições, refletir sobre os aspectos da fé, dareligião e da política é uma pauta que deve ser priorizada fren-te ao marcado neoliberal, promotor de desigualdades. Pois a féé instrumento de superação das utopias; e a religião, quandocomprometida, alimenta a fé. E a política? Ora, a política é olugar onde a fé e a religião colhem (ou não) os resultados dosesforços e interferências dos humanos no mundo.

Para as religiões cristãs, o exemplo do ministério políticode Jesus deve ser “re-lido” continuamente. Jesus não foi cru-cificado por pregar uma nova religião; nem por sua fé. Foimorto por intervir e suscitar o povo a reagir contra modelospolíticos excludentes.

Maria Newnum, pedagoga e mestre em teologia prática.

*Fonte: http://www.oikoumene.org/es/documentacion/documents/comite-central-del-cmi/ginebra-2008/informes-y-documentos/cuestiones-de-actualidad/declaracion-sobre-los-procesos-electorales-democraticos.html

Reynaldo_Staval

Page 13: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 13

Testemunho

epois de trabalhar sete anos emeio na Sede Nacional daIgreja Metodista como Coorde-nadora Nacional de Ação Soci-al, Deus me chamou para ser-

vir-Lo na Rede Metodista de Educaçãodo Sul como assessora para assuntosinternacionais.

Minha chegada se deu no final domês de março. A convite do Bispo LuizVergílio aceitei para também assessorara Segunda Região na área de projetos.

Não foi fácil tomar esta decisão deir para o Sul, uma vez que outros cha-mados me foram feitos e me deramcondições de ficar mais perto da minhafamília que reside no Rio de Janeiro.Contudo, esta lide durou pouco tempo.Durante a fase de adaptação e em de-corrência de muitas interrogações estress, minha saúde foi seriamente afe-tada e no dia 19 de maio de 2007 sofri um ANEURISMA CEREBRALque também desencadeou uma MENINGITE. Nesta ocasião eu es-tava morando com a Pra. Genilma Boehler, que tão gentilmenteme acolhia juntamente com os seus filhos Arturo e Guilhermo. Re-gistro aqui a minha gratidão por tanto amor e companheirismodispensados a mim por esta amada família.

Minha mãe encontrava-se nos Estados Unidos em visita aminha irmã Kênia. A volta das mesmas para o Brasil foi de muitatensão, uma vez que a notícia do meu estado era muito grave.Elas já haviam vivido esta experiência por ocasião da morte domeu pai, Rev. José Raimundo Guimarães quando de sua morte emagosto de 2004. Interrogações eram constantes. Será que eu es-tava viva? Ou estava morta? Contudo , Deus confortava-lhes ocoração e fortalecia durante toda esta longa viagem. Ao chegarpuderam confrontar a realidade.

Como Deus não nos deixa só, minha tia Veralúcia se deslo-cou do Rio para estar ao meu lado e tomar as providências ne-cessárias neste momento difícil e doloroso. E imediatamente noSul era arregimentado um exército de homens e mulheres deDeus que durante todo o tempo se colocaram na porta do cen-tro cirúrgico e quando da minha estada na UTI onde permanecipor 16 dias. Este foi um período de muita tensão e total depen-dência do Senhor, pois o risco de vida ou morte duraria 14 dias.Cada dia vencido era de muita gratidão e louvor a Deus. Nãoestávamos sós. Minha irmã Kênia diariamente por e-mail pas-sava um boletim informativo respondendo assim a necessidadede todos (as) que queriam ver respondidas as orações e osinúmeros clamores, e os telefonemas recebidos. A medida querecebiam estes retornos e contatos devários cantos do Brasilbem como de outros países que me conheciam jamais poderí-amos imaginar o quanto eu era amada. Com todas estas mani-festações a força da minha família era revigorada cada dia.Como se não bastasse, 22 horas após a cirurgia onde eu tive ocrânio serrado para retirar o coágulo que estava alojado naparte da memória e raciocínio lógico, dada as complicaçõesprovocadas, era necessário tomar uma nova anestesia geralpara que o dreno fosse refeito. Surge um impasse, fazendo ounão tratava-se de uma situação de riscos. Minha mãe foi cha-mada para tomar ciência e autorizar o procedimento que seriafeito pelo médico, tal fato se deu poucos minutos da saída delae de minha irmã do hospital após a tão longa viagem. Lá che-gando depois de ouvir o médico, num ato de fé, certa do agirde Deus, minha mãe explicou biblicamente o poder de Deusatravés da unção comumente usada por Jesus e que gostariaque esta prática fosse permitida por ele deixando-a ungir as

Eu sou um milagre andante suas mãos antes de tocar no meu cérebro.Mesmo tendo a consciência dos hábitosprofiláticos que o mesmo faria uso, eleimediatamente estendeu as mãos para serungida e minha mãe orou dizendo quesuas mãos eram apenas o instrumento eque o médico dos médicos era o Senhorcom seu poder curador. Cinqüenta minutosapós ele voltou informando o êxito.

Após 27 dias hospitalizada, ficamos ain-da um tempo em Porto Alegre e contamoscom muitos apoios como da Pra. EliadeDias, Eva Ramão, Lia Hack, Rubem Nei eEnilda, Leda , Pr. Cláudio Kiehl, que tam-bém ministrou a ceia, ato que significoumuito e muitas outras pessoas.A minha gra-tidão e de toda minha família.

Recebi autorização dos médicos e vie-mos para o Rio onde passaríamos 30 diasfugindo do frio e chuva. Tia Antonieta,quetem sido uma tia muito especial e presente

na nossa vida em vários momentos, foi a Porto Alegre estendendosua mão solidária, exercitando os ensinamentos do Mestre divi-dindo com minha mãe todos os cuidados para comigo.

Qual foi nossa surpresa quando retornamos do Rio! Depara-mos com a porta do nosso apartamento toda decorada de flores,faixas com versículos, palavras de gratidão e ânimo. A autora detoda esta obra de arte foi nossa querida irmã Nira Faleiro. Esteato gerou nos vizinhos do nosso andar curiosidade e comentários.Louvo a Deus por sua vida e toda sensibilidade a nós demonstra-da. Esta foi mais uma maneira de ver e demonstrar o que Deusnos tem ensinado através da prática da sua palavra. Muitas fo-ram as visitas que recebemos. Destaco a visita do Rev. AntonioFaleiro que veio trazer a ceia do Senhor no dia seguinte a minhachegada no Rio. Também a visita do Pr. Clóvis Paradela que jun-tamente com sua família nos alegrou trazendo a memória amemória nossas raízes mineiras.

Neste período, ocorreu aquele acidente aéreo traumático como vôo da TAM. Isto gerou em mim muito pânico e desequilíbrioemocional , não tendo assim condições de entrar em uma aero-nave. O médico de Porto Alegre, Dr. Marcelo Paglioli Ferreira che-fe da equipe, me encaminhou para ser acompanhada por médicosdo Rio, onde permaneci por todo este tempo. Diariamente erampercebidas as grandes maravilhas, o poder do agir de Deus eranotado restaurando minha saúde física, mental e emocional, umavez que o meu total restabelecimento varia de tempo de pessoapara pessoa.

No dia 29 de julho na Igreja Metodista de Botafogo, com apregação do Rev. Antônio Faleiro e a presença de representantesdas Instituições, amigos (as), parentes e os Bispos João Carlose Paulo Lockmann representando o Colégio Episcopal e a PrimeiraRegião juntos pudemos render graças a Deus pelo que tem feitoe fará em minha vida.

Hoje como após um longo tempo licenciada pelo INSS, retor-no à Porto Alegre no dia 19 de agosto para reiniciar as minhasatividades profissionais no dia 21.

Neste período que forçosamente parei, Deus não permite nadapor acaso, refleti e mudei meus conceitos e valores. Diante detantas admirações e interrogações da ciência e dos homens ape-nas esta afirmação explica que eu sou hoje UM MILAGRE ANDAN-TE. O Deus que amamos e servimos é o mesmo hoje e será eter-namente. Minha súplica diária ao Senhor é para que aceite aminha gratidão e que minha vida reflita o grande amor e cuidadod’Ele para comigo.

Keila da Silva Guimarães

Suzel Tunes

Page 14: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 200814 Entrevista

m 1977, o jovem Ananias viu-se envol-vido em um crime. Hoje, vivendonova vida em Cristo, o pastor Ananias

enfrenta com fé resquícios do passado.No dia 9 de julho, o Rev. Ananias Lúcio

da Silva, advogado e pastor da Igreja Me-todista Central em Barra Mansa, Rio deJaneiro, foi ao pátio da Delegacia de Rou-bos e Furtos de Automóveis para recuperarum automóvel que tinha sido roubado. Malsabia o que o esperava. Após os procedi-mentos de praxe, o pastor Ananias foi in-formado de que constava no arquivo dapolícia um mandado de prisão em seu no-me. Uma acusação gravíssima: participa-ção em um latrocínio (assalto seguido demorte). De lá mesmo ele foi conduzido aopresídio, de onde foi liberado após 48h,quando se constatou que o prazo da penajá havia prescrito.

O pastor Ananias não esconde seu pas-sado atribulado como dependente químico.Ao contrário: tem dado vários testemunhosde sua recuperação pela graça de Deus.Com relação a esse caso, ele divulgou umanota explicando que, no ano de 1977, en-tão com a idade de 20 anos, ao sair deuma boate ele pegou carona com uma pes-soa embriagada e armada. Essa pessoacometeu o crime. Com medo de ser mortopela polícia (“haja vista o regime militarvivido nesta época”) Ananias acabou fugin-do. Foi julgado à revelia e condenado avinte anos e quatro meses de reclu-são. Nessa entrevista ao Expositor, o pas-tor dá mais detalhes sobre o caso.

Depois que a pessoa que te deu caronapraticou o assalto que envolveria seunome, você foi julgado à revelia. Em mo-mento nenhum você soube que seu nomehavia sido vinculado ao fato?

Em março de 1977 a pessoa que praticouo ato estacionou o carro na porta de suaresidência e foi dormir. Sendo encon-trado por policiais, foi conduzido à delegaciae prestou depoimento, informandoque havia em seu automóvel mais duas pes-soas. Orientado por um advogado, compare-ci à delegacia e prestei esclarecimentos,sendo liberado. No entanto, quando trouxe-ram o autor do fato para apresentar àimprensa, verificamos o quanto havia sidotorturado. Em pânico, minha família deci-diu que eu não deveria retornar à minharesidência. Na mesma noite apareceramem minha casa quatro elementos fortemen-te armados, em um Opala preto, sem pla-ca, para me seqüestrar. Fugi para preservara minha vida.

Ficou decidido que eu seria informadosobre o andamento da situação. Transcorre-ram-se alguns anos e não soube nadamais sobre o fato, pelo que decidi retornarao Rio de Janeiro. Ao retornar, já era cris-tão e metodista. Meu pastor à época, Rev.Azoil Zerbinato, que também é advogado,prontificou-se a buscar informações sobre ofato, e em 1987 retirou certidões, as quais

Sombras do passadotenho em meu poder até a presente data,onde NADA CONSTA contra o meu nome.

Você nunca teve qualquer problema nomomento de tirar um atestado, fazer umcrediário ou tirar a carteira da OAB? Eusoube, pela imprensa, que a OAB ia fazeruma investigação para atestar a autenti-cidade de sua carteira, é verdade?

Nunca tive problemas para re-tirar documentos, declarações ou certidõesem qualquer repartição ou órgão público Játirei passaporte na Polícia Federal, e cartei-ra da OAB em 2005. Quanto à possibilidadede ser investigado pela Comissão de Disci-plina da OAB, não vejo problema algum,uma vez que iniciei o Curso de Direito eretirei REGULARMENTE a carteira daOAB, décadas após a prescrição dofato. Conforme o Código penal, pena supe-rior a 12 anos de reclusão prescreve em20 anos, sendo que, se o agente do fato émenor de 21 anos (que é o caso), a penaprescreve na metade do tempo, ou seja,em 10 anos. Assim, a prescriçãoocorreu em 1987, não podendo agora oEstado aplicar qualquer sanção punitiva,por decurso de tempo.

Em que momento você soube que a con-denação havia sido prescrita?

Apenas quando fui liberar o carro noPátio Legal do DETRAN em Deodoro, RJ,tive conhecimento da existência de umprocesso e conseqüentemente do mandadode prisão. A questão da prescrição foi dis-cutida no momento em que tive ciência domandado, datado de 1977. Indiferente à leio inspetor optou pela PRISÃO ILEGAL.

Em algum momento você se sentiu agredidoou discriminado, seja por policiais, presosou mesmo por setores da sociedade, comoa imprensa e igrejas evangélicas?

Em todo tempo, ficou evidente que aminha posição de pastor e advogado, soma-do ao fato de ser um cidadão afro-descen-dente, suscitou em alguns policiais e seg-mentos da imprensa uma predisposição paradar um tratamento sensacionalista ao caso.A discriminação tornou-se mais evidentequando policiais da DRFA da Rua FranciscoBicalho afirmaram que fariam questão dechamar a imprensa para divulgar o caso,insinuando, a todo tempo, que a credencialda OAB por mim apresentada seria falsa.Fui algemado, desnecessariamente, apre-sentado a policiais e imprensa como umforagido capturado, com extensa ficha cri-minal; tive minha imagem exposta em jor-nais e televisão, sem direito a apresentaros fatos existentes em minha defesa. Nãofosse a soberana Graça e Misericórdia doSenhor Deus, com certeza a minha vida ede meus familiares teriam sido ceifadas poresta orquestração maligna.

Como a sua igreja recebeu a notícia?Este acontecimento tem nos mostrado o

quanto somos amados por Deus e pela Igre-

ja do Senhor Jesus Cristo, com destaqueespecial para a amada Igreja Metodista. ORevmo. Bispo Paulo Lockmann, ao tomarconhecimento da prisão ilegal providenciou,imediatamente, advogados para me dar aassistência jurídica necessária. Alémdisto, em uma ação pastoral clarae inequívoca, demonstrou todo o seu apoioa mim e minha família, neste momentocrucial de nossas vidas e ministérios. Eleconvocou os pastores e igrejas dos distritosde Barra Mansa, Volta Redonda e Resendepara oração e uma palavra de esclarecimen-to sobre os fatos. O apoio foi unânime, nãocessando a igreja, pastores e pastoras deorar para o desfecho justo da situação, nosmanifestando, de todas as formas,um apoio irrestrito, o que foi fundamentalpara superamos as primeiras conseqüênciasdeste acontecimento.

Que lições você tira desse episódio?Muitas lições podem e estão sendo ti-

radas do episódio. Todavia, quero ressaltar:primeiro, sejam quais forem as dificulda-des, não devemos abandonar os caminhosdo Senhor. Fui batizado quando criança naIgreja Metodista, desviando-me na adoles-cência, período em que o adversário criouas circunstâncias citadas, na tentativa deceifar a minha vida. Depois, fica evidentea veracidade da Palavra de Deus, quandoafirma: ”Assim, se alguém está em Cristo,nova criatura é, as coisas velhas passa-ram, eis que tudo se fez novo” (2 Co5.17). Deus é fiel. Aleluia!

Que bênçãos podem ser testemunhadas apartir de uma experiência dolorosa comoa que você viveu?

Nosso ministério sempre foi marcadopelo testemunho de salvação e libertação.Atuando desta forma, temos alcançado umnúmero incontável de pessoas por onde pas-samos, visando, sempre, a promoção da li-bertação e salvação em Nome de Jesus. Esteacontecimento acabou por dar uma maiordivulgação ao nosso testemunho, que hojecircula em diversas regiões do país, abrindonovas portas para testemunharmos sobre opoder libertador do Evangelho de Jesus Cris-to, função para a qual fomos chamados.

Naturalmente que um acontecimentodesta gravidade resulta em prejuízos emo-cionais, morais e materiais. Até a presentedata, estamos trabalhando para solucio-nar as conseqüências do fato, o que seconstitui num trabalho cansativo, des-gastante e dispendioso. A partir do aconte-cimento, temos dedicados horas intensaspara atender a telefonemas, responder e-mails, contactar advogados e elaborar no-tas de esclarecimentos à igreja e ao públicoem geral. Mas sou grato a Deus por seuamor e cuidado para conosco, pela amadaIgreja Metodista que sempre nos acolheu epelos inúmeros irmãos e irmãs que, numademonstração sincera de amizade, nos dis-pensaram amor e carinho.

Page 15: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 2008 15Cultura

Agenda

Dia 2 de setembro é Dia da Autonomia da Igreja Metodista.O segundo domingo de setembro, 14, é Dia do Juvenil.No terceiro domingo, 21 de setembro, comemora-se o Dia da Escola Dominical.Dias 22 a 27 de setembro. Mobilização metodista para doação de sangue. Informações na página 11 desta edição e pelo sitewww.metodista.org.br.O 16º Encontro Nacional de Pessoas que trabalham com Crianças e Adolescentes ocorre de 26 a 28.Dia Nacional da Pessoa Idosa é 27 de setembro.

Não estou plagiando, nem vou fazer crítica do filme de mesmonome. Filme, aliás, maravilhoso. Ele conta a história de um homemque, para esquecer sua amada, utiliza-se de um tratamento expe-rimental que supostamente o faria esquecê-la, mas ele descobre quenão pode esquecer um amor. Gostaria de fazer uso do título dofilme para refletir sobre um assunto. Logo no início das Escrituras,nos é relatada uma lembrança que, ainda que esquecida, permanececom um Brilho Eterno: O Paraíso. Não quero levantar a questão derealidade geográfica ou espiritual... Se é uma figura de linguagemou se é literalmente tal como a Bíblia descreve. Estou falando delinguagem da fé. E a fé nos faz guardar lembrança e esperançanuma perspectiva a ser alcançada. A Bíblia tem um compromissocom a fé e não com qualquer ciência que possa existir.

O Paraíso, o Éden, é um anseio que trazemos por meio denossa fé herdada do judaísmo e confirmada pelo cristianismo...Porém, com Jesus a visão do Paraíso ganhou uma dimensão bemmaior. Posso estar enganado, mas Paraíso e Reino de Deus, nomeu entender, são as mesmas coisas, ou, pelo menos, há umaforte interligação entre ambos. O Paraíso narrado em Gênesis 1é caracterizado, principalmente, pela presença permanente deDeus e a intimidade que havia entre Este e Adão: “E ouviram avoz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração dodia...” Presença e intimidade! E presença e intimidade com Deusrequer alguns aspectos como Amor, Unidade e Esperança... Eoutros mais. Isso foi perdido com o evento que Gênesis narra emseu capítulo 3, que é chamado “A Queda”. Neste episódio, há umaquebra da constância do Paraíso... Um rompimento traumático. Apresença de Deus já não é mais permanente, a intimidade nãoexiste com a mesma intensidade e a essência do Paraíso é arran-cada do coração do ser humano.

Mas, o Brilho Eterno não se apaga... ainda que a memória nãose lembre de um tempo ou de um estado onde a presença da Paz,Verdade e Justiça eram sentidas, a lembrança do “não vivenciado”permaneceu. Passou-se então, a brotar a Esperança de uma voltaao Paraíso. Uma saudade do “ainda por vir”! “E, interrogado pelosfariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhesJesus, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.

Brilho Eterno de uma mente sem lembrançaNem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reinode Deus está dentro de vós”(Lucas 17.20-21). Creio que oParaíso se inicia a partir des-sa descoberta... Não é com amorte que começa o re-encon-tro com o Paraíso, mas é coma vida! Jesus acenou ao mun-do com os sinais da presençade Deus... Amor, graça, comu-nidade, perdão, solidariedade,tolerância... E onde há Deus,reina a Vida Plena!

O que eu quero dizer éque onde Deus se faz presenteaí começa o Paraíso.

Eu creio na restauração daVida... Creio na salvaçãodeste mundo por meio dosvalores do Reino de Deus...Por que creio nisto? Porque háem cada um de nós uma lembrança, uma saudade revivida nas pa-lavras de Jesus, nos atos de Jesus. O poder do pecado não foicapaz de apagar totalmente o Brilho Eterno que reluz em nossasmemórias. Apesar das trevas, a luz ainda brilha! E com ela umacerteza que ainda em vida, talvez não em meu tempo, há deacontecer... “Um novo céu e uma nova terra...Onde o próprio Deusenxugará dos olhos do seu povo toda lágrima. Não haverá maismorte, nem tristeza, nem choro, nem dor...” (Apocalipse 21.1 e4). Fala a verdade: não sente uma saudade misturada na espe-rança? Não se sabe de onde vem tanta saudade! Mas está guar-dada dentro de nós... Existe esse Reino em nós...sem choro, semdor...um Paraíso perdido...um Brilho Eterno em uma mente semlembrança!

Rev.Antônio Carlos Soares dos Santos, pastor da IgrejaMetodista em Altamira, Pará

Gospel metodistaO Ministério “Restaurando o Tabernáculo”, da Igreja Metodista em

Cascavel, PR, já lançou seu segundo CD: Santidade. Para fazer seu pedidoou agendar uma visita da banda acesse o site, www.restaurando.com.brou entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones:(045) 3037-7650 / (045) 8805-6792. Leandro Pinheiro, membro da IgrejaMetodista em Vila Tiradentes, São João de Meriti, RJ, lançou o álbum So-berano Deus que vem com dez músicas para louvar e engrandecer o Se-nhor. Informações e vendas pelo e-mail: [email protected] telefones: (021) 3754-0271 / (021) 9389-3762.

Fora do gabineteNo dia 16 de agosto,

a Editora Metodista lan-çou, na Bienal do Livro,a coletânea Itineráriopara uma Pastoral Urbana– Ação do Povo de Deusna Cidade. Com organiza-ção do bispo e professorGeoval Jacinto da Silva, aobra reúne a produção dedez autores, integrantesdo Grupo de Pesquisa emTeologia Prática (GETEP),da Universidade Metodistade São Paulo, que refle-tem e escrevem a partirde sua vivência e experi-ência de trabalho pastoralefetivo no mundo urbano.Tel.(11) 4366-5537.

Page 16: Ética cristã: Igreja chamada a ser luz - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada

Setembro 200816 Página da Criança