ETICA E CIDADANIA.pdf

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  • Presidncia da Repblica Ministrio da EducaoSecretaria Especial de Direitos Humanos SEIF SEMTEC SEED SEESP

    tica e Cidadaniaconstruindo valores na escola e na sociedade

    Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado

    Braslia 2004

  • Ca rta dos Ministros

    Secretaria de Educao Infantil e Fundamental SEIFFrancisco das Chagas Fernandes

    Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica SEMTECAntonio Ibaez Ruiz

    Secretaria de Educao a Distncia SEEDMarcos Dantas

    Secretaria de Educao Especial - SEESPCludia Pereira Dutra

    Departamento de Polticas Educacionais da SEIFLucia Helena Lodi

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Centro de Informao e Biblioteca em Educao (CIBEC)

    Eu sinto os passos de um outro Brasil que vem a, mais tropical, mais fraternal,

    mais brasileiro. Esse trecho do poema O outro Brasil que vem a mostra que

    Gilberto Freyre sonhava com um Brasil melhor e nos leva a uma reflexo: por

    que, tantos anos depois, aquele Brasil no chegou at ns? Por que continua

    violento, desigual, elitista? A resposta est no fato de que ns, brasileiros,

    investimos numa educao orientada somente para o crescimento econmico,

    sem responsabilidade tica e justia social. Trilhamos um caminho contrrio ao

    dos sonhos de Freyre e deixamos incompleto tudo o que comeamos a fazer.

    O Brasil se fez independente de maneira incompleta, republicano de maneira

    incompleta, industrializado de maneira incompleta, democrtico de maneira

    incompleta, porque s a educao completa a histria de um povo. Vivemos

    hoje uma sociedade excludente, temos cada vez mais uma preocupao

    individual com a sobrevivncia, a falta de perspectiva, a falta de emprego. Falta-

    nos a busca do sonho, da utopia no a utopia como iluso, mas como a

    possibilidade concreta do vir a ser. Essa busca precisa comear e a escola

    precisa assumir seu papel fundamental na formao de valores como

    solidariedade, eqidade, bem comum e democracia.

    A escola tem de ser a construtora do saber com justia social, promovendo a

    discusso de temas como tica, direitos humanos, diversidade, participao

    poltica, paz, dentro das salas de aula, como eixos integradores do

    desenvolvimento curricular. Ela precisa ser fonte vital de cidadania, um

    instrumento do aprendizado, da segurana, da proteo e insero da criana

    e do adolescente no seu meio social.

    Mas s transformaremos o sonho de um Brasil educado, fraterno e brasileiro em

    realidade se contarmos com o esforo de cada professora e de cada professor.

    Nas mos dos professores esto as rdeas do futuro. Eles so os agentes

    fundamentais de uma mudana consciente de atitudes por parte da populao,

    rumo a uma educao cidad. Eles devero enfrentar as dificuldades de hoje

    sem perder o compromisso com o sonho do amanh; tornar os estudantes mais

    crticos e conscientes do seu papel social, inconformados com a desigualdade,

    Coordenadora-Geral: Lucia Helena LodiCoordenadoras: Jane Cristina da Silva e Lucineide Bezerra DantasElaborao: Cristina Sati de Oliveira Ptaro, Ulisses F. Arajo e Valria Amorim ArantesConsultoria: Ulisses F. ArajoAgradecimentos: Alberto Santos, Josi Anne Paz e Paz, Maria ngela T. Costa e Silva,Jean Paraiso Alves, Cleyde de Alencar Tormena e Maria Ieda Costa DinizReviso: Eliana da Rocha Vieira Tuttoilmondo

    Esplanada dos Ministrios, Bloco L, 5o andar Braslia-DFCEP 70047-900E-mail: [email protected]

    E84e tica e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade/coordenadora-geral: LuciaHelena Lodi. Braslia: Secretaria Especial dos Direitos Humanos: Ministrio da Educao,SEIF, SEMTEC, SEED, 2003.6 v.: il.

    Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado.Plano da obra: Introduo; mdulo 1: tica; mdulo 2: Conv ivncia democrtica; mdulo 3:

    Direitos humanos; mdulo 4: Incluso social; mdulo 5: Informaes bibliogrficas e documentais.

    1. tica. 2. Cidadania. 3. Direitos humanos. 4. Incluso social. 5. Programa tica e Cidadania construindo valores na escola e na sociedade. I. Lodi, Lcia Helena. II. Programa deD e s e nvolvimento Profissional Continuado. III. Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. IV.B rasil. Secretaria de Educao Infantil e Fundamental. V. Brasil. Secretaria de Educao Mdia eTecnolgica. VI. Brasil. Secretaria de Educao a Distncia. VII. T t u l o .

    CDU: 37.014.2 52:17 ISBN 85-98171-05-0

  • tica e Cidadania

    A p re s e n t a o

  • 9Os programas desenvolvidos pelo Ministrio da Educao (MEC), em especial

    nas reas de educao infantil, educao fundamental e ensino mdio tm

    compromisso com o presente e com o futuro. Para qualquer tempo, o centro -

    o ponto de focalizao dos programas - o mesmo: a criana e o jovem, seu

    sucesso na escola e o protagonismo estudantil na construo da tica e da

    cidadania.

    De imediato, todo esforo est sendo dedicado elevao da qualidade do

    ensino praticado no Brasil. Isso inclui, no plano institucional, a articulao com

    os sistemas de ensino e, no plano executivo, a prtica de um conjunto de aes

    voltadas para a formao inicial e continuada dos professores e a valorizao

    dos profissionais da educao.

    Os programas do MEC tm compromisso com a transformao social e colocam

    a educao na linha de frente da formao dos futuros cidados brasileiros. Ou

    seja, cada criana e cada jovem tm o direito de aprender, tambm, o sentido

    da cidadania na sua concepo mais ampla. Portanto, dever da escola ensinar

    e a g i r f u n da m e nt a d a n o s p r in c p i o s d a d e m o c ra c i a , d a t i c a , da

    responsabilidade social, do interesse coletivo, da identidade nacional e da

    prpria condio humana.

    O Programa tica e Cidadania construindo valores na escola e na sociedade

    o reflexo desses compromissos e o campo no qual se espera consolidar

    p r t ic a s p e d a g g i c a s q u e c o nd u z a m c o n s a g ra o d a li be r d a d e , d a

    convivncia social, da solidariedade humana e da promoo e incluso social.

    No se trata de um programa a ser anexado aos currculos; , sobretudo, o

    espao onde as crianas e os jovens possam aprender a viver a complexidade

    dos dias atuais e onde os educadores e inmeros outros agentes sociais possam

    praticar e difundir os princpios da vida cidad. E o ambiente criado para isso ser os

    Fruns Escolares de tica e Cidadania, a serem constitudos conforme a

    realidade de cada escola e sua comunidade, com representao e participao,

    a mais ampla possvel de todos os segmentos interessados: estudantes,

    profissionais da educao, dirigentes, pais, lideranas comunitrias, associaes

    e assemblias de pais ou de bairros, colegiados, conselhos tutelares, entre outros.

    Aos professores, estudantes e demais profissionais de cada escola sero

    encaminhados textos especficos, documentos e livros a serem utilizados em

  • 1110

    atividades escolares e cursos visando formao de equipes, estimulando a

    realizao de projetos e propiciando aes a serem desenvolvidas na escola e

    na comunidade. Tambm sero estimuladas as parcerias com ministrios,

    rgos de governo em todos os nveis e organizaes sociais ou no-

    governamentais que possam contribuir para a efetivao das propostas.

    O ponto de partida desse programa a prpria escola; afinal, ela o

    microcosmo, o retrato e a recorrncia da sociedade, ou seja, cada escola

    contm em si parcelas ou segmentos da sociedade na qual est inserida; cada

    escola reproduz a sociedade que a criou; cada escola resultado da sociedade

    que ela prpria ajudou a constituir. Cabe ao Ministrio da Educao articular

    aes e intervenes que alterem esse ciclo - que por vezes perverso,

    excludente - e o conduzam para uma transformao fundada na democracia

    de toda ordem, no reinado da justia social e das liberdades pblicas e

    individuais.

    Hoje, h a convico de que a sociedade s vai mudar se a escola mudar

    primeiro, de que a recproca tambm verdadeira. Cabe aos dirigentes da

    educao em todo o Pas, cabe s escolas e aos seus profissionais assumirem o

    papel de protagonistas nesse processo, certos de que, como num circuito, cada

    mudana que se configure, por menor que seja, ter efeito adiante e a

    transformao vir gradativa e certa, emergir pela mudana das partes que

    constituem o todo e o todo assimilar novas relaes entre suas partes.

    Na medida em que conheam melhor a si mesmas e a natureza das relaes

    humanas, na medida em que pratiquem, cada vez mais, a democracia e a

    convivncia social, as escolas e as comunidades estaro contribuindo para

    construir valores sociais permanentes, laos comunitrios, responsabilidades

    s o c ia i s. E , a ss i m , c o m r a z e s f i n c a d a s n a c u lt ur a n a c i o n a l , e s ta r o

    desenvolvendo em cada um a conscincia da prpria condio humana, da

    cidadania universal voltada para a preservao da vida no planeta, da paz e da

    harmonia entre os povos.

    O ponto de chegada deste Programa est no sonho de cada um, na utopia que

    n o s m o ve d i a n t e da r e a li d a d e , m u i t a s ve z e s a dve r s a , m a s se m p r e

    compensadora quando se tem como ideal a construo de uma escola melhor

    para todos, capaz de contribuir para o desenvolvimento do nosso pas e de

    fornecer saberes e competncias que nos facilitem o caminho na busca da

    felicidade e do bem-estar social.

    Ideais assim podem estar distantes ou prximos de ns, depende do grau e da

    amplitude de nossas sadias pretenses. Mas se conseguirmos avanar no

    microcosmo da nossa existncia, se construirmos na escola e no seu entorno

    um ambiente de fraternidade, de dilogo permanente, de abertura dos coraes

    para a construo de valores universais que se sobreponham s diferenas de

    gnero, de raa ou de etnia, ou de fundo cultural, religioso ou ideolgico,

    estaremos dando um grande passo para criar as condies necessrias, visando

    minimizar os fatores que nos separam socialmente ou culturalmente, e

    potencializando aquilo que une e nos motiva.

    S preciso saber iniciar, tendo a conscincia e a tranqilidade de saber que

    toda mudana comea por uma minoria, e esta, na medida em que se exercita,

    cresce, contagia e vai se transformando numa fora atuante, eficaz. Afinal,

    educar para a vida e para compreenso humana atribuio tpica da escola.

    Francisco das Chagas FernandesSecretria da Educao Infantil

    e Fundamental SEIF

    Antonio Ibaez RuizSecretrio de Educao Mdia e

    Tecnolgica SEMTEC

    Cludia Pereira Dutra Marcos DantasSecretria da Educao Secretrio de Educao aEspecial - SEESP Distncia - SEED

  • tica e Cidadania

    I n t ro d u o

  • 14 15

    Em consonncia com a funo social da escola, as

    Diretrizes Curriculares Nacionais indicam como primeiros

    objetivos do ensino fundamental que as escolas devero

    estabelecer como norteadores de suas aes pedaggicas:

    os princpios ticos da autonomia, da responsabilidade,

    da solidariedade e do respeito ao bem comum;

    os princpios polticos dos direitos e deveres de

    cidadania, do exerccio da criticidade e do respeito

    ordem democrtica;

    os princpios estticos da sensibilidade, da criatividade

    e da diversidade de manifestaes artsticas e culturais.

    No h dvida de que atingir esses objetivos tem

    constitudo um grande desafio para todos os educadores e

    e d u c a d o ras: docentes, direo, equipes tcnicas,

    funcionrios, funcionrias, pais e mes. No entanto, fica

    cada vez mais claro que o espao escolar um lugar

    privilegiado para a formao do cidado e da cidad, tendo

    em vista o convvio social e a possibilidade de viver

    experincias educativas, conduzida por profissionais

    formados para esse fim.

    Quando se pensa na formao integral do cidado e da

    cidad, os contedos da educao escolar devem ser

    considerados em sua totalidade, ou seja:

    Fatos e conceitos o que os estudantes devem aprender

    a conhecer;

    procedimentos o que os estudantes devem aprender a

    fazer;

    valores, atitudes e normas o que os estudantes devem

    aprender a ser e de que necessitam para aprender a

    viver juntos.

    Esta proposta de trabalho est articulada de forma coerente

    com as idias expostas acima e procura mostrar aos

    professores como eles podem se organizar e se preparar

    para desenvolver no espao escolar e na comunidade aes

    educativas relativas tica e cidadania.

    tica e Cidadania

    A efetivao da cidadania exige no s um estado de

    direito, como tambm um convvio social regido pelos

    princpios democrticos. Para isso, necessrio que, alm

    dos governantes, cada cidado e cada cidad adote esses

    princpios e oriente sua atuao social e seu

    comportamento pessoal por eles.

    Entretanto, embora os discursos afirmem a necessidade de

    manter uma postura tica1 em todas as atividades sociais, a

    prtica revela valores diferentes, muitas vezes contra d i t r i o s

    com os defendidos nesses discursos. H discursos e prticas

    justas, mas h tambm a ideologia de levar vantagem em tudo,

    a busca e a aceitao de privilgios. H a preocupao com a

    c o o p e rao e a solidariedade, mas tambm o indiv i d u a l i s m o

    e a ambio desmedida. H uma grande preocupao com a

    p r e s e r vao dos recursos e dos ambientes planetrios, mas

    tambm uma enorme resistncia das pessoas em mudar

    hbitos que geram desperdcios, poluio e agresses ao meio

    ambiente. Existe o discurso da igualdade e do respeito, mas

    tambm a desigualdade, a discriminao e o preconceito.

    muito comum ver uma pessoa que protesta contra a violncia

    na sociedade apresentar condutas violentas no trnsito ou no

    ambiente de tra b a l h o .

    1tica entendida aqui como conjunto de princpios que se expressam nocomportamento das pessoas, no funcionamento das instituies, nas leis, etc.

  • 1716

    O campo tico , portanto, um campo polmico, pois, ainda que todos

    concordem com os princpios que orientam a democracia e os direitos dos

    cidados e das cidads, na prtica estamos longe deles e h situaes em que

    difcil saber como efetiv-los.

    Por esse motivo, a preocupao com a tica deve ter um lugar muito importante

    nas propostas educativas escolares: so os princpios ticos da vida em

    sociedade que devem orientar o trabalho educativo, desde o ensino dos

    contedos curriculares at as relaes entre as pessoas no dia-a-dia da escola,

    inclusive com a famlia dos estudantes.

    Nossa sociedade vive momentos preocupantes, no s em funo do que

    acontece no Brasil, mas tambm no mundo: guerras, violncia, desrespeito aos

    direitos humanos, discriminao, intolerncia, corrupo, abuso de drogas,

    Aids, gravidez indesejada, drsticas transformaes no mundo do trabalho e

    tantos outros problemas, cujo enfrentamento exige clareza dos valores que

    devem orientar as aes de cada cidado e cidad em direo democracia e

    aos direitos de cidadania. Mais do que nunca, preciso recuperar os princpios

    ticos na formao das novas geraes, para alimentar a esperana de que a

    humanidade possa, em um futuro prximo, superar esses grandes problemas e

    construir uma sociedade verdadeiramente justa e democrtica. A educao

    para a cidadania pauta-se necessariamente por princpios ticos democrticos

    que se realizam tanto na vida pessoal como na social.

    Escola, Democracia e Cidadania

    Aprender a ser cidado e a ser cidad , entre outras coisas, aprender a agir

    com respeito, solidariedade, responsabilidade, justia, no-violncia; aprender

    a usar o dilogo nas mais diferentes situaes e comprometer-se com o que

    acontece na vida coletiva da comunidade e do Pas. Esses valores e essas

    atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto,

    podem e devem ser ensinados na escola.

    Para que os estudantes possam assumir os princpios ticos, so necessrios

    pelo menos dois fatores:

    que os princpios se expressem em situaes reais, nas quais os estudantes

    possam ter experincias e conviver com a sua prtica;

    que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto

    , da capacidade de analisar e eleger valores para si, conscientemente e

    livremente.

    Outro aspecto importante a ser considerado nesse processo o papel ativo dos

    sujeitos do aprendizado, estudantes e professores, que interpretam e conferem

    sentido aos contedos com que convivem na escola a partir de seus valores

    previamente construdos e de seus sentimentos e emoes. Tal premissa est de

    acordo com a viso de que os valores e princpios ticos so construdos a partir

    do dilogo, na interao estabelecida entre pessoas imbudas de razo e

    emoes e um mundo constitudo de pessoas, objetos e relaes multiformes,

    dspares e conflitantes. Enfim, uma educao em valores deve partir de

    temticas significativas do ponto de vista tico e propiciar condies para que

    os alunos e as alunas desenvo l vam sua capacidade dialgica, tomem

    conscincia de seus sentimentos e emoes (e das demais pessoas) e

    d e s e nvo l vam a capacidade autnoma de tomar decises em situaes

    conflitantes do ponto de vista tico/moral.

    A melhor forma de ensin-los, portanto, fazer com que sejam alvo de

    reflexes e de vivncias. Mais do que os discursos, so a prtica, o exemplo, a

    convivncia e a reflexo sobre eles em situaes reais que faro com que os

    alunos e as alunas desenvolvam atitudes coerentes com os valores que

    queremos que aprendam. Por isso, o convvio escolar um elemento-chave na

    formao tica dos estudantes e, ao mesmo tempo, o instrumento mais

    poderoso que a escola tem para cumprir sua tarefa educativa nesse aspecto. Da

    a necessidade de os adultos reverem o ambiente escolar e o convvio social que

    ali se expressa, a partir das relaes que estabelecem entre si e com os

    estudantes, buscando a construo de ambientes mais democrticos.

    Alm disso, necessrio considerar o acolhimento dos estudantes de suas

    diferenas, potencialidades e dificuldades e o papel reservado a eles e a elas

    na instituio. O cuidado e a ateno com suas questes e problemticas de

    vida precisam concretizar o respeito mtuo, o dilogo, a justia e a

    solidariedade que queremos ensinar, caso contrrio, no estaremos dando

    alguma razo plausvel para que os estudantes os aprendam e os pratiquem.

    Por fim, necessrio introduzir tais contedos e preocupaes como temas

    sociais que integrem os contedos trabalhados nas escolas, de forma que seus

    princpios estejam presentes nas aes cotidianas nas salas de aula e nos

    demais espaos das instituies escolares.

  • 18

    No livro Educao: um tesouro a descobrir2, destacam-se algumas idias que

    ajudam a compreender o papel da escola na construo da democracia e da

    cidadania. Por exemplo:

    Nas escolas em que so respeitados princpios como respeito mtuo,

    solidariedade, justia e dilogo, em que alunos e alunas se apropriam de

    canais de participao na vida escolar e so incentivados pelos educadores

    a faz-lo, cria-se um espao democrtico, do qual emergem as

    caractersticas de uma cidadania plena.

    Os educadores devem sempre estar atentos coerncia entre o discurso e

    a ao: respeitar para ser respeitado, assumir e cumprir suas

    responsabilidades como forma de compartilhar com os estudantes a

    importncia dessas atitudes.

    A participao dos estudantes na escola e na comunidade ajuda a formar

    seu carter de cidados e de cidads. Em particular, a participao dos

    diferentes atores da comunidade educativa nas decises da escola uma

    prtica cvica uma atuao no espao pblico democrtico que possibilita

    conhecer os processos que caracterizam a vida cvica e poltica na

    comunidade. A participao nas decises vai de simples contribuies ma-

    nuteno e organizao do espao, possvel desde a mais tenra idade, at

    a participao em decises gerenciais e acadmicas, por meio dos Conse-

    lhos de Escola e das Assemblias Escolares.

    A disposio para a mudana (incluindo formao de professores em

    servio, trabalho com os estudantes, participao dos demais funcionrios

    e articulao com a comunidade) potencializa a capacidade de atuao da

    escola e fortalece todo o trabalho educativo. A escola tem mais fora para

    atingir suas metas educativas, o que refora a prpria instituio e produz

    um efeito cumulativo, propiciando transformaes cada vez mais

    profundas e dura d o u ra s .

    2Relatrio para a Unesco da Comisso Internacional sobre Educao para o Sculo XXI. 2 ed. So Paulo: Cortez;Braslia: MEC/Unesco, 1999.

    tica e Cidadania

    O Pro g rama tica e Cidadania

  • 21

    O Programa tica e Cidadania deve ser desenvolvido por meio de projetos pelos

    quais a comunidade escolar pode iniciar, retomar ou aprofundar aes

    educativas que levem formao tica e moral de todos os membros que atuam

    nas instituies escolares.

    Dessa forma, o trabalho com tica e cidadania nas escolas pressupe

    intervenes focadas em quatro grandes eixos, ou mdulos, que, embora

    independentes, mantm uma ntida inter-relao: tica, Conv iv n c i a

    Democrtica, Direitos Humanos e Incluso Social.

    Os objetivos de cada um desses eixos, ou mdulos, so:

    tica Levar ao cotidiano das escolas reflexes sobre a tica, os valores e

    seus fundamentos. Trata-se de gerar aes, reflexes e discusses sobre seus

    significados e sua importncia para o desenvolvimento dos seres humanos e

    suas relaes com o mundo.

    Convivncia Democrtica A construo de relaes interpessoais mais

    democrticas dentro da escola tem o objetivo explcito de introduzir o

    trabalho com assemblias escolares e de resoluo de conflitos. Possibilita

    tambm outras aes que levam ao convvio democrtico, como a formao

    de grmios e aproximaes da escola com a comunidade.

    Direitos Humanos O trabalho sobre a temtica dos direitos humanos tem

    vrios objetivos interligados, dos quais o primeiro a construo de valores

    socialmente desejveis. Da a proposta de conhecer e desenvo l ve r

    experincias educativas que tenham como foco a Declarao Universal dos

    Direitos Humanos (DUDH) e o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA).

    Um segundo objetivo o desenvolvimento de aes de interao da escola

    com a comunidade em projetos que envolvam questes relativas aos direitos

    humanos e direitos das crianas e adolescentes.

  • 22

    Incluso Social A construo de escolas inclusivas, abertas s

    diferenas e igualdade de oportunidades para todas as pessoas o

    quarto eixo de preocupaes. As diversas formas de deficincia e as

    excluses geradas pelas diferenas sociais, econmicas, psquicas,

    fsicas, culturais, ideolgicas, religiosas e tnico-raciais sero foco de

    abordagem neste progra m a .

    Vale a pena salientar, tambm, que toda a estrutura do programa est voltada

    para a formao docente e para o fortalecimento de aes que dem apoio ao

    protagonismo de alunos e de alunas na construo da tica e da cidadania.

    Assim, o material produzido focar a formao de professores que se

    disponham a promover em suas unidades escolares a constituio de um frum

    permanente de tica e de cidadania, ancorado nos quatro eixos citados, que

    ser mais bem explicitado nas Orientaes Gerais que apresentamos a seguir.

    tica e Cidadania

    Orientaes Gera i s

  • 25

    A participao no Programa

    A participao da escola no Programa tica e Cidadania ocorre por adeso

    voluntria das Secretarias Estaduais ou Municipais de Educao ou por

    iniciativa da prpria escola.

    O primeiro procedimento da escola a criao formal do Frum Escolar de

    tica e de Cidadania, que ser a entidade responsvel pela organizao e

    funcionamento do programa na comunidade. Em um primeiro momento,

    sugerimos a indicao do coordenador do frum local, que se responsabilizar

    pela organizao dos passos seguintes e por sua consolidao inicial. Mais

    adiante, ofereceremos sugestes para a composio e o funcionamento

    do frum.

    Definido o coordenador do Frum na escola, o segundo procedimento a

    inscrio do Programa tica e Cidadania junto Secretaria de Educao Infantil

    e Fundamental (SEIF) do Ministrio da Educao (MEC). Tal inscrio pode ser

    feita diretamente no site http://www.eticaecidadania.mec.gov.br ou enviando

    pelo correio a ficha de inscrio que acompanha este material inicial. A partir

    dessa iniciativa, a escola passa a pertencer oficialmente ao progra m a ,

    habilitando-se a receber todas as informaes, materiais e recursos didticos

    que forem disponibilizados durante seu desenvolvimento.

    O Frum Escolar de tica e de Cidadania

    A base deste programa a organizao e funcionamento em cada escola

    participante do Frum Escolar de tica e de Cidadania. Esse Frum tem como

    papel essencial articular os diversos segmentos da comunidade escolar que se

    disponham a atuar no desenvolvimento de aes mobilizadoras em torno da

    temtica de tica e de cidadania no ambiente escolar.

    Sua composio a mais aberta possvel, pela prpria caracterstica de um

    frum. Como base mnima de organizao, no entanto, sugerimos que dele

    participem representantes de professores, de estudantes, de servidores, da

    direo e das famlias da comunidade. De acordo com a realidade da escola,

  • 2726

    podem ser convidados lderes comunitrios e representantes da comunidade, como

    comerciantes, moradores e conselheiros de direitos da criana e do adolescente.

    Dentre as possveis atribuies do frum, destacamos:

    definio de sua poltica geral de funcionamento, organizao e

    mobilizao dos diversos segmentos da comunidade escolar;

    preparao dos recursos materiais para a implantao do Programa;

    formulao de cronograma de aes;

    avaliao permanente das aes em desenvolvimento.

    Alm disso, o frum deve criar condies que viabilizem a qualidade das aes

    e o envolvimento do maior nmero possvel de professores e estudantes. Nesse

    sentido, pode:

    atuar junto direo da escola para garantir os espaos e tempos

    necessrios ao desenvolvimento dos projetos;

    buscar recursos para a aquisio de material bibliogrfico, videogrfico e

    assinatura de jornais e revistas;

    i n t e ragir com especialistas em educao/pesquisadores que possam

    contribuir para o melhor desenvolvimento das aes planejadas;

    articular parcerias com outros rgos e instituies governamentais e no-

    governamentais (ONGs) que possam apoiar as aes do programa e

    apresentar propostas que promovam seu enriquecimento.

    Se os objetivos acima descritos so os ideais para a participao no Programa

    tica e Cidadania, consideramos que a organizao do frum na comunidade

    escolar pode ocorrer de maneira mais simples, de acordo com a realidade de

    escolas menores ou que tenham poucos profissionais interessados na sua

    implantao. Dessa forma, um pequeno grupo de professores pode se reunir e

    comear a desenvolver os projetos e atividades propostos nos materiais e

    recursos didticos enviados escola. Com o tempo, podero conseguir a

    adeso de outros colegas e de outros segmentos da comunidade escolar.

    O funcionamento do Frum Escolar de tica e de Cidadania

    Como em toda organizao democrtica, um dos pressupostos bsicos para o

    bom funcionamento do frum a sistematizao de suas normas. Isso significa

    que estabelecer regras claras e transparentes, construdas democraticamente

    por meio do dilogo e da cooperao, fundamental para o bom andamento

    deste programa.

    Apresentamos a seguir algumas sugestes que podem garantir o bom

    funcionamento das reunies e atividades do frum em cada comunidade

    escolar:

    Estabelecer um calendrio fixo de reunies para todo o ano escolar. Nossa

    sugesto de uma periodicidade quinzenal ou mensal.

    Escolher um coordenador ou um comit gestor para o frum, que se

    responsabilizar pela organizao das reunies e a comunicao com a

    secretaria do Programa tica e Cidadania (SEIF/MEC).

    Estabelecer antecipadamente a pauta dos encontros, que pode ser elaborada

    com sugestes de qualquer dos membros, e divulg-la amplamente, no s

    aos participantes regulares, mas tambm aos demais membros da

    comunidade que porventura se interessem em participar.

    Registrar todas as reunies por meio de atas, mesmo que simples,

    fundamental, no s para documentar as decises tomadas e as regras

    estabelecidas, mas para assegurar a histria e a memria dos encontros.

    Ter abertura para o dilogo e para a discusso permanente das regras de

    convivncia e de participao nos encontros.

    Manter constantes avaliaes dos projetos desenvolvidos no programa e das

    reunies do frum.

    Garantir o livre direito de expresso, mantidos os preceitos de respeito

    mtuo, e incentivar a participao presencial e oral de alunos e alunas.

    Princpios para organizao e funcionamento do programa

    Este programa tem um carter descentralizado, no-linear e no-hierrquico.

  • 2928

    O programa descentralizado porque cada escola participante tem liberdade

    de seguir, dentre os inmeros caminhos possveis, aquele que considerar mais

    adequado sua realidade. Dessa maneira, o material enviado pela

    SEIF/Ministrio da Educao no define as formas de atuao e

    d e s e nvolvimento do programa em cada comunidade, trazendo apenas

    referncias e sugestes de possveis caminhos a serem trilhados e projetos a

    serem elaborados.

    A caracterstica de no-linearidade aparece na prpria estrutura dos materiais e

    recursos didticos enviados s escolas. Apesar de haver uma ntida inter-relao

    entre os quatro mdulos que sustentam o programa, tais materiais e recursos

    esto organizados de forma independente e identificados por cores diferentes.

    Isso significa que no existe uma ordem especfica para seu desenvolvimento.

    Cada escola define, a partir das sugestes presentes nos materiais e recursos

    enviados, se quer comear abordando o mdulo "Convivncia Democrtica",

    se prefere comear pelo mdulo "Direitos Humanos" ou, ainda, atuar nos

    quatro eixos simultaneamente.

    No programa no est presente a idia de requisitos. No existe uma melhor

    seqncia de desenvolvimento das atividades dentro de cada unidade de

    t rabalho nem de execuo dos mdulos apresentados. Sua ordem de

    apresentao aleatria, no indicando de forma alguma que alguns dos temas

    devem preceder outros.

    Compreender e assumir tais princpios um passo importante para que a

    implementao do Programa tica e Cidadania alcance resultados satisfatrios.

    Temos conscincia de que um grande nmero das escolas participantes no tem

    condies de aplicar todas as sugestes, leituras e materiais de apoio que sero

    enviados. Esse grande volume se deve diversidade de condies encontrada

    em nosso Pas.

    Assim, os materiais e recursos didticos que compem o programa e que sero

    enviados periodicamente s escolas participantes a partir de 2004 devem ser

    e n c a rados como referncia e no como algo que deva ser executado

    obrigatoriamente. Se, por exemplo, uma escola estiver desenvolvendo um bom

    trabalho sobre um artigo da Declarao Universal dos Direitos Humanos, com

    grande envolvimento da comunidade, no necessita parar o trabalho porque

    chegaram novas sugestes de projetos e aes. De fato, ela vai receber um bom

    volume de informaes e sugestes, que ir selecionando para desenvolver suas

    aes de acordo com sua realidade e a do grupo envolvido no programa.

    A estrutura de organizao e funcionamento do programa

    Neste momento, vocs esto recebendo o primeiro material do Programa tica

    e Cidadania, composto por seis livros que trazem os materiais e recursos

    didticos impressos que pretendem auxili-los a iniciar o programa em sua

    comunidade. Os livros devero ser complementados com novos encartes, que

    sero enviados periodicamente s escolas participantes, propiciando, a longo

    prazo, a constituio de um rico acervo de propostas e sugestes de projetos

    voltados para a construo da tica e da cidadania na comunidade escolar. As

    escolas recebero novos materiais impressos sobre cada um dos mdulos que

    compem o programa, periodicamente.

    Os livros so diferenciados por cores, quatro deles dedicados aos diferentes

    mdulos que compem o programa e os demais com orientaes e informaes

    complementares. Assim, temos a seguinte configurao:

    Amarelo ocre apresentao, justificativas e orientaes.

    Laranja materiais e recursos didticos sobre tica.Vermelho materiais e recursos didticos sobre Convivncia Democrtica.

    Verde materiais e recursos didticos sobre Direitos Humanos.

    Azul materiais e recursos didticos sobre Incluso Social.

    Azul claro informaes bibliogrficas e documentais.

    Alm do material impresso, o Programa tica e Cidadania contar com o apoio

    de outros recursos de mdia, como forma de manter vivos os canais de

    comunicao e levar experincias, informaes e conhecimentos de maneira

    mais gil s comunidades escolares participantes. Para isso, dois outros recursos

    estaro presentes:

    TV ESCOLA Ser uma parceira preferencial dos projetos que sero

    desenvolvidos neste programa. Em sua grade de programao estaro

  • 3130

    presentes vdeos que sero empregados como apoio s atividades e

    propostas a serem implementadas nas escolas. Dos encartes, enviados

    periodicamente, constar a programao dos vdeos sugeridos.

    SITE NA INTERNET Ser mantido um s i t e na Internet

    (w w w. m e c . g ov. b r / s e i f / e t i c a e c i d a d a n i a), exclusivo do Programa tica e

    Cidadania, que concentrar a comunicao entre todas as comunidades

    participantes e ter como objetivos:

    promover a formao continuada dos membros dos Fruns Escolares de

    tica e de Cidadania;

    alimentar permanentemente o programa com sugestes de atividades e

    projetos;

    promover o intercmbio de experincias entre as escolas e organizaes

    de todo o Brasil;

    estabelecer links e vnculos com outros programas implementados por

    outros ministrios e entidades governamentais e no-governamentais.

    As escolas e sistemas de ensino que cooperarem, incentivarem e estimularem o

    Programa tica e Cidadania nas suas unidades sero contempladas com um

    certificado. Tal certificao ocorrer em trs nveis:

    a) sistemas de ensino estaduais;

    b) sistemas de ensino municipais;

    c) escolas participantes.

    Isso significa que, anualmente, as escolas e sistemas de ensino que atenderem

    a pressupostos mnimos de atuao nos quatro eixos de sustentao do

    Programa tica e Cidadania sero agraciadas com um certificado que atestar

    comunidade o comprometimento daquela instituio com a construo de uma

    sociedade mais justa, solidria e feliz. Anualmente sero anunciados no site do

    programa, no material impresso, em publicaes educacionais, na TV Escola e

    na imprensa em geral as condies e o cronograma para obteno dessa

    certificao.

    Organizao e funcionamento pedaggico do programa

    O material impresso ser a base de apoio implementao do programa nas

    escolas. Como anunciamos anteriormente, o trabalho com tica e cidadania

    pressupe intervenes focadas nos quatro grandes eixos, ou mdulos, que

    p r o c u ram abarcar todas as possveis temticas relacionadas educao em

    valores, resoluo de conflitos e problemas de natureza social e pessoal e

    d e m o c ratizao da sociedade, da escola e das relaes interpessoais. Ta i s

    eixos so:

    tica

    Convivncia Democrtica

    Direitos Humanos

    Incluso Social

    O material inicial, enviado junto com os livros, foi pensado para dar suporte s

    aes do Frum Escolar de tica e de Cidadania durante seu processo de

    implementao e possui a seguinte estrutura:

    Cada mdulo de formao conter 3 ou 4 unidades de trabalho. O ponto de

    partida de cada unidade de trabalho ser um vdeo da grade de

    programao da TV Escola ou um texto produzido por especialistas da rea.

    Tais vdeos e textos trazem os fundamentos para o desenvolvimento de

    projetos no cotidiano das escolas. Depois da apresentao dos vdeos ou

    textos, cada unidade trar sugestes de estratgias de trabalho para auxiliar

    os professores a implementar aes na escola, focando principalmente a

    participao dos estudantes.

    A primeira ao de cada eixo de formao visa a promover reflexes dos

    participantes do Frum Escolar de tica e Cidadania, como forma de

    aproximao temtica. As demais propostas de atividades visam ao

    desenvolvimento da temtica nas salas de aula e/ou na comunidade,

    focando o protagonismo estudantil.

    Cada uma das sugestes de atividades ou projetos ser apresentada de forma

    a permitir que possa ser utilizada por todas as faixas etrias, o que no exclui

    a possibilidade de sua adaptao s necessidades de cada professor ou

    realidade da comunidade. Esse, alis, um pressuposto fundamental das

    sugestes apresentadas: so indicativas e referenciais e no precisam ser

    necessariamente desenvolvidas da maneira exata como esto sugeridas.

  • 32

    A partir do segundo semestre de 2004 o programa assumir uma outra

    dimenso, incorporando o envio sistemtico de material complementar. Com

    isso, pretende-se dar um dinamismo ao programa, trazendo a contribuio e

    experincia de diversos profissionais e grupos governamentais e no-

    governamentais que atuam em reas relacionadas temtica da tica, da

    convivncia democrtica, dos direitos humanos e da incluso social.

    Esse material ter uma estrutura semelhante do que est sendo enviado neste

    primeiro momento. Ser produzido um material de apoio, ou sugesto de

    atividades e projetos, para cada um dos grandes eixos de sustentao do

    programa. Assim, periodicamente, a escola participante receber um material

    impresso com novas propostas para aes sobre tica, conv iv n c i a

    democrtica, direitos humanos e incluso social.

    Tais aes tero apoio permanente da TV Escola, que incluir produes

    relacionadas tica e cidadania em sua grade de programao, e do site

    exclusivo do programa, que ter diversos relatos de experincias e manter os

    canais de comunicao abertos com as comunidades participantes.

    Por fim, sempre importante retomar dois dos princpios centrais deste

    ambicioso programa de formao de comunidades justas e democrticas, pois

    eles devem estar na mente dos membros do Frum Escolar de tica e de

    Cidadania e, principalmente, na dos docentes que desenvolvero os projetos no

    cotidiano das escolas:

    o protagonismo de alunos e alunas na construo de valores, de

    conhecimentos de natureza pessoal, social e poltica, visando cidadania;

    a formao em servio dos profissionais da educao, para que possam

    atuar com a intencionalidade necessria construo de uma sociedade

    mais justa, solidria e feliz.

    O convite est feito e o desafio lanado. Vamos construir coletivamente este

    Programa de tica e Cidadania. Mos obra. Esperamos que cada escola que

    esteja recebendo este material se dedique sua implementao e auxilie: na

    organizao do Frum Nacional Escolar de tica e de Cidadania; e na

    construo de uma nova sociedade, que o objetivo primordial deste trabalho.