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Índice: 1. Introdução 2. Ética 2.1 Problemas Morais e Problemas Éticos 2.2 Definição da Ética 2.3 Ética e História 3. Ética no trabalho 3.1 Evolução do Trabalho 3.2 A Ética Capitalista no Trabalho 3.3 Mudança de Paradigmas 4. A Nova Ética Empresarial 4.1 Responsabilidade Social das Empresas e das Organizações 4.2 Ética como Fator de Lucro e Bons Negócios 4.3 Empresas com Conduta Ética 4.4 Implantando a Administração na Ética 5. Ética Profissional 5.1 Educação Ética e Organizações 5.2 Classes Profissionais 5.3 Virtudes Profissionais 5.4 Código de Ética Profissional 6. Formação da Consciência Moral 7. Conclusões 7.1 Por X 7.2 Por Luma Love 7.3 Por Y

Ética Social

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ÉTICA.

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Page 1: Ética Social

Índice:

1. Introdução

2. Ética

2.1 Problemas Morais e Problemas Éticos

2.2 Definição da Ética

2.3 Ética e História

3. Ética no trabalho

3.1 Evolução do Trabalho

3.2 A Ética Capitalista no Trabalho

3.3 Mudança de Paradigmas

4. A Nova Ética Empresarial

4.1 Responsabilidade Social das Empresas e das Organizações

4.2 Ética como Fator de Lucro e Bons Negócios

4.3 Empresas com Conduta Ética

4.4 Implantando a Administração na Ética

5. Ética Profissional

5.1 Educação Ética e Organizações

5.2 Classes Profissionais

5.3 Virtudes Profissionais

5.4 Código de Ética Profissional

6. Formação da Consciência Moral

7. Conclusões

7.1 Por X

7.2 Por Luma Love

7.3 Por Y

8. Bibliografia

Page 2: Ética Social

1. Introdução

São freqüentes as queixas sobre falta de ética na sociedade, na política, na indústria e até mesmo nos meios

esportivos, culturais e religiosos.

A sociedade contemporânea valoriza comportamentos que praticamente excluem qualquer possibilidade de

cultivo de relações éticas. É fácil verificar que o desejo obsessivo na obtenção, possessão e consumo da maior

quantidade possível de bens materiais é o valor central na nova ordem estabelecida no mundo e que o

prestígio social é concedido para quem consegue esses bens. O sucesso material passou a ser sinônimo de

sucesso social e o êxito pessoal deve ser adquirido a qualquer custo. Prevalece o desprezo ao tradicional, o

culto à massificação e mediocridade que não ameaçam e que permitem a manipulação fácil das pessoas.

Um dos campos mais carentes, no que diz respeito à aplicação da ética, é o do trabalho e exercício

profissional. Por esta razão, executivos e teóricos em administração de empresas voltaram a se debruçar sobre

questões éticas. A lógica alimentadora desse processo não é idealista nem "cor de rosa". É lógica do capital

que, para poder sobreviver, tem que ser mais ético, evitando cair na barbárie e autodestruição. São os próprios

pressupostos da disputa empresarial que forçam a adoção de um modelo mais ético.

O individualismo extremo, muitas vezes associado à falta de ética pessoal, tem levado alguns profissionais a

defender seus interesses particulares acima dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em

risco. Os casos de corrupção e investimentos duvidosos nas empresas públicas e privadas são os maiores

exemplos do que estamos dizendo.

2. Ética

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção

da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando

constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou

injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do bem e do mal.

Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais

que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.

A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com as outras relações justas e

aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por

todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

O estudo da ética talvez tenha se iniciado com filósofos gregos há 25 séculos atrás. Hoje em dia, seu campo

de atuação ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores do conhecimento dedicam-se ao

seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros profissionais desenvolvem trabalhos no campo

da ética.

Page 3: Ética Social

2.1 Problemas Morais e Problemas Éticos

A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem uma carga moral.

Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido definem a nossa realidade.

Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: Devo sempre dizer a verdade ou

existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em

perigo, mesmo correndo risco de vida?

Essas perguntas nos colocam diante de problemas práticos, que aparecem nas relações reais, efetivas entre

indivíduos. São problemas cujas soluções, via de regra, não envolvem apenas a pessoa que os propõe, mas

também a outra ou outras pessoas que poderão sofrer as conseqüências das decisões e ações, conseqüências

que poderão muitas vezes afetar uma comunidade inteira.

O homem é um “ser no mundo”, que só realiza sua existência no encontro com outros homens, sendo que,

todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas. Nesta convivência, nesta coexistência, naturalmente

têm que existir regras que coordenem e harmonizem esta relação. Estas regras, dentro de um grupo qualquer,

indicam os limites em relação aos quais podemos medir as nossas possibilidades e as limitações a que

devemos nos submeter. São os códigos culturais que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem.

Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas ações de forma quase que instintiva,

automática, fazendo uso de alguma "fórmula" ou "receita" presente em nosso meio social, de normas que

julgamos mais adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas intimamente e reconhecidas como

válidas e obrigatórias. Fazemos uso de normas, praticamos determinados atos e, muitas vezes, nos servimos

de determinados argumentos para tomar decisões, justificar nossas ações e nos sentirmos dentro da

normalidade.

As normas de que estamos falando têm relação como o que chamamos de valores morais. São os meios pelos

quais os valores morais de um grupo social são manifestos e acabam adquirindo um caráter normativo e

obrigatório.

A moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas cristalizadas pelos costumes e convenções

histórico-sociais. Cada sociedade tem sido caracterizada por seus conjuntos de normas, valores e regras,

muitas vezes essas práticas são até mesmo incompatíveis com os avanços e conhecimentos das ciências

naturais e sociais.

A moral tem um forte caráter social, estando apoiada na tríade cultura, história e natureza humana. É algo

adquirido como herança e preservado pela comunidade.

Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem aceitos, não há muita

necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem questionamentos sobre a validade de certos

costumes ou valores consolidados pela prática, surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para

os que discordam deles, criticá-los.

Page 4: Ética Social

2.2 Definição da Ética

A ética seria então uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica os

fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral.

2.3 Ética e História

A ética aceita a existência da história da moral, tomando como ponto de partida a diversidade de morais no

tempo, entendendo que cada sociedade tem sido caracterizada por um conjunto de regras, normas e valores,

não se identificando com os princípios e normas de nenhuma moral em particular nem adotando atitudes

indiferentes ou ecléticas diante delas. A história da ética é um assunto complexo e que exige alguns cuidados

em seu estudo.

3. Ética no Trabalho

É como se pelo trabalho o homem, na condição de transformador da natureza, pudesse atingir seu mais

elevado ideal de realização, com consciência e liberdade.

Quando o homem age, cria e empreende, produzindo objetos e saberes, bens materiais e simbólicos, está

atuando não somente no campo do fazer, isto é, no âmbito do trabalho, mas também no campo do saber e do

poder, ou seja, no campo da cultura e da política. Tais dimensões estão entrelaçadas e carregam uma forte

componente ética.

3.1 Evolução do Trabalho

De uma forma muito simplificada, podemos entender o trabalho como sendo a aplicação da energia humana

(física e mental) em uma atividade determinada e útil. Pelo trabalho, como já dissemos, o homem se torna

capaz de modificar a própria natureza, colocando-a a seu serviço.

O trabalho exercido de forma qualificada, mediante um preparo técnico-científico, específico para

determinada atividade é comumente chamado de profissão. A profissão supõe continuidade e não uma

atividade ocasional e também status social. A atividade de um engenheiro, por exemplo, é uma profissão, pois

exigiu a capacitação de alguém para exercê-la.

Podemos dizer que, considerado o "potencial de mão-de-obra" de uma sociedade, ou seja, suas forças

produtivas, o trabalho usa para o desempenho de seu papel elementos materiais como a terra, animais, metais,

ferramentas, energia, máquinas e outros insumos, também conhecidos como meios de produção. De acordo

com a estruturação da propriedade e da manipulação desses meios de produção na sociedade em cada etapa

histórica, configura-se o seu modo de produção, que, em outras palavras, se funda no tipo de relacionamento

ou relações de produção existentes entre o trabalho e os detentores dos meios de produção.

Porém a busca da produção de excedentes para a troca no mercado mediante a introdução de novas técnicas

de produção e de organização do trabalho fazia desaparecer a propalada livre escolha. Afinal, como seria

possível o trabalhador sobreviver numa economia de mercado, senão submetendo-se às imposições de quem

Page 5: Ética Social

detinha os recursos que o sistema exigia? Aquele artesão, que na manufatura medieval detinha as ferramentas

e uma autonomia no uso de seu tempo, desaparece, submetendo-se ao capital.

Ocorre, portanto, a separação entre o trabalhador e a propriedade dos meios de produção (capital,

ferramentas, máquinas, matérias-primas, terras). Desse modo, podemos afirmar que a essência do sistema

capitalista encontra-se na separação entre o capital e o trabalho.

Essa separação criou dois tipos de homens livres: o trabalhador livre assalariado, que vive exclusivamente de

seu trabalho, ou seja, da venda de sua força de trabalho, e o burguês, ou capitalista, proprietário dos meios de

produção. A novidade em relação aos modelos anteriores de sociedade é que, ao conceder a liberdade para

todos os indivíduos, a sociedade estabeleceu uma espécie de contrato social, em que ficavam definidos os

direitos e deveres de cada parte.

3.2 A Ética Capitalista no Trabalho

A ética capitalista defende a idéia de que o bem estar da coletividade é mais bem obtido se apelarmos não ao

altruísmo das pessoas, mas à defesa de seus interesses em relações de mercado. Desta forma o egoísmo

(defesa do interesse próprio) é apresentado como a melhor forma de solucionar os problemas de um grupo

social.

A eficácia econômica do sistema de mercado passou a ser o critério supremo para todos os juízos morais. A

eficácia (critério técnico) passou a ser o critério ético fundamental. A ética capitalista é uma "ética" reduzida

a uma questão puramente técnica.

Também fica claro, que a revolução tecnológica dos séculos XVIII e XIX, mais do que um progresso

significou a generalização de um projeto de controle social. As teses das classes dominantes revelam que o

desejo de expansão de mercado e de aumento de suas riquezas passava pela necessidade da universalização

dessa nova ordem social.

O que estava em jogo era o fim da autonomia do trabalho artesanal e a reunião e domesticação dos

trabalhadores na fábrica.

Para que essa sociedade voltada para o trabalho se viabilizasse, houve necessidade de construir um corpo

disciplinar que envolvesse todos os indivíduos dentro e fora da fábrica. A ordem burguesa da produtividade

tornava-se a regra que deveria gerir todas as instâncias do social. Para isso, instituiu-se um discurso

moralizante que visava cristalizar no conjunto da sociedade a ética do tempo útil.

3.3 Mudança de Paradigmas

É exatamente esse individualismo e falta de ética predominante na sociedade contemporânea que está

provocando uma nova corrida ao seu estudo. A ética está se tornando um tema corrente em nosso dia a dia,

pois nossa sociedade, enfrentando esses graves desafios nos anos finais no século XX, precisa de visões do

futuro que sejam atraentes, inspiradoras e vigorosas o bastante, para levar as pessoas a deixar de lado o seu

costume atual de concentrar-se nas crises imediatas e a voltar-se com esperança para o futuro - um futuro em

que a saúde e o bem estar da Terra e dos seus habitantes estejam assegurados.

Page 6: Ética Social

Estamos mais sensíveis às questões de conservação, ao caráter sagrado da vida e cooperação global. As

inúmeras conferências internacionais sobre ecologia, fome e direitos humanos são exemplos significativos da

necessidade de uma mudança ética em todos os campos da vida social.

O debate sobre a Ética na política, nas questões sociais e econômicas, ressurgiu com muita força nos últimos

anos. O estudo e a preocupação com questões éticas também passaram a ser assunto de discussão nos meios

empresariais. Já existe uma grande bibliografia sobre "Ética nas Empresas" e muitos cursos de Gestão de

Negócios estão incluindo em seus currículos a disciplina "Ética".

Dentro desse novo contexto só teremos chances de sobrevivência se dedicarmos algum tempo a olhar por

cima de nossos próprios ombros, se de fato nos preocuparmos com os outros e vivermos além dos limites de

nossas próprias famílias e instituições. As necessidades de mudanças, que nos conduzam a uma nova visão de

mundo são urgentes e, de certa forma, já estão ocorrendo. Hoje em dia, por exemplo, as exigências do

cidadão não recaem apenas por produtos ou serviços de qualidade, mas são também de natureza ética. Muitas

pessoas, em especial jovens, estão dispostas a contribuir com boas causas existirá uma procura crescente por

empresas não apenas voltadas para a produção e lucro, mas que também estejam preocupadas com a solução

de problemas mais amplos como preservação do meio ambiente e bem estar social.

4. A Nova Ética Empresarial

Numa visão mais ampla, da mesma forma que um empregado não mantém seu emprego com a falência de sua

empresa, também uma empresa terá muitas dificuldades com a falência econômica, social e ambiental do país

em que estiver operando.

Estão começando a reconhecer que o desejo de acumulação infinita e de consumo sem limites exige uma

desenfreada exploração de recursos naturais, que são escassos. Os altos custos ecológicos, pela ameaça que

representam à população e ao planeta, estão colocando as empresas devastadoras numa posição muito

delicada. Afinal, os interesses deste tipo de empresa entra em conflito frontal com os interesses da

coletividade e uma das questões éticas mais "quentes" dos dias de hoje é o controle social sobre a agressão ao

meio ambiente e as empresas que estão sensíveis a esta realidade têm sua sobrevivência reforçada, pois

existirá uma procura crescente por aquelas não apenas voltadas para a produção e lucro, mas que também

estejam preocupadas com a solução de problemas mais amplos como preservação do meio ambiente e bem

estar social.

Percebemos que, mesmo no campo dos negócios e empresas, aparentemente o menos propício para

aplicações éticas, tem surgido uma necessidade cada vez mais urgente de seu estudo.

Seguindo esta lógica, onde o próprio capitalismo necessita redescobrir suas regras, ter padrões éticos significa

ter bons negócios e parceiros em longo prazo, pois o consumidor está cada vez mais atento ao comportamento

das empresas, pois existe um intenso metabolismo no relacionamento entre as empresas e as sociedades em

que estão inseridas. Códigos de conduta, regulamentos, responsabilidade social, políticas, contratos e

liderança, são exemplos de como as empresas podem desenvolver sua ética no contato com a sociedade.

Page 7: Ética Social

Há quem afirme que as organizações de sucesso devem se afastar de uma época marcada por contratos e

litígios e entrar na era do "aperto de mão". As empresas devem estabelecer altíssimos padrões de integridade

e depois aplicá-los sem incertezas.

As empresas não podem continuar gerando altos custos ecológicos em suas operações, pois seus interesses

estariam colidindo com os da sociedade, uma população cada vez mais preocupada e exigente em relação à

preservação do meio ambiente.

Quando a empresa se preocupa com as questões ambientais e bem estar social, preocupações evidentemente

éticas, aumenta suas chances de sobrevivência, pois a sociedade desenvolve uma imagem positiva em relação

a este tipo de organização.

Quando as empresas passam a atuar de forma menos predatória e selvagem, todos saem ganhando, embora

muitas vezes as intenções que estão por trás desta atitude não possam ser consideradas altruístas. É como se

as empresas, ao aplicarem uma espécie de "ética do egoísmo" conseguissem, como efeito colateral, atingir de

forma benéfica o conjunto da sociedade. Esse movimento poderia ser chamado de "responsabilidade social"

de empresas e organizações.

4.1 Responsabilidade Social das Empresas e Organizações

Boas decisões empresariais podem resultar de decisões morais ou éticas.

Uma empresa é considerada ética se cumprir com todos os compromissos éticos que tiver, se adotar uma

postura ética como estratégia de negócios, ou seja, agir de forma honesta com todos aqueles que têm algum

tipo de relacionamento com ela. Estão envolvidos nesse grupo os clientes, os fornecedores, os sócios, os

funcionários, o governo e a sociedade como um todo. Seus valores, rumos e expectativas devem levar em

conta todo esse universo de relacionamento e seu desempenho também devem ser avaliados quanto ao seu

esforço no cumprimento de suas responsabilidades públicas e em sua atuação como boa cidadã.

A liderança da organização deve enfatizar suas responsabilidades públicas e praticar a boa cidadania. A

responsabilidade pública refere-se às expectativas básicas da organização quanto à ética nos negócios,

atenção à saúde pública, segurança e proteção ambiental. O enfoque relativo à saúde, segurança e proteção

ambiental deve levar em conta as operações da organização bem como o ciclo de vida dos produtos. ““.

Percebe-se claramente a necessidade da moderna gestão empresarial em criar relacionamentos mais éticos no

mundo dos negócios para poder sobreviver e, obviamente, obter vantagens competitivas. A sociedade como

um todo também se beneficia deste movimento.

Fatores como a conservação de recursos e a redução de rejeitos na origem, precisam ser considerados. O

planejamento no tocante à saúde pública, segurança e proteção ambiental deve prever impactos adversos que

poderiam decorrer das instalações, produção, distribuição, transporte, uso e descarte e reciclagem final de

produtos.

A prática da boa cidadania refere-se à liderança e ao apoio - dentro dos limites razoáveis dos recursos das

organizações - a objetivos de interesse social, abrangendo também os aspectos acima mencionados de

responsabilidade pública. Tais objetivos poderão incluir a melhoria na educação, assistência médica,

Page 8: Ética Social

excelência na proteção ambiental, conservação de recursos naturais, serviços comunitários, melhoria das

práticas industriais e organizacionais, intercâmbio de informações não confidenciais relacionada com a

qualidade, a promoção da cultura, do esporte e do lazer (eventos e outras iniciativas) e do desenvolvimento

nacional, regional ou setorial. A liderança quanto à boa cidadania implica influenciar outras organizações,

públicas ou privadas a se tornarem parceiras para atingir esses propósitos.

A comunidade deve sempre ser informada dos aspectos relevantes para a saúde, segurança e meio ambiente.

O comportamento transparente é o valor que rege e reflete um comportamento de respeito à verdade

conhecida como tal, gerando respeito e confiança mútuos.

O relacionamento da organização com todas as partes interessadas deve se desenvolver com base num

comportamento ético, de maneira que isso resulte em reciprocidade no tratamento. Esse princípio se aplica a

todos os aspectos de negociação e relacionamento com clientes e fornecedores. Ele também é aplicável no

que diz respeito aos funcionários, nos quais se deve confiar sempre, até que se prove o contrário. Portanto, o

respeito à sua individualidade e ao sentimento coletivo, inclusive quanto à representação sindical, deve ser

uma regra básica. O mesmo valor se aplica à comunidade e a qualquer entidade ou indivíduo que mantenha

contato com a organização.

Inclui-se nesta área a prestação de serviços comunitários pelos funcionários encorajada, apoiada e

reconhecida pela organização. Por exemplo, a organização e seus funcionários podem influenciar a adoção de

padrões mais elevados na educação, mediante a comunicação de requisitos de ocupacionalidade (grau de

preparação para o mercado de trabalho) para escolas e outras entidades educacionais.

As organizações poderão se associar a prestadores de serviços na área da saúde para melhorar a saúde na

comunidade local através de educação e serviços voluntários relacionados com questões de saúde pública.

Podem, também, se unir para influenciar as associações empresariais a se engajarem em atividades

cooperativas beneficentes como intercâmbio de melhores práticas para aumentar a competitividade global

brasileira, apoiando órgãos de normalização e universidades/escolas.

A liderança e o envolvimento de organizações dependem de suas disponibilidades em recursos humanos e

financeiros. Contudo pequenas organizações podem aumentar seu envolvimento participando de atividades

em cooperação com outras.

As organizações necessitam investir continuamente no desenvolvimento de seus funcionários por meio da

educação.

A maior parte das organizações independentemente do porte, pode desenvolver mecanismos para contribuir

para a satisfação dos funcionários.

Esses mecanismos podem ser serviços, instalações, atividades e oportunidades, como por exemplo:

aconselhamento pessoal e de carreira; desenvolvimento de carreira e da ocupacionalidade; atividades

culturais ou recreativas; educação não relacionada com o trabalho; creche; ambulatório; licença especial para

tratar de responsabilidades familiares e/ou serviços à comunidade; planos especiais de aposentadoria;

segurança fora do trabalho; horários flexíveis; realocação e recolocação; benefícios de aposentadoria,

incluindo plano de saúde; programas de conscientização antitabagismo e da prevenção da AIDS; programas

Page 9: Ética Social

de recuperação de drogas e alcoolismo; transporte e refeições subsidiados e prevenção de doenças

profissionais.

Esses serviços podem também incluir atividades para desenvolvimento de carreira, como testes vocacionais;

ajuda no desenvolvimento de objetivos e planos de aprendizado e avaliação da ocupacionalidade.

4.2 Ética como Fator de Lucro e Bons Negócios

Como podemos perceber, existe um campo muito fértil para a aplicação da ética empresarial e existem

evidências demonstrando que agir conforme a ética efetivamente dá bons resultados - financeiros e não

financeiros.

Ter padrões éticos significa ter bons negócios em longo prazo. Existem estudos indicando a veracidade dessa

afirmativa. Na maioria das vezes, contudo, as empresas reagem a situações de curto prazo.

Bons negócios dependem essencialmente do desenvolvimento e manutenção de relações de longo prazo.

O empresário que obtém um rápido ganho financeiro tirando vantagens de clientes, fornecedores ou

funcionários pode acusar um lucro um pouco mais alto neste trimestre, mas a confiança que perdeu no

processo pode jamais voltar a ser instaurada em suas relações de negócios.

Na maioria das vezes o cliente desapontado passará a consumir os produtos da concorrência assim que

aparecer uma oportunidade. Chegará o dia em que um fornecedor explorado estará por cima. E os

funcionários explorados saberão retribuir ao mau tratamento de várias maneiras: roubando no almoxarifado

ou no patrimônio, fazendo longas ligações interurbanas, apresentando licenças médicas sem estar doente, etc.

Falhas éticas nos levam a perder clientes e fornecedores importantes, dificultando o estabelecimento de

parcerias. A prática de parcerias é cada vez mais comum hoje em dia. Na hora de dar as mãos, além de

levantar as afinidades culturais e comerciais, às empresas também verificam se há compatibilidade ética. Será

que unir nossos negócios não vai acabar envergonhando minha empresa?

Recuperar o nome de uma empresa é muito difícil. Quando uma companhia age corretamente, o tempo de

vida do fato na memória do público é de cinco minutos. A lembrança de uma transgressão à ética pode durar

cinqüenta anos. A percepção do público pode ter um impacto direto sobre os lucros da empresa. A reputação

de uma empresa é um fator primário nas relações comerciais, formais ou informais, quer estas digam respeito

à publicidade, ao desenvolvimento de produtos ou a questões ligadas aos recursos humanos. Nas atuais

economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores afetam a imagem da empresa

para qual trabalham. Assim, se a empresa quiser competir com sucesso nos mercados nacional e mundial, será

importante manter uma sólida reputação de comportamento ético.

Temos também a confiança de clientes e fornecedores. É um benefício em curto prazo, pois eles divulgam a

empresa recomendando-a a terceiros.

Uma empresa não ética também não pode esperar comportamento ético de seus colaboradores. Os padrões

éticos da companhia são à base do comportamento de seus funcionários.

Page 10: Ética Social

4.3 Empresas com Conduta Ética

Atualmente, 95% das 500 maiores empresas dos EUA têm códigos de conduta, 47% dão treinamento ético e

28% mantêm comitês de ética internamente. Como agem então essas empresas?

Talvez o melhor exemplo seja o da Jonhson & Johnson.

Há alguns anos a J&J teve um sério problema com o analgésico Tylenol, nos EUA. Alguns lotes do produto

foram envenenados por um chantagista. Imediatamente, a empresa, recolheu todos os lotes, sofrendo prejuízo

de mais de 100 milhões de dólares. O importante nesse caso é que o recolhimento não era exigido por lei.

Inclusive, todos os dados indicavam tratar-se de um problema localizado, restrito à cidade de Chicago. A

postura da empresa foi clara. Não importava que a contaminação não fosse culpa sua. Para a J&J manter o

Tylenol nas prateleiras significava risco para os usuários.

Outro bom exemplo é a Levi's, que tem uma declaração de princípios que contempla, dentre outros, aspectos

como: respeito às minorias, apoio a causas comunitárias, preservação ecológica e valorização dos

empregados.

A fidelidade aos princípios é quesito importante na avaliação dos executivos da Levi's, sendo que, dos quatro

itens principais do sistema de avaliação da empresa, um diz respeito à ética!

A empresa usa 2.5% de seu lucro bruto anual em ações de combate a AIDS. Foi a Levi's que trouxe Magic

Johnson ao Brasil para proferir palestra sobre o tema.

A oposição ao trabalho infantil é tão forte na Levi's que ela chega a descredenciar fornecedores que abusam

do trabalho de crianças.

A M&M Mars, fabricantes de doces nos EUA, coloca suas relações com clientes, distribuidores,

fornecedores e empregados em primeiro lugar.

Certa feita, um de seus vendedores, conseguiu um desconto altíssimo na compra de cacau num fornecedor

que estava em difícil situação financeira e orgulhosamente reportou a novidade ao escritório central. Para seu

vexame, o escritório o instruiu para que renegociasse o pedido a preço mais razoável. A explicação oficial foi

a de que a empresa não tinha interesse em tirar vantagem de seus fornecedores, muito menos quando estão em

situação difícil. Nunca se sabe quando as posições vão se inverter e num belo dia a empresa pode ver-se à

mercê de um fornecedor.

4.4 Implantando a Administração Ética

Existem cinco etapas para a evolução moral de uma empresa. A saber:

A "Corporação Amoral":

Persegue o sucesso a qualquer custo, vê os empregados como meras unidades econômicas de produção. As

companhias que estão nesse estágio são freqüentemente forçadas à desativação, pois violam normas e valores

sociais. Um exemplo é o caso da Film Recovery Systems, que atuava em Illinois (EUA), que extraía prata de

velhas chapas de raios-X, utilizando cianido, até que foi fechada em 1983 depois que um empregado morreu

intoxicado por esta substância.

Page 11: Ética Social

A "Corporação Legalista":

Apegada à letra da lei, mas não a seu espírito, adotam códigos de conduta que mais se parecem a produtos de

departamentos legais. Buscam adotar algumas posturas "éticas" apenas para evitar problemas legais.

A "Corporação Receptiva":

Interessadas em mostrar-se responsáveis porque isso é conveniente, não porque é certo; possui códigos de

conduta que começam a parecer códigos de ética. Acontecimentos externos freqüentemente obrigam

companhias a se enquadrar no estágio receptivo. Começam a entender que as decisões éticas podem ser do

interesse da companhia em longo prazo, ainda que envolvam perdas econômicas imediatas.

“A Corporação Ética que Aflora":

Reconhece a existência de um contrato social entre os negócios e a sociedade, procurando generalizar essa

atitude ao longo da corporação. É o caso da Johnson & Johnson, excelente exemplo, pela forma com que

equilibra preocupações éticas e lucratividade. A maneira com que solucionou o caso Tylenol é uma ótima

referência.

"A Corporação Ética":

Equilibra lucros e ética tão completamente que os empregados são recompensados por se afastarem de ações

comprometedoras; inclui problemas éticos na educação; dispõe de mentores para dar orientação moral aos

novos empregados. Elas começam por uma instância moral que permeia sua cultura. Um número muito

grande de empresas está colocando a responsabilidade moral no centro de suas operações.

Para podermos vencer essas etapas, estamos propondo um modelo para implantação de um programa de ética

empresarial, que tem como linha de ação e desenvolvimento a formação de recursos humanos. Está dividido

em cinco partes:

1. Comprometimento da direção:

A ética deve fazer parte ativa da política da empresa, e a alta liderança (diretoria e gerências) deve estar

sensível e informada sobre as questões morais específicas que afetam ou ameaçam as empresas. Deve-se

buscar e investir na integridade moral da alta administração num processo de liderança ética.

2. Estratégias sólidas:

A empresa deve buscar um desempenho empresarial eficiente com procedimentos empresariais respeitáveis

investindo no espírito crítico por parte de seus colaboradores, buscando a confiança e o respeito mútuo.

3. Pessoal ético:

A empresa deve criar um processo para seleção de indivíduos com fortes princípios morais, principalmente na

escolha de gerentes na busca de uma liderança moral. Deve também evitar relacionamento comercial com

profissionais pouco éticos (fornecedores, associados, consultores e clientes). A educação entra nesse item no

que diz respeito ao apoio para os empregados que estão desorientados quanto a problemas éticos.

Page 12: Ética Social

4. Treinamento em ética:

Deve existir um processo de treinamento, educação e desenvolvimento de empregados (recursos humanos)

que busque a disseminação da conduta ética por toda a empresa, incluindo cursos, palestras inspiradoras,

estudos de caso, etc. Aprofundaremos estas questões no Capítulo 6 de nosso trabalho.

5. Código de conduta:

A fim de manter uma conduta ética impecável, a empresa precisa fazer da ética uma questão mais concreta e

passível de discussão, uma questão a ser implementada diariamente. Para simplificar a compreensão dessa

necessidade terão de implementar um código de conduta, que deverá estar escrito. É absolutamente

recomendável que todas as empresas elaborem um código de conduta ética. Do contrário, certas opções que

os empregados tivessem de enfrentar seriam decididas de modos diversos (e, muito possivelmente,

incompatíveis entre si), já que os valores individuais podem variar enormemente de pessoa a pessoa.

É preciso que se divulgue e se coloque em vigência na empresa um código ou política extremamente

explícitos. Em muitas empresas a ética e os valores são abordados com toda clareza em muitos de seus

programas de treinamento.

A partir da noção das várias filosofias ligadas à ética, é preciso convertê-las em práticas.

Elas podem ser materializadas em: estrutura corporativa, credos, códigos de ética, programas de treinamento

quanto à ética, comissões de ética, ombudsman, linhas diretas de auditorias de ética ou social.

Um credo corporativo é provavelmente a abordagem mais comum da questão da administração ética. Esse

credo descreve a responsabilidade ética da empresa em relação a todas as pessoas que têm interesses

investidos nela, apresentando um conjunto de princípios e crenças que podem servir para orientar e dirigir os

empregados.

Talvez o exemplo mais clássico de código de conduta é o credo da Johnson & Johnson:

NOSSO CREDO

(JOHNSON & JOHNSON)

Cremos que nossa primeira responsabilidade é com os médicos, enfermeiras e pacientes, para com as mães e

os pais e com todos os que utilizam nossos produtos e serviços. Para atender a suas necessidades, tudo o que

fazemos deve ser da mais alta qualidade.

Devemos lutar constantemente para reduzir nossos custos a fim de manter preços razoáveis. Os pedidos dos

clientes devem ser atendidos prontamente e com precisão. Nossos fornecedores e distribuidores devem ter a

oportunidade de obter um lucro justo.

Somos responsáveis pelos nossos empregados, homens e mulheres que trabalham conosco em todo o mundo.

Cada um deve ser visto como um indivíduo. Devemos respeitar sua dignidade e respeitar seus méritos. Eles

devem sentir-se seguros em seus empregos. O salário deve ser justo e adequado e as condições de trabalho

devem ser limpas, organizadas e seguras. Devemos preocupar-nos com formas de ajudar nossos empregados

a cumprir as suas responsabilidades para com suas famílias.

Page 13: Ética Social

Os empregados devem sentir-se livres para dar sugestões e fazer reclamações. Deve haver igualdade de

oportunidade para o emprego, desenvolvimento e promoção dos qualificados. Devemos oferecer uma

administração competente, e suas ações devem ser justas e éticas.

Somos responsáveis pelas comunidades onde vivemos e trabalhamos, e pela comunidade mundial também.

Devemos ser bons cidadãos - dar apoio aos bons trabalhos e obras assistenciais e pagar nossa cota justa de

impostos. Devemos encorajar o aperfeiçoamento cívico e uma saúde e educação melhores. Devemos manter

em boa ordem a propriedade que temos o privilégio de utilizar, protegendo o meio ambiente e os recursos

naturais.

Nossa responsabilidade final é para com nossos acionistas. Os negócios devem ter um lucro sólido. Devemos

tentar novas idéias. A pesquisa deve ser contínua, programas inovadores devem ser desenvolvidos e os erros

devem ser assumidos. Equipamentos novos devem ser comparados, novas instalações devem ser oferecidas e

novos produtos devem ser lançados.

Devem ser criadas reservas para épocas adversas. Ao operarmos segundo esses princípios, os acionistas

devem ter um retorno justo.”“.

É bom que os funcionários que interagem mais freqüentemente com pessoas de fora da companhia e que mais

provavelmente tomarão as decisões, deveriam assinar declarações de que leram e cumprirão as políticas de

ética da empresa. (NASH, 1993, p.39).

5. Ética Profissional

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser

postas em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a ação "reguladora" da ética agindo no

desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante quando no exercício da

sua profissão.

A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua clientela, visando a

dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão.

Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter

normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos.

Assim temos a ética médica, do advogado, do biólogo, etc.

Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito relevantes que

ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto, pena de morte, sequestros, eutanásia,

AIDS, por exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos - porque pedem uma

reflexão profunda - e, um profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um

pensador, um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a reflexão ética entra na

moralidade de qualquer atividade profissional humana.

Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional, porque

cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que

dela se beneficiam.

Page 14: Ética Social

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o fazer" e "o agir" estão interligados.

O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua

profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no

desempenho de sua profissão.

Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e sua importância na formação de

recursos humanos.

5.1 Educação Ética em Empresas e Organizações

Esforços de empresas para cultivar valores éticos devem incluir palestras inspiradoras, treinamento em ética e

educação aos empregados que estão confusos em relação às questões éticas. Esse trabalho vem sendo

realizado de diversas formas.

Bons programas de educação ética variam muito em extensão, conteúdo e forma de apresentação. Mas

parecem ter, pelo menos, duas características comuns. Em primeiro lugar os participantes podem fazer

perguntas à vontade, contestar afirmações e empenhar-se ativamente no processo de aprendizagem. Deve-se

evitar todas as formas programas de mão única.

A segunda característica, comum a estas experiências de treinamento consiste em forte concentração nas

questões éticas claramente relevantes para os participantes. Em outras palavras, se você está querendo montar

um treinamento em ética para profissionais de informática, deve levantar estudos de caso e problemas

relacionados com a área. Segurança de dados, violação de correio eletrônico e informações sensíveis, por

exemplo, são temas que despertam o interesse dos empregados envolvidos com este tipo de atividade. Repetir

chavões morais e fazer generalizações não despertarão interesses maiores nem motivarão um maior

envolvimento no programa de ética da empresa.

Treinamentos em ética podem assumir muitas outras formas.

Um método bastante inovador e que tem sido adotado por algumas empresas é colocar os futuros gerentes e

supervisores para trabalhar um tempo na área de recursos humanos. Assim, eles aprendem a entender os

problemas e pontos de vista dos empregados, para depois passarem a exercer suas atividades gerenciais. Para

que possam solucionar os futuros problemas éticos, é muito necessário conhecer os pontos de vista e as

necessidades das pessoas que trabalham na organização.

Uma outra inovação para aumentar a sensibilidade ética de empregados e colaboradores é a rotação de cargos,

pois quanto maior o conhecimento sobre as atividades dos que trabalham em outras funções, adquirimos uma

maior compreensão das restrições e limites que enfrentam, inclusive os de natureza ética.

Cabe lembrar que, por mais perfeito que seja o programa de treinamento em ética empresarial, ele nunca

funcionará se os dirigentes e gerentes da organização não derem o exemplo de boa conduta. O exemplo

sempre vem de cima e os administradores devem inspirar a boa conduta na empresa, caso contrário ocorrerá à

perda na confiança na integridade moral da alta administração.

Page 15: Ética Social

Os gerentes devem assumir a condição de educadores e como tal ser um exemplo de valores e atitudes éticas,

inspirando seu comportamento efetivo aos seus colaboradores.

5.2 Classes Profissionais

Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do

conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o exercício

da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua

especialidade de desempenho de tarefa.

A questão, pois, dos grupamentos específicos, sem dúvida, decorre de uma especialização, motivada por

seleção natural ou habilidade própria, e hoje se constitui em inequívoca força dentro das sociedades.

A formação das classes profissionais decorreu de forma natural, há milênios, e se dividiram cada vez mais.

A divisão do trabalho é antiga, ligada que está à vocação e cada um para determinadas tarefas e às

circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem, em

comunidade, transferir tarefas e executar a sua.

A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje se acha não só regulada por lei,

mas consolidada em instituições fortíssimas de classe.

5.3 Virtudes Profissionais

Não obstante os deveres de um profissional ou de uma organização, os quais são obrigatórios, devem ser

levadas em conta as qualidades que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional,

algumas delas facilitando o exercício da profissão.

Muitas destas qualidades (tais como: Sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão,

humildade, imparcialidade e otimismo) poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando neste

caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorporá-las à sua

personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.

5.4 Código de Ética Profissional

Cabe sempre, quando se fala em virtudes profissionais, mencionarmos a existência dos códigos de ética

profissional.

As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem

ser reunidos em um instrumento regulador.

É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do exercício da profissão passam a controlar a

execução de tal peça magna.

Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo ou de uma organização perante seu grupo e o

todo social.

O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto a ser de todos. O exercício de uma virtude

obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral.

Page 16: Ética Social

Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza à vontade de agir,

de acordo com o estabelecido. Essa disciplina da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas mais

remotas, e é uma tendência natural na vida das comunidades.

É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o é que

uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que concerne a sua conduta, em relação a

seus semelhantes.

Toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que transgridem a prática das virtudes; seria

utópico admitir uniformidade de conduta.

A disciplina, entretanto, através de um contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, e que deve

formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes profissionais que são egressas de

cursos universitários (contadores, médicos, advogados, etc.).

Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e especialmente evitar que se macule o bom

nome e o conceito social de uma categoria.

Se muitos exercem a mesma profissão, é preciso que uma disciplina de conduta ocorra.

6. Formação da Consciência Moral

Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos

amigos, dos meios de comunicação de massa, etc. Vamos adquirindo, aos poucos, idéias morais. É o aspecto

social da moral se manifestando e, mesmo ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras,

normas e valores aceitos em seu grupo social.

A moral, porém, não se reduz apenas a seu aspecto social, pois à medida que desenvolvemos nossa reflexão

crítica passamos a questionar os valores herdados, para então decidir se aceitamos ou não as normas. A

decisão de acatar uma determinada norma é sempre fruto de uma reflexão pessoal consciente, que pode ser

chamada de interiorização.

7. Conclusões

7.1 Por Edílson J. Falcão

No nível da organização, uma forma de agir com ética no ambiente organizacional é utilizar o enfoque

sistêmico. Entendendo assim a multiplicidade e a interdependência das causas e das variáveis dos problemas

complexos, ou seja, organizar soluções complexas para problemas complexos.

Utilizando o enfoque sistêmico atacaremos questões de eficiência considerando certas implicações como: do

comportamento humano, da poluição e de muitos outros fatores simultâneos, de tal forma a não responder

pelas ações e sim cumprir o que foi estipulado, a fim de não ser reprovado na avaliação ética dos nossos

futuros atos.

Page 17: Ética Social

7.2 Por Ingeborg Heysa S. de Lannes

As organizações passaram a reconhecer a ética como uma “consciência moral” para julgar e avaliar as mais

diversas situações, e assim sendo, passou a aplicá-la e cobrá-la com mais fervor do seu corpo administrativo e

operacional acreditando assim no bem estar tanto da sociedade como nas relações interempresariais,

apostando na reformulação de seus papéis no que diz respeito à educação, treinamento e desenvolvimento de

seus empregados.

Pretendem assim, estr aptas a se ajustarem às exigências de seu tempo, às velozes mudanças que estão

ocorrendo contribuindo assim para que o ser humano atinja plenamente a sua plenitude produtiva,

trabalhando de forma interia e completa, desfazendo assim qualquer dicotomia no sistema.

Neste estudo, podemos visualizar que a globalização e o advento de “modismos” estão influenciando a

sociedade, as empresas e as organizações num debate quanto às questões éticas que se ampliam na atualidade,

e vendo que é necessário extrapolar os limites da área de conhecimento para poder responder a outras

questões que estão surgindo.

7.3 Por Thais da S. Franco

A partir deste trabalho, pude perceber que a ética e a responsabilidade têm um papel fundamental e

primordial nas organizações.

Quanto à responsabilidade social: as organizações se preocupam com as questões ambientais e o bem estar

social, preocupações evidentemente éticas, aumentando as suas chances de sobrevivência, pois a sociedade

desenvolve uma imagem positiva em relação a este tipo de organização; Quanto à ética: ter padrões éticos

significa ter bons negócios em longo prazo, sendo assim, as organizações tem hoje como fator crucial investir

continuamente em saúde, lazer, aperfeiçoamento profissional contínuo de seus funcionários é uma forma de

fortalecer as virtudes profissionais e, conseqüentemente, a auto estima dos empregados e o progresso da

organização.

Page 18: Ética Social

8. Bibliografia

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