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Noite fria e carros velhos não desanimam público que vai ao autódromo, em Santa Luzia,para assistir à disputa. Feijão-de-tropeiro e cerveja são os combustíveis da platéia
VVEELLOOCCIIDDAADDEE
VEÍCULOS
E S T A D O D E M I N A S ● Q U A R T A - F E I R A , 1 8 D E J U L H O D E 2 0 0 7
10
CATEGORIAS
As provas de arrancada são divididasem seis categorias, que variam como tipo de modificação do carroATD – Tração dianteira sem modifi-caçãoATT – Tração traseira sem modifica-çãoTTD – Tração dianteira com turboTTT – Tração traseira com turboFLTD – Específico para competição,com tração dianteira, motor e câm-bio preparadosFLTT – Específico para competição,com tração traseira, motor e câmbiopreparados.
Emoção na arrancada
SERVIÇOAvenida das Indústrias, 3.000 – Distrito Industrial –
Santa LuziaTelefone: (31) 2102-4848www.megaspace.com.br
Washington tentaresolver problema
na caixa demarchas de Opala
para acelerar
FOTOS: MARLOS NEY VIDAL/EM
Grid de largada para a arrancada na reta de 303 metros na pista do Mega Space
DANIEL CAMARGOS
Washington Luiz Gonçalves, de 26anos, tem um Opala 2.5, de quatro cilin-dros. Só de camiseta regata, bermuda edescalço, ele não sente frio sob o assoalhodo carro. Destoa das 1,8 mil pessoas bem-agasalhadas, que se escondem do frio edo vento no descampado do AutódromoMega Space, em Santa Luzia (Grande BH).Indiferente à temperatura, Washingtonestá preocupado é com a caixa de mar-chas de seu Opala branco, com faixa pre-ta transversal: “Encavalou e parou na ré”.Gotas de suor escorrem da testa e ele seembrenha no conserto. Freqüentador as-síduo das noites de arrancada do recinto,ele comprou o Opala há dois meses etrouxe o carro para acelerar pela segun-da vez. Porém, no final da reta de 303 me-tros, depois de arrancar pela primeira veze fazer o retorno na subida de desacelera-ção, a marcha a ré travou.
O Opala é o primeiro carro deWashington e o objetivo explícito deleao escolher o modelo é acelerar na pista.Morador do Bairro Comerciários, na Re-gião de Venda Nova, trabalha como me-cânico, mas na noite da última quinta-feira não conseguiu resolver o proble-ma, acelerar de novo e aproveitar os R$10 que pagou de entrada mais os R$ 5para acelerar à vontade até as 23h. O in-sucesso não frustrou o jovem, que pre-fere dirigir descalço, pois, segundo ele,sente mais segurança. Para o futuro, de-pois que “desencavalar” a caixa de mar-chas, tem planos para incrementar oOpala: “Quero trocar as rodas aro 14 pe-las de aro 17, colocar barra de proteção erebaixar a suspensão”.
Modificações no veículo possibilitamalcançar tempos melhores e, assim,maior popularidade entre o público, queassiste às arrancadas com o umbigo cola-do na mureta de proteção ou assentadona arquibancada. Há também espectado-res que circulam bebendo cerveja e co-mendo feijão-de-tropeiro ou espetos decarne, como se estivessem em um even-to social, ambientado com música deboate em volume máximo.
O taxista Jeferson Antônio, 26, é umdos que assiste às arrancadas com abarriga rente à mureta. Faz seis mesesque freqüenta o autódromo toda quin-ta-feira e diz que tem vontade de par-ticipar, mas falta dinheiro. “Tenho ou-tra prioridade. Estou comprando umFiat Siena para trabalhar como táxi”,explica. Na última quinta-feira, ele le-vou a esposa, Cláudia Alessandra, pelaprimeira vez à arrancada e ela apro-vou: “Vou gostar se ele comprar umcarro para correr aqui”
INVESTIMENTO Além do improviso deWashington e do desejo de Jeferson, háquem gaste muito dinheiro para acele-rar. Vamberto Baroni, 31, faz parte deequipe que detém o recorde do circuitoe recentemente restaurou uma picapeFiat 147 e a equipou com motor 1.0 doUno Mille Eletronic, com turbo, só paracurtir nas noites de arrancadas e vez poroutra participar de campeonatos. Já in-vestiu mais de R$ 20 mil no carro.
Antes de participar de arrancadas,Vamberto foi piloto de motocross, masdesistiu depois de ter suspeita de fratu-ra na perna e é atual campeão brasilei-ro de paintball. Empresário do setor deimóveis, Vamberto foi um dos rarosque usou o cinto de segurança quandoacelerou na pista. “Segurança em pri-meiro lugar, quando estou na rua dirijoa 60km/h”, explica.
Vamberto investiu R$ 20 mil em picape Fiat 147 para competir