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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEUFaculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Nutrição
Evolução de Crianças e Adolescentes Obesos Acompanhados em Atendimento Ambulatorial
trabalho de conclusão de curso dirigido ao estágio de nutrição socialrealizado no período de 07 de agosto a 10 de novembro de 2006 ,
sob supervisão da nutricionista Tânia R. Beraldo Battistini , e orientação da prof° Ana Lúcia Medeiros de Souza.
Realizado por: Regiane Badona dos Santos. RA: 200308771
São PauloNov/2006
1
Resumo
O trabalho tinha como objetivo avaliar a evolução nutricional de crianças e
adolescentes obesos acompanhados em atendimento ambulatorial com índice
Peso/Estatura maior ou igual 160% de adequação em relação ao padrão de referência
NCHS 1977. Foi realizado um estudo de intervenção em um ambulatório de
obesidade localizado em Santo André no período de setembro à outubro de 2006,
com a participação de crianças e adolescentes que deram início ao tratamento entre
janeiro de 2005 até março de 2006, totalizando 15 pacientes.Foram coletados dados
de prontuários referente ao perfil demográfico e socioeconômico e foi avaliada a
evolução do perfil nutricional através da informação peso e altura, dos parâmetros
bioquímicos e do nível de pressão artéria, em cada consulta, além do número de
faltas e taxa de abandono, avaliando a adesão ao tratamento.Ao iniciarem o
tratamento as crianças apresentaram a média de IMC em Z-Score (2,65) superior ao
dos adolescentes (2,56), tendo uma diminuição pequena, porém constantes entre as
consultas e a altura esteve dentro do esperado para a idade. Houve um alto índice de
abandono do tratamento, apenas 33,3% (5 pacientes) continuam em seguimento. A
prevalência de hipertensão arterial na primeira consulta foi alta, diminuindo esse
índice na segunda consulta. Verificamos também um nível mais elevado de colesterol
total e triglicerídeos na faixa etária até 10 anos. Os pacientes que iam com mais
freqüência ao ambulatório apresentaram um melhor desempenho, mostrando que o
tratamento tem que ser acompanhado freqüentemente, tendo um curto período de
tempo entre as consultas.Os resultados demonstram a importância da intervenção na
mudança do estilo de vida, com uma alimentação saudável e prática de atividades
físicas na melhoria do estado nutricional e dos riscos associados.
2
Índice
1. Introdução ............................................................................................................ 01
2. Objetivo
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 08
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 08
3. Metodologia .......................................................................................................... 09
4. Resultados e Discussão ......................................................................................... 11
5. Conclusão ............................................................................................................. 19
6. Referências Bibliográficas .................................................................................... 20
Anexo
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..................................................A1 - A2
3
1. Introdução
A obesidade, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (1998), pode
ser definida como "doença na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal
ponto que a saúde pode ser afetada". A etiologia da obesidade é um processo
multifatorial que envolve aspectos ambientais e genéticos. Entre os fatores
ambientais, pode-se citar hábitos alimentares inadequados e sedentarismo (LEÃO et
al, 2003; PINHEIRO et al, 2004; ZILBERSTEIN, CARREIRO, 2004; MELLO,
LUFT, MEYER, 2004-b).
Dentre os fatores alimentares, pode-se destacar o excesso de energia que é
caracterizado por um balanço calórico positivo, ou seja, um consumo maior do que o
gasto, favorecendo o aumento da adiposidade (FRANCISCHI et al, 2000). Segundo
ZILBERSTEIN & CARREIRO (2004) dentre os fatores alimentares envolvidos
podemos citar também as carências nutricionais, como a falta de nutrientes que
ativam o gasto energético, a carência de nutrientes que melhoram a ação da insulina
evitando a resistência para a sua utilização pelo organismo e a carência de nutrientes
necessários para a formação e ação de neurotransmissores que equilibram nossas
funções mentais e emocionais. Na desnutrição intra-uterina do feto, principalmente
na 30ª semana de gestação até o 1º ano de vida do recém-nascido, há também um
aumento da sensibilidade para a proliferação de adipócitos (células de gordura). Se
estas crianças receberem o aporte alimentar maior que o necessário, nesta etapa pós-
natal até o 2º ano de vida, a obesidade se desenvolve com muito mais facilidade. Os
bebês que se alimentam com fórmulas artificiais também parecem ter mais
problemas com sobrepeso do que aqueles alimentados com leite materno.
Em relação à prática de exercícios físicos, já é consenso que à medida que a
sociedade se torna mais desenvolvida e mecanizada, diminui a demanda por
atividade física, diminuindo o gasto energético diário e conseqüentemente
favorecendo o ganho de peso. Há também evidências sugerindo forte influência
genética no desenvolvimento da obesidade, mas seus mecanismos são pouco
4
esclarecidos. Acredita-se que estes fatores possam estar relacionados ao consumo e
gasto energético. O controle do apetite e o comportamento alimentar também sofrem
influência genética. Outros fatores que podem conduzir à obesidade são algumas
desordens endócrinas, como por exemplo, o hipotireoidismo e problemas no
hipotálamo, mas estas causas representam menos de 1% dos casos de excesso de
peso. Problemas psicológicos também estão associados ao ganho de peso, como por
exemplo, estresse, ansiedade e depressão influenciando principalmente o
comportamento alimentar (FRANCISCHI et al, 2000; ZILBERSTEIN, CARREIRO,
2004).
A obesidade deixou de ser um problema particular para se tornar um
importante problema de saúde pública da atualidade. Sua prevalência vem
aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, principalmente em países
desenvolvidos afetando também os países em desenvolvimento, como o Brasil
(MONTEIRO et al, 2000; TERRES et al, 2006).
Segundo FRANCISCHI et al (2000), é possível que a obesidade atinja 10%
da população dos países desenvolvidos e que mais de um terço da população norte-
americana esteja acima do peso. A obesidade é ainda relativamente incomum nos
países da África e da Ásia, sendo que sua prevalência é mais elevada na população
urbana em relação à população rural. Em regiões economicamente avançadas, os
padrões de prevalência podem ser tão altos quanto em países industrializados. Na
Europa, verificou-se em 10 anos um aumento entre 10% e 40% de obesidade na
maioria dos países, destacando-se a Inglaterra, com um aumento superior ao dobro,
entre os anos 80 e 90 (PINHEIRO et al, 2000).
No Brasil, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar – POF
(2002/2003), nos adultos o excesso de peso afetava 41,1% dos homens e 40% das
mulheres, sendo que a obesidade afetava 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres
adultas do país. Entre os homens, o excesso de peso se verifica em dois patamares
claros: em torno de 34% no Norte e Nordeste e entre 44 e 46% nas demais regiões.
Comportamento similar se verifica nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, o excesso de
5
peso aparece em proporções bem menores, sendo 21% no Nordeste, atingindo 40 %
no Sul, ficando entre 28 e 34 % nas demais regiões rurais. No caso das mulheres, esta
diferenciação entre os meios urbanos e rural não ocorre com a mesma intensidade,
mas a presença de excesso de peso é sempre maior no meio rural. A exceção é o
Nordeste, onde a participação no urbano é maior (39,4% contra 36,8%). Entre os
homens obesos, as proporções são muito menores no Brasil rural (5,1%) do que no
Brasil urbano (9,7%). Na população feminina, a diferenciação é menor (13,2 % no
urbano e 12,7% no rural). Considerando-se os obesos de um modo geral, o percentual
mais alto foi o das mulheres que vivem na área rural da região Sul (18,6 %),
enquanto o menor foi o dos homens do Nordeste rural (3,2%) (IBGE, 2006-b).
Em relação a obesidade em crianças menores de cinco anos o inquérito mais
recente (Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde - PNDS, 1996) aponta para
uma prevalência de 4,3% que vai de encontro ao resultado de 4,6 % obtido por
inquéritos anteriores (Estudo Nacional da Despesa Familiar – Endef, 1974-1975 e
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – PNSN, 1989). Os dados dessas mesmas
pesquisas revelam que, nesse intervalo de aproximadamente 20 anos, a prevalência
de obesidade triplicou entre crianças e adolescentes de 6 a 18 anos: em 1975 era de
4,1% e aumentou para 13,9% em 1997 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
Levando em conta padrões recomendados pela OMS, a POF 2002-2003
detectou um aumento considerável na proporção dos adolescentes brasileiros com
excesso de peso: em 1974-75, estavam acima do peso 3,9% dos garotos e 7,5% das
garotas entre 10 e 19 anos; já em 2002-2003, os percentuais encontrados foram
18,0% e 15,4%, respectivamente (IBGE, 2006-a).
Resultados da Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV), realizada em 1997 nas
regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, mostraram que 10,4% dos adolescentes do
sudeste entre 10 e 19 anos de idade apresentaram sobrepeso. Estudo realizado em
Pelotas em 1998, com adolescentes de 15-16 anos mostrou prevalência de sobrepeso
de 20,2%. Todos os estudos utilizaram o critério proposto pela OMS em 1995
(DUTRA et al, 2006).
6
Dados do III National Health and Nutrition Examination Survey no ano de
1988 a 1994 mostraram uma prevalência de sobrepeso de 10,6% em adolescentes
norte-americanos entre 12 e 17 anos (DUTRA et al, 2006).
A partir desses dados sobre prevalência da obesidade em crianças e
adolescentes é possível verificar que sua ocorrência é freqüente e vem aumentando
nos últimos anos.
Na adolescência, a obesidade é um transtorno nutricional importante e está
adquirindo proporções epidêmicas e se tornando um problema de saúde pública da
sociedade moderna. Um dos motivos seria por se constituir o início da adolescência
um dos momentos críticos para o estabelecimento da obesidade pelo aumento da
quantidade de gordura e do número de células gordurosas, estando relacionada ao
aumento de risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e ortopédicas (REGO
FILHO e at, 2005).
O sobrepeso e a obesidade na infância e na adolescência têm sido
relacionados como fatores de risco para o desenvolvimento ou agravamento de
inúmeras disfunções metabólicas, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia,
hiperlipidemia, entre outras estando também associados a maiores prevalências de
outras doenças no adulto. Além disso, estudos em países desenvolvidos sugerem que
adolescentes obesos apresentam desvantagens socioeconômicas na vida adulta
(MONTEIRO et al, 2000; RONQUE et al, 2005).
Em trabalho realizado com crianças obesas no Rio de Janeiro verificou-se
que, proximadamente, 90% das crianças com obesidade mórbida apresentavam
dislipidemia, a maioria com aumento de triglicerídeos e alterações do HDL
colesterol. Os hábitos alimentares na infância e na adolescência, com ingestão de
altos teores de gordura e a vida sedentária se correlacionam e determinam o perfil
lipídico dessa população ( REGO FILHO et al, 2005).
7
Um dos principais fatores que influenciam a obesidade é o comportamento
alimentar, que sofre influências de vários fatores, dentre eles os fatores externos -
unidade familiar e suas características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e
culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares -
e fatores internos - necessidades e características psicológicas, imagem corporal,
valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e
desenvolvimento psicológico (MELLO, LUFT, MEYER, 2004-b).
O tratamento da obesidade infantil e do adolescente é complexo, são poucos
os centros de prevenção e tratamento da obesidade, especialmente infantil. A
prevenção envolve condutas de dieta saudável desde o primeiro ano de vida, e o
tratamento, manejo da família e a ausência de medicamentos. Qualquer manejo da
obesidade deve constar de promoção da manutenção ou perda de peso, tratamento
das co-morbidades e prevenção de ganho ponderal futuro (MELLO, LUFT, MEYER,
2004-a).
As bases fundamentais para o tratamento da obesidade infantil incluem
modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física. Para
iniciar o tratamento da obesidade infantil é muito importante dispor de equipe
multiprofissional formada de médico, nutricionista, educador físico e psicólogo. O
tratamento é longo, por isso é desejável que o relacionamento da equipe com o
paciente seja integrado. Segundo, as noções de tempo não são claramente entendidas
pelas crianças e adolescentes, portanto, não se deve apontar os riscos futuros da
obesidade, e sim avaliar as implicações atuais, ou seja, as conseqüências do excesso
de peso que estão incomodando no momento. O objetivo do tratamento deve ser a
normalização da relação peso/estatura, que pode ser atingida apenas com o
crescimento e a manutenção do peso corporal, e o cuidado tem que ser dobrado para
que não prejudique o crescimento do indivíduo (SOARES, PETROSKI, 2003).
O tratamento deve contemplar a multicausalidade da obesidade, tendo como
objetivo a manutenção de um crescimento e saúde ótimos, evitando ou tratando as
repercussões metabólicas provenientes de GC (gordura corporal), aumentando a
8
auto-estima e, acima de tudo, criando um hábito de vida saudável, tanto no âmbito da
alimentação quanto da atividade física (ACCIOLY et al, 2004).
Segundo DUTRA, ARAÚJO & BERTOLDI (2006) as intervenções para
combater o excesso de peso e a obesidade em crianças e adolescentes visam às
mudanças no estilo de vida, como hábitos alimentares saudáveis e práticas de
atividades físicas. Além disso, as políticas de alimentação e nutrição disponibilizam
cuidados nas várias esferas em que o adolescente se insere, como na merenda escolar
e os alimentos oferecidos nas cantinas, além da educação nutricional e da promoção à
atividade física devem ser os focos das medidas preventivas e de tratamento. No
ambiente familiar, os pais devem dar exemplo de um padrão alimentar saudável,
estimulando a atividade física, orientando para a redução do número de horas que as
crianças e adolescentes assistem à TV, jogam videogame ou permanecem na frente
do computador.
Pesquisas que utilizaram educação nutricional como uma das estratégias de
intervenção, relataram melhora nos conhecimentos nutricionais, atitudes e
comportamento alimentar, influenciando também nos hábitos alimentares da família
(TRICHES, GIUGLIANI, 2005).
Em um estudo realizado com crianças e adolescentes, com média de idade de
9,9 anos, com o objetivo de comparar duas estratégias de manejo da obesidade
infantil: atendimento ambulatorial (individual) e programa de educação (em grupo),
concluiu-se que ambas as estratégias de manejo da obesidade infantil foram
favoráveis a mudanças de hábitos alimentares e de atividade física. O atendimento
em grupo, em um programa de educação em nutrição e saúde, foi tão ou mais efetivo
que o atendimento individualizado em um ambulatório de referência, firmando-se
como alternativa de tratamento à obesidade (MELLO, LUFT, MEYER, 2004-a).
Considerando o que foi discutido anteriormente, verifica-se a importância do
tratamento da obesidade na população infantil e adolescente, sendo importante testar
e avaliar diferentes formas de intervenção para o tratamento e a prevenção desse
9
problema, levando a uma melhora na qualidade de vida no momento atual e no
futuro.
10
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a evolução nutricional de crianças e adolescentes obesos acompanhados em
atendimento ambulatorial com índice Peso/Estatura maior ou igual 160% de
adequação em relação ao padrão de referência NCHS 1977.
2.2 Objetivos Específicos
- Descrever a população estudada quanto ao perfil demográfico e socioeconômico.
- Descrever e avaliar a evolução do perfil nutricional das crianças e dos adolescentes
atendidos no ambulatório.
- Avaliar a adesão ao tratamento no ambulatório de obesidade a partir da freqüência
às consultas, mudanças no perfil antropométrico, parâmetros bioquímicos e nível de
pressão arterial.
11
3. Metodologia
O presente estudo foi desenvolvido em um ambulatório de obesidade
localizado no município de Santo André, São Paulo. Foi realizado no período de
setembro à outubro de 2006.
O ambulatório de obesidade é composto por uma equipe multidisciplinar que
engloba as áreas de nutrição, medicina e psicologia. É destinado a crianças e
adolescentes (de 0 a 18 anos) que apresentam excesso de peso ou obesidade.
O atendimento consiste em consultas individuais. Onde primeiramente a
equipe de nutrição realiza a coleta dos dados antropométricos e encaminha o paciente
para o médico que realiza uma avaliação inicial de suas condições de saúde atual. Em
seguida, ele realiza o diagnóstico clínico e toma as providências necessárias para
cada caso, encaminhando para o setor de psicologia se necessário. O paciente é
novamente encaminhado para o setor de Nutrição onde será realizado o atendimento
nutricional individualizado com intuito de detectar os erros alimentares, verificar as
mudanças no comportamento alimentar e se as condutas estão sendo cumpridas, no
caso de retornos.
Foi realizado um estudo de intervenção. O critério de inclusão considerado
foi de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos de idade, com Peso/Estatura igual ou
acima de 160% de adequação em relação ao padrão de referência NCHS 1977. Esse
ponto de corte utilizado foi proposto por JELLIFFE (1996) para classificar as
crianças e adolescentes com nível de obesidade elevado.
Foram estudados as crianças e adolescentes que iniciaram o tratamento de
janeiro de 2005 a março de 2006, totalizando 15 pacientes.
Foram coletados os dados dos prontuários dos pacientes referentes ao perfil
demográfico (sexo e data de nascimento) e sócio econômico (escolaridade da mãe e
do chefe de família). A avaliação da evolução do perfil nutricional foi realizada a
12
partir das informações de peso e altura, coletadas também do prontuário, dos
parâmetros bioquímicos e dos níveis de pressão arterial, em todas as consultas.
Os parâmetros antropométricos foram avaliados a partir dos índices altura
para a idade (A/I) e índice de massa corpórea (IMC) expressos em Z-score, em
relação ao padrão de referência de CDC 2000. O cálculo dos valores de Z-score
foram efetuados pelo programa Epi-info 2005, versão 3.2.2 (DEAN et al, 2002).
Para avaliar os parâmetros bioquímicos adotou-se o padrão de Kwiterowich e
o nível de pressão arterial foi classificado individualmente em relação ao padrão de
referência para sexo, idade e percentil de estatura. Para classificá-lo, foi utilizada a
tabela que se encontra disponível no III CONSENSO BRASILEIRO DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL (1998). Esses valores foram obtidos para a população
americana, pois não dispomos de dados representativos para a população brasileira.
A evolução do tratamento dietoterápico foi avaliada observando a velocidade
da adequação dos índices antropométricos, bioquímicos e pressão arterial em relação
ao tempo de acompanhamento no ambulatório.
A adesão ao tratamento também foi avaliada a partir da freqüência dos
pacientes às consultas: números de faltas nas consultas e taxa de abandono do
tratamento.
13
4. Resultados e Discussão
Foram avaliados todos os pacientes que iniciaram o tratamento desde janeiro
de 2005 a março de 2006 e que o peso para estatura era maior ou igual 160% de
adequação, portanto foram coletados dados de 15 pacientes. As informações foram
coletadas dos prontuários, informações essas obtidas por diferente profissionais entre
as consultas, que não foram padronizadas nas tomadas das medidas e, portanto, não
tendo muita precisão. Seus resultados devem ser analisados com cautela.
Tabela 1. Características demográficas e socioeconômicas de crianças e adolescentes obesos matriculados em atendimento ambulatorial. Santo André, 2005 a 2006.
Características Nº Percentual
Idade no Início do Tratamento
< 10 anos 10 66,7> 10 anos 05 33,3
Sexo
Feminino 07 46,7Masculino 08 53,3
Escolaridade da Mãe
Ensino Fundamental Incompleto 05 33,3Ensino Fundamental Completo 01 06,7Ensino Médio Incompleto 00 00,0Ensino Médio Completo 09 60,0
Escolaridade do Chefe da Família
Ensino Fundamental Incompleto 03 20,0Ensino Fundamental Completo 03 20,0Ensino Médio Incompleto 02 13,3Ensino Médio Completo 06 40,0Superior Cursando 01 06,7
* N = 15
Na tabela 1 pode-se observar as características demográficas e
socioeconômicas dos mesmos, sendo que a maioria tinha idade inferior a 10 anos,
66,7% (10 crianças) e 53,3% eram do sexo masculino (8 pacientes). Com relação à
escolaridade, 60% das mães concluíram o ensino médio, já os chefes da família 40%
possuíam o ensino médio completo.
14
A tabela 2 representa a média de intervalo (dias) entre as consultas.
Verificamos que o intervalo entre a primeira e a segunda consulta entre os
adolescentes são maiores. Observamos também que o intervalo entre a primeira e a
segunda consulta das crianças é menor e vai aumentando de uma consulta para outra,
já nos adolescentes a média em dias entre o primeiro retorno com os demais foi bem
parecida, porém, ao verificarmos o desvio-padrão nota-se que está muito elevado
mostrando uma variação grande nos intervalos entre as consultas. Até a quarta
consulta, os pacientes estudados apresentaram 6 faltas, o que pode explicar esse
desvio-padrão muito alto entre as consultas.
Tabela 2. Intervalo do tempo (dias) entre os atendimentos realizados com crianças e adolescentesobesos matriculados em atendimento ambulatorial. Santo André 2005-2006.
Idade < 10 anos Idade > 10 anosIntervalo entre
consultas Nº MédiaDesvio-Padrão
Nº MédiaDesvio-Padrão
1ª - 2ª 08 36,00 16,23 05 55,40 39,91
2ª - 3ª 06 49,50 28,87 03 54,67 29,94
3ª - 4ª 05 51,00 30,33 02 46,00 35,36
MELLO, LUFT, MEYER (2004-a) cita em seu estudo, que compara o
atendimento ambulatorial individualizado com o programa de educação em grupo,
que a adesão a proposta de manejo a obesidade infantil é baixa, já que o tratamento
não promete um corpo magro a curto prazo podendo limitar a motivação para iniciar
um tratamento. Esse fato pode ser observado no presente estudo, pois 33,3% (5) dos
pacientes abandonaram o tratamento na segunda consulta e na quarta consulta, 60%
(9 pacientes) do total já haviam abandonado o tratamento (tabela 3). Sendo assim,
apenas 33,3% (5 pacientes) continuam em tratamento.
15
Tabela 3. Freqüência de abandono do tratamento das crianças e adolescentesobesos matriculados em atendimento ambulatorial. Santo André 2005-2006.
Consulta nº de abandonos PercentualPercentual acumulado
1ª 1 6,7 6,7
2ª 5 33,3 40,0
3ª 1 6,7 46,7
4ª 2 13,3 60,0
5ª 0 0,0 60,0
6ª 0 0,0 60,0
7ª 1 6,7 66,7
N = 15
Na tabela 4 observa-se a média do índice de massa corpórea e altura para
idade, em z-score, em que as crianças e os adolescentes iniciam o tratamento. A
altura que as crianças e adolescentes apresentavam estava dentro do esperado para
idade, enquanto o peso era muito elevado, acima de 2,5 z-score. As crianças
apresentaram índice de altura para idade superiores aos dos adolescentes.
Tabela 4. O Índice de Massa Corpórea e a Altura para Idade das crianças e dos adolescentes obesos no início do tratamento ambulatorial. Santo André, 2005 - 2006.
meninos meninas Total
IMC Z-Score A/I Z-Score IMC Z-Score A/I Z-Score IMC Z-Score A/I Z-ScoreIdade
NºMédia
Desvio-Padrão
MédiaDesvio-Padrão
NºMédia
Desvio-Padrão
MédiaDesvio-Padrão
NºMédia
Desvio-Padrão
MédiaDesvio-Padrão
< 10 06 2,61 0,20 1,20 0,48 04 2,72 0,11 1,80 0,85 10 2,65 0,17 1,44 0,68
> 10 02 2,74 0,03 0,35 1,03 03 2,44 0,17 0,68 0,21 05 2,56 0,20 0,55 0,57
Total 08 2,64 0,18 0,99 0,68 07 2,60 0,20 1,32 0,86 15 2,62 0,18 1,14 0,76
16
Em um estudo do tipo transversal, que tinha como objetivo comparar as
prevalências de sobrepeso e obesidade em um grupo de pré-escolares, escolares e
adolescentes de diferentes condições socioeconômicas na cidade do Recife,
identificou obesidade em 8,3%. A prevalência de obesidade foi maior nos pré-
escolares (13,8%), observando-se redução progressiva da freqüência nas faixas
etárias de escolar (8,2%) e adolescente (4,9%) (SILVA et al, 2005). No presente
estudo 66,7% (10 pacientes) dos obesos estudados eram crianças, a média de IMC
em Z-score das crianças (2,65) também é superior a média de IMC dos adolescentes
(2,56) ao iniciarem o tratamento.
Observando o padrão de perda de peso entre as consultas, observa-se na
tabela 5 que as perdas são pequenas mas constantes, já entre os adolescentes ocorre
uma mudança maior entre a 3ª e a 4ª a consulta. Com relação a altura para a idade, as
crianças mantém a evolução do crescimento adequado, porém os adolescentes vão
diminuindo a sua adequação no decorrer das consultas. Podemos observar melhor a
evolução dos pacientes no gráfico 1 (Índice de Massa Corpórea) e no gráfico 2
(Altura para Idade).
Tabela 5. Evolução do Z-Score do Índice de Massa Corpórea e da Altura para Idade entre os atendimentos realizados com crianças e adolescentes obesos matriculados em atendimento ambulatorial. Santo André, 2005 a 2006.
Crianças adolescentesDiferença de IMC Z-
ScoreDiferença de A/I Z-
ScoreDiferença de IMC Z-
ScoreDiferença de A/I Z-
ScoreIntervalo
entre consultas
Nº MédiaDesvio-Padrão
Nº MédiaDesvio-Padrão
Nº MédiaDesvio-Padrão
Nº MédiaDesvio-Padrão
1ª - 2ª 09 -0,03 0,07 09 -0,06 0,14 05 -0,04 0,07 05 -0,01 0,06
2ª - 3ª 06 -0,04 0,05 06 0,00 0,12 03 -0,03 0,08 03 -0,08 0,17
3ª - 4ª 05 -0,04 0,05 05 0,13 0,29 02 -0,08 0,14 02 -0,20 0,02
17
Gráfico 1. Evolução referente ao IMC das crianças e adolescentes atendidos no ambulatório de obesidade. Santo André, 2005-2006
1,5
1,7
1,9
2,1
2,3
2,5
2,7
2,9
3,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Consultas
Índi
ce d
e M
assa
Cor
póre
a -
Z-S
core
A (268 dias)
B (174 dias)
C (263 dias)
D (338 dias)
E (021 dias)
F (151 dias)
G (001 dia)
H (048 dias)
I (213 dias)
J (157 dias)
K (126 dias)
L (103 dias)
M (284 dias)
N (076 dias)
O (034 dias)
Período de acompanhamento
Grafico 2. Evolução referente a Estatura para Idade das crianças e adolescentes atendidos no ambulatório de obesidade. Santo André, 2005-2006
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
2,6
2,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Consultas
Est
atur
a P
ara
Idad
e -
Z-S
core
A (268 dias)
B (174 dias)
C (263 dias)
D (338 dias)
E (021 dias)
F (151 dias)
G (001 dia)
H (048 dias)
I (213 dias)
J (157 dias)
K (126 dias)
L (103 dias)
M (284 dias)
N (76 dias)
O (34 dias)
Período de acompanhamento
Observamos que pacientes que iam com mais freqüência ao ambulatório
apresentaram um melhor desempenho, mostrando a necessidade de um
18
acompanhamento com um curto período entre as consultas para que se obtenham
bons resultados, principalmente nesses pacientes cujo o grau de obesidade era muito
elevado.
Segundo o Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial - CBHA (1998) a
prevalência de hipertensão arterial em crianças e adolescentes pode variar de 2% a
13%. Estudos epidemiológicos brasileiros têm demonstrado prevalência de
hipertensão arterial, nessa faixa etária, entre 6% e 8%.
Nos pacientes estudados houve uma prevalência maior do que a citada pelo
CBHA na primeira consulta. Na tabela 6 nos mostra o nível da pressão arterial das
crianças e dos adolescentes na primeira consulta.
Tabela 6. Nível de pressão arterial das crianças e dos adolescentes obesos matriculados em atendimento ambulatorial. Santo André, 2005 a 2006.
Normal LimítrofeHipertensão
ArterialConsultas Nº% % %
crianças 10 70,0 20,0 10,0
adolescentes 05 40,0 0,0 60,0
Total 15 60,0 13,3 26,7
O tratamento não-medicamentoso da pressão arterial é obrigatório a partir
de quando a pressão sistólica/diastólica apresenta-se no limítrofe, com ênfase para
adoção de medidas em âmbito familiar, em especial a correção do excesso de peso
(CBHA, 1998).
A maioria das crianças e adolescentes que apresentaram hipertensão arterial
ou o nível estava no limítrofe apresentaram melhoras no decorrer das consultas.
19
Em um estudo realizado em Minas Gerais por RIBEIRO et al (2006) com
1.450 estudantes de seis a dezoito anos, cujo objetivo era examinar a associação de
sobrepeso e obesidade com perfis de atividade física, pressão arterial (PA) e lípides
séricos, observou que os adolescentes apresentaram valores significativamente
superiores de pressão arterial em relação às crianças e que 12% dos estudantes
apresentaram valores de pressão arterial acima dos valores normais (sistólica e/ou
diastólica). Na presente amostra também podemos observar que os adolescentes
apresentam uma maior porcentagem (60%) com hipertensão arterial na primeira
consulta em relação as crianças e que 40% dos pacientes apresentam valores acima
do normal na primeira consulta (13,3% no limítrofe e 26,7% hipertensão arterial).
GIULIANO et al (2004) observou em um estudo a distribuição dos lípides
por faixa etária. Notou-se uma tendência a níveis mais elevados até os 10 anos e um
decréscimo a partir desta idade do colesterol, dos triglicerídeos,e do HDL. No
presente estudo podemos verificar também um nível mais elevado de colesterol total
e triglicerídeos na faixa etária até 10 anos. Como pode ser observado na tabela 7, os
adolescentes não apresentaram nenhuma alteração nos exames e as crianças
presentaram os resultados aumentados ou no limítrofe, principalmente o colesterol.
Tabela 7. Resultados dos exames bioquímicos das crianças e adolescentes obesosmatriculados em atendimento ambulatorial. Santo André, 2005 a 2006.
Crianças AdolescentesExame
Nº Desejável Limítrofe Aumentado Nº Desejável Limítrofe Aumentado
% % % % % %
CT 08 25,0 50,0 25,0 05 100,0 0,0 0,0
LDL 08 50,0 25,0 25,0 05 100,0 0,0 0,0
HDL 08 100,0 0,0 0,0 05 100,0 0,0 0,0
TG 08 87,5 0,0 12,5 05 100,0 0,0 0,0
Um estudo realizado por FARIA et al (2004), com adolescentes atendidos
no Programa de Atenção à Saúde do Adolescente (PROASA), detectou que 47,4%
20
apresentavam o colesterol total elevado, o que não foi verificado no presente estudo,
apesar dos adolescentes serem obesos, o colesterol total apresentava-se dentro do
adequado.
Não foi possível avaliar a evolução dos parâmetros bioquímicos durante o
tratamento porque as informações para as consultas subseqüentes não estavam
registradas nos prontuários ou ocorreu o abandono do tratamento pelo paciente.
Seria importante a implantação de um protocolo de atendimento,
padronizando o atendimento por todos os profissionais do ambulatório e que
houvesse também, um controle de faltas dos pacientes. Pois, como foi observado nos
dados a cima a melhora do perfil nutricional foi pequena, portanto, o resultado da
intervenção não obteve o sucesso esperado.
21
5. Conclusão
As crianças e adolescentes estudados pertenciam a família de baixo nível
socioeconômico, onde seus pais apresentavam um grau de escolaridade não muito
elevado, a maioria possuía o ensino médio completo.
Com relação ao perfil nutricional, as crianças e os adolescentes
apresentaram o peso muito elevado, a média de Índice de Massa Corpórea foi acima
de 2,5 de Z-score, ocorrendo pequenas perdas entre as consultas, porém essas perdas
foram constantes. Já a altura apresentava-se dentro do adequado para idade.
Houve uma alta prevalência de hipertensão arterial ao iniciarem o
tratamento, diminuindo nas consultas seguintes, o que nos mostra a importância do
tratamento no controle desta. Já os exames bioquímicos mostraram-se alterados nas
crianças, principalmente o colesterol total.
Até a quarta consulta, 60% dos pacientes já haviam abandonado o
tratamento. Observamos também que pacientes que iam com mais freqüência ao
ambulatório apresentaram um melhor desempenho, portanto o tratamento a pacientes
que apresentam um grau de obesidade muito elevado como estes necessitam de um
acompanhamento com um período mais curto entre as consultas, já que a média
apresentada nesse estudo foi em torno de um a dois meses.
A obesidade requer muita atenção em relação aos hábitos alimentares e à
atividade física. Mesmo essa doença podendo ter multicausalidade, esta pode ser
controlada através de uma mudança no estilo de vida da criança, do adolescente e de
seus familiares.
A partir desse estudo, verifica-se a necessidade de investigar as causas do
abandono e de testar outras estratégias de intervenção para melhorar a adesão do
paciente ao tratamento. Seria importante, também, a implantação de um protocolo de
atendimento, envolvendo toda a equipe de saúde.
22
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26
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título da Pesquisa: Evolução de Crianças e Adolescentes Obesos
Acompanhados em Atendimento Ambulatorial
Eu, RG nº
responsável legal por RG nº
declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no
projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade da pesquisadora Tânia Regiana
B. Basttitini membro e responsável pelo atendimento nutricional no ambulatório da
Instituição de Ensino Faculdade de Medicina do ABC - Fundação do ABC e da
Regiane Badona dos Santos, aluna do 4º ano do Curso de Nutrição da Universidade
São Judas Tadeu, membro da Instituição de Ensino Faculdade de Medicina do ABC -
Fundação do ABC.
Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:
O objetivo da pesquisa é verificar a evolução nutricional de crianças e
adolescentes obesos acompanhados em atendimento ambulatorial;
Durante o estudo serão coletados os dados registrados nos prontuários médicos
referentes ao perfil demográfico, sócio econômico, nutricional e bioquímico;
A pesquisa não envolve risco para o paciente, uma vez que as informações são
levantadas do prontuário, informações estas obtidas rotineiramente durante o
atendimento pela equipe de saúde.
Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente
sobre a minha participação na referida pesquisa;
Os dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através
da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho,
expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;A1
27
Poderei consultar o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do
ABC – Fundação do ABC e o responsável pelo estudo, Nutricionista Tânia
Regina B. Basttitini sempre que necessário pelo telefone 4990-0531;
Este Termo de Consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em
meu poder e outra como o pesquisador.
São Paulo, de de 2006.
__________________________________________________
Nome e assinatura do Responsável Legal
_________________________________________________
Nome e assinatura do Pesquisador Responsável pelo Estudo