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DEFENSORIA PÚBLICA Estado de Mato Grosso
1ª. Defensoria Pública de Cáceres
EXCELENSTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA
____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CÁCERES – MT
PATRICK ALESSANDRO VANINI, brasileiro, solteiro,
portador do CPF n.º 052391396-60, nascido em 01/10/1980, por sua curadora PEDROSA DA CONCEIÇÃO VANINI BARBOZA, brasileira, separada,
estudante, portadora da cédula de identidade RG n.º 0323397-9 SSP/MT e CPF
n.º 303.759.591-49, residente e domiciliada na Rua Princesa Isabel, 470, Bairro
Cohab Velha, Cáceres/MT, por intermédio da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO, via Defensor Público firmatário, com endereço
infra-indicado, onde recebe as intimações de praxe, vem, à ilustre presença de
Vossa Excelência, com esteio legal nos artigos 227, caput, §§ 4º, 5º e 6º, 229 e
230 da Constituição Federal, propor a presente
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA CUMULADA COM PEDIDO DE ALIMENTOS
em desfavor de ORLANDO AUGUSTO DE FARIA, brasileiro, comerciante,
residente e domiciliado na Rua Princesa Isabel, n.º 30, bairro Vila Mariana, Casa
de Carne Bom Bife, Cáceres/MT, consubstanciado nos fatos e fundamentos
jurídicos adiante expostos:Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
Rua Coronel Faria, esquina com Rua Tiradentes nº 382, Centro, Cáceres – MT, CEP 78.200-000
Fone/Fax: (65) 3223-7005
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1ª. Defensoria Pública de Cáceres
A genitora do autor e o requerido se relacionaram
amorosamente por mais de 15 (quinze) anos, dos quais cerca 12 (doze) foram
convividos na forma de união estável.
Quando a genitora do requerente iniciou o relacionamento
em apreço, revelou ao requerido que se encontrava gestante de poucos meses,
nada obstante, o mesmo “assumiu” mãe e filho, situação que se consolidou com
o passar dos anos.
O requerido sempre tratou o requerente como se fosse
seu filho, dispensando-lhe afeto suficiente para que este, por sua vez, tivesse-o
como pai, e mais, para que toda a sociedade acreditasse ser ambos unidos por
laços biológicos.
Insta salientar que o requerente apresenta transtorno
mental crônico, motivo pelo qual, não obstante se tratar de um adulto, mantém
pelos pais afeto e dependência extrema, semelhantemente a uma criança.
Depois de tantos anos de união estável, sobreveio o fim da
relação, quando o requerente contava com 15 anos.
Pois bem.
É cediço que o ordenamento jurídico nacional,
tradicionalmente, costumava conferir maior destaque à filiação biológica, de
maneira que, não obstante a necessidade de respostas normativas aos anseios
Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
Rua Coronel Faria, esquina com Rua Tiradentes nº 382, Centro, Cáceres – MT, CEP 78.200-000
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sociais, promovia, por muitas vezes, o retardamento de avanços que
contemplassem expressamente a realidade brasileira.
O instituto do qual passaremos a tratar diz respeito a uma
dessas realidades, não sendo demais, para clarear o seu ângulo imensamente
social, lembrarmos das tantas vezes que foram ouvidos relatos sobre pessoas
que, malgrado a ausência de elo biológico, desenvolveram, de forma recíproca,
o mais primitivo e sagrado dos sentimentos, o amor contido na relação entre
pais e filhos.
O presente caso, nos termos pontuados alhures, em nada
destoa de tantos outros em que o homem, movido por boas intenções, toma
como responsabilidade própria, como seu filho, na acepção prática e real da
palavra, criança produto de relação anterior de sua esposa ou convivente.
Denomina-se paternidade socioafetiva a situação na qual
o sujeito é tratado como filho por quem, a despeito de não manter com ele um
laço de paternidade convencional, traz para si a responsabilidade sobre as
necessidades daquele primeiro, como um pai deve proceder em relação a um
filho, zelando pela sua educação, dispensando-lhe amor e tornando público a
relação entre ambos.
A partir da Constituição de 1988, todos os descendentes
passaram a ter os mesmos direitos e deveres, de maneira que “a origem
genética da pessoa, tendo perdido seu papel legitimador da filiação, máxime na
Constituição, migrou para os direitos da personalidade, com finalidades
distintas” 1
1 DIDIER JR. Fredie (org.). Leituras complementares de processo civil. 5ª ed. JusPodivm, 2007Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
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O estado de filiação se desvinculou do paradigma
puramente biológico, e conseqüentemente, do conceito discriminatório de
legitimidade, para abarcar as variantes extraídas da própria realidade social.
Hoje em dia, no que se refere à jurisprudência, agiganta-
se o entendimento de que no conflito entre a verdade biológica e a verdade
socioafetiva deve prevalecer esta última, pois o contrário seria despersonificar
o homem, desprestigiar a dignidade humana.
Perceba, desde aqui, que se está a entrar em discussão
muito semelhante àquela outrora assistida em torno do direito de casais que, a
despeito de não adotarem o procedimento indicado na lei, estabeleciam
relações de natureza inegavelmente parental, ou seja, com profundas
influências no direito de família, para as quais não pôde o legislador dar as
costas indeterminadamente, tratando-se hoje de matéria positivada, inclusive,
constitucionalmente, resultado, é bom que diga, da atuação da doutrina e
jurisprudência predominantes.
O requerido, em verdade, antes até de se apresentar à
sociedade como pai de uma criança que biologicamente não era sua, tomou
para si a paternidade sobre quem nem mesmo era nascido, à semelhança do
homem estéril que decide, juntamente com a sua mulher, que serão pais com a
ajuda da inseminação artificial, utilizando para tanto material reprodutivo
fornecido por outrem.
Os cuidados no tocante à alimentação e à educação, a
atenção e carinho no tratamento, tanto em público como no ambiente
doméstico, inclusive, o próprio hábito de chamar por filho, evidenciam o
comportamento constituidor da paternidade socioafetiva.Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
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Nos litígios em que a causa de pedir e o pedido se
mostram semelhantes aos presentes, a maior dificuldade que se apresenta ao
julgador, na maioria das vezes, é sopesar o sentimento existente entre as
partes e como isso se encontra reconhecido na sociedade, com o propósito de
buscar se daquela relação investigada sobressaem os elementos intrínsecos à
paternidade.
Porém, essa dificuldade não existe no caso sob
apreciação, uma vez que o requerente traz em anexo acervo probatório variado
e inequívoco, composto por cartas e cartões festivos lhe enviados pelo
requerido, nos quais este o trata expressamente como filho, além de inúmeras
fotografias familiares, de vários dos seus aniversários (02, 07, 10 e 11 anos) e,
inclusive, de ambos em passeio nas viagens de férias, uma delas, inclusive,
recentemente.
Dessa maneira, aliando tais fontes cognitivas ao
depoimento das testemunhas adiante arroladas, temos que a investigação será
em muito facilitada, possibilitando o tranqüilo reconhecimento do estado de
filiação socioafetivo.
Parafraseando Silvana Maria Carbonare, o afeto é um
elemento indispensável para a formação da pessoa, o elemento socioafetivo do
estabelecimento da filiação, baseado no comportamento das pessoas que o
integram, revela que o aspecto aparentemente mais incerto é o mais hábil para
revelar quem efetivamente são os pais, pois a verdadeira paternidade decorre
mais de amar e servir do que de fornecer material genético.
Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
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Para demonstrar que nem sequer estamos diante de fato
que não fora ainda, de alguma forma, tangenciado pelo ordenamento jurídico,
basta retomarmos a anterior referência à inseminação artificial heteróloga,
contemplada no artigo 1.597, V, do Código Civil, que fortaleceu a tese da
socioafetividade ao prever como filhos social aquele que não é filho biológico.
Além disso, existe a chamada “adoção à brasileira”, que
ocorre quando existe declaração sabidamente falsa no registro, sobressaindo o
estado de filiação contido neste documento inalterado, válido, buscando
preservar o estado de filiação estabilizado na convivência familiar.
Lecionando com muita propriedade, norteado pela
premissa de que pai é aquele que de fato — por conseguinte de direito —
constitui-se neste estado pelo afeto recíproco estabelecido com o filho,
trazemos à lume a lição de Silvio de Salvo Venosa, para quem:
“a cada passo, nessa seara, sempre deverá ser levado
em conta o aspecto afetivo, qual seja, a paternidade
emocional, denominada socioafetiva pela doutrina, que
em muitas oportunidades, como nos demonstra a
experiência de tantos casos vividos ou conhecidos por
todos nós, sobrepuja a paternidade biológica ou genérica.
A matéria é muito mais sociológica ou psicológica do que
jurídica. Por essas razoes, o juiz de família deve sempre
estar atento a esses fatores, valendo-se, sempre que
possível, dos profissionais auxiliares, especialistas nessas
áreas2.”
2 VENOSA, Sílvio de Salvo. Ed. Atlas, v. VI.
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Julie Cristine Delinski tem igual preocupação no sentido
de que o nosso direito precisa ser claro no respeitante à significação da
socioafetividade, pois se vê que “a afeição tem valor jurídico, que a
maternidade ou paternidade biológica de nada valem diante do vínculo afetivo
que se forma entre a criança e aquele que trata e cuida dela, que lha dá amor e
participa da sua vida”.
À luz de todo o exposto, o requerente pode exigir o
reconhecimento da paternidade socioafetiva de forma coercitiva, através da
presente ação, sendo mister pontuar que, segundo relato da genitora, o
requerido e ela somente não fizeram constar o nome deste na certidão de
nascimento do requerente por imaginarem que estariam faltando com a verdade.
Sobre isso, inclusive demonstrando a plena possibilidade
jurídica do pedido adiante formulado, é imperioso analisarmos o entendimento
de doutrinadores do porte de Paulo Luiz Netto Lobo, segundo o qual, fazendo
referência a outro renomado jurista, leciona que:
“Alerta João Baptista Villela que se o registro diz
que B é filho de A e A não é efetivamente o
procriador genético de B, o registro não conteria
necessariamente uma falsidade, pois ele é o
espelho das relações sociais de parentesco. Na
Constituição se colheriam o compromisso da
República Federativa do Brasil com a solidariedade,
a fraternidade, o bem-estar, a segurança, a
liberdade, etc, estando essas opções axiológicas
muito mais para uma idéia da paternidade fundada Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
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no amor e no serviço do que para a sua submissão
aos determinismos biológicos.
Verdade e falsidade no registro civil e na biologia
têm parâmetros diferentes. Um registro é sempre
verdadeiro se estiver conciliado com o fato jurídico
que lhe deu origem. E é sempre falso na condição
contrária. A chamada verdade biológica, se for o
caso de invocá-la ou fazê-la prevalecer, tem um
diverso teatro de operações: o das definições
judiciais ou extrajudiciais. Para que chegue ao
registro tem de converter-se em fato jurídico, o que,
no tocante à natureza da filiação, supõe sempre um
ato de vontade — pessoal, se for do declarante;
política, se for da autoridade — e, portanto, um
exercício de liberdade. Um cidadão que comparece
espontaneamente a um cartório e registra, como
seu filho, uma vida nova que veio ao mundo, não
necessita qualquer comprovação genética para ter
sua declaração admitida.” DIDIER JR. Fredie (org.).
Leituras complementares de processo civil. 5ª ed. JusPodivm, 2007
O artigo 227 da Constituição Federal dispõe que:
“Artigo 227 - É dever da família, da sociedade e
Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e a convivência familiar e
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comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão".
. O artigo 1.596, do Código Civil, por sua vez, assim
estabelece:
Artigo 1.596 – Os filhos havidos ou não da relação de
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
Em relação ao direito aos alimentos, independentemente
dos fatos e pormenores ora explicados, a questão essencial é o dever legal de
alimentar do requerido, como nos ensina a renomada Maria Helena Diniz, em
sua obra "Curso de Direto Civil Brasileiro", 5º Volume, Página 317, 10ª Edição,
Editora Saraiva:
"Segundo Orlando Gomes, Alimentos são prestações para
satisfação da necessidade vitais de quem não pode provê-
las por si. Compreende o que imprescindível à vida da
pessoa como alimentação, vestuário, habitação, tratamento
médico, diversões, e, se a pessoa alimentada for menor de
idade ainda verbas para sua instrução e alimentação."
Os alimentos são prestados para a satisfação das
necessidades de quem não pode provê-los, tendo por finalidade fornecer meios
para assistência do necessitado, não sendo demais salientar vez mais que o
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requerente apresenta sérios problemas de saúde, dependendo inteiramente do
auxílio da sua genitora.
Por outro lado, o requerido é comerciante consolidado na
cidade de Cáceres, possuindo além do estabelecimento mencionado quando da
indicação do seu endereço, propriedades rurais e automóveis, podendo muito
bem contribuir com a quantia pleiteada, sem o prejuízo à sua mantença.
A Constituição Federal em seu artigo 229 relata o dever de
pais e filhos, vejamos:
"Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade."
Conforme o ilustre jurista Yussef Said Cahali na Obra “Dos
Alimentos”, no que se refere ao caso, em relação ao parentesco, através do
reconhecimento por sentença judicial em Ação de Investigação de Paternidade,
é óbvio que o direito de reclamar alimentos se manifesta, podendo, assim, o filho
exigi-los do pai:
Ausente a prova pré-constituída da relação de parentesco,
ou não tendo o filho optado pela ação ordinária de
alimentos, a prestação alimentícia condiciona-se ao
reconhecimento judicial explícito ou incidenter tantum da
paternidade.
Incumbe aos genitores, conjuntamente, sustentar os filhos,
provendo-lhes a subsistência material, física e moral, fornecendo-lhes Missão: Promover assistência jurídica aos necessitados com excelência, efetivando a inclusão social, respaldada na ética e na moralidade.
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alimentação, vestuário, abrigo, medicamentos, educação, enfim, tudo que se
faça necessário à manutenção e sobrevivência dos mesmos, porém, no caso em
questão, esta obrigação vem sendo cumprida somente pela genitora.
O Código Civil é claro e preciso ao tratar do dever de
alimentar dos pais, quanto aos seus descendentes, consoante se atém nos
artigos 1694 e 1696, e nos princípios consubstanciados no Estatuto da Criança e
Adolescente, in verbis:
“Art. 1694 – Podem os parentes, aos cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social inclusive para atender as necessidades de
sua educação.”
“Art. 1696 – O direito à prestação de alimentos é
recíproco, entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em
grau, uns em falta de outros”.
“Art. 22 ECA – Aos pais incumbe o dever de sustento,
guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
cumprir as determinações judiciais”.
Quanto ao cabimento de fixação de alimentos, Washington
de Barros Monteiro, em seu livro Curso de Direito Civil – Direito de Família – 2º
Volume, explica claramente:
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“Na ação de investigação de paternidade, ainda que
iniciada pelo Ministério Público, se procedente o pedido, o
juiz fixará alimentos definitivos ou provisionais, se deles
necessitar o alimentado.”
Assim, com o reconhecimento da paternidade do requerido
em relação ao requerente, deverão ser fixados alimentos na quantia equivalente
a 01 (um) salário mínimo, além de metade das despesas extraordinárias, com
educação e saúde.
III – DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer:
a) a citação do requerido, no endereço supra-indicado, conferindo-se ao
oficial de justiça as benesses do art. 172, § 2º do Código de Processo
Civil, para, querendo, responder aos termos da demanda;
b) a procedência do pedido para que seja reconhecida a paternidade do requerido em relação ao requerente, para todos os fins de direito, oficiando-se ao Cartório pertinente para as devidas averbações;
c) a procedência do pedido para que o requerido seja condenado ao pagamento mensal de pensão alimentícia, na quantia equivalente a 01 (um) salário mínimo, até o dia 10 (dez) de cada mês, mediante depósito em conta a ser aberta e indicada
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a este juízo, além de metade das despesas extraordinárias, com educação e saúde;
d) a intimação do representante do Ministério Público, para acompanhar
a presente demanda;
e) a concessão ao requerente dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 2º, parágrafo único e artigo 4º da Lei 1.060, de 5 de dezembro de 1950, por ser pobre na acepção jurídica do termo;
f) a intimação pessoal do Defensor Público para todos os termos e atos do processo (artigo 128, inciso I, da Lei Complementar Federal 080/94; e art. 5º, § 5º, da Lei Federal nº. 1060/50).
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do requerido, sob pena de confesso, oitiva das testemunhas, cujo rol desde já é apresentado, e documentos anexados à presente.
Dá-se ao valor da causa de R$ 4.980,00 (quatro mil
novecentos e oitenta reais).
Nestes termos,
Espera Deferimento,
Cáceres/MT, 14 de julho de 2008.
MARCELLO AFFONSO BARRETO RAMIRES
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DEFENSOR PÚBLICO
ROL DE TESTEMUNHAS:
a) Luiz Oliveira do NascimentoEnd.: rua Ávila, s/n.º, Bairro Jardim Imperial, Cáceres-MT;
b) Catarina Pires de SouzaEnd.: rua Quintino Bocaiúva, Cáceres-MT;
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