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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHOPROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA _____ VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA/DF
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, Procuradoria
Regional do Trabalho da 10ª Região, com sede no SEPN 513,
Edifício Imperador, Bloco D, nº 30, 3º e 4º andares, em
Brasília/DF, CEP 70.760-524, ora representado pela Procuradora
do Trabalho signatária, no desempenho das atribuições
outorgadas pelos artigos 127, caput, e 129, III, da
Constituição da República, e artigos 6º, VII, 'a' e 'd', e 83,
I e III, da Lei Complementar nº 75/93, e ainda com suporte no
microssistema processual inserto nas Leis nº 7.347/85 e
8.078/90, vem perante Vossa Excelência propor
AÇÃO CIVIL PÚBLICA com pedido URGENTE de antecipação
dos efeitos da tutela jurisdicional
em face da EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES - EBSERH, pessoa jurídica de direito privado
inscrita no CNPJ sob nº 15.126.437/0001-43, com sede no Setor
Comercial Sul, Quadra 9, Lote C, Edifício Parque da Cidade
Corporate, Torre C, 1º 2º e 3º andares, Asa Sul, nesta cidade
de Brasília/DF, CEP 70.308-200, onde deverá receber citação,
pelas razões de fato e de direito expostas a seguir.
SEPN 513, Ed. Imperador, Bloco D, nº 30, 3º e 4º andares, Salas 320 a 331 e 401/420
CEP 70.760-524 - Brasília/DF - Tel.: (61) 3307-7200
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHOPROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO
I – DOS FATOS
No início deste mês a Procuradoria Regional do
Trabalho da 10ª Região instaurou procedimento investigativo a
partir de denúncias – uma delas subscrita pelo Exmo. Juiz do
Trabalho da 6ª Vara de Brasília/DF, Dr. Rogério Neiva Pinheiro
– de aparentes irregularidades nos editais do concurso público
que está sendo realizado pela EBSERH (inscrições abertas até
28/07/2013) para preenchimento de cerca de 1.100 vagas e
formação de cadastro de reserva em empregos do Hospital
Universitário de Brasília – HUB (EDITAIS Nº 02, 03 e 04, de 25
de junho de 2013).
A análise dos referidos editais revelou, de fato, a
existência de pelo menos dois aspectos relacionados à segunda
e última etapa do certame que merecem ser mais bem
equacionados, segundo entende este Parquet, para que restem
observados os princípios e normas incidentes na matéria. São
eles: a) o peso marcante – para não dizer excessivo ou
desproporcional – atribuído a essa segunda e última etapa
(chamada Avaliação Curricular de Títulos e de Experiência
Profissional) em relação ao total de pontos distribuídos na
primeira etapa e em relação ao total de pontos distribuídos no
concurso como um todo; e b) a distinção estabelecida pela
empresa entre o tempo de serviço prestado em hospitais de
ensino e o tempo de serviço prestado em outros ambientes, para
fins de pontuação na avaliação da experiência profissional do
candidato.
Diante da necessidade de compreender melhor a
situação e eventualmente alcançar uma solução administrativa
para o caso, a EBSERH foi convidada a comparecer em audiência
perante este Órgão no último dia 09/07/2013, oportunidade em
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que prestou diversos esclarecimentos, mas afirmou a
impossibilidade de alterar espontaneamente as regras
editalícias em questão, muito embora o concurso esteja no seu
início, com o prazo para inscrições aberto até o dia
28/07/2013 (ata de audiência anexada à presente).
Logo, outra alternativa não restou ao Ministério
Público do Trabalho, senão o ajuizamento da presente Ação
Civil Pública, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela
pretendida (haja vista a necessidade urgente de evitar os
prejuízos advindos da execução do concurso sem as retificações
ora pleiteadas), a fim de que o provimento judicial possa
restabelecer o ordenamento jurídico violado, como adiante se
demonstrará em detalhes.
II – DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA CONTROVÉRSIA
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares -
EBSERH, empresa pública vinculada ao Ministério da Educação,
teve sua criação autorizada pela Lei nº 12.550, de 15/12/2011,
diploma que é objeto da ADI 4895, ajuizada no início deste ano
pelo Procurador-Geral da República.
No exercício de suas competências e com o objetivo
de cumprir sua finalidade, a EBSERH elabora Planos de
Reestruturação dos hospitais universitários federais, mediante
anuência prévia (Termo de Adesão) da universidade interessada.
Esta, aprovando o referido Plano, de acordo com suas normas
estatutárias e regimentais, firma com a empresa pública
contrato administrativo por meio do qual lhe transfere a
administração integral do seu hospital, no âmbito do Sistema
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Único de Saúde, incluindo toda a contratação e gestão do
pessoal necessário para a dita reestruturação.
Abrindo um parêntese, ocorre, ao que parece, uma
espécie sui generis de terceirização de serviços intra muros,
isto é, terceirização de serviços dentro da própria
Administração Pública, de uma autarquia para uma empresa
pública, figura jurídica um tanto curiosa.
Pois bem. A partir da assinatura do contrato
administrativo com uma universidade federal, a EBSERH inicia
os procedimentos de reestruturação completa do seu hospital,
providenciando, quanto aos recursos humanos necessários, a
contratação das pessoas que integrarão o quadro de empregados
dela, empresa, mas serão lotadas naquele hospital
universitário determinado. Para tanto, utiliza-se de processo
seletivo simplificado ou do concurso público propriamente
dito, conforme o caso.
Até o momento, apesar de já ter concluído a
assinatura de contratos com pelo menos cinco universidades
federais no País, entre as quais a Universidade de Brasília/DF
(cujo contrato, assinado e publicado em janeiro deste ano, é
objeto da ACP 12124-78.2013.4.01.3400, ajuizada pela
Procuradoria da República no Distrito Federal, diga-se de
passagem), a EBSERH realizou concurso público para a
contratação de pessoal a ser lotado apenas no Hospital
Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI).
Nesse primeiro concurso que promoveu para o HU-UFPI,
a EBSERH enfrentou algumas dificuldades, como é próprio de
todo início, incluindo intervenção prévia do MPF, por meio de
Recomendação, e também atuação do MPT, sendo notável ainda o
fato de que os editais desse certame foram retificados nove
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vezes. Consulte-se em http://ebserh.mec.gov.br/processos-
seletivos/18-processos-seletivos/172-concurso-publico-hu-
ufpi).
Para realizar o segundo concurso e contratar o
pessoal próprio (aproximadamente 1.100 empregados), que será
lotado no Hospital Universitário de Brasília (HUB) nas áreas
assistencial (médicos, outros profissionais de nível superior
e de nível médio) e administrativa (nível superior e médio), a
EBSERH publicou no final do mês passado, com inscrições abertas
no período de 27/06/2013 a 28/07/2013, os EDITAIS Nº 02, 03 e
04 de 2013.
Embora distintos e publicados para o provimento de
empregos também distintos, esses três editais estipulam regras
bastante semelhantes (na verdade, idênticas em muitos pontos)
para os três concursos, de modo que doravante o autor usará
tão-somente o termo concurso, sem se referir a nenhum edital
específico, até porque os principais itens editalícios objeto
desta ação (itens 9.27 e 9.30) possuem idêntica redação nos três
documentos.
III – DO DIREITO
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE.
PRINCÍPIOS DA ISONOMIA, DA LEGALIDADE, DA
IMPESSOALIDADE E DO AMPLO ACESSO AOS CARGOS E
EMPREGOS PÚBLICOS (ARTIGO 5º, CAPUT, E 37, CAPUT, I
E II, DA CR/88). ARTIGO 10, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI
Nº 12.550/2011
A conduta da EBSERH estampada nos EDITAIS Nº 02, 03
e 04/2013 (especialmente nos itens 9.27 e 9.30), destinados a
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prover centenas de empregos públicos no Hospital Universitário
de Brasília, fere os princípios e normas constitucionais acima
identificados, além de ofender literalmente disposição
expressa de lei. Senão, veja-se.
a) Proporção/peso da Avaliação Curricular de Títulos
e de Experiência Profissional (segunda etapa do concurso) em
relação aos pontos distribuídos na primeira etapa e em relação
ao total de pontos do concurso como um todo.
O concurso aberto pela EBSERH para provimento de
empregos no HUB possui duas etapas: uma prova objetiva,
eliminatória, com pontuação máxima de setenta pontos; e uma
avaliação de títulos e de experiência profissional, de
natureza classificatória, com pontuação máxima de trinta
pontos (quinze pontos de experiência profissional e quinze
pontos de títulos). Pequena exceção está prevista para os
candidatos a empregos de nível médio, os quais são avaliados
apenas pela experiência profissional, podendo alcançar nessa
segunda etapa, portanto, no máximo quinze pontos.
É o que disciplinam, em linhas gerais, os itens
8.1, 9.27 e 9.30 dos três editais.
Em suma, para os empregos de nível superior o
concurso distribui 100 pontos no total (70 pontos na prova
objetiva e 30 pontos na avaliação de títulos e de experiência
profissional, sendo 15 pontos em cada uma) e para os empregos
de nível médio o concurso distribui 85 pontos no total (70
pontos na prova objetiva e 15 pontos na avaliação de
experiência profissional).
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Essa distribuição imponderada de pontos,
Excelência, foi denunciada e chamou a atenção deste Órgão.
Deveras, afronta os princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade que num total de 100 pontos a avaliação de
títulos e de experiência profissional responda por 30 deles,
representando 30% de todas as etapas do concurso e cerca de 43%
do valor da prova objetiva, no caso dos empregos de nível
superior. Essa valoração excessiva dos títulos e da
experiência profissional no concurso coloca em grande
desvantagem os candidatos ainda desprovidos ou de pouca
experiência acadêmica e profissional, mas eventualmente
preparados, firmes e atualizados nos conhecimentos cobrados na
primeira etapa do certame.
Diferentemente de outros concursos, em que os
títulos (incluída a experiência profissional) são aferidos
depois da relação final de aprovados (todos dentro do número
de vagas oferecido), apenas para fins de classificação entre
eles, no concurso ora realizado pela EBSERH a avaliação de
títulos e de experiência profissional determinará a
classificação geral dos candidatos aprovados, conforme item
10.2 dos editais. A partir dessa classificação geral serão
inicialmente contratados os que estiverem dentro do número de
vagas estipulado para cada emprego nos ANEXO I de cada edital.
Assim, a valoração excessiva dos títulos e da
experiência profissional pode eventualmente significar a própria
admissão (ou não) no emprego, dependendo do desempenho do
candidato na prova objetiva e de sua pontuação em títulos e
experiência profissional.
Não é consentâneo com os princípios da isonomia e
do pleno acesso aos cargos e empregos públicos, consagrados
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nos artigos 5º, caput, e 37, I, ambos da Constituição da
República, que a prova de títulos tenha um papel tão
determinante no concurso, a ponto de poder definir a posse do
candidato no cargo ou emprego público pleiteado, funcionando
praticamente como critério de admissão.
Há, nos editais publicados pela EBSERH, verdadeiro
desvio de finalidade da prova de títulos, que deveria ser
apenas a de classificar um pouco melhor os candidatos que
reúnem experiência, atributos e conhecimentos técnicos que os
tornam, em tese, mais capazes para o exercício da função em
relação a seus colegas concorrentes.
Ademais, é possível suspeitar que a novel empresa
pública, incumbida da tarefa igualmente nova de reestruturar
os hospitais universitários das universidades federais que
assim desejem, ainda não chegou a um consenso sobre a forma de
pontuar os títulos e a experiência profissional de seus
candidatos e sobre o impacto que essa pontuação deva ter nos
concursos públicos que promove.
Fortalece essa suspeita o fato de que no primeiro
concurso que realizou para contratar o pessoal de um hospital
universitário (o HU-UFPI) a EBSERH estabeleceu pontuações
inteiramente distintas das que agora faz para o concurso do
HUB, muito embora o total dessa avaliação também fosse de
trinta pontos: quinze para a experiência profissional e quinze
para os títulos, no caso dos empregos de nível superior; e
trinta pontos para a experiência profissional, no caso dos
empregos de nível médio (outra diferença daquele caso, pois
para o HUB os candidatos a empregos de nível médio concorrem
apenas com quinze pontos de experiência profissional). Veja-
se, a respeito, o item 10.3 dos respectivos editais, cuja
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cópia parcial está anexada à presente (CONCURSOS PÚBLICOS NºS
02 E 03/212, EDITAL Nº 01/2012).
Não bastasse, antes disso a EBSERH já havia
estipulado outras pontuações para a experiência profissional e
as titulações acadêmicas, ao realizar, no final de 2012, um
concurso público para prover os empregos lotados em sua própria
sede. Naquele caso, além de ter pontuações distintas a
avaliação total da experiência profissional e das titulações
alcançava, no máximo, vinte pontos. E isso de um total de 110
pontos distribuídos nas três etapas (80, 10 e 20), de sorte
que a prova de títulos representava cerca de 18% do total do
concurso e apenas 25% da prova objetiva. Números bem inferiores
e bem menos impactantes, se comparados com o concurso ora em
andamento (vejam-se os itens 9, 10 e 12 do EDITAL Nº 01, de 17
de outubro de 2012, cuja cópia parcial acompanha esta peça).
Apesar de serem muitos os dados, Excelência, o que
se pretende demonstrar é que ao que tudo indica a própria
EBSERH ainda não está segura dos critérios que vem aplicando em
seus concursos, pois a cada oportunidade publica um edital
diferente para prover os mesmos cargos. Os mesmos cargos, sim,
pois a empresa possui um único Plano de Cargos, Carreiras e
Salários, aplicável a todos os seus empregados, no qual estão
previstas apenas quatro carreiras, duas de nível superior, uma
de nível técnico e uma de nível médio, cada qual com seus
respectivos cargos nominalmente identificados. Não é possível
que para prover o mesmo emprego, com a mesma remuneração, a
empresa estabeleça critérios diferentes em três concursos
seguidos, num espaço de tempo tão curto (últimos nove meses).
http://ebserh.mec.gov.br/images/pdf/gestao_pessoas/plano_cargo
s_carreiras_salarios_publicado_080513.pdf.
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Registre-se, ainda, que o MPF no Piauí procurou
evitar o problema que hoje este Parquet busca contornar,
quando a EBSERH realizou um processo seletivo simplificado
para o HU-UFPI com valoração exorbitante da avaliação
curricular de experiência profissional e títulos (metade dos
pontos distribuídos no processo seletivo). Na ocasião, o
Procurador da República oficiante expediu uma RECOMENDAÇÃO ao
Presidente da EBSERH, para
“a) que quando da realização do concurso público para contratação do quadro de pessoal – empregados públicos – do Hospital da Universidade Federal do Piauí – HU, os critérios de atribuição de pontos para avaliação curricular de títulos e experiência profissional sejam razoáveis e proporcionais, de modo que não haja violação ao princípio da isonomia, nos moldes equivalentes, no mínimo, aos utilizados no concurso público da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH/SEDE, Edital nº 01, de 17 de outubro de 2012.”
Sucede que a empresa não acatou essa recomendação.
Nem mesmo para o concurso do Piauí, que atribuiu 30 pontos à
avaliação de experiência e títulos, num total de 100 pontos.
Ora, o edital citado como parâmetro mínimo na
Recomendação do MPF, referente ao concurso para a sede da
empresa, havia atribuído apenas 20 pontos a essa etapa, e isso
num total de 110 pontos, conforme já explanado. Vale dizer, a
proporção da avaliação curricular de experiência e de títulos no
concurso da sede foi bem menor e menos impactante do que no
concurso realizado no Piauí e agora no concurso do HUB.
Embora despiciendo, não sobeja observar que a
expressão “nos moldes equivalentes, no mínimo” deve ser
interpretada de acordo com a finalidade da Recomendação do MPF,
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pois se a intenção era evitar o peso desproporcional da prova
de títulos, para não caracterizar violação ao princípio da
isonomia, decerto que os 20 pontos do edital do concurso da
sede da empresa (ou 18% do total do concurso) eram, na
verdade, a pontuação máxima que ela deveria estipular para a
avaliação de experiência e de títulos.
Em artigo doutrinário publicado na Revista do
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (Edição Especial,
ano XXVII), Cristiana Fortini, Doutora em Direito
Administrativo pela UFMG, faz precisas considerações acerca da
matéria em foco (grifos acrescidos):
“Tão importante quanto a identificação da necessidade ou não da realização da prova de títulos é o estabelecimento da sua extensão no contexto do certame.
Tem-se que para ambas as tarefas, definição da existência da prova de títulos e pontuação a lhe ser reservada, o legislador e o gestor público devem valer-se do princípio da proporcionalidade, para que se reconheçam formações e experiências relevantes para a Administração Pública e não se atribuam pontos demasiados a títulos corriqueiros.
(…)
Da leitura da Constituição da República se extrai, sem grande esforço, a posição subalterna da fase de títulos.
Não bastasse o fato de o art. 37, II, admitir concurso público sem a análise de títulos, mas afirmar a imprescindibilidade das provas em certame dessa natureza, a investigação sobre a finalidade a que se destina a referida regra eliminaria qualquer discussão que ainda pudesse ser travada.
Com efeito, se o concurso público é procedimento dedicado a homenagear a impessoalidade, a moralidade e eficiência, permitindo, sem qualquer forma de prestígio pessoal a demonstração de
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conhecimento pelos interessados em ocupar cargos públicos efetivos ou empregos públicos efetivos, não seria permitido apontar os futuros servidores estatutários de cargo efetivo e empregados públicos a partir da mera aferição de sua bagagem intelectual e profissional, porque, em regra os mais jovens seriam prejudicados, assim como também o seriam aqueles que por razões socioeconômicas tiveram menores chances de abastecer seu currículo.
(…)
Também não se pode ignorar que os títulos podem revelar, no máximo, e a depender da sua natureza, apenas o conhecimento presumido.
Desde logo se percebe que a análise dos títulos não tem o condão de identificar o candidato portador de maior conhecimento. As provas, e apenas elas, permitem inferir quão preparado o concorrente está. Não é por outra razão que a Constituição da República inadmite concurso público limitado à investigação e valoração dos títulos, exigindo, ao revés, provas em todo concurso público. Os títulos, ainda que possam revelar experiências, a depender do que venha a ser reconhecido como título hábil em dado certame, não traduzem o mecanismo correto para a avaliação do mérito.
Por isso, a avaliação dos títulos assume caráter acessório, complementar e ancilar quando comparada às provas de conhecimento.”
Por tudo quanto posto e para minorar os potenciais
prejuízos de um concurso que já está em andamento, o MPT
entende que a EBSERH deve retificar o quanto antes os EDITAIS
NºS 02, 03 e 04/2013, especialmente os itens 9.27 e 9.30 (além
de outros que possam ser afetados em sua redação pela devida
retificação), a fim de que a AVALIAÇÃO DE TÍTULOS E DE
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL tenha pontuação máxima de 20 (vinte
pontos), sendo 10 (dez) pontos para experiência profissional e
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10 (dez) pontos para títulos acadêmicos, nos moldes
estabelecidos no EDITAL Nº 01, de 17 de outubro de 2012.
b) Distinção estabelecida entre o tempo de serviço
prestado em hospitais de ensino e o tempo de serviço prestado em
outros locais, para fins de pontuação na avaliação da
experiência profissional do candidato.
Ao pontuar o tempo de serviço para fins de
avaliação da experiência profissional dos candidatos aprovados
na primeira etapa do concurso, para emprego de nível médio ou
superior, a EBSERH cometeu nítida e reprovável discriminação,
em clara ofensa aos princípios da isonomia, da legalidade, da
impessoalidade e do amplo acesso aos cargos e empregos
públicos (artigos 5º, caput, 37, caput, I e II, da CR/88, e
artigo 10, parágrafo único, da Lei nº 12.550/2011).
De fato, a empresa distinguiu entre o tempo de
exercício da profissão prestado em hospital de ensino, ao qual
atribuiu 1,0 ponto por ano completo de serviço, e o tempo de
exercício da profissão em outros locais, ao qual atribuiu 0,8
ponto por ano completo de serviço. Veja-se:
9.27. A pontuação relativa aos títulos e às experiências profissionais se limitará ao valor máximo de acordo com as tabelas de pontuação.
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Ora, a injustificada distinção perpetrada pela
empresa afronta os princípios constitucionais já citados e de
forma especial o princípio da legalidade. Isso porque o
parágrafo único do artigo 10 da Lei nº 12.550/2011, que
autorizou a criação da EBSERH, não estabelece nenhuma distinção
semelhante, sendo sabido e consabido que ao administrador não é
dado distinguir onde o legislador não o fez, menos ainda para
restringir direitos, sob pena de agir contra legem.
Eis o dispositivo, com grifo acrescido:
“Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação complementar, condicionada a contratação à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de Administração.
Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o preenchimento de emprego no âmbito da EBSERH poderão estabelecer, como título, o cômputo do tempo de exercício em atividades correlatas às atribuições do respectivo emprego.”
Como se pode observar do parágrafo único acima
reproduzido, o título se refere ao cômputo do “tempo de
serviço” em atividades “correlatas às atribuições do
respectivo emprego”. Noutras palavras, a lei mandou computar
indistintamente o “tempo de serviço” “em atividades correlatas
ao respectivo emprego”, ou seja, sem qualquer diferenciação.
A Lei nº 12.550/2011 tratou de forma equânime todas
as atividades que se relacionem ao respectivo emprego,
determinando que se valorizasse tão-somente “o tempo de
serviço”. Elegeu, portanto, apenas dois critérios: o tempo de
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serviço e a correlação das atividades anteriormente
desempenhadas às atribuições do cargo em disputa.
Evidentemente não contemplou de forma especial ou diferenciada
o local onde essas atividades correlatas foram exercidas, seja
em hospital de ensino ou em outros ambientes. O que importa
para a lei é a sintonia entre a experiência profissional
anterior e as atribuições do emprego público que será ocupado
pelo candidato.
Importante notar que não se está diante de uma
omissão normativa. Ao contrário, a lei expressamente
disciplinou a prova de títulos relativa à experiência
profissional dos candidatos aos concursos da EBSERH e, ao
fazê-lo, não contemplou a possibilidade de o administrador
público valorizar ou desvalorizar esta ou aquela experiência
profissional em razão do local onde foi desempenhada.
O princípio da legalidade estrita exige que o
administrador aja dentro dos limites e parâmetros
expressamente estabelecidos na norma, fazendo apenas o que a
lei manda ou expressamente autoriza. Todavia, a EBSERH afasta-
se da correta interpretação e aplicação da norma em apreço,
restringindo direitos e melindrando a isonomia que deve haver
entre os candidatos ao desvalorizar experiências profissionais
obtidas em lugares outros que não os hospitais de ensino.
A Lei nº 12.550/2011 não restringe direitos de
nenhum candidato. Ao revés, trata todas as experiências
profissionais de forma isonômica, bastando que sejam em
atividades correlatas às atribuições do cargo. Ora, se a lei
não autorizou o administrador a qualificar ou desqualificar,
sobrevalorizar ou subvalorizar a experiência profissional de
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acordo com o local em que a mesma é desempenhada, proceder
dessa forma é ferir gravemente o princípio da legalidade.
O candidato que concorre ao emprego de médico, por
exemplo, tem o direito de ver computado o seu tempo de serviço
anteriormente desempenhado nessa mesma atividade, ou seja, de
médico (pois ela é correlata ao emprego para o qual está
concorrendo), independentemente do local onde o tenha feito,
desde que providencie as comprovações estipuladas pela EBSERH.
Cabe à empresa valorar apenas “o tempo de serviço”, tal como
diz a lei.
O mesmo se dá em relação a todas as profissões
constantes dos EDITAIS Nº 02, 03 e 04/2013, sejam de nível
médio ou superior, da área médica ou não. A empresa deve
atribuir pontuação igual por ano de experiência profissional a
todos os candidatos de nível médio e de nível superior, desde
que, obviamente, comprovado o tempo de serviço em atividade
correlata ao emprego pleiteado.
De mais a mais, não é possível relevar a conduta
discriminatória da empresa por se tratar de diferença pequena
entre os critérios de valoração da experiência profissional
(1,0 ponto e 0,8 ponto). Discriminação não se mede, ou ela é
lícita ou ilícita. Não se tolera uma pequena ou meia
discriminação em função do tamanho do prejuízo que ela possa
causar, pois o que se combate em essência é o ato
discriminatório e não o tamanho do seu resultado.
Por outro lado, não impressiona o argumento central
da EBSERH, no sentido de que o trabalho peculiar desenvolvido
dentro de um hospital de ensino justificaria a distinção entre
os tempos de experiência, para fins de classificação no
concurso. Nem tudo em um hospital de ensino está voltado para a
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atividade docente. E mesmo as rotinas que o estejam podem ser
facilmente assimiladas (e até arejadas, ousa-se dizer) pelos
profissionais vindos de outros ambientes de trabalho.
Além disso, revela-se totalmente desarrazoado e
ilógico atribuir essa pontuação diferenciada a todos os
empregos de nível superior e de nível médio que sequer são da
área da saúde (advogados, engenheiros, arquitetos, técnicos em
informática etc.), exclusivamente porque a experiência
profissional foi obtida em um hospital de ensino.
Na verdade, o que dimensiona o nível de
complexidade de um estabelecimento de saúde no Brasil é o
“nível de atenção” que esse mesmo estabelecimento oferece à
população: “atenção básica”, “média complexidade” e “alta
complexidade”. E não necessariamente o nome do lugar onde o
serviço é prestado (hospital, clínica, consultório etc.).
Há clínicas e consultórios que ofertam atendimento
ambulatorial de média complexidade, inexistindo qualquer lógica
em dizer que os profissionais de uma clínica ou consultório
são menos qualificados do que os profissionais de um hospital.
O que determina o nível de complexidade das atribuições é o
nível de complexidade do atendimento à saúde ofertado pelo
estabelecimento.
Do mesmo modo, um hospital que oferece serviços de
atenção básica, de média e de alta complexidade pode ter
profissionais lidando apenas com a atenção básica. Donde não se
poder adotar como regra que um profissional que trabalha em um
hospital seja sempre o mais qualificado.
Assim, se a EBSERH pretendesse, de fato, selecionar
profissionais mais qualificados, deveria ter estabelecido como
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critério não o local do exercício anterior da experiência
profissional (hospital de ensino e outros), mas a experiência
efetivamente desempenhada em atividades de alta complexidade,
de média complexidade e de atenção básica.
Outro dispositivo constitucional violado pelos
editais em comento é o inciso II do artigo 37 da Magna Carta, o
qual exige que o concurso público de provas e títulos seja
realizado em consonância com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, porém, “na forma prevista em lei”.
Tem-se, pois, mais uma vez, que a EBSERH deveria
seguir a forma de avaliação da experiência profissional
prevista no parágrafo único do artigo 10 da Lei nº
12.550/2011.
Com efeito, se o concurso público, na fase de
títulos, deve observar a forma prevista em lei, e se essa lei,
por sua vez, determina que os títulos, quando relacionados à
experiência profissional, devem levar em consideração o “tempo
de exercício” em “atividades correlatas às atribuições do
respectivo emprego”, sem mencionar a possibilidade de sopesar
onde tal experiência foi adquirida, deve a EBSERH observar
fielmente essa diretriz, sem lhe acrescentar qualquer outro
balizamento, sob pena de se afastar do mandamento inserto no
inciso II do artigo 37 da CR/88, como está acontecendo.
Eis o que pensa, a respeito do princípio da estrita
legalidade para a administração pública, o Superior Tribunal de
Justiça:
“ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. INSTITUIÇÃO DO SUBSÍDIO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 353/06. CÔMPUTO DO TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO A OUTRO ENTE FEDERATIVO. IMPOSSIBILIDADE. LEI
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COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 46/94. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. PRECEDENTES.
1. A exegese sistemática dos arts. 165 e 168 da Lei Complementar Estadual n.º 46/94 c.c. o art. 3.º, inciso, I, da Lei Complementar Estadual n.º 353/06, leva à conclusão de que a dicção deste último não tem o alcance extensivo pretendido, porquanto a Administração, por ser submissa ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa.
2. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido.”
(RMS 28.057/ES, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJe 03/11/2011, grifo acrescido)
Há, ainda, outro viés pelo qual a EBSERH deixa de
observar o inciso II do artigo 37 da CR/88. Esse comando
normativo diz que a prova de títulos deve levar em
consideração a “natureza” e a “complexidade do cargo ou
emprego”, também na forma prevista em lei.
Então os critérios norteadores da avaliação de
títulos devem-se pautar nas leis que regulamentam as
profissões que são objeto do cargo ou emprego pleiteado. Donde
se conclui que, se as leis regulamentadoras das profissões
objeto do concurso do HUB não fazem distinção entre
profissionais que laboram em hospital de ensino ou em qualquer
outro estabelecimento, não pode o edital do concurso fazê-lo,
ainda que seja na fase de títulos. Caso contrário, estará
havendo desrespeito ao regramento contido no inciso II do
artigo 37 da Constituição, pois não há lei alguma dizendo que
as atribuições do advogado, do contador, do médico, do
odontólogo ou de qualquer outro profissional, em um hospital
de ensino, seja de “natureza” e “complexidade” maior que
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aquelas desenvolvidas pelos mesmos profissionais em outros
estabelecimentos.
Por fim, não há dúvida de que no aspecto ora em
estudo os editais do concurso do HUB promovem desarrazoada e
inconstitucional quebra da isonomia entre os candidatos,
promovendo nítida discriminação entre candidatos pertencentes à
mesma profissão, regulamentados pela mesma norma, habilitados
para desempenhar as mesmas atividades com idênticas
prerrogativas e recebendo o mesmo salário, tão- somente em razão
do local em que foi obtida sua experiência profissional
pregressa.
Há tempos o Supremo Tribunal Federal, no julgamento
do RE 221.966, firmou o entendimento de que é
inconstitucional, para efeito de pontuação em concurso
público, a diferenciação entre a atividade profissional
desempenhada no serviço público e a mesma atividade prestada à
iniciativa privada. Veja-se a ementa do acórdão:
“CONCURSO PÚBLICO - TÍTULOS - PRINCÍPIO ISONÔMICO - EXERCÍCIO DA ADVOCACIA - TOMADOR DOS SERVIÇOS - IRRELEVÂNCIA - Vulnera o princípio isonômico validar-se, como título, a prestação dos serviços de advocacia a pessoa jurídica de direito público e não fazê-lo no tocante à iniciativa privada.”
(RE 221966, Relator Ministro MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, DJ 10/09/1999, grifo acrescido)
De acordo com essa diretriz, não se pode segmentar
o mesmo grupo de profissionais – médicos, enfermeiros,
engenheiros, advogados ou quaisquer outros – tão-somente em
virtude da natureza do tomador dos serviços, o que evidencia,
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também, a inconstitucionalidade editalícia de sobrevalorização
do tempo de serviço do candidato em hospitais de ensino.
Destarte, impende concluir que os editais ora
questionados são tendenciosos e privilegiam as pessoas que já
trabalham em hospitais de ensino, o que termina violando os
princípios da igualdade, da impessoalidade e da plena
acessibilidade aos cargos e empregos públicos, afetando a
ampla isonomia de condições que deve haver entre os
concorrentes em um concurso público.
A esse propósito o mesmo Supremo Tribunal Federal
já se manifestou, conforme assentado no julgamento da ADI
3522/RS, em que foi invalidada regra que atribuía pontuação
sobrevalorizada ao tempo de exercício anterior na atividade
relacionada ao concurso público. Confira-se:
“PROCESSO OBJETIVO - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO. (…). CONCURSO PÚBLICO - PONTUAÇÃO - EXERCÍCIO PROFISSIONAL NO SETOR ENVOLVIDO NO CERTAME - IMPROPRIEDADE. Surge a conflitar com a igualdade almejada pelo concurso público o empréstimo de pontos a desempenho profissional anterior em atividade relacionada com o concurso público. CONCURSO PÚBLICO - CRITÉRIOS DE DESEMPATE - ATUAÇÃO ANTERIOR NA ATIVIDADE - AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE. (…).”
(ADI 3522, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, DJ 12/05/2006, grifo acrescido)
Tal entendimento foi recentemente confirmado pelo
STF, no seguinte julgamento (grifo acrescido):
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“Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Concurso público. 3. Atribuição de pontuação diferenciada, em prova de títulos, para o tempo de exercício anterior na titularidade de serviço público equivalente ao emprego para o qual se concorre. Inconstitucionalidade. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(AI 857665-AgR, Relator Ministro GILMAR MENDES, 2ª Turma do STF, DJE de 01/07/2013)
No presente caso é exatamente isso que está
acontecendo, pois o concurso do HUB está privilegiando aqueles
profissionais que já prestaram serviço em hospitais de ensino,
em detrimento daqueles que prestaram o mesmo serviço em outros
ambientes, atribuindo aos primeiros pontuação mais elevada.
A ilação se agrava se se lembrar que a grande
maioria dos hospitais universitários do País funcionam sem
quadro próprio, valendo-se de milhares de trabalhadores
terceirizados (conduta que é alvo de firme atuação do TCU,
inclusive). Só no Hospital Universitário de Brasília há pelo
menos 621 trabalhadores sem vínculo com o regime estatutário,
como informado pelo próprio reitor da UnB à EBSERH (Ofício nº
1128/2012/-FUB-UnB, cópia em anexo).
Ora, a pontuação mais elevada para a experiência
profissional em hospital de ensino parece ter claramente a
intenção de atrair e favorecer os trabalhadores terceirizados
dos hospitais universitários, que hoje possuem vínculo
precário com a instituição. Sim, pois em tese são eles que
preenchem esse requisito, no universo dos possíveis
candidatos, já que os trabalhadores que já possuem vínculo
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efetivo com o Hospital não teriam interesse em fazer o
concurso.
Sucede que nenhum certame pode ter um “público
alvo”, assim como nenhuma licitação pode direcionar o seu
resultado a partir da descrição minuciosa e excludente do bem
ou serviço a ser contratado. De modo que um outro comando
constitucional está sendo desrespeitado pela EBSERH, qual seja
o princípio da impessoalidade, sedimentado também no caput do
artigo 37 da Carta de 1988.
Diante de tudo isso e para minorar os potenciais
prejuízos de um concurso que já está em andamento, o MPT
entende que a EBSERH deve retificar o quanto antes os EDITAIS
NºS 02, 03 e 04/2013, especialmente o item 9.27 (além de outros
que possam ser afetados em sua redação pela devida
retificação), a fim de que a AVALIAÇÃO DE EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL estabeleça pontuação idêntica para o ano completo
de exercício da profissão correlata ao emprego pleiteado,
independentemente do local em que se deu esse exercício, se em
hospital de ensino ou não.
I V - DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
Como reclame do Estado Democrático de Direito,
impõe-se a plenitude do acesso à Justiça e da efetividade da
tutela jurisdicional, vislumbrados na rápida e objetiva
concretização do direito vindicado em Juízo. Assim, o
ordenamento jurídico, objetivando afastar os nefastos efeitos
do ônus temporal do processo, previu a satisfação initio litis
dos efeitos da tutela pretendida ao final.
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Nas lições de Marinoni, lapidar sobre os
fundamentos éticos e jurídicos da tutela antecipada:
“Se o processo é um instrumento ético, que não pode impor um dano à parte que tem razão, beneficiando a parte que não a tem, é inevitável que ele seja dotado de um mecanismo de antecipação da tutela, que nada mais é do que uma técnica que permite a distribuição racional do tempo do processo.1”
De outra parte, ressalta-se que a celeridade da
prestação jurisdicional foi erigida à categoria de direito
fundamental, nos termos do inciso LXXVII do artigo 5°,
acrescentado à Magna Carta pela Emenda Constitucional nº 45.
De se ver, portanto, que a antecipação da tutela
tem fundamento no princípio da efetividade, o mais importante
dos princípios processuais. De fato, como no caso presente, em
não podem os candidatos inscritos e os potenciais candidatos
do concurso para o HUB esperar por um dano maior, para que
somente tempos depois, quando já nem seja mais útil o
provimento jurisdicional, obtenham a necessária guarida do
Poder Público. Não se olvide a máxima de Carnelutti: “justiça
tardia é justiça pela metade” (Studi di Diritto Processuale,
Padova, 1925, pp. 242-243).
Neste caso específico, a antecipação da tutela
emerge como a única capaz de estancar o dano e evitar um mal
maior, pois, insista-se, o concurso público está em andamento,
com o prazo para inscrições aberto até o dia 28/07/2013. Urge
determinar à EBSERH que retifique seus editais, nos termos
adiante requeridos.
1 MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Antecipatória, Julgamento Antecipado e Execução Imediata da Sentença. São Paulo: RT, 1997. P.22/23. Apud: PIMENTA, José Roberto Freire. Tutela específica e antecipação das obrigações de fazer e não-fazer no processo do trabalho. p. 119/120. In: Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. N.º 57. Julho a Dezembro de 1997.
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Pois bem.
Para o deferimento dessa antecipação, à parte o
ponto de vista principiológico, já abordado, do ponto de vista
normativo tem-se que a Lei nº 7.347/85, disciplinadora da ação
civil pública, prevê em seu artigo 19 a aplicação subsidiária
do Código de Processo Civil. Daí conclui-se, de plano, que se
pode conceder a medida liminar, seja nos moldes do artigo 273,
seja nos moldes do artigo 461, § 3o, do diploma processual.
Não bastasse, o artigo 84, § 3º, da Lei nº
8.078/90, aplicável à ação civil pública por força do disposto
no seu artigo 90 e no artigo 21 da Lei nº 7.347/85, e cuja
redação é praticamente idêntica à do § 3º do artigo 461 do
CPC, dispõe que “(...) sendo relevante o fundamento da demanda
e havendo justificado receio de ineficácia do provimento
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu”.
Afigura-se, portanto, perfeitamente compatível com
a disciplina legal da ação civil pública a antecipação dos
efeitos da tutela de mérito, pelo que se passa a discorrer
sobre os pressupostos específicos para a concessão da medida
ora requerida.
A relevância do fundamento da demanda. Por tudo
quanto exposto até o momento e com amparo nas normas
constitucionais e legais que tratam a matéria, é
inquestionável que a conduta da ré afronta nitidamente o
ordenamento. De fato, instituir critérios discriminatórios e
violadores de tantos princípios como os da isonomia, da
legalidade, da impessoalidade e do pleno acesso a cargos e
empregos públicos, como exaustivamente fundamentado, atenta
ostensivamente contra os direitos dos candidatos já inscritos
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e de todos os que pretendam se inscrever no concurso público,
aberto para o preenchimento de mais de 1.100 empregos no HUB.
O fumus boni iuris resta evidenciado pela violação
fartamente demonstrada dos princípios constitucionais já
citados (artigo 5º, caput, e artigo 37, caput, I e II, da CR/88)
e do parágrafo único do artigo 10 da Lei nº 12.550/2011, que
autorizou a criação da EBSERH.
Essa espécie de violação vem sendo objeto de
reconhecimento reiterado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo
Superior Tribunal de Justiça, conforme jurisprudência
colacionada nesta peça, a qual confere ainda maior
credibilidade às alegações do Ministério Público do Trabalho.
Por sua vez, a Lei nº 12.550/2011, em seu artigo
10, parágrafo único, deixa indene de dúvidas que a prova de
títulos deverá se pautar unicamente no tempo de experiência
profissional em atividade correlata às atribuições do cargo
ofertado no concurso, sem qualquer distinção quanto ao local
em que essa atividade foi prestada pelo candidato, o que,
todavia, consta dos editais impugnados.
Além disso, todos os fatos relatados pelo MPT estão
devidamente comprovados com documentos, sendo a maioria deles
oriundos da própria ré, valendo observar que o cerne da lide
gira em torno de questões puramente jurídicas, tornando
praticamente dispensável a dilação probatória.
A prova inequívoca e a verossimilhança das
alegações do Ministério Público do Trabalho decorrem da
robustez e da credibilidade das provas e dos argumentos
apresentados com esta petição, incluindo a jurisprudência de
tribunais superiores.
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Os fatos articulados pelo autor já estão
documentalmente provados. No mais, a lide está calçada em
questões jurídicas e textos legais e constitucionais, que não
dependem de qualquer dilação probatória, repita-se.
O justificado receio de ineficácia do provimento
final advém do fato de que o concurso público está em pleno
andamento, com o prazo de inscrições aberto até o dia
28/07/2013, sendo certo que a tutela pretendida busca
justamente corrigir irregularidades constantes dos editais do
certame, as quais prejudicarão os candidatos já inscritos, os
que vierem a se inscrever, os que lograrem aprovação e todos
os classificados ao final. Vale dizer, se o edital é a lei do
concurso, ele precisa ser modificado, se for o caso, em tempo
hábil, de modo a não causar prejuízos a ninguém.
Por outro lado, há a concreta probabilidade de
proliferação de editais de concursos públicos a serem abertos
pela EBSERH com os mesmos critérios equivocados, ora
impugnados, haja vista que ela já assinou contratos
administrativos com pelo menos outras três universidades, a
saber, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), conforme divulgado em seu sítio virtal.
Nesse panorama e sem a antecipação da tutela ora
requerida, é certo que milhares de trabalhadores pelo Brasil
serão discriminados e injustamente alijados dos concursos
públicos, gerando prejuízos gravíssimos e incalculáveis para
todos. É manifesta, pois, a necessidade da tutela de urgência
aqui pleiteada, restando devidamente comprovado o fundado
receio de dano irreparável ou, no mínimo, de dificílima
reparação.
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Identificadas, pois, a relevância do fundamento da
demanda, a inequivocidade da prova coligida, a verossimilhança
das alegações e o justificado receio de ineficácia do
provimento final, requer o Ministério Público do Trabalho a
antecipação dos efeitos da tutela pretendida ao final, para
que, sob pena de multa de R$100.000,00 (cem mil reais) por dia
(multa incidente em relação a cada uma das obrigações de
fazer), a ré seja urgente e imediatamente compelida a:
1) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 02,
03 e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a etapa
de avaliação curricular de experiência profissional
e de títulos, para os cargos de nível superior,
corresponda a no máximo 20 (vinte) pontos, sendo 10
(dez) pontos para experiência profissional e 10
(dez) pontos para títulos, a exemplo do que fez no
EDITAL Nº 01, de 17 de outubro de 2012 (CONCURSO
PÚBLICO 01/2012 – EBSERH/SEDE), devendo no mesmo
ato prorrogar o período das inscrições por pelo
menos mais dez dias;
2) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 03
e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a etapa
de avaliação curricular de experiência
profissional, para os cargos de nível médio (não
sujeitos à avaliação de títulos), corresponda a no
máximo 10 (dez) pontos, a exemplo do que fez no
EDITAL Nº 01, de 17 de outubro de 2012 (CONCURSO
PÚBLICO 01/2012 – EBSERH/SEDE), devendo no mesmo
ato prorrogar o período das inscrições por pelo
menos mais dez dias;
3) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 02,
03 e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a
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pontuação atribuída a cada ano completo de
exercício da profissão, para a avaliação curricular
da experiência profissional dos candidatos aos
empregos de nível superior e médio, seja idêntica,
sem qualquer distinção decorrente do local em que a
profissão foi exercida (se em hospital de ensino ou
não), devendo no mesmo ato prorrogar o período das
inscrições por pelo menos mais dez dias; e
4) abster-se de atribuir, nos próximos concursos
públicos que realizar, valoração excessiva e
desproporcional à avaliação curricular de
experiência profissional e de títulos, tanto em
relação ao valor atribuído à avaliação de
conhecimentos quanto em relação ao total de pontos
distribuídos ao longo do certame, de modo a
preservar os princípios da isonomia e do amplo
acesso aos empregos públicos, sob pena de multa de
R$1.000.000,00 (um milhão de reais) em caso de
descumprimento desta obrigação.
V – DA TUTELA PREVENTIVA OU INIBITÓRIA
Além dos pedidos concretos voltados para a correção
das irregularidades praticadas pela EBSERH nos EDITAIS Nº 02,
03 e 04/2013, que regem o atual concurso do HUB, cumpre
formular igualmente pedidos de cunho difuso e genérico,
voltados para o futuro, objetivando compelir a ré a se abster
de repetir as condutas ora rechaçadas, o que se coaduna com a
natureza da tutela preventiva ou inibitória.
Deveras, o propósito do MPT não é apenas corrigir o
que está em desacordo com o ordenamento, mas também impedir
que concursos posteriores da EBSERH contenham critérios
discriminatórios e violadores dos princípios e normas
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constitucionais e legais invocadas, similares aos que são
guerreados nesta ação.
Todavia, por coerência com os fundamentos fáticos e
jurídicos aqui externados e também por lealdade processual,
cumpre registrar que o autor não formulará pedido difuso e
genérico de tutela inibitória somente quanto à questão discutida
no item “b” do tópico III desta peça, referente à adoção de
critérios discriminatórios de tempo de experiência
profissional em razão do lugar em que ela foi obtida.
É que o Ministério Público do Trabalho no Estado do
Piauí move contra a mesma EBSERH a Ação Civil Pública nº
0001448-14.2013.5.22.0002, cujos pedido de antecipação de
tutela de letra “a” e pedido definitivo de letra “g” já
contemplam a mencionada tutela inibitória (vide pág. 57 e 60
da referida ACP, cuja cópia está em anexo).
Logo, o autor esclarece de antemão que os pedidos
deduzidos nesta ACP não guardam qualquer identidade com os
pedidos deduzidos naqueloutra, que tramita perante a 2ª Vara do
Trabalho de Teresina/PI.
VI - DOS PEDIDOS
De conformidade com os fundamentos expendidos, o
Ministério Público do Trabalho requer:
A) LIMINARMENTE, a antecipação dos efeitos da
tutela, nos termos requeridos no tópico anterior.
B) NO MÉRITO, a confirmação da tutela antecipada e
a procedência total dos pedidos deduzidos nesta ação, a fim de
que a ré seja definitivamente condenada ao pagamento das
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custas e demais encargos processuais e às seguintes obrigações
de fazer e de não fazer:
1) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 02,
03 e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a etapa
de avaliação curricular de experiência profissional
e de títulos, para os cargos de nível superior,
corresponda a no máximo 20 (vinte) pontos, sendo 10
(dez) pontos para experiência profissional e 10
(dez) pontos para títulos, a exemplo do que fez no
EDITAL Nº 01, de 17 de outubro de 2012 (CONCURSO
PÚBLICO 01/2012 – EBSERH/SEDE), devendo no mesmo
ato prorrogar o período das inscrições por pelo
menos mais dez dias, sob pena de multa diária de
R$100.000,00 (cem mil reais) em caso de
descumprimento desta obrigação;
2) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 03
e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a etapa
de avaliação curricular de experiência
profissional, para os cargos de nível médio (não
sujeitos à avaliação de títulos), corresponda a no
máximo 10 (dez) pontos, a exemplo do que fez no
EDITAL Nº 01, de 17 de outubro de 2012 (CONCURSO
PÚBLICO 01/2012 – EBSERH/SEDE), devendo no mesmo
ato prorrogar o período das inscrições por pelo
menos mais dez dias, sob pena de multa diária de
R$100.000,00 (cem mil reais) em caso de
descumprimento desta obrigação;
3) retificar com ampla divulgação os EDITAIS Nº 02,
03 e 04/2013, que regulam o atual concurso para
provimento de empregos no HUB, a fim de que a
pontuação atribuída a cada ano completo de
exercício da profissão, para a avaliação curricular
da experiência profissional dos candidatos aos
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empregos de nível superior e médio, seja idêntica,
sem qualquer distinção decorrente do local em que a
profissão foi exercida, se em hospital de ensino ou
não, devendo no mesmo ato prorrogar o período das
inscrições por pelo menos mais dez dias, sob pena
de multa diária de R$100.000,00 (cem mil reais) em
caso de descumprimento desta obrigação; e
4) abster-se de atribuir, nos próximos concursos
públicos que realizar, valoração excessiva e
desproporcional à avaliação curricular de
experiência profissional e de títulos, tanto em
relação ao valor atribuído à avaliação de
conhecimentos quanto em relação ao total de pontos
distribuídos ao longo do certame, de modo a
preservar os princípios da isonomia e do amplo
acesso aos empregos públicos, sob pena de multa de
R$1.000.000,00 (um milhão de reais) em caso de
descumprimento desta obrigação.
V II – DOS REQUERIMENTOS FINAIS
O Ministério Público do Trabalho requer a citação
da ré, no endereço declinado no preâmbulo, para, querendo,
responder aos termos da presente ação, assumindo, caso não o
faça, os efeitos decorrentes da revelia e da confissão,
prosseguindo-se no regular processamento do feito, até a
procedência total dos pedidos formulados.
Requer, ainda, sua intimação pessoal, com remessa
dos autos, de todos os atos do processo, no endereço indicado
no início desta peça, nos termos do artigo 18, II, “h”, e 84,
IV, da Lei Complementar nº 75/93, e do artigo 236, § 2º, do
Código de Processo Civil.
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Pugna pela produção de todos os meios probatórios
em direito admitidos, especialmente juntada de novos
documentos, depoimento pessoal dos representantes do réu,
testemunhas e perícia, além de outros que venham a se mostrar
relevantes para o deslinde das questões trazidas a juízo
através da presente demanda.
Dá à presente causa o valor de R$100.000,00 (cem
mil reais).
Nestes termos, pede deferimento.
Brasília/DF, 12 de julho de 2013.
DINAMAR CELY HOFFMANNProcuradora do Trabalho
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 01
DENÚNCIAS RECEBIDAS PELO MPT
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 2
ATA DA AUDIÊNCIA ADMINISTRATIVA
REALIZADA COM A EBSERH NO DIA 09/07/2013
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 3
EDITAIS Nº 02, 03 E 04/2013,
DE 25/06/2013, QUE REGEM O ATUAL
CONCURSO PARA O HUB
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 4
CÓPIA PARCIAL DO EDITAL Nº 01
(CONCURSO PÚBLICO 1/2012 – EBSERH SEDE)
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 5
RECOMENDAÇÃO EXPEDIDA PELO MPF
AO PRESIDENTE DA EBSERH
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 6
CÓPIA PARCIAL DOS EDITAIS REFERENTES
AOS CONCURSOS PÚBLICOS 2/2012 E 3/2012,
PARA O HU-UFPI
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 7
OFÍCIO Nº 1128/2012/FUB-UnB,
COM O NÚMERO DE TRABALHADORES
SEM VÍNCULO EFETIVO COM O HUB
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DOCUMENTOS ANEXOS
DOCUMENTO 0 8
ACP Nº 0001448-14.2013.5.22.0002,
AJUIZADA PELO MPT NO PIAUÍ
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