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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL EM SÃO PAULO RECURSO ELEITORAL N.º 3-36.2018.6.26.0407 – CLASSE 30 PROCEDÊNCIA: 407ª ZONA ELEITORAL DE TAUBATÉ RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL RECORRIDO: MM. JUÍZO DA 407ª ZONA ELEITORAL DE TAUBATÉ RELATOR: JUIZ MARCELO COUTINHO GORDO - RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES DE 2018. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. ART. 36 DA LEI N.º 9.504/97. PODER DE POLÍCIA PREVISTO NO ART. 41, § 1º, DA LEI N.º 9.504/97 E NA SÚMULA TSE N.º 18. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. - O PODER DE POLÍCIA É INERENTE AO PODER GERAL DE CAUTELA, DE QUE TODO JUIZ É DOTADO. ENVOLVE A ADOÇÃO DE MEDIDAS URGENTES, NÃO SANCIONATÓRIAS, PARA RESGUARDO DA ORDEM LEGAL. - É FRAGRANTE A ILEGALIDADE DE UTILIZAR, NA PRÉ-CAMPANHA, MEIO PUBLICITÁRIO VEDADO NA CAMPANHA ELEITORAL PROPRIAMENTE DITA, COMO É O CASO DOS OUTDOORS . - NÃO OBSERVÂNCIA DAS NORMAS QUE REGULAMENTAM A PROPAGANDA ELEITORAL NO PERÍODO PERMITIDO. OUTDOORS . PROPAGANDA IRREGULAR PREVISTA NO 39, § 8º, DA LEI N.º 9.504/97 , EM RAZÃO DO MEIO UTILIZADO PARA DISSEMINAR A PROVÁVEL CANDIDATURA. . PEDIDO DE REMOÇÃO DO MATERIAL PROPAGANDÍSTICO . CUMPRIMENTO IMEDIATO DA DECISÃO DESSE TRE. ART. 257 DO CÓDIGO ELEITORAL. PELO PROVIMENTO DO RECURSO. EGRÉGIO TRIBUNAL, I. RELATÓRIO A cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, viu surgirem 19 (dezenove) outdoors com propaganda eleitoral de JAIR BOLSONARO, pré-candidato à Presidente da República, conforme foto divulgada nesse parecer. Em razão disso, o Ministério Público Eleitoral da cidade representou ao juízo eleitoral para que este, no exercício de seu poder de polícia, determinasse a remoção dos engenhos publicitários. www.presp.mpf.mp.br

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR CORREGEDOR DO …eleiÇÕes de 2018. propaganda eleitoral antecipada. art. 36 da lei n.º 9.504/97. poder de polÍcia previsto no art. 41, § 1º, da

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Page 1: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR CORREGEDOR DO …eleiÇÕes de 2018. propaganda eleitoral antecipada. art. 36 da lei n.º 9.504/97. poder de polÍcia previsto no art. 41, § 1º, da

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL EM SÃO PAULO

RECURSO ELEITORAL N.º 3-36.2018.6.26.0407 – CLASSE 30

PROCEDÊNCIA: 407ª ZONA ELEITORAL DE TAUBATÉ

RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECORRIDO: MM. JUÍZO DA 407ª ZONA ELEITORAL DE TAUBATÉ

RELATOR: JUIZ MARCELO COUTINHO GORDO

- RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES DE 2018. PROPAGANDA ELEITORALANTECIPADA. ART. 36 DA LEI N.º 9.504/97. PODER DE POLÍCIA PREVISTONO ART. 41, § 1º, DA LEI N.º 9.504/97 E NA SÚMULA TSE N.º 18.SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA.

- O PODER DE POLÍCIA É INERENTE AO PODER GERAL DE CAUTELA, DEQUE TODO JUIZ É DOTADO. ENVOLVE A ADOÇÃO DE MEDIDASURGENTES, NÃO SANCIONATÓRIAS, PARA RESGUARDO DA ORDEMLEGAL.

- É FRAGRANTE A ILEGALIDADE DE UTILIZAR, NA PRÉ-CAMPANHA, MEIOPUBLICITÁRIO VEDADO NA CAMPANHA ELEITORAL PROPRIAMENTE DITA,COMO É O CASO DOS OUTDOORS.

- NÃO OBSERVÂNCIA DAS NORMAS QUE REGULAMENTAM APROPAGANDA ELEITORAL NO PERÍODO PERMITIDO. OUTDOORS.PROPAGANDA IRREGULAR PREVISTA NO 39, § 8º, DA LEI N.º 9.504/97,EM RAZÃO DO MEIO UTILIZADO PARA DISSEMINAR A PROVÁVELCANDIDATURA.

. PEDIDO DE REMOÇÃO DO MATERIAL PROPAGANDÍSTICO.CUMPRIMENTO IMEDIATO DA DECISÃO DESSE TRE. ART. 257 DOCÓDIGO ELEITORAL. PELO PROVIMENTO DO RECURSO.

EGRÉGIO TRIBUNAL,

I. RELATÓRIO

A cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, viu surgirem 19(dezenove) outdoors com propaganda eleitoral de JAIR BOLSONARO, pré-candidatoà Presidente da República, conforme foto divulgada nesse parecer. Em razão disso,o Ministério Público Eleitoral da cidade representou ao juízo eleitoral para queeste, no exercício de seu poder de polícia, determinasse a remoção dos engenhospublicitários.

www.presp.mpf.mp.br

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O pedido foi julgado improcedente, tendo como fundamento a ausênciade pedido explícito de voto. Nos termos da sentença, “...se se proíbe o pedido“explícito” de voto, admite-se, por óbvio, o seu pedido “implícito”. Vale dizer que“deduzir”, “inferir”, “supor” que há pretensão de se angariar voto em determinadamanifestação (o que parece ser o caso de que estamos a tratar) não constitui, parao legislador, transgressão às regras eleitorais” (fl. 45).

O recorrente sustenta que as mensagens constantes nos outdoorscaracterizam propaganda eleitoral explícita, realizada antes do momento permitidopela lei.

Remetidos os autos a esse Tribunal, abriu-se vista a ProcuradoriaRegional Eleitoral para manifestação.

II. MÉRITO

O recurso comporta provimento.

A insurgência em apreço se restringe ao exame da propaganda eleitoralantecipada sob o enfoque do poder de polícia conferido ao Juízes pelo art. 41, §1º, da Lei n.º 9.504/97 e Súmula n.º 18 do TSE.1 Não pretende a imposição de penapecuniária ao representado, senão coibir e fazer cessar a prática de conduta ilícitaque pode afetar a igualdade de oportunidade entre os pré-candidatos. O poder depolícia integra o poder geral de cautela do Judiciário, para evitar lesões de difícilreparação.

Eis a imagem de um dos 19 (dezenove) outdoors fixados nos principaispontos da cidade de Taubaté:

1 Art. 41 da Lei n.º 9.504/97: A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve proceder na forma prevista no art. 40.§ 1o O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelosTribunais Regionais Eleitorais.Súmula TSE n.º 18: Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício,instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com aLei 9.504/97.

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É jurisprudência desta Corte Eleitoral que as limitações oponíveis àpropaganda no período autorizado, valem também, com maior razão, para operíodo anterior ao pedido de registro de candidatura. Além disso, de pronto sepercebe a conotação eleitoral e o pedido explícito de votos. Explícito é o que éindene de dúvidas, o que não se sujeita a elaboração intelectual, o que resultaperceptível ictu oculi.

JAIR BOLSONARO pretende concorrer ao cargo de Presidente daRepública. Seu rosto sorridente, em grande destaque no outdoor, acompanhadodas frases “EU APOIO POLÍTICO HONESTO, E VOCÊ?”, “HONESTIDADE NÃO ÉVIRTUDE, É OBRIGAÇÃO!”, “A NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA” e“BRASIL ACIMA DE TUDO. DEUS ACIMA DE TODOS!, desborda dos limites deautorização para promoção pessoal e pré-campanha, mesmo diante das regrasaltamente permissivas do artigo 36-A da Lei n.º 9.504/972.

2 Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido

explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-

candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social,

inclusive via internet: I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas,programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com aexposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e detelevisão o dever de conferir tratamento isonômico; II a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e aexpensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais,discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando àseleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicaçãointrapartidária; III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, adivulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debatesentre os pré-candidatos; IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se façapedido de votos; V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redessociais; VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedadecivil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade,para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.§ 1o É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das préviaspartidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social.§ 2o Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput, são permitidos o pedido de apoio político ea divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretendedesenvolver.§ 3o O disposto no § 2o não se aplica aos profissionais de comunicação social no exercícioda profissão.

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Ainda que não se reconheça a explicitude do pedido de votos, o modocomo foi realizado o ato de pré-campanha é incompatível com o regramento dascampanhas e, por conseguinte, das pré-campanhas eleitorais.

Conforme escorreito entendimento deste TRE-SP:

“...a divulgação da pré-candidatura não pode transbordar os limitesda propaganda em si mesma, dentro do período de campanha,devendo se adequar às hipóteses autorizadas pelo art. 36-A da Leidas Eleições. E mais, as formas de propagandas vedadas durante oprocesso eleitoral também são vedadas no período da pré-campanha… In casu, ao analisar os documentos acostados aos autos,notadamente os de fls. 17/31, percebe-se que os recorrentesextrapolaram os limites impostos pela lei eleitoral, que não permitedentre as hipóteses taxativas relacionadas nos incisos do artigo 36-A,que pré-candidatos participem de eventos (caminhadas) paradivulgarem suas prováveis candidaturas, antes do períodoautorizado pela legislação eleitoral… Dessa forma, não estandoabarcada por nenhum das hipóteses permissivas relacionadas nosincisos I a VI ,do artigo 36-A da Lei n° 9.504/1997, a propagandacombatida deve ser considerada extemporânea...” (RECURSO nº 2423,Acórdão de 06/09/2016, Relator(a) ANDRÉ GUILHERME LEMOSJORGE, Publicação: DJESP - Diário da Justiça Eletrônico do TRE-SP,Data 15/09/2016)

No mesmo sentido:RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORALANTECIPADA. PRELIMINAR DE BIS IN IDEM AFASTADA. É POSSÍVEL A PUNIÇÃOPARA CADA ATO DE PROPAGANDA IRREGULAR ISOLADAMENTE CONSIDERADO.MÉRITO: AFIXAÇÃO DE PLACAS CONTENDO A SUPOSTA DIVULGAÇÃO DE PRÉ-CANDIDATURA. INOCORRÊNCIA. A MENÇÃO À PRÉ-CANDIDATURA E SUADIVULGAÇÃO, INSTITUÍDAS PELA LEI Nº 13.165/2015, NÃO AUTORIZAM AVEICULAÇÃO DE PROPAGANDA EM SI MESMA VEDADA NO PERÍODO ELEITORAL.HIPÓTESE NÃO ALBERGADA PELAS NORMAS PERMISSIVAS DO ART. 36-A DA LEIDAS ELEIÇÕES. PROPAGANDA IRREGULAR CONFIGURADA. RECURSO DESPROVIDO.(RECURSO nº 839, Acórdão de 07/07/2016, Relator(a) CARLOS EDUARDOCAUDURO PADIN ) (g.n.)

Interposto recurso especial contra o acórdão acima ementada, o TSE reconheceu airregularidade na propaganda e manteve a decisão desse TRE com fundamento emoutro dispositivo de lei:

“…inexistindo pedido explícito de votos, não há como aplicar a multaprevista no art. 36, § 3º, da Lei nº 9.504/97 aos ora recorrentes.

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Todavia, ante a moldura fática delineada no acórdão regional, osfatos narrados enquadram-se, a meu sentir, na conduta vedada doart. 37, § 2º, da Lei nº 9.504/97³, porquanto houve irregularidade noformato e no tamanho do material da propaganda. Com efeito,incide na espécie a multa disposta no art. 37, § 1º, da Lei nº9.504/97(4), e não a penalidade prevista no art. 36, § 3º, da referidalei. Cumpre salientar que o aspecto temporal é irrelevante para aincidência da multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei das Eleições, umavez que o referido dispositivo não faz distinção entre a propagandaeleitoral irregular divulgada antes ou depois do período permitido…”Desse modo, não obstante a representação eleitoral por propagandairregular estar fundada na violação do art. 36-A da Lei das Eleições,os fatos narrados no acórdão regional enquadram-se na violação doart. 37, § 2º, da referida lei...” (RESPE Nº 8-39.2016.6.26.0242, VárzeaPaulista/SP, Relatora MINISTRA LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃESLÓSSIO, data 1º/02/2017).

Outro não é o entendimento do Tribunal Regional de Pernambuco, aoassentar que o regramento formal acerca da propaganda eleitoral é aplicado emfase também de pré-campanha, ao assinalar que:

“a partir de uma interpretação sistemática da lei nova, não se podeadmitir atos de pré-campanha por meios de publicidade vedados pelalegislação no período permitido da propaganda eleitoral, ou seja, taisatos devem seguir as regras da propaganda, com a vedação adicionalde pedido explícito de votos… Realização de ato de pré-campanha emmeio proibido pela legislação eleitoral, qual seja, outdoor, devendoser aplicada a multa prevista no art. 36, §3º, da lei 9.504/97”(TRE/PE. RE 3-96.2016.6.17.0135, de 08/04/2016, Relator Des. PauloV. Vasconcelos de Almeida (g.n.)

Não são admissíveis atos de pré-campanha disseminados por MEIOS ou FORMASvedados pela legislação eleitoral no período legalmente permitido.

A Lei 9.504/97, art. 39, § 8º, da Lei n.º 9.504/97, diz que:

”é vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, inclusiveeletrônicos, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, ascoligações e os candidatos à imediata retirada da propagandairregular e ao pagamento de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco milreais) a R$ 15.000,00 (quinze mil reais)”.

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As fotografias juntadas às fls. 06/43 não deixam dúvidas de que taismateriais publicitários se encaixam no conceito de outdoor, haja vista sereminegavelmente superior a 4m2 (quatro metros quadrados), conforme pacíficajurisprudência do TSE, segundo a qual “para a configuração de outdoor, não éexigido que a propaganda eleitoral tenha sido veiculada por meio de peçapublicitária explorada comercialmente, bastando que o engenho ou o artefato,dadas suas características e/ou impacto visual, se equipare a outdoor”. (TSE:Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 778843, Acórdão de25/02/2016, Relator(a) Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO).

Diante dos efeitos deletérios que esse tipo de propaganda podeprovocar no eleitorado, com a “queima de largada” da campanha eleitoralrealizada, ademais, por meio impróprio, necessária se mostra a atuação desseTribunal para, no exercício do poder de polícia, determinar a retirada dos engenhospublicitários.

III. CONCLUSÃO

Por todo o exposto, a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se peloprovimento do recurso, comunicando-se o MM. Juízo a quo para cumprimento doacórdão, nos termos do art. 257 do Código Eleitoral.

São Paulo, 19 de março de 2018

Luiz Carlos dos Santos GonçalvesProcurador Regional Eleitoral

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