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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE LONDRINA – ESTADO DO PARANÁ URGENTE – PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA SEGURANÇA DISTRIBUIÇÃO POR SORTEIO 1 MARIO HITOSHI NETO TAKAHASHI, brasileiro, casado, vereador, portador do RG nº. 6.537.652-0, inscrito no CPF/MF sob o nº. 027.927.909-46, residente e domiciliado à Rua Clevelândia, nº 170, Apto. 702, Vila Vitória, nesta cidade e comarca de Londrina – Estado do Paraná, por intermédio de seu advogado que esta subscreve 2 , respeitosamente, vem à presença Vossa Excelência impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR, com fundamento no art. 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e no art. 1º da Lei nº 12.016/2009, contra ato abusivo praticado pela autoridade pública AILTON DA SILVA NANTES, no exercício da função de VEREADOR PRESIDENTE DA MESA EXECUTIVA DA CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA, encontrável na Rua Governador Parigot de Souza, nº 145, Caiçaras, nesta cidade e comarca de Londrina – Estado do Paraná, pelos fundamentos de fato e de direito doravante articulados: 1 Decisão de seq. 1.2. 2 Procuração de seq. 1.3.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA … · primeira suspensão do processo de cassação de mandato em razão de 3 Notificação de seq. 1.4. liminar no Mandado de Segurança

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Page 1: EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA … · primeira suspensão do processo de cassação de mandato em razão de 3 Notificação de seq. 1.4. liminar no Mandado de Segurança

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO

METROPOLITANA DE LONDRINA – ESTADO DO PARANÁ

URGENTE – PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA SEGURANÇA

DISTRIBUIÇÃO POR SORTEIO1

MARIO HITOSHI NETO TAKAHASHI, brasileiro,

casado, vereador, portador do RG nº. 6.537.652-0, inscrito no CPF/MF sob o

nº. 027.927.909-46, residente e domiciliado à Rua Clevelândia, nº 170, Apto.

702, Vila Vitória, nesta cidade e comarca de Londrina – Estado do Paraná,

por intermédio de seu advogado que esta subscreve2, respeitosamente, vem

à presença Vossa Excelência impetrar o presente MANDADO DE

SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR, com fundamento no art. 5º,

inciso LXIX, da Constituição Federal e no art. 1º da Lei nº 12.016/2009,

contra ato abusivo praticado pela autoridade pública AILTON DA SILVA

NANTES, no exercício da função de VEREADOR PRESIDENTE DA MESA

EXECUTIVA DA CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA, encontrável na Rua

Governador Parigot de Souza, nº 145, Caiçaras, nesta cidade e comarca de

Londrina – Estado do Paraná, pelos fundamentos de fato e de direito

doravante articulados:

1 Decisão de seq. 1.2. 2 Procuração de seq. 1.3.

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I – SÍNTESE FÁTICA:

O Impetrante MARIO TAKAHASHI foi legitimamente

eleito para exercer mandato de vereador da cidade de Londrina/PR durante

a 17ª Legislatura, compreendida entre os anos de 2017 e 2020.

Em razão de representação oferecida pelo vereador

Filipe Barros, o Impetrante MARIO TAKAHASHI responde a processo de

cassação de mandato por suposta quebra de decoro parlamentar. O processo

de cassação de mandato tramita na Câmara Municipal de Londrina, onde foi

constituída uma Comissão Processante responsável pela instrução do

processo, conforme prevê o Decreto-lei 201/1967, lei federal que rege os

processos de cassação de mandato de vereador.

II – DECADÊNCIA DO PROCESSO DE CASSAÇÃO DE MANDATO:

Conforme dispõem o art. 5º, inciso VI, e o art. 7º § 1º,

ambos do Decreto-lei 201/1967, o processo de cassação de mandato de

vereador possui prazo decadencial de 90 (noventa) dias para sua conclusão

– o que inclui a realização de sessão de julgamento.

Decreto-lei 201/1967

Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela

Câmara, por infrações definidas no artigo anterior, obedecerá

ao seguinte rito, se outro não for estabelecido pela legislação

do Estado respectivo:

[...]

VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá

estar concluído dentro em noventa dias, contados da

data em que se efetivar a notificação do acusado.

Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será

arquivado, sem prejuízo de nova denúncia ainda que

sobre os mesmos fatos.

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Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador,

quando:

[...]

§ 1º O processo de cassação de mandato de Vereador é,

no que couber, o estabelecido no art. 5º deste decreto-

lei.

Neste sentido, vale destacar que, por se tratar de prazo

material, o prazo decadencial não admite interrupção, suspensão ou

prorrogação. Ademais, não há exclusão de qualquer dia em sua contagem.

Neste sentido, o entendimento propagado pela jurisprudência do Superior

Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

PROCESSO DE CASSAÇÃO DE PREFEITA MUNICIPAL.

DECRETO-LEI N. 201/67. PRAZO DECADENCIAL. NOVENTA

DIAS. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA. TERMO INICIAL.

POSSIBILIDADE. EXTRAPOLAÇÃO DO LAPSO

NONAGESIMAL. ILEGALIDADE DA PERDA DO MANDATO.

EXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO À REINTEGRAÇÃO

NO CARGO. 1. Revestindo-se a cassação de mandato eleitoral

da característica de ato precipuamente político, o controle pelo

Judiciário fica restrito à perquisição de inconstitucionalidade,

ilegalidade e inobservâncias regimentais. 2. O processo de

cassação de Prefeito Municipal deve transcorrer em até

90 (noventa) dias, contados da data da notificação do

acusado, nos termos do art. 5º, VII, do Decreto-Lei n.

201/67. Esse prazo, por ser decadencial, não pode ser

suspenso ou prorrogado. Precedente: REsp 893.931/SP,

Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJ

4/10/2007. 3. Entender de modo contrário seria o mesmo que

dar à norma protetora de direitos dos agentes políticos

municipais sujeitos a processo de cassação uma interpretação

prejudicial àquelas pessoas, o que seria absurdo. 4. É ilegal a

perda do mandato da Prefeita do Município de Carmo do Rio

Claro/MG, porquanto extrapolado o lapso nonagesimal

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previsto no art. 5º, VII, do Decreto-Lei n. 201/67 para a

conclusão do processo de cassação. 5. Isto porque a contagem

do referido prazo teve início na data da apresentação

espontânea da ora recorrente (10/9/2012), por meio de

advogado, e não na data de sua notificação, feita em

8/4/2013. O termo final, por sua vez, ocorreu em 15/6/2013,

com a publicação do ato de perda do mandato. 6. Recurso em

mandado de segurança a que se dá provimento para declarar

a ilegalidade do Decreto-Legislativo n. 6, de 15/6/2013 e, por

conseguinte, determinar o retorno da impetrante ao cargo de

Prefeita do Município de Carmo do Rio Claro. (STJ - RMS:

45955 MG 2014/0163443-7, Relator: Ministro OG

FERNANDES, Data de Julgamento: 07/04/2015, T2 -

SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 15/04/2015)

Conforme se extrai do trâmite do processo de cassação

de mandato, o prazo decadencial se iniciou em 25 de abril de 2018, data em

que ocorreu a notificação do Impetrante MARIO TAKAHASHI3, na pessoa

de seu advogado, conforme prevê o art. 5º, inciso VII, do Decreto-lei

201/1967.

O prazo decadencial transcorreu normalmente até o dia

25 de maio de 2018, quando, no seu trigésimo primeiro dia, ocorreu a

primeira suspensão do processo de cassação de mandato em razão de

3 Notificação de seq. 1.4.

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liminar no Mandado de Segurança de nº 0034536-47.2018.8.16.0014,

exarada do Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina4, que reconheceu

a nulidade de intimação realizada por edital.

ABRIL MAIO JUNHO

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

29 30

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27 28 29 30

A suspensão do processo de cassação perdurou até

25 de junho de 2018, trigésimo segundo dia, quando houve a reabertura

do prazo decadencial com o cumprimento pela Comissão Processante5 de

decisão liminar em Agravo de Instrumento de nº 0022630-

05.2018.8.16.0000, exarada do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, a

qual determinou que o processo de cassação de mandato poderia voltar a

tramitar mediante a realização de nova intimação das partes para os atos

subsequentes6.

4 Decisão de seq. 1.5. 5 Intimação de seq. 1.6. 6 Decisão de seq. 1.7.

Suspensão do prazo –

decisão judicial (31)

Início do prazo (1) Retomada do prazo –

realização do ato (32)

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A Comissão Processante realizou todos os atos de

instrução, apresentando parecer final em 14 de agosto de 2018, oportunidade

na qual o Relator – vereador João Martins, requereu ao Presidente da Mesa

Executiva da Câmara Municipal de Londrina a designação de sessão de

julgamento para o dia 20 de agosto de 2018, o que foi acatado pelo vereador

Ailton Nantes.

No entanto, em razão de decisão prolatada pelo Tribunal

de Justiça do Estado do Paraná em sede de liminar no Agravo de Instrumento

de nº 0033048-02.2018.8.16.0000, houve a reabertura da fase de instrução

do processo de cassação de mandato para a realização da oitiva do

depoimento pessoal do Impetrante MARIO TAKAHASHI pela Comissão

Processante7, ante o reconhecimento da ilegalidade praticada pela Comissão

Processante ao declarar preclusa tal prova pela ausência de intimação para a

realização do ato.

Ainda, em sede de embargos de declaração, o Tribunal

de Justiça do Estado do Paraná esclareceu que o prazo decadencial para a

conclusão do processo de cassação de mandato seria suspenso de 17 de

agosto de 2018 – octogésimo quinto dia – até a data em que

ocorresse o cumprimento daquela determinação judicial8.

7 Decisão de seq. 1.8. 8 Decisão de seq. 1.9.

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A Comissão Processante cumpriu a ordem judicial

no dia 21 de agosto de 2018, quando foi realizada a oitiva do depoimento

pessoal do Impetrante MARIO TAKAHASHI. Portanto, a segunda

suspensão do trâmite do processo de cassação de mandato perdurou

entre 18 e 21 de agosto de 2018, tendo a contagem do prazo

decadencial retomado neste mesmo dia – octogésimo sexto dia.

AGOSTO

D S T Q Q S S

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

26 27 28 29 30 31

No entanto, em razão de uma terceira ilegalidade

praticada pela Comissão Processante, a qual deixou de intimar regularmente

o vereador Rony Alves para comparecer à reunião em que se realizou a oitiva

do depoimento pessoal do Impetrante MARIO TAKAHASHI, no dia 22 de

agosto de 2018, o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, em

liminar prolatada no Mandado de Segurança de nº 0058612-

38.2018.8.16.0014, declarou nulo o ato, ordenando o seu refazimento9.

Ademais, em sede de embargos de declaração, o Juízo

da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina esclareceu que o trâmite do

9 Decisão de seq. 1.10.

Suspensão do prazo –

decisão judicial (85) Retomada do prazo –

realização do ato (86)

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processo de cassação de mandato e seu prazo decadencial

permaneceriam suspensos até o cumprimento da decisão liminar

prolatada em 22 de agosto de 2018 – octogésimo sétimo dia – pela

Comissão Processante, mediante a intimação das partes para a

reinquirição do Impetrante MARIO TAKAHASHI10.

Frise-se que este posicionamento foi confirmado pelo

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná em liminar prolatada no Agravo de

Instrumento de nº 0035325-88.2018.8.16.0000 interposto pelas defesas do

Impetrante MARIO TAKAHASHI e do vereador Rony Alves contra a decisão

que suspendeu o prazo decadencial11.

O Impetrante MARIO TAKAHASHI foi devidamente

intimado no dia 28 de agosto de 2018 para ato a ser realizado no dia 30 de

agosto de 201812.

10 Decisão de seq. 1.11. 11 Decisão de seq. 1.12. 12 Intimação de seq. 1.13.

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Contudo, na reunião realizada no dia 30 de agosto de

2018, não foi possível a realização da nova oitiva do depoimento pessoal do

Impetrante MARIO TAKAHASHI ante a ausência de intimação do vereador

Rony Alves para o ato. Assim, a Comissão Processante designou nova ato

para às 09h00min do dia 13 de setembro de 2018, intimando o Impetrante

MARIO TAKAHASHI naquele mesmo ato13.

No final da tarde do dia 30 de agosto de 2018, o vereador

Rony Alves compareceu à Câmara Municipal de Londrina e foi devidamente

intimado do ato a ser realizado no dia 13 de setembro de 201814.

13 Ata da reunião de seq. 1.14. 14 Petição de seq. 1.15.

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Assim, as decisões prolatadas pela 2ª Vara da

Fazenda Pública de Londrina e pelo Tribunal de Justiça do Estado do

Paraná foram devidamente cumpridas no dia 30 de agosto de 2018,

quando se findaram todas as diligências necessárias para a

realização da reinquirição do Impetrante MARIO TAKAHASHI, de

modo que o prazo decadencial voltou a fluir naquele mesmo dia –

octogésimo oitavo dia.

Deste modo, de acordo com o calendário abaixo

ilustrado, o prazo decadencial para a conclusão do processo de

cassação de mandato se encerrou às 23h59m59s do dia 01 de

setembro de 2018.

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ABRIL MAIO JUNHO

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

29 30

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27 28 29 30

JULHO AGOSTO SETEMBRO

D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

29 30 31

D S T Q Q S S

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

26 27 28 29 30 31

D S T Q Q S S

1

2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 12 13 14 15

16 17 18 19 20 21 22

23 24 25 26 27 28 29

30

Portanto, verifica-se que o processo de cassação de

mandato está fulminado pela decadência, de modo que deve ser

arquivado, nos termos do art. 5º, inciso VII, do Decreto-lei 201/1967 e

conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.

Decreto-lei 201/1967

Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela

Câmara, por infrações definidas no artigo anterior, obedecerá

ao seguinte rito, se outro não for estabelecido pela legislação

do Estado respectivo:

Retomada do prazo –

intimação da parte (32)

Suspensão do prazo –

decisão judicial (87) Suspensão do prazo –

decisão judicial (85)

Retomada do prazo –

realização dos atos (88)

Suspensão do prazo –

decisão judicial (31)

Início do prazo (1)

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[...]

VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá

estar concluído dentro em noventa dias, contados da

data em que se efetivar a notificação do acusado.

Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será

arquivado, sem prejuízo de nova denúncia ainda que

sobre os mesmos fatos.

ADMINISTRATIVO. PROCESSO DE CASSAÇÃO DE VEREADOR.

DECRETO-LEI 201/67. PRAZO DECADENCIAL. 1. A regra

disposta no artigo 5º do Decreto-Lei 201/67, não obstante

cuidar de processo de cassação de mandato de Prefeito,

aplica-se aos vereadores, nos termos do artigo 7º desse

diploma normativo. 2. O processo de cassação do

vereador deve transcorrer em até noventa dias,

contados da data da notificação do acusado, nos termos

do art. 5º, inciso VII, do Decreto-Lei 201/67. Esse

prazo, por ser decadencial, não pode ser suspenso ou

prorrogado. Precedentes. 3. Recurso especial provido. (STJ

- REsp: 893931 SP 2006/0225696-2, Relator: Ministro

CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 20/09/2007, T2 -

SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 04/10/2007 p. 220)

III – DA NECESSIDADE DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA

SEGURANÇA:

Nos termos do art. 300, do Código de Processo Civil, e

do art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009, a concessão da tutela de

urgência em mandado de segurança exige a presença de dois requisitos,

quais sejam: a) a presença de fundamentos relevantes; e b) se do ato

impugnado puder resultar a ineficácia da medida.

Os fundamentos relevantes foram demonstrados no

decorrer do presente remédio constitucional, na medida em que o Impetrante

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MARIO TAKAHASHI efetivamente demonstrou pela fundamentação

ventilada que ocorreu a decadência do processo de cassação de mandato.

De outro lado, o risco ao resultado útil da medida

não é menos evidente, uma vez que, caso a antecipação dos efeitos da

segurança pretendida não seja concedida, as ilegalidades e abusividades

indicadas estarão prontas para surtirem seus efeitos.

Caso não se conceda a antecipação dos efeitos da

segurança, o Impetrante MARIO TAKAHASHI poderá vir a sofrer

grave dano antes que se julgue o mérito do presente Mandado de

Segurança, podendo, neste caso, o Impetrante sofrer a violação de seu

direito líquido e certo ao devido processo legal.

Aliado a esses argumentos, encontra-se o fundado

receio de dano irreparável com o prosseguimento do processo de

cassação em questão, pois caso se permita à autoridade coatora a realizar

sessão de julgamento de um processo fulminado pela decadência, poderá

culminar na ilegítima decretação da perda do mandato de vereador

para o qual o Impetrante MARIO TAKAHASHI foi eleito pelo voto

popular.

IV – REQUERIMENTOS FINAIS:

Ante todos os fundamentos ventilados, bem como pelas

provas pré-constituídas trazidas aos autos, o Impetrante MARIO HITOSHI

NETO TAKAHASHI requer:

I) preliminarmente, a concessão de antecipação

dos efeitos da segurança pretendida, determinando-se, desde logo, a

suspensão da tramitação do processo de cassação de mandato em

trâmite na Câmara Municipal de Londrina até que se aprecie o mérito do

presente Mandado de Segurança, tendo em vista o imensurável e inegável

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prejuízo que a não realização do ato acarretará ao Impetrante, nos termos

do art. 7º, inciso III, da Lei 12.016/2009, com a devida expedição de ofício

comunicando a decisão à autoridade coatora, com urgência;

II) no mérito, a confirmação da segurança,

mediante o reconhecimento da decadência do processo de cassação de

mandato contra o Impetrante MARIO TAKAHASHI.

Dá à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para

fins do art. 291, do Código de Processo Civil.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Londrina, 11 de setembro de 2018.

ANDERSON MARIANO

OAB/PR 65.667