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felipe-barretos
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Exercícios sobre Karl Marx
1-Força de trabalho pode ser tanto o número de pessoas com capacidade para participar do
processo de divisão social do trabalho, em uma determinada sociedade. Pode ser usado como
um sinônimo de população ativa.
Quanto ser a capacidade dos trabalhadores de produzirem riqueza material ou, mais
precisamente, as aptidões e habilidades humanas submetidas à condição de compra e venda,
isto é, sob a forma de mercadoria. Trata-se de um conceito crucial em Marx, na sua crítica
à economia política capitalista. Marx considera a força de trabalho como a mais importante
das forças produtivas. Em O Capital, a compra e venda da força de trabalho é a base
do capitalismo industrial. Trabalhadores, por definição, só possuem a sua força de trabalho.
O proletariado como classe constitui-se, portanto, daqueles que não tem outro meio de
subsistência a não ser a venda, como mercadoria, de suas aptidões e habilidades
ao capitalista (proprietário dos meios de produção). O custo da força de trabalho corresponde
ao salário e consiste no custo da sua reprodução (incluindo) habitação, alimentação, saúde,
etc. do trabalhador e sua família. Porém essa mercadoria - a força de trabalho - gera
mais valor do que ela mesma custa. Esse excedente é a mais-valia, trabalho não pago que é
apropriado pelo capitalista sob a forma de lucro.
2. A diferença entre os processos de produção capitalista e de troca simples está no fim último
de cada um deles: enquanto na troca simples o desejo último do produtor é a acumulação de
riqueza material na forma de mercadorias (M´), com o capital trabalhando apenas como
intermediário na troca (D), no capitalismo é o capital que se deseja acumular, e a mercadoria é
apenas uma forma material(M) pela qual possa se investir capital(D) para aumentar coma
venda o montante total (D´).
O esquema do processo capitalista (D-M-D´) pode ser aprofundado na representação
(C+V)...PP...(C+V+M)-D’. Isso porque C e V correspondem ao investimento, capital inicial
empregado na produção (C como insumos e V como valor pago pela força de trabalho
contratada – salários, no valor do “trabalho necessário”). A partir daí inicia-se o processo
produtivo (PP) para a fabricação da mercadoria. Com a mercadoria pronta, seu valor é a soma
daqui empregado como capital inicial (C+V) acrescido do “trabalho excedente” efetuado pelo
operário, que é a mais-valia (M). A venda da mercadoria resulta em um novo montante D´ ,
maior que o capital inicial, e que será empregado na produção agora como D para gerar um D´
ainda maior, aumentando, na verdade, o valor do M (mais-valia) do capitalista.
3. A constatação de que as taxas de lucros dos capitalistas tendem a decrescer ao longo do
tempo se baseia no fato de o valor total do divisor aumentar em relação ao dividendo na
formula r=m/c+v. Isso acontece porque a taxa de mais-valia (m) se mantém constante se os
salários (v) permanecerem constantes, o que não acontece, devido às crescentes pressões da
massa trabalhadora por melhores níveis de remuneração para lhes garantir subsistência em
meio a um cenário inflacionário. Além disso, com o tempo e com o desenvolvimento
tecnológico, a contratação de insumos da produção (c) cada vez melhores, e portanto mais
caros, para alimentar a competitividade do negócio faz que o divisor da fórmula aumente ainda
mais, diminuindo o r (taxa de lucro).
4. Com o desenvolvimento da indústria a da produtividade do trabalho, uma proporção
crescente das despesas do capitalista é dedicada às matérias-primas e às maquinas mais
sofisticadas. No sentido contrario, o trabalho vivo diminui na mesma proporção. O problema
para o capitalista é que é unicamente o trabalho vivo (o capital variável) que produz um valor
adicional que constitui o lucro capitalista. Este fenômeno é diretamente perceptível em cada
mercadoria que gera assim um lucro decrescente:
"Com o desenvolvimento da força produtiva e a composição superior do capital, que lhe
corresponde, põem um quantum cada vez maior de meios de produção em alimento por um
quantum cada vez menor de trabalho, cada parte alíquota do produto global, cada mercadoria
individual ou cada medida individual de determinada mercadoria da massa global produzida
absorve menos trabalho vivo e, além disso, contém menos trabalho objetivado, tanto na
depreciação do capital fixo empregado quanto nas matérias-primas e auxiliares utilizadas.
Cada mercadoria individual contém, portanto, uma soma menor de trabalho objetivado nos
meios de produção e de trabalho novo agregado durante a produção. Por isso cai o preço da
mercadoria individual (...)Com a diminuição absoluta enormemente incrementada no curso
do desenvolvimento da produção, da soma de trabalho vivo, recém-agregado à mercadoria
individual, também diminuirá absolutamente a massa de trabalho não-pago nela contido, por
mais que tenha crescido relativamente, a saber, em proporção à parte paga. A massa
de lucro sobre cada mercadoria individual irá diminuir muito com o desenvolvimento da força
produtiva de trabalho, apesar do crescimento da taxa de mais-valia (...)" (Livro III, seção III)