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EXM° SR DR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ILHÉUS – BA PROCESSO Nº: 0502478-95.2017.8.05.0103 SINDGUARDAS-BA - Sindicato dos Guardas Civis do Estado da Bahia, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 97.548.290/001-44, com sede na Avenida Uberlândia, nº 591, 1º andar, bairro Malhado, Ilhéus-BA, CEP 45.651-260, neste ato representado por seu presidente Pedro de Oliveira Santos, brasileiro, casado, inscrito no CPF nº 366.081.575-68 e RG nº 03844847 51 SSP/BA, residente no mesmo endereço supra, vem, por seu advogado, conforme instrumento de procuração anexo, apresentar o presente pedido de HABILITAÇÃO C/C EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITO MODIFICATIVO, com fulcro no arts. 113, I, II, III; 114; 115; 119 e 996 do CPC e 7º, III da Lei 4.717/65, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos. INICIAL E INTRODUTORIAMENTE: O embargante é o sindicato da categoria dos agentes comunitários de saúde e de endemias do Sul da Bahia, o que inclui os trabalhadores das referidas categorias do Município de Ilhéus que correm o risco de sofrer os efeitos da sentença deste feito e percebem os mesmos baixos salários. Requer o embargante os benefícios da assistência judiciária gratuita, por não poder arcar com as custas processuais. 1. DA ADMISSIBILIDADE DO PRESENTE RECURSO 1.1 Do Direito do terceiro prejudicado ajuizar Recurso No título do Novo CPC que trata dos recursos – nas disposições gerais – o art. 996 assevera taxativamente que o terceiro prejudicado pode ajuizar recurso e, no §único, trata-se diretamente da hipótese de substituição processual. Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Se impresso, para conferência acesse o site http://esaj.tjba.jus.br/esaj, informe o processo 0502478-95.2017.8.05.0103 e o código 4FEA97D. Este documento foi assinado digitalmente por DAVI PEDREIRA DE SOUZA. Protocolado em 12/11/2018 às 20:45:46. fls. 3294

EXM° SR DR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA … · O art. 119 e ss. do novo CPC tratam da Intervenção de Terceiros. A ação popular em espeque determinou que o Município de

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EXM° SR DR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DE ILHÉUS – BA

PROCESSO Nº: 0502478-95.2017.8.05.0103

SINDGUARDAS-BA - Sindicato dos Guardas Civis do

Estado da Bahia, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº

97.548.290/001-44, com sede na Avenida Uberlândia, nº 591, 1º andar,

bairro Malhado, Ilhéus-BA, CEP 45.651-260, neste ato representado por

seu presidente Pedro de Oliveira Santos, brasileiro, casado, inscrito no CPF

nº 366.081.575-68 e RG nº 03844847 51 SSP/BA, residente no mesmo

endereço supra, vem, por seu advogado, conforme instrumento de

procuração anexo, apresentar o presente pedido de HABILITAÇÃO C/C

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITO MODIFICATIVO,

com fulcro no arts. 113, I, II, III; 114; 115; 119 e 996 do CPC e 7º, III da

Lei 4.717/65, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos.

INICIAL E INTRODUTORIAMENTE: O embargante é o sindicato da

categoria dos agentes comunitários de saúde e de endemias do Sul da

Bahia, o que inclui os trabalhadores das referidas categorias do Município

de Ilhéus que correm o risco de sofrer os efeitos da sentença deste feito e

percebem os mesmos baixos salários. Requer o embargante os benefícios

da assistência judiciária gratuita, por não poder arcar com as custas

processuais.

1. DA ADMISSIBILIDADE DO PRESENTE RECURSO

1.1 Do Direito do terceiro prejudicado ajuizar Recurso

No título do Novo CPC que trata dos recursos – nas disposições

gerais – o art. 996 assevera taxativamente que o terceiro prejudicado pode

ajuizar recurso e, no §único, trata-se diretamente da hipótese de

substituição processual.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo

terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou

como fiscal da ordem jurídica.

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Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a

possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à

apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que

possa discutir em juízo como substituto processual.

1.2 Da Intervenção de Terceiro

O art. 119 e ss. do novo CPC tratam da Intervenção de Terceiros.

A ação popular em espeque determinou que o Município de Ilhéus

extinguisse o vínculo de labor que mantem com diversos servidores, de

modo que estão entre aqueles que podem sofrer os efeitos desta sentença os

Guardas Municipais, ora embargante.

Com efeito, podem e requer o embargante para se habilitarem no

processo na qualidade de litisconsorte assistencial do Município de Ilhéus-

BA, nos termos do art. 124 do CPC pátrio.

2. DA PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO

O art 21 da Lei da Ação Popular – Lei 4.717/1965, fixa o prazo

prescricional em 05 anos. Para um exame amiúde da prescrição em ação

popular é necessário que o objeto seja cingido. Tratando-se de anulação de

ato praticado pela autoridade pública incide-se o prazo prescricional de 05

(cinco) anos.

Com o advento da Carta Magna de 1988, uniformizou-se o

entendimento de que, se o objeto da ação popular for a recomposição do

erário, ai sim – e somente neste caso – tem-se a imprescritibilidade – art. 37

§ 5º CF. Vejamos a seguir Jurisprudência do STF sobre a matéria.

Processo RE 730790 SC STF

Publicação DJe-103 DIVULG 31/05/2013 PUBLIC 03/06/2013

Julgamento 15 de Maio de 2013

Relator Min. ROSA WEBER

Decisão

Vistos etc. Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo Ministério Público do

Estado de Santa Catarina, com fundamento no art. 102, III, “ a” , da Constituição

Federal, contra acórdão do Tribunal de Justiça do mesmo Estado, no qual mantida

sentença que em ação civil pública julgara extinto a processo, com resolução de mérito

pela pronúncia da prescrição. O recorrente alega que o acórdão recorrido teria ofendido

o art. 37, § 5º, da Constituição Federal, ao afastar a imprescritibilidade das ações de

ressarcimento. É o breve relatório. Decido. Nos termos do art. 37, § 5º, da Constituição

(parte final), conforme precedente do Plenário desta Corte (MS 26.210/DF, Rel. Min.

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Ricardo Lewandowski, DJe 10.10.2008), a ação de ressarcimento dos prejuízos

causados ao erário é imprescritível, hipótese ressalvada pelo próprio dispositivo

constitucional: “ § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados

por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as

respectivas ações de ressarcimento. Entretanto, a ressalva constitucional não se aplica

ao caso, pois o feito diz com a declaração de nulidade de contrato de promessa de

compra e venda de imóvel público (alienação sem licitação), e não de ação de

ressarcimento ..... AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE

NEGÓCIO JURÍDICO - PRESCRIÇÃO - DECRETAÇÃO DE OFICIO. Se o autor

busca única e exclusivamente o desfazimento de contrato de promessa de compra e

venda de imóvel, ao argumento de que ilegal, porque não precedido do necessário

procedimento licitatório, sem apontar efetiva causa de prejuízo ao erário e muito menos

cumular pedido de ressarcimento, não há cogitar da aplicação do artigo 37, § 6º, da

Constituição Federal. Menção, na petição inicial, à recomposição do patrimônio

público, decorrência natural do desfazimento do negócio, não autoriza a conclusão de

que houve dano ao erário, muito menos que se propugnou pela sua reparação. Haveria

falar, ainda que hipoteticamente, em prejuízo, se o Ministério Público tivesse apontado

a ocorrência de preço inadequado, irrisório, favorecimento, etc. Todavia, uma vez que a

tônica de sua argumentação foi a de que não houve a observância à Lei n. 8.666/1996, e

apenas isso, não há falar em imprescritibilidade. Portanto, aplicável ao caso, por

analogia, o artigo 21 da Lei da Ação Popular, que prevê o prazo prescricional de cinco

anos para a sua propositura e que, in casu, há muito já havia transcorrido no momento

do aforamento da ação civil pública. Daí o acerto da decisão hostilizada pelo Parquet,

que extinguiu a ação civil pública por ele ajuizada, com resolução do mérito, com lastro

no artigo 269, inc. IV, do CPC (AC n. , Des. Vanderlei Romer)’ (AC n. , rel. Des.Luiz

Cézar Medeiros, j. 22.2.11). 2.1 Superada essa questão, necessário fixar o prazo

prescricional aplicado ao caso. E, sobre isto, o Superior Tribunal de Justiça já se

pronunciou a respeito, entendendo ser aplicável a prescrição quinquenal, com

fundamento na aplicação analógica da lei da ação popular: ‘ PROCESSUAL CIVIL.

ADMINISTRATIVO, AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DOAÇÃO DE IMÓVEL

REALIZADA PELA MUNICIPALIDADE. RESSARCIMENTO DE DANOS AO

PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRAZO PRESCRICIONAL DA AÇÃO POPULAR.

ANALOGIA (UBI EADEM RATIO IBI EADEM LEGIS

DISPOSITIO).PRESCRIÇÃO RECONHECIDA.1. A Ação Civil Pública e a Ação

Popular veiculam pretensões relevantes para a coletividade. 2. Destarte, hodiernamente

ambas as ações fazem parte de um microssistema de tutela dos direitos difusos onde se

encartam a moralidade administrativa sob seus vários ângulos e facetas. Assim, à

míngua de previsão do prazo prescricional para a propositura da Ação Civil Pública,

inafastável a incidência da analogia legis, recomendando o prazo quinquenal para a

prescrição das Ações Civis Públicas, tal como ocorre com a prescritibilidade da Ação

Popular, porquanto ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio. (REsp n. 910.625/RJ, rel.

Min. Francisco Falcão, j. 17.4.08 - grifou-se). No caso dos autos, considerando que o

negócio jurídico foi firmado em 9.7.98 e que o art. 21 da Lei n. 4.717/65 prevê o prazo

de 5 anos para o ajuizamento da ação popular, verifica-se que transcorreu o competente

prazo prescricional, razão pela qual a sentença não merece qualquer reparo.” Dessa

forma, a decisão do Tribunal de origem teve por fundamento legislação

infraconstitucional, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto,

de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, RE 701.919/SC,

Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 19.4.2013. Nego seguimento ao recurso

extraordinário (CPC, art. 557, caput). Publique-se. Brasília, 15 de maio de

2013.Ministra Rosa WeberRelatora

A ação popular em espeque não tem causa de pedir ou

pedido de indenização por perdas e danos ou qualquer reparação

ao erário público, mas, versa sobre a mantença ou não de vínculos

de labor/empregos/contratos entre particulares e a administração

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pública. Somente se ação popular a ou ação civil pública tiver

como objeto reparação de danos causados ao erário é que ocorre a

imprescritibilidade inovada pela Carta Magna de 1988, vejamos:

A PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO PELO

PREJUÍZO CAUSADO AO ERÁRIO É

IMPRESCRITÍVEL." (STJ, REsp 1069779/SP, 2ª T., rel.

min. Herman Benjamin, DJe 13.11.2009. No mesmo

sentido: STJ, REsp 755059/SP, 2ª T., rel. min. Humberto

Martins, DJ 07.02.2008; STJ, REsp 705715/SP, 1ª T.,

rel. min. Francisco Falcão, DJe 14.05.2008.

Consoante o dispositivo legal da Lei 4.717/65, a parte

obsequia ao d. juízo que declare a prescrição do direto dos autores

por intermédio da ação popular residirem em juízo contra o

contrato de emprego regido pela CLT, celebrado pelo Município,

antes de 05/10/1988, afastando os efeitos da sentença ora

embargada sobre os referidos vínculos.

3. DA NULIDADE PELA NÃO CITAÇÃO DOS

INTERESSADOS

A sentença proferida nestes autos atinge o universo dos

trabalhadores detentores de contratos de emprego público,

celebrados no período de 05/10/1983 a 05/10/1988, com o

Município de Ilhéus.

Conforme se extrai da inicial, os autores tinham

conhecimento a miúde da existência dos trabalhadores nesta

condição, onde inclui-se os Guardas Civis Municipais,

substituídos pela parte embargante. In Verbis a inicial:

49. Contudo, tal informação não merece prosperar uma

vez que o próprio Ministério Público Estadual informou

na audiência ocorrida no MPT, em 24/05/2016, o indício

da existência de ao menos 600 (seiscentos) servidores

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públicos ingressos entre 05/10/1983 e 05/10/1988,

portanto, desprovidos do manto da estabilidade,ipse

literis:

(...)

6. Diante de tais considerações, não há dúvida de que

cabe ao Município de Ilhéus promover os ajustes

necessários em seu quadro funcional, no sentido de

exonerar aqueles servidores que não passaram pelo crivo

do concurso público (temporários, contratados e

ingressantes anteriores à CF88/Art. 19 da ADCT),

substituindo-os pelos aprovados no último concurso

público municipal, por se revelar a medida mais justa e

necessária diante da gravidade dos fatos que ora que se

destacam na presente AÇÃO POPULAR.

Tal realidade também não fugiu ao crivo do d. julgador

já que na própria sentença declara ter não apenas conhecimento

da existência como da própria identidade dos empregados

admitidos entre 05/10/1983 e 05/10/1988, ainda em sede de

instrução.

In Verbis o trecho da decisão:

“Quanto à identificação dos servidores que deverão ser

desligados, os documentos de fls. 1.841/2.091 trazem a

relação nominal de todos os servidores por secretaria,

devendo aqueles que não detenham 05 (cinco) anos de

efetivo serviço público na data de 05 de outubro de 1988

serem desligados do Município de Ilhéus.”

Assim, a presente Ação Popular, por ter como objeto da

demanda uma pretensão cuja eventual satisfação resulte na

possibilidade dos efeitos da sentença atingirem a terceiros, se

exige que estes terceiros sejam intimados para integrarem a lide,

inclusive para oferecimento de contestação com seus consectários

legais.

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Assim dispõe a lei de Ação Popular:

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário,

previsto no Código de Processo Civil, observadas as

seguintes normas modificativas:

III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo

ato impugnado, cuja existência ou identidade se torne

conhecida no curso do processo e antes de proferida a

sentença final de primeira instância, deverá ser citada

para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído

o prazo para contestação e produção de provas, Salvo,

quanto a beneficiário, se a citação se houver feito na

forma do inciso anterior.

Encontra-se nos autos a relação de centenas de

trabalhadores que laboram para o Município réu - CENTENAS.

O processo tem sempre uma função social, ainda mais neste caso

em que se trata do debate acerca da mantença ou não do vínculo

de trabalho de CENTENAS de pessoas. Importante salientar que a

imensa maioria destes vínculos tem dezenas de anos: alguns duas

dezenas e muitos mais de 03 dezenas de anos.

É evidente que o operador do Direito não pode tratar o

debate de vínculo de emprego de centenas de pessoas como se

tratam questões meramente patrimoniais/financeiras. Nestes

últimos feitos, trata-se de coisas, neste presente feito, trata-se de

vidas humanas, de vínculos que representam a subsistência de

mais de 500 famílias.

Neste desiderato, importante pontuar que dois sindicatos

que representam as duas maiores categorias de servidores

municipais, o SINSEP e a API/APLB requereram ser admitidos

no feito como amicus curiae, o que foi indeferido pelo M.M.

Juízo.

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Entendemos, salvo melhor juízo, que mesmo antes do

requerimento de ingresso do feito pelos sindicatos e, muito mais

ainda após tal requerimento, deveria o M.M. Juízo ter publicado

edital de citação de terceiros interessados no feito e dado

divulgação do mesmo na imprensa e nas redes sociais, para

oportunizar o ingresso no feito para manifestação pelos mais de

500 trabalhadores que podem sofrer os revezes do julgado.

Como se verá nestes embargos e em outros manejados

por outros sindicatos e por servidores do Município, existe muitas

matérias jurídicas a serem debatidas, embasadas em provas e em

fundamentos jurídicos/legais que protegem a maior parte dos

servidores que poderiam ser demitidos como efeito da sentença

em debate.

Tivesse o M.M.Juízo aceitado o ingresso no feito deste

dois sindicatos, muitas das matérias que serão trazidas nos

recursos manejados pelos sindicatos e pelos trabalhadores já

teriam sido enfrentadas. Mas, como a vida caminha pra frente e o

tempo corrige falhas, obscuridades e omissões, poderá o M.M.

Juízo em sede de embargos corrigir eventuais falhas no julgado.

Portanto, nos termos do dispositivo supra, tendo em vista

que os servidores substituídos (beneficiados do ato impugnado)

foram identificados no curso do processo e antes de proferida a

sentença final de primeira instância, deveriam ser citados para a

integração do contraditório, devendo ser-lhes restituído o prazo

para contestação e produção de provas. É o que se requer nesta

oportunidade.

4. DA OMISSÃO

O julgado resta omisso quando não fundamenta o motivo

da declaração da ilegalidade dos servidores contratados antes de

05.10.1988 não portadores de estabilidade.

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A respeito deste grupo de servidores, disse que os

mesmos dificultam a nomeação dos concursados e que são

responsáveis pela oneração da folha de pagamento.

Discorre sobre a possibilidade de rompimento do vínculo

dos mesmos, afirmando “tratar-se de mero desligamento, não

havendo que se falar em “exoneração” “.

Afirma o julgado que :

Exoneração, de acordo com De Plácido e Silva , “na

compreensão do Direito Administrativo, significa a dispensa

do funcionário ou empregado do cargo que ocupa ou função

que desempenha.

E, em seu sentido, difere da demissão que é a dispensa

do cargo ou função como penalidade, por não servir o

funcionário segundo os princípios instituídos”. (Vocabulário

Jurídico, vol . II, 12ªedição, forense)

De acordo com Jouberto Cavalcante e Francisco Jorge

Neto, “na seara do direito administrativo, denomina-se

“demissão” ao ato de caráter punitivo e “exoneração” quando

a extinção da relação se dá por interesse de uma das partes”.

(in “O Empregado Público”, pág.115, LTr).

Assim, o julgado equiparou os contratos dos servidores

contratados entre 05.10.1983 e 04.10.1088 aos contratos nulos,

afirmando mais do que a Constituição diz.

Contudo, como dito acima, o julgado não fundamentou

os motivos que levaram à conclusão de que os referidos contratos

são revestidos de ilegalidade. Não há na sentença a indicação de

qualquer dispositivo legal a justificar a declaração, a

caracterização, da ilegalidade dos mesmos.

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Destaca o embargante que não está aqui afirmando serem

estáveis tais servidores. Afirma apenas que estes contratos são

legais ante a inexistência de obrigatoriedade para concurso

público para contratação de empregado público antes da CF/88.

O que esta afirmando é que a sentença foi omissa na

demonstração de que a situação dos substituídos se enquadra no

art. 37 da CF.

Ementa: EMPREGADO PÚBLICO CONTRATAD

O ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CF/88.

INEXISTÊNCIA DE NULIDADE

CONTRATUAL. A Constituição Federal de 1967,

modificada pela Emenda Constitucional de 1969, só

exigia a formalidade do prévio

concurso público para o provimento de

cargo público e não para a admissão em

emprego público (art. 97, § 1º, da CF/67). Se a

admissão da empregada pública ocorreu em

01.08.87, não há que se falar em violação ao artigo

37 , II da Carta Magna de 1988, visto que esta

ainda não vigorava. Assim sendo, devidos os

depósitos do FGTS de todo o período de vigência do

contrato, acrescido da multa de 40% e 13º salários

integrais e proporcionais, eis que decorrentes da

demissão sem justa causa. Recurso provido para se

dar pela validade do contrato.

(RO 662200800423005 MT

00662.2008.004.23.00-5 (TRT-23) REL.

DESEMBARGADOR OSMAIR COUTO. DO

24.03.2009)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

REVISTA. CONTRATO DE TRABALHO.

VALIDADE. CONTRATAÇÃO ANTERIOR

À CONSTITUIÇÃO DE 1988 . A Autora foi

admitida na FUSAME em 03/03/1986, período

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anterior à vigência da atual Carta Magna, sob a

égide da Constituição de 1967, em que não havia

exigência de concurso público para a contratação

de empregados públicos (celetistas) - artigo 97, §

1º. Neste cenário, não há falar em nulidade

contratual, na forma do artigo 37, II,

da Constituição da República de 1988.

A Autora não goza da estabilidade prevista no

artigo 19 do ADCT, pois não exercia a função há

pelo menos cinco anos continuados na data da

promulgação da Constituição. Assim, diante do

desfazimento do vínculo empregatício, que ocorreu

por ato unilateral do empregador, resta à

Reclamante o direito a receber as verbas

rescisórias e as decorrentes da execução do

contrato. Indemonstrada a satisfação dos requisitos

de admissibilidade do artigo 896 da CLT. Agravo

de Instrumento não provido.

(PROCESSO Nº TST-AIRR-49400-

57.2008.5.15.0099. 8ª Turma. Relatora Ministra

Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. DEJT: 05.04.2013

02 - O julgado assim violou o disposto no artigo do CPC, no seu

art. 489, incisos I, II, III e V do § 1º:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

...

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer judicial,

seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à

paráfrase de ato normativo, sem explicar sua

relação com a causa ou a questão decidida;

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6.

fls. 3303

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,

sem explicar o motivo concreto de sua incidência no

caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar

qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no

processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão

adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de

súmula, sem identificar seus fundamentos

determinantes nem demonstrar que o caso sob

julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula,

jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem

demonstrar a existência de distinção no caso em

julgamento ou a superação do entendimento.

Por seu turno, o artigo 1022 do NCPC, é no seguinte sentido:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração

contra qualquer decisão judicial para:

I – esclarecer obscuridade ou eliminar

contradição;

II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o

qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a

requerimento;

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6.

fls. 3304

III – corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a

decisão que:

I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em

julgamento de casos repetitivos ou em incidente

de assunção de competência aplicável ao caso

sob julgamento;

II – incorra em qualquer das condutas

descritas no art. 489, § 1º. ( dn)

Assim, nos termos do inciso II do § único do artigo 1022, a

sentença ora embargada incidiu no vício da omissão,

considerando que não fundamentou o posicionamento adotado

nos.

5. DO PREQUESTIONAMENTO. DA REGULARIDADE

DA ADMISSÃO NO EMPREGO PUBLICO SEM

CONCURSO EM DATA ANTERIOR A 05/10/1988

Sem adentrar no mérito do julgamento, em que pese o

esforço da sentença para incluir os trabalhadores do serviço

público municipal admitidos pelo regime da CLT antes de

05/10/1988, portadores de contratos por prazo

indeterminado(Dec. Lei 5.452/1943 – arts. 443, 456) no rol de

contratos ilegais, sob o fundamento de que não atendem as

exigências do art. 37, II, da CF e nem ESTÃO SOB A

PROTEÇÃO do art. 19 do ADCT, vênia Exª, pondera-se que

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fls. 3305

houve desrespeito a um outro princípio constitucional tão ou mais

importante que os anteriores citados pela sentença que é o

principal esteio da nossa carta magna e de um estado

democrático:O DIREITO ADQUIRIDO, INSERIDO NO

ART. 5º DA CARTA CIDADÃ.

CF/88

Art. 5º- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o

ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Data Vênia, se o trabalhador ingressou no emprego

público municipal celetista antes da entrada em vigência do art.

37, II da CF/88 que se deu SOMENTE a partir de 05/10/1988 seu

contrato de emprego, sob o regime da CLT não pode ser

maculado com a pecha de ilegal porque na data da admissão não

havia tal obrigatoriedade do concurso para se acessar o emprego

público REGIDO PELA CLT.

Máxima Vênia Exª, na data de admissão desses

empregados públicos vigia a Constituição de 1967 com as

alterações da Emenda Constitucional nº 01 de 1969 que

prescrevia a obrigatoriedade do concurso público apenas para o

exercício de cargo público. In Verbis:

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fls. 3306

Art. 97. Os cargos públicos serão acessíveis a todos os

brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em

lei.

§ 1º A primeira investidura em cargo público

dependerá de aprovação prévia, em concurso público de provas ou de provas e títulos, salvo os casos indicados

em lei. (Redação dada pela EMENDA

CONSTITUCIONAL Nº 1, DE 17 DE OUTUBRO DE

1969)

Os documentos ora anexados provam a existência de

contratos de emprego público POR PRAZO INDETERMINADO

assinalado na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social)

dos substituídos processualmente em data anterior a 05/10/1988

com a municipalidade, regidos pela CLT e não de nomeação para

cargo público efetivo regido por estatuto ou normas de direito

administrativo na forma dos arts. 39, 40 e 41 da CF/1988.

Concessa Vênia, a redação do Inciso II do art. 37 da CF

com vigência a partir de 05/10/1988 não permite dúvidas quanto

ao momento que o concurso público se tornou exigência

constitucional também para o exercício do emprego público,

requisito antes limitado apenas ao cargo efetivo. In Verbisà CF.

Art. 37. A administração pública direta, indireta ou

fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá

aos princípios de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:

(redação original, 05/10/1988)

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fls. 3307

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis

aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos

em lei; (redação original, 05/10/1988)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende

de aprovação prévia em concurso público de provas ou

de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo

em comissão declarado em lei de livre nomeação e

exoneração; (redação original, 05/10/1988)

O texto que posteriormente sofreu pequenas alterações

com a EC 19/1998 para suprimir a redundância em relação a

administração fundacional já que incluída no conceito de

administração indireta, acrescentar a possibilidade de lei

especifica para regular o preenchimento de cargos e empregos de

acordo a complexidade e o direito dos estrangeiros ingressar no

serviço público, não teve sua essência alterada. In Verbis a

redação da EC 19/98.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis

aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos

em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de

1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende

de aprovação prévia em concurso público de provas ou

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fls. 3308

de provas e títulos, de acordo com a natureza e a

complexidade do cargo ou emprego, na forma

prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em

comissão declarado em lei de livre nomeação e

exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional

nº 19, de 1998)

Desta forma Exª, não havendo no período anterior a

vigência do art. 37, II da CF/88 a exigência do concurso público

para o exercício do emprego público regido pela CLT, seja na

administração direita, indireta ou mesmo na fundacional não há

como a declaração de ilegalidade do contrato celetista anterior a

05/10/88 prosperar, visto que se encontra protegido pelo art. 5º,

XXXVI da Carta Magna, pois celebrado em período que a lei não

exigia concurso público para exercício de emprego público.

Há V. Exª de convir que o tanto o art. 37, II como o

preâmbulo da Carta promulgada em 1988 detêm a mesma

hierarquia e importância para a harmonização social e segurança

jurídica da nação, daí a impossibilidade do art. 37, II da CF

retroagir a sua vigência à data da admissão do empregado antes de

05/10/88 para tornar nulo o seu contrato de emprego público

regido pela CLT.

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em

Assembléia Nacional Constituinte para instituir um

Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício

dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a

segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade

e a justiça como valores supremos de uma sociedade

fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na

harmonia social e comprometida, na ordem interna e

internacional, com a solução pacífica das controvérsias,

promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte

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fls. 3309

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA

DO BRASIL. (Preâmbulo da CF, promulgada em

05/10/1988)

Pacificado nos autos que o status dos servidores

admitidos entre 05/10/83 e 05/10/88é de portadores de contrato de

emprego público regido pela CLT, celebrado sob os auspícios da

CF de 1969 que não exigia concurso público para se ingressar no

emprego público da CLT, impõe-se que seja esclarecido qual é a

nulidade que se lança sobre os mesmos, uma vez que não se

encontra ofensa aos arts. 37, II, da CF nos vínculos que

antecedem a vigência do dispositivo, portanto, não atrai a

incidência do seu § 2°.

Art. 37.

§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III

implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade

responsável, nos termos da lei.

Da mesma forma, não há como se invocar o violação do 4°, I da

Lei 4.717/65, uma vez que não havia na data da contratação

obrigatoriedade do concurso para emprego público e a

contratação se deu consoante as regras da CLT.

A matéria encontra-se pacificada no âmbito do STF:

STF -

“Decisão: Trata-se de agravo cujo objeto é a decisão que

não admitiu Recurso Extraordinário interposto em face

de acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, assim

ementado (eDOC 12, p. 1): “I - AGRAVO DE

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fls. 3310

INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO

RECLAMANTE. PROCESSO ELETRÔNICO –

VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ADMISSÃO

ANTERIOR À CF/1988. CONTINUIDADE DO

VÍNCULO ATÉ 1990. MATÉRIA FÁTICA. Nega-se

provimento ao Agravo de Instrumento que não logra

desconstituir os fundamentos do despacho que denegou

seguimento ao Recurso de Revista. Agravo de

Instrumento a que se nega provimento. II - AGRAVO

DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

DA UNIÃO. PROCESSO ELETRÔNICO -

INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO -

PRESCRIÇÃO. APELO DESFUNDAMENTADO.

ART. 514, II, DO CPC - VÍNCULO EMPREGATÍCIO

COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ADMISSÃO

ANTERIOR À CF/1988. OJ 321 DA SBDI-1 DO TST.

ART. 896, § 4º, DA CLT. Nega-se provimento ao

Agravo de Instrumento que não logra desconstituir os

fundamentos do despacho que denegou seguimento ao

Recurso de Revista. Agravo de Instrumento a que se

nega provimento.” No Recurso Extraordinário, com

fundamento no art. 102, III, “a”, do permissivo

constitucional, aponta-se ofensa ao art. 37, II, X e XIII,

da Constituição da República. Nas razões recursais,

sustenta-se, inicialmente, que “a contratação do

Reclamante deu-se em razão, exclusiva, dos interesses

institucionais da CODEVASF, sendo certo que mesmo

após a extinção de Convênio firmado com a União o

recorrido continuou trabalhando para a segunda ré”

(eDOC 16, p. 11). Argumenta-se, também, que “a

Orientação Jurisprudencial nº 321, do Tribunal Superior

do Trabalho e que visa proteger os empregados após

longos períodos de prestação de serviços para órgãos

públicos, sem vínculo contratual com a Administração

Pública, não se aplica ao presente caso, uma vez que a

situação presente é distinta. Isto porque o reclamante

permaneceu trabalhando normalmente para a

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CODEVASF mesmo após o término do convênio com a

União” (eDOC 16, p. 12-13). Sustenta-se, por fim, que

“o reconhecimento de vínculo com a União, sem

consideração do convênio que ensejou a prestação dos

serviços, ofende o artigo 3º da CLT, na medida em que o

aplica a hipótese fática não compreendida em seu âmbito

de aplicação” (eDOC 16, p. 19). É o relatório. Decido. A

irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o

Tribunal de origem, quando do julgamento do agravo de

instrumento, asseverou (eDOC 12, p.10-15): “O

Regional deu provimento ao Recurso do Reclamante

para declarar a existência de vínculo empregatício entre

1977/1988 com o Ente Público. Acrescentou, no acórdão

que analisou os Embargos de Declaração, que a decisão

tinha amparo no entendimento jurisprudencial

cristalizado na OJ 321 da SBDI-1 do TST e consignou,

expressamente que, na inicial, o Reclamante pleiteou o

vínculo a partir de 1977, quando foi contratado pela

CODEVASF para prestar serviços ao MINTER, frisando

que “em nenhum momento o v. Acórdão consignou pelo

interregno de 01/11/1979 a 22/03/1990. Inclusive as

páginas apontadas não correspondem a nenhuma

manifestação desse Juízo” (fls. 412/413), as quais dizem

respeito a trecho do voto proferido pelo Des. Ribamar

Lima Júnior, nos autos do processo nº 00866-2009-011-

10-00-6. Assim, os argumentos do Reclamante, no

sentido de que seja reconhecida a unicidade contratual e

declarada a continuidade do vínculo de emprego com a

União até 1990 esbarram no óbice da Súmula 126 do

TST, que veda o reexame de fatos e provas nesta fase

recursal, não havendo como divisar ofensa aos artigos 7º,

I e 37, caput, da Constituição Federal. (...) O Regional

reconheceu o vínculo de emprego diretamente com a

Administração Pública no período entre 1977/1988.

Dessa forma, não se trata de contrato nulo, diante de

contratação de servidor público, após a Constituição

Federal de 1988, sem prévia aprovação em concurso

público, como exige o art. 37, II e § 2º, da CF, uma

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vez que, consoante consignado no acórdão recorrido,

a contratação do Autor foi anterior ao advento da

Constituição Federal de 1988. Ademais, a questão não

foi analisada sob o enfoque da distribuição do ônus da

prova, no que diz respeito à suposta ilegalidade da

cessão/requisição do Reclamante para trabalhar para a

Administração Direta, o que afasta a alegação de ofensa

aos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC, ante o óbice da

Súmula 297, I, do TST. Por fim, registre-se que a

controvérsia acerca de declaração de vínculo

empregatício direto com a Administração Pública em

período anterior à promulgação da Constituição Federal

de 1988 encontra-se pacificada no âmbito do TST pela

Orientação Jurisprudencial 321 da SBDI-1, segundo a

qual “salvo os casos de trabalho temporário e de serviço

de vigilância, previstos nas Leis nºs 6.019, de 03.01.74, e

7.102, de 20.06.83, é ilegal a contratação de

trabalhadores por empresa interposta, formando-se o

vínculo empregatício diretamente com o tomador dos

serviços, inclusive ente público, em relação ao período

anterior à vigência da CF/88.” Logo, estando a decisão

regional em consonância com a iterativa e notória

jurisprudencial desta Corte, o Apelo encontra óbice na

Súmula 333 do TST e no art. 896, § 4º, da CLT.” Como

se depreende desses fundamentos, eventual divergência

em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo

demandaria o reexame de fatos e provas constantes dos

autos e o exame da legislação local aplicável à espécie

(CLT), o que inviabiliza o processamento do apelo

extremo, tendo em vista a vedação contida nas Súmulas

279 e 280 do STF. Ante o exposto, nego provimento ao

recurso extraordinário, nos termos do art. 932, IV, “a” do

CPC c/c art. 21, § 1º do RISTF. Publique-se. Brasília, 3

de agosto de 2017. Ministro Edson Fachin Relator

Documento assinado digitalmente. (STF - ARE:

1009242 DF - DISTRITO FEDERAL, Relator: Min.

EDSON FACHIN, Data de Julgamento: 03/08/2017,

Data de Publicação: DJe-176 10/08/2017)

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fls. 3313

Como também a de prestar esclarecimento onde reside a

nulidade do contrato que foi legalmente celebrado na vigência da

CF de 1969, uma vez que a própria redação do art. 19, § 1° do

ADCT/1988 assegurou a contagem do respectivo tempo de

serviço celetista como vantagem quando da realização do

concurso público para fins de efetivação em cargo público.

Art. 19

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste

artigo será contado como título quando se submeterem

a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.

A falta de estabilidade e a falta de efetividade no

emprego público de certo não são óbices à dispensa do

empregado público sem justa causa pela Administração Pública

após avaliação de juízo de conveniência e oportunidade, mas não

autoriza que a administração pública (ora equiparada a

empregador) e nem o judiciário declarar nulo o vínculo quando a

lei não exigia concurso para sua celebração.

Esta é a inteligência que se extrai da LINDB: (Dec. Lei

4.657/42 com redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010)

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,

respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido

e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de

1957).

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado

segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

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fls. 3314

Não podemos, vênia, confundir a falta de proteção

funcional contra a dispensa com o poder discricionário da

autoridade pública de anular o contrato sem que a lei o preveja ou

que traga vícios de origem. A proteção que referidos vínculos

possuem é aquela do art. 7º, I da CF.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida

arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei

complementar, que preverá indenização

compensatória, dentre outros direitos;

In Casu, data vênia, a interpretação dos dispositivos

constitucionais que regulam o ingresso na administração pública,

vigentes a partir da CF/1988 há de se adequar a decisão do STF,

proferida nos autos da ADI 2135/DF. Em virtude das várias

situações jurídicas, pré e pós existentes à vigência da CF em

05/10/88 podemos sustentar, sem dúvida, que no mínimo, há

quatro possíveis situações jurídicas para os trabalhadores do

Poder Público:

a) aqueles admitidos sob a égide da Constituição Federal

anterior (1967 c/c 1969) quando não se exigia concurso

para emprego público;

b) aqueles contratados entre a data da vigência da

Constituição Federal atual (05/10/1988) até a data

anterior à da vigência da EC 19/1998, quando foi

imposto o regime jurídico único e facultado ao ente

público escolher o regime

c) aqueles contratados a partir de 05/06/1998, início da

vigência da EC19, até antes da publicação da decisão

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fls. 3315

proferida nos autos ADI 2135, quando foi suspensa,

ainda que por liminar, a obrigatoriedade do regime

jurídico único;

d) aqueles contratados a partir de 07/03/2008, data da

publicação do julgamento liminar da ADI 2135/DF,

quando voltou a ser exigido o regime jurídico único da

EC 18/98.

Pois, diante da existência dos limites impostos pelo art.

5º, XXXVI da CF, para cada caso concreto impõe-se o respeito ao

direito adquirido e ao ato jurídico perfeito conforme a lei vigente

a época.

6. DO PEDIDO CONTRA LEGIS

A lei 4.717/65 que regula a Ação Popular, ao legitimar o

cidadão para sua propositura, estabeleceu que o seu manejo só se

dará para obter a anulação ou declaração de nulidade do ato lesivo

ao patrimônio público. In Verbis o seu art. 1º

Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear

a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos

ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados,

dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades

de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de

sociedades mútuas de seguro nas quais a União

represente os segurados ausentes, de empresas públicas,

de serviços sociais autônomos, de instituições ou

fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público

haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por

cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas

incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito

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fls. 3316

Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer

pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos

cofres públicos.

Os autores solicitaram a decretação do afastamento do

empregados regidos pela CLT admitidos antes da vigência da CF

em 05/10/1988 com fundamento no art. 19 do ADCT.

f.3) decretar o afastamento dos servidores não estáveis

ingressos entre 05/10/1983 a 05/10/1988, pois em

desconformidade com o disposto no art. 19 da ADCT

Data Vênia, o fato dos trabalhadores não possuírem

estabilidade no emprego não significa que estejam ocupando o

emprego público ilegalmente. Reside em OFENSA AO

DIREITO ADQUIRIDO e ao ATO JURIDICO PERFEITO

condenar osservidores admitidos pela CLT antes da CF à perda do

emprego público sem que tenham cometido ato passível de

aplicação da penalidade de justa causa, ato de improbidade,

insuficiência de desempenho ou julgado inservível ou inabilitado

ao serviço público.

São preceitos constitucionais o direito ao trabalho, à sua

remuneração e a proteção estatal da sua qualidade como

promoção da dignidade humana:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

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II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou

profissão, atendidas as qualificações profissionais que a

lei estabelecer;

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição

social:

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente

unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais

básicas e às de sua família com moradia, alimentação,

educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e

previdência social, com reajustes periódicos que lhe

preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua

vinculação para qualquer fim;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do

trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim

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assegurar a todos existência digna, conforme os ditames

da justiça social, observados os seguintes princípios:

VIII - busca do pleno emprego;

Ademais, nobre Julgador, em nenhum outro momento de

nossa história recente, a elaboração de uma lei foi tão discutida e

estudada quanto a elaboração da Constituição Federal de 1988.

Disso resulta que a aparente omissão quanto a situação

jurídica dos trabalhadores que prestavam serviço público, cujo

ingresso tenha se dado dentro dos 05 anos anteriores à

promulgação da CF/88, não deve ser interpretada como um

silêncio inexpressivo ou falho.

Definitivamente não foi assim.

Após amplo debate à época, optou o legislador

constituinte originário apenas por prever a estabilidade do

servidor público que tinha até então mais de 05 anos ocupando

cargo público. Por outro lado, podendo declarar a

incompatibilidade dos demais vínculos existentes com a então CF

que surgia naquela ocasião, preferiu por manter a condição

jurídica que estes tinham até então, qual seja: a de legítimos

servidores públicos, porém despidos de estabilidade e

efetividades, qualidades que passariam a ser próprias dos

concursados e daqueles com mais de 05 anos de serviço público

na data da promulgação da CF.

A conclusão correta, portanto, quanto à situação jurídica

dos servidores em comento é a de legítimos servidores públicos,

cuja exoneração/demissão continuou a ser ato discricionário do

Poder Público a que tais servidores estiverem vinculados, neste

caso, ao chefe de Poder Executivo Municipal. Não cabendo, desta

forma, qualquer margem para o Poder Judiciário ingressar na

esfera de gestão administrativa do Executivo e adotar ato que fere

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de morte a separação dos poderes e é despida de qualquer

constitucionalidade.

Não obstante, oportunamente, necessário pontuar que,

para além da discussão quanto à legalidade/constitucionalidade de

tais vínculos, nos parece um grave equívoco concluir que tais

servidores “custaram aos cofres públicos cerca de 1,1 bilhão

(bilhão!) em 30 (trinta) anos. Um bilhão e cem milhões de reais!”.

Isso porque tal investimento, se no montante em que

apontado, não significou dispêndio com funcionários fantasmas,

com aquisição de bens desnecessários, serviços improdutivos etc.

Esses trabalhadores de fato prestaram – e continuam

prestando - serviço efetivo há mais de 30 anos em favor da

Administração Pública com bastante eficiência e reconhecimento

da comunidade. Acumularam experiência e aprimoraram, sempre

que as condições estabelecidas permitiram, a prestação do

serviço. O valor mencionado não foi um simples gasto, mas foi

uma remuneração devida a trabalhadores que devolveram o

investimento com muito trabalho em favor da comunidade

Ilheense.

Não se trata também de supostos cabides de emprego ao

parecido. Esses servidores, como já mencionados, estão no

serviço público há mais de 30 anos. Nesse interim, diversos

gestores municipais ocuparam a Prefeitura de Ilhéus, personagens

de diversos partidos e legendas. Fosse apenas uma relação de

apadrinhamento, o vínculo desses servidores não perduraria por

tanto tempo.

Considerar que servidores no exercício do emprego

público apenas por não serem detentores de estabilidade causam

prejuízo ao município fere os preceitos constitucionais em que se

funda o estado democrático de direito e do direito a percepção de

remuneração pelo trabalho licitamente prestado.

7. DO PEDIDO

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Diante do exposto,

a) requer o acolhimento do presente recurso para admitir

o embargante como parte interessada processualmente,

habilitando-o como litisconsorte necessário passivo por

substituição processual.

b) preliminarmente, requer o provimento dos embargos

de declaração com efeito modificativo, para declarar a prescrição

da pretensão dos Autores, subsidiariamente, requer a declaração

de nulidade da sentença, a fim de que seja determinado o retorno

do processo à sua fase inicial, com a consequente citação dos

servidores públicos interessados para oportunizar o oferecimento

de contestação.

c) no mérito, se ultrapassadas as preliminares, requer o

provimento dos embargos com efeito modificativo para suprir a

omissão, sanando as contradições, para declarar que os contratos

de emprego púbico celebrado com o município de Ilhéus sob o

regime da CLT em data anterior a vigência do Art. 37, II da CF

são legais, legítimos e constitucionais.

Nestes Termos

P. deferimento

Ilhéus, 12 de Novembro de 2018

Davi Pedreira de Souza

OAB/BA 45.564

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