13
EXONERAÇÃO DA FIANÇA MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS Juiz do Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo Professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito de Bauru (ITE) INTRODUÇÃO A fiança é instituto regulado pelo Código Civil que se encarta no gênero dos contratos de caução ou de garantia, os quais podem ser reais ou fidejussórios, que têm a finalidade de outorgar ao credor uma garantia adicional àquela consubstanciada no patrimônio do devedor. A garantia real é aquela que se constitui num bem móvel ou imóvel que é destacado do patrimônio do garantidor de molde a que seu valor ou rendimento responda pelo eventual inadimplemento da obrigação principal. Nosso ordenamento prevê como garantias reais o penhor, a hipoteca e a anticrese. A garantia fidejussória, por seu turno, é aquela outorgada por terceiro, estranho à relação obrigacional, que se compromete a assegurar pessoalmente ao credor o adimplemento da obrigação principal. A fiança é o exemplo típico de garantia fidejussória, que é definida no art. 1481 do Código Civil como o contrato pelo qual uma pessoa se obriga por outra, para com o seu credor, a satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra. A fiança é convencionada como obrigação acessória, uma vez que ela só pode ser outorgada para garantir a obrigação principal, sem a qual ela não tem razão de ser instituída. É de grande

EXONERAÇÃO DA FIANÇA - bdjur.stj.jus.brbdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/19938/Exoneração da fiança... · eventual inadimplemento da obrigação principal. Nosso ordenamento

Embed Size (px)

Citation preview

iTIrUlçÃo rOLEDO DE ENSINO

:to Comercial. 9a edição,

mercial. 10 volume, 4a

-echo Commercial y Aires, Editorial Astrea,

<\ssis. Estabelecimento :strado da UFRN, Natal, EXONERAÇÃO DA FIANÇA

~rcial. 8a edição, Rio de

rrência do Alienante do Saraiva, 1980.

nercial. 21 a edição, São

9,151, 157, 167,325 e

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

Juiz do Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo

Professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito de Bauru (ITE)

INTRODUÇÃO

A fiança é instituto regulado pelo Código Civil que se encarta no gênero dos contratos de caução ou de garantia, os quais podem ser reais ou fidejussórios, que têm a finalidade de outorgar ao credor uma garantia adicional àquela consubstanciada no patrimônio do devedor. A garantia real é aquela que se constitui num bem móvel ou imóvel que é destacado do patrimônio do garantidor de molde a que seu valor ou rendimento responda pelo eventual inadimplemento da obrigação principal. Nosso ordenamento prevê como garantias reais o penhor, a hipoteca e a anticrese. A garantia fidejussória, por seu turno, é aquela outorgada por terceiro, estranho à relação obrigacional, que se compromete a assegurar pessoalmente ao credor o adimplemento da obrigação principal. A fiança é o exemplo típico de garantia fidejussória, que é definida no art. 1481 do Código Civil como o contrato pelo qual uma pessoa se obriga por outra, para com o seu credor, a satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra.

A fiança é convencionada como obrigação acessória, uma vez que ela só pode ser outorgada para garantir a obrigação principal, sem a qual ela não tem razão de ser instituída. É de grande

1

128 REVISTA JURÍDICA - INSTITUiÇÃO TOLEDO DE ENSINO

aplicação nos contratos de locação, sendo normalmente exigida pelos locadores como garantia da locação. Caracteriza-se ainda como obrigação unilateral, uma vez que o fiador assume obrigações em relação ao credor, o qual, no entanto, não se obriga em relação àquele. Clóvis Beviláqua e M. I. Carvalho de Mendonça entendem que a fiança é um contrato bilateral imperfeito, argumentando que se o fiador pagar o débito afiançado, sub-rogar-se-á nos direitos do credor principal, sendo­lhe assegurado o direito de propor ação contra o devedor para ser reembolsado dos valores que pagou por conta do débito daquele. É ainda contrato gratuito, uma vez que, em regra, institui obrigações apenas para o fiador, o qual, por seu turno, normalmente, não aufere nenhum benefício. Não se olvide, porém, que é possível que se convencione remuneração ao fiador pela fiança prestada. Caracteriza-se ainda a fiança como contrato "intuitu personae" porque é baseada na fidúcia ou confiança que o credor deposita no fiador.

A fiança também é regulada pelo Código Comercial (arts.256 a 263), que estabelece ser a fiança comercial sempre solidária, ao contrário do Código Civil (art. 896) que dispõe não ser presumível a solidariedade, que só pode resultar da lei ou da vontade das partes. A legislação comercial prevê ainda entre os institutos de garantia pessoal, o aval, o qual, em que pese apresentar pontos de similitude com a fiança, com ela não pode ser confundido, por ser ele regulado pelos princípios do direito cambiário, dotado de autonomia, o que o diferencia extremamente da fiança, que é sempre obrigação acessória.

Nosso ordenamento prevê três espécies de fiança: convencional, legal e judicial. O Código Civil elenca hipóteses de fiança legal nos arts. 419, 555, 580, parágrafo único, 582, 729, 892, inc. 11 e 1.131. O Código de Processo Civil arrola casos de fiança judicial nos arts. 601, § 1°,602, § 2°.

A fiança, como vimos, pode ser civil ou comercial, cumprindo ressaltar, no entanto, que a fiança concedida em contrato de locação de imóveis é sempre de natureza civil, consoante anota o festejado Washington de Barros Monteiro, em seu clássico Curso

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA Cl

de Direito Civil, Direito Saraiva, 1962, p.377.

EXONERAÇÃO DA FIA"

Estabelece o artigo l50( exonerar-se da fiança, que sempre que lhe convier, fi efeitos da fiança, anteriore5 exonerar".

Pacífico o entendimento fiança concedida sem lim faculdade de se exonerar do que a garantia não é concedi

Clóvis Beviláqua, ao co ensina que:

A fiança pode t, fiador, independente ( principal; ou terá o primeiro caso, o adve1: pleno direito, a obrl extinguirá, se o credor porque a moratória co do fiador, extingue afi,

"Pode a fiança T,

uma obrigação, que t benéfico, desinteressa, Nessus. Assim como o livremente, lhe sacode tendo prometido conse vontade, não poderá pé

"É tão intuitiva ( Civis a supõem contid, de mencioná-la. Alguél: um prédio. A locação I

I

ISTlTUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

ldo normalmente exigida rão. Caracteriza-se ainda

que o fiador assume no entanto, não se obriga

. e M. I. Carvalho de ~ um contrato bilateral fiador pagar o débito

) credor principal, sendo­contra o devedor para ser conta do débito daquele. que, em regra, institui

qual, por seu turno, nefício. Não se olvide, ne remuneração ao fiador la a fiança como contrato idúcia ou confiança que o

ligo Comercial (arts.256 a rcial sempre solidária, ao iispõe não ser presumível la lei ou da vontade das lda entre os institutos de pese apresentar pontos de :te ser confundido, por ser to cambiário, dotado de amente da fiança, que é

especIes de fiança: I Civil elenca hipóteses de lrágrafo único, 582, 729, ~sso Civil arrola casos de

2°.

ou comercial, cumprindo mcedida em contrato de a civil, consoante anota o ira, em seu clássico Curso

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

de Direito Civil, Direito das Obrigações, voI. 5°, tomo 11, Ed. Saraiva, 1962, p.377.

EXONERAÇÃO DA FIANÇA

Estabelece o artigo 1500 do Código Civil que "o fiador poderá exonerar-se da fiança, que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando, porém, obrigado por todos os efeitos da fiança, anteriores ao ato amigável, ou à sentença que o exonerar".

Pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que a fiança concedida sem limitação de tempo, enseja ao fiador a faculdade de se exonerar do encargo quando lhe convier, uma vez que a garantia não é concedida em caráter perpétuo.

Clóvis Beviláqua, ao comentar o art. 1500 do Código Civil ensina que:

A fiança pode ter um prazo próprio estipulado pelo fiador, independente da limitação de tempo da obrigação principal; ou terá o prazo estabelecido para esta. No primeiro caso, o advento do termo extingue, ipso facto, e de pleno direito, a obrigação do fiador. No segundo, só extinguirá, se o credor não executar, desde logo, o devedor, porque a moratória concedida ao devedor, sem intervenção do fiador, extingue afiança (art. 1503,1).

"Pode a fiança não ter limitação de tempo e aderir a uma obrigação, que também não o tenha. A fiança, ato benéfico, desinteressado, não pode ser uma túnica de Nessus. Assim como o fiador, livremente, a tomou sobre si, livremente, lhe sacode o jugo, quando lhe convier, pois, não tendo prometido conservá-la por tempo certo, contra a sua vontade, não poderá permanecer indefinidamente obrigado.

"É tão intuitiva esta regra de direito que os Códigos Civis a supõem contida no conceito de fiança, e se abstêm de mencioná-la. Alguém afiança o pagamento do aluguel de um prédio. A locação é por tempo indeterminado; a fiança

129

REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA 130

não tem prazo; o fiador exonera-se no momento, em que não lhe convier mais responder pela obrigação do locador. É também evidente que até o momento, em que se exonera da fiança, fica obrigado pelos efeitos, dela, isto é, no exemplo dado, pela dívida do locador.

"Poderá acontecer que o credor não queira lhe reconhecer esse direito, e não lhe restitua a carta de fiança. Recorrerá, então ao poder judiciário, que o libertará por sentença. Até a decisão definitiva do juiz, durarão os efeitos da fiança, diz o nosso artigo. Não é justo. Se o juiz reconhece que o fiador tinha o direito de exonerar-se da fiança, não devia o Código sujeitá-lo às consequências do capricho do credor. Desde o momento em que este tivesse sido notificado da resolução do fiador de eximir-se aos ônus

t,

da fiança, deviam cessar os efeitos da fiança de tempo il; indeterminado, quer se conformasse o credor com a nova ~ I

" situação, quer, sem fundamento jurídico, pretendesseii permanência da anterior.

Para evitar essa injustiça, poderá a sentença declarar o momento em que cessaram os efeitos da fiança. Evitará, por esse modo ao fiador, um acréscimo de responsabilidade, que ele declarou não aceitar" (Código Civil Comentado, Clóvis Beviláqua, volume 5°, Livraria Francisco Alves" ed. 1957 pág.202).

Caio Mário da Silva Pereira, perfilha a orientação doutrinária de Clóvis Beviláqua ao afirmar que a fiança concedida sem limite de tempo enseja ao fiador o direito de exonerar-se do encargo quando melhor lhe aprouver, anotando, porém, ser injusta a letra da lei que libera o fiador apenas a partir da prolação da sentença exoneratória. Alvitra como mais justa a liberação do fiador a partir da citação do credor, retrotraindo os efeitos da sentença a partir da data daquela. (autor citado, Instituições de Direito Civil, voI. 3°, Ed. Forense, 1970, p. 360).

Assim, verifica-se inexistir discussão na doutrina a respeito da faculdade do fiador de se exonerar, quando lhe convier, da fiança

convencionada por prazo art. 1500 do Código Civil

Fiança convencionada a efetiva entrega das chav

Antiga divergência se i respei to da possibilid, convencionada em contra sua vigência até a efetiva ao locador.

No Egrégio Segundo' corte especializada para ( locação, de há muito, di, interpretação do art. 150( obriga até a efetiva entreg,

Diversos julgados origi no sentido de que, pactu

. chaves, não pode o fiador art. 1500 do Código Civil 268.039/8, ReI. Juiz Seb revisão n° 254.744/0, 5a. C j. em 13-2-90; Apelação c ReI. Juiz Oswaldo Brevigl n° 341.679/8, 1a. Câmara, Apelação com revisão n° 4( Salles, j. 4-7-94; Apelação ReI. Juiz Laerte Sampaic 465.169/4, 2a. Câmara, ReI;

Em sentido contrário, e tenha assumido a respom chaves, a faculdade de exc prazo ~do contrato de 10caç indeterminado: Apelação c ReI. Juiz Rodrigues da Sih 336.136/6, 4a. Câmara, R Apelação com revisão n° 3(

STITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

se no momento, em que la obrigação do locador. lento, em que se exonera ifeitos, dela, isto é, no ror.

credor não queira lhe 'estitua a carta de fiança. írio, que o libertará por (o juiz, durarão os efeitos Não é justo. Se o juiz lireito de exonerar-se da í-lo às consequências do lento em que este tivesse dor de eximir-se aos ônus ,tos da fiança de tempo ~se o credor com a nova o jurídico, pretendesse

a sentença declarar o l fiança. Evitará, por esse ~sponsabilidade, que ele ál Comentado, Clóvis :isco Alves" ed. 1957

1 a orientação doutrinária nça concedida sem limite : exonerar-se do encargo porém, ser injusta a letra r da prolação da sentença iberação do fiador a partir tos da sentença a partir da de Direito Civil, voI. 3°,

na doutrina a respeito da Ido lhe convier, da fiança

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

convencionada por prazo indeterminado, nos expressos termos do art. 1500 do Código Civil.

Fiança convencionada em contrato de locação para vigorar até a efetiva entrega das chaves.

Antiga divergência se instalou na doutrina e na jurisprudência a respeito da possibilidade do fiador se exonerar de fiança convencionada em contrato de locação, com cláusula expressa de sua vigência até a efetiva devolução das chaves do imóvel locado ao locador.

No Egrégio Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, corte especializada para conhecer as questões relacionadas com locação, de há muito, divergem seus juízes a respeito da correta interpretação do art. 1500 do Código Civil, quando o fiador se obriga até a efetiva entrega das chaves.

Diversos julgados originários da Corte Paulista posicionam-se no sentido de que, pactuada a fiança até a efetiva entrega das chaves, não pode o fiador exonerar-se da fiança, com arrimo no art. 1500 do Código Civil, conforme Apelação com Revisão n° 268.039/8, ReI. Juiz Sebastião Amorim, j. 8-8-90; Ap. com revisão n° 254.744/0, 5a. Câmara, Relator Juiz Sebastião Amorim, j. em 13-2-90; Apelação com revisão n° 328.380/3, 3a. Câmara, ReI. Juiz Oswaldo Breviglieri, j. 11-5-93; Apelação com revisão n° 341.679/8, la. Câmara, ReI. Juiz Renato Sartorelli, j. 24-5-93; Apelação com revisão n° 407.070, 2a. Câmara, ReI. Juiz Diogo de Salles, j. 4-7-94; Apelação sem revisão n° 432.248/6, 5a. Câmara, ReI. Juiz Laerte Sampaio, j. 17-5-95; Ap. com revisão n° 465.169/4, 2a. Câmara, Relator Juiz Andreatta Rizzo, j. 23-9-96.

Em sentido contrário, entendendo ser possível ao fiador, que tenha assumido a responsabilidade até a efetiva entrega das chaves, a faculdade de exonerar-se da fiança após o término do prazo -do contrato de locação, o qual passa a vigorar por prazo indeterminado: Apelação com revisão n° 341.004/5, 4a. Câmara, ReI. Juiz Rodrigues da Silva, j. 8.6.93; Apelação com revisão n° 336.136/6, 4a. Câmara, ReI. Juiz Amaral Vieira, j. 22.6.93; Apelação com revisão n° 361.999, 7a. Câmara, ReI. Juiz Antonio

131

REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO 132

Marcatto, j. 08-02-94; Apelação com revisão n° 456.524/9, 6a. Câmara, ReI. Juiz Paulo Hungria, j. 29.5.96.

Posicionando-me na controvérsia, inclinei-me pelo entendimento que autoriza o fiador, em tal hipótese, pleitear a exoneração da fiança após o decurso do prazo convencionado para a locação, que passa a vigorar por prazo indeterminado. Assim é que, ao prolatar voto vencido na Apelação com revisão n° 463.565-0-9 manifestei-me nos seguintes termos:

"Ousei divergir do voto majoritário pelos seguintes motivos:

O art. 1500 do Código Civil é taxativo no sentido de que "o fiador poderá exonerar-se da fiança, que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando, porém, obrigado por todos os efeitos da fiança,

1\ anteriores ao ato amigável, ou à sentença que o exonerar. 'I

~i Não colhe o argumento do apelante de que a exoneração da I, fiança só pode ser pleiteada quando convencionada por tempo !~I indeterminado. Data vênia, mesmo no caso de fiança celebrada 11

por prazo certo, nada obsta que o fiador peça a exoneração do encargo para valer após o decurso do prazo pactuado para a fiança.

A questão mais discutida nesta lide, suscitada na contestação, e sobre a qual há grande divergência neste Segundo Tribunal de Alçada Civil, diz respeito à cláusula contratual pela qual o fiador se responsabiliza pela fiança "até a entrega, real e efetiva, da chaves do imóvel locado."

Esta Colenda Quinta Câmara Civil tem precedente pretoriano em acórdão da lavra do Eminente Juiz Sebastião Amorim, cuja ementa está assim redigida:

Locação. Fiança. Exoneração. (art. 1500 do C. Civil). Renúncia. Inadmissibilidade.

"Obrigando-se o fiador pela responsabilidade da fiança até a efetiva entrega das chaves, não pode exonerar­se do encargo, tendo em vista a renúncia à faculdade prevista no art. 1500 do C.Ovil" (Ap.c/Rev. n° 268.039). No

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA

mesmo sentido: 124/269; Ap.160. 166.606, Rel. Juiz, Soares Lima; Apel todas relatadas pe Juiz narciso Orlam

O Eminente Juiz Lae redigiu precioso estudo, seguinte:

Por sua vez, l

outra a ela equiparl se pode afinnar, ju porque não se pode ocorrerá. Não há l

momento indefinido se diante de um ti resolutiva. Ora, co presença ou ausé resolutiva, autoriza determinado e com partes apõem tennl tempo detenninaa indeterminado. (Con

A fiança é conceituada acessória. Por isso, pode diverso daquele relativo ai sendo este não solene, pos~

Estabelecendo-se que o termo final certo (dia ( proibição legal que o de anterior ou posterior aquell termo final previsto no Ci

efeito de extinguir o contr final deste, já que o acessá contrato de locação, em fac partes, é prorrogado, toma

HITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

~visão n° 456.524/9, 6a. )6.

a, inclinei-me pelo l tal hipótese, pleitear a razo convencionado para indetenninado. Assim é

lelação com revisão n° tennos:

los seguintes motivos:

é taxativo no sentido de ;e da fiança, que tiver sempre que lhe convier, os os efeitos da fiança, 1tença que o exonerar.

de que a exoneração da mvencionada por tempo :aso de fiança celebrada Ir peça a exoneração do prazo pactuado para a

scitada na contestação, e te Segundo Tribunal de :ratual pela qual o fiador trega, real e efetiva, da

m precedente pretoriano Sebastião Amorim, cuja

). (art.1500 do C. Civil).

la responsabilidade da rves, não pode exonerar­l renúncia à faculdade p.clRev. n° 268.039). No

mesmo sentido: JTA (RT) 951258, 103/300, 106/367, 1241269; Ap. 160.527, rel. Juiz Flávio Pinheiro; Ap. 166.606, Rel. Juiz Marcelo Motta; Ap. n° 194.217, Rel. Juiz Soares Lima; Apelações nOs 262.999, 268.942 e 287.962, todas relatadas pelo Juiz Batista Lopes; Ap. 322.636, Rel. Juiz narciso Orlandi).

O Eminente Juiz Laerte Sampaio, desta Colenda 5a Câmara, redigiu precioso estudo sobre o tema (inédito), onde sustenta o seguinte:

Por sua vez, a expressão até a entrega das chaves, ou outra a ela equiparada, define um fato futuro e incerto. Não se pode afirmar, juridicamente, tratar-se de um fato certo porque não se pode definir qual o dia do calendário em que ocorrerá. Não há qualquer incerteza de que ocorrerá em momento indefinido. Mas como efetivamente ocorrerá está­se diante de um termo incerto e não de uma condição resolutiva. Ora, como bem leciona Orlando Gomes, "a presença ou ausência de termo final, ou condição resolutiva, autoriza a classificar em contrato por tempo determinado e contrato por tempo indeterminado. Se as partes apõem termo final ou condição resolutiva, é por tempo determinado. Caso contrário, por tempo indeterminado. (Contratos, p. 150).

A fiança é conceituada como um contrato, embora de natureza acessória. Por isso, pode mesmo ser prestada por instrumento diverso daquele relativo ao contrato de locação, mesmo que, em sendo este não solene, possa somente existir verbalmente.

Estabelecendo-se que o contrato de locação (principal) tem um tenno final certo (dia detenninado no calendário), inexiste proibição legal que o de fiança (acessório) tenha outro termo anterior ou posterior aquele. E isto porque, se ocorrido primeiro o termo final previsto no contrato principal, ocorrerá o imediato efeito de extinguir o contrato acessório, embora diverso o termo final deste, já que o acessório seguirá o principal. Entretanto, se o contrato de locação, em face das imposições legais ou vontade das partes, é prorrogado, tomando-se por prazo indeterminado, nem

133

I

134 REVISTA JURÍDICA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA

por isso se poderá considerar alterado o tempo do contrato de fiança, se o ato de entrega das chaves foi escolhido como seu termo final. Persistirá o contrato de fiança como sendo por prazo determinado, consoante a conceituação acima lembrada.

Em tais circunstâncias, portanto, não pode o fiador se desonerar da fiança, com fulcro no art.1500 do C.Civil, porque sua responsabilidade não é limitada no tempo". (Juiz Laerte Sampaio).

Em que pese o profundo respeito por tão autorizadas opiniões, este Relator entende que a melhor posição é aquela que considera que a cláusula que fixa a responsabilidade do fiador até a entrega das chaves do imóvel locado ao locador como sendo configuradora de uma fiança sem limitação no tempo e que, por isso, autoriza o pleito exoneratório, com supedâneo no art.1500 do Estatuto Civil.

O Juiz Francisco de Barros, integrante deste Colendo Segundo Tribunal e autor de consagrada obra sobre locação, assim se manifesta sobre o tema em exame:

A despeito de algumas divergências doutrinárias e jurisprudenciais, a responsabilidade assumida "até a entrega das chaves" não tem sido considerada como suficiente para afastar o direito de exoneração. Entende-se, e com razão, que tal cláusula não implica renúncia à faculdade concedida ao fiador. Mas não falta, e sem razão, quem sustente que tal cláusula significaria termo certo para a responsabilidade do fiador. Diz-se, então, que a obrigação deste teria prazo certo, determinado, definido. Daí, por entender-se que a fiança estaria limitada no tempo, o fiador não poderia lançar mão da possibilidade de exoneração garantida pelo art.1500 do C. Civil, pois tal regra só se aplica quando o fiador se compromete sem limitação de tempo. Perdão, mas achamos isso uma bobagem. Invocamos, em primeiro lugar, o magistério de Miguel Maria de Serpa Lopes (Curso de Direito Civil, Freitas Bastos, 1958, v.4.p. 474), que afirma equiparar-se a uma fiança sem limitação de tempo a que se assegura as

obrigações do loca, arrendado. Washin v.5, p. 363) diz qUl entrega efetiva das tempo.

Alavancados pelos civi ser ilimitada no tempo a entrega das chaves. A des< imponderável. Imponder~ significa fronteira, divisa, não pode ser ultrapassado quando a desocupação imprevisível. Limite tem indeterminado não tem fim

A entrega das chaves d< é uma condição certa, porq indefinidamente. A única serem entregues as chaves estará desfeita a locação obrigações do locatário ( responsabilidade do fiado limitação no tempo, enc responsabilidade do fiador indeterminado". (autor cita0 Ed. Saraiva, 1995, p. 177).

Também perfilha idêl processualista e Juiz ANTl pronunciou:

Fiança. Exonel prazo indeterminado. ,

Ainda que o fia contrato de locação al os créditos decorrenté caracteriza a renúncia

STITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

o tempo do contrato de foi escolhido como seu ;a como sendo por prazo ;ima lembrada.

não pode o fiador se 1500 do C.Civil, porque 10 tempo". (Juiz Laerte

tão autorizadas opiniões, io é aquela que considera ie do fiador até a entrega

locador como sendo ção no tempo e que, por mpedâneo no art.1500 do

~ deste Colendo Segundo sobre locação, assim se

~rgências doutrinárias e lade assumida "até a sido considerada como exoneração. Entende-se,

'tão implica renúncia à !s não falta, e sem razão, ~ificaria termo certo para Diz-se, então, que a

" determinado, definido. staria limitada no tempo, (io da possibilidade de iOO do C. Civil, pois tal ior se compromete sem !as achamos isso uma J lugar, o magistério de Curso de Direito Civil, ue afirma equiparar-se a JO a que se assegura as

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

obrigações do locatário até a entrega das chaves do prédio arrendado. Washington de Barros Monteiro (Curso, cit., v.5, p. 363) diz que contrato de locação com fiança até a entrega efetiva das chaves é caso de fiança indefinida no tempo.

Alavancados pelos civilistas citados, não hesitamos em afirmar ser ilimitada no tempo a obrigação assumida pelo fiador até a entrega das chaves. A desocupação do imóvel pelo inquilino é fato imponderável. Imponderável é indefinido e ilimitado. Limite significa fronteira, divisa, fim, termo, momento certo, ponto que não pode ser ultrapassado. Não constatamos essa idéia de limite quando a desocupação do imóvel é fato futuro, incerto, imprevisível. Limite tem fim. Locação vigorando por tempo indeterminado não tem fim certo, e o que é incerto não tem limite.

A entrega das chaves do imóvel não é definida no tempo, nem é uma condição certa, porque a locação pode prorrogar-se longa e indefinidamente. A única certeza que se pode extrair do fato de serem entregues as chaves do imóvel é que, naquele momento, estará desfeita a locação e, é lógico, a partir daí cessarão as obrigações do locatário e, consequentemente, desaparecerá a responsabilidade do fiador. Todavia, no que diz respeito à limitação no tempo, enquanto não desfeita a locação, a responsabilidade do fiador subsiste de modo indefinido, incerto, indeterminado". (autor citado, "Comentários à Lei do Inquilinato" Ed. Saraiva, 1995, p. 177).

Também perfilha idêntico entendimento o doutíssimo processualista e Juiz ANTONIO MARCATO, que assim já se pronunciou:

Fiança. Exoneração. Contrato. Prorrogação por prazo indeterminado. Admissibilidade.

Ainda que o fiador tenha se obrigado a garantir o contrato de locação até a entrega das chaves e a satisfazer os créditos decorrentes da locação, tal circunstância não caracteriza a renúncia ao direito de exonerar-se da fiança,

135

REVISTA JURÍDICA - INSTiTUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO136

que deve ser entendida como prestada sem limitação de tempo" (Ap. com revisão 361.999, r Câmara, j. em 8.3.94).

Do corpo do venerando voto acima ementado, consta o seguinte escólio:

Não obstante o ora apelante tenha se obrigado a garantir o contrato de locação até a entrega efetiva da chave e a apuração de todas as responsabilidades da locatária, claro está que em momento algum renunciou ao direito de exonerar-se da fiança, que deve ser entendida, diante de tal situação, como prestada sem limitação de tempo. E esse entendimento, encontra conforto em inúmeros precedentes, valendo destacar, exemplificativamente, os vv.acórdãos prolatados nos Embargos Infringentes n°

i

I 194.764, desta Colenda Sétima Câmara, Relator o hoje ilustre Des. Gildo dos Santos (julg. 30.03.87) e no Recurso Especial n° 1.765, de São Paulo, julgado pela Colenda Terceira Turma do Egrégio Superior Tribunal de Justiça,

li Relator o eminente Ministro Cláudio Santos (julg. 03.04.90).

No mesmo sentido é o voto relatado pelo Eminente Juiz AMARAL VIEIRA, cuja ementa é a seguinte:

Fiança. Exoneração. Renúncia expressa. Necessidade. '"

o fato do fiador ter se obrigado pela fiança até a entrega das chaves não pode ser interpretado como renúncia a faculdade prevista no art. 1500 do Código Civil, isto porque a renúncia a direito não se presume e somente pode ser reconhecida quando expressamente formalizada" (Ap. com rev. 336. 136,4° Câmara).

O Excelso Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou sobre a controvertida questão:

Fiança. Locação. Cláusula "até a entrega das chaves". Exoneração. art. 1500 do Código Civil.

A fiança dada a contrato de locação com cláusula "até a entrega das chaves" não implica renúncia a

MANOEL DE QUEIROZ PEREIR

faculdade de exo pelo art. 1500 do (RSTJ, vol.ll, p. ~

Em idêntico sentido:

Fiança. O fi assinado sem limi ficando, porém, o anteriores ao ato (RSTJ, 58, p. 421,

Na esteira de tais I sendo a fiança conven estipulação equivale à fi: incerto, circunstância q exoneração do encargo, ( mercê do que, quanto ao digno sentenciante.

Anoto que tal entenc Eminente Juiz João Sale julgamento da Apelação ( de 1993. Consta do doUl excelência da fundamen contrato de locação, in prorrogou-se por tempo ocorre por vontade do fiai que impõe a indeterminaç o ajuste passa a ser, então de locação é de trato suces contemporâneas, tem dura sendo assim, não se há diz, de tempo, de molde a invü

Ao contrário. duração da fiança, Monteiro aponta co! a fiança "prazo cert (por exemplo, contra

STlTUlÇÃO TOLEDO DE ENSINO

~stada sem limitação de 7a Câmara, j. em 8.3.94).

na ementado, consta o

te tenha se obrigado a ~té a entrega efetiva da lS responsabilidades da mto algum renunciou ao que deve ser entendida, 'stada sem limitação de tra conforto em inúmeros ~xemplificativamente, os !bargos Infringentes n° ';âmara, Relator o hoje . 30.03.87) e no Recurso " julgado pela Colenda -ior Tribunal de Justiça, Cláudio Santos· (julg.

ldo pelo Eminente Juiz linte:

'a expressa. Necessidade.

igado pela fiança até a ser interpretado como ,-t. 1500 do Código Civil, io se presume e somente 'essamente formalizada"

Justiça também já se

i "até a entrega das Código Civil.

e locação com cláusula io implica renúncia a

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

faculdade de exonerar-se o fiador da garantia concedida pelo art. 1500 do Código Civil. Recurso Especial provido. (RSTJ, vol.]], p. 364, ReI. Min. Cláudio Santos).

Em idêntico sentido:

Fiança. O fiador poderá eximir-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo sempre que lhe convier, ficando, porém, obrigado por todos os efeitos das fianças anteriores ao ato amigável ou a sentença que o exonerar" (RSTJ, 58, p. 421, Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro).

Na esteira de tais precedentes, entendo que, efetivamente, sendo a fiança convencionada até a entrega das chaves, tal estipulação equivale à fiança celebrada por prazo indeterminado e incerto, circunstância que autoriza o fiador a pretender sua exoneração do encargo, com arrimo no art. 1500 do Código Civil, mercê do que, quanto ao mérito, também decidiu acertadamente o digno sentenciante.

Anoto que tal entendimento também já fora esposado pelo Eminente Juiz João Saletti, ao proferir voto vencido quando do julgamento da Apelação com revisão n° 328.380-3, em 11 de maio de 1993. Consta do douto voto vencido manifestação que, pela excelência da fundamentação, merece ser transcrita: "Ora, o contrato de locação, inicialmente firmado com prazo certo, prorrogou-se por tempo indeterminado. Essa prorrogação não ocorre por vontade do fiador ou de seu afiançado. Decorre da lei, que impõe a indeterminação do tempo. Vencido o prazo acertado, o ajuste passa a ser, então, "sem limitação de tempo". O contrato de locação é de trato sucessivo e, no regime das leis do inquilinato contemporâneas, tem duração indefinida, ilimitada no tempo. Em sendo assim, não se há dizer que a garantia foi dada com limitação de tempo, de molde a inviabilizar a exoneração.

Ao contrário. Discorrendo a propósito do tempo de duração da fiança, o Professor Washington de Barros Monteiro aponta como uma das situações possíveis não ter a fiança "prazo certo e muito menos a obrigação principal (por exemplo, contrato de locação, com fiança até a entrega

137

138 REVISTA JURíDlCA - INSTITUIÇÃO TOLEDO DE ENSINO

efetiva das chaves). Nesse último caso, em que é indefinida a duração da fiança, pode o fiador desvencilhar-se da garantia, quando lhe convier" (Curso de Direito Civil, Direito das Obrigações, tomo 2. ed. Saraiva, 1975, pág. 364).

E prossegue o eminente relator:

dúvida não há de que persiste legítima a fiança contratada para vigorar até a entrega das chaves, como no caso, consoante assente orientação jurisprudencial.

Mas, expirado o prazo contratual e prorrogado o ajuste por tempo indeterminado, ao fiador assiste o direito de se ver exonerado da obrigação, como o permite o art. 1500 do estatuto civil. A liberação depende unicamente da vontade dos fiadores de não mais prosseguirem no pactuado.

Contrato benéfico de caráter personalíssimo, a fiança não pode persistir sem a vontade do fiador, mormente quando desaparecida a motivação que o levou a prestar a garantia" (Apelação n. 293.492/1, relatada pelo mesmo Juiz João Saletti).

Impende anotar que em face do dissídio jurisprudencial a respeito do tema, nos autos da Apelação com revisão n° 471.943/9, por iniciativa do Juiz Laerte Sampaio, foi instaurado Incidente de Uniformização de Jurisprudência, que foi julgado em 27.05.97 pelo Plenário do Egrégio Segundo Tribunal de Alçada Civil, que por votação expressiva maioria de votos, ulteriormente convolada em votação unânime, em face do Relator Laerte Sampaio ter retificado seu voto para ensejar interpretação segura do art. 1500 do Código Civil, foi aprovada a ementa seguinte: "Após o termo final previsto para o contrato de locação, o fiador pode se desonerar, com fundamento no art. 1500 do Código Civil, embora tenha assumido a responsabilidade até a efetiva entrega das chaves".

MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA

CONCLUSÃO

Em que pese aind: jurisprudencial sobre a ( com amparo nas lições I

Mendonça, Caio Mário c Monteiro e nos precede] Segundo Tribunal de Alç Superior Tribunal de Justi para a locação, que pas~

possível ao fiador pleiteai art. 1500 do Código Civil, efetiva entrega das chaves.

BIBLIOGRAFIA

Clóvis Beviláqua, Código Alves, Ed. Paulo de Aze

Caio Mário da Silva Pc Forense, Ed. de 1970.

Washington de Barros Mo das Obrigações, Tomo 2

Francisco Carlos Rocha Inquilinato, Ed. Saraiva,

rSTITUlçÃO TOLEDO DE ENSINO MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS

:aso, em que é indefinida ador desvencilhar-se da 'Curso de Direito Civil, ed. Saraiva, 1975, pág.

rsiste legítima a fiança 'ega das chaves, como no ,jurisprudencial.

'ltratual e prorrogado o /0 fiador assiste o direito 0, como o permite o art. o depende unicamente da mais prosseguirem no

. personalíssimo, a fiança de do fiador, mormente , que o levou a prestar a '1, relatada pelo mesmo

lissídio jurisprudencial a lelação com revisão n° : Sampaio, foi instaurado lência, que foi julgado em undo Tribunal de Alçada ia de votos, ulteriormente face do Relator Laerte

sejar interpretação segura )vada a ementa seguinte: trato de locação, o fiador lrt. 1500 do Código Civil, ade até a efetiva entrega

CONCLUSÃO

Em que pese ainda persistir divergência doutrinária e jurisprudencial sobre a questão em exame, possível afirmar-se com amparo nas lições de Clóvis Beviláqua, M.I. Carvalho de Mendonça, Caio Mário da Silva Pereira, Washington de Barros Monteiro e nos precedentes pretorianos emanados do Egrégio Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo e do Colendo Superior Tribunal de Justiça que, exaurido o prazo convencionado para a locação, que passa a vigorar por prazo indeterminado, possível ao fiador pleitear a exoneração da fiança, com base no art. 1500 do Código Civil, embora tenha assumido o encargo até a efetiva entrega das chaves.

BIBLIOGRAFIA

Clóvis Beviláqua, Código Civil Comentado, Livraria Francisco Alves, Ed. Paulo de Azevedo Ltda., ed. de 1957.

Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, Forense, Ed. de 1970.

Washington de Barros Monteiro, Curso de Direito Civil, Direito das Obrigações, Tomo 2, Ed. Saraiva, 1962.

Francisco Carlos Rocha de Barros, Comentários à Lei do Inquilinato, Ed. Saraiva, 1995.

139