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Wilson Viana
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FACULDADE CATÓLICA DE UBERLÂNDIACurso de Teologia Disciplina: MissiologiaProfª. Ir. Maria Maura de MoraisAluno: Wilson VianaData: Outubro de 2013
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL SOBRE VOCAÇÃO E MISSÃO DOS LEIGOS A IGREJA E NO MUNDO de João Paulo II. Petrópolis: Vozes, 1989.
CAPÍTULO III - SínteseCONSTITUÍ-VOS PARA IRDES E DARDES FRUTO
A corresponsabilidade dos fiéis leigos na Igreja-Missão Comunhão missionária
32. Retomemos a imagem bíblica da videira e dos ramos. Esta imagem nos leva à
consideração da fecundidade e da vida. Para João Paulo II, a comunhão e a missão estão
ligadas entre si e integram-se mutuamente, ao ponto de a comunhão representar a fonte e,
simultaneamente, o fruto da missão: a comunhão é missionária e a missão é para a comunhão.
33. Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e por
missão anunciar o Evangelho: É na evangelização que se concentra a missão da Igreja, cujo
percurso histórico se faz sob a graça e ordem de Jesus Cristo. Para Paulo VI, evangelizar é a
graça e a vocação própria da Igreja.
34. Países inteiros e nações, onde a religião e a vida cristã foram em tempos tão
prósperas e capazes de dar origem a comunidades de fé viva e operosa, encontram-se hoje
sujeitos a dura prova, e, por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão
do indiferentismo, do secularismo e do ateísmo. A indiferença religiosa e a total
insignificância prática de Deus nos problemas da vida não são menos preocupantes e
subversivos do que o ateísmo declarado.
35. A Igreja, ao aperceber-se e ao viver a urgência atual de uma nova evangelização,
não pode eximir-se da missão permanente de levar o Evangelho aos que não conhecem a
Cristo Redentor do homem. Esta é a tarefa missionária que Jesus confiou à Sua Igreja. A
ordem do Senhor “Ide por todo o mundo” continua a encontrar muitos leigos generosos,
prontos a deixar o seu ambiente de vida, o seu trabalho, a sua região ou pátria, para ir para
zonas de missão. As comunidades eclesiais devem ligar-se entre si, trocar energias e meios,
empenhar-se juntas na missão, única e comum, de anunciar e de viver o Evangelho.
36. Ao anunciar e ao acolher o Evangelho na força do Espírito, a Igreja torna-se
comunidade evangelizada e evangelizadora e, precisamente por isso, faz-se serva dos homens.
O homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no desempenho da sua missão.
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37. Descobrir e ajudar a descobrir a dignidade inviolável de cada pessoa humana
constitui uma tarefa essencial, diria mesmo em certo sentido, a tarefa central e unificadora do
serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos homens. A
dignidade pessoal é o bem mais precioso que o homem tem e, em virtude da sua dignidade
pessoal, o ser humano é sempre um valor em si e por si, e exige ser considerado e tratado
como tal, e nunca ser considerado e tratado como um instrumento.
38. O reconhecimento efetivo da dignidade pessoal de cada ser humano exige o
respeito, a defesa e a promoção dos direitos da pessoa humana. Trata-se de direitos naturais,
universais e invioláveis: ninguém, nem o indivíduo, nem o grupo, nem a autoridade, nem o
Estado, pode modificar e muito menos eliminar esses direitos que emanam do próprio Deus.
A Igreja nunca se deu por vencida perante todas as violações que o direito à vida, que é
próprio de cada ser humano, tem sofrido e continua a sofrer, tanto por parte dos indivíduos
como mesmo até por parte das próprias autoridades.
39. O respeito da dignidade pessoal, que comporta a defesa e a promoção dos direitos
humanos, exige que se reconheça a dimensão religiosa do homem. Não se trata de uma
exigência meramente confessional, mas sim, de uma exigência que mergulha a sua raiz
inextirpável na própria realidade do homem. A relação com Deus é, na verdade, elemento
constitutivo do próprio ser e existir do homem: é em Deus que nós vivemos, nos movemos e
existimos. Este é o direito à liberdade de consciência e à liberdade religiosa, cujo efetivo
reconhecimento está entre os bens mais elevados e entre os deveres mais graves de todo o
povo que queira verdadeiramente assegurar o bem da pessoa e da sociedade.
40. A pessoa humana tem uma natural e estrutural dimensão social enquanto é
chamada, desde o seu íntimo, à comunhão com os outros e à doação aos outros. E, assim, a
sociedade, fruto e sinal da sociabilidade do homem, mostra a sua verdade plena ao constituir-
se comunhão de pessoas. O casal e a família constituem o primeiro espaço para o
empenhamento social dos fiéis leigos. Trata-se de um empenho que só poderá ser
desempenhado adequadamente na convicção do valor único e insubstituível da família para o
progresso da sociedade e da própria Igreja. Berço da vida e do amor, onde o homem nasce e
cresce, a família é a célula fundamental da sociedade.
41. O serviço feito à sociedade exprime-se e concretiza-se de variadíssimas maneiras:
desde as livres e informais às institucionais, desde a ajuda dada aos indivíduos à que se
destina aos vários grupos e comunidades de pessoas. Toda a Igreja, como tal, é diretamente
chamada ao serviço da caridade. A caridade anima e sustenta a solidariedade ativa que olha
para a totalidade das necessidades do ser humano. Uma caridade assim, atuada não só pelos
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indivíduos, mas também, de forma solidária, pelos grupos e pelas comunidades, é e será
sempre necessária. Paradoxalmente, essa caridade é tão necessária quanto mais as instituições,
ao tornarem-se complexas na organização acabam por se esvaziar devido ao funcionalismo
impessoal, à burocracia exagerada, aos interesses privados injustos e ao desinteresse fácil e
generalizado.
42. A caridade que ama e serve a pessoa nunca poderá estar dissociada da justiça: uma
e outra exigem o pleno reconhecimento efetivo dos direitos da pessoa, a que é ordenada a
sociedade com todas as suas estruturas e instituições. Uma política em favor da pessoa e da
sociedade tem o seu critério de base na busca do bem comum, como bem de todos os homens
e do homem todo, bem oferecido e garantido para ser livre e responsavelmente aceito pelas
pessoas.
43. O serviço prestado à sociedade pelos fiéis leigos tem um seu momento essencial na
questão econômico-social, cuja chave é dada pela organização do trabalho. Entre os princípios
fundamentais da doutrina social da Igreja encontra-se o do destino universal dos bens: os bens
da terra são, no desígnio de Deus, oferecidos a todos os homens e a cada um deles como meio
do desenvolvimento de uma vida autenticamente humana. A propriedade privada que,
precisamente por isso, possui uma intrínseca função social, está ao serviço desse destino.
Concretamente o trabalho do homem e da mulher representa o instrumento mais comum e
imediato para o progresso da vida econômica, instrumento que constitui simultaneamente um
direito e um dever de cada homem.
44. O serviço à pessoa e à sociedade humana exprime-se e realiza-se através da criação
e transmissão da cultura, que, especialmente nos nossos dias, constitui uma das mais graves
tarefas da convivência humana e da evolução social. A cultura deve ser considerada como o
bem comum de cada povo, a expressão da sua dignidade, liberdade e criatividade; o
testemunho do seu percurso histórico. Em particular, só dentro e através da cultura, é que a fé
cristã se torna histórica e criadora de história. Neste sentido, a Igreja pede aos fiéis leigos que
estejam presentes, em nome da coragem e da criatividade intelectual, nos lugares
privilegiados da cultura, como são o mundo da escola e da universidade, os ambientes da
investigação científica e técnica, os lugares da criação artística e da reflexão humanística. O
caminho que hoje se privilegia para a criação e a transmissão da cultura é o dos instrumentos
da comunicação social. A responsabilidade profissional dos fiéis leigos neste campo deve ser
reconhecida em todo o seu valor e apoiada com mais adequados recursos materiais,
intelectuais e pastorais. Em todos os caminhos do mundo, também nos principais da imprensa,
do cinema, da rádio, da televisão e do teatro, deve anunciar-se o Evangelho que salva.