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expediente - Diagrarte · ção luminosa foi os Estados Unidos. Em meu trabalho “Análise legal dos impactos provocados pela poluição luminosa do ambiente”, apresento um anteprojeto

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2 Uso da iluminação natural e energia limpa nas construções

4 Poluição luminosa e seus aspectos

8 Sustentabilidade na pauta da indústria mineira

10 O papel dos gestores nos projetos

12 Águas subterrâneas

14 Resíduos da construção civil

16 Por uma aposentadoria sustentável

17 Câmara Municipal de Itajubá

18 Circuito Turístico Câminhos do Sul de Minas Ergonomia cidadã

20 A importância da saúde bucal na saúde geral

22 Prevenção oftalmológica

24 Revista Naturale recebe Moção Congratulatória

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora LtdaCNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira

Colaboradores

Articulistas: Catarina Menucci, Célio Gentil, Conrado Navarro, Dra. Fátima Regina Souto Maior, Dra. Gracia Costa Lopes, Marcelo Ribeiro Barison, Paulo José Braz Rosas, Renata Custódio, Saulo Gargaglioni.

Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Fotos Capa: Cleber Miranda (35 9816-9565), Nasa. Montagem: Elaine Pereira

Vendas: Diagrarte Editora Ltda

Impressão: Gráfica Novo Mundo Ltda

Tiragem: 2.500 exemplares impressos + 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Circulação: Sul de Minas e Vale do Paraíba

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806

e-mail: [email protected]

Para acessar a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br/naturale_5ed.pdf

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Carta ao leitorLuz natural, como você se relaciona com ela? Boa

pergunta, não? Em uma época em que vivemos correndo para lá e

para cá, com tantos afazeres, nem prestamos atenção na forma como nos relacionamos com a luz natural, seja o sol entrando com seus raios purificadores em nossa casa ou trabalho, sejam as estrelas a iluminar a noite... Luz do sol, das estrelas? Bem, se você é uma das pessoas que tem contato direto com a iluminação natural, parabéns! Se seu caso é de alguém que trabalha o dia todo sob luz artificial, vai direto para casa e ao entrar acende a luz, você está convidado a olhar para o ceú, acredite, isso lhe fará um grande bem, renovará suas energias e o deixará mais feliz!

A busca de vida mais saudável não depende apenas de nossos hábitos alimentares, mas também de nossa postura diante da vida e das coisas que nos cercam. São Francisco de Assis via a luz em todas as coisas e pessoas, por isso se sentia irmanado e irradiava muito amor. Uti-lizei a pintura de Nicholas Roerich, “Burning of Darkness” de 1924, para nos lembrar que nossa luz também precisa ser cultivada e irradiada. Por isso o tema desta edição é um momento a sua reflexão silenciosa...

Dentro da sustentabilidade a utilização de energia limpa aplicada às construções, os novos materiais recicla-dos como a madeira plástica, a telha ecológica, a geração de resíduos da construção civil, o tipo de iluminação uti-lizada nas áreas urbanas, entre outras temas fazem parte desta edição, última do ano.

Agradeço a todos os colaboradores, parceiros e em-presários que fazem da Naturale uma revista de qualidade e com acesso gratuito. Muito importante hoje em dia podermos levar informações que estimulem as pessoas a práticas sustentáveis. Que em 2011 possamos ampliar nossas parcerias e beneficiar um número ainda maior de leitores.

Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de realizações, de bons negócios e de muita Luz!

Elaine Pereira

Apoio

Nicholas Roerich, “Burning of Darkness”, 1924.

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Poluição luminosa e seus aspectos

Nas últimas décadas tem ocorrido um aumento do brilho no céu noturno em praticamente todos os países. Este au-mento da luminosidade do céu noturno é um dos efeitos mais notáveis da poluição luminosa, que pode ser definida como a luz externa mal direcionada que não é aproveitada devida-mente, causando o brilho visto acima das cidades, ao invés de somente iluminar o chão.

Este fenômeno é resultado do mau planejamento dos sis-temas de iluminação, que gera grande desperdício de energia pela escolha inadequada da iluminação em sistemas públicos e privados. Uma das grandes vantagens da conscientização para o planejamento desses sistemas é a economia de energia.

Podemos dividir os tipos de poluição luminosa em:

y Brilho no céu — é o brilho alaranjado que pode ser visto acima das cidades. É causado pelas luzes que se direcionam para cima. Pode ser visto a quilômetros de distância e ofusca as estrelas que estão mais próximas ou um pouco acima da linha do horizonte. A cor alaranjada é devido à iluminação das lâmpadas de vapor de sódio.

y Ofuscamento — é a luz direta nos olhos que ofusca mo-mentaneamente a visão.

y Luz intrusa — é a luz que brilha de um domínio para outro onde não é necessária e clareia o interior das edificações. Pode causar desconforto aos habitantes dentro de suas residências, que são privadas da escuridão absoluta. A luz intrusa invade as aberturas de edificações, tais como janelas e portas, clareando o interior das mesmas.

Principais impactos decorrentes da poluição luminosa

Os impactos decorrentes da poluição luminosa podem ser divididos em sociais, ambientais, econômicos e científicos. Re-lativo aos impactos sociais, estudos sugerem que a exposição à luz durante a noite pode ser um fator de risco para o câncer, devido à supressão da luz noturna sobre glândula pineal, redu-zindo a produção do hormônio melatonina. A melatonina é o principal produto secretado pela glândula pineal, e é exclusi-vamente sintetizada no escuro. A produção e secreção desse hormônio é inversamente proporcional às exposições ambien-tais de luz, e sua redução tem sido altamente correlacionada com o aumento do risco de câncer de mama.

A luz que invade as casas vindas de lojas, shoppings e outros locais com alta iluminação noturna também pode preju-dicar a qualidade do sono das pessoas, ocasionando stress.

Por conta da poluição luminosa, cerca de 1/5 da popu-lação mundial, mais de 2/3 da população dos EUA e mais da metade da população da União Europeia perderam a visibilida-de a olho nu da Via Láctea.

Nos impactos ambientais, a iluminação artificial mal pla-nejada nas praias também pode ocasionar a desorientação de filhotes de tartarugas marinhas que saem dos ninhos nas praias. Os filhotes movem-se em sentido contrário de ambientes escu-ros e baixos e vão em direção ao oceano. Com a presença de luzes artificiais na praia, os filhotes não conseguem diferenciar os ambientes, resultando em desorientação.

Na flora, os principais efeitos são que plantas não flo-rescem se a duração da noite é mais curta do que o período normal, enquanto outras florescerão prematuramente como resultado da exposição ao fotoperíodo necessário para o flo-rescimento.

Pesquisadores norte-americanos estimam que são des-perdiçados nos EUA anualmente 2 bilhões de dólares com iluminação ineficiente. Na área de astronomia também ocor-rem grandes perdas econômicas. Um estudo de Rene Mendez e Ricardo Schmidt se baseou em um telescópio de 8 metros de diâmetro com custo de aproximadamente 85 milhões de dó-lares. De acordo com esses autores, um aumento de 25% na iluminação noturna, ocasiona uma perda de quase 20 milhões de dólares para a astronomia.Fig. 1. Tipos de poluição luminosa

Por Saulo Gargaglioni

Craig Mayhew and Robert Simmon, Nasa GSFC based on DMSP data

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A astronomia também é prejudicada pela poluição luminosa, particularmente devido aos efeitos adversos da iluminação noturna das cidades. A luz direcionada para o espaço é prejudicial, visto que uma parte dessa luz é refletida por gotí-culas formadas pela umidade e partículas de pó atmosféricas, causando um fundo luminoso que sobrepõe a luz natural do céu e das estrelas. Os astrônomos requerem observações de objetos fra-cos que apenas podem ser feitas com grandes telescópios em locais livres da intensa luz das cidades. Com o uso de telescópios de 4 metros de diâmetro, equipados com detectores eletrônicos sensíveis, é possível observar objetos que estão 250 milhões de vezes mais distantes que as estrelas mais distantes que o olho humano pode distinguir (is-so equivale a detectar a luz de uma vela a uma distância de 100 mil km). Essas observações permitem aos astrônomos detectar galáxias que se encontram cer-ca de 10 bilhões de anos luz.

A 27ª Assembleia-Geral da União Astronômica Internacional, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em agosto de 2009 lançou uma resolução “em de-fesa do céu noturno e pelo direito à luz das estrelas”. Esta resolução pede que o céu seja tratado como patrimônio natu-ral, devendo ser preservado.

Uso racional da energia

Pode-se identificar facilmente o uso irracional dos sistemas de iluminação que causam a poluição luminosa. Sis-temas mal projetados, direcionando a luz acima da linha do horizonte, podem ser evitados com um planejamento e a utilização adequada de lâmpadas, lumi-nárias e acessórios. A figura 2 mostra quatro exemplos de iluminação, sendo dois totalmente ineficientes, que cau-sam dispersão de luz acima da linha do horizonte e dois eficientes. Note nos

dois primeiros exemplos o brilho ala-ranjado no céu, que é resultado da luz direcionada diretamente ao céu, tirando a visão que a população tem das estre-las. À medida que os sistemas se tornam mais eficientes, pode-se notar que o brilho alaranjado do céu desaparece, po-dendo-se visualizar um maior número de estrelas. Observa-se que nos sistemas planejados, existe melhor aproveitamen-to do fluxo luminoso, utilizando-se a energia de modo eficiente.

O Laboratório Nacional de Astro-física (LNA), localizado em Itajubá-MG, opera o Observatório do Pico dos Dias (OPD), localizado entre os municípios sul-mineiros de Brazópolis-MG e Piran-guçu-MG, onde está instalado o maior telescópio do Brasil em solo brasileiro.

A figura 3 mostra a poluição lumino-sa no entorno do Pico dos Dias. Nota-se o brilho no céu acima das cidades de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Campos do Jordão. Este brilho no céu é devido à poluição luminosa, causado por toda luz emitida acima da linha do horizonte. O mau planejamen-to dos sistemas de iluminação, além do desperdício de energia diminui o poder de observação dos telescópios localiza-dos no Observatório do Pico dos Dias. Ao centro visualiza-se a Via Láctea. uFig. 2. Planejamento de tipos de iluminação

Fig. 3. Poluição luminosa no entorno do Pico dos Dias

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No mundo, a conscientização das pessoas é cada vez maior a respeito da poluição luminosa. Em diversos países foram adotadas medidas para minimizar os problemas da poluição luminosa. No Brasil a legislação atual ainda é muito desconhecida e pouco abrangente. O primeiro país a criar uma legislação para combater os efeitos nocivos da polui-ção luminosa foi os Estados Unidos. Em meu trabalho “Análise legal dos impactos provocados pela poluição luminosa do ambiente”, apresento um anteprojeto de lei que tem a finalidade de combater a poluição luminosa com a regulamentação de instalações de iluminação externas e internas, públicas e privadas. Esse ante-projeto sugere mecanismos para evitar a poluição luminosa relativos ao mau planejamento dos sistemas de ilumina-ção e dos efeitos produzidos por essa poluição, visando a proteção do meio ambiente noturno, em benefício da flora, fauna e ecossistemas em geral.

A Figura 4 ilustra alguns exemplos de luminárias utilizadas em sistemas públicos e privados. Como se pode observar, quando os sistemas são plane-jados, existe um melhor aproveitamento do fluxo luminoso, utilizando-se a ener-gia de modo mais eficiente.

Fig. 4. Normas para a utilização de luminárias

No caso da ilustração “PROJETO-RES”, quando o sistema de iluminação é incorretamente direcionado, além de iluminar a área que realmente deve ser iluminada, existe uma parcela que é dire-cionada para o céu, causando a poluição luminosa. Quando o planejamento do sistema é realizado, a luminária é correta-mente utilizada e direcionada, conforme demonstrado nos itens “aceitável”, “cor-reto” e “muito correto”.

Na ilustração “LUMINÁRIAS”, o item “incorreto”, correspondem às lu-minárias esféricas utilizadas em praças públicas, que além de iluminar onde deveria, ilumina acima da linha do ho-rizonte, energia esta que é perdida. Os demais itens “correto” e “incorreto” da ilustração “LUMINÁRIAS” referem-se a luminárias para a iluminação pública. Observa-se que dependendo do ângulo do sistema, existe uma quantidade de fluxo luminoso que não é aproveitado e que é direcionado ao céu. Quando o sistema é corretamente direcionado, o uso da energia no sistema de ilumina-ção é eficiente.

O uso de sistemas de iluminação ineficientes ocorre em diversas cida-des. Um clássico exemplo é o globo que pode ser encontrado nas praças públicas. Pode-se notar na figura 5 que apesar da luminária possuir sistema de proteção (detalhe da figura) para que a

luz não seja emitida acima da linha do horizonte, esta proteção é ineficiente, pois na imagem noturna observa-se a claridade acima da luminária, iluminan-do as árvores e provocando a poluição luminosa.

Vale ressaltar que iluminar bem não é iluminar em excesso, e sim, com efici-ência. Os profissionais e a comunidade em geral devem ser alertados para isso. Os órgãos de disseminação de informa-ção e os formadores de opinião devem ter conhecimento deste importante as-pecto e podem possuir um valioso papel em alertar a população sobre os aspec-tos negativos da poluição luminosa, seus impactos e meios de evitá-la.

O uso racional da iluminação gera economia de recursos naturais e econô-micos, uma vez que poupa a energia que seria desperdiçada, com consequências sociais importantes tais como a preser-vação da saúde e intimidade familiar, iluminação mal direcionada, bem como melhor visibilidade dos objetos celestes da superfície terrestre.

Uma legislação nacional fixando pa-râmetros é um modo de evitar e corrigir a poluição luminosa no Brasil. A lei a ser implementada poderá fixar normas para o planejamento e a instalação de novos pontos luminosos, determinar o uso de equipamentos e lâmpadas mais ener-géticas e economicamente eficientes e incentivar programas de educação da população.

As referências utilizadas neste ar-tigo podem ser encontradas no link http://adm-net-a.unifei.edu.br/phl/pdf/0032988.pdf

Saulo Gargaglioni é Mestre em Engenharia da Energia pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), trabalha no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e é integrante do Núcleo de Estudo, Planejamento Ambiental e Geomática (Nepa/Unifei), que tem como coordenador o Prof. Dr. Francisco Antonio Dupas. Contato: [email protected].

Fig. 5. Sistemas de iluminação Praça Dr. José Braz – Itajubá/MG

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Sustentabilidade na pauta da

indústria mineira

Conferências e encontros globais para a discussão da sustentabilidade e de questões ambientais – como Rio 92 e, mais recentemente, Copenhague – comprovam que o planeta precisa se adequar a novos padrões de desenvolvimento, consumo e qualidade de vida. Essa iniciativa, porém, não deve ser esperada e cobrada apenas dos consumidores. Assumir responsabili-dades com a preservação ambiental e com uma cadeia produtiva limpa também é de-ver do governo e do setor empresarial.

Um bom exemplo de como isso pode ser feito vem do município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizon-te. Cerca de 1,2 mil empresas da cidade participam do Minas Sustentável, um pro-jeto piloto criado e desenvolvido pelo Sistema Fiemg, por meio do Centro Indus-trial e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg) e do Sesi-MG.

A iniciativa pioneira visa incentivar a indústria a promover ações de respon-sabilidade sócio-ambiental. Dentre seus objetivos estão a neutralização das emis-sões de carbono, conservação de energia, reutilização de água, reciclagem de lixo e estímulo ao debate sobre novas formas de produção com menos impactos sobre

Projeto piloto liderado pela Fiemg incentiva práticas de responsabilidade sócio-ambiental

em Contagem, na Região Metropolitana

a natureza. Inclusão social e desenvolvi-mento das comunidades do entorno das indústrias também fazem parte do escopo do programa.

Lançado em abril, o Minas Sustentá-vel realizou um diagnóstico completo para avaliar como os empreendimentos parti-cipantes lidam com a questão ambiental. Desse estudo, foi gerado um relatório que aponta os problemas de cada um e enu-mera ações que podem ser implementadas para resolvê-los. “Queremos disseminar a consciência ambiental entre o empresa-riado e criar uma corrente de apoiadores às nossas ações”, ressalta o presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr.

Na primeira etapa do programa, fo-ram realizadas visitas a 300 empresas, que já receberam seus diagnósticos. Para o presidente do Comitê Gestor do Minas Sustentável, Ênio Marcos Brandão Fon-seca, os dados levantados na primeira fase apontam que há muito trabalho pela frente, mas que o mesmo não começa do zero. “Desses 300 empreendimentos, 23% possuem área de meio ambiente. Consta-tamos, também, que 40% das empresas visitadas em Contagem estão devidamente licenciadas e outras 12% foram oficialmen-

te dispensadas do licenciamento”, conta. “Isso mostra que já evoluímos muito. Ho-je, o empresário mineiro tem condições de dar uma resposta robusta, firme em relação a um conceito de desenvolvimento susten-tável”, complementa.

Envolvimento

Além das práticas que visam à proteção do meio ambiente, o Minas Sustentável tem outro objetivo – a sus-

O Comitê GestorApesar de ser um projeto liderado pela Fiemg, a proposta do Minas Sustentável

é envolver o maior número de atores possíveis. Por isso, Comitê Gestor do programa é composto por executivos de diversas empresas.

Ênio Marcos Brandão Fonseca, presidente do Cômite Gestor do Minas Sustentável

Presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr.

Ênio Marcos Brandão Fonseca (presiden-te) – superintendente de Gestão Ambiental, Geração e Transmissão da CemigJosé Margalith – diretor de Sustentabilidade da AnglogoldCarlos Fernando da Silveira Viana – dire-tor do Departamento de Tecnologia e Meio Ambiente do BDMGCarlos Gonçalves de Oliveira Sobrinho – diretor de Meio Ambiente e de Novos Ne-gócios da CopasaCarlos Alberto Delfino – presidente do Cen-tro de Excelência em Educação Profissional da Funcici

Eduardo Francisco Lobo – diretor de Gente e Administração da MagnesitaAfonso Maria Rocha – diretor superinten-dente do Sebrae-MGPaulino Cícero de Vasconcellos – presi-dente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas GeraisMaria Helena Gomes P. Fonseca – asses-sora de Assuntos Ambientais da UsiminasAlexandre Valadares Mello – assessor de Sustentabilidade Corporativa da Vallourec GroupFlávio Mayrink – secretário executivo do Mi-nas Sustentável

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Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Ge-rais. Assessoria de Comunicação Corporativa

tentabilidade social. O Ciemg quer oferecer às indústrias de Minas, especialmente às micro, pequenas e médias, capacitação para que possam enfrentar o atual mercado, ca-racterizado por novos fatores de competitividade, como as questões ambientais.

Um dos principais obstáculos a ser superado é a desi-gualdade social. Para isso é necessário incentivo e apoio a negócios inclusivos e com baixo impacto na natureza. “A idéia é que as empresas possam prosperar, fomentando a econo-mia da região onde estão inseridas e levando desenvolvimento para a comunidade”, salienta Machado Jr. “É preciso desmisti-ficar, porém, o real, o possível, do distante. É o que pretende o programa Minas Sustentável: orientar as empresas mineiras, em especial as pequenas e médias, a implementarem a ges-tão sustentável de forma simples e prática, como instrumento para gerar negócios rentáveis, ecologicamente corretos e so-cialmente inovadores”, completa.

Ênio Fonseca também enxerga uma estreita relação en-tre meio ambiente e economia, já que, para ele, a pobreza é a maior responsável pela degradação ambiental. “Quando uma pessoa não tem qualidade de vida, infraestrutura, saneamen-to, oportunidades de emprego e renda ela só vai conseguir extrair recursos naturais de forma predatória. E isso é uma questão de sobrevivência”, afirma. Para o presidente do Co-mitê Gestor, é aí que entra a principal responsabilidade do empresário, que deve se encarregar de alavancar o processo de desenvolvimento sustentável.

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SustentabilidadeO papel dos gestores nos projetos

Por Célio Gentil

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Nas últimas décadas as organizações passam por mudanças fundamentais e com-plexas, na busca de inovações e diferencial, através das novas formas de organização do trabalho. Estas mudanças refletem de forma real o avanço tecnológico, a globali-zação da economia, as mudanças políticas, a importância na visão social e ambiental e sem dúvida, a administração com agentes formadores do novo ambiente organizacio-nal.

Esta evolução compreende mudanças dos “Paradigmas” da gestão organizacional, valorizando o homem e sua capacitação na busca de conhecimento para a inovação, a comparação e o entendimento entre a visão “Mecanicista”, importante para o século passado, e a visão “Holística”, ne-cessária para o terceiro milênio,

Podemos também mencionar o co-nhecimento e a valorização das diferenças entre “Clima e Cultura” organizacional com a necessidade e a aplicabilidade dos con-ceitos entre “Eficiência e Eficácia” para minimização de custos. A necessidade na identificação, posicionamento e definição das empresas, nos aspectos da “Visão”, “Missão” e “Valores” com a importância nos estilos de administração baseados em teorias de grandes autores, como exemplo, Teoria X e Teoria Y e outros.

Outras mudanças relevantes provoca-das pela “Globalização”, necessárias para manter-se competitivo no mercado interno e externo, é a importância dada ao proces-so de melhoria contínua.

Este novo ambiente organizacional vive também uma nova realidade colocan-do em harmonia, de um lado, a empresa com suas políticas, culturas, métodos, pro-cessos, climas, recompensas, punições e regras, e de outro lado o colaborador com sua personalidade, motivação interna, per-cepção e valores.

Esta nova realidade nas organizações exige de seus colaboradores mudanças na forma de pensar e agir baseadas na necessi-dade do comprometimento e conhecimento dos desafios da empresa, que são fundamen-tais para o sucesso e até sua sobrevivência.

Vivemos na “Era” de constantes mu-

danças, portanto, há necessidade de ser flexível para modificar conceitos e para-digmas. Estes paradigmas são referenciais utilizados na justificativa das ações, para expressar crenças, medos e valores. Eles direcionam nossos comportamentos, po-dendo cegar ou ampliar o campo de visão.

Alguns fatores nos fazem compreen-der estes novos paradigmas, tais como: as mudanças no papel das chefias, achatando hierarquia e diminuindo número de chefes; o nascimento do mercado competitivo em escala mundial; os países e as economias interdependentes; a informática presente em todos os processos administrativos e produtivos; a diminuição da estabilidade do emprego que leva as pessoas a procurar seu próprio negócio ou a desenvolver um perfil de empreendedor interno; os clientes direcionam as necessidades dos produtos ou serviços; a preocupação com a qua-lidade de vida e a preservação do meio ambiente vem que interferindo nas deci-sões empresariais; a preservação da saúde física e emocional mudando modelos de gestão; a emergência do terceiro setor que exige e motiva atuação de ONGs que repre-sentam agentes econômicos expressivos e devem ter uma gestão eficiente.

Percebemos portanto neste novo ambiente, a necessidade de um perfil de gestor que se enquadre às novas realida-des, valorizando e trabalhando também, com projetos direcionados à Responsabi-lidade Social Corporativa. Estes projetos são gerenciados por profissionais de di-versos setores, principalmente pelo setor privado em parceria com fornecedores, clientes, comunidades e setores públicos. O investimento no setor vem crescendo de forma substancial, principalmente no Bra-sil, exigindo dos gestores, conhecimentos e competências, visando atingir os objeti-vos destes novos desafios.

Uma característica na gestão de proje-tos sociais é a democracia e a participação voluntária, sendo necessários critérios bem definidos para tomada de decisão e cobrança de responsabilidades. Projetos altamente estruturados adotam técnicas de gestão de pessoas, em geral, praticadas

em empresas privadas. São casos típicos de muitas fundações e institutos ligados a grupos empresariais.

Vejamos algumas questões estra-tégicas para gestores nos Projetos de Responsabilidade Social. A motivação e o comprometimento são maiores por terem identificação com a causa; a liderança e a capacidade de motivação são pré-requisi-tos para o gestor social; a participação na gestão das ações é algo natural e estrutura as relações dentro dos projetos; a transpa-rência e a credibilidade são características fundamentais necessárias aos colabora-dores; a metodologia de resolução dos problemas sociais são mais relevantes do que os parâmetros quantitativos de efici-ência; flexibilidade e capacidade de atingir metas com reduzidos recursos são exigên-cias do setor.

Outro fator preponderante é o recru-tamento de voluntários que não podem se estruturar apenas por critérios de eficiên-cia e mérito; as ações conjuntas são mais constantes permitindo socialização de in-formações, metodologias e até recursos; devemos focar na noção de cidadania; o gerenciamento de voluntários exige um equilíbrio entre transparência, credibili-dade, participação com capacidade de controle sobre suas ações; a avaliação de desempenho deve ser menos rigorosa.

Os voluntários não são as saídas para a falta de dinheiro, pois seu geren-ciamento é muito mais complexo do que o gerenciamento de pessoas remuneradas; os voluntários são pessoas que buscam remuneração não material na instituição/projeto, seja ela espiritual, afetiva, polí-tica, ideológica ou mesmo de realização profissional; muitas pessoas procuram a atividade de voluntário para realizar so-nhos que nunca tiveram chance de realizar em suas carreiras e/ou nas empresas; é importante estruturar um plano de carreira para os voluntários, que permita assumir responsabilidades maiores na instituição; a carreira voluntária deve evoluir desde as tarefas básicas até uma posição de voto no conselho diretivo do projeto e/ou institui-ção; muitos problemas de rotatividade de

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voluntários se deve ao fato de serem repassadas a eles, apenas as tarefas mais chatas e menos qualificadas; a falta de clareza nas condições de recrutamento, seleção e admissão do volunta-riado, também tem gerado grandes problemas.

Portanto, o gestor precisa estar consciente de seu papel de liderança e respeitar algumas premissas importantes, tais co-mo: lembrar que um líder é um comerciante de esperanças; que a liderança é o processo de persuasão onde o líder induz uma equipe a realizar metas ou atingir objetivos sustentáveis; líderes são pessoas que percebem “o que é preciso” e “o que é certo” e sabem como mobilizar pessoas e recursos para realizar objeti-vos; o líder de um projeto social é uma pessoa que organiza os “recursos intelectuais, de pessoal e de capital” para movê-los com eficácia; dispor ou organizar os recursos significa obtê-los, focar atenção neles e autorizar seu uso.

Mover uma organização significa eliminar obstáculos reali-zando as mudanças necessárias, melhorando o desempenho e favorecendo o aprendizado; a direção certa é a que dá maior e mais duradoura contribuição possível para o cliente, sociedade ou a comunidade atendida pelo projeto. A responsabilidade pas-sa a ser pelo processo como um todo e o líder deve ser capaz de captar o sentido da equipe e de deixar que ela própria se organize e proponha soluções. O líder deixa de ser o centro de decisões permitindo que apareçam outras lideranças relevantes.

A melhor atuação do líder está em levantar as questões-chave para o projeto ou para a organização, questionando sempre: que lições aprendemos, o que podemos aprender com o trabalho na prática, por que está funcionando ou por que não está, como fazer melhor da próxima vez e que novos desafios esta realidade nos coloca.

Não existe um padrão ideal de liderança em PRSE. Alguns são eloquentes, positivos, bem preparados, sistemáticos e co-rajosos. Outros não possuíam todos esses predicados e mesmo assim tiveram sucesso. Podemos citar alguns traços relevantes de lideranças, tais como: alto nível de energia; habilidade pa-ra suportar a pressão; autoconfiança; autocontrole; maturidade emocional e integridade. Destacamos também cinco caracterís-ticas que estão sempre presentes em quase todos os estudos e pesquisas sobre lideranças em PRSE: ser honesto, estar preocu-pado com o futuro, ser motivador, competente e pró-ativo.

Este perfil de gestor empreendedor e de competência, tem sido defendido por inúmeras organizações, considerando a ne-cessidade de administração dos recursos financeiros, que via de regra são escassos para atender toda demanda dos projetos e da gestão dos recursos humanos e suas habilidades.

Célio Gentil, CG – Consultoria Empresarial e Recursos Humanos

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Águas subterrâneas

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Ocorrência, importância, uso, vantagens, contaminação e normas de proteção

Pelo Prof. Dr. Marcelo Ribeiro Barison

A água é um componente químico essencial no planeta, pois a vida não pode existir sem água líquida e sem ela, não existe condição para o desenvolvimento de quaisquer proces-sos vitais.

Muitas áreas da ciência estudam a água, sendo que a HI-DROGEOLOGIA é o ramo que estuda as águas subterrâneas e os aquíferos que as contém. Para maior compreensão, os aquí-feros são camadas de rochas permeáveis, que contém em seus poros, cavidades e ou fraturas, a água livre, que se movimenta pela ação da gravidade ou pelo potencial hidráulico. Esta água é a parcela de água de subsuperfície que pode ser explorada pelos poços tubulares.

Embora muitos não tenham a percepção de sua impor-tância nos dias de hoje, as águas subterrâneas são muito mais abundantes do que as águas superficiais, onde se incluem as águas dos rios, lagos, chuvas e nascentes.

Feitosa & Manuel Filho (1997) quantificaram toda a água do planeta e estima-se que cerca de 3% apenas são águas doces, adequadas para o consumo humano. Destes 3%, tem-se que 0,01% encontram-se nos rios e lagos, 0,6% são águas subterrâneas e os demais 2,15% encontram-se na forma sólida de gelo, ou seja, nas geleiras. Em outras palavras, pode-se as-sim estimar que as águas subterrâneas perfazem em torno de 30,8% de toda água doce do planeta e esta é uma questão de suma importância no que diz respeito ao uso adequado destes mananciais.

Sendo assim, o grande desafio atual é o de otimizar as melhores maneiras de se explorar as águas subterrâneas, ga-rantindo principalmente sua qualidade e não apenas a sua quantidade. Não adianta explorar águas em grandes volumes se estas não tiverem qualidade, ou seja, se não puderem ser utilizadas para diversos fins, onde o uso mais nobre destina-se ao consumo humano.

De acordo com dados da ONU (1993), a proporção entre o uso e disponibilidade hídrica no mundo é de uma grande he-terogeneidade. Há áreas com maior suprimento de águas do

que outras. O grande problema ocorre princi-palmente em áreas com elevada densidade populacional e com poucos recursos hídricos, principalmente os subterrâneos.

Segundo Boscardin Borguetti, Borguetti & Rosa Filho (2004), no Brasil se observa que a disponibilidade hídrica é muito abundante nas regiões norte e centro-oeste, muito boa tam-bém em todo o sul do país, em Minas Gerais e Ceará, com situação limite apenas no Esta-do da Bahia. Considera-se uma situação pobre e crítica no Estado de São Paulo e na maioria dos estados nordestinos. Embora haja água em grande quantidade no país, há uma má distri-buição deste potencial que se agrava em áreas densamente povoadas ou com elevado índice industrial. Por esta razão, deve-se atentar pa-ra o uso mais adequado possível das águas subterrâneas, independente da região onde é explorada.

Estima-se que no Estado de São Paulo, que é densamente povoado e muito industria-lizado, cerca de 70% das cidades utilizam as águas subterrâneas para o abastecimento pú-blico e 90% destas são intensamente utilizadas pelas indústrias (FEITOSA & MANOEL FILHO, 1997).

Portanto, são muitas as vantagens de se explorar águas subterrâneas, pois estas em ge-ral dispensam o tratamento químico e podem ser utilizadas diretamente, assim como são retiradas dos aquíferos, exceto em casos que apresentem teores iônicos acima dos padrões de potabilidade.

A exploração de águas subterrâneas não acarreta inundações de extensas áreas superfi-ciais, tal como ocorre em grandes represas, pois a sua área de captação é por meio de poços tubulares de reduzidíssima área. Complemen-tarmente, não implicam em desapropriação de extensas áreas.

As águas subterrâneas não dependem de períodos de estiagem prolongada, onde a flutuação do nível freático em geral é mínima. Outro fator de grande vantagem é a sua rede de adução até um reservatório. Ela é de pequena extensão, pois o reservatório pode ser cons-truído próximo ao poço permitindo também

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sistemas isolados ou interligados de explora-ção quando se tem mais de um poço tubular.

As águas superficiais, principalmente as águas de rios principais, são facilmente sus-ceptíveis aos agentes contaminantes devido à sua total exposição no relevo, o que não ocorre com as águas subterrâneas, que estão protegi-das em subsuperfície pela camada de solo ou sedimentos, a denominada camada de aeração ou camada insaturada.

Um poço tubular é muito seguro e de fácil manutenção. Esta deve ser periódica pois con-duz a uma vida útil superior a 20 ou 25 anos no mínimo. Seu custo é baixo, assim como o custo de perfuração comparado a outros métodos de obtenção de água potável.

Para o estudo de águas subterrâneas é importante conhecê-las. Como ocorrem, os tipos de aquíferos existentes, as formas de ex-ploração mais adequadas, o dimensionamento de poços tubulares e os principais métodos de remediação de contaminação.

A preservação da qualidade das águas subterrâneas é um ponto muito relevante que deve ser considerado quando se utiliza deste importante recurso natural. Como o principal uso se dirige ao consumo humano, existem atualmente vários padrões de potabilidade que quantificam cada tipo químico dissolvido natu-ral e também a presença microbiológica.

Todas as águas apresentam um conteú-do químico que pode ser natural ou artificial (não natural), quando é oriundo de uma car-ga antrópica imposta. As águas subterrâneas, especificamente, apresentam composição quí-mica com maior concentração de sais quando comparadas as águas superficiais de rios e la-gos. Isto se deve ao maior tempo de residência das águas subterrâneas, onde interagem mais com os materiais rochosos e solos subsuperfi-ciais, e assim acabam incorporando mais sais.

Por outro lado, as fontes de contaminação de águas subterrâneas podem ser oriundas de atividades industriais, domésticas e agrícolas. Dentre as atividades industriais, destacam-se águas usadas contendo compostos químicos ou com elevada temperatura; elementos ra-dioativos; chorumes de aterros sanitários; e acidentes com produtos químicos. Dentre as atividades domésticas estão a produção de chorumes; fossas sépticas e redes de esgotos. Das atividades agrícolas: fertilizantes minerais e orgânicos; herbicidas e pesticidas.

Dentre as normas atuais que servem de parâmetro para se obter a qualidade das águas subterrâneas destacam-se a norma da OMS (Organização Mundial da Saúde), da ABNT (As-sociação Brasileira de Normas Técnicas), da

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EPA (Agência de Proteção Ambiental Norte Americana), da Re-solução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e da Portaria 36 do Ministério da Saúde.

Os padrões da OMS e da ABNT são parecidos e levam em conta o conteúdo químico das águas, ou seja, a concentração dos principais cátions e ânions e os limites permitidos. Com isso, se apenas um elemento ou composto químico estiver com concentração acima do limite permitido, a água deixa de ser potável e se torna uma água poluída ou contaminada.

Segundo a Resolução do CONAMA no 20 de 18/06/86, 102, decreto no 79.367 de 09/03/77, 120; Portaria no 56-BSB de 14/03/77, 122; NTA 60, 129, Resolução no 25 de 1976, 132, as águas podem ser classificadas em nove classes. Em função da salinidade são águas doces, águas salobras e águas salinas. As águas mais especiais são as águas doces — classes de 1 a 4, onde se destinam principalmente para o abastecimento do-méstico, à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (natação, esqui-aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças consumíveis; à criação natural e/ou in-tensiva de espécies destinadas à alimentação humana.

Já a Portaria 36 do Ministério da Saúde, separa para fins de potabilidade, os compostos inorgânicos dos orgânicos, visto que os orgânicos, embora sejam incomuns em águas subter-râneas, têm maior ocorrência, atualmente, devido à intensa urbanização e industrialização crescente. Os compostos or-gânicos mais comuns que contaminam as águas subterrâneas são os derivados de hidrocarbonetos, os chamados compostos BTEX (benzeno, tolueno, etil benzeno e xilenos), que são muito tóxicos à saúde humana, considerados potencialmente carci-nogênicos.

Todas as normas, resoluções e portarias levam em con-sideração a concentração de Nitrato, que também é um contaminante muito comum em águas superficiais e subterrâ-neas. É oriundo do vazamento de redes de esgoto e de falhas nos sistemas de saneamento básico. Com isso, muito são os poços tubulares que são contaminados por nitrato, principal-mente dentro dos grandes centros urbanos.

Para concluir, o estudo de águas subterrâneas no Brasil e no mundo é considerado de extrema importância por razões de sobrevivência de povos e nações onde este recurso é tão escasso. Por serem recursos mais abundantes que as águas su-perficiais, torna-se necessário maiores estudos e normas para protegê-las e maiores adequações para o uso correto. Sem dú-vida, a água subterrânea é atualmente considerada um recurso natural estratégico para qualquer país do mundo.

Prof. Dr. Marcelo Ribeiro Barison, Instituto de Recursos Naturais (UNIFEI)

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Resíduos da construção civil

A construção civil é uma das ativida-des mais antigas de que se tem notícias e também é considerada a maior produ-tora de resíduos sólidos, popularmente conhecido como entulho, que vem cau-sando sérios prejuízos ao meio ambiente. Entende-se por entulho o conjunto de fragmentos provenientes do desperdício na construção, reforma e demolição de edificações diversas. Todas as atividades da construção civil geram um grande vo-lume de resíduos de materiais altamente heterogêneos como: brita, areia, arga-massas, tijolos, telhas, madeira, metais, plásticos, entre outros. Esta enorme quan-tidade de resíduos é gerada pela falta de conscientização ambiental, pela deficiên-cia no planejamento e execução da obra, mão de obra desqualificada, inadequação às legislações, dentre outros fatores.

Isso leva a inúmeros problemas como assoreamento dos rios, degradação de áre-as urbanas, entupimento de bueiros, etc. Atualmente cerca de 63% dos municípios brasileiros enviam seus resíduos sólidos para os lixões, 18% para aterros contro-lados, 15% para aterros sanitários e 4% utilizam mecanismo de triagem e recicla-gem. O manejo adequado dos resíduos sólidos requer técnicas especificas para a sua redução, reutilização e reciclagem. Não se tem estatísticas reais da quantida-de de resíduos produzidos no Brasil e no mundo. O que sabemos é que a China, por exemplo, encontra-se hoje atolada em uma montanha de lixo, preocupando os seus dirigentes com seu desenfreado cresci-mento industrial. A reciclagem de resíduos sólidos só veio acontecer, de forma signi-ficativa, após a segunda guerra mundial, em resposta à necessidade de satisfa-zer a enorme demanda por materiais de construção e a necessidade de remover os escombros das cidades européias. Só

a Alemanha herdou da guerra um volume de aproximadamente 400 milhões de m³ de escombros, dos quais foram reciclados cerca de 16 milhões de m³, que possibili-taram a construção de 180.000 unidades habitacionais, no período de 1946 a 1955. A reciclagem de entulhos pode dar origem a inúmeros novos materiais para a cons-trução civil. Ao passar por um processo de moagem, se obtém agregados para diversas aplicações, tais como: base e sub-base para pavimentação, agregados para argamassas de assentamento/revestimento e agrega-dos para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados conven-cionais (areia e brita). No Japão, todas as construtoras são obrigadas a ter uma usina de reciclagem de resíduos para que nada seja perdido. A maioria dos municípios brasileiros tem dificuldades de gerenciar seus resíduos principalmente pela falta de recursos e capacidade técnica na ges-tão de seus serviços de limpeza pública, coleta seletiva, organização e tratamento adequado. A lei brasileira nº 12 305/2010 de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, tem como objetivo definir as diretrizes da gestão integrada e do gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos urbanos. Essa lei vai disponibilizar recur-sos humanos, logística, equipamentos, financiamentos adequados e também promover a formação de consórcios mu-nicipais, em benefício da sustentabilidade ambiental e econômica. É fundamental que a sociedade organizada através dos órgãos ambientais, associações, entidades de classe e todas as pessoas preocupadas com o meio ambiente se unam para cobrar dos poderes públicos a urgente aplicação desta nova lei a fim de minimizar o terrível impacto causado pela atividade geradora desse grande problema.

Por Paulo José Braz Rosas

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Você sabia?Você sabia que hoje encontramos

um número bastante significativo de em-presas que trabalham com reciclagem de materias de obra, transformando o resí-duo em blocos e outros artefatos?

Novos materiais surgiram como a madeira plástica, por exemplo, muito uti-lizada na construção cívil, para telhados, decks, pisos, rodapés, lambris, mourões, cerca, além de móveis, bancos para pra-ças entre tantas outras finalidades. Esta madeira tem a vantagem de ser muito re-sistente, não criar cupins e ter uma vida útil muito maior, pois não apodrece. Além de manter a floresta em pé, o plástico que demoraria centenas de anos para se de-compor assume formas úteis e belas. Veja alguns exemplos nas fotos abaixo.

Outros produtos também surgiram, como telhas e placas produzidas a par-tir de aparas de tubo de pasta de dente, móveis de papelão, de pneus, tecidos de garrafas pet. Enfim, muitas opções para construirmos e mobiliarmos sem derrubar-mos e agredirmos a natureza, utilizando materiais que têm uma durabilidade longa e que geram sustentabilidade, pois abrem postos de trabalho, geram renda, dimi-nuem o descarte de materiais de difícil decomposição.

O planeta agradece!

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Por uma aposentadoria sustentável

Impossível não começar um artigo sobre futuro, aposentadoria e previdên-cia sem mencionar os problemas graves que o mundo enfrentará para sustentar seus aposentados. Não se trata de ser apocalíptico ou desejar o pior, mas de analisar a evolução da expectativa de vida em contraste com os crescentes déficits previdenciários e demais de-safios econômicos decorrentes de um cenário como este. Encarar a sustenta-bilidade como prática de vida significa olhar com carinho para o futuro.

Segundo Robert J. Shapiro, autor do livro “A Previsão do Futuro” (Ed. Best Business), até 2020 a população idosa crescerá de 35 a 60% no mundo, forçando elevação nos gastos públicos, aumento de tributos e os déficits. Na Europa, o número de idosos que re-cebem pensões públicas e assistência médica aumentará cerca de 3% por ano nos próximos dez anos. Por outro lado, o total de habitantes em idade de traba-lho cairá em torno de 1%.

No Japão, onde a situação já é crítica, o número de idosos equivalerá a mais da metade da população eco-nomicamente ativa. Para completar, Shapiro alerta que o número de crian-ças japonesas e europeias que, quando adultas, estarão trabalhando e pagando impostos em 2025 e 2035 está caindo mais rapidamente do que a população economicamente ativa.

E no Brasil? Segundo o IBGE, a ex-pectativa de vida do brasileiro saltou de 66 anos em 2000 para 72,8 anos em 2009. No mesmo período, a taxa de mortalidade infantil registrou queda de 61,7%, passan-do de 52,04 mortes por mil nascimentos para 19,88 mortes por mil. O déficit previ-denciário — diferença entre arrecadação e pagamento de despesas/benefícios — saltou de R$ 10 bilhões em 2000 para R$ 43,6 bilhões em 2009.

Em 1940, havia cerca de 31 con-tribuintes para cada beneficiário da Previdência. Na década de 80, essa re-lação caiu drasticamente, atingindo o número de 2,9 contribuintes para cada beneficiário. Hoje, a proporção é de apenas 1,7 contribuintes para cada as-

segurado. A continuar nesse ritmo, em 2030 haverá somente 1,1 contribuintes para cada beneficiário da Previdência.

Na prática, trata-se de uma aposen-tadoria longe da ideal. Você sabia que apenas 1% dos aposentados consegue viver (manter seu padrão de vida) com o que recebe da aposentadoria? Os dados também são do IBGE. Dos demais, 46% dependem de parentes, 28% dependem de caridade e 25% têm que continuar trabalhando. Que situação!

Embora existam polêmicas visões sobre a aposentadoria no Brasil, fica claro que é explosiva a combinação de população crescendo em alta veloci-dade, brasileiros vivendo mais e maior número de aposentados. Colocada a situação e olhando pelo prisma da sus-tentabilidade, pergunto:

y Os benefícios a serem pagos pela Pre-vidência Oficial serão suficientes para manter seu padrão de vida? y Se não, com que dinheiro você vai vi-

ver quando se aposentar? y Como vai sustentar seu atual padrão

de vida apenas com o dinheiro da Previ-dência Social? De onde virão os recursos adicionais desejáveis?

Educação financeira é uma opor-tunidades de mudar esse quadro e sou entusiasta de seus resultados. Infelizmen-te, nem todos pensam assim. De acordo com pesquisa feita com mais de 4 mil inscritos num evento em São Paulo ape-nas 29% possuem plano de previdência complementar. Dos demais, 42% preten-dem aderir, 16% ignoram a opção e 13% afirmam que não farão nada a respeito.

Comemorar ao lado do pequeno grupo que se preocupa com o futuro acalenta, mas não me satisfaz. Saber que quase metade do grupo deseja saber mais sobre o tema e busca informações anima. Constatar que 1/3 dos pesquisados acha isso uma bobagem frustra, mas também aumenta minha responsabilidade.

Atenção aos principais detalhes na hora de pensar, planejar e agir em prol de uma aposentadoria melhor e com mais qualidade de vida:

y Se estiver em dúvida sobre em que produto investir, prefira aquele capaz de

gerar renda, o que garantirá um fluxo de caixa mais folgado e também patrimô-nio. Alguns exemplos de investimentos para geração de renda: imóveis (renda de aluguel) e ações (pagamento de divi-dendos e juros sobre capital próprio); y Se a disciplina não for seu forte, con-

sidere a possibilidade de contratar um plano de previdência privada. Com pe-quenas contribuições é possível alcançar uma boa soma. Atente para a modalida-de escolhida levando em conta a solidez da instituição escolhida, o tempo de contribuição e a forma de uso do mon-tante acumulado. Hoje em dia existem planos de previdência privada e seguros de vida bastante interessantes. Reco-mendo aqueles em que parte do capital do cliente também seja alocada no mer-cado de renda variável, com a exposição ao risco constantemente revisada; y Sustente uma reserva de emergência

que corresponda a um período mínimo de seis meses de salários/receitas (o ide-al são doze meses), alocando este capital em um investimento de alta liquidez (ca-derneta de poupança, por exemplo); y Ao optar por montar e gerenciar sozi-

nho uma carteira de investimentos para a aposentadoria, leve em consideração a diversificação e a questão da liquidez. Aproveite o tempo para arriscar e cons-truir patrimônio, mas à medida que o período de usufruto for chegando, trans-forme os investimentos em ativos com liquidez maior e fluxo de caixa.

Se você vai se aposentar para subsistir e apenas sobreviver, só suas atitudes dirão. Se a qualidade de vida e o bem-estar são metas para o futuro, melhor considerar investimentos com-plementares e a previdência privada como aliadas. Uma vida sustentável hoje e no futuro só depende de você.

Por Conrado Navarro

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Conrado Navarro, educador financeiro, autor dos livros Va-mos falar de dinheiro? (Novatec) e Dinhei-rama (Blogbooks) e sócio-fundador do Dinheirama – http://dinheirama.com. Atua como professor, consultor e palestrante.

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Se eu te perguntasse o que é Er-gonomia, o que você responderia? A maioria das pessoas diria: ergonomia diz respeito à postura de trabalho, às di-mensões de uma mesa de computador, às cadeiras confortáveis, por exemplo. Mas, será que é só isso mesmo?

A Ergonomia busca compreender como o homem age e se relaciona com os objetos e o ambiente onde se encon-tra. Para isto ela é sustentada por um arcabouço teórico bastante amplo. Para compreender o homem em atividade, a Ergonomia tem caráter transdisciplinar, pois se apoia em conhecimentos de várias áreas como a engenharia, a fisio-logia, a psicologia, a antropometria, a biomecânica, a sociologia, a filosofia e muitas outras disciplinas.

A Ergonomia ganhou importân-cia na medida em que muitas doenças começaram a ser desenvolvidas no tra-balho, principalmente com os bancários e trabalhadores de linhas de produção que executavam tarefas repetitivas nu-ma tal intensidade que levavam à LER (Lesões por Esforços Repetitivos). Esta mesma Ergonomia também passou a ter evidência quando a tecnologia também entrou nas nossas casas através dos computadores, dos eletrodomésticos e dos celulares. Existem pesquisas que apontam o desenvolvimento de LER em crianças que fazem uso excessivo de computadores e de envio de mensagens via celular. Isto é alarmante.

Acredito ser importante termos mais consciência do quanto a tecnologia está atuando sobre o homem. É importante lembrar que devemos interagir harmo-nicamente com as máquinas, objetos, instrumentos de trabalho e ambientes diversos. Quando esta interação se torna

Ergonomia cidadã

desequilibrada e conflitante passamos a comprometer nossa segurança e bem estar podendo até mesmo adoecer.

Pensando nisso percebi a necessi-dade do cidadão comum conhecer mais sobre a Ergonomia porque ela não per-tence mais aos domínios do trabalho, ela está presente no nosso dia a dia. Ela está nas nossas casas e nas ruas. Ela se mistura à acessibilidade quando falamos de largura e inclinação de uma rampa. Ela se mistura à segurança das pessoas ao construirmos uma calçada pensando nos pedestres, principalmente os idosos, deficientes e até mesmo crianças. Ela se mistura ao lazer quando nos sentamos em um banco de praça que tem a altura adequada para nossas pernas.

Portanto, denomino Ergonomia Cidadã o dever de se atender a determi-nadas características do homem quando um produto é desenvolvido, quando se constroi, reforma ou se projeta calçadas, casas, praças e estabelecimentos que atendam à população, sejam eles pú-blicos ou privados. Ao mesmo tempo, a Ergonomia Cidadã também diz respeito aos direitos do cidadão de ter suas ne-cessidades respeitadas e que garantam segurança, conforto, acessibilidade e bem estar.

A Ergonomia Cidadã tem muitos desdobramentos e trazê-los para dis-cussão é o objetivo maior para que tenhamos cada vez mais a populariza-ção dos conhecimentos próprios desta área, a fim de torná-los naturalmente presentes nos produtos que utilizamos e ambientes que frequentamos.

Renata Custódio é Fisioterapeuta, mestre em Engenharia de Produção pela UNIFEI e douto-randa em Engenharia Mecânica pela UNESP. Sua linha de pesquisa é a Ergonomia.

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Por Renata Custódio

Circuito Turístico

Caminhos do Sul de Minas

Em evento realizado em outubro, em Itajubá/MG, o Circuito Turístico Cami-nhos do Sul de Minas lançou oficialmente seu Site, totalmente renovado através de parceria institucional com o Sebrae MG; sua logomarca, revitalizada em parceria com a Objetiva Comunicação Estraté-gica; e seu inédito Vídeodocumentário institucional.

“Este evento marca uma nova fase do Circuito Turístico em que buscamos promover os municípios e associados — pessoas jurídicas e físicas — que de uma forma ou outra trabalham para ala-vancar o turismo. Também proporcionou maior entrosamento entre o setor pú-blico, iniciativa privada e comunidade para o desenvolvimento do turismo sus-tentável”, declarou o Presidente do CT Caminhos do Sul de Minas, José Maurício Carneiro da Silva.

Com novo site, logomarca e vídeo institucional o CT Caminhos do Sul de Minas objetivou agregar valor ao proces-so de construção e desenvolvimento do turismo nos municípios que o integram. São eles: Conceição das Pedras, Cris-tina, Delfim Moreira, Itajubá, Maria da Fé, Marmelópolis, Pedralva, Piranguçu, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí, São José do Alegre e Wenceslau Braz.

Vale a pena navegar no site:

www.caminhosdosuldeminas.com.br

para conhecer cada cidade, saber onde hospedar-se e visualizar esta região tão rica em atrativos naturais.

Fonte: Objetiva Comunicação Estratégica

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Por Dra. Gracia Costa Lopes

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A saúde começa pela boca, os den-tes são importantes na mastigação dos alimentos, na fala e na estética, influen-ciando diretamente a auto-estima do indivíduo e o seu contexto social.

Os dentes cortam, rasgam, trituram e amassam os alimentos, contribuindo para a digestão. O processo de mastiga-ção é acionado por vários músculos da face que promovem vários movimentos dos mesmos. O alimento deve ser mas-tigado em média 10 vezes para que seja devidamente aproveitado pelo organis-mo. Na mastigação o alimento é reduzido a finas partículas que, misturadas a sali-va, converte-se numa massa pastosa: o bolo alimentar. Esta é a primeira fase da digestão.

Para que possamos ter boa saúde bucal temos que possuir também bons hábitos alimentares. A dieta deve ser equi-librada com frutas, verduras, legumes, carnes, ovos, leite, cereais, entre outros. Deve haver monitoramento dos horá-rios das refeições, evitando-se entre eles, principalmente, alimentos açucarados e ácidos (limão, laranja, vinagre, etc) pois os mesmos diminuem o pH do meio bu-cal (tornando o meio bucal mais ácido). Consequentemente, os dentes ficam mais vulneráveis à doença cárie. Os alimentos açucarados pegajosos e/ou sólidos (balas de goma, biscoitos recheados, caramelos,

com os dentes, favorecendo o desenvol-vimento da cárie. A escovação da língua é necessária, pois a mesma acumula re-síduos alimentares, contribuindo para a deposição de bactérias.

A escova ideal para dentes naturais deve ser macia ou extra-macia, porque, para uma boa escovação dental é necessá-rio escovar as gengivas e as escovas duras podem machucá-la desgastando os den-tes e provocando sensibilidade e retração gengival, o que pode afetar a estética do sorriso e dor, como a sensibilidade de colo (dor no dente perto da gengiva).

A melhor opção é lavar a escova, removendo o excesso de água e borrifar um antiséptico acondicionado em frasco spray (o gluconato de clorexidina a 0,12% e o cloreto de cetilpiridíneo a 0,05%, efi-cazes na eliminação dos estreptococos do grupo mutans podem ser adquiridos em farmácias de manipulação) em to-das as direções da cabeça das escovas, principalmente nas cerdas. Em seguida, a escova pode ser guardada no armário do banheiro. Antes da próxima escova-ção, a escova deve ser lavada em água corrente. Após a escovação não se deve secar a escova com a toalha de banho ou de rosto, isso pode aumentar ainda mais a contaminação. O excesso de água deve ser removido por meio de batidas da es-cova na borda da pia do banheiro.

etc) podem causar mais lesões cariosas que os líquidos (refrigerantes, suco adoça-do). Quanto maior a frequencia de ingestão destes alimentos e quanto mais próximo do horário de dormir, maior o risco de for-mação das lesões cariosas. Portanto, logo após o consumo de doces e alimentos áci-dos, é necessária a escovação.

A higienização adequada é muito importante para a preservação da saú-de bucal e deve ser iniciada antes que os primeiros dentes apareçam na boca do bebê, com gaze umedecida, após o aleitamento ou uso da mamadeira e, principalmente, antes de dormir. Quan-do o primeiro dente aparece na boca, a higienização deve ser feita por meio da escova. O fio dental é necessário na higienização bucal, uma vez que limpa as regiões entre os dentes, abrangendo até a área que está sob a gengiva, onde a escova não tem acesso. É importante usá-lo corretamente, de forma delicada, para não ferir a gengiva.

É importante que os pais controlem a escovação de seus filhos, sendo neces-sária a supervisão contínua. A escovação deve ser feita após as principais refeições e deve-se dar atenção especial à escova-ção noturna, pois, neste período, a ação bacteriana é mais intensa. Os resíduos alimentares que não forem removidos permanecerão muitas horas em contato

A importância da saúde bucal na saúde geral

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Prevenção oftalmológica

Alguns cuidados são importantes para manter a visão sempre bem. Seguem algumas dicas:

Usuários de computador: Mantenha 45 a 70 cm de distân-cia da tela. A linha dos olhos deve estar posicionada na linha superior da tela do computador. Faça sempre micro pausas, di-rigindo o olhar para pontos distantes da tela.

Nadadores: Muitos dos produtos utilizados na limpeza da água da piscina são tóxicos para os olhos. Se você pratica na-tação e pretende nadar 500 m ou mais, use óculos apropriado.

Usuários de lentes de contato: A lente de contato, apesar de permitir à córnea respirar, é uma barreira e um corpo estranho sobre seu olho. Não durma com elas. Infecções oculares que culminam com perda de visão total ou parcial, muitas vezes estão associadas à usuários de lentes de contato.

Adultos: Em caso de acidente com produtos químicos nos olhos, lave imediatamente com água filtrada em abundância e procure um oftalmologista. Não lave com leite, limão, vina-gre ou outros, use apenas água. De preferência nunca coce os olhos. Coçar indevidamente pode ocasionar deformidades cor-neanas, descolamentos de retina, além do perigo de infecção pela sujeira nas mãos ou lenços. Lembre-se que a força da mão é grande em relação a frágil estrutura ocular. Evite usar len-ços de pano, prefira os de papel. Seque apenas um dos olhos por vez e jogue o lenço fora. Nunca se auto medique. Se notar alguma anormalidade no seu olho, não procure ajuda de um farmacêutico e sim de um oftalmologista. Nunca compre colí-rio sem prescrição médica. Lembre-se, muitos colírios podem agravar o problema, ao invés de solucioná-lo.

Crianças: É muito comum as crianças não reclamarem de problemas na visão quando pequenas, mas elas podem estar enxergando bem com apenas um dos olhos. Caso isto não seja notado a tempo, o olho de visão mais fraca, pode ser gradati-vamente anulado irreversivelmente. Até os 7 anos é possível reverter esse quadro e permitir à criança enxergar com boa acuidade visual em ambos os olhos. Lembre-se que a criança não possui controle preciso sobre seus movimentos. Nunca deixe ao seu alcance objetos pontiagudos ou cortantes.

Recém-nascidos: O primeiro exame oftalmológico deve ser fei-to pelo pediatra imediatamente após o nascimento da criança, ainda na sala de parto. Surgindo alguma dúvida, o bebê deve ser encaminhado a um oftalmologista. Segundo a organização mundial de saúde, a criança deve ser examinada ao nascimento, aos 2 anos, 4 anos e 7 anos de idade. Caso nada de anormal seja detectado, os intervalos podem diminuir gradativamente.

Prématuros: Deve ser examinado ainda no berçário pelo mé-dico oftalmologista especialista em retina para prevenção e tratamento da temida Retinopatia da Prematuridade.

Pela Dra. Fátima Regina Souto Maior

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Naturalenovembro/dezembro - 2010

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Revista Naturale recebe Moção Congratulatória

da Câmara Municipal de Itajubá

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A revista Naturale recebeu, no dia 30 de setembro de 2010, a Moção Congratulatória da Câmara Municipal de Itajubá/MG, por in-dicação do Vereador Robson Vaz.

Segundo o Vereador Robson Vaz, “a re-vista Naturale é um informativo de grande valia e importância, com artigos de relevância para melhor conhecimento de nosso muni-cípio e região, destacando a cultura, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Contando com parceiros que escrevem pa-ra a revista, ela vem se destacando na mídia local, motivo de nossa singela homenagem, buscando cada vez mais incentivar esta gran-de prestação de serviço à coletividade.”

A Moção foi recebida por Elaine Cristina Pereira, editora da revista, com agradecimento ao “vereador Robson Vaz e a Câmara Municipal de Itajubá por este reco-nhecimento e incentivo. Partilho e agradeço também por esta Moção aos articulistas, fotógrafos, colaboradores, parceiros, anun-ciantes, apoiadores e amigos, que desde a primeira edição fazem da revista Naturale um veículo de comunicação informativo de qua-lidade. Reforço os votos para que possamos continuar nessa empreitada oferecendo informações e serviços a um número cada vez maior de leitores, de forma gratuita, haja vista a grande repercussão e procura que a revista Naturale está tendo em Itajubá, região e demais cidades de vários estados da fe-deração. Muito obrigada e grande abraço a todos!”

Naturale recebeu cumprimentos de empresários e parceiros, citamos apenas al-guns em agradecimento a todos:

Oi Elaine, parabéns pelo feito, acredi-to que a revista esteja atingindo as metas e o público desejado. Gde abraço e muito sucesso. Mauricio Favale (Esto Com e Ind Mó-veis Ltda. & Criare - Itajuba/MG)

Prezada Elaine Pereira, a equipe APRO-ER parabeniza a todos da Revista Naturale

pelo sucesso e pela Moção Congratulató-ria da Câmara Municipal. Att, Joana Luz.

Parabéns Elaine! Adoramos a revis-ta... é maravilhosa e com um conteúdo informativo riquíssimo! A homenagem não poderia ser mais justa! Abraços! Margareth Serpa Nunes, Recursos Huma-nos Delphi Automotive Systems do Brasil Ltda. (Paraisópilis/MG)

Olá, Elaine! Não foi surpresa para mim vc ter recebido este maravilhoso

prêmio! Sua revista faz jus a ele! É uma revista de alto nível e qualidade condizentes! Você simplesmente está colhendo frutos que plantou. Parabéns! Rosaura Hermeto (Belo Horizonte/MG)

Neste primeiro ano Naturale tam-bém esteve na mídia, agradecemos a Rádio Jovem FM, Canal 20, Conexão Itajubá, TV Itajubá, FACESM, INCIT, Aca-demia Itajubense de Letras, Accademia Internazionalle Il Convívio Castiglio-ne di Sicilia - Itália, TOCA (Associação Capixaba dos Proprietários de Veículos de Recreação), Revista TRADIÇÃO de Maringá, SIMMMEI, ACIEI, ACIVALE, ACISJC, AENAI, CDL Itajubá, GEPB, Dis-persores, ADECTUR e todos os leitores, parceiros, entusiastas e amigos que le-varam a Naturale aos quatro ventos.

Convidamos para que no próxi-mo ano nossos parceiros se fidelizem e novos passem a fazer parte da Natura-le, pois para vincularmos informação e serviços com credibilidade e qualidade, todos são peças fundamentais na en-grenagem. Grata!

Elaine Pereira

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