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Experiência em Planejamento · 2011-06-09 · No Anexo II encontra-se uma tabela com a lista de empresas/ áreas que responderam. ... Celpa Seleção de espécies arbóreas ornamentais

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Experiência em Planejamento

e Gestão Ambiental

Grupo de Trabalho C3.03

Mírian Regini Nuti (Coordenadora), André Mustafá

,Alessandra Kepinski, Nair B. Palhano, Daniella F. Soares,

Domingo Rodriguez Fernandez,Evanise Mesquita, Flavia

Gama, Ivan Dutra, Jane Maria de Souza Santos Joss,

Jose Ferreira, Luiz Simionato, Luiz Augusto Barcelos

Almeida, Maria Luiza Milazzo, Micheline Ferreira Facuri,

Milton Estrela, Noel Massinhan Levy Paulo Burian,

Rubens Ghilardi Ferreira, Tarcisio Borin.

Índice

Apresentação ....................................................................................................................... 03

1. Objetivos e Metodologia .................................................................................................. 04

2. Questionários: apresentação e análise ............................................................................ 06

3. Relatos de Boas Práticas: apresentação e análise ......................................................... 10

4. Síntese do Relatório do WG C3 03 – “Utilities Practices in Sustainable Development” .. 17

5. Relatórios de Sustentabilidade no Brasil ......................................................................... 25

6. Considerações Finais ...................................................................................................... 29

7. Bibliografia ....................................................................................................................... 31

Anexos ................................................................................................................................. 34

Anexo I - Questionário “Banco de dados de experiências de boas práticas em plane-jamento, gestão ambiental e produção mais limpa de energia” ....................

35

Anexo II - Empresas que responderam ao questionário ................................................ 42

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários ..................................................... 43

Anexo IV - Relatos de boas práticas recebidos das empresas ....................................... 48

Anexo V - Estudos de Caso WG C303 .......................................................................... 69

Apresentação

O conceito de desenvolvimento sustentável é muito amplo e tem diferentes maneiras de ser apli-cado. As particularidades de cada setor de atividade propiciaram, ao longo das ultimas duas dé-cadas, diferentes implementações práticas que devem ser analisadas e esclarecidas para que as performances corporativas sejam comparáveis e possam ser bem divulgadas.

O desenvolvimento da noção de sustentabilidade tem caminhado lado a lado do novo tipo de em-presa que está surgindo no cenário internacional. A empresa do século XXI define-se como soci-almente responsável, preocupada com questões ambientais e inclui em seus planejamentos estra-tégicos questões mais abrangentes do que os tradicionais aspectos econômico-financeiros.

A estratégia de sustentabilidade adotada pelas concessionárias de energia elétrica não tem ainda um padrão ou uma condução homogênea. Neste sentido, um dos primeiros passos para entender como estas empresas abordaram a questão da sustentabilidade diz respeito a coletar informações e através de uma análise comparativa identificar tendências, as boas práticas efetivadas e se há uma estrutura de referência nas ações desenvolvidas.

O CIGRÈ1, através do Working Group 03 do Comitê de Estudo de Desempenho Ambiental de Sis-tema - SC C3, elaborou uma análise sobre a concepção e práticas relacionadas ao desenvolvi-mento sustentável no setor de energia elétrica abordando os seguimentos de geração, transmis-são e distribuição de energia elétrica. Os Relatórios de Sustentabilidade, atualmente editados pe-las empresas mais importantes do setor em nível mundial, foram utilizados como referência para a análise. Este esforço de reflexão realizado por técnicos de 10 países abrangeu também a análi-se de experiências específicas consideradas relevantes para o tema, incluindo 15 “estudos de caso”. A realização desse trabalho, fez parte de uma estratégia de desenvolver três temas inter-relacionados, com a criação de 3 diferentes grupos de trabalho no âmbito do Comitê de Estudos do Cigré: o “realizar”(experiências e práticas), o “medir/acompanhar” (indicadores de sustentabili-dade e desempenho) e o “comunicar” no trato com o desenvolvimento sustentável2. A síntese do relatório final do WG C3.03 encontra-se no item 4 deste relatório.

No Brasil, no mesmo período de 2004 a 2007, com o objetivo de contribuir para a iniciativa acima descrita e registrar as experiências nacionais, foi criado um grupo de trabalho com o mesmo enfo-que abordando as experiências brasileiras, sob o título “Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental”3. Para a realização do trabalho proposto foi adotada uma metodologia de análise enfocando a for-ma como o conceito de desenvolvimento sustentável foi interpretado pelas empresas e os seus desdobramentos em termos de ações práticas ou programas. A metodologia foi composta pelo estabelecimento de critérios de análise e da elaboração e aplicação de um questionário de refe-rência, que foi enviado às áreas de meio ambiente das empresas brasileiras do setor elétrico. Este relatório apresenta os principais resultados alcançados pelo trabalho que envolveu profissio-nais de várias empresas do setor elétrico, o tratamento de aproximadamente 20 questionários e a análise de 3 relatórios de sustentabilidade.

Espera-se com essa consolidação poder contribuir para a disseminação de experiências significa-tivas no Brasil e divulgar os resultados alcançados em nível internacional.

1 www.cigre.org

2 Os 3 grupos de trabalho relacionados são: WG C303, WG C302, ambos com os trabalhos já realizados, e o WG C304,

com o relatório em andamento. Vide referencias bibliográficas para as referencias completas. 3 O Comitê Brasileiro do Cigre atua com um Comitê de Estudos “espelho” da estrutura internacional e conta atualmen-

te com 6 grupos de trabalho em funcionamento.

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1. Objetivos e Metodologia

A pesquisa realizada no âmbito do GT C3 03 - Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental - teve como objetivo geral observar a forma como as questões referentes ao meio ambiente são tratadas pelas empresas do Setor Elétrico e estão incluídas em sua estrutura organizacional bem como registrar as principais experiências identificadas pelas referidas empresas como “boas prá-ticas em planejamento, gestão ambiental e produção mais limpa de energia”.

Observou-se, logo de início, a necessidade de instrumentos que orientassem a análise das referi-das experiências nos termos do reconhecimento de sua sustentabilidade. Nessa perspectiva, de um lado se considerou o debate sobre a noção de sustentabilidade que aciona representações diversas sobre as formas de apropriação, uso e gestão dos recursos naturais segundo os diferen-tes sujeitos sociais e remete a disputas que tendem a constituir um campo marcado pela presença de conflitos; e de outro, a observação da literatura disponível sobre as modalidades mais recorren-tes de classificação e qualificação das condições de sustentabilidade social, econômica e ambien-tal presente nos Relatórios de Sustentabilidade e recomendados por instituições especificas tais como, o Instituto Ethos, Bovespa, ISE, GRI, BID, etc. O resultado decorrente foi a identificação de critérios apenas indicativos de aspectos relevantes para a compreensão das experiências avalia-das. Estes critérios e suas descrições estão apresentados na Tabela 1.

Complementando os procedimentos metodológicos adotados, utilizou-se, como instrumento de coleta das informações necessárias, um questionário que foi enviado por correio eletrônico às empresas, através do seu representante na Área de Meio Ambiente. Este questionário teve como objetivo: conhecer a Política Ambiental e Gestão Corporativa das empresas nos termos da identi-ficação de sua estrutura organizacional, composição de seu quadro técnico, caracterização de sua atuação e narrativa de experiências reconhecidas como “boas práticas”, nos termos aqui comen-tados.

O tratamento das informações enviadas foi realizado através da quantificação e qualificação das respostas obtidas, visando não apenas apresentar um quadro das principais tendências identifica-das, mas também sinalizar com aspectos merecedores de uma reflexão mais detalhada.

Complementarmente foram levantados alguns Relatórios de Sustentabilidade de empresas do setor de energia elétrica no Brasil e realizada uma análise expedita tendo como referência a análi-se realizada no grupo de trabalho do Comitê de Performance Ambiental de Sistemas – Cigré In-ternacional.

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Tabela 1 - Critérios para Análise dos Relatos de Boas Práticas

Critérios Descrição

Capacidade de Integração Projetos cuja execução está condicionada a articulação en-tre os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos (da etapa de planejamento à etapa de execução).

Sustentabilidade financeira Projetos que após um período de dependência de recursos vislumbra “emancipação”, gerando recursos que garantem sua renovação.

Sustentabilidade ambiental Projetos que não apenas recuperam impactos ambientais ocorridos como também fomentam políticas de preservação ambiental.

Sustentabilidade social

Projetos que contribuem para a melhoria das condições de vida da população nos termos da mudança dos tradicionais indicadores sociais (renda, saúde, educação) e que incorpo-ram situações de conflitos a partir da proposição de instru-mentos de mediação.

Capacidade de transformação Projetos que contribuem para a instauração e consolidação de novos hábitos e valores.

Capacidade de expansão

Projetos que ao longo de seu desenvolvimento expandiram sua abrangência territorial – começaram atendendo a pe-quenos espaços (projetos pilotos) e foram se expandindo no território.

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2. Questionário: apresentação e análise

O questionário foi elaborado com o objetivo de identificar as diretrizes da política ambiental e a gestão corporativa das empresas em termos práticos (estrutura organizacional, quadro técnico, atuação, experiências, boas práticas), sempre identificando também a que segmento de mercado pertence, isto é, geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica.

O questionário foi composto de três partes, conforme apresentado na Tabela 2. O modelo do questionário completo encontra-se no Anexo I.

Tabela 2 - Questionário

Parte Perguntas

1.1 Empresa 1

1. 2 Atividade

2.1 Se há área de meio ambiente e/ ou atuação social

2.2 Privilégio de algum rema específico

2.3 Política ambiental implantada

2.4 Alguma forma de gestão ambiental estruturada

2.5 Indicadores de Desempenho Ambiental

2.6 Certificação Ambiental

2.7 Relatórios de sustentabilidade

2

2.8 Se já preencheu algum questionário de indicadores de sustentabilidade

3.1 Título do programa o projeto – ex. de boa prática

3.2 Etapa do programa ou projeto

3.3 Capacidade de integração

3.4 Sustentabilidade financeira

3.5 Sustentabilidade ambiental

3.6 Sustentabilidade social

3.7 Capacidade de transformação

3.8 Capacidade de transformação

3.9 Capacidade de expansão

3

3.10 Se há interesse em divulgar essa prática

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Foram enviados 35 questionários em agosto de 2005. Até outubro daquele ano, foram recebidos 22 questionários respondidos por 20 empresas. No Anexo II encontra-se uma tabela com a lista de empresas/ áreas que responderam.

A Tabela 3 sintetiza algumas informações de 15 questionários, respondidos por 13 empresas. Cabe observar que dos 15 questionários, 12 apresentam exemplos de projetos de boas práticas. As empresas Celpa (2 relatos), Copel, CPFL e Itaipu Binacional enviaram relatos de seus exem-plos de boas práticas, conforme detalhado no item 3.

Analisando a Parte 1 do questionário as empresas que responderam podem ser classificadas por segmento de atuação conforma a Tabela 3:

Tabela 3 - Análise da Parte 1 do questionário - Empresas por área de atuação

Atuação Número de empresas Empresas

Exclusivamente Geração 3 Itaipu, Alston, CESP

Exclusivamente Transmissão 0

Exclusivamente Distribuição 9 Caiua, Celpa, CFLO, CNEE, EEB, Bandeirante, Coelba, CEPISA

Geração-Transmissão-Distribuição 3 CEMAT, CELTINS, COPEL

Geração-Transmissão 2 CHESF, ELETROSUL

Geração-Distribuição 2 CPFL, Boa Vista

Holding 1 Eletrobrás

Total 20

A análise da Parte 2 do questionário, que se refere à estrutura organizacional da empresa e res-pectiva localização dos temas ambientais, sociais e de sustentabilidade é apresentada na Tabela 4.

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Tabela 4 - Análise da Parte 2 do questionário

Pergunta Análise

Existência de área de meio ambiente e/ ou a-tuação social

13 empresas possuem algum tipo de área de Meio Ambiente

Privilégio de algum tema específico 12 empresas privilegiam temas específicos (Educação Ambiental e Licenciamento Ambi-ental se destacam)

Política ambiental implantada 10 têm política ambiental

Alguma forma de gestão ambiental estruturada 5 têm alguma forma de Sistema de Gestão Ambiental

Indicadores de Desempenho Ambiental 7 aplicam indicadores de desempenho ambi-ental

Certificação Ambiental 2 têm certificação

Relatórios de sustentabilidade 2 têm relatórios de sustentabilidade

Se já preencheu algum questionário de indica-dores de sustentabilidade

10 responderam a algum tipo de questionário de indicadores de sustentabilidade (ex: Institu-to ETHOS e ISE Bovespa)

A Tabela 5 apresenta as informações referentes à Parte 3 do questionário, sobre exemplos de boa prática.

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Tabela 5 - Análise da parte 3 do questionário - exemplos de “boas práticas”.

Empresa Exemplo de “boa prática”

Bandeirante � Projeto SIGA (Implantação do Sistema de Gestão Integrada)

Boa Vista � Programa 4R’s : Reduzir, Reutilizar, Recuperar e Reciclar

Celpa

� Seleção de espécies arbóreas ornamentais para produção de mudas para arborização urbana adequada à rede elétrica do Pará.

� Avaliação socioambiental da população humana na área de entorno da UHE Caruá-Una, Santarém, Pará

Celtins � “É assim que se faz” (turnê de arte e educação para disseminar o uso racional e seguro de energia elétrica)

CEMAT � Projeto Curso de Arborização e Poda de Árvores junto aos municípios

COELBA � Implantação de Práticas de Produção Mais Limpa em Obras de Dis-tribuição de Energia Elétrica

COPEL

� Programa Tributo ao Iguaçu (Programa Decenal de ações e ativida-des, criado com a missão de estruturar uma rede de parcerias facilita-dora e catalisadora da articulação das comunidades visando o seu de-senvolvimento sustentável)

CPFL

� Desenvolvimento de modelos para gestão ambiental integrada de re-servatórios (P&D Aneel) para compreensão das relações de causa e efeito da degradação dos reservatórios e que permite atuar de forma sistêmica e preventiva

ELETROSUL

� Projeto Alto Uruguai - transformar a região situada na bacia do rio U-ruguai em um modelo de produção e consumo sustentável de energia elétrica, conservação de energia, utilização de fontes alternativas de energia e universalização

� Projeto Casa Eficiente – vitrine de tecnologias de ponta de eficiência energética e conforto ambiental voltadas para edificações

Itaipu � Programa Cultivando Água Boa – voltado para a bacia do Paraná III:

gestão ambiental, gestão de informação territorial, gestão participativa e gestão por programa

Cabe ressaltar que as informações tratadas se referem à data de recebimento dos questionários, isto é, durante o período de agosto a outubro de 2005. Portanto, algumas informações podem estar desatualizadas, o que não invalida a análise de tendências e de internalização dos conceitos de boa prática nas empresas àquela altura.

GGTT CC33 0033 7 / 71

3. Relatos de Boas Práticas: apresentação e análise

Na análise apresentada na Tabela 6 foi aplicada a metodologia descrita no item 1. Foram analisa-dos, a título de exemplo da aplicação dos critérios propostos, os relatos encaminhados pelas em-presas CELPA, referente a dois projetos, CPFL, COPEL e Itaipu Binacional. Muito embora seja possível identificar outros exemplos de boas práticas, somente estes foram analisados, conside-rando o envio voluntário dos relatos para este trabalho (Anexo IV).

Observe-se que o objetivo principal para a inclusão desses relatos no estudo (e no relatório) é o de incentivar ações voluntárias no caminho da internalização de práticas de sustentabilidade nas empresas do setor. Nessa visão, os casos descritos são exemplos que poderão contribuir para a criatividade de outras empresas na formulação de ações que apliquem a noção de desenvolvi-mento sustentável.

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Tabela 6 - Análise dos relatos de Boas Práticas

Empresa Projeto Critério Considerações

Capacidade de Integração

o projeto articula à atividade de produção de mudas para a arborização urbana de forma a-dequada aos as especificações da rede urbana, ações de capacitação de pessoal não só para a produção das referidas mudas como também para o gerenciamento de unidades de produção de mudas, integrando dimensões distintas de um mesmo processo

Sustentabilidade financeira

o projeto não foi concebido com o objetivo de gerar recursos próprios que garantisse a sua auto sustentação

Sustentabilidade ambiental

o projeto está focado na busca de alternativas de preservação do meio ambiente – arboriza-ção urbana – de forma compatível com os parâmetros técnicos exigidos pela rede elétrica. E ao instalar, no Museu Paraense Emílio Goeldi, uma Unidade de Produção de Mudas, garan-te a permanente expansão desse processo

Sustentabilidade Social

o projeto não tem como objetivo contribuir diretamente para a melhoria das condições de vida da população nos termos da mudança dos tradicionais indicadores sociais (renda, saú-de, educação); entretanto ao capacitar pessoal para a produção de mudas e gerenciamento de unidades de produção de mudas está, de forma indireta gerando novas possibilidades de geração de renda para este público

Capacidade de transformação

ao produzir conhecimento sobre o tema os projetos, de certa forma, contribuem para sua valorização e difusão

CELPA (1)

SELEÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS ORNAMEN-TAIS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS PARA ARBO-RIZAÇÃO URBANA ADE-QUADA À REDE ELÉTRICA NO ESTADO DO PARÁ.

Capacidade de expansão

o projeto não tem o objetivo de expansão, embora ao instalar no Museu Paraense Emílio Goeldi uma Unidade de Produção de Mudas, cria condições naturais para sua expansão

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Empresa Projeto Critério Considerações

Capacidade de Integração

o projeto foi concebido de forma a tratar unicamente dos aspectos socioeconômicos de sua área de influência, desse modo não procede a avaliação de sua capacidade de articulação entre os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos

Sustentabilidade financeira

o projeto não tem como objetivo a geração de recursos que garantam sua renovação

Sustentabilidade ambiental

o projeto está focado na identificação de das condições de vida da população pesquisada, observando seu padrão de organização social e de seu acesso a rede de serviços essenci-ais

Sustentabilidade Social

projeto foi concebido tendo como centralidade as questões sociais que norteiam o universo da população pesquisada, de modo a buscar alternativas que contribuam para a melhoria de suas condições de vida através da capacitação e treinamento de agentes e ou lideranças para o desenvolvimento de iniciativas de participação social

Capacidade de transformação

através da Capacitação/ treinamentos de técnicos em métodos participativos, diagnóstico, mitigação de impactos e resolução de conflitos o projeto está contribuindo para a instauração e consolidação da reflexão crítica sobre a realidade local podendo levar a instauração de novos hábitos e valores

CELPA (2)

AVALIAÇÃO S0CIOAMBIENTAL DA PO-PULAÇÀO HUMANA NA ÁREA DO ENTORNO DA UHE CURUÁ-UNA, SAN-TARÉM/ PARÁ.

Capacidade de expansão

o projeto não tem o objetivo de ampliar sua área de abrangência

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Empresa Projeto Critério Considerações

Capacidade de Integração

não se aplica

Sustentabilidade financeira

o projeto não busca a geração de recursos que garantam sua emancipação. A gestão ambi-ental integrada do reservatório de Americana tem por objetivo primordial integrar as ações desenvolvidas, não apenas pela CPFL, mas por todos os órgãos gestores e agentes sociais, servindo como um elemento que contribua para a instauração e consolidação de novos hábi-tos e valores, de forma que cada parte assuma suas responsabilidades, levando em consi-deração o conjunto das ações em curso na bacia

Sustentabilidade ambiental

o projeto teve seu início objetivando solucionar um problema específico: conter a proliferação de plantas aquáticas. Porém, logo tornou-se clara a necessidade de se ampliar a extensão dos trabalhos e também de envolver outras instituições e parceiros para que os resultados desejados fossem duradouros e sustentáveis. Neste sentido, as novas etapas de trabalho, notadamente o desenvolvimento de metodologias para a articulação interinstitucional pode-rão fomentar políticas regionais de preservação ambiental

Sustentabilidade Social

as ações de controle e utilização das plantas aquáticas têm permitido reduzir os ambientes propícios à proliferação de vetores de doenças. Juntamente com as plantas aquáticas, parte do lixo flutuante é também removida. Os trabalhos de contenção e controle das plantas a-quáticas permitiram que a pesca e a navegação pudessem voltar a ser praticados em vários trechos do reservatório

Capacidade de transformação

a proliferação de plantas aquáticas e as ações de manejo são assuntos que integram o pro-grama de educação ambiental promovido pela Associação Barco Escola da Natureza, apoi-ado pela CPFL. A partir de um passeio de barco pelo reservatório, no qual as conseqüências da degradação ambiental são apresentadas “in loco”, os participantes do programa (crian-ças, em sua maioria) são conscientizados da necessidade da conservação ambiental

CPFL MODELO PARA GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA DE RESERVATÓRIOS

Capacidade de expansão

como a eutrofização artificial provocada pelo lançamento de efluentes domésticos e também pelo carreamento de solos, e a proliferação de plantas aquáticas não são problemas restritos ao reservatório de Americana, a metodologia e ações (como o desenvolvimento de métodos de controle) podem ser aplicadas a outros reservatórios do Brasil.

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Empresa Projeto Critério Considerações

Capacidade de Integração

a concepção do projeto está centrada na capacidade de articulação entre os aspectos físi-cos, bióticos e socioeconômicos , desde a etapa de planejamento até a etapa de execução. Isto fica nítido nos compromissos e objetivos estratégicos definidos, onde se destacam a prioridade da empresa com a preservação, conservação e recuperação das condições ambi-entais da área influência, através da difusão, execução e apoio de ações ambientais ade-quadas, visando deixar para as gerações futuras um ambiente melhor; e o foco na melhoria de qualidade de vida, na preservação, conservação e recuperação do meio ambiente da re-gião, de forma integrada com os municípios e demais atores, consolidando a gestão por ba-cia hidrográfica

Sustentabilidade financeira

a principio o projeto não tem a pretensão de “emancipação”, nos termos da geração de re-cursos que garantem sua renovação, contudo como abrange um amplo conjunto de ações, é possível que algumas dessas ações venham a integrar processos que no futuro prevejam sua auto sustentação

Sustentabilidade ambiental

o projeto claramente está centrado na perspectiva da sustentabilidade ambiental iniciando suas proposições a partir da tentativa de controle dos processos de eutrofização e de asso-reamento nos braços do Reservatório, tendo em vista as conseqüências daí decorrentes nos ermos do comprometendo a qualidade e quantidade das águas. Além disso, associa ques-tões territoriais; ambientais e sociais

Itaipu Bina-cional CULTIVANDO ÁGUA BOA

Sustentabilidade Social

o projeto foi concebido de modo a garantir a participação social como principal instrumento para a busca de alternativas que contribuam para melhoria de qualidade de vida da popula-ção regional, através do fortalecendo as políticas públicas e da ocorrência de mudanças po-sitivas nos tradicionais Indicadores Sociais - Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, den-tre outros. Além disso o projeto cria condições de negociação de conflitos por ventura exis-tente através da valorização de Fóruns de Participação Social , que incluem a presença de inúmeros segmentos sociais: comitês gestores de microbacias,subcomitês de ações, dirigen-tes Públicos (Federais, Estaduais e Municipais), Escolas, Instituições de Ensino Superior, Associações e organizações representativas da sociedade, Agricultores Familiares de as-sentamentos (ex- sem terras – MST), Moradores da 29 Microbacias piloto, Agricultores Fami-liares Orgânicos de 14 Associações de Produtores Orgânicos, Agentes Municipais de Saúde e equipes do Programa Saúde na Família, comunidades Avá Guarani,Colônias de Pescado-res, Catadores de materiais Recicláveis, Jovens em situação social crítica, Educadores e Monitores da Rede Linha Ecológica, etc.

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Capacidade de transformação

o projeto tem como foco central a criação para a implementação de ações sócio-ambientais relacionadas com a conservação dos recursos naturais, centradas na qualidade e quantida-de das águas e na qualidade de vida das pessoas.Além disso, utiliza como instrumento mé-todos participativos que auxiliam na formação e consolidação de novos hábitos e valores referentes as formas de apropriação, uso e gestão dos recursos naturais. Além disso, o pro-jeto defende a Gestão Democrática: responsável, participativa e transparente, possibilitando a instauração de nova modalidade de planejamento e gestão empresarial das questões am-bientais

Respeito à pluralidade de idéias em todos os níveis de gestão, onde as avaliações para a tomada de decisão levarão em conta os compromissos com a responsabilidade, a participa-ção e a transparência

Capacidade de expansão

o projeto claramente tem uma perspectiva expansionista, visto que foi iniciado com projetos pilotos e progressivamente vem incorporando diferentes segmentos sociais. Além disso, a perspectiva de privilegiar a Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento e intervenção tende a favorecer essa expansão, iniciada a partir das microbacias e com tendência a dis-seminação pelo território

Empresa Projeto Critério Considerações

Capacidade de Integração

Neste Programa a Copel presta um tributo ao Rio Iguaçu, generoso patrimônio natural, que nasce nos contra-fortes da Serra do Mar e percorre para o oeste quase toda extensão do território paranaense. O Programa Tributo ao Iguaçu foi criado com a missão de estruturar uma rede de parcerias facilitadora e catalisadora da articulação das comunidades para a criação de sua visão de futuro, de estratégias e de projetos co-construídos visando o seu desenvolvimento sustentável sem comprometer o direito das gerações futuras. O Programa promoverá melhorias socioambientais, construídas com as comunidades envolvidas, bus-cando auxiliá-las na conquista de sua própria sustentabilidade

Sustentabilidade financeira

Não há previsão.

COPEL

Sustentabilidade ambiental

Através da Educação Ambiental das partes interessadas (públicos interno e externo), estru-turação de atividades voltadas a preservação do meio ambiente através de uma gestão ade-quada, eficiente e eficaz dos resíduos gerados na empresa e no Programa Tributo ao Iguaçu um encaminhamento adequado dos projetos sempre com perspectivas da sustentabilidade

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sócio-econômica e ambiental.

Sustentabilidade Social

Cerca de 4000 pessoas estão sendo envolvidas pelo Programa nas comunidades situadas no município de Porto Vitória. A principal ação solicitada pelas comunidades foi a atuação institucional do programa na estruturação do Turismo Rural / Ecológico na Região, onde a rede de parcerias vem desempenhando várias atividades técnicas para a viabilização do projeto

Capacidade de transformação

A institucionalização de um Fórum de Desenvolvimento Local onde o Programa Tributo ao Iguaçu tem atuado permite a participação pessoas de forma ativa por ser estruturado para atender seus próprios anseios. Desta forma podem atuar junto ao poder público influencian-do positivamente a administração pública, argumentando as prioridades das ações a serem implementadas

Capacidade de expansão

O Programa Tributo ao Iguaçu tem a perspectiva de ser ampliado através da ação de pólos regionais para os 109 municípios da Bacia do Rio Iguaçu

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4. Síntese do Relatório do WG C3 03 – “Utilities Practices in Sustainable De-velopment”

O Working Group C3.03 (WG C3 03) teve como um de seus objetivos elaborar um panorama geral e uma sinopse das práticas de concessionárias de eletricidade com relação a desenvolvimento sustentável. Foi considerado relevante como base de referência a análise dos relatórios de sus-tentabilidade publicados pelas concessionárias e, quando estes não estivessem disponíveis, fo-ram analisados relatórios de responsabilidade corporativa, social ou ambiental. Estas análises foram seguidas de uma coleção de estudos de casos de algumas empresas que voluntariamente enviaram experiências consideradas relevantes para os três pilares da sustentabilidade, a saber: meio ambiente, sociedade e economia.

Foram analisados 11 relatórios de empresas distribuídas geograficamente pela Europa Ocidental (6), América do Norte (2), Ásia (2) e África (1).

Destas empresas, 5 atuam na área de geração, transmissão, distribuição, venda e outras ativida-des relacionadas à energia elétrica. Apenas 2 não atuam na geração, 5 não atuam na transmis-são, 2 não atuam na distribuição e 3 não atuam na venda de energia. Apenas 1 atua na geração e venda de energia e 1 outra atua somente na área de transmissão de energia elétrica (Tabela 7).

Tabela 7 - Distribuição das empresas segundo o setor de atividade

Setor de atividade Empresa País

geração transmissão distribuição vendas outros

Electricité de France FRA X X X X X

Endesa ESP X X X X X

Enel Spa ITA X X X X

Eskom RSA X X X X X

Exelon USA X X

Iberdrola ESP X X X

Kansai Electric Power Co. JAP X X X X X

National Grid Plc UK X X X X

Ontario Power CAN X X

Red Electrica de Espaňa ESP X

Tokyo Electric Power Co. JAP X X X X X

Das 11 empresas analisadas, 8 publicaram relatório de responsabilidade corporativa ou de sus-tentabilidade. Também 8 empresas fizeram referência ao Global Reporting Initiative - GRI Guideli-nes. O GRI constitui hoje uma espécie de padrão neste campo. Uma outra prática que pode ser

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observada em 8 dos 11 relatórios analisados é a verificação por terceira parte independentemente do relatório publicado.

A metodologia para análise dos 11 relatórios foi baseada na utilização de 4 tabelas derivadas do relatório “Sustentabilidade no setor de concessionárias de eletricidade”, preparado pelo WBCSD em julho de 2002. A Tabela 8 apresenta os elementos de análise e a Tabela 9 resume a perfor-mance das empresas sob os aspectos ambiental, econômico e social, respectivamente.

Tabela 8 - WG C303 - Elementos para Análise dos Relatórios de Sustentabilidade

Elementos de analise Comentários

Aspectos gerais:

Relatórios de sustentabilidade versus ambientais

A maioria das concessionárias adota o relatório de sustentabilidade (ou responsabilidade corporativa) mostrando, assim, o crescimento da importância deste item.

GRI (ou outra) Guidelines

A grande maioria das concessionárias faz referên-cia em seus relatórios ao GRI Guidelines, que hoje se constitui como um padrão neste campo.

Verificação de terceira parte As concessionárias decidiram também submeter seus relatórios a uma verificação de terceira parte, o que parece ser uma prática normal atualmente.

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Tabela 9 - WG C303 - Análise dos Relatórios de Sustentabilidade

Meio Ambiente

Adoção de um SGA Todas as concessionárias reconhecem a importância de ter implementado e operar um Sistema de Gestão Ambiental, de acordo com a norma ISO 14001.

Redução de impactos ambi-entais da operação

Este item foi considerado importante por todas as concessionárias. Todos os relatórios apresentam osdados de emissão, enquanto informações sobre a produção de rejeitos e reciclagem são menos freqüentes e dados sobre descarga de água são quase ausentes: parece possível deduzir que a prioridade das concessionárias de eletricidade é direcionada à poluição atmosférica, seguida de produção de rejeitos e reciclagem, enquanto a poluição da água não é vista como um problema relevante;

Na medida que a poluição atmosférica é considerada vale a pena notar que sua redução foi conseguida de du-as maneiras: aumentando a percentagem de gás natural (sobre o total de combustíveis fósseis queimados) e instalando sistemas de tratamento de gás combustível. Por outro lado, o aumento de emissão de ar foi conse-qüência principalmente do maior uso de carvão.

Na medida que os rejeitos são considerados, deve ser notado que a maior atenção é dada a reciclagem.

Políticas de Gases de Efeito Estufa-GEE

A questão dos GEE é uma preocupação da maioria das concessionárias trabalhando na área de geração, en-quanto aquelas que operam na transmissão e distribuição parecem menos envolvidas. As principais opções são: geração nuclear; aumentar a percentagem de geração renovável; aumentar o uso de gás natural, especi-almente através de ciclos combinado de alta eficiência; mecanismos de flexibilidade e aumento da eficiência no uso final de energia.

Fontes renováveis

Primeiro de tudo deve ser ressaltado que os relatórios não são homogêneos e lidam com o assunto de muitas maneiras diferentes. Tabelas mostrando percentuais (atuais e futuros) de capacidade instalada e energia gera-da seriam de grande ajuda para o leitor.

Chegando as considerações quantitativas, é claro que, para todas as concessionárias, a única fonte renovável que daria uma contribuição significativa para a energia total gerada é a hidrelétrica (as de grande porte), pon-tuando por exemplo 9% para EDF, 17% para ENEL e 30% para Ontário Power. A geração eólica é outra op-ção, embora com produção bem menor. Outras fontes são desprezíveis em termos de contribuição para a ge-ração, porém de qualquer forma, importantes, sob perspectiva de pesquisa e desenvolvimento.

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Algumas companhias não têm capacidade fontes renováveis próprias, porém compram energia verde de outros produtores, de modo a alcançar as metas de RES (Renewable Energy Source) impostas por lei.

Consumo de recursos e uso eficiente de energia

Primeiramente deve ser observado que os relatórios não são homogêneos e lidam com o assunto de diferentes maneiras. A despeito do fato do item eficiência pretender abordar eficiência da operação da concessionária e do uso final, estes dois aspectos são raramente considerados juntos e apenas alguns relatórios contem dados quantitativos.

Consumo de recursos e efici-ência energética

Muitas concessionárias estão implementando programas para melhorar a eficiência do uso final, através: oferta de consultoria aos consumidores; promover de bombeamento de calor e outros dispositivos, e apoio para ge-renciamento do lado da demanda (DSM - Demand Side Manager). Algumas concessionárias relataram ganho na operação (própria operação -em termos de poupar combustível), devido a adoção de tecnologias de melhor performance; outras concessionárias relataram esforços na redução de consumo de recursos nas atividades de construção e de escritório.

Sociedade

Apoio a programas sociais chave

Para quase todas as concessionárias, fundo para programas sociais parece ser um tópico importante. As in-formações colocadas nos relatórios, entretanto, são fortemente não homogêneas e a classificação e a avalia-ção da quantificação parece ser muito difícil.

Consulta aos participantes

(stakeholders consultation)

Quase todas as concessionárias devotam atenção e consideração a este item. Dentro os participantes estão incluídos: investidores, autoridades públicas, consumidores e associações industriais, ONGs, publico em geral. A maneira de comunicar com os participantes varia de reuniões, conferências e “road show” até informativos, folhetos, brochuras e Internet.

Apoio às praticas empresari-as éticas

Este item é abordado de uma maneira diferente pelas concessionárias: em alguns casos práticas empresarias éticas se referem apenas à política adotada com os empregados da empresa, em outros casos abrange um conceito mais geral de responsabilidade nas práticas internas de gerência da empresa em relação a participan-tes, consumidores, púbico geral e também na escolha de fornecedores.

Promover o bem estar, saú-de e segurança dos empre-gados

O item de Ocupação, Saúde e Segurança é assumido como de fundamental importância pelas concessioná-rias. Em alguns casos, o bem estar dos empregados é explicitado como um valor a ser garantido.

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Economia

Apoio a P&D

A natureza não homogênea dos relatos nesta área pode sugerir que algumas companhias ainda consideram P&D como uma questão de cunho técnico e de engenharia e não o associaram completamente à Sustentabili-dade ou a responsabilidade corporativa.

Apoio a desenvolvimento empresarial

A não homogeneidade dos relatórios nesta área pode sugerir que apesar das empresas verem a responsabili-dade corporativa como parte das operações do andamento do negócio, isso ainda não tem completo reconhe-cimento por oferecer vantagem competitiva no desenvolvimento das atividades do negócio. Isto pode ser devi-do a ainda existir uma visão que existem custos associados as responsabilidades corporativas.

Políticas para melhorar a ca-deia de suprimento

Algumas concessionárias já falam desta questão enquanto outras parecem estar começando e outras não dis-cutem este item no relatório.

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A análise realizada pelo mostrou que os enfoques das empresas sobre desenvolvimento susten-tável são muito diversificados, entre empresas e países. O modo de relatar os progressos com relação a desenvolvimento sustentável também é bastante variável, com falta de transparência nos dados e fraca harmonização das informações. De qualquer forma, as ações voluntárias de-senvolvidas pelas concessionárias no campo do Desenvolvimento Sustentável podem se constituir em exemplos úteis e lições a serem aprendidas.

Complementarmente à análise dos relatórios de sustentabilidade o WG C303 desenvolveu uma pesquisa denominada pelo grupo de “estudos de caso”4 Esta atividade visou obter informações sobre experiências, programas e ações desenvolvidas pelas empresas e que provavelmente não estariam presentes na sistematização dos relatórios de sustentabilidade. Por outro lado, o relato de experiências baseadas nos critérios do desenvolvimento sustentável poderiam incentivar outras empresas a seguir estes exemplos adaptando-os às suas realidades. O primeiro passo foi solicitar, a uma lista de empresas que participam do CIGRÉ, a descrição de experiências relacionadas as praticas de desenvolvimento sustentável. Foi explicado que a idéia era coletar experiências rotineiras no funcionamento das empresas ou projetos voluntários. As descrições poderiam enfocar:

• ações corporativas; • projetos específicos em atividades de geração, transmissão e distribuição; • processos de elaboração dos relatórios de sustentabilidade (metodologia, processos de

participação); • ações de Responsabilidade Social.

As experiências deveriam ser escolhidas tendo como referência as estratégias de sustentabilidade e as políticas socioambientais para os projetos ou para a empresa.. A descrição deveria cobrir as diferentes fases de planejamento, implementação e operação ou manutenção. O papel desempe-nhado pela empresa e por outros atores envolvidos deveria ser ressaltado e os resultados apre-sentados mostrando a relevância da experiência tanto para a empresa como para o meio ambien-te e para a sociedade. O WG C3-03 recebeu 15 “estudos de caso” e sua descrição seguiu a metodologia STAR5 que consiste em analisar a situação, os objetivos a serem atingidos, as atividades desenvolvidas e os resultados alcançados. As experiências não foram selecionadas, o relatório incorporou todas apresentadas. Foi conside-rado relevante mostrar a diversidade de experiências como exemplo para a adaptação de concei-tos à realidades específicas. Elas foram organizadas por países (sete países) e por sub-temas seguindo os “pilares” do desenvolvimento sustentável: meio ambiente, social e economia. É interessante observar algumas características gerais destes estudos de caso:

• são atividades voluntárias desenvolvidas pelas empresas; • não são direcionadas a atender condicionantes legais ou atender a processos de certifica-

ção de qualidade; • são adaptadas ao contexto de atuação da empresa, à situação do país e as características

de sua sociedade; • são resultados de um processo de interação com um grupo social específico ou com o pú-

blico alvo da empresa.

Foram analisados 15 experiências de empresas distribuídas geograficamente pela Europa (4), América (4), Ásia + Austrália (3) e África (4), conforme apresentado na tabela a seguir. 4 Entendido não como uma análise detalhada mas como a descrição de uma experiência de desenvolvimento sustentável

– um processo, ação ou programa – apresentando exemplos de práticas adotadas nas empresas. Tais experiências, como

uma dimensão específica do desenvolvimento sustentável, pode contribuir como algo a ser desenvolvido ou aprendido. 5 Do ingles: Situation; Target to be achieved; Activity performed and/or envisaged; Results obtained and/or expected.

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Tabela 10 - Países que apresentaram “estudos de caso”

PAÍS ESTUDOS DE CASO

ÁFRICA DO SUL 4

BRASIL 2

USA 1

JAPÃO 1

UK 3

CANADÁ 1

FRANÇA 1

AUSTRALIA 2

TOTAL 15

A descrição sucinta destas experiências encontra-se no Anexo V deste trabalho. O relatório e estudos de caso analisados cobrem o período de 2002 a 2005. A situação mostra um progresso contínuo, tanto na prática com relação a sustentabilidade ambiental como no modo de relatar.

O item “Considerações Finais” do Relatório Internacional mostra que os elementos mais importan-tes das estratégias empresarias no setor de energia elétrica com relação ao desenvolvimento sus-tentável podem ser resumidos a partir dos seguintes itens:

• maior conscientização e fornecimento de informações sobre mudanças climáticas;

• aprimorar o uso de recursos e reduzir o impacto das operações em curso;

• aprimoramento de desempenho ambiental;

• trabalhar em parceria (com interessados e/ou outros negócios) para encontrar soluções para problemas ambientais;

• implementar programas para manter biodiversidade;

• investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias;

• apoio à ampliação de disponibilização de eletricidade com custo acessível;

• estreitar relações com a comunidade onde a empresa opera;

• doar tempo e recursos para causas sociais que tenham repercussão para a concessioná-ria;

• promover negócios éticos;

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• promover o bem estar dos empregados.

Indicou-se, também, que existe uma necessidade de aprimorar e harmonizar o relato ou a co-municação sobre desempenho ambiental, social e econômico. Nesse sentido, os principais tó-picos para melhorar a comunicação do conteúdo dos relatórios são:

• os dados de emissão de gases de efeito estufa (GEE): a informação devem ser quantitati-vos e permitir comparação com períodos anteriores (da mesma empresa) e outras empre-sas;

• devem fornecer dados de capacidade de geração e produção das Fontes de Energia Re-novável;

• deve ser colocada mais ênfase em itens tais como: uso e consumo de água, uso de mate-riais;

• devem ser tratados os efeitos da operação sobre a biodiversidade;

• dever ser dada maior atenção a tópicos sociais e econômicos;

• devem ser desenvolvidos e utilizados indicadores de desempenho social e econômico a-propriados. Para este objetivo, devem ser utilizados guias existentes;

• os relatórios devem integrar, sempre, que possível, todos os três pilares do desenvolvi-mento sustentável (ambiental, economia e sociedade);

• devem ser quantificados na dimensão econômica (custos e receitas), o desempenho e a-ções nos campos ambiental e social.

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5. Relatórios de Sustentabilidade no Brasil

O objetivo deste item é identificar e realizar uma análise preliminar das empresas concessionárias de energia elétrica brasileiras que já têm como prática a elaboração de relatórios de sustentabili-dade ou, pelo menos, de responsabilidade social e/ou ambiental. No período de atuação do Grupo de Trabalho houve um avanço expressivo de empresas que iniciaram a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Em 2004 quando o trabalho teve início não era possível seguir os procedi-mentos propostos no grupo de trabalho internacional dada a inexistência de relatórios das empre-sas brasileiras. Não obstante informações sobre a performance de algumas empresas localizadas no Brasil estarem presentes em relatórios de empresas multinacionais, as subsidiárias brasileiras não emitem os relatórios correspondentes a sua atuação no Brasil. Dada a evolução do tema no setor elétrico brasileiro antes da finalização desse relatório, em 2007 e início de 2008, várias em-presas já haviam publicado seus relatórios. .Para finalizar o trabalho o GT brasileiro fez um esfor-ço complementar incorporando uma análise expedita sobre os relatórios de 3 empresas do setor; CEMIG, COPEL e ITAIPU.

A análise seguiu em linhas gerais o desenvolvimento do grupo de trabalho internacional (Tabela 11). Foram estabelecidos como critérios para análise comparativa e de identificação de tendên-cias. os aspectos ambiental, econômico e social, além do aspecto geral conforme descrito a se-guir.

Tabela 11 - Critérios para análise dos Relatórios de Sustentabilidade

Aspecto Tópicos mais relevantes

Geral Tipo de relatório (Relatório de Sustentabilidade, Relatório de Responsabilidade Social, Relatório de Responsabilidade Corporativa, Relatório Anual)

Referência a algum protocolo ou GRI (Global Report Initiative - GRI)

Verificação por terceira parte

Ambiental Sistema de gestão ambiental

Tratamento dos impactos ambientais de operação

Políticas de redução ou gerenciamento de emissões de Gases de Efeito Estufa

Utilização de Fontes Renováveis

Consumo de recursos e uso eficiente de energia

Uso de indicadores

Social Apoio a programas sociais relevantes

Relacionamento com as partes envolvidas

Apoio às praticas éticas no negócio

Promove saúde, segurança e bem estar dos empregados

Economia Apoio a P&D

Apoio a desenvolvimento de negócios

Política de melhoria a cadeia de suprimento

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� CEMIG

No relatório de sustentabilidade de 2006, a CEMIG afirma pautar sua atuação pela ética, sendo esta um pressuposto básico da sustentabilidade. A empresa destaca o cuidado com a proteção ambiental em todas as suas atividades e a participação em estudos e parcerias para a ampliação do conhecimento sobre as características e o manejo dos recursos naturais e da biodiversidade. Na responsabilidade social, a empresa afirma ter clareza do compromisso histórico para com o desenvolvimento e a melhoria social, com atenção para a população do estado de Minas Gerais, onde está situada a maior parte de sua área de concessão. A CEMIG tem como objetivo também, segundo o relatório em questão, valorizar a cultura, com investimentos voltados para a produção artística e a preservação do patrimônio. A CEMIG começou a elaborar relatórios anuais de sus-tentabilidade em 1997. Para a elaboração do relatório de 2006 foram adotadas as diretrizes do Global Reporting Initiative – GRI G3 (terceira geração) de forma a garantir a comparabilidade com outras empresas.

Tabela 12 - Análise dos Relatórios de Sustentabilidade da CEMIG

Aspecto Tópicos mais relevantes

Geral Busca cobrir os temas e indicadores relevantes que refletem as dimensões eco-nômica, ambiental e social, permitindo, desta forma, a avaliação das estratégias e do desempenho da CEMIG;

Apresenta informações que podem afetar significativamente as decisões das par-tes interessadas ou que tem impactos sociais, econômicos ou ambientais relevan-tes.

Ambiental Uso racional dos recursos naturais;

Publicação da “Política Ambiental da CEMIG”.

Social Ações voltadas para meio ambiente, educação e saúde.

Economia A empresa se comprometeu com práticas relacionadas à prestação de informa-ções ao mercado e à dispersão acionária, tais como: a realização de reuniões pú-blicas com analistas e investidores; a divulgação, em bases mensais, das negocia-ções de valores mobiliários e derivativos de emissão da empresa por parte dos acionistas controladores; e, a manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% de seu capital social.

Fonte: http://v2.cemig.infoinvest.com.br/relatorios_anuais/2006/pdfs/Relatório_Anual_p.pdf

� COPEL

De acordo com o relatório de sustentabilidade de 2006, o principal objetivo da COPEL é o desen-volvimento, desde que haja o equilíbrio nos níveis econômico, social e ambiental. A empresa é signatária do Pacto Global (ONU) e atua com referência em vários de seus aspectos, por exem-plo: a Companhia procura respeitar as terras indígenas, através de projetos e indenizações em caso de interferências. Além disso, a Empresa investe na manutenção da biodiversidade e monito-ra áreas de proteção ambiental. Mesmo com os impactos causados por sua atuação, a COPEL busca alternativas para que estes sejam minimizados. Essa busca ocorre sem, no entanto, preju-dicar a “saúde financeira” da empresa. A COPEL tem um compromisso com o Paraná, estado no qual ela atua. Portanto, há grande preocupação com os habitantes do estado em nível de qualida-de de vida, o que acaba por englobar os aspectos econômico, social e ambiental. A COPEL dis-ponibiliza seus relatórios a partir de 2004 e segue as diretrizes do Global Reporting Initiative GRI G3.

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Tabela 13 - Análise dos Relatórios de Sustentabilidade da COPEL

Fontes: http://www.copel.com/relatorio2006/01_02.htm ; www.unglobalcompact.org;

www.unicrio.org.br/textos/pacto_01.html

� ITAIPU

Aspecto Tópicos mais relevantes

Geral Adequação à terceira geração das diretrizes do Global Reporting Initiative - GRI/G3;

Ações baseadas na responsabilidade social corporativa, visando ao desenvolvimento so-cioambiental, para que haja uma sociedade justa, com qualidade ambiental;

Correlação com os requisitos da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, da Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T 15, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Eco-nômicas - Ibase e das Diretrizes para a elaboração de Communications on Progress - CoPs do Pacto Global das Nações Unidas.

Ambiental Estruturação da gestão corporativa de resíduos;

Elaboração do Relatório Anual de Meio Ambiente;

Mapeamento e modelagem de todos os processos da função empresarial "meio ambiente", incluindo os que têm impacto direto no cumprimento da Lei Sarbanes-Oxley;

Alinhamento da função meio ambiente ao mapa estratégico corporativo;

Coordenação do Seminário Internacional de Tecnologias Energéticas do Futuro - STEF como estratégia para iniciar debate envolvendo a COPEL e a posicionando como parte interessada no desenvolvimento de estudos e na execução de projetos de geração de e-nergia elétrica a partir de fontes renováveis, como os resíduos urbanos e a biomassa.

Social Apoio financeiro à Pastoral da Criança, Provopar e ao Projeto Anjo da Escola;

Cooperação e Apoio Técnico a Escolas de Ensino Fundamental;

Incentivo a todos os empregados a participarem do Programa de Voluntariado Corporativo EletriCidadania, em vigor desde 2001, para realização de atividades de ação social junto à comunidade;

Participação e incentivo a doações ao Fundo dos Direitos da Infância e da Adolescência - FIA. Em 2006, a Companhia destinou aproximadamente, através de incentivos fiscais, R$ 2 milhões para diversos projetos inscritos no FIA;

Contribuição para o Programa Menor Aprendiz objetivando propiciar a jovens, que em al-gum momento de suas vidas tiveram conflito com a lei, o acesso a uma qualificação profis-sional que posteriormente os ajudará em sua inserção social;

Programas de inclusão e regularização do acesso à energia elétrica pela população de baixa renda.

Economia Contribuição para a perenidade da Companhia, com visão de longo prazo na busca de sus-tentabilidade econômica, social e ambiental;

Aprimoramento do relacionamento e da comunicação com todas as partes interessadas;

Minimização dos riscos estratégicos, operacionais e financeiros;

Aumento do valor da Companhia, viabilizando a estratégia de captação de recursos.

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O Relatório de Sustentabilidade da Itaipu Binacional é publicado anualmente, desde 2004, quando foi publicado o relatório relativo a 2003. O documento analisado, referente a 2006, segue o Guia de Elaboração do Balanço Social 2006 do Instituto Ethos. Nele é possível encontrar o Balanço Social no modelo Ibase e o Demonstrativo de Valor Adicionado (DVA). A exemplo do documento publicado em 2005, o relatório de sustentabilidade de 2006 teve seu conteúdo verificado/validado pela BDO Trevisan. Os trabalhos desenvolvidos pela auditoria, que ocorreu em abril e maio de 2007, incluíram: a checagem da documentação dos programas e dados apresentados, entrevistas e reuniões com os gestores responsáveis pelas informações, o confronto dos dados de natureza econômico-financeira com os respectivos registros, a conferência dos cálculos e recálculos com base em teste de fórmulas, tabelas, percentuais e indicadores descritos no relatório, entre outros procedimentos. O foco do relatório 2006 foi meio ambiente. Para tal, a equipe de elaboração ouviu diferentes atores sociais diretamente envolvidos nas ações socioambientais da empresa. Para o Relatório 2007, o objetivo da Itaipu era evoluir em relação ao modelo adotado, passando a seguir as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI)

Tabela 14 - Análise dos Relatórios de Sustentabilidade da ITAIPU

Aspecto Tópicos mais relevantes

Geral Apresentação da atuação da Itaipu no Brasil na busca da conscientização e da transformação da sociedade;

Reafirmação do compromisso com a ética e a transparência no negócio;

Avaliação de ações, ouvindo as partes interessadas;

Monitoramento dos resultados.

Ambiental Tentativa de garantir a biodiversidade da região próxima à usina, através da plan-tação de mudas e do criadouro de animais silvestres;

Investimentos em educação ambiental;

Cuidados com os usos múltiplos da água, a sustentabilidade das bases de capta-ção, a balneabilidade das praias artificiais, com as bases náuticas que integram o complexo turístico nos municípios lindeiros e com as áreas de apoio às atividades de pesca profissional;

Incentivo à agricultura orgânica.

Social Criação do Programa de Educação Complementar (PEC), em 1996;

Em 1988, criação do Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT), voltado para jovens de baixa renda.

Economia Em 2006, a empresa repassou, aproximadamente, US$ 345 milhões em royalties. Quinze municípios são beneficiados pelos royalties pagos pela empresa: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Medianeira, Missal, Santa Helena, Diamante do Oeste, São José das Palmeiras, Marechal Cândido Rondon, Mercedes, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste, Terra Roxa, Guaira, Mundo Novo (MS).

Investimentos em níveis social e ambiental.

Fontes: http://www.itaipu.gov.br/index.php?q=node/194

http://www.itaipu.gov.br/files/relatorio_sustentabilidade2006_0.pdf

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6. Considerações Finais

O conceito de sustentabilidade corporativa baseado no tripé das sustentabilidade ambiental, eco-nômica e social, embora relativamente recente, tem encontrado uma excelente aceitação nas em-presas do setor elétrico mundial e, no caso particular, no Brasil.

Neste trabalho foram focadas apenas as práticas de comunicação de ações e boas práticas identi-ficadas como pertencente ao conjunto “sustentabilidade ambiental”. A experiência ainda é bastan-te diversificada e ressalta as diferenças de interpretação do conceito base de sustentabilidade. Porém, considerando a data da pesquisa inicial e as atualizações feitas nos relatórios das empre-sas que participaram voluntariamente deste trabalho, já é possível observar uma tendência a ado-ção de padrões como o GRI, principalmente a nível internacional.

A análise feita neste relatório foi baseada em pesquisa junto às áreas de meio ambiente das em-presas e tiveram um caráter estritamente voluntário. A metodologia adotada para análise visava somente a identificação e sistematização do conteúdo das respostas aos questionários. Da mes-ma forma com os relatos de boas práticas.

Há que se considerar que o tema sustentabilidade corporativa tem evoluído bastante e consegui-do uma penetração cada vez maior em todos os setores de produção e de serviços. Certamente a repetição da pesquisa hoje encontraria muito mais exemplos e bem mais sofisticados. Entretanto, este fato não invalida o estudo, muito pelo contrário, o coloca como ponto de partida na proposta de uma metodologia de análise dos relatórios de sustentabilidade ambiental.

Para os que participaram do estudo ficou a certeza da necessidade de se dar continuidade ao desenvolvimento de tais metodologias considerando que o estabelecimento de referências, visan-do aqui somente o aspecto ambiental, tem grande potencial para que as empresas produzam rela-tórios melhores e mais completos como também desenvolvam projetos representativos de boas práticas ambientais mais bem elaborados e consistentes.

Não se pode perder de vista que os relatórios de sustentabilidade servirão como base de compa-ração de desempenho das empresas, o que no ambiente corporativo pode fazer toda a diferença em se tratando de captação de recursos, como por exemplo o acesso e manutenção em listagens especiais de bolsa de valores.

A publicação deste relatório também representa a primeira experiência no Comitê Brasileiro de trabalho conjunto com o Comitê Internacional, por meio da atuação de representantes em grupos de trabalho. Os membros do Grupo de Trabalho Internacional consideram que as informações adicionais utilizadas (estudos de caso) para a consideração do tema foram muito importantes e, deve se considerar a possibilidade de divulgação dessas experiências. Os Relatórios de Susten-tabilidade normalmente apresentam um balanço das ações corporativas, indicadores e resultados, de uma maneira genérica e as metodologias utilizadas não permitem visualizar ações voluntárias específicas conduzidas pelas empresas no sentido de colaborar com a sociedade na implementa-ção de práticas sustentáveis. Em direção semelhante, como ficou aqui registrado, o GT Brasileiro, conclui que é muito importan-te a sistematização interna às empresas das estratégias sustentáveis com as práticas voluntárias em desenvolvimento. A adoção dos programas de responsabilidade social e a elaboração de rela-tórios de sutentabilidade bem como a criação do índice ibovespa, vem colaborando nessa direção, contudo ainda há aprimoramentos a serem incorporados. Tais aprimoramentos devem focar aten-ção na adoção e desenvolvimento de indicadores de performance e na comunicação adequada dos resultados obtidos pelas empresas nas ações sustentáveis praticadas.

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Os trabalhos desenvolvidos no âmbito dos Comitês de Estudos e Grupos de Trabalho do CIGRÉ tem colaborado principalmente com: (i) a sistematização de informações que ressaltam os pontos fundamentais a serem aprimorados e (ii) na promoção da discussão inter-temática (profissionais de engenharia, meio ambiente, aspectos sociais e de negócios) no âmbito técnico do setor de energia elétrica.6

6 Os trabalhos desenvolvidos podem ser acessados nas páginas de internet do Cigré e Cigré Brasil.

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7. Bibliografia

WG C3.03 “Current practices of Electrical Utilities towards Sustainable Develop-ment”. Technical Brochure N° 340, January 2007; Summary in Electra N° 236, February 2008

WG C3.02 “Sustainable Development Performance Indicators for Transmission System Operators”. Technical Brochure [to be published]

Comitê de Estudos CE-C3.GT C3 03 – “Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental”.Relatório final. Outubro de 2008

WG C3.04 Terms of reference, http://www.cigre-c3.org/Site/What/pa_od.asp

www.cigre.org; www.cigre-c3.org; www.cigrebrasil.com.br

www.cemig.com.br

www.itaipu.com.br

www.copel.com.br

ITAIPU Binacional. Relatório de Sustentabilidade 2006 - “Nós podemos fazer um mundo melhor”. Foz do Iguaçu/ Curitiba, 2006. Disponível em http://www.itaipu.gov.br/files/R_Sust2006.pdf.

COPEL. Relatório de Gestão e Sustentabilidade 2006. Curitiba, 2007. Disponível em http://www.copel.com/relatorio2006/

CEMIG. Relatório de Sustentabilidade 2006. Belo Horizonte, 2006. Disponível em http://www.cemig.com.br/cemig2008/media/anexo/Relatorio_de_Sustentabilidade_Cemig_2006.pdf

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8. Participantes do GT

A seguir, apresenta-se a relação dos profissionais que participaram do GT em algum dos estágios do trabalho. Destaca-se que a filiação institucional pode ter se alterado ao longo do tempo. Aqui mantivemos a informação da época da realização dos trabalhos.

Mírian Regini Nuti * ELETROBRAS/ EPE

Nair B. Palhano Pallos Consultoria

Daniella F. Soares Eletrobrás

Evanise Mesquita Eletrobrás

Alessandra Kepinski Eletrobrás

André Mustafá CESP

Domingo Rodriguez Fernandez Itaipu

Flavia Gama CHESF

Jose Luiz Simionato AES

Luiz Augusto Barcelos Almeida CEMIG

Maria Luiza Milazzo Eletrobrás

Milton Estrela CESP

Paulo Burian Soma Meio Ambiente

Rubens Ghilardi Eletronorte

Ivan Dutra consultor

Joss ferreira Coelba

Micheline Ferreira Facuri Aneel

Tarcisio Borin CPFL

Noel Massinhan Levy Copel

Jane Maria de Souza Santos CEMAT Comissão para redação do relatório

* coordenação

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O Grupo de Trabalho agradece os profissionais responsáveis pelo preenchimento dos questioná-rios ou pelo envio das informações para os casos de boas práticas. O quadro a seguir apresenta essa relação.

Miguel Pinter Jr Rede CELTINS

Emanuela Matias da Silva Boa Vista Energia

Dalmo Pacheco de Souza Eletrosul

Sandra Neusa Marchesini Ferreira COELBA

Rogerio Neves Mundim Eletrobrás

Alexandre Uhlig de Oliveira CESP

Newton Kaminski Itaipu

Marco Antonio Cataguases

Benício Olímpio de Melo Neto CEPISA

Fatima Terezinha Laluci Tozze Rede CAIUÁ

Flávio Soares Pedreira Alstom

Pedro Vicente Iacovino Bandeirante Energia

Ivan Luiz Guedes de Aragão CELPA

Jane Maria de Souza Santos CEMAT

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Anexos

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ANEXO I – Questionário “Banco de dados de experiências de boas práticas em planejamen-

to, gestão ambiental e produção mais limpa de energia”

Comitê de Estudos CE C3 GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental

Banco de dados de experiências de boas práticas em planejamento, gestão ambiental e produção mais limpa de energia

Objetivo:

Reunir relatos sobre a experiência das empresas brasileiras das áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, na implantação de suas políticas ambientais e na elaboração de relatórios de sustentabilidade; conhecer e divulgar as experiências de boas práticas nas empresas de energia elétrica no Brasil, no campo do desenvolvimento sustentável (entende-se que devam ser privilegiadas as experiências que associem os objetivos sociais, ambientais, econômicos e corporativos).

Instruções para preenchimento:

Preencher as informações requisitadas e enviar o arquivo para a coordenação e secretaria do GTC3 03 nos e-mails: [email protected] e [email protected] . Esclarecimentos e dúvi-das, contatar: Mirian Nuti (21) 2189 81 32 ou Nair Palhano (21) 2539 1637.

Solicita-se que o questionário seja respondido e enviado até 20.09.05

Parte I - Identificação da Empresa

1. Nome da empresa

2. Atividade

( ) Geração ( ) Transmissão ( ) Distribuição

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3. Indique o número de empreendimentos da empresa:

Geração: Hidráulica: ( ) UHE (potência instalada > 30MW) ( ) PCH

Térmica: ( ) Carvão ( ) Gás ( ) Óleo Diesel ( ) Nuclear

Outras fontes de geração: ____________________________________

Transmissão: Km de LT ( ) maior ou igual a 500 kV

( ) maior ou a igual a 230 e menor que 500 kV

( ) menor que 230 kV

número de SE ( )

Distribuição: ( ) número de consumidores

( ) km

Informações sobre o responsável pelo preenchimento do questionário

Nome:

Cargo/ Função:

Tel: e-mail:

Parte II – Política Ambiental e Gestão Corporativa

4. A empresa possui área de meio ambiente e/ ou área(s) de atuação social (ou responsabili-dade social)? Informe resumidamente sobre a composição técnica, principais atribuições, atuações, como elas estão inseridas na estrutura organizacional da empresa e quando fo-ram implantadas:

5. A atuação da empresa na área de Meio Ambiente tem privilegiado algum(s) tema (s) espe-cifico (s)?

Sim ( ) Não ( )

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 33 / 71

Em caso afirmativo, qual (is)?

6. Há Política Ambiental implantada na empresa? Em que estágio de implementação? Espe-cifique e anexe ao final, se for o caso, o texto correspondente à Política Ambiental.

7. Há alguma forma de Gestão Ambiental estruturada (SGA ou outros modelos) implantada na empresa? Especifique.

8. Existem Indicadores de Desempenho Ambiental para medição/ controle e acompanhamen-to da atuação da empresa?

Sim ( ) Não ( )

Em caso afirmativo, qual (is) e em que área?

9. A empresa possui certificação ambiental? Informe as certificações existentes, os respecti-vos órgãos certificadores, se existe algum processo em curso e os empreendimentos ou programas associados.

10. A empresa elabora Relatórios de Sustentabilidade? Resuma o processo de implantação desta prática na empresa e destaque a metodologia empregada e a forma de participação.

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 34 / 71

11. A empresa já preencheu algum questionário de Indicadores de Sustentabilidade? Em caso afirmativo, especifique o tipo de questionário, a entidade responsável e quando foi realiza-do.

Parte III – Exemplos de Boas Práticas de Desenvolvimento Sustentável

Esta parte do questionário dedica-se a recolher experiências de empresas de energia elétrica bra-sileira no campo do desenvolvimento sustentável e de produção mais limpa, que sejam reconhe-cidas como exemplos de boas práticas pelo que representam para a companhia, para a sociedade e para o meio ambiente.

12. Título do programa ou projeto que seja exemplo de boa prática da empresa, no campo do desenvolvimento sustentável. Informe também se é relacionado a algum empreendimento, a região de atuação ou de ação corporativa da empresa.

13. Etapa do programa ou projeto:

( ) Elaboração ( ) Implementação ( ) Manutenção

Previsão de duração: Início: ___________________ (mês/ ano)

Previsão de Término (efetivo ou previsto): ___________________ (mês/ ano)

14. Resumo do programa ou projeto (informar, quando pertinente, impactos sociais e ambien-tais relacionados à necessidade de elaboração do Projeto, a área de abrangência e o pú-blico alvo. Máximo de 500 palavras):

15. Informar se o programa ou projeto está relacionado a alguma diretriz ou política nacional ou internacional:

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 35 / 71

16. Capacidade de Integração: o programa ou projeto articula os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos, integrando seus objetivos e, conseqüentemente, os resultados pretendi-dos (da etapa de planejamento à etapa de execução)?

Sim ( ) Não ( )

Em caso negativo, registrar qual aspecto prioriza e por que:

17. Sustentabilidade financeira: o programa ou projeto é auto-sustentável? Isto é, se após um período de dependência de recursos, o projeto vislumbrou “emancipação”, gerando re-cursos que garantam sua renovação?

Sim ( )

Em caso afirmativo, descreva, de forma sucinta, como essa auto sustentabilidade foi al-cançada.

Não ( )

Em caso negativo, informe se há previsão de que um dia ele se torne auto-sustentável e descreva, de forma resumida, como isso está previsto.

18. Sustentabilidade ambiental: o programa ou projeto tem capacidade de fomentar políticas de preservação ambiental na área onde se desenvolve?

Sim ( ) Não ( )

Em caso afirmativo descreva, de forma resumida, como isso ocorre:

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 36 / 71

19. Sustentabilidade Social: O programa ou projeto está contribuindo para a melhoria das condições de vida da (s) população (s), influenciando na mudança de indicadores sociais tradicionais (renda, saúde, educação, etc.)?

Sim ( ) Não ( )

Em caso afirmativo, indique sobre que aspectos o projeto tem maior interferência:

na geração de renda ( ) na saúde ( )

no padrão educacional ( ) na organização social ( )

outros: ______________________

Caracterize, de forma sucinta, as contribuições realizadas:

20. Capacidade de transformação: O programa ou projeto tem contribuído para a instaura-ção e consolidação de novos hábitos e valores junto ao seu público-alvo?

Sim ( ) Não ( )

Descreva de forma sucinta como isto acontece:

21. Capacidade de expansão: O programa ou projeto, ao longo de seu desenvolvimento, ex-pandiu sua abrangência territorial e temática?

Sim ( ) Não ( )

Por que isso ocorreu? Compare, de forma resumida, a extensão territorial original e a atual (análise da abrangência populacional e ou número de comunidades envolvidas) e avalie os resultados dessa expansão:

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 37 / 71

22. Quais são as principais lições aprendidas com o exemplo? Informe sobre a geração/ aten-dimento de expectativas por parte da sociedade e quais foram os desdobramentos do pro-grama ou projeto, inclusive no que diz respeito à abrangência territorial.

23. Informar outras instituições participantes da implementação do programa ou projeto.

24. Sua empresa teria interesse em divulgar essa(s) prática(s), a partir de um relato mais deta-lhado, em uma publicação técnica?

25. Fonte(s) de Referência(s) ou informações adicionais:

CIGRÉ Brasil

Comitê de Desempenho Ambiental – CE C3

GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental

Coordenação: Mírian Regini Nuti

e-mail: [email protected]

Secretaria: Nair Palhano Barbosa

e-mail: [email protected]

Apoio Técnico: Daniella Feteira Soares

e-mail: [email protected]

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 38 / 71

ANEXO II - Lista de Empresas que responderam ao questionário

EEmmpprreessaa ÁÁrreeaa PPaarrttee 22 PPaarrttee 33 ((BBPP))

ALSTOM Gerência de Planta Termelétrica X

BANDEIRANTE X X

BOA VISTA X X

CAIUÁ

CFLO

CNEE

EEB

EEVP

Coord. Planejamento SUL/ SUDESTE

CELPA Assessoria de Meio Ambiente X X

X

CELTINS X X

CEMAT Assessoria de Meio Ambiente X X

CEPISA

CESP

CHESF Departamento de Meio Ambiente X

COELBA Unidade de Responsabilidade Social X X

COPEL Coordenação Institucional de Meio Ambiente X X

CPFL Departamento de Meio Ambiente X X

ELETROBRAS Departamento de Meio Ambiente X

ELETROSUL X X

X

ITAIPU Superintendência de Obras e Desenvolvimen-to/ Diretoria de Coordenação de Itaipu

X X

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários

Parte 1 Parte 2 Parte 3 Em

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Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 39 / 71

1. ALS-TOM

G Área de Seguran-ça e Meio Ambien-te

(2002)

Sim

� Emissões Atmosfé-ricas

S S Sim

3 indicado-res

S N N N - - - - - - - -

2. BAN-DEIRANTE

D Grupo de Atividade de Meio e área de Comunicação e Cidadania Ambien-te

Sim

� Arborização urbana

� Diagnóstico Ambi-ental e Social das Instalações

� Licenciamento Ambiental

� Gerenciamento de Resíduos

� Contingência e Contenção de Derrame de Óleo

� Educação e Consci-entização Ambiental

S PROJETO SIGA, em implantação desde 2004

S N N Sim. Instituto Ethos e contribui-ções para a hol-ding Eletrobras nas repostas ao Dow Jones Sustai-nability Index – DJSI

PROJETO SIGA – implan-tação de sistema de ges-tão integrada.

implementação S N S Sim

� Padrão educacional

� Saúde

� Organiza-ção social

S N S

3. BOA VISTA

G

D

Divisão de Prote-ção à Saúde e Meio Ambiente

Sim

� Educação Ambiental

Não. Adota-rão a da Eletronorte.

N N N N N Programa 4R´s – Reduzir/ Reutilizar/ Recuperar e Reciclar

implementação S N S Sim

� Geração de renda

� Padrão educacional

� Saúde

S N S

4. CELPA

D Assessoria de Meio Ambiente e Assessoria de Projetos Especiais

(2002)

N Em elabora-ção

N N N N Sim.

Instituto Ethos.

Seleção de espécies arbóreas ornamentais para produção de mudas para arborização urbana adequada à rede elétrica do Pará.

Manutenção (final em out/ 05)

S S S Sim

� Qualidade de vida

S N S

5. CELPA

Avaliação sócio-ambiental da população humana na área de entorno da UHE Curuá-Una, Santarém, Pará

O projeto termi-nou em jul/ 05, mas a empresa tem interesse em continuá-lo

S N S Sim

� Organiza-ção social

S N S

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários

Parte 1 Parte 2 Parte 3 Em

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Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 40 / 71

6. CEL-TINS

G

T

D

1 Profissional - Eng. Agrônomo

(1997)

Fórum de Respon-sabilidade Socio-ambiental

(2004)

Sim

� Educação Ambiental

� Bacia Hidrográfica

Política de Responsabili-dade Socio-ambental

N N N N Sim. Instituto Ethos.

É assim que se faz

(turnê de arte e educação para disseminar o uso racional e seguro da energia elétrica)

manutenção S N S Sim

� Geração de renda

� Padrão educacional

S S S

7. CEMAT

G

T

D

Assessoria de Meio Ambiente – AMA e Assessoria de Comunicação Social – ACS

(1997)

Sim.

� Educação Ambiental

� Recursos Hídricos

� Fauna

S N S N N N Projeto Curso de Arbori-zação e Poda de Árvores junto aos municípios

manutenção S Não se aplica

S Sim

� Geração de renda

S S S

8. CHESF

G

T

Depto. de Meio Ambiente (1990) e Comitê Intersetori-al de Responsabi-lidade Social (2003).

Sim

� Normatização dos processos

� Regularização do licenciamento ambiental dos empreendimentos em operação

S De gestão ambiental, sim. SGA, não.

S N N Sim. Instituto Ethos e ISE BO-VESPA.

N - - - - - - - -

9. COEL-BA

D Unidade de Res-ponsabilidade Socioambiental, Comissão Técnica de Garantia Ambi-ental, Grupo de Meio Ambiente (no Comitê de Res-ponsabilidade Socioambiental) e 1 técnico no Pro-grama Luz para Todos.

Sim

� Educação Ambiental

� Licenciamento Ambiental

� Produção mais limpa

� Ecoeficiência

� Gestão de Recursos

S Em implanta-ção

Sim

(cf. Balan-ço Social e Ambiental)

N Balanço Social e Ambiental desde 2001 e relatório de Aspec-tos Ambi-entais p/ o BID.

Cf. resposta ante-rior

Implantação de Práticas de Produção mais Limpa em Obras de Distribuição de Energia Elétrica

Como pratica-mente todas as obras de eletrifi-cação rural na Bahia eram passíveis de licenciamento ambiental, a empresa imple-mentou este Programa, adotando mu-danças de procedimentos e implementando novas tecnolo-gias.

S S S Sim

� Padrão educacional

S S S

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários

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10. COPEL

G

T

D

Coordenação Institucional de Meio Ambiente; Superintendência de Meio Ambiente e Equipe de Meio Ambiente;e Área de Responsabili-dade Social.

Sim

� Programa Tributo ao Iguaçu

� Gestão Coorporati-va de Resíduos e

� Implementação do Sistema de Gestão Ambiental

Sim

(e signatários do Pacto Global)

N N N Sim

(em ade-quação ao GRI)

Sim

(ISE Bovespa)

Programa Tributo ao Iguaçu

Programa Decenal de ações e atividades, criado com a missão de estrutu-rar uma rede de parcerias facilitadora e catalisadora da articulação das comu-nidades visando o seu desenvolvimento susten-tável.

implementação S N S Sim

� Geração de renda

� Padrão educacional

� Organiza-ção social

S S S

11. CPFL

G

D

Departamento de Meio Ambiente, área de Respon-sabilidadde e Sustentabilidade Corporativa e Comitê de Gestão de Responsabili-dade Social e Ética

Sim

� Conservação de recursos hídricos

� Arborização urbana

S S

Sim

16 indica-dores

Sim

CPFL Paulis-ta: 19 certifi-cações; CPFL Centrais Elétricas: 11; CPFL Pirati-ninga: 10. Todas emiti-das a partir de 2001.

Sim

Desde 2002 adota o GRI.

Indicadores Ethos.

Sim

(vários)

Desenvolvimento de modelos para gestão ambiental integrada de reservatórios.

P&D (ANEEL) para com-preensão das relações de causa e efeito da degra-dação dos reservatórios e que permita atuar de forma sistêmica e preven-tiva.

implementação S N S Sim

� Padrão educacional

� Saúde

� Organiza-ção social

S S S

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários

Parte 1 Parte 2 Parte 3 Em

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Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 42 / 71

12. ELE-TROBRAS

H

o

l

d

i

n

g

Departamento de Meio Ambiente (1987)

Sim

� tratamento de popu-lações atingidas

� tratamento da ques-tão indígena

� custos ambientais;

� metodologias para o planejamento da ex-pansão

� gases de efeito estufa;

� fauna terrestre e ictiofauna

� MDL

� fontes alternativas

� modelagens de assoreamento em reservatórios

� indicadores de sustentabilidade

� diretrizes e instru-mentos para a gestão ambiental corporativa sustentável

� análise de risco ambiental

S N N N N S

13. ELE-TROSUL

G

T

Setor de Planeja-mento e Gestão Sócio-Ambiental (SESAM) , vincu-lado a Divisão de Meio Ambiente (DIMA), Departa-mento de Patrimô-nio Imobiliário e Meio Ambiente (DPM).

Assessoria de Relações Institu-cionais (ARI)

Sim

� Reposições flores-tais com espécies nativas

� Regularização do Licenciamento Ambien-tal

Sim (política do Grupo Eletrobrás em processo de aprovação).

S N N N Sim (ISE Bovespa) Projeto Alto Uruguai.

Transformar a região situada na bacia do rio Uruguai em um modelo de produção e consumo sustentável de energia elétrica.

Conservação de energia elétrica, utilização de fontes alternativas de energia, universalização.

implementação S S S Sim

� Geração de renda

� Saúde

S N S

Anexo III - Resumo das respostas dos questionários

Parte 1 Parte 2 Parte 3 Em

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14. ELE-TROSUL

Projeto Casa Eficiente.

Uma vitrine de tecnologias de ponta de eficiência energética e conforto ambiental voltadas para edificações.

implementação S S S Sim

� Padrão educacional

S S S

15. ITAIPU BINACIO-NAL

G Superintendência de Gestão Ambi-ental e Comitê Gestor de Res-ponsabilidade Sócio-ambiental

Sim

� Planejamento e Ordenamento Territorial

� Ações sócio-ambientais

� Monitoramento ambiental e Educação Ambiental, especial-mente em bacias hidro-gráficas

S Há uma estrutura de Gestão Ambi-ental baseada nos conceitos do ciclo PD-CA, mas que não visa à certificação.

S

N relatório de Balanço Social

Sim

ISE Bovespa e SOX.

Programa Cultivando Água Boa

Voltado para a bacia do Paraná III: gestão ambien-tal, gestão de informação territorial, gestão participa-tiva e gestão por progra-ma.

implementação S N S Sim

� Geração de renda

� Padrão educacional

� Saúde

� Organiza-ção social

S S S

OBSERVAÇÕES:

1) Os questionários foram respondidos no segundo semestre de 2005.

2) G – Geração; T – Transmissão; D – Distribuição

3) S – Sim

4) N – Não

Comitê de Estudos CE C3 - GT C3 03 Experiências em Planejamento e Gestão Ambiental 44 / 71

Anexo IV – Relatos de Boas Práticas

(1)

“Seleção de Espécies Arbóreas Ornamentais para Produção de Mudas para Arborização Urbana Adequada a Rede Elétrica”

Empresa: CELPA

Responsável pelo relato: Ivan Luiz Guedes de Aragão

Situação:

A CELPA desenvolveu, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, referência nacional em pesquisa científica, o projeto “Seleção de Espécies Arbóreas Ornamentais para Produção de Mu-das para Arborização Urbana Adequada a Rede Elétrica no Estado do Pará”. O projeto tem como finalidade selecionar espécies arbóreas apropriadas para a região, produzir 10.000 mudas das espécies arbóreas selecionadas, com elevado padrão de qualidade e altura mínima de 150 cm para disponibilizá-las às prefeituras das principais cidades paraenses.

Os trabalhos tiveram início em maio de 2002 e termino em outubro de 2005. A CELPA tem inten-ção de dar continuidade ao projeto, numa segunda fase, tendo como meta a produção e plantio das espécies ornamentais de melhor adequação a fiação elétrica.

Os produtos previstos no projeto foram plenamente alcançados. Uma ampla pesquisa bibliográfica foi executada resultando num total de 417 espécies arbóreas, com ampla dispersão no globo ter-restre, com potencial paisagístico. O banco de dados foi abastecido com informações mais rele-vantes dessas espécies.

Objetivos:

� Elaborar critérios para seleção de espécies regionais adequadas a arborização de vias públi-cas em cidades localizadas na Amazônia;

� Selecionar e caracterizar o maior número possível de espécies arbóreas que preenchem os critérios estabelecidos para uso no paisagismo urbano;

� Proceder a localização geo-referenciada, registro e coleta de sementes e de galhos das árvo-res matrizes para reprodução sexuada (sementes) e assexuada (estaquia) de mudas no viveiro e início de estudos fenológicos das espécies;

� Implantar uma Unidade de Produção de Mudas – UPM (Horto) no Museu Paraense Emílio Goeldi, dando os devidos créditos a CELPA;

� Produzir 10.000 mudas das espécies arbóreas selecionadas, com elevado padrão de qualida-de e altura mínima de 150 cm para disponibilizá-las às prefeituras das principais cidades paraen-ses;

� Avaliar, através de monitoramento, a germinação, a reprodução por estaquia, o crescimento, a fitossanidade e o efeito de podas na formação completa da muda para o plantio definitivo de cada espécie selecionada;

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� Elaborar uma publicação que contenha os critérios de seleção de espécies, classificação to-xonômica, característica do substrato, produção por sementes (dormência) e estacas (fitohormô-nios), crescimento e podas de formação das espécies selecionadas;

� Efetuar treinamentos/cursos para qualificação de pessoal (estudantes de 3º grau, técnicos, professores de 2º grau, funcionários de empresas privadas e do executivo municipal e membros de comunidades) na produção de mudas e de gerenciamento de unidades de produção de mudas;

� Dar condições para atividades de educação ambiental dirigida a estudantes de 1º e 2º graus e a sociedade em geral, no Horto e nas atividades de campo;

� Registrar todas as etapas em um banco de dados e;

� Documentação fotográfica.

Atividades:

� As atividades desenvolvidas ao longo dos três anos de execução do projeto foram:

� Levantamento bibliográfico das arbóreas ornamentais amazônicas;

� Elaboração de matriz com critérios técnicos para seleção de espécies;

� Seleção e priorização das espécies na matriz;

� Expedições científicas para identificação e localização precisas das matrizes selecionadas e coleta de sementes e estacas para propagação na Unidade de Produção de Mudas (UPM) no Museu Paraense Emílio Goeldi;

� Semeadura e transplante de mudas para os sacos plásticos;

� Formação das mudas: tutoramento, poda e controle fitossanitário;

� Manutenção do horto: capinas, faxina, conservação, controle do estoque, etc.;

� Entrega dos lotes de mudas das árvores prontas para plantio;

� Curso/Treinamento (um por ano) para qualificação de pessoal na produção de mudas e de gerenciamento de unidades de produção de mudas;

� Trabalhos apresentados em seminários e publicados em periódicos e revistas de divulgação científica;

� Elaboração e abastecimento de um banco de dados;

� Elaboração de relatórios quadrimestrais e anuais.

Resultados:

� Produção de 10.000 mudas arbóreas ornamentais com alto padrão de qualidade para plantio nas vias públicas das cidades com altura mínima de 150 cm;

� Foram disponibilizados um total de cinco lotes de mudas durante os anos de 2004 e 2005, totalizando 9.755 mudas, que a CELPA repassou para prefeituras paraenses;

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� Uma matriz de seleção de espécies ornamentais para uso na arborização urbana foi elaborada e aplicada em 117 espécies brasileira, sobretudo amazônicas para caracterização quanto a adap-tabilidade ao ambiente urbano, sobretudo sob fiação elétrica;

� Implantação de uma Unidade de Produção de Mudas no Museu Paraense Emílio Goeldi;

� Geração de uma publicação (livro/manual/guia) com os procedimentos de seleção, produção e manejo de árvores para o ambiente urbano, intitulado “Árvores Ornamentais Para Arborização Urbana na Amazônia”;

� Geração de um protocolo de seleção e produção de mudas arbóreas ornamentais para as vias públicas com todos os procedimentos de produção e com as características dendrométricas, bo-tânicas ecológicas e silviculturais de todas as espécies comprovadas e as potencialmente aptas aos objetivos propostos.

(2)

“Avaliação socioambiental da população humana na área do entorno da UHE Curuá-Una, Santarém/ Pará”

Empresa: CELPA

Responsável pelo relato: Ivan Luiz Guedes de Aragão

Situação:

O Projeto “Avaliação Sócio-Ambiental da População Humana na Área de Entorno da UHE Curuá-Una, Santarém – Pará” foi desenvolvido em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. Os objetivos gerais do Projeto são identificar e analisar o nível de organização social/política da popu-lação, o padrão de vida e de pobreza e a economia da população do entorno da Usina Hidrelétri-ca de Curuá-Una.

A região é precária no que se refere aos equipamentos sociais (educação, saúde e saneamento), aos aspectos ambientais (ausência de programas e projetos de manejo sustentável e/ou de cunho conservacionista) e econômicos (dificuldade de escoamento da produção, acesso aos mercados, ausência de financiamento para projetos comunitários). No entanto, acreditamos que as pesquisas sócio-ambientais possam trazer resultados e subsidiar ações para a conservação e desenvolvi-mento comunitário participativos na imensidão da Amazônia.

Para estudo, foi realizado um plano de ação como metodologia orientações teórico-metodológicas, técnicas e instrumentos de análise, de modo a encaminhar conhecimentos básicos complementa-res a um diagnóstico de natureza sócio-ambiental.

Foram realizados “Cursos de Formação de Agentes em Desenvolvimento Comunitário: Elabora-ção de Projetos”. Os cursos foram ministrados em escola localizada nas dependências da UHE Curuá-Una. Esse trabalho permitiu que as comunidades avaliem futuros projetos de pesquisa e desenvolvimento a serem implementadas em suas áreas.

A CELPA tem intenção de dar continuidade nos estudos sobre o uso de recursos naturais na área do entorno do rio Curuá-Una, tendo em vista a nova inserção que está ocorrendo na região com a chegada dos sojeiros, que podem ser identificados na área como os “novos atores sociais", pois

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faz pouco tempo que chegaram na região, mas já estão na disputa pelo seu espaço, seja ele terri-torial, econômico ou político.

Com os resultados dos estudos, os maiores beneficiados foram os moradores das margens da represa, pois poderão usufruir melhorias na qualidade de vida e mitigação de impactos ambientais e sociais.

Objetivos:

� Identificar e analisar o nível de organização social/política da população do entorno da Usina Hidrelétrica Curuá-uma ;

� Identificar e analisar o padrão de vida e de pobreza da população do entorno;

� Identificar e analisar a economia das populações do entorno;

� Elaborar um Banco de Dados contendo todas as informações georeferenciadas;

� Efetivar a transversalidade dos projetos implementados em conjunto com as populações.

Atividades:

As atividades desenvolvidas no projeto foram:

� Levantamentos secundários das informações existentes;

� Viagens de campo;

� Capacitação de Recursos Humanos;

� Elaboração de banco de dados;

� Participação em seminários para transferência de tecnologia ao setor elétrico, comunidades, poder público e sociedade em geral;

� Participação em eventos de divulgação científica e técnica;

� Elaboração de relatórios parciais, final e divulgação social do projeto.

Resultados:

� Capacitação/ treinamentos de técnicos em métodos participativos, diagnóstico, mitigação de impactos e resolução de conflitos em áreas de influência de UHE na Amazônia, com formação de 01 (um) mestre na área de Ciências Humanas;

� Cursos e treinamento de curta duração para lideranças comunitárias, capacitando os comuni-tários a planejarem e avaliarem futuros projetos de pesquisa e desenvolvimento a serem im-plementadas em suas áreas;

� Consolidação e amadurecimento de parcerias entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e CEL-PA, com compensações recebidas pela transferencia de métodos adotados para envolvimento de populações que vivem no entorno da UHE;

� Implantação de um banco de dados georeferenciados com mapeamento do uso dos recursos naturais;

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� Identificação e análise do nível de organização social/política da população do entorno da UHE Curuá-Uma: A população total na área do entorno do rio Curuá Uma (118 Km2 – calculada a partir da área de uso declarada pelos moradores no mapeamento) é estimada em 1.900 mil pessoas. Com uma densidade populacional de 16,6 habitantes/Km2. Foram entrevistadas 183 famílias (50% em cada comuniddae), totalizando 991 pessoas. Com 53,5% de homens e 46,4% de mulheres, com a média de idade de 46,5 anos, para adultois e com uma média de 17,8 anos de idade para dependentes. O grau de instruçào dessa população, com 70% alfabetizados até a 4ª série, sem completar o primeiro grau.

� Identificar e analisar o padrão de vida e de pobreza da população do entorno: O uso dos recursos naturais pelas comunidades do rio Curuá-una, está diretamente ligado a necessidade de subsistência e garantia de sua reprodução social. Concretiza-se a partir do conhecimento do ambiente, da sazonalidade, do mercado, da disponibilidade do recurso, da mão-de-obra e se caracteriza através de atividades de produção e extrativismo. Os principais produtos para a comercialização vêm da atividade agrícola. A caça, a pesca e extrativismo vegetal são praticas para a manutenção do grupo doméstico. As práticas e usos dos recursos naturais estão relacionadas as condições de acesso, deslocamento e estoque.

� Avaliação do acesso da população à infraestrutura básica: A infraestrutura observada e declarada pelos moradores foram igrejas, escolas que oferecem até a quarta série do ensino fundamental, com exceção da escola da comunidade Xavier, que oferece até a sétima série, onde estudam inclusive alunos de outras comunidades próximas. Pequenas mercearias onde alguns comunitários compram produtos industrializados e até comercializam sua produção, barracões, sedes comunitárias e cemitérios, também foram observados nas comunidades. O único posto de saúde em toda a região do Alto curuá-Una também localiza-se na comunidade Xavier, o que torna um ponto de referência e de freqüente movimentação de pessoas. Para acessar serviços de infraestrutura básica que não existem nas comunidades, como educação a partir do ensino médio e hospitais, os moradores precisam se deslocar para a cidade de Santarém ou Manaus, esta com menor freqüência.

(3)

“Modelo para gestão ambiental integrada de reservatórios”

Empresa: CPFL

Responsável pelo relato: Tarcísio Borin

Situação

A degradação ambiental, decorrente do despejo de efluentes domésticos e industriais em corpos hídricos e da ocupação desordenada das áreas ribeirinhas, é muitas vezes evidenciada pela proli-feração de plantas aquáticas. Esta situação provoca impactos negativos, como a diminuição do potencial turístico, desvalorização das terras, redução do volume de água estocado, o assorea-mento das bordas do reservatório e impedimento à prática de esportes náuticos e pesca esportiva.

O reservatório da Usina Hidrelétrica Americana, localizado no município de Americana-SP, possui uma área inundada de 1324 hectares, dos quais cerca de 210 hectares (16%) encontram-se ocu-pados por plantas aquáticas. A proliferação dessas plantas é considerada pela população do en-torno do reservatório seu principal problema. Os principais efeitos do desenvolvimento de plantas aquáticas são a formação de ambientes para vetores de doenças (caramujos, insetos e outros), a

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retenção de lixo e outros materiais flutuantes e o impedimento à navegação e outras práticas de lazer.

Aspecto da infestação de plantas aquáticas no reservatório da UHE Americana

Objetivos

Em virtude da elevada taxa de crescimento das plantas aquáticas e do seu potencial de impactos negativos sobre usos da água, esta vegetação deve ser constantemente monitorada e em deter-minadas situações deve ser alvo de ações de controle. Em busca de soluções para o manejo a-dequado das plantas aquáticas e melhoria das condições ambientais do reservatório e seu entor-no, a CPFL formou parcerias com a Universidade Estadual Paulista e a Universidade de São Pau-lo.

Os estudos tiveram por objetivo desenvolver técnicas de monitoramento, controle e utilização de plantas aquáticas que, juntamente com as ações de gestão ambiental integrada do reservatório, solucionem os problemas a curto, médio e longo prazos, com melhoria contínua dos aspectos ambientais do reservatório.

Atividades

Os estudos levaram ao desenvolvimento de métodos de controle mecânico, químico e físico das plantas aquáticas, além de processos para acelerar a decomposição da biomassa de plantas a-quáticas para seu aproveitamento. No caso das plantas colhidas mecanicamente, foram realiza-dos estudos que permitiram sua incorporação ao solo, como forma de aproveitar seus nutrientes como fertilizante para os reflorestamentos ciliares, definidos em projeto de restauração florestal do entorno do reservatório.

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Equipamento para trituração das plantas aquáticas

Os estudos para restauração florestal visaram a recuperação e conservação da vegetação rema-nescente no entorno do reservatório, contribuindo também para a redução do aporte de nutrientes para o corpo d’água. Desta forma, a integração dos programas de manejo de plantas aquáticas e de restauração florestal possibilita a solução de problemas de forma ambientalmente correta.

Restauração florestal do entorno do reservatório. Parte da área recebeu as plantas aquáticas reti-radas do reservatório.

A CPFL também elaborou um diagnóstico ambiental para gestão da bacia contribuinte à UHE A-mericana, com objetivo de consolidar as informações sobre a bacia e ser também um instrumento fundamental para o planejamento de ações de recuperação da bacia do rio Atibaia e do próprio reservatório. Neste estudo, caracterizou-se a bacia do rio Atibaia, de suas nascentes até a barra-gem da UHE Americana, em seus diversos aspectos, abordando os meios antrópico, físico e bióti-co.

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Mapa de uso e ocupação do solo na área de influência do reservatório da UHE Americana

Resultados

Nos últimos anos, diversas ações vêm sendo empreendidas na bacia do rio Atibaia com o objetivo de recuperá-la, destacando-se os esforços para tratar os efluentes industriais e domésticos e o planejamento do uso e ocupação do solo. A CPFL também tem feito sua parte, com a revegetação da faixa ciliar de parte do reservatório, com o plantio de 100 mil mudas de espécies nativas e com o manejo de plantas aquáticas. A empresa é também parceira em projetos de educação ambiental desenvolvidos no reservatório pela Associação Barco Escola da Natureza.

Apesar da implementação destas medidas de recuperação ambiental, o grau de degradação do reservatório da UHE Americana continua elevado, pois os efeitos positivos dessas ações só ocor-rerão a médio e longo prazo.

A solução definitiva para os problemas ambientais existentes no reservatório de Americana passa por medidas que extrapolam a atuação da empresa, como a redução da carga de nutrientes na água e o ordenamento do uso do solo do entorno do reservatório. Tais objetivos devem ser o foco de ações interinstitucionais, envolvendo governos municipais, empresas, órgãos de meio ambien-te e comunidade.

Os trabalhos desenvolvidos pela CPFL demonstram a necessidade de integração entre diversos segmentos da sociedade para o desenvolvimento econômico sustentável e para a conservação ambiental. Ações desenvolvidas isoladamente são menos eficazes que ações integradas. Neste sentido, a CPFL elaborou um projeto de pesquisa e desenvolvimento para implantação de um sistema de gestão e controle ambiental que possibilite a compreensão das relações de causa e

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efeito da degradação dos reservatórios e permita atuar de forma sistêmica e preventiva. O projeto permitirá uma atuação objetiva da empresa junto aos órgãos gestores dos recursos hídricos e agentes sociais, antes que os processos de degradação ambiental comprometam a operação e geração de energia.

Com relação aos indicadores de sustentabilidade, os trabalhos em desenvolvimento pela CPFL podem ser conceituados como segue:

Sustentabilidade financeira: O projeto não busca a geração de recursos que garantam sua eman-cipação. A gestão ambiental integrada do reservatório de Americana tem por objetivo primordial integrar as ações desenvolvidas, não apenas pela CPFL, mas por todos os órgãos gestores e a-gentes sociais, servindo como um elemento que contribua para a instauração e consolidação de novos hábitos e valores, de forma que cada parte assuma suas responsabilidades, levando em consideração o conjunto das ações em curso na bacia.

Sustentabilidade ambiental: O projeto teve seu início objetivando solucionar um problema especí-fico: conter a proliferação de plantas aquáticas. Porém, logo tornou-se clara a necessidade de se ampliar a extensão dos trabalhos e também de envolver outras instituições e parceiros para que os resultados desejados fossem duradouros e sustentáveis. Neste sentido, as novas etapas de trabalho, notadamente o desenvolvimento de metodologias para a articulação interinstitucional poderão fomentar políticas regionais de preservação ambiental.

Sustentabilidade Social: As ações de controle e utilização das plantas aquáticas têm permitido reduzir os ambientes propícios à proliferação de vetores de doenças. Juntamente com as plantas aquáticas, parte do lixo flutuante é também removida. Os trabalhos de contenção e controle das plantas aquáticas permitiram que a pesca e a navegação pudessem voltar a ser praticados em vários trechos do reservatório.

Capacidade de transformação: A proliferação de plantas aquáticas e as ações de manejo são as-suntos que integram o programa de educação ambiental promovido pela Associação Barco Escola da Natureza, apoiado pela CPFL. A partir de um passeio de barco pelo reservatório, no qual as conseqüências da degradação ambiental são apresentadas “in loco”, os participantes do programa (crianças, em sua maioria) são conscientizados da necessidade da conservação ambiental.

Barco-Escola da Natureza

Capacidade de expansão: Como a eutrofização artificial provocada pelo lançamento de efluentes domésticos e também pelo carreamento de solos, e a proliferação de plantas aquáticas não são

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problemas restritos ao reservatório de Americana, a metodologia e ações (como o desenvolvimen-to de métodos de controle) podem ser aplicadas a outros reservatórios do Brasil.

(4)

Itaipu, energia com responsabilidade socioambiental

Empresa: ITAIPU Binacional

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em operação, com potência instalada de 12.600 MW, é um empreendimento binacional desenvolvido pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná. A empresa é gestora do Reservatório de Itaipu, um espelho d’água de 1.350 km2 sendo 770 km2 no lado brasileiro e 580 km2 no lado paraguaio, localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná III, que possui 18.500km² e envolve em ambos as margens mais de 1 milhão e meio de habitantes.

Os relatórios da rede de monitoramento da Itaipu Binacional, demonstram que a água do Reserva-tório de Itaipu vem se mantendo em boas condições ambientais, o que de certa forma garantem segurança para a execução do objetivo primordial da empresa, a geração de energia.

No entanto, freqüentes florações de algas potencialmente tóxicas e a proliferação excessiva de algumas plantas aquáticas mostram que os compartimentos laterais (braços do Reservatório) são ciclicamente comprometidos. Estes sintomas, que são associados às concentrações de nutrientes e de transporte de sedimentos, evidenciam o risco dos crescentes processos de eutrofização e de assoreamento nos braços do Reservatório, comprometendo a qualidade e quantidade das águas, que associado ao intenso uso de agrotóxicos, vem limitando em alguns locais e ocasiões o seu uso múltiplo e prejudicando a saúde pública.

Assim, A ITAIPU Binacional, em consonância com a missão, “...de gerar energia elétrica de quali-dade com responsabilidade social e ambiental...” vem desenvolvendo desde o início de 2003 o Programa Cultivando Água Boa, através do qual busca estabelecer critérios e condições para ori-entar as ações sócio-ambientais relacionadas com a conservação dos recursos naturais, centra-das na qualidade e quantidade das águas e n qualidade de vida das pessoas.

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O principal desafio do programa, além da binacionalidade da empresa e do orçamento anual disponível, foi a mudança do paradigma gerencial, com a implantação de 04 novos modelos de gestão: a gestão territorial, que possui a bacia hidrográfica como unidade de planejamento; a gestão ambiental, que a adoção dos procedimentos e metodologia da norma NBR ISSO 14001, a gestão matricial, orientada por programas e projetos, e, a gestão participativa, en-volvendo através da formação de comitês gestores internos e externos, todos os atores, como beneficiários, parceiros e executores, no planejamento e execução das ações.

No bojo deste programa estratégico foram implementadas ações concretas de planejamento terri-torial, visando a investigação e o ordenamento da região com vistas a fornecer aos produtores rurais e empreendedores urbanos a necessária orientação para mudar os seus modos de produ-ção, com aplicação de critérios de gestão ambiental, com transferência e divulgação de tecnologi-as conservacionistas orientadas para:

o solo e a água com a difusão do Plantio Direto, Praticas Mecânicas de Conservação de Solo e água, Controle de Poluição Hídrica urbana e rural, por esgotos humanos e destinação adequada de dejetos animais, recuperação e preservação de nascentes;

a biodiversidade vegetal e faunística, com a recuperação e preservação de Matas Ciliares e Re-servas Legais, implantação do Corredor da Biodiversidade e o Canal da Piracema;

segmentos economicamente críticos, com a implementação de projetos sócioambientais, tais co-mo os de Pescador Aquicultor, de Agricultura Orgânica, Agricultura Familiar, Culturas Alternativas, Apicultura, Plantas Medicinais, Coleta Solidária, Comunidades Indígenas e Jovem Jardineiro.

As ações são executadas conjuntamente na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná III, com seleção de 29 microbacias piloto, em todos os 29 municípios, constituindo um total de 18 programas e 108 ações, envolvidas pelo conceito de “cultivar a água”, seguindo os fundamentos da ética do cuida-do, absolutamente essenciais para reverter a cultura utilitarista que acompanha nosso povo desde o Descobrimento, constituindo-se no eixo central das ações de educação ambiental, que sustenta e embasa todo o Programa.

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Todo o processo de educação ambiental e implementação das ações do Programa Cultivando Água Boa agrega e contém os conteúdos dos documentos planetários como a Carta da Terra, as Metas do Milênio, a Agenda 21 e Agenda 21 do Pedaço, ou seja, o Território do Programa, a baci-a, a sub-bacia e a micro-bacia.

O programa Cultivando Água Boa e suas ações são decorrentes da Missão da Itaipu Binacional, de suas diretrizes e políticas, definidas em seu Planejamento Estratégico e expressas nos objeti-vos estratégicos, conforme segue:

Objetivo Estratégico 6: Meio ambiente - Preservar, conservar e recuperar o meio ambiente da re-gião, de forma integrada com os municípios e demais atores, consolidando a gestão por bacia hidrográfica;

Objetivo Estratégico 7: Qualidade de vida na região - Contribuir para a melhoria de qualidade de vida da população regional, fortalecendo as políticas públicas, com referência no Índice de Desen-volvimento Humano – IDH e nas Metas do Milênio;

Assim, o programa propõe uma mudança dos princípios e valores que orientam ações produtivas e de desenvolvimento da região com o objetivo de mudar o modo de pensar e agir da população da Bacia Hidrográfica do Paraná III, em especial dos dirigentes e lideranças dos 29 municípios, a partir dos conceitos e atitudes estabelecidos em diversos documentos planetários, em especial as Metas do Milênio, a Carta da Terra e a Agenda 21, com vista a promover o desenvolvimento sus-tentável.

Dentre as varias ações, resultados e impactos decorrentes do projeto, sejam estes sociais, eco-nômicos e/ou ambientais, destacam-se:

A preservação dos recursos hídricos, com proteção e recuperação de nascentes nas cabe-ceiras dos rios e córregos da região e implantação, recuperação e proteção da vegetação e matas ciliares dos rios, a partir da implementação de 69 km de cercas, totalizando o plantio de 213 mil mudas de espécies nativas.

A Diminuição da poluição das águas, com o controle da erosão do solo cultivado, através da aplicação de técnicas adequadas de plantio direto, terraceamento, adequação de estradas, instalação de abastecedouros comunitários para os equipamentos agrícolas e destinação adequada dos efluentes das atividades agropecuárias, decorrentes de 32,2 km de estradas adequadas, 810ha de terraceamento, a implantação de 39 abastecedouros comunitários, doação de 15 roçadeiras, 35 rolo faca, 30 distribuidores de adubos sólidos e líquidos.

Melhoria da qualidade de vida de Catadores de materiais recicláveis, a partir do aumento da renda familiar, recuperação da auto estima, dignidade e cidadania de 1.500 famílias com o provimento de 1.500 carrinhos, 15 prensas, formação de 15 associações, 12 cursos de ca-pacitação, fornecimento de 1.500 kit´s de uniformes e do passaporte da cidadania.

Sustentabilidade das Comunidades Indígenas - Melhoria da qualidade de vida a partir da instalação de 60 novas moradias, fornecimento de materiais e insumos para a produção agropecuária, implantação de programa de cestas básicas de alimentos e programa nutri-cional.

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Emancipação de assentados – melhoria da qualidade de vida, com a elaboração do projeto e assistência técnica na edificação de 76 residências em assentamentos, instalação de po-ços artesianos, apoio técnico e de material para criação de animais de subsistência, apoio na piscicultura, para construção de dormitório para participantes de cursos de qualificação, aumento da produção com manejo adequado do solo, apoio técnico na implementação de diversificação agrícola, e apoio na produção e comercialização de produtos orgânicos, com fornecimento de 12 equipamentos de tração animal.

Inserção social de 90 jovens carentes, a partir da capacitação para jardinagem, cultura e arte, bem como com o fornecimeno do “Kit” (materiais para jardinagem) e formação de coo-perativa de serviços.

Geração de Emprego e Renda nas pequenas propriedades rurais, com a constituição de 14 associações de produtores orgânicos, pesquisa, apoio técnico, capacitação, produção e comercialização de produtos orgânicos, para 1.600 famílias de agricultores, com rede de apoio de 60 técnicos especializados, realização de feiras regionais de agricultura orgânica, 40 cursos de capacitação, com instalação de 5 vitrines tecnológicas, apoio à 7 projetos de pesquisa para o desenvolvimento tecnológico.

Gestão ambiental Georeferenciada por propriedade rural e microbacia, a partir de convênio com 11 universidades, envolvendo 240 acadêmicos 3.690 propriedades, com elaboração de diagnóstico e projeto executivo, utilizando a ferramenta software livre.

Sensibilização de mais de 200.000 moradores da BPIII, para as questões relacionados com a Água, a Ética do Cuidado, a Adequação de Passivos Ambientais e o Desenvolvimento Regional Sustentável, nas palestras, conferências e encontros do programa em seus proje-tos e ações, com constituição de Rede de Educação Ambiental, com 300 monitores e institu-ição de curso de capacitação para 450 educadores ambientais.

Formação de uma ampla rede de parcerias em prol do desenvolvimento sustentável, com a realização de 29 pactos das águas, com mais de 1.247 parcerios envolvendo 30 comitês gestores de microbacias, 10 comitês gestores de ações e mais de 50 sub-comitês de ações.

Melhoria das condições de saúde da população, com a capacitação de 60 profissionais de saúde, de 600 agentes municipais de sáude e 1.200 merendeiras escolares, no uso de plan-tas medicinais na atenção à saúde e na alimentação.

O Programa consegue atingir toda a População da Bacia do Paraná III, constituída de aproxima-damente 1 milhão de habitantes, através do envolvimento de todos os Atores Sociais no Projeto, conforme segue:

� 1247 parceiros incorporados nos: 30 comitês gestores de microbacias, 10 comitês gestores de ações e mais 50 subcomitês de ações;

� Dirigentes Públicos das Esferas Federais, Estaduais e Municipais da Bacia do Rio Paraná III – 29 municípios, 300 dirigentes;

� Todas as Escolas de Ensino Fundamental e Médio da BPIII – 407 escolas, 110 mil alunos;

� Todas as Instituições de Ensino Superior da Bacia – 10 IES – 18 cursos superiores convenia-dos – 1750 alunos envolvidos na Gestão Ambiental;

� Associações e organizações representativas da sociedade - 200 organizações e instituições parceiras;

� Agricultores Familiares de 07 assentamentos (ex- sem terras – MST) 750 famílias;

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� Moradores das 29 Microbacias piloto selecionadas pelos municípios: 2300 famílias;

� Agricultores Familiares Orgânicos de 14 Associações de Produtores Orgânicos e 07 núcleos envolvendo 1.100 famílias;

� Agentes Municipais de Saúde e equipes do Programa Saúde na Família – 42 municípios – 1100 pessoas;

� 67 comunidades Avá Guarani – 480 famílias indígenas;

� 05 colonias de pescadores – 300 familias – 1500 pessoas;

� Catadores de materiais Recicláveis –600 famílias – 2400 pessoas;

� Jovens em situação social crítica – 130 jovens;

� Educadores e Monitores da Rede Linha Ecológica – 300 monitores e 450 educadores;

� Merendeiras das escolas públicas municipais – 29 municípios - 370 escolas envolvendo 1200 pessoas.

Em consonância com um dos elementos fundamentais de gestão do programa que é a gestão participativa, foram criados para o planejamento e execução de todas as ações, comitês gestores, integrados por representantes da Itaipu, dos diversos organismos municipais, estaduais e federais com presença na região, cooperativas, empresas, sindicatos, entidades sociais, universidades, escolas, ONGs, movimentos sociais, produtores rurais e lideranças comunitárias.

Os integrantes dos comitês têm como papel a definir as ações a serem implementadas discutindo a sua natureza, abrangência, metodologia, execução e origem dos recursos.

Vale ressaltar que dentre as parcerias constituídas para a execução das ações destacam-se, além das contratuais ou de prestação de serviço, a participação efetiva e espontânea de todos os ato-res sociais envolvidos, conforme exemplo do “Pacto das Águas da microbacia rio São Pedro do município de Guaíra”:

Pacto das Águas rio São Pedro – Guaíra

Objetivo: A partir dos princípios da Ética do Cuidado, da Agenda 21, das Metas do Milênio realizar a proteção e conservação ambiental, em especial das águas, a readequação de passivos ambien-tais, e a incorporação de modo de vida mais saudável para a melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade da comunidade.

20 % dos custos para Adequação de Estradas e Cascalhamen-to

50 % dos custos do Abastecedouro Comunitário

20 % dos custos para Conservação de Solos

100 % dos materiais de cercas (palanques, mestres, balancins, fios e catracas)

100% das mudas para reflorestamento de 30 ha

Itaipu

100% dos custos do distribuidor de esterco

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60 a 80 % dos custos para Conservação de Solos

60 a 80 % dos custos para Adequação de Estradas e Casca-lhamento

Prefeitura

50 % dos custos do Abastecedouro Comunitário

Coopagril 1000 litros de Óleo Diesel

Delfino Materiais de Construção

200 litros de Óleo Diesel

Borracharia Guaíra 250 litros de Óleo Diesel e mão de obra para plantio de árvores

Artefal 100 litros de Óleo Diesel

Denis Caldas 50 litros de Óleo Diesel

Cooperativa 500 litros de Óleo Diesel

Sperafico 500 litros de Óleo Diesel

Tornearia GPM 50 litros de óleo diesel

Augusto Donadai 250 litros de óleo diesel

Mecânica Paraná 50 litros de óleo diesel

Posto Potencial 100 litros de óleo diesel

Davigril 100 litros de óleo diesel

Jomar Terraplanagem 500 litros de óleo diesel

Banco do Brasil R$ 100,00

Galomilde Barreto 50 litros de óleo diesel

Departamento do Meio Ambiente 150 litros de óleo diesel

Iried 500 litros de óleo diesel

Banco Itaú R$ 100, 00

Malharia União 100 litros de óleo diesel e auxílio na confecção da bandeira da bacia do jararaca

Rokotter Ltda 200 litros de óleo diesel

Centro de Educação Ambiental Plantio de mudas, eco-oficinas e palestras/educação ambiental

Prof.ª Claudia Duarte Pesquisa de extensão; levantamento de qualidade aquática e plantas medicinais

Col. Mendes Gonçalves Apoio para plantio de mudas, limpeza e projetos educativos am-

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Col. João Ambrosio bientais

Claudia Cunha Apoio para plantio de mudas, limpeza e projetos educativos am-bientais

EMATER Desenvolvimento de projetos – curva de nível

Secretaria da Cultura Apoio a eventos diversos

Ministério Público Apoio nas ações de recuperação da microbacia

O compromisso da Itaipu Binacional com a continuidade do programa está assegurado em seu Plano Estratégico 2005-2009, em sua Missão, Políticas e Diretrizes Fundamentais, Objetivos Es-tratégicos e Plano Operacional, conforme segue:

Plano Estratégico 2005-2009

Missão

Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai.

Políticas e Diretrizes Fundamentais

Integração Binacional

Comprometimento constante na busca conjunta de soluções concretas das necessidades dos dois países, internas ou externas à empresa, simétricas ou não, constituindo-se um exemplo de bina-cionalidade e instrumento de integração da América do Sul.

Valores Éticos

A conduta ética de todos os integrantes da Empresa constitui-se em obrigação fundamental e permanente.

Eficiência Empresarial

A gestão dos recursos empresariais será otimizada visando a modicidade tarifária e o cumprimen-to da missão empresarial.

Gestão Democrática: responsável, participativa e transparente

Respeito à pluralidade de idéias em todos os níveis de gestão, onde as avaliações para a tomada de decisão levarão em conta os compromissos com a responsabilidade, a participação e a trans-parência.

Valorização dos Recursos Humanos

Reconhecimento da dignidade, responsabilidade, competência e desempenho dos empregados, valorizando seu crescimento profissional e desenvolvimento humano.

Compromisso Social

Obrigação que assume a Empresa frente à comunidade no sentido de cooperar ativamente no seu desenvolvimento integral.

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Compromisso Ambiental

Obrigação da Empresa com a preservação, conservação e recuperação das condições ambientais da área influência, mediante a difusão, execução e apoio de ações ambientais adequadas, legan-do às gerações futuras um ambiente melhor.

Objetivos Estratégicos 2005-2009

Objetivo Estratégico 6 - Qualidade de vida na região

Contribuir para a melhoria de qualidade de vida da população regional, fortalecendo as políticas públicas, com referência no IDH e nas Metas do Milênio.

Objetivo Estratégico 7 - Meio ambiente

Preservar, conservar e recuperar o meio ambiente da região, de forma integrada com os municí-pios e demais atores, consolidando a gestão por bacia hidrográfica.

Objetivo Estratégico 8 - Potencial turístico e tecnológico

Aproveitar efetivamente o potencial turístico e tecnológico de Itaipu e região, na perspectiva de geração de renda e oportunidades para a comunidade, constituindo-se ainda como um pólo irradi-ador de conhecimento e integração da América do Sul.

O compromisso com os parceiros, beneficiários e demais atores envolvidos no programa, ocorre em função da participação dos mesmos no planejamento e execução das ações, através dos co-mitês gestores, oficinas do futuro, pactos das águas e convênios, o que caracteriza e legitima, o Cultivando Água Boa, enquanto projeto regional de desenvolvimento sustentável.

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PROGRAMA TRIBUTO AO IGUAÇU

Empresa: COPEL

Responsáveis pelo relato:

Eduardo Manoel Araújo Frederico Reichmann Neto Noel Massinhan Levy Paulo Henrique Rathunde Roberto Rathunde Agradecimentos: Agradecemos à rede de parcerias deste programa porque seria impossível alcançar os objetivos acima sem a contribuição de todos.

“Um olhar generoso e solidário sobre as águas, a natureza e as comunidades que são o berço e a

fonte de nossa energia”.

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SITUAÇÃO O Programa foi criado no primeiro semestre de 2004 como uma iniciativa de Companhia de Para-naense Energia - Copel, (companhia que gera, transmite e distribui energia elétrica para o Estado do Paraná) em celebração ao seu 50º aniversário, tendo como parceira principal a Organização Não Governamental (ONG) Associação Arayara de Educação e Cultura. Copel está presente em todos os 109 municípios da bacia do Rio Iguaçu onde controla três hidrelétricas que produzem 92% (4.176 MW) de toda a energia elétrica produzida no Estado do Paraná. O programa iniciou com a comunidade de Porto Vitória e mais recentemente outros municípios foram envolvidos como o de União da Vitória e Porto União, com a participação das Prefeituras Municipais, Câmaras Municipais e Universidades locais e a realização da terceira oficina utilizan-do-se da técnica de Investigação Apreciativa.

Figura 1 – Bacia do Rio Iguaçu nos Estados de Paraná e Santa Catarina.

Deste modo, o Programa Tributo ao Iguaçu vem colaborando e incentivando as boas idéias exis-tentes nas comunidades, tanto para a melhoria da qualidade de vida, como para o adequado plane-jamento de processos sustentáveis, através de reuniões entre trabalhadores voluntários com al-tas aspirações, ONGs com idéias boas e projetos e empresas que buscam um “status” de empreen-dimentos socialmente responsáveis.

Figura 2 – Cidade de Porto Vitória – cerca de quatro mil habitantes.

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Várias reuniões têm sido realizadas com diversas lideranças das comunidades, visan-do tanto o desenvolvimento local de líderes protagonistas do Programa, como para esta-belecer uma rede de parceiros. Outras ações envolvem a criação e operação de um siste-ma de desenvolvimento de projeto, a compi-lação de um banco de dados de fundos de capital para encorajar a apresentação de projetos sociais, educacionais, de turismo rural e ecológico e de projetos ambientais desenvolvidos e apresentados pelas próprias comunidades em conjunto ou não com dife-rentes parceiros. Para dar apoio ao Programa, a rede de par-ceiros facilita e melhora a comunicação e

ações dentro destas comunidades que já estão comprometidas com a criação de sua visão de futuro, bem como para o planejamento de estratégias e projetos de articulação para proteger e recuperar os recursos naturais ambientais e ao mesmo tempo, promover sustentabilidade, salva-guardando os direitos das gerações futuras. Assim, é importante manter o respeito pela cultura local e encorajar o autodesenvolvimento e independência dessas comunidades pelo compromisso de trabalho com os líderes locais. OBJETIVOS Através deste Programme pretendemos alcançar ações nos 109 municípios componentes da Ba-cia do Rio Iguaçu. O Programa tem como objetivo facilitar a criação de suas visões de futuro e desenvolver ações e projetos definidos com a participação dos líderes de comunidade. Como conseqüência, nós obteremos uma melhor qualidade da água do rio, um aumento na média do índice do desenvolvimento humano (IDH) das comunidades, a recuperação da flora e fauna local, uma maior integração dessas comunidades nas atividades sociais e ambientais e a valorização da diversidade cultural e tradições locais. O Programa também dará sua contribuição à educação através da motivação das parcerias e na tomada de ações nas universidades e escolas das comunidades, com o propósito de adotar um currículo local baseado num método pedagógico no qual as próprias crianças poderão ser as agentes responsáveis de seus processos de aprendizagem. Como contribuição social, o Programa apontará para o compromisso e mobilização de líderes dentro das comunida-des como também para o apoio para projetos locais para inspirar a auto-estima da popula-ção e conseqüentemente ações para a me-lhoria contínua e sustentável da sua condição econômica através dos arranjos produtivos locais sustentáveis (APLS) e melhoria da qualidade de vida das comunidades e perife-rias. Um exemplo de APLS é a produção de muitos tipos de portas, janelas, etc., utilizan-do-se de bosques de madeiras certificadas. O plano do Programa é fazer das comunida-des do Rio Iguaçu uma bacia de referência internacional de qualidade de vida sustentá-vel até as 2014 incluindo Curitiba, a cidade

Figura 3 - União da Vitória – cerca de 80 mil habitantes.

Figura 4 – O evento de Investigação apreciativa: “A Porto Vitória de nossos sonhos”.

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mais importante do Estado do Paraná. ATIVIDADES Nos seminários promovidos pelo Programa foi utilizada a técnica de Investigação Apreciativa que é um dos processos chave. Trata-se de uma ferramenta conhecida e é utilizada para a identifica-ção de elementos essenciais presentes nas histórias de sucesso vivenciadas pelas pessoas. De posse delas propicia uma criação de uma visão compartilhada de futuro baseado em fatos do passado. Outras atividades que estão sendo desenvolvidas para alcançar os objetivos propostos estão rela-cionadas ao desen-volvimento de lideranças conscientes, ao pensamento sistêmico e holístico, ao sistema de desenvolvimento de projetos, aos APLS, à organização através de rede e para uma criação de uma visão do futuro. O Programme sistematicamente envolve a participação dos líderes das comunidades e de um comitê temático para desenvolver ações relacionadas à comunicação, metodologias, parcerias, fontes de capital, tecnologia de informação, logística e finanças. RESULTADOS Desde maio de 2004 as cidades de Porto Vitória (comunidade laboratório com aproximadamente 4 mil pessoas), de União da Vitória e de Porto União foram atingidas pelo programa. Atualmente mais de quinze comunidades foram co-optadas. Um dos primeiros projetos concretos foi a Imple-mentação do Turismo Rural Ecológico na região de União da Vitória onde aproximadamente dez fazendas pequenas pretendem participar em um circuito de turismo de vinho que envolve muitos riachos, cascatas, comidas orgânicas, biscoitos, e assim por diante. Em todas as comunidades, foram contatados parceiros para formar uma rede de parceria, onde as Prefeituras e Câmaras, Universidades locais, empresas comerciais, indústrias, ONGs e as pessoas interessadas podem participar. É prevista uma ação do programme para aproximadamente dez anos nos 109 municí-pios da bacia do Rio Iguaçu. Deste modo, nós pretendemos agir nas regiões distantes através dos componentes da rede de parceiros. Capacidade de Integração Este Programa tem como uma de suas premissas fundamentais o visão sistêmica valorizando a percepção da vida na comunidade sob o maior número possível de aspectos. Isto garante aos líderes proporem projetos com alto grau de maturidade e com o mínimo de falhas decorrentes de enganos de percepção.

Sustentabilidade financeira Uma das características principais deste programa é ajudar os líderes de comunidades a buscar fontes financeiras para os projetos propostos. A execução destes projetos, projetada para cumprir os sonhos da comunidade, está trazendo lucros para as comunidades. A amplificação da rede de parceiros também oferece novas oportunidades de contribuição de recursos. Por exemplo, graças ao Mercado Social, é possível vender um projeto num pregão como se fosse numa bolsa de valo-res. No ano passado, na cidade de Maringá (Estado de Paraná), o primeiro pregão ocorreu quan-do R$ 350 mil foram arrecadados em nome dos cinco projetos de desenvolvimento social apre-sentados pelas comunidades daquela cidade.

Sustentabilidade ambiental

Duas formas de abordagem: 1) Ações diretas através da execução de projetos, como o exemplo o Projeto Educação Am-

biental “Mude você mesmo e tudo mudará" do grupo temático de meio ambiente de União Vitória, agora em fase de planejamento: � Educação ambiental para a população fluvial;

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� Recuperação da floresta ribeirinha; � Repopularização de peixes com espécies nativas dos rios locais.

2) A melhoria de qualidade de vida das comunidades da bacia do Iguaçu como conseqüência das ações do Programa, trazendo benefícios para o meio ambiente decorrente da mudan-ça da consciência das pessoas;

Sustentabilidade social Entre os projetos em elaboração, principalmente no das comunidades de União da Vitória, alguns propõem a fomentação de alternativas novas de geração de emprego e renda, como é o caso do Turismo Rota Rural de União da Vitória e a Cooperativa de Materiais Reciclados, com um forte caráter social de emprego. Nesta fase de implementação foi muito importante a participação dos parceiros como: a Ecoparaná (uma agência do Estado de Paraná voltada ao turismo), ONGs, “Ins-tituto Ecoturismo do Paraná - IEPR”, CORPRERI de União da Vitória, Arayara, as empresas Se-nografia e Igplan que provêem apoio através do Sistema de Informação Geográfica (GIS), a A-gência da Copel de União da Vitória, o Grupo Cultural de União da Vitória e Porto União, as prefei-turas e as câmaras municipais de União da Vitória, Porto Vitória e Porto União. Capacidade de Transformação O Programa tem como uma de suas premissas uma base forte de valores humanos que propiciam todos os incentivos para uma mudança de consciência das comunidades para uma nova visão mundial e crescimento de sua visão holística, melhorando a percepção humana e percebendo um ser humano integral (corpo, mente e espírito) em relação constante com os outros seres do plane-ta. Capacidade de Expansão O programa começou com uma comunidade piloto de cerca de quatro mil habitantes (Porto Vitó-ria) e logo foi estendido seu alcance para uma comunidade indígena (Karuguá, em Piraquara) também como experiência piloto. Hoje, já ampliou suas ações para as comunidades de União da Vitória e Porto de União, somando aproximadamente 80 mil habitantes. Nós pretendemos alcan-çar todas as 109 municipalidades da bacia do Rio Iguaçu dentro de um período de 10 anos.

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Anexo V – Estudos de Caso WG C303

N. País

EN = Meio Ambi-ente

SO = Social

EC = Economia

Título/Assunto

1 Australia EN, SO Gestão Ambiental Estratégica

Através de Sistemas de Gestão Ambiental (EMS) impactos ambientais potenciais são identificados e medidas apropria-das de controle são implementadas para sua mitigação. O progresso da performance é avaliado quadrimestralmente e readequado anualmente.

2 Australia SO “Environmental goodwill”

Em muitas regiões a empresa trabalha com as comunida-des para estabelecer parcerias e programas que melorem o meio ambiente no entorno das areas de atuação da empre-sa, criando adicionalmente, oportunidades de emprego para a população, em nível local

3 Brasil EN, SO Itaipu: energia com responsabilidade socioambiental.

O programa “Cultivando Água Boa” foca na oferta de quanti-dade e qualidade de água ressaltando a qualidade de vida da população.

4 Brasil EN, SO Programa Tributo ao Iguaçu

Visa atingir os 109 municípios da bacia do rio Iguaçu com o objetivo de melhorar a qualidade da água e aumentar a me-dia de desenvolvimento humano das comunidades, a recu-peração da fauna e flora locais, a integração das comunida-des nas atividades sociais e ambientais e também recuperar o valor da diversidade cultural e tradições locais.

5 Canada EC Atuando com relevância na economia de Québec

As principais contributições da Hydro-Québec para as atividades econômicas de Québec são:

- contribuição para o crescimento econômico de Qué-bec

- promoção do desenvolvimento regional

6 França SO Restauração de cidades antigas

O objetivo do programa é restaurar a parte mais antiga da cidade de Vénéjan, promovendo a integração social e o turismo local.

7 Japão EC Exemplos de “Eco-business”:

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N. País

EN = Meio Ambi-ente

SO = Social

EC = Economia

Título/Assunto

- Kanden-el farm Inc. (processo regenerativo para a agri-cultura)

- Moss Works Kanden Co. Ltd. (material para revegeta-ção)

- Kanden GEO-RE Co. Ltd. (medidas para a poluição do solo)

8 Africa do Sul

SO, EC, EN Redução do consumo de água: apoio a melhoria do gerenciamento da escassez de recursos hídricos na África do Sul

9 Africa do Sul

EN, EC Eficiência energética: incorporando esse desafio na expan-são das opções de suprimento, o retorno para os services das subestações e o gerenciamento de demandas (Demand Side Management)

10 Africa do Su

EC, SO Eletrificação: Eskom se comprometeu a conectar 1.750.000 residencias entre 1994 e 2000.

11 Africa do Su

SO Relatando a Sustentabilidade: descrição do processo de incorporar e relatar a sustentabilidade, aderindo, na medida do possível ao GRI (Global Reporting Initiative Guidelines).

12 Reino Unido

SO Programa Jovem infrator. O Reino Unido tem um numero crescente de jovens infratores presos enquanto, ao mesmo tempo, há uma crescente oferta em muitas industrias do pa-ís.

O programa visa treinar os jovens para a industria de gas. A partir de 2006 é estimado que 1300 jovens infratores serão treinados e empregados pelos 5 setores industrias do Reino Unido.

13 Reino Unido

EN Medidor para reuso e reciclagem. Durante um ano t[ipico, aproximadamente 125.000 medidores são remodelados e um número similar é reciclado.

14 Reino Unido

SO “Aquecimento acessível”: o Programa integra as fontes de financiamento existentes para abordar de forma sistemática e concentrada as questões de pobreza, eficiência energética e combustível domestico

15 Estados Unidos

EN / SO Investimento em recuperação nos Estados Unidos: Progra-ma da Nationatl Grid para assistência a reciclagem. O Pro-grama contribui adicionalmente com o emprego de deficien-tes físicos e mentais das comunidades locais.

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