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Psicologia e Educação 109 Vol. III, nº 1, Jun. 2004 Exploração e desenvolvimento vocacional na adolescência: Contributos para uma abordagem sistemática e colaborativa Maria do Céu Taveira* Resumo: A promoção do desenvolvimento vocacional emerge, a partir dos anos setenta, como uma estratégia de eleição efectiva para preparar os jovens para os novos contextos de experiência de uma carreira. Neste texto, começaremos por analisar o significado da expressão desenvolvimento vocacional, revisaremos em mais pormenor as carac- terísticas do desenvolvimento vocacional na adolescência-anos de exploração e de ensaio- com uma síntese das ideias mais actuais sobre o tema para, seguidamente, passarmos a discutir o papel dos profissionais de orientação, dos professores e dos pais na promoção do desenvolvimento vocacional na adolescência. Procuraremos defender que a pro- moção do desenvolvimento vocacional exige dos profissionais de orientação, o pla- neamento de intervenções precoces, uma abordagem educativa deliberada, de carácter sistemático e, uma estratégia lata e de responsabilidade partilhada e colaboracionista. Recomenda-se o alargamento progressivo da participação nos programas a outros agentes do desenvolvimento vocacional, de modo a que os professores, pais e comunidade partilhem da responsabilidade dos resultados da aprendizagem vocacional dos alunos e as escolas aumentem o impacto das suas intervenções de educação e desenvolvimento vocacional. Palavras-chave: Desenvolvimento vocacional, educação para a carreira, facilitadores do desenvolvimento vocacional. Key-words: Career development, career education, career development facilitators. _______________ * Instituto de Educação e Psicologia. Univer- sidade do Minho. Introdução Recentemente, na literatura vocacional, desenvolve-se a ideia de que as práticas tradicionais e mais conhecidas da orien- tação, ainda que fundamentais para ajudar a resolver problemas vocacionais, sobre- tudo em fases de eminência de tomada de decisão, não são porém suficientes quando a preocupação dos profissionais passa a ser também a prevenção dos problemas e das dificuldades, ou a promoção do de- senvolvimento dos indivíduos (cf. Brown & Krane, 2000). Com efeito, torna-se cada vez mais difícil encarar a orientação como uma interven- ção que pode ser feita isoladamente, quer do sistema escolar, quer das experiências da comunidade. A tarefa de apoiar as nossas crianças, jovens e adultos a explorar, identificar, articular, antecipar e preparar possíveis futuros já não é um exclusivo institucional ou profissional. Requer o envolvimento dos vários agentes do de- senvolvimento vocacional-profissionais de orientação, pais, professores e empregado- res-através do exercício de diferentes papeis e responsabilidades. Requer também que o movimento da orientação vocacional se torne parte integrante do movimento de reforma educativa, já que acreditamos que a educação escolar pode servir propósitos de exploração vocacional e oferecer opor- tunidades para que os alunos aprendam, de modo progressivo e sequencial, aspec-

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Vol. III, nº 1, Jun. 2004

Exploração e desenvolvimento vocacional na adolescência:Contributos para uma abordagem sistemática e colaborativaMaria do Céu Taveira*

Resumo: A promoção do desenvolvimento vocacional emerge, a partir dos anos setenta,como uma estratégia de eleição efectiva para preparar os jovens para os novos contextosde experiência de uma carreira. Neste texto, começaremos por analisar o significadoda expressão desenvolvimento vocacional, revisaremos em mais pormenor as carac-terísticas do desenvolvimento vocacional na adolescência-anos de exploração e de ensaio-com uma síntese das ideias mais actuais sobre o tema para, seguidamente, passarmosa discutir o papel dos profissionais de orientação, dos professores e dos pais na promoçãodo desenvolvimento vocacional na adolescência. Procuraremos defender que a pro-moção do desenvolvimento vocacional exige dos profissionais de orientação, o pla-neamento de intervenções precoces, uma abordagem educativa deliberada, de caráctersistemático e, uma estratégia lata e de responsabilidade partilhada e colaboracionista.Recomenda-se o alargamento progressivo da participação nos programas a outros agentesdo desenvolvimento vocacional, de modo a que os professores, pais e comunidadepartilhem da responsabilidade dos resultados da aprendizagem vocacional dos alunose as escolas aumentem o impacto das suas intervenções de educação e desenvolvimentovocacional.Palavras-chave: Desenvolvimento vocacional, educação para a carreira, facilitadoresdo desenvolvimento vocacional.Key-words: Career development, career education, career development facilitators.

_______________* Instituto de Educação e Psicologia. Univer-

sidade do Minho.

Introdução

Recentemente, na literatura vocacional,desenvolve-se a ideia de que as práticastradicionais e mais conhecidas da orien-tação, ainda que fundamentais para ajudara resolver problemas vocacionais, sobre-tudo em fases de eminência de tomada dedecisão, não são porém suficientes quandoa preocupação dos profissionais passa aser também a prevenção dos problemas edas dificuldades, ou a promoção do de-senvolvimento dos indivíduos (cf. Brown& Krane, 2000).Com efeito, torna-se cada vez mais difícilencarar a orientação como uma interven-

ção que pode ser feita isoladamente, querdo sistema escolar, quer das experiênciasda comunidade. A tarefa de apoiar as nossascrianças, jovens e adultos a explorar,identificar, articular, antecipar e prepararpossíveis futuros já não é um exclusivoinstitucional ou profissional. Requer oenvolvimento dos vários agentes do de-senvolvimento vocacional-profissionais deorientação, pais, professores e empregado-res-através do exercício de diferentespapeis e responsabilidades. Requer tambémque o movimento da orientação vocacionalse torne parte integrante do movimento dereforma educativa, já que acreditamos quea educação escolar pode servir propósitosde exploração vocacional e oferecer opor-tunidades para que os alunos aprendam,de modo progressivo e sequencial, aspec-

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tos relacionados com o contexto social,histórico e cultural do mundo do trabalhoe das profissões bem como os requisitosnecessários para as desempenhar.Diferentes escolas têm diferentes gruposde alunos, com distintas necessidades deeducação e desenvolvimento vocacional.Seria importante que os profissionais deorientação procedessem regularmente àanálise dessas características e necessida-des e praticassem uma abordagempsicoeducacional da orientação.Além disso, torna-se necessário, também,adoptar um modelo misto na organizaçãoda intervenção, mais centrado em progra-mas e não apenas em serviços, que pos-sibilite, na prática, uma visão maisintegradora e alargada da intervençãovocacional. Referimo-nos ao desenvolvi-mento de programas planeados de raiz paraos vários ciclos e níveis de ensino, desdea educação pré-escolar até ao ensinosuperior ou até ao mundo profissional, demodo a possibilitar oportunidades para:(a) a exploração orientada para o self e

para o meio circundante;(b) a compreensão do mundo do trabalho,

das profissões e do emprego;(c) a aquisição de competências de toma-

da de decisão;(d) o desenvolvimento de uma ética de

trabalho;(e) a elaboração e execução de planos

vocacionais e de vida realistas.Para isso teremos que ser inconformadose continuar a demonstrar o valor dasintervenções de carácter preventivo epromocional como meio privilegiado deajudar os indivíduos a resolver os seusproblemas vocacionais. Deste modo, con-correremos para que a orientação deixe deser perspectivada apenas como uma inter-venção e passe a ser encarada como umprocesso, que responde não só a proble-mas existentes, mas também como um

processo que promove a aquisição dosconhecimentos, atitudes e comportamen-tos necessários para lidar, ao longo da vida,com os acontecimentos e os não aconte-cimentos, com as mudanças e com astransições da carreira (Herr & Cramer,1996).Para esta mudança de perspectiva têmcontribuído, quer o avanço na teoria einvestigação da Psicologia Vocacional, queras mudanças sofisticadas que se têm vindoa operar no mundo do trabalho, da edu-cação e da família. Na discussão teóricadesta problemática, a ênfase tem sidocolocada na preparação dos indivíduos paraa vida de trabalho num sentido genéricoe, menos, na tradicional preparação parauma profissão ou tipo de emprego espe-cíficos. Conclui-se que a escola devecontribuir mais significativamente para apreparação e inserção na vida profissional;que é necessário aos profissionais deorientação contar com todos os educado-res e com elementos da comunidade paraprosseguir essa tarefa; e, ainda, que épertinente integrar, de modo natural esignificativo, a promoção do desenvolvi-mento vocacional no currículo escolar (exs:Brown & Brooks, 2000; Gibson &Mitchell, 1999; Herr & Cramer, 1996;Miller-Tiedeman, 1999).Com efeito, vão sendo muitos os empre-gadores, sobretudo nos domínios da Ci-ência e Tecnologia, que consideram queos diplomados do ensino superior, de ummodo geral, estão muito pouco preparadospara o tipo de trabalho que seria desejáveldesempenharem (exs: AIP, 1997; Socieda-de e Trabalho, 2000, nº10).Por outro lado, para os jovens que aban-donam o ensino Básico ou Secundário, omercado de trabalho oferecido é de natu-reza precária, caracterizado por fracasremunerações, ausência de benefícios ouregalias sociais significativas, exigindo

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poucas competências e, inseguro, semgrandes oportunidades de avanço ou dedesenvolvimento. Muitas vezes a estraté-gia mais frequente dos empregadores paralidar com este problema é esperar, não secomprometendo em termos de contrataçãoaté que estes jovens adquiram algumaexperiência profissional noutro contexto.Ou então, proporcionar um contexto deexperiência profissional e, só depois,oferecer oportunidades de formação e deactualização profissional.Na terminologia vocacional, poderemoscomentar estes fenómenos dizendo que, emmuitos casos, os jovens que estão nestascircunstâncias gostariam de facto de ter umtrabalho e de se sentirem verdadeirostrabalhadores. No entanto, o que aconteceé que são forçados a ter apenas umemprego e a tornarem-se progressivamen-te aquilo que na linguagem da educaçãovocacional ou educação para a carreira sedesigna por “escravos do trabalho”. Dadoque este mercado de trabalho secundáriotenderá a persistir, o importante é que elenão se torne no mercado de empregoprimário para os jovens portugueses queabandonam os estudos.Em países mais desenvolvidos, este tipode situações tem desencadeado esforçosconscienciosos para evitar a colocaçãoneste tipo de mercado laboral de jovensmenos qualificados. Incentiva-se e obtém-se a colaboração entre empregadores eeducadores para poder oferecer mais expe-riências de trabalho e de educação formalbem como formação profissional na em-presa, possibilitando mais e melhoresoportunidades de desenvolvimentovocacional aos jovens trabalhadores. Éclaro que isto exige que os própriosempregadores e educadores aceitem aresponsabilidade de ajudar os jovens arealizar transições mais eficazes da es-cola para o mercado de emprego, através

de sistemas de colaboração. Nesta maté-ria, consideramos que compete, mais umavez, aos profissionais de orientação, a de-safiadora tarefa de sensibilizar os diver-sos agentes do desenvolvimentovocacional- pais, professores, e emprega-dores- para projectos de acção conjuntano domínio do desenvolvimentovocacional dos jovens.Outro vector de acção importante é pro-curar que os alunos compreendam aimportância, para o seu desenvolvimentovocacional, da aprendizagem das compe-tências académicas básicas e de resolu-ção de problemas bem como de hábitosde trabalho positivos e produtivos, dentroe fora da sala de aula.Nesta perspectiva psico-educativa, a inter-venção vocacional não se destina tanto aapoiar as pessoas a lidar com situações detomada de decisão, mas antes, a ensinare a desenvolver o tipo de atitudes e decomportamentos que serão úteis, quer paraos momentos de tomada de decisão, querpara as situações de adaptação aos con-textos de trabalho, quer ainda para se sercapaz de evoluir nos papeis pré-profissi-onais (ex. estudante), profissionais e nãoprofissionais.

Desenvolvimento Vocacional: assunçõesquanto à sua natureza

Como encaramos, numa abordagempsicoeducacional da carreira, o desenvol-vimento vocacional? Como o definimos?O desenvolvimento vocacional é encaradocomo um aspecto do desenvolvimentoindividual global e como um processo decarácter longitudinal, que se rege pelosprincípios da Psicologia do Desenvolvi-mento. Considera-se que os comportamen-tos e atitudes vocacionais desenvolvem-seao longo do tempo, através de mecanis-

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mos de crescimento e de aprendizagem,em tudo semelhantes às restantes formasde aprendizagem humana (Bailey, 1971;Herr, 1970; Law & McGowan, 1999).Trata-se de um processo de desenvolvimen-to humano que prossegue, mal ou bem,independentemente da nossa intervençãono mesmo e que descreve a carreira emtermos de papéis, contextos e acontecimen-tos que se desenrolam ao longo da vidae nas suas diversas arenas (Gysbers &Moore, 1973). Engloba os projectos deacção relacionados com a vida de trabalhodas pessoas (trabalho remunerado e nãoremunerado), com a educação e com afamília, encarados como fenómenos rela-cionados (Gysbers, Heppner & Johnston,1998).Nesta concepção, a carreira refere-se a algoque é vivido pela pessoa ao longo do ciclovital e não tanto a algo que se podeescolher. É um conceito centrado na pessoae não tanto nas profissões (Super, 1976).Envolve quer o que a pessoa faz, quer ossignificados que a pessoa atribui ao quefaz, em termos de planos futuros, reali-zações passadas ou fracassos e competên-cias e atributos no presente (Raynor &Entlin, 1982).Adoptando estas noções e concepções dacarreira e do desenvolvimento vocacional,uma das finalidades principais dos profis-sionais de orientação, pode ser, então,desenvolver programas compreensivos, deeducação e desenvolvimento da carreira,destinados a ajudar os alunos a valorizartodas as formas de trabalho, a realizar umaaprendizagem progressiva sobre o self, otrabalho e os papeis de vida e a estabe-lecer relações explícitas e mais estreitasentre aquilo que aprendem nas suas dis-ciplinas e aquilo que necessitarão para assuas vidas de trabalho futuras através dasvárias disciplinas de um currículo. Destemodo, pode favorecer-se uma aprendiza-

gem vocacional progressiva que, de acor-do com Law (1996), pode ser descrita emquatro fases, a saber:(a) a Sensibilização- que consiste na

observação, recolha e enquadramentode impressões sobre as vidas de tra-balho das pessoas;

(b) a Significação- ou seja, a construçãode significados, a comparação deideias, o uso de conceitos e a cons-trução de padrões relacionados com asvidas de trabalho;

(c) a Focagem- que implica ser capaz dedesenvolver os seus próprios pontosde vista sobre as vidas de trabalho daspessoas e apreciar pontos de vistaalternativos;

(d) a Compreensão – que envolve sercapaz de compreender e explicar osefeitos da acção passada no presentee de antecipar futuras consequênciasda acção presente, no domíniovocacional.

Neste contexto, as características do de-senvolvimento vocacional dos alunos tor-nam-se a base fundamental do planeamen-to e da organização das intervenções. Alémdisso, mais recentemente, o estudo e apromoção do desenvolvimento dos adul-tos envolvidos pelos psicólogos nos pro-gramas de educação para a carreira- pais,professores e empregadores- podem serencarados, também, como condições essen-ciais para o sucesso de uma abordagempsicoeducacional da intervenção na carrei-ra.Nos próximos dois pontos deste texto,caracteriza-se, em termos gerais, o desen-volvimento vocacional na infância e ado-lescência e apresentam-se algumas suges-tões para o incremento de práticas dedesenvolvimento da carreira com jovense de uma participação mais adequada dosadultos naquele processo.

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O desenvolvimento vocacional na infân-cia e adolescência: anos de fantasia,exploração e ensaio

Como se caracteriza o desenvolvimentovocacional durante os anos do ensinoBásico e Secundário? Os primeiros dez adoze anos de vida têm sido caracterizados,do ponto de vista do desenvolvimentovocacional, como um período de Fantasiaou de Crescimento que inclui elementosde exploração, de orientação para o futu-ro, de autonomia e de auto-estima (Super,Savickas & Super, 1996, p.131-132). Astarefas desenvolvimentais mais típicasdeste estádio são:(i) formar as primeiras imagens ou vi-

sões sobre si próprio como pessoa;(ii) compreender o significado do traba-

lho;(iii) desenvolver uma orientação para o

mundo do trabalho-adquirir hábitos eatitudes de trabalho;

(iv) aprender a organizar o tempo de modoa terminar uma tarefa e, se necessá-rio, pôr o trabalho à frente da brin-cadeira;

(v) acreditar na realização através daescola e do trabalho;

(vi) tornar-se capaz de perspectivar ofuturo (a curto e médio prazo).

A participação nas actividades escolares ede lazer ajudam as crianças a observarvários aspectos da vida de trabalho daspessoas, a tomar consciência dos seuspontos fortes e fracos, das suas preferên-cias e das suas características de perso-nalidade e, a incorporar este tipo deconhecimento no seu auto-conceito. É nestafase da vida, também, que os alunos têmmais oportunidade para tentar ensaiar, emimaginação ou no jogo e nas suas acti-vidades, muitos dos papeis da vida dosadultos.

A análise da literatura vocacional e osresultados de investigação que realizamoscom crianças em idade pré-escolar permi-tem verificar que, quando entram no EnsinoBásico, muitas crianças têm já noções maisou menos claras sobre a existência dediferentes tipos de trabalho ou empregose são já capazes de descrever aspectosrelativos às vidas de trabalho das pessoas,em especial no que se refere aos entes maissignificativos (Araújo & Taveira, 1999).Durante os primeiros anos de escolarida-de, muitas crianças podem expressar jáescolhas profissionais, em geral, coinciden-tes com as profissões dos seus familiares,vizinhos ou conhecidos ou com as acti-vidades dos seus heróis. Os trabalhadoresque são poderosos, habilidosos, corajosose orientados para a acção, por exemplo,são particularmente desejados e emuladospelas crianças (Taveira, 1999, p. 176).Nesta fase da vida e do desenvolvimentovocacional, as escolhas assentam, numprimeiro momento, não num processo deanálise reflexiva de si mesmo, nem tãopouco na apreciação de gostos ou outrascaracterísticas pessoais, mas tão somentena fantasia, nos símbolos de poder, deautoridade e de prestígio reflectidos nasactividades desempenhadas pelos adultossignificativos ou por heróis reconhecidose, naquilo que parece excitante e agradá-vel. Por este motivo, é importante que osadultos encorajem, nas crianças, a fantasiae a exploração e evitem ajuizar aadequabilidade das suas escolhas ou in-troduzir elementos realistas prematurossobre o mundo profissional, porque aspreferências expressas durante este está-dio são, geralmente, instáveis e perenes.Como consequência, a intervençãovocacional durante a infância e os primei-ros anos da adolescência deve caracteri-zar-se pela oferta intencional e sistemáti-ca, através do currículo do ensino Básico,

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de informação e actividades que promo-vam a aprendizagem vocacional e, aindapelo envolvimento dos pais, professores eoutros agentes educativos nas práticas dodesenvolvimento vocacional. O objectivoprincipal não é, refira-se, iniciar mais cedoa orientação para uma escolha escolar ouprofissional mas, pelo contrário, evitar ocompromisso precoce com opções de vidae oferecer oportunidades para a explora-ção e o ensaio de opções e papeis de vida.A adolescência, por sua vez, tem sidocaracterizada, do ponto de vista do desen-volvimento vocacional, como uma fase detransição da Fantasia para o Realismo oucomo um estádio de Exploração, propícioà experimentação, ao teste de hipóteses,ao ensaio e, à definição e concretizaçãode escolhas-tentativa, baseadas cada vezmenos na fantasia e cada vez mais emfactores de carácter mais realista, como aapreciação dos seus interesses e capaci-dades e o nível de aspirações (Ginzberg,Ginsburg, Axelrad & Herma, 1951;Gottfredson, 1981; Super, 1957). Trata-se,além disso, de um período propício àemergência de valores e em que asmudanças, tanto no self como no mundo,podem ser utilizadas como um aspectofundamental do planeamento vocacional(Drummond & Ryan, 1995). Os adoles-centes necessitam de adquirir autonomiae independência não só dos pais comotambém dos seus professores e dos seugrupo de amigos e colegas, desenvolverum sentido positivo de identidade pessoale um auto-conceito, bem como mecanis-mos para lidar com os problemas do diaa dia. Para que se tornem cidadãos res-ponsáveis, é necessário que explorem bemos seus papeis de vida e as suas respon-sabilidades na sociedade e que antecipeme pensem no seu estilo de vida preferidobem como nas implicações de um futuroemprego nesse mesmo seu estilo de vida(Ibid.).

A investigação sobre os jovens portugue-ses tem demostrado que, na sua maioria,consistente com as aspirações que os paistêm para si, os alunos aspiram o prosse-guimento de estudos no ensino superior,em especial, no ensino público e univer-sitário, mesmo quando a sua históriaescolar e pessoal sugere que essa não deveser considerada como a única via ou a viade eleição para o futuro próximo (exs:Abreu, 1996; Afonso & Taveira, 2001;Azevedo, 1991; Cabral & Pais, 1998;Ministério da Educação, 1997; Taveira etal., 1994).É importante ajudar estes jovens e estasfamílias a desenvolver expectativasvocacionais mais realistas e também aju-dar os pais e professores a criar ambienteseducativos e de ensino-aprendizagem quemotivem os jovens a desenvolver os es-forços necessários para obter uma forma-ção e qualificações escolares e profissio-nais adequadas aos seus objectivos easpirações.Estar orientado/a para o futuro, ou seja,para os próximos objectivos e actividades,implica, entre outros aspectos, ter umaatitude positiva, de confiança, face a essemesmo futuro. Ajudar os professores e ospais dos alunos do ensino Básico e Se-cundário a criar ambientes que favoreçamos sentimentos de competência pessoal ede autonomia, importantes para o desen-volvimento da auto-confiança e motivação,pode ser, a nosso ver, uma das vias efi-cazes para criar as bases de uma orien-tação para o futuro naqueles alunos e,consequentemente, promover o desenvol-vimento vocacional na adolescência.Para este mesmo efeito, seria pertinentetambém que ao longo do ensino Básicoe Secundário, os profissionais de orienta-ção procurassem começar por abordar, nasactividades de exploração vocacional,informação relativa às opções preferidas

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pelos alunos e, ao mesmo tempo, as re-presentações, as crenças e a motivação dosmesmos face a opções menos conhecidase prestigiadas (ex: ensino superiorpolitécnico e formação profissional), sen-sibilizando-os para a importância da ela-boração de projectos realistas que permi-tam a sua satisfação e realização pessoal.Os resultados de uma linha de investiga-ção sobre a educação e o desenvolvimentovocacional de jovens, a frequentar o ensinoBásico e Secundário e Superior, que te-mos vindo a desenvolver, na Universidadedo Minho, de há alguns anos a esta parte,evidenciam, além disso, que muito embo-ra os jovens estudados registem percep-ções relativamente positivas face aomercado profissional e de emprego na suaárea vocacional preferida e atribuam muitaimportância aos seus objectivosvocacionais, estão pouco seguros de con-seguir atingi-los, ou seja, têm expectativasde resultados negativas no domíniovocacional, o que gera estados de ansie-dade antecipatória face às próximas deci-sões (Afonso & Taveira, 2001; Soares,1998; Taveira, 2000a; Taveira, Silva,Rodríguez & Maia 1998). Verifica-se,ademais, que este tipo de resultados émenos favorável no grupo das raparigas,quando comparadas com o dos rapazes(Taveira et al., 1998) e, à medida quediminui o nível sócio-económico de ori-gem dos alunos (Afonso & Taveira, 2001).Refira-se, também, que a maioria dosalunos dos diferentes níveis de ensinoapresenta planos vocacionais pouco defi-nidos e, apesar de estar relativamentemotivada para a exploração vocacional,possui fracas competências nesse domínioe necessidades específicas de informação.Os amigos e os familiares constituem osrecursos preferenciais para obter informa-ção sobre o mundo do trabalho. No en-tanto, a satisfação com a informação obtida

até ao momento é reduzida. Além disso,verifica-se que os alunos possuem visõespouco diferenciadas do mundo do traba-lho, não distinguindo, por exemplo, osconceitos de curso, profissão, emprego,carreira, posição profissional, quando sereferem ao mundo do trabalho. Quando seanalisam estes resultados em função decaracterísticas individuais e do contexto devida dos alunos, como o sexo, a idade,o ano escolar e o estatuto sócio-económi-co de origem, regista-se um padrão deresultados significativamente menos favo-rável nas raparigas, nos alunos mais ve-lhos e em anos escolares mais avançadose de estatuto sócio-económico mais baixo(Taveira, 2000b).Trata-se de um padrão de resultados queevidencia, sem dúvida alguma, o papel dasexpectativas de resultados nas atitudes ecomportamentos vocacionais dos jovens,mas também as necessidades específicasde educação e de desenvolvimentovocacional dos jovens portugueses ao longodo sistema educativo.

Comunidades e ambientes de aprendi-zagem propícios ao desenvolvimentovocacional

O modelo de intervenção vocacional quetemos vindo a defender ao longo destetexto consiste numa abordagempsicoeducacional da carreira (cf. Taveira,no prelo; Savickas, 1996), baseia-se naperspectiva da educação psicológica deli-berada (Sprinthall & Sprinthall, 1993) e,assenta na criação de ambientes educativospoderosos, de escolas relevantes do pontode vista do desenvolvimento vocacionaldos seus alunos e de comunidades propí-cias ao desenvolvimento vocacional dassuas populações (Bell, 2000).

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Neste contexto, começa a defender-se, porexemplo, que os profissionais de orienta-ção devem adoptar meios e métodos deintervenção para desenvolver ambientespoderosos de aprendizagem, orientadospara o significado, que têm como objec-tivo promover competências no indivíduopara que ele vá sendo capaz de inserir-se e desenvolver-se adequadamente noscontextos actuais de trabalho. E o quesignifica isto? Mais em concreto, significaque devemos apostar no desenvolvimentode “competências da carreira” que inclu-em quer a competência de autoria, queras competências de transição e de trabalho(cf. Meijers & Wijers, 2000).A competência de autoria é a capacidadepara estabelecer uma relação significativae útil entre os investimentos realizados naeducação ou formação, o papel de traba-lhador desejado e, a biografia ou estilo devida pretendido. Nesta perspectiva, oindivíduo é encarado como um actor, comcapacidade e competências para determi-nar um curso de vida no sistema laboral.Ao desenvolvermos métodos concretospara a promoção da competência para seractor da sua própria carreira, estamos acontribuir para a clarificação do auto-conceito dos indivíduos e para alargar osseus horizontes no que respeita a carreira.O desenvolvimento das competências detransição tem sido também bastante valo-rizado. Consiste na capacidade de quemprocura um emprego ou trabalho paracomunicar com potenciais empregadoresacerca do seu valor acrescentado, para oempregador em questão, quer no presentequer no futuro e, se necessário, realizarcompromissos e negociar finalidades eobjectivos, sem perder a direcção pessoalnem a sua identidade. Os modelos de ajudasão importantes para este efeito. Apoiarquem procura emprego a conhecer pesso-as e organizações, a formar redes de

comunicação e de trabalho, a aprender aapresentar-se e a explorar as necessidadese os discursos relevantes em cada domínioou grupo profissional e, ensinar como sepode combinar os resultados desses dis-cursos com os desejos e necessidadesindividuais, são aspectos a ter em contana intervenção vocacional. Trata-se deensinar os indivíduos a traduzir os seusvalores em acção, de oferecer oportunida-des de experiência mas também de refle-xão, de expandir as suas visões e pers-pectivas e de activar as suas motivações.Consiste, além disso, em ensinar às cri-anças e aos jovens a adquirir, a reconhecere a construir certo tipo de atitudes quepermitem que cada um se torne mais aptona identificação quer dos sinais de mu-dança quer dos sinais de oportunidade eo faça com sentido, propósito, e de modoenvolvido, com espírito, uma atitude queentretanto tem desaparecido bastante dasarenas de trabalho (Bezanson, 2000).Por último, as competências de trabalhoreferem-se à capacidade para se manterempregado numa dada organização em cir-cunstâncias de mudança, baseado num sen-tido fundamental de direcção e identidade.A nosso ver, as intervenções psico-educa-cionais destinadas à promoção de taiscompetências seguramente tornarão asescolas mais relevantes do ponto de vistado desenvolvimento vocacional dos seusalunos, evitando aquilo que Herr (2000)quis evidenciar, quando refere que estardesenvolvido do ponto de vista académicosem o estar do ponto de vista vocacional,é como estar muito bem vestido sem terlugar para onde ir.Outra ideia que nos parece importantequando pensamos em tornar o desenvol-vimento vocacional uma prioridade dosistema educativo é contribuir para acriação de comunidades propícias ao desen-volvimento vocacional de jovens (Bell,

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2000). Consiste em construir um círculo deforças a nível da comunidade em que oseducadores, os trabalhadores jovens e os paiscontribuem e apoiam as escolhas e o de-senvolvimento vocacional dos mais novos.É a cultura da infusão do desenvolvimentovocacional nos contextos educativos. Todosna comunidade têm um papel. As escolase os centros de formação e de apoio a jovensoferecem ligações, encaminham os jovenspara serviços de informação, de educaçãoe de aconselhamento de jovens. Os pais, pro-fessores e outros educadores são alvo elespróprios de acções de informação, deaconselhamento e de formação e passam apossuir recursos e ferramentas para ajudaros jovens a explorar informação sobre o self,sobre o trabalho e sobre os papeis de vida.É uma estratégia especialmente importantepara os grupos de alunos que apesar depoderem ter expectativas elevadas quanto aoprosseguimento de estudos, não prosseguemestudos após o 9º ou 12 º ano de escola-ridade.Os psicólogos têm um papel fundamentalna construção deste tipo de comunidades.Podem trabalhar com os professores e paisdos jovens e com os restantes agentes dacomunidade, a partir de uma perspectivadesenvolvimental, pelo menos, de doismodos distintos (Paisley & Hubbard,1994). Um deles é partilhar informaçãodesenvolvimental sobre as crianças e osjovens com os adultos. Outro é procuraravaliar e influenciar o próprio desenvol-vimento da carreira dos adultos.A partilha de informação relativa aodesenvolvimento vocacional pode ajudaros pais e os professores a compreendermelhor os jovens e as suas vidas e pro-mover expectativas mais realistas para eles.Muitas das vezes os adultos ficam bastan-te preocupados com certos comportamen-tos dos adolescentes que no fundo são bemnormais para o seu estádio de desenvol-

vimento. Outras vezes, ainda, os pais e osprofessores podem necessitar de informa-ção para identificarem acções que não sãoapropriadas ou desejáveis do ponto de vistadesenvolvimental. Do mesmo modo, se osempregadores puderem compreender me-lhor em que consiste o desenvolvimentovocacional, mais fácil será poder compre-ender qual pode ser o seu papel comoagentes desse processo nos jovens em gerale, nos seus empregados, em particular.A promoção do desenvolvimentovocacional dos adultos com quem ospsicólogos trabalham pode ser outra es-tratégia profiláctica de excelência naconstrução de comunidades propícias aodesenvolvimento vocacional. Requer aconsciência de que, quer os pais, quer osprofessores com quem trabalhamos estão,também eles, em diferentes pontos e comdiferentes trajectórias de desenvolvimentovocacional e global. O modo como com-preenderão a informação desenvolvimentalrelativa aos jovens e a sua actuaçãoeducativa para com aqueles dependerá,também, do tipo de desenvolvimentoprofissional e pessoal que estão a viver.O que significa isto para os psicólogos?Que necessitam de considerar nas suas in-tervenções, as características do desenvol-vimento dos adultos com quem trabalha-rão e também agir no sentido de promovero desenvolvimento pessoal e vocacional detais educadores, quer sejam os pais, quersejam os professores, quer sejam os em-pregadores. Consequentemente, necessitamde considerar no planeamento das suas in-tervenções oportunidades para tal.

Conclusão

Existe uma sensibilidade crescente para asnecessidades de desenvolvimento vocacio-nal dos indivíduos e não apenas para as

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necessidades da estrutura de oportunida-des de trabalho. A partir do que ficoureferido no presente texto, podemos con-cluir que é cada vez mais necessário, nocontexto das actividade de orientação,adoptar uma abordagem profiláctica epsico-educacional das questões relaciona-das com a carreira, proporcionando aosclientes- crianças, jovens e adultos, am-bientes de aprendizagem poderosos e sig-nificativos, do ponto de vista do desen-volvimento vocacional. Para isso, seránecessário apostar na intervençãovocacional baseada num programa com-preensivo, destinado a todos os alunos deuma escola ou comunidade, planeado combase numa análise prévia das caracterís-ticas e necessidades de desenvolvimentovocacional dos diversos grupos de jovense, sempre que possível, inscrito de ummodo intencional, no processo de ensino-aprendizagem decorrente. O envolvimentodos psicólogos neste tipo de intervençãoé uma necessidade. Em muitos casos, acolaboração de outros agentes facilitadoresdo desenvolvimento vocacional, comosejam os pais e os professores dos jovens,é uma condição essencial do sucesso deuma abordagem preventiva e promocionalna orientação. A criação de escolas ecomunidades propícias ao desenvolvimen-to vocacional das crianças e jovens passatambém por envolver os restantes agentesda sociedade na educação e desenvolvi-mento vocacional dos mais novos. Notrabalho com os diferentes adultos, ospsicólogos beneficiam da adopção de umaperspectiva desenvolvimental da carreirae podem recorrer a várias estratégias deintervenção indirecta. Duas delas foramrecomendadas no presente texto: a partilhade informação desenvolvimental e a pro-moção do desenvolvimento vocacional epessoal dos adultos envolvidos.

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