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No Rio $500 Nos Estados. . . . $600 ANNO XXV RIO OE JANERO. 20 DE NOVEMBRO DE ,929 NUM. 1.259 \ Al\Ml / ;:: V /// YsíY,.Y/Yv __P T__H__ _ff>/ ___¦ __P£_ *:-'~"'- _É___-K1 OTW ^-^^¦_F_r^Y___? 0 Lamparina, outro dia. foi pescar Mas os peixes mais espertos, não se approximavam do anzol. ^ .. .e Lamparina, cansada, amarrou a linha numa perna e poz-se a dormir Algum . . _______ O*^<4**«*JUUJULM'. V ____. M^m 1 ___ i^ __j_________P^li_l __________ V.^^Y ° '* .. . íempo depois a negrinha ae ordou, sacudida por uma força extranha.., / .. que arrastou-a para dentro d'âgua Era um peix» colossal. 1

F r^Y É -K ? 1 0OTWmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01259.pdf · carta registrada, cheque, vale postal ou em sellos do correio. SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO" fhamm TRAVESSA

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  • No Rio $500Nos Estados. . . . $600

    ANNO XXV RIO OE JANERO. 20 DE NOVEMBRO DE ,929 NUM. 1.259

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    Lamparina, outro dia. foi pescar Mas os peixesmais espertos, não se approximavam do anzol. ^

    .. .e Lamparina, já cansada, amarrou a linha numaperna e poz-se a dormir Algum . .

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  • O TICO-TICO — 2 — 20 — Novembro — 1929

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  • 20 — Novembro — i»29 O TICO-TICO

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    O \raAN£AS# © |I 7AAIÔ \"f/ MAIS |

    | ECONÔMICO V_F - UTIU fl| PRE5ÉNTE ^#

    BRINQUEDO j,

    1 AIMAHACHd^OTKDIKO" ItfXILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA

    — Órgão da alta cultura

    literária do paiz, publicando em rada edição quatro repro-

    ducções de pinturas de autores nacionaes

    GOMES PEREIRA. O V I D A D E S

    LIVRARL\ E PAPELARIA _ INTERESSANTE VARIEDADE DE OBJECTOS PARA PRESENTES ACREANÇAS, ÁLBUNS PARA COLORIR E ARMAR, UVROS, LÁPIS

    Roa do Ouvidor, 91 »e cores, etc,Divirta seus filhos, instruindo-os

    War//_iBBS__m£t_)í_i^f/Â__^Uv\nvuvwvwvvvvvvvvvvvwv

  • O TICO-TICO 4 — 20 — Novembro 1929

    TENDES FERIDA^ ESPINHAS,MANCHAS. ULCERAS, BCZEMAS, \aatüsa qualquer moléstia do origiwn

    SYPHn^ITICAí -_¦•-:-« o poderosg

    Elixir de Nogueira

    4o Píiartne». K_skÊ| Chi mi to

    J«i« d*

    BlXcSIS3_OH

    Bt pijww» Jm

    DORMEM EM VEZ DE ESTUDAR

    S2va Sj-veixa

    GRANDEDBPURAT-VO DO SANGUE

    IW_WIVVVWVVWVVWVWV>-WM^^

    Vinho CreosotadqjM PHAR-T. CHIM.

    JoSo da Silva SilveiraPODEROSO FORTIPI.CANTE PARA OS ANE-MICOS E DEPAUPE-

    RADOS.i Empregado com sucocmo nas'Tosses, Brooçhket • Fm-

    queza Gemi.

    K

  • O TICO -TICO

    (PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")Redactor-Chc-e: Carlos Manhães — Director Gerentes Antonio A. de Souza e Silva

    Assignatura — Brasil: 1 anno, 25$000; O mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, 60$000; 6 mezes, __$000As assignaturas começam sempre no dia I dc mez em que forem tomadas e serão acceitas animai ou semestralmente. .üDA ACORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheirjj, (que pode ser feita por vale postal ou carta registrada oom valor de-clarado), deve ser dirigida & Sociedade Anonyma O MALHO — Travessa do Ouvidor, 21. Endereço telegraphico: O MAIJHO —Klo. Telephones: Gerencia: Central, 0618. Escrlptorlo: Central, 1037. Redacção: Centrei, 1017. Offlclnas: Villa, 6.4J,Succursâl em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti -— Rua Senador Feljó n. 27, 8' andar, Salas 86 o 87.

    CiÇOQf^Êk^OOOANIMAES DES CONHECIDOS

    Meus netinhos.O homem da época actual parece ter com-

    prehendido, com muita razão, que deve cami-nhar, avançar para as descobertas que dão con-forto á humanidade. Cada dia que passa é assi-gnalado pela conquista de mais um louro nacoroa dos descobridores. E no afan de pesqui-zar, os estudiosos buscam a solução dos proble-mas scientificos e pesquizam as origens do pas-sado. O mundo primitivo, seus habitantes, seususos e costumes estão ainda nebulosamenteconhecidos. Dahi as investigações que a todosos tempos se veiu fazendo para esclarecel-o.

    Ainda agora, meus netinhos, uma expedi-ção scientifica percorre a Mongólia fazendopesquizas acerca de certos animaes prehistori-cos e tem encontrado enormes esqueletos emcondições de lhe permittirem a reconstituiçãodos monstros que outr'ora viveram naquellasregiões.

    Está nesse numero o mastodonte de quei-xo em forma de pá. A sua cabeça assemelha-

    va-se á do elefante, com a tromba e as presas,mas a maxilla inferior alongava-se como umapá, guarnecida de dois dentes chatos de trinta ecinco centímetros de largura cada um.

    Uma espécie de balochiterio, de seis me-tros de comprimento e cinco de altura nas espa-duas, podia, estendendo o pescoço, alcançar fo-lhagens a nove metros de altura. Este animal,especial da Ásia, suecumbiu quando a Mongo-lia se converteu em deserto e toda a vegetaçãodesappareceu.

    Finalmente, o embolotherio, de que tambemse encontram vestígios na America, possuía umnariz consistente de 60 centímetros de compri-mento. Assemelhava-se ao rhinoceronte, mas oseu nariz em forma de maçã não era absoluta-mente uma excrecencia cornea e sim uma partedo esqueleto. E outros, muitos outros animaesinteressantes hão de ainda existir em esqueletoque, reconstituídos, poderão trazer muita luz áhistoria do mundo primitivo.

    Vovô.

  • O TICO-TICO

    v20 -~ Novembro — 1929

    kW- ^k \M """£ P™^-^^^^^*« ^mmW ""

    m \m~' Ví^? -^rt I 0pn*/ \s*MJÍ*|K J *J)# OTICOTICONASCIMENTOS

    ** * Acha-se enriquecido o lar do Sr. Manoel da Ro-cha Soares e da Sra. Irene Fontes Soares, com o nasci-mento de uma menina, que receberá na pia baptismal onome de Dayse.

    ® $> O lar do deputado Pessoa de Queiroz está en*riquecido com o nascimento de uma menina que recebeu oDome de Elza.

    ** ® O Sr. Carlos Fiorito e Sra. Cacilda Seixa Fiorito,sua esposa, têm o seu lar enriquecido pelo nascimento deuma menina, a que chamam Therezinha Mercedes.

    ANNIVERSARIOS

    $> * Passou a 4 deste mez a data natalicia do meninoRomulo, filho do Sr. João Pereira Ma-chado.

    ^ Passou a 12 deste mez o anniver-sario natalicio da graciosa Thalita de Oli-yeira, nossa assignante, residente em Angrados Reis.

    ® *$ Fez annos hontem o menino Jay-me, filho do Sr. Orestes de Medeiros.

    ** Completou hontem seis annos ointelligente Adauto, filho do Sr. AntônioMesquita.

    ** ^ Festeja hoje a passagem de suadata natalicia a graciosa Hilda, filhinha doDr. Eduardo Vieira de Almeida.*$> Haroldo, intelligente filhinho doSr. Anacleto Soares Guimarães e de suaesposa D. Maria José Sauer Guimarães,festejou no dia 15 do corrente seu anniversario natalicio.

    NA BERPINDÂ.,,.

    «¦ Estão na berlinda as seguintes meninas da Ru

    EM LEILÃO...,

    *$ Estão em leilão as seguintes moças e rapazes daAvenida 28 de Setembro: Quanto dão pela "pose" da EdithA.? pelo tamanho do pé do Marilho? pela elegância do Joa-quim C. ? pela magreza da Lenita? pelo acanhamento daNilsa? pela gordura da Leonor? pela graça encantadora daYolanda C? pela elegância da Edméa? pela voz da Bem-vinda? pelo sorriso da Alina S.? pela sinceridade do NestorS. ? pela delicadeza do José S.? pelo bonito corpo do EdgarS.? pelo porte do Malta? pelos olhos da Edith? pelo encantoda Nadyr C? pelo corpo da Ondina? pela côr da Odaléa?pelos tremeliques do Raul S.? pela côr dos olhos da Con-ceição? e, finalmente, quanto dão pela indiscreção doleiloeiro ?

    *""** ® Estão em leilão as senhoritas e rapazes moradorese freqüentadores da Rua Luiz Barbosa:Quanto dão pela "pose" da Oyára? pelasgargalhadas da Léa? pelos sorrisos daAurinha? pelos olhos sonhadores daYolanda C? pelo terninho cinza do Zézé?pela altura do Daniel? pela sinceridadeda Edith? pelo ciúme do Octavio M.?pelas brigas do Walter? pelas graças daSylvia P.? pela voz da Islia? pelos olhosdo Armando? pela graça da Marianna?pela pelle da Marina? pela altura do Ruy?pela sympathia da Virginia? e pela ele-gancia do Alberto S.? — O linguarudo.

    NO JARDIM...

    *$ ® Foram .encontradas num jar-dim da Tijuca as seguintes flores: Zelia, uma açucena; Ar-thur, um lyrio; Noemia, tima hortencia; Paulo Antônio, umcactus; Maria de Lourdes, uma açucena; Almerindo, umcopo de leite; Rosinha, uma margarida; Luiz, um cravo ver-melho; Arlette, uma accacia; Valdo, um crysanthemo; Lygia,

    Gonçalves Ledo: Stella, por ser amiga do espelho; Yolanda Uma camelia; Estevão, um resedá; Marilda, uma magnolia;por ser falante; Nancy, por ser querida; Marina, por serestudiosa; Nadyr, por ser faceira; Yvonne. por ser elegante;Ceha, por ser delicada; Maria de Lourdes, por ter appa-rencias com D.di Caillet; Nelly, por ter olhar brejeiro;Wanda, por ser engraçadinha; Waldemar, por ser engraçado;Rubem, por ser um lindo moreno; Nisia, por ser bonita-Clea, por ser alegre; Maria Umbelina, por ser graciosa!Carlinhos, por ser sympathico; Zézé, por ser amável* Nene.

    Ubaldo, um beijo de frade; Dora, uma violeta; José, umamor-perfeito; Giselia, uma rosa chá; Carlos, um bouquet denoiva; Mathilde. uma palma de Santa Rita; Oscar, umbogary; Luizinha, uma begonia; Savio, um mal-me-quer.

    NO CINEMA..'.

    ? ? Estreará brevemente num dos nossos cinemas umaPOf

    * V*gí,aC'a-Ve'' ^re'son' P°r ser jovial. — Uma incógnita linda comedia posada pelos seguintes meninos e meninas

    tni r «..i, de meninos e meninas moradores em1:. ... TTbfl: Juho> por.ser ''nteiligente; Déa, por ser gra-ciosa; Heitor, por ser dansarino; Helena, por serJuqu.nha, por ser elegante; Ruth, por ser bonita; Raul, porsei obediente; Latira,, por ser bondosa; Carlos, por ser sym-pathico; Cremilda, porser querida; Francisco,por ser engraçado; Ma-ria da Gloria, por ser bo-nitinha; Roberto, porser attencioso; Branca,por ter as unhas bonitas;Mario, por ser câmara-da; Dulce, por ser pia-nista; Paulo, por terolhos pretos; Ritinha. porser uma linda morena.

    Ha muito tempo, "seu" Coelhinho,

    Ando zangado e comtigo implico

    Porque não compras para o filhinho

    O. "Almanach d'0 Tico-Tico".

    ¦^vvvvvvvvvvv^-j-i-vvvv***^

    Devanaghi, a Billie E

  • 20 — Novembro — 1929 7 -*: O TICO-TICO

    D O N O R M 1 A

    Não sei por que vive a gentePensando que a formiguinhaE' muito trabalhadeira,E' o typo da honestazinha...,

    Honesta é toda pessoaQue em trabalho diligenteEncontra modos sensatosDe um viver calmo, decente.

    Mas tal viver, eu duvidoQue se tenha observadoNessa pequena formigaQue só come o que é roubado.

    Todo grão, toda migalha,Que ella encontra no caminho,Apanha sem mais aquella,Carrega, leva p'ra o ninho.

    No entanto o grão. a miga ..aTêm, com cereza, seu donoMas para a esperta formigaE' seu o que está no abandono.

    Toda gente de juizo ,Respeita do alheio o bemMas a formiga, insensata,Nunca esse escrúpulo tem.

    Nem só carrega à formigaO que encontra no abandono,Vareja pacotes, latasDe doces, que têm seu dono.,

    Pois foi essa espertalhona,Que tudo que encontra agarra,Que se fez de sabidonaE falou mal da cigarra.

    Você não vê, formiguinha,Que nunca teve razão?Vê se é a tua ou a da ciganA mais leal profissão!

    Nunca fizeste outra cousaSenão roubar e guardar.. „,E a linda e alegre cigarraNão rouba e vive a cantar.

    Qualquer juiz te condemna'A's penas de uma prisão,

    Mas a cigarra, duvidoQue encontre condemnaçãa.

    Num julgamento sinceroDa publica opiniãoA cigarra é absolvidaE tu vaes para a prisão!

    R O M N H E S

  • O TICO-TICO 20 .Novembro — 1929

    Façanha Maordinaiia de um Esco-teiro Brasileiro

    .... quando ouvi um tropel de cavallos, e aoistetum grupo numeroso de pessoas...

    A. DE RONDELE

    IllustraçOes

    ãe

    Cícero Valladares

    CAPITULO II

    Não tinha eu voltado a min?, doespanto que me causara tão inverosi-mel acontecimento, pois a devoluçãodaquelle documento era o mesmo quauma quitação do empréstimo,, que oVelho Manoel Pedro se recusara a pro-rogar... quando ouvi um tropel dacavallos, è avistei um grupo numerosode pessoas que apeavam. defrontç davaranda de minha casa.

    Sem saber o que fazia, metti odocumento debaixo de alguns livros, nomeio de outres papeis, em cima da mesa,e fui ao encontro dos recém-chegados.

    Quando vi entre estes o doutor Oli-veira, promotor da Comarca, o capitãoMarques, subdelegado de policia, e osargento Quirir.o, commandante dodestacamento, com duas praças, perce-bi que algo de extraordinário se havia,passado; e tive um máu presentimento,notando, entre algumas pessoas da Vil-Ia. a figura antipathica do AntônioRoldão.

    O promotor, dirigindo-se a mimsem mais rodeio, inquiriu-me á quei-ma-roupa:

    Seu Ignacio, que foi você fazer 'hoje no sitio do Manoel Pedro?...

    Intrigado, perguntei o que ha-via acontecido de extraordinário: maso promotor insistiu:

    Quo é quo você foi fazer lá?l

    Respondi-lhe, en-tão, que- tinha idotratar da liquidação-de um empréstimo, quetinha com o velho usu-sario.

    —Mas, ao que pare-ce, retrucou o promo-tor, os negócios não an-daram muito a seugosto, porquanto eusei que você, quandosahiu- do sitio delle, es-tava muito agitado eia apressado.

    Insisti por sa-ber a ra.ã-i de todas aquellas pergun-tas; ma*, nesse momento, o capitãoMarques, que, sem eu vêr, entrara noquarto que me servia de escriptorio,de lá voltava, tendo na mão os papeisque eu recebera de maneira tão extra-ordinária... c bruscamente; me disse:

    — A razão de tudo isto, ê que vocêfoi pedir ao Manoel Pedro a prorogaçãodo empréstimo e, como o velho recusas-se. você o assassinou, para se apoderar »deste documento, c do dinheiro que eltetinha em casa!...

    Se não bastasse o encontro deste.papeis em seu poder — o Roldão vizi-nho do velho Manoel Pedro bem notoua sua grande agitação e a pressa comque acelerou o seu cavallo ao passarpor elle.

    Um raio que me cahisse acs pás.não produziria o effeito daquellaspalavras!!! O subdelegado e opromotor, falando ao mesmo tem-po, me acabrunhavam de pergun-tas; e eu estava tão aparvalhado;que não sabia oque dizer, sinão.— jurar a mir.ha innocencia...

    Foi immenso e inenarrável odesespero da minha familia, quan-do me viram partir para a Villa,no meio dos soldados, como um crimi'-noso!... •

    .Meu filho, porém, cabisbaixo, _-

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    Léa e Odette, filhinhasdo Sr Adolpho Pennerde Magalhães.— Capita] Therezinha, filhinha do casal Capeche.

    Lizinha, filha0 nosso amiguinho e leitor Braz do Amaral do Sr. AméricoCanna Brasil, no Jardim de Luxembourg em Padula.Paris, de onde nos enviou esta photographia. Araras — S. Paulo.

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    5. Pan/o Festa promovida pelaAssociação dos Amigos da Escola,

    no grupo Rodrigues Alves. Ir^ ÍaW è-» •« E**- 3

    _______ ^__m__ __T^^^E_t3_____\ mim Li/alai Ast-V- zi,ah< Ewerton e Sônia, filhi-^fl Bl I V^^P^I II nh°S d° Sr' A' ArlimP0-* F'leury¦ JL IlHl n0SS0 aKentíl e representante em

    ____ ^fca^^^/sB^^a Goyaz — Cap.Kà^aJI .^tfiiBaa^^

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    EaflaBk ^^^aal ^-^^V aaHBaaH I*--BV

    ^^^^aafll lourdes, Nelson e Flavio, BI B3B BaaB l\H -' filhinhos do Sr. Antônio fl ___, J ^Kb^La ^K

    Rodrigues. B^"^l^f ICatanduva — S. Paulo. 9 _f ^VlWÊ laaHnr^ B¦laaBBa«iaBalaMaa,a,a,a^aTaaTaWaWa^i^a^aTaT»^aaTaT»^aaTaTaTaT^a^a^ t^^^ * '**ã^^H| *Ka^^^ VflT ^^H

    liantus, filhinho do Sr. Daud JflÉ H^vV^^^-B ^y i"flG. Naaser. ^^_^ Ü3| v.jti^afe- ______ ¦ &H V ^BParaguaasú — Minas. _^afl BaaV I Aatat • ^Bly ^H ^1 L. 11

    IBaBH I H *~ Hr«9BM "¦" aaV

    ¦ IQ ^B v'» vH BflaW uMa^Éa*—^aràl arBaVravIF IU i / «jw^l B ^tfal Er»B*" -#'*^ B ^

    Leda, • alejrria do lar doDr. Waldemar Fontoura

    d* Vanconcílloa.P. Alegra, R. G. do Sul.

    Dalva, filha do Sr. JoioFrancisco de Lima.

    — Capital. —

  • 2o — Aovemhro — 192Ü 11 0 TICO-TICO

    HISTORIAS— DE —

    NOSSA PÁTRIA

    O Boi

  • O TICO-TICO — 12 — 20 — Novembro — 1929

    f~~

    iSS? '. 7T~ - '" - -v *S&>'*-'la*&K1 \ '¦¦¦•Tm

    QUEM TUDO QUER, TUDO PERDERosa era uma menina má e ambiciosa.Ella era incapaz de ser generosa; tudo quanto

    possuía era só para si.Um dia, passara pela porta da vizinha e vira que

    Laura tinha uma boneca mais bonita que a sua.Poz-se a olhal-a com inveja.Laura, que era uma menina muito boazinha, ob-

    servou que aquelle olhar não era de admiração, masde inveja e rancor e, por isso, disse-lhe: Rosinha,a tua boneca também é bonita, deves gostar muitodelia!

    Não gosto, odeio-a, acho-a feia, disse ella, mas pa-pae vae me comprar uma maior e mais bonita.

    Dizendo isto, com um ar contrariado, foi-se em-bora.

    Chegando á casa, apanhou a sua boneca e foi parao jardim.

    Sentou-a numa cadeira e começou a chorar di-zendo:

    *— Eu não gosto de ti; és muito feia e estás como vestido velho e desbotado. Eu desejo uma bonecacomo a de Laura!

    Nisto ouviu uma voz:Pede que eu te darei, pois, poderei dar-te mui-

    tas cousas. Sou um genio enviado pela "fada maravi-

    lhosa". que satisfaz os desejos das meninas que nãosão egoístas.

    Eu queria uma linda boneca e... (reflectiuum pouco) mais alguma cousa.

    Ha pouco, disse o genio que se tinha apresen-tado sob a forma de um pássaro, pedias, chosando

    apenas uma boneca, agora, já queres mais... Tomaesta penna que te satisfará tres desejos.

    O genio tinha percebido que Rosinha era muitoambiciosa.

    Ella recebeu a penna e pensou logo em burlar opássaro, pedindo muitas cousas.Eu quero, disse ella, que o meu jardim seja omais bonito deste logar, que fique eheio de flores...;

    Immediatamente o jardim se transformou maravi-lhosamente e as flores eram de uma belleza e aromasingulares.

    Eu quero, ainda, uma boneca que seja maior e maislinda que a de Laura, quero fazer-lhe inveja...

    No mesmo instante, appareceu, na cadeira em queestava a outra, uma boneca linda e rica que a fasci-nava!

    Mas Rosa ainda não ficou contente e pensou'Poderei pedir as bonecas mais lindas do mundo — eformulou o pedido que foi a causa da sua ruína 1

    Pois nesse mesmo instante, tudo desappareceu. vol-tando ao estado primitivo, e Rosa, que estava encan-tada com o jardim e a boneca, começou a chorar, la-mentando-se.

    Que máo este "genio pássaro" que me deu earrebatou tanta cousa. ,

    Olha, disse-lhe o pássaro, é para aprenderes anão ser egoísta! ,

    A principio querias uma só coisa, depois, dese-jaste um mundu de coisas e por isso perdeste tudo....

    Na vida, só devemos desejar o que realmente pre-cisamos, pois quem tudo quer tudo perdei

    RACHEL PRADO

  • 20 — Novembro — 1929 13 — O TICO-TICO

    MODA INFANTIL

    Io. Linda Garçonet. Blusa de li-nho branco, calça de linho azul na-tier, bordada ao lado um patinho.

    2o. Vestidinho de cambraia delinho com casinhas de maribondos.

    3°. Garçonet de linho brancocom calça bem curtinha e botõesde marfim.

    4°. Sobretudo meio Godet deflanella de xadrez — chapéo domesmo pano.

    BORDADOS

    Pelle de burro, bordado inspira-do no conto de Perrault.

    K^WsJw éf*&, íC^^h ftÉik

    e\EfaS!í£_ai_£_i5ÍZ5ZS3Z5ii525í!£ZSi?5Z^

    O Almanach do O TICO-TICO para 1930 sahirá em meiados de Dezembro._

  • O TICO -II. O 14 20 — Novembro -- 1929

    Captada por um,a OnçaUma menina estava brincando no

    terreiro da fazenda, quando viu,perto do chiqueiro, uma grandeonça e começou a gritar até quesua mãe a veio soecorrer.

    A mãe da menina appareceu ar-mada de páo, mas nada pôde fa-zer porque a onça arremessou-secontra ella derrubando-a ao chão,sem sentidos, e arrebatando a me-nina, levou-a segura pelos vestidosaté a toca onde morava com osseus pequeninos filhos.

    Não lhe fez mal.Deixou-a tranquillamente ao lado

    dps seus bébés que se pareciamcom os gatos domesticados e comelles a menina brincou durante anoite.

    Ao amanhecer a menina viu umser resplandecente, dc maravilho-sa belleza, envolto numa tünica deluz que disse; acompanhe-me queeu te levarei á casa de teu pae.

    Era "Nossa Senhora", que tinha

    ouvido o appello e as lamentações: de seus pães e veiu buscal-a.

    A menina sahiu da toca da onça,sem que esta presentisse e dirigiu-se por um caminho que havia nomatto quando ouviu, filias, gritos— de pessoas chamando pelo seunome.

    Era a batida no matto que seupae louco de dor, chefiava desde avéspera para encontral-a.

    Quando a viram incólume, nin-guem quiz acreditar no que viam.

    Parecia um sonho!Mas, a menina contou tudo o que

    lhe havia acontecido e o pae veri-ficou que ella tinha sido guardadapor

    "Nossa Senhora", a virgemsantíssima;

    E isto, vem lhes provar, mensmeninos, que os animaes têm bemdesenvolvido o sentimento da ma-ternidade, a onça é uma mãe dedi-cada e affectuosa, levando a me-nina para o lado dos seus filhos

    e!!a não quiz fazer mais do que di-vertil-os com aquelle animalsinhohumano que lá no seu modo depensar ella considerava extranho eengraçado...

    E os animaes mais ferozes quan-do têm filhos pequenos ao seulado, são mais tímidos, menos co-rajosos pois que lhes accorre o sen-timento de responsabilidade e fi-cam receiosos de entrar em luta edeixar os seus pequenos sem de-'íeza.

    Conta-se até uma lenda da maca-ca que vendo o caçador querendoalvejar o seu filho pequenino cor-reu para junto delle pondo-se áfrente e defendendo-o com o seucorpo.

    Quem lhe teria ensinado tão su-J_lime sacrifício?

    Apenas o instineto, o grande sen-timento de amor materno que estálatente até nos irracionaes.

    Rachel Prado.

    voe N A C" MEO meu amigo Bananasempre foi uni paspalhão*E' falho de iniciativa.Acanhado, toleirão-

    O seu todo apalermadoA ninguém, de certo, engana,E lhe foi muito bem postoO appellido de Banana.

    Podia ser mais completo,O nome simples demais;Pois ficaria melhor:"Banana

    podre", aliás.

    Nada elle faz por si só,Precisa ser instigado,P'ra fazer qualquer trabalhoHa de ser sempre mandado.

    Não sabe dó que se passaIgnora o que se lhe diz,E ficando atrapalhado,Coca a ponta do nariz.

    (Monólogo)

    Quando faz alguma asneira,Com cara desconsolada,Explica, depois, á gente:

    (Cocando o nariz):Você não me disse nada!

    P'ra tomar o trem nocturnoAcorda de madrugada,E diz, si alguém acha cedo.

    Você não me disse nada!..

    Por não ter ido a uma festaEm casa de um camarada,

    S'S E N A D A T . .

    Pediu desculpa exclamando.— Você não me disse nada!...

    -_-_-_--! ""^ W\ _-_-_-_----.

    Chega outra vez a uma dansaDepois da mesma acabada,E explica ao dono da casa:

    Você não me disse nada!....;

    Toda a gente já sorriDa sua cara engraçada,Repetindo, a todo o instante:

    Você não me disse nada!...

    Quando a morte vier, um dia,Elle dirá: — Que massada!Não posso ir já porque aindaVocê não me disse nada.

    E assim, o amigo Banana,Na vida uma vez somente,Demonstrará ser esperto,Ficando para semente...

    M. MAIA.

  • 20 — Novembro — 1929 — 15 — ü TICO-TICO

    n8 77q^5rdCxn &HP0C&EDO ULTIMO MCOE.LO

    A PERFEIÇÃO

  • O TICO-TICO 16 — 20 — Novembro — 1929

    O CASTIGO DO/VALERIO

    •myfCfV^y >xL_*fOa»aWwifircr"So».'/

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  • 20 — Novembro — 1929 — 17 — O TICO-TICO

    ^D^_a_-_*á|S&Í^__

    i ^"_r^^H b_k' G

    DIAMANTE

    MARAVILHOSO Mfe"

    fKk.

    Existia outr'ora em Bagdad, grande e opulenta cidadeda Ásia, um homem que era dono de uma eousa maravilhosa,um soberbo diamante, capaz, pelo seu tamanho e esplendor, deimpressionar a todos que o vissem. Esse homem vivia á custados que vinham de todos os paizes para ver se era verdade queexistia a pedra tão fascinadora. Mas, em vez de ser grato e tra-tar bem aos visitantes, agia com elles de modo bem censurável.,

    O infeliz que visse o tal "diamante", ficaria desageitado,isto é, não tomaria mais a forma humana e o avarento, servindo-se de um narcótico mortal, tomava posse do dinheiro, que guar-dava na bocea de um dragão encantado pelo diamante, que eraum gênio do mal.

    Certa ocçasião passou por aquellas bandas um homem, quetodo o povo dizia ser o dono de um papagaio encantado que, quandofalava ressucitava os mortos. Ora, o dono do papagaio, cançadoda viagem, foi pedir pousada na casa do avarento que possuíao diamante maravilhoso. O avarento acolheu-o com alegria,pois teve logo o intuito de se apoderar do papagaio mágico. Aave, segundo diziam, cantava encantadoramente e transforma-va-se todos os dias num lindo topazio, maior talvez que o dia-mante do avarento.

    Quando o avarento verificou que o seu hospede dormia, en-trou vagarosamente no quarto para roubar a ave cobiçada.]Esta, porém, vendo o avarento, começou a cantar e todas as vi-ctimas do cruel possuidor do diamante ressucitaram, dispostasa castigar o seu algt

    O avarento, que não esperava tão justo castigo, lembrou-sede chamar pelo seu diamante, mas este, com o canto do papa-gaio, tinha-se partido em pedaços e diluia-se em água. O ruidoda seena acordou o hospede, que, percebendo o que se passava,prendeu o cruel avarento, que recebeu o castigo de seus crimese de sua maldade, no cárcere...,j

  • o PRESEPE D O¦ mmsmÊSsmmsmm

    natal (Pagina n. 12)

    ^- ¦*

  • O TICO-TICO 20 — 20 -• Novembro — 1329

    ¦N»_^.t/UBUETO1»^%\M* >-*- -~-^ % \.-_

    Seditsira Senun — (Guaratinguetá): Recebemoso trabalho a que se refere e vae ser examinado.

    Bahianinha — (Bahia) E' o seguinte o horosco-po das pessoas nascidas a 18 de Janeiro:

    "Têm nobre-za de caracter, delicadeza, além de serem sonhadorespor influencia de Saturno.

    Apezar de amigos do progresso são retrahidos,tímidos, melancólicos e contemplativos por influen-cia de Urano. A justiça não lhes é favorável nunca,pelo que devem evitar questões no foro, assim comoevitar o mar porque estão sujeitos a perigos na água.

    As mulheres são pacientes, amáveis, generosas eleaes".

    Sua letra denuncia temperamento vivo, irrequietocheio de alegria de viver, de ambição e de enthusias-mo. Impulsiva, resolve sem reflectir, achando queestá muito bem feito aquillo que faz.

    Teimosa, com um pouquinho de vaidade e pre-tensão que podem ser facilmente corrigidos pela suaforça de vontade de que ha evidentes signaes na suaescripta.

    Arareuse — (S. Paulo) Chegou hoje sua "op-

    portunidade". Stia letra revela desconfiança, dissimu-lação, receio de que o julguem tolo, "arara", por mo-rar em Araras... Ha signaes de bondade, indulgência,generosidade, doçura, mesmo. Indecisão, espirito in-satisfeito, impaciente.

    Muito meticuloso e amigo das minúcias nas me-nores cousas. Dedução lógica e concatenação de idéas.

    O horóscopo dos nascidos a 19 de Maio é este:"São influenciados por Mercúrio que lhes dá duasnaturezas diversas e em contradição. Nunca estãosatisfeitos; são volúveis, inconstantes. Venus lhe pro-porciona bom coração e os faz gastadores, semnenhum senso pratico da vida".

    Ason Acnarb — (Rio) Sua letra vertical é sig-nal de energia, frieza, reserva, o que se confirma aindanos cortes dos tt, revelando ainda força de vontade, .teimosia. E' ainda bondosa, com um pouco de nervo-sismo, de acanhamento, de timidez. O horóscopo daspessoas nascidas a 23 de Agosto é o seguinte: "Têmespirito pratico e são utilitaristas, influenciadas porMercúrio que lhes dá ainda amor ao commercio, olhamindifferentes o mal e o bem. Têm o defeito de gostarde se metter com a vida alheia pelas suas faculdadesde observação e perspicácia. Por influencia do Solsão enérgicas e robustas. Nas amizades pouco expan-sivas, porém, sinceras. As mulheres são amigas doluxo e se preoccupam muito com as apparencias,tornando-se, assim, vaidosas.

    Maria da Penha — (Rio) Letra rápida denotan-do actividade, cultura, cnthusiasmo, talvez um poucode precipitação refreada sempre pelo seu caracter so-brio e firme.

    Ha tambem lealdade, clareza, polidez, constância,exectidão.

    Um pouco de phantasia, espirito poético. Perso-nalidade bem marcada, o que se evidencia do traçocom que firma sua assignatura. Elegância natural, no-preza de attitudes.

    Mimma — (Rio) Sua letra movimentada revelaimaginação viva, agitação constante, loquacidade, ale-gria; ha tambem curiosidade, um pouco de impacien-cia, volubilidade, inconstância. Nota-se ainda delica-deza de sentimentos, amor ao conforto, ao luxo,mesmo e ás grandes viagens. Intelligente, activa,prompta nas resoluções, não deixando para a amanhão que pôde ser feito hoje; não é mesmo assim?

    Paulistinha — (S. Paulo) Ainda está em forma-ção seu caracter. Vê-se, entretanto, bondade no arre-dondado da sua letra. Alguma desconfiança, dissimu-lação, medo, receio. Será generosa e amável.

    Paulistana — (S. Paulo) Ha qualquer cousa deegoísmo em certos traços sinistrogyros da sua gra-phia... Nota-se, entretanto, finura, delicadeza, phan-tasia ardente, pouco amor á verdade, temperamentomaleavel, accommodaticio. Espirito critico, satyrico,amor á vingança, o que é, aliás, um traço caracteristi-co de família; amor próprio muito susceptível...

    Lourinha — (S. Paulo) Creio que lhe respondijá ás consultas feitas. Quanto á minha idade é já bas-tante avançada e com muita constância venci todas asdifficuldades da vida. Sua letra redondinha revelabondade, indulgência, doçura, molleza, talvez, até, umpouco de preguiça, não? O horóscopo dos nascidos a22 de Setembro é este: "São de muito bom pensar,cheios de espirito de justiça e equidade. Têm bastan-te senso pratico por influencias de Mercúrio que lhesdá ainda amor ao commercio. Gostam de mandar,porém com doçura, sem autoritarismo. Revoltam-se contra os hypocritas e fingidos, tendo, por isso caracterfranco, nobre e leal. Serão optimas educadoras.

    Yayá (Pombal) — Devia ter escripto em papel sempauta para ser feito o estudo da sua letra.

    Quanto ao horóscopo das pessoas nascidas em 5de Novembro é este: "Gostam de ser as primeiras sem-pre em tudo, não se submettendo a obedecer ordens, po-rém, amigas de mandar. São engenhosas, intelligentes,com propensão para a literatura e para as artes. Ami-gas das lisonjas, apresentam-se sempre bem para se-rem admiradas e elogiadas".

    Syla (?) — Sua letra revela mesmo bastante teí-mosia, capricho, pouco caso aos conselhos que lhe sãodados, achando que o que fez estava muito bemfeito eerguendo os hombros com desdém ou enfado, quando in-sistem nas observações que lhe são feitas. Tem, entre-tanto, bom coração, e pôde, si quizer, corrigir essas fa-lhas do seu caracter. Deve procurar, mesmo, se emen-dar para ser feliz. E' de gênio alegre, enthusiasta, aman-do a vida e que ella tem de bom e de bello. Muito ami-ga de doces e gulodices.

    O horóscopo dos nascidos a 2 de Outubro é este:"Têm grande enthusiasmo por tudo, muita actividade eperseverança, não perdendo os ensejos de obter o quedesejam. Inconstantes nas amizades, facilmente esque-cem os bons amigos. Honestos nos seus tratos e nego-cios, são, entretanto, pouco amigos de pagar suas divi-das"..

    Dr. Sabe-tudo

  • 20 — Novembro — 1929 21 — O TICO-TICO

    "MARIAZINHA", A MENDIGA DO CÉOEra orphã e bonita 1.1 !Aos doze annos tivera a desdita de perder seus bons e

    extremosos pães, victimas de cruel e pertinaz enfermidade.Desde esse d:a ella, comprehendendo toda a extensão de sua

    dôr e infelicidade, tomara uns ares de moça e tornara um

    modelo de religião, bondade e ternura, yivera, até então,

    entregue aos cuidados da madrinha,, caridosa e santa crea-

    tura, mas doente e sem forças para criar o filhinho, desde

    que o esposo se fora, colhido á vida, forte e robusto, porum amigo que o invejava e temia.

    Mariazinha procurava ajudar dedicadamente aquella quetanto a estimava e queria, trabalhando com afinco e pacienca.

    Jesus, porém, precisava daquelia alma soffredora e

    amante do bem e da virtude e, um dia, quando menos o

    esperava, Mariazinha, tremula e chorosa, se viu novamente

    só e com a responsabilidade de cuidar do anjinho, tão cedo

    privado do maior e mais ardente carinho terreno. Debalde

    ella procurou um auxilio! Ninguém a soccorria,, ninguém a

    consolava com uma palavra amiga e sincera! Já estava uma

    perfeita mocinha, mas com o seu physico franzino, todos,

    um a um, recusavam-lhe trabalho e ajuda. Pobrezinha, soffria

    tanto! E, os olhos scintillantes de lagrimas, a voz em-

    bargada pela emoção tristíssima de não ser offendida, orava

    pelo irmãozinho adoptivo, Mundinho, resignada e corajosa-

    mente. Uma tarde, quasi desanimada, Mariazinha, vendo-se

    mais uma vez regeitada, recorreu aos céos, cuja

    protecção é certa e duradoura e, após isso, afim

    de não morrer Mundinho á fome e ao relento (ella,

    pouco o importava, padecia sempre com um sorrisonos lábios) estendera, meio envergonhada e com

    as faces ardendo, a mão á caridade publica. Com

    os olhos fechados insensivelmente e o rostinho

    lindo e rosado, d;r-se-ia uma estatua de graça, en-

    canto e suavidade. Mas, a esta-tua estremecera, quando sentiraroçar em sua fronte infantil e

    delicada meigo e dulcissimoosculo.

    Beijára-a compadecida, rica eluxuosa1- dama que, observando in-

    teressadamente a pequenina e mi-

    mosa mendiga, lhe dera a maior

    das esmolas, uma prova maternalde afago e amor.

    Indagando de Mariazinha a

    razão por que ali se achava, re-

    solveu leval-a e a Mundinho para sua residência e lá de»liberar qualquer cousa de útil e venturoso para ambos.Os dias, uns após outros, foram-se passando e elles continua-ram ali, sempre acariciados e felizes.

    Mariazinha, não querendo abusar da hospitalidade eamparo de sua já amada e querida bemfeitora, em curtas eexpressivas palavras, fizera-lhe sciente do que tanto a pre-occupava e affligia. D"eus, porém, disse que todo aquelleque n'Elle confia, não será confundido e, justo e misericor-dioso como sempre, guiara-a no caminho da mais perfeitae soüdificadora paz. Assim, Mariazinha, o coração oppresscde alegria e satisfação, ganhara outra mãezinha, affectuosaamiga e boníssima.

    Eis os annos passados !,!.!

    Finalizando com chave de ouro a historiazinha incerta edolorosa ao principio e, depois, calma e encantadora de Ma-riazmha, tenho a lhes dizer que, internada em afamadissin-ocodegio religioso, ella brilhantemente terminou o seu curso, eattrahida irresistivelmente pela vocação que sempre sentira,se enclausurou. Hoje é a freira mais moça, angélica eamada da Communidade. Grata e reconhecida a Deus, sa-cr.ficou-lhe com fé e devoção immensas, a sua mocidade,intelligencia e formosura.

    Nas orações que fervorosamente dirige ao Altissimo poraquelles que sempre vive-ram no santuário do sete

    coração, não esquece min-ca a sua mãezinha doacaso e Mundinho, agora

    quasi homem feito e muito

    d:stincto e sensato. Rogaconfiante e crê, então,

    mais do que nunca, de que a reli*

    gião é a vida, a vida o amor e oamor a única e sonhada felicidade

    para os que sabem ser bons, reae.e pródigos em sentimentos puros,admraveis e sublimes no caminhoda virtude e da moral, enaltecendo,

    glorificando e cultuando as sua9bellas, divinas e harmoniosas cren-

    ças através do mundo, onde tantoimperam o vicio, a maldade e amentira. „

    LOURDES P. DE FREITAS

    -___¦ íSbWV^S i» _&

    ¦¦¦¦- ¦'¦!

  • O TICO-TICO 97 20 — Novembro — 1923

    A R V. E RDeixámos, ha tempos, a nossa narra-

    tiva bíblica, no momento em que os is-raelitas, guiados por Moysés, deixaramas malfadadas terras do Egypto, que seestendiam por toda a África actual, daqual o Brasil immenso era separadoapenas por um rio... cujas águas vio-lentas foram pouco a pouco estraçalh.-.r.-do o continente, como o Amazonas as-sustadoramente, as terras do Pará...

    Chegaram elles ás margens de um ou-tro grande rio, tão grande, tão largoe tão profundo, que lhe deram o nome

    de mar; e como as águas desse rio pa-reciam vermelhas, devido ás areias doseu leito e a outros depósitos, 03 he-breus deram-lhe o nome de mar-verme-lho.

    Existem hoje dous mares com essenome: um que separa a África da Ásia,outro que fica entre o México e a pe-«insula da Califórnia.

    ííão póde ser nenhum dos dou».Por quê? . ..

    O primeiro levaria os hebreus a l'a-lestina em poucos dias, quando só de-pois de muitos séculos foram lá; o se-gundo estaria em desaccordo com a his-toria, porque os israelitas, já senhoresda terra de Chanaan, onde chegaram ao

    cabo de 40 annos, não podiam ser per-.seguidos pelo Pharaó até esse mar,como diz a Bibüa.

    Por conseguinte, deve haver unj ou-tro Mar Vermelho, que não podia estar

    collocado, nem tão longe, nem tão per-to. E, lendo o livro "Brasilidades" da

    Senhora Bastos Cordeiro, a gente nãopóde duvidar de que esse rio ou marvermelho está no Brasil 1 Pirecc mes-mo provável que seja o grandioso Ara-guaya, cujas águas são vermelhas, ocujo nome indígena Haraguayra signi-

    fica literalmente: Mar Vermelho...Que aconteceu, então? ...Mal deixaram os filhos de Jacob as

    terras do Egypto, o soberano arrepen-dem-se da concessão que fizera, a con-tra-gosto, e somente por medo de umDeus mais poderoso que os seus ídolos.

    Sahiu, pois, o Pharaó, com numero-«o exercito, ao encalço dos seus ex-cs-

    cravos, e alcançou-os, justamente, quan-do chegavam elles ás margens do MarVermelho.

    Começavam, então, os Israelitas aaceusar Moysés de tel-os trazidos auma morte certa, ou a um captiveiroque seria agora mil vezes peór que oprimeiro. .....

    Porém Moysés não perdeu a calma.Fizera aquillo por obediência ao Todo-Poderoso, Creador do céo e da terra.-

    e tinha a promessa forma! da Sua pro-tecção em todos os perigos.

    Invocando o nome do Senhor, elleestendeu a sua bengala por sobre aságuas revoltas... e os ventos, empur-rando as ondas para a sua nascente,deixou o leito do rio-mar, que o povoatravessou com a maior facilidade!

    Chegados á margem opposta, Moyséslevantou a vara de novo... e, com a;,-,íambro de todos, levantou-se medoniiotemporal, que não só enguliu, nas águasrcve'tas, o Pharaó que tentava passarcom a sua comitiva, mas ainda, invadiu-do todo o território das proximidades,afogou dentro de poucos minutos, todosos viventes que ali se achavam:

    No próximo numero, verão os meusleitores como um facto semelhante se te-

    JE , L . fi / O.nova freqüentemente no sertão bra*

    sileiro.Vejamos agora O que diz o livro"Brasilidades", da Sra. Bastos Cor-

    deiro, sobre as viagens no Rio Ara-guaya, em Goyaz:"As águas rubras do Araguaya, cujasbanzeiras e vendavaes tremendos, revo-lucionaudo o curso, innundando as ter-ras adjacentes, derrocam arvores se-culares e afogam os viventes que nãofogem a tempo, estão de impressionanteaccordo com o relato bíblico, inclusiveno phenonieno da retirada das águas,para a passagem a pé enxuto!

    Os indios chamam Itaypanas (de itapedra, yar rio, pana vasante) aos ban-cos de pedra, que servem de ponte áslontras e aos homens, quando a maréestá baixa. Persiste entre os índios ri«beirinhos antiquissima lenda, referindo-se a certa "conducção" (caravana.) que,em remotas eras, foi tragada pelaságuas, perecendo homens e animaes,tem deixar vestígios"...

    E o próprio nome do grande rio —»"Hara-guayrá" :— signifca mar ver-melho !...

    O livro citado *traz á luz muitascousas interessantes, que não vem aocaso reproduzir aqui; e que, entretanto,muitas vezes consultaremos, para il-lustrar as surprehendentes revelações quavamos fazer, demonstrando que, não sóos hebreus vieram ter ao Brasil, quandofugiram do Egypto, mas tambem a Sa-grada Familia, quando, cahindo os ido-los á passagem do verdadeiro Deus, oporo endurecido, attribuindo esse pro»d g.o a causas hferores, expulsava ossantos peregrinos, que andaram de ei-dade em cidade, de aldeia cm aldeia, atéchegarem a um logar, cujo nome é dalingua ttipy;

    Malari-ch !

    Maria Ribeiro de Almeida.

    lUlIllllllllllililllllllllllllillillllllllllllllllllllilllilllM

    A P S A P I(CANTO E BAILADO CARACTERÍSTICO)

    XEntram aos pulinhos)

    Junto á beira da lagoa,Quando a luz do dia cessa,Por qualquer couzinha atoa,Nossa teima recomeça:

    Passa, ás vezes, um cavalloE um d2 nós diz que é um boi;Não se importa de proval-oDiz que foi, e outro: — Não foi!

    (Quasi grilado no rythmo damusica):

    — Foi; não foi, foi; não foi;

    não foi; não foi!. .bufando").

    II

    etc (Dansam

    Dando saltos e pulinhosPara um e o outro ladoNós tomamos os caminhosQue vão da lagoa ao prado.

    Por questão só de toleima,Por prazer de desmentir,E' constante nossa teima,Sempre, sempre a repetir:

  • 20 — Novembro — l'J2ü — 23 O TICO-TICO

    S Á P I N, H O Musica e versos 'de E* WêniderleySAP^O,

    AU" tfjtef^fes

    j»sp -£.mi 3

    P3É

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    7^^

    ¦_?»

    j^-r-^rf^§ _n_itFJun to ê beira dâ lê

    *=^

    /T/m-

    é_^g^Sf0*

  • O TICO-TICO - 24 — 20 — Novembro — 1929

    NOIVA DO JARDINEIROO Duque de Toscana, o feliz proprietário

    dessa planta, prohibiu ao seu jardineiro quedesse um galhinho a quem quer que fosse.

    E durante algum tempo foi o único pos-suidor de tão linda flor.

    Mas... o jardineiro era noivo também. Equando sua noiva fez annos o jardineiro, nãolhe podendo dar uma jóia, offereceu-lhe umraminho de jasmim.

    A moça ficou tão feliz, que resolveu plan-tal-o, ainda que desobedecendo a seu noivo.

    O jasmineiro pega de galho facilmente éfoi assim que a moça f.lorentina conseguiu in-numeras mudas.

    Quando quiz marcai1 o dia do casamento, amãe oppoz-se por ser.em, ella e o noivo pobres;mas a rapariga não desanimou; vendeu todos osseus jasmins por muito bom preço e com o lucrofez seu enxoval e muitos doces para a festa.Dahi nasceu um provérbio italiano que diz:"quem tem dignidade para levar seu ramo dejasmins, é bastante rica para fazer a felicidadede seu marido".

    Desde então é uso em Florença as noivaslevarem um ramo dessa planta.— No entanto na Arábia, a terra delia, nãolhe dão tanto valor.

    Como é que você sabe que essa planta éárabe? perguntou a menina.

    Accidentalmente descobri um dia, emque procurava no diccionario a significação denão sei que palavra e li com interesse que o jas-mim é derivado do nome árabe "Ysmin".

    Dizia também que no século passado, des-cobriram no Egypto a múmia de um pharaó,morto ha muitos mil annos, a qual trazia sobre opeito um ramo de jasmim conservado por umprocesso todo especial.

    Mas para uma flor durar mil annos,Sérgio...

    Ah! naturalmente ella não estava frescae bella como aqui no jardim. Mas puderam osexploradores reconhecer, nella, o jasmim.

    Porém Nina pensava novamente na festado casamento e fazia seus projectos.

    Vou pedir a mamãe para enfeitar o ai-tarzinho todo, com jasmins. E os convidadostambém terão que trazer no peito ao menos umadessas florinhas.

    —¦ Está approvada, como mestra-de-ceri-monias, brincou Sérgio.

    Tio Nougui.

    A Carmela tinha 24 annos e, desde os 15,trabalhava na chácara do Sr. Almeida. Sem pae,sem mãe, sem ninguém no mundo, dedicaragrande affeição ás crianças, que ajudara a criar.

    E a boa rapariga podia constatar, satisfeita,que também era estimada pelos seus patrões.

    Uma tarde, aproveitando alguns momentosde lazer, correu para um recanto da chácaraende cultivava um lindo jasmineiro.

    Sérgio e Nina aproximaram-se^ interrom-pendo seus devaneios:

    Está tudo prompto para seu casamento,Lella? perguntou a menina olhando o jasmi-neiro.

    Elle não te trahirá? perguntou Sérgio,apontando a planta.

    — Não, senhor; veja quantos botões!A moça era noiva do jardineiro e não só por

    isso, como também para obedecer a uma anti-ga tradição de Florença, terra de seus pães,, de-cidira adornar-se com jasmins, no dia de suasbodas.

    Mas por que esse capricho? quizeramsaber os dois irmãos.

    Então os trez, sentados na relva como quan-'do eram bem pequeninos, ouviram da raparigaa lenda:

    Na Itália só havia um jasmineiro, por to-dos admirados e cubiçado.

  • 20 - Novembro — 1929 25 O TICO-TICO

    COLLÀBOBÀÇÃOUM SONHO

    {Para o amiguinho Milton de 'Andrade).

    Em uma noite destas, Milton, tive um sonho mui-to engraçado com você e o Lélinho.

    Sonhei que vocês vieram passar o dia commigo etrouxeram todos os seus brinquedos.

    Você, Milton, trouxe aquelle bonito cavallinhobranco e preto, de rodinha nas patas, o automovelzi-nho Buick, o patinéte e o tamborzinho dado por pa-pae Noél.

    Lélinho trouxe o aeroplanozinho côr de cinza, alocomotiva, com 30-metros de trilhos, a espadinha eoutros brinquedos mais.

    Era, reunidos todos esses brinquedos aos meus,

    que não eram poucos, imagine você, Milton, dir-se-iaque o barracão lá do fundo do quintal, onde fomosbrincar, parecia-se muito com uma loja de quinqui-lharias, tal era a quantidade de brinquedos...

    Puzemo-nos então a brincar, satisfeitos e anima-dos, dentro da maior camaradagem possivel. Porém,como em tudo quanto é prazer apparece sempre um"desmancha prazer", o Lulú, que você conhece, aquel-le menino sujo e malcreado que mora nesta rua, sur-

    giu, de repente, entre nós e pretendeu á viva força en-trar tambem no brinquedo, — com intuito, já se ve,

    dc promover desordem...Como era natural," nós protestámos. O intruso,

    vendo-se assim repudiado, poz-se a insultar-nos mui-

    to, originando dahi um serio "charivary", em que en-

    traram em scena todos os nossos brinquedos, tendo

    você, para defender-se de um tapa, batido com o pau-zinho do tambor no insolente frégista, que, reagindo,

    , passou a mão no aeroplanozinho e atirou-o contra

    você, errando o alvo e indo o "avião" alcançar a ca-

    beca de Lélinho, que se poz a chorar...

    Ah! Não tive mais paciência: tomando então da

    espadinha, que estava ao meu lado, dei-lhe algumas

    espaldeiradas, com força; elle quiz reagir,, avançou,

    mas, a uma outra espaldeirada recuou, vencido, pon-

    do-se então a correr e a gritar, e eu atraz delle, fm-

    gindo que ia bater-lhe de novo, quando, de repente,

    senti que alguém agarrou-me pela golla do paletot,

    gritando:— Ccsito! O que é isso, Cesito!Nisto despertei.Era a titia que me acordava para ir á escola...,

    Não foi mesmo um sonho engraçado, Milton?

    Júlio César Verlangieri.(11 annos).t

    GRATIDÃO

    Foi na fria Europa, onde no inverno a neve cobrecom o seu alvo manto os montes e as planícies, que.sepassou esta pequenina e interessante histeria.

    Um pintor andava descuidado por uma estrada,numa dessas manhãs de frio intenso.

    Qual não foi, porém, a sua admiração, ao ver entrea neve, prestes a expirar, um pobre cãozinho. Pcnali-zado com a sorte deste desditoso animalzinho, resol-veu leval-o para a sua companhia.

    Desde este dia o cão ficou sendo o compairheiroinseparável do pintor. Para qualquer logar que estese dirigisse lá ia tambem o seu pequenino guarda.

    Tempos depois, sahiu o pintor para passear debote num rio das proximidades, afim de apreciar bel-Ias paisagens e escolher algumas dentre ellas. Emdado momento, porém, um vento mais forte arran-cou-lhe da cabeça a carapuça, atirando-a no abysmodas águas. Era esta carapuça, no entanto, objecto deestimação, era uma das ultimas dádivas da sua falle-cida mãe. Estava perdida. Era inútil tentar salval-a.

    O cão, entretanto, vendo esK.rnpado o desesperono rosto do seu dono. atirou-se em luta contra aságuas a procura do presente adorado.

    Qual não foi o espanto do pintor, vendo, dentro dealguns instantes, apparecer-lhe, arfando, o seu bomamigo, trazendo presa á bocea a estimada carapuça.

    Eis a gratidão do cãozinho para com aquelle queo salvou da morte.

    Essa virtude que existe nos cães falta muitas vezes nos homens.

    Alsi'a Abelha.

    (13 annos).

  • O TICO-TICO — 26 20 Novembro — VJ2'J

    MUITO VALE UM BOM AMIGOMilton era filho de um colono, e muito querido

    na fazenda, pelos seus modos correctos e respeitosos.Todos gostavam muito do lindo e educado meni-

    no, por isso não se importavam que elle brincasse comMauro, filho do fazendeiro. Pelo contrario, até appro-vavam, pois o pequeno era malcrcado ao extremo, ti-nha um gênio iracivel, terrível.

    Um dia fizeram presente a Milton de um cãozi-nho branco e peralta. Elle, sem demora, correu áfazenda e, com licença do ex-dono do animalzinho,deu-o ao querido amiguinho, pois sabia que era seuideal possuir um mimo desses. Mas como tinha mui-to máo gênio, ninguém se importava de agradar-lheou não. Mauro ficou-lhe muito agradecido e, dessedia em diante, se tornaram mais amigos do que nunca.

    Passados tempos o bom menino amanheceu doen-te.. Chamaram um medico, pois peiorava de hora emhora, que receitou um remedio muito amargo. Mil-ton, aos rogos de sua estremosa mãe, tomava-o semfazer o menor gesto de repulsão. Durante dias, oamigo não sahia da sua cabeceira. O doente melho-rou, mas, como a moléstia era contagiosa nas crian-ças, Mauro que não cedia aos protestos do pessoalpara se arredar d'ali, foi para a cama.

    A e m b

    Decorreram alguns dias sem que Milton soubessede nada. Mas como sentia falta do companheiro, com-prehendeu, pelas conversas, que este ficara doentetambém.

    Continuou a fingir que de nada sabia e, uma oc-casião, aproveitando-se da ausência da mãe, sahiucambaleando pela fraqueza que ainda tinha e foi áfazenda. Ficaram todos admirados de vel-o ali, cul-param a mãe, por deixal-o sahir assim, mas elle to-mou a defesa delia e disse:

    — Não, mamãe ignora que estou aqui. pois ellasahiu para comprar remedio. Mas vocês não queriamme dizer que Mauro está doente, resolvi vir vel-o.

    Comprehendendo' a amizade dos ' dois meninos,ninguém fez opposição para que elle sahisse da fa-zenda e, juntos^, em breve se estabeleceram..

    .Cresceram sempre unidos, o que foi bom paraMauro, porque tomou o caminho do bem.'

    Com a economia dos paes, Milton conseguiu seformar, o que fizeram juntos, tendo brilhantes exa-mes.•¦¦,.-

    E, quando se punham a recordar a infância, aindadavam graças a Deus Todo Poderoso que os fizeradois homens de bem.

    illlllllllll.il

    Era uma vez uma familia que vivia muito feliz.Certo dia o dono da casa foi dar uma volta e, ao

    passar por um bar, avistou alguns companheiros be-benclo.

    Nesse momento approximou-se dos companheirose. querendo fazer companhia, tomou também um copode vinho.

    Depois desse dia o.homem viciou-se a beber e nãohavia quem o aturasse dentro de casa.

    Esse homem tinha uma filha chamada Erothidcs.Todos os annos, no anniversario dc Erothidcs,- seu

    pae fazia uma festa mas, come estivesse viciado a bc-

    G U E Z-

    ber, enchia a mesa de diversas qualidades de vinho,cerveja, etc.

    Mas de todas as vezes Erothides não provava umabebida sequer.

    Desta vez, na véspera do anniversario, ella disse aopae: Papae,' amanhã sei que o senhor vae fazer umafestinha commemorativa ao meu anniversario.

    Mas na mesa quero tudo, menoã bebidas alcooli-cas.

    O pae ficou tão commovido que desde essa vez,nunca mais bebeu.

    Odette Vcrr,-,! Aranha, alumna do Grupo Esco-lar de SanfAn:... — S. Paulo.

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    RASIL HAROLDO, filho do eaaal Laerte e LourdesBrito, neto do caiai Eugênio e GcorginaOiorio de Cerqueira. ENINO

  • 20 — Novembro — 1Ü29 — 29 — O TICO-TICO

    ^Mmmb y %Êkmunm—F^y-.' _____ m ¦ —- .¦...•'

    RESULTADO DO CONCURSO N.° 3.333

    A solução exacta âa concurso.

    Solucionistas: — Lia Alves (3'Avila, Sa-muel Rodrigues, Alfredo Maluf, Jaeyra V.Meirelles, Carols de Souza Moureira, Em-tnanuel Ribeiro Carmenzina Goyanna, Wi_-ly Meyer, Leda Rasteiro, Jubartina Du-Arte Rosa, Vionillo Carvalho da Silva, Car-los Luiz Scherls, Wanda Moura, OctacilioFeliciano Vieira, Lino Eugênio da CimhaBrandão, Edgard Prinz, João Bolüér deAlmeida, Ananias Santos Souza, Cyro Ca-naan, Ângelo Neves, Cyro Raymundo daFreitas, Luiza Costa, Eddio JosS Fedrigo.Marina Guimarães, Zuieika Hugo de Jesus,Fernando Octavio Gonçalves Levia La-ges da Silva, Carllnv.ald .Almada, Na-dyr Hugo de Jesus Zenith Hugo de Jesus,Carlos Affonso de Figueiredo, Mario Fer-reira Gomes, José da Cruz Vidal, AnnlttChagas, José Dias Jardim, Euripedes AUe-laria, Luciano Perera da Silva, CariesMostaert Soares, Dinorah Amaral Guedesüs Mello, Carlos Pinheiro, José CampelloFilho, Hélio Villaça Cobta, Dulce VerloetComes, Fernando dej Araujo Gaspar, Euge-nia Uchôa Peres, Joaquim Nepomuceno desguiar, Wladimi-r dos Santos Mello, DionoTardim dos Santos, Evandro Campos doJliveira,. Leny Carneiro de SS,; WaldemarRodrigues: Valentim Nunes Alves; JoséGeraldo Motta Florence, Roff RodolphoZetller; Maria Ermelinda N. DominguesMylton Bahiana Marques, Simão Barbosa

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    Rosa, Vicente Limoncelil, Nathan Ralzman;Rodolrpho Camargo, Durval Ramos de Al-varenga, Urandy Vieira de Souza Leite.

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  • O TICO-TICO 30 20 — Novembro — 1929

    José Miguel Flscher Santos, Syivio Pufg,Silvia Faccio, Fatio Martins Mello, TupyPaiva de Araújo, Uderico de Araújo Bispo,Abrahâo Cohem, Mercedes Oliveira Correia,Carmen Waldyr O. Ç. Carmo; GraciolaFreitas Lima, Hélio Corrêa Carmo Júnior;Edgard Bravo, Syivio Wanick Ribeiro; Wal-

    dyr Dantas de Brito, Hélio de Magalhães;Murillo Lins Mallet Soares; Luiz da Sil-va Moraes, Maria Auxiliadora Ferraz; Ca-

    da Celeste Villar; Cidarcilio de MesquitaBarros, Hecio Affonso de Carvalho; Neuza

    Reis de Carvalho; Jacob Boohmer, FábioHomem de Mello, Maria do Carmo Carnei-ro Werneck, Nancy Bohn Negrão; CarlosCordeiro; Altair Capporeili; (Dé-Dé) Ar-mando Cognacci, Aracy Thomê; Ruth Silva;Jandyra Valente, Newton Mandarino; Wal-flemar Ludwig, Isaac de Castro; Pedro To-nidandel; Alcides Carnier, João Cardoso;Lucilla Elisa Ribeiro, Theopompo Johnson;Henrique Eduardo Martins; Antônio Ferrei-ra Filho, José Schor; Marcy de Assis Bra-sil; Attillo Fallierl, Gilberto Dutra; Theo-:rito Johnson; Elyira Xavier de Mello; Jo-té da Silva Manguaide, Jandyra Corrêa To-litha Sampaio da Fonseca, Benedicto Rosa;Caetano Souza da Lamare Leite, GualbertoSenachioli; Rubem Das Leal, Juracy Lo-pes; Hello Rezende; Aiurelia Wilches; Gilsonliai nho; Beatriz Maria dos Santos; Gui-lherme Günther; Mauricia Maltar; ÁureaGonçalves; Elda Pacini, Álvaro doe Santos..imã; Nelson Sanby; Mauro Antônio For-jaz; Palmero Azevedo Srejo; Antônio daFonseca Sobrnho; Antônio Arthur Machadode Souza, Dulce de Miranda Cordilha; Lau-ra Sampaio Guimarães, Ney Antero CâmaraCampos; Nelson Sampaio, Paulo Salgado dosSantos; Cláudio Godlnho Naylor, Ayrton•Sá dos Santos; Epitacio Alexandre das Ne-ves; Dylsccl Drummond; Gastão de MirandaFilho.

    FOI O SEGUINTE O RESULTADO FINAÜDO CONCURSO:

    !,• Premto:CLÁUDIO GODINHO NATLOR

    de 6 annos de idade e morador a rua For-quês Leão n.° 32, nesta Capital,

    2.» Prêmio:MARCY DE ASSIS BRASIL

    do 7 annos de idade • moradora a rua For-ça Publica n.° 7, bairro SanfAnna — SãoPaulo.RESULTADO DO CONCURSO N. 3.SS3

    Respostas certas:1.» — Terra — Erra.2.» — Dado.

    wwwwwwwinwA

    Ha alguém em sua casa!|com dôr de dentes \ \

    Compre ;,

    Cera \Dr. Lmstosa j

    O Presepe d'"0 Tico-

    A Companhia Dr. Scholl S. A., noseu luxuoso estabelecimento de artigospara tratamento dos pés, na rua doOuvidor, 162, continua a expor o ma-ravilhoso Presepe de Natal do O Tico-Tico. Assim é que, numa de suas bemorganizadas vitrines, o inagestoso pre-sepe constitue curiosidade, aliás justi-ficada, de quant03 transitara pela aris-tocratica via publica.

    S." — Manga.4.» — Alho.5.* — Ave-Maria.

    Solucionistas: — Lourdes André de M^i-Io, Maria do Carmo C. Werneck, LourdesMarques Dantas, Marilia Souza de LamareLeite, Wladimir dos Santos Mello, LenyCarneiro de Sa, Paulo Affonso dl GesuMarques, Rogerto Janiques, Lygia Cotrim,Dylson Drummond, Yedda Regai Possollo,Moacyr Teixeira Silva, Mario Britto daBarros, Amaury das Neves, Nestor Lyra,Horcy Gonçalves de Oliveira, Willy Meyer,Maria da Conceição Moraes, Gilson Rainlio,Maria Flora Barroso, Maria Augusta Mo-reira, Mauro Antônio Forjaz, Myriam Sul-tan, Newton Silveira de Souza; Gilberto

    MamãeDIZ SEMPRE,

    ÇUE EUJOii FORTF« R0BU5TO

    dorico de Castro; Nathan Raiman; Ma-gid Saade, Yolanda Azevedo Falcão, Al-varo Gomes; Carmelita Bottiglior.; Eicia.

    Pacini, José Schor, Brasília Corrêa Strich,Eurides do Carmo Wermelingen, AntônioPedro de Souza e Silva, Nylda Braga, Fer-nando Otávio Gonçalves.

    FOI PREMIADA A CONCURRENTE3NYLDA BRAGA

    de 12 annos de dade e ressente á Ave-nida Thomaz Espíndola n. 34; em Ma-

    ceio, Estado de Alagoas. „

    CONCURSO N, 3.398

    PARA OS LEITORES DESTA CAPITALE DOS ESTADOS PRÓXIMOS

    Perountass

    1» — Elle é frueta.Ella amuleto

    •I .

    Que é?

  • 20 — Novembro — 1929 — 31 .-». O TICO-TICO

    CONCURSO N. 3.337!

    para os leitores desta capitai, e dos estados

    ¦

    Tres caçadores atiraram num pássaro e«ô um delles acertou. Foi a primeiro, osegundo ou o terceiro!

    As soluções devem ser enviadas & reda-«São d'0 Tico-Tico, drvldamente asslgnadas,aparadas das de outros (jruaesquer eonour-s0s e acompanhadas, não só da declaração

  • O TICO-TICO — 32 20 — Novembro — 1U29

    DE SETE EM SETE DIAS •MARIA RIBEIRO DE ALMEIDA

    Já vimos que é indispensável o repouso dos do-mingos. Já vimos que o mandamento divino, tendosido feito para o homem, e conforme as suas necessi-dades, abre uma excepção para as cousas indispensa-veis da vida, e particulamente para a cura dos em-fermos.

    Porém, para que não haja duvida sobre os meiosde empregar o domingo dc maneira ulilissima para o

    nosso espirito, a sabia Lei de Deus estabeleceu e não umrepouso absoluto, mas um repouso festivo, que tragauma diversão salutar a todos os nossos sentidos, fati-gados pela repetição do trabalho quotidiano.

    Causa admiração vêr tudo isso tão bem organizadonas festas domingueiras de tres mil annos atraz!

    Para alegrar a nossa vista, a riqueza sem par doTemplo do Senhor, as vestes maravilhosas do Sacer-dotes, recamadas de ouro e prata, com pedrarias detodas as cores.

    Para encantar os nossos ouvidos, uma orchestra ine-gualavel, em que desferiam notas harmoniosas milharesde harpas, citharras e cymbalos..

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    XAROPE HEGrfl_-_•/ TODAS AS P/fAfíMACtAS

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  • 20 — Novembro — 1929 — 33 — O TICO-TICO

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    Quem te avisa... teu amigo éUm fazendeiro cearense cultivava o algodão nas

    terras de sua propriedade.Nem todos sabem que o algodão do nosso nor-

    deste é o melhor do mundo, porque as terras castiga-das pelo sol ardente das seccas. são justamente asmais próprias para essa planta preciosíssima, a que osinglezes chamaram ouro branco.

    As andorinhas, porém, não gostam de ver umaplantação algodoeira. Como a maior parte da genteque anda cá por este mundo, as andorinhas -só consi-deram as cousas na parte que as interessa...

    E por isso, vendo o homem a semear algodão portoda a parte, uma velha andorinha mostrou-se muitoaíflicta, porque, vivendo no telhado das casas, ellasabia muito bem que do algodão se fazem cordinhas,laços, redes, e barbantes para manejar os alçapões.

    Sahiu ella que nem uma flexa, visitando os ni-nhos de todos os passarinhos: sabiás, bemtevis, pata-tivas, tico-ticos, etc. A todos, ella pedia que fossemtrabalhar para a salvação dos filhotes, que estavampara nascer.

    Vamos, dizia ella, vamos dar cabo daquellassementeiras; vamos pinicar, destruir e comer as plan-tinhas que germinam; se deixarmos crescer e-medrnrtodo aquelle algodão, que está ali nos campos... aidas nossas gerações! Toda a passarada vae para as-gaiolas ou para as panellas do fazendeiro!

    Os sabiás, os bem-te-1_%, as patativas, os tico-ticos,e todos, os outros passaros caçoaram da andorinha,chamando-a de velha rabugenta, ave agoreira e ou-trás tolices.

    Nós queremos cantar e folgar, disseram elles.Que temos nós com o algodão que ainda não nasceu ?!

    Um dia, os passarinhos viram, surprehendidos, queas arvorezinhas do algodão pareciam cobertas de floresde neve!—E, chegando mais perto, verificaram que a-quillo tudo era... a matéria prima para os cordéis,para as redes, para os laços que haviam de apanhal-os!

    Reconheceram que a velha andorinha tinha razão.Mas, já era tarde!

    Muitos delles pagaram com a vida a sua imprudência;outros, encerrados entre as grades de ferro, lamenta-vam tristemente não terem ouvido os conselhos dasua velha amiga.

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    Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade nrna _Jíj proposta de novo consocio, em pouco tempo ella po-

    deria duplicar os serviços que vae prestando aos que"_ vivem no Brasil.

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  • O TICO-TICO — 34 — 20 — Novembro — 1929

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  • 20 Novembro — 1929 — 35 — O TICO-TICO

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    TRATADO DE OPHTHALMOLOGIA, peloprof. Dr. Abreu Fialho, Cathedratico deClinica Ophthalmologica na Universidadedo Rio de Janeiro, 1* e 2* tomo do 1*vol., broch. 25? cada tomo, ene cada tomo SOfOOO

    THERAPEUTICA CLINICA ou MANUALDE MEDICINA PRATICA, pelo prof.Dr. Vieira Romeira, V e 2* volumes, 1*vol. broch. 80$000, ene. 85?, 2» yol. broch. ^^25?, ene. S0?000

    CURSO DE SIDERURGIA, pelo prof. Dr,Ferdinando Labouriau, broch. 20?, ene. . S6|Q0O

    FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITOCIVIL BRASILEIRO, pei» prof. Dr.Pontes I de Miranda (é este o livro emque o autor tratou dos erros e lacunas

    '.. „do Código Civü), broch. 25?, ene. 30ÇIHW.

    IDÉAS FUNDAMENTAES DA MATHE-MATICA, pelo prof. Be. Amoroso Costa,broch. '., ene.

    TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA, peloprof, Dr, Oito Roth, broch. ....... ene.

    LITERATURAS

    O SÁBIO E O ARTISTA, de Pontes iiMiranda, edição de Iujço

    O ANNEL DAS MARAVILHAS, texto •figuras de João do" Norte 2?000

    CASTELLOS NA AREIA, versos de Ole-gario Marianno • _fnnn

    COCAÍNA..., novella de Álvaro Moreyra.; 4?0ütfPERFUME, versos de Onestaldo de Pen»

    nafort «00°BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

    vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penalva 5*000

    LEVIANA, novella do escriptor portuguezAntônio Ferro. '. • • •.• 6*000

    ALMA BARBARA, contos gaúchos de Alei-des Maya. • 6?000

    OS MIL E UM DIAS, Miss Caprice, 1 voLbroch 7*0Ü0

    A BONECA VESTIDA DE ARLEQUIM,Álvaro Moreyra, 1 voL broch &»(JUU

    ALMAS QUE SOFFREM, Elisabeth Bastos,1 vol. broch •••• C5°üü

    TODA A AMERICA, de Ronald de Car-valho _*___• *

    ESPERANÇA — epopéa brasileira de Lm-dolpho Xavier eçuuu

    DESDOBRAMENTO, de Maria EugeniaCelso, broch • ••.«• •...•__> o. uu

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  • y~ ^\ AS AVENTURAS. DO CHIQUINHO y' ' ! " "J^

    ( yA^r\ ° p"°ç ( y^^r\

    Chiquinho sonhou que estava brincando no poço, a I ] *l |u\\ÜU^ "

    -^^*" ....compensação havia muitas cobras e sapos. O garotoMirar pedras ao fundo, para ouvir o effeito. Seus pães II*1^»-^.^ ) - ^\\\y\Jjr^^-**r conseguiu alcançar os bordos do poço, e então poz-se areceiosos de que elle um dia cahisso ^aquelle poço...

    ^"f ""///^^^TT^TlTiTiii ' i gritar' E assim ac*ordou de bru"° n'um terrivel P*^"8'1»-^WJ ^< l \ Quem nâo obedece aos pães i sempre castiaad»

    \ . *** __^«—g"*>^r' «_jjijL «t * t H > » • Wp^ ^prohibiram.lhe de qne ali brincasse. Em sonho Chlqui- )"*"r J^^"^ -' \f^\^^\ _,.•*

    *¦*' _»»¦«¦JS*""'^ -S**1"?- "^Jr^V^CsJSZ-f nho viu-se a beira do poço e tanta» pedras atirou que ca- \ é^ST"*?""'^--^ !>&¦ 2^ Ili ^"^7

    \fev; í""""*^, ^^^***^ .j/ nju a0 p0jo_ Li encontrou pouca água mas, em ... \sg "'^'''¦«j* '^....iT^ .^5^ \^t^ J

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    NAS PROXIMIDADES DO NATAD, O MELHOR PRESENTE PARA AS CREANÇAS E* O ALMANACH D'0 TICO-TICO