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Fabio ChaddadWashington State University
Experiências de Sucesso no Cooperativismo Leiteiro Internacional
Agenda
• Reestruturação das cooperativas de leite no Brasil
• Discutir pontos em comum (tendências) no cooperativismo leiteiro internacional
• Facilitar o processo de diálogo entre as lideranças do setor no Brasil
PaísProdução de Leite (Bilhões de Litros)
Participação das Cooperativas na Captação
E.U.A. 77.0 83%India 36.2 NARússia 33.3 NAAlemanha 28.9 52%França 25.2 47%Brasil 22.6 20-40%Reino Unido 14.9 67%Ucrânia 14.0 NANova Zelândia 13.9 95%China 12.1 NAPolônia 12.0 NAAustrália 11.6 80%Holanda 11.6 83%Itália 10.5 40%México 9.7 NAJapão 8.4 NAArgentina 8.2 35%Canada 8.1 NA
Cooperativas:Participação de Mercado
• Política agrícola
• Regulamentação do setor
• Barreiras à importação
• Políticas de apoio a cooperativas
• Nível tecnológico
• Nível educacional
• Ambiente institucional
Nesta apresentação discutiremos aspectos internos das cooperativas:
• Estrutura
• Estratégia
• Capitalização
Pontos Comuns – Tendências
• Consolidação
• Alianças Estratégicas
• Estrutura Centralizada
• Governança Corporativa
• Fidelização do Associado
• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Consolidação
• Fusões e incorporações
• Economia de escala
• Poder de mercado
• Influência política
Cooperativa País de OrigemCaptação de Leite (Milhões de Litros)
Número de Associados
Dairy Farmers of America EUA 20,700 23,800Fonterra Nova Zelândia 13,200 14,000Arla Foods Dinamarca e Suécia 7,200 17,500California Dairies EUA 6,350 680Campina Melkunie Holanda 5,750 17,000Friesland Coberco Holanda 5,600 14,200Land O´Lakes EUA 5,440 7,000Nordmilch Alemanha 4,200 17,000Bonlac Foods Austrália 3,700 2,500Murray Goulburn Austrália 3,500 2,000West Farm Foods EUA 2,950 730Humana Alemanha 2,450 8,500Glanbia Irlanda 2,450 18,700AMPI EUA 2,400 4,600Sodiaal França 2,300 14,300Foremost Farms EUA 2,300 3,700Valio Finlândia 2,100 15,300Amul Índia 1,860 2,280,000Laita França 1,730 6,800Bayerische Milch Industrie Alemanha 1,400 5,500Prairie Farms EUA 1,300 800Lactogal Portugal 1,200 26,000Dairy Farmers Group Austrália 1,200 5,500Berglandmilch Áustria 1,160 22,000
Item 1973 1980 1987 1992 1997
Número de cooperativas lácteas 592 435 296 265 226Número de cooperados 281,065 163,549 120,603 110,440 87,938Captação de leite (bilhões litros) 37,752 43,356 47,982 55,601 57,778Participação de mercado 76% 77% 76% 82% 83%Captação pelas 4 maiores NA 26% 25% 25% 29%Captação pelas 8 maiores NA 36% 35% 36% 42%
Consolidação nos EUA
Consolidação nos EUA:1992-2000
• 36 fusões
• 8 incorporações
• 4 reduziram captação
• 36 dissoluções
• 32 novas cooperativas
Exemplo: DFA (1998)
Exemplo: DFA (1998)
Mountain
Western
Southwest
Mideast
Central
Southeast
Northeast
DFA (2002)
• Maior cooperativa de leite do mundo
• 20 bilhões litros (27%)
• US$ 7,9 bilhões
• 33 plantas de processamento
• 17 alianças estratégicas
Consolidação nos EUA:Fatores
• Consolidação na indústria alimentar
• Consolidação no varejo
• Consolidação entre produtores
• Volatilidade no preço do leite
• Consumo estável
• Importação
Consolidação na Europa
• Dentro de países
• Entre países: Arla Foods
• Expansão para Europa do Leste
A consolidação entre cooperativas
foi mais dramática em países onde o
setor leiteiro foi desregulamentado.
Nova Zelândia
• Fonterra: 95% da captação
• Tatua Cooperative
• Independent Milk Producers
Exemplo: Fonterra
• Formada em 2001
• Fusão entre NZDG, Kiwi e NZDB
• Segunda maior cooperativa
• 13 bilhões de litros
• US$ 7 bilhões
• 7% PIB
Austrália
• Murray Goulburn
• Bonlac Foods
• Dairy Farmers Group
• National Foods
• Parmalat
Exemplo: DFG
• Formada em 1989
• Fusão entre Hunter Valley e Shoalhaven
• Cinco F&As na década de 1990
• 1,2 bilhão de litros
• 5.500 produtores em 5 estados
• US$ 1,1 bilhão
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
•Alianças Estratégicas• Estrutura Centralizada
• Governança Corporativa
• Fidelização do Associado
• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Alianças Estratégicas
• Cooperação entre empresas independentes a fim de atingir objetivo comum
• Alternativa à consolidação
• Contratos – Joint Ventures
Alianças Estratégicas:Fatores
• Globalização
• Avanços tecnológicos
• Ganhos de eficiência
• Motivos estratégicos
Alianças Estratégicas e Globalização
• Cooperativas utilizam alianças estratégicas
para expandir globalmente ou reagir a
pressões competitivas globais
Internacionalização
• Exportação
• Importação
• Investimento Direto Estrangeiro
• Aliança Estratégica
Exemplo: Fonterra
• Líder no mercado internacional (35%)
• Atuação em 120 países
• 96% do leite é exportado (NZDB)
• Alianças estratégicas Nestlé – Américas DFA – EUA Arla Foods – Inglaterra Bonlac Foods – Austrália
Alianças Estratégicas e Inovação
• Desenvolvimento de novos produtos
• Dividir custos de P&D
• Alavancar recursos complementares
Exemplos
• DairiConcepts: Fonterra e DFA
• Frapuccino: Starbucks, PepsiCo, DFA
Alianças Estratégicas: Eficiência
• Minimizar custo de produção
• Economia de escala
• Competitividade
Exemplo: DFA
• Joint Ventures: 35% do volume captado
• Posição acionária minoritária
• Participação nos resultados e controle
• Administração por profissionais
• Contrato de fornecimento exclusivo
Alianças Estratégicas:Outros Motivos
• Alavancar a marca
• Capitalização
Exemplo: Land O´Lakes
• Aliança com Dean Foods
Ativos dedicados a leite fluido
Contrato de suprimento de leite
Marca da LOL licenciada
“brand equity”
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
•Estrutura Centralizada• Governança Corporativa
• Fidelização do Associado
• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Estrutura
Centralizada
(Cooperativa Única)Federada
(Singular-Central)
Estrutura
• A maioria das cooperativas estudadas adota a estrutura centralizada
Eficiência
Evita dupla intermediação
Evita duplicação de ativos e staff
Evita atritos entre central e singulares
Exceções
• Valio (Finlândia) 28 singulares 15 mil produtores Objetivo: exportação
• Amul (Índia) 12 singulares 11 mil sociedades comunitárias 2 milhões de produtores
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
Estrutura Centralizada
•Governança Corporativa• Fidelização do Associado
• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Governança Corporativa
• Separação entre propriedade e gestão
Diretores eleitos
Conselho de Administração (Board)
Presidente do Conselho (Chairman)
Gerente Geral (CEO)
Governança Corporativa
• Problema do controle (Cook, 1995)
Problema de agente-principal
Informação assimétrica
Ações oportunistas
Mecanismos de Controle: Corporações (S.A.s)
• Mecanismos de controle externo• Mercado de capital• Risco de take-over• Analistas de mercado• Concorrência
• Mecanismos de controle interno• Conselho de administração• Compensação por resultados
Mecanismos de Controle:Cooperativas
• Só funcionam os mecanismos internos
Conselho de Administração
Direitos de voto
Tendências
• Redução no tamanho do Conselho
• Diretores profissionais
• Clara demarcação de responsabilidades
• Representação
• Conselho Executivo vs. Conselho de Associados
• Comitês
• Critérios objetivos de desempenho
Estrutura de Governança
Distritos (11)
Unidades (44)
Cooperados
Conselho de Administração(11)
Comitê Executivo
Conselho de Associados(220)
Comitê de Resoluções (11)
Comitê de Planejamento
Comitê de Compensação
Comitê de Associativismo
Comitê de Finanças
Critérios de Desempenho
• Preço do leite
• Preço relativo do leite (Friesland)
• Preço do leite + prêmios (Campina)
• Preço do leite + remuneração do capital (DFG)
• Preço do leite + ganhos de capital (Fonterra)
Direitos de Voto
1-membro, 1-voto
X
Proporcional
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
Estrutura Centralizada
Governança Corporativa
•Fidelização do Associado• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Por que fidelidade se tornou um problema?
• Problema do “carona” O cooperado participa dos benefícios
gerados pela cooperativa mas não arca proporcionalmente com os custos
Oportunismo: associado só participa quando a cooperativa oferece o “melhor negócio”
Aumentar a fidelidade do cooperado
significa controlar ação oportunista
dos caronas.
De que forma?
• Fatores fora do controle da cooperativa
Ambiente competitivo
Características sócio-econômicas
Características demográficas
De que forma?
• Fatores controláveis:
Relação comercial
Governança
Política financeira
Relação Comercial e Fidelidade
• Proposição de valor
• Estratégia de comunicação
• Contratos
Proposição de Valor
• Tradicionalmente Ideologia Correção de falhas de mercado
• Não funcionam mais!
Proposição de Valor
• De que forma a cooperativa se diferencia da concorrência? Preço Serviço Qualidade Marca Retornos financeiros
• Estratégia competitiva
Proposição de Valor
• Condição necessária, mas não suficiente!
Estratégia de Comunicação
• Relações públicas com os associados Departamento Staff especializado
• Esforços de comunicação aumentam a fidelidade do associado Voz, Saída (Hirschman)
Estratégia de Comunicação
• Mecanismos (Trechter): Técnicos de campo * Comunicação com gerentes * Publicações da cooperativa Convenção anual Comunicação com diretores Comunicações eletrônicas Educação e treinamento *
Contratos
• Tradicionalmente: Quadro de associados aberto Livre participação
• Tendência: Quadro de associados definido Acordo contratual uniforme sujeito à
monitoramento e execução legal
Contratos
• 90% da produção de leite nos EUA
comercializada através de contratos
(USDA, 2002)
Política Financeira e Fidelidade
• Associado tem o dever de capitalizar a cooperativa
• Proporcionalidade
• Não ocorre porque os associados não têm incentivos para investir na cooperativa
Política Financeira e Fidelidade
• Objetivo: aumentar os incentivos para investimento (Iliopoulos)
Política de associação
Contrato de produção
Transferabilidade (liquidez)
Retorno financeiro
Política Financeira e Fidelidade
• Cooperativas que não resolveram o problema do incentivo estão à busca de capital externo
• Mas estão pagando caro por isso... Controle Retornos Financeiros
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
Estrutura Centralizada
Governança Corporativa
Fidelização do Associado
• Novos Mecanismos de Capitalização
• Modelos Estratégicos
Direitos de
Propriedade
Restricted to
Member-Patrons
Redeemable
Benefits to
Patrons
Non-Proportional
Member Investm
entCooperativa Tradicional
Proportional Member Investment
Benefits to InvestorsNon-Redeemable
and Transferable
Cooperativa de Investimento Proporcional
Cooperativa com Associados-Investidores
Cooperativa de Nova Geração
Not Restricted to
Member-Patrons
Conversion
Non-Conversion Outside Equity Not in Cooperative
Corporação (S.A.)
Cooperativa com Entidade Externa
Publicly-Traded Common Stock
Cooperativa com Ações de Investimento
Outside Equity in Cooperative
Chaddad e Cook (2003)
Cooperativa de Investimento Proporcional
• Investimento proporcional ao uso
Plano de Capital de Base
Estabelece patamar mínimo
Aporte ou Retenção
Cooperativa de Investimento Proporcional
• Dairy Farmers of America
• Land O´ Lakes
• Fonterra
• Dairy Farmers Group
• Campina Melkunie
Cooperativa com Associados-Investidores
• Resultado distribuído em proporção ao
capital investido
Dividendos
Emissão de quotas-parte
Cooperativa com Associados-Investidores
• Campina Melkunie: unidades de participação
• Tatura Milk Industries Ltd.: ações preferenciais restituíveis
• Dairy Farmers Group: bônus
Cooperativa de Nova Geração
• Quadro de associados fechado
• Capital investido up-front
• Direitos de Entrega Não resgatável Transferível
• Acordo contratual uniforme
Cooperativa de Nova Geração
• Tatua Cooperative Dairy Company
Milksolids Supply Entitlements
$1.5/kg de sólidos solúveis
Cooperativas com Entidades Externas
• Capital externo introduzido em:
Subsidiárias
Joint Ventures
Entidade não-operacional (Trust Co.)
Modelo irlandês
Modelo Irlandês
• Kerry Cooperative (1986)
• 5 outras cooperativas seguiram o modelo
• E.U.A.: Land O´ Lakes
• Austrália: Dairy Farmers Group
“Modelo do Equilíbrio” (Chaddad e Cook)
PRODUTORES
INVESTIDORESCOOPERATIVA
S.A.
PRODUTORES OUTROS
100%
Controladora SemControle
Cooperativas com Ações de Investimento
• Diferentes tipos de ações
• Similar ao modelo das cooperativas com associados-investidores
• Investidores não são associados
Conversões
• Cooperativa deixa de existir e transforma-se em corporação (S.A.)
Kerry Group plc
Credit Agricole
Dakota Growers Pasta
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
Estrutura Centralizada
Governança Corporativa
Fidelização do Associado
Novos Mecanismos de Capitalização
•Modelos Estratégicos
Modelos Estratégicos:Van Bekkum (2001)
• Cooperativa Local
• Cooperativa de Commodity
• Cooperativa de Nicho
• Cooperativa de Adição de Valor
Cooperativa Local
• Atuação local
• Produtores ao redor: rede social
• Escala é pequena
• “Enxuta”
• Estrutura tradicional
• Processamento limitado
• Cooperativas de barganha (163)
Cooperativa de Commodity
• Liderança de custo
• Economia de escala
• Minimiza custos
• Poder de mercado
• Influência política
• Estrutura tradicional
• Capitalização
• DFA, Murray Goulburn, Fonterra, Arla
Cooperativa de Nicho
• Foco em segmento do mercado
• Pequena escala
• Pesquisa e Desenvolvimento
• Marketing
• Estrutura não-tradicional
• Tatua (Nova Zelândia)
• Tatura (Austrália)
• Prairie Farms (EUA)
Cooperativa de Adição de Valor
• Estratégia de diferenciação
• Produtos de alto valor agregado
• Integração vertical
• Consumidor final
• Esforços de marketing
• Processamento e logística
• Estrutura não-tradicional
• DFG, Sodiaal, Campina, LOL
Estratégia
• Evitar estratégia “mista” (Porter) Murray Goulburn
• Alinhar estratégia e estrutura (Chandler)
Pontos Comuns – Tendências
Consolidação
Alianças Estratégicas
Estrutura Centralizada
Governança Corporativa
Fidelização do Associado
Novos Mecanismos de Capitalização
Modelos Estratégicos
Douglas North
• Organizações
• Instituições
• Path dependence
Conclusões
• Cooperativas enfrentam desafios: Financeiros Governança Fidelidade
• Soluções para estes desafios são importantes para a sobrevivência do sistema cooperativo
• Tempo de reflexão e mudança
Perguntas?