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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA- FESP CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO ROBERTO D’HORN MOREIRA MONTEIRO DA FRANCA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, PENSÃO E ABONO DE PERMANÊNCIA CONFORME O RPPS JOÃO PESSOA 2015

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA- FESP CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ROBERTO D’HORN MOREIRA MONTEIRO DA FRANCA

CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, PENSÃO E ABONO DE PERMANÊNCIA CONFORME O RPPS

JOÃO PESSOA 2015

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ROBERTO D’HORN MOREIRA MONTEIRO DA FRANCA

CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, PENSÃO E ABONO DE PERMANÊNCIA CONFORME O RPPS

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito Previdenciário Orientador: Prof Esp. Alexandre Cavalcanti Andrade de Araújo

JOÃO PESSOA 2015

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F814c Franca, Roberto D´Horn Moreira Monteiro da. Concessão de aposentadoria: pensão e abono de permanência

conforme o RPPS. / Roberto D´Horn Moreira Monteiro da Franca. – Joao Pessoa, 2015.

23f. Orientador: Profº. Esp. Alexandre Cavalcanti A. Araújo. Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior

da Paraíba – FESP  

1. Aposentadoria. 2. Pensão por Morte. 3. Abono de Permanência. I. Título

BC/Fesp CDU: 34.331(043)

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ROBERTO D’HORN MOREIRA MONTEIRO DA FRANCA

CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, PENSÃO E ABONO DE PERMANÊNCIA

CONFORME O RPPS

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM _____/_______2015

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Profº Esp. Alexandre Cavalcanti Andrade de Araújo

ORIENTADOR- FESP

___________________________________________ Profº Dr. Roberto Moreira de Almeida

MEMBRO- FESP

___________________________________________ Profº Esp. Felipe Ribeiro Coutinho Gonçalves da Silva

MEMBRO- FESP

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À família, suporte de amor e inspiração, pelo apoio e compreensão recebido em todas as horas.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe, Ilzeni Moreira Franca e minha esposa Vera Lúcia, que foram

essenciais para a minha formação profissional e como ser humano.

Aos meus filhos Daniel, Mariana e Robertinho, assim como minhas netas

Letícia e Heleninha, fontes de inspiração para alcançar tão almejado sonho.

Ao meu orientador, Prof. Alexandre Cavalcanti A. Araújo, pela paciência,

dedicação e interesse no bom desempenho deste trabalho.

À Profª e Mestre Maria do Socorro Menezes, pelas correções e formatação

do texto desse trabalho científico dentro das normas da ABNT.

A meu pai Damásio Franca e ao meu irmão Paulo Franca, ambos in

memoriam, que mesmo distante de nós, contribuíram para a minha formação

pessoal.

Enfim, a todos que contribuíram e torceram pela efetivação deste sonho que

ora se concretiza com a construção deste TCC.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………………………………………….........……………..........…….07

2 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RPPS...................................09

3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS..............................................................................................09

4 ARTIGO 40 DA CF ...............................................................................................12

5 REGRAS DE APOSENTADORIA CONFORME A ORIENTAÇÃO NORMATIVA SPS Nº 02, DE 31 DE MARÇO DE 2009 ..............................................................16

6 ABONO DE PERMANÊNCIA .............................................................................. 23

7 SIMULAÇÃO DE CASO CONCRETO…………………................……….…......... 24

8 CONCLUSÃO .......................................................................................................26

REFRÊNCIAS ………............…………………………………......…....……….….…....27

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CONCESSÃO DE APOSENTADORIA, PENSÃO E ABONO DE PERMANÊNCIA CONFORME O RPPS

ROBERTO D’HORN MOREIRA MONTEIRO DA FRANCA∗

ALEXANDRE CAVALCANTI ANDRADE DE ARAÚJO∗∗

RESUMO

O benefício da aposentadoria do servidor estatutário tem como base a Constituição Federal de 1988, sendo que esta tem sofrido inúmeras modificações por meios de emendas constitucionais, sempre sob a alegação de viabilizar o sistema previdenciário, porém trazendo inúmeros prejuízos para o servidor, tornando-se cada vez mais complexo a sua aplicação, exigindo das instituições que tenha um pessoal qualificado, a fim de implantar de maneira correta este benefício, para que não ocorra prejuízo para o servidor. Esse estudo de natureza teórica, elaborado com base na metodologia aplicada à pesquisa documental, demonstra as inúmeras possibilidades de aposentadorias, assim também como da pensão por morte. Faz referência ainda sobre a forma de remuneração do benefício, que pode ser integral ou proporcional conforme seja os requisitos preenchidos pelo beneficiário. Por último, abordamos o benefício do abono de permanência, direito do servidor que permanece em atividade após preencher os requisitos para aposentadoria. Assim, diante de tamanho grau de dificuldade, desenvolvemos o presente trabalho de conclusão de curso, com o intuito de dar publicidade a estas complexidade existente no Regime Próprio de Previdência Social e poder colaborar com o sistema, alertando-o para a necessidade da qualificação de seu quadro de pessoal, nesta área.

PALAVRAS-CHAVE: Aposentadoria. Pensão por Morte. Abono de Permanência.

 1 INTRODUÇÃO

Desenvolvemos o trabalho de conclusão de curso sobre o tema

aposentadoria do servidor público, pensão e o abono de Permanência, seus

benefícios na administração pública, considerando que há constantes modificações

na legislação desde a constituição de 1988, o que tem reduzidos os direitos e

benefícios da aposentadoria, além de confundir os gestores na hora de aplicar a

norma, trazendo danos irreparáveis aos beneficiários.

                                                                                                                         ∗   Graduado em administração de empresas, pós graduado com MBA em Gestão Empresarial, funcionário público, aluno concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades, semestre 2015.2. e-mail: [email protected]  ∗∗  Especialista em Direito, Advogado, Professor da Fesp Faculdades, atuou como orientador desse TCC. e-mail: [email protected]  

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Desta forma, a questão aprofundada neste trabalho, volta-se para a

identificação da melhor resposta para a situação em que tenhamos várias opções

de aposentadoria para um mesmo servidor, respeitando-se o direito adquirido1,

exigindo dos órgãos que aplique a melhor opção para o beneficiário2, a fim de que

não acarrete em prejuízo para estes.

Abordamos ainda o abono de permanência, direito previsto para o servidor

que continua a laborar sem se aposentar. Porém, é comum ocorrer, por

desconhecer do momento da aposentadoria e esse tendo ocorrido, de continuar

trabalhando sem receber o abono a que tem direito, direito este que é automático,

sendo que a sua implantação é prevista para o momento em que cumpre os

requisitos e não da data do requerimento por tal direito (Orientação normativa MPS

SPS 02 2009, art. 86, § 4º). Mas, é comum ocorrer nos órgãos públicos de não

observarem o dispositivo legal correspondente.

Por se tratar de um estudo embasado fundamentalmente na pesquisa

documental, a hipótese a norteá-la está no artigo 40 da Constituição Federal caput,

parágrafos e incisos, a qual versa sobre a aposentadoria do servidor público

ocupante de cargo efetivo, assim como as emendas constitucionais 20/98, 41/2003,

47/2005, 70/2012, de legislação infra constitucionais, a exemplo da orientação

normativa MPS SPS 02 2009 e da instrução normativa IN 45/2010 INSS, posto que

estas dão aplicabilidade as normas do regime próprio, orientando e demonstrando

uma a uma as opções possíveis de aposentadoria e o valor do benefício.

Ainda sob a perspectiva teórica, fundamentada na pesquisa documental,

verifica-se que o benefício da aposentadoria leva o trabalhador à almejá-lo ao longo

do seu período laboral. É uma conquista que se alcança, depois de um longo

período da vida dedicada as atividades e trabalho, seja estas na iniciativa privada ou

no serviço público. É através deste benefício conquistado por lei e por ter

                                                                                                                         1  Em matéria previdenciária, já está consolidado o entendimento de que é assegurado o direito adquirido sempre que, preenchidos os requisitos para o gozo de determinado benefício, lei posterior revogue o dito benefício, estabeleça requisitos mais rigorosos para a sua concessão ou, ainda, imponha critérios de cálculo menos favoráveis. É que, nessas situações, coloca-se a questão da supressão, de um direito já incorporado ao patrimônio do segurado e constitucionalmente protegido contra lei posterior, que, no dizer do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição, não pode prejudicá-lo. - Ministra Ellen Gracie, proferido no Recurso Extraordinário nº 630.501/RS; 2014.  2 IN 45 INSS - Art. 621. O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido. Art. 627. Quando o servidor responsável pela análise do processo verificar que o segurado ou dependente possui direito ao recebimento de benefício diverso ou mais vantajoso do que o requerido, deve comunicar o requerente para exercer a opção, no prazo de trinta dias.

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contribuído financeiramente para isto, que o trabalhador terá o sustento seu e de

seus familiares, no momento em que é chegada a terceira idade, devendo sim a

partir daí, usufruir o fruto de seu trabalho e receber do governo, o amparo social e

financeiro a que se propõe a aposentadoria.  

2 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RPPS

O Regime Próprio de Previdência Social, RPPS, regula a aposentadoria do

servidor público ocupantes de cargo efetivo no Estado, estando disposto

originariamente no artigo 40 da CF 88, distintamente do Regime Geral da

Previdência Social, que regula os demais trabalhadores ocupantes de cargo em

comissão, temporários, etc e está previsto no art 201 da CF 88 (BRASIL,1988).

O Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS regula a aposentadoria do

Regime Geral da Previdência Social – RGPS, enquanto o Estado, Poder público,

regula o RPPS, ou seja, cada ente da federação deve ter o seu próprio regime de

previdência. Podemos tomar como exemplo, se você é servidor público municipal,

será o próprio município que gerenciará o seu RPPS, por meio de uma autarquia

criada para estes fins ou uma secretaria com a devida competência (Faria, 2009).

O teto do RPPS está limitado ao que ganha o ministro do STF, sendo que o

benefício será calculado por uma média simples, ou integralidade, ou ainda por

outra situação específica. Já no RGPS, existe um teto remuneratório determinado,

enquanto o benefício será a média aplicada ao fator previdenciário.

Ao RPPS, aplica-se subsidiariamente o RGPS, conforme previsão do §12 do

art. 40 da CF, in verbis: “art. 40 [...]§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de

previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que

couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social”

(BRASIL,1988).

3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E AS EMENDAS CONSTITUCIONAIS

3.1 A CF/88

A Constituição de 1988 determinou um sistema de previdência de caráter

não contributivo e ao servidor público, garantiu a Integralidade (beneficio calculado

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pela última remuneração do cargo), assim como a paridade entre ativos e inativos.

Tais benefícios contribuíram para o aumento dos gastos públicos, comprometendo a

receita tributária dos entes federativos, culminando com a primeira reforma

previdenciária, por meio da EC n. 20/1998, com o objetivo de amenizar o déficit

previdenciário.

3.2 EC n. 20/1998

A Emenda Constitucional Nº 20/98 modifica o sistema de previdência social,

estabelece normas de transição e dá outras providências. Conforme expressa

Souza (2014), foi introduzido o caráter contributivo obrigatório (regime de repartição

simples – pacto inter geracional) na previdência pública, seguido da reforma

paramétrica, passando ser necessário para aposentadoria, obrigatoriamente, que

tenha os homens 35 anos de contribuição e 60 anos de idade e a mulher 30 anos de

contribuição e 55 anos de idade (BRASIL, 1988).

Com isso, praticamente extinguiu-se a possibilidade de se aposentar com

idade menor que a prevista a cima, posto que havia situação de aposentadoria com

45 anos de idade, que ocorria para aquelas pessoas que começavam a trabalhar

aos 15 anos e necessitavam apenas de 30 anos de tempo de contribuição.

3.3 EC n. 41/2003

Como as medidas tomadas com a EC 20/1998 não foram suficientes para

acabar com o déficit da previdência, veio a Emenda Constitucional 41/2003 – EC

41/20033 , que adotou medidas como o equilíbrio atuarial (cálculo da alíquota

sustentável), o fim da integralidade, passando o benefício a ser calculado pela

média do período contributivo, assim como o fim da paridade entre ativos e inativos

(BRASIL, 2003).

A busca pelo equilíbrio da previdência tem custado perdas irreparáveis ao

servidor, considerando que a integralidade gerava um benefício bem maior a este,

em relação a média do período contributivo, pois conforme ressalta Félix (2013), a

                                                                                                                         3 Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga o inciso IX do § 3 do art. 142 da Constituição Federal e dispositivos da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências.

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perda para o servidor tem sido significativa, o que faz com que muitos trabalhadores

adiem a decisão de aposentar-se.

3.4 EC n. 47/2005

Reconhecimento para os servidores que ingressaram anterior a 16 dezembro

de 1998, posto que no artigo 3º desta emenda 4 , restabeleceu o direito à

aposentadoria integral, com base na última remuneração, e a paridade. A

integralidade, porém, somente é garantida se cumpridas as novas condições fixadas

neste artigo: a) tempo de contribuição de 35/30 anos, para homem e mulher; b) 25

anos de serviço público, 15 anos de carreira e 5 anos no cargo que se der a

aposentadoria (BRASIL, 2005).

Segundo Souza (2014), um benefício inovador trazido ao servidor em relação

às emendas anteriores, foi a adoção ainda da redução de um ano de idade para

cada ano de contribuição superior ao mínimo exigido. Com as novas regras, o

servidor que possuir tempo além do mínimo exigido terá redução na idade mínima.

Exemplificando, um servidor com 40 anos de contribuição poderá gozar da

integralidade se possuir idade de 55 anos. A idade e o tempo devem somar 95.

O referido autor argumenta ainda que a mesma regra vale para as mulheres,

no entanto, a soma entre tempo de contribuição e idade deverá corresponder a 85.

A alteração tem efeito retroativo a 31.12.2003 e, assim, todas as aposentadorias já

implantadas, que satisfaçam as novas condições, deverão ser recalculadas,

inclusive com o pagamento dos valores decorrentes das diferenças atrasadas.

                                                                                                                         4 Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições: I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria; III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo. Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos de servidores falecidos que tenham se aposentado em conformidade com este artigo.

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3.5 EC n. 70/2012

A EC n° 70/2012 estabelece novas regras para a aposentadoria por invalidez.

Ela contemplou os servidores que entraram no serviço público até a data de

publicação da Emenda n° 41/2003, qual seja, 31/12/2003. Com isso, permitiu que os

aposentados por invalidez permanente, tenham a integralidade e paridade na

aposentadoria, incluindo também os pensionistas (BRASIL, 2012).

3.6 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Em 5 de fevereiro de 2013, começou a vigorar a Previdência Complementar

dos Servidores Públicos, instituída pela Lei 12.618, de 30 de abril de 2012. O

governo, por meio da Portaria 44, de 31 de janeiro de 2013, publicada no Diário

Oficial da União de 4 de fevereiro de 2013, aprovou os planos de benefícios e o

Convênio de Adesão da União à Fundação de Previdência Complementar do

Servidor Público Federal, além de, por decreto sem número de 12 de novembro de

2012, ter nomeado os integrantes dos conselhos deliberativo e fiscal provisórios da

Funpresp (BRASIL, 2013).

Com isto, segundo o artigo 30 da Lei 12.618/12, os novos servidores serão

filiados do Regime Próprio do Servidor até o limite de R$ 4.159,00, que equivale ao

teto de contribuição e benefício do INSS. Se desejarem uma aposentadoria com

valor superior ao teto do INSS, poderão aderir à Previdência complementar.

Os servidores que já estavam no serviço público antes de 05/02/2013, se

desejarem, poderão aderir à previdência complementar nos próximos 24 meses,

portanto até 5 de fevereiro de 2015, renunciado ao direito à aposentadoria integral

pelo regime próprio, no caso de quem ingressou até 31 de janeiro de 2003, ou à

aposentadoria pela média de suas contribuições pela totalidade da remuneração, no

caso de que ingressaram entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de janeiro de 2013.  

4 ARTIGO 40 DA CF O artigo 40 em toda a sua extensão, parágrafos e incisos, reporta-se ao

regime de previdência própria destinada aos servidores titulares de cargo efetivo,

assim disposto:

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Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo (BRASIL,1988).

Observa-se, portanto, que o artigo faz referência aos entes da federação, ao

sistema contributivo e solidário, assim como a contribuição necessária. Por outro

lado, verifica-se em primeiro plano, temos que as regras de aposentadoria para

servidores efetivos estão dispostos nos parágrafos 1º, 4º e 5º do art.40 CF, in

verbis:

Art. 40 [...] § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17; I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições; a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (BRASIL, 1988).

Fazendo uma leitura detalhada do regramento aqui especificado em lei,

verifica-se que o § 1º abrange as aposentadorias por invalidez, aposentadoria

compulsória e a aposentadoria voluntária, devendo para ambos as situações serem

obedecidos os requisitos necessários.

O § 4º veda outros requisitos ou critérios de aposentadoria, salvo em caso de

lei complementar para as situações: I portadores de deficiência; II que exerçam

atividades de risco; III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais

que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Já o § 5º prever uma

aposentadoria especial, com redução de 5 anos em relação ao disposto no § 1º, III,

"a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das

funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

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A estipulação de um limite de valor do benefício da aposentadoria até o valor

máximo da remuneração do cargo efetivo é o disposto da seguinte forma: § 2º - Os

proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não

poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se

deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão

(BRASIL, 1988).

O § 3º estabelece o critério para se ter o valor do provento, considerando o

cálculo da média das remunerações recebidas, tendo como base as contribuições

do servidor para o regime previdenciário. Com isto, verificou-se o fim da

Integralidade (última remuneração do cargo). Podemos afirmar que junto com este

parágrafo, está o § 17 que determina que os valores encontrados conforme o § 3º

(cálculo da média) será atualizado na forma da lei.

Importa destacar, conforme menciona Félix (2013), que o § 6º veda a

possibilidade de acumular aposentadoria dentro do mesmo regime, salvo os casos

de cargos acumuláveis previstos na CF. Quanto à pensão por morte do servidor,

será concedida conforme o disposto no § 7º, o qual prever o cálculo do valor da

pensão, caso a morte ocorrer com o servidor já aposentado (recebe proventos) ou

na ativa (recebendo remuneração), cujos beneficiados serão os filhos menores,

filhos inválidos, cônjuge ou companheiro ou ainda os pais, se dependente

econômico for. O valor será aquele percebido pelo decujus no momento da morte,

até o limite do valor do teto do RGPS, acrescido de 70% do que exceder a este.

Também é importante esclarecer, com base nas colocações feitas por Souza

(2014), que o § 8º estabelece o fim da paridade entre ativos e inativos, ao assegurar

o reajustamento dos benefícios a fim de preservar o valor real, conforme critérios

previstos em lei. Ou seja, o aumento dado ao pessoal da ativa não mais reflete nos

aposentados e pensionistas. Estes só terão o aumento conforme lei com esses fins.

No que diz respeito ao regramento expresso no § 9º, o tempo de contribuição

em qualquer âmbito, substitui o tempo de serviço, a fim de contar com vista para

aposentadoria. Porém, o tempo de serviço continua valendo para fins de

disponibilidade. Exemplificando, é contado o tempo de contribuição, mesmo estando

o servidor aguardando em disponibilidade, ainda que em casa ou acompanhando o

cônjuge, pelo seu aproveitamento na administração pública (SOUZA, 2014).

Conforme o §10º, fica extinto a contagem de tempo de contribuição fictícia, a

exemplo de férias trabalhada e licença prêmio, no caso em que se contava em

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dobro, o tempo deste período (FARIA, 2009). A referida autora esclarece ainda que

o parágrafo 11º limita o valor máximo da totalidade dos proventos por inatividade,

conforme o estabelecido no art. 37, XI, mesmo decorrentes de acumulação de

cargos de empregos público com cargo efetivo, por exemplo. Deve-se respeitar este

teto o valor final advindo de remuneração de vários proventos acumuláveis e ou

cargo de livre nomeação. Ou seja, a soma de tudo está sujeito a teto, devendo-se

observar o limite correspondente a sua situação.

Observa-se que o disposto no § 12, torna o RGPS de aplicação subsidiária

ao RPPS, ou seja, a situação que não for contemplada no regime próprio será

aplicada o previsto no RGPS. Exemplo desta situação, é o caso da aplicação da

regra da gestante, onde aplica-se no RPPS as regras do RGPS (FARIA, 2009).

O RPPS trata exclusivamente do servidor efetivo, conforme o que deixa claro

a literalidade do § 13: Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão

declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo

temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

No §14º está previsto que a União, os Estados, Distrito Federal e Municípios

estabeleçam um teto do valor do benefício aos seus beneficiários, desde que criem

o regime de previdência complementar:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 (BRASIL, 1988).

Assim, respeitando desde logo, o limite determinado lá no RGPS e suas

revisões. A contribuição para o RPPS será até este limite, ficando a critério do

servidor utilizar-se da previdência complementar e contribuir sobre o que exceder.

Farias (2009) mostra que o disposto no §15 prever a forma de criação de entidade

fechada de previdência complementar. É por lei que o poder executivo instituirá o

regime de previdência complementar, de conformidade com o disposto no art. 202.

Deve-se ser instituído que os planos serão de contribuição definida, diferentemente

do RPPS, que se utiliza dos planos de benefícios definidos.

Autoexplicativo é o § 16º: “Somente mediante sua prévia e expressa opção, o

disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no

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serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente

regime de previdência complementar” (BRASIL, 1988). Ou seja, ao entrar no cargo

efetivo, após a instituição do regime complementar, deverão aderir a este regime.

O § 18º faz referência a forma de contribuição do inativo, aposentadorias e

pensões, que deverá incidir sobre o montante que exceder ao teto do RGPS, no

mesmo percentual pagos pelos titulares efetivos. Já no § 21º fica determinado que

os portadores de doenças incapacitantes contribuirão na mesma proporção, porém

sobre o que exceder o dobro do valor do limite do RGPS (FARIA, 2009). Fica

vedado ao ente executivo a instituição de mais de um regime próprio de previdência

social e também de unidade gestora, para aqueles servidores efetivos no seu

âmbito, respeitado o art. 142, § 3º, X. É o que está previsto no § 20.

Na administração pública, ao aposentar um servidor, esta administração

deverá colocar outro em seu lugar, porém pagará a aposentadoria daquele que se

aposentou, assim como o salário do novo servidor, ficando aí, com a despesa em

dobro. Daí, o Estado, por meio deste art. 40, § 19, passou a estimular os servidores

que tenham direito a aposentar-se, a continuar na atividade o máximo, oferecendo a

ele o Abono de Permanência (BRASIL,1988).

Este abono de permanência equivale ao valor da contribuição previdenciária

descontado do servidor fazendo jus a este incentivo, todo servidor que completou o

tempo de aposentadoria e optou por permanecer em atividade, a partir do momento

que teve concretizado este direito.

5 REGRAS DE APOSENTADORIA CONFORME A ORIENTAÇÃO NORMATIVA MPS SPS Nº 02, DE 31 DE MARÇO DE 20095

Para a identificação da regra de aposentadoria adequada, foi considerado a

data de ingresso do servidor efetivo no cargo público ou o tempo a ele averbado,

respeitando o direito adquirido de cada beneficiário.                                                                                                                          5 ORIENTAÇÃO NORMATIVA MPS SPS No 02, DE 31 DE MARÇO DE 2009. Atualizada até 05/05/2009 (alteração dada pela Orientação Normativa SPS no 03, de 04/05/2009). O SECRETÁRIO DE POLÍTICAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 7o, IV, IX, X, e XVII do Anexo I do Decreto no 6.417, de 31 de março de 2008 e o art. 1o, IV, IX, X e XVII do Anexo IV da Portaria MPS no 173, de 02 de junho de 2008, resolve: Art. 1o Os Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos titulares de cargos efetivos, dos Magistrados, Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas, membros do Ministério Público e de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações observarão o disposto nesta Orientação Normativa.

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Da aposentadoria por invalidez. Esta situação abrange todo servidor que

preencha os requisitos previstos no art. 56, abaixo descrito:

Art. 56. O servidor que apresentar incapacidade permanente para o trabalho, conforme definido em laudo médico pericial, será aposentado por invalidez, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, hipóteses em que os proventos serão integrais, observado quanto ao seu cálculo, o disposto no art. 61. § 1º Lei do respectivo ente regulamentará o benefício de aposentadoria por invalidez, devendo disciplinar: I - a definição do rol de doenças; II - o conceito de acidente em serviço; III - a garantia de percentual mínimo para valor inicial dos proventos, quando proporcionais ao tempo de contribuição; e IV - a periodicidade das revisões das condições de saúde que geraram a incapacidade e obrigatoriedade de que o aposentado se submeta às reavaliações pela perícia-médica. § 2º A aposentadoria por invalidez será concedida com base na legislação vigente na data em que laudo médico-pericial definir como início da incapacidade total e definitiva para o trabalho. § 3º O pagamento do benefício de aposentadoria por invalidez decorrente de doença mental somente será feito ao curador do segurado, condicionado à apresentação do termo de curatela, ainda que provisório. § 4º O aposentado que voltar a exercer qualquer atividade laboral terá a aposentadoria por invalidez permanente cessada a partir da data do retorno, inclusive em caso de exercício de cargo eletivo (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Aqui, é importante acompanhar as leis que dispor sobre a referida

aposentadoria, de forma a contemplar adequadamente a sua aplicação. Neste

modelo de aposentadoria vale ressaltar que, faz-se necessário que a incapacidade

seja prevista em lei para que os proventos venham a ser integrais.

Da aposentadoria compulsória. De aplicação compulsória, esta regra disposta

no art. 57 abrange a todos os servidores:

Art. 57. O servidor, homem ou mulher, será aposentado compulsoriamente aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, observado, quanto ao seu cálculo, o disposto no art. 61. Parágrafo único. Quanto à concessão da aposentadoria compulsória, é vedada: I - a previsão de concessão em idade distinta daquela definida no caput; e II - a fixação de limites mínimos de proventos em valor superior ao salário mínimo nacional (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Esta aposentadoria atinge todos os servidores vinculados aos RPPS, sejam

homens ou mulheres. Porém, foi aprovado agora no corrente ano, o aumento da

idade da aposentadoria compulsória nos termos da Emenda Constitucional 88/2015,

a Emenda da Bengala. Entretanto, a medida só é válida para os ministros do

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Supremo Tribunal Federal, dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas de

União.

Da aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição. Conforme a

previsão do art. 58 abaixo descrito:

Art. 58. O servidor fará jus à aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição, com proventos calculados na forma prevista no art. 61, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público na União, nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios, conforme definição do inciso VIII do art. 2º; II - tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e III - sessenta anos de idade e trinta e cinco de tempo de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de tempo de contribuição, se mulher (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Estas condições são indispensáveis para o ingresso na inatividade por

aposentadoria voluntária por contribuição. Para o servidor professor(a) com

comprovado tempo de efetivo exercício nas funções de magistério, terá seus

requisitos de idade e de tempo de contribuição reduzidos em 5 (cinco) anos, de

acordo com § 5º do art. 40, da CF/88.

Da aposentadoria voluntária por idade. Por adentrar de forma mais tardia no

serviço efetivo, é possível a aposentadoria proporcional na forma prevista no art. 59,

in verbis:

Art. 59. O servidor fará jus à aposentadoria voluntária por idade com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados conforme art. 61, desde que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: I - tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público na União, nos Estados no Distrito Federal ou nos Municípios, conforme definição do inciso VIII do art. 2o; II - tempo mínimo de cinco anos de efetivo exercício no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e III - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Nesta situação, o servidor que for aqui enquadrado, terá seus proventos

calculados de forma proporcional ao período trabalhado, não sendo possível ser

integral. Este modelo vai abranger aqueles servidores que adentraram tardiamente

no serviço público.

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Da aposentadoria especial do professor. Após completar o tempo

diferenciado, por exercer em sala de aula a atividade de professor, esta

aposentadoria observará:

Art. 60. O professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, quando da aposentadoria prevista no art. 58, terá os requisitos de idade e de tempo de contribuição reduzidos em cinco anos. Parágrafo único. São consideradas funções de magistério as exercidas por professores no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e médio, em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício de docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico, conforme critérios e definições estabelecidas em norma de cada ente federativo (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Observa-se que, passa a ficar de fora deste tipo de aposentadoria, os

professores universitários. Quanto aos beneficiados neste parágrafo, exige-se que o

período mínimo para aposentadoria se dê exclusivamente em sala de aula.

Das regras de transição para concessão de aposentadoria, observa-se que

estas prevêem requisitos especiais de aposentadoria, para aqueles que

ingressaram no serviço público anterior a 16 de dezembro de 1998, assim como os

que ingressaram antes de 31 de dezembro de 2003. No art. 67, dispõe sobre

aqueles que tornaram-se efetivos anterior a EC 20/98, conforme descrito:

Art. 67. Ao servidor que tenha ingressado por concurso público de provas ou de provas e títulos em cargo efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional, da União, dos Estados do Distrito Federal ou dos Municípios, até 16 de dezembro de 1998, é facultado aposentar-se com proventos calculados de acordo com o art. 61 quando o servidor, cumulativamente: I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data prevista no caput, faltava para atingir o limite de tempo constante da alínea “a”. § 1º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria na forma do caput terá os seus proventos de inatividade reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo inciso III do art. 58, observado o art. 60, na seguinte proporção: I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que tiver completado as exigências para aposentadoria na forma do caput até 31 de dezembro

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de 2005, independentemente de a concessão do benefício ocorrer em data posterior àquela; ou II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput a partir de 1o de janeiro de 2006. § 2º O número de anos antecipados para cálculo da redução de que trata o § 1º será verificado no momento da concessão do benefício. § 3º Os percentuais de redução de que tratam os incisos I e II do § 1º serão aplicados sobre o valor do benefício inicial calculado pela média das contribuições, segundo o art. 61, verificando-se previamente a observância ao limite da remuneração do servidor no cargo efetivo, previsto no § 9o do mesmo artigo. § 4º Aplica-se ao magistrado e ao membro do Ministério Público e de Tribunal de Contas o disposto neste artigo. § 5º Na aplicação do disposto no § 4º, o magistrado ou o membro do Ministério Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido até 16 de dezembro de 1998, contado com acréscimo de dezessete por cento, observando-se o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º. § 6º O segurado professor, de qualquer nível de ensino, que, até a data de publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério na União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, e que opte por aposentar- se na forma do disposto no caput, terá o tempo de serviço, exercido até a publicação daquela Emenda, contado com o acréscimo de dezessete por cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério, observado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º. § 7º As aposentadorias concedidas conforme este artigo serão reajustadas para manter o valor real, de acordo com o disposto no art. 83 (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

A sua aplicabilidade perder-se-á no tempo, consoante for se aposentando os

beneficiários contemplados nesta situação.Conforme também previsto nas regras de

Transição, os servidores ingressos antes da EC 41/2003, ou seja, anterior a

31/12/2003, tem seus requisitos conforme as previsões do art. 68, assim transcrito:

Art. 68. Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas no art. 58, 60, ou no art. 67, o servidor que tiver ingressado no serviço público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, até 31 de dezembro de 2003, poderá aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, conforme definição do inciso IX do art. 2º6, quando, observadas as reduções de idade e de tempo de contribuição contidas no art. 60, relativas ao professor, vier a preencher, cumulativamente, as seguintes condições: I - sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher; II - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; III - vinte anos de efetivo exercício no serviço público conforme definição do inciso VIII do art. 2º;

                                                                                                                         6 IX - remuneração do cargo efetivo: o valor constituído pelos vencimentos e pelas vantagens pecuniárias permanentes do respectivo cargo, estabelecidas em lei de cada ente, acrescido dos adicionais de caráter individual e das vantagens pessoais permanentes;

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IV - dez anos de carreira, conforme inciso VII do art. 2º; V - cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Trata-se de regra de transição e, assim sendo, este artigo terá o mesmo

efeito do anterior, após atingir aquelas situações especificas, passará a ser letra

morta dentro do contexto jurídico.

As regras de transição prevêem outra situação transitória como a disposta no

art. 69, ou seja, a redução de 1 (um) ano de idade para cada ano excedente ao

período de contribuição necessário:

Art. 69. Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas nos arts. 58, 60, 67 e 68 o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, até 16 de dezembro de 1998, poderá aposentar-se com proventos integrais, que corresponderão à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, conforme definição do inciso VIII do art. 2o; III - quinze anos de carreira, conforme inciso VII do art. 2o; e IV - cinco anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e V - idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites fixados no art. 58, de 60 anos, se homem, ou 55, se mulher, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder o tempo de contribuição previsto no inciso I. Parágrafo único. Na aplicação dos limites de idade previsto no inciso V do caput, não se aplica a redução prevista no art. 60 relativa ao professor (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

Por fim, o art. 70 em seguida transcrito, está para dirimir dúvidas quanto a

data do ingresso no serviço público, para fins de direito de opção pelas regras

previstas nos arts. 68 e 69;

Art. 70. Na fixação da data de ingresso no serviço público, para fins de verificação do direito de opção pelas regras de que tratam os arts. 68 e 69, quando o servidor tiver ocupado, sem interrupção, sucessivos cargos na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, em qualquer dos entes federativos, será considerada a data da investidura mais remota dentre as ininterruptas. (Redação dada pela Orientação Normativa SPS no 03, de 04/05/2009).

Os cálculos dos proventos a que se refere os itens anteriores, serão em

conformidade com o previsto na Orientação Normativa SPS Nº 02/2009 do MPS,

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abaixo transcrita:

Art. 61. No cálculo dos proventos das aposentadorias referidas nos art. 56, 57, 58, 59, 60 e 67, concedidas a partir de 20 de fevereiro de 2004, será considerada a média aritmética simples das maiores remunerações ou subsídios, utilizados como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. § 1º Para os efeitos do disposto no caput, serão utilizados os valores das remunerações que constituíram a base de cálculo das contribuições do servidor aos regimes de previdência, independentemente do percentual da alíquota estabelecida ou de terem sido estas destinadas para o custeio de apenas parte dos benefícios previdenciários. § 2º As remunerações ou subsídios considerados no cálculo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados, mês a mês, de acordo com a variação integral do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no cálculo dos benefícios do RGPS, conforme portaria editada mensalmente pelo MPS. § 3º Nas competências a partir de julho de 1994 em que não tenha havido contribuição do servidor vinculado a regime próprio, a base de cálculo dos proventos será a remuneração do servidor no cargo efetivo, inclusive nos períodos em que houve isenção de contribuição ou afastamento do cargo, desde que o respectivo afastamento seja considerado como de efetivo exercício. § 4º Na ausência de contribuição do servidor não titular de cargo efetivo, vinculado a regime próprio até dezembro de 1998, será considerada a sua remuneração no cargo ocupado no período correspondente. § 5º As remunerações consideradas no cálculo da média, depois de atualizadas na forma do § 2º, não poderão ser: I - inferiores ao valor do salário mínimo; II - superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao RGPS. § 6º As maiores remunerações de que trata o caput serão definidas depois da aplicação dos fatores de atualização e da observância, mês a mês, dos limites estabelecidos no § 5º. § 7º Na determinação do número de competências correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo de que trata o caput, desprezar-se-á a parte decimal. § 8º Se a partir de julho de 1994 houver lacunas no período contributivo do segurado por não vinculação a regime previdenciário, em razão de ausência de prestação de serviço ou de contribuição, esse período será desprezado do cálculo de que trata este artigo. § 9º O valor inicial do provento, calculado de acordo com o caput, por ocasião de sua concessão, não poderá exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu aposentadoria, conforme definição do inciso IX do art. 2o, sendo vedada a inclusão de parcelas temporárias conforme previsto no art. 43. § 10 No cálculo de que trata este artigo deverão ser consideradas as remunerações pagas retroativamente em razão de determinação legal, administrativa ou judicial, sobre as quais incidiram as alíquotas de contribuição (Orientação normativa MPS SPS 02 2009).

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Sobre os proventos proporcionais será observado o disposto no art. 62,

quando se tratar de aposentadoria proporcional7.

6 ABONO DE PERMANÊNCIA

O abono de permanência é uma inovação instituída pela Emenda

Constitucional 41, de 2003. O benefício constante do art. 40, § 19 da Constituição

consiste no pagamento de um bônus ao servidor público que tenha reunido as

condições para a aposentadoria voluntária e decida permanecer na ativa até

aposentar-se, sendo o máximo a compulsória, que se dá aos 70 anos. O valor do

incentivo corresponde ao desconto previdenciário que o servidor pagaria caso

passasse para a inatividade.

Existem duas regras para a concessão do abono: A primeira conforme o art.

40 §19 da CF e a segunda corresponde ao art. 2º, § 5º da EC 41/2003, que

estabelece 53 anos para homens, com 37 anos de contribuição e idade de 48 anos

para mulheres, com 32 anos de contribuição". Os dois anos a mais são o chamado

"pedágio" imposto pela emenda. A EC nº 41/03, § 5º do art. 2º , transcritos abaixo:

“Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente: I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea a deste inciso. [...] § 5º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no caput, e que

                                                                                                                         7Art. 62. Para o cálculo do valor inicial dos proventos proporcionais ao tempo de contribuição, será utilizada fração cujo numerador será o total desse tempo e o denominador, o tempo necessário à respectiva aposentadoria voluntária com proventos integrais, conforme inciso III do art. 58, não se aplicando a redução no tempo de idade e contribuição de que trata o art. 60, relativa ao professor. § 1º No cálculo dos proventos proporcionais, o valor resultante do cálculo pela média será previamente confrontado com o limite de remuneração do cargo efetivo previsto no § 9º do art. 61, para posterior aplicação da fração de que trata o caput. § 2º Os períodos de tempo utilizados no cálculo previsto neste artigo serão considerados em número de dias.

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opte por permanecer em atividade, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal (BRASIL, 2003)

A concessão do abono de permanência em conformidade com qualquer das

opções possíveis, não vincula o servidor a esta no momento de optar pela

aposentadoria, sendo –lhe garantida a escolha pela aposentadoria mais vantajosa,

conforme Orientação Normativa SPS No 02, de 31 de março de 2009, disposto no

art. 86:

Art. 86 […] § 2o O recebimento do abono de permanência pelo servidor que cumpriu todos os requisitos para obtenção da aposentadoria voluntária, com proventos integrais ou proporcionais, em qualquer das hipóteses previstas nos arts. 58, 67 e 81, conforme previsto no caput e § 1o, não constitui impedimento à concessão do benefício de acordo com outra regra vigente, inclusive as previstas nos arts. 68 e 69, desde que cumpridos os requisitos previstos para essas hipóteses, garantida ao segurado a opção pela mais vantajosa. § 3o O valor do abono de permanência será equivalente ao valor da contribuição efetivamente descontada do servidor, ou recolhida por este, relativamente a cada competência. § 4o O pagamento do abono de permanência é de responsabilidade do respectivo ente federativo e será devido a partir do cumprimento dos requisitos para obtenção do benefício conforme disposto no caput e § 1o, mediante opção expressa do servidor pela permanência em atividade (BRASIL, 2009).

O momento do direito a este abono é aquele em que o servidor cumpriu os

requisitos necessários, independente de quando se deu o requerimento da

solicitação do benefício.

7 SIMULAÇÃO DE CASO CONCRETO

Exemplificaremos a seguir, situações que identificam as inúmeras opções de

aposentadoria e que o servidor mais antigo tem maiores benefícios do que os mais

recentes. Vejamos dois casos práticos para efeito comparativo, utilizando para

tanto, o simulador de aposentadoria da CGU.

Primeiro consiste num servidor nascido em 12/11/1958, 56 anos de idade,

que tenha ingressado no serviço público em dezembro de 1976, licença-prêmio não

gozada, 180 dias sendo em dobro igual a 360, perfaz um total de 14.298 dias, ou

seja, 39 anos, 1 mês e 27 dias, poderia requerer o Abono de Permanência desde

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16/05/2013, com base no Fundamento Legal: Emenda Constitucional nº 41/2003 –

Art. 2º e aposentar-se pelas seguintes opções:

1- Servidor poderá se aposentar em 16/05/2013, na a modalidade

Aposentadoria voluntária com proventos calculados utilizando-se média aritmética,

com base no Fundamento Legal: Emenda Constitucional nº 41/2003 – Art. 2º tendo

seus proventos: 30% de desconto;

2- Servidor poderá se aposentar em 20/12/2014, na modalidade Aposentadoria

voluntária integral, com base no Fundamento Legal: Emenda Constitucional nº

47/2005 – Art. 3º, sendo o seu proventos: Última Remuneração com Paridade Total;

3- Servidor poderá se aposentar em 18/11/2018, na modalidade Aposentadoria

voluntária integral na forma da lei e com paridade, com base no Fundamento Legal:

Emenda Constitucional nº 41/2003 – Art. 6º, sendo seu proventos: Totalidade da

remuneração do cargo efetivo calculada na forma da Lei;

4- Servidor poderá se aposentar em 18/11/2018, na modalidade Aposentadoria

voluntária proporcional ao tempo de contribuição, com base no Fundamento Legal:

Emenda Constitucional nº 41/2003 - Regra Geral, sendo o seu proventos conforme

o disposto no Art.1º da Lei 10.887/2004;

5- Servidor poderá se aposentar em 18/11/2023, na modalidade Aposentadoria

voluntária por idade proporcional ao tempo de contribuição, com base no

Fundamento Legal: Emenda Constitucional nº 41/2003, sendo o seu proventos:

menor entre 12775/12775 sobre a média e a última rem. sem paridade;

6- Aposentadoria compulsória em 12/11/2028.

Num segundo exemplo, um servidor nascido em 01/12/1982, 32 anos de

idade, que tenha ingressado no serviço público em 14/07/2005, poderá requerer o

Abono de Permanência desde 01/12/2042, com base no Fundamento Legal:

Emenda Constitucional nº 41/2003 – Art. 2º e aposentar-se pelas seguintes opções:

1- Servidor poderá se aposentar em 01/12/2042, na modalidade Aposentadoria

voluntária proporcional ao tempo de contribuição, com base no Fundamento Legal:

Emenda Constitucional nº 41/2003 - Regra Geral, sendo o seu proventos conforme

o disposto no Art.1º da Lei 10.887/2004;

2- Servidor poderá se aposentar em 01/12/2047, na modalidade Aposentadoria

voluntária por idade proporcional ao tempo de contribuição, com base no

Fundamento Legal: Emenda Constitucional nº 41/2003, sendo o seu proventos:

menor entre 12775/12775 sobre a média e a última remuneração sem paridade.

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Diante dos exemplos citados, percebe-se a perda das aposentadorias mais

vantajosas para o servidor, a medida que ele entra de forma mais tardia no serviço

público, entre estas perdas, a opção pela EC Nº 47/05, art. 3º, pois trata-se da

situação mais benéfica para o servidor, cujos proventos serão integrais e calculados

com base no último contracheque, correspondendo à 100% (cem por cento) da

remuneração de contribuição, ressaltando-se que o servidor terá direito à paridade.

8 CONCLUSÃO

Por concluir e diante do desenvolvimento do presente trabalho, verificamos

ser comum a possibilidade de inúmeras situações de aposentadoria para um

mesmo servidor; que os proventos de pensão por morte poderão ser integral ou

proporcional, se gozarão de paridade ou não; e ainda, quem tem direito ao abono de

permanência.

Porém, é praticamente impossível esgotarmos esse tema do benefício da

aposentadoria do RPPS, posto ser o tema muito vasto. É certo que outros tópicos

relevantes não serão possíveis de ser debatido no presente trabalho, a exemplo da

distinção da aposentadoria por invalidez em relação a ser permanente ou

temporária, assim como a diferença da interpretação da EC 47/2005 – Art. 3º

(proventos: Última Remuneração com Paridade Total)e da EC 41/2003 – Art. 6º,

(proventos: Totalidade da remuneração do cargo efetivo calculada na forma da Lei), ou ainda, como ocorre a aposentadoria do professor.

Além da complexidade que envolve o tema, temos ainda a constante

mudança na legislação, de forma a impedir que o assunto seja esgotado. Por

exemplo: temos em vigor a Medida Provisória 664, que para virar lei, já está

aprovada no Congresso, só faltando ser sancionada pela Presidenta. Esta MP

modifica os benefícios do seguro desemprego, pensão por morte e auxílio doença,

entre outras alterações.

Concluímos, afirmando ser de suma importância para a instituição que dará a

concessão da aposentadoria, ter um quadro de pessoal devidamente qualificado, a

fim de que não acarrete em prejuízo para os servidores.Sugerimos, que estas

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instituições dêem publicidade ao benefício e desenvolvam um mecanismo8 que

possibilitem ao servidor identificar, com antecedência, o momento e as

possibilidades de aposentadorias e aí decidirem por aposentar-se ou continuar

laborando e recebendo o abono de permanência. Uma outra solução para facilitar a

vida do beneficiário é a apresentada pela PBprev – Paraíba Previdência, a qual

destina aos funcionários uma Cartilha de Orientação para aposentadoria, para que

estes possam planejar melhor a sua vida futura.

RETIREMENT GRANT , PENSION AND ALLOWANCE AS OF STAY The RPPS

ABSTRACT

The benefit of the statutory retirement server is based on the Federal Constitution of 1988, and this has undergone numerous modifications by means of constitutional amendments, always on the grounds enable the pension system, but bringing numerous losses to the server, making it increasingly complex your application, requiring the institutions that have a qualified staff in order to implement correctly this benefit, so that there is damage to the server. This study theoretical, prepared based on the methodology applied to the documentary research demonstrates the many possibilities of pensions, so as the death pension. References yet on how to pay the benefit, which can be full or proportional as is the requirements met by the beneficiary. Finally, we address the benefit of on-call allowance, right server that remains in effect after filling the requirements for retirement. Thus, faced with such a degree of difficulty, we have developed this working conclusion of the course, in order to publicize these existing complexity in Shareholders Social Security System and to cooperate with the system, alerting you to the need for qualification its staff in this area.

KEYWORDS : Retirement. Deathpension. Residence allowance.

REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição Federal de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> . Acesso em: 20 mar. 2015. ____, Emenda Constitucional Nº 20/98. Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015. ____, Emenda Constitucional Nº 41/03. Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga o inciso IX do § 3 do art. 142 da Constituição                                                                                                                          8 A Controladoria Geral da União dispõe de um Simulador de aposentadoria, o qual permite ao servidor público saber, com antecedência, o momento em que tem direito ao abono de permanência e da suas opções de aposentadoria.

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Federal e dispositivos da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015. ____, Emenda Constitucional Nº 47/05. Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, para dispor sobre a previdência social, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015. ____, Emenda Constitucional Nº 70/12. Acrescenta art. 6º-A à Emenda Constitucional nº 41, de 2003, para estabelecer critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores públicos que ingressaram no serviço público até a data da publicação daquela Emenda Constitucional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc70.htm>. Acesso em: 12 abr. 2015. ____, Emenda Constitucional Nº 88/15. Altera o art. 40 da Constituição Federal, relativamente ao limite de idade para a aposentadoria compulsória do servidor público em geral, e acrescenta dispositivo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc88.htm>. Acesso em: 12 mai. 2015. ____. CGU. Simulação de aposentadoria. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/acesso-a-sistemas/simulador-de-aposentadoria>. Acesso em: 20 mar. 2015. FARIA, Elisa. Aula 037 - Art. 40 (5 de 7) Previdência Pública. 2009. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CIVAmkAHWS8> Acesso em: 05 jan. 2015. FÉLIX, Êderson. Constituição Federal: art. 40. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X6bYz86pUSQ. 2013.Acesso em: 05 jan. 2015. INSS, Orientação normativa MPS SPS 02 2009. Disponível em: <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/56/MPS-SPS/2009/2.htm> Acesso em: 22 mar.2015. ____. Instrução normativa IN 45/2010 INSS. Dispõe sobre a administração de informações dos segurados, o reconhecimento, a manutenção e a revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social e disciplina o processo administrativo previdenciário no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Disponível em: http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/38/inss-pres/2010/45.htm Acesso em: 22 mar.2015. PBPREV, Paraíba Previdência. Cartilha de preparação para aposentadoria. EDUEPB – 2013.

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SOUZA, Aprígio de. Constituição Federal: art 40 – Parte 1. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IDIHKKc1lLQ> Acesso em: 05 jan. 2015.