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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Pedagogia Graciele Aparecida Oliveira Guimarães A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR: RECURSO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAR LETRANDO. Pará de Minas 2013

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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS

Curso de Pedagogia

Graciele Aparecida Oliveira Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR: RECURSO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAR LETRANDO.

Pará de Minas

2013

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Graciele Aparecida Oliveira Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR: RECURSO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAR LETRANDO.

Monografia apresentada à Coordenação de Pedagogia da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia. Orientadora: Ms. Irani Gonçalves Cardozo Ribeiro.

Pará de Minas

2013

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Graciele Aparecida Oliveira Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR: RECURSO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAR LETRANDO.

Monografia apresentada à Coordenação de Pedagogia da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia.

Aprovada em: _____ / _____ / _____

________________________________________

Prof. Ms. Irani Gonçalves Cardozo Ribeiro

________________________________________

Prof. Ms. Vanessa Faria Viana

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Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, pelas bênçãos diárias e por minha

vida, a Jesus por tua misericórdia infinita,

aos meus pais Aladim e Mônica pelo

exemplo de vida e incentivo, ao Luís pelo

amor, compreensão e paciência, aos

meus irmãos (as) pela amizade sincera,

aos meus sobrinhos (as) por tudo que me

ensinam a cada dia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, sinônimo de amor verdadeiro, escritor de toda minha história, meu

grande mestre. Obrigada por ter me dado condições para concluir o curso de

Pedagogia.

A Jesus, por tua infinita misericórdia e pelas bênçãos concedidas a cada

instante.

Aos meus pais, Aladim e Mônica, exemplos marcantes para toda minha

formação humana, agradeço-lhes pelo amor incondicional e por acreditarem nos

meus sonhos.

Ao Luís, pelo amor, paciência. Obrigada por compartilhar comigo todos esses

momentos. Eu posso dizer-lhe que estar ao seu lado vale a pena!

Aos meus irmãos, Márcia, Adriana, Nilsom, Alessandra, Lurdinha, Agnaldo e

Taísa pela amizade sincera. Obrigada por serem meus irmãos e irmãs.

Aos meus sobrinhos (as) por toda alegria diária e por me ensinarem o quanto

trabalhar com criança será gratificante.

À Irani, pelas orientações e ensinamentos, proporcionando-me a conclusão

deste trabalho.

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“A literatura torna o mundo real, dando-lhe

forma e permanência”.

Fernando Pessoa

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RESUMO

Através de pesquisas bibliográficas e abordagem qualitativa quantitativa por meio de

questionários este trabalho tem o objetivo de identificar e analisar como está

ocorrendo à formação do leitor, principalmente o leitor literário. Pretendeu-se

averiguar como estão acontecendo as práticas de incentivo à leitura dentro do

contexto escolar e como a Literatura Infantil está sendo explorada nas práticas

pedagógicas, bem como sua abordagem com os diversos gêneros textuais.

A literatura infantil é essencial na formação do leitor e quando a escola dispõe de

boas práticas de leitura ela tem chances de formar um leitor competente, com

capacidades de formar um cidadão crítico. Quando a literatura infantil é bem

explorada, ela pode inserir o aluno no contexto de alfabetização / letramento, por

meio dos seus diversos gêneros textuais. Percebe-se que a leitura é fundamental

dentro de uma escola e o trabalho com a Literatura Infantil é um recurso que tende à

formação do leitor literário. Foi possível encontrar diversos autores enfatizando esse

assunto. Na averiguação dos dados foi feita uma pesquisa qualitativa quantitativa

com professoras do 3° ano do Ensino Fundamental I, sendo utilizados questionários

para obtenção dos resultados.

Palavras-chave: Leitor. Literatura infantil. Leitura. Leitor literário. Alfabetização.

Letramento.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 08 2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL................................ 10 2.1 História da literatura infantil.......................................................................... 10 2.2 A literatura infantil no Brasil.......................................................................... 12 2.3 A era Lobatiana............................................................................................... 14 3 A ESCOLA E A LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR......... 20 3.1 A importância do incentivo à leitura para formação de leitores................ 20 3.2 A biblioteca como um encontro à leitura..................................................... 22 3.3 A literatura no processo de alfabetizar – letrando...................................... 24 3.4 Atividades pedagógicas no processo de alfabetizar letrando através da literatura infantil....................................................................................................

27

4 METODOLOGIA.................................................................................................. 31 5 ANÁLISE SOBRE A METODOLOGIA APLICADA............................................ 34 5.1 A importância da formação continuada dos profissionais da educação.. 34 5.2 Análise dos gráficos....................................................................................... 34 5.3 Os professores leitores enquanto sujeitos ativos na formação de leitores...................................................................................................................

36

5.4 Análise dos gráficos...................................................................................... 37 5.5 Reflexão sobre a opinião dos professores sobre a importância da literatura infantil na formação do leitor..............................................................

42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 45 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 47 APÊNDICE............................................................................................................. 49

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1 INTRODUÇÃO

“... o primeiro livro, a gente não esquece jamais”. Professora Cátia Eliane Nicolachick

No processo de formação do leitor, sabemos a importância que a literatura

infantil pode exercer na apreciação da boa leitura. A literatura infantil favorece o

desenvolvimento da habilidade leitora dos alunos quando bem trabalhada pelos

professores. Nesse sentido, apresenta-se a literatura infantil à criança para que ela

tenha contato com diversas obras, aumentando seu vocabulário, sua forma lúdica de

ver o mundo e aprimorando suas habilidades.

O presente trabalho tem como tema “A importância da literatura infantil na

formação do leitor: recurso pedagógico no processo de alfabetizar letrando” e divide-

se em quatro capítulos. O primeiro capítulo visa compreender o contexto histórico,

ou seja, como a literatura infantil começou a existir no Brasil, os autores que tiveram

relevância para a construção dessa literatura. Destaca-se a importância de Monteiro

Lobato, que foi um ícone da literatura infantil no Brasil, com sua arte de dominar as

palavras e com a competência de escrever suas obras e fascinar a todos os leitores

que apreciam uma boa leitura.

O segundo capítulo expõe sobre a escola e a literatura infantil na formação do

leitor. Pode-se destacar a importância do incentivo à leitura na formação do leitor

através da linguagem escrita pelos livros com a possibilidade de transmitir sua

mensagem e propiciar aos leitores uma interação e contato com o mundo

imaginário, o qual as diversas estórias podem abordar. Será mostrado como os

livros trazem ao leitor a oportunidade de ter contato com o mundo ao seu redor,

podendo fazê-lo conhecer diversas culturas e conhecer sobre os diversos temas

escritos em cada nova publicação. Sabe-se que no mundo contemporâneo os meios

de comunicação fazem as crianças estarem distantes dos livros, por isso

abordaremos como a escola, acompanhada dos professores, tem o papel de levar

os alunos à biblioteca e construir projetos nos quais a criança esteja inserida

diretamente em um contexto de leitura, preferencialmente a literária.

Mostrar-se-á, ainda, que professores formadores de leitores conseguem que

seus alunos se interessem pela leitura, aumentando suas chances de se tornarem

cidadãos conscientes das necessidades que o mundo lhes exige. Destarte, a criança

percebe que a leitura é fundamental para sua sobrevivência e para seu desempenho

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satisfatório na sociedade, pois não basta apenas ser alfabetizado, mas sim letrado.

Através da literatura infantil, é possível criar atividades por meio de seus diversos

gêneros textuais, formando um sujeito letrado. Para formar um leitor, que

consequentemente não será apenas um ser alfabetizado e sim letrado, é necessário

que, desde criança, se tenha contato com a leitura preferencialmente através de

textos literários.

No terceiro capítulo, será abordada a metodologia pela qual o trabalho foi

desenvolvido. Para realização desta pesquisa, entrou-se em contato com escolas da

rede pública estadual de Pará de Minas e foi realizada uma pesquisa qualitativa

quantitativa através de questionários respondidos por professoras do 3° ano do

Ensino Fundamental I.

No quarto capítulo, apresentaram-se os resultados obtidos através da

pesquisa exploratória através dos questionários aplicados em algumas escolas

estaduais situadas em Pará de Minas. Os resultados buscam: a) compreender se os

professores consideram importante a Literatura Infantil no processo de formação de

leitores; b) Se a Literatura Infantil é um recurso pedagógico no processo de

alfabetizar letrando; c) Se as ações pedagógicas nas práticas de leitura estão

visando à formação de futuros leitores; d) Se as escolas têm espaços propícios e

favoráveis para um ambiente estimulador de leitores; e) Verificar se as práticas

alfabetizadoras têm como utilização a Literatura Infantil; f) Se estas práticas estão

sendo criadas com o objetivo de não somente alfabetizar, mas tornar a criança um

alfabetizado (a) / letrado (a).

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2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL

2.1 História da literatura infantil

Antes do século XVIII, não existia uma concepção de infância. A criança

participava da vida do adulto e também ouvia a literatura que era destinada a eles,

com acesso a diferentes gêneros literários. A criança da classe nobre era orientada

por preceptores e lhe era acessível os grandes clássicos literários. Já a criança cuja

classe era menos favorecida ouvia as estórias de cavalaria, aventuras, lendas e

contos folclóricos.

A história da Literatura Infantil começou a ser traçada no início do século

XVIII, quando suscitou um novo modelo de família, priorizando a não amplitude nas

relações de parentesco. Era necessário manter a privacidade individual familiar e ter

o cuidado de não ocorrer interferência dos outros membros familiares nos negócios

particulares. Sobre isso Zilberman (1987, p. 13) afirma:

Antes da constituição deste modelo familiar burguês, inexistia uma consideração especial para com a infância. Esta faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava. A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e a manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir esta missão.

A decadência do feudalismo incentivou esse novo modelo de estrutura

familiar privada dedicada à preservação dos filhos e ao afeto familiar. O liberalismo

burguês, com a intenção de uma nova concepção de educação de filhos, sobretudo

a importância de fundar uma identidade familiar entre os membros, favoreceu a

valorização da infância.

Desse modo, os primeiros textos escritos para crianças foram feitos por

pedagogos e professores e a especificidade deles eram marcadas por

características educativas, revelando certo desejo de dominação da criança. A partir

de então, percebe-se que a Pedagogia cria um elo com a literatura infantil.

Na Europa, surge a necessidade dos grandes educadores criarem uma

literatura específica para crianças. Havia, nessa época, uma preocupação por parte

da educação em criar textos informativos e formativos.

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Com essas mudanças ocorridas no século XVIII, houve um início de acesso à

cultura por causa das transformações acontecidas na escola e o acesso que ela

propiciava através dos gêneros literários. Contudo, ainda ocorriam dificuldades na

aceitação dos gêneros literários, pois a literatura não era considerada arte, mas sim

um meio didático para ensinar crianças e jovens.

A relevância oferecida pelo conceito de infância propiciou à criança diferentes

tipos de cultura apropriada para sua idade. Entretanto, segundo alguns estudiosos e

literatos, as obras feitas para o público infantil passam a ter origem duvidosa uma

vez que algumas obras destinadas ao público adulto foram lidas pelo público infantil,

como aconteceu com “As aventuras de Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe.

Nesse sentido, Andrade (apud CUNHA, 1983, p. 21), explica que:

O gênero ‘literatura infantil’ tem, a meu ver, existência duvidosa. Haverá música infantil? pintura infantil? A partir de que ponto uma obra literária deixa de constituir alimento para o espírito da criança ou do jovem e se dirige ao espírito do adulto? Qual o bom livro para crianças, que não seja lido com interesse pelo homem feito? Qual o livro de viagens ou aventuras, destinado a adultos, que não possa ser dado a crianças, desde que vazado em linguagem simples e isento de matéria de escândalo? Observados alguns cuidados de linguagem e decência, a distinção preconceituosa se desfaz. Será a criança um ser à parte, estranho ao homem, e reclamando uma literatura também à parte? Ou será literatura infantil algo de mutilado, de reduzido, de desvitalizado - porque coisa primária, fabricada na persuasão de que a imitação da infância é a própria infância? Vêm-me à lembrança as miniaturas de árvores, com que se diverte o sadismo botânico dos japoneses; não são organismos naturais e plenos; são anões vegetais. A redução do homem que a literatura infantil implica dá produtos semelhantes. Há uma tristeza cômica no espetáculo desses cavalheiros amáveis e dessas senhoras não menos gentis, que, em visita a amigos, se detêm a conversar com as crianças de colo, estas inocentes e sérias, dizendo-lhes toda sorte de frases em linguagem infantil, que vem a ser a mesma linguagem de gente grande, apenas deformada no final das palavras e edulcorada na pronúncia... Essas pessoas fazem oralmente, e sem o saber, literatura infantil.

Através das palavras de Carlos Drummond, pode-se perceber que, pelo fato

de a história da Literatura Infantil ser recente, ela pode causar dúvidas entre os

críticos, mas, sem dúvida, ela hoje existe e é carregada de características individuais

e especiais voltadas para o universo infantil. A obra literária infantil exige

particularidades especiais voltadas para o olhar criterioso das crianças, que estão

sempre em busca de algo especial.

Com a história percorrida ao longo do tempo, percebemos que, com as

adaptações surgidas para a criação de uma literatura adequada para a infância,

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surgem diferentes tendências: a dos clássicos com suas adaptações e a do folclore,

que se apropriou dos contos de fadas. Autores como Perrault, os irmãos Grimm e

Andersen tiveram grande importância na escrita de diversas obras literárias.

Charles Perrault criou contos de fadas destacando-se definitivamente no

gênero literário. Em 1697 criou “Contes de ma mère I’Oye”, conhecidos em

português como Contos da Carochinha. Eles foram traduzidos em quase todos os

idiomas e passaram a contagiar o universo infantil. Dentre eles podemos destacar “A

Bela Adormecida no Bosque”, “Chapeuzinho Vermelho”, “O Barba-azul”, “A Gata

Borralheira”, “As Botas de Sete Léguas” que estão ligados ao folclore infantil.

Perrault destacou-se no gênero por atribuir poderes aos personagens monstros e

animais, dos quais eram personagens das estórias contadas pelos camponeses. O

autor enfatizava o duelo do bem e do mau, belos e feios, fracos e fortes. Os

personagens que representavam as classes inferiores venciam a nobreza pela força

da inteligência.

No início do século XIX, Jacob e Wilhelm, mais conhecidos como irmãos

Grimm, adaptaram algumas fábulas no estilo literário infantil e assim surgiram

personagens como Branca de Neve, Rapunzel, João e Maria entre outros. Em 1812,

eles publicaram sua primeira coletânea com 86 contos e, dois anos depois, outra

coletânea com 70 contos.

Hans Cristian Andersen, assim como os irmãos Grimm, criou contos que

mudaram a condição de leitor de muitas crianças. Dentre eles podemos destacar “O

Patinho Feio” e “O Rouxinol do Imperador”. Com todas as suas obras, ficou sendo

considerado um grande talento da literatura infantil. Na data do seu nascimento, 02

de Abril, comemora-se, hoje, o Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil.

É importante ressaltar que os contos surgiram, sobretudo, em cima de uma

literatura folclórica de estórias ouvidas por esses autores e adaptadas nas obras

literárias infantis. Desse modo, a literatura infantil vai surgindo e ganhando espaço

em cada país.

2.2 A literatura infantil no Brasil

Publicar um livro para criança não seria uma tarefa fácil. As crianças, ao

contrário do que imaginamos, são criteriosas, detalhistas, criativas e muito

exigentes. Uma obra literária, para agradar ao público infantil, não poderia ser

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escrita sem riqueza de detalhes, sem um encantamento que conquiste a criança ao

lê-la.

No Brasil, a literatura infantil tem origem com adaptação de algumas obras

pedagógicas de Portugal. Cunha (1983, p. 32), diz que “no Brasil, como não poderia

deixar de ser, a literatura infantil tem início com obras pedagógicas e, sobretudo,

adaptadas de produções portuguesas, demonstrando a dependência típica das

colônias”.

Como citado anteriormente, a dependência das colônias, até mesmo no que

se diz respeito à educação e, em especial à literatura, atrasou a criação da literatura

infantil de origem brasileira. Após essas adaptações, a literatura infantil brasileira

começa a se principiar com o surgimento de algumas obras literárias. Esse começo

é representado por Carlos Jansen com os “Contos seletos das mil e uma noites”,

Robinson Crusoé em “As viagens de Gulliver a terras desconhecidas”.

Com o surgimento da Pedagogia Moderna, Rui Barbosa fundamenta um

papel importante no contexto educacional. A educação passaria a ser fundamentada

com menos teoria e mais prática. A partir desse contexto, surge uma preocupação

por parte dos educadores, pedagogos e psicólogos com as crianças. Acredita-se

que elas precisariam de uma interação com o meio social e do surgimento de trocas

de experiências.

Em 1894 surge a primeira obra de Alberto Figueiredo Pimentel. Ele publica o

primeiro livro para crianças – Contos da Carochinha, com 40 contos populares, no

qual traduziu e adaptou contos de outros países, inclusive os de Perraul, Grimm e

Andersen. Mesmo com o sucesso dessa publicação, a literatura infantil ainda não

apresenta sua origem brasileira. Nesse sentido, Carvalho (2010, p. 77) relata:

Dois anos depois, em 1896, Pimentel publica o seu 2° livro para crianças, Histórias da Baratinha, e assim prossegue o precursor da Literatura Infantil no Brasil, dedicando-se à infância, ora com estórias maravilhosas, ora com a poesia, de que nos apresenta selecionada coletânea em Álbum de Crianças, ora com o teatro – Teatrinho Infantil, ora, enfim com o interessantíssimo livro que se intitula Os meus Brinquedos, onde ele parte das cantigas de berço, chega aos jogos e brincadeiras, passa pelos salões de ruidosa alegria e aniversários, até o teatrinho, incluindo, ainda aí, nessa última movimentação recreativa, uma tradução adaptada da comédia O Mentiroso, da condessa de Ségur. Com exceção de alguns textos, eu chamaria a esse livro, o livro do folclore infantil, pois nele há uma grande sucessão de jogos e brincadeiras que nos reportam à infância, lembrando-nos o que nos foi ensinado por nossos avós.

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Mesmo após sua segunda publicação, a literatura infantil não consegue tomar

rumos independentes de outros países e ainda continua sem a característica e

forma brasileira. Continuando as traduções em 1915, Arnaldo Barreto faz a primeira

tradução de “O Patinho Feio”, cuja obra é de Andersen. Em 1919, Arnaldo cria sua

obra, “Saudade”, na qual é ressaltada a importância da natureza. Outras obras

literárias tiveram seu destaque. “Os Três porquinhos pobres”, entre as inúmeras

obras de Érico Veríssimo dedicadas ao público infantil, teve sua importância, assim

como Olavo Bilac contribuiu com seus “Contos Pátrios” e Viriato Correia com seus

livros didáticos, contos e poesias.

O folclore também foi fonte de inspiração para iniciar a literatura infantil no

Brasil. Em 1873, surge o primeiro estudo através de Celso Magalhães. O primeiro

documentário de contos e poesias populares brasileiras é feito por Sílvio Romero em

1883. A partir daí, outros escritores começam a se interessar por esse gênero e

surgem manifestações através da literatura.

Com todo esse movimento envolto pela literatura infantil brasileira, ainda era

necessário algo que viesse para encantar os leitores e promover um estilo de leitura

diferente e que se tornasse um marco na história.

2.3 A era Lobatiana

As crianças necessitavam de obras literárias que retratassem o mundo delas

e, assim, as instigassem à prática da leitura. Os livros precisavam estar de acordo

com os fatos ocorridos na infância vivida.

Na infância, as crianças sonham com aventuras, personagens imaginários,

com o faz de conta, e tendo a obra esses requisitos exigidos por essa faixa etária, a

leitura criará na mente de cada leitor um mundo lúdico e criativo no qual a

imaginação está envolta.

As obras literárias já existentes e acessíveis a muitas crianças eram lidas,

mas faltava que essa literatura fosse difundida através de grandes obras. Através de

José Bento Marcondes Monteiro Lobato, surge a verdadeira literatura infantil

brasileira. No Brasil, podemos dizer que houve duas épocas da literatura infantil.

Baseado nisso, Coelho (2010, p. 247) afirma que:

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A Monteiro Lobato coube a forma de ser, na área da Literatura Infantil e Juvenil, o divisor de águas que separa o Brasil de ontem e o Brasil de hoje. Fazendo a herança do passado imergir no presente, Lobato encontrou o caminho criador de que a Literatura Infantil estava necessitando. Rompe, pela raiz, com as convenções estereotipadas e abre as portas para as novas idéias e formas que o novo século exigia.

Podemos perceber que a época anterior a Monteiro Lobato foi marcada por

muitas reproduções e, após as criações de Monteiro Lobato, surge o marco da

história da literatura infantil brasileira quando, em 1920, ocorre a primeira

publicação: “A menina do narizinho arrebitado”.

Lobato, ainda adolescente, publicou suas primeiras crônicas e artigos para a

imprensa do interior e da capital paulista. Era um assíduo leitor e sentia a

necessidade de uma renovação das obras literárias brasileiras com características

de nacionalidade. Entretanto, foi necessário um extenso processo de

amadurecimento, pois o desejo de Lobato era tornar o Brasil um país liberto

verdadeiramente das influências exteriores. E foi por meio de suas obras que

buscou a luta por essa característica do nacional. No conto Urupês começa ir à

busca desses ideais.

Em suas obras literárias destinadas ao adulto, podemos ressaltar que sua

contribuição foi grandiosa. Ressaltamos algumas delas: Urupês (1918); Ideias de

Jeca Tatu e Cidades Mortas (1919); Negrinha (1920); A Onda Verde (1921); Mundo

da Lua e O Macaco que se fez Homem (1923); O Choque das Raças ou O

Presidente Negro (1926); Ferro (1931) e o Escândalo do Petróleo (1936).

Preocupado com o que lia nas obras literárias infantis, Lobato, em 1916,

escreve uma carta a seu amigo Godofredo Rangel. Através dela, Coelho (2010, p.

248-249) expõe:

Ando com várias idéias. Uma: vestir à nacional as velhas fábulas de Esopo e La Fontaine, tudo em prosa e mexendo nas oralidades. Coisa para crianças. Veio-me diante da atenção curiosa com que meus pequenos ouvem às fábula que Purezinha lhes conta. Guardam-nas de memória e vão recontá-las aos amigos – sem, entretanto, prestarem nenhuma atenção à moralidade, como é natural. A moralidade nos fica no subconsciente para ir se revelando mais tarde, à medida que progredimos em compreensão. Ora, um fabulário nosso, com bichos daqui em vez de exóticos, se for feito com arte e talento, dará coisa preciosa. As fábulas em português que conheço, em geral traduções de La Fontaine, são pequenas moitas de amora do mato – espinhentas e impenetráveis. Que é que as nossas crianças podem ler? Não vejo nada. Fábulas assim seriam um começo da literatura que nos falta. Como tenho um certo jeito para impingir gato por lebre, isto é, habilidade por talento, ando com idéia de iniciar a coisa. É de tal pobreza e tão besta a nossa literatura infantil, que nada acho para a iniciação de meus

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filhos. Mais tarde só poderei dar-lhes o Coração de Amicis – um livro tendente a formar italianinhos.

Em meio a essas palavras ditas por Lobato, percebemos que, embora já

tivesse obras publicadas para os adultos, ele via que a literatura voltada para

crianças existentes na época não tinha nacionalidade e tão pouco moralidade. Para

as crianças, essa leitura não ia repercutir prospectos de futuros leitores críticos.

Esse projeto que Lobato sonhava desenvolver demandaria tempo.

Antes das fábulas serem escritas, em 1920, ele publica sua primeira obra

“Lúcia ou a Menina do Narizinho Arrebitado”, através de sua própria editora Monteiro

Lobato & Cia. A obra continha 43 páginas em formato 30 x 20 cm, ilustradas de

maneira colorida por Voltolino e era apresentada como “Livro de Figuras”. Foi

classificada pela diretriz pedagógica (a Escola Nova) que priorizava a imagem nos

livros infantis. Devido ao grande sucesso do livro, no ano seguinte, Lobato volta a

lançá-lo com o título “Narizinho Arrebitado – 2º Livro de Leitura”, em formato 18 x 13

cm. Voltolino voltou a ilustrá-lo, porém foram reduzidas as ilustrações e eram em

preto e branco. Foram feitos 50.500 exemplares e somente o governo paulista

adquiriu 50.000 para serem distribuídos nas escolas públicas do estado.

Por meio de uma linguagem adequada para as crianças, através da qual

Lobato dá vida aos personagens por intermédio da oralidade, dá-se um

acontecimento decisivo para o sucesso entre os leitores infantis. A motivação para a

leitura da obra foi grande, pois Lobato conseguiu unir a criatividade de maneira

afetiva. Ele foi capaz de criar um universo no qual, através da oralidade, confundia-

se o mundo real com o universo maravilhoso. As personagens dessa obra, com o

tempo, foram enriquecidas. Lobato dá vida aos integrantes inventados, a boneca

Emília, o sabugo de milho, Visconde de Sabugosa.

Em um contexto familiar, o autor consegue fixar o público infantil para esse

sítio onde Lúcia, Pedrinho, D.Benta, Tia Nastácia convivem com Emília e Visconde

de Sabugosa, personagens tornados reais. Para os leitores, essa capacidade do

escritor de transformar o faz de conta em real foi interessante e, por isso, ficaram

motivados pela leitura das obras Lobatianas. A partir do sucesso, Lobato aumentou

sua produção na área infanto-juvenil, adequando obras a partir de 09 a 10 anos, por

meio de obras originais, adaptações e traduções.

Além do grande sucesso de A Menina do Narizinho Arrebitado (1920);

Narizinho Arrebitado – 2º Livro de Leitura, podemos, entre as obras originais, citar: O

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Saci (1921); Fábulas e O Marquês de Rabicó (1922); A Caçada da Onça (1924); A

Cara de Coruja, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho e O Circo de

Cavalinho (1927); A Pena de Papagaio e O Pó de Pirlimpimpim (1930); As

Reinações de Narizinho (1931); Viagem ao céu (1932); As Caçadas de Pedrinho e

Emília no País da Gramática (1933); Geografia de Dona Benta (1935); Memórias de

Emília (1936); O Poço do Visconde (1937); O Pica-Pau Amarelo (1939) e A Chave

do Tamanho (1942).

As obras originais de Lobato foram capazes de através de seus personagens,

darem vida a cada um deles e, em meio às situações, proporcionar às crianças um

encantamento pelos casos ocorridos com os personagens. O tão adorado Sítio do

Pica - Pau Amarelo é um exemplo clássico dessas obras.

Nas adaptações podemos destacar: O Irmão de Pinóquio; O Gato Félix

(1927); História do Mundo para Crianças (1933); História das Invenções (1935); D.

Quixote para Crianças (1936); Serões de D. Benta e Histórias de Tia Nastácia

(1937); O Minotauro (1939); e a mitologia grega na série “Os Doze Trabalhos de

Hércules” (1944): O Touro de Creta, A Hidra de Lema, Hércules e Cérbero, Leão de

Nomeia, O Javali de Herimanto, A Corça de Pés de Bronze, As Cavalarias de

Augias, Os Cavalos de Diomedes, Os Bois de Gerião, O Cinto de Hipólita, As Aves

do Lago de Estinfale e O Pomo de Hespérides.

Através das adaptações, Lobato deu oportunidade às crianças de reviverem

as tradições por meio dos heróis e mitos. Em meio às traduções ressaltamos: Alice

no País das Maravilhas (1930) de Lewis Carroll; Mowgli, o Menino Lobo e Jacala, o

Crocodilo, de Rudyard Kipling; Os Negreiros da Jamaica, de Maine Reid; Caninos

Brancos, O Lobo do Mar, A Filha da Neve e O Grito da Selva, de Jack London; O

Homem Invisível, de H. G. Wells; Pinóquio, de Collodi; O Doutor Negro, de Conan

Doyle; As aventuras de Huck, de Mark Twain, Pollyana e Pollyana Moça, de Eleanor

Porter; Novos Contos, de Andersen; Contos de Fadas, de Perrault; Tarzã, O Terrível

e Tarzã no Centro da Terra, de Edgar Rice Burroughs; entre outras.

Como tradutor, Lobato teve grande destaque, fez com que muitos leitores

brasileiros tivessem acesso a inúmeras obras. Sem dúvida, a tradução que mais

teve prestígio entre o público infantil foi “Alice no País das Maravilhas”.

Lobato teve grande atenção dos leitores como escritor, tradutor e em suas

adaptações. Os seus livros tiveram total aceitação do público. Alguns de seus livros

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foram traduzidos para a Alemanha, Argentina, Espanha, França e Síria e também

aceitos pelas crianças não brasileiras.

Nos anos 50, a leitura como forma de lazer principiou ao desaparecimento.

Nessa época, começaram a surgir estórias em quadrinhos e grande ênfase na

televisão. Com isso, as obras lobatianas ganharam nova face. Em 1952, o Sítio do

Pica-Pau Amarelo surge na televisão em forma de seriado, assim sendo

proporcionado através de outro contexto de leitura. Tudo ocorreu com sucesso e o

seriado na televisão vem sendo adaptado e renovado até os dias atuais.

Contudo, Lobato não viveu somente momentos de glória como escritor. Em

1934, em sua cidade natal, Taubaté, começa uma campanha contra ele, iniciada por

colégios religiosos. Em suas obras “História do Mundo para Crianças” e “Geografia

de D. Benta”, acarretam reações adversas por algumas verdades contidas na obra.

Esse movimento repercute também em Portugal, onde é proibida a obra “História de

Mundo”, que já era condenada no Brasil por interpretações de alguns fatos

históricos.

Lobato, com sua irreverência, incomoda por tentar mostrar algumas verdades

sobre o sistema tradicional. Logo foi tido como comunista pelo governo de Vargas.

Por meio disso, Coelho (2010, p. 255) comenta:

Toda a liberdade de pensamento e de ação que suas estórias defendiam e suas personagens viviam serviu às mil maravilhosas para que ele fosse considerado “subversivo”. Eram os anos 40, e a “caça às bruxas” obcecava as autoridades que deviam manter a democracia (?). E mais uma vez muitas “nuvens” foram tomadas por “Juno”... Entre elas, Monteiro Lobato. Toda reivindicação de liberdade criativa era tomada simplistamente como “subversão”... Entretanto, apesar de suas ideias independentes e libertárias, Lobato sempre se afirmou não comunista.

O desejo de Lobato, através da sua literatura, era enfatizar algumas questões

que as crianças necessitavam analisar, pois elas seriam o futuro do país. Mesmo

após a sua morte, continuou recebendo críticas. Na Bahia, em 1957, Pe. Sales

Brasil publica “A Literatura Infantil de Monteiro Lobato ou Comunismo para

Crianças”.

Ainda com todas as críticas, percebe-se que a obra Lobatiana foi escrita

através de imaginação, criatividade, com humor sadio, caracterizadas através de

uma linguagem capaz de instigar as crianças à prática de leitura e sem o

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sentimentalismo característico em produções de outros autores. Com isso Coelho

(2010, p. 260) diz que:

Pode-se dizer que Monteiro Lobato evitou as tensões psicológicas insolúveis ou angustiantes para os pequenos leitores; explorou os “conflitos” ligados às aventuras e que podem ser resolvidos, de maneira positiva, no nível da narrativa e da vida. Vê-se, pois, que as tensões normais entre o indivíduo e o meio foram solucionadas no universo lobatiano através dos gestos livres, das aventuras que engajam o ser por inteiro e o aproximam dos outros... O incentivo à liberdade interior e, consequentemente, à liberdade de ação, o estímulo à criatividade, à curiosidade intelectual e ao individualismo audaz e empreendedor (que, na Emília, por vezes se transforma em prepotência) são as forças dinamizadoras dessa obra que abriu o verdadeiro caminho da Literatura Infantil Brasileira.

Lobato trouxe para as crianças, através de suas obras, oportunidade de

aprender com os problemas surgidos e vivenciar situações cotidianas de maneira

flexível. Em meio à oralidade, ele também ensina às crianças que o diálogo é

importante para toda e qualquer ocasião ocorrida na vida real de cada criança,

podendo ser peça chave para resolução de seus conflitos.

Anos se passaram e Monteiro Lobato ficou eternizado na criação da

verdadeira Literatura Infantil Brasileira, pelo significado que suas obras trouxeram na

vida das crianças leitoras. Outras obras serão criadas para o universo infantil, mas

para merecerem o destaque que Lobato teve na literatura infantil, terão que escrever

uma literatura envolta em audácia e criatividade.

No próximo capítulo será refletido o papel da escola e da Literatura Infantil na

formação de leitores.

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3 A ESCOLA E A LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DO LEITOR

3.1 A importância do incentivo à leitura para formação de leitores

A criança tem acesso à leitura, na maioria das vezes, desde muito pequena,

quando ainda no colo dos pais ou responsáveis, ouve estórias na forma oral. A

criança vai enriquecendo seu contato com a leitura, tendo acesso aos livros,

gravuras e se sentindo interessada a sempre ouvir novamente a estória que lhe

chama atenção.

Esse primeiro contato se torna um marco importante na vida da criança, pois

quanto mais for estimulada ao contato diário com os livros, mais chance ela terá de

se tornar um futuro leitor literário. Aguiar (2001, p. 45) relata que “os primeiros

versos e as primeiras histórias que o indivíduo ouve ou lê quando criança são muito

importantes para o desenvolvimento de seu apreço pela leitura”.

Quando a criança possui pais leitores, a disponibilidade de acesso a essa

cultura torna-se mais fácil, porque, para esses progenitores, a leitura é condição

fundamental para a criança inserir-se de forma competente no mundo letrado.

Antes de a criança ingressar na escola, já traz consigo uma experiência social

e cultural, sendo importante que os pais sejam capazes de assegurar o contato com

a leitura de maneira rica e eficiente, a fim de facilitar esse trabalho, o qual a escola

desenvolverá em relação à leitura. Abramovich (2008, p. 16-17) afirma:

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo... O PRIMEIRO CONTATO DA CRIANÇA COM UM TEXTO É FEITO ORALMENTE, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagens), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais.

Como sabemos, na maioria das vezes, esse primeiro contato através da

família pouco acontece, ficando a escola com esta responsabilidade. Através de

seus educadores, a escola propicia estratégias na mediação de formação do leitor.

Nesse sentido, o pedagogo possui um papel fundamental na educação. Nos tempos

atuais, a área da Pedagogia tem sido questionada sobre o fracasso escolar

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persistente na educação brasileira, sendo que um dos pontos destacados está

relacionado ao fato de que a escola não consegue formar alunos “leitores”.

O profissional que atua no contexto escolar deve ser capacitado,

principalmente na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental,

quando ocorre o início da trajetória escolar de nossos discentes. É importante

também ser um leitor assíduo e conhecer as etapas de desenvolvimento da criança.

Sobre isso, Aguiar (2001, p. 135) aborda:

Tudo na vida ocorre em etapas. Por acaso o bebê não tem primeiro que engatinhar para depois andar? O mesmo bebê não tem primeiro que balbuciar para depois falar? No caso da leitura é a mesma coisa. Primeiro a criança tem que ouvir histórias e poemas para depois ler sozinha: seja em que série ela estiver, esse princípio é válido para despertar o gosto pela leitura.

Respeitando os limites da criança e sabendo adequar a leitura de acordo com

sua faixa etária, as práticas de leitura acontecerão com eficiência e criatividade. É

importante também que as salas de alfabetização tenham o “cantinho da leitura”,

com acervo variado de obras, inclusive as literárias. O aluno deve ter livre acesso

aos livros, podendo manuseá-los de acordo com sua curiosidade. Se o discente se

sentir motivado a ler, ele terá inúmeros motivos para sempre requisitar uma obra ao

professor. A criança lê com prazer quando dá asas a sua imaginação, sendo capaz

de adentrar no universo de acontecimentos abordados no livro e quando é capaz de

identificar-se com algum dos personagens. O encantamento faz com que a leitura

surja de maneira gradativa, através de um processo contínuo, por isso o incentivo à

leitura deve acontecer sempre, aumentando as chances de se formar futuros

leitores.

A escola é o espaço adequado para assegurar à criança contato com os

livros, estimulando as práticas de leitura de maneira prazerosa. Através disso,

Cagliari (2012, p. 130) expõe:

A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sair muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será profundamente defeituosa e ele terá menos chances no futuro do que aquele que, apesar das reprovações, se tornou um bom leitor.

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A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma.

Conforme exposto pelo autor, é necessário que a escola tenha boas

estratégias ao elaborar suas práticas de ensino a fim de conseguir envolver a

criança no mundo da leitura. Quando as propostas de ensino voltadas para a

formação de leitores são bem traçadas, a criança se tornará um adulto capaz de

sobressair em diversas situações através da leitura e também terá condições de

analisar o mundo de maneira crítica e construtiva. Cagliari (2012, p. 130) ainda

comenta que “a grande maioria dos problemas que os alunos encontram ao longo

dos anos de estudo, chegando até a pós-graduação, é decorrente de problemas de

leitura”. Dessa maneira, pode-se perceber o quanto é importante a priorização do

incentivo à leitura no processo de ensino aprendizagem, preferencialmente nos anos

inicias da vida escolar.

Em meio às estratégias de ensino, é importante o professor entender que a

criança não tomará gosto pela leitura com apenas um contato com a obra. É

necessário envolvê-la em um processo construtivo e também se deve ter a

consciência de que uma criança não é capaz de ler como um adulto. O docente

deve ter percepção de que a leitura ocorre de maneira diferente para cada leitor, um

fato relevante para uma criança, não será para outra e que é necessário paciência e

colaboração nas práticas de leitura que envolvem a formação do leitor. A leitura feita

por cada aluno está associada com o contexto cultural que a criança está inserida.

De acordo com esse universo cultural, a criança dará significado à obra literária.

Nesse sentido, cabe ao professor envolver a criança, estimulando-a de acordo com

as suas experiências de vida. Sabendo cativar a criança, certamente o professor

obterá êxito em suas estratégias pedagógicas e formará um leitor.

3.2 A biblioteca como um encontro à leitura

A biblioteca é um espaço de fundamental importância dentro de uma escola,

pois nela estão inúmeras informações das quais a criança necessita para se tornar

autônoma, através dos ensinamentos e experiências vivenciadas por meio da leitura.

Partimos do pressuposto de que toda escola tenha em sua estrutura física

uma biblioteca específica para leitura e atividades que propiciem aprendizado. Esse

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espaço se torna um dos primeiros incentivos à leitura, pois as crianças, ao verem

aquela quantidade de livros, imaginam poder encontrar obras que atendam seus

interesses e sintam-se motivadas em lê-las.

Através da biblioteca, as crianças podem vivenciar inúmeras experiências por

meio da leitura, inclusive a literária. Geralmente, nas escolas encontram-se acervos

variados. É interessante que as obras estejam organizadas, mas com livre acesso

ao leitor e principalmente de maneira que lhes chamem a atenção, porque o primeiro

contato com os livros é através da visualização.

É importante que os livros estejam expostos de maneira atrativa para o leitor,

pois algum pode lhe chamar a atenção pelo título da obra, pela ilustração da capa,

entre outros. Com a exposição das obras, sendo atrativa, acontecerá um interesse

maior pelo livro, depois desse vislumbre, vem o manuseio e posteriormente a leitura.

Pereira (2006, p. 9) salienta que:

O ideal é que a escola tenha um local destinado ao armazenamento de livros e de outros suportes impressos que permita aos alunos vivenciar a experiência da leitura em um espaço privilegiado como a biblioteca ou a sala de leitura. È importante prevê esse espaço no momento da construção ou reforma dos estabelecimentos de ensino. Uma biblioteca bem organizada, especialmente construída ou reformada para acolher livros e seus leitores é, com certeza, o primeiro estímulo para a leitura.

A organização desse espaço compreende desde a colocação das obras nas

prateleiras, assim como a catalogação de todos os livros com fichas que identificam

a escola, o nome do livro, do autor, ano de publicação, entre outros. Com o avanço

da era digital, é bem provável que a escola tenha obras em DVD e CD cabe à escola

também a exploração desse material.

Geralmente, toda biblioteca dispõe de um bibliotecário, que na maioria das

vezes, encontra-se à disposição quando requisitado. É importante que ele tenha

conhecimento das obras, pois ele é mediador para indicação de leituras e, portanto

deve estar preparado para dar todo suporte necessário aos alunos frequentadores

da biblioteca, pois sabemos que formar leitores exige determinação e um trabalho

pedagógico contínuo. Nesse sentido, Aguiar (2001, p. 134) salienta que:

Formar leitores é tarefa complexa que desafia professores, bibliotecários e educadores em geral, especialmente nesta época tão dominada pelos meios de comunicação de massa, sobretudo pela televisão.

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Com tantas outras maneiras de entretenimentos, a escola deve desenvolver

projetos a fim de estimular a leitura de maneira construtiva que não se torne uma

tarefa imposta e desestimulante para a criança. A biblioteca deve servir como

espaço onde o leitor sinta-se aconchegado e em um lugar propriamente criado para

sua inteira satisfação. A escola tem o dever de saber explorar esse espaço para o

bem do educando, através de práticas que conduzam a criança a variadas leituras,

principalmente as literárias.

A biblioteca é o local perfeito para a formação de um leitor. Sendo um lugar

que possui inúmeras informações, deve ser frequentado desde a educação infantil

quando se almeja formar um leitor. A criança que é motivada à leitura se interessará

nos dados contidos nos livros e demais impressos, criando uma chance maior de o

leitor ser inserido em um mundo letrado, tornando-se, futuramente, um sujeito crítico,

capaz de analisar e criticar o mundo ao seu redor.

Esse local deve ser usado nas ações pedagógicas planejadas pela escola no

processo de ensino aprendizagem e para isso é necessário que os conteúdos

abordados em sala de aula para contribuir na formação do leitor e no processo de

alfabetizar letrando estejam inseridos nas atividades da biblioteca. Esse

engajamento certamente propiciará a formação de um futuro leitor, não apenas

alfabetizado, mas letrado.

3.3 A literatura no processo de alfabetizar – letrando

A história do processo de alfabetização é ampla. Sucintamente, podemos

dizer que durante muito tempo, ela se deu por meio de cartilhas e sem um método

capaz de instigar a criança a construir uma aprendizagem de fato significativa.

A reflexão de como era conduzido o processo de alfabetização ocorreu com

as contribuições de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, as quais realizaram estudos

comprovando que a criança deveria refletir sobre os seus erros e sua escrita, ou

seja, o erro, nesse meio, tornaria um processo significativo de reflexão quando bem

trabalhado e analisado pelo professor. Por meio disso, Teberosky e Tolchinsky

(2008, p. 7-8) ainda enfatizam:

Também sabemos que os objetivos pedagógicos que propomos para a alfabetização estão além da possibilidade de decifrar um simples bilhete. Parafraseando São Boaventura, pretendemos que os alunos terminem a

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escolaridade obrigatória sendo capazes de ler literal e criticamente textos alheios, de reproduzir, variar e chegar a criar os textos, adaptando-os aos diversos propósitos comunicativos. Gostaríamos que os alunos chegassem a dominar a escrita para resolver questões práticas, ter acesso à informação e às formas superiores de pensamento e desfrutar a literatura. Além dos usos sociais da escrita, os alunos também deveriam chegar a dominar os usos sociais das distintas formas notacionais que se utilizam em nossa sociedade: gráficos, esquema e ícones convencionais.

No mundo atual, mediados de informação e conhecimentos instantâneos,

adaptados e descobertos, precisamos de uma prática de leitura constante, que deve

ocorrer desde os primeiros anos de alfabetização dentro do contexto escolar, sendo

o professor o leitor com conhecimento da obra na qual se destina à leitura. O

objetivo da escola deve ser prioritário em formar alunos leitores e letrados, para um

bom desempenho na sociedade.

O discente precisa desenvolver práticas criativas, não impostas, em um

momento atraente, cativante, para mostrar aos alunos o quanto podem ser

prazerosas as atividades envolvendo leitura. Por meio disso, os PCN’s (Parâmetros

Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa) afirmam que:

É preciso superar algumas concepções sobre o aprendizado inicial da leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente decodificar, converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência natural dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada a escola vem produzindo grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com enormes dificuldades para compreender o que tentam ler. (BRASIL, 1997, p. 55)

Portanto, não basta apenas ler, é preciso saber “ler”. Entende-se que, para

almejar alunos letrados, o início desse processo deve acontecer levando a criança

ao verdadeiro sentido do gênero textual lido. O contato com diversos gêneros

textuais, principalmente o literário, instigará a criança a se tornar um leitor

competente, capaz de entender o sentido real que a obra fornece e, além de tudo,

saber compreender aquilo que o texto não diz explicitamente.

A instituição de ensino tem um papel fundamental nesse contato da criança

no processo de alfabetizar letrando por meio de obras literárias, pois ela

proporcionará a essas crianças contato com diversas obras literárias, mesmo porque

algumas escolas trazem uma clientela de alunos que não têm condição social

favorável, e vêm para a instituição de ensino com convívio de pais apenas

alfabetizados e não letrados, o que dificulta o gosto e interesse pela leitura e

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estímulos para o letramento durante a fase de alfabetização. Nesse sentido, Cagliari

(2001, p. 130) comenta que “já se sabe que o segredo da alfabetização é a leitura.

Alfabetizar é, na sua essência, ensinar alguém a ler, ou seja, a decifrar a escrita.

Escrever é uma decorrência desse conhecimento, e não o inverso”.

Sendo assim, percebe-se que para alfabetizar uma criança é necessário fazê-

la compreender o sistema da escrita. Além de alfabetizar, devemos letrar e isso

exige práticas de ensino construtivistas. O fato de ser apenas alfabetizado dificulta a

imersão da criança em um contexto amplo de conhecimento. O mundo exige mais e,

por isso, precisa-se estimular a criança num mundo letrado. Nessa concepção,

Soares (2011, p. 15) discorre:

Não parece apropriado, nem etimológica nem pedagogicamente, que o termo alfabetização designe tanto o processo de aquisição da língua escrita quanto o de seu desenvolvimento: etimologicamente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de “levar à aquisição do alfabeto”, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização de sua natureza, na configuração das habilidades básicas da leitura e escrita, na definição da competência em alfabetizar.

Através disso, pode-se perceber que o ato de alfabetizar vai muito além do

saber ler e escrever. Certamente, a criança quando inserida no processo de

alfabetização precisa decodificar as letras para posteriormente codificá-las, mas em

meio a esse processo de ensino é preciso atribuir significado ao aprendizado.

A criança não precisa apenas saber ler e escrever, com certeza isso é fator

determinante para sua sobrevivência, na medida em que for crescendo e

enfrentando as situações cotidianas. Ao contrário disso, toda criança precisa ser

alfabetizada e letrada ao mesmo tempo para dominar o mundo em que vive e para

que o seu aprendizado possa atribuir sentido em tudo que está ao seu redor. É

preciso que a criança aprenda a fazer uma leitura crítica do mundo. Soares (2010, p.

18) expõe que “letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a

ler e escrever, o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo

como consequência de se ter apropriado da escrita”.

Alfabetização e letramento são processos distintos, porém indissociáveis. É

necessário que a criança aprenda a ler e escrever, porém com gêneros textuais que

circulem no meio social e através de muita leitura. Sobre isso, Miguez (2000, p. 18)

também narra que “é importante reforçar que ler e ver se inter-relacionam, de forma

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dinâmica, na prática poética da leitura”. E nisso consiste o uso da literatura infantil

na formação do leitor e como recurso pedagógico no processo de alfabetizar

letrando. Para isso, Cunha (1983, p. 40) relata:

Esse é um objetivo louvável: sabemos que a leitura é uma forma altamente ativa de lazer. Em vez de propiciar sobretudo repouso e alienação (daí, a massificação), como ocorre com formas passivas de lazer, a leitura exige um grau maior de consciência e atenção, uma participação efetiva do recebedor-leitor. Seria, pois, muito importante que a escola procurasse desenvolver no aluno formas ativas de lazer – aquelas que tornam o indivíduo crítico, mais consciente e produtivo. A literatura teria papel relevante nesse aspecto.

Quando as práticas de alfabetização acontecem com foco no letramento e

são elaboradas por meio da literatura infantil como recurso pedagógico nesse

processo, o incentivo à leitura e o processo de alfabetização tornam-se mais

eficazes e o ensino acontece de maneira sistematizada, tornando mais fácil o

aprendizado e possibilitando à criança adquirir e desenvolver valores culturais.

A prática pedagógica feita com obras literárias ocorrida em sala de aula tende

a ser mais promissora à formação de futuros leitores e possivelmente ocorrerá,

nesse processo de ensino e aprendizagem, estratégias reais no processo de

alfabetizar letrando.

3.4 Atividades pedagógicas no processo de alfabetizar letrando através da

literatura infantil

O processo de alfabetizar letrando é cercado de momentos de leitura e é

fundamental que a criança tenha acesso a obras literárias. Tais obras devem ser

diversificadas, destinadas ao público infantil, pois a literatura abrirá, ao leitor, novos

horizontes para o mundo no qual a criança está inserida, oferecendo-lhe

possibilidades de fazerem descobertas, aumentar seu vocabulário, conhecimento e

criação de seus próprios textos orais ou escritos, seja através dos contos, das

poesias, das fábulas, entre outras.

Na literatura infantil, encontramos diversos gêneros textuais, o que facilita o

trabalho na fase de alfabetização, pois muitos deles as crianças já conhecem sem

saber que se trata de literatura infantil. Na alfabetização, as crianças, na maioria das

vezes, gostam do que leem e atribuem encantamento às obras literárias. O

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professor deve conduzir a criança ao sentido do texto de acordo com a realidade na

qual ela está inserida. Sobre isso, Miguez (2000, p. 40) relata:

Os acalantos, as parlendas, as adivinhas, os trava-línguas, as cantigas de rodas são expressões da poesia folclórica que acompanham a criança desde o nascimento e que têm uma função iniciatória no desenvolvimento emocional e poético da infância. Todo esse acervo oral é trazido nas vozes dos pais, das avós, das babas que, embalando o sono dos bebes ou entretendo a criança nas horas vagas, vão estabelecendo relações afetivas da criança com o mundo ao seu redor. É a força da literatura oral penetrando no universo infantil na transmissão poética de um saber coletivo. E assim, a memória popular vai sendo reconstruída pelas gerações em movimento de releitura da fala inaugural. Ou melhor, esse vigor primeiro da produção oral vai sendo reconduzido por matizes novos de acordo com o contexto histórico-cultural em que se manifeste. É a tradição sendo invocada e convocada a permanecer mesmo diante dos obstáculos da atualidade.

No período de alfabetização, a criança gosta de textos folclóricos porque

fazem parte da sua vivência. O professor, resgatando esse material em suas

estratégias pedagógicas, tende a estimular os alunos a serem leitores de diversos

gêneros literários e assim terão maior êxito no aprendizado.

Alguns professores consideram que na fase da alfabetização as crianças não

são capazes de se interessar pelo gênero poesia. Todavia, se bem trabalhada, a

poesia, além de valores, pode proporcionar a brincadeira com as palavras de uma

forma lúdica e prazerosa. Através da poesia podem ser trabalhadas rimas,

reconhecimento de novas palavras, interpretação de texto, entre outras atividades.

Sendo assim, Miguez (2000, p. 40) diz:

Mas o importante é que através desta poética folclórica, registro do imaginário coletivo, criança e Poesia vão firmando ligações de proximidade, de intimidade e, principalmente, de afetividade. Os acalantos, as parlendas, as cantigas de rodas, os trava-línguas, as adivinhas são construções poéticas reveladoras das primeiras descobertas da infância de todos os tempos e que, pela magia da palavra e da sua musicalidade, visam introduzir o pequeno leitor no solo da Poesia.

Além de propiciar o momento de leitura, o professor que envolve esses

gêneros em suas atividades, introduz produção literária brasileira, levando em conta

o resgate à cultura folclórica. Esse gênero facilita o aprendizado de novas palavras,

e as atividades, na maioria das vezes, podem ser feitas por meio de brincadeiras. A

poesia introduz, na vida da criança, encantamento, Zilberman e Aguiar (1993, p. 66)

afirmam:

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Não se trata, portanto, de que a escola assuma a responsabilidade de ‘fazer poetas’, mas de desenvolver no aluno (leitor) sua habilidade para sentir a poesia, apreciar o texto literário, sensibilizar-se para a comunicação através do poético e usufruir da poesia como uma forma de comunicação com o mundo.

Fazer atividades com poesia não significa ter o intuito de formar poetas ou

poetisas, mas, sobretudo, uma chance de enriquecimento da linguagem,

proporcionado através desse gênero textual.

A cantiga de roda é outro exemplo no qual, através de brincadeiras, as

crianças encontrarão estímulos para uma aprendizagem significativa. Existem

inúmeras possibilidades dos professores criarem atividades através da literatura

infantil, as quais podem ser trabalhados sons de palavras, vogais, consoantes,

rimas, significado do texto, entre outros métodos fundamentais no processo de

alfabetização.

Muito se discute sobre o fato de vivermos em um mundo envolto de

tecnologia no qual as crianças não se interessam por literatura. Ao contrário disso,

Aguiar (2001, p. 77) expõe:

Nesse sentido, a presença de elementos mágicos e o recurso à fantasia têm sido procedimentos recorrentes na literatura infantil para conquistar o leitor. Assinalamos que tal uso remonta aos contos de fadas e encontra-se vivo nas mais variadas produções para a criança na atualidade. Mudaram leitores, hábitos e gostos, mas a fantasia continua sendo um ingrediente precioso na sedução do leitor. Para compreendermos sua importância na literatura infantil, precisamos retornar seu papel no gênero que a consagrou: os contos de fadas.

Os contos de fadas são estórias propícias para serem inseridas no processo

de alfabetizar letrando, pois estimulam o desenvolvimento da imaginação na criança.

Através desses contos, as crianças compreendem sua realidade de vida através da

fantasia, que é explícita nesse gênero textual, estimuladas no que diz respeito à

resolução de conflitos internos e solução de problemas individuais. Atividades com

contos, além de estimular a leitura, direcionam a criança na sua própria produção de

texto, na prática de interpretação de texto, no contato com novas palavras, podendo

ser explorados sons, consoantes, vogais, famílias silábicas e entre outras atividades.

As fábulas também podem ser inseridas nessas atividades, pois além de ser

gênero textual que atribui uma lição de vida, trabalham na criança os valores morais,

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30

podendo ser trabalhadas em atividades como interpretação de texto, produção de

texto, conhecimento de novas palavras, entre outras atividades.

Percebe-se que para produzir atividades através da literatura infantil, dispõe-

se de vários gêneros textuais e há condições de criar inúmeras atividades com

enfoque no processo de alfabetizar letrando. A partir disso, além de se criar

possibilidades de formar um verdadeiro leitor, a criança é preparada para um mundo

no qual ela apenas não lerá somente informações, mas terá, também, condições

suficientes de saber interpretá-las com senso crítico e autonomia suficientes.

A seguir será mostrada a metodologia que foi usada no desenvolvimento da

pesquisa de campo do presente trabalho, na busca de averiguar como está sendo

trabalhada a literatura infantil na escola.

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31

4 METODOLOGIA

Este capítulo descreve a abordagem epistemológica, assim como o tipo de

pesquisa e os instrumentos escolhidos para a produção dos dados. Será discutido

também o contexto no qual está inserida a pesquisa. A escolha dessa metodologia

pretendeu diagnosticar e alcançar os objetivos propostos ao longo do trabalho. A

abordagem escolhida para realização deste trabalho foi qualitativa quantitativa.

Sobre a análise desse tipo de abordagem, Gil (1999, p. 46) relata:

As combinações mais frequentemente estabelecidas entre as duas abordagens ocorrem por meio da associação dos resultados das pesquisas qualitativa e quantitativa no mesmo projeto ou em projetos distintos, um após o outro ou simultaneamente.

A metodologia utilizada contribuiu para o levantamento de dados sobre o

tema, a importância da literatura infantil na formação do leitor: recurso pedagógico

no processo de alfabetizar letrando.

Durante o período de averiguação dos dados que se propôs analisar, entrou-

se em contato com quatro escolas estaduais alfabetizadoras, situadas em Pará de

Minas. As escolas escolhidas foram classificadas como A, B, C e D.

A preferência por essas escolas ocorreu por intermédio do estágio realizado

no Ensino Infantil em escolas da Rede Municipal e, durante esse período, observou-

se um excelente trabalho desenvolvido com os processos de inserção desses

pequenos alunos no mundo da leitura.

Desde então, houve o interesse em pesquisar se a Rede Estadual de Ensino

de Pará de Minas continuava desenvolvendo esse trabalho através da leitura literária

nos anos iniciais do Ensino Fundamental I para contribuir na formação de leitores e

como recurso pedagógico no processo de alfabetizar letrando.

O espaço temporal foi delimitado para a idade de 08 anos, com alunos do 3°

ano, etapa que contempla o final do primeiro ciclo de Ensino Fundamental I,

destinado à alfabetização e consolidação dessa fase de ensino. Foram escolhidos

os alunos do 3° ano, porque se pressupõe que eles já se encontravam alfabetizados

e, mediante as estratégias de ensino utilizadas pelos professores, pretendeu-se

verificar se estavam sendo formados leitores, preferencialmente literários e se as

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estratégias de ensino por meio da leitura literária poderiam contribuir para o

processo de alfabetizar letrando.

A primeira parte do presente estudo refere-se ao levantamento bibliográfico,

que foi de extrema importância na abordagem de forma didática do tema. Sobre o

conceito de uma pesquisa bibliográfica Gil (2010, p. 29) explica que:

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos, Todavia em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet.

É através de um bom levantamento bibliográfico que é possível contato com

inúmeros trabalhos desenvolvidos nessa mesma linha de estudo. A vantagem da

pesquisa bibliográfica é o material consultado em forma de livros, artigos, entre

outros. A forma do texto provavelmente foi analisada por meio de pesquisas já

realizadas anteriormente, dando maior credibilidade para a compreensão do tema

que se pretendeu investigar. Falando sobre a importância da consulta em material

bibliográfico, Gil (1999, p. 76) afirma que:

(...) qualquer que seja a pesquisa, a necessidade de se consultar material publicado é imperativa. Primeiramente, há a necessidade de consultar material publicado à definição do sistema conceitual da pesquisa e à sua fundamentação teórica.

Sendo assim, foi possível detectar que no início desta pesquisa foi necessário

haver embasamento teórico para podermos identificar todas as experiências

vivenciadas durante o desenvolvimento da pesquisa. Para realização de uma

pesquisa é necessário embasar-se em um conhecimento científico e sobre isso Gil

(2010, p. 43) orienta que:

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.

Um levantamento bibliográfico bem elaborado e com leituras reflexivas é de

suma importância para o desenvolvimento e conclusão de uma investigação.

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Contudo, é necessário que toda pesquisa tenha o objetivo de ampliar os

conhecimentos e dar continuísmo à contribuição do conhecimento científico, por isso

cabe ao pesquisador a imparcialidade, não deixando suas opiniões pessoais

afetarem seu objeto de pesquisa, para que se tenha um aproveitamento satisfatório

e possa, assim, contribuir para o estudo abordado. Nesse sentido Gil (1999, p. 43)

afirma que “a pesquisa pura busca o progresso da ciência, procura desenvolver os

conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e

consequências práticas”.

Nesta pesquisa também foi utilizada a coleta de dados por meio de

questionário semiestruturado. Explicando sobre o modo correto de direcionar uma

pesquisa por meio de um questionário, Lakatos (2003, p. 201) afirma que:

Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. Junto com o questionário deve-se enviar um nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável.

Através do questionário, a pesquisa tende a ser elaborada por meio de dados

eficazes obtidos por meio das respostas. Esse método de coleta de dados exige

menos das pessoas que se disponibilizaram em participar da pesquisa, pois as

perguntas foram direcionadas de maneira flexível, possibilitando diversidade de

respostas e também permitindo ao entrevistador oportunidades de esclarecimento

dos dados coletados, bem como nos oferecer subsídios aos questionamentos

surgidos no decorrer da pesquisa.

A aplicação do questionário ocorreu de forma tranquila. Os questionários

foram entregues aos professores do 3° ano das escolas participantes da pesquisa e

quando ficaram prontos foram recolhidos para análise.

Os resultados obtidos através dos dados coletados foram observados e

retratados de maneira fidedigna às pesquisas e espera-se contribuir para outros

trabalhos da área, bem como ao enriquecimento da elaboração do projeto de

conclusão do curso de graduação em Pedagogia, ampliando as pesquisas

desenvolvidas nas áreas de Literatura Infantil. No próximo capítulo falaremos da

análise desses dados.

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34

5 ANÁLISE SOBRE A METODOLOGIA APLICADA

5.1 A importância da formação continuada dos profissionais da educação

A formação do professor deve acontecer sempre. O profissional da área de

educação, quando almeja ser capacitado, deve estar consciente da constante busca

pela informação. Sabe-se que isso só se tornará possível através da formação

continuada, pois, através dela, esses profissionais podem oferecer um ensino de

qualidade.

O profissional da educação deve buscar uma formação contínua, através de

cursos de especialização, leituras e estudos constantes para que tenha autonomia e

conhecimento suficiente para repensar e elaborar suas práticas de ensino. É preciso

ressaltar que a leitura é essencial para formar um profissional de qualidade e,

somente através dela, poderão desempenhar bem suas práticas diárias e formar

alunos “leitores” e consequentemente sobressaírem-se bem nos outros conteúdos

propostos.

5.2 Análise dos gráficos

GRÁFICO 1 – Especificação do cargo

Especificação do Cargo

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Professor Regente

Fonte: elaborado pela autora.

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GRÁFICO 2 – Especificação da rede de ensino

Especificação da rede de ensino

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Rede Estadual

Fonte: elaborado pela autora.

GRÁFICO 3 – Tempo de atuação como docente

Tempo de atuação como docente

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Menos de 05 anosAté 10 anosMais de 10 anos

Fonte: elaborado pela autora.

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GRÁFICO 4 – Curso de Especialização

Cursos de Especialização

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim

Não

Fonte: elaborado pela autora.

Através dos dados estatísticos, conforme explícito nos GRÁFS. 1 e 2, fica

evidenciado que a pesquisa foi feita inteiramente na rede pública estadual, com

professores regentes. No GRÁF. 3, dentre os docentes entrevistados, 55% deles

atuam na área há menos de 05 anos, 18% até 10 anos, 27% atuam há mais de 10

anos como docente.

No GRÁF. 4, foi evidenciado que 91% dos professores possuem cursos de

especialização. Também nessa figura, ainda pode-se perceber que apenas 9% dos

docentes não obtêm especialização, representando apenas 01 dos 11 professores

entrevistados. Vale ressaltar que todos os professores com menos de 10 anos de

carreira possuem cursos de especialização.

Por meio disso, percebe-se que os profissionais não estão ficando

estagnados apenas à formação acadêmica de graduação, eles têm buscado a

formação continuada.

5.3 Os professores leitores enquanto sujeitos ativos na formação de leitores

Sabe-se que a formação de leitores deve acontecer diariamente nas escolas,

pois estas desempenham papel fundamental em criar estratégias para a formação

de leitores, daí a importância que seus professores sejam leitores. O professor deve

desenvolver práticas pedagógicas que propicie esse contato com a leitura, sendo

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preciso que o docente seja leitor assíduo para aumentar as chances de se formarem

leitores, porque a leitura é um processo imprescindível na vida escolar de todos os

alunos para que eles se tornem sujeitos críticos.

5.4 Análise dos gráficos

GRÁFICO 5 – Representação sobre professores leitores

Fonte: elaborado pela autora.

GRÁFICO 6 - Representação sobre média de livros lidos no mês

Média de livros lidos no mês

0%5%

10%15%20%

25%30%35%40%

Um

Dois

Três

Nenhum

Fonte: elaborado pela autora.

Professores leitores

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Série1

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No GRÁF. 5, conforme apresentado, 100% dos professores entrevistados se

consideram leitores. Em relação à média de livros lidos no mês, a figura 6 mostra

que 36% dos professores entrevistados relatam ler um livro mensalmente, assim

como 36% leem dois livros e 27% disseram ler três livros. Através desses dados,

percebe-se que os professores entrevistados são leitores, demonstrando um ponto

positivo para a pesquisa, pois professores leitores têm maior chance de formar

leitores e também de ministrar suas práticas de leitura de maneira eficaz.

GRÁFICO 7 – Representação de bibliotecas nas escolas

A escola possui biblioteca

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim

Não

Fonte: elaborado pela autora.

Por meio do GRÁF. 7, ficou evidenciado que 100% das escolas entrevistadas

possuem biblioteca, tornando-se um fator muito importante para a conclusão da

pesquisa, uma vez que, dentro do ambiente escolar deve haver um encontro dos

alunos com esse espaço, pois esse é o local propício e indicado para o contato com

os livros.

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GRÁFICO 8 – Representação de projetos de incentivo à leitura

Projetos de incentivo à leitura

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim

Não

Fonte: elaborado pela autora.

GRÁFICO 9 – Representação do período em que são realizados projetos de

incentivo à leitura

Período que são realizados projetos de leitura

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Toda semanaUma vez por mêsOutros

Fonte: elaborado pela autora.

Através do GRÁF. 8, percebe-se que 100% dos docentes entrevistados

afirmam ter em sua escola projetos de incentivo à leitura. Na figura 9 nota-se que

91% dos professores dizem que esses projetos de leitura acontecem toda semana, e

9% dos entrevistados responderam outros, representando apenas 01 dos 11

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entrevistados. Sabe-se que os projetos envolvendo leitura são muito importantes

quando se visa uma formação de leitores. Através dos projetos há oportunidade dos

alunos criarem o hábito e prazer pela leitura, interações e troca de experiências.

GRÁFICO 10 – Número de vezes por semana que são realizadas atividades com

leitura literária

Fonte: elaborado pela autora.

Número de vezes por semana que são realizadas atividades com leitura

literária

0%10%20%30%40%50%60%70%

UmaDuasOutros

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GRÁFICO 11 – Representação da literatura infantil como recurso pedagógico no

processo de alfabetizar letrando

A literatura infantil como recurso pedagógico no processo de alfabetizar letrando

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SimNãoÀs vezes

Fonte: elaborado pela autora.

GRÁFICO 12 – Representação de gêneros literários mais utilizado nas leituras

Gêneros literários mais utilizados nas leituras

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Contos de FadasPoesiasFábulasTodos

Fonte: elaborado pela autora.

Conforme estabelecido no GRÁF. 10, uma vez por semana, 9% dos docentes

dizem realizar atividades com leitura literária, 27% duas vezes por semana e 64%

responderam outros. O GRÁF. 11 mostra que 91% dos entrevistados dizem utilizar a

literatura infantil no processo de alfabetizar letrando e apenas 9% informa não usar

esse recurso na alfabetização. Os 9% representam apenas 01 dos 11 entrevistados.

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No GRÁF. 12, todos os professores responderam que utilizam todos os gêneros

textuais nas leituras em sala de aula, representando 100%.

Embora um professor tenha respondido não usar a literatura infantil no

processo de alfabetização, pode-se ver na análise dessas três figuras que essas

leituras literárias têm feito parte das práticas pedagógicas pela maioria dos

professores e isso se torna uma comprovação excelente para a educação, uma vez

que a literatura infantil tende a formar “leitores literários”.

Também fica demonstrado através das respostas que a chance de se formar

alunos críticos é ampla, sendo que as atividades com leitura literária propiciam

práticas ricas para se alfabetizar letrando, propiciando aos alunos a oportunidade de

conhecer diversos gêneros textuais.

5.5 Reflexão sobre a opinião dos professores sobre a importância da literatura

infantil na formação do leitor

Nos questionários aplicados, foi feita a seguinte pergunta: “Comente de forma

sucinta, a importância da literatura infantil na formação do leitor e em suas práticas

de leitura, bem como dos projetos desenvolvidos na escola onde leciona,

envolvendo leitura literária.”

Classificam-se as respostas com numeração de 01 a 11 e, posteriormente, os

comentários.

01 – “Através da leitura o aluno pode sonhar e viajar no mundo da imaginação. Com

ela o aluno desenvolve sua imaginação, produzindo textos com criatividade e

sequência lógica dos fatos. Além de melhorar sua ortografia e ampliar o

conhecimento de palavras novas.”

02 – “A Literatura ajuda a despertar na criança o gosto pela leitura, o interesse em

conhecer novas aventuras. Assim damos início ao gosto pelo ler e escrever.”

03 – “É importante que as crianças tenham acesso aos livros para que tomem gosto

pela leitura.”

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04 – “A literatura infantil é muito importante na formação do leitor. Dentro dessa

importância trabalhamos com visitas à biblioteca uma vez por semana e leituras

diárias em sala de aula.”

05 – “Através da literatura podemos trabalhar com os alunos o prazer pela leitura.”

06 – “Sim. A literatura infantil é fundamental para desenvolvimento do aluno nas

séries iniciais.”

07 – “Através da literatura infantil é possível despertar o prazer da leitura,

desenvolver paralelamente noções morfossintáticas e trabalhar emoções.”

08 – “A leitura forma seres capazes de viver, sonhar, participar e principalmente

viajar através dela. Os projetos literários são importantes na vida da criança, ela

pega o hábito da leitura.”

09 – “Os projetos de leitura literária são de suma importância, pois através da leitura

podemos voar na imaginação, adquirir novos conhecimentos. É através da leitura

que vivemos novas e diferentes aventuras através do mundo imaginário.”

10 – “A literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a

imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. A influência

do professor é um fator muito importante, pois ele pode ensinar a criança a ler e

gostar de ler. Na escola oferecemos diariamente momentos agradáveis de leitura,

para que dessa forma a criança crie o hábito de ler também fora da escola, como:

Leitura em ação; Mágica da comunicação; Rodas de leitura e empréstimos de

livros.”

11 – “A leitura de livros infantis é muito importante para a criança, pois desenvolve a

leitura, a escrita.”

Nas respostas 02, 04, 05, 06, 07 e 09 os professores falam sobre a

importância da literatura infantil, mas não deixam claro quais os projetos que são

desenvolvidos na escola, o que nos leva a refletir sobre as perguntas fechadas que

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foram respondidas no questionário, nas quais foi mencionado por 100% dos

professores que desenvolvem projetos de incentivo à leitura.

Nas respostas 01, 03, 11 os professores não falaram da importância da

literatura infantil, e nem de projetos que são desenvolvidos através da leitura

literária. Na resposta 08, o professor fala da importância que os projetos literários

proporcionam para as crianças, mas não deixa claro se em sua escola é

desenvolvido algum projeto.

A resposta considerada mais coerente com a pergunta proposta foi a de

número 10. Nela a professora fala da importância que a literatura infantil tem na vida

dos alunos e sobre o que ela pode proporcionar na vida de cada um, bem como sua

influência dentro da escola e o importante papel que o professor representa nessa

mediação entre aluno e leitura. A docente também deixa explícitos os projetos que

são desenvolvidos no contexto escolar.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.” Jorge Luis Borges

Este trabalho permitiu refletir sobre a importância da literatura infantil na

formação do leitor e como recurso pedagógico no processo de alfabetizar letrando.

No decorrer da história, a sociedade viu o universo da escrita e dos livros mudar ao

sopro da evolução e de muitas dificuldades, fato que ainda hoje acontece. Os

objetivos iniciais foram abordados durante o trabalho e pela pesquisa que foi

realizada no desenvolvimento do mesmo.

As pesquisas ajudaram a compreender que a literatura infantil brasileira

demorou a ser iniciada em nosso país, tendo sido originada graças a Monteiro

Lobato, precursor desta modalidade de leitura no Brasil, que proporcionou, e

continua proporcionando até dos dias atuais, uma leitura de qualidade, possibilitando

assim aos leitores contato com o lúdico, com leitura que proporciona entretenimento.

Segundo Monteiro Lobato “...um país se faz com homens e livros.”

O papel da escola é de suma importância na formação de leitores, pois o

leitor deve reconhecer a complexidade e a beleza dos textos e saber argumentar

sobre eles. A instituição de ensino, através de seus professores, especialistas e

bibliotecários, tem o dever de criar e acompanhar projetos e práticas de leitura que

insiram o aluno no mundo da leitura. É necessário que os professores tenham

consciência da importância que a literatura infantil pode realizar na vida de seus

alunos.

Diante das pesquisas realizadas nas escolas públicas estaduais de Pará de

Minas, pôde-se perceber que elas se dispõem de espaço e livros para incentivarem

a leitura, que os professores têm buscado a formação continuada e são leitores, o

que de fato possibilita aos alunos um contato com profissionais capazes de reverem

suas práticas de ensino e elaborarem suas estratégias de ensino.

Analisando as respostas dos questionários, constatou-se que alguns

professores não falaram explicitamente da literatura infantil e de sua participação na

formação do leitor, como também dos projetos que são desenvolvidos. Os docentes

têm utilizado projetos de leitura e utilizam a literatura como recurso pedagógico no

processo de alfabetizar letrando.

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Face ao pesquisado e exposto, pôde-se constatar nas respostas dos

professores, que a literatura infantil é fator importante, fundamental e imprescindível

na formação do leitor, formando cidadão crítico, criativo, que fazem do hábito de ler

um prazer.

“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes, terão livros.

Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria

história”, Bill Gates

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - Questionário

Questionário para professores dos alunos do 3° ano do Ensino Fundamental I, da rede pública estadual do município de Pará de Minas

Prezado (a) Professor (a)

Embasados nas colocações acima, como graduanda do Curso de Pedagogia

da FAPAM – Faculdade de Pará de Minas, venho solicitar o preenchimento deste

questionário para obter resultados para monografia que tem o tema: “A importância da Literatura Infantil na formação do leitor: recurso pedagógico no processo de alfabetizar letrando”, sob a orientação da Prof. MS. Irani Gonçalves Cardozo

Ribeiro.

Antecipo desde já os meus agradecimentos pela atenção e disponibilidade.

Questionário

1 - Especificação do cargo.

( ) Professor regente ( ) Professor Substituto

Da rede.

( ) Pública Municipal ( ) Pública estadual ( ) Particular

2 – Tempo de atuação como docente.

( ) menos de 05 anos ( ) até 10 anos ( ) mais de 10 anos

3 – Possui cursos de especialização?

( ) Sim ( ) Não

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4 – Se considera um leitor?

( ) Sim ( ) Não

5 – Média de livros lidos no mês.

( ) Um ( ) Dois ( ) Três ( ) Nenhum

6 – A escola onde trabalha possui biblioteca?

( ) Sim ( ) Não

7 – A escola possui projetos de incentivo à leitura?

( ) Sim ( ) Não

8 - Se “sim” durante que período é realizado esses projetos?

( ) Toda semana ( ) Uma vez por mês ( ) Outros

9 – Quantas vezes por semana é feita atividades com leituras literárias?

( ) Uma ( ) Duas ( ) Outros

10 – A literatura infantil é utilizada como recurso pedagógico no processo de

alfabetizar letrando?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

11 – Quais são os gêneros literários mais utilizados nas leituras?

( ) Contos de Fadas ( ) Poesias ( ) Fábulas ( ) Todos

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12 - Comente, de forma sucinta, a importância da literatura infantil na formação do

leitor e em suas práticas de leitura, bem como dos projetos desenvolvidos na escola

onde leciona envolvendo leitura literária.

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Pará de Minas, ___ de _____________ de 2013.