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0 FACULDADE IMED CURSO DE ODONTOLOGIA MARLESSA DO AMARANTE RUAS AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL REALIZADAS PELOS PAIS DE PACIENTES COM LESÕES ICDAS 5 E 6 ATENDIDOS NA CLÍNICA INFANTIL DA ESCOLA DE ODONTOLOGIA IMED PASSO FUNDO 2018

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FACULDADE IMED

CURSO DE ODONTOLOGIA

MARLESSA DO AMARANTE RUAS

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL REALIZADAS PELOS

PAIS DE PACIENTES COM LESÕES ICDAS 5 E 6 ATENDIDOS NA

CLÍNICA INFANTIL DA ESCOLA DE ODONTOLOGIA IMED

PASSO FUNDO

2018

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MARLESSA DO AMARANTE RUAS

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL REALIZADAS PELOS

PAIS DE PACIENTES COM LESÕES ICDAS 5 E 6 ATENDIDOS NA

CLÍNICA INFANTIL DA ESCOLA DE ODONTOLOGIA IMED

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pela acadêmica de Odontologia Marlessa do Amarante Ruas da Faculdade IMED como requisito indispensável para a obtenção de grau em Odontologia.

PASSO FUNDO

2018

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MARLESSA DO AMARANTE RUAS

AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL REALIZADAS PELOS

PAIS DE PACIENTES COM LESÕES ICDAS 5 E 6 ATENDIDOS NA

CLÍNICA INFANTIL DA ESCOLA DE ODONTOLOGIA IMED

Professora Orientadora:

Prof(a). Ms. Juliana de Camargo Jetelina

PASSO FUNDO

2018

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APRESENTAÇÃO

Acadêmica

Nome: Marlessa do Amarante Ruas

E-mail: [email protected]

Telefones: Celular: (54) 99202-5251

Área de Concentração: Clínica odontológica

Linha de Pesquisa: Epidemiologia em Saúde Bucal

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que são tudo para mim, e que, com muito

amor e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até aqui.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, que iluminou o meu caminho

durante esta caminhada, sem Ele, eu nada seria.

Aos meus familiares e ao meu namorado, que sempre estiveram ao meu lado

apoiando e incentivando.

À minha orientadora, Juliana de Camargo Jetelina, por compartilhar comigo um

pouco do seu conhecimento e por dispor do seu tempo para que eu concluísse este

trabalho.

Aos meus colegas e professores, que se tornaram também grandes amigos ao

longo desta caminhada, vocês são muito especiais.

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“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro

passo para a vitória é o desejo de vencer”

Mahatma Gandhi

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RESUMO

A doença cárie na infância tem alta prevalência e se caracteriza por lesões iniciais de mancha branca, que muitas vezes passam desapercebidas, até lesões cavitadas, resultado da dissolução mineral dos tecidos dentários oriundo da produção de ácidos gerados por bactérias quando as mesmas metabolizam carboidratos, em especial a sacarose, proveniente da dieta. Vários fatores estão associados à cárie, desde sociais, culturais e econômicos, constituindo então um grave problema na saúde pública. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar as práticas de saúde bucal realizadas pelos pais de pacientes com lesões de cárie, ICDAS (Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de Cárie) 5 e 6, atendidos na clínica infantil da faculdade de odontologia da IMED. O presente trabalho foi um estudo quantitativo do tipo transversal, foram avaliados 41 pais/responsáveis de crianças de ambos os sexos, de 5 a 12 anos, com ICDAS 5 e 6, constatado no prontuário odontológico, que estiveram em tratamento na clinica infantil da Faculdade de Odontologia IMED, através de questionários aplicados, os quais continham questões sobre dados gerais da criança: condições sócio-econômicas e grau de instrução dos responsáveis; higiene bucal e hábitos alimentares da criança; motivo e frequência de visitas ao dentista. Após foi realizado uma análise estatística a partir dos dados obtidos. Como resultado, observamos a predominância de uma população de baixa renda (42%) e baixa escolaridade (41%), a idade mais acometida por cavidade de cárie, dentre as participantes da pesquisa, foi 7 anos. Conclui-se que os pais das crianças atendidas na clinica infantil da IMED não têm conhecimentos suficientes sobre cárie dentária para que suas práticas de higiene bucal e dieta sejam satisfatórias e para que a atividade de cárie seja controlada.

Palavras-chave: Cárie dentária. Saúde bucal. Pais.

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ABSTRACT

Caries disease in childhood has a high prevalence and is characterized by initial lesions of white spot, which often go unnoticed, until cavitated lesions, resulting from the mineral dissolution of dental tissues from the production of acids generated by bacteria when they metabolize carbohydrates, especially sucrose, from the diet. Several factors are associated with caries, ranging from social, cultural and economic, and constitute a serious problem in public health. In this sense, the objective of the present study was to evaluate the oral health practices performed by parents of patients with caries lesions, ICDAS (International System for Detection and Evaluation of Caries) 5 and 6, attended at the children's clinic of the dental school of IMED . The present study was a quantitative cross-sectional study, 41 fathers / guardians of children of both sexes, aged 5 to 12 years, with ICDAS 5 and 6, found in the dental chart, who were being treated in the children's clinic of the Faculty of IMED Dentistry, through questionnaires applied, which contained questions about the child's general data: socio-economic conditions and the level of education of those responsible; oral hygiene and eating habits of the child; reason and frequency of visits to the dentist. Afterwards a statistical analysis was performed from the data obtained. As a result, we observed a predominance of a low-income population (42%) and low educational level (41%); the age most affected by cavity of caries among the participants was 7 years. It is concluded that the parents of the children attending the IMED children's clinic do not have sufficient knowledge about dental caries so that their oral hygiene practices and diet are satisfactory and that caries activity is controlled.

Key Words: Caries. Oral health. Parents.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Sexo das crianças atendidas com ICDAS 5 e 6.................................... 23

Figura 2- Realização da escovação...................................................................... 24

Figura 3- Idade mais acometida por cavidade de cárie dentre as crianças atendidas na clínica infantil da IMED....................................................

24

Figura 4- Média da renda familiar mensal............................................................ 25

Figura 5- Quantas pessoas moram na casa......................................................... 25

Figura 6- Grau de escolaridade............................................................................ 26

Figura 7- Com que frequência a criança limpa entre os dentes........................... 27

Figura 8- Quando a criança começou a higienizar a boca................................... 27

Figura 9- Com que idade a criança começou a escovar os dentes sozinha........ 28

Figura 10-

Figura 11-

Figura 12-

Figura 13-

Figura 14-

Figura 15-

Figura 16-

Figura 17-

Figura 18-

A criança briga, chora ou faz birra na hora da higienização bucal........

Com que idade a criança começou a ingerir alimentos açucarados….

Quantas vezes por dia a criança consome alimentos açucarados.......

Quantas vezes a criança belisca entre as refeições.............................

Idade em que a criança teve a primeira consulta odontológica............

Qual motivo da consulta odontológica...................................................

Que tipo de atendimento foi utilizado....................................................

Frequência em que a criança vai ao dentista........................................

Você considera cárie uma doença........................................................

28

29

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30

31

32

32

33

33

Figura 19- Qual é a causa da cárie......................................................................... 34

Figura 20-

Figura 21-

Saúde bucal afeta a saúde geral...........................................................

Você já recebeu algum tipo de informação sobre higiene bucal...........

35

35

Figura 22- Qual a fonte dessas informações.......................................................... 36

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 11

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 12

3 OBJETIVOS................................................................................................ 20

3.1 OBJETIVOS GERAIS................................................................................. 20

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 20

4 METODOLOGIA... ..................................................................................... 20

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO................................................................. 20

4.2 AMOSTRA.................................................................................................. 21

4.3 COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS.............................................. 21

4.3.1 Critérios de inclusão................................................................................. 21

4.3.2 Critérios de exclusão................................................................................ 21

4.4 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................. 21

4.5 RISCOS E BENEFÍCIOS............................................................................ 22

4.6 QUESTÕES ÉTICAS.................................................................................. 22

5 RESULTADOS... ....................................................................................... 22

6 DISCUSSÃO............................................................................................... 36

7 CONCLUSÃO............................................................................................. 39

REFERÊNCIAS.....................................................................................................

41

ANEXOS/APÊNDICES..........................................................................................

43

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1 INTRODUÇÃO

A cárie dentária é a doença crônica mais comum na infância, ela geralmente é

causada por maus hábitos de higiene e alimentares, como o consumo frequente de

sacarose. A cárie é a doença mais comum durante a infância, sendo assim, um grande

problema para a saúde pública mundial (PERES et al,. 2000).

Segundo Fejerskov (1996 e 2004) a cárie é uma doença decorrente da

combinação de vários fatores, o aparecimento desta doença e o controle depende de

vários fatores que, sozinhos, não desencadeiam mudanças no meio. Frisamos também

a importância dos fatores socioeconômicos, psicológicos e culturais, que, de alguma

forma afetam o desfecho da doença.

Nas últimas décadas, apesar ainda da alta incidência da cárie, tem se notado

um aumento no número de pessoas livres da doença na população, isso ocorre devido

às pessoas ter mais acesso ao flúor, seja por dentifrícios ou na água de abastecimento

e o aumento na divulgação de medidas preventivas (MOURA et al,. 2008).

Salientamos também, a extrema importância do acompanhamento odontológico

da criança a partir dos primeiros anos de vida, no momento em que os hábitos em

relação a saúde bucal ainda estão se formando. O exemplo vindo dos pais ou

responsáveis, e o nível de conhecimento destes em relação à saúde bucal tem ligação

direta no avanço dos hábitos das crianças. Estudos realizados mostraram que,

anteriormente dos oito anos de idade a motricidade fina ainda esta em fase de

desenvolvimento, impedindo que as crianças abaixo desta idade realizem uma boa

higiene bucal. Sendo assim, os pais têm como dever orientar e supervisionar esse

processo, tendo o cirurgião dentista o dever de orientar os pais corretamente quanto a

saúde bucal de seus filhos. Estudos comprovam também que, renda e grau de

escolaridade dos pais interferem no desenvolvimento de cárie e outras patologias

bucais (COSTA et al,. 2008).

Nesse contexto, surge o Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de

Cárie (ICDAS), isto é, a sistematização para padronização do exame visual e avaliação

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de lesões de cárie, este índice foi desenvolvido por pesquisadores em cariologia, sendo

um tópico relativamente novo na área de diagnóstico de cárie e que tem se mostrado

uma opção bastante promissora. Por isso, optou-se por descrevê-lo, fundamentando

sua incorporação na prática clínica. Para isso, é utilizado os métodos convencionais de

monitoramento das lesões de cárie, o exame visual e o exame radiográfico (BRAGA et

al,. 2010).

O ICDAS preconiza que, primeiramente, o profissional determine, após limpeza

e secagem, se o dente é hígido, selado, restaurado, com coroa ou ausente. Em um

segundo momento, as superfícies devem ser classificadas em relação à cárie, usando

uma escala ordinal, que vai da superfície hígida à cavitação extensa;

ICDAS 0: nenhuma ou sutil alteração na translucidez do esmalte após secagem

prolongada (5s).

ICDAS 1: em superfícies lisas opacidade notável após secagem (5s); em superfícies

oclusais opacidade notável após secagem (5s); pigmentação retida em fundo de

fóssulas e sulcos.

ICDAS 2: em superfícies lisas opacidade notável na presença de umidade; em

superfícies oclusais opacidade notável na presença de umidade; pigmentação extrapola

fundo de fóssulas e sulcos.

ICDAS 3: cavitação localizada apenas em esmalte.

ICDAS 4: sombreamento em dentina subjacente; pode ou não haver micro cavitação,

desde que não haja dentina aparente.

ICDAS 5: cavitação em esmalte com exposição de dentina até ½ da superfície da face

analisada.

ICDAS 6: cavitação em esmalte com exposição de dentina mais da ½ da superfície da

face analisada (BRAGA et al,. 2010).

Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as práticas de saúde bucal

realizadas pelos pais de pacientes com lesões de cárie, ICDAS 5 e 6, atendidos na

clínica infantil da faculdade de odontologia da IMED.

2 REVISÃO DE LITERATURA

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Aquilante et al. (2002), em seu estudo teve como objetivo avaliar o nível de

conhecimento odontológico dos pais/responsáveis de um grupo de alunos em Bauru–

SP e a motivação para atitudes de saúde bucal das crianças. Utilizou-se um

questionário autoaplicável para os pais e outro para as crianças da 3ª série do 1º grau.

Quando comparado o desempenho dos pais/responsáveis e de seus filhos constatou-se

que os níveis de educação em saúde bucal são extremamente semelhantes. Conclui-se

que houve relação entre o nível de educação odontológica do pai/responsável e a

motivação e educação odontológica de seus filhos.

Faustino-Silva et al. (2008), em seu estudo teve como objetivo avaliar as

percepções e o nível de conhecimento dos pais ou responsáveis das crianças sobre os

cuidados com a saúde bucal na primeira infância, foi feito um estudo descritivo

transversal, cuja amostra foi composta por 235 pais que residiam na área de

abrangência de seis Unidades Básicas de Saúde do Centro de Saúde Escola Murialdo,

em Porto Alegre, RS. Foi utilizada uma entrevista estruturada como instrumento de

coleta de dados, realizada em uma campanha de multivacinação no ano de 2004, teve

como resultado, entre os entrevistados, 45% opinaram que a higienização bucal das

crianças deveria ser iniciada antes de seis meses de idade, sendo que 57%

consideraram que a criança teria capacidade suficiente de escovar seus dentes sozinha

entre um e três anos. Com relação à idade ideal para a primeira consulta odontológica,

35% relataram que ela deveria acontecer entre um e três anos. Quanto aos hábitos da

alimentação, a sacarose deveria ser incrementada na dieta já no primeiro ano de vida

para 69% dos entrevistados. Foi concluído que á necessidade que mais ações

educativas em relação à higiene bucal voltadas à primeira infância sejam prioridade na

atenção primária à saúde, de forma em que sejam incluídos os responsáveis pelas

crianças, uma vez que a família tem grande impacto no desenvolvimento de hábitos de

saúde bucal da criança.

A partir dos resultados obtidos no levantamento epidemiológico em saúde bucal,

realizado em Florianópolis, em 1995, foram identificados dois grupos diferentes de

crianças de 12 anos de idade que residiam em região com água fluoretada. Através das

fichas utilizadas na pesquisa localizaram as mães ou responsáveis pelas crianças em

seu domicílio, foi elaborada uma entrevista estruturada com perguntas e comparou-se

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algumas das condições sociais e do comportamento entre os dois grupos com

severidades diferentes da cárie dentária: um com alto/muito alto (n=50) e outro com

muito baixos níveis da doença (n=50) através de uma análise de regressão logística

multivariada. Os resultados obtidos mostraram que a maioria das crianças com alta

severidade de cárie, pertenciam a famílias com menor renda familiar. Além disso, o

grau elevado de escolaridade do pai mostrou que teve associação com baixa

severidade de cárie dentária (p<0,05) para as variáveis comportamentais apenas a

“frequência de consumo de doces” e o “motivo da consulta odontológica” foram

significativas estatisticamente. As crianças do grupo de alta severidade de cárie

consumiam com mais frequência produtos cariogênicos do que as crianças com baixa

severidade (p<0,001). As crianças que apresentaram baixa severidade de cárie

procuraram mais o cirurgião dentista para controle do que as com alta severidade de

cárie (p<0,003). Os resultados do estudo salientam a importância da baixa renda

familiar como fator de risco para cárie dentária, independente dos outros fatores

estudados. Com relação aos fatores comportamentais, o consumo de produtos

cariogênicos foi o mais relevante. Assim, esforços no sentido de mudança desse hábito

constituem-se em importantes desafios de politicas publicas de abrangência nacional

(PERES et al., 2000).

Moimaz et al. (2005), avaliaram a influência de hábitos alimentares, práticas de

higiene e educação em saúde dos pais na ocorrência de cárie dental. Foram

examinadas 130 crianças de 0 e 60 meses no município de Bilac-SP, em um dia de

campanha de vacinação. Também foi aplicado um questionário aos pais com perguntas

envolvendo hábitos alimentares e de higiene, da criança e educação dos pais foram

avaliadas. Detectaram que somente 23% das crianças possuía cárie, 83% consumia

mamadeira a noite e dessas, 79,6% continha açúcar em seu interior, fator associado

com a cárie nesse grupo. Porém, 50% dos pais eram responsáveis pela higiene bucal

das crianças e 27,6% eram responsáveis em conjunto com a criança, o que pode

explicar o grande numero de indivíduos livres de cárie (76,1%), juntamente com o uso

de fluoretos (87,6%). Não foi encontrada correlação entre o nível de escolaridade dos

pais e a presença de cárie. Os autores comentam que a educação sobre a saúde bucal

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dos pais é necessária desde cedo, inclusive durante a gravidez, pois a gestante é mais

susceptível a adquirir hábitos saudáveis que serão passados para a criança.

Um estudo registrou a prevalência de cárie e testou sua associação com alguns

fatores sociais e comportamentais em crianças que foram atendidas na clínica de

cariologia da Universidade Federal do Paraíba, em João Pessoa. No total 410 crianças

entre 3 e 13 foram selecionadas ao acaso, entre 2005 e 2008. Os dados em relação à

saúde bucal foram retirados dos prontuários e os exames seguiram os estabelecidos

pela Organização Mundial de Saúde, um questionário foi aplicado envolvendo hábitos

de higiene oral, dieta e aspectos sócio econômicos. Aproximadamente 32,75% das

crianças apresentavam-se livres de cárie. Em relação aos hábitos de higiene bucal, a

maioria relatou escovar seus dentes 3 ou mais vezes (44,8%), sem a ajuda dos pais

(61,9%), e 73,1% não usavam fio dental. O consumo de alimentos açucarados entre as

refeições foi relatado por 97% das crianças. Renda familiar e grau de escolaridade

paterna constituíram fatores de risco para a presença da doença cárie. A maior

porcentagem de crianças livres da cárie foi encontrada nos indivíduos que possuíam

supervisão de um adulto durante a escovação. Os autores concluíram que é necessário

fortalecer a educação em saúde bucal de pais e crianças, a fim de melhorar o controle

mecânico do biofilme através de escovação supervisionada e tratamento precoce

quando necessário (PAREDES et al., 2009).

Unkel et al., (1995), em seu estudo diz que, os pais/responsáveis apresentavam

dúvidas em diversos assuntos relacionados à saúde bucal dos seus filhos. Percebeu-se

que a grande maioria dos pais/responsáveis não supervisionava a escovação dos seus

filhos. A supervisão dos pais é essencial para uma boa escovação, considerando que a

coordenação motora da criança ainda está pouco desenvolvida e a higiene não será

realizada de forma adequada.

Feldens et al., (2010), teve como objetivo em seu estudo identificar práticas

alimentares cariogênicas e estimar os fatores associados ao consumo de guloseimas

entre as refeições em pré-escolares de Ijuí-RS. A amostra foi constituída por 481

crianças de 0 a 6 anos que pertenciam a 12 pré-escolas deste município, sorteadas

aleatoriamente. O instrumento de pesquisa foi questionário estruturado respondido

pelos pais, que avaliou variáveis demográficas, socioeconômicas e as seguintes

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práticas alimentares: idade de introdução do açúcar e o comportamento de consumir

guloseimas (doces ou salgadinhos) entre as refeições. Foi utilizada regressão de

Poisson com variância grande para identificar e quantificar os fatores associados ao

consumo de guloseimas entre as refeições. Os resultados mostraram que

aproximadamente 90% das crianças da amostra tiveram o açúcar introduzido na dieta

antes de completar o primeiro ano de vida. Além disso, 3/4 dos pré-escolares

consomem guloseimas entre as refeições, não havendo diferença entre os sexos,

categorias de renda e estruturação familiar. O modelo multi variável mostrou que a

probabilidade de consumir guloseimas entre as refeições foi 16% maior em crianças de

5 a 6 anos em relação às crianças de até 2 anos (RP=1,16; IC 95%= 1,00–1,34) e 14%

maior quando a mãe tinha 4 anos ou menos de escolaridade (RP=1,14; IC 95%= 1,01-

1,29) em relação às mães com mais de 8 anos de estudo. Fazer chantagem para

receber guloseimas aumentou em 72% a probabilidade deste comportamento (RP=

1,72; IC 95%= 1,46-2,03). Foi concluído que a introdução de açúcar é precoce nesta

população e um percentual elevado dos pré-escolares consome guloseimas entre as

refeições, estando este desfecho associado a maior idade da criança, menor

escolaridade materna e comportamento da criança. Programas preventivos devem

incluir orientação para práticas alimentares desde o primeiro ano de vida,

especialmente para mães com menor escolaridade.

Barreira et al., (1996), teve como objetivo conhecer o perfil dos pais dos

pacientes atendidos na clinica de graduação da disciplina de Odontopediatria da

Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, avaliando

percepção/conhecimento e práticas relacionadas à sua saúde bucal. Foram

entrevistados 49 pais de baixa renda, utilizando-se de um questionário misto, contendo

identificação, abordagem socioeconômica e questões quantitativas qualitativas sobre

saúde bucal. Os resultados mostraram que quanto ao nível de conhecimento e

percepção de higiene oral, 73% dos pais consideravam cárie uma doença, mas apenas

24% deles afirmaram ser a cárie transmissível. Quanto a frequência de escovação

inúmeras pessoas tiveram acesso a informação de que devem escovar os dentes pelo

menos 3 vezes ao dia, mas mesmo assim não fazem disso um hábito e confessam ser

negligentes com sua própria saúde bucal. Quanto aos cuidados relacionados a saúde

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da criança ficou comprovado que a população avaliada em geral apenas se preocupa

com a saúde bucal depois que os problemas já estão instalados e que falta despertar o

interesse nas pessoas por medidas preventivas de saúde. O estudo concluiu que há

conhecimento por parte dos pais com relação a fatores etiológicos e prevenção das

doenças bucais, principalmente relacionados à doença cárie. Entretanto estes

conhecimentos não são suficientes para modificar o comportamento, auto motivando-os

à promoção de saúde bucal.

Outros autores avaliaram a higienização, pela frequência de escovação e seu

impacto na redução da cárie dentária. Demonstram que a qualidade da higiene bucal

não está associada a sua frequência. Não obstante se considere que a maioria das

crianças (80,0%) tem seus dentes escovados diariamente, estes autores acreditam que

os pais/responsáveis estão mais focados em remover restos alimentares do que em

promover a desorganização do biofilme bacteriano, indicando a necessidade de todo

um trabalho de orientação e treinamento, a ser implementado, para que esses mesmos

pais/responsáveis estejam aptos a identificar o biofilme visível, aumentando, assim, a

probabilidade do seu controle efetivo (SANTOS et al., 2007).

No que diz respeito à doença cárie dentária e o núcleo familiar, o estudo das

condições socioeconômicas das famílias, é importante, pois estes fatores exercem forte

influência nas condições de saúde bucal da população infantil (BASTOS; MONTE

ALTO, 2003).

Fraiz et al., (2001), investigou os fatores relacionados a cárie em pré-escolares

sujeitos a cuidados bucais intensivos. O estudo abrangeu 200 crianças de 24 a 48

meses que participavam do programa Bebê Clínica em Londrina. Exames intrabucais

foram realizados nas crianças e as mães responderam a questionários avaliando

hábitos de dieta, higiene bucal, fatores comportamentais e socioeconômicos. Os

resultados revelaram que a presença de placa visível nos incisivos superiores, padrões

inadequados de higiene e dieta, educação formal dos pais (igual ou menor a oito anos)

e uso de mamadeira durante o sono estavam associados a presença de cárie dentária.

Alguns estudos demonstraram que hábitos adquiridos pela criança estão

relacionados com os hábitos da família e principalmente da mãe, ademais, o

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conhecimento e a experiência de saúde da mãe podem influenciar no comportamento

da sua saúde e da saúde do seu filho (CASTRO et al., 2002).

Também segundo o estudo de GUIMARÃES et al., 2003, o esclarecimento dos

pais e do paciente em relação à manutenção da saúde bucal proporciona melhores

condições para o desenvolvimento da criança, conduzindo-a a uma dentição

permanente saudável.

Ueda et al., (2004), avaliaram a prevalência da doença, em crianças de 3 e 5

anos de idade, do município de Cambira - PR. Foram examinadas 134 crianças no total,

sendo 73 aos 3 anos de idade, onde o estudo identificou prevalência de cárie de 31,5%

e com ceo-d de 2,10. Nas 61 crianças aos 5 anos de idade, a prevalência de cárie foi

de 68,8% e com ceo-d de 3,51. Na população total, 11,19% das crianças apresentavam

50,86% dos dentes cariados.

Davidoff Abdo e Silva (2005), avaliaram em estudo transversal, a prevalência de

cárie precoce da infância em 351 crianças, de 0 a 36 meses de idade, prevalência de

cárie foi nula para a faixa de 0 a 12 meses; 12,3% para a faixa de 13 a 24 meses e

34,8% para a faixa de 25 a 36 meses. Os índices ceo-d nas faixas etárias estudadas

foram de 0; 0,40 e 1,47 respectivamente. Considerando a inclusão de lesões incipientes

de cárie, a mancha branca ativa (MBA), o ceo-d modificado para as mesmas faixas

etárias estudas foi de 0,04; 1,01; 2,58 respectivamente.

Vitolo et al., (2005), em um estudo caso-controle, avaliaram os efeitos da

implantação deste Guia Alimentar sobre as condições nutricionais e de saúde de

lactentes em famílias de baixa renda de São Leopoldo-RS. Das 376 crianças

analisadas a partir do exame odontológico, 56 (14,9%) apresentaram lesão de cárie. A

diferença observada entre a incidência de cárie no grupo intervenção (10,2%) e grupo

controle (18,3%) indicou um risco de cárie 44,0% menor para as crianças do grupo

intervenção. O número médio de superfícies cariadas foi significativamente menor (p =

0,006) no grupo intervenção (0,37) quando comparado com o grupo controle (0,63). O

efeito da intervenção em diminuir a ocorrência de práticas alimentares cariogênicas

sugere que orientações para retardar a introdução do açúcar e evitar alimentos doces

são potencialmente eficazes sobre o padrão alimentar no primeiro ano de vida.

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19

Segundo Brandão et al., (2006), estudos têm demonstrado a força do efeito da

classe social sobre a condição de saúde bucal de crianças. Considera-se que a classe

social pode influenciar o risco à cárie de várias formas: indivíduos de nível

socioeconômico inferior têm desvantagens sociais e materiais que influenciam a

habitação, a habilidade para prover adequada nutrição e emprego estável, além de

comprometer sua habilidade em preocupar-se consigo mesmo, obter cuidado por parte

de profissionais de saúde e viver em ambiente saudável. Ressaltando, ainda, que todos

esses fatores conduzem a uma resistência reduzida às doenças bucais entre outras

enfermidades.

Cavalcanti et al., (2002), teve como objetivo do seu estudo avaliar, entre

Cirurgiões-dentistas formados na Paraíba, a época por eles recomendada para a

primeira visita da criança ao consultório odontológico. De um total de 200 questionários

distribuídos, 92 encontravam-se corretamente preenchidos, constituindo-se na amostra

estudada. Dos profissionais consultados, 21 (22,8%) eram do sexo masculino e 71

(77,2%) do feminino. As épocas frequentemente indicadas pelos profissionais como o

momento ideal para a primeira visita da criança ao Cirurgião-dentista foram: ao

nascimento – 21 (22,8%); ao irromper o primeiro elemento dentário –19 (20,7%); aos 3

anos – 15 (16,3%); aos 6 meses – 12 (13%). Face aos resultados obtidos, pôde-se

concluir que não houve concordância entre os profissionais consultados quanto à época

ideal da primeira consulta. Todavia, a maioria destes, 62 (67,4%), recomenda como

momento ideal de ida ao Cirurgião-dentista o primeiro ano de vida.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVOS GERAIS

Avaliar as práticas de saúde bucal realizadas pelos pais de pacientes com lesões

ICDAS 5 e 6 atendidos na clínica infantil da escola de Odontologia IMED.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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a) Determinar se os pais supervisionam e auxiliam na higiene bucal de seus

filhos;

b) Determinar qual a idade mais acometida por cavidades de cárie;

c) Identificar fatores influenciadores e modificadores da doença cárie, tais como

classe social, comportamento, educação.

4 METODOLOGIA

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

O presente trabalho foi um estudo quantitativo do tipo descritivo.

4.2 AMOSTRA

Não probabilística, tendo como amostra 41 pais ou responsáveis de crianças de

ambos os sexos, de 5 a 12 anos, que frequentaram a clínica infantil da escola de

odontologia IMED.

4.3 COLETA DE DADOS

Devido à informação da coordenação clínica da IMED, são realizados 128

atendimentos por mês na clínica infantil, sendo atendidas 65 crianças nos meses de

março a maio de 2018. Por isso, a amostra foi realizada com 41 pais de crianças de

ambos os sexos, de 5 a 12 anos de idade, que estiveram em tratamento na clínica

infantil da Faculdade IMED, com ICDAS 5 e 6, os demais não se encaixavam nos

requisitos da pesquisa ou se recusaram a responder. O aluno informou a pesquisadora

que o paciente infantil era classificado em ICDAS 5 ou 6. Isto é, possuía lesão de cárie

cavitada em dentina, constatada por exame clínico e/ou radiográfico confirmatório.

4.3.1 Critérios de inclusão

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21

Os pais/responsáveis de crianças com lesões ICDAS 5 e 6 que frequentaram a

clínica infantil da escola de Odontologia IMED que estiveram de acordo em participar.

4.3.2 Critérios de exclusão

Os pais/responsáveis de crianças ICDAS 0,1,2 e 3 e os que se recusaram a

participar.

4.4 PROCEDIMENTOS

A coleta dos dados foi feita a partir de questionário aplicado aos

pais/responsáveis de crianças com lesões ICDAS 5 e 6, constatado na análise do

prontuário, que frequentaram a clínica odontológica infantil da IMED nos meses março

a maio de 2018, analisando então o nível de conhecimento dos mesmos em relação a

saúde bucal.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

Foi realizada uma análise descritiva dos dados obtidos nos questionários. 4.6 QUESTÕES ÉTICAS

O projeto foi submetido à aprovação do CEP/IMED sob número: 2.393.425.

Todos os participantes foram esclarecidos sobre a pesquisa e os que aceitaram

participar foram convidados a assinar o TCLE.

4.7 RISCOS E BENEFICIOS

Risco dos pais/responsáveis não falarem a verdade no questionário, sentirem-se

constrangidos ao serem questionados, em compensação os benefícios, terá uma média

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22

do conhecimento e práticas de saúde bucal dos pais, podendo assim, se ter um maior

entendimento da comunidade odontológica sobre a doença cárie, o que facilitará a

adoção de medidas modificadoras de comportamento e esclarecedoras de práticas

exercidas pelos pais.

5 RESULTADOS

Foram aplicados 41 questionários, com perguntas que tinham como objetivo

avaliar as práticas de saúde bucal de pais com filhos com ICDAS 5 e 6. Os resultados

foram encontrados e a interpretação da análise foi realizada através de gráficos.

Cada pergunta foi ilustrada através de porcentagem em gráficos que seguem:

Dentre os 41 questionários aplicados, o sexo das crianças atendidas com ICDAS

5 e 6 foram: 56% eram do sexo masculino e 44% do sexo feminino.

Figura 1- Sexo das crianças atendidas com ICDAS 5 e 6

Em relação a supervisão e auxilio dos pais durante a higienização (Figura 2)

notou-se que 54% somente aconselham seus filhos, sem observação durante a

escovação; 34% das crianças realizam a escovação com aconselhamento e

observação dos pais e 12% das crianças realizam a escovação sozinha.

56%

44%

Masculino Feminino

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23

Figura 2 – Realização da escovação

Notou-se que a idade mais acometida por cavidade de cárie entre as crianças

atendidas na clinica infantil da IMED (Figura 3), é 7 anos com 46%, seguido por 8 anos

com 20%, 9 anos com 17%, 5 anos com 7%, 6 e 10 com 3%, e 11 e 12 anos com 2%.

Figura 3- Idade mais acometida por cavidade de cárie dentre as crianças atendidas na clinica

infantil da IMED

34%

54%

12%

A: com observação e aconselhamento dos pais

B: somente aconselhamento sem observação dos pais

C: sozinho

7%3%

46%20%

17%

3% 2% 2%

5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos

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24

Sobre os fatores influenciadores e modificadores da doença cárie: a renda média

familiar mensal (Figura 4) notou-se que 2% não recebe salário, 15% recebe até um

salário mínimo, 42% dos participantes da pesquisa recebem de 1 a 2 salários mínimos,

32% de 2 a 3 salários mínimos, 7% de 3 a 5 e 2% não respondeu.

Sendo que, em relação a quantas pessoas moram na casa (Figura 5), 5% são 2

moradores, 20% são 3, 39% são 4 moradores, 24% são 5 moradores, 10% são 6, e 2%

são 7.

Figura 4- Média da renda familiar mensal

15%

42%

32%

7%2% 2%

A: até um salário mínimo B: 1-2 salários mínimos

C: 2-3 salários mínimos D: 3-5 salários mínimos

E :não respondeu F: não recebe salário

5%

20%

39%

24%

10%

2%

2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas 6 pessoas 7 pessoas

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Figura 5- Quantas pessoas moram na casa

Em relação ao grau de escolaridade dos participantes (Figura 6), 10% deles

responderam que estudaram da 1-4 série, 41% estudaram da 5-8 série, 10% tem o

segundo grau incompleto, 29% tem o segundo grau completo, 10% tem o ensino

superior incompleto.

Figura 6- Grau de escolaridade

Com que frequência a criança limpa entre os dentes (Figura 7), 46%

responderam que não limpam, 25% responderam que limpam 1 vez ao dia, 17%

responderam que de 1-2 vezes, 12% responderam que limpam 2-3 vezes ao dia.

0% 10%

41%

10%

29%

10% 0%

A: nunca estudou B: 1-4 série

C: 5-8 série D: segundo grau incompleto

E: segundo grau completo F: ensino superior incompleto

G: ensino superior completo

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Figura 7- Com que frequência a criança limpa entre os dentes

Quando a criança começou a higienizar a boca (Figura 8), 7% antes de 1 mês,

68% dos participantes responderam que dos 6 meses a 1 ano, 20% responderam que

com 3 anos ou mais, 5% não souberam responder.

Figura 8- Quando a criança começou a higienizar a boca

Com que idade a criança começou a escovar os dentes sozinha (Figura 9), 54%

responderam que entre 1 e 3 anos, 39% responderam que dos 4 a 6 anos e 7%

responderam que com 7 anos ou mais.

7%

68%

20%

5%

A: antes de 1 mês B: seis meses a um ano

C: três anos ou mais D: não sei

46%

25%

17%

12%

0%

A: não limpa B: 1 vez ao dia

C: 1-2 vezes ao dia D: 2-3 vezes ao dia

E: mais de 3 vezes ao dia

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Figura 9- Com que idade a criança começou a escovar os dentes sozinha

Quando perguntado se a criança briga, chora ou faz birra na hora da

higienização bucal (Figura 10) 32% dos participantes da pesquisa responderam que

nunca, 63% responderam que algumas vezes e 5% responderam sempre.

Figura 10- A criança briga, chora ou faz birra na hora da higienização bucal?

54%39%

7%

A: 1 a 3 anos B: 4 a 6 anos C: 7 ou mais

32%

63%

5%

A: nunca B: algumas vezes C: sempre

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Nas questões sobre os hábitos alimentares, foi perguntado com que idade a

criança começou a ingerir alimentos açucarados (Figura 11) e 61% responderam antes

de um ano, 29% responderam entre um e dois anos, 7% depois dos dois anos e 3%

não souberam responder.

Figura 11- Com que idade a criança começou a ingerir alimentos açucarados?

Quantas vezes por dia a criança consome alimentos açucarados (Figura 12),

10% responderam que consomem uma vez por dia no máximo, 44% responderam que

consomem de duas a três vezes por dia, 41% mais de três vezes por dia e 5% três a

quatro vezes por semana.

0%

61%

29%

7%

3%

A: nunca consumiu B: antes de um ano

C: entre um e dois anos D: depois dos dois anos

E: não sei

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Figura 12- Quantas vezes por dia a criança consome alimentos açucarados

Quantas vezes a criança belisca entre as refeições (Figura 13), 15%

responderam uma vez, 73% responderam que a criança belisca mais de três vezes,

10% responderam que mais de cinco vezes e 2% não belisca.

Figura 13- Quantas vezes a criança belisca entre as refeições

Nas questões relacionadas ao motivo e frequência da visita ao dentista, foi

perguntado com que idade a criança teve a primeira consulta odontológica (Figura 14),

10%

44%

41%

5% 0%

A: uma vez por dia no máximo B: duas a três vezes por dia

C: mais de três vezes por dia D: três a quatro vezes por semana

E: não sei

15%

73%

10%

0% 2%

A: uma vez B: mais de três vezes C: mais de cinco vezes

D: mais de sete vezes E: não belisca

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e 2% dos participantes da pesquisa responderam que até um ano, 12% responderam

de um a três anos, 81% responderam que a criança teve a primeira consulta

odontológica após os 3 anos e 5% não souberam responder.

Figura 14- Idade em que a criança teve a primeira consulta odontológica

Também foi perguntado qual o motivo da consulta (Figura 15), e o resultado foi o

seguinte, 17% responderam que o motivo foi dor, 66% responderam que foi tratamento,

12% revisão e 5% não souberam responder.

2%

12%

81%

5%

A: até um ano B: um a três anos C: após três anos D: não sei

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Figura 15- Qual motivo da consulta odontológica

Quando perguntado que tipo de atendimento foi utilizado (Figura 16), 5%

utilizaram o serviço privado, 90% responderam que utilizaram o serviço público e 5%

não souberam responder.

Figura 16- Que tipo de atendimento foi utilizado

Em relação a frequência que a criança vai ao dentista (Figura 17), e 14%

responderam que visitam o dentista regularmente, 32% somente quando há dor e 54%

visitam o dentista raramente.

17%

66%

12%5%

A: dor B: tratamento C: revisão D: não sei

5%0%

90%

5%

A: privado B convênio C: público D: não sei

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Figura 17- Frequência em que a criança vai ao dentista

Nas questões de percepção sobre a saúde, quando perguntado se o participante

considera a cárie uma doença (Figura 18), 73% responderam que sim e 27%

responderam que não consideram a cárie uma doença.

Figura 18- Você considera cárie uma doença?

14%

32%54%

A: regularmente B: quando há dor C: raramente

73%

27%

SIM NÃO

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Foi perguntado, qual é a causa da cárie (Figura 19), e 63% responderam que a

causa da cárie é alimentos e bebidas que contenham açúcar e 37% responderam que é

não escovar os dentes após as refeições.

Figura 19- Qual é a causa da cárie

Também foi perguntado aos participantes, se para eles, a saúde bucal afeta a

saúde geral (Figura 20), 51% dos participantes responderam que sim e 49%

responderam que a saúde bucal não afeta a saúde geral.

63%

37%

0% 0%

A: alimentos e bebidas que contenham açúcar

B: não escovar os dentes após as refeições

C: medicamentos

D: outros

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Figura 20- Saúde bucal afeta a saúde geral?

Quando perguntado se o participante já recebeu algum tipo de informação sobre

higiene bucal (Figura 21), 100% deles responderam que sim.

Figura 21- Você já recebeu algum tipo de informação sobre higiene bucal?

E, quando perguntado qual a fonte dessas informações (Figura 22), 90%

responderam dentista, 7% escola e 3% TV.

51%49%

A: sim B: não

100%

0%

A: sim B: não

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Figura 22- Qual a fonte dessas informações?

6 DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo mostram baixos níveis de escolaridade e

renda da população estudada. Segundo (AQUILANTE et al., 2002). Os hábitos de

higiene são fortes determinantes nos padrões de saúde bucal e esses cuidados estão

diretamente relacionados ao nível de instrução e renda dos indivíduos. Estes fatos

dispõem os indivíduos estudados em situação de risco para desenvolver doenças

bucais (FAUSTINO-SILVA et al., 2008), nossos achados confirmam esta afirmação, já

que, de 65 crianças atendidas no período de março a maio, 41 delas possuíam lesão de

cárie ICDAS 5 e 6, e 59% dos participantes da pesquisa recebem até 2 salários

mínimos, (PERES et al., 2000) em seu estudo concluiu que, a renda apresentou-se

fator de risco para alta severidade de cárie dentária. Crianças em que a renda familiar

foi menor do que cinco salários mínimos apresentaram 4,18 vezes mais chances de

apresentar uma alta severidade de cárie quando comparadas a crianças cuja a renda

familiar foi superior a quinze salários mínimos.

Em relação aos hábitos de higiene, neste estudo, 68% dos participantes

responderam que começaram a higienizar a boca da criança dos 6 meses a 1 ano e

apenas 7% responderam que foi antes de 1 mês, segundo o estudo de Faustino-Silva

90%

0%7%

3% 0%

A: dentista B: médicos C: escola D: TV E: outros

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et al. (2008), 45% dos participantes da pesquisa acham que a higienização deve iniciar

antes dos 6 meses de vida, ou seja, antes da erupção dos primeiros dentes. Apesar da

cavidade bucal não ter colonização de bactérias cariogênicas antes da erupção dos

primeiros dentes, é recomendado a higienização bucal do bebê após alimentar-se ou no

mínimo a noite, após a última amamentação. Orienta-se o responsável a molhar a ponta

de uma fralda ou de uma gaze em água filtrada ou fervida e realizar a higienização

bucal, esfregando a parte interna da bochecha, gengivas e língua, de forma a remover

os detritos da alimentação. Esse ato deve ser um hábito diário, sendo os responsáveis

conscientizados da importância da higienização do bebê, mesmo que este não possua

dentes ainda. Moss, (1996), acrescenta ainda que, quanto mais cedo for a manipulação

da cavidade bucal dos bebês, melhor será a receptividade destes no futuro, em relação

aos cuidados com a sua saúde bucal. No entanto, essa ainda não é uma prática

conhecida e aplicada por muitos pais ou responsáveis.

Os resultados deste estudo revelam que, 54% das crianças começaram a fazer a

escovação sozinhas entre 1 e 3 anos, o que também pode ter contribuído para o alto

índice de cárie, pois revela que os pais nunca estiveram muito preocupados com a

saúde bucal de seus filhos, e isso reflete na deficiência de uma boa higienização

observadas atualmente na população estudada. Estes dados obtidos coincidem com os

relatados pelo estudo de Faustino-Silva, que encontrou que 57% dos responsáveis

acreditavam que, com esta idade a criança já tem condições de realizar sua higiene

bucal sozinha. Moimaz, (2005), verificou que 50% dos pais eram responsáveis pela

higiene bucal de seus filhos, o que explica o grande número de indivíduos livres de

cárie em seu estudo. Estes achados também foram observados por Paredes, (2009),

que relatou um maior numero de crianças livres de cárie quando havia supervisão ou

assistência de um adulto durante a escovação, evidenciando a importância da

participação dos pais durante a escovação da criança.

Por volta dos 2 anos de idade, a criança geralmente quer realizar a escovação

sozinha. É importante que isto seja respeitado e inclusive, incentivado, mas os pais

devem ser orientados a refazer o processo após a criança realizar a higienização

(UNKEL et al., 1995). Portanto é necessária a participação dos pais durante a

higienização bucal dos filhos, devido a falta de motricidade das crianças, para uma

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efetiva remoção do biofilme (Newbrun, 1993). Portanto, com o passar do tempo, a

criança se tornará cada vez mais apta a realizar a atividade sozinha. E, por volta dos 7

ou 8 anos a criança não mais necessitará da supervisão dos pais (Martins et al., 1999).

Quanto aos fatores comportamentais e dieta, em nossos resultados, 44%

responderam que consomem alimentos açucarados de duas a três vezes por dia e 41%

mais de três vezes por dia, o resultado observado se compara ao achado de outros

autores (Peres et al., 2000) em seu estudo, observou que crianças que consumiram

produtos cariogênicos, duas a três vezes por dia, todos os dias, tiveram 4,41 vezes

mais chances de possuir alta severidade de cárie quando comparadas a crianças que

faziam o consumo desses produtos no máximo uma vez por dia e crianças que

consumiam produtos cariogênicos mais de três vezes ao dia, todos os dias, obtiveram

3,56 vezes mais chances de manifestar alta severidade de cárie do que crianças que

fizeram o consumo desses produtos no máximo uma vez por dia.

Foi perguntado com que idade a criança começou a ingerir alimentos açucarados

e 61% responderam antes de um ano. Segundo o estudo de (Feldens et al., 2010), a

introdução precoce do açúcar tem sido associada a uma modificação da percepção

gustativa da criança, induzindo-a a não aceitar alimentos, mesmo naturais, se não

estiverem adoçados. A predisposição para aceitar o doce e o salgado e rejeitar o

amargo e o azedo está presente desde o nascimento, mesmo que o bebê não a

manifeste verbalmente. Estas respostas podem se modificar de acordo com o

aprendizado e práticas. Além disso, a introdução precoce do açúcar facilita a

implantação e colonização de novas superfícies dentárias por uma microbiota

cariogênica, especialmente os Estreptococos do grupo mutans. A participação destes

microrganismos no meio bucal reflete, ao menos parcialmente, os hábitos alimentares

do indivíduo. Desta forma, quanto maior o acesso ao açúcar nos primeiros meses após

erupção dos diferentes grupos dentários, maior será a chance de participação dos

Estreptococos do grupo mutans, o que possivelmente contribuirá para maior

prevalência de cárie.

Quando perguntado aos participantes deste estudo se consideram a cárie uma

doença, 73% responderam que sim, os dados coincidem com o estudo de Barreira et al.

(1996), onde 73% dos participantes consideravam a cárie uma doença.

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38

Quanto aos cuidados relacionados a saúde da criança, 81% responderam que a

criança teve a primeira consulta odontológica após os 3 anos, mas segundo a

Academia Americana de Odontopediatria (2001) recomenda que a primeira visita ao

Cirurgião-dentista deverá ocorrer no período compreendido entre a erupção do primeiro

dente decíduo e o primeiro ano de vida da criança. Este comparecimento precoce ao

consultório odontológico possibilitará o trabalho conjunto dos pais e do odontopediatra

na prevenção de futuros problemas dentários e segundo Ferreira et al. (1999) relatam

que as primeiras consultas da criança ao Cirurgião-dentista devem ser encorajadas a

realizarem-se durante o primeiro ano de vida, não mais aos dois ou três anos de idade

como estava convencionado. Em acréscimo, segundo os autores, a visita odontológica

ainda nos primeiros meses de vida é justificada, principalmente, pela possibilidade de

prevenção de doenças, manutenção da saúde bucal e, também, pelo fato de as

crianças crescerem ambientadas com consultórios odontológicos.

Sobre qual foi o motivo da primeira consulta, 66% responderam que foi

tratamento, onde os dados se parecem com o estudo de Barreira et al. (1996), que,

comprovou em seu estudo, que a população no geral apenas se preocupa com a saúde

bucal quando os problemas já estão instalados e que falta despertar o interesse nas

pessoas por medidas preventivas de saúde, seu estudo concluiu que há conhecimento

dos pais com relação a fatores etiológicos e a prevenção de doenças bucais,

principalmente quando relacionados a doença cárie. Entretanto estes conhecimentos

não são o suficiente para modificar o comportamento, auto motivando-os à promoção

de saúde bucal. Somando, o dado encontrado que 49 % dos pais/responsáveis

acreditam que a saúde bucal não interfere na saúde geral das crianças.

7 CONCLUSÃO

Ao analisarmos os dados obtidos no presente trabalho, conclui-se que:

1) Apenas 34% das crianças realizam a escovação com aconselhamento e

observação dos pais.

2) A idade mais acometida por cavidades de cárie é a dos 7 anos com 46%.

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3) Sobre os fatores influenciadores e modificadores da doença cárie, em relação a

renda média familiar mensal, a maioria dos participantes (59%) da pesquisa

recebem até 2 salários mínimos. Sobre a escolaridade, 51% dos participantes

da pesquisa estudaram no máximo até a 8 série.

Com base nos resultados obtidos no presente estudo, conclui-se que os pais das

crianças atendidas na clinica infantil da IMED não têm conhecimento suficiente sobre

cárie dentária para que as práticas de saúde bucal e dieta sejam satisfatórias e para

que o índice de cárie seja controlado.

Ao atender uma criança, o dentista não pode vê-la como um ser isolado, mas

como parte de seu contexto familiar. Desta forma, recomenda-se a promoção de

informações a cerca da saúde bucal aos pais, principalmente durante a gravidez

quando a mãe esta mais receptiva a adquirir conhecimento e hábitos saudáveis. Se faz

necessário estimular a participação dos pais na higiene bucal dos filhos, pelo menos até

os 7 anos, e atentar para adoção de uma dieta não cariogênica.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE LOCAL

Eu, Leodinei Lodi, responsável pela Faculdade de odontologia IMED autorizo o

pesquisador Marlessa do Amarante Ruas a coletar dados para a pesquisa intitulada

Avaliação das práticas de saúde bucal realizada pelos pais de pacientes com lesões

ICDAS 5 e 6 atendidos na clinica infantil da escola de odontologia IMED, após

aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional – CEP / IMED.

Cidade, ____ de ___________ de _____.

___________________________________

Assinatura do Responsável

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Sr. (Sra.)______________,

Estamos desenvolvendo um estudo que visa avaliar as práticas de saúde bucal

realizadas pelos pais de pacientes que possuem lesão de cárie com cavidade em dentina,

atendidos na clínica infantil da escola de Odontologia IMED, cujo título é Avaliação das práticas

de saúde bucal realizada pelos pais de pacientes com lesões ICDAS 5 e 6 atendidos na clinica

infantil da escola de odontologia IMED, e será realizado sob a responsabilidade da professora e

pesquisadora Prof. Ms. Juliana de Camargo Jetelina.

Será realizada a avaliação do prontuário de seu(ua) filho(a), após constatar que seu filho

(a) possui lesão de cárie cavitada, isto é, ICDAS 5 e 6, você será convidado a participar deste

estudo, respondendo um questionário de saúde.

Esclareço que durante o trabalho haverá riscos e benefícios, sendo eles risco dos

pais/responsáveis não falarem a verdade no questionário, sentirem-se constrangidos ao serem

questionados, em compensação os benefícios, terá uma média do conhecimento e práticas de

saúde bucal dos pais, podendo assim, se ter um maior entendimento da comunidade

odontológica sobre a doença cárie, o que facilitará a adoção de medidas modificadoras de

comportamento e esclarecedoras de práticas exercidas pelos pais.

É importante que você saiba que a sua participação neste estudo é voluntária e que

você pode recusar-se a participar ou interromper a sua participação a qualquer momento sem

penalidades ou perda de benefícios aos quais você tem direito. Em nenhum momento seu filho

ou você será identificado. Os resultados da pesquisa serão publicados e ainda assim a sua

identidade será preservada. É importante esclarecer que não haverá nenhum custo pela

participação no estudo e não será disponibilizada nenhuma compensação financeira adicional.

No entanto, a sua participação irá contribuir muito para o desenvolvimento desta pesquisa e na

construção deste conhecimento. Na ocorrência de qualquer despesa ou dano causado pela

pesquisa, os custos serão assumidos pelo pesquisador.

Pedimos a sua assinatura neste consentimento, para confirmar a sua compreensão em

relação a este convite, e sua disposição a contribuir na realização deste trabalho, em

concordância com a Resolução CNS n° 466/12 que regulamenta a realização de pesquisas

envolvendo seres humanos.

Uma via original deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficará com você.

Estaremos sempre à disposição para esclarecimentos acerca dos assuntos relacionados

ao estudo e para qualquer dúvida a respeito da pesquisa, você poderá entrar em contato com:

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Professor Juliana de Camargo Jetelina.

Faculdade de Odontologia

IMED - Rua Senador Pinheiro, 304 - Passo Fundo - RS

e-mail: [email protected] Telefone: (54) 992025251

Comitê de Ética em Pesquisa – IMED

IMED - Rua Senador Pinheiro, 304 - Passo Fundo - RS

[email protected]

3045-9018 (ramal 9240)

Desde já agradecemos a sua atenção.

_________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

Eu, _________________________________, após a leitura deste consentimento, declaro que

compreendi o objetivo deste estudo e confirmo o meu interesse em participar desta pesquisa.

_________________________________

Assinatura do Participante.

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APÊNDICE C

TERMO CONFIDENCIALIDADE DOS DADOS

Eu, Juliana de Camargo Jetelina, declaro que todos os pesquisadores envolvidos

no projeto intitulado “Avaliação das práticas de saúde bucal realizada pelos pais de

pacientes com lesões ICDAS 5 e 6 atendidos na clinica infantil da escola de odontologia

IMED’’ realizaram a leitura e estão cientes do conteúdo da Resolução CNS nº 466/12 e

suas complementares. Comprometo-me a: somente iniciar o estudo após a aprovação

pelo CEP-IMED e, se for o caso, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

(CONEP); zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações que serão obtidas e

utilizadas para o desenvolvimento do estudo; utilizar os materiais e as informações

obtidas no desenvolvimento deste estudo apenas para atingir o objetivo proposto no

mesmo e não utilizá-los para outros estudos, sem o devido consentimento dos

participantes. Declaro, ainda, que não há conflitos de interesses entre o/a (os/as)

pesquisador/a(es/as) e participantes da pesquisa.

_________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

Passo Fundo, ____ de ___________ de _____.

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APÊNDICE D

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA EM PRONTUÁRIO

Eu, ___________________, Coordenador do Serviço de Prontuário do Paciente da Escola de Odontologia IMED, autorizo a coleta de dados nos prontuários dos pacientes submetidos a atendimento, no período de outubro de 2017 a junho de 2018, para o projeto de pesquisa intitulado Avaliação das práticas de saúde bucal realizadas pelos pais de pacientes com lesões ICDAS 5 e 6 atendidos na clínica infantil da escola de odontologia IMED, coordenado pela prof. Ms Juliana de Camargo Jetelina. Atenciosamente,

Passo Fundo, ____de _______________________ de __________.

_____________________________________ Coordenador

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APÊNDICE E

QUESTIONÁRIO DADOS DA CRIANÇA Nome: Telefone: Sexo: ( )fem ( )masc Data de nascimento: DADOS DO RESPONSÁVEL Nome: Parentesco com a criança: 1)Você esta:

a) Casado

b) Solteiro

c) Divorciado

d) Viúvo

2)Você é alfabetizado: ( )sim ( )não 3)Qual é o seu grau de escolaridade: a) nunca estudou b) 1-4 série c)5-8 série d) segundo grau incompleto e) segundo grau completo f) ensino superior incompleto g) ensino superior completo 4)Qual sua renda média familiar mensal: a) até um salário mínimo b) 1-2 salários mínimos c) 2-3 salários mínimos d) 3-5 salários mínimos e) 5-10 salários mínimos f) 10-20 salários mínimos g) mais de 20 salários mínimos h) não respondeu i) não recebe salário 5)Quantas pessoas moram na sua casa? HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL DA CRIANÇA

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6) É utilizado pasta de dentes durante a escovação? ( )sim ( )não 7) Qual a pasta de dente é utilizada? a) a mesma da família b) pasta infantil c) não usa 8) Em relação a quantidade de pasta de dente: a) cobre totalmente as cerdas b) cobre metade das cerdas c) cobre menos da metade das cerdas d) não usa 9)O que é utilizado para limpar entre os dentes: a) nada b) palito c) fio dental d)outro 10) Com que frequência a criança limpa entre os dentes: a) não limpa b) 1 vez ao dia c) 1-2 vezes ao dia d) 2-3 vezes ao dia e) mais de 3 vezes ao dia 11) Quando a criança começou a higienizar a boca: a) antes de 1 mês b) seis meses a um ano c) três anos ou mais d) não sei 12)O que foi utilizado para fazer a higienização bucal da criança quando bebê: a) gaze/fralda b) escova c) não sei d) outros 13) Com que idade a criança começou a escovar os dentes sozinha? a) 1 a 3 anos b) 4 a 6 anos c) 7 ou mais d) não sei 14) Seu filho briga, chora ou faz birra na hora da higienização bucal? a) nunca b) algumas vezes c) sempre 15) Como seu filho realiza a escovação? a) com observação e aconselhamento dos pais b) somente aconselhamento sem observação dos pais c) sozinho HÁBITOS ALIMENTARES

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16) Com que idade seu filho começou a ingerir alimentos açucarados? a) nunca consumiu b) antes de um ano c) entre um e dois anos d) depois dos dois anos e) não sei 17) Quantas vezes por dia a criança consome alimentos açucarados? a) uma vez por dia no máximo b) duas a três vezes por dia c) mais de três vezes por dia d) três a quatro vezes por semana e) não sei 18) Quantas vezes a criança belisca entre as refeições? a) uma vez b) mais de três vezes c) mais de cinco vezes d) mais de sete vezes e) não belisca 19) Na sua opinião beliscar ao longo do dia, afeta a saúde bucal? ( ) sim ( ) não 20) A criança utiliza mamadeira atualmente? ( ) sim ( ) não Se sim: A criança adormece tomando mamadeira? ( ) sim ( ) não A criança utiliza mamadeira a noite? ( ) sim ( ) não Qual o conteúdo da mamadeira? ( ) leite puro ( ) leite com achocolatado ( ) leite com açúcar ( ) outros 21) Você acha que doces afetam a saúde bucal? ( ) sim ( ) não 22) Qual o tipo de agua a criança consome? ( ) abastecimento ( ) poço artesiano ( ) mineral ( ) outros 23) Refrigerantes e sucos que contenham açúcar afetam a saúde bucal? ( ) sim ( ) não MOTIVO E FREQUENCIA DE VISITA AO DENTISTA 24) Com que idade seu filho teve a primeira consulta odontológica? a) até um ano

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b) um a três anos c) após três anos d) não sei 25) Qual o motivo da consulta? a) dor b) tratamento c) revisão d) não sei 26) Que tipo de atendimento foi utilizado? a) privado b) convênio c) publico d) não sei 27) É necessário visitar o dentista regularmente? ( ) sim ( ) não 28) Com que frequência o seu filho vai ao dentista? a)regularmente b) quando há dor c) raramente PERCEPÇÃO SOBRE SAÚDE 29) Você considera cárie uma doença? ( ) sim ( ) não 30) a criança possui sangramento gengival? ( ) sim ( ) não 31) Para você, qual é a causa da cárie? ( ) alimentos e bebidas que contenham açúcar ( ) não escovar os dentes após as refeições ( ) medicamentos ( ) outros 32) Saúde bucal afeta a saúde geral? ( ) sim ( ) não 33) Você já recebeu algum tipo de informação sobre higiene bucal? ( ) sim ( ) não 34) Se sim, qual a fonte dessas informações? a) dentista b) médicos c) escola d) TV e) outros

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ANEXOS

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