44
1 FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA DANIELE MARQUES DOS SANTOS AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE UM CIMENTO RESINOSO AUTOADESIVO EM DIFERENTES SUBSTRATOS DENTAIS PASSO FUNDO 2013

FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

1

FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ODONTOLOGIA

DANIELE MARQUES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE UM CIMENTO RESINOSO AUTOADESIVO EM DIFERENTES

SUBSTRATOS DENTAIS

PASSO FUNDO

2013

 

 

Page 2: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

2

DANIELE MARQUES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE UM CIMENTO RESINOSO AUTOADESIVO EM DIFERENTES

SUBSTRATOS DENTAIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado pela acadêmica de Odontologia Daniele Marques dos Santos, da Faculdade Meridional - IMED, como requisito indispensável para a obtenção de grau em Odontologia.

 

 

 

PASSO FUNDO

2013

 

Page 3: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

3

DANIELE MARQUES DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE UM CIMENTO RESINOSO AUTOADESIVO EM DIFERENTES

SUBSTRATOS DENTAIS

Professora orientadora:

Profa. Joseane Viccari Calza

PASSO FUNDO

2013

 

 

 

 

Page 4: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

4

Banca examinadora:

________________________________________________ Prof. Joseane Viccari calza

Escola de Odontologia - IMED

________________________________________________ Prof. Ms. Christian Shuh

Escola de Odontologia - IMED

________________________________________________ Prof. Ms. Cristiano Magagnin

Escola de Odontologia - IMED

 

Page 5: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

5

Agradecimentos

Em especial, à minha orientadora, Profa. Joseane Viccari Calza pelo conhecimento

e ensinamento transmitido, pela extrema atenção, pela sua dedicação e paciência.

Por estar sempre presente durante a realização deste trabalho, e me orientar da

melhor maneira possível. Muito Obrigada!

Ao Prof. Christian Schuh, pela ajuda na elaboração do projeto, e por nos ajudar

com a realização dos preparos nos dentes.

Ao Prof. Ataís Bacchi, que se disponibilizou a colaborar coma pesquisa, realizando

as etapas de termociclagem e corte dos dentes, no Laboratório de materiais

dentários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP).

Ao Prof. Matheus Hartmman, pela disponibilização e ajuda na utilização do

microscópio, e pelas fotos para análise dos dados.

Ao CEOM pela disponibilidade de sua estrutura física e equipamentos.

À minha colega Marileia pela ajuda em algumas fotos, e pela amizade em todos os

momentos.

À Profa. Lilian Rigo, pelos ensinamentos, pelas diversas correções, e também por

realizar a análise estatística, fundamental para obtenção dos resultados.

Ao Laboratório Meridional pela realização da fase laboratorial, confecção dos

troquéis, e pela disponibilidade de ajudar sempre que necessário.

Ao Prof. Cristiano Magagnin por suas importantes colaborações na realização da

pesquisa.

À todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.

 

Page 6: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

6

Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele.

Por isso o universo de cada um, se resume ao tamanho do seu saber.

Albert Einstein

 

 

 

 

Page 7: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

7

RESUMO

O sucesso clínico de uma restauração indireta depende em parte da técnica de cimentação usada que é a responsável por unir a restauração ao substrato dental. O conhecimento da técnica e dos materiais disponíveis no mercado odontológico é imprescindível ao profissional que realiza tais procedimentos. O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a microinfiltração de um cimento resinoso autoadesivo (Relyx U200, 3M ESPE) em ambos os substratos – esmalte e dentina. A amostra foi constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e dentina na face palatina. Sobre estes, foram cimentadas coroas confeccionadas em resina composta (Z350 Filtek, 3M ESPE). Foi realizada a ciclagem térmica de 700 ciclos, e após, os espécimes ficaram submersos em corante azul de metileno 1% por 5 horas, em seguida foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual para obtenção de imagens, através de um microscópio estereoscópio com aumento de 16 vezes e uma câmera digital acoplada. As imagens foram avaliadas e catalogadas através de escores para a microinfiltração. Os dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico de Anova, que demonstrou não haver diferença significativamente estatística na microinfiltração entre dentina e esmalte. Conclui-se que o cimento resinoso autoadesivo Relyx U200 apresentou microinfiltração, entretanto, sem diferença estatística entre esmalte e dentina.

Palavras-chave: Cimentos de resina. Infiltração. Materiais dentários

 

 

Page 8: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

8

ABSTRACT

The clinical success of an indirect restoration depends partly on the cementing technique used that is responsible for uniting the restoration to the tooth substrate. The knowledge of technique and materials available in the dental market is essential to the professional who performs such procedures. The aim of this study was to evaluate in vitro microleakage of a self-adhesive resin cement (Relyx U200, 3M ESPE) in both substrates - enamel and dentin . The sample consisted of 8 healthy teeth, prepared to receive a crown full, with margins in enamel and dentin on the buccal surface in lingual. About these crowns made of composite resin (Filtek Z350 ,3M ESPE) were cemented. Thermal cycling for 700 cycles was performed, and after the specimens were submerged in methylene blue 1 % for 5 hours, then were sectioned in buccolingual direction to obtain images through a stereoscope microscope with an increase of 16 times and an attached digital camera. The images were evaluated and cataloged by scores for microleakage. Data were submitted to ANOVA statistical test, which showed no significant statistical difference in microleakage between dentin and enamel. It is concluded that the self-adhesive resin cement Relyx U200 presented microleakage, with no statistical difference between enamel and dentin. Key words: Resin cements. Infiltration. Dental materials.

 

 

 

Page 9: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

9

APRESENTAÇÃO

Acadêmica  Nome: Daniele Marques dos Santos

E-mail: [email protected]

Telefones: Residencial: (54) 3581-1700

Celular: (54) 8142-1169

Comercial: (51)3407-8463

Área de Concentração: Clínica Odontológica

Linha de Pesquisa: Propriedades físicas e biológicas dos materiais odontológicos e das estruturas dentais.

 

Page 10: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELA

Figura 1- Dente posicionado no troquél para confecção do preparo; realização do

preparo com broca 4137 sob refrigeração.................................................................26 Figura 2 - Vista mesial do dente preparado com broca utilizada...............................26

Figura 3 - Vista oclusal do dente preparado..............................................................26 Figura 4 - Troquél confeccionado em gesso tipo IV: vista mesial; vista

oclusal........................................................................................................................27 Figura 5 - Troquél isolado com esmalte para unhas.................................................28

Figura 6 - Coroas confeccionadas sobre os troqueis isolados com esmalte para

unhas..........................................................................................................................28 Figura 7 - Cimento espatulado conforme orientações do fabricante........................ 30 Figura 8 - Inserção do cimento na coroa e posicionamento no dente.......................30

Figura 8 - Coroas cimentadas nos dentes................................................................ 31 Figura 10 - Raiz isolada com esmalte para unhas....................................................31

Figura 11 - Dente seccionado para avaliação da microinfiltração em esmalte e

dentina........................................................................................................................32 Figura 12 - Sem microinfiltração................................................................................34

Figura 13 - Microinfiltração Grau 2............................................................................34 Figura 14 - Microinfiltração Grau 3............................................................................34

Figura 15 - Microinfiltração Grau 4............................................................................34 Figura 16 - Gráfico comparativo da microinfiltração entre esmalte e dentina...........37

Quadro 1 - Materiais utilizados..................................................................................25

Quadro 2 - Escala para avaliação do grau de microinfiltração nas margens do

preparo.......................................................................................................................33 Tabela 1 - Análise descritiva da microinfiltração entre esmalte e dentina ................36

 

 

 

Page 11: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 12

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 14

3 OBJETIVOS ............................................................................................... 23

4 METODOLOGIA......................................................................................... 24

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO................................................................. 24

4.2 AMOSTRA.................................................................................................. 24

4.3 MATERIAIS UTILIZADOS........................................................................... 25

4.4 PROCEDIMENTOS PARA O PREPARO DOS DENTES........................... 25

4.5

4.6

CONFECÇÃO DOS TROQUÉIS.................................................................

CONFECÇÃO DAS COROAS.....................................................................

27

27

4.7 CIMENTAÇÃO DAS COROAS.................................................................... 29

4.8 CICLAGEM TÉRMICA................................................................................. 31

4.9 PIGMENTAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA.............................................

4.10 SECCIONAMENTO DOS DENTES............................................................ 4.11 AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO..................................................... 4.12 ANÁLISE ESTÁTISTICA.............................................................................

4.13 QUESTÕES ÉTICAS..................................................................................

5 RESULTADOS............................................................................................ 6 DISCUSSÃO...............................................................................................

7 CONCLUSÃO.............................................................................................

31

32

33

35

35

36

38

40

REFERÊNCIAS........................................................................................................ APÊNDICE............................................................................................................... ANEXOS..................................................................................................................

41

43

44

17

 

Page 12: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

12

1 INTRODUÇÃO

As restaurações indiretas tais como, onlays, inlays, coroas unitárias ou pinos

estéticos, necessitam de cimentação da peça protética. Os cimentos

contemporâneos podem ser divididos em convencionais e adesivos, e devem

preencher a interface entre o dente preparado e a restauração, conferindo retenção

e resistência à restauração e ao remanescente dentário, promovendo vedamento

marginal e favorecendo a longevidade dos trabalhos protéticos (BARATIERI, et al.,

2011).

Os cimentos resinosos apresentam diversas vantagens quando comparados

aos cimentos convencionais, como maior retenção, solubilidade mínima no ambiente

oral, menor microinfiltração e biocompatibilidade aceitável (GARCIA, et al., 2009).

Adicionalmente aos sistemas adesivos que utilizam o condicionamento ácido

total, os cimentos resinosos autoadesivos surgiram no mercado exibindo

características de um protocolo simples de aplicação e foram propostos como uma

alternativa para os sistemas atualmente utilizados para cimentação, com a intenção

de superar a limitações dos cimentos tradicionalmente usados, bem como, reunir em

um único produto características favoráveis de diferentes cimentos. A sensibilidade

da técnica adesiva foi resolvida pela simples aplicação do cimento, eliminando

aplicação prévia de algum adesivo ou tratamento da superfície dentária. O primeiro

cimento autoadesivo a ser introduzido no mercado odontológico foi Relyx U100

(SOUZA, et al., 2011).  Recentemente sua fórmula foi modificada para Relyx U200,

elevando o padrão de qualidade, oferecendo maior facilidade de uso, união em

dentina e esmalte, além de proporcionar diminuição de tempo clínico (3M/ ESPE,

2013).

A longevidade dos procedimentos restauradores está relacionada, entre

outros fatores, à obtenção de uma perfeita adaptação, assim como de uma união

forte e durável entre os materiais restauradores e a estrutura dentária. A

apresentação e o entendimento dos fatores que causam a desadaptação marginal

são essenciais para o desenvolvimento de técnicas e materiais que a minimizem. A

microinfiltração é definida como a passagem clinicamente não detectável de

bactérias, fluidos, moléculas ou íons entre a parede cavitária e o material

restaurador, sendo considerada um fator preponderante na longevidade da

restauração, o que pode levar à degradação marginal, formação de cáries

Page 13: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

13

reincidentes, sensibilidade pós-operatória, hipersensibilidade, e até desenvolvimento

de patologias pulpares (MOSELE JÚNIOR, 2010).

Portanto, este estudo tem uma importante relevância, por avaliar um produto

relativamente novo e amplamente utilizado na odontologia.

 

Page 14: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

14

2 REVISÃO DE LITERATURA

Campos et al. (1999) avaliaram a infiltração marginal em dentes humanos

preparados para receber uma coroa total. Foram feitos preparos cavitários

padronizados em 20 dentes extraídos, onde coroas totais foram cimentadas, sendo

10 coroas com cimento de fosfato de zinco e 10 com um cimento resinoso. As

amostras foram submetidas à ciclagem térmica e em seguida foram colocadas em

solução de azul de metileno a 0,5%. Após o seccionamento vestíbulo-lingual, os

corpos de prova foram examinados com lupa de aumento. Houve diferença

significante entre os dois cimentos testados, sendo que 100% das amostras

cimentadas com cimento de fosfato de zinco apresentaram infiltração atingindo

dentina e polpa, e 100% das amostras cimentadas com o cimento resinoso não

sofreram qualquer tipo de infiltração. Concluiu-se que o cimento resinoso apresentou

melhores resultados quanto ao grau de infiltração quando comparado com o cimento

de fosfato de zinco na cimentação de coroas metálicas fundidas.  

Padilha et al. (2003) revisaram a literatura sobre os cimentos resinosos,

considerando a grande procura pela estética, pelas restaurações indiretas, e pelo

aumento da oferta de materiais para serem utilizados no momento da cimentação.

Estes verificaram que com o surgimento dos cimentos adesivos resinosos

apresentaram propriedades superiores aos cimentos tradicionalmente usados

(cimentos de fosfato de zinco e ionômero de vidro), por permitirem a obtenção de

uma união química quando em associação ao agente de união aplicado sobre a

superfície dentária e do material restaurador. Essa união possibilitou a realização de

uma cimentação adesiva que proporciona um aumento da resistência à fratura do

dente restaurado e minimiza a ocorrência de microinfiltração, além da opção de

cores, que melhora o resultado estético, principalmente em laminados de porcelana.

Piwowarczyk et al. (2005), avaliaram a microinfiltração de seis diferentes

agentes cimentantes. O estudo utilizou sessenta pré-molares e molares humanos

preparados para receber uma coroa total, com face mesio-distal localizada em

dentina e a vestibulo-palatina localizada em esmalte. Os corpos de prova foram

separados em seis grupos, de acordo com o material utilizado: Cimento de fosfato

de zinco (Harvard Cement- Ritcher e Hoffmann, Alemanha); cimento de ionômero de

vidro convencional (Fuji- GC Corp., Japão); cimento de ionômero de vidro

Page 15: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

15

modificado por resina (Fuji- GC Corp., Japão); dois cimentos resinosos

convencionais (Panavia F – Kuraray, Japão) e (Relyx ARC – 3M ESPE, Alemanha),

e um cimento resinoso autoadesivo (Relyx Unicem 3M ESPE, Alemanha). Após

quatro semanas de armazenamento em água destilada em temperatura ambiente,

os corpos de prova foram submetidos a cliclagem térmica de 5000 ciclos. Em

seguida, as raízes foram cobertas com esmalte para unhas até 2mm da linha de

cimentação e colocados em solução de nitrato de prata por 6 horas. Os dentes

foram seccionados em quatro partes, no sentido mesiodistal e vestibulo-palatino,

para avaliação da penetração do corante, que foi realizada com uma câmera digital

de alta resolução e um microscópio digital. A microinfiltração em dentina foi maior

que nas margens localizadas em esmalte. Os resultados apresentaram diferenças

significativas, sendo que o cimento RelyX Unicem apresentou o menor grau de

microinfiltração, tanto em esmalte quanto em dentina, quando comparados aos

demais agentes cimentantes utilizados no estudo.

Ibarra et al. (2006) realizaram um estudo para avaliar o desempenho do cimento

resinoso autoadesivo Relyx Unicem, comparando a técnica com o uso de sistema

adesivo tradicional e um sistema adesivo auto-condicionante. O estudo utilizou trinta

e seis pré-molares com preparos realizados em esmalte e dentina, restaurações

cerâmicas foram cimentadas de acordo com as instruções do fabricante e de acordo

com os grupos de tratamento: 1)Variolink–Excite Ivoclar–Vivadent (controle); 2)

Unicem + Single Bond 3M-ESPE; 3) Unicem +Adper Prompt L-Pop 3M-ESPE; 4)

Unicem 3M-ESPE. Após 24 horas de armazenamento a 37º, os dentes foram

submetidos a termociclagem de 2000 ciclos a 5º e 55º, e em seguida foram

submersos em nitrato de prata por 24 horas. Cada dente foi seccionado em três

partes longitudinais de 1mm e avaliados em microscópio (1X a 4X). Um Software de

imagem foi usado para medir a infiltração ao longo das superfícies de dentina e

esmalte. Em dentina o cimento autoadesivo Relix Unicem apresentou resultado

semelhante ao grupo que utilizou um cimento convencional, e este apresentou

menor infiltração em que os outros grupos com a combinação de um sistema

adesivo. Devido a infiltração excessiva em esmalte observada neste estudo quando

o cimento autoadesivo foi usado sozinho, os autores não recomendam a sua

utilização para a cimentação de facetas cerâmicas.

Rosentritt et al. (2007) avaliaram a adaptação e microinfiltração em prótese

fixa confeccionada a partir de CAD/CAM e cimentadas com cimentos resinosos

 

Page 16: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

16

convencionais e um cimento auto adesivo de passo único. Foram utilizados os

cimentos: Relyx UNICEM (3M ESPE, Alemanha); Variolink 2 (Ivoclar-Vivadent,

EUA); Panavia F (Kuraray, Japão), Compolute (3M ESPE, Alemanha). O cimento de

passo único apresentou melhores resultados do que os demais em relação a

microinfiltração e união. O fato de não apresentar uma película extra de adesivo

sobre a estrutura dentaria mostrou que a técnica se torna mais simples e evita

cimentações com aumento de altura dos elementos.

Shencke et al. (2008) avaliaram a microinfiltração em coroas parciais de

porcelana cimentadas com os seguintes sistemas de cimento resinoso:

Escite/Variolink (Ivoclar Vivadent, EUA), Panavia F (Kuraray, Japão) e Relyx

UNICEM (3M ESPE, Alemanha). Foram utilizados 84 molares humanos, com

término do preparo localizado 1 milímetro abaixo da junção cemento-esmalte e

divididos em três grupos de acordo com o cimento utilizado. Foi realizada a

termociclagem dos corpos de prova, após corados com nitrato de prata e avaliada a

microinfiltração. Os autores concluíram que o cimento resinoso autoadesivo RelyX

Unicem mostrou a menor infiltração entre os grupos testados, proporcionando assim

uma alternativa aos procedimentos convencionais cimentantes.

Trajtenberg et al. (2008) realizaram um estudo que avaliou e comparou a

quantidade de microinfiltração em coroas cerâmicas utilizando três diferentes tipos

de sistemas adesivos. Os cimentos utilizados foram: Multilink (Ivoclar Vivadent,

EUA), Panavia F 2.0 (Kuraray America Inc., EUA) e Relyx UNICEM (3M ESPE,

EUA). Dezoito molares humanos foram preparados para coroas, criando uma

margem em dentina e uma margem em esmalte. Após a cimentação das coroas as

amostras passaram por ciclagem térmica de 1000 ciclos, em seguida, foram imersas

em solução corante azul de metileno 5% durante 24 horas. O grau de

microinfiltração foi maior nas margens de dentina que nas margens do esmalte. No

geral, o Panavia F 2.0 mostrou a menor infiltração marginal, seguido pelo RelyX

Unicem e Multilink, respectivamente.

Com o objetivo de realizar uma análise crítica sobre as propriedades físico-

mecânicas e biológicas de diversos sistemas de cimentos resinosos e também de

não resinosos, Garcia et al. (2009) avaliaram a literatura realizando comparações,

com a intenção de auxiliar os profissionais da Odontologia na correta seleção e

indicação desses cimentos, o que contribui para o sucesso do tratamento protético.

O autor concluiu que os cimentos resinosos apresentam propriedades físico-

Page 17: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

17

mecânicas e fisiológicas satisfatórias tais como: adesão à estrutura dentária,

selamento marginal, resistência aos diferentes valores de coeficiente de expansão

térmica e redução da concentração de estresse sobre o material restaurador. Nos

estudos avaliados, os cimentos resinosos apresentaram melhores resultados em

relação à microinfiltração, minimizando o acúmulo de placa e o aparecimento da

doença subsequente, quando comparados aos cimentos tradicionalmente usados.

Batista et al. (2009) investigaram o selamento de restaurações indiretas de

resina composta cimentadas com três diferentes agentes de cimentação. Foram

utilizados trinta dentes bovinos, preparados com cavidades do tipo caixa no terço

médio da face vestibular. As cavidades foram restauradas com restaurações inlay

indiretas de resina composta Resilab (Wilcos,Petrópolis, RJ, Brasil). Os dentes foram

divididos aleatoriamente em três grupos: Grupo 1: cimento resinoso Enforce

(Dentsply, Petrópolis, RJ, Brasil), Grupo 2: cimento resinoso RelyXARC (3M ESPE,

StPaul, MN, EUA), Grupo 3: RelyX Unicem (Dentsply, Petrópolis, RJ, Brasil). As

restaurações foram submetidas a ciclagem térmica de 800 ciclos. As amostras foram

armazenadas em corante de nitrato de prata durante 24 horas, após os dentes foram

seccionados no sentido vestíbulo-lingual em três fatias de 1 mm de espessura, e

analisados por um estereomicroscópio com uma câmera digital acoplada para

registrar as imagens. Os dados obtidos foram submetidos aos testes de ANOVA e

Tukey. Concluiu-se que os três agentes cimentantes apresentaram desempenho

semelhante em relação à microinfiltração marginal.

O objetivo do estudo realizado por Uludag et al. (2009) foi avaliar a

microinfiltração em inlays de cerâmica cimentadas com três cimentos resinosos, em

combinação com diferentes adesivos dentinários. Cento e vinte terceiros molares

humanos foram preparados com cavidades do tipo Classe II MOD. Na parede

gengival a margem do preparo foi localizada em dentina, e na face oclusal em

esmalte. Os cimentos utilizados foram: RelyX ARC, Variolink II, ou Panavia 21. Cada

um dos três grupos foram subdivididos em quatro grupos de adesivos dentinários;

Single Bond, Excite DSC, ED Primer, ou Admira Bond. Cada um dos cimentos

resinosos foram utilizados em combinação com os quatro adesivos. Os dentes

restaurados passaram pelo processo de ciclagem térmica, em seguida foram

armazenados em solução de fucsina básica a 0,5% durante 24 horas. A extensão da

penetração do corante ao longo das margens foi medido com um

estereomicroscópio com aumento de 40x. Os autores concluíram que o sistema

Page 18: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

18

adesivo utilizado não influenciou na microinfiltração dos cimentos resinosos. Em

todos os grupos a microinfiltração nas margens de dentina foi maior que nas

margens de esmalte.

Al-Saleh et al. (2010) avaliaram a microinfiltração em restaurações de resina

composta cimentadas com diferentes cimentos resinosos e um agente adesivo: RXU

(RelyX-Unicem, 3M ESPE), BRZ (Breeze, Pentron Clinical Technologies), MON

(Monocem,Shofu), PAN (Panavia-F-2.0, cimento resinoso com primer

autocondicionante, Kuraray) e SBMP (Scotchbond Multi-Purpose, sistema de

condicionamento total, adesivo de 3 passos, 3M ESPE). A amostra foi composta de

45 molares hígidos, preparados com cavidades classe II MOD, o término do preparo

foi localizado em dentina de um lado, e no outro em esmalte. Após a cimentação, os

dentes foram submetidas à ciclagem térmica, e todas as superfícies dos dentes

foram seladas com esmalte para unhas. Os espécimes ficaram imersos em corante

vermelho de fucsina 2%, por 24 horas a 37°C, e foram seccionados no sentido

mésio-distal. A penetração de corante foi avaliada de acordo com uma escala de

cinco pontos. Os autores concluíram que os dois cimentos resinosos autoadesivos

apresentaram menor infiltração, tanto em esmalte quanto em dentina.

Mosele Júnior (2010) avaliou a microinfiltração em prótese fixa unitária

cimentada com três diferentes materiais: fosfato de zinco, cimento ionomérico

modificado por resina, e cimento autoadesivo. Foram utilizados 115 dentes humanos

e foram cimentadas coroas matalocerâmicas e coroas metal-free. Após a ciclagem

térmica ter sido realizada, os corpos de prova foram corados com fucsina básica

0,5%. Foram aplicados os testes de ANOVA e de Kruskal-wallis. A análise de

superfície foi realizada através de microscopia eletrônica de varredura. A superfície

do cimento resinoso apresentou-se mais homogênea com ausência de trincas

quando comparados com os outros cimentos. Concluiu-se que entre os três

cimentos testados o cimento ionomérico modificado por resina e o cimento resinoso

autoadesivo apresentaram menor grau de microinfiltração, nas coroas

metalocerâmicas e nas coroas meta-free, e ambos foram melhores que o cimento de

fosfato de zinco.

Médic et al. (2010) investigaram o efeito da microinfiltração em diferentes

cimentos dentários: fosfato de zinco (Harvard, Richter-Hoffman, Alemanha),

policarboxilato (Harvard, Richter-Hoffman, Alemanha), cimento de ionômero de vidro

convencional (Fuji I, GC, EUA), e cimento resinoso (Panavia 21, Kuraray, Japan).

Page 19: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

19

Cento e sessenta pré-molares humanos íntegros foram preparados de forma

padronizada para coroas metalo-cerâmicas e de cerâmica pura. Após a cimentação,

os dentes passaram por termocilcagem, ficaram imersos em corante azul de

metileno 0,5% durante 24 horas. A microinfiltração foi avaliada com um microscópio

através de pontuações, usando uma escala de cinco pontos. O menor grau de

microinfiltração foi observado nas amostras cimentadas com o cimento resinoso. Por

esse motivo, os autores concluem que o cimento resinoso é recomendável na

prática clínica.

O objetivo do estudo de Hooshmand, et al. (2011) foi avaliar a microinfiltração

e fenda marginal de dois cimentos resinosos autoadesivos, com ou sem tratamento

da superfície dental, comparando com cimentos resinosos tradicionais e cimentos de

ionômero de vidro modificados por resina para cimentação. Cinquenta pré-molares e

molares humanos hígidos foram preparados de forma padronizada para receber

uma coroa total. As coroas foram feitas a partir de uma liga nobre, usando uma

técnica padronizada e cimentadas com cinco agentes de cimentação: 1) GC Fuji

Plus - cimento de ionômero de vidro modificado por resina, 2) Panavia F 2,0 -

cimento resinoso, 3) Multilink Sprint cimento resinoso autoadesivo, 4) RelyX Unicem

- cimento resinoso autoadesivo com tratamento e 5) RelyX Unicem sem tratamento.

Após cimentadas as amostras passaram por termociclagem e foram colocadas em

uma solução de nitrato de prata. Estas foram cortadas verticalmente no sentido

mesio-distal e avaliadas para infiltração e fenda marginal usando um microscópio

estereoscópico. O cimento Relyx Unicem (com ou sem tratamento) apresentou o

menor grau de infiltração, tanto dente-cimento e nas interfaces de cimento-coroa.

Apesar dos resultados não apresentarem diferenças estatísticas significativas, os

cimentos resinosos autoadesivos ofereceram melhor vedação marginal em

comparação com o cimento de ionômero de vidro modificado por resina ou com

cimentos à base de resina.

A fim de comparar a microinfiltração do cimento resinoso autoadesivo Relix

U100 com um cimento de ionômero de vidro para cimentação, o estudo realizado

por Yüksel; Zaimoğlu (2011) teve o objetivo de avaliar a adaptação marginal de

coroas em cerâmica pura. Trinta e seis incisivos centrais superiores foram

preparados para receber uma coroa total e divididos em dois grupos, de acordo com

o tipo de cerâmica. Cada grupo foi dividido em dois subgrupos para avaliar o agente

de cimentação, o estudo utilizou o cimento autoadesivo Relix U100 (3M ESPE, St.

Page 20: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

20

Paul, EUA) e um Cimento de Ionômero de vidro (Ketac Cem, 3M ESPE, St. Paul,

EUA). Os dentes foram submetidos a 1.000 ciclos térmicos entre 5 º e 55 º C,

utilizando um tempo de espera de 30 segundos. As raízes dos dentes foram

revestidos com esmalte de unha até 1 mm abaixo das margens da restauração e

imersos em corante de fucsina básica a 0,5% por 24 horas. Os dentes foram

seccionados em quatro partes, e cada uma foi fotografada em um microscópio

estereoscópico. A microinfiltração foi avaliada usando uma escala de cinco pontos, e

a diferença marginal foi medida utilizando software de análise de imagem. O cimento

resinoso autoadesivo Relix U100 apresentou o menor nível de microinfiltração.

Lamonatto (2011) analisou in vitro o grau de microinfiltração em esmalte, de

cavidades classe II restauradas com resina composta nanoparticulada (FiltekZ350

XT – 3M ESPE), utilizando um sistema adesivo autocondicionante. Foram utilizados

10 pré-molares humanos, cada dente contou com 2 cavidades, as quais foram

divididas em dois grupos, separados pela realização ou não de condicionamento

ácido do esmalte. Após serem restaurados, os dentes foram termociclados e ficaram

imersos durante 5 horas em solução de azul de metileno a 1%. Os corpos de prova

foram seccionados no sentido mesio-distal no centro das restaurações para a

análise da microinfiltração com o auxílio de um microscópio estereoscópico com 40

vezes de aumento onde foi acoplada uma câmera digital. Os dados foram

analisados estatisticamente através dos testes de Lavene, Kolmogorov-Smirnov e

ANOVA. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos.

Com a finalidade de avaliar a eficácia e as controvérsias dos cimentos

autoadesivos Souza et al. (2011) revisaram a literatura sobre as considerações

científicas desses cimentos, suas vantagens, desvantagens, propriedades físicas,

adesão aos substratos, integridade marginal, microinfiltração e algumas

controvérsias encontradas na literatura. Os autores deduziram que apesar dos

cimentos resinosos autoadesivos apresentarem inúmeras vantagens sobre as

técnicas convencionais, é necessário a realização de mais avaliações, e estudos

para verificar o desempenho clínico dos cimentos autoadesivos. Essa necessidade é

traduzida na literatura pela controvérsia entre o emprego ou não de pré-tratamento

dentinário antes do uso dos cimentos autoadesivos e, dos resultados não

conclusivos dos estudos que avaliam a efetividade de união desses cimentos

comparada aos cimentos resinosos convencionais.

 

Page 21: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

21

Inukai, et al. (2012) avaliaram a microinfiltração de restaurações de resina

composta, utilizando 3 cimentos resinosos autoadesivos, com ou sem

condicionamento ácido das margens de esmalte proximais. Cavidades classe II

MOD foram preparadas em 48 dentes molares em dentina e divididos em três

grupos de 16 dentes. As margens de esmalte das caixas proximais de metade dos

espécimes passaram por condicionamento ácido, e as inlays foram cimentadas com

um dos três cimentos ( Panavia F 2.0, Clearfil SA Cement ou RelyX Unicem ). Os

dentes foram armazenados em solução de Rodamina B, durante 24 horas,

seccionados no sentido vestíbulo-lingual nas caixas proximais para examinar

infiltração usando microscopia. No entanto, o condicionamento ácido das margens

de esmalte não teve efeito significativo sobre a infiltração nas regiões proximais das

inlays cimentadas.

A microinfiltração em cimentos resinosos autoadesivos foi avaliada por CAL,

et al. (2012). Cavidades classe V foram preparadas em 40 terceiros molares

humanos extraídos, e após, cimentadas inlays cerâmicas com os seguintes

cimentos: Multilink Sprint (Ivoclar Vivadent), RelyX Unicem (3M ESPE, EUA), G-Cem

(GC, Japão), ou Variolink II (Ivoclar Vivadent) usado como grupo de controle. As

amostras foram submetidas a termociclagem, e após coradas com fucsina básica

5%. Estas foram seccionadas em três partes para avaliação da microinfiltração. Os

escores foram examinados nas margens oclusal e gengival. Os autores concluíram

que os cimentos resinosos autoadesivos exibiram maior microinfiltração nas

margens oclusais. Em comparação ao grupo controle, o cimento Relyx Unicem não

obteve diferença de microinfiltração nas margens gengivais. O objetivo do estudo de Heshmat et al. (2012) foi comparar a infiltração de

dois cimentos resinosos autoadesivos com dois cimentos de condicionamento ácido

total, das mesmas marcas. Quarenta terceiros molares humanos foram divididos

aleatoriamente em quatro grupos: 1-Rely X Unicem, 2-Rely X ARC + ataque ácido

37% + Single Bond, 3-Nexus + ataque ácido 37% + Optibond Solo, e 4-Elite

Maxcem. As amostras foram avaliadas com um sistema de pontuação de quatro

pontos, na região cervical e oclusal, com o auxílio de um estereomicroscópio. A

microinfiltração de ambos os cimentos usando sistema adesivo com enxágue foram

significativamente menores em comparação com os seus homólogos

autocondicionantes, tanto na cervical, como em áreas oclusais.

Page 22: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

22

Com o objetivo de avaliar a influência de dois cimentos resinosos na

microinfiltração de diferentes substratos dentais, Elias et al. (2013) realizaram um

estudo com 20 terceiros molares, extraídos recentemente, preparados com

cavidades do tipo inlay com a margem cervical em esmalte ou dentina. O estudo foi

dividido em dois grupos, de acordo com o cimento utilizado. O primeiro grupo utilizou

sistema adesivo Single Bond (3M ESPE, St. Paul, MN,USA) com o cimento resinoso

de cura dual (RelyX ARC (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA); e o segundo grupo, ED

Primer(Kuraray, Tokio, Japão) com o cimento Panavia 21 EX (Kuraray, Tokio,

Japão). Os espécimes foram pintados com esmalte, exceto as restaurações e em

torno de 1mm em volta destas. A termociclagem foi realizada e as amostras foram

imersas em solução de fucsina básica a 2% por 24 horas. Os dentes foram

seccionados longitudinalmente e os escores de infiltração foram avaliados através

de um estereomicroscópio com aumento de 40x. O substrato dentário apresentou

um efeito significante para o selamento cavitário. Sendo que o esmalte apresentou

menor infiltração de corante do que a dentina.  

Page 23: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

23

3 OBJETIVOS

 

Avaliar a microinfiltração do cimento resinoso autoadesivo Relyx U200 em

diferentes substratos dentários, esmalte e dentina.

Page 24: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

24

4 METODOLOGIA

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo Quantitativo, in vitro.

4.2 AMOSTRA

À partir de uma amostragem não probabilística, foram selecionados 8 pré-

molares humanos hígidos doados por pacientes, com extração indicada e realizadas

em consultórios particulares, com prévio consentimento do paciente e posterior

doação do cirurgião-dentista. Todas as amostras ficaram armazenadas em soro

fisiológico em temperatura ambiente até o momento do preparo.

Posteriormente, foi feita a remoção de todo tecido mole que os envolvia, com

curetas periodontais tipo Gracey nº11/12 Neumar (Neumar Instrumentos Cirúrgicos

Ltda., Brasil), os mesmos foram limpos com pasta de pedra pomes e água,

utilizando escovas Robinson montadas em contra-ângulo (kavo do Brasil ind. E com.

Ltda., Santa Catarina, Brasil), em rotação convencional (LAMONATTO, 2011).

 

 

Page 25: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

25

4.3 MATERIAIS UTILIZADOS

MATERIAL COMPOSIÇÃO FABRICANTE/LOTE

Resina Filtek Z350

Cerâmica silanizada, Bis-

GMA¹, TEGDMA², sílica

silanizada, óxido de

zircônia silanizado, Bis-

EMA³, Polímero

dimetacrilato

funcionalizado

3M / ESPE ST. Paul, MN

USA

LOTE: N429563

Cimento Relyx U200

Pasta Base: Pó de vidro

tratado com silano, àcido 2-

propenóico, 2-metil, éster,

dimetacrilato de trietileno

glicol(TEG-DMA), sílica

tratada com silano,fibra de

vidro, eprsulfato de sódio e

per-3,3,5-trmetil-hexanoato

t-butila. Pasta Catalisadora:

pó de vidro tratado com

silano, dimetacrilato

substituto, sílica tratada

com silano, p-

toluenosulfonato de sódio,

1-benzil-5fenil-àcido

barico, sais de cálcio,

hidróxido de cálcio e

dióxido de titânio.

3M / ESPE ST. Paul, MN

USA

LOTE: 493333

Quadro 1: Composição dos materiais utilizados.

Page 26: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

26

4.4 PROCEDIMENTOS PARA O PREPARO DOS DENTES

Os dentes foram firmados utilizando uma morsa para facilitar o manuseio  e

confecção dos corpos de prova. Os preparos foram executados utilizando uma ponta

diamantada 3216 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil) para padronizar a quantidade

de desgaste e finalizados com uma ponta diamantada cônica 4137(KG Sorensen,

São Paulo, Brasil) em alta rotação (kavo do Brasil ind. E com. Ltda. Santa Catarina,

Brasil), sob refrigeração constante. O acabamento do preparo foi realizado coma a

ponta diamantada cônica 4137FF (KG Sorensen, São Paulo, Brasil). O término do

preparo foi na face vestibular em esmalte, e na face palatina em dentina (MOSELE

JÚNIOR, 2010).

 

 

   

 

Figura  1  :  Dente  posicionado  no  troquél  para  confecção  dos  preparos;  preparo  com  a  ponta  diamantada  3216  sob  refrigeração.  

Page 27: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

27

               

4.5 CONFECÇÃO DOS TROQUÉIS

Após a realização dos preparos os dentes foram moldados individualmente com

silicone de adição (Express XT, 3M/ESPE) através da técnica de impressão simultânea,

seguindo rigorosamente as instruções do fabricante. O gesso tipo IV (Durone, Dentsply)

foi vertido molde para obtenção dos troquéis.

Figura  4:  Troquél  confeccionado  em  gesso  tipo  IV,  vista  mesial;  vista  oclusal  

Figura  2:    Vista  mesial  do  dente  preparado;  ponta  diamantada  4137.  

Figura  3:    Vista  oclusal  do  dente  preparado.    

Page 28: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

28

4.6 CONFECÇÃO DAS COROAS

Os troquéis foram previamente preparados com uma fina camada de esmalte

para unhas (Colorama, Tatuapé, São Paulo, Brasil), e isolados com uma camada de

Cel-Lac (S.S. White, Rio De Janeiro, Brasil) para facilitar a remoção das coroas, que

foram confeccionadas em resina composta nanoparticulada Filtek Z350 XT (3M /

ESPE ST. Paul, MN USA) utilizando uma espátula de resina (Duflex/SSWhite, Rio

de Janeiro, Brasil), cada incremento foi fotoativado por 40s em cada face do dente

utilizando um aparelho de LED (kavo do Brasil ind. E com. Ltda. Santa Catarina,

Brasil). Após, foi realizada a prova de todas as coroas nos dentes preparados, para

avaliar a adaptação.

Figura  5:  Troquél  preparado  com  esmalte  para  unhas.  

Page 29: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

29

4.7 CIMENTAÇÃO DAS COROAS

Previamente a cimentação, todos os dentes foram limpos com pasta de pedra

pomes e água, e as coroas foram preparadas internamente com jato de óxido de

alumínio por 20 segundos e limpas com álcool 70%. As coroas foram cimentadas

com o cimento resinoso auto adesivo Relyx U200 (3M / ESPE ST. Paul, MN USA)

conforme as instruções do fabricante.

O cimento foi dispensado em um bloco de mistura e manipulado por 20

segundos com uma espátula nº50 (Duflex/SSWhite, Rio de Janeiro, Brasil), este foi

aplicado no interior da coroa, e posicionado sobre o dente. A coroa foi

fotopolimerizada por 5 segundos e os excessos removidos com uma sonda

exploradora (Duflex/SSWhite, Rio de Janeiro, Brasil). A coroa foi fotopolimerizada

por mais 40 segundos em cada face com um aparelho de LED (kavo do Brasil ind. E

com. Ltda. Santa Catarina, Brasil).

Após a cimentação, o acabamento das coroas foi realizado com uma ponta

diamantada 2135F (KG Sorensen, São Paulo, Brasil), e posteriormente com Kit de

pontas de silicone (Ivoclar Vivadent Ltda., Barueri, São Paulo, Brasil) cinza, verde e

rosa, sucessivamente. A seguir, as raízes dos dentes foram isoladas com três camadas de esmalte

para unhas (Colorama, Tatuapé, São Paulo, Brasil), deixando-o aproximadamente 2

Figura  6:  Coroas  confeccionadas  sobre  os  troquéis  preparados  com  esmalte  para  unhas.  

 

Page 30: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

30

mm abaixo da linha de cimentação, para que apenas a coroa e a margem da

cimentação ficassem expostas ao corante azul de metileno 1% após a ciclagem

térmica (PIWOWARCZYK et al. 2005).

Figura  7:  Cimento  espatulado  conforme  as  orientações  do  fabricante.  

Figura  8:    Inserção  do  cimento  na  coroa  e  posicionamento  no  dente.  

       

Page 31: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

31

4.8 CICLAGEM TÉRMICA

Os corpos de prova foram submetidos à ciclagem térmica (MSCT-3, Marcelo

Nucci Instrumentos, São Carlos, SP, Brasil) nas temperaturas de 50C no teste de

resfriamento e 550C no teste de aquecimento, permanecendo durante 1 minuto em

cada temperatura, com o total de 700 ciclos (CAMPOS et al., 1999). Esta fase do

trabalho foi realizada no Laboratório de materiais dentários da Faculdade de

Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP).

4.9 PIGMENTAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

Após a ciclagem térmica os dentes foram imersos em corante azul de

metileno 1% por 5 horas, e após esse período foram lavados abundantemente com

água para remover o excesso de corante. Os corpos de prova foram secos em

temperatura ambiente para assegurar a fixação do corante (LAMONATTO, 2011).

 

Figura    9:    Coroas  cimentadas  nos  dentes.  

Figura  10:    Raiz  isolada  com  esmalte  para  unhas.  

Page 32: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

32

4.10 SECCIONAMENTO DOS DENTES

Após ter a coroa separada da raiz, os espécimes foram fixados em uma placa

acrílica com cera pegajosa e cortados utilizando um disco diamantado dupla-face em

uma Cortadeira Isomet 1000 ( Buehler, Lake Bluff, IL, USA). Os dentes foram

seccionados de maneira a separar a coroa no sentido vestíbulo-lingual, a fim de

obter duas porções coronárias, uma mesial e outra distal. Desta forma, foi exposta a

face de cimentação da coroa para a avaliação do grau de penetração, como mostra

a figura 11.

Figura  11:    Dente  seccionado  para  a  avaliação  da  microinfiltração  em  esmalte  e  dentina.  

Page 33: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

33

4.11 AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO

Os corpos de prova foram fotografados utilizando um microscópio

estereoscópio (DF Vasconcelos, Rio de Janeiro, Brasil) com aumento de 16 vezes,

acoplado à uma máquina fotográfica digital (Nikon D40, Bangkok, Tailândia). A

imagens obtidas foram avaliadas, e os resultados catalogados em escores, variando

de zero a três, conforme o grau de microinfiltração encontrado no quadro 2

(MOSELE, 2010)

GRAU DE PENETRAÇÃO DO CORANTE

0 Sem penetração de corante

1 Penetração do corante até 1/3 da linha de terminação

2 Penetração do corante até 2/3 da linha de terminação

3 Penetração do corante até 1/3 da parede axial

4 Penetração do corante até 2/3 da parede axial

Quadro 2: Escala para avaliação do grau de infiltração nas margens do preparo.

 

Page 34: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

34

Figura  12:  Sem  microinfiltração.   Figura  13:  Microinfiltração  Grau  2.  

Figura  14:    Microinfiltração  grau  3.   Figura  15:    Microinfiltração  grau  4.  

 

Page 35: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

35

4.12 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Este estudo foi analisado de forma descritiva e inferencial ao nível de 5%. A

comparação da microinfiltração em esmalte e dentina, utilizando o cimento resinoso

autoadesivo Relix U200, foi realizada por meio do teste de ANOVA, utilizando o

programa SPSS 17.0.

4.13 QUESTÕES ÉTICAS

O projeto foi submetido e aprovado pelo CEP/IMED sob o parecer de número

212.42, devido a utilização de dentes humanos.

 

Page 36: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

36

5 RESULTADOS

Após a análise estatística constatou-se que não houve diferença

estatisticamente significante da microinfiltração entre os substratos avaliados,

esmalte e dentina. Sendo o resultado final p>0,05 (p=0,281).

Tabela  1  –  Análise  descritiva  da  microinfitração  em  esmalte  e  dentina  

Grau  de  Infiltração                                Esmalte                            Dentina                                  Total                            %  

Sem  infiltração                                                0            1          1                        6,25  

Até  1/3  da  linha  de  terminação                                              0                0          0                              0  

Até  2/3  da  linha  de  terminação                                              1            3          4                          25,0  

Até  1/3  da  parede  axial                                              4            1          5                        31,25  

Até  2/3  da  parede  axial                                              3              3          6                        37,50  

Total                      8            8        16                        100,0  

Em relação as margens do término em esmalte, os resultados encontrados

mostraram que 50% das amostras avaliadas apresentaram microinfiltração até 1/3

da parede axial, 37,5% apresentaram infiltração até 2/3 da parede axial, e, 12,5%

das amostras apresentaram infiltração até 2/3 da linha de terminação. Já a avaliação

do término com margens em dentina os resultados apresentaram que em 12,5% das

amostras não houve microinfiltração, 37,5% das amostras apresentaram infiltração

até 2/3 da linha de terminação, 12,5% das amostras apresentaram infiltração até 1/3

da parede axial, e, 37,5% das amostras apresentaram infiltração até 2/3 da parede

axial. Como demonstrado acima na tabela 1.  

Os dados citados estão demonstrados no gráfico abaixo (Figuras 16), onde a

microinfiltração em esmalte está representada pela cor azul e a microinfiltração em

dentina esta representada pela cor vermelha.

 

 

Page 37: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

37

0  

0,5  

1  

1,5  

2  

2,5  

3  

3,5  

4  

4,5  

Sem  penetração  de  corante  

Penetração  do  corante  até  2/3  da  linha  de  terminação  

Penetração  do  corante  até  1/3  da  parede  axia  

Penetração  do  corante  até  2/3  da  parede  axial  

Axis  Title  

Esmalte  

DenZna  

Figura  16:    Gráfico  comparativo  da  microinfiltração  entre  esmalte  e  dentina.  

 

Page 38: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

38

6 DISCUSSÃO

Estudos sobre a microinfiltração tem sido frequentes na literatura, a

justificativa é a constante inovação e melhora dos materiais utilizados, além dos

novos lançamentos no mercado (MOSELE, 2010). Os cimentos resinosos

autoadesivos se tornaram atrativos ao ponto de vista clinico, sua técnica de

aplicação envolve apenas um passo clínico, se aderindo às estruturas dentais sem

condicionamento prévio ou aplicação de adesivo. Basta secar o remanescente

dentário e proceder à cimentação, como se fazia com o tradicional cimento fosfato

de zinco (BARATIERE, 2011; FERREIRA, 2012).

Os cimentos resinosos autoadesivos tem apresentado melhor vedação

marginal, e melhores resultados em relação a microinfiltração marginal em estudos

comparativos aos tradicionais cimentos utilizados (ROSENTRITT et al. 2007;

SHENCKE et al. 2008; AL-SALEH et al. 2010; HOOSHMAND et al. 2011; YÜKSEL,

ZAIMOĞLU 2011;).

Heshmat et al. (2012) entretanto, encontrou resultados diferentes, os

cimentos resinosos convencionais com o uso de condicionamento ácido

apresentaram menor microinfiltração em comparação com os cimentos

autoadesivos, já Batista et al. (2009) realizou estudo semelhante e não encontrou

diferenças significativas de microinfiltração entre o cimento autoadesivo Relyx

Unicem e outros cimentos resinosos de técnica convencional.

No estudo de Shenke et al. (2008), o cimento resinoso Relyx Unicem

autoadesivo de passo único mostrou desempenho superior aos outros cimentos

resinosos em relação a microinfiltração. Mesma situação foi observada por

Piwowarczyc et al. (2003), quando comparou o cimento resinoso autoadesivo Relyx

U100 com o cimento de fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro

convencional, cimento de ionômero de vidro modificado por resina e dois cimentos

resinosos convencionais, demonstrou que o cimento autoadesivo apresentou menor

infiltração tanto em dentina quanto em esmalte em relação aos outros cimentos, e

quando o autor avaliou a diferença de infiltração entre os substratos dentários, o

esmalte apresentou menor infiltração. Porém, em nosso estudo não foi observada

diferença estatisticamente significante quando avaliado os substratos esmalte e

dentina.

Page 39: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

39

No estudo de Ibarra et al. (2006), foi observada infiltração excessiva do

corante no esmalte utilizando o cimento autoadesivo Relyx Unicem quando

comparado aos outros grupos que o associaram a sistemas adesivos, porém em

dentina essa diferença não foi encontrada. No presente estudo não foi utilizado

associação do cimento resinoso autoadesivo a sistemas adesivos, porém o

resultado encontrado em esmalte também apresentou microinfiltração quando

utilizando o cimento auto adesivo U200.

Com objetivos semelhantes à nossa pesquisa, outros estudos foram

realizados para comparar a microinfiltração dos cimentos em dentina e esmalte,

porém os resultados se mostram divergentes. Piwowarczyk et al. (2005), Trajtenberg

et al. (2008), Uludag et al. (2009) e Elias et al. (2013) observaram haver maior

infiltração em dentina, no entanto, em nosso estudo, todas as amostras com

margens em esmalte também apresentaram microinfiltração, como demonstrou o

resultado da pesquisa de CAL et al. (2012), que avaliou a microinfiltração dos

cimentos autoadesivos, onde o Relyx Unicem apresentou maior infiltração quando

as margens estavam localizadas em esmalte.

O cimento resinoso autoadesivo utilizado neste estudo apresentou uma

pequena diferença de infiltração marginal nos diferentes substratos dentários

testados, mas sem nenhuma significância estatística.

No entanto, é importante a continuidade de estudos para se avaliar o

comportamento do cimento em relação à microinfiltração nos diferentes substratos

dentais, visto que este é um fator essencial para o sucesso do tratamento clínico

restaurador indireto.

 

Page 40: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

40

7 CONCLUSÃO

Dentro das limitações da metodologia utilizada, e com os resultados obtidos,

pode-se concluir que o cimento resinoso autoadesivo Relyx U200 apresentou

microinfiltração, entretanto, sem diferença estatística entre esmalte e dentina.

 

Page 41: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

41

REFERÊNCIAS

AL-SALEH, M. et al. Microleakage of Posterior Composite Restorations Lined with Self-adhesive Resin Cements. Operative Dentistry, v.35, n.5, p.556-563, 2010. BARATIERI, L. N. et al. Odontologia Restauradora: Fundamentos e Técnicas. v. 2. São Paulo: Santos, 2011. p. 555-579. BATISTA, G. R, et al. Assessment of marginal sealing in indirect resin composite restorations cemented with 3 different types of cement. Brazilian Dental Science, São José dos Campos, v.12, n.3, p.26-31, jul./set. 2009. CAL, E. et al. Microleakage of IPS Empress 2 Inlay Restorations Luted With Self-adhesive Resin Cements. Operative Dentistry, Seattle, v. 37, n.4, p. 417-424, 2012. CAMPOS, T. N.; MORI, M.; HENMI, A. T.; SAITO, T. Infiltração marginal de agentes cimentantes em coroas metálicas fundidas. Rev. Odontol. Univ. São Paulo, v.13, n.4, p.357-362, out./dez. 1999. ELIAS, R. V. et al. Type of resin cement influences microleakage in ceromer inlays? RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v.61, n.1, p. 13-19, jan./mar., 2013.  

FERREIRA. R. S. et al. Cimentação adesiva de pinos fibrorreforçados. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 69, n. 2, p. 194-8, jul./dez. 2012. GARCIA, L. F. R. et al. Análise das propriedades físico-mecânicas e biológicas dos cimentos resinosos. Dental Press Estética, Maringá. V.6, n.3, p. 50-55, jul./ago./set. 2009. HESHMAT, H. et al. Microleakage of self- adhesive resin cements compared with resincements containing etch & rinse adhesives. The Journal of Islamic Dental Association of IRAN (JIDA), v.24, n.3, p. 165-171, 2012. HOOSHMAND, T. et al. Microleakage and Marginal Gap of Adhesive Cements for Noble Alloy Full Cast Crowns. Operative Dentistry, Seattle, v. 36, n.3, p. 258-265, 2011. IBARRA, G. et al. Microleakage of porcelain veneer restorations bonded to enamel and dentin with a new self-adhesive resin-based dental cement. Dental Materials, v.23, n.2, p. 218-225, 2007. INUKAI, T. et al. Adhesion of Indirect MOD Resin Composite Inlays Luted With Self-adhesive and Self-etching Resin Cements. Operative Dentistry, Seattle, v.37, n.5, p. 474-484, 2012. LAMONATTO, J. A. Avaliação da microinfiltração marginal em cavidades classe II utilizando sistema adesivo autocondicionante. Passo Fundo: UNINGÁ, 2011. Monografia (Especialização em Dentística), Universidade de Pós-graduação da faculdade Ingá, 2011.

Page 42: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

42

MÉDIC, V. et al. In Vitro Evaluation of Microleakage of Various Types of Dental Cements. Srp Arh Celok Lek, v. 138, n. 3-4, p. 143-149, 2010. MOSELE JÚNIOR, O. L. Microinfiltração marginal e análise da superfície de cimentos odontológicos empregados em prótese fixa. Campo Grande:UFMS , 2010. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2010. NOORT, R. V. Introdução aos materiais dentários. 2. ed. Artmed: Porto Alegre, 2004. p. 175-195. PADILHA, S. C. et al. Cimentação adesiva resinosa. International Journal of Dentistry, Recife, v. 2, n. 2. p. 262-265, jul./dez. 2003. PIWOWARCZYK, A.; LAUER H.C.; SORENSEN J. A. Microleakage of various cementing agents for full cast Crowns. Dental Materials, Ed. Elsevier, v.21, p. 445–453, 2005. Rely X U200 (Bula do Cimento). Responsável técnico: Roberta F.F. Marsaioli. Alemanha: 3M ESPE; 2012. ROSENTRITT, M. et al. Marginal Integrity of CAD/CAM Fixed Partial Dentures. Eur J Dent., Copenhagen, v.1, p. 25-30, 2007. SCHENKE, F. et al. Marginal integrity of partial ceramic crowns within dentin with deferent luting techniques and materials. Oper Dent., Seattle, v. 33, n.5, p.516-25, 2008. SOUZA, T. R. et al. Cimentos auto-adesivos: eficácias e controvérsias. Revista Dentísticaonline. Santa Maria. V. 10, n. 21, p. 20-25, abr./jun. 2011. TRAJTENBERG, C.P. et al. Microleakage of all-ceramic crowns using self-etching resin luting agents. Oper Dent., Seattle, v.6, n.4, p. 392-399, jul./aug. 2008. ULUDAG. B. et al. Microleakagef ceramic inlays luted with different resin cements and dentin adhesives. J Prosthet Dent, St. Louis, v.102, n.4, p. 235-241, 2009. YÜKSEL, E.; ZAIMOĞLU, A. Influence of marginal fit and cement types on microleakage of all-ceramic crown systems. Brazilian Oral research, São Paulo. v.25, n.3, p. 261-266, May./June. 2011.

Page 43: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

43

APÊNDICE

 

Page 44: FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA … · constituída por 8 dentes hígidos, preparados para receber uma coroa total, com margens em esmalte na face vestibular e

 

44

FACULDADE MERIDIONAL -IMED/RS

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:CAAE:

AVALIAÇÃO DA MICROINFILTRAÇÃO DE UM CIMENTO RESINOSOAUTOADESIVO EM DIFERENTES SUBSTRATOS DENTAIS

Joseane Viccari Calza

Faculdade Meridional - IMED

110963513.4.0000.5319

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer:Data da Relatoria:

212.42101/03/2013

DADOS DO PARECER

O presente Projeto de Pesquisa foi realizado pela acadêmica de Odontologia Daniele Marques dos Santos,do curso de Odontologia da Faculdade Meridional-IMED, como requisito para desenvolver o Trabalho deConclusão de Curso, cuja orientadora é a professora Joseane Viccari Calza.

Apresentação do Projeto:

Verificar a microinfiltração na utilização do cimento resinoso autoadesivo Relyx U200.Objetivo da Pesquisa:

Não há riscos. Benefícios não foram colocados pelo pesquisador.Avaliação dos Riscos e Benefícios:

O Projeto está muito bem redigido e a metodologia encontra-se detalhada. O cronogram tem que serreadequado, conforme as datas atuais.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Todos os termos estão anexados.Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

A sugestão é de aumentar o número de dentes da amostra, pelo fato de qto menor a amostra, maissuceptível não haver normalidade dos dados ... dessa forma, o teste utilizado poderia ser o Mann Whitney enão o Teste ANOVA. Porém, se quiser, manter o teste ANOVA (distribuição normal dos dados), a indicaçãoé aumentar a amostra.

Recomendações:

Financiamento PróprioPatrocinador Principal:

99.070-220

(543)045--6100 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Senador Pinheiro 304

UF: Município:RS PASSO FUNDOFax: (543)045--6107

 

ANEXO